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#1

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA


ESCOLA DE DANÇA DA UFBA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DANÇA

GARDÊNIA FERNANDES COLETO

[DES]INTEGRADA:
INFLAMAÇÕES ARTÍSTICAS PARA UMA DANÇA COLETIVA

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação


em Dança, Escola de Dança, Universidade Federal da
Bahia, como requisito para obtenção do grau de Mestre
em Dança.

Orientadora: Profa. Dra. Daniela Bemfica Guimarães

SALVADOR
2022
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
ESCOLA DE DANÇA DA UFBA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DANÇA

BANCA EXAMINADORA

Profa. Dra. Daniela Bemfica Guimarães/UFBA (Orientadora)

Profa. Dra. Rita Ferreira de Aquino (UFBA)

Profa. Dra. Fernanda Capibaribe Leite (UFPE)


Coleto, Gardênia Fernandes.
[Des]integrada: inflamações artísticas para uma dança coletiva / Gardênia Fernandes Coleto. -
2022.
209 f.: il.

Orientadora: Profa. Dra. Daniela Bemfica Guimarães.


Dissertação (mestrado) - Universidade Federal da Bahia, Escola de Dança, Salvador, 2022.

1. Dança. 2. Dança - Aspectos sociais. 3. Criação (Literária, artística etc.). 4. Sentidos e sensa
ções na arte. 5. Feminismo e arte. I. Guimarães, Daniela Bemfica. II. Universidade Federal da Ba
hia. Escola de Dança. III. Título.
CDD - 793.3
CDU - 793.3
à Zoraide Fernandes Coleto. Mãe.
e Edite de Souza Fernandes. Mainha.
(in memoriam)
RESUMO

A pesquisa tem como eixos moventes a ancestralidade, o feminismo e o processo artístico,


direcionando-se à criação/reflexão de/sobre ações dançantes frente às posturas machistas e
ultraconservadoras presentes no patriarcado. A Coletiva Rua das Vadias [nome em
transformação] – grupo de mulheres dedicado às artes do corpo do qual sou integrante-
aparece como lugar de efervescência criativa para pensar tais ações. Rastros de sangue nos
conduzem à descoberta de corpos violentados-silenciados-assassinados pela supremacia do
poder androcêntrico, permeando a gestação-criação de danças de (r)existência. Críticas
feministas à racionalidade/objetividade científica nortearão a escrita, permitindo ao texto
contaminar-se por fragmentos imagéticos, na busca de interfaces entre texto e dança.
Escolhemos como suporte o formato de e-zine, construindo um hipertexto a partir das
escolhas e janelas abertas no caminho. A pesquisa esparrama-se em #8 (oito) e-zines [mais
uma prévia do #9 (nove) por urgência de futuro]. O trânsito entre memórias individuais e
coletivas será informado por dados estatísticos, fatos históricos, escritas documentais e
ficcionais em torno de reflexões acerca das mudanças e perpetuações concernentes às
violências de gênero. O referencial teórico será composto por teóricas feministas, poetas e
artistas, transitando entre diferentes tessituras discursivas, tais como texto acadêmico,
prosa, poesia, imagens e saberes incorporados na presença-ação-dança. Diferentes falas-
corpos conectados para questionar hierarquias limitantes do conhecer. Quais caminhos
percorrer para o encontro dessas vozes-movimentos-corpos? Como inflamar desejos
transformadores a partir de ações artísticas?

Palavras-chave: Processo artístico; Dança; Feminismo; Violências de gênero.


ABSTRACT

The research has as its moving axes ancestry, feminism and the artistic process, aiming at
the creation/reflection of/on dancing actions in the face of sexist and ultraconservative
postures present in patriarchy. Coletiva Rua das Vadias [name under transformation] – a
group of women dedicated to the arts of the body of which I am a member – appears as a
place of creative effervescence to think about such actions. Blood trails lead us to the
discovery of raped-silenced-murdered bodies by the supremacy of androcentric power,
permeating the gestation-creation of dances of (r)existence. Feminist critiques of
scientific rationality/objectivity will guide the writing, allowing the text to be
contaminated by imagery fragments, in the search for interfaces between text and dance.
We chose the e-zine format as support, building a hypertext from the choices and
windows opened along the way. The research is spread across #8eight e-zines{and a
preview of #9nine for future urgency]. The transit between individual and collective
memories will be informed by statistical data, historical facts, documentary and fictional
writings around reflections on changes and perpetuations concerning gender violence.
The theoretical framework will be composed of feminist theorists, poets and artists,
moving between different discursive textures, such as academic text, prose, poetry,
images and knowledge incorporated in the presence-action-dance. Different speech-
bodies connected to question limiting hierarchies of knowing. Which paths to take to
meet these voices-movements-bodies? How to ignite transformative desires through
artistic actions?

