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Corrosão

Aula 3
Meios Corrosivos
Meios corrosivos mais freqüentes:

- Atmosfera;
- Águas naturais;
- Solo;
- Produtos químicos;
- Alimentos;
- Substâncias Fundidas;
- Solventes Orgânicos;
- Madeira e
- Plásticos.

Deve-se destacar a importância que representa a natureza do meio corrosivo


que se encontra na imediata proximidade da superfície metálica.
Meios Corrosivos
-Atmosfera:
Como estudar? Ensaio de corrosão: diferentes materiais metálicos são expostos à
atmosfera por prolongados períodos, nas mais diferentes regiões. Analisando o
efeito da composição química do material sobre o comportamento frente à
corrosão atmosférica.
No Brasil: são estudas as áreas rurais, litorâneas, urbanas e industrial.

Em decorrência do custo elevado das perdas por corrosão atmosférica, estimado


em cerca da metade do custo total (somando outras formas de corrosão), está
sendo desenvolvido o projeto “Mapa Ibero-Americano de Corrosividade
Atmosférica”, com o objetivo de caracterizar e classificar a corrosividade
atmosférica de diversas estações de ensaio distribuídas pelos países ibero-
americanos.

Os EUA implementaram um programa de pesquisa específico sobre a corrosão


causada por precipitação ácida, para aumentar os conhecimentos de causas e
efeitos da chuva ácida durante 10 anos. Estabelecendo como etapa inicial o
estudo de:
Meios Corrosivos

-Poluentes – óxidos de enxofre, óxidos de nitrogênio, ozônio, particulados, etc.


-Materiais – estátuas e estruturas metálicas, tintas, plásticos, concreto, mármore,
granito, etc.

Os países europeus estabeleceram um programa de exposição por durante 8


anos de amostras para quantificar os efeitos de poluentes atmosféricos em metais,
mármore, revestimentos e em contatos elétricos.

FATORES QUE LEVAM À CORROSÃO ATMOSFÉRICA:


A ação corrosiva da atmosfera depende fundamentalmente dos fatores:
-Umidade relativa;
-Substâncias poluentes: particulados e gases;
-Temperatura;
-Tempo de permanência do filme de eletrólito na superfície metálica.
-Fatores climáticos: intensidade e direção de ventos, chuvas e insolação, radiação
ultravioleta, variações cíclicas de temperatura e umidade.
Meios Corrosivos
CLASSIFICAÇÃO:
A Corrosão Atmosférica classifica-se em seca, úmida ou molhada:

-Seca:
Ocorre em atmosfera isenta de umidade, sem qualquer presença de filme de
eletrólito na superfície metálica. Tem-se uma lenta oxidação do metal com
formação do produto de corrosão, podendo o mecanismo ser considerado
puramente químico. Ex.: escurecimento da prata ou do cobre por formação de
sulfato de prata ou cobre, devido à presença de gás sulfídrico na atmosfera.

-Úmida:
Ocorre em atmosfera com umidade relativa de 1 a 100%. Tem-se um fino filme de
eletrólito depositado na superfície metálica, e a velocidade do processo corrosivo
depende da umidade relativa, poluentes atmosféricos e a higroscopicidade dos
produtos de corrosão aderidos ao metal (se absorvem água ou não).

-Molhada:
A umidade relativa está próxima de 100% e ocorre a condensação na superfície
metálica. A superfície fica, então, molhada com o eletrólito. Ex.: chuva e névoa
salina depositados na superfície metálica.
Meios Corrosivos

Área industrial sujeita à poluição.


Meios Corrosivos

Área industrial sujeita à poluição.


Meios Corrosivos

Meio ambiente com poluentes atmosféricos: ácido clorídrico e traços


de ácido fluorídrico.
Meios Corrosivos

Chaminés com emanações de ácidos clorídrico e fluorídrico tornando


agressiva a atmosfera.
Meios Corrosivos

Detalhe da estrutura que aparece na foto anterior e que sofreu ação corrosiva
dos ácidos clorídrico e fluorídrico.
Meios Corrosivos
-Umidade Relativa: (UR)

A influência da umidade relativa na ação corrosiva da atmosfera é acentuada.


