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A MISSA PARTE POR PARTE


Composição:
GRÁFICA COLETTA LTDA,
Rua Tiradentes, 603 - CEP 17250 - Bariri-SP.
Fone (0146) 62-1297 - Fax (0146) 62-1937 - Telex 146-126 DLCL
Editoração Eletrônica: Wilson José Germin
A MISSA
PARTE POR PARTE
Pe. Luiz Cechinato

17a. Edição
Atualizada e melhorada.

/
Petrópolis
1991
(c) 1979, Editora Vozes Ltda.
Rua Frei Luís, 100
25689 Petrópolis, RJ
Brasil

Aprovo e Recomendo
São Carlos, 1º de julho de 1979
+ Constantino Amstalden

Diagramação
- Valdecir Mello
O QUE "ATUALIZAMOS"

Este livro, lançado em 1980, continua sendo muito lido. Por isso,
achamos que merecia ser melhorado.
Algumas expressões foram mudadas. Por exemplo: “celebrante"
por "presidente da Celebração”.
Dois Encontros novos foram acrescentados, a pedido de alguns
leitores. São o Encontro 28: "Ceia Eucarística: Sua Origem" e o 39:
"Eucaristia: dos Apóstolos até nós.
Atualizamos o texto litúrgico, de acordo com o novo Missal.
O livroficou enriquecido e com menos páginas, porque demos uma
enxugada no texto. Tiramos coisas repetidas e, onde havia dois ou
três exemplos semelhantes, deixamos apenas um.
Colocamos também alguns desenhos explicativos de autoria da
Professora Nice Therezinha Gírio Milani.
A supervisão da doutrina é do Cônego Bruno Gamberini e a revisão
literária é da Professora Edna Pellegrini.

O Autor.
EM MEMÓRIA
Ele me ensinoua ir à igreja e a gostar da Missa. Não tinha diplomas
e não fazia discursos, mas crendo me ensinou a crer, e amando me
ensinou a amar. Nunca ficou sem a Missa, mesmo quando chovia.
Ãos 82 anos de idade ( 13/06/1979) encerrou sua caminhada terrena.
A última vez que saiu de casa foi para ir à Missa. Durante a
Celebração, quando o padre proclamava o Evangelho, ele caiu,
precisamente na hora em que eu escrevia o último encontro deste
livro.
A ele, o meu pai, Domingos Cechinato, eterna gratidão!
SUMÁRIO
01. Visão geral sap ronraa arena ra gua uns puta reg 9
02. Pocque A deneias sneeeossrrsrs masmorras ne 18
OS. Gestos o atitudes aquasas-ssssssensanasa es eras 16
04. Posições do COFpO...............sseseereeeees O mamas 19
05. orcanto IITGICO sessacasaesescesanarreneaee rea aos 22
06. O sacerdote, as vestes e o altar
07. Objetos usados na Missa....................ceseeecereereecesserereasenseneensss 29
08. O Sinal da CHE SEND orem ata censo sessao 34
09. Acolhida e saudação ..........iimesesiseseseieeneererererraes 37
a Ato: PERA Ri ses nose Ega Se ICEDIS Eras npc am 40
Tt: Glória a Deus nas Alturas ...............iiseeeeeecesermeneereness eee 43
12. A IaEao "COIGLA! cusamanenescanesrarnascaraceceraioasemmaas ar ureranmraanansmaas 46
13. Liturgia-da Palavra.....semeeresoresmeenrcorearbeitiananpoeasama ars a a 49
14. Ena LONA ESSO. sessao erre Rr poa caes E?
15. Segunda Leitura e Aclamação
16. ig Riso Creu ts E aj PR 58
tz. HOMO. mera ereomeemra sirene mmasarenor àrifirs 61
18: Pratica gude O even erros ses e serena perene 84
19. Grer na IGteja....eesesmesirmsii CE US as 68
20. Oração dos FIG. esses nano cmo masc rp rr ercns RR
El: Etútgia EUCANSHGA .-sepameousesaseeossas asonoavesusassrasarossvarcuzassenosam emas 5
Ze. Procissão das Oferendas.............. eee TB
23. Apresentação do pão € dO VINHO: ssssascermaseaasasasescananas san]
24. Ultimas viagõoes do UfErorio su seca DA
25. Prefácio e Santo ECC EEE ERES EEE EEE EEE TE 87
26. Consagração do pão sido VINHO asus aereas qaaçecas 90
27. "Eis o Mistério da Fé!" eee eeereeaaeaanos
28. Cela Bucal Be asse nanasavarasar eos arara O
24. Eucaristia: dos Apóstolos até NÓS... ii00000:00... 100
30. Orações pela Igreja... eres 104
31. Por Cristo, Com CiiStO spears O?
32. Pai-Nosso.. = SM era en peçá
33. Saudação e Fração do d Pão. asescuerereacagpossepesncanemeszegaas
esc PES
34. Cordeiro de Deus..
35. Comunhão... e. nn
36. A Missa, O Banquete de Deus... avecacennercasncaceenas ren T2S
37. Eucaristia: unidade e fraternidade... 127
38. Rito Final... e
39. O Dia do Senhor... aerea mensal
40. Missas de Formatura €e Defuntos.. e a asa IGO
41. O Ano Litúrgico ........... eres 139
01. VISÃO GERAL

Numa cidade estava sendo construída uma bela cate-


dral feita de pedras. Os operários iam e vinham no meio
da grande construção. Certo dia, chegou aquela cidade
uma importante autoridade e foi ver a obra. O ilustre
visitante entrevistou três operários que carregavam
pedras. Aos três fez esta pergunta:
- Amigo, o que está fazendo?
O primeiro respondeu-lhe:
- Estou carregando pedras.
O segundo disse:
- Estou ganhando o meu pão de cada dia.
E o terceiro falou:
- Estou construindo uma catedral, onde muitas pes-
soas encontrarão a salvação. E, aqui, eu e minha família
nos reuniremos para louvar a Deus.

DEUS QUER AMIGOS E NÃO ESCRAVOS

Estão vendo? Os três operários faziam o mesmo serviço, mas com


espírito diferente. A Missa também é assim. Ela é a mesma para todos,
mas a maneira de cada um participar pode ser diferente. Depende da
fé que as pessoas têm. Existe quem vai à Missa apenas para cumprir
o preceito, como aquele operário que simplesmente carregava
pedras. Existe também quem vai à Missa para fazer pedidos a Deus,
como o operário que trabalhava tão somente para ganhar seu salário.
E existe a pessoa que participa da Missa com fé e alegria, louvando
e bendizendo a Deus, à semelhança do operário que trabalhava
contente porque estava construindo a casa do Senhor.
Veja bem como está sendo a "sua Missa". Deus quer amigos e não
escravos. O escravo obedece, o amigo ama e participa. Às vezes
vamos fazendo muitas coisas sem saber por quê. Principalmente
quando se trata da religião. Muitos confundem fé com superstição.
Observe o que acontece em certos enterros. Na hora em que se

09
coloca o defunto na sepultura, muita gente joga um pouco de terra
sobre o caixão. Esse gesto deve simbolizar uma obra de misericórdia
(sepultar os mortos), mas a maioria nem sabe disso e o faz com um
sentido supersticioso que nada tem a ver com a verdadeira fé.

NINGUÉM AMA O QUE NÃO CONHECE

Assim pode estar acontecendo na Missa. Alguém entra na igreja,


olha, acompanha tudo, faz os mesmos gestos, mas sem saber o que
está dizendo e o que está fazendo. Por isso aproveita muito pouco da
Celebração.
Fizemos uma pesquisa sobre a Missa. Perguntamos a diversas
pessoas: "Por que você foi à Missa?" E as respostas foram as seguin-
tes:
- Fui à Missa porque era dia de preceito.
- Fui à Missa para agradecer a Deus.
- Fui à Missa para pagar uma promessa.
- Fui à Missa porque eram Bodas de meus amigos.
- Fui à Missa porque era formatura de meu filho.
- Fui à Missa para pedir saúde.
- Fui à Missa porque era de "sétimo dia" do colega.
- Fui à Missa porque era Natal.
- Fui à Missa para louvar e bendizer a Deus.
- Fui à Missa porque meu colega me convidou.

E você, por que vai à Missa? Qual das respostas mencionadas


acima seria a sua? Você vai de vez em quando ou todos os domingos”?
Vai para cumprir preceito ou para adorar a Deus? A Celebração
Eucarística é muito mais que uma oração. Precisamos conhecê-la
melhor. Ninguém ama o que não conhece. Pode ser que muita gente
não entenda nem o roteiro da Missa. Fica meio "perdido" dentro da
Celebração. Por isso, vamos apresentar um esquema ou roteiro da
Missa. É claro que esse esquema não é o mais importante, mas é O
primeiro passo para começarmos a compreender melhor a
Celebração.

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ESQUEMA OU ROTEIRO DA MISSA

- Monição ambiental - de pé
- Canto de entrada - de pé
RITOS - Acolhida e saudação - de pé
INICIAIS - Áto penitencial - de pé
- Hino de louvor (Glória) - de pé
- Oração "Coleta" - de pé

- Monição para a 1º Leitura - sentados


- Proclamação da 1º Leitura - sentados
- Salmo Responsorial - sentados
- Monição para a 2º Leitura - sentados
LITURGIA
- Proclamação da 2º Leitura - sentados
DA
- Monição para o Evangelho - sentados
PALAVRA
- Canto de aclamação ao Evangelho - de pé
- Proclamação do Evangelho - de pé
- Homilia (pregação) - sentados
- Profissão de fé (Creio) - de pé
- Oração dos fiéis - de pé

- Canto e Procissão das Oferendas - sentados


Preparação - Apresentação do pão e do vinho - sentados
das - Presidente lava as mãos - sentados
Oferendas - Orai, irmãos! - de pé
- Oração sobre as Oferendas - de pé

- Prefácio e "Santo" - de pé
- Invocação do Espirito Santo - de pé
- Narrativa da Ceia - de joelhos ou de pé
LITURGIA Oração - Consagração do pão e do vinho - de joelhos ou de pé
EUCARÍS- Eucarística - "Eis o Mistério da fé!" - de joelhos ou de pé
TICA ou Anáfora
- Lembra Morte e Ressur. de Jesus - de pé
- Orações pela Igreja - de pé
- Louvor Final (Por Cristo..) - de pé

- Pai-Nosso e oração seguinte - de pé


- Saudação da Paz - de pé
- Fração do Pão - de pé
Rito da - Cordeiro de Deus - de pé
Comunhão - Felizes os convidados! - de pé
- Distribuição da Comunhão - sentados
- (Canto de ação de graças) - sentados
- Oração após a Comunhão - de pé

- Comunicados e convites - de pé
RITOS - Bânção final - de pé
FINAIS - Despedida (Ide em paz!) - de pé

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O CORPO E A ALMA DA MISSA

Vimos o esquema da Missa, onde se destacam duas partes: a


Liturgia da Palavra e a Liturgia Eucarística. Este esquema nos ajuda
a ter uma visão global da Celebração, mas lembramos que esses atos
exteriores (gestos, palavras, sinais, objetos) são como o "corpo" da
Missa, enquanto a fé e o amor são a "alma" desse corpo. Se alguém
comunga sem crer na presença real de Jesus, recebe sim o Corpo do
Senhor, mas não participa da Salvação contida no Sacramento.
Por isso, muita gente vai à igreja e dela sai do jeitinho que entrou,
porque não faz seu "encontro pessoal" com a Graça de Deus. Fica
apenas na exterioridade. Às vezes, até peca, porque vai para criticar
as falhas humanas do rito: a falta de inspiração do padre, o canto
desafinado e o comportamento dos irmãos.
Mais adiante vamos ver a espiritualidade ou Mistério da Missa. Ela
torna presente a Ceia do Senhor e o seu Sacrifício redentor. É o nosso
encontro com Deus e com os irmãos, reunidos no amor de Jesus
Cristo. São Paulo fala que, na pregação do Evangelho, não devemos
buscar a sabedoria humana, mas acolher com fé a Palavra de Deus.
Ela tem o poder de transformar a nossa mente e o nosso coração.

TESTE

1. Que é superstição? Dê um exemplo.


2. Que é a Missa? É algo mais que uma oração?
3. Como se divide a Missa?
4. Que é "corpo" e "alma" da Missa?
5. O que acontece a quem comunga sem fé?
6. Como você participa da Missa?
7. Você tem criticado ou vivido a Missa?

LEITURA BÍBLICA: 1 Cor 1, 17-25

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02. POR QUE IR À IGREJA?

Certo dia, Jesus contou a seguinte parábola a alguns


que se consideravam justos e desprezavam os outros:
Dois homens foram ao Templo para orar. Um era fariseu e
o outro publicano. O fariseu, de pé, orava interiormente
deste modo: "Ó Deus, eu te dou graças porque não sou
como o resto dos homens: ladrões, injustos, adúlteros, e
nem como este publicano. Jejuo duas vezes por semana
e pago o dízimo de todos os meus rendimentos”.
O publicano ficou um pouco para trás e não ousava
sequer levantar os olhos para o céu, mas batia no peito,
dizendo: "Meu Deus, tem piedade de mim, que sou
pecador!"
Aí Jesus falou: "Eu vos digo que este último foi para
casa justificado e o outro não. Pois aquele que se exalta
será humilhado, e quem se humilha será exaltado”
(Lc 18, 9-14).

NÃO BASTA REZAR EM CASA?

A igreja foi sempre a casa de Deus e o lugar de oração. Jesus


frequentava o Templo de Jerusalém com Maria, José e os Apóstolos.
Há gente que diz: "Eu rezo em casa. Não gosto de aparecer. Deus
está em todos os lugares". E ainda cita as palavras de Jesus, que
disse: "Quando orardes, não sejais como os hipócritas, que gostam
de orar de pé nas sinagogas. Em verdade vos digo: já receberam a
sua recompensa. Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto,
fecha a porta e ora a teu Pai que está presente em lugar secreto. E
teu Pai, que vê o que é secreto, te recompensará" (Mt 6, 5-6).
Como se vê, Jesus está falando aos fariseus, que eram fingidos. O
que o Senhor condena não é a oração na igreja, mas a oração sem
sinceridade. Cristo quer nos dizer que a oração não pode ser da boca
para fora, mas deve sair de dentro do coração. Referindo-se às
orações rotineiras e vazias dos fariseus, Ele fez suas as palavras de
Isaías, que disse: “Este povo me louva com a boca, mas o seu coração
está longe de mim” (Mt 15,8; Is 29,13).

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REZAR COM OS OUTROS

Jesus fala claramente da importância da oração em comunidade


Eis suas palavras: "Digo-vos ainda: Se dois de vós se unirem sobre a
terra para pedir, o que seja, conseguirão de meu Pai que está nos
céus. Porque onde dois outrês estão reunidos em meu nome, aí estou
eu no meio deles" (Mt 18, 19-20).
O próprio "Pai-Nosso", ensinado pessoalmente por Jesus, é uma
oração comunitária. Ninguém pode rezá-lo pensando só em si. Ou
reza com os outros ou pelo menos pensando nos outros. pois Jesus
mandou dizer Pai "nosso" e não Pai "meu", venha a "nós" o vosso
Reino, e não venha a "mim" o vosso Reino. E quem não disser “o pão
nosso" não pode dizer "Pai nosso”.
O individualismo não tem lugar no Evangelho, pois a Palavra de
Deus nos ensina a viver fraternalmente. O próprio céu é visto como
uma multidão em festa e não como indivíduos isolados em apartamen-
tos.
Olhando para a História, vemos que a religião teve sempre um
sentido de comunidade. Notável é o "Povo de Israel". Deus constituiu
um "povo" e caminhava com esse povo, que teve sua origem com
Abraão. E o Povo de Deus ia em caravanas para o Templo de
Jerusalém, cantando salmos de louvor, de súplicas e de ação de
graças. A esse Povo Deus prometeu o Salvador. E Jesus veio, e nele
se cumpriram as promessas feitas a Israel.

SOMOS UMA "IGREJA"

A Igreja é o novo Povo de Deus. Com ela Jesus fez a Nova e Eterna
Aliança no seu Sangue. À palavra "Igreja" significa Assembléia. E um
Povo reunido na fé, no amor e na esperança pelo chamado de Jesus
Cristo. Os Apóstolos reuniam a comunidade cristã para ouvir a Palavra
de Deus, orar e celebrar a Eucaristia.
A Missa foi sempre o centro da comunidade e o sinal da unidade,
pois é celebrada por aqueles que receberam o mesmo batismo, vivem
a mesma fé e se alimentam do mesmo Pão. Todos os fiéis formam um
só "corpo". São Paulo disse aos cristãos: "Agora não há mais judeu
nem grego, nem escravo nem livre, nem homem nem mulher. Pois
todos vós sois UM SÓ em Cristo Jesus" (GI 3, 28).

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VIVEMOS EM SOCIEDADE

Deus nos fez para o convívio humano e não para o isolamento


Nossa natureza é "social". Gostamos de ir ao estádio para torcermos
juntos, gostamos de ir ao clube a fim de encontrar os amigos, traba»
lhamos em equipe porque rende mais, vamos à escola porque sozinho
é difícil de aprender, tomamos um aperitivo no bar porque com os
amigos é mais gostoso, fugimos da solidão porque viver sozinho é
triste. Ora, se em tudo eu gosto de estar com os outros, por que hei
de sufocar minha fé fechando-me num quarto e orando sempre
sozinho? Esse Deus em quem eu creio não é Aquele que fez todos os
homens como irmãos, "à sua imagem e semelhança"?
"Entrar no quarto e fechar a porta” pode significar que eu devo ter
"interioridade" em minha oração, isto é, entrar dentro de mim mesmo,
para que minha oração na comunidade não seja falsa, da boca para
fora, como disse o próprio Cristo: "Esse povo me louva com a boca,
mas o seu coração está longe de mim” (Mt 15, 8). Devemos orar
individualmente, mas só isso não basta.

TESTE

1. O que disse Jesus da oração comunitária?


2. Como deve ser nossa oração?
3. Que significa a Eucaristia para a Comunidade?
4. Que disse São Paulo aos cristãos sobre a unidade?
5. Que quer dizer “entrar no quarto e fechar a porta”?
6. Como eram os fariseus e sua oração?
7. Você se sente membro da Comunidade Paroquial?
8. Você gosta de rezar com os outros?

LEITURA BÍBLICA: Lc 2, 22-38

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03. GESTOS E ATITUDES

Você sabe como é uma grande partida de futebol.


Antes do jogo, há concentração para os atletas e um
preparativo psicológico para os torcedores. A televisão dá
notícias da situação histórica das duas equipes: pontos
ganhos e pontos perdidos, titulares que vão começar
jogando e reservas que vão para o banco.
De repente, as equipes entram em campo. Muitas
palmas, rojões, bandeiras se agitam e a emoção toma
conta de todos. Começa a partida. Bola na trave, a torcida
vibra, grita, pula. Alguém aproveita o rebote, enche o pé...
é gol! Um mar humano se levanta e delira, agitando as
mãos e gritando em coro. O artilheiro dá cambalhotas, cai
de joe-lhos, jogadores se abraçam. É festa! Uma grande
“celebração”, num rito solene de alegria expressado por
todos os gestos. Se é fim de campeonato, há sempre
alguém atravessando o estádio de joelhos com as mãos
erguidas para o céu, o povão invadindo o gramado e
carregando os heróis.

ORAR COM A ALMA E O CORPO

O homem é corpo e alma. Há nele uma unidade vital. Por isso ele
age com a alma e com o corpo ao mesmo tempo. O seu olhar, as suas
mãos, a sua palavra, o seu silêncio, o seu gesto... tudo é expressão
de sua vida. Quando o jogador consegue mandar a bola para o fundo
da rede, ele vibra, pula, abraça, dá cambalhota, ajoelha-se, ergue as
mãos, atira os braços para o alto, saudando a torcida. Por que isso?
Não basta que tenha feito o gol? Não. Ele não está sozinho. O gol é
uma vitória que precisa ser comemorada entusiasticamente com uma
espécie de "celebração" coletiva. Por isso há toda aquela festa e
confraternização. E tem uma coisa: o futebol é algo instável, sem
lógica. Hoje ganha, amanhã perde. Ao passo que, na Missa, torcemos
para um Herói que venceu e nunca será derrotado: é Jesus Cristo,
morto e ressuscitado, vencedor da morte e Senhor da Vida. Ele nos
disse: "Coragem! Eu venci o mundo" (Cf. Jo 16,33).

16
Na Missa fazemos parte de uma grande "torcida": Assembléia dos
filhos de Deus, que tem como herança o Reino dos céus. Porisso, na
Celebração Eucarística, não podemos ficar isolados, mudos, cada um
no seu cantinho. Ou será que há mais razões para comemorarmos a
vitória de um gol do que a Vitória de Cristo Ressuscitado, presente no
meio de nós? A nossa fé, o nosso amor e os nossos sentimentos são
manifestados através dos gestos, das palavras, do canto, da posição
do corpo e também do silêncio.

GESTO, SINAL DE LIBERTAÇÃO INTERIOR

Tanto o canto como o gesto, ambos dão força à palavra. À oração


não diz respeito apenas à alma do homem, mas ao homem todo, que
é também corpo. O corpo é expressão viva da alma: uma alegria
intensa nos faz cantarolar. É pelo nosso corpo que somos membros
de uma comunidade, e é pela nossa exteriorização que participamos
de uma Assembléia que louva a Deus, numa igreja. Uma
espiritualidade que não dá testemunho, é omissa; e uma manifestação
exterior que não venha de dentro, é falsa. Por isso, a Liturgia tem uma
alma: a fé. Toda expressão do culto, sem a fé, é um corpo sem alma.
Seria uma religiosidade fingida, que Deus não aceitaria. Com palavras
severas Ele condenou essa falsa piedade dos fariseus: "Esse povo me
louva com os lábios, mas seu coração está longe de mim" (Mt 15,8).
Nós, porém, estamos falando dos gestos sinceros, que são
expressão de nossos sentimentos. Esses gestos têm sentido. Eles
exteriorizam o que está em nossa alma. Completam e reforçam a
nossa oração. Tais gestos são mencionados na Bíblia Sagrada em
momentos de oração. Os reis Magos, ao verem o Menino Jesus nos
braços de Maria, “ajoelharam-se e o adoraram” (Cf. Mt 2,11). São
Paulo recomendou a oração com mãos levantadas. Ele escreveu a
Timóteo: “Quero que os homens orem em todo lugar, erguendo as
mãos santas, sem ira e sem animosidade” (1 Tm 2,8). O próprio Jesus,
mergulhado em tristeza profunda, no Horto das Oliveiras, “prostrou-
se com o rosto em terra e orou” ao Pai (Cf. Mt 26,39).
Deus é Senhor do homem todo. Então, a expressão corporal é
também colocada a serviço da glória de Deus. Mas a Igreja é
moderada nessa questão de gestos, porque seria um desastre, no

17
culto divino, a determinação de gestos que saíssem forçados. O gesto
só tem sentido, quando manifesta uma libertação interior. Por isso
entram como normas apenas alguns gestos, que são comuns e
frequentes no comportamento humano: ficar de pé, sentar-se, ajoe.
lhar-se, levantar as mãos, fazer a genuflexão. E, numa celebração, não
pode cada um fazer o gesto que deseja, na hora que quiser. Nesse
caso, o gesto perderia seu sentido de unidade eclesial.
O Missal Romano diz o seguinte: "A posição comum do corpo, que
todos os participantes devem observar, é sinal da comunidade e da
unidade da assembléia, pois exprime e estimula os pensamentos e
sentimentos dos participantes". E, para que haja na missa essa unifor-
midade nos gestos e posições do corpo, existem algumas normas,
Veja o Esquema ou Roteiro da Missa, página 11. Quanto ao significado
dos gestos e posições do corpo, vamos ver isso no próximo Encontro.

TESTE

1. Por que rezamos com a alma e o corpo?


2. Por que devemos glorificar a Deus com o corpo?
3. Que é farisaismo?
4. Quando o gesto tem sentido?
5. Que disse Jesus aos fariseus?
6. Você participa da Missa com toda a Assembléia ou fica isolado no
seu cantinho?
7. A Missa tem, para você, sentido de alegria ou é apenas o
cumprimento de um preceito?

LEITURA BÍBLICA: Mt 21, 1-11

18
04. POSIÇÕES DO CORPO

Certo dia, um leproso, vendo Jesus, prostrou-se com


a face em terra e dirigiu-lhe esta súplica:
"Senhor, se queres, tu podes curar-me!” Então Jesus,
estendendo-lhe a mão, tocou-o, dizendo: "Eu quero. Fica
purificado!" E imediatamente a lepra o deixou [Lc 5, 12-13).

O SIGNIFICADO DOS GESTOS

A religião assume o homem todo, como ele é: corpo e alma. A


Graça não destrói a natureza humana, mas a completa e aperfeiçoa.
Por isso, rezamos com o corpo também, dizendo palavras e fazendo
gestos. A Misssa é o louvor visível do Povo de Deus. Vejamos o
significado dos gestos.

Sentado: É uma posição cômoda que favorece a catequese,


boa para a gente ouvir as Leituras, a homilia e meditar.
É a atitude de quem fica à vontade e ouve com
satisfação, sem pressa de sair. Em celebrações
especiais, com pequena comunidade, o Presidente, às
vezes, faz a homilia sentado.
De pé: É uma posição de quem ouve com atenção e respei-
to, tendo muita consideração pela pessoa que fala.
Indica prontidão e disposição para obedecer. Foi,
desde o início da Igreja, a posição do "orante". A Bíblia
diz: "Quando vos puserdes em pé para orar, se tendes
alguma coisa contra alguém, perdoai-lhe, para que
também vosso Pai que está nos céus vos perdoe as
vossas ofensas" (Mc 11, 25). Falando dos bem-aven-
turados, João vê uma multidão, de vestes brancas, "de
pé, diante do Cordeiro", que é Jesus (Ap 7,9).

19
De joelhos: De início, o cristão ajoelhava-se somente nas orações
particulares. Depois toda a comunidade passou a ajoe-
lhar-se em tempo de penitência. Agora essa posição é
comum diante do Santíssimo Sacramento e durante a
consagração do pão e do vinho. Ajoelhar-se perante
alguém era sinal de homenagem a um soberano. Hoje
significa adoração a Deus. São Paulo diz: “Ao nome de
Jesus, se dobre todo joelho, no céu, na terra e debaixo
da terra" (FI 2, 10). Rezar de joelhos é mais comum nas
orações individuais. "Pedro, tendo mandado sair todos,
pôs-se de joelhos para orar" (Cf. At 9, 40).
Genutflexão: É um gesto de adoração a Jesus na Eucaristia. Fazemos
quando entramos na igreja e dela saímos, se ali existe
o sacrário. Também fazemos genuflexão diante do
crucifixo na Sexta-Feira Santa, em sinal de adoração.
(Não é adoração à cruz, mas a Jesus que nela foi
pregado).
Inclinação: Inclinar-se diante de alguém é sinal de grande respeito
É também adoração, diante do Santíssimo Sacramento.
Os fiéis podem inclinar a cabeça para receber a bênção
solene.
Procissão: Na Missa podemos fazer diversas procissões, se forem
convenientes: na Entrada do Presidente, no Evangelho,
no Ofertório, na Comunhão. A História da Salvação
começou com uma "procissão": Abraão e sua família a
caminho da Terra Prometida. As nossas procissões
simbolizam a peregrinação do Povo de Deus para a
casa do Pai. Somos uma Igreja “peregrina”.
Mãos
levantadas: É atitude dos "orantes". Significa súplica e entrega a
Deus. É o gesto aconselhado por Paulo a Timóteo:
"Quero, pois, que os homens orem em qualquer lugar,
levantando ao céu as mãos puras, sem ira e sem con-
tendas" (1 Tm 2,8).
Mãos juntas: Significam recolhimento interior, busca de Deus, fé,
súplica, confiança e entrega da vida. É atitude de
profunda pledade.

20
Prostração: Gesto muito antigo, bem a gosto dos orientais. Estes
se prostravam com o rosto na terra para orar. Assim
fez Jesus no Horto das Oliveiras. Hoje essa atitude é
própria de quem se consagra a Deus, como na
ordenação sacerdotal. Significa morrer para o mundo
e nascer para Deus com uma vida nova e uma nova
missão.
Silêncio: O silêncio tem seu valor na oração. Ajuda o aprofunda-
mento nos mistérios da fé. "O Senhor fala no silêncio
do coração". É oportuno fazer silêncio depois das
Leituras, da homilia e da Comunhão, para interiorizar o
que o Senhor disse. Meditar é também uma forma de
participar. Uma Missa que não tivesse nenhum momen-
to de silêncio, seria como chuva forte e rápida que não
penetra na terra.

TESTE

1. O que a Graça de Deus faz na pessoa?


2. Que significa "rezar também com o corpo"?
3. Cite alguns exemplos de gestos na Bíblia.
4. Qual a importância do silêncio na oração?
5. Diga o significado de algumas posições do corpo.
6. Você gosta de rezar? Como reza?

LEITURA BÍBLICA: Mt 9, 18-26.

21
05. O CANTO LITÚRGICO

Existem certas normas para as vestes. Deve haver


harmonia nas cores, bom gosto no feitio, atualidade quan-
to à moda e conveniência com relação ao ambiente.
Ninguém põe qualquer gravata com qualquer camisa nem
qualquer calça com qualquer paletó. Para tal terno, tal
camisa. Tal meia para tal sapato. Ainda, ninguém coloca
uma rosa no vestido só porque a rosa é bonita. Precisa ver
se vai combinar. Há também uma roupa para o clube, outra
para o velório, outra para a praia e outra para a Missa. Uma
roupa pode ser muito bonita, mas não é por isso que vai
ficar bem em todos os lugares. Você não acha?

O CANTO NA IGREJA

O que dissemos das vestes aplica-se também ao canto Litúrgico.


Há um tipo de canto que é próprio para a Liturgia O Conciio
Vaticano Il vê, na Liturgia, o próprio Cristo, Sumo e Eterno Sacerdote,
exercendo no meio de nós a sua ação salvadora. Liturgia é, pois, O
culto público da Igreja, que assume oficialmente as palavras e os
gestos de Jesus, bem como a fé e os sentimentos do Povo de Deus,
tornando presente e atuante a Obra da Salvação.
Como se vê, a Liturgia inclui dois elementos: o divino e o humano.
Ela nos leva ao encontro pessoal com Deus, tendo como Mediador O
próprio Cristo, que, nascido de Maria, reúne em Si a Divindade e a
Humanidade. Portanto, a Missa é mais do que um conjunto de
orações: ela é a grande Oração do próprio Jesus, que assume todas
as nossas orações individuais e coletivas para nos oferecer ao Pai,
juntamente com Ele.

