Paredes exteriores

Composição e metodologias utilizadas na sua execução dependem dos conhecimentos

tecnológicos adquiridos à época, dos materiais naturais e a forma como eram trabalhados de
acordo com a evolução do conhecimento relativo às suas propriedades físicas.

Materiais primários: terra, pedra, a madeira, o barro, o tijolo, o betão armado e os painéis de
madeira.

Tipologias: parede em terra, madeira, pedra ou betão armado; painéis préfabricados; alvenaria
de tijolo ou blocos de betão; placas autoportantes (Light Gauge Steel Frame),

Função: estabelecer uma barreira entre o ambiente exterior e o interior, por forma a
contribuir para um adequado nível de habitabilidade de acordo com a exigência de conforto e
segurança do utilizador.

Requisitos: garantir estabilidade ao seu peso próprio, conferindo integridade ao elemento e a

durabilidade dos materiais constituintes, durante um período de tempo; deve estabelecer uma
barreira a ações exteriores como o vento, a chuva, a radiação solar, o calor, o ruído e o fogo;
deve constituir um impedimento eficaz à entrada de insetos, animais e intrusos no interior do
edifício.

A diretiva impõe requisitos que abrangem a verificação de estabilidade do elemento de

construção à ação das cargas permanentes, das sobrecargas, do vento, de cargas acidentais e
ao efeito de variação térmica. Os materiais são analisados quanto à sua capacidade de
desenvolver um incêndio, expresso por classes de reação e resistência. Aborda, ainda, as
características relacionadas com a higiene, a saúde e o ambiente.

Terra: acessível e abundante; usada há milhares de anos

Parede em taipa

Terra com características argilosas que foi comprimida, quando húmida, entre taipais de
madeira. São retirados, depois de se completar a secagem, originando paredes monolíticas e
homogéneas.

Painel deve ser assente sobre uma sapata de alvenaria de pedra ou de tijolo

Argila retráctil: adicionada palha que atua como um elemento aglutinador, reduzindo o efeito
de desagregação, e melhorando o comportamento hidrotérmico da parede.

Vantagens: impacto ambiental muito reduzido, bom comportamento acústico e higrotérmico

(humidade e ao calor), uma inércia térmica alta e é incombustível.

Desvantagens: baixa resistência à tração, elevada espessura, a falta de capacidade de coesão e

de integridade do material perante a ação da água (desmoronamento)

A parede em adobe

Tijolos de barro, obtidos através da mistura de água com terra argilosa, sendo secos aos sol ou
em forno.
Requer uma sapata em pedra ou em tijolo maciço.

Assentamento dos blocos feito com barro ou com uma argamassa.

Parede em alvenaria de pedra

Origem granítica, xistosa ou calcária

Vantagens: fácil de trabalhar, bom aderente à argamassa, diferentes formas de a trabalhar,

elevado valor estético, cultural e de integração urbana; durabilidade; inércia térmica elevada e
bom comportamento aos ruídos aéreos

Desvantagens: elevada espessura, redução do espaço útil; elevado peso próprio; baixa
resistência à tração; elevado custo em material e mão-de-obra; a lentidão na execução; mau
acabamento (superfície fria).

Parede de cantarias de pedra dispõe as faces devidamente aparelhadas com formas

geométricas definidas, assentes com argamassa ou apenas sobrepostas ou justapostas

Alvenaria de pedra aparelhada é constituída por pedras irregulares aparelhadas numa das
faces

Alvenaria de pedra ordinária é composta por pedras toscas irregulares, em forma ou em

dimensão, ligadas por uma argamassa ordinária;

Parede mista consiste na junção de alvenaria, cantaria ou madeira;

Alvenaria de pedra seca é formada por pedras justapostas, apenas travadas entre si, sem
qualquer tipo de argamassa.

Paredes em madeira

Tipologias: troncos e pré-fabricadas

Parede em tabique: madeira, terra argilosa ou argamassas ordinárias, usado em divisórias

interiores.

Estrutura: tábuas de madeira colocadas segundo as direções vertical, horizontal e na diagonal.

