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RELATÓRIO TÉCNICO
ZF: RL082/20 TT 11663
Data: 24/02/2021 Fl: 1/30
(RT)
Sumário
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................2
2. PRIMEIRA VISTORIA .....................................................................................................3
3. SEGUNDA VISTORIA ...................................................................................................15
4. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ........................................................................29
5. TERMO DE VISTORIA....................................................................................................30
1. INTRODUÇÃO
Visita à escola a pedido da FDE para verificar situação do muro de divisa com um dos
vizinhos à Rua Profª Nícia de Paula. Segundo registros, um trecho do muro ruiu após forte
evento de chuva, carreando grande quantidade de materiais para o vizinho, que se encontra
aproximadamente 7 m abaixo da cota inferior da escola.
Área Afetada
N
Quadra
Descoberta
(abandonada)
Corpo Principal
2. PRIMEIRA VISTORIA
Logo que acessamos a área nos deparamos com um homem que invadiu o terreno da
escola e estava furtando uma das grades das janelas dos vestiários. Após ser reprimido pela
zeladora o homem deixou a grade no chão e se retirou.
Pudemos notar que a janela de onde a grade foi furtada já havia sido bloqueada
anteriormente com alvenaria.
O canto sudoeste do terreno, onde ocorreu a avaria que motivou nossa visita, encontrava-se
inacessível devido ao mato alto que cresce na área junto a todos os vizinhos da rua Profª Nícia de
Paula, não sendo possível nos distanciar poucos metros além da quadra.
Pudemos notar durante a vistoria que a canaleta de águas pluviais que corre junto ao
corpo do prédio encontra-se bastante degradada, tomada por entulho e vegetação, com poucas
das placas pré-moldadas de fechamento remanescentes.
Fica evidente também que o terreno da escola tem sido invadido frequentemente, sendo
utilizado como abrigo, local para estocagem de materiais recicláveis, galinheiro e, a julgar pelas
seringas espalhadas, ponto de consumo de drogas.
Junto ao canto utilizado como abrigo é possível ver que um muro de fechamento possui
uma grande rachadura, certamente associada à presença da árvore que cresce junto a ele.
Na cabeceira da quadra mais próxima à divisa junto à rua Francisco de Assis é possível
notar um solapamento junto a um muro de arrimo. Segundo projeto antigo, há nesta região um
aterro e uma rede de águas pluviais.
Ao redor da quadra é possível notar a passagem de mais uma canaleta de drenagem, que
desagua bem no ponto de solapamento. Abaixo deste ponto há uma escada hidráulica que
conduz as águas até a divisa. Esta rede de drenagem encontra-se igualmente deteriorada e
destampada, com poucas das placas pré-moldadas de fechamento remanescentes.
A divisa da escola encontra-se logo abaixo do “sumidouro”. Este parece ser o ponto de
acesso dos invasores. O arrimo existente na divisa encontra-se ligeiramente desaprumado.
Junto à região onde foi feito o galinheiro existiam algumas muretas, que já constavam do
levantamento planialtimétrico. Todas estão desaprumadas ou caídas.
A canaleta de drenagem de águas pluviais que corre entre a galinheiro e o corpo principal
da escola também está destampada e cheia de lixo.
Fotografia 20 - Desbarrancamento
Há evidências de que o terreno vem se erodindo ao longo dos anos, expondo trechos de
alvenaria outrora enterrados e causando a quebra do pátio cimentado.
17
13 N
15 14 4
1
16 5
18 11
20 19 6 8 7
10
2, 3 12
23
9
22
21
3. SEGUNDA VISTORIA
Após a limpeza do terreno, conforme solicitamos, fomos chamados a retornar à escola para
a conclusão de nossa vistoria.
Pudemos notar que a equipe que realizou a limpeza não conseguiu retirar a grande
quantidade de mato e lixo devido à inexistência de acessos aos fundos da escola. Todo o material
foi amontoado na região da quadra descoberta abandonada.
Segundo a Srª zeladora o terreno segue sendo invadido. Há sinais de fogueiras, que,
segundo a zeladora, são feitas por invasores para queimar fios e cabos a fim de remover o
isolamento para vender o cobre.
Seguindo em direção à lateral oeste da escola vemos que o muro de divisa está com alguns
trechos sem suas grades.
Foi neste muro, em seu trecho mais ao sul, que ocorreu a ruptura do arrimo, atingindo o
vizinho com grande volume de solo e água.
Na foto é possível notar a canaleta de águas pluviais existente que tem uma interrupção
neste local, conforme o levantamento planialtimétrico de novembro de 2019. Pelo levantamento
planialtimétrico de 2014 podemos ver que ela seguia até o muro de divisa sul. É muito provável
que o encharcamento do solo causado por esta canaleta tenha sido o causador da ruptura do
arrimo neste ponto. Vale ressaltar que tal canaleta tem grande área de contribuição e drena as
águas de toda a lateral oeste do colégio.
Todas as canaletas de drenagem do colégio encontram-se bastante deterioradas.
Na frente do prédio, onde uma grande canaleta correndo na direção oeste-leste coleta as
águas de chuva vindas do jardim e do telhado, uma parede de alvenaria foi feita sobre suas
placas de concreto, impedindo que sejam feitas limpezas periódicas.
Na lateral leste da escola, junto ao ginásio, pelo lado de fora, há um grande “muro de
arrimo com peitoril”.