22
CANTAR "A MISSA" E NÃO "NA MISSA”

E aqui vem o papel do canto na Missa: ele está a serviço do louvor


de Deus e de nossa santificação. Não é apenas para embelezar a
Missa, mas para nos ajudar a rezar. E cada canto deve estar em plena
sintonia com o momento litúrgico que se celebra, a fim de que não se
cante "na Missa” mas se cante "a Missa”, Portanto, um Canto Peniten-
cial deve nos ajudara pedir perdão de coração arrependido; um Canto
de Ofertório deve nos ajudar a fazer nossa entrega a Deus; um Canto
de Comunhão deve nos colocar em maior intimidade com Deus e
expressar nossa adoração e ação de graças. O Concílio Vaticano ll
diz que "a música sacra será tanto mais santa quanto mais intima-
mente estiver ligada à ação litúrgica". Assim ela favorece a unidade
do Povo de Deus e dá maior solenidade e beleza aos ritos sagrados.
O canto, na Liturgia, não é só para enfeitar e fazer a Celebração
ficar mais bonita. E mais que isso. Ele “é” oração, pois “quem canta
reza duas vezes”.

CANTO, ORAÇÃO DO POVO DE DEUS

O canto litúrgico não tem o sabor de canto teatral. Deve estar isento
de vaidade e exibição. Convém que se ouça o conjunto todo das
vozes e não apenas uma ou duas vozes que se sobrepõem. Também,
o som dos instrumentos é para ajudar as vozes e não para abafar o
canto. O que se deve ouvir é um povo cantando, a não ser quando
um salmista está fazendo o solo. A Equipe de Liturgia não é para
“substituir” o canto da Assembléia, mas para animá-la a cantar. Não
pode ser um grupo separado, fora do corpo da comunidade, mas uma
"equipe de animação" que leva todo o Povo de Deus a cantar.
Para isso, o Concílio recomenda que se use inteligentemente do
canto religioso popular, que está mais na alma do povo. Mas, se
quisermos que toda a assembléia cante, precisamos ter "paciência".
Não pode haver muitos "lançamentos" de cantos litúrgicos. O povo
não consegue aprender tantas novidades. O canto da Missa fica
“elitizado", cantado só pelos grupinhos especializados. E é mais
bonito ouvir toda a assembléia cantar. Assim diz o Salmista: "Feliz o
povo que vos sabe louvar! Ele caminha na luz da vossa face, Senhor!"
(SI 89 ou 88, 16).

23
CANTAR FAZ BEM

Vamos cantar em nossas celebrações litúrgicas! Cantar faz bem


Até o canto profano, que cantamos varrendo a casa ou trabalhando
na fábrica, tem um sentido de desabafo e libertação, que nos faz bem
psicologicamente. Imagine então o que será o canto litúrgico, que é
oração. Um santo disse: "Quem canta, reza duas vezes”. O canto
religioso é o termômetro da piedade de um povo. Santo Agostinho
disse que “cantar é próprio de quem ama". Cantemos nas celebrações
litúrgicas! Não porque Deus necessite de nosso louvor, mas porque
nós nos sentimos felizes louvando a Deus. Para cantar na igreja não
é preciso ter uma bela voz: basta ter fé.
Louvar a Deus cantando é coisa que nos faz mais felizes. Por isso
o Salmista recomenda:
“Louvai a Deus,
pois é bom cantar ao Senhor, doce é seu louvor.
Entoai ao Senhor o louvor,
cantai ao nosso Deus com a harpa!
Glorifica o Senhor, Jerusalém,
louva teu Deus, 6 Sião!” (Sl 147 ou 146, 1.7.12).

TESTE

1. Que é Liturgia?
2. Que disse o Concílio sobre o canto na Missa?
3. Que tem a vero canto com as partes da Missa?
4. Como os instrumentos se relacionam com o canto?
5. Você canta na Celebração? Por quê?
6. O que está certo ou errado no canto em sua comunidade paroquial?
7. Que solução você apresenta para melhorar?

LEITURA BÍBLICA: SI 148

24
06. O SACERDOTE, AS VESTES E O ALTAR

Houve pessoas que se tornaram inesquecíveis por


causa de sua sabedoria e realizações. Santa Catarina de
Sena é uma delas. Ficou famosa pela sua intervenção na
História da Igreja, pedindo ao Papa para que saísse do
cativeiro de Avinhão e voltasse para o seu lugar, em Roma.
É de Santa Catarina esta frase: "Se um dia eu encontrar no
caminho um sacerdote e um anjo, primeiro saudarei o
sacerdote, depois o anjo”, porque o sacerdote representa
Jesus Cristo.

O PADRE: SUA HISTÓRIA

Desde os primeiros tempos da humanidade existiram sacerdotes,


tanto entre os judeus como entre os pagãos. Sua função principal era
oferecer sacrifícios à divindade. Por isso eles se revestiam de um
sentido sagrado. Com o passar dos tempos, o sacerdócio tornou-se
uma consagração de vida.
A grandeza do sacerdócio atingiu o seu ponto máximo em Jesus
Cristo, o Sacerdote por excelência. Os demais sacerdotes do Novo
Testamento são apenas "participantes" desse único e eterno
sacerdócio de Jesus. Pois foi de Cristo que recberam tal poder,
através dos Apóstolos, que têm nos Bispos os seus legítimos suces-
sores.
O Concílio Vaticano Il diz que o padre age "in persona Christi", isto
é, em lugar da pessoa de Jesus, o qual disse aos Apóstolos: "Quem
vos ouve, a mim ouve, e quem vos rejeita, a mim rejeita. E quem me
rejeita, rejeita o Pai que me enviou" (Lc 10, 16). O padre é constituído
tal por meio da imposição das mãos do Bispo sobre sua cabeça,
proferindo a oração consagradora. Além de sacerdote, o padre é
presbítero e profeta. Como sacerdote, administra os Sacramentos,
preside o culto divino e cuida da santificação da comunidade; como
profeta, anuncia o Reino de Deus e denuncia as injustiças e tudo O
que é contra o Reino; como presbítero, o padre administra e governa
a Igreja.

25
AS VESTES LITURGICAS

Túnica: Para lidar com as coisas santas, o padre usa de sinais


sagrados, pondo vestes que o distinguem das outras pes-
soas. A túnica é uma dessas vestes. É um manto geralmente
branco, longo, que cobre todo o corpo. Lembra a túnica de
Jesus, "sem costura de alto a baixo”, sobre a qual os sol-
dados tiraram sorte, para ver a quem caberia.
Estola: É uma faixa vertical, separada da túnica, a qual desce do
pescoço do padre, com duas pontas na frente. Sua cor varia
de acordo com a Liturgia do dia. Existem quatro cores na
Liturgia: verde, branco, roxo e vermelho. A estola simboliza
o poder sacerdotal.
Casula: Vai sobre todas as vestes. Cobre todo o corpo. A cor

varia, conforme a Liturgia, como a estola. É uma veste


solene, ampla, que deve ser usada nas Missas dominicais e
dias festivos.
r

Âmito: Há padres que usam também o amito. E um pano branco


que envolve o pescoço do celebrante. Veste-se antes da
túnica ou da alva.
Cíngulo: É um cordão que prende aalva oua túnica à altura da
cintura. (A alva é uma veste semelhante à túnica. Usa-se uma
ou outra).

O ALTAR

O altar representa a mesa da Ceia do Senhor. Lembra também a


cruz de Jesus, que foi como um "altar" onde o Senhor ofereceu o
Sacrifício de sua própria vida. Em geral, o altar fica num plano mais
elevado, para ser visto por toda a Assembléia.
A existência do altar é tão antiga quanto a história da humanidade,
pois está ligada aos sacrifícios, que sempre existiram tanto entre os
judeus quanto entre os pagãos. A primeira menção de altar, na Bíblia,
aparece com Noé, que ofereceu um sacrifício sobre um “altar”
(Cf. Gn 8, 20).

26
Os primeiros altares eram de pedras rústicas. Depois apareceram
os de madeira. Hoje existe ainda preferência pelos altares de granito
ou de mármore. O altar deve ter o sentido de uma mesa de refeição,
para celebrar a Ceia do Senhor.
Com a formação das "Comunidades Eclesiais de Base" (CEBs), a
Missa passou a ser celebrada também em pequenas comunidades,
em escolas, centros comunitários ou casas de família. Com isso são
improvisados muitos “altares”. É bom lembrar que se deve ter o
máximo de consideração com a Eucaristia. Não se pode celebrar a
Missa sobre uma mesa velha e suja, que a família nem usa mais. À
Deus se dá o que há de mais digno.
Sobre o altar vai a toalha, geralmente branca, comprida, com as
pontas quase tocando o chão. Deve ser limpa, condizente com a
grandeza da Ceia do Senhor. Imagine como você prepararia a mesa,
se fosse servir um banquete para ilustres convidados! Pois bem, a
Missa é muito mais que isso.

TESTE

1. Que disse Santa Catarina? Por quê?


2. Que faziam os sacerdotes antigos?
3. Quem elevou a dignidade sacerdotal? Por quê?
4. O que constitui a ordenação sacerdotal?
5. Além de sacerdote, o padre é o que mais? Explique.
6. Conte alguma coisa das vestes sacerdotais.
7. Como deve ser o altar? Por quê?
8. Você vê no padre o representante de Jesus?
9. Conhece o pároco de sua cidade?

LEITURA BÍBLICA: Hb 4,12 - 5,10

27
2 - Estola
Amito

revestido com à casula


Sacerdote

28
07. OBJETOS USADOS NA MISSA

Deus fez o mundo com muito amor. Ele viu que todas
as coisas criadas “eram boas" (Cf. Gn 1,25). Mas o pecado
original trouxe a morte para a humanidade, além de causar
uma ruptura com Deus e uma desarmonia entre as
criaturas.
Jesus, porém, veio “recriar” o mundo, restituindo a
vida aos homens e reconciliando toda a obra da Criação.
As pessoas que mais se aproximam do amor de Deus
sabem amar todas as criaturas, ao passo que as mais
egoístas continuam depredando tudo. São Francisco de
Assis conseguiu viver a fraternidade até com os animais e
a natureza. Ele dizia "Mãe Terra”, "Irmão Sol”...

OBJETOS LITÚRGICOS E SEU USO


Neste Encontro vamos ver os objetos usados na Missa e para que
serve cada um deles. Na Celebração Eucarística Jesus se oferece ao
Pai por nós, e reúne, nesse grande Oferecimento, a Humanidade e
toda a Criação: os reinos mineral, vegetal e animal, pois "do Senhor
é a terra e tudo O que ela contém, o universo e seus habitantes”
(SI 24,1). Eis os objetos usados na Missa:

Hóstia: É pão de trigo puro. Há uma hóstia grande para o


Presidente da Celebração e as pequenas para o povo.
A do padre é grande para ser vista de longe, na
elevação, e ser repartida entre alguns participantes da
Celebração.
Vinho: É vinho puro, de uva. Assim como o pão se muda no
Corpo de Cristo na consagração, o vinho se muda no
Sangue do Senhor, vivo e ressuscitado.
Cálice: É uma "taça" revestida de ouro ou prateada. Nele se
deposita o vinho a ser consagrado.
Âmbula: É semelhante ao cálice, mas tem uma tampa. Nela se
colocam as hóstias. Após a Missa é guardada no
sacrário com as hóstias consagradas.

29
Patena: É um "pratinho" de metal. Sobre ele se coloca a hóstia
grande.
Água: É água natural. Serve para purificar as mãos do sacer-
dote e ser colocada no vinho (umas gotas só), para
simbolizar a união da humanidade com a Divindade, em
Jesus. Também é usada para purificar o cálice e a
âmbula.
Pala: E uma peça quadrada, dura, (um cartão revestido de
linho). Cobre o cálice.
Sanguinho: E uma toalhinha comprida, branca. Serve para enxugar
o cálice e a âmbula.
Corporal: É uma toalhinha quadrada. Chama-se corporal porque
sobre ela coloca-se o Corpo do Senhor (âmbula e
cálice), no centro do altar.
Galhetas: São como duas jarrinhas de vidro. Numa vai a água,na
outra, o vinho, Elas estão sempre juntas, num pratinho,
ao lado do altar.
Manustérgio: Vem da palavra latina “ manus”, que quer dizer “mao”.
E para enxugar as mãos do Presidente, no ofertório.
Acompanha as galhetas.
Missal: É um livro grosso que tem orito da Missa, menos as
Leituras, que estão num outro livro chamado
Lecionário. Nosso Missal é o "Romano", porque é
aprovado pelo Papa, que tem sua sede em Roma,
embora a Missa seja na língua pátria.
Crucifixo: Sobre o altar ou acima dele deve haver um crucifixo,
para lembrar que a Ceia do Senhor é inseparável do seu
Sacrifício Redentor. Na Ceia, Jesus deu aos discípulos
o "Sangue da Aliança, que ia ser derramado por muitos
para o perdão dos pecados" (Cf. Mt 26,28).
Velas: Sobre o altar vão duas velas. A chama da vela é o sím-
bolo da fé, que recebemos de Jesus, "Luz do Mundo”,
no Batismo e na Crisma. É um sinal de que a Missa só
tem sentido para quem vive a fé.
Flores: Em dias festivos, podem-se colocar flores. O certo não
é "sobre" o altar, mas ao lado dele, pois o altar não é
para pôr "coisas.

30
ALGUMAS OBSERVAÇÕES

Dissemos que não se deve pôr muita coisa sobre o altar, sobretudo
quando são objetos grosseiros e pesados. O que fica bem é a
decoração com motivos litúrgicos, como o trigo e a uva, ou o pão e
o vinho, além das velas e o crucifixo. Lembramos também que as
flores são permitidas somente nos dias festivos. Na Quaresma não se
podem colocar flores. No Advento podem-se colocar, mas com
moderação, "para não se antecipar a alegria do Natal”.
Dos objetos mencionados para a Celebração Eucarística nem
todos são necessários. É claro que não pode haver Missa sem pão
ou sem vinho. Também o Missal é necessário, a não ser que o padre
saiba tudo de cor.

TESTE

1. Por que a hóstia do Presidente é maior?


2. Como se chama o livro que contém o rito da Missa?
3. E o livro que tem as Leituras Bíblicas”?
4. Que simboliza a chama da vela?
5. Que santo chamava os animais de "irmãos"?
6. Quando não se podem pór flores no altar?
7. Diga duas coisas sem as quais não há Missa.
8. Para você, a Missa é realmente a Ceia do Senhor?

LEITURA BÍBLICA: Hb 3, 1-14

31
1 - Patena; 2 - corporal: 3 - Pala

33
08. O SINAL DA CRUZ

Muitas pessoas de fé livraram-se do demônio fazen-


do o “sinal da cruz" na hora da tentação. São Geraldo
Magela é um deles. Certa vez alguém o cercou junto a uma
floresta. O santo fez o sinal da cruz e apresentou o
crucifixo, invocando o poder de Deus. Imediatamente
aquele bandido o deixou.
Conta-se também que o famoso Constantino, impe-
rador de Roma, teve um dia esta visão: viu no céu uma cruz
com a inscrição: "Com este sinal vencerás". Com ele
deu-se a conversão do império.
É bom lembrar que a cruz, para nós, cristãos, não é
mais aquele instrumento de morte e humilhação. É a “cruz
gloriosa” de Cristo Ressuscitado, que venceu a morte.

A IGREJA, CASA DE ORAÇÃO

É domingo, Dia do Senhor. Que alegria! Vamos à Missa! Entremos


com respeito. Junto à porta há um capacho para limpar os pés. Não
podemos levar sujeira para a casa de Deus. O Senhor disse: "Moisés,
tira as sandálias, porque o lugar onde pisas é santo!" (Ex 3,5).
Nada de toco de cigarro, nem balas, nem chiclete, nem pipoca,
nem sorvete. Lá no altar está o sacrário. Aí mora o Dono da casa. À
luzinha é o sinal da presença de Jesus, o Deus vivo, no Pão con-
sagrado. Por isso fazemos uma genuflexão, isto é, dobramos o joelho
direito até tocar o chão. É um gesto de adoração ao Senhor.
A pessoa de fé entra na igreja alguns minutos antes de começar a
Missa, para se preparar e participar melhor. Ela se coloca na presença
de Deus e se desliga das preocupações que a podem distrair: 'O
Senhor é a minha luz e a minha salvação; de quem terei medo? O
Senhor é a segurança de minha vida; frente a quem temerei?
(Sl270U26,1). Que alegria estar na igreja! E um lugar de paz. Jesus
disse: “A minha casa é casa de oração” (Cf. Lc 19,46)

34
MISSA, A CEIA DE JESUS

Vai começar a Celebração. É nosso encontro com Deus, marcado


pelo próprio Cristo, que, no fim da Ceia, disse aos discípulos: "Fazei
isto em memória de mim" (Cf. Lc 22,19). Toca o sininho, anunciando
que deve cessar a oração individual para começar a oração oficial da
Comunidade. Jesus é o ORANTE MÁXIMO que assume a Liturgia
oficial da Igreja e consigo a oferece ao Pai. Ele é a Cabeça e nós os
membros do grande Corpo, que é a Igreja. Por isso nos '"incor-
poramos" a Ele para que nossa vida tenha sentido e nossa oração seja
eficaz.
Ao lado do Presbitério surge o Comentarista. (Presbitério é aquele
espaço mais elevado onde fica o presbítero). O Comentarista não
deve chamar a atenção dos presentes sobre si, mas ser discreto, pois
sua função é ajudar a comunidade a celebrar o Mistério de Deus. Ele
inicia com a "Monição Ambiental", convidando a Assembléia a par-
ticipar da Celebração e procurando criar um clima de oração e de fé.
Pede a todos que, de pé, recebam o Presidente da Celebração com
os Ministros, mencionando o nome do Presidente.

CANTO DE ENTRADA E "SINAL DA CRUZ"

Durante o Canto de Entrada, o padre que preside a Missa, acom-


panhado dos Ministros ou Acólitos, dirige-se para o altar. Faz uma
inclinação profunda e depois beija o altar. O beijo tem um endereço:
não é propriamente para o mármore ou a madeira do altar, mas para
o Cristo, que é o centro de nossa piedade. Essa procissão de entrada
convém que seja solene, passando pelo meio do povo, especialmente
nos dias festivos.
Em seguida o padre dirige-se para as cadeiras, que ficam diante
do altar ou junto à estante, ao lado. Aí o Presidente faz o sinal da cruz
e todo o povo faz com ele, mas sem dizer palavras. Responde, isto
sim, o Amém.
Essa expressão "Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo",
tem um sentido bíblico. Não quer dizer apenas o “nome”, como para
nós, ocidentais. "Nome", em sentido bíblico, quer dizer a própria
pessoa. Isto significa que nós iniciamos a Missa colocando a nossa
vida e toda a nossa ação nas mãos da Santíssima Trindade.

35
Esse "sinal" lembra o nosso Batismo, quando o padre nos chamou
cada um pelo nome e nos disse: "Nós te recebemos com grande
alegria na comunidade cristã. Nosso sinal é a cruz de Cristo. Porisso,
eu, teus pais e padrinhos, te marcamos agora com o sinal do Cristo
Salvador!". Em seguida faz o sinal da cruz na fronte do batizando.
Precisamos fazer corretamente o sinal da cruz. É uma coisa muito
significativa. Quer dizer que nós colocamos a nossa vida debaixo da
proteção de Deus e passamos a agir com o poder do Pai, do Filho e
do Espírito Santo. Há gente que faz o sinal da cruz com um sentido
de magia e superstição. Nem fazem direito a cruz; fazem uma
caricatura, como se estivessem espantando moscas. Às vezes o
fazem com vergonha de serem vistos.
Lembramos que não é preciso beijar a ponta da mão nem fazer o
sinal da cruz na hora de comungar, ou quando se faz a genuflexão.
Se vivermos bem o sentido do sinal da cruz, começamos a ser mais
santos.

TESTE

1. Que é presbitério? E sacrário?


2. Que disse Jesus sobre a Igreja (templo)?
3. Quando e por que fazemos genufiexão?
4. Que disse o padre em nosso Batismo sobre a cruz?
5. Qual o sinal da presença de Jesus na Igreja?
6. Que é "monição ambiental" na Missa?
7. Você chega adiantado ou atrasado à Missa?

LEITURA BÍBLICA: Sl 15 (14)

36
09. ACOLHIDA E SAUDAÇÃO

O "seu Pereira” morava num povoado. Era muito co-


nhecido pela sua maneira alegre de cumprimentar a todos.
Dizia "bom dia" com tanta franqueza e felicidade que
chegava a desarmar muita cara feia. Um dia foram pergun-
tar-lhe como ele conseguia ser feliz daquele jeito e
comunicar tanto otimismo. À resposta do seu Pereira foi
imediata:
- Trago a paz dentro de mim e desejo que os outros
sejam felizes como eu. Às vezes meu coração está meio
amargurado, mas o meu rosto pertence aos outros e deve
estar sempre alegre.

REUNIDOS NO AMOR DE CRISTO

A essa filosofia do seu Pereira, acrescentamos a dimensão da


alegria cristã, decorrente da Boa Nova, que é o Evangelho. A Missa
deve ser celebrada num clima de fé, de amor e de esperança, espa-
lhando aquela paz que vem de Deus e que o mundo não pode dar (Cf.
Jo 14,27). O cristão fechado e triste é um contratestemunho. "Um
santo triste é um triste santo", diz o ditado.
No Encontro anterior vimos que o Presidente começa a celebração
com o “sinal da cruz", lembrando que colocamos nossa vida em Deus.
Em seguida, o padre acolhe e saúda a Assembléia com palavras
espontâneas ou com esta forma litúrgica:
- À graça de Nosso Senhor Jesus Cristo, o amor do Pai e a
comunhão do Espírito Santo estejam convosco!
É todos respondem com imensa alegria:
- Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo!

37
SAUDAR: UM GESTO HUMANO

Infelizmente, nas grandes cidades está desaparecendo o bom


costume de saudar a pessoa que encontramos. À nossa sociedade
vai ficando egoísta, fechada, cada um se isolando no seu cantinho e
nos seus interesses individuais. O clima é de desconfiança, tensão,
violência. Em vez de uma saudação de paz, às vezes há troca de
ofensas e agressividade.
Mas ainda há muita gente boa que faz tudo para humanizar a
sociedade. É tão gostoso ouvir um "bom dia” alegre, que levanta o
ânimo da gente. Às vezes a saudação é mais à vontade: "Oi!”, "Tudo
bem?", "Um abraço!", "Paz e amor!", um aceno de mão, ou até a
belíssima saudação dos judeus: "Shalom!”, que quer dizer "Paz!
Saúde! Bênção! Prosperidade! Felicidade!"
Quebre o gelo de uma sociedade materialista e fria. Cumprimente
o seu semelhante. Falamos tanto da necessidade de solidariedade e
de comunhão entre as pessoas. Pois bem, a comunicação é o
primeiro passo para a comunhão. Uma palavra boa valoriza uma
pessoa e pode despertá-la para viver melhor aquele dia.

SAUDAR: UM GESTO DIVINO

A Liturgia não é só uma oração. É também uma “escola” para a


verdadeira vida. Ela nos ensina a sermos melhores no convívio com
Oo próximo. Jesus costumava saudar as pessoas, desejando-lhes a
paz. À Bíblia Sagrada coloca em nossa boca as mais belas saudações.
Assim disse Booz, de Belém, aos que colhiam trigo: "O Senhor esteja
convosco!" Ao que os trabalhadores responderam: “O Senhor te
abençoe!" (Rt2,4). O anjo Gabriel saudou a Maria, dizendo-lhe: "Salve,
ó cheia de graça, o Senhor é contigo!" (Cf. Lc 1,28). Jesus saudou os
discípulos, dizendo-lhes: "A paz esteja convosco!" (Cf. Jo 20,19). São
Paulo terminava suas Cartas com esta saudação à comunidade: “À
graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do
Espírito Santo estejam com todos vós!" E recomendava que os
cristãos se saudassem uns aos outros “com o ósculo da paz
(Cf.2Cor13, 11-13).
É dessas fontes bíblicas que foítirada a saudação que o Presidente
da Missa faz ao povo no início da Celebração. Ela tem um valor muito

38
grande. É de inspiração divina. Infelizmente, muita gente fica calada
e não responde a essa belíssima saudação. Se uma pessoa nos disser
"bom dia" e a gente não responder, a pessoa pode até sentir-se
ofendida. É uma falta de educação primária.
A mesma coisa a gente diria a respeito da saudação litúrgica,
quando o Presidente da Celebração nos acolhe na casa de Deus,
dizendo-nos: "A graça de Nosso Senhor Jesus Cristo, o amor do Pai
e a comunhão do Espírito Santo estejam convosco!" Não podemos
deixar de responder aquela belíssima frase: "Bendito seja Deus que
nos reuniu no amor de Cristo!"
Às vezes, o Presidente da Celebração “cria” uma saudação
diferente daquela que está no Missal. Ele pode saudar a Assembléia
com palavras suas, adequadas às circunstâncias. Por exemplo:
“Meus irmãos e minhas irmãs,
sejam bem-vindos à casa de Deus para esta Missa!
Nós os acolhemos com alegria
e lhes desejamos o amor do Pai,
a Salvação trazida por Jesus
e a paz do Espírito Santo!”
Mesmo que o padre nos saúde com outras palavras, a resposta
nossa é sempre a mesma. E ela nos lembra que a Missa é uma
Assembléia diferente de todas as outras reuniões: é a reunião dos
filhos e filhas de Deus no amor de Jesus Cristo. Estamos incorporados
ao Cristo, como povo em oração, vivendo uma hora especial da graça
de Deus.

TESTE
1. Qual nossa resposta à saudação do sacerdote?
2. Que significa não responder a uma saudação?
3. Você responde à saudação na Missa?
4. Dê alguns exemplos de saudações bíblicas.
5. Que quer dizer "Shalom'?
6. Você saúda os outros nas ruas e praças?
7. À Missa é diferente de outra reunião? No quê?
8. O padre pode variar a saudação inicial?
LEITURA BÍBLICA: Lc 10, 1-16

39
10. ATO PENITENCIAL

Certa vez os escribas e fariseus levaram a Jesus uma


mulher adúltera e lhe disseram: "Mestre, esta mulher foi
surpreendida em adultério. Segundo a Lei, Moisés manda
apedrejar tais mulheres. Tu, porém, o que dizes? Eles
diziam assim para pô-lo à prova, a fim de terem motivo para
acusá-lo. Mas Jesus, inclinando-se, escrevia na terra com
o dedo. Como insistissem numa resposta, o Senhor er-
gueu-se e lhes disse: Quem de vós não tem pecado, atire
a primeira pedra! Em inclinando-se de novo, escrevia na
terra. Eles, porém, ouvindo isto, saíram um após o outro,
a começar pelos mais velhos. Ele ficou sozinho, e a mulher
permanecia lá. Então, erguendo-se, Jesus lhe disse: Mu-
lher, onde estão eles? Ninguém te condenou? Disse ela:
Ninguém, Senhor! Aí Jesus lhe disse: Nem eu te condeno.
Vai, e de agora em diante não peques mais" (Jo, 8,3-11).

A CONVERSÃO DE VIDA

Ao fazermos o Ato Penitencial, lembremo-nos do que Jesus nos


disse: "Não julgueis, e não sereis julgados. Porque, com o juízo com
que julgardes, sereis julgados; e, com a medida com que medirdes,
sereis medidos. Por que vês o cisco no olho de teu irmão e não
percebes a trave que está no teu olho? Ou, como podes dizer a teu
irmão: Deixa-me tirar o cisco de teu olho, enquanto tu tens uma trave
no teu? Hipócrita! Tira primeiro a trave de teu olho, e então verás
melhor para tirar o cisco do olho de teu irmão" (Mt 7,1-5).
O Ato Penitencial é um convite para cada um olhar dentro de si
mesmo diante do olhar de Deus. Reconhecer e confessar os "seus"
pecados, e não os pecados dos outros. Há um provérbio que diz: "Se
cada parisiense limpar a frente de sua casa, toda a cidade de Paris
ficará limpa". Assim também, se cada católico, com a ajuda da graça
de Deus, corrigir os seus defeitos, a Igreja toda ficará mais santa.
Dizem que a gente chega ao céu, ou pela inocência ou pela penitência.
Ora, a inocência já perdemos, Só nos resta a penitência.

40
|
O Ato Penitencial não é mera formalidade ou rito externo. Na
oração falamos com Deus, que vê até os nossos pensamentos. Nosso
arrependimento deve ser sincero. É um pedido de perdão que parte
do coração, com um sentido de mudança de vida, como o profeta
Davi, que assim falou a Deus:
"Tem piedade de mim, ó Deus, por teu amor!
Apaga minhas transgressões, por tua compaixão! Ra
Lava-me inteiro da minha iniquidade e er
e puritica-me do meu pecado! 2 a fel
Pois reconheço minhas transgressões EN CARS
e diante de mim está sempre o meu pecado. “O São Caro
Pequei contra ti, contra ti somente, INFIST, A
pratiquei o que é mau a teus olhos” (5/1 51 ou 50, 3-6).
Há um ditado que diz: "Errar é humano; reconhecer o erro é próprio
do santo; permanecer no erro é diabólico". Se soubermos aproveitar
desse momento da graça, que é o Ato Penitencial, sairemos da igreja
melhores do que entramos. Os hebreus, quando se dirigiam para o
Templo de Jerusalém em caravanas, cantando Salmos, assim diziam:
“Felizes aqueles que escolheis, Senhor,
e acolheis para habitar em vossos átrios!
Queremos saciar-nos dos bens de vossa casa,
da santidade do vosso Templo" (Sl 65 ou 64,5).
Ora, em nossas igrejas mora Alguém que é maior que o Templo de
Jerusalém: é o próprio Deus vivo, na Eucaristia. Não estamos apenas
na casa do Senhor, mas com o Senhor da casa. Assim como limpamos
os pés no capacho junto à porta, precisamos pedir que Jesus purifi-
que o nosso coração, para termos parte com Ele, que é o "Santo dos
Santos".

DIMENSÃO SOCIAL DO PECADO

Muita gente pensa que o seu pecado é tão somente uma ofensa a
Deus, ou então é uma questão pessoal, consigo mesmo, sem ter nada
a ver com ninguém. Não é verdade. Todo pecado tem uma dimensão
social. Sempre afeta alguém: ou a esposa, ou o marido, ou os filhos,
ou os vizinhos, ou outras pessoas distantes que a gente nem conhece.
O pecado fere o Projeto de Amor do Criador, que nos pede uma

q1
verdadeira e permanente comunhão, não só com Deus, mas com
todas as pessoas, que são “imagem e semelhança de Deus". São João
escreve: "Se alguém disser que ama a Deus, mas odeia o seu irmão,
é um mentiroso. Pois, quem não ama o seu irmão a quem vê, não
pode amar a Deus a quem não vê" (1 Jo 4,20).
Portanto, a nossa reconciliação é com Deus e com nossos irmãos
É o próprio Jesus quem nos fala: “Se estás diante do altar para
apresentar a tua oferta e ali te lembrares de que teu irmão tem alguma
coisa contra ti, deixa tua oferta lá diante do altar. Vai primeiro recon-
ciliar-te com teu irmão, depois volta para apresentares tua oferta
(Mt 5, 23-24).