Keywords: Artistic process; Dance; Feminism; Gender-based violence


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RANSFORMAÇÕES
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SUMÁRIO
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#1

MANIFESTA
PARA
INTRODUZIR
LÍNGUA
IMAGEM: RODRIGO ELOI LEÃO

6
0, 1. MANIFESTA PARA INTRODUZIR LÍNGUA​

2345678
Introdução​
Ato ou efeito de introduzir[-se]
Abertura​
Para uma tese, um livro, etc
Etmologia lat. Introductio onis​
Ação de fazer entrar​
Digna aos homens​
Durante​
9

101112131415161718192021222324252627282930313233
Tempo[s]​
Às mulheres​
A função de receptáculo​
Buraco do prazer tendente à procriação.​
Ciência...​
Reprodução​
Eles. Falo. Centro.​
Elas. Objeto​
Falhas fálicas​
Imagem: éguas amarradas para que o garanhão às penetre. Introduza​
Mulas? Mulatas?​
Não!​
Subverto a HIStória​
Construo potências no pensar-agir​
falas-corpo [corpa?]​
Ecos antepassados​
Verbos de suor ​
Das lutas contra aqueles que estupraram [m]eu falar​
Falo. Não.​
Desejo outros verbos​
Cortar, expulsar, gritar, ecoar, fugir, dançar.​
linearidades objetificantes continuam a esconder [m]eu fabular​
Não!
#elenão
Derrubada
de

7
34
35
36
Troncos​
37 Concretos​
38 Heróis.​
Me desfaço em corpa[o]​
39 Divisões em capítulos [cabecinhas] não aprisionam [m]eu agir-escrever-
40 dançar​
Retomo(a) :​
41
caput=cabeça=capital.​
42 Capítulo =cabecinha. Que quando falo, alguns sorriem por lembrarem do
43 “falo”​
Etimologias desvelam o que pretendia delimitar o conhecer:​
44 ​
45 CAPATAZ. Por sua derivação de caput (cabeça), de que se
formou capitatium, do latim tardio, bem se antevê que possui
46 a significação primária de designar a pessoa que é cabeça ou
encabeça alguma coisa. (SILVA, 2014, p.390).​
47 ​

48 CAPITAL. Derivado do latim capitalis, de caput, possui o


sentido de principal, fonte, origem, dando, assim, a ideia de
49 algo que tem preponderância, serve de elemento
fundamental, para a produção de novas riquezas. (SILVA,
50 2014, p.392).​

51 ​ APÍTULO. Derivado de capitulum, diminutivo de caput, tem,


C
no vernáculo, diversas aplicações, em uso na terminologia
52 jurídica. ​
53 Capítulo. Segundo o próprio sentido da palavra de que se
deriva (cabecinha) (SILVA, 2014, p. 398).​
54 ​
55 Não!​
Prefiro esparramar-me em Ações​
56 Queimar o(s) agora(s)​
57 E espalhar cinzas-memórias daquelas que lutaram pela minha dança-vida​
Potências de corpo inteiro, sem a supremacia das polaridades
58 masculinizadas que tem cabeças/cabecinhas penetrantes/asfixiantes como
59 símbolo.​
Ação. lat. actĭo,onis ato de colocar em movimento . ​
60
Mover​
61 Dançar junto à elas​
62 Mulheres

63

8
65
66
67
68
69 ​
A Y , 1991)
70 AW
u e s [ ? ] (HARDonnaduas[?]​
Ou C i
bor g m um de ​
71 a n t i v a (o ) c o
p o s - e stórias .​
Su b s t e s d e cor o n i st a[ s]
72 no pa r t pr o t a g
Friccio n f a b ulada​ r e v o como
E nsc
73 m e [ nos] i
as e is ​
r odut i v a n cest r a
77 ões r e p ent o s
o l e g itimaç E n c ant am r a f or ça

r [ i r ] r ea
i s​
a ç n t a r m a
57 De s f
. [ r e] i n
v e
r de t r a
nsf o
r a z e
67 op
c a e engul o s s o f al ar
?​
b o p o
77 Ab r o a Ai n d a ]​
[ ar t i st o e
AudRrDE, 1977)

Ar t i s t a a ​
88 l a m ee n s i n
ç ã o " (L O
r a s f o rmas.​
E e a r ou t
l i n g uagem d e scobr i
88 i o em zo d e
o si l ênc i n t o o go s​
99 f o rm a r
u a s e s s ão cao s​
" Tr a n s
i n h a s l í n g
u e s e gu e m
a s c o r por ai
s/ m sq nci
09 d u z o nossa A s p al avr a o r i nsur gê sal t os
.​
ear i da
des
I nt r o d o s p s a o s z e r l i n
ur a l i da sf a
19 s e n t e s i nst a p o d e m ser e n t a ndo de
Pr e que is t
s ] o r dens s t r a n sver sa
29 [D e i nha
e n t e s em l i st ent e
s. ​
.​
39 s a d os - p r e s i n s
o n d e qui ser
s- pa s por
Fut ur o çe( o) acaso

Come ra s a o
Ab e r t u começ
os​
i o d e s​
So r t e m e i o s cl ar o
ra s. ​
r as pa r eci do
Ru p t u i ns e n e g
í c i o s par a f ​
I n Re v i r a
o​
Vo l t a ​ m r e voluçã
as e
s to p or águ .​
fl u x o propo - s e e m f ogo l o​
Segue
o
t r a n st or na
r
u e é desve
At é ro q e​
a r a e spal ha s e r v er dad
( o) p s de eu​
Ve n t a o s p udor e n t ra o m
d a c o
De s n u n a t eu s
exo
c i o
E F[ r ] i
c a( o) ​
I nvent te ​
o d i s sonan
minh
Um c a o f ôni ca d esf aze
r.​
C a c d o
nça
d e u ma da
os
e ( o ) os r i sc l ent a( o
)​
A s s u m V i o

9
979698

Revido(e) os golpes que me/nos massacraram.​


BOMBA.​
Fragmentos de [m]eu corpo se convertem em ações artísticas. [des]construir o tempo. ​
99.A[r]me sua hermana.​

10
O manifesto ciberfeminista do século XXI (1991), por VNS Matrix.
Disponível em : https://vnsmatrix.net/projects/the-cyberfeminist-
manifesto-for-the-21st-century. Acesso em: 26 jun 2020.

11
" Nós somos a moderna
buceta positiva anti razão
ilimitada
desencadeada
implacável
Nós vemos arte com nossa
buceta
Nós fazemos arte com
nossa buceta
Nós acreditamos em gozo
loucura santidade e poesia
Nós somos o vírus do novo
mundo em desordem
rompendo o simbólico de

Colagem com outas traduções disponíveis em: https://vnsmatrix.net/projects/the-cyberfeminist-manifesto-for-the-21st-century. Acesso em 03 out 2020
dentro dos sabotadores do
mainframe do grande pai
O clítoris é a linha direta
para a matriz
VNS Matrix exterminadoras
do código moral
mercenárias do limo que
desce no altar da abjeção
sondando o templo visceral
Nós falamos em línguas
infiltrando quebrando
disseminando corrompendo
o discurso
Nós somos a futura
buceta."
(tradução nossa)

12
13
Imagem :Gardênia Fernandes Coleto
)
00 9, p.15
T I A ( C A NTON,2

Construo tramas a partir de fragmentos imagéticos-poéticos, na tentativa de ​fugir ao fascismo textual e


construir uma “narrativa enviesada” (2009).Desde a graduação em dança, cursada na Universidade
Federal de ​Pernambuco (UFPE), investigo possibilidades de dissoluções textuais com ​a intenção de
tornar o texto dançado, pontencializando a construção do que ​se pretende um corpo sem órgãos
Letícia
(DELEUZE e GUATTARI apud DAMASCENO, 2014,p.16), esparramando conexões . Durante a
pesquisa [DES]INTEGRADO: fragmentos de um percurso corporal (2016) inicio minhas negociações
entre a rigidez, por vezes, imobilizadora/objetificante ​do ambiente acadêmico e estruturas moventes-
flexíveis-dançantes-relacionais. Imprevisibilidades resgatadas pela arte em meio à projeções de ​futuro
asfixiantes.
No agora, feminismo, ancestralidade e processo artístico são as palavras que norteiam a pesquisa que
danço. Crio/reflito ações dançantes frente às posturas machistas e ultraconservadoras presentes no
patriarcado contemporâneo.Trago o título para o feminino, inscrevendo a voz de/em um corpo-mulher.
Seria corpa? [DES]INTEGRADA.
Corpo[a]-mulher-território... quem são os homens que me invadiram/invadem? Confusões temporais
rompem a linha reta que se dizia cronológica... Co-existências... Estilhaços de espaço-tempo-memória
expõe a(s) ferida(s).

14
A Coletiva Rua das Vadias [mudamos de nome no transcorrer da pesquisa ] -grupo de mulheres
dedicado às artes do corpo do qual sou integrante- aparece como lugar de efervescência criativa
para pensar tais ações, contudo, os deslocamentos entre as cidades de Recife e Salvador propõe
novas conexões artísticas com outras mulheres desejantes de transformações tendentes a pensar-
mover-demolir as estruturas do poder androcêntrico.
InflamAções
O elemento fogo aparece como miragem em meus caminhos sonhantes... Imagino: Mãos de fogo
circulam...Iluminam, aquecem, incendeiam. Transformam estruturas sólidas em cinzas. Queimo por
dentro... de líquidos quentes e sangue nos olhos parto para a ação. Inflamo. Me espalho rápido e
tomo todo o canavial. Do verde e amarelo às cinzas... As inflamações transformam também minhas
vísceras... Estruturas transtornadas da pele aos órgãos, aos ossos, ao pó. Retorno ao início e me
transformo em água... lavo as cinzas. Ebulições em ondas me tomam para dançar. Fluidos
vermelhos como lava de vulcão metamorfoseados na transparência das águas. Larva. Casulo.
Borboleta amarela sobrevoa a paisagem. Imprevisíveis de/em um corpus/corpa/corpo artístico
Pergunto: Que mulheres são essas que habitam minhas memórias? Presenças ancestrais? ​
Seriam gritos sufocados em tempos outros que querem escapar no agora? ​
Quem são os algozes do corpo feminino no presente?
Como o sistema patriarcal opera transformações em sua estrutura para permanecer no tempo-
espaço apesar das conquistas feministas? ​
Como retomar lutas vividas por mulheres ancestrais frente ao machismo/patriarcado (de uma
ancestralidade próxima, aos tempos encarnados sob a pele)?
Furacões promovidos por espirais de corpos em revolução.
Sigo em direção aos imprevisíveis propostos pelos embates entre os líquidos inflamáveis que
correm em minhas veias e as correntes de ar que me impulsionam ao mover/dançar. Chamo para
caminhar juntas nesse percurso mulheres de diferentes espaços-tempos... Teóricas, poetas,
mestras, dançarinas, performers... Companheiras.

15
"As mulhere
e ssa e s qu
t ap a f e m e aj u d ar
heteross o ra am
exuais, m m negras e b durante
as todas r
e l as m
e d e ra compart ancas, velha
ma ilhamos a s
Ne
ssa força e a luta da t e jovens, lés
co m irania do b
gu
er
s
sem panhia sem silêncio. icas, bissexu
cons ra an as qua Todas ais e
cien to as i s n ão t e r
teme da ia s o b
nte sl d e revivi
ou n uta
ão, mo med do in t
acta.
cont s , su o
ra a til a g
s fo
rças me udo
da m nt – n
o r eo a
Para negritar a con.fusão entre palavras-ações- te. un
imagens, bem como o agenciamento de diferentes " (LOR
AudDE, 1977 ,
ã o
re )
vozes/corpas[os] na tessitura da pesquisa, opto por
tensionar um diálogo com o formato de e-zine. Utilizo os
recursos tecnológicos disponíveis para desconstrução do
c ia o
do que se configura como texto acadêmico estimulada ân sã
p ort a ver e
m s
por questionamentos feministas quanto a a i e su deia os,
m e, d i tiv .
categorizações/hierarquizações entre saberes. nta t e ole nista
apo men o d c
es or çã os femi
Bricolagem metodológica para estimulação de utor steri cula ivers
sa po cir d o
conexões esparramadas. Ao questionar a repetição das Vário e (e, na de es .30
)
zin a ) es el ,p
c d 2
lógicas objetificantes, androcentradas, eurocentradas, fan rôni icaçõ 01
elet ind u m IN, 2
v E
seria possível a alusão a um antimétodo? rei do DW a
se LIN lor
n
H F
(SC Ana

