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[EQ UFRJ 2017.2] P1 Cinética [prof.

Mônica][por Rafael Ratier]

Capítulo 1 – Conceitos Básicos em Cinética Química e Reatores


O mais complicado desse capítulo são as nomenclaturas e representações. Veja a reação
acontecendo no volume de controle abaixo:

aA + bB  cC + dD

Como em qualquer balanço em volumes de controles, podemos escrever que:

Se tratando de uma reação ocorrendo em um reator químico, podemos escrever o balanço


acima da seguinte forma:

Lendo: A Vazão F de uma espécie química “j” que entra no volume de controle menos a vazão
de saída do VC dessa mesma espécie, somada a geração da mesma dentro do VC é igual À
variação de mols em função do tempo. Assim, entendemos por:

  Vazão molar de entrada da espécie “j”


  Vazão molar de saída da espécie “j”
  Termo de taxa de geração da espécie “j”. A geração é uma integral de
volume de mosto (integral tripla) da taxa da espécie “j”.
  Derivada temporal do número de mols de da espécie “j”

Perceba que cada um dos termos possui a mesma unidade de medida nesse exemplo: mols por
tempo. Claro, deve haver consistência dimensional. Veja que falamos sobre taxa. A taxa da
reação química é uma medida de quão rápido ela evoluí, e é comumente apresentada aqui
com a letra “r” e um subscrito representando à qual espécie a taxa se refere. No ensino médio,
essa taxa costumava ser chamada de velocidade e era representada pela letra “v”. Agora,
trataremos taxa de reação da seguinte forma:

  taxa de aparecimento do produto C


  taxa de desaparecimento do reagente A

Cuidado com o sinal de menos, ele não está indicando algo negativo ou uma conta e apenas
representando uma taxa referente à reagentes. Taxas de reação química são funções de
temperatura e concentração de espécies químicas. De forma geral, escrevemos:


Veremos diversos modelos de taxas ao longo do curso.

Existem três tipos, essencialmente, de reatores químicos: o em batelada,o contínuo e o


tubular. Vejamos o balanço pra esses casos:
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Reator Batelada
Todo o volume de mosto é posto no reator e a reação evolui. O volume só é retirado quando a
reação é cessada.

Isso implica em vazões de entrada e saída de uma espécie “j” qualquer nula, logo:

Em um reator batelada ideal, a concentração da espécie “j” deve ser uniformemente


distribuída pelo volume do mosto, à todo tempo. Isso implica que, se também mantivermos T
constante, a taxa de reação passa a ser uma constante, e logo teremos:



Onde “ ” é a concentração da espécie “j”. Reatores batelada operam 100% do tempo em


estado transiente.

Reator Contínuo
Em reatores contínuos, a simplificação anterior não pode ser feita. No entanto, considerando
um reator de mistura ideal (CSTR), que opera em estado estacionário durante a maior parte
do tempo (parte do tempo é em estado transiente, que se mantém até o estacionário ser
alcançado), à T constante e com a concentração da espécie “j” uniformemente distribuída pelo
volume do mosto, é válido dizer que:

E logo:




Reator tubular
Reatores tubulares ideais (PFR) fazem a reação acontecer ao longo do percurso horizontal do
tubo, sem, no entanto, haver mistura (o que implica que a variação de concentração de uma
espécie “j” é nula se for ao longo do raio, mas não nula se ao longo do comprimento. Para
alcançar isso, o fluido deve escoar com um perfil uniforme de velocidades. Não há mistura no
reator, mas, obviamente, os reagentes foram misturados antes de entrar nele para se iniciar a
reação). Além disso, mantém-se um regime de escoamento turbulento e temperatura
constante.
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Em uma fatia bem fina desse tubo, isto é, um cilindro de altura (ou comprimento, se você
considera-lo deitado) muito pequeno, temos:







Como a fatia é fina, . Perceba que a última fórmula acima assume a forma da definição
de uma derivada. Assim:

Resumo
Em suma, a expressão pra casos super simples e idealizados, dos três tipos de reatores, é :

Reator batelada ideal

Reator contínuo ideal

Reator tubular ideal


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Equação de Projeto de Reator


Quando projetamos um reator, devemos saber o que estamos fazendo. Conhecer o processo,
o tanque, e todos os outros parâmetros. Ou seja, devemos projetar. Afinal, ninguém quer
tentar a sorte e acabar jogando 10000L de cerveja fora porque fez algo errado no tanque né?

Em uma reação química, podemos falar de conversão. Conversão é uma razão entre o que se
perde de um reagente sobre o que se forneceu ao reator. Portanto, é muito importante frisar:
NÃO TEM CONVERSÃO DE PRODUTO. Se essa razão for 1, então todo reagente fornecido
reagiu e ajudou a formar produto. Logo o reagente em questão não limita a reação. Se essa
razão for 0, então nada reagiu, e portanto, sua reação não ocorreu. Assim:

Nessa representação, estamos considerando que “A” é um reagente limitante (afinal se


fosse sempre 1, pra que usaríamos ele nas contas). Iremos escrever ao longo do curso muitos
parâmetros como funções da conversão dos reagentes limitantes. Qualquer reagente, ou seja,
não só A, pode ser limitante dependendo da situação em que se encontra.

A expressão matemática da conversão varia com o tipo de reator:

Batelada

Assim:


Lembrar que, pra reatores batelada:

Mas se trata do reagente A, escrevemos:

O sinal de negativo foi adicionado por que a derivada é negativa. Se o número de mols de A
diminuí com o tempo...O que queremos é sempre escrever a taxa como um número positivo.
Se é uma taxa de aparecimento ou desaparecimento vai depender da representação

Dessa expressão, substituímos “ ”:




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Projeta-se o reator batelada para que o tempo de reação seja uma função da quantidade de
reagente limitante, do volume de mosto desejado, da taxa da reação química e da conversão
desejada.

Contínuo

Se o balanço é:

Em regime permanente ele fica:


Tubular


Se tínhamos chegado à conclusão que:

Então Temos:




Resumo
Tipo de reator Expressão da conversão Equação de projeto

Batelada ideal

Contínuo ideal

Tubular ideal
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Capítulo 2 – Estequiometria, Termodinâmica das Reações Químicas


e Taxa de Reação
Vamos introduzir agora um outro parâmetro diferente da conversão: O grau de avanço ou de
extensão de uma reação. Definimos como:

Logo, em uma reação do tipo:

aA + bB  cC + dD
Temos que:

Ou ainda, de forma genérica:

Onde “i” é uma espécie química qualquer, o subscrito “0” significa inicial e “ ” é o coeficiente
estequiométrico da espécie “i”, de forma que:

As definições acima vêm da chamada lei das proporções definidas. Tendo em vista isso, é
natural pensar na seguinte relação entre as variáveis de progresso reacional:

Perceba que, diferentemente de conversão, o conceito de grau de avanço vale tanto pra
reagentes quanto pra produtos.

Um outro parâmetro bom pra definir é a razão entre a quantidade inicial de um reagente
e/ou produto e a quantidade inicial de um agente limitante. Definimos como:

Lembrando que qualquer reagente pode ser limitante, não necessariamente o “A”. Estamos
usando sempre ele só pra facilitar a matemática.

Em suma, os três principais parâmetros aprendidos até agora são:


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Podemos escrever uns em função dos outros ou mesmo usá-los nas expressões de taxa e
outras fórmulas. Portanto, é bom não esquecer seus conceitos. Com manipulações
matemáticas bem simples, por exemplo, podemos chegar à:

Onde “ ” é o valor do grau de avanço quando a quantidade final de A é 0, isto é, quando


“ ”.

Podemos ainda escrever expressões para as concentrações das espécies químicas em


determinadas reações. Veja:

Sistemas em Batelada à Volume Constante ( )

Onde “A” é o reagente limitante, “a” é seu coeficiente estequiométrico e “i” é uma espécie
química qualquer da reação. Se “i=A”, a expressão fica:

A expressão acima provém da definição de concentração, número de mols por volume.


Expressando o número de mols em função de , e chegamos na fórmula em
questão.

Sistemas em Batelada à Volume Variável ( )

Onde “ ” é o fator de contração ou expansão volumétrica. Esse fator depende somente dos
coeficientes estequiométricos e da composição inicial (logo, independe da conversão). Trata-se
de uma grandeza intensiva de expressão:

Onde “ ”, isto é, é a razão entre a pressão parcial inicial do reagente limitante


pela pressão inicial do sistema ou entre mols iniciais de A e mols iniciais totais.

A fórmula da concentração da espécie “i” foi obtida a partir das seguintes expressões e da
consideração que Z, P e T no processo são constantes:


A expressão da concentração da espécie “i” fica da seguinte forma quando “i=A”:

O sinal de “ ” nos fornece as seguintes informações sobre o sistema:


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Portanto, a expressão para volume variável é uma generalização dos casos de sistema em
bateladas. Perceba que torna sua expressão igual à expressão para volume constante
anteriormente apresentada.