Finalmente, uma observação: a absolvição geral que o Presidente


da Celebração dá no Ato Penitencial não é um Sacramento. Trata-se
de uma confissão genérica da fraqueza humana e uma purificação
das faltas leves. Os pecados graves necessitam de uma confissão
sacramental, pessoal.

TESTE

1. Quais são os dois caminhos para se entrar no céu?


2. O que nossas igrejas têm de muito importante?
3. Como deve ser o verdadeiro Ato Penitencial?
4. Que é "dimensão social do pecado"?
5. O que nosso pecado "ofende"?
6. Você tem inimigos? Conserva ódio?
7. Que disse Jesus sobre o julgamento do próximo?
8. Qual a grande lição dos fariseus e da adúltera?

LEITURA BÍBLICA: Ez 18, 19-32.

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41. GLÓRIA A DEUS NAS ALTURAS!

Santa Isabel da Turíngia era filha do rei André ll da


Hungria, e casada com o Duque Luís Hesse da Turíngia.
Empolgados pela fé, os cristãos da Europa organizaram
exércitos e partiram para a Terra Santa, a fim de libertar o
Santo Sepulcro, que estava em poder dos infiéis.
O Duque Luís partiu para a guerra. Certo dia, Isabel
recebeu um mensageiro com esta triste notícia: o seu
marido havia morrido no combate. Era o dia 11.09.1227.
Mas o seu calvário estava apenas no começo. Logo em
seguida, o cunhado Henrique expulsou-a do castelo de
Wartburg e se apossou de todos os bens dela.
Isabel saiu com quatro filhos menores à procura de
abrigo. Um camponês lhe cedeu um rancho para
defender-se do frio. Por volta da meia-noite, Isabel ouviu
o sino de um convento, anunciando a oração dos frades.
Imediatamente Isabel se dirigiu para lá e pediu aos frades
que cantassem o "Glória" a fim de louvar e bendizer a Deus
por estar livre das vaidades e compromissos da corte.

HINO DE LOUVOR

O Glória é um hino de louvor à Santíssima Trindade. Louvamos O


Pai, o Filho e o Espírito Santo, expressando através do canto, a nossa
alegria de filhos de Deus. Vem logo depois do Ato penitencial, porque
o perdão de Deus nos faz felizes e agradecidos. É motivado por uma
alegria que transborda de nosso coração de maneira espontânea. O
paralítico, curado à porta do templo, "deu um salto, pôs-se de pé e
começou a andar, entrou no templo, saltando e louvando a Deus. E
todo povo viu-o a caminhar e a louvar a Deus" (At 3,8-9). Maria, ao
anúncio do anjo, exclamou: "Minha alma engrandece o Senhor e meu
espírito exulta em Deus, meu Salvador!" (Lc 1,46-47). Os anjos can-
taram o glória no nascimento de Jesus (Cf. Lc 2,14). E Simeão proferiu
um hino de alegria ao ver Jesus (Cf. Lc 2,29-32).

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Na Bíblia Sagrada lemos esta recomendação: "Sob a inspiração da
graça, cantai a Deus de todo o coração: salmos, hinos e cânticos
espirituais" (CI 3,16b). O "Glória" é um hino de louvor dos mais antigos.
Vem desde os primeiros cristãos. Certamente foi inspirado no canto
dos anjos que louvaram a Deus no nascimento de Jesus em Belém:
"Glória a Deus no mais alto dos céus e paz na terra aos homens por
Ele amados" (Lc 2,14).

Primeiro se dizia “paz na terra aos homens de boa vontade”. Agora


se diz “aos homens por Ele amados". As palavras são diferentes, mas
o sentido é o mesmo. Na verdade, o amor de Deus é para todos, mas
nem todos aceitam o amor de Deus, Somente as pessoas “de boa
vontade" se deixam amar por Ele. E quem não tem no coração o amor
de Deus, não consegue glorificá-lo.
O "Glória" é uma das mais perfeitas formas de louvor, porque se
dirige ao Pai e a Jesus Cristo, na unidade do Espírito Santo. Até a
oitava linha, nós glorificamos ao Pai; a seguir, dirigimos súplicas a
Jesus, porque Ele é nosso MEDIADOR e intercede por nós junto ao
Pai, no Espírito Santo. Veja:

Glória a Deus no mais alto dos céus


e paz na terra aos homens por Ele amados!
Senhor Deus, rei dos céus, Deus Pai todo-poderoso,
nós vos louvamos,
nós vos bendizemos,
nós vos adoramos,
nós vos glorificamos,
nós vos damos graças por vossa imensa glória.
Senhor Jesus Cristo, Filho Unigênito,
Senhor Deus, Cordeiro de Deus, Filho de Deus Pai.
Vós que tirais o pecado do mundo, tende piedade de nós.
Vós que tirais o pecado do mundo, acolhei a nossa súplica.
Vós que estais à direita do Pai, tende piedade de nós.
Só vós sois o Santo.
Só vós o Senhor.
Só vós o Altíssimo, Jesus Cristo,
Com o Espírito Santo, na glória de Deus Pai.
Amém!

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QUANDO SE DIZ O "GLÓRIA"?

O "Glória" é cantado ou recitado nas Missas solenes, seja nos


domingos e sábados ou nas festas dos santos. Não se diz na Quares-
ma e no Advento, porque não são tempos próprios de se expressar
alegria. E o "Glória" é um hino de alegria. Não se diz em dias de
semana porque, se for cantado ou recitado em dias comuns, perderia
o seu sentido de festa e solenidade. O "Glória" expressa, pois, a
grande alegria da Assembléia solene dos filhos de Deus, o que
acontece aos domingos e festas.
Outra coisa: o "Glória" é um hino oficial da Liturgia. Tem uma
fórmula fixa. Às vezes se cantam outros hinos um pouco diferentes.
Lembramos então que devem, pelo menos, conservar o mesmo sen-
tido de louvor e de glorificação de Deus que tem o Glória oficial,
escrito no Missal Romano.

TESTE

1. Que é que faz o homem feliz?


2. Dê exemplos bíblicos de glorificação a Deus.
3. Quem cantou o "Glória" pela primeira vez?
4. Que contém o "Glória"?
5. Quando se diz o "Glória" na Missa?
6. Qual foi o exemplo de Santa Isabel da Turíngia?
7. Pode-se mudar a fórmula do "Glória"?
8. Você canta na Missa?

LEITURA BÍBLICA: Lc 2, 1-32.

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12. A ORAÇÃO "COLETA"

Certa cidade estava precisando de uma escola. To-


dos sabiam disso, mas ninguém tomava a iniciativa de ir
ao Governo do Estado para pedir a construção da tal
escola. Um dia o Ildefonso criou coragem e foi falar com
o governador. Seu pedido, porém, não obteve sucesso
imediato. O governador disse-lhe:
- Meu amigo, eu gostaria de ouvir mais gente sobre
a necessidade dessa escola. Faça uma coleta de as-
sinaturas e volte aqui com uma comissão. Aívamos pensar
no assunto.
O "seu" Ildefonso conseguiu três mil assinaturas e
voltou ao palácio do governo com uma caravana bem
representativa: prefeito, vereadores, professores, pais,
crianças... E a escola foi aprovada e construída.

QUE QUER DIZER “COLETA?

Todos sabem o que é o caminhão "coletor' do lixo ou uma "coleta"


de assinaturas. Vêm do verbo latino "collígere", que quer dizer reunir,
recolher, coletar. É daí que vem também o sentido da Oração "Coleta".
Ela quer reunir, numa só oração, todas as orações da Assembléia.
Por isso, ela começa com o "Oremos". É o convite do Presidente
da Celebração para que todos os presentes se coloquem em oração.
Esse "Oremos" é segundo de uma pausa, para que durante esse
tempo de silêncio cada pessoa faça mentalmente a sua oração pes-
soal. Em seguida, o padre eleva as mãos e profere a oração,
oficialmente, em nome de toda a Igreja. Nesse ato de levantar as
mãos, o Presidente está assumindo e elevando a Deus todas as
intenções dos fiéis. Tanto é que, no final da “Coleta”, todos respondem
“Amém!", para dizer que aquela oração é também sua. E como se cada
um estivesse "assinando" a oração proferida pelo Presidente.
Há certas "Coletas" que mostram bem como essa oração supõe as
intenções da Assembléia, e, portanto, é uma oração de todos os

46
presentes. Veja, por exemplo, esta Coleta do Segundo Domingo do
Tempo Comum:
“Deus eterno e todo-poderoso,
que governais os céus e a terra,
escutai com bondade as preces do vosso povo,
e dai ao nosso tempo a vossa paz...
A "Coleta" é rezada de pé e vem logo após o "Glória" (ou após o
Ato Penitencial, nas Missas simples em que não há o Glória). Além da
Coleta, existem mais duas orações oficiais na Missa, proferidas pelo
Presidente, sem falar da Oração Eucarística, que é toda de
competência daquele que preside a Celebração. As outras duas
orações são: a Oração Sobre as Ofertas, no Ofertório, e a Oração
Depois da Comunhão. O Missal Romano diz: "O sacerdote, presidindo
a comunidade como representante de Cristo, dirige a Deus estas
orações em nome de todo o povo santo e de todos os circunstantes”.
Por isso se chamam "orações presidenciais”.
Essas orações proferidas pelo Presidente da Celebração têm três
partes: invocação, pedido e conclusão. Vejamos, por exemplo, como
aparecem distintamente essas três partes nesta Coleta do Segundo
Domingo depois do Natal:
“Deus eterno e todo-poderoso,
esplendor dos vossos fiéis,
irradiai por todo o mundo a vossa glória
e manifestai-vos a todos os povos,
no fulgor de vossa luz!
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
na unidade do Espírito Santo".
Nas duas primeiras linhas está a invocação; nas três do meio, o
pedido; e nas duas finais, a conclusão. As orações são dirigidas ao
Pai em nome de Jesus (que é o nosso MEDIADOR), na unidade do
Espírito Santo.

A MISSA E A VIDA
Estamos falando de uma oração da Missa, que é a Coleta. Mas a
Missa toda é uma grande oração: a oração de Jesus e de sua Igreja,
pois “a Igreja é o Corpo de Cristo que preenche todo o universo"
(Cf.Ef1, 22-23).

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O certo é irmos à Igreja um pouco antes de a Missa começar, para
nos colocarmos em clima de oração. Dificilmente consegue orar
quem chega atrasado e se põe junto à porta de entrada, de onde fica
"espiando" a Missa. Quando Deus passou pela tenda de Abraão em
Mambré, sob a aparência de homem, disse a Abraão que ele iria ter
um filho dentro de um ano. Abraão levou a sério, mas Sara não
acreditou. Achou gozado e acabou rindo, porque ela estava mais
distante da presença de Deus. Ficou ouvindo a conversa e espiando
por detrás da cortina da tenda. Então Deus a repreendeu
(Cf. Gn 18, 9-15).
Na verdade, pouca gente sabe orar. Muitos nem dão condições
para que Deus lhes fale. E o mais importante na oração não é o que
dizemos a Deus, mas o que Deus tem a nos falar. A oração não é para
que Deus faça a nossa vontade, mas para que nós façamos a vontade
de Deus. O Padre Fulgêncio Piacentini, CP, costuma dizer que, para
ser cristão, a gente precisa "fazer o que Deus quer e querer o que
Deus faz".

TESTE

1. Por que o padre diz "Oremos" e faz uma pausa?


2. Quais as três partes de uma oração?
3. Que quer dizer Oração "Coleta'? E o "Amém"?
4. Qual é a mais perfeita oração?
5. Que disse o Padre Fulgêncio?
6. Você costuma rezar na igreja e em casa?

LEITURA BÍBLICA: Lc 1, 5-25

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13. LITURGIA DA PALAVRA

Santo Agostinho nasceu na África, no ano 354. Patrí-


cio, seu pai, era pagão. Sua mãe, Mônica, era cristã.
Agostinho cresceu pagão. Mônica rezou durante vinte
anos pela conversão do filho. Agostinho era muito in-
teligente. Um orador eloquente. Dava aulas de oratória em
Roma e em Milão. A hora da graça chegou através da
pregação da Palavra de Deus. Certo dia, Agostinho entrou
na Catedral de Milão durante a Missa, quando o famoso
Bispo Santo Ambrósio pregava o Evangelho. A Palavra de
Deus tocou o coração de Agostinho. Ele disse que, diante
da beleza do Evangelho, a sua sabedoria não era nada.
Ficou apaixonado pela causa de Cristo. Converteu-se e
recebeu o Batismo no Domingo da Páscoa de 387, com 33
anos de idade. E veio a ser o grande Bispo de Hipona e
Doutor da Igreja.

A PALAVRA DE DEUS TEM PODER

Após o "Amém" da Oração Coleta, a comunidade senta-se. Mas


primeiro deve esperar o Presidente dirigir-se à sua cadeira. Só depois
que o sacerdote tiver sentado é que a Assembléia pode sentar-se. E
uma norma de "educação litúrgica". Agora terminam os "Ritos Iniciais"
que nos introduzem na Celebração e, com a Primeira Leitura, começa
a Liturgia da Palavra.
A Liturgia da Palavra tem um conteúdo de maior importância. Nesta
hora, Deus nos fala solenemente. Fala a uma comunidade reunida
como “Povo de Deus" e fala intimamente a cada um dos presentes. E
a Palavra de Deus deve ser ouvida com fé. Ela "é viva e eficaz, mais
penetrante do que uma espada de dois gumes" (Cf. Hb 4,12). Temo
mesmo poder do Senhor que fala. Jesus disse: "Moço, eu te ordeno,
levanta-te! E o morto se levantou e se pôs a falar (Cf. Lc 7, 14-15).

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ANTES E DEPOIS DO CONCÍLIO

Antes do Concílio Vaticano Il não se dava muita importância à


Liturgia da Palavra. Para muitos, a Missa era só a Liturgia Eucarística
Até chamavam a Liturgia da Palavra de "Antemissa” ou "Missa dos
Catecúmenos”. Ainda hoje a Liturgia da Palavra continua sendo uma
preparação para a Eucaristia, mas de importância vital, como duas
partes que se completam. Santo Agostinhojá dizia: 'À Palavra de Deus
não é menos importante que o Corpo de Cristo”. Hoje até se fala em
“Pão da Palavra e Pão da Eucaristia” para se referir à importância das
duas partes. Pois o Sacramento sem a Palavra de Deus perderia o seu
sentido e a sua eficácia.

A PALAVRA DE DEUS E A FE

Jesus insistia muito na necessidade da fé como meio de salvação


Ao fazer um milagre, Ele dizia: "Seja feito conforme tua fé' (CfMtB, 13).
ou ainda: “A tua fé te salvou" (Cf Mc 10, 52). Disse também o Senhor.
"Quem crer e for batizado será salvo. Quem não crer será condenado
(Mc 16,16).
Sabemos que a Eucaristia é o "Mistério de nossa fé' e que a fe vem
pela Palavra de Deus (Cf. Rm 10, 14). Daí a importância da pregação.
E a nossa fé é em Jesus Cristo, não apenas em verdades abstratas.
A fé não é uma teoria, mas é vida. Jesus é a Palavra de verdade e a
Vida eterna. Ele mesmo diz: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida
Ninguém vai ao Pai senão por mim" (Jo 14,6).
Falando da necessidade de se crer na Palavra e na Pessoa de
Jesus, São Paulo escreve: "Que seus corações se conformem, de
sorte que, intimamente unidos na caridade, sejam enriquecidos da
plenitude da inteligência, para atingirem o conhecimento do Mistério
de Deus, que é o Cristo, no qual se encontram depositados todos 05
tesouros da sabedoria e da ciência" (Cl 2, 2-3).
A seu amigo Timóteo, o mesmo São Paulo escreve: 'Tu, porém.
permanece firme em tudo o que aprendeste e creste. Sabe de quem
aprendeste. E desde a infância conheces as Escrituras, e sabes que
elas têm o dom de proporcionar a sabedoria que conduz à salvação,
pela fé em Jesus Cristo. Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil

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para ensinar, para repreender, para corrigir e para formar na justiça.
Por ela o homem de Deus se torna perfeito e capacitado para toda
boa obra” (2 Tm 3, 14-17).
São Gregório diz que "a Bíblia é a carta de amor de nosso Pai, &
nós a deixamos fechada no envelope". O próprio Jesus nos fala esta
famosa frase: "Não só de pão vive o homem, mas de toda a palavra
que sai da boca de Deus" (Mt 4,4). Ele diz também que suas palavras
não são apenas palavras como as nossas, mas são "espírito e vida”
(Cf. Jo 6,63).

COMO PROCLAMAR A PALAVRA DE DEUS

Pelo que vimos, a Palavra de Deus merece 0 máximo de respeito.


Na Missa, sobretudo, não é para ser apenas "lida", mas “proclamada”
ou anunciada com o poder do Espirito Santo. Portanto, até a posição
do leitor precisa ser digna: jamais com a mão no bolso, coçando a
cabeça, de camisa aberta ao peito, ou de qualquer outro modo que
não seja condizente com o nobre exercício desse ministério, A
proclamação deve ser feita solenemente, com voz clara, pausada,
com boa pronúncia, bem ajustada ao microfone, de tal modo que
todos possam ouvir e entender.

TESTE

1. Quem veio valorizar a Liturgia da Palavra?


2. Que disse Santo Agostinho sobre a Palavra de Deus?
3. Como se relacionam a fé e a pregação?
4. Que disse São Gregório sobre a Bíblia?
5. Em quem ou em que devemos crer?
6. Você crê e vive a Palavra de Deus?

LEITURA BÍBLICA: 2 Tm 4, 1-8.

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14. PRIMEIRA LEITURA E SALMO

Cada povo tem sua história:história do Japão, história


da Alemanha, história do Brasil... Mas a história mais
falada e abrangente acho que é a História da Salvação. Ela
tem sua origem no começo da humanidade e irá até o tim
do mundo. Abrange a História de Israel, que é o povo mais
antigo existente até hoje, e engloba também toda a história
do Cristianismo, incluindo muitos povos, de todos os
Continentes.
Embora o Povo de Deus tenha sua origem com
Abraão, a História da Salvação começa com Adão e Eva
no paraíso terrestre, passa por Abraão, por Moisés, pelos
Profetas e Reis de Israel, por Jesus e os Apóstolos, está
passando por nós e irá até o fim do mundo.
Estamos Jizendo isso porque vamos falar da Primeira
Leitura, que, em geral, é tirada do Antigo Testamento, onde
se encontra o passado remoto da História da Salvação.

IMPORTÂNCIA DO ANTIGO TESTAMENTO


Um grande benefício que a reforma litúrgica nos trouxe é a Missa
em língua pátria. Quando era em latim, não se entendia quase nada
Até a Bíblia passou a ser mais lida. Todas as famílias têm em casa a
sua Bíblia. Muitas pessoas se reúnem semanalmente em círculos
bíblicos para estudar a Palavra de Deus.
Contudo, uma coisa que, talvez, não tenha sido devidamente en-
tendida até hoje é a importância do Antigo Testamento. Muitos vêem
nele um texto do passado, hoje substituído pelo Novo Testamento.
Uma das razões é porque no Antigo Testamento encontram-se pas-
sagens difíceis de entender, com aparentes contradições e maus
exemplos de homens que deveriam ser santos.
Mas, apesarde o Antigo Testamento não ser atraente como o Novo,
precisamos conhecê-lo para entender a história de nossa Salvação €
vermos o longo caminho andado até a chegada do Messias. Aquele
passado distante faz parte do processo amoroso de Deus, que quis
caminhar conosco falando a nossa linguagem.
Deus poderia muito bem, de repente, descer de pára-quedas” para
salvar cada pessoa, individualmente, revelando-se a cada uma delas,
sem estar preso a nada. Mas Ele prefere fazer história conosco,
agindo com paciência milenar e usando de muita misericórdia.
Por isso, Deus dialogou com Adão e Noé, caminhou com Abraão,
amassou barro com os hebreus no Egito, peregrinou com Moisês pelo
deserto, falou pelos Profetas, dormiu nos braços de Maria, anunciou
o Reino de Deus na Galiléia e na Judéia, carregou nossos pecados
no caminho do Calvário e ressuscitou para ser a nossa esperança.
Quantas Alianças rompidas e refeitas para chegar até a Nova e Eterna
Aliança em Jesus Cristo!

JESUS E O ANTIGO TESTAMENTO

Jesus mesmo nos fala que veio, não para abolir o Antigo Testamen-
to mas para cumpri-lo. Ele disse: "Não julgueis que vim abolir a Lei ou
os Profetas. Não vim para abolir mas para cumpri-los plenamente
(Mt5,17). Por isso, os evangelistas, ao narrarem os fatos da vida de
Jesus, lembram que aquilo aconteceu para se cumprir o que estava
predito. Vejam, por exemplo, João, quando escreve que os soldados
dividiram entre si as vestes de Jesus e sobre a sua túnica lançaram
sorte. Ele observa que isto aconteceu para se cumprir o que O
Salmista havia profetizado no Salmo 21 ou 22,19 (Cf. Jo 19, 23-24).
À respeito do cumprimento das profecias sobre Jesus, o famoso
orador Bossuet diz o seguinte: "Os judeus crucificaram Jesus porque
Ele se apresentava como Filho de Deus. E foi matando-O que real-
mente provaram que Jesus era o Messias, pois também Sua morte
estava profetizada tal qual aconteceu”.
O próprio Jesus nos fala que nele se cumpriu o que foi predito pelos
Profetas a respeito do Messias. Naquela tarde, a caminho de Emaús,
quando os dois peregrinos manifestavam dúvidas sobre a
Ressurreição do Senhor, Jesus se pôs a caminhar com eles e foi
dizendo-lhes: "Ô homens sem inteligência! Como sois tardos de
coração para crer tudo o que anunciaram os Profetas! Não era preciso
que o Cristo sofresse tudo isso e entrasse na sua Glória? E,
começando por Moisés, percorreu todos os Profetas, explicando-lhes
O que se achava dito em todas as Escrituras a seu respeito”
(Lc 24, 25-27).

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O SALMO RESPONSORIAL

Após a Primeira Leitura, vem o "Salmo Responsorial'. É uma


espécie de eco ou resposta à mensagem proclamada. Alguém
chamou esse Salmo de "oração" da Leitura. Como se vê, não pode
ser um canto qualquer, só para preencher o espaço e variar um pouco
Às vezes, canta-se outro "Canto de Med tação”, que pode ser também
válido, desde que sua mensagem esteja dentro do tema da Leitura &
ajude a Assembléia a rezar e a meditar na Palavra de Deus que acabou
de ser proclamada.
Nota: A Leitura pode ser proclamada por um cristão leigo. E o
Salmo pode ser cantado ou recitado. Se for cantado, é bom que toda
a Assembléia cante o refrão.

TESTE

1. Diga um grande benefício da reforma litúrgica.


2. Por que é importante o Antigo Testamento”
3. O que Jesus fala da Lei e dos Profetas?
4. Em que episódio Jesus mostra ser o Messias?
5. O que disse Bossuet sobre Jesus?
6. Que função tem o Salmo Responsorial?
7. Você tem lido o Antigo Testamento? Gosta de ler?
8. Como Deus tem agido na nossa Salvação?

LEITURA BÍBLICA: Lc 4, 1:21.

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15. SEGUNDA LEITURA E ACLAMAÇÃO

Carta é a correspondência entre duas ou mais pes-


soas. E a carta exige uma resposta. Por isso é chamada
“correspondência”. Certa vez um noivado quase terminou
porque a noiva escreveu três cartas e não obteve nenhuma
resposta.
Vamos falar da Segunda Leitura da Missa, que, em
geral, é uma carta. As Cartas ou "Epístolas" da Bíblia
Sagrada foram escritas pelos Apóstolos. Eles também
pedem uma resposta de nossa parte. Certamente você
ainda se lembra do que disse São Gregório: 'A Bibliaé a
carta de amor de nosso Pai. E, muitas vezes, nós a
deixamos fechada no envelope.

OS LIVROS DA BÍBLIA

Antes de falarmos do Novo Testamento, lembramos que o Antigo


Testamento é formado por 46 livros, sendo 5 do Pentateuco, 16 da
História do Povo de Deus, 7 Sapienciais e 18Livros Proféticos. O Novo
Testamento tem 27 Livros: os 4 Evangelhos, o Livro dos Atos dos
Apóstolos, 21 Cartas e o Apocalipse. Total de Livros da Bíblia: 73. Há
Bíblias católicas que apresentam só 72 Livros, porque ajuntam
Jeremias e Lamentações num só Livro. A Bíblia Evangélica ou dos
Protestantes traz apenas 66 Livros, porque ela não tem sete Livros do
Antigo Testamento. E o motivo dessa diferença é o seguinte: os
Evangélicos adotam a Bíblia dos judeus, os quais não aceitam como
inspirados por Deus os Livros escritos fora do território de Israel ou
em outra língua que não seja o hebraico.

UMA "ESCOLA BÍBLICA"

Estamos falando das Missas dominicais ou das Missas de dias


festivos, que têm três Leituras. Nas missas “feriais”, ou do meio da
semana, só há uma Leitura e o Evangelho. Então não há a chamada

55
"Segunda Leitura". No Encontro anterior dissemos que a Primeira
Leitura, em geral, é tirada do Antigo Testamento. Agora dizemos que
a Segunda Leitura, também em geral, é tirada das Cartas. Dissemos
“em geral”, porque há exceções. Às vezes, a Primeira Leitura é de
outro Livro, como dos Atos, por exemplo; e a Segunda Leitura também
pode ser dos Atos, do Apocalipse ou de outro Livro. Alguns chamam
a Segunda Leitura de "Leitura do Apóstolo”, porque, seja das Cartas
ou dos Atos ou do Apocalipse, é sempre escrita por um Apóstolo.
À Liturgia da Palavra é uma verdadeira "Escola Bíblica”, porque, no
decorrer do ano, nos dá uma visão da História da Salvação, recordan-
do quase toda a Bíblia.

ATOS, CARTAS E APOCALIPSE

O Livro dos Atos, escrito por São Lucas, mostra-nos a experiência


viva da Igreja primitiva: a vinda do Espírito Santo, os Apóstolos dando
testemunho da Ressurreição de Jesus, a formação das primeiras
comunidades cristãs e a difusão da Igreja. Apresenta-nos aqueles
quatro pontos fundamentais na vida da Igreja: 1) o “quérigma” ou
primeiro anúncio do Evangelho, chamando à conversão; 2) a cate-
quese ou educação permanente na fé; 3) a vida comunitária,
começando pela Comunidade de Jerusalém; 4) a missão apostólica,
destacando a ação de Pedro e de Paulo.
O centro do Livro dos Atos é Jesus Cristo, morto e ressuscitado;
e, em consequência da fé no Senhor, a fidelidade à Igreja e o amor
aos irmãos.
As Cartas ou Epístolas têm um conteúdo precioso: a doutrina cristã
e as orientações práticas para a vida das comunidades, dando-lhes
estímulo para viverem a fé. Há Carta dirigida a uma pessoa como, por
exemplo, a Carta de São Paulo a Timóteo; há Carta dirigida a uma
comunidade, como a Carta aos Filipenses; e há Carta destinada a toda
a Igreja, sem mencionar nenhuma comunidade, como é o caso das
sete últimas Cartas, ditas "Católicas" ou universais. As 14 primeiras
Cartas são chamadas "Epístolas Paulinas" ou Cartas Paulinas, pois.
embora não sejam todas de autoria de São Paulo, elas conservam
aquele estilo do Apóstolo. Assim, por exemplo, a Carta aos Hebreus.
deve ter sido escrita por algum discípulo de Paulo e não pessoalmente

56
por ele. O nome da Carta é tirado do autor ou do destinatário da
mesma. Por exemplo: Carta de Tiago e Carta aos Romanos. E, quando
ouvimos a "Carta", ela é para nós e não para os romanos.
O Apocalipse é o último Livro da Bíblia. Foi escrito por Joao, o
Evangelista, por volta do ano 100, quando ele estava exilado na ilha
de Patmos. “Apocalipse” é uma palavra grega. Quer dizer 'revelação”.
É um livro profético. Convida os cristãos a estarem preparados para
o regresso de Jesus que deve ser breve. É uma verdadeira “carta de
encorajamento". Fol escrita para que os cristãos permanecessem fiéis
a Jesus e à sua Igreja no meio das provações, pois estavam sendo
perseguidos, especialmente pelos pagãos.

CANTO DE ACLAMAÇÃO

Terminada a Segunda Leitura, vem primeiro a Monição ao Evange-


lho. Só depois é que vem o canto. E a Monição não é uma espécie de
homilia, mas um breve “comentário”, convidando e motivando a
Assembléia para ouvir o Evangelho. A Monição é feita com a
Assembléia sentada, mas a Aclamação canta-se de pé. Na Quaresma
e no Advento o Canto de Aclamação não tem "Aleluia".

TESTE

1. Por que a Liturgia da Palavra é "Escola Bíblica?


2. Quantos Livros tem a Bíblia e como se divide?
3. Quem escreveu os Atos”? E para quê?
4. Qual o sentido do Apocalipse?
5. Que é uma Monição ao Evangelho? Como deve ser?
6. Quando a Aclamação não tem "Aleluia'?
7. Você ouve as Cartas como sendo para você?

LEITURA BÍBLICA: Ap 22,1-21.

57
16. O EVANGELHO

Um sábio do Oriente tinha o dom de ensinar. E gos


tava de ensinar por meio de parábolas. Certo dia. e
contou esta parábola:
Dona Verdade, vendo que havia muita coisa era?
na face da terra, resolveu sair pelo mundo para ensinar os
homens a viver. Ela saiu nua, despida de qualquer adomo
como ela é, na verdade. Foi um fracasso. Ninguém à
recebia. Todos viravam o rosto. Alguns até lhe bateram 2
porta na cara. E assim, Dona Verdade foi andando, andem
do, sem encontrar acolhida.
Estava já terminando a volta ao mundo, quando 3º
encontrou com Dona Parábola. Por mais amigas q?
sempre foram, Dona Parábola quase não a reconheceu É
lhe disse assustada:
- Dona Verdade, a senhora está tão abatida, tão triste
Ô que anda acontecendo?
E Dona Verdade respondeu amargurada:
- Porque estou velha efeia, ninguém me recebe à
me cansei de peregrinar inutilmente,
Então Dona Parábola disse-lhe:
- Não seja por isso! Vista a minha roupagem bonita &
verá como vai ficar simpática.
Dito e feito. Coma vistosa roupagem de Dona Pará
bola, Dona Verdade foi bem acolhida.

