Você está na página 1de 98

Universidade Federal de Viçosa

Universidade
Centro de Ciências Federal
Exatas de Viçosa
e Tecnológicas
Centrode
Curso deEngenharia
Ciências Exatas e Tecnológicas
Química
Curso de Engenharia Química
ENQ 430 - Corrosão

Meios Corrosivos
Fonte: Gentil, 2007.

Profa. Rita Superbi


MEIOS DE CORROSÃO

Atmosfera

 O ar contém umidade, sais em suspensão, gases industriais,


poeira, etc.

 O eletrólito constitui-se da água que condensa na superfície


metálica, na presença de sais ou gases presentes no ambiente.

 Outros constituintes como poeira e poluentes diversos podem


acelerar o processo corrosivo.

ENQ 370 - Corrosão Pag  2


Atmosfera

A ação corrosiva da atmosfera depende fundamentalmente dos


fatores:

• Umidade relativa;
• Substâncias poluentes: particulados e gases;
• Temperatura;
• Tempo de permanência do filme de eletrólito na superfície
metálica.

Além destes fatores devem ser considerados os fatores


climáticos como intensidade e direção dos ventos, variações
cíclicas de temperatura e umidade e chuvas e insolação (radiações
ultravioleta).

ENQ 370 - Corrosão Pag  3


Corrosão Atmosférica

Corrosão atmosférica

ENQ 370 - Corrosão Pag  4


Corrosão Atmosférica

A poluição e a destruição dos monumentos e mobiliários urbanos

ENQ 370 - Corrosão Pag  5


Corrosão Atmosférica

A poluição e a destruição dos monumentos e mobiliários urbanos

ENQ 370 - Corrosão Pag  6


Corrosão Atmosférica

A corrosão atmosférica pode ser classificada em três tipos:

 Seca

 Úmida

 Molhada

em função do grau de umidade na superfície metálica.

ENQ 370 - Corrosão Pag  7


Corrosão Atmosférica

Corrosão atmosférica seca

• Ocorre em atmosfera isenta de umidade sem qualquer


presença de filme de eletrólito na superfície metálica.

• Neste caso, tem-se uma lenta oxidação com formação de


produtos de corrosão, podendo o mecanismo ser considerado
puramente químico : caso do escurecimento de prata ou de
cobre por formação de Ag2S e CuS, respectivamente, devido à
presença de gás sulfídrico, H2S, na atmosfera ou meio
ambiente.

ENQ 370 - Corrosão Pag  8


Corrosão Atmosférica

Corrosão atmosférica úmida

• Ocorre quando a atmosfera apresenta umidade relativa


menor que 100%, formando-se um fino filme de eletrólito
depositado na superfície metálica.

• A velocidade do processo corrosivo dependerá da umidade


relativa, dos poluentes atmosféricos e higroscopicidade dos
produtos de corrosão.

ENQ 370 - Corrosão Pag  9


Corrosão Atmosférica

Corrosão atmosférica molhada

• Quando os materiais estão em contato com uma atmosfera


com umidade relativa perto de 100%.

• Ocorre condensação na superfície metálica observando-se


que a superfície fica molhada com o eletrólito como, por
exemplo, chuva e névoa salina depositadas na superfície
metálica.

ENQ 370 - Corrosão Pag  10


Atmosfera

A composição nominal aproximada da atmosfera, excluindo


impurezas, é dada na Tabela 1.

Tabela 1. Composição nominal da atmosfera.

ENQ 370 - Corrosão Pag  11


Atmosfera

• A maioria dos constituintes é relativamente constante, exceto os


de vapor de água, que seguem as variações climáticas, estação do
ano e localização.

• Entre os outros constituintes, O2 e CO2 são importantes do ponto


de vista de corrosão. O oxigênio dissolvido no eletrólito é o reagente
catódico nos processos de corrosão.

• Porém, a influência do CO2 é importante apenas no caso de uns


poucos metais: por exemplo, na corrosão do Zn e, em uma
extensão menor, na corrosão dos aços.

ENQ 370 - Corrosão Pag  12


Contaminantes na atmosfera
As concentrações dos principais contaminantes na atmosfera estão
apresentadas na Tabela 2.

Tabela 2. Concentrações típicas de impurezas na atmosfera.

ENQ 370 - Corrosão Pag  13


Contaminantes na atmosfera
Particulados

As partículas sólidas, sob a forma de poeiras, existem na atmosfera e


a tornam mais corrosiva, pois pode-se verificar:

• Deposição de substâncias que retêm umidade: são


higroscópicas, acelerando o processo corrosivo, pois aumentam o
tempo de permanência da água na superfície metálica, como por
exemplo, o cloreto de cálcio e o cloreto de magnésio;

• Deposição de sais que são eletrólitos fortes, como o sulfato de


amônio (proveniente da reação entre amônia e óxidos de enxofre
presentes na atmosfera) e também de NaCl (ação corrosiva de
atmosferas marinhas).

ENQ 370 - Corrosão Pag  14


Contaminantes na atmosfera

Estátua de Pedro
Álvares Cabral (RJ) com
a característica pátina
esverdeada, de sais de
cobre, devida à
atmosfera salina.

