Universidade Federal do Amazonas Faculdade

de Estudos Sociais Departamento de Economia

e Análise

Desenvolvimento Socioeconômico

Igor Moura

Joelson Araújo

Juliana Frank

Laryssa Rocha

Manaus, AM 2013

Questões

1- Relacione revolução energética, revolução nos transportes e expansão

exportadora com a Revolução Industrial americana.

Os Estados Unidos tiveram uma grande influência da Inglaterra para que

tivessem sua própria Revolução Industrial, visando o grande lucro e rápida
produção que a mesma proporcionava. Entre os anos de 1880 a 1930 mais de
27 milhões de pessoas entraram nos EUA, trazendo consigo o capital que
vinha de seu país de origem, inclusive, tendo uma mão-de-obra qualificada.

Vários processos industriais feitos nos Estados Unidos eram versões

adaptadas e melhor empregadas da versão inglesa. Um exemplo disso era a
Revolução Energética. Assim como era feito na Inglaterra, a indústria
siderúrgica teve um grande avanço por conta da revolução energética, o carvão
mineral passou a ser usado como redutor do minério de ferro e a adaptação da
máquina a vapor para fins de produção industrial.

Tratando-se de transporte, os Estados Unidos deixava a desejar, possuindo

ainda um meio de transporte conduzido por animais. Porém, o Governo decidiu
intervir nesse problema, construindo rodovias e investindo na melhoria da
navegabilidade de rios por todo o país. Como resultado, o desenvolvimento dos
meios de transporte por rodoviárias, fluvial e ferroviária proporcionou a
integração espacial dos diferentes mercados nos EUA, dinamizando as
economias regionais e o país como um todo.

Tanto as revoluções da agricultura, da indústria e dos transportes nos EUA,

ocorreram simultaneamente tendo impulsionado fortemente o mercado interno.
Com a dinamização da economia, foi possível dar um grande passo no
processo de industrialização. Logo estavam sendo utilizados tratores a vapor e
mais tarde tratores a gasolina. Isso gerou um avanço na produtividade agrícola,
que foi capaz de suprir a falta de mão-de-obra em áreas extensas.

Esse avanço na economia proporcionou um extraordinário crescimento do

comércio exterior. Entre 1860 e 1910, as exportações norte-americanas
aumentaram em cinco vezes, gerando um enorme superávit na balança de
pagamentos. Os principais produtos exportados eram: algodão, milho, carnes,
couros e trigo. É importante ressaltar, que essa exportação só foi possível por
conta da revolução industrial, que expandiu rapidamente a produção total e a
produtividade do trabalho.

2- Explique a importância da base exportadora no desenvolvimento da

Inglaterra, EUA, e Japão.

Inglaterra

O aumento da população inglesa, ocasionada pela revolução agrícola, a

redução nos custos de transportes - decorrente da revolução dos transportes -
e as inovações tecnológicas, proporcionou a expansão da economia inglesa.
Chamada de fase concorrencial da Revolução Industrial, ou seja, oferta de mão
de obra alta e salários constantes.

As emigrações para as colônias e a grande oferta de empregos ocasionaram,

em longo prazo, a escassez de mão de obra. O aumento nos salários fez com
que a política econômica do estado Inglês mudasse, e então, foi revogada a lei
do trigo e difundida a abolição da escravatura no mundo a fim de expandir o
mercado interno e externo.

Dessa forma, o Estado, como uma forma de evitar a queda na taxa de lucro,
atuou com medidas em que houvesse a livre importação de alimentos e
matérias-primas industriais, incentivar o surgimento de novos centros
industriais pelo mundo com a exportação de bens de capitais, e expansão das
exportações de bens de consumo para as colônias inglesas. Dessa forma,
estima-se que a renda per capita da Inglaterra aumentou 25%, mesmo com a
expansão populacional.

O aumento dessa renda gerava aumento na produtividade, aumentando a

oferta, e a demanda crescia em virtude do aumento da população e com os
novos mercados de exportação. Além disso, os emigrantes que se dirigiam
para outras colônias consumiam como anteriormente, contribuindo para as
exportações inglesas, desencadeando um aumento da escala das firmas, uma
baixa dos preços e assim, um aumento dos salários reais. Isto colaborou com o
desenvolvimento econômico na Inglaterra, visto que uma elevação no
crescimento da renda, o consumo, assim como os investimentos e inovações
técnicas aumentaram.

EUA

O desenvolvimento nos Estados Unidos inicialmente se deu pela migração de

mão de obra especializada inglesa. Quanto ao início do processo de
industrialização, a agricultura Estadunidense foi de grande importância, tendo
em vista que as divisas providas pelas exportações dos produtos agrícolas
financiavam as importações de bens de capital, sendo assim, fomentando o
mercado interno.

Transformações tecnológicas na agricultura foram a base para o aumento na

renda agrícola, e a expansão industrial urbana, por sua vez, estimula o
aumento do setor do mercado interno, gerando assim a Revolução Industrial
Americana.

A revolução ferroviária, junto com a revolução siderúrgica, foi de grande

importância ajudando a diminuir os custos de transportes e a interagir os
diferentes mercados dos EUA.
Japão

A implantação do comércio exterior não foi facilmente aceito no Japão, quando

comparado aos outros países, principalmente por conta da política isolacionista
de seu chefe militar, Xogum. Entretanto, por meio de acordos comerciais e até
mesmo algumas pressões internacionais dos EUA, por exemplo, o Japão deu
início a um novo ciclo, a Restauração Meiji, que permitiu a abertura de seus
portos para a entrada e saída de mercadorias estrangeiras, visando assim o
desenvolvimento econômico, político e social do país. Tendo isto em vista, o
principal objetivo do imperador Meiji era ampliar o poder tanto econômico
quanto político do Japão, para se tornar um país relevante exercendo influência
para com os demais. Para tanto, buscou centralizar o poder político,
econômico e militar, e isso permitiu que o mesmo centralizasse as exportações
e importações necessárias. Além disso, procurou “ocidentalizar” o país, com a
finalidade de obter conhecimentos de diversos setores dos países mais
desenvolvidos.

É importante ressaltar que a produção em pequena escala, como os

minifúndios na agricultura e pequenas indústrias rurais e urbanas, contribuiu
para o desenvolvimento econômico do Japão. E de maneira distinta dos
Estados Unidos e da Inglaterra, as grandes empresas que foram surgindo ao
decorrer do tempo não descartavam a importância das pequenas empresas, as
quais forneciam peças e componentes de diferentes departamentos.

Ainda tendo este mesmo período em pauta, observamos que o processo de

mecanização se expandia na indústria, o que impulsionou mais ainda a
industrialização. Sendo assim, é notável que a produção industrial japonesa
cresceu, sendo as importações – financiadas pelas exportações – de
matériasprimas para máquinas e equipamentos, foi de grande relevância para a
indústria. Portanto, as exportações tiveram forte influência sobre o
desenvolvimento econômico japonês, visto que além de financiar as
importações, fomentava o mercado interno e amenizava os efeitos negativos de
crises externas.