CIÊNCIA DOS MATERIAIS

- DEGRADAÇÃO DOS MATERIAIS-

Luciana Cordeiro - 2017

 Introdução
Þ Os materiais utilizados em Engenharia (materiais industriais) são selecionados pelo
conjunto de suas propriedades. Para tanto, deve-se considerar que a Termodinâmica
muitas vezes (quase sempre!) atua para a degradação dos materiais.

Þ Ação do meio sobre o material:

CORROSÃO Nenhum material é totalmente
RADIAÇÃO inerte a qualquer ambiente.
DESGASTE Consequência: degradação do
(físico) material
 Introdução
Þ A degradação pode ser classificada em quatro mecanismos:
1. Químico
2. Eletroquímico
3. Radiação induzida
4. Desgaste
 Degradação dos Materiais
n Definição Tempo de decomposição dos materiais

• São mudanças
nas propriedades
dos materiais,
causadas pela
sua interação
com os diversos
ambientes aos
quais ficam
expostos.
 Degradação dos Materiais
q Existem diversos modos pelos quais um material pode degradar. As interações com o
ambiente podem comprometer a utilização do material, uma vez que ocorre a
deterioração das suas propriedades mecânicas (ductilidade, resistência por exemplo),
ou de prioridades físicas ou aparência
q Efeito devido à radiação e calor que causa mudanças químicas que os destroem
irreversivelmente
q Ataque por agentes químicos como ácidos, álcalis e no caso de polímeros, por
solventes orgânicos
q Corrosão em meio aquoso, incluindo
até mesmo a água pura, que fornece
oxigênio dissolvido que pode ser
consideravelmente agressivo
 Principais Meios Corrosivos
n Podem ter características ácidas, básicas ou neutras e podem ser aerados.
q Atmosfera (poeira, poluição, umidade, gases)
q Soluções aquosas ( corrosão microbiológica, chuva ácida, etc.)
q Solo (acidez, porosidade)
q Produtos químicos em geral.

Um determinado meio pode ser extremamente agressivo,

sob o ponto de vista da corrosão, para um determinado
material e inofensivo para outro.
 Degradação dos Materiais em Uso
n Oxidação – Ataque químico da atmosfera
Þ Oxidação : reação química direta entre metal e O2 da atmosfera (também N2, S, etc.): facilita a oxidação,
limitando a vida útil do material ou protege o metal. Óxidos metálicos têm maior estabilidade (maior energia de
ligação, maior ponto de fusão) em relação ao metal puro. Exemplo: PF do Al 660°C e do Al2O3 2054°C

- MECANISMOS possíveis na oxidação de metais:

a) Formação de um óxido poroso, não protetor: filme de óxido poroso através do qual o O2 pode passar
continuamente e reagir na interface metal-óxido: crescimento do filme à taxa constate.

dy = C1 y = C1t + C2 = y para t = 0 CRESCIMENTO LINEAR DA TAXA!

C2 dt

b), c) e d ) Filme não poroso: os íons se difundem de forma a reagir com o oxigênio na face externa (óxido-
meio) (b) ou na interface óxido-metal (c) no interior da camada (d): crescimento da camada diminui com o
crescimento da espessura do filme óxido.
dy = C3 1 C5 = y2 para t = 0 TAXA DE CRESCIMENTO
dt y PARABÓLICA, COM CAMADA
DENSA E UNIFORME!
 Degradação dos Materiais em Uso
• Interação entre os tipos de mecanismos: lei de crescimento cúbica.
Exemplo: oxidação da camada de zircônio: adição iônica e difusão.

y3 = C6t + C7 C7 = y3 para t = 0

Comparação entre o
crescimento linear,
parabólico e o
logarítmico
 Degradação dos Materiais
n Ambientes de corrosão
O tipo e a quantidade dos poluentes atmosféricos, tais como dióxido de enxofre, cloretos,
pós depositados, etc., exercem importante efeito no desenvolvimento da corrosão.
q Sulfatos:
Tem como origem o gás dióxido de enxofre (SO2) que é produzido pela combustão de combustíveis
fósseis. O dióxido de enxofre gasoso reage com a água existente na atmosfera, formando ácido
sulfuroso que, sendo instável, é oxidade a ácido sulfúrico.
q Cloretos:
Estão presentes nos ambiente marinhos. As mais altas concentrações de cloretos são encontradas
nas regiões costeiras
Aumentam a velocidade de corrosão (produzem sais ferrosos solúveis
Processos que determinam o “fim” dos materiais
n Mecanismos de degradação são diferentes para os tipos de materiais
n Corrosão e degradação
q Metais: corrosão
q Materiais cerâmicos: corrosão (altas temperaturas)
q Polímeros: degradação (mecanismo diferenciado)

n Desgaste mecânico
q Desgaste abrasivo
q Erosão
q Cavitação
 Degradação dos Materiais
Conhecimento do tipo de corrosão e degradação do material