No ponto do arrimo por onde desagua a canaleta que drena toda a face sul e jardins
internos do prédio há um grande solapamento causado pela ruína da galeria de drenagem, que
chegou a causar a ruptura do piso.
Projetos antigos mostram que a galeria sofria um desvio e desaguava em uma escada
d’água paralela ao arrimo. Aparentemente o desvio foi destruído pela força das águas e agora
estas saem por baixo do arrimo.
Responsável Técnico: Engº Frederico F. Falconi Data vistoria: 20/10/2020
Empresa: ZF & Engenheiros Associados S/S Ltda
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RELATÓRIO TÉCNICO
ZF: RL082/20 TT 11663
Data: 24/02/2021 Fl: 23/30
(RT)
O arrimo da face leste, no entanto, não se prolonga por toda a lateral do prédio e termina
alguns metros antes do seu canto nordeste. Neste local a erosão do solo expôs algumas estacas
da fundação. Provavelmente o mesmo ocorreu no canto oposto do prédio, junto à casa da
zeladora (fotografia 23).
Na casa da zeladora é possível notar que o piso da sala está com um afundamento no
centro.
Junto à sala da zeladora há um depósito e a parede que divide os dois ambientes possui
uma rachadura diagonal compatível com um recalque no canto do prédio. Uma rachadura idêntica
pode ser observada nas paredes que dividem a sala da cozinha e a cozinha do dormitório.
No referido depósito há uma grande rachadura no piso, paralela à face sul do prédio, já
detectada no levantamento planialtimétrico feito em 2014. A rachadura encontra-se alinhada com
a parede externa da copa. Aparentemente a área era aberta, coberta pela marquise do 2º
pavimento, e foi fechada posteriormente. O acréscimo de carga das alvenarias e materiais
estocados fez então com que o chão cedesse.
COPA DEPÓSITO
Ponto de descarga
de água do telhado
ZELADOR
REFEITORIO
30
N
26
29
23 28
38 27
24
25
36 44
37 43
35 40
41
42
34
32 31 33
39
Figura 4 – Croqui de localização das fotografias
4. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
O fechamento do ponto de ruptura deverá ser feito com terramesh conforme projeto
específico a ser elaborado.
Todo o sistema de drenagem da escola está bastante deteriorado. A queda do arrimo junto
ao vizinho muito provavelmente ocorreu devido ao acúmulo das águas pluviais de toda a lateral
oeste da escola conduzidas até aquele ponto pela canaleta de drenagem que corre junto à divisa.
Recomendamos que o sistema de drenagem de águas pluviais seja inteiramente
reformulado por especialista, com especial atenção à canaleta de drenagem junto à frente da
escola e, se possível, as águas conduzidas para a região do sinistro deverão receber novo
destino. Provisoriamente, recomendamos que seja avaliada a possibilidade de rebaixar 20cm o
piso da área ao lado do refeitório que está aproximadamente na cota 103,36, onde há a descarga
de água do telhado. A altura de um degrau deve ser suficiente para prevenir a entrada de água na
circulação e nos ambientes anexos (copa, depósito e zeladoria).
O ponto de descarga da canaleta que corre junto à face sul do prédio e termina no arrimo
junto à face leste deverá ser recuperado. O que sobrou do piso na região deverá ser removido
para preenchimento da “dolina”. O material que estiver solto deverá ser retirado e o terreno
cortado em degraus de 30 a 50cm de altura. O solo então deverá ser compactado com “sapo” em
camadas de 20cm de espessura acabada até que o aterro atinja o nível do piso. A canaleta de
drenagem deverá ser recuperada e o fluxo direcionado para a escada d’água existente (caso esta
seja mantida no novo projeto de drenagem). O mesmo deverá ser feito no arrimo na cabeceira da
quadra (idem).
No canto nordeste, onde as fundações do edifício estão expostas, será necessário
preencher o vazio sob os blocos de fundação com argamassa.
No canto sudoeste, onde o piso do depósito cedeu será necessário recuperá-lo.
O trecho de piso afundado e a parede com a janela deverão ser removidos para alteamento
do nível do terreno com mistura de solo cimento compactado com “sapo” (1:30 do volume). O piso
e a parede poderão então ser refeitos. Recomendamos uma janela de ventilação no alto da
parede e fechada com grades, dado que esta dará para a área constantemente invadida do
colégio e há risco elevado de furtos.
O muro “do bosque”, existente no canto sudoeste do prédio deverá ser derrubado antes que
cause algum acidente. Recomendamos recompor apenas o trecho que limita o acesso à zeladoria.
Adicionalmente, recomendamos que seja estudado o alteamento do muro da escola ou a
instalação de gradil alto sobre o muro existente, de forma a inibir futuras invasões, principal causa
da grande deterioração observada nos fundos do terreno. Vale ressaltar que após a limpeza entre
nossas duas visitas foram encontrados três chassis de motos roubadas abandonados no colégio.
Recomendamos também que seja aberto um acesso provisório aos fundos da escola para
remoção da grande quantidade de mato e lixo acumulados e descarga dos materiais necessários
à construção do terramesh. O acesso poderia ser feito através de mini-carregadeira tipo “bobcat”
derrubando-se alguns muros da zeladoria, de forma a conectar os fundos da escola com o
estacionamento da rua Dr. Fleury Silveira.
Não
Justificativa:
As regiões afetadas já têm o acesso restrito, não sendo necessárias medidas adicionais de
limitação de circulação.
Outras observações: