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1 Doutor (Universidade Tecnológica Federal do Paraná- UTFPR, Curitiba, Brasil). ORCID: 0000-0002-4074-5184. E-mail: christiansilva@utfpr.edu.br
2 Mestre (Universidade Tecnológica Federal do Paraná- UTFPR, Curitiba, Brasil). ORCID: 0000-0001-8589-2076. E-mail: nadiafranz@alunos.utfpr.edu.br
ABSTRATO
O processo de exploração linear produção, produção, utilização e geração de resíduos tem levado a humanidade às fronteiras planetárias. A transição
para modelos de economia circular dissocia o crescimento económico do esgotamento dos recursos naturais e da degradação ambiental. A oportunidade
de fazer mudanças e encontrar soluções vitais para a sustentabilidade do planeta surge nas cidades, devido à sua relevância no crescimento
compreensão da transição da produção linear para a economia circular aplicada ao desenvolvimento sustentável das cidades. A metodologia baseia-se
na abordagem qualitativa e a técnica aplicada segue as etapas da pesquisa bibliográfica. Os objetivos classificam esta pesquisa como um estudo
exploratório, descritivo e de cunho explicativo. As fontes bibliográficas são em sua maioria selecionadas
desde 2015, quando foram assinados os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável e o Acordo de Paris, até 2020. A procura dos modelos circulares
existentes proporciona, mesmo em transição do processo linear, contribuições valiosas para a protecção dos recursos, promoção da produção e do
consumo sustentável , bem como a geração de novas oportunidades de renda, de mercado e de integração social.
Os resultados das análises dos estudos selecionados indicam que o desenvolvimento urbano sustentável pode ser viabilizado pela implementação
RESUMO
O processo de produção linear de exploração, produção, consumo e geração de resíduos tem levado a humanidade aos limites planetários.
A transição para modelos econômicos circulares dissociados do crescimento econômico do esgotamento dos recursos e da gestão ambiental. É nas
cidades que surgem a oportunidade de mudanças e soluções prejudiciais à sustentabilidade do planeta, dada a sua relevância no crescimento
populacional, produção e consumo. O objetivo desta pesquisa é promover o entendimento da transição da produção linear para a economia circular
aplicada ao desenvolvimento sustentável das cidades. A metodologia tem abordagem qualitativa e a técnica empregada segue as fases da pesquisa
bibliográfica. Os objetivos são classificados como exploratório-descritivo, com visão explicativa. As fontes são predominantemente selecionadas a partir
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O Movimento Global de Transição da Produção Linear para a Economia Circular Aplicado ao Desenvolvimento Sustentável das Cidades
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Sustentável e do Acordo de Paris, até 2020. A pesquisa de modelos circulares existentes, mesmo que na transição do processo linear, apresenta contribuições
valorosas para a preservação dos recursos naturais, promoção da produção e consumo sustentável, geração de novas oportunidades de renda, de mercado e
integração social. Os resultados das análises dos estudos selecionados indicam que o desenvolvimento sustentável das cidades pode ser viabilizado pela
1. Introdução
O modelo linear do processo produtivo vem sendo utilizado desde o início da produção em escala industrial do produto natural.
recursos, produção, utilização e eliminação de resíduos. Este fato tem levado cidades e países a condições alarmantes de eliminação de resíduos e poluição em todos
os sentidos. O impacto no meio ambiente causa mudanças climáticas e afeta a saúde e o bem-estar de todos os seres vivos.
Pesquisadores alertam sobre os danos ao meio ambiente natural desde a década de 1960. No entanto, países da União Europeia (UE) e da China começaram
a tomar medidas concretas de mudança nas suas cadeias produtivas, a fim de reduzir a geração de resíduos e a poluição a partir da década de 1990. A escassez de
recursos naturais somada aos gastos públicos com saúde pública e gestão de resíduos faz com que os governos nacionais e locais examinem mais de perto os
princípios e práticas da economia circular: a exploração dos recursos naturais e a geração de resíduos são minimizadas. Os recursos são reciclados, recuperados e
A ideia de passar da produção linear para a economia circular não chega a todos os países, nem mesmo a todos os países.
países desenvolvidos. Mas a vertente de investigação, os governos nacionais e locais e as empresas que incorporam e implementam medidas circulares
Os modelos circulares baseiam-se em processos de fabrico, no entanto, abraçam mudanças no consumo social e na dissociação do crescimento económico do
Neste contexto, as cidades que abrigam metade da população mundial, tendo uma tendência ascendente pelas projeções de crescimento populacional e crescente
urbanização, são as cidades que mais consomem: cerca de 2/3 do consumo global de energia e são responsáveis por 70% do as emissões de gases com efeito de
estufa (Nações Unidas 2020; Banco Mundial 2020). A oportunidade de fazer mudanças e encontrar soluções vitais para a sustentabilidade do planeta surge nas
cidades devido à sua relevância no crescimento populacional, na produção e no consumo. Para este propósito,
é primordial compreender os conceitos e princípios da economia circular: as suas estratégias, as mudanças sociais, económicas e industriais necessárias, os benefícios
holísticos para o ambiente, o papel dos stakeholders, a importância dos sistemas de inovação, a sua relação direta com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
As principais referências desta pesquisa baseiam-se em materiais de Sachs (1986), Williams (2019), Girard e Nocca (2019), Schroeder et al. (2019), Nações
Unidas, Comissão Europeia (2020), Fundação Ellen Macarthur (2020), entre outros, publicados principalmente após 2015, quando foram assinados os ODS e o Acordo
de Paris.
A investigação baseia-se na questão: os princípios e práticas da economia circular são suficientes para garantir o desenvolvimento sustentável das cidades nas
suas dimensões básicas: económica, social e ambiental? O objetivo da pesquisa é promover a compreensão da transição da produção linear para a economia circular
aplicada ao desenvolvimento sustentável das cidades. Para isso, a pesquisa está estruturada em 5 seções: a seção 1 apresenta o tema; a seção 2 demonstra a
apresenta os resultados com dados sobre a transição da produção linear para a economia circular e sobre sistemas circulares nas cidades; a seção 4 resume e discute
2. Materiais e métodos
Esta pesquisa tem caráter aplicado porque se dedica a formular questionamentos sobre temas relevantes para a sociedade, organizando diagnósticos e
possíveis soluções (Fleury, 2017). A metodologia possui abordagem qualitativa, na qual explora, descreve e aprofunda dados de fatos de realidades diversas e
subjetivas (Sampieri et al., 2013). Os objetivos classificam esta pesquisa como uma
estudo exploratório e descritivo, pois tem como objetivo apresentar os conceitos, princípios, estratégias e outras dimensões que envolvem a transição da produção linear para
a economia circular e sua aplicabilidade nos centros urbanos (Marconi; Lakatos 2003). Contudo, esta investigação tem também o propósito de explicar as condições que
A técnica utilizada é a pesquisa bibliográfica alinhada às etapas definidas por Gil (2002), Marconi e Lakatos (2003) e Sampieri et al (2013) e inicia-se com a definição do
tema: economia circular e os subtemas: (i) a transição da produção linear para a economia circular e (ii) cidades e sistemas circulares. O tema da economia circular está
recursos, produção, resíduos, energia, tecnologias, entre outros, que estão conectados no ambiente local das cidades, refletindo nacional e globalmente. Nesse contexto, foi
selecionado o estudo de compreensão da transição da produção linear para a economia circular e da aplicação de sistemas circulares nas cidades, dada a importância do tema
Em seguida, são coletados dados secundários de periódicos das bases Scopus, Web of Science e Science Direct, indexados no Portal de Periódicos da CAPES, além
de organizações reconhecidas como a Organização das Nações Unidas e a Associação Brasileira de Normas Técnicas. - ABNT), seguindo o critério de relevância e alinhamento
ao tema da pesquisa. O prazo inicial para coleta de dados foi estabelecido em 2015, quando o Acordo de Paris e os 17 ODS foram assinados entre os países. O software
A análise dos dados baseia-se na análise de conteúdo de Bardin (2008), em que a categoria de contexto (tema) é definida como economia circular, as categorias de
análise centram-se em dois subtemas: (i) a transição da produção linear para a economia circular e ( ii) cidades e sistemas circulares. As unidades de análise estabelecidas
são: (i) conceitual; (ii) estratégias; (iii) mudanças sociais, económicas e industriais; (iv) benefícios holísticos; (v) partes interessadas; (vi) tecnologias digitais (iots, big data); (vii)
Os resultados estão estruturados nas duas categorias de análise: transição da produção linear para a economia circular e cidades e
sistemas circulares. Na seção seguinte, os resultados são discutidos de acordo com as unidades de análise determinadas, delineando as conclusões apresentadas.
3. Resultados
O modelo de produção linear teve início durante a Revolução Industrial do século XVIII com a exploração ilimitada dos recursos naturais. Na década de 1960, pesquisas
apontaram as interfaces do ambiente natural, bem como as consequências dessa exploração excessiva.
Durante este período, surgiram conceitos de economia mais verde e de eco-indústria. Desde a década de 1990, o conceito de economia circular pega
atenção mundial, principalmente quando a UE e a China adotaram políticas alinhadas aos princípios da economia circular (Prieto-Sandoval et al 2018). Estes países perceberam
que é necessário agir contra os efeitos nocivos do crescimento económico e da exploração ilimitada dos recursos naturais e posterior eliminação de resíduos, resultando na
Cechin e Veiga (2010, p. 451) apontam que ao longo da história, “[...] mesmo com todas as divergências entre as muitas escolas de
pensamento económico – dos marxistas aos neoclássicos, dos keynesianos aos schumpeterianos, passando pelos institucionalistas – todos partilham um sistema económico
por GeorgescuÿRoegen entre as décadas de 1950 e 1970, onde defende que a economia e o sistema de produção não devem ser considerados como sistemas fechados que
não se relacionam com o ambiente natural. Em todo processo há a retirada de recursos naturais e o despejo de resíduos na natureza. Portanto, não há como tratar a economia
considerando suas conexões. Contudo, segundo GeorgescuÿRoegen, só a necessidade humana de lidar com os escassos recursos naturais pressionará o pensamento a
mudar o paradigma de produção linear e de crescimento económico. Neste contexto, as escolhas dos consumidores desempenham um papel crucial para uma mudança de
O volume de materiais extraídos duplicou em todo o mundo desde 1980, atingindo cerca de 72 giga toneladas em 2010 e estima-se que
em 2030 atingirá 100 giga toneladas (Schroeder et al. 2019). O modelo económico predominantemente linear gera anualmente 2,01 mil milhões de toneladas de resíduos no
mundo, podendo atingir 3,40 mil milhões de toneladas até 2050 (Programa das Nações Unidas para o Ambiente 2020). Desse total, cerca de 33% dos resíduos são descartados
em lixões a céu aberto, 25% em aterros não especificados, 7,7% em aterros com controle de gás e 4% em aterros
Em aterros controlados, 11% são incinerados e 19% são reciclados (13,5%) ou compostados (5,5%) como mostra a Figura 01 – Descarte e tratamento
global de resíduos. Nos países de baixa renda, 90% ou mais dos resíduos são descartados em lixões ou queimados (Kaza et al. 2018).
Este cenário já se arrasta há décadas e Sachs (1986) argumenta que é necessário reformular a definição do produto final,
já que no modelo de produção linear este produto irá resultar em perdas e futuro descarte no meio ambiente.
Numa relação ecologicamente saudável entre consumo e crescimento econômico, esses produtos estão em sistemas integrados de produção, nos
quais as perdas e o descarte são considerados recursos, matéria-prima de outro produto, por meio de processos de reciclagem e reaproveitamento de
materiais. “A sustentabilidade do processo de produção envolve uma cuidadosa gestão e reciclagem de recursos esgotáveis” (Sachs 1986, p. 50).
O conceito de economia circular é atribuído por uma vertente de pesquisadores a Pearce e Turner (1990), que se basearam na
pesquisa de Boulding (1966) (Prieto-Sandoval et al. 2018), mas as premissas dos modelos econômicos circulares já foram exploradas através
diversas linhas de pesquisa, desde ambientalistas até economistas como Georgescu ÿ Roegen e Sachs, mencionados acima.
A repercussão e a mobilização mundial para minimizar e frear o impacto das mudanças climáticas fez com que as pesquisas e o mundo
os líderes visualizam a transição para a economia circular com mais cuidado, reconstruindo o atual modelo de produção linear.
De acordo com pesquisas feitas por países europeus, a mudança para o modelo de economia circular vai reduzir 70% das emissões de gases com
efeito de estufa e vai aumentar as oportunidades de emprego em 4% porque novas capacidades e competências são necessárias em cada fase da
“A economia circular é um modelo de produção e consumo (com forte ênfase na produção), cujo objetivo final é conseguir dissociar o crescimento
económico do esgotamento dos recursos naturais e da degradação ambiental” (Williams 2019, p. 2749).