ENQ 370 - Corrosão Pag  15


Contaminantes na atmosfera

Cúpula do Teatro Municipal (RJ) com a pátina esverdeada.

ENQ 370 - Corrosão Pag  16


Contaminantes na atmosfera

Particulados

• Deposição de material metálico: se a natureza


química do material depositado for diferente daquela da
superfície sobre a qual estiver depositado, poderá
ocorrer formação de pilhas de eletrodos metálicos
diferentes, com conseqüente corrosão galvânica;

ENQ 370 - Corrosão Pag  17


Contaminantes na atmosfera

Particulados

• Deposição de partículas sólidas que, embora inertes para o


material metálico, podem reter sobre a superfície metálica
gases corrosivos existentes na atmosfera (caso de partículas de
carvão que, devido ao seu grande poder de adsorção, retiram
gases de atmosferas industriais, os quais com a umidade formam
substâncias corrosivas como o ácido sulfúrico e o nítrico).

ENQ 370 - Corrosão Pag  18


Contaminantes na atmosfera
Atmosfera marinha

• Um tipo de contaminante atmosférico são as partículas salinas de


cloreto de sódio. A atmosfera marinha está carregada com
partículas de cloreto de sódio trazidas pelo vento e depositada nas
superfícies expostas.

• A quantidade de contaminação em sal é grandemente afetada


pelos ventos (intensidade e direção).

• O sal marinho, contém quantidades apreciáveis de íons de


potássio, magnésio e cálcio que são higroscópicos. O íon Cl- é
agressivo aos aços inoxidáveis, provocando corrosão por pites.

ENQ 370 - Corrosão Pag  19


Corrosão Atmosférica

Particulado vermelho
de óxidos de ferro em
atmosfera industrial
siderúrgica.

ENQ 370 - Corrosão Pag  20


Corrosão Atmosférica

Particulado
vermelho de
óxidos de ferro
em atmosfera
industrial
siderúrgica

ENQ 370 - Corrosão Pag  21


Contaminantes na atmosfera

Gases

Além dos gases constituintes da atmosfera, principalmente


oxigênio e nitrogênio, são freqüentemente encontrados:

monóxido de carbono, CO; dióxido de carbono, CO2;


ozônio,O3; dióxido de enxofre, SO2; trióxido de enxofre, SO3;
monóxido de nitrogênio, NO; dióxido de nitrogênio, NO2;

e, em áreas mais localizadas: gás sulfídrico, H2S; amônia, NH3;


cloreto de hidrogênio, HCl; fluoreto de hidrogênio, H2F2; e cloro,
Cl2.

ENQ 370 - Corrosão Pag  22


Contaminantes na atmosfera

Dióxido de carbono

• O gás carbônico, juntamente com o monóxido de carbono, são


normalmente originados da queima de combustíveis, como os
hidrocarbonetos (gasolina, óleo) e carvão.

• Em temperaturas normalmente encontradas em atmosferas


ambientais, não costumam ser corrosivos para materiais metálicos,
embora o gás carbônico forme H2CO3, ácido fraco.

• Entretanto, gás carbônico e umidade ocasionam a carbonatação


de concreto, responsável pela deterioração deste material.

ENQ 370 - Corrosão Pag  23


Contaminantes na atmosfera

Ozônio

O ozônio é prejudicial para elastômeros, como a borracha, que


sob ação prolongada desse gás sofre oxidação, perdendo sua
elasticidade e chegando a ficar quebradiça.

ENQ 370 - Corrosão Pag  24


Contaminantes na atmosfera

Dióxido de enxofre

O dióxido de enxofre, SO2 e o trióxido de enxofre, SO3, são os


mais freqüentes constituintes corrosivos de atmosferas
industriais, em razão de as indústrias usarem óleos combustíveis
contendo geralmente 3 a 4% de enxofre.

Estes gases formam, com a umidade presente no ar,


respectivamente, ácido sulfúrico e ácido sulfídrico, justificando o
fato de as atmosferas industriais serem bastantes corrosivas.

ENQ 370 - Corrosão Pag  25


Contaminantes na atmosfera

Atmosfera industrial

• Embora outros contaminantes agressivos estejam presentes, o


dióxido de enxofre (SO2) é mais importante.

• Sob condições de umidade, em presença de SO2, forma-se ácido


sulfúrico, que se deposita em gotículas microscópicas nas
superfícies expostas.

• O resultado é que os contaminantes de uma atmosfera industrial


juntamente com a umidade atmosférica, produzem uma película de
ácido altamente corrosiva nas superfícies expostas.

ENQ 370 - Corrosão Pag  26


Contaminantes na atmosfera

• Tem-se observado que o dióxido de enxofre é adsorvido


seletivamente sobre vários metais.

• Aços com ferrugem, por exemplo, adsorvem quantidades


consideráveis de SO2.

• Metais como cobre, chumbo e níquel são atacados por H2SO4,


formando seus sulfetos.

• Alguns dos sulfatos, como o PbSO4, sendo insolúveis, propiciam


proteção ao substrato, enquanto que outros sulfatos, como os de
níquel e de cobre são solúveis sob ação da umidade e protegem
os metais somente após certo período.

