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Hamartiologia

DOUTRINA DO PECADO
Paulo Victor Marcondes, Prof. Th. M
Doutrina do Pecado – Origem da Palavra Pecado

Origem da Palavra Pecado

Hamartia – Erra o alvo, falha, insuficiência da vontade de Deus;


Implica que o homem no pecado não atinge o que busca. O pecado é
uma ilusão, engano. Rm 7. 17. Essa palavra tem o mesmo sentido da
palavra hebraica Hatta. Hamartia aparece 173 vezes no NT e Hatta
aparece 238 vezes no AT.
Doutrina do Pecado – Origem da Palavra Pecado

Origem da Palavra Pecado

Adikia – Inclinação, perversão do que é direito ou justo, ato que


não segue seu caminho certo, Iniquidade. Essa palavra tem o
mesmo sentido da palavra Avon em hebraico. Ambas as palavras
incluem a ideia da consequência ou o resultado do pecado (Sl
32. 5; 1Co 6. 9).
Doutrina do Pecado – Origem da Palavra Pecado

Origem da Palavra Pecado

Asébeia – Separação de, Rebelião contra; Ef. 4 17-19. A palavra


Pesha em hebraico tem o mesmo sentido. Essa é a palavra mais
forte para pecado (1Rs 12.19). Por fim, existem vários sinônimos
como: Ponería, Kakia, Apostasia – Ruína, confusão.
Doutrina do Pecado

O Conceito de Pecado

Pecado é a transgressão ou “qualquer falta de conformidade com a lei moral


de Deus em atos, disposição ou estado” (I Jo 3. 4; Rm 2. 23; 4. 15). O pecado
aqui é definido em relação a Deus e a sua lei moral. O pecado consiste não
somente em atos isolados, como roubar, mentir ou cometer assassinato, mas
também em disposições que são contrarias as atitudes que Deus requer de
nós (cf Ex 20. 1 – 17; Mt 5. 22).
Doutrina do Pecado

O Pecado como transgressão da Lei Moral de Deus

De um modo geral a Lei Moral de Deus:


1. É uma expressão da vontade – Legislador ou Autoridade, pessoas pelo
qual esta vontade impõe limites.
2. Implica poder de Impor – Dever ou obrigação, sansões; penalidade e
sofrimento pela desobediência.
3. É uma expressão da Natureza – Expressa a natureza do Legislador que
impõe nos súditos a condição para estarem em harmonia com a referida
natureza.
Doutrina do Pecado

O Pecado como transgressão da Lei Moral de Deus

Assim, a lei de Deus por ser uma expressão de Sua vontade e natureza não é:

Arbitrária, ou produto de vontade arbitrária. Porque a vontade da qual a lei brota é uma
revelação da natureza de Deus, não pode haver nenhuma temeridade ou falta de
sabedoria na lei em si (cf. Sl. 19.7; Lc 19. 9 – 10; 23. 22; Dt 24. 19).

Temporária ou ordenada simplesmente para ir ao encontro de uma exigência. A lei é


uma manifestação não de modos ou desejos temporários, mas da natureza essencial de
Deus.
Doutrina do Pecado

O Pecado como transgressão da Lei Moral de Deus


Portanto, a lei de Deus se caracteriza, primeiro, por abrangência total - Ela está acima
de nós em todos os tempos; diz respeito ao nosso passado, ao nosso presente e ao
nosso futuro. Proíbe qualquer concepção de pecado; requer qualquer concepção de
virtude; ela condena as omissões e as comissões (Sl 119. 96; Rm 3. 23; Tg 4. 17).

Segundo, espiritual - Demanda não somente palavras e atos justos, mas disposições e
estados também justos. A obediência perfeita requer não só o intenso e incansável
reino do amor para com Deus e o homem, mas a conformidade de toda a natureza
interna e externa do homem com a santidade de Deus (Mc. 12.30,31).
Doutrina do Pecado

A ORIGEM DO PECADO

De onde o pecado veio? Como ele entrou no universo?