A Comissão Europeia (2020) dos países da UE descreve a economia circular como aquela que “[…] promove o consumo sustentável e visa garantir que
A vertente conceitual da Comissão Europeia baseia-se na maioria das pesquisas mais recentes sobre economia circular, como Stahel (2016),
Michelini et al. (2017), Ritzén e Sandström (2017), Pauliuk (2018), Taelman et. al. (2018), Girard e Nocca (2019), Sistema Fiep (2019), Greer et al. (2020),
As principais estratégias da economia circular baseiam-se no prolongamento da vida útil dos produtos e materiais, na sua reutilização e refabricação.
A redução de desperdícios, perdas e produtos descartados reduzirá a utilização de novos recursos e, consequentemente, haverá melhorias ao meio
as famílias são pontos-chave para o sucesso da economia circular (Comissão Europeia 2020). A economia circular “[…] visa 'eliminar' os resíduos,
devolver nutrientes e reciclar bens duráveis, utilizando energias renováveis para alimentar a economia” (Williams 2019, p. 2974).
O processo de economia circular começa na concepção dos produtos e no planejamento da produção, que podem minimizar o uso de recursos
naturais e podem ser projetados para a gestão sustentável da cadeia produtiva, gerando novos negócios e aumentando a renda da população. A
economia circular analisa a forma como a energia é produzida e utilizada, a emissão de gases de efeito estufa, a poluição em todas as suas formas, o
No encerramento do ciclo os materiais e produtos são reintroduzidos na economia para produzir novos produtos (Michelini et al.
Os benefícios da economia circular são percebidos nas empresas de qualquer porte ou natureza, na sociedade e no meio ambiente como: (i)
fabricar produtos sustentáveis; (ii) capacitar consumidores e adquirentes públicos; (iii concentrar-se nos setores que utilizam mais recursos e onde o
potencial de circularidade é elevado; (iv) garantir menos resíduos; (v) fazer com que a circularidade funcione para as pessoas, regiões e cidades; (vi)
A Ellen MacArthur Foundation (2020) defende que é necessário reorganizar o atual sistema “take-make-wasted”. Os recursos, a forma de
produzir e a utilização dos produtos devem ser gerenciados. Além disso, o que é feito com os materiais sobrantes ou obsoletos deve ser repensado
dentro dos limites planetários, tendo em vista que o sistema predominante está causando sérios danos ao meio ambiente, à sociedade e às empresas.
A economia circular permite a geração de capital económico, natural e social e pode ser aplicada a grandes e pequenas organizações, coletiva e
A economia circular exige mudanças sociais, económicas e industriais, baseadas em legislações que estruturam a economia circular
e em políticas públicas que apoiem produtos e modelos de negócios mais sustentáveis (Prieto-Sandoval et al. 2018; Williams 2019b).
Sachs (1986) destaca a importância de mudar os padrões de produção e consumo e reforça pontos importantes de mudança que se alinham
aos princípios da economia circular: implementar processos de reciclagem e reutilização de materiais, priorizar o uso de recursos renováveis em vez
de recursos finitos, eliminar gradualmente o desperdício de materiais à escala industrial e doméstica, escolher tecnologias adequadas ao ambiente e
ao contexto social local, transformar resíduos em riqueza, promover mudanças de comportamento para eliminar progressivamente o desperdício,
produzir ferramentas e bens mais duradouros, incorporar a responsabilidade social e ambiental na concepção dos produtos, racionalizar o transporte
de pessoas e fluxos de materiais, bem como integrar as economias locais, regionais e nacionais.
Girard e Nocca (2019), Fogarassy et al. (2020) enfatizam que o sucesso dos sistemas circulares depende principalmente da mudança do
hábitos de consumo e que o marketing digital contribui para mudanças de comportamento, especialmente entre os membros mais jovens da sociedade.
A demanda por produtos e serviços mais sustentáveis pressiona o mercado e os atores da cadeia produtiva pela circularidade
inovação. A interação e cooperação entre as partes interessadas têm o potencial de promover e qualificar um ecossistema de inovação circular inter-
relacionado através de acordos e tratados (Girard & Nocca 2019; Greer et al. 2020).
A Fundação Ellen Macarthur coopera com os setores público e privado através da plataforma “multistakeholder CE 100”,
transmitindo de sistemas lineares para circulares de empresas, governos e cidades, startups e outras organizações. O CE 100 é uma parceria com as
Cidades Ambientais da ONU e com o Grupo de Liderança Climática das Cidades C40. Empresas como Unilever, H&M, Renault, Philips e Google
Eventos públicos como exposições e congressos desempenham um papel na aprendizagem, ligação e cooperação entre as partes interessadas,
em que a sociedade é um constituinte ativo. A ação cooperada entre os diversos atores, alinhada com os princípios da economia circular, facilita a
cocriação de ideias sustentáveis e circulares com maior sucesso na sua implementação (Greer et al. 2020).
Os princípios fundamentais da economia circular são reduzir, reutilizar e reciclar (Prieto-Sandoval et al. 2018). Estes princípios significam: (i)
projetar e eliminar desde o início o desperdício e a poluição; (ii) manter materiais e produtos em uso; (iii) regenerar sistemas naturais.
Para tanto, a atividade econômica prioriza a utilização de recursos renováveis e suprime os desperdícios do sistema produtivo. Os desperdícios e
O modelo de economia circular contempla dois tipos de ciclo: (i) biológico: materiais como alimentos, madeira e algodão retornam ao sistema
através do processo de compostagem e digestão anaeróbica, regenerando os sistemas vivos; (ii) técnico: materiais e produtos são restaurados através
Os processos de economia circular ocorrem em três níveis: (i) nível micro, empresa e cidadão; (ii) meso, grandes empresas, ecoindustriais
nível de parques e cidades; (iii) nível macro, regional, nacional e internacional (Girard & Nocca 2019).
Bressanelli et al. (2018) expõem que as tecnologias digitais como a Internet das Coisas (IoT), Big Data e tecnologias de análise atuam como
facilitadoras na implementação da economia circular e respaldam a maximização da eficiência dos recursos e aumentam a vida útil do produto. Estes
autores destacam oito principais características das tecnologias digitais que apoiam a eficiência da economia circular: (i) melhorar o design do produto;
(ii) aprimorar as atividades de marketing; (iii) monitorar o uso do produto e permitir seu compartilhamento; (iv) facilitar a prestação de suporte técnico; (v)
facilitar a manutenção preventiva e preditiva do produto; (vi) otimizar a utilização do produto; (vii) fornecer atualização do produto; (viii) subsidiar as
atividades de reforma, fabricação e reciclagem. As ferramentas digitais utilizadas podem ser destinadas à apresentação e análise de resultados ou à
melhoria do desempenho de utilização dos produtos, prolongando a vida útil do produto e o encerramento do ciclo.