ENQ 370 - Corrosão Pag  27


Contaminantes na atmosfera

Meio ambiente com


poluente atmosférico
contendo particulados,
como fuligem de carbono
e óxidos de enxofre, SO2
e SO3, possibilitando a
formação da chamada
chuva ácida contendo
ácido sulfúrico, H2SO4.

ENQ 370 - Corrosão Pag  28


Contaminantes na atmosfera

Óxidos de nitrogênio

Os óxidos de nitrogênio, NO e NO2, cuja principal origem é a


exaustão de veículos automotivos, podem ainda resultar da
combinação de nitrogênio e oxigênio atmosféricos, por meio de
descargas elétricas.

Estes óxidos dão lugar à formação de ácido nítrico.

ENQ 370 - Corrosão Pag  29


Contaminantes na atmosfera

Área industrial sujeita à poluição

ENQ 370 - Corrosão Pag  30


Contaminantes na atmosfera

Área industrial sujeita à poluição.

ENQ 370 - Corrosão Pag  31


Contaminantes na atmosfera

Gás sulfídrico

O gás sulfídrico, H2S, nas atmosferas próximas às refinarias de


petróleo, mangues e pântanos, é o gás responsável pelo
escurecimento do cobre, ou de suas ligas, pois há formação de
sulfetos de cobre preto, CuS;

• aparecimento de coloração amarela, em materiais com


revestimento de cádmio, devido à formação de sulfeto de
cádmio, CdS;

ENQ 370 - Corrosão Pag  32


Contaminantes na atmosfera

Gás sulfídrico

• decomposição de revestimentos com tintas à base de zarcão


(óxido de chumbo, Pb3O4), que ficam pretas devido à formação
de sulfetos de chumbo, PbS;

• escurecimento de contatos telefônicos ou de equipamento de


telecomunicações de prata devido à formação de sulfeto de
prata, Ag2S, prejudicando o funcionamento dos mesmos.

Por isso, em contatos ou equipamentos de maior importância,


são usados contatos de ouro ou revestidos com ródio.

ENQ 370 - Corrosão Pag  33


Contaminantes na atmosfera

Amônia

• A amônia, NH3, ocorre nas atmosferas vizinhas às fábricas de ácido


nítrico, HNO3, e de uréia, que usam amônia como matéria-prima, e de
fertilizantes, onde amônia é usada para posterior fabricação de
fertilizantes, como sulfato de amônio, o fosfato mono ou diamônio.

• Deve-se evitar, nestas regiões, a presença de instalações de cobre ou


suas ligas, pois são bastante atacadas pela ação conjunta de amônia,
oxigênio e água.

• O sulfato de amônia é higroscópico e ácido estimulando o início de


processos de corrosão.

ENQ 370 - Corrosão Pag  34


Contaminantes na atmosfera

Cloreto de hidrogênio

O cloreto de hidrogênio, HCl(g), está presente nas


proximidades de fábricas de PVC (cloreto de polivinila), que
o utilizam como matéria-prima, em contato com a umidade
atmosférica forma o ácido clorídrico, forte agente corrosivo
(quando diluído é chamado de ácido muriático).

ENQ 370 - Corrosão Pag  35


Contaminantes na atmosfera

Fluoreto de hidrogênio

• O fluoreto de hidrogênio, HF(g), está presente nas


proximidades de fábricas de fertilizantes.

• Geralmente, a matéria-prima destas fábricas, que é a apatita


– fosfato de cálcio, Ca3(PO4)2 –, tem como impurezas cloreto e
fluoreto de cálcio, CaCl2 e CaF2.

ENQ 370 - Corrosão Pag  36


Contaminantes na atmosfera

Fluoreto de hidrogênio

• Quando a apatita é tratada com ácido sulfúrico, para


obtenção de superfosfato, ocorre o desprendimento de HCl(g)
e HF(g), provenientes respectivamente do cloreto e do fluoreto
de cálcio.

• Estes gases, em presença de umidade, formam os


respectivos ácidos clorídrico e fluorídrico, que são agentes
corrosivos, sendo que o ácido fluorídrico ataca também vidros.

ENQ 370 - Corrosão Pag  37


Contaminantes na atmosfera

Meio ambiente com poluentes atmosféricos:


ácido clorídrico e traços de ácido fluorídrico.

ENQ 370 - Corrosão Pag  38


Contaminantes na atmosfera

Chaminés com emanações de


ácidos clorídrico e fluorídrico
tornando agressiva a atmosfera.

ENQ 370 - Corrosão Pag  39


Contaminantes na atmosfera

Detalhe da estrutura que aparece na foto anterior e que sofreu


ação corrosiva dos ácidos clorídrico e fluorídrico.

ENQ 370 - Corrosão Pag  40


Contaminantes na atmosfera
Cloro

• O cloro, Cl2, pode ser encontrado nas proximidades de fábricas de soda


cáustica, NaOH.

• Nestas fábricas, ocorre a eletrólise de salmoura, solução concentrada de


cloreto de sódio, obtendo-se soda cáustica, hidrogênio e cloro.

