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Síntese do artigo “Na Vida Dez na Escola Zero”

No artigo “Na Vida Dez na Escola Zero” é realizado um estudo com crianças de baixa renda
e em idade escolar, comparando suas competências matemáticas em problemas informais (como o
calculo do troco de uma venda realizada na feira, onde muitas delas trabalhavam) e problemas
formais (como 100 – 85 na forma abstrata) para analisar como crianças que muitas vezes não tem o
desempenho satisfatório na escola conseguem, no ambiente informal, resolver problemas que não
conseguiriam pelos métodos formais.
A pesquisa foi feita da seguinte forma: a criança era submetida a um teste informal onde o
pesquisador fazia papel de um freguês que estava comprando algo da criança, nessa interação era
lançado o problema matemático, como o preço de um coco é 3, qual o preço de 5 cocos? O
pesquisador-freguês analisava não só o resultado mas também o processo do qual a criança utilizou
para resolver o problema. Após o teste informal o mesmo pesquisador, dias depois, aplicava um
teste formal com os mesmos tipos de contas mas dessa vez utilizando da linguagem matemática
escolar, e novamente analisava os métodos de resolução e raciocínio da criança.
O resultado obtido da pesquisa mostra justamente as crianças tendo mais acertos no teste
informal, oque a primeira vista pode parecer contraditório já que muitos dos problemas eram
resolvidos de cabeça e sem o auxílio das ferramentas matemáticas tradicionais. Mas numa análise
posterior esses resultados nos mostram como as concepções do ensino de matemática tradicionais –
abstratas e descoladas dos conhecimentos práticos prévios dos alunos – tem suas limitações. Ao
tratar a matemática como “pura” e quase metafísica, as noções de resolução de problemas que esses
alunos tem, em alguma medida, já desenvolvidos, são escanteadas para dar lugar as concepções
puras escolares, reconstruindo muitas dessas noções, já estabelecidas pelo meio informal, do zero,
não mostrando a relação intrínseca dessas concepções praticas com o conhecimento escolar,
basicamente, inutilizando-as no processo de ensino-aprendizagem.
Esse é justamente o objetivo do artigo, ao demonstrar essas defasagens no ensino da
matemática, busca propor novas formas de pensar esse ensino que incorporem no conhecimento
científico escolar de forma mais satisfatória essas crianças.

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