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Lê, lê, lê
Minha cama dobrou de tamanho
Sem você no meu colchão
Hic!
Hic!
Minha voz sai sem que eu tenha controle. Sou eu mesmo que estou
Hic
Não.
Eu? Cretino?
— �� Rita, eu te perdoo!
Estiro meus braços para a frente para que ela possa me algemar. Já
havíamos brincado antes com seu equipamento de trabalho. E eu só tinha
boas lembranças.
Estou salvo!!!!
SAMUEL
tento remendar:
— Ferrado...
— Eu teria dado o dinheiro para o filho da mãe para que ele não
levasse meus equipamentos...
vida. O senhor tem que agradecer por não ter sofrido qualquer agressão
física, pelo que eu entendi. Então acalme-se e responda às minhas perguntas.
Eita paisinho de merda onde eu tenho que agradecer por não ter
levado uma surra ou levado um tiro. Conviver com tais índices de violência é
uma aventura a cada dia. O policial tem sua razão: sou um sobrevivente e
preciso me conformar com isso.
Sendo uma delegacia situada na Zona Sul, ela é até bem cuidada. Sei
que algumas delegacias da polícia civil do Rio são horrivelmente decadentes.
Mas essa está com a pintura em dia, o mobiliário parece novo e os
computadores relativamente modernos. Isso é luxo em se tratando do sistema
de segurança da cidade.
Meu olhar parece ter atraído o dela porque, no mesmo instante, seus
olhos castanhos se voltam para mim. São olhos atentos, determinados. Gosto
do que vejo e desço minha apreciação para os lábios finos, bem desenhados,
pintados com um vibrante batom vermelho. Ousada, essa moça, concluo.
— Anote aqui neste papel todos os itens que foram furtados. Talvez
Bastante desiludido, pois não via como seria possível rever meus
equipamentos, começo a listá-los. Um gemido de sofreguidão sai do meu
peito a cada item do qual me lembro: lentes (aiii), tripé (aiii), drone (ai, ai,
ai)...
Mas antes que tivesse que ouvir um sermão, eu mesmo fiz minha
penitência:
— Está certo, senhor Samuel. Desta vez, passa. Que não se repita.
Ops, reparo que ela gravou meu nome. Isso é bom sinal, né?
Ela dá uns passos à frente e pega a lista que fiz dos meus
sobrenaturais mesmo.
Percebo que ela foi pega de surpresa. Claro que ela não esperava que
eu fizesse uma nova investida assim tão direta. Mas eu tenho um lema: “na
Dito isso, ela se vira para o veículo, abre a porta, senta-se no banco
do motorista e bate a porta.
meu peito que aparecia parcialmente pela camisa semiaberta, deu uma
suspirada e respondeu simplesmente:
Por fim, parece que meu dia não foi uma desgraça total. Infeliz no
jogo, feliz no amor. Perdi por um lado, ganhei pelo outro. Talvez ela esteja
apenas debochando de mim, mas prefiro manter a fé.
Caminho até o meu carro com o coração mais aliviado. Estou mais
conformado. Saio na direção do meu estúdio onde vou pegar meu
equipamento sobressalente e fazer o que for possível com ele.
Perto das 18:30, vejo-a sair com uma bolsa e as chaves do carro na
mão.
Mulher astuta!
— Você queria uma chance. Estou aqui. Vamos tomar uma água de
coco naquela barraquinha de praia. Vamos ver como você se sai.
— Você deve estar com fome. Saiu do trabalho agora. Essa barraca
tem umas coisas boas de comer. Vou pedir o cardápio para você escolher.
estressante. E o seu, Samuel? Como foi seu dia de trabalho? Como se virou?
tentar captar sua reação. Ela me encara com indiscrição. Percebo que ela
estava avaliando a veracidade e a honestidade das minhas palavras. Quanto a
isso, eu estou tranquilo. Sou sempre sincero em minhas palavras e
sentimentos. Sou até mesmo meio abestado.