A British Standards Institution publicou em 2017 a diretriz BS8001:2017 – Economia Circular, com o objetivo de fornecer subsídios para
implementação de sistemas e modelos de negócios circulares em organizações de qualquer porte ou natureza. As pesquisas começaram em 2013 e
envolveram diversas partes interessadas do Reino Unido e de fora sobre temas de gestão de recursos e prevenção de resíduos. A diretriz fornece
recomendações e esclarecimentos sobre a estrutura da economia circular. No entanto, não se qualifica para certificações.
As transições corporativas para os negócios circulares e modelos sustentáveis ocorrem paralelamente aos objetivos globais de desenvolvimento
sustentado, que incluem os preceitos da economia circular, como a gestão eficiente de recursos e resíduos (Pauliuk 2018). Para o autor, a gestão eficiente
do ciclo dos materiais é relevante para o sucesso das transições para economias circulares.
No entanto, para alcançar dimensões além do mundo corporativo, é necessário incorporar políticas e estratégias nacionais que visualizem os
sistemas circulares numa visão holística, a fim de impactar positivamente o ambiente natural e social. Segundo Schroeder et al. (2019), as empresas
desempenham um papel importante como ator propulsor do desenvolvimento sustentável com potencial para difundir os princípios e técnicas da economia
circular na sociedade. Depois, vai cooperar para a transição da economia linear para a economia circular.
No Brasil, segundo a Organização Nacional de Normalização (2020) a Comissão de Estudos Especiais da Economia Circular - CEE-323 foi criada
em 2020 com o objetivo de formatar a versão brasileira da ISO/TC 323 (em desenvolvimento). Além disso
A versão pretende também fornecer diretrizes padronizadas às organizações para a implementação da economia circular e, portanto, contribuir para a
A Figura 02 – Economia Linear, a Figura 03 – Transição do modelo linear para o circular e a Figura 04 – Ciclos de fechamento esquematizam as
principais características dos modelos de economia linear, sua transição para a economia circular e os ciclos de fechamento da economia circular.
Na Figura 2 está indicado o processo produtivo take-make-resíduo, predominante na maioria das empresas desde a Revolução Industrial.
A Figura 3 mostra a transição da economia linear para a economia circular, passando por um nível inicial de conscientização de uma produção mais
limpa e depois leva à melhoria do design para produtos mais sustentáveis e implementação da economia circular. Segundo Silva, Moraes e Machado
(2015), o princípio fundamental da metodologia de produção mais limpa é aumentar a eficiência e reduzir
O esquema apresenta a transição relacionada aos recursos investidos, tempo de permanência dos recursos no processo produtivo e geração de resíduos.
Pode-se observar que os recursos investidos e a geração de resíduos são elevados por um período menor de tempo no
Nos ciclos de fecho da economia circular expostos na Figura 4, a extracção de recursos naturais e o consumo de energia são reduzidos através da
reutilização, refabricação, reparação e reciclagem de materiais. A produção é distribuída ao consumo ou utilização do produto. A economia circular introduz o
conceito de utilização do produto e não necessariamente a sua propriedade. O consumidor, por exemplo, pode
optar pela utilização de automóvel ou de máquina de lavar roupa por um período ou por um número de vezes, sem possuir a sua propriedade. Bens passam a
ser comercializados como serviços, contribuindo para a redução da necessidade de novos recursos e melhor aproveitamento de materiais. Para tanto, é
necessário investir em pesquisas que possibilitem inovações para converter produtos usados em novos materiais para reingressar no processo produtivo.
(Stahel 2016).
As práticas de economia circular têm aumentado à medida que os temas sustentáveis ganham maior destaque a nível local, regional e nacional. Embora o
ambiente de negócios seja o mais interessado nisso, cresce a percepção de que o modelo de economia circular pode contribuir para o desenvolvimento
sustentável, assim como os ODS de alcance da Agenda 2030 (Schroeder et al. 2019; Girard & Nocca 2019).
Os conceitos da economia circular estão diretamente relacionados com o ODS 12 – Consumo e produção sustentáveis e com os objetivos de
o ODS 6 – Água e saneamento, ODS 7 – Energia, ODS 8 – Trabalho digno e crescimento económico e ODS 15 – Vida terrestre. O alinhamento dos princípios da
economia circular com estes ODS e a correlação entre eles cooperam para o alcance dos demais ODS (Schroeder et al. 2019). Esses autores expõem que esta
relação é tratada com maior atenção pelos países desenvolvidos. Porém, os países em desenvolvimento iniciaram recentemente práticas de economia circular,
principalmente com a reciclagem de resíduos, o que auxilia a gestão pública na gestão de resíduos. Os países em desenvolvimento e desenvolvidos percebem o
potencial da economia circular no fornecimento de novas formas de geração de rendimento. Contudo, é necessário investir na educação para desenvolver novas
habilidades e capacidades. Esses investimentos são mais eficientes quando provenientes de parcerias público-privadas.
O ODS 12 tem entre suas metas propósitos que se alinham à economia circular: 12.2 até 2030 alcançar a gestão sustentável e o uso eficiente dos recursos
naturais; 12.3 até 2030, reduzir para metade o desperdício alimentar global per capita, a nível do retalho e do consumidor, e reduzir as perdas alimentares ao
longo das cadeias de produção e abastecimento, incluindo as perdas pós-colheita; 12,5 até 2030, reduzir substancialmente a geração de resíduos através da
prevenção, redução, reciclagem e reutilização; 12.a apoiar os países em desenvolvimento a reforçarem as suas capacidades científicas e tecnológicas para avançarem
A título de exemplo reflexivo, de todos os alimentos produzidos anualmente, um terço torna-se desperdício, seja por desperdício ou produção de resíduos,
e ao mesmo tempo, milhões de pessoas em todo o mundo morrem de fome todos os dias. É responsabilidade do cliente mudar seus hábitos, optar por produtos
mais sustentáveis, sem acumular ou desperdiçar, enquanto é responsabilidade do negócio inovar em soluções para evitar perdas e desperdícios, bem como
Girard e Nocca (2019) destacam a ligação entre a economia circular e o ODS 11 – Cidades e comunidades sustentáveis.
As Nações Unidas (2020) através da Nova Agenda Urbana (2016), no tópico 71, aponta o seu envolvimento com a gestão sustentável dos recursos e a redução
de resíduos numa transição para a economia circular, considerando a ligação entre o urbano e o
rural.
