Você está na página 1de 1

O Júlio do Saara

Era uma vez, no vasto deserto do Saara, um pequeno grão de areia chamado
Júlio. Nascido sob o intenso calor do sol, Júlio começou a sua jornada
empurrado pelos ventos áridos, a dançar ao ritmo das tempestades de areia
que moldavam o terreno. Carregado por rios e correntes, Júlio conheceu o
poder das águas, sendo transportado por longas distâncias até finalmente
se depositar no fundo do mar. Lá, mergulhado nas profundezas, Júlio
enfrentou a pressão das camadas de água que o transformaram numa rocha
metamórfica, resistente e resiliente.
Com o passar de milhares de anos, Júlio foi elevado pela força das placas
tectónicas, levado para as profundezas do subsolo. No calor intenso, Júlio
misturou-se com o magma em fusão, onde se transformou numa rocha
ígnea. Durante séculos, ele foi submetido à pressão esmagadora das
profundezas da Terra, que moldaram abruptamente a sua estrutura.
Depois de uma jornada com algumas adversidades pelo interior da Terra,
Júlio emergiu, trazido à superfície por forças geológicas. Banhado pela luz
dourada do sol, Júlio desintegrou-se aos poucos em inúmeros grãos
microscópicos, carregados pelo vento para longe da primeira casa dele. Em
cada grão disperso, havia um “pedaço de júlio”.
Os anos passaram, e o Júlio, agora espalhado pelo vasto deserto, encontrou-
se mais uma vez unido ao seu elemento original. Um grão de areia simples
e modesto, Júlio adaptou-se às mudanças constantes que a terra impõe.

Afonso Baía Nº2 10ºA

Você também pode gostar