Sistemas Contínuos à Volume Constante e Variável


A expressão nesses casos é igual às expressões pra sistemas em batelada. O que muda é o
ponto de partida pra obtenção do mesmo.

Se para em sistemas em batelada à V=cte usamos como definição para concentração:

Agora usaremos a definição para concentração:

Isto é, a concentração é uma razão entre a vazão molar e a vazão volumétrica

Igualmente, a definição anterior:

É alterada para:

Resumo
Equação Global (Batelada e Contínuo)

Definições
Batelada Contínuo

PS: Existe uma equação global para o volume ou a vazão volumétrica:


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Note que assumir “ ” nos diz que o volume ou a vazão molar são constantes

Termodinâmica das reações químicas


Alguns conceitos de termodinâmica são importantes e serão, de forma não aprofundada,
tratados a seguir.

Podemos definir reações químicas como:

 Exotérmicas  Que liberam calor


 Endotérmicas  Que absorvem calor

Ambas podem ser identificadas a partir do sinal da variação de entalpia do sistema durante a
reação. Em uma reação à T e P constantes, temos:

A energia dos produtos pode ser maior ou menor que a dos reagentes. Quando ela é maior...:

Quando ela é menor...:

Graficamente, temos:

Acima, o gráfico de uma reação exotérmica (veja que pra ter havido liberação de energia, só é
possível que a energia dos produtos seja menor que a dos reagentes). Existe, para cada reação,
uma barreira energética chamada energia de ativação que, sem ela, nada ocorre. A função dos
catalisadores é diminuir essa energia de ativação, tornando a reação mais fácil.

A elevação de temperatura:
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 Favorece reações endotérmicas


 Desfavorece reações exotérmicas

Isso é fácil de se notar se lembrarmos que elevar a temperatura é fornecer mais energia pra
um sistema. Pense: qual tipo de reação se beneficiaria de mais energia presente no sistema? A
reação que a libera ou a reação que a absorve?

“ ” pode ser entendido como a variação de entalpia da transformação reagentes 


produtos. Quando não é possível calcula-la diretamente, usamos caminhos alternativos:

Calcular diretamente seria seguir o caminho da seta vermelha. Ou seja, seria calcular a
variação de entalpia da transformação na pressão e na temperatura na qual os reagentes e
produtos se concentram (considerando que a reação ocorre à P e T constantes).

A variação de entalpia é uma propriedade na qual podemos assumir caminhos alternativos.


Podemos, primeiramente, pegar os reagentes e leva-los à uma situação padrão cujas variáveis
do sistema são conhecidas e anotar a variação de entalpia associada a processo.

Nessa situação padrão, reagimos e calculamos a variação de entalpia, geralmente mais


facilmente calculável nessa situação.

Depois, retornamos os produtos da situação padrão para as condições iniciais e calculamos a


variação de entalpia existente nesse processo.

Se considerarmos que a situação padrão possui a mesma pressão da inicial, mas a temperatura
de 298K, temos, matematicamente:

Onde “ ” é a capacidade calorífica molar à pressão constante. O termo “ ” é chamado


de calor de reação padrão a 298K e pode ser calculado da seguinte forma:

Onde “ ” é o calor de formação associado à determinada espécie química presente na


reação. Esses calores de reação são tabelados e conhecidos para determinados P e T. No caso,
T=298K.

Equilíbrio químico
Para um sistema monofásico e multicomposto, temos
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No entanto, se tivermos pressão e temperatura constantes, também teremos:

E substituindo segundo à igualdade:


Ficamos com:

Em equilíbrio químico, termodinamicamente, temos:

Isso porque no equilíbrio a energia livre de Gibbs deve ser um mínimo, logo:

Podemos definir a constante de equilíbrio da reação como:

Onde “ ” é a atividade da espécie química “i”. Para sistemas homogêneos gasosos, a


atividade assume as seguintes expressões:

Aqui, o subscrito “0” significa “de referência” e “f” é a fugacidade, “p” a pressão parcial, “y” a
fração molar e “P” a pressão total. Para gases ideais, e portanto



Segundo a equação de Van’t Hoff , podemos relacionar a constante de equilíbrio com a


variação de entalpia da seguinte forma:

Portanto, podemos afirmar que:

 Reaç. Exotérmica  . T▲, K▼


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 Reaç. Endotérmica  . T▲, K▲

Por fim, temos:

Expressão da taxa de reação


Já vimos que a taxa de reação é dada, de forma geral, por:

Logo, em uma reação do tipo:

 aA + bB  cC + dD
Temos, por exemplo:


Ou, se em fase gasosa:


Os termos são exatamente iguais aos coeficientes estequiométricos “a” e “b”,
respectivamente, caso a reação seja elementar (reações não elementares dependem de um
mecanismo específico pra ocorrer). Caso contrário, assumirão valores diferentes. Chamamos
esses parâmetros de ordens de reação em relação aos componentes A e B, respectivamente,
e a constante “k” de velocidade específica da reação. Chamamos ainda de ordem global da
reação (n) a soma dos dois parâmetros iniciais, logo:

A unidade de medida de “K” varia, pois deve-se adequar de forma que, independente do tipo e
da ordem global da reação, a taxa tenha as seguintes unidades:

Ou seja, a taxa deve ser sempre concentração/tempo. Para uma reação de ordem global 0, “k”
e“ ” possuem a mesma unidade de medida. Agora, para reações de primeira ordem, por
exemplo, a unidade de medida de “k” é “1/tempo”. “k” é uma constante se a temperatura é
fixa. Ou seja, “k” é uma função unicamente da temperatura.

Essa função é descrita pela Equação de Arrenius:

Onde “E” é a energia de ativação da reação. Linearizando:


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Se as constantes “k” sofrem influência da temperatura e as taxas de reação são funções das
constantes “k”, então podemos analisar a influência da temperatura nas taxas de reação
química:

Cada um desses comportamentos é típico de situações distintas. A primeira curva da segunda


linha, por exemplo, é típica de uma reação enzimática.

Voltando à expressão da taxa de reação, considere a seguinte equação reversível e elementar:


k1
aA + bB cC + dD
k2

Nessa reação, para calculamos a taxa de desaparecimento/aparecimento de alguma espécie


química, devemos considerar todas as reações em que ela participa. Nesse caso, todas as 4
espécies participam de 2 reações no total: uma dita direta e outra dita reversa. Qual é qual
depende de quem você chama de reagente e quem você chama de produto.

Na reação global acima, vamos supor que A e B são reagentes e C e D são produtos.

Consideremos o reagente A. As velocidades específicas k1 e k2 são referentes à esse reagente


(se quiséssemos considerar o reagente B usaríamos a mesma expressão de taxa, mudando somente a expressão da velocidade
Lembremos que nenhuma taxa é negativa. Se na reação global A é reagente, na direta
específica).
ele é visto como reagente e na reversa é visto como produto. Sendo assim, devemos levar em
conta que:

{desaparecimento total} = {desaparecimento na direta} – {aparecimento na reversa}

Sendo assim a taxa total de desaparecimento de A é dada por:

No equilíbrio, não há variação na concentração de nenhum dos componentes da reação. Logo,


a taxa de desaparecimento de A deve ser nula. Assim:
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Portanto a constante de equilíbrio ( ) de uma reação nada mais é do que a razão entre a
velocidade específica da reação direta sobre a velocidade específica da reação reversa.

Em reações mais complexas, temos:

Reações em série

k1 k2
aA bB cC
k’1 k’2
Considerando todos os três como reagentes:

 Para o reagente A

{desaparecimento total} = {desaparecimento na direta 1} – {aparecimento na reversa 1}

 Para o reagente B

{desaparecimento total} = {desaparecimento na direta 2} + {desaparecimento na reversa 1} –


{aparecimento na direta 1} - {aparecimento na reversa 2}

 Para o reagente C

{desaparecimento total} = {desaparecimento na reversa 2} – {aparecimento na direta 2}

Assim, temos:




Perceba foi diferenciado de . é usado somente quando o termo é referente à reação 1 e
quando é referente à reação 2. Não consideremos reações elementares aqui, mas se
considerássemos, então teríamos .

Se considerarmos todos como produtos, teremos:

 Para o produto A

{aparecimento total} = {aparecimento na reversa 1} – {desaparecimento na direta 1}

 Para o produto B

{aparecimento total} = {aparecimento na direta 1} + {aparecimento na reversa 2} –


{desaparecimento na direta 2} - {desaparecimento na reversa 1}

 Para o produto C

{aparecimento total} = {aparecimento na direta 2} – {desaparecimento na reversa 2}

Assim, temos:
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Perceba que para qualquer espécie química acima i=A,B,C, temos:

Se tivermos todos os valores, uma das duas taxas dará negativa, obviamente. Isso está errado
pois não pode dar. Dizer que o desaparecimento de A tem uma taxa negativa é afirmar que ele
não desaparece e sim aparece a uma taxa igual ao módulo do valor encontrado. Dizer que o
aparecimento de A tem uma taxa negativa é afirmar que ele não aparece e sim desaparece a
uma taxa igual ao módulo do valor encontrado.