Primeiro, devemos afirmar claramente que Deus mesmo


não pecou, e Deus não pode ser culpado pelo pecado (Dt
32. 4; Jo 34. 10; Tg 1. 13).

Primeiro, foram os anjos que pecaram e depois Eva e


Adão que pecaram e, em ambos os casos eles o fizeram
por escolha voluntaria e deliberada
Doutrina do Pecado
A ORIGEM DO PECADO
Dos anjos caídos
Os anjos caídos (demônios) são: anjos maus que pecaram contra Deus e que agora
operam continuamente o mal no mundo. Quantos eles caíram?

1. Tudo que Deus criou foi “muito bom” (Gn 1. 31);


2. Satanás, em forma de serpente aparece e tenta Eva (Gn 3. 1-5).
3. Portanto, em um determinado tempo entre os eventos de Gênesis 1. 31 e Gênesis 3.
1, deve ter havido uma rebelião no mundo angelical, com muitos anjos se voltando
contra Deus e tornando-se maus.
Doutrina do Pecado
A ORIGEM DO PECADO
Dos anjos caídos
O motivo desta rebelião ou do pecado deles?
Bem, parece ter sido o orgulho (prazer ou satisfação
com o próprio valor, com a própria honra.), a recusa
em aceitar seu lugar designado, pois eles “não
conservaram suas posições de autoridade mas
abandonaram sua própria morada” (Jd 6). Assim,
Satanás é o originador do pecado na corte angelical no
princípio da história (Jo 8. 44; 1Jo 3. 8).
Doutrina do Pecado

A ORIGEM DO PECADO

Dos Seres Humanos

Com respeito a origem do pecado na raça


humana, o primeiro pecado foi o de Adão
e Eva, tentados por Satanás, no Jardim do
Éden.
Doutrina do Pecado

A ORIGEM DO PECADO

Tentação e Queda Gêneses 3. 1-7.

1. O princípio da Queda de Adão parte de uma


influência externa que instiga a disposição da
vontade livre do homem para consumar o ato
de transgressão . Assim a humanidade cai
antes mesmo de consumar o ato em si.
Doutrina do Pecado

A ORIGEM DO PECADO

Tentação e Queda Gêneses 3. 1-7.

2. A influência externa instiga um Estado de


rebelião na disposição da vontade livre.
Rebelião é a recusa em fazer a vontade de
Deus, que exige de sua criação obediência.
Doutrina do Pecado

A ORIGEM DO PECADO

Tentação e Queda Gêneses 3. 1-7.

3. A queda é consumada pelo Ato livre de Adão em


Transgredir a Lei Moral de Deus, tendo como essência o
egoísmo. Assim , o pecado como Ato sempre tem duas
raízes:
1. Um Não para Deus e seus mandamentos.
2. Um Sim para o EU e interesses do Eu.
Doutrina do Pecado

Processo do Pecado de Adão


Ato de
Egoísmo
Estado ou
① disposição
de Rebelião
Princípio
Influência
Externa
Doutrina do Pecado

Processo do Pecado na humanidade depois de Adão

Adão

Ato de
① Princípio Egoísmo
Influência
Externa
Estado ou
disposição
de Rebelião
Doutrina do Pecado

A ORIGEM DO PECADO
Analise da Queda

Primeiro, o pecado deles golpeou a base do conhecimento, porque


deu uma resposta diferente a pergunta “O que e a verdade?”.
Embora Deus houvesse dito a Adão e Eva que eles morreriam se
comessem da arvore (Gn 2. 17), a serpente disse: “Certamente não
morrerão!” (Gn 3. 4). Eva decidiu duvidar da veracidade da palavra
de Deus e experimentou ver se Deus havia falado a verdade.
Doutrina do Pecado