O EVANGELHO, PALAVRA DE VIDA

Jesus, o Mestre dos mestres, não poderia ter deixado de falar em


parábolas. Sua palavra, cheia do poder do Espírito e de sabedoria
por si só já atrala as multidões. Mais ainda porque usava de parábolas
ou comparações liradas da vida do seu povo. E, quando falava, Jesus
costumava se colocar num lugar mais elevado para ver e ser visto pela
multidão, l0sse num pequeno monte ou no barco.
|

1)
Assim deve ser ainda hoje, quando se proclama a Boa Nova em
nossas Missas. Toda a Assembléia está de pé, numa atitude de
expectativa para ouvir a Mensagem. E o padre ou o diácono proclama
o Evangelho, junto da estante, num lugar mais elevado, para ser visto
e ouvido claramente por todos.
Essa Palavra, solenemente anunciada, nao pode estar “dividida
com nada: com nenhum barulho, com nenhuma distração, com ne-
nhuma preocupação. É como se Jesus, em Pessoa, se colocasse
diante de nós para nos falar daquilo que mais nos interessa. À Palavra
do Senhor é luz para nossa inteligência, paz para nosso espírito e
alegria para nosso coração. Por isso, essa Palavra do Evangelho deve
ser esperada com fé e alegria. O Canto de Aclamação é uma espécie
de “aplausos” para o Senhor que vai nos falar, Em ambientes devida-
mente conscientizados até se costuma bater palma nessa hora da
Aclamação.

PODE-SE FAZER UMA “PROCISSÃO”

Após o Conciio Vaticano Il, a Liturgia deixa uma certa liberdade


para a criatividade, possibilitando assim algumas iniciativas que ve-
nham trazer mais vida e participação ao culto divino. Por isso, antes
da proclamação do Evangelho, pode-se fazer uma procissão com a
Bíblia ou Lecionário e as velas. Para se dar mais destaque ao anúncio
da Palavra de Jesus, é bom que dols ministros ou acólitos segurem
uma vela em cada lado da estante onde se faz a proclamação do
Evangelho. A Liturgia precisa destes "sinais" para ressaltar a grandeza
do rito. Para a proclamação do Evagelho o leitor saúda a Assembléia
e esta responde da seguinte maneira:
Padre: O Senhor esteja convosco!
Todos: Ele está no meio de nós!
Padre: Evangelho de Jesus Cristo, segundo (Mateus)!
Todos: Glória a vós, Senhor!
No final do Evangelho, o padre diz:
Padre: Palavra da Salvação! (E beija o Livro Sagrado)
Todos: Glória a vós, Senhor!

59
OS QUATRO EVANGELHOS

O Evangelho, como Mensagem de Salvação, é um só Mas foi


escrito por quatro evangelistas. Por isso falamos que há quatro
"Evangelhos": o de Mateus, ode Marcos, ode Lucas eo de João. Dois
desses evangelistas fazem parte do grupo dos doze Apástolos
Mateus e João. Marcos e Lucas não são do grupo dos Doze.
Os três primeiros Evangelhos têm muita semelhança entre si
conservam o mesmo estilo e narram quase todos os mesmos fatos
Por isso são chamados de "slnóticos', O Evangelho escrito por São
João tem um estilo diferente e focaliza outros fatos e palavras de
Jesus, dando destaque para a divindade do Senhor e penetrando mais
o Mistério do Filho de Deus.
Lembramos que um evangelista dã mais minúcias do que outro na
narração do mesmo fato; um omite algumas palavras de Jesus, outro
as coloca; um conta um acontecimento, outro omite. Mas não ha
contradição entre os quatro. Eles apenas se completam e comprovam
que Jesus é o Messias e que anunciou o Reino de Deus.
Queremos também lembrar que o simples anúncio do Evangelho
já é, em si, uma graça de Deus. Mais ainda se for vivido. Jesus disse
“"Bem-aventurados os que ouvem a Palavra de Deus e a põem em
prática” (Lc 11,28).

TESTE

1. Que significa a Monição ao Evangelho?


2. E a Aclamação? Que sentido tem?
à. Qual o valor das velas na hora do Evangelho?
4. Qualis evangelistas não eram Apóstolos?
5, Que são os “sinóticos'?
6. Que significa o Evangelho em sua vida?
7. Existe um ou quatro Evangelhos”? Explique.

LEITURA BÍBLICA: Mt 13, 1:23

60
17. HOMILIA
Amadeu começou a sentir algumas dores pelo
corpo e muito desânimo. Procurou o médico e contou
tudo. O médico pegou um papel e foi ouvindo e escreven-
do ao mesmo tempo. Acabada a consulta, o médico
mandou fazer uma porção de exames no laboratório e
tomar outros tantos remédios.
Na hora Amadeu parece que tinha entendido tudo
Mas, em casa, pegou a receita, leu, releu, e acabou sem
saber que exames fazer e que remédios tomar. A! ficou
com vontade de jogar a tal receita no lundo da gaveta e
esquecer lá. Mas, pensando bem, resolveu ir até a
farmácia para decifrar aquela escrita complicada. O
farmacêutico foi lendo e explicando cada coisa. Era tudo
muito fácil.
Assim pe acontecer a muita gente que tem a Bíblia
nas mãos; lê, mas não entende. Ou acaba guardando o
Livro Sagrado numa estante para nunca mais pegá-lo; ou
pede uma explicação a quem entende, e põe em prática.
uma questão de vida ou morte, como o remédio
receitado.

A ORDEM DE JESUS

Jesus tinha encerrado sua missão na terra. Havia ensinado o povo


& particularmente os discípulos. Tinha morrido e ressuscitado dos
mortos. Missão cumprida! Mas sua obra da Salvação não podia parar
ali. Devia continuar até o fim do mundo. Por isso, Ele passou aos
Apóstolos o seu poder recebido do Pai e lhes deu ordem para que
pregassem o Evangelho a todos os povos. Assim lhes falou o Senhor:
“Todo o poder me fol dado no céu e na terra. Ide, pois, e ensinai a
todos os povos, batizando-os em nome do Pal e do Filho e do Espírito
Santo, e fazei com que obedeçam a tudo quanto ensinei. Eis que eu
estou convosco todos os dias até o fim do mundo" (Mt 28, 18-20).
“Depois de lhes falar, o Senhor Jesus fol elevado ao céu, e está
sentado à direita de Deus. Os discípulos partiram e pregaram por toda

51
a parte. O Senhor cooperava e lhes confirmava a palavra com sinais
(Mc 16, 19-20).
Como se vê, a Igreja recebeu pessoalmente de Jesus, de viva voz
a missão de evangelizar os povos. E, desde aquele dia até hoje, ela
vem realizando essa missão. Os bispos são os responsáveis direlos
pela continuidade da obra missionária de Jesus, Com eles trabalham
os padres e os cristãos leigos engajados na pastoral, E Jesus tem
dado prova de que caminha com a Igreja e a sustenta com seuy poder
divino, pois, se ela estivesse por conta somente dos homens, já se
teria acabado hã muito tempo, como todos os reinos do tempo de
Jesus.

FILIPE EXPLICA

Se um homem do povo pegar a Constituição Brasileira e a ler


todinha, pouca coisa ele val entender. Se uma pessoa qualquer pegar
o projeto de um edifício com todos aqueles cálculos, também terá
muitas dúvidas. Assim acontece com a Bíblia Sagrada. Precisamos
de quem a explique. Os próprios Apóstolos, depois de ouvirem as
parábolas pediam a Jesus que lhes explicasse o que elas queriam
dizer.
Há uma passagem da Biblia que mostra como é essa expolicação
ou homilia, É o caso do ministro da rainha Candace, da Etiópia, que
descia de Jerusalém a Gaza. Ele tinha ido ao templo para adorar à
Deus e voltava lendo a Sagrada Escritura no trecho do profeta Isaias.
que diz: “Como ovelha foi levado ao matadouro. E, como cordeiro
mudo diante de quem o tosquia, ele não abriu a sua boca. Na sua
humilhação foi consumado o seu julgamento. Quem poderá contar a
sua descendência? Pois a sua vida foi tirada da terra”.
Inspirado por Deus, Filipe aproximou-se da carruagem e perguntou
ao ministro: "Porventura entendes o que estás lendo” Respondeu-lhe
o elíope: Como é que posso entender, se não há ninguém que me
explique?" E pediu a Filipe que subisse ao carro, sentasse ao lado del?
e lhe explicasse aquele trecho. Então Filipe explicou que aquela
profecia referia-se a Jesus Cristo, levado ao martírio da Cruz. Nessa
hora a graça de Deus moveu o ministro para a fé em Jesus, e ele pediu
o Batismo. Havia all uma água corrente. Eles pararam e Filipe 0
batizou (Cl. At 8, 26-38).

62
A homilia é isso: a Interpretação de uma profecia ou a explicação
de um texto bíblico. É difícil entender hoje aquilo que foi dito há muitos
séculos. Cada época tem seus costumes e sua linguagem. No tempo
de Jesus, a mentalidade era outra. E a língua também. Para entender-
mos o que foi dito por Ele, precisamos estudar os costumes e a lingua
daquela época. E só Isso não basta. A Bíblia não é um Livro de
sabedoria humana, mas de Inspiração divina. Precisamos da graça de
Deus. Quem taz a homilia fala oficialmente em nome da Igreja, movido
pelo Espírito Santo, como foi o diácono Filipe.
O sacerdote é esse "homem de Deus". Na homilia, ele “atualiza O
que foi dito há dois mil anos. Diz o que Deus está querendo “hoje com
aquela mensagem proclamada àquela comunidade ali presente. E os
fiéis não devem levar em conta a pessoa do padre, em si, com seus
defeitos, mas o próprio Cristo, que disse a seus discípulos: Quem vos
ouve, a mim ouve; quem vos rejeita, a mim rejeita” (Cf. Lc 10,16).
Nota: O Presidente da celebração Eucarística sempre deve fazer a
homilia, mesmo que seja numa Missa simples. E, durante a homilia, a
Assembléia fica sentada.

TESTE

1. Com que palavras Jesus enviou 05 Apóstolos”?


2. Que é uma homilia? Dê um exemplo biblico.
3. Por que a homilia é necessária?
4. Pode alguém crer em Jesus e rejeitar os padres?
5. Basta ter conhecimento científico para lazer homilia?
6. Você ouve com atenção a homilia?

LEITURA BÍBLIA: 1 Cor 1, 10-31

63
18. PROFISSÃO DE FE

Um edilício estava em chamas. No segundo andar


havia uma menina de dez anos. O fogo estava no primeiro
andar, e a fumaça, subindo, envolvia todo o prédio, aumen-
tando a confusão. Ninguém via nada. A menina gritou,
pedindo socorro ao pai, que estava na praça. Ouvindo a
voz da filha, o pal correu, colocou-se embaixo da janela e
disse:
- Filha, pode saltar que eu pego você!
À menina respondeu apavorada:
- Tenho medo, papal, não estou vendo você!
E o pai disse:
- Não se preocupe, filha! Pode saltar que eu estou
vendo você.
A menina pulou e caiu nos braços do paí.
Assim deve ser a vida do cristão: um salto para os
braços do Pal. Mesmo que a gente não esteja vendo a
Deus, basta reconhecer a sua voz. Ele não nos engana

O SÍMBOLO APOSTÓLICO

A fe é a base da religião, o fundamento do amor e da esperança


cristã. Jesus disse: “Tudo é possível a quem crê" (Mc 9, 23). E São
João fala que a fé é “a arma que vence o mundo” (Cf. 1 Jo 5,4) À
verdadeira fé supõe a confiança. Crer em Deus é também confiar nae
Um dos momentos mais belos da Liturgia da Palavra é, sem duvica
logo após a homilia, quando toda a Assembléia se levanta e faz
solenemente a sua Prolissão de Fé, recitando em voz alta “Creio em
Deus Pai". Com essa atitude queremos dizer que cremos na Palavia
de Deus que fol proclamada e estamos prontos para pô-la em prática
É como um juramento público,
Há dois textos dilerentes para a Prolissão de Fé: o Simbos
Apostólico e o Simbolo Niceno-Constantinopolitano.

E
O primeiro vem do tempo dos Apóstolos. Por isso se chama
“Simbolo dos Apóstolos". É um resumo das verdades de fé protessada
pelos primeiros cristãos É também o mais curto e mais recitado nas
Missas. Vamos recordá-lo:
Creio em Deus Pai todo-poderoso,
criador do céu e da terra;
e em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor,
que foi concebido pelo poder do Espírito Santo,
nasceu da Virgem Maria,
padeceu sob Pôncio Pilatos,
foi crucificado, morto e sepultado;
desceu à mansão dos mortos;
ressuscitou ao terceiro dia;
subiu aos céus,
está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso,
donde há de vir a julgar os vivos e os morios.
Creio no Espirito Santo,
na santa Igreja Católica,
na comunhão dos santos,
na remissão dos pecados,
na ressurreição da carne,
na vida eterna.
Amém!

SÍMBOLO NICENO-CONSTANTINOPOLITANO

No século quarto, um teólogo chamado Ário começou a ensinar


que Jesus era apenas Homem e não Deus. Isso é uma heresia,
(Heresia é a negação de uma ou mais verdades da fé). Para alirmar a
divindade de Cristo e combater o “arianismo”, foi feito o Concílio de
Nicéia, no ano 325. Aía Igreja colocou no "Creio" algumas palavras a
mais, acentuando a divindade de Jesus, como estas: "Deus de Deus,
luz da luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro..." Logo depois surgiu
outro herege, de nome Macedônio, que negava a divindade do
Espírito Santo. Então a Igreja se reuniu no Concílio de Constantinopla,
no ano 381, e acrescentou umas palavras, afirmando que o Espírito
Santo é verdadeiro Deus. São estas as palavras:
“Senhor que dá a vida
e procede do Pai e do Filho,
ecomoPaie o Filho é adorado e glorificado;
ele que falou pelos profetas”.
Daí resultou essa Profissão de Fé mais extensa, que chamamos
de “Simbolo Niceno-Constantinopolitano”, por ter sua origem nos
Concílios de Nicéia e Constantinopla. Vamos recordá-o:
Creio em um só Deus, Pai todo-poderoso,
criador do céu e da terra;
de todas as coisas visíveis e invisíveis.
Creio em um só Senhor, Jesus Cristo,
Filho unigênito de Deus,
nascido do Pai antes de todos os séculos:
Deus de Deus, luz da luz,
Deus verdadeiro de Deus verdadeiro;
gerado, não criado, consubsiancial ao Pai.
Por ele todas as coisas foram feitas.
E por nós, homens, e para nossa salvação desceu dos céus:
e se encarnou pelo Espirito Santo
no seio da Virgem Maria, e se fez homem.
Também por nós foi crucificado sob Pôncio Pilatos;
padeceu e foi sepultado.
Ressuscitou ao terceiro dia, conforme as Escrituras,
e subiu aos céus, onde está sentado à direita do Pai.
E de novo há de vir, em sua glória,
para julgar Os vivos e os mortos;
e o seu reino não terá fim.
Creio no Espirito Santo, Senhor que dá a vida,
e procede do Pai e do Filho;
e como Pale o Filho é adorado e glorificado:
Ele que falou pelos profetas.
Creio na Igreja, una, santa, católica e apostólica.
Professo um só batismo para remissão dos pecados.
E espero a ressurreição dos mortos
e a vida do mundo que há de vir. Amém!
Este Simbolo é recitado apenas alguns domingos, geralmente
quando se fala de Jesus como Messias, o Filho de Deus. Como º

56
Símbolo dos Apóstolos, ele é uma sintese das verdades fundamentais
da fé, para manter os cristãos unidos, na medida em que foram se
espalhando pelo mundo. É bom recitarmos sempre o “Creto”, mesmo
fora da Missa, pois ele tem o poder de alugentar O Maligno, assim
como o “Sinal da Cruz”, feito com tê.
Hoje há seitas religiosas modernas que, como o arianismo, afirmam
que Jesus não é Deus. Para as Testemunhas de Jeová, por exemplo,
Jesus é o “Primogênito das Criaturas", mas não é Deus. Ele é criatura
e não Criador. É um homem privilegiado pelo Pai, mas não é Deus
como o Pai.
Tal heresia se basela nesta frase de Jesus: "O Pai é maior que eu”
(Jo 14,28b). Mas é preciso entender que Jesus disse isso como
Homem, na condição de 'servo' de Deus, pondo-se a serviço de nossa
salvação.
Não podemos ficar com uma frase isolada. Temos que ver todo 0
contexto bíblico. Em outros lugares Jesus afirmou que é Deus como
o Pal. Por exemplo: “Eu e o Pai somos UM" (Jo 10,30). Disse também:
Pal, glorifica-me junto de ti, com aquela glória que eu tinha contigo
antes que o mundo existisse" (Jo 17,5).
Negar a divindade de Cristo é erro grave, pois, se Ele não é Deus,
não pode nos salvar. Só Deus salva.

TESTE

1. Quais os dois Símbolos que recitamos na Missa?


2 Que você sabe do Simbolo dos Apóstolos”?
3. Como surgiu o Simbolo Niceno-Constantinopolitano?
4. Que é arianismo?
5. Que é uma heresia?
6. Qual o grande erro das Testemunhas de Jeová?
7. Você tem pensado nas palavras da Prolissão de Fé?
8. Você vive, no diaa dia, a sua fé?

LEITURA BÍBLICA: Hb 11, 1-20

67
19. CRER NA IGREJA

O bar do seu" Candinho é o mais movimentado da


vila. É um ponto de encontro dos amigos. Ali todo o mundo
entende de qualquer assunto, sobretudo depois de tomar
uma branquinha. Ontem o “seu” Braulino saiu com esta
- O padre mandou um convite lá em casa, pra gente
irá Missa, Mas não vou, não. Onde já se viu padre de
bigode? É uma pouca vergonha!
Aí aproveitaram para descarregar uma porção de
coisa contra a Igreja. O Joaquim até levantou o copo com
dois dedos da "51º para brindar. Um outro disse:
- Esse negócio de muita reza é bobagem. A minha
vizinha não saí da Igreja e vive brigando com o marido.
Quase se pegaram.
O "seu" Diógenes deu contra, dizendo:
- Vocês não sabem o que estão falando! A Igreja é
coisa santa. Vem de Deus.
A coisa ficou pior: acendeu a fogueira mais ainda
Alguém respondeu imediatamente:
- Se a Igreja fosse santa e viesse de Deus, o padre
Pino não teria casado, o Papa não moraria num palácio.

O CAMINHO DA DESCRENÇA

Na Profissão de Fé, dizemos: “Creio na santa Igreja Católica


Estamos certos ou errados? Se os cristãos têm tantos pecados.
podemos chamara Igreja de "santa"? Sim. Da nossa parte a Igreja é
pecadora, porque feita de criaturas humanas imperfeitas. Mas, da
parte de Deus, a Igreja é santa, porque Jesus caminha com ela “até o
fim do mundo”, e ela tem a presença do Espírito Santo que a ilumina
e santifica.
Quando falamos "crelo na santa Igreja Católica”, estamos dizendo
que aceitamos a Igreja como obra de Jesus e instrumento de
salvação, sustentada pela graça de Deus, apesar de suas falhas
humanas. Crer em Deus é fácil. O difícil é crer na Igreja, porque ela
tem sua face manchada pelo nosso pecado Por isso, o caminho da
descrença é este: primeiro o ateu deixa de crer na Igreja, depois em
Jesus Cristo, finalmente não crê em Deus.
Dizer simplesmente que não tem fé é coisa que não fica bem ao ser
humano. O homem, em geral, não tem coragem de dizer “eu não
acredito em Deus", porque ele se sente rebaixado, parecendo um
irracional. Então ele diz que tem fé, mas não crê na Igreja, pois a sua
descrença na Igreja ele consegue justificar apontando falhas que, de
fato, existem nas pessoas da Igreja.
Depois, ainda com certa boa aparência de inteligente, o homem
consegue dizer que crê em Deus, mas não em Jesus Cristo, Pois acha
impossível" de se explicar que alguém seja homem e Deus ao mesmo
tempo. Então nega a divindade de Jesus. Diz que aceita Cristo como
um profeta ou “primogênito das Criaturas”, como dizem as Testemu-
nhas de Jeová, ou como um “Vidente e Grande Médium”, segundo os
Espíritas.
Finalmente, o terceiro passo da descrença consiste ainda em se
dizer que tem fê em Deus, mas é um Deus vazio, distante, frio,
impessoal, uma espécie de “energia” solta no espaço, um Deus
lgórico que não significa nada. Um Deus que é produto da imaginação
de poeta e que não exige nenhum relacionamento pessoal nem
compromisso de vida de ninguém. E simplesmente um modo elegante
de ser ateu sem precisar dizer que não tem fé.

QUEM NÃO CRÊ NA IGREJA NÃO CRÊ EM DEUS

Vimos, no Encontro 17, que a Igreja é a portadora da Salvação.


Quem crê em Deus Pai, crê em Jesus, enviado pelo Pai para salvar;
e quem crê em Jesus deve crer na Igreja, que Ele fundou, e à qual
entregou a Sua missão de salvar a humanidade. Jesus, quando enviou
os Apóstolos para anunciarem o Evangelho, disse-lhes: “Quem vos
ouve, a mim ouve; quem vos rejeita, a mim rejeita; e quem me rejeita,
rejeita o Pal que me enviou" (Lc 10,16).
A Salvação é obra de Deus, vem de Jesus, mas o próprio Cristo
quis ter os homens como colaboradores nessa obra, anunciando e
levando a Salvação a todos os povos. Para isso Ele enviou os
Apóstolos, dizendo-lhes: “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho
a toda criatura, Quem crer e for batizado será salvo, quem não crer
será condenado" (Mc 16, 15-16).
A São Pedro, primeiro chele visível da Igreja depols de Jesus. O
Senhor disse: 'Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha
Igreja, e o poder do inferno não dominará sobre ela. Eu te darei as
chaves do Reino dos céus; tudo o que ligares na terra será ligado nos
céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus
(Mt16,18-19).
O próprio Deus quer que acreditemos na Igreja. E isto provamos
através de um fato bíblico. É o caso de Tomé. Depois da Ressurreição
Jesus apareceu aos discípulos que estavam reunidos numa sala.
Estavam todos, menos Tomé. E quando Tomé chegou, disseram-lhe
“Nós vimos o Senhor!" Ao que Tomé respondeu-lhes: 'Se eu não vit
nas suas mãos os sinais dos pregos e não colocar o meu dedo no
lugar dos pregos, e não introduzir a minha mão no seu lado, não
acreditarei!” Oito dias depois, estavam os discípulos novamente
reunidos no mesmo lugar, e Tomê com eles. Estando as portas
trancadas, veio Jesus, pôs-se no meio deles e disse: “A paz esteja
convosco!" Depois disse a Tomé: “Põe aquio teu dedo, e vê as minhas
mãos. Põe a tua mão no meu lado. Não sejas incrédulo, mas homem
de fé!” Respondeu-lhe Tomé: "Meu Senhor e meu Deus!' É Jesus
acrescentou: 'Tu creste, Tomé, porque viste. Felizes os que crêem
sem me terem visto" (Jo 20, 19-29).

O QUE TOMÉ NEGOU

Agora perguntamos: em quem Tomé não acreditou? Em Cristo”


Não. Ele duvidou da palavra dos colegas, os Apóstolos, que eram 3
Igreja, oficialmente all reunida. Por isso Jesus repreendeu-o &
chamou-o de incrédulo, pois não crer na Igreja é o mesmo que não
crer em Deus. Cristo é inseparável do Pai, e a Igreja é inseparável de
Cristo. Quem despreza a Igreja, despreza Jesus, do qual procede à
Salvação. À comunhão com a Igreja é garantia de Salvação, porque
o Senhor lhe disse: "Eis que estou convosco todos os dias até o fim
do mundo” (Mt 28,20).
Lembramos que a nossa fé na Igreja é só naquilo que se refere à
nossa Salvação, pois em assunto de Política, de Economia ou dê

ro
Ciências a Igreja pode errar como qualquer outra empresa humana.
A assistência do Espírito Santo é para que a Igreja não erre emassunto
de fé.
Não podemos rejeitar a Igreja por causa dos pecados pessoais de
seus membros. Isso não nega que a Igreja seja divina. Pelo contrário:
prova que ela é sustentada por Deus e não pelos homens, pois se
fosse pelos homens já teria pifado há muito tempo. Quando os judeus
queriam matar os Apóstolos por darem testemunho de Jesus,
Gamaliel achou melhor não matá-los. Ele disse que, se a Igreja fosse
uma obra de Deus, não adiantaria combalê-la; e se fosse obra dos
homens, ela se acabaria por si mesma. (Cf. At 5, 34-42). Pois bem, aí
está a Igreja, atravessando já vinte séculos!

TESTE

1. Por que é díficil crer na Igreja”


2. Qual é o caminho da descrença”?
3. Como é o Deus de um ateu?
4. Que aconteceu com Tomé? Ele duvidou de quem?
5. Que disse Jesus sobre sua Igreja?
6. À Igreja não erra quando fala sobre o quê?
7. Você crê na Igreja? Participa ativamente dela?
8 Você se considera membro da Igreja?

LEITURA BÍBLICA: Jo 21, 15-25

71
20. ORAÇÃO DOS FIÉIS

Arquimedes nasceu no ano 2A7 antes de Cristo e é


respeitado até hoje como físico, geômetra e matemático
É dele esta famosa frase: "Dá-me um ponto de apoio e,
com uma alavanca, eu levantarei o mundo”,
Os movimentos religiosos da Igreja aplicaram essa
palavra “alavanca” para a oração, porque a oração tem
poder de “remover montanhas" ou até de expulsar o
demônio.
Certa vez um homem levou seu lilho possesso para
os Apóstolos curarem. Estes ordenaram para que o
demônio saísse do menino, mas o demônio não saiu
Depois o homem levou o filho a Jesus, e Jesus expulsou
o diabo. Então, no tim do dia, os Apóstolos perguntaram
ao Mestre:
- Por que nós não conseguimos curar o menino, e o
senhor conseguiu?
E Jesus respondeu-lhes:
- Essa casta de demônio não se expulsa a não ser
com muita oração e jejum (Cf. Mc 9, 14-29).

AS PRINCIPAIS INTENÇÕES

No começo da Missa vimos que existe a Oração Coleta. É uma


oração breve, proferida pelo Presidente, a fim de colocar a Assembléia
em clima de fé para ouvir a Palavra de Deus. Ágora vem um espaço
mais abrangente para a oração, onde os fiéis também colocam
publicamente as suas intenções. Por isso se chama "Oração dos
Fiéis". Vem logo após a Profissão de Fé (ou após a homilia, se não
houver Profissão de Fé).
A Oração dos Fiéis encerra a Liturgla da Palavra, É a Palavra de
Deus feita oração. Depois de ouvirmos a Palavra de Deus e de
professarmos nossa fé e confiança em Deus que nos falou, nós
colocamos em Suas mãos as nossas preces de maneira oficial &

72
coletiva E fazemos essas orações confiando em Jesus, que disse
“Pedi e recebereis, buscai e encontrareis, batei e a poria se abrira
Porque todo o que pede, recebe, o que busca, encontra, e a quem
bate se abrirá" (Mt 7,7-8).
Essa Oração dos Fiéis é também chamada "Oração Universal”, ou
mesmo, como dizem alguns, 'Preces da Comunidade”. O Missal
Romano, falando sobre a Oração dos Fiéis, diz o seguinte: 'Na Oração
Universal ou oração dos fiéis, exercendo a sua função sacerdotal, O
povo suplica por todos os homens. Convém que, normalmente, se
faça esta oração nas Missas como povo, de tal sorte que se reze pelas
seguintes intenções:
- pelas necessidades da Igreja;
- pelos poderes públicos e pela salvação de todo o mundo;
- pelos que sofrem qualquer necessidade,
- pela comunidade local.

LITURGIA E VIDA

Cabe à Equipe de Liturgia a iniciativa de ver as intenções próprias


nas diversas circunstâncias naquela Igreja local, pois a Missa deve
ser algo que interesse à comunidade, que toque à vida de seus
participantes. Em outras palavras, a Missa é um ato litúrgico de uma
Igreja “viva”, concreta, encarnada, que enfrenta os problemas reais
do dia a dia. Por isso, o Concílio permite maior criatividade em certas
partes da Missa, como na Oração dos Fiéis, possibilitando que a fé
expresse algo vivencial,
Acabou aquele tempo em que os leigos iam à Igreja para "assistir"
à Missa de maneira passiva. O Concílio lembrou que os fiéis par-
tlcipam ativamente do culto, em decorrência de seu Batismo. Como
balizados, todos nós participamos da missão do próprio Cristo, que
é Sacerdote, Profeta e Rel. O leigo pode e deve exercer o "sacerdócio
comum”, pelo qual celebra a santa Missa juntamente como sacerdote.
O cristão leigo é co-responsável na Igreja. Assume com alegria e
responsabilidade aquilo que é do Interesse de sua comunidade. À
Paróquia é uma comunidade viva, que tem na Missa o seu ponto mais
elevado.

73
REZAR JUNTOS

À Liturgia deve ter a força de converter os que duvidam e fortalecer


os que vacilam. Quem entrasse na Igreja, por engano, na hora da
Missa, deveria sentir-se atraído pela fé viva e alegria contagiante que
unem a todos num só coração e numa só alma.
Mesmo que o meu pedido não seja pronunciado em voz alta, eu
posso colocá-lo na grande oração da comunidade, Assim, minha
oração se torna oração de toda a Igreja e adquire um crédito maior
O que não posso fazer na Missa são as orações pariculares, como
leitura de livros piedosos, novenas e mesmo a oração do terço. Na
Missa, reza-se “a Missa”.
Na Oração dos Fiéis, a introdução e a conclusão são feitas pelo
Presidente. As outras preces são feitas pelos fiéis, em voz alta Em
geral, as preces terminam com um apelo à comunidade, como este
“Rezemos ao Senhor!" Ao que a Assembléia responde, mais ou menos
assim: "Senhor, escutal a nossa prece!”.
Durante a Oração dos Fiéis, todos ficam de pé, pois é a posição
própria do orante. Assim rezavam os primeiros cristãos.

