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Oferta

Equilíbrio de Mercado
Elasticidade

Mauro Sayar Ferreira


UFMG
Alguns Determinantes da Oferta
• Preço de mercado  p=CMg(y)
• Preços dos insumos
• Tecnologia
• Número de produtores
• Expectativas
Aumento da Oferta
Preço
Curva de
Oferta, S1
Curva de
Oferta, S2

Aumento
da Oferta

0 Quantidade
Redução da Oferta
Preço
Curva de Oferta, S3
Curva de
Oferta, S1

Redução
da Oferta

0 Quantidade
Equilíbrio entre Oferta e Demanda
• Preço de Equilíbrio: O preço que equilibra oferta e demanda.
• Quantidade de Equilíbrio: A quantidade que equilibra oferta e
demanda.
• Ex.: QD=100 – 5P e QS=10+10P; QD=QS  P*=$6 e Q*=70
Preço

Oferta

Preço de Equilíbrio Equilíbrio


$2.00

Demanda

Quantidade de
Equilíbrio
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 Quantidade
 Fora do equilíbrio: EXCESSO DE OFERTA
 O preço está acima do preço de equilíbrio.

 Produtores não são capazes de vender tudo o que


desejam ao preço praticado.
Preço
Excesso de
Oferta Oferta
$2.50
2.00

Demanda

0 4 7 10 Quantidade
Quantidade Quantidade
demandada ofertada
Fora do equilíbrio: EXCESSO DE DEMANDA
 O preço está abaixo do preço de equilíbrio.

 Consumidores não são capazes de comprar tudo o que


desejam ao preço praticado.
Preço

Oferta

$2.00
1.50
Excesso de
demanda Demanda

0 4 7 10 Quantidade
Quantidade Quantidade
ofertada demandada
Analisando Alterações do Equilíbrio

• Decidir se o evento desloca a curva de


oferta ou de demanda (ou ambas).

• Decidir em qual direção a curva se


desloca.

• Usar o diagrama de oferta e demanda


para ver como o deslocamento altera o
equilíbrio.
Choque de demanda

Preço do Choque de demanda (positivo):


sorvete
O calor aumenta a demanda por
sorvete (mudança de gosto)

Oferta
$2,50
Novo equilíbrio

$2,00
Equilíbrio
inicial
D2

D1

0 7 10 Quantidade de
Sorvete
Choque de oferta
Choque de Oferta Adverso:

Preço do Um terremoto reduz a


sorvete oferta de sorvete.
S2
S1

Novo
$2,50 equilíbrio

$2,00 Equilíbrio Inicial

Demanda

0 1 2 3 4 7 8 9 10 11 12 13 Quantidade de
Sorvete
Política Pública: Imposição de preço máximo.

Preço
Demanda Oferta

P2max Pmax > P*: não gera problema,


pois o preço se ajusta em P*.

equilíbrio sem
P*
intervenção

Pmax < P*: gera excesso de


P1max demanda, escassez.
excesso de demanda

Q* Quantidade
Consequência indesejáveis de Pmax < P*: filas, discriminação por consumidor, ágio, mercado negro,
pior qualidade dos produtos ofertados.

No longo prazo, com curva de oferta mais elástica (menor inclinação), o problema é ampliado.
De boas intenções ....
Contexto: seca provoca escassez de água; mas políticos e
judiciário não permitem elevação de preço da água.

Preço da Seca reduz a


água oferta de água
S2
S1
Preço
sob condições
normais de mercado Fixar o preço em P1
P2 gera excesso de
demanda e agrava
P1 Equilíbrio Inicial a situação de
Preço fixado escassez de água.
por políticos
e juízes.
Demanda

0 1 2 3 4 7 8 9 10 11 12 13 Quantidade de
água
Política Pública: Imposição de preço mínimo.

Preço
Demanda Oferta

excesso de oferta
P2min Pmin > P*: gera excess de oferta.

equilíbrio sem
P*
intervenção

Pmin < P*: não há problema, pois


P1min preço ajusta-se em P*.