Conhecimento dos mecanismos e suas causas

Medidas para prevenir a ocorrência destes fenômenos

ü alterar o ambiente
ü selecionar outro material
ü proteger o material
 Corrosão dos Metais
n Definição de corrosão
q A corrosão é definida como um ataque destrutivo e não intencional de um metal ,ela é
eletroquímica e começa na superfície.

n Mecanismo de corrosão
q Quando um metal (exceção do ouro, platina e alguns outros) é exposto ao ar, um filme
superficial ultrafino de óxido é formado imediatamente, seguindo a reação de oxidação:

q O filme recobre a superfície separando o metal do oxigênio

M(metal) + O (oxigênio) MO (óxido) + energia

 Corrosão dos Metais

Exemplo: Tubo de caldeira incrustado com produtos de

corrosão (óxido ferro III) Fe2O3
 Degradação dos Materiais em Uso
n Corrosão aquosa – Ataque eletroquímico
Força motriz
Rotação de um disco de latão em uma solução
aquosa contendo íons de Cu+2, produzindo um
gradiente na concentração iônica próxima a
concentração de íons na
superfície.
solução

Reação anódica
Fe° ® Fe2+ + 2e-
Reação catódica
Fe2+ + 2e- ® Fe°
 Corrosão dos Metais
n Mecanismo de Corrosão
q Uma reação ocorre no lado do metal enquanto que o oxigênio está no outro lado.
q Assim, os íons metálicos e elétrons devem difundir para encontrar o oxigênio ou então o
oxigênio e buracos devem difundir para encontrar o metal.
q Se o filme for insulador elétrico (isolante), e no caso a maioria dos óxidos são, os elétrons
não podem se mover através do filme.

Oxigênio deve difundir

 Corrosão dos Metais
n Prevenção da corrosão
Caracterização do ambiente de corrosão Seleção do material
(considerar o custo do material)

Alterar a natureza do ambiente

ü Aumento ou diminuição da concentração de componentes

Aspectos de projeto
ü Corrosão galvânica, presença de frestas

Barreiras físicas (aplicação de filmes e revestimentos)

ü Filmes de polímeros, cerâmicas ou metais
 Corrosão dos Metais
n Produtos da corrosão
q Os produtos da corrosão são requisitos importantes na escolha do material para
determinada aplicação.
q Exemplos:
ü Produtos de corrosão de materiais usados para embalagens na indústria alimentícia
não devem ser tóxicos e não podem alterar o sabor dos alimentos.
ü Quando pode ocorrer, devido a corrosão, a liberação de gases tóxicos e inflamáveis
(riscos de explosão).
ü Materiais para implantes humanos, como na restauração de ossos, dentes, etc.
 Corrosão dos Metais
n Formas de corrosão
q Uniforme → a corrosão ocorre em toda a extensão da superfície.
q Por placas → formam‐se escavações.
q Alveolar → produz sulcos de escavações
q Puntiforme → ocorre a formação de pontos profundos (pites).
q Intergranular → ocorre entre grãos.
q Intragranular → a corrosão ocorre nos grãos.
q Filiforme → a corrosão ocorre na forma de finos filamentos.
q Por esfoliação→ a corrosão ocorre em diferentes camadas.
 Corrosão dos Metais
n Formas de corrosão
 Corrosão dos Metais
n Formas de corrosão
 Corrosão dos Metais
n Prevenção da corrosão
q Proteção catódica:
Um dos modos mais eficazes de prevenção da corrosão, sendo possível para prevenir a maioria
das formas de corrosão
Envolve basicamente o suprimento (a partir de uma fonte externa) de elétrons para o metal que
se deseja proteger

Mn+ + ne- M
Par galvânico intencional:

Ânodo de sacrifício (Zn e Mg)

 Corrosão dos Metais
n Prevenção da corrosão
q Proteção catódica:
Galvanização: aplicação de uma camada de
zinco sobre a superfície do aço
Zinco Ânodo

Corrente imposta:

Fonte de elétrons é uma corrente a

partir de uma fonte de energia
externa
Útil em tubulações e tanques
subterrâneos
 Corrosão dos Metais
n Prevenção da corrosão
q Uso de aços patináveis:
ü tipo de aço muito utilizado na construção civil
ü apresenta em média 3 vezes mais resistência à corrosão que o aço comum
ü usado em esculturas e objetos decorativos