Travada com um ripado horizontal, que pode ser revestido com argamassa de areia e cal,
estuque e pintura.

Parede de frontal tecido composta por elementos de madeira formando uma estrutura, a qual
é preenchida por alvenaria de tijolo de burro ou pedra, posteriormente, revestida.

Vantagens: fácil de trabalhar e manusear, baixa dureza, boa resistência, alta compressão e
tração, boa relação entre resistência e peso próprio, bom aderente, bom comportamento
térmico e acústico; origem natural, renovável e sustentável; pouco tempo para a execução da
obra; um bom comportamento estrutural face a sismos.

Desvantagens: o comportamento anisótropo, heterogeneidade; suscetibilidade a ataques de

insetos, humidades e outros agentes externos agressivos; dimensões limitadas, mão-de-obra
qualificada.
Paredes em alvenaria de tijolo (Argila

Tijolo de furação horizontal, maciço e perfurado

São fabricados de acordo com normas que definem as exigências geométricas, percentagem
de furação, o aspeto e textura, a massa volúmica de argila, a absorção de água por
capilaridade e imersão, a adição de cal viva, a resistência ao gelo, a resistência à compressão e
tração, o módulo de elasticidade.

Aplicação: tijolo de face à vista, utilizada no interior e exterior da construção, o tijolo de

enchimento sem função resistente para além do seu peso próprio e os resistentes que
desempenham uma função estrutural

Relativamente à alvenaria distinguem-se de acordo com a função do material constituinte, do

tipo de argamassa de assentamento, do modo de assentamento da parede, do número de
panos que formam a parede, o tipo de ligações entre painéis, da estrutura de apoio, do tipo de
revestimento da parede e a existência de elementos complementares de isolamento térmico,
da estanquidade e controlo da difusão de vapor.

Seis grupos de parede: simples; de dois panos; de face aparente; duplas; de juntas
descontínuas; e as paredes cortina.

Vantagens: baixo custo; a facilidade de abertura a espessura e o peso próprio razoáveis;

incombustível, bom comportamento higrotérmico, bom isolamento acústico; a tecnologia
apreendida é de forte tradição no mercado nacional.

Desvantagens: complexidade de execução; dificuldade de integração e a compatibilização com

outros elementos construtivos originando pontes térmicas; resíduos de obra elevados

Parede com blocos de betão

Os blocos podem ser maciços e/ou perfurados, e podem apresentar diferente geometria,
textura, acabamento superficial e coloração.

Tipos de blocos: betão normal; betão leve de argila expandida; betão com bagacina; betão
celular autoclavado.

Vantagens: bom comportamento à compressão, uma elevada resistência ao fogo, um bom

isolamento acústico e um aspeto final razoável,

Desvantagens: elevado peso próprio, considerável absorção da humidade, um deficiente

comportamento térmico e dificuldade no manuseamento dos blocos.

Bloco de betão leve distingue-se pelo tipo de agregado, geralmente uma argila expandida.
Vantagem: elevado isolamento térmico, boa resistência ao fogo, é facilmente manuseada
devido à sua leveza, grande resistência aos produtos ácidos e alcalinos, e aspeto estético
razoável.

Desvantagens: reduzido isolamento acústico, a dificuldade de abertura de roços, um elevado

grau de absorção de humidade, um preço elevado e uma fraca resistência ao choque.

O bloco de betão celular autoclavado é composto por areia, cal, cimento. No processo de
fabrico o pó de alumínio é adicionado gerando bolhas de hidrogénio, formando uma estrutura
celular. Posteriormente, o bloco é curado em autoclave sob a ação de vapor de água. A
principal vantagem é a sua leveza permitindo um fácil manuseamento, um bom rendimento de
aplicação e uma menor sobrecarga na estrutura. Apresenta, ainda, um bom isolamento
térmico devido à sua estrutura celular, o material é incombustível, é um bom isolamento
acústico, uma fraca permeabilidade e uma durabilidade considerável e, ainda, uma boa
resistência mecânica. As principais desvantagens residem no preço e na necessidade de mão-
de-obra especializada.