No documentário She's beautiful when she's


angry encontramos alguns depoimentos sobre a
importância do zine na propagação das ideias de
coletivas[os] feministas. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=Zq3wYppj804

16
[?]

17
su a s
e n a s
"Ap s
ó p r i a
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co n e
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Colagem ao fu

r ã o ,
fa , u m
ndo com textos

r f íc ie p .5 0)

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(M EL
de Ocana(2015)

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e Melo(2019)

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18
Esse zine foi pensado para o formato digital [e-zine]. Caso você esteja lendo no formato
impresso, provavelmente está lendo uma cópia em preto e branco, se desejar outras cores
acesse:

O formato impresso acompanha carvão e uma caixa de fósforo, para colorir e incendiar as
páginas que seguem. Faça rasuras, rabiscos e desenhos à vontade.
Esta é a primeira edição de oito e-zines que compõe a pesquisa [DES]INTEGRADA:
inflamações artísticas para uma dança coletiva. Ao longo da escrita outras vozes fazem eco
em [m]eu fabular, tranzendo outras autorias desde dentro... palavras outras em falas
[des]conexas para mesclar o tempo e cravar vozes daquela(s) que não tiveram seu(s)
nome(s) inscritos na história.

19
20
Início

Você consegue esquecer o que foi dito até aqui?​
Talvez a memória não respeite a imposição de quereres...​
Alerto que a insistência de ações no tempo pode cansar...​
Repetições para transformar o que se esconde sob/sobre
Esqueça(o)​
[re]começo(a)​
Agora​
Ar
riscar palavras-movimentos​
Dança(o)

Emergência de futuro detectada.

21
inflama

vídeo desenvolvido no componente curricular Tópicos Especiais em Dança: residências artísticas e pedagógicas - PRODAN -UFBA

para
introduzir corpa[o] em chamas...
Acesse:

22
restaura[r] desejos dissonantes.
entre O e 1...

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Imagem ao fundo:Gardênia Fernandes Coleto

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REFERÊNCIAS
CANTON, Katia. Narrativas Enviesadas. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2009.

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2014. 229 f. Tese (Doutorado em Memória Social)-Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro,
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SCHLINDWEIN, Ana Flora. Dos periódicos oitocentistas ao ciberfeminismo: a circulação das


reivindicações feministas no Brasil. Tese de doutorado (Instituto de Estudos da Linguagem,
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SILVA, De Plácido e. Vocabulário Jurídico/atualizadores: Nagib Slaibi Filho e Priscila Pereira


Vasques Gomes – 31. ed. – Rio de Janeiro: Forense, 2014.

VSNMATRIX. O manifesto ciberfeminista do século XXI. Disponível em :


https://vnsmatrix.net/projects/the-cyberfeminist-manifesto-for-the-21st-century. Acesso em: 26 jun
2020
VÍDEOS
COLETO, Gardênia Fernandes. INFLAMA, 2019. Disponível em: https://vimeo.com/377313602.
Acesso em: 03 jul 2020. Vídeo desenvolvido no componente curricular Tópicos Especiais em Dança:
residências artísticas e pedagógicas - PRODAN -UFBA

DORE, Mary. She’s Beautiful When She’s Angry, 2014. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=Zq3wYppj804. Acesso em: 03 jul 2020.

24
@coletivacoletivacoletivaco

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Colagem com imagens de Garrdênia Fernandes Coleto e Anny Stone

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