A molecularidade da reação é o número de átomos, íons ou moléculas que colidem na etapa


limitante da reação. A etapa limitante é a etapa mais lenta. Em uma reação em série, será
aquela com menor velocidade específica.

Reações em paralelo

k1
aA + bB cC
k2
aA + dD eE
No exemplo acima, vamos considerar que não há reação reversa. Logo A,B e D são
obrigatoriamente tratados como reagentes. Assim:

 Para o reagente A

{desaparecimento total} = {desaparecimento em 1} + {desaparecimento em 2}

 Para o reagente B

{desaparecimento total} = {desaparecimento em 1}

 Para o reagente D

{desaparecimento total} = {desaparecimento em 2}

Assim:




Perceba foi diferenciado de . é usado somente quando o termo é referente à reação 1 e
quando é referente à reação 2. Não consideremos reações elementares aqui, mas se
considerássemos, então teríamos .

Perceba que todas as expressões de reação são funções das concentrações das espécies
químicas presentes. Lembre-se que podemos expressar tais concentrações em função da
conversão! Veja o exemplo da reação reversível não elementar:


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 Logo:

Se o volume fosse constante:

Capítulo 3 – Análise e Obtenção de Parâmetros Cinéticos


Nesse capítulo, iremos analisar formas de se obter parâmetros cinéticos. Os principais são:

 “k”  velocidade específica da reação


 “n”  ordem da reação

Experimentalmente, dividimos os métodos de obtenção desses parâmetros de duas formas:

Medida Direta Medida Indireta


 Titulação  Medida de propriedades físicas (condutividade
 Cromatografia elétrica, espectrofotométrica, absorbância)
 Espectroscopia de  Medida de variação de volume em sistemas
Massas gasosos a P e T constantes
 Medida de variação de pressão em sistemas
gasosos a V e T constantes

Já matematicamente, a obtenção desses parâmetros se da por um dos métodos abaixo:

1. Método Diferencial
2. Método das Concentrações Iniciais
3. Método Integral
4. Método da Pressão Total
5. Método das meias vidas
6. Método dos excessos

Método Diferencial
Esse método consiste na utilização de derivadas para comparar taxas observadas com taxas
previstas. Lembrando da lista 1, temos:
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Veja que podemos usar essa fórmula como uma taxa observada. Para o reagente limitante A,
temos:

No entanto, outra definição válida para a taxa de desaparecimento do reagente A é dada por:

Onde “ ” é uma função da concentração dos reagentes. Algumas expressões pra


essa função em alguns exemplos:

Reação Expressão da taxa


A  Produtos

A + B  Produtos

Perceba que na tabela acima as taxas foram escritas considerando reações elementares e não
elementares. No caso, a ordem de reação de reações elementares é a soma dos coeficientes
estequiométricos dos reagentes e o único parâmetro cinético a se descobrir é a velocidade
específica. Mas como descobrir a ordem de reações não elementares?

Exemplo 1 ) Reação do tipo “A Produtos” não elementar


Igualando taxas observadas com esperadas:

Aplicando logaritmo dos dois lados da equação:

Perceba que num modelo de reta “ ”, a expressão acima tem:




Com dados experimentais, posso encontrar o “n” que melhor ajusta essa reta e encontrar
também a velocidade específica fazendo regressão linear. Obviamente, para completar essa
reta, precisaríamos ter não só a concentração em dado instante (com esse valor, achamos o
“x” da reta acima) como também a derivada da concentração em função do tempo
exatamente no instante que a concentração possui tal valor. Pelo menos dois pontos (dois
pares ) são necessários para se determinar os parâmetros cinéticos por esse método.

Vimos no capítulo 2 que:


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E que isso é válido para batelada e contínuo igualmente, mudando somente a definição de
alguns parâmetros, e também válido em casos de densidade/volume constante ou não,
mudando somente o fato de que caso .

Assim, a concentração de qualquer reagente pode ser escrito como uma função da conversão
do reagente limitante (visto que todo o resto na fórmula acima é constante). Sendo assim:

Escrever tudo considerando “ ” e não “ ” é necessário, obviamente, somente quando


meus pontos experimentais forem de conversões ao longo do tempo ao invés de
concentrações ao longo do tempo.

Tomando:

Nossa fórmula então se transforma em:

Novamente uma reta. Caso a densidade seja constante...:

Exemplo 2) Reação do tipo “A + B  Produtos” elementar

Como temos:


Substituímos:

Se for densidade constante:

Independente de ter densidade constante ou não, escrevemos:


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Igualando essa expressão da taxa com , temos:

Reação elementar
Densidade constante
Reação elementar
Densidade não constante

Caso os dados que possuímos fossem as concentrações de A ao longo do tempo ao invés da


conversão, teríamos que estabelecer :

E, portanto:

Independente de ter densidade constante ou não, escrevemos:

Onde:

Resumo
Dados Experimentais:
Curva de concentração ou conversão de A, reagente limitante, ao longo do tempo. Caso não
sejam curvas, serão pontos e seus respectivos tempos.

Cálculo da taxa observada


Expressão da taxa a se usar Caso em que se usa
Dados são concentração de A ao longo do
tempo
Dados são conversão de A ao longo do tempo
e a densidade é constante
Dados são conversão de A ao longo do tempo
e a densidade não é constante

Cálculo da taxa esperada


Expressão da taxa a se usar Caso em que se usa
Dados são concentração de A ao longo do
tempo
Dados são conversão de A ao longo do tempo

Expressão matemática da taxa esperada


A expressão de varia em função de:

 Reação ser elementar ou não

A expressão de varia em função de:


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 Reação ser elementar ou não


 Reação ter densidade constante ou não

Objetivo
 Igualar expressões das taxas e achar uma reta. O coeficiente angular da reta será “k”
caso os valores de ou , assim como, ou
sejam conhecidos ou facilmente obtidos a partir da análise dos dados.
 O coeficiente angular pode ser a ordem de reação ou estar relacionado ao mesmo se
aplicarmos escala logarítmica
 O modelo não estará correto caso, nos dois casos acima, o resultado não for uma reta

Observação Final
Obviamente que tudo isso foi considerando como dados o reagente limitante. As fórmulas
seriam semelhantes caso comparássemos a taxa observada de um produto, por exemplo, com
a sua taxa esperada. Tudo vai depender do que deseja-se medir (qual “k” e qual “n” de qual
reação) e quais dados experimentais possuímos.

O método diferencial é sujeito a erros experimentais, mas é particularmente usado para


equações de taxas complexas.

MACETE! Quando o enunciado disser:

 Reação em fase líquida  Considerar volume fixo


 Reação em fase gasosa  Considerar volume variável

Gráficos:
Plot da curva de concentração de A ao longo do tempo.
No gráfico, as derivadas utilizadas para calcular
estão indicadas. Para cada par ordenado ( ) existe
um valor de “ ” associado. Portanto com a curva
temos os dados suficientes para determinar os
parâmetros cinéticos desejados.
Plot da curva de conversão de A ao longo do tempo. No
gráfico, as derivadas utilizadas para calcular estão
indicadas. Para cada par ordenado ( ) existe um
valor de “ ” associado. Portanto com a curva
temos os dados suficientes para determinar os
parâmetros cinéticos desejados.
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Dependências lineares. No gráfico ao lado, pontos


experimentais em uma fórmula linear. O gráfico tanto
poderia ser de “ ” quando de
“ ”, retas com coeficiente angular “k”.

Método Das Taxas Iniciais

O método envolve uma série de medidas de taxas a diferentes


concentrações iniciais, mas é restrito a pequenas conversões do
reagente limitante (5-10%). A taxa inicial pode ser encontrada
pela diferenciação dos dados a um tempo 0.

É aplicado em:

 Reações reversíveis
 Reações complexas

Trata-se de um meio conveniente de utilizar o método diferencial

Em tempos iguais à 0, temos:




Aplicar essas condições podem ser uteis em determinadas situações. Veja abaixo um exemplo
de reação elementar:

O desaparecimento de A tem a seguinte expressão:

Sabendo que “ ” e “ ” foram calculados em relação a A, aplicando tempos iniciais, podemos


aproximar:

E portanto, temos uma reta caso apliquemos o logarítimo:


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Onde o coeficiente angular é o coeficiente estequiométrico de A

Método Integral
O método integral também compara taxas previstas com observadas. No entanto, é necessário
saber explicitamente a concentração em função do tempo (uma expressão matemática em
que . Trata-se de um método prático se as equações de taxa são simples e
recomendável especialmente para o ajuste de reações simples como as elementares.