Ex.: o ferro em atmosfera de baixa UR, praticamente não sofre corrosão, se a UR
é em torno de 60%, tem-se corrosão lenta e UR acima de 70% processo é
acelerado.

O processo corrosivo é intensamente acelerado quando atinge-se um valor de UR


chamado de valor de umidade crítica. Acima da qual o metal começa a corroer
de maneira apreciável.

Se além da umidade houver também a presença de poluentes, a velocidade da


corrosão é ainda maior.

A ação corrosiva é ainda maior se há presença de carvão, sob a forma de fuligem,


e dióxido de enxofre, devido ao poder de adsorção de gases pela fuligem (carbono
finamente dividido). O carbono adsorve óxidos de enxofre, retendo-os em contato
com o material metálico, tendo-se a formação de ácido sulfúrico e
conseqüentemente, a corrosão.
Meios Corrosivos
-Substâncias Poluentes:
Particulados:

As partículas sólidas sob a forma de poeira, existem na atmosfera e a tornam


corrosiva, devido a:

- deposição de material não-metálico, como sílica, SiO2, que embora não atacando
diretamente o material metálico, cria condições de aeração diferencial (as partes
sujeitas à poeira são as mais atacadas em peças estocadas sem nenhuma
proteção);
- deposição de substâncias que retém umidade (absorve água), isto é, são
higroscópicas, acelerando o processo corrosivo, pois mantém a água mais tempo
em contato com a superfície;
- deposição de sais que são eletrólitos fortes, como o sulfato de amônio,
(NH4)2SO4, e cloreto de sódio, NaCl. A maior ação corrosiva em atmosferas
marinhas deve-se à deposição de névoa salina contendo sais como cloreto de
sódio e cloreto de magnésio, MgCl2;
Meios Corrosivos

- deposição de material metálico: se o material metálico depositado for de


composição química diferente daquele exposto, poderá ocorrer a formação de
pilhas de eletrodos metálicos, com a conseqüente corrosão galvânica.

- deposição de partículas sólidas que, embora inertes para o material metálico,


podem reter sobre a superfície metálica gases corrosivos existentes na atmosfera;
Ex.: da fuligem do carvão com poder de adsorção.
Meios Corrosivos

Particulado vermelho de óxidos de ferro em atmosfera industrial siderúrgica.


Meios
Corrosivos

Meio ambiente com poluente atmosférico contendo particulados, como


fuligem de carbono e óxidos de enxofre, SO2 e SO3, possibilitando a
formação da chamada chuva ácida contendo ácido sulfúrico, H2SO4.
Meios Corrosivos
- Substâncias Poluentes:
Gases:

Além dos gases constituintes da atmosfera, principalmente oxigênio e nitrogênio,


são freqüentemente encontrados monóxido de carbono (CO), dióxido de carbono
(CO2), ozônio (O3), dióxido de enxofre (SO2), trióxido de enxofre (SO3), monóxido de
nitrogênio (NO), dióxido de nitrogênio (NO2), e em áreas industriais, gás sulfídrico
(H2S), amônia (NH3), cloreto de hidrogênio gasoso (HCl), fluoreto de hidrogênio
(H2F2) e o cloro, (Cl2). Há também registro de corrosão atmosférica devido a
presença de ácido acético no ar.

A presença desses gases está associada aos diferentes tipos de indústrias, bem
como aos combustíveis utilizados.

O dióxido e o monóxido de carbono são normalmente originados da queima de


combustíveis, como os hidrocarbonetos (gasolina, óleo) e carvão. A temperatura
ambiente não são corrosivos aos metais, mas juntamente com umidade formam a
carbonatação de concreto, responsável pela deterioração deste material.
Meios Corrosivos
- Substâncias Poluentes:
Gases:

O Ozônio é prejudicial para elastômeros, como a borracha, que sob a ação


prolongada desse gás sofre oxidação, perdendo sua elasticidade e chegando a ficar
quebradiça.