Acho isso sexismo da parte delas. Só porque sou homem não posso
ser sensível? Sou emotivo e romântico. E daí? Já já começo a cantar: “Ser um
homem feminino, não fere o meu lado masculino”.
— Nunca havia pensado sob esse ângulo. Mas acho que você tem
razão.
Ela apenas sorri para mim, mas seu sorriso aberto, despudorado,
tranquilo e amistoso sinaliza que estamos nos entendendo. O caminho está
sendo calçado com pedrinhas de brilhantes para o Samuel passar.
— Sabia que você não era apenas uma carinha bonita. Percebi logo
que por baixo daquele lindo homem frustrado na delegacia, havia algo
aproveitável.
Sei que tenho uma boa aparência, as mulheres não escondem sua
cobiça, mas é muito alentador ouvir isso da pessoa que realmente me
interessa.
Por outro lado, acho “aproveitável” um termo dúbio. Quero ser mais
que isso para ela, afinal, sou orgulhosamente um romântico. Mas teremos
tempo. Eu vou me empenhar e chegarei a um degrau mais alto em sua
classificação.
Isso porque também a percebo como algo único e especial. Sinto que
há algo que vai além do meu tesão por aquela raba maravilhosa.
Mas deixei que ele fizesse as coisas no seu ritmo. Por alguma razão,
eu estava a disposta a conceder um pouco mais do meu tempo, mais do que
somente a esfregação, o suor e os fluídos embaixo dos lençóis, como costumo
fazer.
Já é hora.
A campainha toca. Abro a porta e lá está ele, lindo, cheiroso e
sorridente com uma garrafa de vinho nas mãos.
É hoje!!!!
ombros largos lhe dão um aspecto viril. Suas mãos grandes parecem que vão
destruir a frágil taça onde servi o vinho.
Ele me olha com lascívia. Derrama seu olhar no vão entre os meus
seios, aparentes no decote do vestido, e escorregam para meu ventre e minhas
ancas... como uma carícia.
— Rita. Oh, Rita. Eu não aguento mais esperar. Quero você. Diga,
por favor, que você também me quer.
Apenas esfrego meu traseiro em sua calça e puxo sua cabeça para
um beijo sôfrego.
— Coisa mais linda. Muito mais do que eu mereço — diz ele antes
de abaixar-se e dirigir seus lábios para meu seio e sugá-lo com devoção.
Jogo minha cabeça para trás, facilitando seu acesso. Que delícia!!
— Rita, desde que a vi, sabia que você era especial e que eu
precisava tê-la.
Saio do torpor passivo e também inicio minha ação. Tiro sua camisa
para aumentar nosso contato. Deslizo minhas mãos pelo seu dorso trabalhado
e beijo seu pescoço.
Seu olhar predador me diz tudo que preciso saber. Ele está voraz.
Ele e sua arma colam-se ao meu corpo. Nossos corpos ser procuram.
Nossas mãos passeiam por nossa pele.
Estou quase lá. Percebo pela sua face contraída e pela pegada firme
que ele também está em desespero. Está se controlando.
Meu peito começa a se acalmar, mas sinto que sua respiração ainda
está acelerada. Ele parece um trem descarrilhado. Mas, aos poucos, ele
também vai se acalmando.
— Já disse pra você que isso não é brincadeira. Você parece uma
criança querendo brincar de carrinho de polícia.
egoístas. Mas Samuel era diferente. Ele parecia não se aperceber do quão
lindo e sexy ele era com aquele porte físico alto e musculoso, cabelos negros
e sedosos, um sorriso imaculado.
querendo...
— Assim não vale, Rita. Vou ficar ansioso o dia todo. O que você
está aprontando?
— Já disse que é segredo. Já falei demais. Vá fazer seu trabalho que
eu vou fazer o meu. Vamos nos encontrar no fim do dia.