Quantidade
Q*
Exemplo: salário mínimo muito elevado gera excesso de oferta de mão de obra: desemprego.
- Não afeta situação de profissionais mais qualificados e experientes.
- Impacto mais adverso na população mais jovem e desqualificada.
- Estímulo à informalização e ajustes nas empresas para substituir a mão de obra que tenderia
a receber o salário mínimo.
Elasticidade

É uma medida do quanto que


compradores e vendedores respondem a
mudanças nas condições de mercado.
ELASTICIDADES DA DEMANDA

• Elasticidade preço da demanda:


 % qtde.demandada
Elasticidade preço 
 % preço

• Elasticidade renda da demanda:


% qtde.demandada
Elasticidade renda 
% renda

• Elasticidade preço cruzada da demanda:


 % qtde.demanda
Elast. preço cruzada 
 % preço outro bem
Economia | Prof. Mauro Sayar Ferreira
Material de responsabilidade do professor
ELASTICIDADE

• Demanda elástica elasticidade  1

• Demanda inelástica elasticidade  1

• Demanda com elasticidade unitária elasticidade  1

Economia | Prof. Mauro Sayar Ferreira


Material de responsabilidade do professor
Análise de sensibilidade
• Função de demanda por x:
Dx = 1000 + 2renda – 5px – 3 py
 x é bem normal: Dx aumenta quando renda aumenta.
 x e y são complementares: Dx diminui quando py aumenta.

• Se renda = 500 e py = 100 : Dx = 1700 – 5px


– px = 100  Dx = 1200; px = 120  Dx = 1100
– Elevação de $20  redução de 100 em Dx.
– A demanda parece muito sensível a preço

• Mas em percentuais:
– incremento de 20% em px  redução de 8,3% em Dx
– Elast.preço = |- 8,3% / 20% | = 0,415
Elasticidade: cômputo com variações discretas

Situação 1: P0 = $5  P1 = $4; Q0 = 50  Q1 = 100


(100 - 50)
ED  50  1  100%  5
• Elasticidade ponto a ponto: (4 - 5) 0,2 20%
5

(100 - 50)
média(100; 50) 50/75
• Elasticidade com médias: ED 
(4 - 5)

1/4,5
3
média(4;5)

Situação 2: P0 = $4  P1 = $5; Q0 = 100  Q1 = 50


(50 -100)
ED  100  0,5  50%  2
• Elasticidade ponto a ponto: (5 - 4) 0,25 25%
4

(50 - 100)
média(100;50) 50/75
• Elasticidade com médias: ED   3
(5 - 4) 1/4,5
média(4;5)
Elasticidade: cômputo com variações discretas

(Q1d  Q0d )
média(Q0d , Q1d )
Elasticidade preço 
( P1d  P0d )
média( P0d , P1d )

(Q1d  Q0d )
Q0d
Elasticida de preço 
( P1d  P0d )
P0d
Demanda Inelástica
Elast. Preço no arco = 0,47
 Se preço aumenta em
Preço 22%, demanda cai em
22% x 0,47 = 10,5%.

$5
4
1. Um Demanda
aumento
de 22%
usando
a média

90 100 Quantidade
2. Redução de ~10,5% usando a média do intervalo.
Demanda Perfeitamente Inelástica a Preço:
Elasticidade = 0

Preço
Demanda

$5
4
1. Um
aumento
no preço...

0 100 Quantidade
2. ...deixa a quantidade demandada inalterada.
Demanda Elástica
Elast. preço no arco ~ 3,05
Preço  Se preço aumenta em
22%, demanda cai em
22% x 3,05 = 67,5%.

$5
4 Demanda
1. Aumento
de 22% no
preço, usando
$4,5 como
referência
0 50 100 Quantidade
2. Redução de 67% na quantidade demandada, usando 75 como
referência.
Demanda Perfeitamente Elástica a Preço

Preço
1. A qualquer preço
superior a $4, a quantidade
demandada é zero.
$4 Demanda
2. A um preço exatamente
de $4, os consumidores
compram qualquer quantidade

0 Quantidade
3. Com preços menores que $4,
a quantidade demandada é infinita.
Preço
Elasticidade é
$7 maior
que 1.
6

5
Elasticidade é
4 menor
que 1.
3

0 2 4 6 8 10 12 14
Quantidade
Elasticidade Preço da Demanda
• A demanda tende a ser mais preço elástica:
. . . se o bem for de luxo
. . . se maior o período analisado (longo prazo)
. . . se maior o número de bens substitutos
. . . se mais restrito o mercado (marcas de sal)