O método integral é uma consequência do diferencial, veja:

Taxa esperada:

Taxa observada:

Igualando:

E trocando termos de lado:

Integrando dos dois lados:

A expressão “ ” no final das contas nos resultará em uma função de


diferente da função que tínhamos antes, . Para diferenciar, vamos usar a letra maiúscula
. Substituindo essa integral inteira por “ .” E integrando do lado direito, ficamos
com:

Olha! Novamente uma reta! Com coeficiente angular “k” e em função do tempo. Sabendo
valores de para cada tempo, é fácil determinar naquele tempo o valor de “ ”. Assim,
temos como, com informações de concentração ao longo do tempo, fornecer dados para
ajustar essa reta.

Esse método está sujeito a erros:


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Caso os pontos experimentais não obedeçam à equação proposta, admite-se um novo modelo.
Lembre-se: a proposta é sempre achar um modelo linear! Por esse motivo, vamos partir
diretamente para os exemplos:

A +B  Produtos
Numa reação desse tipo, elementar, já vimos que:

Caso não se lembre de como chegar aqui, volte ao método diferencial que o mesmo exemplo
já foi utilizado.

Manipulando matematicamente agora, ficamos com:


Decompondo em frações parciais:





Somando as duas equações do Sistema:



Mas se “ ”. Então:





Assim:


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E por fim:


Se a densidade fosse constante, teríamos e portanto:

PS: Tudo isso só é válido se

Nem sempre teremos B=0 como acima. Vamos supor o seguinte exemplo:

Esse é um exemplo pra reações de ordem variável com densidade constante. Sendo assim,
igualamos:

À equação acima, e ficamos com:


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Esse modelo é dito de ordem variável porque perceba que a expressão de “


se transforma em expressões de ordens diferentes dependendo da concentração

Altas concentrações

Reação de ordem 0
Baixas concentrações

Reação de ordem 1

conhecendo informações do equilíbrio

Em uma reação dessas, elementar, a volume constante, temos:



No equilíbrio, a conversão não varia com o tempo e, logo, temos:




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Só que “ ” é a constante de equilíbrio “ ” da reação e ela é igual à concentração de C no


equilíbrio dividido pela concentração de A no equilíbrio. Não lembra disso? Retorne ao
capítulo 2, onde isso foi abordado.

Rearranjando:




 Resolvendo:

Ou ainda:

Método da Pressão Total


É um método mais limitado pois só vale para gases ideais, com V e T fixos. Lembrando do grau
de avanço:

Para a reação como um todo e não a espécie “i” somente:

A concentração do reagente limitante “A”:

Da expressão:




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De onde tiramos:




Assim, transformamos:

Em


Escrevendo a equação acima em termos de conversão:

Logo:



Como

Temos:

De

Tiramos



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Igualando essa última expressão, de taxa observada, a uma de taxa esperada, substituindo
todos os pela expressão podemos encontrar parâmetros cinéticos unicamente
analisando como a pressão do sistema varia com o tempo.

Método das Meias Vidas


Nesse método, o parâmetro interessante é o tempo, então vamos partir do princípio que já
sabemos as velocidades específicas.

Chamamos de:

  tempo de vida fracionário  tempo para que atinja o valor

  tempo de meia vida  tempo para que atinja o valor

Se realizarmos o método das integrais para uma reação de ordem “n” diferente de 1,
chegaremos à fórmula do tempo de vida fracionário:

Onde:

  denominador do tempo de vida fracionário


  ordem global
  velocidade específica.

Para reações com mais de um reagente, se torna uma velocidade específica modificada, onde,
por exemplo, pode ganhar a expressão para uma reação do tipo
aA+bBProdutos. Isso acontece porque numa reação, se os reagentes estiverem presentes
em proporções estequiométricas, permanecerão nessa proporção durante o decorrer da
reação. Nesse caso específico, podemos fazer a transformação

Essa transformação é necessária porque a equação de tempo de vida fracionário foi


deduzida para uma reação do tipo AProdutos.

Para o caso de n=1, a equação ode tempo de vida fracionária toma a


forma:

Supondo que se conheça os tempos de meia vida agora e não os


parâmetros cinéticos, podemos linearizar as equações “ ” aplicando
logaritmo neperiano dos dois lados. A reta encontrada será ascendente se n<1, descendente
se n>1 e horizontal se n=1.
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Método dos excessos


Método simples para determinar a ordem relativa de cada reagente, sabendo a ordem global

Seja

Com

Ao longo da reação, é como se a concentração do reagente B não mudasse. Logo


Assim:




Onde:

Determina-se como se a reação fosse reduzida a uma reação do tipo A Produtos. Sabendo
e , chegamos à .

Resumo dos métodos


Método Metodologia Determina?
Compara-se taxas esperadas, vindas das leis
de velocidade, com taxas observadas, vindas
Parâmetros cinéticos como
de balanços de massa. As taxas observadas
Diferencial ordem de reação e
contém uma derivada temporal cujos
velocidade específica
valores experimentais devem ser
conhecidos para o uso do método.
Considera-se que no tempo inicial há
somente concentração de reagentes,
simplificando as leis de velocidade.
Parâmetros cinéticos como
Concentrações Compara-se diferentes concentrações
ordem de reação e
iniciais iniciais com suas taxas de desaparecimento
velocidade específica
iniciais, calculadas pelas fórmulas de taxa
observada, proveniente de balanços de
massa.
Evolução natural do método diferencial. As
Parâmetros cinéticos como
Método derivadas temporais das taxas observadas
ordem de reação e
Integral são distribuídas de forma que ambos lados
velocidade específica
da equação possam ser integrados
Variação do método diferencial (que pode
Parâmetros cinéticos como
Método da também se tornar uma variação do método
ordem de reação e
pressão total integral) que compara a variação temporal
velocidade específica
da pressão de um sistema a V e T constantes
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com reagentes gasosos (ideal) com taxas


esperadas cujos parâmetros foram
reescritos de forma que sua dependência
com a pressão fique explícita
Considera proporção estequiométrica entre Parâmetros cinéticos como
reagentes de forma que toda reação possa ordem de reação e
ser reduzida à uma reação AProdutos com velocidade específica. Com
uma velocidade específica modificada que o conhecimento desses,
Método das englobe em sua expressão matemática a pode-se calcular também o
meias vidas velocidade específica real. A equação de tempo necessário para a
tempo de meia vida é feita a partir de uma concentração do reagente
reação desse tipo e essa modificação da limitante se reduzir à uma
fórmula da taxa esperada faz-se necessário fração qualquer desejada
por isso. de seu valor inicial
Considera-se reagentes em excesso de
forma que a expressão da taxa esperada
possa ser reduzida a uma mais simples, que
Ordens específicas de
possua uma velocidade específica
Método dos reação (para cada
modificada que englobe em sua fórmula
excessos reagente) além de
matemática a velocidade específica real.
velocidade específica
Com a expressão da taxa modificada, aplica-
se outros métodos para determinação de
parâmetros.

Reator Diferencial (Sistemas Heterogêneos)


Problemas de reatores diferenciais são encontrados quando as conversões são baixas (até
10%). Nesses casos, a taxa de reação é praticamente constante e podemos considera-la assim
nas equações.

Considere um reator tubular com um catalisador em seu interior. O catalisador é uma parcela
do formato cilíndrico do tubo. Tomado o catalisador como volume de controle, considerar:

 Taxa de reação em função da massa  Usar ao invés de


 Ausência do acúmulo

O balanço molar então, para o reagente limitante, será:


Onde “ ” é a massa do catalisador. Mas como:

Temos:


A metodologia de resolução dessa equação será idêntica à empregada para o método das
taxas iniciais. Para um sistema à volume constante, temos:
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E logo:

Reações Múltiplas  Reações Irreversíveis em Série


Já vimos que reações múltiplas podem ser em série ou paralelas. Vamos analisar em reatores
batelada essas reações. Considere a seguinte reação elementar:

As taxas para cada uma das espécies serão:



Queremos traçar perfis de Cxt. Resolveremos em cascata, ou seja, na ordem que foi
apresentado acima. Começamos então com






Agora com :



  EDO de 1ª Ordem
 Resolvendo a EDO e aplicando as condições de contorno abaixo:


 Ficamos com:

Agora podemos resolver de duas formas. A mais difícil:



  Integra isso ai fera
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A forma mais fácil é considerar que:

Isso porque o sistema em questão tem volume constante e estequiometria 1:1. Assim:




Por fim, temos:

O gráfico dessas funções:


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Derivando a curva da concentração de B com o tempo e igualando a 0, chegamos ao tempo de


maximização da concentração de B:

Nesse tempo, a curva de C sofre também uma inflexão. A concentração máxima de B é então
dada por:

Veja então que só depende da relação . Essa relação nos diz que, em
reações em série, se o produto de interesse for B, é desejável que a curva de seja alta e,
para isso, deve ser baixo. Calculamos o rendimento de B em relação a A:

Se a reação for irreversível, examinamos a curva de concentração vs. Tempo para os


reagentes. Isso possibilitará saber a ordem e a constante de velocidade da primeira etapa.

Reações Múltiplas  Reações Irreversíveis em Paralelo


Seja:

Então a equação das taxas é:



Resolvendo da mesma forma que fizemos no caso anterior e considerando que a temos
concentrações nulas de B e C, chegamos as expressões:


Graficamente:
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Pela altura das curvas dos produtos conseguimos saber qual das velocidades específicas é
maior. Nesse caso, como a curva B está por cima, é nítido que:


Linearizando a equação de , chegamos a uma equação de uma reta cuja inclinação nos
fornece . Pela seletividade da reação, isto é, pela razão entre a taxa de formação dos
produtos, chegamos a uma equação de uma reta cuja inclinação nos fornece . Sabendo
ambos, chegamos aos valores de :

Seletividade:

Rendimento:


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Hipótese do Estado Pseudo-Estacionário


A hipótese do estado pseudo-estacionário supõe que toda espécie que for um intermediário
tem taxa líquida =0. Na prática, isso quer dizer que o intermediário desaparece
instantaneamente.

Com essa hipótese, podemos escrever taxas de aparecimento ou desaparecimento de


reagentes/produtos da reação global em função de suas concentrações e das velocidades
específicas das etapas intermediárias, geralmente conhecidas. Veja:

Reação Global:

Etapas:

1.

2.

3.

4.

5.

A taxa de formação de produto é dada pela soma do aparecimento dessa espécie em cada
reação acima. Como aparece nas etapas 2,3 e 4, temos:

Onde os seguintes valores são desconhecidos e precisamos buscar outra expressão para eles:


Como são intermediários, vamos considerar sua taxa de aparecimento:


Perceba que podemos reescrever a primeira equação como:

Como


Temos:

E como:
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Temos:

Assim, combinamos:

Ou, ainda:

Perceba que “ ” possui em sua fórmula somente concentrações de espécies conhecidas e


as velocidades específicas também conhecidas. Essa hipótese cai muito bem no caso da
cinética de polimerização, onde a etapa de propagação pode ser considerada como
intermediários com taxa líquida nula. No caso de polimerizações, temos:

Onde:

  Concentração do monômetro
  Coeficiente estequiométrico do monômero
  velocidade específica da uma etapa de propagação
  taxa de iniciação ou taxa de formação do radical
  velocidade específica da etapa de término

Simplificações dessa equação podem ser feitas se considerarmos que, frequentemente, a


quantidade de monômero consumida na etapa de iniciação é pequena ou nula ( ) e que a
taxa seja .

Podemos ainda usar essa hipótese para cinética de reações enzimáticas. Existe mais de um
tipo de mecanismo possível para a cinética enzimática, mas a mais clássica é
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Onde “E” é a enzima, “S” o substrato, “ES” o complexo enzima-substrato e “P” o produto. ES
pode ser considerado um intermediário porque:

 A concentração de substrato deve ser muito maior que a de enzima


 Há adição de reagentes e remoção do produto continuamente

Assim, usamos a hipótese do estado pseudo estacionário para zerar a taxa de formação do
complexo ES



Como a taxa de formação de produto é

Temos:

Novamente escrevemos a taxa do produto em função de concentrações conhecidas e


velocidades específicas.

Mas na verdade, nem tudo é realmente conhecido ai porque a concentração éa


concentração efetiva de enzimas e não a concentração total. Isso porque:


Ou seja, a concentração inicial de enzimas, que eu pus na minha solução, é a soma da
concentração de enzimas livres com a concentração de enzimas complexadas. Reescrevemos
então:


Para:




Como essa taxa é nula:



E então:
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Reescrevemos a equação acima para:

Onde:

É a constante de Michaelis-Menten. Lembre-se que tudo que fizemos até agora em cinética
enzimática só é válido para reações com um substrato.

Veja ainda que


É o exato valor da taxa de formação de produtos quando . Ou seja, é o valor da taxa de
formação de produtos quando a velocidade está tão grande que não se vê formar o complexo
enzima e substrato de tão rápido que substrato é convertido em produto. Assim, temos:

Essa fórmula nos é comum, vimos ela em bioquímica. Veja abaixo a clássica curva de
Michaelis-Menten e a Linearização dela, o gráfico de Lineweaver-Burk:

Lembre-se de Bioquímica e pelo gráfico acima que:

  concentração de substrato quando a taxa de reação é equivalente à metade da


taxa máxima
 Se , então
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Nesse modelo, temos que a reação é de ordem variável caso , pois:

Baixas concentrações de
Primeira ordem
substrato
Elevadas concentrações de
Ordem 0
substrato

Podemos realizar ainda, considerando que a reação ocorre em fase líquida (ou seja, à ),
o método integral Na equação de Michaelis Menten




Pulando as contas, temos:

Ou ainda, linearizando:

Onde se:


Temos:




Reações Autocatalíticas
São reações do tipo:

A taxa de desaparecimento do reagente limitante A será:


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Como em reações desse tipo a concentração de R é de difícil medição, consideramos que:

Escrevemos então a concentração de R em função da concentração de A, fácil de medir, e da


concentração inicial total, também sabida:

Assim:


Não há mistério na integração da equação acima ou na sua linearização. Fazemos isso para
achar parâmetro. Curioso de reações desse tipo é o gráfico abaixo:

A taxa possui um máximo quando e possui o formato de parábola quando escrita em


função de .

Capítulo 4 – Cinética das Reações Heterogêneas


Até agora só vimos reações muito ideais. Considere uma reação AB onde o reagente A é
gasoso e o catalisador da reação é um meio poroso. As seguintes etapas ocorrerão:

1) Difusão dos reagentes gasosos do seio do fluido até a superfície externa da partícula
(difusão externa)
2) Difusão dos reagentes gasosos da superfície externa para o interior dos poros do
catalisador (difusão interna)
3) Adsorção dos reagentes nos sítios ativos
4) Reação química superficial entre as espécies adsorvidas
5) Dessorção dos produtos
6) Difusão dos produtos gasosos para fora dos poros do catalisador
7) Difusão dos produtos gasosos da superfície da partícula até o seio do fluido

Nessas etapas, somente as em negrito são partes químicas, enquanto o resto são fenômenos
físicos. Em desenho, o que acontece é o seguinte:
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Pois bem, agora temos novas considerações para fazer pois devemos levar em conta o efeito
de adsorção e dessorção. Podemos formular e ajustar os parâmetros, o que é bom porque
é simples mas é ruim porque não leva em consideração os efeitos acima. Oooou, podemos
levar em consideração os efeitos acima, porém tornando o problema mais complicado. Chuta
qual faremos.

A primeira coisa é nos perguntar: como fazemos o balanço de sítios catalíticos? Não é difícil,
veja:

Ou seja, a concentração total de sítios é a soma dos sítios vazios com os ocupados, seja por
substrato ou produto. A adsorção como um todo vai ser um equilíbrio entre adsorção e
dessorção, pois a adsorção é um fenômeno reversível. Sendo assim:

Veja que o substrato A se adsorve nos sítios catalíticos de forma proporcional a sua pressão e a
concentração de sítios vazios. Essa proporcionalidade é dada por uma velocidade específica
.

A dessorção no entanto não depende da pressão e sim somente da concentração de sítios


ocupados pelo substrato. O balanço entre adsorção e dessorção é dado por:

Mas se , a constante de equilíbrio de adsorção, então temos:

Essa constante deve ser intermediária. Se muito baixa, A não interage e se muito alta, a reação
não ocorre. Considerando que os sítios são iguais, temos:

Logo:



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No equilíbrio, temos que dessorção e adsorção é ocorrem à mesma velocidade, logo:

Que é a fórmula clássica também da Isoterma de Adsorção de Langmuir:

Existe mais de um tipo de mecanismo de reação superficial. Pode, por exemplo, haver um
mecanismo de sítio duplo não dissociativo:

Nessa adsorção, a ligação não se desfaz. Precisamos, então, considerar a concentração


de sítios vazios ao quadrado:




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Alguns mecanismos de reação superficial são:

Tipo de Curva Tipo de Mecanismo Mecanismo


1) Sítio Único

Langmuir-Hinshelwood
(LHHW) 2) Sítio Duplo

3) Reação entre uma


molécula adsorvida e uma
Eley-Rideal
molécula não adsorvida em
fase gasosa

Definição da etapa limitante ou controladora


É de nosso interesse saber quem, em uma reação heterogênea, é a etapa controladora

Considere a reação:

Onde:

 C  Cumeno
 B  Benzeno
 P  Propileno
 Tudo isso em um catalisador poroso de platina

Essa reação pode ser dividida em etapas:

1) Adsorção do cumeno sobre a superfície do catalisador


2) Reação superficial para formar benzeno adsorvido e propileno na fase gasosa
3) Dessorção do benzeno
4) Havendo inibidor, devemos considerar sua adsorção

Nesse nosso exemplo, os sítios reativos são iguais. As taxas para cada uma das etapas acima
são:

1) Adsorção 

2) Reação Superficial 

3) Dessorção 

4) Adsorção do Inibidor I 

As reações são:
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1)

2)

3)

4)
Temos então 4 etapas. Qual delas será a limitante?