Ontem foi meu dia de não beber. Antes de sairmos, tiramos no par
ou ímpar quem iria poder beber... o outro dirigiria. Então busquei o Samuel
Em frente ao seu estúdio, ele desce do carro sob resmungos sem fim.
Queria ir comigo... o que eu estava aprontando... eu preciso tomar cuidado...
blá, blá, blá.
A confusão é grande.
delegacia.
vistoriados e algemados.
Mas algo ainda mais absurdo acontece. Alguém entra naquele corpo-
a-corpo e a lâmina que eu estava apontando para o agressor, rasga o braço do
desgraçado.
Que surpresa!
O idiota é o Samuel.
— Samuel, eu não vou permitir que você interfira nos meus assuntos
profissionais. Por acaso eu vou lá dar palpite nas suas fotos?
Respiro fundo buscando paciência. Sei que ele agiu com boa
intenção, mas foi imprudente e fez uma grande merda.
— Ouça bem, Samuel: nunca mais, mas nunca mais mesmo, interfira
— Não apareça mais por aqui ou acabo com essa brincadeira não
importando o quanto seja bom transar com você.
altivo, retruca:
— Então é isso que eu sou para você? Apenas uma boa transa?
sentimentos.
Admito que fui rude com ele, estou uma pilha de nervos. O dia foi
extremamente desgastante. Mas pretendia esclarecer melhor as coisas no dia
seguinte. Eu não contava com essa reação precipitada.
Suspiro.
Quando Samuel voltar, poderei também lhe dar a boa notícia de que
recuperamos quase todos os equipamentos dele. Ele ficará feliz.
Tomei umas doses de uísque e pensei: que se dane a Rita, vou comer
essa gostosa e arrancar de vez a maldita do meu corpo e do meu coração.
Estou decidido a tentar retomar de onde paramos. Sei que ela gosta
de mim. Ela precisa apenas de mais tempo para estabelecer outros
sentimentos além do desejo sexual.
Meu coração bate por ela. Meu peito dói de saudade. Minhas
memórias percorrem nossos momentos dentro e fora da cama. Meu corpo
queima de desejo pela desgramada. �� Minha cama dobrou de tamanho
sem ela no meu colchão.[2]
ligue para ela para marcarmos um encontro. Alego que estarei muito ocupado
nos próximos dias e saio fora.
Minha ansiedade para rever a Rita supera meu bom senso e, ao invés
de ir para minha casa, dou o endereço da Rita para o Uber.
Estou louco para apertá-la em meus braços, sugar seus lábios, enfiar-
me em sua entrada quentinha, cheirar aquele cangote...
— �� Que saudade daquele cheiro.
seus lençóis e fazer um sexo fenomenal com aquela bruxa. Ela vai ficar de
quatro por mim... depois de ficar de quatro para o meu pau.
Abro a porta e, pé ante pé, sigo para o seu quarto. Abro a porta com
cuidado e, na penumbra, percebo seu corpo deitado sob os lençóis.
Sussurro:
— Não é, Rita?
Mas eu a ignoro e parto para o meu próprio inferno onde vou sofrer
as dores de um corno apaixonado.
SAMUEL
Sei que eu havia brigado e terminado com ela. Mas no fundo do meu
peito eu achava que ela gostava de mim mais do que queria admitir e que eu
seria bem recebido de volta.
— Samuel...
Fico mudo. Não sei o que dizer. Nossos olhares se cruzam, uma leve
brisa traz seu cheiro até minhas narinas. Meu corpo todo se eriça.
ideias no lugar.
— Estive ocupado e... sinceramente, acho que não temos mais nada
para falar — respondo com uma falsa frieza.
Confusão passa por seus olhos. Imagino que deva estar em dúvida se
apenas me ignora ou me dá um soco.
— Está bem, Samuel. Se é assim que você deseja, que seja. Só lhe
digo uma coisa: você está enganado sobre o que pensa que viu. E está sendo
injusto ao não me deixar esclarecer.