TESTE

1. O que Jesus falou sobre a oração?


2. Por que se compara a oração a uma alavanca?
3. O que o Batismo nos faz?
4. Como deve ser a Liturgia?
5. Em que lugar da Missa está a Oração dos Fiéis?
6. Quais as intenções fundamentais da Oração dos Fiéis?
7. Você gosta de orar com a comunidade? Por quê?
8. A comunidade paroquial tem sentido para você?

LEITURA BÍBLICA: 1 Tm 2, 1-0


|

74
214. LITURGIA EUCARÍSTICA

Dizem que um egoísta chamado Tifão morreu e foi


direto para o inferno. Um dia, porém, reconheceu seu
pecado e pediu perdão a Deus. Imediatamente apareceu-
lhe um anjo e lhe disse:
- Tifão, Deus ouviu sua prece e enviou-me para ver se
você praticou algum ato bom que possa justificar sua
entrada no céu.
- O Senhor da Misericórdia, que ato bom poderei ter
feito? Minha vida foi só egoísmo. Estou perdido! - respon-
deu Tifão.
E o anjo insistiu:
- Mas, Tilão, alguma coisinha, como dar à alguém um
copo de água, nem isso você fez?
- Nem isso - respondeu ele.
- É como você tratou os animais, Tifão?
- Bendito seja Deus! - respondeu ele - Um dia tirei o
pé para não pisar numa aranha.
- Bem-aventurado é você, Tifão! - disse o anjo - Só
por isso Deus lhe dará o céu, com uma condição: nunca
mais seja egoísta.
E, no mesmo instante, desceu do céu uma corda
grossa, feita de fios de aranha. Tifão agarrou-se nela e
começou a subir. Foi subindo, subindo... Quando estava
perto do céu, olhou para baixo e viu alguns companheiros
de sofrimento tentando pegar a ponta da corda para subir
também. Então lhes disse;
- Larguem! Essa corda é só para mim!
Imediatamente a corda rompeu-se, e ele caiu.

CEIA E SACRIFÍCIO

A lenda da corda nos ajuda a entrar no espírito da Liturgia


Eucarística, onde o mesmo pão é repartido para muitos Irmãos. A
Eucaristia reúne duas coisas: como Sacramento, renova a Cela Pas-

75
cal; e. como Sacrifício, renova o ato redentor de Cristo na Cruz. Pois
na Ceia, Jesus deu aos discípulos 0 seu sanque que ia ser "derramado
pela redenção da humanidade. Dai a Íntima ligação da Eucaristia com
o Sacrifício de Jesus, A Missa, porém, mesmo como Sacriticio, não
tem aquele sentido de “morte”, próprio dos sacrifícios dos pagãos Ela
é o Sacrifício de louvor' do Cristo Ressuscitado que venceu a morte
Graças a Deus, hoje temos a “Missa Comunitária”. Ela é para todos.
Ninguém pode ficar “dono” da Missa, Não pode querer que ela seja
só para si ou só para um determinado falecido. O Sacrifício redentor
de Cristo é universal. Destina-se a toda a humanidade. E não é coma
um bolo que, sendo repartido para muitos, reduz o tamanho da fatia
O valor da Missa é espiritual, infinito para todos.

ASSEMBLÉIA CELEBRATIVA

Na Liturgia Eucarística, todos são “celebrantes" do Mistério da


Salvação. Ninguém “assiste” passivamente. Sao todos convivas do
divino banquete. Cada um deve sentir-se convidado pessoalmente
por Jesus, que é o Presidente “invisivel' da Celebração. O Missal
Romano diz: “Na Missa ou Ceia do Senhor, à Povo de Deus é
convidado e reunido, sob a presidência do sacerdote, que representa
a Pessoa de Cristo para celebrar a memória do Senhor ou Sacrifício
eucarístico. Por isso, a esta reunião local da santa Igreja aplica-se, de
modo eminente, a promessa de Cristo: "Onde dois ou mais estão
reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles" (Mt 18,20).
Ninguém se sinta isolado e esquecido dentro da Missa: Jesus
reuniu em torno da Mesa os seus amigos. Em Cristo, todos se fazem
irmãos, filhos do mesmo Pai, sem distinção entre ricos e pobres
doutores e analfabetos. É como está escrito: “Há um só corpo e um
só espírito, assim como, graças à vossa vocação, fostes chamados à
uma só esperança. Há também um só Senhor, uma só fé, um só
Batismo, um só Deus e Pal de todos, que está acima de todos, por
todos e em todos" (Ef 4, 4-6).
Todos os gestos, palavras, preces e cantos realizados na Liturgia
da Palavra devem levar a Assembléia a participar da Ceia que o Senhor
desejou “ardentemente” celebrar com seus discípulos. E a Missa não
pode ficar reduzida somente àquela hora de rito. Ela deve dar sentido

76
a toda a nossa vida, assim como em todos os dias da semana
devemos estar vivendo a nossa Missa, Liturgia não êsóro e palavras
é sobretudo “vida”.

PRESENÇA DE DEUS E EXULTAÇÃO DA VIDA

Dissemos que Deus está presente na Celebração E esta presença


se manisfesta de vários modos. Jesus se faz presente pelo sacerdote,
que é seu representante; presente pela Assembléia, no meio da qual
o Senhor prometeu estar; presente pela Palavra, que é viva e eficaz;
presente pelo Pão e Vinho consagrados, que são o Corpo e 0 Sangue
do Senhor, Vivo e Ressuscitado.
E a presença de Deus na Missa não é “estática”, mas dinâmica. Não
é uma presença de quem apenas “está all, mas de quem age e
provoca uma grande alegria. À palavra Eucaristia quer dizer “ação de
graças". Mas para os primeiros cristãos significa muito mais: era a
“berakah” dos hebreus. É a Intervenção divina que provoca em nós a
"exultação da vida". É Deus vivo que passa por nós, toca nossa vida
com a sua graça, arrastando-nos para Si e provocando em nós uma
verdadeira “festa”. E essa alegria imensa nos leva a dar graças e a
louvar a Deus. Esse é o sentido original de “Eucaristia”.

TESTE

1. Como é a lenda da corda?


2. Quais os dois aspectos da Missa?
3. Como se manifesta a presença de Deus na Missa?
4. Por que ninguém pode ficar “dono” da Missa?
5. Que é "Eucaristia" ou a "berakah' dos judeus”?
6. Você participa da Missa em comunhão com os outros?

LEITURA BÍBLICA: At 2, 42-47

77
22. PROCISSÃO DAS OFERENDAS

Quando eu estudava no Ipiranga, em São Paulo, um


dia saí para uma caminhada em direção a São Bernardo
Era uma manhã tria do início de maio do ano 1959. À beira
da estrada, havia montes de lixo. E ali estavam dois
meninos lotando de papel um carrinho feito de caixole
sobre duas rodinhas de rolamento. Os meninos eram
muito pobres: cinta de barbante, camisa sem botão, pés
descalços.
Olhei para eles e perguntei-lhes:
- O que vocês estão lazendo?
O mais velho pensou um pouco e disse:
- Eu vou falar, mas é segredo: nós estamos catando
papel para vender e comprar um presente para nossa mãe
no dia das mães. Ela não sabe.
Foi uma grande lição para mim. Aqueles meninos
pobres não estavam pensando neles, mas no presente que
iriam dar à sua mãe. Presente de pobre, dado com amor
e carinho. Lembrava a oferta da viúva no templo, elogiada
por Jesus. Ela deu duas moedinhas pobres, mas valiam
mais que os donativos caros dos ricos, porque, como
disse Jesus, ela "dava tudo o que possuia” [Lc 21,1-4).

O QUE DIZER DA PROCISSÃO DAS OFERENDAS?

A procissão das oferendas não é colsa que precisa ser realizada.


Não faz parte essencial da Missa. É um ato opcional. Faz-se quando
tem uma razão especial, Se estiver virando rotina e perdendo o
sentido, até é bom não se lazer mais. E, quando há Procissão do
Ofertório, deve haver alguma colocação do Comentarista, explicando
o sentido das ofertas, sobretudo quando se leva alguma coisa não
litúrgica, como em caso de Missa de formatura ou aniversário da
cidade. As ofertas não podem ficar “isoladas”, mas devem ter um
significado e ajudar a participação da comunidade na Liturgia.

78
No Início da Missa o Presidente com os Ministros ficam nas
cadeiras em frente do altar. Eles não vão para o altar porque este
representa a mesa da Cela, que começa propriamente na Liturgia
Eucarística. Mas, terminada a Oração dos Fiéis, o Presidente e os
Ministros vão para o altar a fim de prepararem as oferendas

Nesta altura o altar está preparado: corporal estendido no centro,


como uma toalhinha, missal aberto, o cálice e a patena com a hóstia
grande do sacerdote. Segundo alguns entendidos, a hóstia grande
não deve ser separada na patena, mas vir junto, na âmbula, com as
hóstias dos fiéis, para não tirar o sentido de unidade do Presidente
com a Assembléia, na comunhão. Às pessoas que trazem as oleren-
das em procissão, não as trazem apenas em seu nome, mas
representando toda a comunidade. Por isso, as pessoas que trazem
as ofertas devem ser dignas representantes da comunidade, pois O
seu trabalho, a sua fé, o seu amor, a sua vida cristã devem cor-
responder aquilo que, realmente, é o povo de Deus ali presente.
Durante essa procissão, canta-se o Canto do Ofertório.
As principais ofertas são O pão e o vinho. Podem-se trazer outas
coisas, como ramos de trigo, cachos de uva, água, flores... Antiga-
mente os cristãos traziam de suas casas o pão a ser consagrado. Hoje
esse sentido de trazer" fica simbolizado pela Procissão das Ofertas.
Essa caminhada, levando para o altar as ofertas, significa que o pão
e o vinho estão saindo das mãos do homem que trabalha. Às demais
oferendas representam igualmente a vida do povo: a flor, simbolo do
amor e da gratidão; a coleta em dinheiro, fruto do trabalho e da
generosidade dos fiéis; os alimentos e vestes são o gesto concreto
da fraternidade dos cristãos.

NOSSA OFERTA É UM DIREITO DIVINO

Na hora do Ofertório, colocamos na cesta a nossa oferta para


conservação e manutenção da casa de Deus. Não é uma “esmola”.
Deus não é mendigo: é o Senhor de nossa vida. Ele não precisa de
uma esmolinha, mas merece nossa gratidão, em sinal de retribuição
a tantos benefícios que dele recebemos. Infelizmente há quem dá um
miudinho" que, se desse a uma criança, esta não o aceitaria. É hora
de mostrarmos a nossa generosidade. A oferta tem também um

To
senti á
pipa educativo. É um gesto espontâneo e consciente, bem
ngeénco, que deve representar nosso desapego e nossa libertação
Assim está na Biblia: “Cada um dé com liberdade de coração, sem
constrangimento, pois Deus ama a quem dá com alegria (2 Cor97)
Se nossa oferta não for sinalde amor e gratidão, é melhor não darmos
nada. Olhe o que o Senhor nos fala através do Proleta Malaquias:
Quando ofereceis em sacrifício um anima! cego, não é isto um
mal? E quando trazeis um animal coxo ou doente, isto não é mai?
Vamos, oferecei-o ao vosso governador para ver se ele ficará con-
tente convosco e vos dará, de bom grado, a recompensa!” (MI 1,8)
Outra condição para Deus aceitar a nossa oferia é que estejamos
em paz com nossos irmãos. A [é não pede apenas a minha comunhão
com Deus, mas também com os irmãos. Jesus disse:
“Se ao apresentares a tua oferenda ao altar, aí te lembrares de que
teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa aí a tua oferta diante do
altar e vai primeiro reconciliar-le com teu irmão. Depois vem e
apresenta a tua oferenda” (Mt 5, 23-24).

TESTE

1. Quais as ofertas sem as quais não há Missa?


2. Como era a oferta do pão antigamente?
3. É necessário fazer Procissão das Oferendas?
4. Que significam as diversas oferendas?
5. Que sentido tem nossa oferta em dinheiro?
6. Que disse o Profeta Malaquias sobre a oferta?
7. Você dá sua oferta com generosidade e alegria?
B. E o dízimo, você paga?

LEITURA BÍBLICA: At 5, 1:11


23. APRESENTAÇÃO DO PÃO E DO VINHO

Um mendigo caminhava pela estrada na esperança


de ganhar alguma esmola. Na sua sacola ele levava um
pão velho. Cansado e sujo, o andarilho, cada pouco,
olhava para frente e para trás, a fim de ver se apontava
alguém no caminho deserto. De repente, avistou uma
carruagem ao longe, na curva da estrada. E, na medida em
que a carruagem se aproximava, ele ficava mais feliz, pois
havia percebido que era o príncipe com sua comitiva. O
mendigo pôs-se à beira da estrada e ficou acenando para
que parassem. A carruagem parou. O mendigo, cheio de
esperança, estendeu a mão e disse ao príncipe:
- Dá-me uma ajuda, por misericórdia!
Com muita surpresa, porém, ouviu o príncipe dizer-
lhe sorrindo:
- Eu é que te peço um pedaço de pão!
O mendigo ficou desapontado. Quebrou uma ponti-
nha do seu pão e deu ao principe:
À carruagem seguiu em frente. Desapareceram na
estrada empoeirada. Depois de andar muito, o mendigo
levou a mão na sacola, pegou o pão, olhou e teve grande
surpresa: havia um pedacinho minúsculo de ouro, do
tama-nho da pontinha de pão que ele havia dado ao
principe. Então, muito arrependido, pensou: "Que burro tui
eu! Por que não dei o pão inteiro?"

O NOSSO PÃO E O NOSSO VINHO

Na Missa nós oferecemos a Deus o pão e o vinho que, pelo poder


do mesmo Deus, mudam-se no Corpo e no Sangue do Senhor. Deus
aceita a nossa oferta e a transforma numa dádiva de valor infinito, que
é a própria Divindade. Sempre que colocamos nas mãos de Deus
aquilo que está em nossas mãos, acontece a maravilha do milagre,
como aconteceu com os cinco pães e os dois peixes.

si
O President “ta Celebração recebe as ofertas da comunidade e as
apresenta a Deu: Um povo de fé não traz apenas pão e vinho mas
no pão e no vinho, oferece a sua vida Um dia o pão foi uma semente
que 0 lavrador semeou na terra e cultivou com amor e esperança.
Depois colheu com alegria o fruto de seu trabalho e o colocou sobre
o altar, Deus pega nossa olerta e a transforma em “pão da vida e vinho
da salvação”.

RITO DO PÃO E DO VINHO

O Presidente olerece o pão a Deus, dizendo:


“Bendito sejais, Senhor, Deus do universo,
pelo pão que recebemos de vossa bondade,
fruto da terra e do trabalho do homem,
que agora vos apresentamos
e para nós se vai tornar pão da vida!
E a Assembléia responde:
- Bendito seja Deus para sempre!
Al o sacerdote coloca a hóstia dobre o corporal e prepara o vinho
para oferecé-lo do mesmo modo. Antes, porém, ele põe algumas
gotas de água no vinho, dizendo: “Pelo mistério desta água e deste
vinho, possamos participar da divindade de vosso Filho, que se
dignou assumir a nossa humanidade”.
Como se vê, a mistura da água no vinho simboliza a união da
natureza humana com a natureza divina. Na sua Encarnação, Jesus
assumiu a nossa humanidade e reuniu, em Si, Deus e o Homem. E,
assim como a água colocada no cálice torna-se uma só colsa com 0
vinho, também nós, na Missa, nos unimos a Cristo para formar um só
Corpo com Ele. Em seguida, o Presidente eleva o cálice e diz:
"Bendito sejais, Senhor, Deus do universo,
pelo vinho que recebemos de vossa bondade,
fruto da videira e do trabalho do homem,
que agora vos apresentamos
e para nós se vai tornar vinho da salvação!"
Aqui também a Assembléia responde:
- Bendito seja Deus para sempre!

52
desce de
O povo pensa que a bênção é sempre alguma coisa que
ão
Deus para os homens. Mas não é só Isso. No sentido bíblico, à bênç
de
pode subir dos homens para Deus, em forma de louvores e ação
graças. Abençoar é bendizer. Então o homem bendiz ou abençoa à
Deus, porque em vão seria o seu trabalho de semear e cultivar a terra.
se Deus não fizesse a semente nascer e a planta crescer.
Nós bendizemos a Deus nessa hora, não só porque Ele fez cair a
chuva e produzir trigo e uva, mas, sobretudo, porque Ele faz o milagre
de mudar o nosso pão e o nosso vinho no Corpo e no Sangue do
Senhor. Nós bendizemos a Deus porque o pão comum que
oferecemos val se tornar para nós o “Pão da Vida”, e o vinho vai se
tornar “Vinho da Salvação”. Essa é a grande dádiva: nós recebemos
incomparavelmente mais do que aquilo que oterecemos. Por isso
bendizemos.
Nota: O vinho deve ser puro, de uva. E as hóstias também devem
ser de trigo puro, não fermentado. Antes da consagração, as hóslias
são simplesmente pão, como qualquer outro pao sem mistura.
O cálice com vinho e a âmbula com as hóstias para a comunidade
ficam sobre o corporal, no centro do altar, junto da hóstia grande do
Presidente, que é colocada sobre a patena.

TESTE

1. O que o Presidente diz ao apresentar o pao?


2. E que diz ao apresentar o vinho?
4. Por que se mistura um pouco de água no vinho?
4. Que significa "Bênção? Quais os sentidos?
5. Como devem ser o vinho e as hóstias?
6. Como se chama o objeto onde ficam as hóslias?
7. Você sabia que sua vida deve estar unida à de Jesus?

LEITURA BÍBLICA:Mt 14, 13-21

83
24. ÚLTIMAS ORAÇÕES DO OFERTÓRIO
Adão e Eva tiveram muitos filhos e filhas. À Biblia
menciona especialmente dois: Caim e Abel, pela seguinte
razão: o primeiro representa o mal, O segundo representa
o bem,
Caim era agricultor e Abel era pastor de ovelhas.
Certo dia eles ofereceram sacrifícios a Deus. Abe!
ofereceu uma ovelha e Caim ofereceu frutas. Deus aceitou
o sacrifício de Abel e ndo aceitou o de Caim, certamente
porque Abel ofereceu a ovelha com alegria e Caim
ofereceu suas frutas com má vontade. Porisso, Caimlicou
revoltado. O seu coração se encheu de ciime e de ódio
contra seu irmão. Tanto é que um dia ele acabou malando
Abel com uma paulada.

A OFERTA AGRADÁVEL A DEUS

Quando oferecemos um presente, devemos fazer duas coisas: ver


se o presente é agradável à pessoa que vai receber, e dar ess
presente com amor e alegria. De fato é assim que procuramos fazer
Antes de dar uma camisa a alguém, procuramos saber que número
aquela pessoa veste e de que cor ela gosta.
Santa Teresinha dizia que queria não só obedecer aos Mandamen-
tos mas fazer o “capricho” de Deus até nas menores coisas. E, quanto
áquilo que agrada a Deus, podemos adiantar uma coisa: Ele não
aceita sacrifícios de quem não sabe amar. Jesus disse: "Quero
misericórdia e não sacrifício" (Mt 12,7).
Deus não aceita sacrilícios de quem não tem reta intenção ou o faz
por mera formalidade. São Paulo escreveu aos cristãos de Roma: “Eu
vos exorto, irmãos, pela misericórdia de Deus, que apresenteis vossas
vidas como hóstia viva, santa e agradável a Deus. Seja este o v0559
culto espiritual* (Am 12,1).
Neste Encontro vamos ver as últimas orações do Ofertório. Elas
falam que nosso sacrifício é aceito por Deus quando temos um
coração purificado e humilde. Depois de ter colocado o cálice sobrê
o corporal, o Presidente Inclina-se diante do altar e reza em voz baixa

84
“De coração contrito e humilde, sejamos, Senhor, acolhidos por vos,
e seja o nosso sacrifício de tal modo oferecido que vos agrade,
Senhor, nosso Deus!" Essa oração é tirada do Livro de Daniel. Depor-
tado para Babilônia, o Povo de Israel estava longe do Templo e não
podia oferecer a Deus os sacrifícios de cordeiros e bois. Então Azarias
fez essa bela oração, oferecendo a Deus o seu sacrifício espiritual.

INCENSAÇÃO E PURIFICAÇÃO DAS MÃOS

Quando a Missa é solene e festiva, costuma-se fazer a incensação


do altar, do Presidente da Celebração e da Assembléia. O incenso tem
um simbolismo: significa que aquele sacrifício deve subir até Deus,
como a fumaça. Não tem nada de magia, de coisa de macumba, de
relação com os espíritos maus. Não é uma “defumação”.
Antigamente a comunidade levava para o altar ofertas como
alimentos e outros objetos que poderiam sujaras mãos do Presidente.
Por isso, ele lavava as mãos. Hoje, além da purificação das mãos, tem
também o sentido de uma purificação espiritual do ministro de Deus,
Por isso, ao lavar as mãos, o Presidente ora em voz baixa: 'Lavai-me,
Senhor, das minhas faltas e purificai-me do meu pecado”. Essa oração
é tirada do Salmo 50,4. Lembra Davi pedindo perdão de seu pecado.
O sacerdote não está junto do altar como alguém que intercede
por um povo passivo. Não. A oração deve partir também da comu-
nidade, que se constitui numa "Assembléia celebrativa”. Por isso, O
Presidente se volta para o povo e pede: "Oral, irmãos, para que O
nosso sacrifício seja aceito por Deus Pai todo-poderoso!"
E a Assembléia responde: “Receba o Senhor por tuas mãos este
sacrifício, para glória de seu nome, para nosso bem e de toda a santa
Igreja". Veja que, em primeiro lugar, está a glória de Deus.

ORAÇÃO SOBRE AS OFERTAS

Esta oração chamada “Sobre as Ofertas" tinha, antigamente, O


nome de “Secreta”, porque era rezada em voz baixa pelo celebrante.
Pode-se também dizer “Oração Sobre os Dons”. A finalidade dessa
oração é colocar nas mãos de Deus os dons que trouxemos para O
santo Sacrifício, como vimos já nas orações anteriores. É um modo
de Insistir na mesma colsa diante de Deus, bem ao gosto do Evange.
lho, como ensina Jesus na parábola do homem que foi pedir ao amigo
um pão, altas horas da noite. Este estava dormindo, mas o homem
bateu até que ele veio atender (Lc 11,5-8). Ou como está na parábola
do juiz e da viúva, o qual a atendeu devido à sua insistência (Lc 18,1-8)
Com a Oração sobre as Ofertas termina a parte do Olertário
Inicia-se agora a Oração Eucarística ou Anáfora, que começa como
Prefácio. Estamos entrando no "coração" da Celebração, que é o
Mistério da presença real de Jesus no pão e no vinho consagrados.
Para isso é que fizemos toda essa purificação de vida. Todo respeito
ainda é pouco para entrarmós no “santo dos Santos' da Celebração.

TESTE

1. Qual a condição para Deus aceitar nossa oferta?


2. Como deve ser o sacrifício? Que pede Deus?
3. Ao darmos um presente, o que devemos saber?
4. Que disse Santa Teresinha? E São Paulo?
5. Que signífica o incenso?
6. Por que o Presidente lava as mãos?
7. Por que se faz a Oração sobre as Ofertas?
8. Você se prepara espiritualmente para a Missa?
9. A sua oferta é agradável a Deus?

LEITURA BÍBLICA: Is 1, 10-20


25. PREFÁCIO E SANTO

Moisés pastoreava o rebanho de seu sogro Jetro, em


Madian. Foi avançando pelo deserto e chegou ao Monte
Horeb, que é o Monte de Deus. Ali viu uma sarça de fogo
E ficou admirado, porque o arbusto eslava em chamas e
não se consumia. Então Moisés pensou: Quero chegar
mais perto para ver como é isso”. Vendo que Moisés se
aproximava da sarça ardente, Deus lhe disse: "Moisés,
Moisés!" Ele respondeu: “Eis-me aqui!" Ai o Senhor lhe
disse: “Não te aproximes deste lugar! Tira as sandálias,
pois o lugar onde estás é santo” (Cf. Ex 3, 1-5).

O TEMPLO DE JERUSALEM E NOSSAS IGREJAS

Para os judeus, santo era todo o lugar onde Deus se manifestava,


porque Deus é santo. De maneira especial, santo era o Templo. E, no
Templo. havia uma parte santíssima, chamada “o santo dos santos”.
Ai só o sumo sacerdote entrava, e uma vez por ano apenas, para O
sacrifício expiatório. Era uma sala que ficava bem no interior do
Templo, cercada de muito respeito e relevância, pois ali estava a Árca
da Aliança. Tinha também o nome de Tabernáculo. Só depois de se
purificar é que o sacerdote podia entrar ali, Era um lugar temível,
intocável, pois Deus tinha ordenado a Moisés: “Diga a toda a
assembléia dos filhos de Israel: Sede santos, porque eu, o Senhor
vosso Deus, sou santo” (Lv 19, 1-2).
Lembramos que hoje, em termos de presença de Deus, o mais
simples templo católico é mais Importante que o Templo de
Jerusalém, porque tem dentro de sl, não a Árca da Aliança, mas O
próprio Cristo, Deus Vivo, presente no sacrário, com aquela luzinha
acesa ao lado. Ele é o verdadeiro "Santo dos Santos”.
Estamos fazendo esta observação porque agora vamos estudar O
Prefácio e o "Santo" da Missa,

87
O PREFÁCIO

Terminada a Oração sobre as Ofertas, começa o diálogo que nos


introduz no Prefácio. É o seguinte:
Presidente: O Senhor esteja convosco!
Assembléia: Ele está no meio de nós.
Presidente: Corações ao alto!
Assembléia: O nosso coração está em Deus.
Presidente: Demos graças ao Senhor nosso Deus!
Assembléia: É nosso dever e nossa salvação
Esse dialogo é sempre o mesmo em todos os tempos do Ano
Litúrgico. Em seguida vem o Prefácio, que é variável. Há um ou mais
para cada tempo da Liturgia. Por exemplo: Prefácios do Advento. do
Natal, da Epifania, da Quaresma, da Paixão, da Páscoa, da Ascensão
do Senhor, do Pentecostes, de Cristo Rei, da Eucaristia, da Santissima
Trindade, de Nossa Senhora, de São José, dos Apóstolos, dos Santos.
dos Mártires, dos Pastores, das Virgens e Religiosos, dos Anjos, dos
Mortos e diversos Prefácios do Tempo Comum, além de alguns
Prefácios especiais que fazem parte da Oração Eucarística
O Presidente reza o Prefácio de braços abertos. E cada Prefácio
tem algumas palavras próprias, relerentes à festa que se celebra. Por
exemplo, no Natal fala do nascimento de Jesus, na Páscoa faz
referência a Cristo ressuscitado.
O Prefácio é um hino de "abertura" que nos introduz no Misterio
Eucarístico. Por Isso, o presidente convida a Assembléia para elevar
os corações a Deus, dizendo: "Corações ao alto!”. E um hino que
proclama a santidade de Deus e dá graças ao Senhor.

O "SANTO"

O final do Prefácio é sempre igual. Termina com esta aclamação


"Santo, Santo, Santo, Senhor, Deus do universo! O céu e a terra
proclamam a vossa glória. Hosana nas alturas! Bendito o que vem em
nome do Senhor! Hosana nas alturas!"
Às vezes, quando o "Santo" é cantado, mudam-se algumas pala
vras. Mas o sentido deve permanecer o mesmo. Em geral, é cantado

SR
nas Missas dominicais e recitado nas Missas simples do meio da
semana,
O "Santo" é tirado do profeta Isalas (6,3), o qual teve a seguinte
visão: Serafins, no Templo, aclamavam em alta voz: "Santo, Santo,
Santo é o Senhor Deus dos exércitos! Toda a terra está cheia de sua
glória!” A repetição, dizendo três vezes “Santo”, é um reforço de
expressão para significar o máximo de santidade. É como se dissesse
que Deus é “Santíssimo”.
O que o profeta Isaías deixa bem claro, nessa passagem, é que ele
é um homem de lábios impuros, indigno de falar em nome de Deus,
e que, no entanto. viu a glória do Senhor no templo. Por isso estava
atemorizado e dizia: “Ai de mim, estou perdido!” Então veio um anjo
e purificou os seus lábios com uma brasa viva. Esta passagem & uma
lição para nós, que participamos da Eucaristia. Também nós somos
pecadores, de lábios impuros, e estamos nos preparando para
receber o Corpo do Senhor em nossa boca. Não nos esqueçamos de
que Deus é “três vezes Santo”, isto é, Santíssimo, Senhor do céu e da
terra, e que em seu nome vem a nós o Cristo, a quem devemos
bendizer: “Bendito o que vem em nome do Senhor!"

TESTE

1. O que é o Prefácio? Como começa”


2. Há um só ou mais Prelácios? Dê exemplos?
3. Como termina o Prefácio?
4. De onde velo o “Santo?
5. Por que se diz três vezes “Santo”?
6. Que era o “Santo dos Santos" no Templo?
7. Por que Isalas ficou atemorizado em sua visão?
8. Você respeita e reverencia o nome de Deus?

LEITURA BÍBLICA: Is 6, 1-8

B9
26. CONSAGRAÇÃO DO PÃO E DO VINHO

Na Copa do Mundo de 1974, uma hora antes de


começar o jogo da Polônia, eu disse a um artista polonês
que decorava o painel da Igreja de Barirl, SP;
- Aristark, o senhor não vai ver o jogo?
- Não vou - respondeu-me ele - pois existe mais beleza
num grão de feijão que nasce do que numa bola que bate
na rede.
Acho que o pintor polonês tinha razão. O nascimento
e o crescimento de uma semente é um espetacular
milagre. Nós só não ficamos admirados porque virou
rotina. Um eucalipto de vinte metros de altura, um dia
esteve todinho dentro de uma pequenina semente. À
chuva, a terra, o sol e o tempo deram condições para que
aquela sementinha viesse a ser uma gigantesca árvore
Tanto é que, se a semente fosse de laranja ou de abacate,
à árvore seria uma laranjeira ou um abacateiro, porque a
árvore estava todinha concentrada dentro daquela se-
mente.

ASSIM É NA CONSAGRAÇÃO

De maneira mais admirável ainda é a transformação do pão e do


vinho na hora da consagração, na Missa. Por ordem de Cristo, o
Presidente da Celebração pega o pão e o apresenta à Assembléia,
falando as palavras que Jesus mandou dizer: “Tomai, todos, e come,
istO é O meu corpo que será entregue por vós”. E aquele pão se muda
no Corpo do Senhor. À mesma coisa o sacerdote faz com o cálice de
vinho, que se torna o Sangue de Jesus.
Mais eficaz que a terra e a chuva, que translormam a semente em
árvore, é a Palavra de Deus, que muda o pão e o vinho no Corpo e
sangue do Senhor. À Palavra de Deus é eficaz, Isto é, realiza aquio
que diz. Deus disse: "Haja luz!" E imediatamente houve luz (Gn 1,3).
Lembramos que, especialmente na Missa, o sacerdote age “in per-
sona Christi", isto é, em lugar da pessoa de Cristo. É como se Jesus

80
estivesse pessoalmente presidindo a Celebração. Tanto é que o padre
diz “Isto é o meu corpo, e aquele pão não se torna o corpo do padre,
mas o Corpo de Cristo. Porque ele celebra por ordem Jesus. que
disse: “Fazei isto em memória de mim" (CI. Lc 22,15).