Atualmente, as cidades consomem cerca de 70% dos recursos naturais, 60% da energia global, geram cerca de 50% dos resíduos globais e emitem 75%
dos gases com efeito de estufa. Estima-se que as grandes cidades sejam responsáveis por 91% do crescimento do consumo e 81% do consumo total entre 2015
e 2030 (Petit-Boix & Leipold 2018; Williams, 2019). Nesse contexto, segundo esses autores,
cerca de 50% das cidades com mais de 100 mil habitantes já sofrem com a escassez de água, visto que esse número vem aumentando rapidamente. Além disso,
a falta de alimentos, a falha energética e a falta de insumos agravam os desafios urbanos, ao mesmo tempo que é necessário lidar com os crescentes desastres
As cidades são consideradas ecossistemas complexos, nos quais vários atores independentes atuam na produção e no consumo de recursos
combinados em diversas atividades, campos e escalas (Williams 2019). A adoção de modelos circulares implica a compreensão da complexa relação
entre os diferentes usos e valores dos recursos, os papéis e a necessidade da rede (Girard & Nocca 2019).
Com o tempo, as cidades deixaram de ser autossuficientes e tornaram-se dependentes de combustíveis fósseis, energias não renováveis e
recursos e produtos globalizados. A ampliação da área urbana afastou as terras produtivas e o abastecimento local de alimentos dos centros urbanos,
bem como levou à exportação de resíduos para outras cidades ou mesmo para outros países (Williams 2019).
O cenário de aumento da população urbana, a crescente demanda por riqueza e o rápido estranhamento na obtenção de recursos reforçam a
necessidade das cidades optarem por modelos de negócios circulares, a fim de reduzir o fluxo e a quantidade de resíduos urbanos. O looping em escala
local e global é considerado vital para ecossistemas urbanos sustentáveis (Petit-Boix & Leipold 2018; Prendeville et al. 2018; Williams 2019; Girard
A aplicação de sistemas circulares nas cidades pode facilitar a sustentabilidade da urbanização, reduzindo as emissões de gases com efeito de
estufa, promovendo a utilização de energias renováveis, a gestão eficiente de recursos e resíduos, melhor qualidade de vida e preservação do património
cultural (Girard & Nocca 2019). Esses autores destacam que os sistemas circulares urbanos investem na restauração e reutilização de bens culturais e
Os centros urbanos são os maiores consumidores de recursos e o local de maior desperdício, seja por perdas, geração de resíduos ou subutilização
de materiais, veículos e edifícios. Portanto, é aí que os investimentos públicos e privados devem ser aplicados para eliminar o desperdício e a poluição
de todas as formas, para restaurar o meio ambiente, para manter os materiais e produtos em uso por um período mais longo e para regenerar o valor dos
Os sistemas circulares trazem benefícios económicos, sociais e ambientais para a cidade, aumentando a produtividade económica, gerando
oportunidades de renda, criando condições para a saúde urbana, social e ambiental e ajudando a produção local (Williams 2019, Girard & Nocca 2019;
Ellen Macarthur Foundation 2020). Tecnologias como o Big Data e as IoTs são fortes aliadas no apoio estrutural à transição para a economia circular
(Bressanelli et al. 2018; Girard & Nocca 2019; Ellen Macarthur Foundation 2020).
A Fundação Ellen Macarthur (2020) apoia a aplicação inicial dos princípios da economia circular em sistemas urbanos de: (i) mobilidade: para
variar os modais para energias limpas e aproximar as pessoas dos seus locais de trabalho; (ii) edifícios urbanos: reabilitar e reutilizar, reduzindo a
subutilização de áreas construídas e o desperdício de materiais; (iii) produtos e alimentos: aumentar a durabilidade dos produtos, reutilizar, refabricar e
reciclar, além de reduzir e eliminar perdas e desperdícios de alimentos. Políticas específicas direcionadas ao incentivo
compartilhar produtos e áreas, limitar o uso de plástico descartável e ao processo têxtil fast fashion e cadeias produtivas alimentares mais saudáveis e
sustentáveis, evitando perdas e desperdícios parecem ser eficazes nos centros urbanos.
O sucesso da transição de uma cidade baseada na economia linear para a economia circular exige uma abordagem holística e inclusiva que
agregue representantes dos diversos atores que estão interligados com o contexto da cidade. Cada um desses atores tem visões diferentes sobre o
tema. Portanto, é necessário que formulem objetivos finais para a cidade, criem um plano de transição e executem-no de forma concertada (Taelmann et
Contudo, espera-se que diferenças de opinião e interesses gerem conflitos durante o processo de transição. Assim, é importante que os
formuladores de políticas e ações considerem: (i) capturar diversas percepções de valor; (ii) facilitar a cooperação entre as partes interessadas; (iii)
garantir que as partes interessadas sejam proativas e cooperativas; (iv) aumentar a sensibilização e fornecer regulamentos para apoiar a economia
circular; (v) atingir uma meta que contente todos os participantes (Palafox-Alcantar et al 2020).
Os planos de transição devem contemplar ações e metas de curto, médio e longo prazo. Para que os stakeholders possam monitorar os ganhos e
redirecionar os esforços das ações malsucedidas, essas ações e metas devem ser avaliadas e divulgadas em prazos determinados. Para tanto, a
utilização de ferramentas como indicadores de desempenho, governança bottom up e modelo de negócios circular
Hoje em dia, são diversas as cidades que estão aplicando práticas circulares em suas cadeias produtivas e no planejamento urbano da cidade
(Petit-Boix & Leipold 2018; Girard & Nocca 2019). As práticas mais comuns estão voltadas à gestão de resíduos e ao consumo social, com foco na
reciclagem e no reaproveitamento, somadas ao planejamento urbano que regulamenta a mobilidade, a construção e as questões ambientais. Essas
práticas, somadas às cadeias produtivas, constituem elementos-chave da economia circular (Petit-Boix & Leipold 2018).
Na gestão de resíduos, a reciclagem tornou-se uma estratégia chave na transição dos centros urbanos para a economia circular, que inclui a
reciclagem dos materiais e o seu tratamento biológico (compostagem, digestão anaeróbia). No entanto, o processo de reciclagem carece de
Prendeville et al. (2018) reforçam que a economia circular se baseia em redes de cooperação entre as partes envolvidas da cidade, que devem
considerar o contexto da cidade e ser ajustáveis ao longo do tempo. As empresas estão a incentivar investimentos em sistemas circulares, agindo
em concertação com os governos locais, nos quais os cidadãos e as comunidades estão incluídos.