O dióxido e o trióxido de enxofre são os mais freqüentes constituintes corrosivos de


atmosferas industriais e urbanas, em razão de as indústrias usarem óleos
combustíveis contendo geralmente 3 a 4% de enxofre e do grande aumento de
veículos automotivos, em áreas urbanas de alta densidade demográfica, usando
combustíveis como gasolina, contendo enxofre ou derivados.

Esses gases formam, com a umidade presente no ar, ácido sulfúrico, justificando o
fato de as atmosferas industriais serem bastante corrosivas e as atmosferas
urbanas mais corrosivas que as rurais.
Meios Corrosivos
- Substâncias Poluentes:
Gases:

Esses gases podem ser originado também da queima de gases residuais de


refinarias e de carvão contendo enxofre. A conhecida chuva ácida, responsável pela
corrosão em estruturas metálicas e em concreto, deve-se à presença de óxidos de
enxofre e nitrogênio.

Com o aumento do emprego do gás natural, como combustível em indústrias e em


veículos automotivos, haverá uma diminuição da agressividade atmosférica, pois o
gás natural praticamente não tem compostos de enxofre.

Os óxidos de nitrogênio, cuja principal origem é a exaustão de veículos automotivos,


podem ainda resultar da combinação de nitrogênio e oxigênio atmosféricos, por
meio de descargas elétricas. Esses óxidos dão origem a formação de ácido nítrico.
Meios Corrosivos
- Substâncias Poluentes:
Gases:

O gás sulfídrico, H2S, nas atmosferas próximas às refinarias de petróleo, mangues e


pântanos, é o gás responsável pelo escurecimento do cobre, pois há a formação de
sulfeto de cobre (CuS) que é preto; aparecimento da coloração amarela, em
materiais com revestimento de cádmio, devido à formação de sulfeto de cádmio
(CdS); decomposição de revestimentos com tintas à base de óxido de chumbo
(Pb3O4) que ficam pretas devido à formação de sulfeto de chumbo (PbS);
escurecimento de contatos telefônicos ou equipamentos de prata, devido ao sulfeto
de prata (Ag2S), prejudicando o funcionamento dos mesmos. Por isso, em contatos
de maior importância, são usados contatos de ouro.

A amônia, NH3, ocorre nas atmosferas vizinhas às fábricas de ácido nítrico (HNO3) e
de uréia (OC(NH2)2), que usam amônia como matéria-prima, e de fertilizantes, que
geralmente tem unidades de fabricação de amônia a ser empregada na produção do
fertilizante. Deve-se evitar, nessas regiões, a presença de instalações de cobre, pois
são bastante atacadas pela ação conjunta da amônia, água e oxigênio.
Meios Corrosivos
- Substâncias Poluentes:
Gases:

O cloreto de hidrogênio gasoso pode estar presente nas proximidades de fábricas


de PVC (poli cloreto de vinila) que o utilizam como matéria-prima, que, em contato
com a umidade atmosférica, forma ácido clorídrico, forte agente corrosivo.

O fluoreto de hidrogênio está presente nas proximidades de fábricas de fertilizantes,


e em contato com a umidade, pode formar ácido fluorídrico, que é um agente
corrosivo que ataca também os vidros.

O cloro pode ser encontrado nas proximidades de fábricas de soda cáustica, NaOH,
que em contato com a umidade atmosférica forma ácido clorídrico. O cloro poderá
ainda, ser originado de estações de tratamento de água, que o usam para controle
microbiológico e de fábricas de celulose, que o usam para o branqueamento de
celulose.
Meios Corrosivos

Cúpula do Teatro Municipal (RJ)


com a pátina esverdeada.