— Adeus.
Fico ali parado, abestalhado. O que ela quis dizer? Ela admitiu ter
mais sentimentos por mim do que apenas sexo? Como assim “estou enganado
Se ela gosta de mim, por que estava com outro? Será que ela queria
apenas se vingar pela nossa briga?
SAMUEL
Hic!
Hic!
Minha voz sai sem que eu tenha controle. Sou eu mesmo que estou
Hic
floridas.
Não.
Mulher desalmada.
— �� Rita, eu te perdoo!
Estiro meus braços para a frente para que ela possa me algemar. Já
boa alma.
Estou salvo!!!!
RITA
Não sei se sinto raiva, pena ou apenas rio desse homem. Está
completamente bêbado, fazendo declarações amorosas e perdoando o que ele
pensa que eu fiz.
vigorou e encontrei um muro inexpugnável. Não havia mais o que ser feito.
Que ele fosse para o inferno procurar o que fazer que eu iria tocar minha
vida.
Agora estou aqui, tentando curar o porre desse homem que invadiu
minha vida e a bagunçou por completo.
— Não me deixe, Rita. Fique aqui comigo. Não quero café. Quero
você.
Ele tenta recusar, mas eu enfio o copo entre seus lábios e o obrigo.
Decido levá-lo para a cama. Com muita dificuldade, consigo que ele
se levante e, apoiando-o em mim, levo-o para o meu quarto. Deito-o na cama
e ele apaga de vez.
A melhor solução será dormir aqui com o Samuel. Afinal, não somos
estranhos.
Acordo com uma réstia de luz entrando pela janela. Minha mente
ainda está nublada.
me traiu.
E agora? Quero estar aqui. Quero permanecer aqui. Sei que ela
também tem sentimentos por mim. Apenas não quer admitir.
Apalpo seu seio, beliscando o biquinho. Desço a mão para o seu púbis, faço
alguns afagos em sua bocetinha antes de enfiar um dedo na sua entrada e
fazer movimentos de vai-e-vem.
— Depois. Estou com muita saudade e com muito tesão. Nem sei se
Não nego nada a essa mulher. Enfio com mais força e convicção.
Meu cacete está latejando. Sinto o sangue correr em minhas veias e o meu
pau crescer... e crescer... preenchendo-a ao máximo.
— Por isso peço que, para sua segurança, não interfira nos assuntos
da polícia. Por favor, Samuel...
— Ok, vou tentar, Rita. Mas, sendo sincero, não sei se conseguirei.
— Pra isso, vai ter que me algemar na cama... — falo com um olhar
safado.
— Segundo ponto. Você não é somente uma transa para mim. Tenho
mais sentimentos por você do que gostaria de admitir. Mas, naquele dia,
naquele instante, não havia clima para falarmos sobre isso.
bico.
Ela geme um pouco antes de retirar minha boca dali e me puxar para
eu me reerguer.
— Ele é meu primo e eu o hospedei por dois dias quando ele veio a
trabalho. Eu apenas emprestei minha cama porque, como você mesmo
constatou, ele é enorme e meu sofá-cama do escritório é muito pequeno para
ele. Eu e ele não temos e nunca tivemos nada.
Jesus!!!
— Obrigado, Rita. Não sabe o alívio que sinto. Não sabe o suplício
pessoas sem entender seus sentimentos. Acho que o amor verdadeiro também
é perdão e superação.
— Não vou abusar e conto com você para retribuir. Vamos ficar
juntos e aproveitar ao máximo nossos deliciosos momentos juntos sem mais
desgaste. Certo?
FIM
AGRADECIMENTOS
àquele que tem fome de ler, àquele que se diverte e se entretém com nossos
livros: um grande, um enorme, um verdadeiro, muito obrigada!
SOBRE A AUTORA
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[1]
Referência à música “Rita”, de Tierry.
[2] Referência à música “Rita”, de Tierry