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ECONOMETRIA DE SÉRIES TEMPORAIS

Prof. Kaio Alves


TESTE 1 - Abordagem clássica de séries de tempo

1) Qual o significado de raíz unitária?


R: Em termos gerais, a expressão raiz unitária significa que uma suposta série
temporal é não-estacionária. Tecnicamente falando, o termo se refere à raiz do
polinômio no operador de defasagem.

2) Qual o significado de cointegração?


R: Diz-se que duas variáveis são co-integradas se existir entre elas uma relação
estável no longo prazo, mesmo que ambas sejam individualmente não-estacionárias.
Nesse caso, a regressão de uma dessas variáveis contra a outra não é espúria.

3) Qual a diferença, se há alguma, entre os testes de raiz unitária e os de


cointegração?
R: Os testes de raiz unitária são realizados em séries temporais individuais. A co-
integração lida com a relação entre as variáveis de um grupo em que
(incondicionalmente) cada uma tem uma raiz unitária.

4) Qual a ligação entre cointegração e regressão espúria?


R: Se uma variável não-estacionária for regressada contra outra variável também
não-estacionária, é possível que a regressão resultante passe nos testes estatísticos
habituais (valor R² alto, razões t significativas etc.) mesmo que, a priori, tal relação
entre as duas não seja esperada, especialmente se elas não forem co-integradas. Se,
no entanto, as duas variáveis forem co-integradas, mesmo que sejam individualmente
não-estacionárias, então é possível que tal regressão não seja espúria.

5) O que é o mecanismo de correção de erro? Qual sua relação com a cointegração?


R: A co-integração implica uma relação de longo prazo, ou equilíbrio, entre duas
(ou mais) variáveis. No curto prazo pode, no entanto, haver desequilíbrio entre elas. O
mecanismo de correção de erro (MCE) restaura o equilíbrio no longo prazo entre as
variáveis.

6) Com base nos dados sobre as novas construções do setor privado britânico (X)
para o período de 1948 a 1984, Terence Mills obteve os seguintes resultados da
regressão:

Nota: o valor crítico de τ no nível de 5% é -2,95 e o valor crítico τ no nível de 10% é


-2,60.]
a) Com base nesses resultados, a série temporal de novas construções é
estacionária ou não estacionária? Por outro lado, há uma raiz unitária
nessa série temporal? Como você sabe disso?
R: Como | τ | é menor que o valor | τ | crítico, parece que a série temporal de
novas construções é não estacionária. Há nela, portanto, uma raiz unitária.

b) Se você fosse utilizar o teste t habitual, o valor t observado seria


estatisticamente significativo? Com base nisso, você concluiria que essa
série temporal é estacionária?
R: Habitualmente, um valor t absoluto tal como 2,35 ou maior seria
significativo no nível de 5%, mas devido à situação da raiz unitária o valor
real de | t | neste caso é 2,95 e não 2,35. Este exemplo mostra por que devemos
ser cuidadosos ao empregar indiscriminadamente a estatística t.

c) Agora considere os seguintes resultados da regressão:

em que Δ2 é o operador das segundas diferenças, isto é, a primeira diferença da


primeira diferença. O valor τ estimado é agora estatisticamente significativo.
O que você pode dizer sobre a estacionariedade da série temporal em
questão?
Nota: o propósito da regressão anterior é descobrir se há uma segunda raiz
unitária na série temporal.
R: Como o | τ | de ΔXt-1 é muito maior que o valor crítico correspondente,
concluímos que não há uma segunda raiz unitária na série temporal de novas
construções.

7) Com base nos dados para o período de 1971-I a 1988-IV no Canadá, os


seguintes resultados da regressão foram obtidos:

em que M1 é a oferta de moeda, PIB é o produto interno bruto, ambos medidos em


bilhões de dólares canadenses e ln é o logaritmo natural.
a) Interprete as regressões (1) e (2)
R: A regressão (1) mostra que a elasticidade de M1 em relação ao PIB é de
aproximadamente 1.60, que parece estatisticamente significativo, já que o
valor t desse coeficiente é muito alto. Mas observando o valor d suspeitamos
de que haja correlação nos termos de erro ou de que a regressão seja espúria.

b) Você suspeita que a regressão (1) seja espúria? Por quê?


R: Ainda há relação positiva entre as duas variáveis na forma de primeira
diferença, mas agora o coeficiente de elasticidade caiu muitíssimo. Sim, os
valores d possivelmente sugerem que não há problema de correlação serial,
mas a queda significativa do coeficiente de elasticidade indica que o problema
pode ser de ausência de co-integração entre as variáveis.

c) A regressão (2) é espúria? Como você sabe disso? Com base nos
resultados da regressão (3), você modificaria sua conclusão de (b)? Por
quê?
R: Parece, pela regressão (3), que as duas variáveis são co-integradas, pois o
valor τ crítico a 5% é 1,9495 e o estimado é mais negativo que isso. Contudo,
o τ crítico a 1% é 2,6227, sugerindo que elas não são co-integradas. Se
levarmos em conta o intercepto e este e mais a tendência na Equação (3),
então o teste DF mostrará que as variáveis não são co-integradas.

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