ORAÇÃO EUCARÍSTICA

Com o Prefácio entramos na Oração Eucarística ou Anafora, que


val até as palavras: “Por Cristo, com Cristo e em Cristo”, antes do Pai
Nosso. À Oração Eucarística é o centro e o coração da Celebração.
Não é “mais uma oração” da Missa, mas a Própria Missa.
Antes do Concílio havia uma só forma de Oração Eucarística. Agora
existem várias. À mais comum é a Segunda, da qual são tirados muitos
exemplos aqui citados.
Momentos antes da Consagração, o Presidente estende as mãos
sobre o pão e o vinho e pede ao Pai que os santífique, enviando sobre
eles o Espírito Santo. Depois recorda o que Jesus fez na Ceia e
pronuncia as palavras da Consagração, que agora, no novo Missal
Romano, são:
"TOMAI, TODOS, E COMEI: ISTO É O MEU CORPO, QUE SERÁ
ENTREGUE POR VÓS".
Em seguida, o Presidente recorda que Jesus tomou o cálice em
suas mãos, deu graças novamente, e o deu a seus discípulos, dizen-
do:
“TOMAI, TODOS, E BEBEI: ESTE É O CÁLICE DO MEU SANGUE, O
SANGUE DA NOVA E ETERNA ALIANÇA, QUE SERÁ DERRAMADO POR
VÓS E POR TODOS, PARA REMISSÃO DOS PECADOS. FAZEL ISTO EM
MEMÓRIA DE MIM".
Depois da consagração do pão, o Presidente levanta a hóstia à
vista da Assembléia. Em seguida faz uma genullexão para adorar
Jesus presente no Santíssimo Sacramento. O mesmo ele faz após a
consagração do vinho.
No momento da Consagração, a Assembléia deve ajoelhar-se e
levantar-se logo em segulda. Em certas celebrações, como nas comu-
nidades neocatecumenais, costuma-se ficar de pé, mesmo na hora
da Consagração. Nesse caso, a Assembléia faz uma profunda

91
inclinação de cabeça no momento em que o Presidente eleva a hóstia
e o cálice. O texto escrito com letras malúsculas constitui propria-
mente a Consagração. Aí é que o pão e o vinho se mudam no Corpo
e no Sangue do Senhor. Nessa hora deve haver silêncio total. Nada
de “fundo musical”. As palavras da Consagração não podem ficar
divididas com nada,

"FAZELISTO!"

Queremos chamar a atenção para esta ordem que Jesus deu no


final da Ceia: “Fazei Isto em memória de mim!" A Igreja celebra a Missa
não só porque é um ato de pledade bom e bonito, mas para cumprir
a vontade expressa de Jesus, que mandou celebrar a Ceia,
E sabemos que, desde o início da Igreja, a Missa foi celebrada,
começando pela primeira comunidade crista, que foi a de Jerusalém
No início, os cristãos não falavam "Missa", mas fração do pao,
porque o pão consagrado era partido e distribuído (Cl. Al 2,42). São
Paulo fala da Missa celebrada na comunidade de Corinto no seu
tempo (Cf. 1 Cor 11, 17-34). Menciona também Missas celebradas por
ele (Cf. AL 20, 7-11).

TESTE

1. Que é Oração Eucarística?


2. O padre faz a vez de quem? Explique isso.
3. Com que palavras o padre consagra o Pão?
4. E com que palavras consagra o vinho?
5. Que ordem Jesus deu no final da Ceia?
6. Qual foi o primeiro nome da Missa?
7. Você crê na presença de Jesus na Eucaristia? Por quê”?

LEITURA BÍBLICA: Mt 26, 17-23


27. "EIS O MISTÉRIO DA FE!"
Certa vez, na velha Grécia, um mestre perguntou a
seus alunos: Quando um homem e um bo! olham para um
prédio, eles estão vendo o mesmo prédio ou vêem duas
coisas diferentes?
- Estão vendo o mesmo prédio - disseram.
Mas o mestre não concordou. E explicou:
-O prédio é o mesmo, mas a maneira de ver é
diferente. O homem vê o prédio como homem e o boivê o
prédio como boi. O prédio que está na cabeça do homem
pode ser diferente do prédio que está na cabeça do boi.
De fato, quando uma coisa entra na mente da pessoa,
toma a forma do pensamento daquela pessoa. À mesma
música é triste, se a pessoa está triste, e é alegre, se a
pessoa está alegre. Passando agora para o assunto do
nosso Encontro, vamos ver que uma coisa de fé pode ter
muito sentido para quem crê e pode não signilicar nada
para quem não crê.

ASSIM É DIANTE DA EUCARISTIA

Terminada a Consagração, o Presidente da Celebração proclama


solenemente, mostrando o Sacramento: - Eis o Mistério de nossa fé!
E a Assembléia responde:
- Ânunciamos, Senhor, a vossa morte e proóclamamos a vossa
ressurreição. Vinde, Senhor Jesus!
Nota: Há outras formas de resposta além desta. Sabemos que o
Cristo presente no Pão consagrado é um só e o mesmo para todos.
Mas nem todos o estão vendo com a mesma fé. Tanto é que alguns
não respondem nada. Pode ser que nem estejam crendo. E entre as
pessoas que vão comungar? Será que todas estão comungando com
té? Nem sempre. O Cristo é o mesmo, mas alguns podem estar
comungando sem fé. E quem O recebe sem fé, não O recebe para a
sua salvação. Pelo contrário: se estiver comungando com pouco
caso, até faz um pecado. São Paulo diz que tal pessoa “será réu do
Corpo e do Sangue do Senhor" (Cf. | Cor 11,27).

93
DIANTE DA NATUREZA

Existem na natureza muitos lugares lamosos pela sua beleza


extraordinária. Chegam a emocionar o turista. Por exemplo, o Crista
Redentor, no Rio de Janeiro, a Foz do Iguaçu, o Monte Serrat, em
Santos. Os turistas chegam, olham, admiram, tiram fotos e filmam
aquelas paisagens maravilhosas. Mas a pessoa que nasceu nesses
lugares e ali mora há muito tempo, nem liga para aquilo Até não
entende por que os turistas ficam tão admirados. Na verdade, para
quem mora ali ao lado, aquela paisagem extraordinária se lomou
comum. É rotina. Não impressiona.
Coisa semelhante pode acontecer com o cristão diante da Missa
De tanto ir à Missa, já se acostumou com ela. À mudança do pão edo
vinho no Corpo e no Sangue do Senhor virou rotina. Não diz nada
Principalmente, se nunca procurou estudar nada da Missa e tem ido
por simples cumprimento de preceito dominical. Nesse caso, além de
a Missa não ter sentido, passa a ser uma coisa cansativa. Para la!
pessoa a Celebração não val além de um rito vazio que não lhe ci
nada. É mera exterioridade. Ela não descobre a beleza do Mistério
porque não vê com os olhos da fé, nem experimenta a presença de
Deus, porque está totalmente desligada,
O mesmo rosto santo de Jesus foi visto diferentemente por Maria
e por Judas, por Pedro (que chorou) e por Herodes (que fez gozação),
por Gestas (que blasfemou) e por Dimas (que ganhou o paraiso). UM
olhou com ódio e revolta, outro com amor e fé. Por isso os efeitos do
olhar foram contrários e produziram reações diferentes.
Santo Agostinho tala que no Calvário havia três condenados, um
ao lado do outro, na mesma posição, os três crucificados, com uma
diferença: um estava dando a Salvação, outro a estava recebendo, &
o outro a estava perdendo,

A PRESENÇA DO MISTÉRIO

Assim acontece com as pessoas na Missa. Uns olharão para à


hóstia com fé, outros sem fé. Para uns, aquele Pão é o Corpo do
Senhor; para outros, é simplesmente um pedaço de pão comum. Uns

sq
RT
aceitam o Mistério, outros só “acreditam” no que estão vendo com os
não
olhos e apalpando com as mãos, como Tomé. Por isso, a Missa
diz nada para algumas pessoas. E tais pessoas saem da igreja dizen-
do: “Acho a Missa uma colsa tão vazia, tão chocha'
O fato é que estamos diante do Mistério de Deus. E o Mistério so é
aceito por quem crê. À presença real de Jesus no Pão e no Vinho
consagrados é o Mistério dos mistérios. O Presidente da Celebração
oapresenta à Assembléia à manelra de um desafio à té: 'Eis o Mistério
da fá!”
Há um canto eucarístico muito bonito, que se intitula Deus de
Amor, O qual diz assim:
"No Calvário se escondia tua divindade,
mas aqui também se esconde tua humanidade:
creio em ambas e peço, como a bom ladrão,
no teu reino, eternamente, tua salvação!”
Essa é a verdade: na Cruz se via a divindade de Jesus, mas se via
a sua humanidade. Na Eucaristia, porém, não se vê nem a divindade
nem a humanidade do Senhor, mas apenas as aparências do pão e
do vinho, que por milagre são o Corpo e o Sangue de Jesus.

TESTE

1. Que é preciso ter para participar da Missa?


2. O que acontece a quem vai à Missa sem fé?
3. Explique a comparação da natureza com a Missa.
4. O que disse Santo Agostinho?
5. Qual a diferença de Jesus na cruz e na Eucaristia?
6. Você crê no Mistério da Eucaristia?

LEITURA BÍBLICA: Mt 14, 22-36

85
28. CEIA EUCARÍSTICA: SUA ORIGEM

Certo dia, Deus começou a formar um Povo e a fazer


a História com seu Povo: é a História da Salvação Teve
início com Abraão. Abraão morava em Ur, na Caldéia, e
Deus o chamou para habitar uma terra desconhecida,
chamada Canaã. Mais tarde, José, descendente de
Abraão, foi para o Egito e lá o Faraó, que era o rei
nomeou-o Primeiro Ministro do reino.
Então José levou para o Egito seu pai Jacó e seus
irmãos. No começo eram bem iratados. Mas, depois de
muitos anos, os descendentes de Abraão passaram a ser
escravos dos egípcios. Eram obrigados a cuidar de reba-
nhos e a amassar o barro para fazer tijolos. Nessa altura,
já somavam meio milhão de pessoas e ficaram conhecidos
com o nome de Povo Hebreu, Povo de Israel, Povo Judeu
ou Povo de Deus.
Um dia, Deus leve pena de seu Povo e mandou
Moisés tirá-lo da escravidão do Egito. O Faraó não quis
deixar os hebreus sairem, pois, como escravos, traba-
lhavam de graça. Fo! preciso Deus punir o Egito com dez
castigos ou “pragas”. O último castigo foi a morte dos
primogênitos dos egípcios. Morreu até o filho do Faraó
Então o Faraó deixou Israel sair.

A PÁSCOA DOS JUDEUS

Na noite da partida, os judeus fizeram a Ceia Pascal. Páscoa quer


dizer “passagem”. Aqui, é a passagem do Senhor como Libertador
Na Ceia, eles comeram o cordeiro pascal. E, com o sangue do
cordeiro, tingiram o batente da porta de suas casas. Nas casas onde
não houvesse o sangue do cordeiro, quando passasse o “anjo exter-
minador', morreria o primogênito, isto é, o filho mais velho. Foi assim
que morreram todos os primogênitos dos egípcios.
Essa famosa Ceia Pascal passou a ser celebrada todos os anos,
no dia catorze do mês de Nizã. (Fim de março ou começo de abri. E

26
na lua cheia da primeira semana da Primavera, no hemistério Norte).
Isto em cumprimento de uma ordem que Deus havia dado, nodeseno
do Sinai, no segundo ano da saída do Egito, no primeiro mês”. Assim
falou o Senhor a Moisés: "Celebrem os filhos de Israel a Páscoa, no
tempo determinado. No dia catorze deste mês, no crepúsculo
(Cf. Nm 9, 1-5).
E foi dentro dessa Ceia Pascal Hebraica que teve origem a Ceia
Eucarística, celebrada por Jesus com os Apóstolos. Por isso, vamos
ver resumidamente como era (e é até hoje) a Ceia Pascal dos judeus.
E uma Ceia suculenta, muito mais que a nossa Ceia de Natal. Sua
celebração atravessa a noite. Termina ao surgir a primeira estrela da
manhã. Dela participa toda a família, incluindo as crianças. Não é uma
Ceia feita simplesmente de comida e bebida. Nela, toda a História da
Salvação é recordada e vivida, de pai para filho,

ALGUM AITO DA CEIA HEBRAICA

O judeu participa da Cela Pascal, não como quem recorda um


passado que se foi, mas como quem celebra um acontecimento que
se faz presente, Quem preside começa dizendo: "Hoje saberão que é
o Senhor (Javé) quem vai passar. Ele val passar e nos libertar da
escravidão e da morte”. Não se trata do deus estático e morto dos
pagãos, mas do Deus vivo, que passa, arrasta e liberta com mao forte,
dando um sentido novo à vida. E a passagem desse Deus libertador
provoca no seu Povo uma grande alegria ou “exultação da vida”, como
já dissemos.
O judeu senta-se à mesa da Cela Pascal para fazer a sua história”,
não apenas para recordá-la. Na Ceia, ele conta a seus filhos pequenos
O que aconteceu, pois Deus lhe ordenou: "Contarás a teu filho tudo o
que o Senhor fez por ti". Então as crianças perguntam: “Por que esta
noite é tão diferente de todas as outras noites? Nas outras noites nós
vamos para a cama cedo; nós não temos esta Cela..." E os pais
explicam a seus filhos de maneira bem vivencial, colocando-se dentro
da História da Salvação: "Porque fomos escravos no Egito. Se o
Senhor não tivesse tirado nossos pais, nós, nossos filhos e os filhos
de nossos filhos ainda seríamos escravos do Faraó”.
O judeu não diz que Deus tirou daquela escravidão somente Os
antigos. Não. O judeu de hoje estava lá também. Ele se coloca junto

97
dos libertados daquela noite, pols, se não fizer assim, quer dizer que
ainda continua escravo. E uma história viva, Inacabada, que passa
pelos judeus de hoje e para seus filhos como coisa do presente e não
de um passado que se foi.
Um dos momentos bastante significativos da Ceia Hebraica é 3
queima do pão velho. O chefe da família, que preside o riual da Ceia,
percorre todas as partes da casa com uma vela acesa na mão,
bendizendo a Deus e queimando todo resto de pão fermentado que
encontrar. Ele diz: "Senhor, se houver alguma coisa escondida dentro
de mim, que ainda não encontrei ou que eu ignore, faça-a desaparecer
de meu interior". Porque comer do pão velho significa voltar a ter parie
na escravidão do Egito.

A CEIA EUCARÍSTICA

Como bom judeu, Jesus mandou os discípulos prepararem a mesa


para a Ceia Judaica, como ela é. Sobre à mesa mandou Pedro e João
colocarem tudo o que os judeus põem: ervas amargas, que sim-
bolizam o sofrimento na escravidão do Egito, pães ázimos, isto é, sem
fermento; vaso com água; vinagre, sal, ovo cozido e quatro taças ou
cálices com vinho. O terceiro era chamado “cálice da bênção”. Este
é que Jesus mudou no seu sangue. E por isso que São Lucas
menciona mais de um cálice (Cf. Lc 22, 17-20).
A Eucaristia deve ser celebrada com alegria. Mais que a Ceia
Hebraica, ela tem o sentido de “ação de graças”, de exultação plena
da vida diante do infinito amor que Jesus manifesta por nós. A Páscoa
dos judeus é o "memorial" da saída do Egito, celebrada como
a maior
festa de Israel. A Eucaristia é o “memorial” de Cristo Ressuscitado,
libertador do pecado e da morte. Tanto é que, na Ceia, o Senhor disse
aos Apóstolos: "Fazei isto em memória de mim” (Cf. Lc 22,19). E esta
“memória” não é só a recordação da Cela, mas da vida, da mensagem,
da morte e da Ressurreição do Senhor, É o testamento global de seu
amor por nós.
A Eucaristia não é simplesmente uma das coisas que Jesus fez por
nós: é a grande surpresa que Ele nos preparou durante toda a sua
vida. Bem antes, já havia prometido que haveria de nos dar um “pão
vivo descido do céu" e que esse pão seria a sua carne “para a nossa

98
realizar
salvação” (Cf. Jo 6,35-69). E, quando se aproximava a hora de
promessa, Ele mandou Pedro e João prepararem a sala, no
a sua
“andar superior, para a Cela, dizendo-lhes: "Eu desejei ardentemente
comer esta Páscoa convosco” (Lc 22,15).
Como se vê, a Ceia Pascal já existia antes de Cristo, Jesus lhe deu
um novo sentido, introduzindo nela a 'novidade' do seu Corpo e do
seu Sangue. A Ceia Pascal Hebralca deu lugar à Ceia Eucarística. Os
evangelistas não contam como era a Ceia Hebraica porque era
demais conhecida no seu tempo. Eles apenas escrevem o que foi
acrescentado por Jesus, isto é, a novidade do Corpo e do Sangue do
senhor.
Outra coisa: assim como a Páscoa dos judeus unia passado,
presente e futuro, também a Eucaristia tem essas três dimensões. Pois
recorda o que Jesus fez e o torna presente sobre o altar, enquanto
esperamos a sua vinda”.
Lembramos que "Eucaristia' não é sóo Pao e o Vinho consagrados,
mas toda a Celebração ou Missa.

TESTE

1. Como e com quem começou a História da Salvação?


2. O que faziam os hebreus no Egito?
3. Quem levou e quem tirou Israel do Egito?
4. Que quer dizer Páscoa”? E Eucaristia?
5. Como Jesus introduziu na Ceia a Eucaristia?
6. Quais os nomes do Povo de Deus?
7. À Missa tem, para você, um sentido de alegria?

LEITURA BÍBLICA: Le 22,1-20

99
29. EUCARISTIA: DOS APÓSTOLOS ATÉ NÓS

Sdo Justino escreveu coisas interessantes sobrea


Eucaristia celebrada na igreja Primitiva. Seu testemunho é
importante, porque ele nasceu na Samaria, de pais gre gos,
escreveu em Roma, viveu antes do ano 150 e conheceu
todos os lugares por onde se espalhou a Igreja Primitiva
São Justino não escreveu minúcias da Celebração
mas só o essencial, porque sua intenção era dizer ao
imperador romano como os cristãos laziam a sua
“reunião”, pois eram acusados de fazer uma reunião
“estranha”.

O QUE SÃO JUSTINO ESCREVEU

Na Igreja Primitiva, a Eucaristia não tinha a roupagem ritual de hoje


Era bem simples, mas cheia de vida. Ao celebrá-la, os cristãos faziam
a experiência profunda de Cristo Ressuscitado. Era como pôr os pés
na porta da eternidade e contemplar o Mistério.
Nos escritos de São Justino aparecem as seis partes principais da
Celebração Eucarística: a Assembléia celebrativa, a Proclamação da
Palavra de Deus, a Homilia, a Oração dos Fiéis, o Beijo da Paz, a
Anáfora ou Oração Eucarística. Vejamos como ele escreve:
1. Assembléia: São Justino escreveu: “No dia que se chama do sol,
celebra-se uma reunião de todos os que habitam nas cidades e nas
roças". Al aparece uma “reunião” celebrada no “dia do sol, que é o
domingo. Trata-se de uma Assembléia celebrativa.
2. Palavra de Deus: Ele diz que os cristãos "proclamam os escritos
dos profetas ou as lembranças dos Apóstolos". Temos aí a Palavra de
Deus, que não era simplesmente lida, mas proclamada com fé Era a
História da Salvação, vivida e testemunhada com fatos.
3. Homilia: São Justino diz: “Terminada a Leitura, o presidente faz
a exortação”. É a Homilia, onde se colocava a “experiência” da Palavra
de Deus, sem moralismos, Sempre foi feita pelo Presidente.
4. Oração dos Fiéis: São Justino escreveu: "Depois nos levantamos
e elevamos todos juntos as nossas orações”. Chama-se “Oração dos

100
Fiéis: porque era feita pelos batizados, não pelos catecumenos. Era

uma Assembléia que intercedia por toda a comunidade.


5. Beijo da Paz: Diz São Justino: “Terminada à oração, raras
uns aos outros o beijo da paz'. Para eles tinha muito sentido, pois
uma comunidade de irmãos. E a saudação biblica men-
lormavam
cionada nas Cartas de São Paulo. É a hora certa é realmente apos a
Oração, e não antes da Comunhão, como fazemos.
6. Anáfora: São Justino escreveu; “Em seguida, como já dissemos,
toma-se o pão e o vinho, e o presidente, com todas as suas forças,
faz igualmente subir a Deus a ação de graças. É todo o povo aclama
dizendo Amém". É a Anáfora ou Oração Eucarística. Na Igreja
Primitiva, O Presidente, inspirado por Deus, “criava' a Oração na hora.
Depols foi feito o “"cânon' ou fórmula fixa, para evitar abusos de
improvisações. De fato, a Oração Eucarística é uma exultante ação
de graças, seguida da Comunhão.

DO SÉCULO TERCEIRO AO VATICANO II

Com a conversão do imperador Constantino, no ano 314, a Igreja,


que era perseguida, passou a ser protegida. O povo, em massa,
começou a pertencer à Igreja, sem ter sido devidamente catequizado.
Foram construídas as grandes basílicas. A Eucaristia perdeu aquela
sua pureza e simplicidade para se tornar uma Liturgia solene com
muita pompa social.
Eis as coisas que foram introduzidas na Celebração e que en-
cobriram o genuíno sentido Pascal da Eucaristia:
1. À Procissão de Entrada com cantos, pois muitas vezes o im-
a

perador entrava solenemente para a Celebração.


mm

2. À Procissão das Oferendas, levando coisas a Deus. Não é que


seja uma coisa má oferecer dons a Deus, mas, como muitos pagãos
convertidos entravam para a Igreja sem a devida catequese, eles
acabavam fazendo no Ofertório da Missa aquele sentido do culto
pagão, que oferecia coisas a Deus para aplacar a ira divina.
3. À Missa em latim trouxe outro problema. Não sendo uma língua
conhecida por todos, muita gente não entendia nada da Celebração.
AÍ surgiu a pintura nos templos. Eram quadros que representavam à

101
vida e os milagres de Jesus, para que vissem com os olhos o que não
entendiam com os ouvidos. Passou-se da “escuta” da Palavra pata a
imaginação de cada um.
4. As orações particulares: foram colocadas orações no início da
Missa, ao pé do altar, e no final da Celebração, além das devoções
individuais. como o terço, as novenas e leituras piedosas. Com isso
o sentido Pascal da Eucaristia diminuiu, e cresceu o sentido sacrifical
nem sempre bem entendido,
5. Os altares laterais, sobre os quais cada sacerdote rezava
separadamente a sua Missa, fizeram desaparecer mais ainda o sen-
tido da Assembléia na Eucaristia. O coroinha passou a fazer a vez da
Assembléia.
6. Em 1415, o Concllio de Constança definiu que a Comunhão
eucarística fosse dada somente sob a espécie do pão e não do vinho,
o que velo empobrecer o sentido dos "sinals" sacramentais.
7. Finalmente, o Conclio de Trento, realizado em 1542, quis dar
uma resposta aos problemas de seu tempo, considerando mais a
“validade” dos Sacramentos do que o sentido dos “sinais' sacramen-
tais, muito importantes para a Igreja Primitiva. Com isso, a Eucaristia
perdeu bastante de sua vitalidade. Aquele sentido original de
“experiência de Cristo Ressuscitado" deu lugar a um rito muitas vezes
frio e formalístico, com mais sabor de sacrifício do que de exultante
Ação de Graças.
Não queremos desprezaras Missas daquele tempo, nem dizer que
aquele povo não era pledoso. Cada época tem suas virtudes e suas
falhas. Nós também temos as nossas. Estamos apenas olhando
historicamente e vendo como a poeira do tempo apagou aquele brilho
original da Eucaristia, a fim de resgatarmos o que foi perdido.

RENOVAÇÃO DA LITURGIA

A reforma litúrgica começou com Plo XIl, em 1955. Ele recuperou


o sentido forte de Noite Pascal, mudando da manhã para a noite a
solene Vigília pascal. Depois, o Concílio Vaticano Il (1962-1965) lez
estas reformas:

102
1. Tirou as coisas secundárias, introduzidas no decorrer dos
séculos. como as orações ao pé do altar, o último Evangelho e as
Ave-Marias no final da Missa.
2. Recuperou a participação da Assembléia, fazendo a Missa na
lingua de cada país, como padrede frente para a comunidade, tirando
os altares laterais, valorizando o altar central e as Missas con
celebradas.
3. Resgatou alguns sinals, como a Comunhão sob as duas espécies
em circunstâncias especiais. (Nas comunidades Neocatecumenais,
todos comungam o Pão e o Vinho).
4. Deu mais importância à Celebração Eucarística do que à Bênção
com o Santíssimo e orações diante do sacrário.
5. Igualmente insistiu na Comunhão dentro da Missa, deixando a
comunhão fora da Missa para os doentes.
6. Resgatou o Abraço da Paz, embora não tenha ainda alcançado
o sentido original, porque os participantes da Missa não formam
verdadeira comunidade.
7. Introduziu a Oração dos Fiéis e procurou tirar da Missa as
devoções e orações paralelas, como o terço, as novenas e leituras
piedosas.

TESTE

1, Quais os seis pontos da Missa citados por Justino?


2. Por que se chama “Oração dos Fiéis"?
3. O que aconteceu com a conversão de Constantino?
4. Quais as alterações do século 3º até o Vaticano II?
5. Com quem e quando começou a reforma litúrgica?
6. Diga alguns pontos da renovação litúrgica?
7. Hoje a Missa tem sentido para você? Por quê?

LEITURA BÍBLICA: 1 Cor 11,17-34

103
30. ORAÇÕES PELA IGREJA

Quando colocamos água nas forminhas de gelo para


congelar, vemos que existe uma intercomunicação entre
aqueles quadradinhos da forma. A água passa de uma
forminha para a outra e fica distribuída igualmente por
todos os quadradinhos da peça. As forminhas não são
estanques ou fechadas. São “vasos comunicantes”.
Coisa semelhante acontece com a circulação do
sangue em nosso corpo, Uma veia se liga às outras e a
todos Os vasos sangúineos. Se tirarmos uma Totogralia'
da corrente sangúinea, vamos ver que é como uma árvore
com milhares de raminhos. O sangue percorre todo o
corpo. Há uma perleita intercomunicação. Se faltar sangue
em alguma parte do organismo, essa parte fica doente. Às
vezes é até preciso amputar um dedo ou um pé.

ASSIM É NA IGREJA

A Igreja é comparada a um corpo: o “corpo místico de Cristo”. Nela


circula, não o sangue físico, mas a vida da graça. E o que chamamos
de Comunhão dos Santos, conforme dizemos em nossa Profissão de
Fé: “Creio na santa Igreja Católica, na Comunhão dos Santos...
A própria Bíblia Sagrada fala que a Igreja é o Corpo de Cristo: Com
efeito, o corpo é um e, apesar de ser um, tem muitos membros. Mas
todos os membros do corpo, embora sejam muitos, formam um só
corpo. Assim também acontece com Cristo. Polis fomos batizados
todos num só Espírito para ser um só corpo: judeus e gregos,
escravos e livres, todos recebemos um só espírito” (1 Cor 12, 12-13)
"Ora, vós sois o corpo de Cristo, e sols os seus membros, cada um
por sua pane” (1 Cor 12,27).
A Igreja está espalhada por toda a terra e além dos limites
geográficos: está na terra, como Igreja peregrina e militante; está no
purgatório, como Igreja padecente; e está no céu, como Igreja

104
gloriosa e triunfante. Entre todos os membros dessa Igreja, que está
no céu e na terra, existe a intercomunicação da graça ou Comunhão
dos Santos. Uns oram pelos outros, pois somos todos irmaos,
membros da grande Familia de Deus.

PELO PAPA E PELOS BISPOS

A primeira oração é pelo Papa e pelo Bispo Diocesano porque eles


têm maior responsabilidade na Igreja. São os pastores do rebanho.
Sua missão é ensinar, santificar e governar o Povo de Deus. Por isso
a comunidade precisa orar muito por eles. Quando São Pedro estava
preso no cárcere, por ordem de Herodes, “a Igreja pedia a Deus por
ele sem cessar” (Cf. At 12,5).
A oração foi ouvida por Deus, pols Pedro foi posto em liberdade,
milagrosamente, por um anjo. O próprio Cristo orou por Pedro, para
que não caísse na tentação. Disse Jesus: “Simão, Simão, eis que
Satanás te procurou para te peneirar como trigo. Mas eu roguei por
4, a fim de que a tua fé não vacile, e tu, uma vez convertido, confirme
os teus irmãos“ (Lc 22, 31-32). Mas não é só pelo Papa e pelo Bispo
Diocesano que devemos rezar. Precisamos orar também por todos
os evangelizadores e evangelizados, pela conversão dos pagãos e
pela perseverança dos cristãos. Jesus pediu ao Pai pelos Apóstolos
e por todos os que iriam ouvir a sua pregação, pelos fiéis e pela
unidade de todos os que formam a sua Igreja. Assim orou Jesus:
“Pai, não peço que os tires cio mundo,
mas que os livres do Maligno.
Eles não são do mundo, como eu não sou do mundo.
Consagra-os na verdade,
a tua Palavra é a verdade.
Não rogo somente por eles,
mas por todos aqueles que, por meio de sua palavra,
hão de crer em mim,
a fim de que todos sejam um.
Como tu, Pal, estás em mim e eu em Ti,
que eles estejam em nós,
para que o mundo creia que tu me enviaste”
(Jo 17, 15-17.20-21).

105
PELOS FALECIDOS

Rezar pelos mortos é um ato de caridade. Os mortos de hoje foram


os vivos de ontem, e os vivos de hoje serão os morios de amanhã E
todos juntos somos uma só Família. Encontramos na Bíblia um elogia
a Judas Macabeu por ter feito uma coleta e mandado oferecer um
“sacrifício explatório pelos que haviam morrido, a lim de que lossem
absolvidos do seu pecado” (2 Mc 12, 45-46). É claro que O mais
importante é a própria vida da pessoa falecida, aquilo que ela foi e
que ela fez em vida. É Isso que val pesar da "balança" dlante de Deus.
Mas a Igreja & mais para interceder do que para julgar. Por isso nós
rezamos na Missa pelos falecidos.