A ORIGEM DO PECADO
Analise da Queda

Segundo, o pecado deles golpeou a base dos padrões morais, porque deu uma
resposta diferente a pergunta “O que é certo?”. Deus havia dito que era
moralmente correto Adão e Eva não comerem do fruto daquela única arvore (Gn 2.
17). Mas a serpente sugeriu que seria correto comer do fruto e que, ao come-lo,
Adão e Eva se tornariam “como Deus” (Gn 3. 5). Eva confiou em sua avaliação do
que era correto e do que seria bom para ela, ao invés de permitir que as palavras
de Deus definissem o que é certo e o que é errado.
Doutrina do Pecado

A ORIGEM DO PECADO
Analise da Queda

Terceiro, o pecado deles deu uma resposta diferente a pergunta “Quem


sou eu?”. A resposta correta era que Adão e Eva eram criaturas de
Deus, dependentes dele e sempre subordinadas a ele como seu Criador
e Senhor. Mas Eva e depois Adão sucumbiram a tentação de ser “como
Deus” (Gn 3. 5), tentando assim colocar-se no lugar de Deus.
Doutrina do Pecado

O PECADO ORIGINAL

O pecado original trata de como o pecado de Adão nos afetou. Ele é “original” no
sentido em que procede de Adão e é também original no sentido em que o temos
desde o começo de nossa existência como pessoas. A grande questão do pecado
original é: Somos culpados pelo pecado de Adão ou por que herdamos a disposição
pecaminosa de Adão e por isso pecamos quando atingimos a consciência moral?
Doutrina do Pecado
O PECADO ORIGINAL

Somos culpados pelo pecado de Adão ou por que herdamos a disposição


pecaminosa de Adão e por isso pecamos quando atingimos a consciência moral?

O Pecado herdado – A ideia de que Deus nos considerou culpados por causa do
pecado de Adão é posteriormente afirmada em Romanos 5. 18, 19.

A Natureza herdada – Herdamos a natureza pecaminosa por causa do pecado de


Adão e por isso somos culpados. Davi diz: “Sei que sou pecador desde que nasci, sim,
desde que me concebeu minha mãe” (Sl 51. 5).
Doutrina do Pecado

A UNIVERSALIDADE DO PECADO

A universalidade do pecado trata da dimensão


que o pecado original de Adão ganhou. Quando
Adão pecou ele condenou toda raça humana.
Sua posteridade, como vimos, herdaria sua
natureza corrompida.
Doutrina do Pecado

A UNIVERSALIDADE DO PECADO

Universalidade do Pecado
1. Toda pessoa que chega à consciência moral
comete atos, ou acalenta disposição contrária
a lei divina. (1Rs 8.46; Pr 20. 9; Ec 7. 20; Lc 11.
13; Rm 3.10,19,20,23; 1Jo 1.8).

2. Todos possui uma natureza corrompida (Lc 6.


43; Mt 12. 34; Sl 51. 5; 58. 3. Ef 2.3).
Doutrina do Pecado

Consequências da queda para Humanidade

1. Depravação
É a falta de retidão original ou de um
sentimento santo para com Deus, é a
corrupção moral, a inclinação para o mal.
Doutrina do Pecado
Parcial Total
O pecado afetou o ser O arbítrio do homem está prejudicado por causa do
pecado, a sua corrupção é total. O pecado afetou a
humano, mas, não há ponto
maneira de pensar, suas emoções, e o seus desejos,
de prejudicar o livre arbítrio
de maneira que o homem é escravo do pecado que
do homem, ou seja, mesmo
abita nele, ele é orientado pelo mal, e ele não pode
pecador ele pode escolher
por ele mesmo sem a influência do Espírito Santo
entre o bem e o mal, sem
compreender, ouvir e escolher Deus. Se deixar o ser
influência externa ou interna
humano ao seu livre arbítrio ele nunca vai escolher
que o leve para um lado ou Deus, por que o seu coração foi totalmente
para o outro. corrompido.
Doutrina do Pecado
Consequências da queda para Humanidade

Culpa
É o merecimento de punição, ou a obrigação de
tributar satisfação à justiça de Deus pela violação
da lei. “Há reação da santidade de Deus contra o
pecado as escrituras chama de “(...) a ira de Deus”
Rm 1. 18. A Culpa incorre somente por meio da
transgressão. Ez 18. 20.
Doutrina do Pecado
Consequências da queda para Humanidade
Pena
É sanção aplicada como punição ou como
reparação por uma ação julgada repreensível;
castigo, condenação, penitência. sofrimento;
aflição.
Morte espiritual – Separação da alma de Deus.