• Havendo deficiente controle da emissão de gases, a atmosfera pode ficar


poluída com cloro que, reagindo com a umidade atmosférica, formará ácido
clorídrico.

• O cloro poderá, ainda, ser originado de estações de tratamento de água,


que o usam para controle microbiológico, e de fábricas de celulose, que o
usam para branqueamento.

ENQ 370 - Corrosão Pag  41


Atmosfera

Atmosfera rural

• A atmosfera rural não contém contaminantes químicos


fortes, mas pode conter poeiras orgânicas e inorgânicas.

• Seus principais constituintes são a umidade e elementos


gasosos como oxigênio e dióxido de carbono.

• As atmosferas áridas ou tropicais são casos especiais de


atmosfera rural.

ENQ 370 - Corrosão Pag  42


Atmosfera

• Em climas áridos há pouca ou nenhuma chuva mas pode


haver às vezes umidade relativa elevada e condensação.

• Nas regiões tropicais, além da temperatura média elevada, o


ciclo diário inclui uma umidade relativa elevada, insolação
intensa e longos períodos noturnos de condensação.

• Tais condições podem provocar ambientes bastante


corrosivos.

ENQ 370 - Corrosão Pag  43


Atmosfera

• Uma outra fonte de contaminação atmosférica rural é o composto


de nitrogênio.

• Estes compostos podem ser originados de fontes naturais: por


exemplo, a formação de amônia (tal como aquela formada devido
ao uso crescente de fertilizantes artificiais).

ENQ 370 - Corrosão Pag  44


Atmosfera

Outros fatores

Quanto aos outros fatores que podem influenciar a ação corrosiva


da atmosfera, é preciso considerar ainda:

A temperatura

ENQ 370 - Corrosão Pag  45


Atmosfera

O tempo de permanência do filme de eletrólito na superfície metálica

É evidente que, quanto menor este tempo, menor a ação


corrosiva da atmosfera.

Os fatores climáticos podem ter grande influência neste caso; as


chuvas podem ser benéficas, solubilizando os sais presentes na
superfície metálica e retirando-os da mesma; mas, se houver
frestas ou regiões de estagnação, as soluções dos sais podem
ficar depositadas e aumentam a condutividade do eletrólito,
acelerando o processo corrosivo.

ENQ 370 - Corrosão Pag  46


Atmosfera

Os ventos

Podem arrastar, para as superfícies metálicas, agentes poluentes e


névoa salina;

Dependendo da velocidade e da direção dos ventos, estes


poluentes podem atingir instalações posicionadas até em locais
bem afastados das fontes emissoras.

ENQ 370 - Corrosão Pag  47


Atmosfera

As estações climáticas

Em função das estações do ano, pode-se ter uma ação mais


intensa destes fatores climáticos;

em certos países, aumenta muito o teor de SO2 durante o


inverno, devido à maior queima de carvão para alimentar os
sistemas de aquecimento, ocasionando maiores taxas de
corrosão;

ENQ 370 - Corrosão Pag  48


Atmosfera

Insolação (raios ultravioleta)

Causa deterioração em películas de tintas à base de resina epóxi


e em PRFV (plástico reforçado com fibra de vidro, como poliéster
reforçado com fibra de vidro) e ocasiona ataque no material
plástico.

No caso de revestimentos de estruturas metálicas ou


equipamentos, expostos à insolação, recomenda-se o uso de
tintas à base de revestimento poliuretânica, que são resistentes á
radiação ultravioleta.

ENQ 370 - Corrosão Pag  49


Corrosão atmosférica

Tubos de PRFV (Plástico Reforçado com Fibra de Vidro) aparecendo


a fibra de vidro devido à deterioração por radiações solares.

ENQ 370 - Corrosão Pag  50


Corrosão atmosférica

Tanque de PRFV revestido com tinta para evitar a deterioração


causada por radiações solares.

ENQ 370 - Corrosão Pag  51


Corrosão atmosférica de ferro, zinco, alumínio e cobre

Ferro

• Os óxidos de enxofre são os principais poluentes existentes no ar


e os principais responsáveis pela corrosão do ferro.

• Em atmosferas contendo óxidos de enxofre e óxidos de


nitrogênio, a corrosão do aço-carbono é severa.

• Os chamados aços patináveis ou aclimatáveis são aqueles


que dentro de certas condições se recobrem de uma ferrugem
protetora, não necessitando da aplicação de tintas ou
revestimentos.

ENQ 370 - Corrosão Pag  52


Corrosão atmosférica de ferro, zinco, alumínio e cobre

Ferro
Aço Patinável é um tipo de aço que em sua composição
contem elementos que melhoram suas propriedades
anticorrosivas. Este tipo de aço é muito utilizado na construção
civil, apresenta em média 3 vezes mais resistência à corrosão
que o aço comum.
São enriquecidos com pequenas quantidades de
elementos como o cobre e o fósforo.
Uma de suas principais características é a camada de
óxido que se forma quando ocorre a sua exposição aos agentes
corrosivos do ambiente.

ENQ 370 - Corrosão Pag  53


Corrosão atmosférica de ferro, zinco, alumínio e cobre

Ferro

• Estes aços, embora não tenham resistência à corrosão como a


de um aço inoxidável, apresentam maior resistência à corrosão
atmosférica que o aço-carbono.