• A demanda tende a ser mais preço inelástica:


. . . se o bem for uma necessidade
. . . se menor o período analisado (curto prazo)
. . . se menor o número de bens substitutos
. . . se mais amplo o mercado (sal)
ELASTICIDADE PREÇO DA DEMANDA NOS ESTADOS UNIDOS

Viagem aérea (curto prazo) 0.1 Viagens aéreas (longo prazo) 2.4

Gasolina (curto prazo) 0.2 Gasolina (longo prazo) 0.7

Gás natural residencial (curto prazo) 0.2 Gás natural residencial (longo prazo) 0.7

Pneus (curto prazo) 0.9 Pneus (longo prazo) 1.2


ELASTICIDADE RENDA

 % demanda
Elast . renda 
 % renda

• Bem luxo (supérfluo) tende a possuir εrenda > 1

• Bem necessário (essencial) tende a possuir εrenda < 1


Despesas monetárias e não monetárias: participação na despesa total (%) por classes de rendimento familiar mensal
Total Até 830 830 a 1245 1245 a 2490 2490 a 4150 4150 a 6225 6225 a 10375 > 10375
Despesa total (R$ milhões) 151.844 9.315 11.328 30.732 27.854 19.979 21.551 31.086
Despesa média (R$) 745 1.125 1.810 3.133 4.778 7.196 14.098
Alimentação 16,1 27,8 24,8 20,9 16,7 13,7 11,7 8,5
Energia elétrica 2,3 3,5 3,4 3,1 2,5 2,1 1,6 1,2
Telefone celular 1,0 0,8 0,9 1,0 1,0 1,1 1,1 0,9
Pacote telef., TV e Int. 0,6 0,1 0,2 0,4 0,7 0,9 0,7 0,7
Vestuário 4,5 5,4 5,2 5,3 5,0 4,2 4,0 3,2
Gasolina 2,6 1,4 1,7 2,5 3,2 3,2 3,0 2,4
Aquisição de veículos 6,9 2,4 3,0 4,5 6,5 8,0 10,3 9,4
Viagens esporádicas 1,2 0,8 0,8 0,8 1,0 1,1 1,6 2,0
Plano/seguro-saúde 1,7 0,3 0,5 1,1 1,8 2,1 2,5 2,4
Trat.médico/ambulat. 0,1 0,0 0,0 0,0 0,0 0,1 0,1 0,3
Educação 2,5 0,9 1,2 1,6 2,4 3,0 4,0 2,9
Livros e revistas 0,3 0,1 0,1 0,2 0,2 0,3 0,4 0,4
Fumo 0,4 0,9 0,8 0,7 0,5 0,3 0,2 0,2
Serv. Bancários 0,4 0,1 0,2 0,3 0,5 0,4 0,5 0,4
Previd. Privada 0,2 0,0 0,0 0,0 0,1 0,1 0,2 0,6
Elasticidade Renda com base na despesa média familiar de cada faixa. Despesa total é proxy para renda
745 para 1125 para 1810 para 3133 para 4778 para 7196 para
1.125 1810 3133 4778 7196 14098
Alimentação 0,7 0,6 0,5 0,5 0,6 0,4
Energia elétrica 0,9 0,7 0,5 0,5 0,3 0,5
Telefone celular 1,5 1,3 1,1 1,1 1,0 0,7
Pacote telef., TV e Int. 2,1 4,8 2,8 2,0 0,5 0,8
Vestuário 0,9 1,1 0,8 0,6 0,9 0,6
Gasolina 1,5 2,4 1,6 1,0 0,8 0,6
Aquisição de veículos 1,7 2,4 2,1 1,7 1,8 0,8
Viagens esporádicas 1,0 1,1 1,4 1,4 2,4 1,5
Plano/seguro-saúde 2,5 4,3 2,7 1,4 1,6 0,9
Trat.médico/ambulat. 0,5 0,5 2,5 2,8 5,5 3,3
Educação 1,8 2,0 2,2 1,8 1,9 0,4
Livros e revistas 1,0 2,4 1,4 1,8 2,1 0,8
Fumo 0,6 0,6 0,2 0,0 0,1 0,6
ELASTICIDADE RENDA

• E como verificar a elasticidade renda ao longo dos anos?