Morre Física – Separação da alma do corpo.


Doutrina do Pecado
TEMAS DIVERSOS SOBRE O PECADO

O que é pecado imperdoável?

Diversas passagens da Escritura falam a respeito de um pecado que nunca será


perdoado. Jesus diz:
“Por esse motivo eu lhes digo: Todo pecado e blasfêmia serão perdoados aos
homens, mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada. Todo aquele que
disser uma palavra contra o Filho do homem será perdoado, mas quem falar
contra o Espírito Santo não será perdoado, nem nesta era nem na que há de vir"
(Mt 12. 31,32).
Doutrina do Pecado
TEMAS DIVERSOS SOBRE O PECADO
O que é pecado imperdoável?

O pecado imperdoável inclui:


1) Conhecimento claro de quem Cristo é;
2) Conhecimento de que o Espírito Santo
está operando por intermédio dele;
3) Rejeição deliberada desses fatos, e,
finalmente;
4) A caluniosa atribuição da obra do
Espírito em Cristo ao poder de Satanás.
Doutrina do Pecado
TEMAS DIVERSOS SOBRE O PECADO

Há graus de pecado?

Pecado Grande
Há alguns pecados piores que
outros? A resposta a essa Maior Menor
pergunta pode ser tanto sim como

Pecado pequeno
não, dependendo do sentido em
que a pergunta foi formulada
Doutrina do Pecado
TEMAS DIVERSOS SOBRE O PECADO

O que acontece quando um crente peca?

1. Nossa posição legal diante de Deus não muda.

Quando o cristão peca sua posição legal diante de Deus permanece inalterada. Ele é
ainda perdoado, pois “já não há condenação para os que estão em Cristo Jesus” (Rm 8.
1). A salvação não é baseada em méritos, mas é o dom livre de Deus (Rm 6. 23), e a
morte de Cristo certamente pagou o preço de todos os nossos pecados — passados,
presentes e futuros. Cristo morreu “pelos nossos pecados” (ICo 15. 3) sem distinção.
Doutrina do Pecado
TEMAS DIVERSOS SOBRE O PECADO

O que acontece quando um crente peca?

2. Nossa comunhão com Deus é prejudicada e a vida cristã é danificada.

Quando pecamos, embora Deus não cesse de nos amar, ele fica desgostoso conosco (Ef
4. 30). A Confissão de fé de Westminster sabiamente diz a respeito dos cristãos que,
“embora eles nunca poderão cair do estado de justificação, poderão, contudo, por seus
pecados, incorrer no paternal desagrado de Deus, e ficar privados da luz de sua graça,
até que se humilhem, confessem os seus pecados, peçam perdão e renovem a sua fé e o
seu arrependimento” (XI. V).
Doutrina do Pecado
TEMAS DIVERSOS SOBRE O PECADO

Um alerta ! O perigo dos “evangélicos não-convertidos”.

Embora o cristão genuíno que peque não perca sua justificação ou adoção perante Deus
(v. anteriormente), deve-se fazer uma advertência clara contra a ideia de que a mera
associação com a igreja evangélica e a conformação exterior aos padrões “cristãos” de
conduta garantam a salvação. . Particularmente nas sociedades e culturas em que é fácil
(ou até esperado) que as pessoas se professem cristãs, há a possibilidade real de que
alguns se associem à igreja sem ter nascido de novo.

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