POR NÓS E PELOS SANTOS

Finalmente pedimos por nós mesmos como “povo santo e


pecador”, a fim de que um dia estejamos reunidos com a Virgem
Maria, os Apóstolos e todos os bem-aventurados no céu, para com
eles louvarmos e bendizermos a Deus. Nossa oração termina “por
Jesus Cristo nosso Senhor”, porque Ele mesmo disse; “Em verdade,
em verdade, vos digo: se pedirdes alguma coisa ao Pal em meu nome,
ele vos dará. Até agora não pedistes nada em meu nome. Pedi e
recebereis" (Cf. Jo 16, 23-24).

TESTE

1. Que é Comunhão dos Santos? A que a comparamos?


2. Quais são as 'três Igrejas"?
3. Quando a Igreja rezou por Pedro?
4. Que oração fez Jesus pelos Apóstolos e por nós?
5. A Bíblia fala da oração pelos mortos? Onde?
6. Que mais pesará na balança em nosso julgamento?
7. Por que nossa oração termina “por Jesus Cristo"?
B. Você reza pelos falecidos?
LEITURA BÍBLICA: 1 Cor 12, 4:27

106
31. POR CRISTO, COM CRISTO...
Certa vez foi raptado o filho de um homem muito rico
Era um menino que o pai amava imensamente. Para aquele
pai, não tinha mais sentido a sua vida. Estava tudo
acadabo. Só havia um jeito de restituir-lhe a felicidade: a
volta de seu filho para casa.
Os sequestradores conheciam bem a siluação da-
quela família: a Imensa riqueza que o pai possuía e O
grande amor pelo filho. Então mandaram um recado
sigiloso ao pai do menino: "Dê-nos a quantia de duzentos
mil dólares e nós devolveremos o menino. Se não os der
dentro de 24 horas, o menino será morto”.
Nem precisaria dizer nada. O pai se virou e arrumou
os duzentos mil dólares rapidamente. E o menino foi res-
gatado com vida.

JESUS É O NOSSO REDENTOR

A palavra "Redentor" vem do verbo redimir, que quer dizer “res-


gatar* ou adquirir de novo aquilo que já era seu e que estava perdido.
Redentor, portanto, é aquele que paga o preço do resgate e readquire
o que estava perdido. Na estorinha que contamos, o preço do resgate
era duzentos mil dólares; na nossa redenção, o preço do resgate toi
o sangue redentor de Jesus. Assim nos fala São Paulo: "Sabeis que
não foi com coisas perecíveis, isto é, com prata ou com ouro, que
fostes resgatados da vida fulil que herdastes de vossos pais, mas pelo
sangue precioso de Cristo, o cordeiro Imaculado" (1Pe 1, 18-19).
Jesus é o nosso Mediador. Ele mesmo nos disse: "Eu sou o
Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém val ao Pai a não ser por meio
de mim” (Jo 14,6). No Livro do Apocalipse, Ele diz: "Eu sou o Alfae o
Ômega, o Primeiro e o Último, o Princípio e o Fim" (Ap 22,13). O alta
e o Ômega são, respectivamente, a primeira e a última letras do
alfabeto grego. Com isso, Jesus quer dizer que nele está a vida e, fora
dele, tudo perece.
O Apóstolo São Pedro não só fala que Jesus é o nosso Salvador,
mas que é o único capaz de nos salvar. Dirigindo-se aos Judeus, ele

107
diz: "E Ele (Jesus) a pedra que vós, os construtores, rejeitastes e que
se tornou a pedra principal. Pois não há sob o céu outro nome dado
aos homens pelo qual devamos ser salvos" (At 4,11-12). Aliás,
queremos lembrar que a própria palavra "Jesus" quer dizer “Deus
salva”.
São Paulo fala de maneira clara sobre essa mediação de Jesus
entre nós e o Pal, Diz que pelo pecado de um só homem entrou no
mundo a morte, mas por meio de um só homem, Cristo, entrou a
Graça e, pela Graça, a Vida. Por um homem veio a escravidão, e por
um homem veio a liberdade. Por Isso, aqueles que com Cristo morrem
para o pecado, com Cristo ressuscitarão para a Vida. Assim como
pela desobediência de um só veio o pecado para todos, assim
também, pela obediência de um só, Cristo, veio a santidade para
todos (Cf. Rm 5, 17-19).

ELE DÁ SUA VIDA POR NÓS

Em nossa salvação Jesus não age como um Mediador distante.


Não é um advogado, que faz a defesa juridicamente, sem entrar com
sua vida em favor do réu, Jesus age pessoalmente. Ele intercede, com
sua vida, morrendo por nós. Como vimos, Ele não apenas indica O
caminho nem só diz a verdade nem só fala da Vida. Ele diz “EU SOU
o Caminho, a Verdade e a Vida". Diz: “EU SOU a porta. Se alguém
entrar por mim será salvo” (Jo 10,9). Fala também “EU-SOU a
ressurreição e a vida. Quem crê em MIM, ainda que morra, viverá”
(Jo11, 25). Ele não apenas promete salvação: Ele "é" a Salavação.
E este resgate Jesus o faz obrigado por uma lei externa. Ele dá a
vida por nós de modo consciente e livre, como gratuidade do seu
amor. Jesus fala: "Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá sua vida por
suas ovelhas" (João 10,11). “Minha vida ninguém a tira de mim: eu à
dou livremente” (Jo 10,1Ba).
Alguém fez uma observação Interessante. Disse: “É costume mor-
rer um escravo para resgatar o filho do rel. Na obra da Redenção.
porém, o Filho do rel ofereceu sua vida para resgatar os escravos.
De fato, o Rel, aqui, é Deus, e Os escravos somos nós. O Filho do Rei
é Jesus. O raptor é o Maligno, que nos enganou e nos levou à
abandonar a casa do Pal.

108
E Jesus não é nosso Mediador somente na cruz, mas em todo O
nosso relacionamento com Deus. Sem Ele, simplesmente não existe
salvação, como lemos em Atos 4,12: “Não há sob o céu outro nome
dado aos homens pelo qual devemos ser salvos”. É por meio de Jesus
que damos graças e louvores ao Pai. Ele é nosso Pontífice, isto ê a
nossa “ponte” entre o céu e a terra, como Ele mesmo disse: * Eu sou
o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vem ao Pai a não ser por
mim” (Jo 14,6), Por isso encerramos a grande Oração Eucarística ou
Análora, proclamando solenemente: “Por Cristo, com Cristo e em
Cristo...”
Esse ato de louvor é dito de pé, sendo que o Presidente da
Celebração levanta a Hóstia e o cálice. E um louvor solene,
proclamado pelo Presidente. A participação da Assembléia estã no
“Amém!", que pode ser cantado. O Missal Romano mudou um pouco
a ordem das palavras. Agora é assim:
Presidente: Por Cristo, com Cristo e em Cristo,
a vós, Deus Pai todo-poderoso,
na unidade do Espírito Santo,
toda honra e toda a glória,
agora e para sempre!
Assembléia: Amém!

TESTE

1. Que significa "Redenção?


2. Qual foi o preço de nosso resgate?
3. O que Jesus nos disse como nosso Salvador?
4. Que disse São Paulo sobre nossa Salvação?
5. De que modo Jesus nos salva?
6. Que quer dizer: Jesus é o nosso "Pontiice'?
7. Você coloca sua vida nas mãos de Jesus?

LEITURA BÍBLICA: FI 2, 1-18


diz: “É Ele (Jesus) a pedra que vós, os construtores, rejeitastes e que
se tornou a pedra principal. Pols não há sob o céu outro nome dado
aos homens pelo qual devamos ser salvos" (At 4,11-12). Aliás,
queremos lembrar que a própria palavra "Jesus" quer dizer "Deus
salva”.
São Paulo fala de maneira clara sobre essa mediação de Jesus
entre nós e o Pai. Diz que pelo pecado de um só homem entrou no
mundo a morte, mas por meio de um só homem, Cristo, entrou a
Graça e, pela Graça, a Vida, Por um homem veio a escravidão, e por
um homem veio a liberdade. Por isso, aqueles que com Cristo morrem
para o pecado, com Cristo ressuscitarão para a Vida. Assim como
pela desobediência de um só veio o pecado para todos, assim
também, pela obediência de um só, Cristo, veio a santidade para
todos (Cf. Rm 5, 17-19).

ELE DÁ SUA VIDA POR NÓS

Em nossa salvação Jesus não age conio um Mediador distante,


Não é um advogado, que faz a defesa juridicamente, sem entrar com
sua vida em favor do réu. Jesus age pessoalmente. Ele intercede, com
sua vida, morrendo por nós. Como vimos, Ele não apenas indica o
caminho nem só diz a verdade nem só fala da Vida. Ele diz "EU SOU
o Caminho, a Verdade e a Vida". Diz: “EU SOU a porta. Se alguém
entrar por mim será salvo" (Jo 10,9). Fala também "EU .SOU a
ressurreição e a vida. Quem crê em MIM, ainda que morra, viverá"
(Jo11, 25). Ele não apenas promete salvação: Ele "é" a Salavação.
E este resgate Jesus o faz obrigado por uma lei externa. Ele dá a
vida por nós de modo consciente e livre, como gratuidade do seu
amor. Jesus fala: "Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá sua vida por
suas ovelhas" (João 10,11). "Minha vida ninguém a tira de mim: eu a
dou livremente" (Jo 10,18a).
Alguém fez uma observação interessante. Disse: "É costume mor-
rer um escravo para resgatar o filho do rel, Na obra da Redenção,
porém, o Filho do rei ofereceu sua vida para resgatar os escravos”.
De fato, o Rei, aqui, é Deus, e os escravos somos nós. O Filho do Rei
é Jesus. O raptor é o Maligno, que nos enganou e nos levou à
abandonar a casa do Pal,

108
E Jesus não é nosso Mediador somente na cruz, mas em todo |
nosso relacionamento com Deus. Sem Ele, simplesmente nao existe
salvação, como lemos em Atos 4,12: “Não há sob o ceu outro nome
dado aos homens pelo qual devemos ser salvos”. E pormelo de Jesus
que damos graças e louvores ao Pal. Ele é nosso Pontífice, isto é a
nossa “ponte” entre o céu e a terra, como Ele mesmo disse. " Eu sou
o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vem ao Pai a não ser por
mim” (Jo 14,6). Por isso encerramos a grande Oração Eucarística ou
Anáfora, proclamando solenemente: “Por Cristo, com Unsto e em
Cristo...”
Esse ato de louvor é dito de pé, sendo que o Presidente da
Celebração levanta a Hóstia e o cálice. E um louvor solene,
proclamado pelo Presidente. A participação da Assembléia está no
“Amém!", que pode ser cantado. O Missal Romano mudou um pouco
a ordem das palavras. Agora é assim:
Presidente: Por Cristo, com Cristo e em Cristo,
a vós, Deus Pai todo-poderoso,
na unidade do Espírito Santo,
toda honra e toda a glória,
agora e para sempre!
Assembléia: Amém!

TESTE

1. Que significa “Redenção?


2. Qual foi o preço de nosso resgate?
3. O que Jesus nos disse como nosso Salvador?
4. Que disse São Paulo sobre nossa Salvação”?
5. De que modo Jesus nos salva?
6. Que quer dizer. Jesus é o nosso "Pontilice?
7. Você coloca sua vida nas mãos de Jesus?

LEITURA BÍBLICA: FI 2, 1-18

109
32. PAI-NOSSO

No tempo de Jesus, o mestre não comunicava apenas


ensinamentos teóricos, mas um modo de viver. Até entre
Os pagãos era assim. Platão, Aristóteles, Epicuro,
Diógenes... todos eles tinham sua escola e seus
discípulos.
Mais ainda se entramos no campo da religião. O
discípulo era aquele que ouvia e procurava seguir o sis-
tema de vida do seu mestre. Sobretudo quanto a Jesus
Cristo: o díscipulo era um aprendiz prático, que devia ir
seguindo o Mestre, passo a passo.
A Simão e André, que pescavam no Mar da Galiléia,
o Senhor disse: "Vinde após mim, e eu vos farei pes-
cadores de homens! Eles deixaram as redes
imediatamente e seguiram Jesus (Mc 1, 16-15). Esse
seguimento era necessário até nas coisas mais difíceis.
Jesus disse a seus discípulos: Se alguém quer ser meu
discípulo, renuncie-se a si mesmo, pegue sua cruz e
siga-me" (Mt 16, 24).

PREPARAÇÃO PARA A COMUNHÃO

Estamos falando do relacionamento do discipulo com o mestre


para podermos entender melhor o sentido do "Pai-Nosso'. O Pal
Nosso não é uma simples fórmula de oração nem um ensinamento
teórico de doutrina. Antes de ser ensinado por Jesus, o Pai-Nosso loi
vivido plenamente pelo mesmo Cristo. Portanto, deve ser vivido
também pelos seus discípulos.
Com o Pai-Nosso começa a preparação para a Comunhão
Eucarística. Essa belíssima oração é a síntese do Evangelho. Para
rezarmos bem o Pal-Nosso, precisamos entrar no pensamento de
Jesus e na vontade do Pal. E uma coisa bem clara no Pal-Nosso é que
ele é uma oração de sentido comunitário e não individualista. Mesmo
quando rezo sozinho, estou Incluindo nessa oração todos os meus
irmãos. Pols eu digo Pal "Nosso" e não Pal “meu”, venha “a nós' o

tio
vosso Reino e não venha “a mim”: Digo o pão “nosso”, não o pão
“meu”. É Impossível alguém rezar o Pai-Nosso somente para si.
Portanto, para eu comungar o Corpo do Senhor na Eucaristia,
preciso estar em “comunhão” com meus Irmãos, que são os membros
do Corpo Místico de Cristo. No Pai-Nosso, Jesus nos ensinou a pedir:
“Yenha a nós o vosso Reino". Pois bem, o Reino de Deus é um Reino
de amor e de paz, de justiça e de perdão. Devemos afastar O egoismo
com todas as suas formas de manifestação: o orgulho, a vaidade, a
falsidade, a mentira, o ciúme, a discórdia, o Ódio, a vingança.

"DÍVIDAS" E OFENSAS

O perdão das ofensas é o “coração” do Evangelho. Sem a prática


da misericórdia, ninguém entra no céu: “Bem-aventurados os
misericordiosos, porque alcançarão misericórdia" (Mt 5,7). Quem reza
o Pai-Nosso e não perdoa as ofensas recebidas, estã pedindo a
própria condenação, pois ele diz a Deus: 'Perdoai-nos as nossas
ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido”.
Depois de nos ensinar o Pal-Nosso, Jesus acrescentou: Pois, se
perdoardes aos homens as suas ofensas, também o vosso Pai celeste
vos perdoará. Mas, se não perdoardes aos homens, também o vosso
Pai não vos perdoara as vossas olensas' (ML 6, 14-15). Como se vê,
o perdão das ofensas é condição para ser perdoado e alcançar a
salvação.
O evangelista escreveu com outras palavras: "Perdoai-nos as nos-
sas dívidas assim como nós perdoamos aos nossos devedores". E
como nós rezávamos anos atrás. Às palavras são diferentes, mas O
sentido é o mesmo. Na linguagem bíblica, todo pecado é uma “dívida”
contraída diante de Deus. Portanto, ficamos “devendo” quando
pecamos. Quando alguém passa por nós e pisa em nosso pé, esse
alguém nos ofendeu e, portanto, ficou "devendo". Por isso ele volta e
pede desculpas. Assim ele repara a ofensa ou paga a dívida.

EUCARISTIA: SACRAMENTO DA UNIDADE

Em nossas casas, a hora da refeição é sagrada. Para comer,


lavamos as mãos e fazemos uma oração. É uma hora, não só de

1
encher o estômago, mas de reunir a família e partilhar a vida. Se
alguém bate à porta nessa hora, é só lhe dizer: “Eles estão
almoçando”, e a visita volta mais tarde. A maior tristeza para os pais
é verem os filhos brigando nessa hora, comendo como gato e cachor-
ro, ou cada um no seu cantinho.
De maneira semelhante é a hora da Comunhão na Missa. Como
poderá cada um tomar a sua Hóstia e sair para o seu cantinho,
alimentando ciúme, inveja, mágoa, revolta e inimizade? Será que
existe um Deus para cada um. Não seria isto destruir o sentido da
Eucaristia, que é o "Pão da unidade fraterna”? Como poderá ser o
“alimento para a vida eterna"? Pois “nós passamos da morte para a
vida porque amamos os irmãos. Quem não ama permanece na morte
Todo aquele que odela seu irmão é homicida, e sabeis que nenhum
homicida possui dentro de sia vida eterna” (1 Jo 3, 14-15).
O Pai-Nosso é recitado de pé, com as mãos erguidas, na posição
de orante. Pode ser recitado ou cantado, mas sem alterar sua fórmula.
Conforme o costume, pode-se também rezá-lo dando-se as mãos.

TESTE

1. Como o discípulo se relaciona com o Mestre?


2. Que contém o Pal-Nosso?
3. Qual o sentido do Pai-Nosso na Missa”?
4. "Dívidas" e ofensas são a mesma colsa? Explique.
5. O que faz quem reza o Pai-Nosso com ódio?
6. Podemos alterar a fórmula do Pai-Nosso? Por quê”?
7. Quando você reza o Pal-Nosso, pensa nas palavras?

LEITURA BÍBLICA: Mt 6, 1-15

112
33. SAUDAÇÃO E FRAÇÃO DO PÃO

Certo rei tinha muita riqueza, mas não era feliz. Um


dia reuniu os sábios do reino para que lhe dissessem onde
poderia encontrar a felicidade. Uns sugeriram que
viajasse para o exterior. Outros, que fizesse uma cami-
nhada pelos bosques. Outros ainda, que fizesse festas no
palácio.
O rei fez tudo isso. E continuava triste. Aí o jardineiro
lhe disse:
- Majestade, só uma pessoa feliz poderá dizer-lhe o
segredo da felicidade. Descubra um homem feliz e peça-
lhe a camisa, pois a camisa fica sobre o coração e poderá
revelar-lhe o segredo da felicidade.
Imediatamente O rei enviou seus servos à procura de
uma pessoa feliz. Depois de percorrerem longas estradas,
ouviram um homem cantarolando à beira do caminho. Era
um lenhador descalço e sem camisa. Perguniaram-ihe:
- O senhor é feliz?
- Sou, e muito! - respondeu o velhinho.
- É o senhor tem uma camisa para vender?
- Não. Nunca tive camisa - respondeu ele.
Os servos do rei lhe disseram:
- Então nos diga: o que é que o senhor tem que o faz
tão feliz?
- Eu tenho a paz - respondeu o lenhador.

A PAZ, O MAIOR BEM


A paz é um dom de Deus. É o maior bem que há sobre a terra. Vale
mais que todas as receitas, todos os remédios e todo o dinheiro do
mundo. A paz foi o que Jesus deu aos Apóstolos como presente de
sua Ressurreição. Logo que ressuscitou dos mortos, o Senhor foi ao
encontro deles e lhes disse: "A paz esteja convosco!" E Jesus falou
que a paz é um dom precioso que só Deus pode dar. Assim disse Ele
aos Apóstolos: "Deixo-vos a paz. Dou-vos a minha paz. Não a dou
como o mundo a dá” (Jo 14,27).

3
|
Depois do Pai-Nosso, o Presidente reza uma oração, pedindo a
Deus que nos livre de todos os males. Porque só quando estamos
libertos do mal é que podemos experimentar a paz e dara pa? Assim
como só Deus pode dar a verdadeira paz, também só quem está em
comunhão com Deus é que pode comunicar a seus Irmãos a paz.
Antes da saudação, o Presidente recorda as palavras de Jesus
fazendo este diálogo com a Assembléia:
Presidente: Senhor Jesus Cristo,
dissestes aos vossos Apóstolos:
Eu vos deixo a paz,
eu vos dou a minha paz.
Não olheis Os nossos pecados,
mas a fé que anima a vossa Igreja;
dai-lhe, segundo o vosso desejo,
a paz e a unidade.
Vós, que sois Deus, com o Pai
e o Espírito Santo.
Assembléia: Amém!
Presidente: À paz do Senhor esteja sempre convosco!
Assembléia: O amor de Cristo nos uniu.
Aí o Presidente convida a Assembléia para que se saúdem uns aos
outros no amor de Cristo.

FRAÇÃO DO PÃO

Terminada a saudação, o celebrante parte a hóstia grande e coloca


um pedacinho da mesma dentro do cálice com vinho consagrado.
Esse ato de partir o pão chama-se “Fração do Pão”. Vem do latim, do
verbo “Trangere", que quer dizer "quebrar, Na Igreja primitiva, esse
gesto era uma necessidade. Os cristãos lraziam de suas casas o pão
para ser consagrado. Pão grande, que na hora da comunhão era
partido em pedaços, num belíssimo sinal de I[raternidade, como se
parte o pão em nossas casas para todos os irmãos. São Paulo dizia:
"E o pão que partimos não é a comunhão do corpo do Senhor? Assim

114
como há um único pão, nós, embora sendo muitos, formamos um só
corpo, porque todos nós comungamos do mesmo pão”
(1Cor 10, 16-17).
Hoje, não temos maisa necessidade de quebrar o pão em pedaços,
na hora da comunhão, porque usamos as hóstias, feitas já em tama-
nho pequeno, para cada pessoa. Mas, mesmo assim, o Presidente
repete o gesto da "fração do pão” partindo a Hóstla grande pelo meio.
Este gesto lembra duas coisas: que Jesus partiu o Pão e o deu aos
discípulos na Ceia e que os discípulos de Emaús reconheceram Jesus
no momento em que partiram o pão em sua casa,
Depois o Presidente põe um pedacinho da Hóstia no cálice. Quan-
to a isso, existem diversos simbolismos. Antigamente, alguns
disseram que significava a descida de Jesus na sepultura. Hoje, há
quem diga que representa a união do Corpo e do Sangue do Senhor
num mesmo Sacrifício e mesma Comunhão. Tudo isso, porêm, não
passa de simbolismo. É coisa sem muita Importância.

TESTE

1. Que é a paz” De onde vem?


2. Qual foi o presente de Cristo Ressuscitado?
3. O que é que nos tira a paz?
4. Que é fração do pão”?
5. Por que, no início da Igreja, havia fração do pão?
6. Que fala São Paulo sobre a fração do pão?
7. Você é feliz? Tem a paz?

LEITURA BÍBLICA: At 20, 7-12.

115
34. CORDEIRO DE DEUS...

À Arca da Aliança era cercada de grande respeito


pelo Povo de Deus. Ninguém podia tocar nela. Era con-
siderada “santa”, porque trazia as pedras da Lei ou
Decálogo, que Moisés havia recebido de Deus no Monte
Sinai.
Certa vez, o rei Davi tinha que transportar a Arca de
Judá para o Monte Sião, de maneira solene. A Arca foi
colocada sobre um carro puxado por dois bois Oza e Aio
conduziam o carro, enquando Davi e uma caravana iam
juntos, cantando louvores a Deus.
Num dado momento, os bois escorregaram e a Arca
balançou. Então Oza estendeu a mão para segurar a Arca.
E, imediatamente, caiu morto! Pois ninguém podia tocar
na Arca. Davi ficou com medo de levar a Arca para a sua
cidade. Achando-se indigno dela, mandou que a levassem
para a casa de Obededon, na cidade de Gal, na Filistéia
(Cf. 2 Sm 6, 1-10).

HUMILDADE E FÉ

dama
na
Neste Encontro vamos falar do Corpo do Senhor, que é apresen-
tado a todos os que desejam recebê-lo. Logicamente que só poderão
recebê-lo aqueles que estiverem devidamente preparados, isto é, em
estado de graça ou em paz com Deus e seus irmãos. Pois o Corpo de
Cristo é incomparavelmente mais santo que a Arca da Aliança. Ele não
é apenas um objeto de respeito, mas o próprio Deus Vivo. Quem
ousará recebê-lo em pecado grave?
Enquanto o Presidente da Celebração coloca dentro do cálice um
pedacinho da Hóstia, ele reza em voz balxa: “Esta união do Corpo e
do Sangue de Jesus, o Cristo e Senhor, que vamos receber, nos sirva
para a vida eterna!" Ao mesmo tempo, a Assembléia recita ou canta
o “Cordeiro de Deus". Embora no Ato Penitenclial todos já se tenham
purificado, ao aproximar-se o momento da Comunhão os liéis sen-
tem-se indignos de receber o Corpo do Senhor e pedem perdão mais
uma vez, dizendo:

118
“Cordeiro de Deus, que lirais o pecado do mundo,
tende piedade de nós!
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo,
tende piedade de nós!
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo,
dai-nos a paz!"
Enquanto isso, o sacerdote se inclina diante do Santissimo
Sacramento e pede a Jesus que aquela comunhão seja para a sua
salvação. Ninguém se atreva a receber o Corpo do Senhor indigna-
mente. Imagine se acontecesse de cada país. a quem comunga
levianamente o que aconteceu com Oza! Quanta gente poderia cair
morta diante do altar!
Terminado o “Cordeiro de Deus", o Presidente levanta a Hostia
consagrada e a apresenta à Assembléia, dizendo:
“Felizes os convidados para a Ceia do Senhor!
Eis o Cordeiro de Deus,
que tira o pecado do mundo!”
E a Assembléia responde:
"Senhor, eu não sou digno
de que entreis em minha morada,
mas dizei uma palavra e serei salvo.
Esta resposta da comunidade é lirada da resposta que aquele
oficial romano, o centurião, deu a Jesus: "Senhor, eu não digno de
receber-te em minha casa. Basta que digas uma palavra e o meu servo
ficará curado" (Mt 8,8). Na verdade, ninguém é digno de comungar.
É só por bondade de Jesus que Ele vem até nós. Por isso, nós nos
aproximamos da Comunhão com fé e humildade. A comunhão
eucarística não é um “prêmio” para os justos que já se libertaram de
todos os pecados, mas um Alimento que fortalece os pecadores na
sua caminhada em busca da libertação de todo o mal.

JESUS É O CORDEIRO PASCAL

Tanto no Antigo como no Novo Testamento, Jesus é apresentado


como o “Cordeiro de Deus". Sete séculos antes de Cristo, o profeta
Isaías predisse que o Messias seria levado à morte, “sem abrir a boca,

117
como um cordeiro conduzido ao matadouro" (Cl. Is 53,7). João
Batista, ao ver Jesus que la passando, disse aos seus ouvintes: “Eis
o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo" (Jo 1,29). O
Apóstolo São Paulo disse: “Cristo, nossa Páscoa, foi imolado”
(1Cor.5,7b). De fato, na hora em que Jesus morria na cruz, era imolado
no Templo o cordeiro Pascal para os judeus comemorarem a Páscoa.
E você certamente se lembra das palavras de São Pedro, o qual disse
que não fomos resgatados pelo preço vil de ouro ou de prata, mas
“pelo sangue precioso de Cristo, o Cordeiro sem mancha”
(Cf.1Pe1,18-19).
De fato, Jesus é o verdadeiro Cordeiro Pascal. O cordeiro imolado
pelos hebreus no Egito foi um sinal de libertação. O seu sangue nos
batentes das portas das casas dos judeus livrara os primogênitos da
morte. Assim também o sangue de Jesus na cruz foi o preço do nosso
resgate. Pelo seu sangue fomos salvos. Jesus é nosso Libertador.
Dele nos aproximamos com alegria. Por isso, o Presidente da
Celebração nos convida para a Comunhão dizendo: “Felizes os con-
vidados para a Cela do Senhor!"

TESTE

1. Quem pode comungar?


2. O que aconteceu a Oza? Por quê?
3. A Eucaristia é menos ou mais que a Arca?
4. De onde vem a resposta “Senhor eu não sou digno"?
5. Quem disse que Jesus é o Cordeiro Pascal?
6. Fale um pouco do sangue do cordeiro.
7. À comunhão significa alguma alegria para você?

LEITURA BÍBLICA: Mt 8, 5-13.


35. COMUNHÃO

Antigamente, quando os homens andavam a pé ouno


lombo de animais, as estradas eram cheias de curva. Por
isso, muitas lendas surgiram à beira das estradas.
Conta-se que certo mendigo passou a vida inteira
sentado sobre uma enorme pedra à beira do caminho,
pedindo esmolas. Essa pedra até ficou conhecida com o
nome de "Pedra do Mendigo”.
Um dia, porém,o rei precisou daquela pedra para
construir um monumento. Então enviou uma multidão de
operários com grandes alavancas para removerem a
enorme pedra. E que surpresa! A Pedra do Mendigo estava
fechando a boca de uma urna cheia de ouro, que um rei
muito antigo havia escondido por ocasião de uma guerra.

O TESOURO DO REINO DOS CEUS

A Eucaristia é esse tesouro que Jesus, o Reiimortal e eterno, deixou


como Mistério da Salvação para todos os que nele crêem. Alguns,
porém, colocam diante da Eucaristia a pesada pedra de sua
descrença. Pela sua falta de fé, enxergam apenas o pão material e
não o Deus Vivo ali presente. Por Isso, fazem como o mendigo, que
passou a vida toda sentado sobre o tesouro, pedindo esmola, porque
via somente a pedra.
Comungar é receber Jesus Cristo, Rel dos reis, para alimento de
vida eterna. Quem comunga deve meditar um pouco nesse Mistério
da presença real do Senhor em sua vida. Não pode comungar e já ir
saindo da Igreja, ou ficar conversando e se distraindo, Nem convém
ir rezar diante de alguma imagem, pois Jesus deve ser o centro de
sua atenção e piedade, sobretudo nessa hora. Ele é o Hóspede divino
que acaba de ser recebido,

119
O MODO DE COMUNGAR

Depois que o padre apresenta a Hóstia para o povo, dizendo


“Felizes os Convidados”, reza em voz baixa: 'Que o Corpo de Cristo
me guarde para a vida eterna". Em seguida comunga o Corpo e o
sangue do Senhor. Depois o padre e os ministros dão a comunhão
para os fiéis. Mostrando a Hóslia a cada um diz: “O Corpo de Cristo!
E quem comunga responde: "Amém!" Não é para lazer o sinal da cruz
E não laz mal que a hóstia toque nos dentes.
Quanto ao modo de receber a comunhão, na boca ou na mão,
compete a cada Bispo determinar em sua Diocese, Quem comunga
recebendo a hóslia na mão, deve elevar a mão esqueda aberta, para
o padre colocar a comunhão na palma da mão. O comungante,
imediatamente, pega a Hóstia com a direita e comunga ali mesmo, na
frente do padre. Não pode sair com a Hóstia na mão e comungar
andando. Para comungar é preciso estar na graça de Deus (sem
pecado grave) e em jejum (sem comer e sem beber bebida alcoólica
uma hora antes da comunhão).
Deveria ser dada a comunhão da Hóstia e do Vinho, mas se dá só
a Hóstia por uma questão prática, pois ficaria difícil dar a todos o Vinho
Consagrado. Lembramos, porem, que na Hóstia está o Cristo inteiro
e vivo, COM seu corpo, sangue, alma e divindade.