• Essa maior resistência de deve ao fato de que durante o


período inicial de corrosão atmosférica há formação de ferrugem
e, ao contrário do aço carbono, essa ferrugem tende, após algum
tempo, a se estabilizar: o filme de óxido é muito denso, e nem a
água nem o oxigênio podem atravessá-lo.

ENQ 370 - Corrosão Pag  54


Corrosão atmosférica de ferro, zinco, alumínio e cobre

Ferro

• Esses aços vem sendo muito usados em construções de edifícios,


pontes, viadutos, monumentos e vagões de estradas de ferro, sem que
haja necessidade de pintá-los: após o período de estabilização da
ferrugem, cerca de um a dois anos, o aço fica com uma coloração
castanha-escura característica da ferrugem deste tipo de aço.

• Esse aços resistem a atmosferas rurais, urbanas e industriais, e a


atmosfera vizinhas ao mar, mas sem incidência direta de névoa salina.
Quando sujeitos à ação direta de névoa salina, necessitam também de
proteção com revestimento de tintas.

ENQ 370 - Corrosão Pag  55


Corrosão atmosférica de ferro, zinco, alumínio e cobre

Escultura de aço corten de Marcos Cartum, em São Paulo.

ENQ 370 - Corrosão Pag  56


Corrosão atmosférica de ferro, zinco, alumínio e cobre

Estrutura de aço patinável


com o aspecto final após
exposição atmosférica.

ENQ 370 - Corrosão Pag  57


Corrosão atmosférica de ferro, zinco, alumínio e cobre

Estruturas de concreto e aço patinável já expostas durante cerca de 10 anos.

ENQ 370 - Corrosão Pag  58


Corrosão atmosférica de ferro, zinco, alumínio e cobre

Monumento aos Açorianos, em aço patinável – Porto Alegre, R.S.

ENQ 370 - Corrosão Pag  59


Corrosão atmosférica de ferro, zinco, alumínio e cobre

Ponte sobre a Rodovia Presidente Dutra (RJ-SP) com estrutura em aço patinável.

ENQ 370 - Corrosão Pag  60


Corrosão atmosférica de ferro, zinco, alumínio e cobre

Trecho mais próximo da ponte.

ENQ 370 - Corrosão Pag  61


Corrosão atmosférica de ferro, zinco, alumínio e cobre

Detalhe de componente
estrutural (aspecto
escuro devido à provável
deposição de carbono,
finamente dividido,
proveniente da queima
de combustível pelos
veículos).

ENQ 370 - Corrosão Pag  62


Corrosão atmosférica de ferro, zinco, alumínio e cobre

Zinco

O zinco é muito usado em revestimento, como o aço galvanizado,


que é bastante utilizado em componentes de linhas de transmissão,
em chapas para recobrimento de instalações industriais, em tubos
usados como eletrodutos, em componentes de sistemas de
telefonia e de transmissão de corrente elétrica e em silos para
armazenamento de cereais em áreas agrícolas.

O processo de galvanização do aço consiste na aplicação de uma


camada superficial de zinco ao produto laminado, de modo a
conferir-lhe proteção contra corrosão.

ENQ 370 - Corrosão Pag  63


Corrosão atmosférica de ferro, zinco, alumínio e cobre

Zinco

• Quando o aço galvanizado é exposto a atmosferas não poluídas,


há formação de óxido de zinco, ZnO, ou hidróxido de zinco,
Zn(OH)2, que, sob ação do gás carbônico, forma o carbonato
básico de zinco, insolúvel (3Zn(OH)2.ZnCO3). Esses compostos,
que são brancos, recobrem a superfície do zinco e tem
características protetoras.

• Em estruturas galvanizadas sujeitas à ação direta de óxidos de


enxofre, ocorre corrosão do zinco com formação de sulfato de
zinco, solúvel e, portanto, não protetor.

ENQ 370 - Corrosão Pag  64


Corrosão atmosférica de ferro, zinco, alumínio e cobre

Alumínio

• O alumínio e suas ligas são usados sob as formas de chapas


corrugadas, para cobertura de estruturas tubulares e de
componentes anodizados, principalmente na indústria de construção
civil, visando não só à maior resistência à corrosão do alumínio
anodizado como também ao bom aspecto decorativo.

• A película de óxido de alumínio formada quando exposto ao ar, ou


quando submetia ao processo de anodização, é responsável pela
resistência que o alumínio, ou suas ligas, apresenta à corrosão
atmosférica.

ENQ 370 - Corrosão Pag  65


Corrosão atmosférica de ferro, zinco, alumínio e cobre

Alumínio

• Entretanto, em atmosferas contendo poluentes ácidos,


principalmente HCl, ocorre a solubilização do óxido de alumínio e
posterior solubilização do alumínio, com formação de cloreto de
alumínio, AlCl3, solúvel. No caso de atmosferas contendo óxido de
enxofre, tem-se observado que o alumínio apresenta maior
resistência de que o zinco à ação do ácido sulfúrico diluído.