Etapa 1? Adsorção do cumeno (C)?


Vamos lá. Se uma etapa é limitante, é porque a taxa global é majoritariamente definida por
essa etapa. Sendo assim:

Onde “ ” é a taxa de desaparecimento do cumeno. Não sabemos calcular ai direito nem


e nem . Considerando a hipótese do estado estacionário, as outras etapas serão etapas
intermediárias e logo:

 Reação Superficial 
 Dessorção 

 Adsorção do Inibidor I 

Logo:




E, portanto:

Falta agora uma expressão para com termos conhecidos. Como:

Então:


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Substituindo, temos:



Onde


Se adotarmos como etapa simplificadora a taxa inicial, teremos que as pressões de propileno
(P) e de benzeno (B) são nulas, logo:

Ou se considerarmos que são pressões parciais iniciais, podemos escreve-las na forma


de pressão total inicial se considerarmos a fração molar de inicial de ambas:

Por fim, se não houver inibidor:


Etapa 2? Reação superficial (S)?


A metodologia aqui será a mesma. Se a reação superficial for limitante, as taxas das outras
etapas serão nulas e a taxa global de desaparecimento do cumeno será a taxa da reação
superficial:

1) Adsorção 
2) Dessorção 
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3) Adsorção do Inibidor I 

Logo:




Precisamos de uma expressão pra “ ” e “ ”. Ambas estão escritas acima, então basta
substituir na equação da taxa global:

Procurando agora uma expressão pra “ ”:




Inserindo na última equação de taxa encontrada:

Adotando a mesma hipótese de taxa inicial, temos que a pressão de P e de B são nulas, logo:


Se o cumeno estiver puro, sem inibidores:

Etapa 3? Dessorção (D)?


A metodologia aqui será a mesma. Se a dessorção for limitante, as taxas das outras etapas
serão nulas e a taxa global de desaparecimento do cumeno será a taxa da dessorção:
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1) Adsorção 

2) Reação Superficial 

3) Adsorção do Inibidor I 

Logo:




Precisamos de uma expressão pra “ ”e“ ”. Temos então:


Substituímos na equação da taxa global:




Procurando agora uma expressão pra “ ”:



Inserindo na última equação de taxa encontrada:

Adotando a mesma hipótese de taxa inicial, temos que a pressão de P e de B são nulas, logo:
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Com ou sem inibidor, em condições iniciais a fórmula final encontra-se acima.

Resumo das 3 taxas possíveis encontradas:


Etapa Limitante Taxa

Adsorção

Reação

Dessorção

E então? Qual é a etapa limitante?


Para determinar qual a etapa que é a limitante, deve-se usar cumeno puro ou ao menos uma
alimentação sem inibidor nos nossos experimentos da taxa inicial. Nesse caso, em nossos
experimentos, verificamos que a reação superficial é a etapa limitante.

Perceba que em todas as fórmulas acima podemos identificar o seguinte esqueleto:

Esse esqueleto possui algumas propriedades:

1) O termo “n” é um expoente igual ao número de sítios ativos envolvidos na etapa


limitante
2) Os denominadores representam a contribuição das etapas que se encontram em
equilíbrio. Não aparece a pressão nem a constante de equilíbrio da etapa limitante.
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3) O termo cinético tem sempre a mesma forma:

Seja:

Temos que:

Onde:

 I=3  I=D = Dessorção,


 I=2  I=S = Reação na Superfície,
 I=1  I=AD = Adsorção,

Os experimentos levaram a concluir que, nesse caso, a etapa limitante é a reação e portanto a
verdadeira, dentre as 3, taxa global de desaparecimento ode cumeno é:

Veja que não aparece nem nem nesse denominador, confirmando a propriedade 3. Veja
também que aparece nesse denominador . Se o inverso acontecesse, ou seja, se nos fosse
dado a taxa global e víssemos “ ” no denominador, já poderíamos descartas a possibilidade
da etapa limitante ser a adsorção. No caso em que a adsorção ou dessorção de um
componente é a etapa limitante, a pressão parcial desse componente não aparece no
denominador sendo substituída por um termo constituído por constantes e pressões parciais
dos outros.

Capítulo 5 – Efeitos da Difusão Externa em Reações


Heterogêneas

Considere uma partícula de um catalisador em um fluido. O fenômeno da difusão


extrapartícula (ou seja, o fluxo devido ao gradiente de concentração) ocorre internamente à
camada limite devido a diferença de concentração de reagente no seio do fluido, também
chamada de região “bulk” e a concentração na superfície do catalisador . O fluxo
na camada limite é dado por:
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Onde:

  fluxo de A na direção radial


  Difusividade molecular
  espessura da camada limite

A difusividade molecular é a constante de


proporcionalidade entre fluxo e gradiente de concentração. Quanto maior a difusividade,
maior o fluxo. O subscrito AB são de espécies diferentes, em que uma é a partícula do
catalisador e a outra é o leito no qual a partícula está submersa.

Podemos reescrever a equação acima chamando a constante de coeficiente de


transferência de massa:

É de nosso interesse analisar: quem será a etapa limitante ou controladora? A reação química
ou a difusão?

Para isso, vamos considerar o estado estacionário, onde:

Ou seja, a taxa de transferência de massa ( ) e a taxa de reação química ( ) são iguais. O


subscrito “S” usado na última é devido ao fato da reação ocorrer na superfície do sólido, que
estamos considerando como não poroso.

Assim, temos:

Cuidado com unidades! Sendo um fenômeno de superfície temos que relacionar a taxa com a
área específica do catalisador! Lembre-se também que a expressão acima não é fixa: para
diferentes tipos de reações teremos expressões de taxa diferente. Nesse nosso caso específico
consideramos uma reação elementar de primeira ordem do tipo AB.

Já as expressões de transferência de massa independem da ordem de reação. Nessas equações


acima, “ ” é a área da superfície externa por massa de sólido e é o coeficiente de
velocidade ou velocidade específica.
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Igualando os termos chegamos à:

Voltando à pergunta: quem é a etapa limitante? A resposta é:

Etapa Limitante Se
Reação Química
Difusão
Pois se:

Se Então

Perceba que quando um coeficiente é muito maior que o outro, a taxa de reação fica sendo
proporcional ao coeficiente menor. Analise: se uma reação química tem alta velocidade
específica, ela ocorre muito rápido. Se é esse o caso, a reação, de fato, só ocorrerá rápido caso
o meio permita que o substrato chegue com velocidade na superfície do catalisador. Caso
contrário, não adianta nada a reação ser rápida pois o catalisador não recebe rapidamente o
substrato. Assim, a difusão é a etapa limitante. Se uma difusão ocorre de forma muito rápida,
a reação só ocorrerá de forma rápida se a velocidade específica da mesma também for.
Igualmente, não adianta nada o substrato ter facilidade e velocidade pra chegar na superfície
do catalisador e o catalisador não ser capaz de convertê-lo em produto rapidamente.

A mesma análise vale para reações que não sejam de ordem 1, como por exemplo a reação
elementar 2AB. Para essa reação, se igualarmos as taxas, teremos:

Veja que ainda temos uma reação em função das constantes e da concentração do reagente
no bulk. Para essa reação, temos que:

Etapa Limitante Se
Reação Química
Difusão
Se Então

Veja que a única diferença para a reação de segunda ordem é que está elevado ao
quadrado quando a reação é de segunda ordem. Em processos industriais, devemos garantir
que . Ou seja, queremos que a etapa limitante seja a reação e não a difusão.
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Energia de ativação
Sendo a velocidade específica de uma reação química definida por:

Temos, linearizando:

A análise desse gráfico nos permite descobrir se existe limitação difusional, reacional ou
nenhum dos dois (caso em que tem a mesma ordem de grandeza) pela inclinação da
reta:

Logo, a temperaturas baixas, a cinética química tende a ser a etapa limitante e à temperaturas
altas, a difusão tende a ser a etapa limitante. Isso ocorre porque reações química são mais
sensíveis ao aumento de temperatura. Logo:

Coeficiente de transferência de massa


Condições que definem o coeficiente:

 Natureza do componente que se difunde


 Condições de turbulência sobre a superfície dos grânulos do catalisador
 Propriedades da mistura reacional (viscosidade, densidade, temperatura...)

Para encontrar o coeficiente, podemos, por exemplo, considerar os valores de grupos


adimensionais como o Número de Sherwood (Sh), Número de Reynolds (Re) e o número de
Schmidt (Sc). Cada qual desses grupos adimensionais podem ser calculados para sistemas
diferentes. No caso, podemos fazer:

O que é uma coisa interessante uma vez que:

Igualando as duas expressões e conhecendo , podemos encontrar nosso coeficiente.