Estátua de Pedro Álvares Cabral (RJ) com a característica


pátina esverdeada, de sais de cobre, devida à atmosfera salina.
Meios Corrosivos
- Outros Fatores que podem influenciar a ação corrosiva da atmosfera:

1) Temperatura: se for elevada, irá diminuir a possibilidade de condensação de


vapor d´água na superfície metálica e a adsorção de gases, minimizando a
possibilidade de corrosão;

2) Tempo de permanência do filme de eletrólito na superfície metálica: quanto menor


este tempo, menor a ação corrosiva da atmosfera. Os fatores climáticos tem grande
influência nesse caso. As chuvas podem ser benéficas, solubilizando os sais
presentes na superfície metálica e retirando-os da mesma, mas se houver frestas ou
estagnação, as soluções dos sais podem ficar depositadas, aumentando a
condutividade dos eletrólitos e acelerando o processo corrosivo;

3) Os ventos: podem arrastar para as superfícies metálicas, agentes poluentes e


névoa salina, dependendo da velocidade e da direção dos ventos, esses poluentes
podem atingir instalações posicionadas até em locais bem afastados das fontes
emissoras;
Meios Corrosivos
4) Variações cíclicas de temperatura e umidade: em função das estações do ano
pode-se ter uma ação mais intensa desses fatores climáticos. Ex.: em alguns países
aumenta a emissão de óxidos de enxofre no inverno devido à queima de carvão
para alimentar sistemas de aquecimento, aumentando a taxa de corrosão.

5) Insolação (raios ultravioleta): causa deterioração em películas de tintas à base de


resina epóxi e em PRFV (plástico reforçado com fibra de vidro) e ataca também
plásticos. Esta deterioração pode ser uma calcinação, empoamento ou gizamento.
Devido a possibilidade desta ação destrutiva, alguns plásticos já são formulados
com aditivos resistentes a essas radiações e os equipamentos sujeitos à insolação
são revestidos com tintas à base de resina poliuretana, que são resistentes aos
raios UV.
Meios Corrosivos

Tubos de PRFV aparecendo a fibra de vidro devido à deterioração


por radiações solares.
Meios Corrosivos

Tubulação com gizamento ou empoamento na parte superior


exposta à incidência solar.
Meios Corrosivos

Tanque de PRFV revestido com tinta para evitar a deterioração causada


por radiações solares.
Meios Corrosivos

Classificação da atmosfera segundo a corrosão relativa em aço


carbono:

Atmosfera Corrosão relativa


Rural seca 1-9
Marinha 38
Industrial 65
Industrial fortemente poluída 100
Meios Corrosivos
Dependendo do material metálico, do meio corrosivo e dos poluentes presentes, os
processos corrosivos serão mais rápidos e os produtos de corrosão apresentarão
características inerentes a cada tipo de atmosfera e metal.

Como ferro, zinco, alumínio e cobre são os metais mais utilizados em estruturas,
equipamentos e instalações externas, é preciso fazer algumas considerações
especiais sobre a corrosão destes materiais.

FERRO

CICLO DE REGENERAÇÃO ÁCIDA – principalmente atmosfera industrial

O SO2, originado principalmente, pela queima de óleos combustíveis ou de carvão


(que contenha S), é lançado na atmosfera sendo oxidado a SO3.

SO2 + ½ O2 → SO3 (catalisado por ação fotoquímica)

O SO3 reage com a umidade atmosférica e forma H2SO3 e H2SO4.


Meios Corrosivos
Se nesta atmosfera ainda estiverem presentes óxidos de nitrogênio, eles catalisarão
a formação do H2SO4.

Ação corrosiva do H2SO4 e H2SO3:

2 Fe + 2H2SO3 → FeS + FeSO4 + 2 H2O


Fe + H2SO4 → FeSO4 + H2
2Fe + 2H2SO4 + O2 → 2FeSO4 + 2H2O
2 FeSO4 + ½ O2 + H2SO4 → Fe2(SO4)3 + H2O

Os sulfatos podem reagir com a água formando novamente o H2SO4:


Ferrugem
FeSO4 + 2 H2O → H2SO4 + Fe(OH)2 (óxidos ou
Fe2(SO4)3 + 6 H2O → 3 H2SO4 + 2 Fe(OH)3 hidróxidos)
O H2SO4 torna a atacar o Fe, justificando a ação corrosiva acelerada em
atmosferas industriais, devido ao processo cíclico de regeneração do H2SO4.
Meios Corrosivos
Os íons SO42- devem ser removidos gradualmente da atmosfera ou os produtos de
corrosão devem ser retirados da superfície metálica, para interromper o ciclo.

Atmosfera Marinha

O agente corrosivo mais encontrado é o NaCl, e o produto de corrosão com o Fe


conterá cloreto de Fe (FeCl3) o qual é muito solúvel em água e muito corrosivo, pois
se hidrolisa formando HCl.

2 FeCl3 + 3 H2O → Fe2O3 + 6 HCl


Ou também:
FeCl3 + 2 H2O → Fe(OH)2Cl + 2 HCl

Proteção do Fe ou Aço

Usam-se revestimentos com tintas à base de resinas poliuretanas, vinílica,


epóxi, acrílica ou à base de silicato inorgânico ou orgânico de zinco.
Meios Corrosivos
Os chamados aços patináveis são aqueles que dentro de certas condições se
recobrem de ferrugem protetora, não necessitando a aplicação de tintas e
revestimentos. O filme de óxido ou hidróxido formado é muito denso, nem a água e
nem O2 conseguem atravessá-lo, cessando a corrosão do aço.

Os aços patináveis não possuem resistência à corrosão como o aço inox, mas são
mais resistentes do que o aço carbono.

São muito usados em construções de edifícios, pontes, viadutos, monumentos,


vagões, ...

Estágio de estabilização da ferrugem (1 a 2 anos), aço fica com uma coloração


castanho escura. Para o bom desenvolvimento da camada protetora o aço deve
ficar exposto alternadamente em ambiente seco e úmido.

Se o aço patinável for utilizado imerso em água do mar, há a necessidade de


proteção por tintas.
Meios Corrosivos

Estruturas de concreto e aço patinável já expostas durante cerca de 10 anos


Meios Corrosivos

Monumento aos Açorianos, em aço patinável – Porto Alegre


Meios Corrosivos
ZINCO

O zinco é muito utilizado em revestimentos, como no aço galvanizado, que é


bastante utilizado em linhas de transmissão, chapas de recobrimento de
instalações industriais, tubos de eletrodutos, em silos de armazenamento de
cereais.

Em atmosferas não poluídas:


O aço galvanizado forma ZnO ou Zn(OH)2, que sob a ação do CO2, existente na
atmosfera, forma o carbonato básico de zinco insolúvel, 3Zn(OH)2.ZnCO3.
Esse composto, de cor branca, tem característica protetora.

Em atmosferas poluídas:
Em presença de SO2 o Zn sofre severa corrosão, de várias maneiras:
Zn + SO2 + O2 → ZnSO4 O ZnSO4 é solúvel, portanto,
2 Zn + 2 SO2 + O2 → 2 ZnSO3 não protetor.
3 Zn + SO2 → ZnS + 2 ZnO
ZnO + SO2 → ZnSO3
ZnO + SO2 + ½ O2 → ZnSO4
Zn(OH)2 + SO2 + ½ O2 → ZnSO4 + H2O
Meios Corrosivos
ZINCO

Em Atmosfera Marinha
O galvanizado é mais resistente do que em atmosferas industriais, devido a
ausência de SO2, permanecendo a proteção dada pelo carbonato básico de
zinco.

PROTEÇÃO
Aplicação de revestimento à base de tinta, usando-se um primer, ou tinta
primária, que tenha aderência em superfícies galvanizadas, ex.: primer à
base de resina epóxi isocianato.

ALUMÍNIO

O alumínio e suas ligas são usados como chapas para coberturas,


principalmente na construção civil.