O modelo de cidade circular não é apenas a soma de sistemas empresariais e circulares. Consiste na territorialização dos princípios da
economia circular, onde tudo é desperdiçado, tornando-se sistemas urbanos regenerativos e acessíveis que unem sustentabilidade ambiental,
produtividade económica e justiça social, reduzindo as desigualdades sociais (Girard & Nocca 2019). É dever da cidade
estabelecer suas estratégias de economia circular, de acordo com seus objetivos sustentáveis e prioridades locais (Petit-Boix & Leipold 2018).
Não há acordo sobre a definição de cidade circular, assim como não há acordo sobre os indicadores a serem utilizados para avaliar o
desempenho da cidade circular porque esses temas são novos nas pesquisas (Prendeville et al. 2018; Girard & Nocca 2019) e cada cidade possui
uma realidade única formada pelo seu território e pela sua territorialidade.
Existem vários indicadores de desempenho usados para avaliar cidades circulares porque existem medidas de resultados diretamente da circular
processo (como reciclagem e locais de trabalho verdes), mas há também outros resultados indiretos (como saúde, qualidade de vida humana e ambiental).
Em geral, os indicadores estão relacionados com as dimensões básicas da sustentabilidade: económica, social e ambiental. Indicadores
direcionados à receita de reciclagem, à inovação em sistemas circulares e à renda familiar proveniente da economia circular (que também é
considerada na dimensão social) são comuns na dimensão econômica. A gestão de resíduos, as energias renováveis e as emissões de gases com
efeito de estufa estão relacionadas com a dimensão ambiental. Os indicadores de ciclos de materiais (como a reciclagem da cidade) são os mais disponíveis, en
os indicadores para medir as estratégias adotadas quase não existem. Embora existam indicadores sociais relacionados com a economia circular,
eles são curtos quando comparados com os indicadores económicos e ambientais (Girard & Nocca 2019).
A seguir, os resultados são discutidos segundo as unidades de análise estruturadas na coleta e análise dos dados publicados após
2015, quando foram estabelecidos os 17 ODS.
4. Discussão
Resumindo os aspectos mencionados do modelo de economia circular, a Tabela 1 apresenta as dimensões e ideais sustentados pelo
Conceptual - Dissociação do crescimento económico do Stahel (2016), Michelini et al. (2017), Ritzén
maior tempo possível na economia, minimizando Williams (2019), Greer et al. (2020),
Estratégias - Prolongar a vida útil dos produtos e materiais, Stahel (2016), Michelini et al. (2017), Ritzén
útil através da reutilização e e Sandström (2017), Pauliuk
- Reduzir a utilização de novos recursos. Greer et al. (2020), Fogarassy et al. (2020),
Comissão (2020).
Social, econômico e - Design de produto sustentável. Sachs (1986), Michelini et al. (2017),
mudanças industriais - Planejamento e gestão sustentável da cadeia Taelman et al. (2018), Pietro-Sandoval et al.
Macarthur (2020).
Benefícios holísticos - Economia de materiais e energia. Sachs (1986), Pauliuk (2018),
e cidades.
Partes interessadas - A interação e cooperação entre as partes Taelman et al. (2018), Prendeville et al.
produtos.
Inovação - Investimentos em pesquisas que facilitam Stahel (2016), Schroeder et al. (2019),
processo de produção.
capacidades.
Sustentável - Os ODS contribuem para a sustentabilidade Schroeder et al. (2019), Girard e Nocca (2019),
- A aplicação da economia circular pode Tantau et al. (2018), Girard e Nocca (2019),
tornar a urbanização sustentável. Williams (2019), Fundação Ellen
benefícios.
cidade.
indicadores de desempenho.
nota-se que há consenso sobre o conceito central da economia circular de manter o valor dos materiais pelo maior tempo possível na cadeia produtiva e
reduzir a utilização de novos recursos e a geração de resíduos. As estratégias seguem a linha conceitual de promover a melhoria ambiental. Para isso, é necessário
e em cadeias produtivas que incorporam melhorias no design de produtos e sistemas de produção circulares.
A economia circular tem potencial para ir além da produtividade económica e da melhoria do desempenho ambiental, promovendo oportunidades de geração
de rendimento e integração social se for estabelecida com uma visão holística, em que todos os intervenientes cooperem ativamente para o processo de transição.
cooperativas de catadores, de incubadoras e aceleradoras de startups. bem como centros de investigação e desenvolvimento baseados nos princípios da economia
As tecnologias digitais (Iots, Big Data) atuam como facilitadoras na implementação da economia circular, fornecendo dados e análises,
bem como ferramentas de trabalho de gestão. No entanto, são necessários investimentos e cooperação público-privada para o desenvolvimento de novas
tecnologias técnicas e sociais adaptadas a cada local. O desenvolvimento sustentável das cidades pode ser facilitado pelas práticas dos princípios da economia
No entanto, os sistemas de economia circular também estão sujeitos a processos de produção que podem causar danos à saúde dos trabalhadores e
o meio ambiente, que precisa ser analisado e melhorado (Girard & Noca 2019). Por exemplo, a reciclagem de equipamentos eletrónicos requer tecnologias
avançadas e trabalhadores qualificados para o tratamento de materiais, porque existe exposição a substâncias perigosas que precisam de ser consideradas. Além
disso, existem grandes fluxos globais de exportação de resíduos. A maioria vem de regiões desenvolvidas para regiões mais pobres, sem regulamentações
específicas de gestão de resíduos, formando grandes bolsões de resíduos em torno das cidades.
A gestão de resíduos é um desafio global e afeta a todos, direta ou indiretamente. No entanto, as pessoas em situação vulnerável são, na sua maioria, as
mais afetadas pela gestão inadequada de resíduos. Muitas destas pessoas trabalham na separação dos resíduos recolhidos nas
ruas e lixões das cidades para gerar renda em condições de trabalho inseguras. Sem equipamentos de proteção adequados e sem manuseio em locais inseguros
para trabalhar com resíduos, os trabalhadores ficam expostos a substâncias perigosas e tóxicas (mercúrio, cádmio) causando sérios danos à saúde e ao bem-estar.
O paradigma do consumo ilimitado como padrão de riqueza imposto pelos mercados e pelas sociedades gera graves impactos sociais e ambientais, como a
maximização da exclusão social, a escassez de recursos e o aumento da geração de resíduos (Ritzen & Sandstrom 2017). Sachs (1986) expõe que uma minoria de
países ricos e industrializados consome a maior parte dos recursos utilizados do planeta, enquanto a maioria dos países em desenvolvimento tenta ter os padrões
de consumo dos países desenvolvidos, sobrecarregando o ecossistema. Neste contexto, existe uma correlação positiva entre o nível de rendimento e a geração de
Estima-se que a geração de resíduos nos países de baixa e média renda aumente 40% até 2050, enquanto os países de alta renda
Ritzén e Sandström (2017) destacam que a implementação de sistemas circulares nos territórios e nas organizações experimenta
diversas barreiras a serem consideradas desde a sua concepção. As barreiras estão relacionadas ao conhecimento, atitudes, estruturas, informações e
tecnologias.