Relações entre esses três grupos adimensionais foram ao longo dos anos encontradas por
diferentes cientistas. Cada qual estabeleceu condições para a validez de sua equação e em
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alguns modelos podemos ver fatores de correções para situações mais reais (por exemplo,
uma fórmula pode ter sido feita considerando partículas de catalisador esféricas. Um fato de
correção pode existir nessa fórmula para partículas não esféricas). Um exemplo:


Essa é a fórmula de Ranz & Marshall para partículas isoladas no intervalo de Reynolds
considerado. Se o número adimensional de Sheerwood é dado por:

Então o coeficiente de transferência de massa tem a expressão:

Onde “D” é a difusividade do componente que se transfere e “L” a dimensão característica do


sólido.

Reações controladas pela transferência de massa em reatores de leito


fixo

Acima, uma representação ode um reator de leito fixo (partículas de catalisador fixas). O
balanço molar da fatia representada na imagem é dado por:

Dividindo todo mundo por “ ”, aplicando o limite quando (fatia tendendo à seção
reta do tubo) e reescrevendo , reescrevemos o balanço acima para:

Sendo:

  Taxa de geração de A por unidade de área (mol/s.m²)


  Área da superfície externa do catalisador por volume de leito catalítico (m²/m³).
Para leito fixo, onde “ ” é a porosidade do leito e “ ” é o diâmetro da
partícula.
  área transversal do tubo contendo catalisador (m²)
  velocidade média superficial através do leito (m/s)
  vazão molar de A em determinada altura Z (mol/s)

Lembre-se que:


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Ou seja, estamos considerando que não há acúmulo na superfície do catalisador uma vez que a
taxa de desaparecimento de A da superfície do catalisador é igual a taxa de transferência de
massa de A para a superfície do mesmo. Logo, reescrevemos:



E como a etapa limitante considerada aqui é a difusão (se não entendeu porque releia o título
dessa parte do capítulo), consideramos . Ficamos com:

Integramos com os limites z=0 e e obtemos:

No reator, é interessante sabermos em que comprimento “ ”, partindo do início do reator


( ), conseguimos obter a conversão desejada . Vamos considerar que a concentração
de A em “ ” é a conversão final. Logo, considerando densidade constante, a conversão
tem a expressão:

Temos então, por fim, para

Veja que a conversão depende não só do coeficiente de transferência de massa e do tamanho


do leito, mas também da velocidade e, logo, da vazão volumétrica! É interessante então
entender como que o coeficiente de transferência de massa depende da vazão. E da
temperatura para obter uma relação geral entre conversão e parâmetros reacionais.

Para achar essas relações todas, usamos os números adimensionais e suas correlações.

Para propriedades do fluido e diâmetro de partícula constantes, concluímos que:

Como o coeficiente de transferência de massa varia com a raiz quadrada da velocidade


superficial através do leito, teremos que para uma concentração fixa (como ocorre em
qualquer reator diferencial) a taxa de reação também irá variar com u½.

No entanto, se a taxa é continuamente aumentada, ela passa a ser controlada pela reação
superficial e consequentemente se torna independente da velocidade superficial.
Graficamente, vemos, à T-cte:
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Critérios para avaliar a importância da transferência de massa externa


Quando dizemos que a transferência de massa e, estamos dizendo que ela exerce um papel
significativo na taxa de reação. Então estamos aqui buscando critérios para avaliar se ela age
como etapa controladora ou limitante da reação.

Numericamente falando, todos os fatores que fazem são fatores que tornam a
transferência de massa importante. Se , então as partículas chegam na superfície do
catalisador com mais facilidade do que ali são convertidas.

Fatores que levam à ou à consideráveis efeitos limitantes por parte da difusão:







 Critério de MAERS 




TODOS os critérios acima são importantes. Eles já são as conclusões de análises não feitas aqui
de parâmetros reacionais conhecidos ou, caso contrário, sejam facilmente obtidos por
relações matemáticas e dados experimentais. Os parâmetros reacionais envolvidos nas
conclusões acima são:

 “ ” ou ordem de reação  Massa específica


 “ ” ou raio da partícula esférica  Viscosidade
 ou difusividade  e experimentais
 Velocidade de escoamento  Experimental
 Diâmetro da partícula  Re
 “ ” ou área da superfície externa  Sc
por massa de sólido  Sh
 Temperatura
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PS: Somente varia com a vazão, não varia. Logo, em regiões que a taxa reacional é
constante com a variação da velocidade de escoamento, a transferência de massa não é
importante.

PS2: Como a taxa reacional cresce com a temperatura até atingir um valor máximo, devemos
avaliar as grandezas e na maior temperatura possível do interval ode temperaturas
permitido pelo nosso processo.

Critérios para avaliar a importância da transferência de massa externa


Industrialmente, poucos processos são controlados pela transferência de massa. Ainda assim,
dados os critérios anteriormente citados, precisamos ter métodos pra detectar
experimentalmente a existência de limitações difusionais.

1) Determina-se a conversão em função da vazão mássica ( ) mantendo-se constante


em cada ensaio o tempo de contato ea
temperatura.
2) Determina-se a conversão em função do tempo de contato, para diferentes massas
de catalisador

Exemplo 1:

Exemplo 2:

Plot dos pontos


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As curvas terão aparências como essas acima e abaixo:

A partir de pontos experimentais e dos gráficos traçados, podemos estabelecer as regiões


onde há problemas de limitação difusional.

Região de limitação difusional ou


Gráfico O que se pode extrair do gráfico
de
para o qual a difusão ainda é
Região Linear
uma limitação
Região de não sobreposição de para o qual
curvas de massa diferente a difusão passa a ser uma limitação

Sejam dois reatores, um laboratorial e outro industrial, operando com mesma velocidade
espacial :

Para um reator tubular ideal (PFR) com sistema heterogêneo, chegamos à:



Para um reator de laboratório








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Veja então que para um mesmo:





Teremos a conversão nos dois reatores iguais. No entanto, se a transferência de massa
era importante na escala laboratorial, isto é, era pequena, pode deixar de ser no reator
industrial ao extrapolarmos a escala.

Capítulo 6 – Transferência de Massa Intrapartícula

O capítulo anterior falou sobre a difusão externa, isto é, a difusão na camada limite da
partícula. Agora veremos a difusão dentro dos poros de uma partícula. Existem 3 mecanismos
de difusão nos poros:

 Difusão Ordinária (molecular ou bulk)


 Difusão de Knudsen
 Difusão Superficial

Difusão Ordinária
Ocorre quando:

 Poros grandes
 Densidade do gás é elevado
 Poros preenchidos por líquido
 Poros orientados de forma randômica
 Fluxo menor do que se os poros fossem uniformes

Poros são tortuosos. Ou seja, as partículas são anisotrópicas (propriedades não são iguais em
todas as direções). Existem tuneis e interconexões em poros. Consideramos então que:
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Na difusão ordinária, esses 3 pontos são considerados. Temos a equação da


difusividade efetiva:

Onde:

  tortuosidade
  difusividade molecular no interior da fase fluida
  porosidade
  Produto entre fator de ângulo e fator de forma, respectivamente

A tortuosidade é de difícil medição experimental e não existem modelos teóricos de


aplicação geral para calcular os fatores de ângulo e de forma. A porosidade é a fração
do volume de espaços vazios dentre o volume total da partícula.
Um modelo possível para calculo da difusividade:

Onde:

  temperatura absoluta (K)


  massas moleculares das espécies A e B
  pressão total (atm)
 

Se , podemos dizer que a difusividade efetiva é proporcional à:

 P-1
 T3/2
 Independente do tamanho do poro
 Depende do par AB

Veja que curioso! A difusão no poro não depende do tamanho do poro!


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Difusão de Knudsen
Ocorre quando:

 Poros pequenos
 Densidade do gás é baixa
 Alto grau de colisão molécula-parede do poro
 Não ocorre em líquidos
 Sustentado pela teoria cinética dos gases

Como o número de colisões moleculares é desprezível frente ao número de colisões com as


paredes dos poros, fluxo e difusão são sinônimos e cada componente da mistura comporta-se
como se estivesse sozinho. Para um poro de sessão reta e raio da partícula “r”:

Podemos substituir o raio da partícula por uma relação empírica que nos fornece a seguinte
equação para a difusividade efetiva:

Onde:

  superfície específica (cm²/g)


  densidade do Pellet ou densidade bulk média (g/cm³)

Difusão Superficial
Ocorre quando:

 Moléculas difundem sobre a superfície na direção de concentrações decrescentes


 Quando há migração da molécula de sítio em sítio
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 Equilíbrio de adsorção em função da pressão parcial do componente


 Não é significante se não ocorrer uma adsorção apreciável

Resumo tipos de difusão

Difusão e Reação em Catalisadores Porosos


Reação pode ocorrer simultaneamente à transferência de massa, gerando um gradiente de
concentração de substrato entre superfície e interior da partícula porosa. A superfície porosa
terá maior concentração que o interior.