• Em atmosferas marinhas o fator mais influente é a deposição de


particulados, principalmente se forem higroscópicos: embaixo do
depósito há processo corrosivo por aeração diferencial, com
formação de pites.

ENQ 370 - Corrosão Pag  66


Corrosão atmosférica de ferro, zinco, alumínio e cobre

Chapas de alumínio manchadas

ENQ 370 - Corrosão Pag  67


Corrosão atmosférica de ferro, zinco, alumínio e cobre

Manchas escuras em alumínio usado em coberturas de instalações industriais

ENQ 370 - Corrosão Pag  68


Corrosão atmosférica de ferro, zinco, alumínio e cobre

Cobre

Quando expostos à atmosfera ambiental o cobre e suas ligas


(latão amarelo ou bronze) formam, inicialmente, óxido de
cobre, Cu2O, cuprita, de coloração castanha, que tem
características protetoras, e com o tempo, na presença de
oxigênio, forma-se o CuO, de cor preta. Por fim, com a
presença de umidade e gás carbônico, CO2, aparece a
coloração esverdeada, devido à formação dos carbonatos
básicos:

CuCO3 . Cu(OH)2 (malaquita)

2 CuCO3 . Cu(OH)2 (azurita)

ENQ 370 - Corrosão Pag  69


Corrosão atmosférica de ferro, zinco, alumínio e cobre

Em atmosferas poluídas, como as industriais, contendo SO2, H2S ou


NH3, ocorrem as possíveis reações corrosivas:

2 Cu2O + SO2 + 3/2 O2 + 3 H2O = CuSO4 . 3 Cu(OH)2


(brochantita)

3 CuO + SO2 + ½ O2 + 2 H2O = CuSO4 . 2 Cu(OH)2 (anterita)


sulfatos básicos, que são insolúveis e esverdeados.

Cu2O + H2S = Cu2S + H2O


CuO + H2S = CuS + H2O
Cu + ½ O2 + H2S = CuS + H2O
sulfetos de cobre que são insolúveis e pretos.

Cu + 4 NH3 + ½ O2 + H2O = Cu(NH3)4(OH)2 (azulado)

ENQ 370 - Corrosão Pag  70


Corrosão atmosférica de ferro, zinco, alumínio e cobre

Tubo de cobre com perfuração e produto de corrosão com coloração


azulada de sulfato de cobre.

ENQ 370 - Corrosão Pag  71


Corrosão atmosférica de ferro, zinco, alumínio e cobre

Tubo de cobre com produto de corrosão


esverdeado de cloreto de cobre.

ENQ 370 - Corrosão Pag  72


Corrosão atmosférica de ferro, zinco, alumínio e cobre

Componente de latão com ataque localizado nas áreas de solda formando o


produto de corrosão, Cu(NH3)4(OH)2, de coloração azulada.

ENQ 370 - Corrosão Pag  73


Corrosão atmosférica

Observações gerais

• No início da corrosão, a sua velocidade só depende da composição


da atmosfera, independente da composição do material metálico;

• Quando se forma o produto de corrosão, o material passa a se


corroer numa velocidade que depende da composição do material e
do produto de corrosão;

• Em atmosferas poluídas (SOx, NaCl, umidade relativamente alta), a


velocidade de corrosão vai depender da composição do material
metálico pois, neste caso, o produto de corrosão não tem geralmente
características protetoras;

ENQ 370 - Corrosão Pag  74


Corrosão atmosférica

Observações gerais

• Em atmosferas não-poluídas, a ferrugem (produto de corrosão) é


constituída pelo composto Fe2O3H2O, insolúvel – logo, uma vez
formada, esta camada de óxido dá uma relativa proteção contra
posterior ataque;

• Em atmosferas poluídas, é conveniente o emprego de


revestimentos protetores, como películas de tintas de alto
desempenho, como aquelas à base de resinas poliuretana, epóxi,
vinílica,acrílica ou de silicatos inorgânico ou orgânico de zinco.

ENQ 370 - Corrosão Pag  75


MEIOS CORROSIVOS

Água naturais

Os processos de corrosão em água são complexos,


dependendo de muitos parâmetros do próprio metal, da água e
das condições de funcionamento (por exemplo; caldeiras,
tubulações, etc.).

ENQ 370 - Corrosão Pag  76


Água do mar

• O ambiente marinho é o mais corrosivo de todos os meios


naturais.

• Compreende desde a atmosfera contaminada com sal do mar até


regiões mais profundas do oceano e o lodo sobre o fundo do mar.

• Os componentes e estruturas que estão normalmente expostos a


meios marítimos são, por exemplo, as bombas e tubulações de água
do mar, navios, submarinos, cais, estacas e plataformas de petróleo
costeiras.

ENQ 370 - Corrosão Pag  77


Água do mar

• A água do mar contém cerca de 3,4 % de sais dissolvidos e é


levemente alcalina (pH ≈ 8,0). Devido a isto ela é um bom
eletrólito.

• A corrosão em água do mar é afetada pela velocidade e


temperatura da água e pelo conteúdo de oxigênio e organismos
biológicos presentes na mesma.

• É importante ressaltar que a velocidade de corrosão em água


do mar pode variar segundo as condições locais e isto deve ser
levado em consideração ao se comparar resultados.