Os principais obstáculos detectados são de: (i) ordem financeira: mudanças exigem investimentos de médio e longo prazo, enquanto as organizações
estão centradas no retorno de curto prazo, somadas às dúvidas sobre a rentabilidade financeira dos modelos circulares; (ii) ordem de atitude: conhecimento
algum ou superficial dos conceitos e princípios da economia circular e da sustentabilidade, diferentes entendimentos da cadeia de valor, aversão ao risco e
falta de compreensão da ligação entre negócios e sustentabilidade; (iii) ordem estrutural: sistemas de informação e comunicação ineficientes e distribuição
desigual de responsabilidades afetam a integração entre departamentos, níveis hierárquicos e cadeias de suprimentos; (iv) ordem operacional: problemas na
mudanças no processo produtivo podem levar o projeto ao fracasso; (v) ordem tecnológica: a inovação radical e o design de produtos sustentáveis são
pontos valiosos para o progresso dos sistemas circulares em qualquer organização porque não existem modelos prontos.
Cada organização, que por sua vez está inserida em determinado território, deve considerar suas peculiaridades, sua territorialidade, buscando alinhar
valores culturais com os princípios da economia circular, possibilitando a transição para sistemas circulares, promovendo o desenvolvimento sustentável das
cidades. Essencialmente, como a economia circular funciona em ciclos fechados, o envolvimento das partes interessadas é essencial para o sucesso
instalação de modelos econômicos circulares.
Williams (2019b) aponta cinco desafios de ação e recursos a serem observados durante a instalação da economia circular em um
território, a fim de maximizar os resultados esperados: (i) apoio político aos sistemas e negócios circulares, por exemplo através da criação de locais para
atividades que promovam a economia circular; (ii) marco regulatório que apoie mudanças e evite conflitos; (iii) padronização de materiais reciclados,
reutilizados e recuperados; (iv) estruturas institucionais eficientes e qualificadas e (v) base de dados na qual
novas instituições podem coletar, analisar e monitorar dados que subsidiem os stakeholders na tomada de decisões. Este autor acrescenta que é importante
analisar e esclarecer a viabilidade financeira do negócio circular, bem como é essencial que a infraestrutura disponível seja flexível e adaptável ao longo do
tempo.
Um ponto importante para minimizar as barreiras e maximizar os resultados esperados é conscientizar a população sobre os benefícios da economia
circular. A maioria dos consumidores não tem conhecimento sobre os princípios e conceitos dos sistemas circulares, embora conheça algumas associações
relacionadas aos produtos, produção de alimentos e riscos envolvidos. É necessário atuar na percepção das pessoas sobre o modelo de economia circular,
de forma a motivá-las na direção certa, mudando o seu próprio comportamento de consumo e permitindo-lhes participar nas inovações, através da cocriação
Nessa perspectiva, os países estão em maior ou menor nível de envolvimento na formatação de políticas públicas que acelerem a conscientização do
consumidor para produtos e serviços mais sustentáveis, e também para sistemas produtivos responsáveis pelos recursos naturais e sociais.
A UE adotou um conjunto de políticas públicas centradas na economia circular e alinhadas com os ODS em 2015, a fim de concretizar a transição da
economia linear para a economia circular. As políticas estão relacionadas com a vida dos produtos, produção e consumo, resíduos
gestão e matérias-primas secundárias. Em março de 2020, foi adotado um novo plano de ação para a economia circular, no qual são intensificadas políticas
que prolongam a vida útil dos produtos, promovem o consumo sustentável e acrescentam valor ao ciclo produtivo. A monitorização dos indicadores de
desenvolvimento é feita pelo Eurostat através de dez indicadores, agrupados em quatro temas: (i) produção e
consumo, que monitoriza a maximização das matérias-primas, a contratação pública sustentável, a gestão de resíduos e o desperdício alimentar; (ii) gestão
de resíduos, que monitora as taxas de reciclagem e fluxos específicos de resíduos, como embalagens e lixo eletrônico; (iii) matérias-primas secundárias, que
analisa a utilização de materiais reciclados e a evolução do mercado de reciclagem; (iv) competitividade e inovação, que monitoriza os investimentos
De acordo com os dados do Eurostat (2020), a reciclagem de resíduos urbanos aumentou de 27,3% (2000) para 47,5% (2018) e a Alemanha lidera
este número com 67,3% (2018). A exportação de matérias-primas recicláveis da UE para outros países ascendeu a 25,5 milhões de toneladas em 2019,
representando um aumento de 61% (15,8 milhões de toneladas) em relação a 2004. Os resíduos municipais gerados diminuíram de 518
kg per capita para 492 kg (2018). A taxa de reciclagem de embalagens aumentou de 24% (2005) para 42% em 2017. Entre 2012 e 2018, o número de
empregos na UE relacionados com a economia circular aumentou 5%, atingindo cerca de 4 milhões. Além disso, as emissões de gases com efeito de estufa
A partir de 2021, os países da UE proíbem a utilização de diversos utensílios de plástico descartáveis, como pratos, talheres, sistemas de bebida
(copos e palhinhas) e até cotonetes. Medidas adicionais como redução do uso de embalagens (principalmente em entregas), regulamentação do
maior durabilidade no uso de baterias e incluindo o direito de assistência técnica aos consumidores estão sendo analisados pela Comissão Europeia
Parlamento, fazendo com que as empresas produzam produtos com maior durabilidade e educando os consumidores para guardarem o produto por
Nessa linha, a Cidade do México, com mais de 12 milhões de habitantes e uma área metropolitana que chega a 21 milhões de habitantes e gera 13 mil
toneladas de lixo diário, adotou a proibição do uso de sacolas plásticas em janeiro de 2020. A intenção é banir os plásticos descartáveis até 2021. Nos Estados
Unidos, Los Angeles e Nova York também anunciaram a proibição para 2020 (Estados Unidos
O plástico, aliado do crescimento económico global, é também um dos maiores desafios globais do desenvolvimento sustentável. Estima-se que 10 milhões
de sacolas plásticas sejam usadas a cada minuto no mundo (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente 2020). Em 2016, foram geradas 242 milhões
de toneladas de resíduos plásticos, que correspondem a 12% dos resíduos sólidos municipais. A destinação inadequada dos resíduos plásticos dificulta a gestão
sustentável dos resíduos e como muitos plásticos vão parar nos rios e mares, comprometeu a vida marinha, devido à sua durabilidade no meio ambiente (Kaza et
al. 2018).
