Sistemas Lineares e Matrizes

Sistemas Lineares e Matrizes

Matriz Inversa

Álgebra Linear
Mariana Silveira
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Matriz Adjunta
Sejam A = [aij ]n×n e ∆ij o cofator de aij , ou seja,
∆ij = (−1)i+j |Aij |,
onde Aij é a submatriz obtida de A quando retiramos a i-ésima linha e a j-ésima
coluna.
! A matriz
⎡ ⎤
∆11 . . . ∆1n
⎢ . .. ⎥
A = [∆ij ]n×n =⎢ . . ⎥
⎣ . ⎦
∆n1 . . . ∆nn
é chamada matriz dos cofatores de A.

Dada A = [aij ]n×n , a matriz adjunta de A, denotada por Adj A é a transposta da

matriz dos cofatores de A:
t
Adj A = A
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Exemplo
⎡ ⎤ ⎡ ⎤
0 1 1 2 −1 −1
⎢ ⎥ ⎢ ⎥
A=⎢ ⎥
⎣ 2 1 0 ⎦ Adj A = ⎢
⎣ −4 −1 2 ⎥⎦
1 1 2 1 1 −2

∆11 = (−1)1+1 .2 = 2 ∆21 = (−1)3 .1 = −1 ∆31 = (−1)4 .(−1) = −1

∆12 = (−1)1+2 .4 = −4 ∆22 = (−1)4 .(−1) = −1 ∆32 = (−1)5 .(−2) = 2
∆13 = (−1)1+3 .1 = 1 ∆23 = (−1)5 .(−1) = 1 ∆33 = (−1)6 .(−2) = −2

Note que
⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
0 1 1 2 −1 −1 −3 0 0
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
A.Adj A = ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢
⎣ 2 1 0 ⎦ . ⎣ −4 −1 2 ⎦ = ⎣ 0 −3 0 ⎥⎦ = det A.Id3
1 1 2 1 1 −2 0 0 −3

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Matriz Adjunta e Matriz Inversa

Teorema 1: Dada A = [aij ]n
Adj A.A = A.Adj A = det A.Idn

Prova: A i-ésima coluna de Adj A é a i-ésima linha da matriz dos cofatores.

⎡ ⎤
∆i1
⎢ ⎥
' ( ⎢ ∆i2 ⎥
⎢ ⎥
cii = ai1 ai2 . . . ain . ⎢ . ⎥ = det A
⎢ .. ⎥
⎣ ⎦
∆in
⎡ ⎤ ) )
)a )
∆21 ) 11 a12 . . . a1n )
⎢ ⎥ ) )
' ( ⎢ ∆22 ⎥ ) a11 a12 . . . a1n )
⎢ ⎥ ) )
c12 = a11 a12 . . . a1n . ⎢ . ⎥ = ) . .. .. )) = 0
⎢ .. ⎥ ) .. . . )
⎣ ⎦ )
) )
∆2n ) an1 an2 . . . ann )
* +, -
matriz com duas linhas iguais
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Matriz Adjunta e Matriz Inversa

Teorema 2: Uma matriz A ∈ Mn (R) admite inversa se, e somente se, det A ̸= 0.
Nesse caso,
1
det A−1 =
det A

Prova: (⇒) Suponha que A admite inversa. Então

det A.det A−1 = det (A.A−1 ) = det Idn = 1.
Portanto det A ̸= 0.
(⇐) Suponha que det A ̸= 0. Pelo Teorema 1, A.adj A = adj A.A = det A.Idn . Logo
Adj A Adj A
A. = .A = Idn
det A det A
Portanto A tem inversa. "

Adj A
Corolário: Se A ∈ Mn (R) admite inversa então A−1 = .
det A
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Exemplo

Voltando ao exemplo anterior.

⎡ ⎤ ⎡ ⎤
0 1 1 2 −1 −1
⎢ ⎥ ⎢ ⎥
A=⎢
⎣ 2 1 0 ⎥
⎦ Adj A = ⎢
⎣ −4 −1 2 ⎥⎦
1 1 2 1 1 −2

1
A−1 = Adj A
det A
⎡ ⎤ ⎡ ⎤
2 −1 −1 − 23 1
3
1
3
1 ⎢ ⎥ ⎢
⎢ −4 −1 2 ⎥ = ⎢ 4 1
⎥
⎥
A−1 = − 23
−3 ⎣ ⎦ ⎣ 3 3 ⎦
1 1 −2 − 13 − 13 2
3

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Propriedades da Matriz Inversa

1. Se A, B ∈ Mn (R) admitem inversa, então a matriz A.B admite inversa e

(A.B)−1 = B −1 .A−1 .
2. Dada A ∈ Mn (R), se existe B ∈ Mn (R) tal que A.B = Idn , então A admite
inversa e B = A−1 . (Na definição de inversa, basta verificar uma das
igualdades - A inversa é única!)

Prova:
Associat.
↓
1. (A.B)(B −1 .A−1 ) = A(B.B −1 )A−1 = A.Idn .A−1 = A.A−1 = Idn .

Analogamente, (B −1 .A−1 )(A.B) = Idn .

2. Como A.B = Idn , então det A.det B = det (A.B) = det Idn = 1, logo det A ̸= 0.
Portanto A admite inversa. Temos então
Associat.
↓
B = Idn .B = (A−1 .A)B = A−1 (A.B) = A−1 .Idn = A−1 . "
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Propriedades da Matriz Inversa

3. Se A ∈ Mn (R) admite inversa, então Atadmite inversa e (At)−1 = (A−1 )t.

4. Se A ∈ Mn (R) admite inversa e k ∈ R \ {0}, então k .A admite inversa e
(k .A)−1 = k1 A−1 .
5. Se A ∈ Mn (R) admite inversa e m ∈ Z+ , então Am admite inversa e
(Am )−1 = (A−1 )m .