Esse gradiente de concentração de substrato rege a energia de ativação aparente, a


seletividade (medida de quanto uma reação gera um produto e não outro) e a taxa de
desaparecimento do reagente.

Já que estamos falando de taxa de reação, vamos definir o fator de efetividade:

Falaremos mais dele depois. Por enquanto, note que se esse coeficiente é igual a 1, não haverá
limitação por difusão intrapartícula. Se o coeficiente é próximo de 0, há limitações.
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Partículas esféricas
Considere a partícula esférica isotérmica abaixo:

Considere dessa partícula de raio R, uma casca com espessura . Segundo a lei de Fick, temos
que:

Onde

  fluxo na direção radial


  difusividade efetiva
  gradiente radial de concentração do substrato A

Considerando ainda:

 A como único reagente


 Regime estacionário

 Aplicação das coordenadas esféricas

A equação acima se torna:

Onde:

  Área superficial por unidade de volume do sólido poroso (cm²/cm³)


  Coeficiente de difusão efetivo global através da estrutura porosa
  velocidade específica da reação
  concentração de reagente elevado à ordem de ligação “ ”

Essa equação pode ser resolvida se considerarmos as seguintes condições de contorno:


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É conveniente e importante definirmos um número adimensional Módulo de Thiele

Onde:

  constante de taxa por unidade de volume da partícula de catalisador


 PS: O numerador na definição acima tem maior dependência com a temperatura, logo
o Módulo de Thiele aumenta com o aumento da temperatura
 PS2: Quanto maior a ordem de ligação, mais propenso à limitações difusionais

Reescrevemos:

Resolvendo essa equação para uma reação de primeira ordem, temos:

Onde:

Perceba que para resolvermos essa equação devemos considerar e constantes,


mesmo que, na prática, varie ao longo da partícula.
Vamos calcular agora o fator de efetividade.

1) Taxa observada  taxa de transferência de massa no interior da partícula


2) Taxa nas condições de superfície  taxa de consumo de A na ausência de resistência à
transferência de massa

Matematicamente:

1)
2)

Onde:


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Então, o fator de efetividade será:

O resultado acima tem implicações importantes:

   Transferência de massa não


significativa  reação química controla
 
 
  Reação química controla

CUIDADO!



O Módulo de Thiele está mascarado na fórmula da taxa. Lembrar que na sua expressão
também temos uma potência de . Esse fato pode fazer com que a gente não consiga
enxergar, se não lembrarmos da presença do módulo de Thiele no denominador, eventuais
limitações por difusão

Graficamente, o Fator de Efetividade tem a seguinte aparência:


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De uma forma geral quanto menor o módulo de Thiele, mais próximo de fator de efetividade
unitário estamos e menor o efeito da limitação por difusão

O Módulo de Thiele generalizado para qualquer geometria é:

Onde:

  Volume da Partícula
  A área externa da partícula

Determinação do Fator de Efetividade


Frequentemente se tem dados da taxa de reação para determinado catalisador com um
tamanho fixo e é desejado estimar a extensão na qual o efeito da difusão pode estar presente,
como representado pelo fator de efetividade.

Faz-se vários experimentos com partículas de tamanhos diferentes e taxas diferentes e


relaciona-se o fato de efetividade de cada experimento com o módulo de Thiele pra cada
experimento

Como o módulo de Thiele possui uma constante cinética usualmente desconhecido, faz-se
necessário o uso de um Módulo de Thiele Modificado, que, pra esferas, tem a seguinte
expressão:

Graficamente, módulo de Thiele modificado e fator de efetividade se relacionam:


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Perceba que o fator de efetividade pode ser maior que 1. Isso acontece quando a taxa
observada é maior que a taxa nas condições de superfície, algo que só é possível quando a
temperatura no interior do poro é maior do que fora. Isso só acontece com reações
exotérmicas.

Perceba que quanto maior for , o fator de isotermicidade, maior o fator de efetividade.
Igualmente, quanto maior o , o Número de Arrhenius, maior o fator de efetividade também

Fator de Efetividade Isotérmico


A difusão intrapartícula pode mascarar a cinética química. Isso porque:


Consideramos que a taxa aparente e a calculada são iguais. Considerando a fórmula do fator
de efetividade usando o módulo de thiele modificado para uma partícula esférica, temos que:

Onde

  Ordem de reação real


  Ordem de reação aparente

Ou seja, uma reação de ordem se não nos atentarmos nos experimentos feitos para obter
dados cinéticos podemos encontrar uma ordem ao invés disso.

As discrepâncias entre ordem de reação observada e ordem de reação real também existem
para casos onde a difusão molecular é dominante dentro dos poros. A difusividade molecular é
inversamente proporcional à pressão neste caso.
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A energia de ativação aparente também pode diferir da energia de ativação intrínseca da


reação química. Para fatores de efetividade baixos, temos a seguinte relação para a constante
de taxa:

O que leva a uma boa aproximação, independente de a difusão molecular ou a de Knudsen


dominar o processo de transferência de massa, para:

O tipo de difusão determina a expressão da energia da difusão, mas em condições normais a


energia de ativação supera a de difusão, o que nos permite aproximar:

Em baixas temperaturas a reação química é a etapa limitante e logo a energia aparente é a


energia verdadeira (intrínseca da reação química) pois os efeitos de limitação difusionais serão
pequenos. O inverso ocorre à altas temperaturas.

Em regimes onde o fator de atividade é baixo (módulo de thiele alto), ou seja, em regimes
onde há limitações difusionais, a energia aparente é menor do que a verdadeira (1/2).
Graficamente, isso faz com que sua inclinação seja a metade:
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Ao combinarmos os efeitos de difusão no filme e nos poros de um catalisador, chegamos à


expressão para a taxa de desaparecimento do reagente A considerando partículas esféricas:

Onde

  Resistência no filme desprezível


  Resistência no filme não desprezível

Redefinindo fator de efetividade, o fator de efetividade global é dado por:

A difusão nos poros afeta a seletividade da reação. A seletividade é uma medida de quanto um
produto é favorecido em relação à outro:

  Seletividade independe da existência de efeitos difusivos


  Seletividade diminui com a presença de efeitos difusivos
  Seletividade aumenta com a presença de efeitos difusivos

Difusão nos poros em sistemas não isotérmicos


Sistemas não isotérmicos são aqueles que vemos um gradiente de temperatura no interior das
partículas de catalisadores. Esse gradiente será dado por:

Onde:

  temperatura em qualquer ponto da partícula


  Concentração de A em qualquer ponto da partícula
 Subscrito “  “Na superfície”
  condutividade térmica efetiva do sólido poroso
  variação de entalpia da reação

O módulo de thiele modificado é usado exatamente nesses casos. A aparência do gráfico vista
anteriormente depende de dois parâmetros independentes já apresentados:

, o fator de isotermicidade 
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, o Número de Arrhenius 

O parâmetro ß apresenta a diferença máxima de temperatura que pode existir na partícula


relativa a temperatura superficial da mesma, sob condições de regime permanente
(concentração no Pellet 0). O valor de ß é excedido caso em regime transiente, como ocorre
no caso de uma reação exotérmica. Assim:

Para os casos onde:

  Cuidado com sinterizações e reações secundárias. Pode ocorrer

  Reação ocorre na superfície externa. Interior praticamente isotérmico.

  Efeitos térmicos menos aparentes

Capítulo 7 – Projeto Isotérmico de Reatores Ideais


Sistemas em batelada
 Alto custo de mão de obra
 Multipropósito (flexibilidade)
 Custo menor que o contínuo
 Sem correntes de entrada e saída
 Propriedades variam com o tempo (se ideal, isotérmico e mistura perfeita)
 Usados em reações em fase líquida, principalmente pra produções pequenas

Balanço molar:

  Forma diferencial
  Forma integral
  Densidade constante

Tempo de operação

  Número de bateladas por dia


Sistemas Contínuos CSTR


 Mistura completa
 Menor custo de mão de obra
 Fácil construção e baixo custo de construção
 Fácil controle de temperatura
 Baixa produção
 Conversão de reagente/volume baixa

Termos usados nos reatores:


[EQ UFRJ 2017.2] P1 Cinética [prof. Mônica][por Rafael Ratier]

 Velocidade espacial e tempo espacial 


o
o  tempo necessário para processar em um volume de
reator de alimentação medido em condições específicas

  tempo médio que a mistura passa dentro do
reator
o
o se V=cte

Sistemas Contínuos PFR


 Alta produção
 Fácil construção
 Instrumentação cara
 Mão de obra especializada
 Parada obrigatória pra manutenção

Termos usados nos reatores:

 Velocidade espacial e tempo espacial 


o
o  tempo necessário para processar em um volume de
reator de alimentação medido em condições específicas
o  Diferentes expressões de tempo espacial para
diferentes tipos e ordens de reação. Basta substituir e integrar

  tempo médio que a mistura passa dentro do
reator
o
o se V=cte

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