A película de óxido de alumínio, Al2O3, formada quando exposta ao ar, ou


quando submetido a processo de anodização, é responsável pela resistência
do Al à corrosão atmosférica.
Meios Corrosivos
ALUMÍNIO

Em atmosferas contendo HCl


Ocorre a solubilização do óxido seguido pelo ataque ao Al, com formação de
AlCl3.
Em atmosferas contendo SO2
O Al tem apresentado maior resistência do que o Zn.
Em atmosferas marinhas
O fator mais influente é a deposição de particulados, principalmente se forem
higroscópicos. Procura-se manter limpa a superfície, com aplicação de fina
película de óleo protetor ou vaselina.
Na construção civil
As chapas ou tubulações de Al anodizado devem evitar o contato com
argamassa úmida, pois seu caráter alcalino, ataca o óxido protetor.
No armazenamento
Chapas de Al sobrepostas, em ambientes úmidos, sofrem o processo de
corrosão por aeração diferencial entre as chapas. As chapas ficam com
manchas e aspecto escurecido.
Meios Corrosivos
ALUMÍNIO

Chapas de alumínio
manchadas em decorrência
do armazenamento: chapas
superpostas.

Manchas escuras em alumínio


usado em coberturas de
instalações industriais.
Meios Corrosivos
COBRE

O cobre e suas ligas, como latão (70% Cu e 30% Zn) e bronze (Cu + 8 a 10%
Sn), sujeitos à corrosão atmosférica, tem mais emprego em instalações
elétricas, monumentos e coberturas de construções antigas, como museus e
teatros.

Em atmosfera externa
O Cu forma inicialmente Cu2O, cuprita, com coloração castanha, com
característica protetora. Com o tempo e O2, forma-se CuO, de cor preta.
Posteriormente, com a presença de umidade e CO2, aparece a coloração
esverdeada devido à formação dos carbonatos básicos, CuCO3.Cu(OH)2
(malaquita) e 2 CuCO3.Cu(OH)2 (azurita).
Com característica protetora.
Em atmosfera poluída
Possíveis reações de ataque:
- Presença de SO2
2 Cu2O + SO2 + 3/2 O2 + 3 H2O → CuSO4.3 Cu(OH)2 (brochantita)
3 CuO + SO2 + ½ O2 + 2 H2O → CuSO4.2 Cu(OH)2 (anterita)
que são esverdeados.
Meios Corrosivos
COBRE
- Presença de gás sulfídrico
Cu2O + H2S → Cu2S + H2O
CuO + H2S → CuS + H2O
Cu + ½ O2 + H2S → CuS + H2O
que são pretos.
- Presença de amônia
Cu + 4 NH3 + ½ O2 + H2O → Cu(NH3)4(OH)2 (azulado)
Em atmosferas marinhas
Coloração esverdeada causada pela formação de cloreto básico de cobre.
Em monumentos
Formação de uma pátina aderente e protetora com coloração esverdeada,
devido aos sais básicos originados na atmosfera.
Meios Corrosivos

Tubo de cobre com perfuração


Tubo de cobre com produto de corrosão
e produto de corrosão com
esverdeado de cloreto de cobre
coloração azulada de sulfato de cobre
Meios Corrosivos

Componente de latão com ataque localizado nas áreas de solda formando


o produto de corrosão, Cu(NH3)4(OH)2, de coloração azulada.
Meios Corrosivos
Em geral na corrosão atmosférica:
-No início, a velocidade de corrosão depende somente do tipo da atmosfera;

-Quando se forma o produto de corrosão, o material passa a se corroer em uma


velocidade que depende da composição do material e do produto de corrosão;

-Em atmosferas poluídas (SO2, NaCl, UR alta) a velocidade de corrosão


depende do material metálico, pois o produto de corrosão geralmente não é
protetor neste meio;

-Em atmosferas não-poluídas a composição do material metálico é fator


determinante na velocidade de corrosão;

-As chuvas podem ter ação benéfica em atmosferas poluídas, pois lavam a
superfície metálica exposta;

-Em atmosferas poluídas é conveniente o emprego de revestimentos protetores,


como películas de tinta à base de resinas poliuretanas, epóxi, vinílica, acrílica, ou
de silicatos inorgânicos ou orgânicos de zinco.
PRÓXIMA AULA:

Corrosão causada por


Águas Naturais e Solos

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