• Exemplos:
▫ Se usar o PIB como medida de renda:

 % demanda
Elast. renda 
 % PIB

▫ Se usar massa salarial:

 % demanda
Elast.renda 
 % massa salarial
MASSA SALARIAL REAL E
VOL. VENDAS NO COMÉRCIO VAREJISTA (VARIAÇÃO ANUAL %)

11
Elaboração própria: Mauro Sayar Ferreira

3 Massa Salarial Real (var.anual %)


variação %

Vol.Vendas Varejo (var.anual %)

1
2008 2009 2010 2011 2012 2013
ELASTICIDADE RENDA DA DEMANDA: Δ% demanda
Elast.renda =
Δ% massa salarial

2008 2009 2010 2011 2012 2013 Média


Total 1,9 1,3 1,3 1,3 1,4 1,4
Veíc., motos, peças 3,5 1,7 1,2 1,1 0,6 1,6
Mat. Construção -2,1 1,9 1,8 1,2 2,3 1,0
Combust. e lubrificantes 0,3 0,8 0,3 1,0 2,0 1,0

2,7 1,1 0,8 1,3 0,8 1,2


Superm., aliment., bebid.
Tecidos, vest., calçados -0,9 1,3 0,7 0,5 1,1 0,6
Móveis e eletrodomést. 0,7 2,3 3,3 1,8 2,0 2,0

3,8 1,5 1,9 1,6 3,0 2,3


Pr. farm-médic, perf..,cosmét.
Livros, jornais, revist./papel. 3,1 1,5 1,2 0,8 0,9 1,5

Eq. p/ escrit., info. e com. 3,4 3,0 3,9 1,1 0,9 2,8
Elaboração própria: Mauro Sayar Ferreira
Elasticidade Preço da Demanda (εp/d) e
Receita
Receita (R) de uma empresa: R = P X Q

R R
Diferencial total de R: dR 
P
dP 
Q
dQ  Qdp  PdQ

 P dQ 
Manuseando dR
QP
dQ
dQ  Q1  
  Q 1   p / d 
dP dP  Q dP 

Se demanda elástica a P (εp/d > 1): dR/dP < 0

Se demanda inelástica a P (εp/d < 1): dR/dP > 0

Se elasticidade preço unitária (εp/d = 1): dR/dP = 0


Elasticidade Preço da Oferta
• A elasticidade preço da oferta é a variação
percentual da quantidade ofertada dividida pela
variação percentual do preço.
 % oferta
Elast. preço.oferta 
% preço

– Oferta elástica a preço: ES > 1


– Oferta inelástica a preço: ES < 1
– Oferta com elasticidade preço unitária: ES = 1
Elasticidade Preço da Oferta
• Depende da habilidade dos ofertantes alterarem a
quantidade ofertada

 Área em frente à praia é inelástica.

 Livros, carros, ou bens manufaturados são mais elásticos.

• Período de tempo.

 A oferta é mais elástica no longo prazo.


Impacto do aumento da
produtividade do trigo
Preço do Quando a demanda é inelástica,
Trigo um aumento na oferta reduz a receita

S1 S2
Elast.demanda = -0,3
$3

Demanda

0 100 110 Quantidade de Trigo


(a) O Mercado de petróleo no curto prazo (b) O Mercado de petróleo no longo prazo

Curto prazo: oferta Longo prazo: oferta e


Preço do Preço do
e demanda inelásticos demanda elásticos
óleo óleo

S2
S1 S2
S1
P2
P2

P1 P1

Demanda
Demanda
0 Quantidade de petróleo 0 Quantidade de petróleo
(a) Política de combate à (b) Política de educação
oferta de drogas sobre malefícios das drogas
Preço das Preço das
Drogas Drogas Educação reduz
a demanda por drogas ...
S2 Oferta
P S1
2 P1

P1 P2

Demanda D1
D2
0 Q2 Q 1 Quantidade 0 Q2 Q1 Quantidade
de drogas de drogas

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