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O Segundo Selo
Todas as emoções são dor. Nós aceitamos que certas emoções,
como a raiva ou o ciúme, são dor. Mas o que dizer do amor e do
carinho, da bondade e da devoção? O que dizer dessas emoções
que são agradáveis, belas, adoráveis? Nós não as encaramos como
sendo dor. No entanto, as emoções implicam em dualidade, o que,
ao final, cria sofrimento. Emoções como o choro, a dor, a raiva, são
na verdade apenas o amadurecimento de emoções mais sutis;
surgem no final de um processo. Elas são as menos perigosas e
logo se exaurem. A causa é a verdadeira emoção, a mente
dualista, e isso inclui quase todos os pensamentos que temos.
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O Terceiro Selo
Todos os fenômenos são desprovidos de existência intrínseca.
Aqui estamos falando de shunyata, vacuidade. Quando dizemos
todos os fenômenos, isso inclui todas as coisas, até mesmo o
Buddha, a iluminação ou o caminho. Os buddhistas definem
fenômeno como algo que possui características e que seja um
objeto percebido por um sujeito. É a ignorância que toma o objeto
como algo externo e faz com que ignoremos a verdade daquele
fenômeno. A verdade do fenômeno é o que denominamos shunyata,
vacuidade, o que dá a entender que ele não possui uma essência
que exista verdadeiramente.
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O Quarto Selo
Com a explicação dada sobre a vacuidade acho que de algum
modo já descobrimos que o nirvana está além dos extremos. Esse
último selo também é um ponto de vista único ao buddhismo. Em
muitas filosofias ou religiões a meta final é alguma coisa na qual
podemos nos firmar, a qual podemos conservar: “a meta final é a
única coisa verdadeira que existe”. No buddhismo, porém, a meta
não é fabricada; por isso não pode ser guardada. Por isso dizemos:
ela está “além dos extremos”. Talvez imaginemos que, de algum
modo, poderíamos ir para um lugar onde houvesse um sofá melhor,
um chuveiro melhor, uma rede de esgotos melhor, algum tipo de
nirvana onde você não precisa nem mesmo de controle remoto,
onde todas as coisas aparecem no momento em que você pensa
nelas. No entanto, como disse antes, nós não introduzimos alguma
coisa que não estava presente antes. A meta é alcançada quando
removemos o que havia de artificial e obscurecedor. Não ficamos
apegados a uma verdade última dotada de existência real, a um
nirvana que realmente existe.