Capela ecumênica, São Paulo

 Corrosão dos Metais
n Prevenção da corrosão
q Características:
ü São aços estruturais de baixa liga e alta resistência mecânica, de boa soldabilidade, que
possuem boa resistência à corrosão atmosférica, dispensando a pintura em vários
ambientes. Contêm até 2,5% de elementos de liga, como cobre, níquel e o cromo.
q Princípio:
ü Através da exposição ao ar, e, se as condições ambientais assim favorecerem, eles
desenvolvem uma ferrugem aderente e muito pouco porosa, chamada de patina.
ü Esta camada de ferrugem atua como uma barreira que, com o tempo, faz com que a
velocidade de corrosão do aço seja reduzida até atingir um pequeno valor residual,
usualmente após dois a cinco anos de exposição.
 Degradação de Polímeros
n Processo físico-químico
q Deterioração por inchamento e dissolução
ü Líquido ou soluto difunde para o interior e é absorvido pelo polímero;
ü separação das macromoléculas, levando à expansão (incha)
ü aumento do peso molecular, aumento do grau de ligações cruzadas e diminuição da
temperatura diminuem a deterioração
q Ruptura da ligação (cisão)
ü Rompimento de ligações de cadeia molecular
ü Resultado da exposição à radiação ou devido à reações químicas
Degradação de Polímeros

Fonte: http://bioplasticnews.blogspot.com.br/2009/10/vitimas-do-lixo-gyre-do-
pacifico.html
 Degradação de Polímeros
n Mais de sete milhões de pneus podem ser vistos do espaço.

Fonte: http://www.ecodesenvolvimento.org/posts/2013/junho/maior-aterro-de-pneus-do-mundo-e-visto-do-
espaco?tag=rrr
 Corrosão de Materiais Cerâmicos
n Características
q Podemos pensar nos materiais cerâmicos como materiais estáveis em relação à maior
parte dos mecanismos de corrosão.
q Na maioria dos meios, esses materiais são altamente resistentes à corrosão.
q Em altas temperaturas, a corrosão desses materiais se dá através de processos de
formação de fases vítreas e de dissolução.
 Corrosão de Materiais Cerâmicos
n Características
q A corrosão por dissolução em meios ácidos específicos (HF, por exemplo) ou em meios
alcalinos é favorecida, principalmente com o aumento da temperatura do sistema.
q Na temperatura ambiente, o processo de degradação de vidros não tratados pode se iniciar
com gotas d’água que se condensam na superfície deles (esse fenômeno é conhecido como
intemperismo).
 Degradação dos Materiais
n Tribologia
q É definida como a ciência e tecnologia da interação entre superfícies em movimento
relativo e das práticas relacionadas.

q Tribologia é, do grego tribo (fricção, atrito) e logia (estudo), assim definida como a ciência
e tecnologia da interação de superfícies em movimento relativo, sendo que esta incorpora
o estudo da fricção, lubrificação e desgaste.
 Degradação dos Materiais
n Atrito
q Também denominado fricção, refere-se à perda gradual de energia cinética em diversas
situações onde corpos movem-se um em relação ao outro.
q Um lubrificante funciona pela introdução entre as superfícies deslizantes uma camada de
um material com uma tensão de cisalhamento menor do que as superfícies
 Degradação dos Materiais
n Desgaste
q É definido com perda progressiva do
a) abrasão material a partir de sua superfície,
resultado de causas mecânicas, ou
seja, do contato e movimento relativo
b) adesão com outro sólido, líquido ou gás,
atuando em contra fluxo.

c) erosão

d) cavitação
 Degradação dos Materiais
n Desgaste abrasivo
q Retirada de material por partículas:

ü Aprisionadas
ü Soltas
ü Protuberâncias

q Uma superfície dura ou uma superfície contendo partículas duras desliza sobre uma
superfície mais mole levando à formação de sulcos na superfície desta
 Degradação dos Materiais
n Desgaste abrasivo
q Sistemas de escorregamento,
sistemas hidráulicos, extrusão,
corte de rochas, matrizes de
conformação e
escorregamentos nos quais a
superfície da contrapeça exibe
protuberâncias ou partículas de
alta dureza resultando em
desgaste devido à abrasão.
 Degradação dos Materiais
n Desgaste adesivo
q Este tipo de desgaste ocorre quando dois corpos deslizam um sobre o outro
produzindo um arrancamento de fragmentos de material de uma das superfícies que
aderem-se na outra por micro soldagem.
q Posteriormente, estes fragmentos aderidos podem sair desta superfície e voltar à
superfície inicial ou podem ainda ser convertidos diretamente em resíduos de
desgaste.
 Degradação dos Materiais
n Desgaste adesivo
q Alta pressão local
q Asperezas em contato
q Deformação plástica
q Adesão
q Junções localizadas
q Transferência de material
q Aumento do atrito
 Degradação dos Materiais
n Principais Fatores de Desgaste
q Variáveis metalúrgicas:
ü Dureza, tenacidade, composição química, constituição e microestrutura.
q Variáveis de processo:
ü Materiais em contato, pressão, velocidade, temperatura e acabamento superficial.
q Outros fatores:
ü Lubrificação, corrosão.