Você está na página 1de 2

A invenção do percurso moderno por Burle Marx.

Camila Cadaval Pamplona de Almeida


Orientação: Ana Alves Costa | Carla Garrido

Paisagismo | Moderno | Percurso | Paisagem | Interdisciplinaridade


Teoria e história de projeto.

O trabalho terá como tema o arquiteto paisagista Roberto Burle Marx.

Arquiteto, pintor e escultor. Com uma inventividade e exuberância plástica, seus jardins exprimem com
clareza a união destas três disciplinas. Transpondo um princípio de organização da pintura moderna para
a Natureza viva, em uma complexidade muito maior do que a de uma superfície de tela, Burle Marx realiza
uma composição que se dá com elementos sazonais, que nascem e morrem, mudam de cor e textura, uma
verdadeira pintura em constante metamorfose.

Esse personagem central do paisagismo do século XX, ambienta as arquiteturas, liga-as ao terreno, quebra
seu geometrismo. Este pintor de formação, faz o elo entre o espaço livre e o espaço edificado, num jogo de
composição com a arquitetura e a paisagem, onde tudo está intimamente ligado. O jardim ganha, portanto,
a condição de papel central na qualificação dos espaços construídos e na afirmação do espírito do lugar.

Desta forma, no âmbito da teoria e história de seus projetos e de seus processos criativos, pretende-se
compreender essa interdisciplinaridade presente no seu trabalho e clarificar os processos que constituíram
algumas questões essenciais da produção de Burle Marx, em meio ao debate cultural de seu tempo,
buscando suas conexões com a modernidade brasileira e com fenômenos históricos mais remotos.

O objetivo da futura dissertação seria de contribuir para a disseminação da importância que foi essa
persona, de quem parece muito se conhecer, mas pouco se sabe.
Não parecem existir dúvidas quanto ao domínio que Burle Marx possui do espaço arquitetónico e a sua
importância na trajetória da arquitetura mundial. Infelizmente, o conhecimento sobre seu trabalho entre os
arquitetos da minha geração parece ser quase nula.
O objetivo é colocar em questão a importância da interação entre edificado e espaço livre\jardim, o papel
do paisagista, que em muitos casos é o que resulta no sucesso de um projeto arquitetónico.

Metodologia

O trabalho será baseado em livros de acervo próprio e também no acesso a bibliotecas de várias
universidades, especialmente FAUP, FCUP e FBAUP. Além disso, consultas pela internet, através de
repositórios online de outras universidades, como FAU UFRJ e FAUUSP.

No âmbito de conseguir reunir um material mais informal e de cunho mais pessoal, tentará se estabelecer
uma ligação com antigos colaboradores de Roberto Burle Marx, como José Tabacow e os atuais sócios do
escritório, situado no Rio de Janeiro, Isabela Ono (atual diretora geral executiva), Julio Ono e Gustavo
Leivas (sócios do Escritório). Além disso, a recolha de materiais gráficos in loco que será disponibilizada
pelo Instituto Burle Marx e pelo Sítio Burle Marx.

Bibliografia

TABACOW, José. Roberto Burle Marx: arte e paisagem. São Paulo: Studio Nobel, 2004.

DOURADO, Guilherme Mazza. Modernidade verde: jardins de Burle Marx. São Paulo: SENAC, 2009.

MONTEIRO, Marta Iris, Burle Marx: paisajes líricos. Buenos Aires: Iris, 1997.

Você também pode gostar