Prova:
Transposta Prod.
↓
3. At(A−1 )t = (A−1 .A)t= Idnt = Idn .

4. Exercício.

5. Exercício. "

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Cálculo da Matriz inversa utilizando operações elementares nas linhas

Teorema 3: Uma matriz A ∈ Mn (R) admite inversa se, e somente se, a matriz
escalonada reduzida linha-equivalente a A é a matriz Idn . Nesse caso, se aplicar-
mos na matriz Idn a mesma sequência de operações elementares que aplicamos
para escalonar a matriz A, a matriz obtida é a matriz A−1 .
E 1 , E2 , . . . , E m E 1 , E2 , . . . , E m 1
A Idn A
Prova:(⇐)
Afirmação: Realizar uma operação elementar nas linhas de uma matriz equivale a
multiplicar uma Matriz Elementar (matriz obtida de Idn por uma operação
elementar) por A. ⎡ ⎤
a a12 a13
⎢ 11 ⎥
A=⎢
⎣ a21 a22 a23 ⎥
⎦
a31 a32 a33
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Cálculo da Matriz inversa utilizando operações elementares nas linhas

• Permutação de linhas.
⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
a21 a22 a23 0 1 0 a11 a12 a13
L1 ↔L2 ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
−→ ⎢ ⎣ a11 a12 a13
⎥
⎦ ← equivale a ⎢ 1 0 0 ⎥ . ⎢ a21 a22 a23 ⎥
⎣ ⎦ ⎣ ⎦
a31 a32 a33 0 0 1 a31 a32 a33
* +, -
obtida de Idn por L1 ↔L2

• Multiplicação de uma linha por uma constante não nula.

⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
a11 a12 a13 1 0 0 a11 a12 a13
L2 →kL2 ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢ ⎥
−→ ⎣ ka21 ka22 ka23 ⎦ ← equivale a ⎣ 0 k 0 ⎢ ⎥ . ⎢ a21 a22 a23 ⎥
⎦ ⎣ ⎦
a31 a32 a33 0 0 1 a31 a32 a33
* +, -
obtida de Idn por L2 →kL2

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Cálculo da Matriz inversa utilizando operações elementares nas linhas

•Somar a uma linha um múltiplo de outra linha.
⎡ ⎤
a11 a12 a13
L2 →L2 +kL3 ⎢ ⎥
−→ ⎢ ⎣ a21 + ka31 a22 + ka32 a23 + ka33
⎥
⎦
a31 a32 a33
⎡ ⎤ ⎡ ⎤
1 0 0 a11 a12 a13
⎢ ⎥ ⎢ ⎥
equivale a multiplicar ⎢ ⎥ ⎢ a22 a23 ⎥
⎣ 0 1 k ⎦ . ⎣ a21 ⎦
0 0 1 a31 a32 a33
* +, -
obtida de Idn por L2 →L2 +kL3
Suponha que A é linha-equivalente a Idn . Segue da Afirmação que

Idn = (E1 E2 . . . Em )A.

Segue da Propriedade 2 que A−1 = (E1 E2 . . . Em )Idn . "

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Cálculo da Matriz inversa utilizando operações elementares nas linhas

! A mesma sequência de operações que reduzem A à matriz Idn transformam

Idn na matriz A−1 .

! Na prática operamos simultaneamente as matrizes A e Idn realizando

operações elementares nas linhas. Quando obtemos a matriz Idn na posição
de A, a matriz obtida na posição de Idn é A−1 .
h i
E 1 , E2 , . . . , E m 1
[A | Idn] Idn | A

! Se A não é linha-equivalente à matriz identidade, então A não tem inversa.

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Exemplo
⎡ ⎤
0 1 1
⎢ ⎥
A=⎢
⎣ 2 1 0 ⎥
⎦
1 1 2
⎡ ⎤ ⎡ ⎤ ⎡ ⎤
0 1 1 1 0 0 1 1 2 0 0 1 1 1 2 0 0 1
⎢ ⎥ ⎢
L1 ↔L3 ⎥ L2 →L2 −2L1 ⎢ ⎥
⎢ 2 1 0 0 1 0 ⎥ −→ ⎢ 0 ⎥ ⎢ 0 −2 ⎥
⎣ ⎦ ⎣ 2 1 0 0 1 ⎦ −→ ⎣ −1 −4 0 1 ⎦
1 1 2 0 0 1 0 1 1 1 0 0 0 1 1 1 0 0
⎡ ⎤ ⎡ ⎤
1 1 2 0 0 1 1 0 −2 0 1 −1
L2 →−L2 ⎢ ⎥ L1 →L1 −L2 ⎢ ⎥
−→ ⎢ ⎣ 0 1 4 0 −1 2 ⎥
⎦ −→ ⎢ 0 1 4 0 −1 2 ⎥
L3 →L3 −L2 ⎣ ⎦
0 1 1 1 0 0 0 0 −3 1 1 −2
⎡ ⎤ ⎡ ⎤
1 0 −2 0 1 −1 1 0 0 − 23 1
3
1
3
L3 →− 13 L3 ⎢ ⎥ L1 →L1 +2L3 ⎢ ⎥
−→ ⎢ 0 1 4 0 −1 2 ⎥ −→ ⎢ 0 1 0 4 1
− 23 ⎥
⎣ ⎦ L2 →L2 −4L3 ⎣ 3 3 ⎦
0 0 1 − 13 − 13 2
3 0 0 1 − 13 − 13 2
3

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