ENQ 370 - Corrosão Pag  78


Águas naturais

Os materiais metálicos em contato com a água tendem a sofrer


corrosão, a qual vai depender de várias substâncias que podem estar
contaminando a mesma. Entre os contaminantes mais freqüentes
estão:

• Gases dissolvidos: oxigênio, nitrogênio dióxido de carbono, cloro,


amônia, dióxido de enxofre e gás sulfídrico;

• Sais dissolvidos: cloreto de sódio, de ferro e de magnésio,


carbonato de sódio, bicarbonato de cálcio, de magnésio e de ferro;

• Matéria orgânica de origem animal ou vegetal;

• Bactérias, limos e algas;

• Sólidos suspensos.

ENQ 370 - Corrosão Pag  79


Águas naturais

Na apreciação do caráter corrosivo da água, também devem ser


considerados o pH, a temperatura, velocidade e ação mecânica.

Assim, por exemplo, em água:

• potável, é de fundamental importância a qualidade sanitária,


procurando-se evitar presença de sólidos suspensos, de sais
como de mercúrio e de chumbo e de microorganismos;

• para sistemas de resfriamento, procura-se evitar a presença


de sólidos suspensos ou sais formadores de depósitos, e
crescimento biológico, que poderiam, ao se depositarem, criar
condições para corrosão por aeração diferencial;

ENQ 370 - Corrosão Pag  80


Águas naturais

• para a geração de vapor, evita-se a presença de oxigênio e de


sais incrustantes como bicarbonatos de cálcio e de magnésio. No
caso de caldeiras, o oxigênio oxida a magnetita, Fe3O4, protetora,
formando Fe2O não protetor, e os sais incrustantes depositariam,
por exemplo, CaCO3, carbonato de cálcio, dificultando a troca
térmica;

• para processo de fabricação de produtos químicos ou


farmacêuticos, evita-se a presença de impurezas, como sais,
usando-se água desmineralizada ou deionizada, e, no caso do
produto farmacêutico ou medicamentos, também esterilizada.

ENQ 370 - Corrosão Pag  81


Águas naturais

A corrosão provocada por águas naturais depende, portanto, de


muitos fatores, dentre os quais pode-se destacar teores de cloreto,
enxofre e oxigênio, além da dureza da água.

O teor de cloreto pode variar desde poucas partes por milhão (ppm)
até centenas de ppm, em um mesmo país. Os compostos de
enxofre também variam de região para região, dependendo de sua
principal atividade econômica.

A dureza da água está relacionada com a quantidade de sais


minerais dissolvidos. É importante assinalar que águas moles são
mais corrosivas que as duras, pois os carbonatos presentes nestas
últimas depositam sobre o metal, protegendo-o.

ENQ 370 - Corrosão Pag  82


MEIOS DE CORROSÃO

Solos

 Os solos contêm umidade, sais minerais e bactérias.

 Alguns solos apresentam também, características


ácidas ou básicas.

 O eletrólito constitui-se principalmente da água com


sais dissolvidos.

ENQ 370 - Corrosão Pag  83


MEIOS DE CORROSÃO

Solos

O comportamento do solo como meio corrosivo dever ser


considerado de grande importância, levando-se em consideração
as enormes extensões de tubulações enterradas, como oleodutos,
gasodutos, adutoras e minerodutos, e a grande quantidade de
tanques enterrados armazenando combustíveis.

A velocidade de corrosão no solo é muito influenciada pela


natureza do solo. Esta natureza se relaciona a diversas variáveis
evidenciadas a seguir.

ENQ 370 - Corrosão Pag  84


Corrosão em solos

• O solo pode ser considerado como um dos meios mais


complexos para se determinar previamente sua ação agressiva
para o materiais metálicos.

• Essa complexidade fica evidenciada na tomada de amostras


de solos para análises físico-químicas.

• Dois problemas costumam ocorrer: a variabilidade dos solos


dificultando a tomada de amostras no campo e a divergência dos
tipos de análises.

ENQ 370 - Corrosão Pag  85


Corrosão em solos

Tomada de amostra – variabilidade:

• aeração,
• umidade,
• pH
• potencial redox,
• microorganismos
• condições climáticas
• heterogeneidade do solo.

ENQ 370 - Corrosão Pag  86


Corrosão em solos

As Características físico-químicas do solo que podem influir


mais diretamente na sua ação corrosiva são:

• presença de água,

• sais solúveis e gases

• acidez

• pH

• resistividade elétrica

• potencial redox.

ENQ 370 - Corrosão Pag  87


Corrosão em solos

Condições operacionais:

• condições climáticas

• emprego de fertilizantes

• despejos industriais

• profundidade

• aeração diferencial

• contato bimetálico

• correntes de fuga.

ENQ 370 - Corrosão Pag  88


Corrosão em solos

• Os solos variam largamente nas características físicas e químicas


que influenciam na sua agressividade.

• As características físicas de importância na corrosão são aquelas


que determinam a permeabilidade do solo ao ar e à água.

• As substâncias químicas que influenciam na corrosão são aquelas


solúveis na água. A presença de algumas aumenta e de outras
diminui a agressividade do meio.

ENQ 370 - Corrosão Pag  89


Corrosão em solos

• Além disso, ainda há possibilidade de corrosão por correntes


parasitas e corrosão por bactérias.

• A corrosão nos solos também é um fenômeno eletroquímico,


mas tendo em vista os muitos fatores em jogo e ainda a inter-
relação dos seus efeitos, o mecanismo ainda assim é mais
complexo do que a corrosão em água, o que torna também
mais complexo o seu estudo em laboratório e em condições
naturais.

ENQ 370 - Corrosão Pag  90


Corrosão em solos

• Ferro fundido e aço carbono com ou sem revestimentos orgânicos


e proteção catódica são os materiais comumente utilizados em
estruturas enterradas.

• Os demais materiais não são, na maioria dos casos,


economicamente viáveis.

• A corrosão do solo ocorre, usualmente na forma de pite, e é


causada por diferenças locais no potencial, devido principalmente a
diferenças nas concentrações de oxigênio e de sais.

ENQ 370 - Corrosão Pag  91


Corrosão em outros meios

Corrosão biológica

• A atividade biológica de organismos vivos presentes em um dado


meio (água, solo, etc.) pode afetar, direta ou indiretamente, o
processo de corrosão de um metal.

• Observa-se que os organismos vivos vivem e se reproduzem em


meios de pH entre 0 e 11, a temperaturas de 0 a 80 oC e sob
pressões de até 1000 atm.

• Portanto, a atividade dos organismos vivos pode afetar a corrosão


de um metal numa grande variedade de ambientes.

ENQ 370 - Corrosão Pag  92


Corrosão biológica

Microorganismos

• Os microorganismos são classificados de acordo com sua


capacidade de crescer em presença ou ausência de oxigênio.

• Os microorganismos que necessitam de oxigênio no seu processo


metabólico são chamados de aeróbicos; os que não necessitam de
oxigênio são chamados anaeróbicos.

• Uma das mais importantes bactérias anaeróbicas que afetam a


velocidade de corrosão de estruturas de aço enterradas é a bactéria
Desulfovibrio desulfurican. Esta bactéria reduz os íons sulfato a íons
sulfeto.

ENQ 370 - Corrosão Pag  93


Corrosão biológica

A Thiobacillus thioxidans é uma bactéria aeróbica capaz de oxidar o


elemento enxofre em ácido sulfúrico de acordo com a seguinte
reação química:

Este tipo de bactéria se desenvolve preferencialmente em baixos


valores de pH e pode produzir ácido sulfúrico cuja concentração
pode atingir 5% em áreas localizadas.

Portanto, estas bactérias atuam no sentido de criar condições


extremamente corrosivas.

ENQ 370 - Corrosão Pag  94


Corrosão biológica

• Bactérias redutoras de íons sulfatos e oxidantes do elemento


enxofre podem atuar de maneira cíclica de acordo com as
mudanças de solo.

• Assim, quando o solo está molhado e a quantidade de oxigênio


diminui, desenvolve-se a bactéria redutora de íons sulfato;
quando o solo está seco e rico em oxigênio desenvolve-se a
bactéria oxidante do elemento enxofre.

• Estes ciclos diminuem ainda mais a vida útil de uma estrutura


metálica.

ENQ 370 - Corrosão Pag  95


Corrosão biológica

• Existem ainda, vários outros microorganismos que podem afetar,


direta ou indiretamente, a velocidade de corrosão dos metais.

• Existe, por exemplo, um grupo de microorganismo que assimilam


os íons ferrosos presentes numa solução, precipitando-os como
hidróxido ferroso ou férrico ao redor de suas paredes celulares. O
crescimento destas bactérias em superfícies de aço tende a produzir
corrosão por frestas.

• Certas bactérias são capazes de oxidar amônia em ácido nítrico,


produzindo soluções diluídas de ácido nítrico que são bastante
corrosivas para o ferro e outros metais.

ENQ 370 - Corrosão Pag  96


Corrosão biológica

• Outros tipos de bactéria também produzem dióxido de carbono


que pode contribuir para a formação de ácido carbônico,
aumentando também a corrosividade do meio.

• Para prevenir a corrosão microbiológica é importante,


inicialmente, certificar-se da presença dos microorganismos. Isto
pode ser feito fazendo-se uma cultura da amostra.

• No caso da bactéria redutora de sulfato, a existência de sulfeto


ferroso como produto de corrosão de estruturas de aço é uma forte
indicação de atividade biológica.

ENQ 370 - Corrosão Pag  97


Corrosão biológica

• Uma das formas de proteger as estruturas metálicas enterradas


de corrosão microbiológica é separando-as do solo com
revestimentos de asfalto, verniz, plástico ou concreto.

• Este último é pouco eficaz na presença de bactérias oxidantes do


elemento enxofre porque é rapidamente atacado pelo ácido
sulfúrico.

• Em alguns casos é possível reduzir a corrosão microbiológica


alterando o meio corrosivo. Um exemplo disto é a frequente
eliminação de enxofre de águas de esgoto através de aeração.

ENQ 370 - Corrosão Pag  98

Você também pode gostar