A China também adotou políticas de investimento alinhadas aos preceitos da economia circular. O país atua, por exemplo, na transição para sistemas de
mobilidade elétrica na cidade de Shenzen. A metrópole de mais de 12,5 mil habitantes tornou-se em 2017 a primeira cidade do mundo a ter sua frota de ônibus
totalmente elétrica, a fim de reduzir a poluição atmosférica e sonora. Na época, estimava-se que 20% do ar da cidade vinha de veículos movidos a combustíveis
fósseis. A transição foi patrocinada pelos governos municipal e nacional e desencadeou diversos investimentos diretos e indiretos na cadeia produtiva, na
produção de veículos e na geração de energia renovável. O resultado positivo da cidade piloto foi estendido a outras cidades e é um exemplo para outros países
No Brasil, segundo a Confederação Nacional das Indústrias (2020), 76,5% das indústrias brasileiras já estão em desenvolvimento
ações relacionadas à economia circular. Porém, apenas 30% das empresas relacionam essas ações ao tema. Entre as práticas estão a otimização de processos,
insumos circulares, recuperação de recursos, prolongamento da vida útil do produto, consumo ou utilização do produto como serviço, virtualização e
compartilhamento.
Os modelos circulares brasileiros surgem da relação entre os atores da cadeia produtiva, da academia e de organizações não governamentais que fazem
acordos setoriais com esferas governamentais (Fundação Ellen Macarthur. 2020), alinhados à Política Nacional de Resíduos Sólidos referida por Lei nº 12.305/10.
O objetivo da Política Nacional de Resíduos Sólidos é regular os aspectos econômicos, sociais e ambientais relacionados à gestão de resíduos sólidos (Ministério
A Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica, com mais de 400 empresas associadas e em parceria com a Green Eletron, está implantando
5.051 pontos de entrega em 400 cidades para realizar a logística reversa de 17% dos eletroeletrônicos colocados no mercado nacional até 2025. Essa meta faz
parte do acordo setorial assinado com o Ministério do Meio Ambiente em 10 de dezembro de 2019 (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica 2020).
O Brasil é o 7º maior produtor mundial de eletrônicos, com cerca de 1,5 mil toneladas/ano e o descarte per capita chega a 8,3 kg/ano, acima da média global de
6,7 kg/ano. Globalmente, cerca de 20% dos eletrônicos são descartados adequadamente, enquanto no Brasil gira em torno de 3% (Baldé et al. 2017).
Porém, Schroeder et al (2019) enfatizam que são necessários investimentos para desenvolver tecnologias e mercados para reparo de produtos e
reaproveitamento de materiais, como eletrônicos, que possam ser acessados por consumidores de baixa renda, proporcionando oportunidades de inclusão digital
e preservação ambiental .
5. Conclusões
Com base no objetivo de promover a compreensão da transição da produção linear para a economia circular aplicada
para o desenvolvimento sustentável das cidades, esta pesquisa aponta para algumas conclusões.
Observa-se a partir de experiências empíricas que, mesmo quando os princípios e conceitos da economia circular não são plenamente adotados,
ações como restrições ao uso de utensílios plásticos descartáveis, uso de energia renovável, reparo de produtos, reciclagem e remanufatura de materiais
contribuem para a conscientização da sociedade para padrões sustentáveis de consumo e produção. Estas ações contribuem para a preservação dos recursos
e oportunidades de mercado, como materiais secundários, onde circulam materiais reutilizados, reciclados e remanufaturados.
Porém, estudos de modelos de economia circular mostram que eles estão focados em aspectos técnicos como maximização do uso de materiais e
energia, utilização de energias renováveis e agregação de valor aos resíduos da cadeia produtiva (Schroeder et al.2019). Alguns aspectos sociais permanecem
excluídos da economia circular (Prendeville et al. 2018), tais como a inclusão dos catadores na cadeia de valor dos resíduos e aspectos da cultura local.
Schroeder et al (2019) argumenta que modelos de negócios com maior orientação social, como programas de conscientização da sociedade para o consumo
e produção sustentáveis, bem como governança corporativa não são fundamentais nos modelos de economia circular existentes.
Além disso, uma cidade circular não deve basear-se apenas na gestão dos recursos e fluxos de resíduos, mas inserir o bem-estar dos seus habitantes
no centro das suas decisões estratégicas. O bem-estar não é apenas prosperidade económica, mas também as necessidades de saúde e educação, qualidade
de vida, garantia de direitos humanos e coesão social (Girard & Nocca 2019). Reconhece-se que embora algumas práticas de economia circular estejam
comprometidas com o desenvolvimento sustentável do ecossistema, a economia circular ainda está numa fase inicial nos discursos de desenvolvimento
O modelo de economia circular tem potencial para facilitar o desenvolvimento sustentável local, regional e global, uma vez que procura alinhar os seus
processos com o ciclo natural. Contudo, é evidente que a dimensão humanística está quase ausente nas principais estratégias dos exemplos existentes,
diferentemente dos temas resíduos e energia. Se os processos circulares continuarem a ser projetados e implementados sem considerar as pessoas no centro
das suas decisões, os resultados poderão não conduzir ao desenvolvimento territorial sustentável. A economia circular tem de ser mais inclusiva e equitativa
para as pessoas, caso contrário os problemas continuarão nas mesmas lacunas deixadas pela economia linear. (Girard & Nocca 2019).
Para isso, são necessários investimentos e cooperação público-privada, legislação e regulamentação específica, programas de cooperação entre países
e os governos locais e o planejamento urbano das cidades são fundamentais para proporcionar um ambiente favorável à implementação de
modelos e práticas de economia circular. O planeamento urbano precisa investir em modelos de cidade que se regenerem e avancem com erros e acertos,
através de uma visão holística que interliga as dimensões económica, social e ambiental, áreas urbanas e rurais, cidades e regiões (Girard & Nocca 2019).
As gestões públicas participativas têm capacidade de ser e congregar os atores envolvidos no desenvolvimento das cidades, sendo um
Podem conduzir a formação de um conjunto de políticas públicas alinhadas à transição da economia linear para a circular, que invistam nas necessidades
humanas de forma equitativa e inclusiva, que funcionem num planejamento governamental e constituam um plano de Estado. Eles
pode conduzir a formação de um quadro de políticas públicas alinhadas à transição dos modelos lineares de produção para a economia circular, investindo
nas necessidades humanas de forma equitativa e inclusiva, orientada para o desenvolvimento sustentável das cidades.
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