COMUNHÃO: SACRAMENTO DE VIDA

Para comungar, cada um se examine bem. Pense naquilo que


acabou de dizer: "Senhor eu não digno”... Na verdade, quem é digno
de receber o Corpo do Senhor? Só aquele que se converte Inteira-
mente para Deus, como fez Zaqueu que, tendo recebido em sua casa
a Jesus, disse-lhe: "Senhor, dou aos pobres metade de meus bens e,
se explorei alguém em alguma coisa, vou restituir-lhe quatro vezes
mais". E Jesus, voltando-se para ele, disse-lhe: "Hoje entrou a
salvação nesta casa” (Cf. Lc 19, 8-10). Na verdade, cada vez que
comungamos, deve significar um passo na direção de nossa
perfeição. É uma dádiva da parte de Deus e uma responsabilidade
muito grande de nossa parte. No dizer de São Paulo, quem comunga

120
indignamente comunga para sua condenação e não para à salva ção
Ora, Jesus nos deixou a Eucaristia para a vida e não para a more
Assim Ele nos falou: “Eu sou o pão da vida. Vossos pais comeram
o maná do deserto e morreram. Este é o pão que desceu do céu, para
que todo aquele que dele comer não morra. Eu sou O pão vivo que
desceu do céu. Se alguém comer deste pão, viverá eternamente. E o
pão que eu vou dar é a minha carne, para a vida do mundo
(J0.6,47.51).
Muitos que ouviram Jesus fazer essa promessa ficaram escan-
dalizados. Começaram a salr, dizendo: "Esta palavra é dura. Quem
pode acreditar nisso?” E Jesus não retirou a sua palavra. Pelo
contrário, Ele lançou um desafio, dizendo aos Apóstolos: Vocês
também não querem ir embora?" Então São Pedro respondeu-lhe:
“Senhor, a quem iremos nós? Tu tens palavras de vida eterna. Nós
cremos e sabemos que tu és o Messias" (Cf. Jo E, 60-69).
Essa descrença de alguns judeus trouxe um benefício para a nossa
fé na presença real de Jesus no Pão consagrado. Pois, se Jesus
estivesse falando em linguagem figurada, na hora em que começaram
a duvidar e Ir embora, Ele teria dito: "El gente, podem voltar! Não
fiquem escandalizados, não! Eu estou falando uma linguagem
figurada.

TESTE

1. Que respondemos ao receber a Comunhão?


2. Que devemos fazer longo após a Comunhão?
3. Qual deve ser a disposição para comungar?
4. Como fol o caso de Zaqueu?
5. Que disseram quando Jesus prometeu a Eucaristia?
6. E que respondeu São Pedro?
7. Você cré na presença real de Jesus na Hóslia?

LEITURA BÍBLICA: Jo 6, 22-71

121
Modo certo de comungar Hodo certo de comungar

Modo errado de comungar Modo errado de comungar

122
36. A MISSA, O BANQUETE DE DEUS

Um dia Jesus contou a seguinte parábola: Certo


homem preparou um grande banquete e convidou muita
gente. Quando chegou a hora do banqueie, mandou seus
servos dizer aos conviciados: Venham, a mesa esta pron-
ta!"
Os convidados, porém, começaram a recusar-se
Disse o primeiro: “Comprei um campo e preciso ir vê-lo.
Peço-lhe que me dispense”. O outro falou: Compreicinco
juntas de bois e vou experimentá-los. Peço-lhe que me
dispense". E o terceiro falou: "Casei-me e, por isso, não
posso ir.
O empregado voltou e contou tudo ao seu senhor.
Então, indignado, disse o dono da casa: Saia depressa,
vá pelas praças e ruas da cidade e traga para cá os podres,
os aleijados, Os cegos e os coxos". Assim fez o servo. É
depois disse ao dono da casa: "Senhor, fiz como me
ordenou, e ainda há lugares”. Disse então o dono da casa:
“Saia pelos caminhos e atalhos e insista para que venham,
a fim de que a casa se encha. Pois lhes digo que nenhum
daqueles primeiros convidados provará o meu banquete”
(Lc 14, 16-24),

ASSIM ACONTECE COM A MISSA

Jesus falava referindo-se ao banquete do Reino dos céus, onde o


Pal reunirá os amigos que aceitaram o seu convite. Quem convida é
Deus. Os primeiros convidados foram os judeus, que na sua maioria
rejeitaram o convite. Os segundos convidados, Isto é, os cegos e
coxos, são os pagãos, muitos dos quais creram em Cristo. O servo
que salu a convidar é Jesus, que na verdade veio "para servir e não
para ser servido" (Cf Mt 20, 28). Hoje, os servos que saem convidando
para o banquete são os Bispos, os padres e todos os agentes da
pastoral. Aqui, na terra, a Missa ou Cela do Senhor é esse banquete
do reino de Deus. E muita gente acaba fazendo como aqueles con-

123
vidados que desprezaram o convite. Um val experimentar a moto,
outro vai polir o carro, outro vai fazer uma cerca na casa de campo,
outro val à prala... Na hora da Comunhão, o padre levanta a Hóstia é
apresenta-a solenemente, dizendo; "Felizes os convidados para a
Ceia do Senhor!" E pouca gente se interessa por aquele presente
divino.
Imagine se, em vez de ser o Corpo do Senhor, fosse uma moeda
de ouro! Quanta gente iria correndo buscar. Horas antes da Missa já
haveria uma fila esperando na porta, estendendo-se até a praça
Muitas mães iriam pedir para seus filhos guardarem o lugar na fia
Acho que até seria necessário a colaboração da polícia para pór
ordem na multidão. E, se pudesse repetir, muitas pessoas iriam
diversas vezes à Missa no mesmo dia, para pegar quantas moedas
fossem possíveis.
Ora, eu pergunto: será que Jesus vale menos que uma moeda de
ouro? Onde está minha fé? Sou cristão ou sou pagão?

AS PRIMEIRAS COMUNIDADES

O Livro dos Atos mostra coma os primeiros cristãos valorizavam a


Missa. Eles se reuniam com frequência e celebravam a Eucaristia. Não
se entendia uma comunidade cristã sem a Ceia do Senhor. Tanto é
que São Paulo, convertido depols que Jesus havia subido ao céu,
aprendeu das comunidades a prática da Eucaristia. Ele mesmo diz:
“O Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão e, depois
de ter dado graças, partiu-o e disse: Isto É o meu corpo, que é
entregue por vós. Fazei isto em memória de mim. Do mesmo modo,
depois de haver ceado, tomou também o cálice, dizendo: Este cálice
é a nova aliança no meu sangue. Todas as vezes que beberdes,
fazei-o em memória de mim. Assim, todas as vezes que comerdes
deste pão e beberdes deste cálice, lembrareis a morte do Senhor,
até que Ele venha. Portanto, todo aquele que comer o pão ou beber
o cálice do Senhor indignamente, será réu do corpo e do sangue do
Senhor. Que cada um se examine a si mesmo e assim coma deste
pão e beba deste cálice. Aquele que o come e o bebe sem distinguir
o corpo do Senhor, come e bebe a sua própria condenação
(1Cort1,23-29).

124
ê
A posição da Assembléia durante a Comunhão é sentada. Não
preciso ficar de joelhos. A Comunhão é o "banquete divino”. E a
posição de quem está à mesa da refeição é sentado.
Outra coisa: não tem muito sentido uma pessoa comungar por
alguém. Há gente que comunga pelo esposo falecido ou pelo filho
que não val à Igreja. É mais ou menos como alguém almoçar por outra
pessoa. O certo é rezar por alguém.
Finalmente, gostaria de dizer que a Comunhão não deve ser
recebida por tabela". Deve ser buscada por causa de simesma e não
de outras intenções. Por exemplo: há quem faz uma novena de
comunhão para consequir um emprego. Depois que termina a
novena, não volta mais à Igreja, nem mesmo para as Missas
dominicais. Será que essa pessoa entendeu o que é a Eucaristia? Tem
sentido tal novena de comunhões?

TESTE

1. Como é a parábola do banquete?


2. À que se compara esse "banquete" da parábola?
3. Por que o Livro dos Atos é importante para a Missa?
4. Que diz São Paulo sobre a Eucaristia?
5. À Missa é importante para você?
6. Se a Comunhão fosse uma moeda de ouro, você entraria na fia para
pegá-la?

LEITURA BÍBLICA: Mt 22, 1-14

125
A LENDA DO AMOR
Era uma vez o amor...
O amor morava numa casa assoalhada de estrelas
e toda enfeitada de sóis.
Mas não havia luz na casa do amor,
porque a luz era o próprio amor.
E uma vez o amor queria uma casa mais linda para si.
- Que estranha mania essa do amor!
E fez a terra,
e na terra fez a carne, e na carne soprou a vida,
e na vida imprimiu a imagem da sua semelhança.
E a chamou de homem.
E, dentro do peito do homem, o amor construiu sua casa,
pequenina, mas palpitante,
inquieta e insatisfeita como o próprio amor.
E o amor foi morar no coração do homem
e coube todinho lá dentro
porque o coração do homem foi feito para o infinito.
Uma vez... o homem ficou com inveja do amor.
Queria para si a casa do amor, só para si,
Queria para si a felicidade do amor,
como se o amor pudesse viver só.
E o homem sentiu a fome torturante e comeu!...
O amor foi-se embora do coração do homem.
O homem começou a encher seu coração:
encheu-o com as riquezas da terra e ainda ficou vazio.
E o homem, triste, derramou suor para ganhar a comida.
Ele sempre tinha fome e continuava com o coração vazio.
E uma vez... resolveu repartir o seu coração inútil
com as criaturas da terra.
O amor soube... Vestiu-se de carne
e veio também receber o coração do homem.
Mas o homem reconheceu o Amor e O pregou numa cruz.
E continuou a derramar o suor para ganhar a comida.
O amor então teve uma idéia:
vestiu-se de comida, disfarçou-se de pão e ficou quietinho.
Quando o homem faminto ingeriu a comida,
o amor voltou à sua casa, no coração do homem.
E o coração do homem se encheu de plenitude.
Côn. Ápio Pais Campos Costa

126
37. EUCARISTIA: UNIDADE E FRATERNIDADE

Certa vez o Apóstolo São Paulo repreendeu dura-


mente os cristãos da Comunidade de Corinto, por causa
do abuso no ágape. "Ágape' é uma palavra grega. Quer
dizer “amor fraterno” ou caridade. Era uma refeição que a
comunidade fazia juntamente com a Celebração da Ceia
do Senhor. Cada família levava seu prato e comiam juntos.
Em si, era uma coisa boa: uma contraternização para
ressaltar a alegria da Eucaristia. Mas começou a haver
abusos. Os ricos levavam pratos finos e comiam
separados, fazendo suas 'panelinhas”, enquanto os
pobres ficavam marginalizados. Então São Paulo
escreveu-lhes o seguinte:
“Enquanto vos faço estas admoestações, não posso
louvar-vos, pelo fato de que as vossas reuniões não são
para vós de proveito espiritual, mas sim de prejuízo. Ouço
dizer, em primeiro lugar, que, quando vos reunis em
assembléia, há divisões entre vós... Portanto, quando vos
reunis em comum, não é tanto para celebrar a ceia do
Senhor, pois cada um põe à mesa e toma, antes que os
outros, a própria ceia, de modo que um passa fome,
enquanto o outro se embriaga. Não tendes então casa
para comer e beber? Ou quereis desprezar a Igreja de
Deus e humilhar os pobres? Que vos direi? Hei de louvar-
vos? Não, nisso não vos louvo!" (ICor 11,17-22).

DIVISÃO: OBRA DO MALIGNO

Aquilo que era para ajudar o espírito de fraternidade acabou crian-


do discórdia e divisão na comunidade. É uma obra diabólica, porque
age diretamente contra o amor, que é o grande Mandamento do
Senhor e o sinal distintivo dos cristãos. São Paulo lembra: “O pão que
partimos não é a comunhão do Corpo de Cristo? Uma vez que há um
único pão, nós, embora sendo muitos, formamos um só corpo, porque
todos nós comungamos do mesmo pão” (1 Cor 10, 16b-17).

127
Por isso, devemos afastar da Missa tudo aquilo que tem o fermento
da divisão. Por exemplo: na homilia, não tratar de política partidária,
de críticas e assuntos polêmicos que criam a confusão e a divisão;
não dizer piadas, ou coisa parecida, que possam escandalizar as
pessoas; não carregar a homilia de coisas negativas, mas dar mais
destaque à mensagem positiva do Evangelho; acolher bem, em nome
do Senhor, todos os que vêm à Missa, pois, na verdade, são con-
vidados de Deus mais do que convidados nossos. Quanto possível,
tratar Igualmente a todos, sem desprezar ninguém; que a saudação
da paz não seja mera formalidade, com a frieza da ponta da mão, mas
um gesto de irmão que reconhece o irmão na alegria da fraternidade
fundamentada no amor de Jesus Cristo e não em nossas simpatias e
antipatias.

OS SINAIS DA UNIDADE

A Eucaristia é o momento forte da fraternidade. Ela é, por simesma,


o “sinal da unidade e o vínculo da caridade”, segundo nos ensina O
Concílio Vaticano Il. O próprio Cristo fez um "gesto concreto” desse
amor, o qual deve ser visível como se fosse o “distintivo” dos cristãos.
Momentos antes de celebrar a Cela, ele fez o famoso Sermão do
Mandamento Novo, durante o qual lavou os pés dos discípulos. Isto
para mostrar que amar é servir, e servir na humildade, quebrando
todas as arestas do orgulho que divide a comunidade.
Depois de lavar os pés dos discípulos, Jesus perguntou-lhes:
"Sabeis o que vos liz? Vós me chamais Mestre e Senhor e dizei bem,
porque eu o sou. Logo, se eu, vosso Senhor e Mestre, vos lavei 05
pés, também vós deveis lavar-vos os pés uns aos outros. Dei-vos O
exemplo, para que, como eu fiz, assim façais também vós. Em ver-
dade, em verdade vos digo: o servo não é maior do que o seu senhor,
nem o enviado é maior do que aquele que o enviou. Se compreender-
des estas coisas, sereis felizes, sob a condição de as praticardes.
(Jo13, 12-17).

O MANDAMENTO NOVO
Vimos um defeito que surgiu na comunidade de Corinto. Mas
poderíamos citar muitos outros exemplos positivos das comunidades
primitivas da Igreja, sobretudo da Comunidade de Jerusalém, da qual

128
está escrito: “A multidão dos fiéis era um só coração e uma só alma
Ninguém considerava seu o que possula, mas tudo era em comum
entre eles" (At 4, 32). Eles puseram em prática, radicalmente, o
Mandamento do Senhor: “Dou-vos um Mandamento Novo: que vos
ameis uns aos outros. Como eu vos amei, amai-vos também uns aos
outros. Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos: se tiverdes
amor uns pelos outros” (Jo 13, 34-35).
O Mandamento Novo está na homilia que Jesus fez na Ceia. O clima
da Ceia do Senhor é a unidade no seu amor, tanto para os doze
Apóstolos como para nós. Essa unidade é condição para que o
mundo creia em Jesus. Assim orou o Senhor ao Pai, na hora da Ceia:
"Não rogo somente por eles (Apóstolos), mas por todos aqueles que,
por meio de sua palavra, hão de crer em mim: a lim de que todos
sejam um. Como tu, Pai, estás em mim e eu em ti, que eles estejam
em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste (Jo 17, 20-21).

TESTE

1. Que era o ágape? E o que aconteceu no ágape?


2. Com que palavras Paulo repreendeu os corintios?
3. O que deve entrar e O que não deve entrar na homilia?
4. Qual deve ser o clima na Celebração Eucarística”?
5. Como o Mandamento Novo se relaciona com a Ceia?
6. Que gesto concreto fez Jesus antes da Ceia?
7. Que comunidade cristã deu grande exemplo de unidade?
8. Por que é necessária nossa unidade?
9. Você tem Inimigos ou está aberto ao amor?

LEITURA BÍBLIA: Jo 15, 1-17

129
38. RITO FINAL

A Bíblia Sagrada é o Livro da Vida. Contém a Men-


sagem de Deus para seu Povo. Mensagem de amor e
sabedoria. E uma das coisas antigas que vamos encontar
na Bíblia é a bênção de Deus para seu Povo. Vem desde
o começo da História de nossa Salvação. Para iniciar à
História da Salvação, Deus chamou Abraão, que morava
em Ur, na Caldéia, e lhe disse: "Sai da tua terra, da tua
pátria e da lua casa paterna, e vai para a região que eute
mostrarel. Farei de ti uma grande nação e te abençoarei.
Engrandecerei O teu nome, e serás uma bênção.
Abençoarei quem te abençoar e amalidiçoarei quem te
amaidiçoar. E por ti serão abençoadas todas as nações da
terra” (Gn 12, 1-3). Portanto, a bênção vem de Deus,
passando por Abraão, até o dia de hoje. Ela é destinada
a um Povo nascido de Abraão. Essa bênção tem sua
plenitude em Jesus. Jesus é a própria bênção. É o DOM
do amor do Pai.

A HORA DOS AVISOS

Antes de falarmos do rito da bênção, lembramos que, terminada


a Comunhão do povo, convém haver alguns momentos de silêncio
para interiorização da Palavra de Deus é ação de graças. Pode-se
também recitar algum salmo ou cantar algum canto de ação de
graças. Mas não é o momento de dar avisos ou prestar homenagens
a alguém. Depois da ação de graças vem a “Oração Após a
Comunhão", de pé. Terminada a Oração, que é proferida pelo Presi-
dente, então sim, podem-se dar avisos e lazer convites. Se for coisa
breve, a Assembléia pode ouvir de pé. Caso contrário, pode sentar-se.
Em seguida vem a bênção final, que é solene, dada pelo Presidente
da Celebração.

130
BENÇÃO FINAL
Antes da bânção, o Presidente da Celebração saúda a Assembléia,
dizendo: "O Senhor esteja convosco!" E todos respondem: Ele esta
no meio de nós". Nesta hora, se a comunidade estiver sentada, deve
levantar-se. Aí vem a bênção, que pode ser com uma fórmula simples
ou solene. Por exemplo, uma fórmula simples é esta: “Abençoe-vos
Deus toto-poderoso, Pal, Filho e Espírito Santo!". E todos respondem
“Amém!". Ao dar a bênção, o padre traça uma cruz sobre a
Assembléia, e todos podem Inclinar a cabeça. Existem outras
fórmulas de bênçãos mais solenes, de acordo com a festa litúrgica.
Eis, por exemplo, a bênção que o Missal Romano traz para o primeiro
dia do ano:
Presidente: Que Deus todo-poderoso, fonte e origem de toda à
bênção, vos conceda a sua graça, derrame sobre
vós as suas bênçãos e vos guarde sãos e salvos
todos os dias deste ano!
Assembléia: Amém!
Presidente: Que vos conserve íntegros na fê, pacientes na es-
perança e perseverantes até o fim na caridade!
Assembléia: Amém!
Presidente: Que Ele disponha na sua paz os vossos atos e vos-
sos dias, atenda sempre vossas preces e vos con-
duza à vida eterna!
Assembléia: Amém!
Presidente: A bênção de Deus todo-poderoso, Pai, Filho e Espíri-
to Santo, desça sobre vós E permaneça para sem-
pre!
Assembléia: Amém!
O Presidente pode também abençoar com outas palavras, de
acordo com as circunstâncias. Liturgia é vida. O próprio Deus man-
dou o sacerdote Aarão abençoar os filhos de Israel com as seguintes
palavras:
"O Senhor te abençoe e le guarde;
o Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti
e le seja benigno;
o Senhor mostre para tl a sua face
& te conceda a paz" (Cf. Nm 6, 22-27).

131
COMO RECEBER A BENÇÃO

Chamamos a atenção para a importância da bênção de Deus dada


solenemente na Missa. Muita gente não loma consciência de que essa
bênção é para sl. Fica distraída. E, acabada a Missa, val à sacristia e
diz: "Padre, o senhor pode dar uma bênção para O meu menino? Ora.
para quem foi então aquela bênção solene que acabou de ser dada
na Missa? Não foi para aquela mãe com seu filho”?
Sel que cada um gosta de ser tocado pessoalmente. Quer que o
padre coloque as mãos sobre sua cabeça e lhe diga uma palavra só
para si, Tudo bem, É um direito que tem. E não custa nada o padre
abençoá-lo. Mas é preciso valorizar mais e receber com fé a bênção
solene dada no final da Missa. Ela é para cada pessoa que está ali
Que cada um se coloque pessoalmente sob aquela bênção, com seu
nomee sua vida. Outra coisa: é feio ir saindo da Igreja antes da bênção
final. A missa termina com a bênção. Em sequida vem o canto final,
que deve ser alegre, pois foi uma felicidade ter participado da Missa,

TESTE

1. Onde está a origem da bênção?


2. Quala hora própria para avisos e comunicações?
3. Diga uma fórmula de bênção.
4. O padre pode 'invenlar' bênçãos?
5. Lembra-se da bênção bíblica? Diga-a.
6. Como se deve receber a bênção solene na Missa?
7. Você valoriza a bênção de Deus?

LEITURA BÍBLICA: Ef 1, 3-14

132
39. O DIA DO SENHOR

Quando compramos um carro ou um apareiho ele-


trânico, recebemos um manual que nos ensina o mado de
usá-lo corretamente. Se não usarmos de acordo com a
orientação do fabricante, estragamos à máquina. Pior
ainda se quisermos consertar com nossas proprias maos
Perdemos a “garantia”, porque alteramos o mecanismo do
aparelho.
O homem não é uma máquina. Mas seu funciona-
mento" é mais delicado ainda, porque é, ao mesmo tempo,
corpo e espírito. Um corpo com um “mecanismo com-
plexo, reunindo muitos organismos: a respiração, a
corrente sangúínea, o aparelho digestivo, o cérebro, (que
é muito delicado) e a nossa alma ou espírito, que precisam
ser respeitados no seu modo de ser e de agir.
Por isso, o divino Fabricante, quando fez o homem,
deu-lhe também um manual para orientação de seu devido
funcionamento: é o Decálogo ou Dez Mandamentos. E um
desses Dez Mandamentos nos manda descansar um dia
por semana, como veremos a seguir.

UM DIA DE DESCANSO

Deus, que criou o homem e conhece bem as suas limitações,


deu-lhe esta ordem: "Lembra-te do dia de sábado, para santilicá-lo.
Trabalharás durante seis dias e farás todas as tuas obras. O sétimo
dia, porém, é o dia do Senhor, teu Deus. Não farás nenhum trabalho,
nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem teu animal, nem o estrangeiro
que está nas tuas portas. Porque em seis dias o Senhor fez o céu, a
terra, O mar e tudo o que eles contêm, mas repousou no sétimo dia.
Por isso o Senhor abençoou o dia de sábado e o santificou"
(Ex20,8.11).
Duas coisas aparecem no Dia do Senhor: o descanso e a
santificação da vida. Deus lala que é para a gente não trabalhar e
lembra que é para se renovar espiritualmente, pois o Senhor

133
“abençoou e santilicou" esse dia. Não adianta trabalhar no domingo
para ganhar mais dinheiro. Esse dinheiro, mais tarde, será gasto em
remédio, para consertar o desgaste do corpo e da mente. E nunca
mais se recupera a saúde perdida. Deus não faz leis para prejudicar
a vida, mas para protegê-la e ajudar o homem a viver feliz.

SÁBADO OU DOMINGO?

Alguns dizem: "Se Deus mandou guardar o sábado, por que a Igreja
guarda o domingo?" Explico. O sábado era o dia que lembrava a
Aliança de Deus (Javé) com seu povo Israel (Cf. Ex 31, 16-17). Jesus,
porém, é a plenitude da Lei e da Aliança. E ele ressuscitou no
domingo. Ora, a Ressurreição do Senhor é o acontecimento máximo
na História da Salvação. Por isso, ficou sendo o dia festivo dos
cristãos. Era o dia em que eles se reuniam para celebrar a Eucaristia,
que é o centro da piedade crista.
Já no tempo dos Apóstolos o domingo passou a ser o dia principal
da semana, o dia em que se celebrava solenemente a Eucaristia.
Lemos no Livro dos Atos: "No primeiro dia da semana, estando nós
reunidos para partir o pão” (At 20,7a). No começo, os cristãos quar-
davam o sábado e celebravam a Missa no domingo. Depois O
domingo passou a ser o dia do Senhor.
Santo Inácio de Antioquia, que viveu no primeiro século da Igreja,
escreveu: “Os judeus, que chegaram à nova esperança, não celebram
mais o sábado, mas observam o dia do Senhor, no qual, através de
Cristo, surgiu a vida". E um famoso escritor pagão chamado Plínio,
escrevendo ao imperador Trajano (98-117), diz: "Os cristãos reúnem
se num dia determinado, o que lembra a Ressurreição de Cristo”.
Outro documento antigo, chamado Didascália siríaca ensina: "Não é
permitido jejuar no primeiro dia da semana, porque é minha
Ressurreição". Já no ano 321, o imperador Constantino oficializou O
domingo como sendo o dia do descanso.
Jesus mesmo disse que Ele era "Senhor do sábado" (Cf. Mt 12,8).
E São Paulo escreve: “Portanto, ninguém vos julgue por questões de
comida e de bebida, ou a respeito de festas anuais ou de lua nova ou
de sábados, que são apenas sombra das coisas que haviam de vir,
sendo que a realidade é o Cristo" (Cl 2, 16-17). Dar mais importância

134
ao sábado do que à Ressurreição do Senhor é dar mais importância
à sombra do que ao corpo que projeta a sombra.

VALORIZAR O DIA DO SENHOR

Precisamos resgatar o verdadeiro sentido do domingo, como Dia


do Senhor. Infelizmente, para muitos, o domingo não passa de um
simples feriado pagão. Não se expressa nenhum sinal de fe: nem
oração, nem Evangelho, nem Missa. É apenas uma parada, como
param as máquinas. Além do descanso, o domingo é um dia de alegria
e festa cristã. O Concílio Vaticano |l diz: “Neste dia os cristãos devem
reunir-se para ouvirem a Palavra de Deus e participarem da Eucaristia,
e assim lembrarem-se da Paixão, Ressurreição e Glória do Senhor
Jesus, e darem graças a Deus que os regenerou para a viva
esperança” (SC 106).
"Domingo" é uma palavra de orlgem latina. Quer dizer “Dia do
Senhor". E um dia destinado à renovação espiritual. E o ato mais
importante do domingo é a Missa, que o Concílio chama de “centro e
ápice" da piedade crista,

TESTE

1. Que disse Deus sobre o Dia do Senhor (sábado)?


2. Quais os dois aspectos do Dia do Senhor?
3. Por que o domingo tomou o lugar do sábado”
4. Que disseram Plínio e Inácio de Antioquia?
5. Que disse São Paulo sobre o sábado”
6. Que sentido tem o domingo para você?

LEITURA BÍBLICA: Lc 10, 38-42

135
40. MISSAS DE FORMATURA E DEFUNTOS

Em certa cidade, havia um bairro pobre onde faltava


água no tempo da seca. Então, uma ver por semana, a
Prefeitura Municipal mandava um caminhão-pipa. Quando
a pipa chegava, as mulheres e crianças faziam fila para
pegar água. Cada um levava quanto podia. Havia mulheres
com uma lata na cabeça e um balde na mão. E havia
crianças com latinhas e baldinhos, de acordo com suas
forças. Vi um menininho com um canecão de apenas um
litro. O caminhão soltava água por uma mangueira grossa,
sem miséria. Não havia límite de quantidade. A pessoa
levava quanto queria.

ASSIM E NA MISSA

Passando da água do caminhão-tanque para a Missa, eu diria que


Deus também não põe limite na sua graça. À pessoa que vai à Missa
pode encher o seu coração, quanto quiser. Depende do tamanho do
recipiente. Se tiver o coração fechado, pode até voltar para casa sem
nada. É o que algumas pessoas dizem: "Eu não acho nada na Missa.
É uma coisa tão vazia. Saio do jeito que entro”. Eu pergunto: Será que
essa pessoa foi disposta a ouvir a Palavra de Deus e receber os dons
do Espírito Santo? Teve uma atitude de abertura e acolhimento da
graça de Deus?
Jesus nos fala abertamente: “Quem tiver sede, venha a mim e
beba!" (Cf. Jo 7,37). Falando da água do poço de Jacó, disse o Senhor
à samaritana; "Aquele que beber desta água terá sede novamente;
mas quem beber da água que eu darei, nunca mais terá sede. Pois a
água que eu lhe der se tornará nele uma fonte de água jorrando para
a vida eterna" (Jo 4, 13-14). O mesmo Jesus ainda diz: 'Eu sou o Alfa
e o Ômega, o Princípio e o Fim; a quem tem sede, eu darel gratuita-
mente da fonte de água viva" (Ap 21,6).

136
MISSAS DE AÇÃO DE GRAÇAS

Nada mais louvável do que celebrar uma Missa de Ação de Graças


por ocasião de uma formatura, de bodas, ou de outro evento como
aniversário de nascimento, aniversário da cidade, ou coisa parecida
A própria Eucaristia, como vimos, já tem em si o sentido de ação de
graças. Mas é preciso uma condição: que a Missa seja celebrada com
lé, sem desviar o seu sentido espiritual, Há quem “manda rezar uma
Missa de aniversário com um sentido não muito convenlente, Por
exemplo: para dar destaque à sua festa, sem a devida fê.
E quanto às Missas de formatura? Aí então acontece de tudo. É uma
coisa muito bonita e digna de apoio. Nada mais justo do que uma
turma se reunir, como turma que caminhou junto vários anos, para
conjuntamente louvar, bendizer e agradecer a Deus... e também pedir
pelo bom sucesso da prolissão que vão exercer.
Mas, no meio de uma formatura, há sempre alguns que lá estão
como se fosse um evento simplesmente social. Nada de mistério.
Nada de fé. Nada de oração. É pura formalidade. Há formandos mais
preocupados com a pose para o fotógrafo do quem com sua atitude
de participação na Missa. Chegam a fazer sinal para o fotógrafo como
se estivessem num clube ou num restaurante. Às vezes, há quem vá
comungar sem saber O que esta fazendo.
Por isso, lembramos que, ao marcar uma Missa de formatura, é
preciso tomar certas providências no sentido de preparar bem a
Celebração: as leituras, o canto, o papel do comentarista, as preces
da comunidade... para que um Mistério tão sublime, como é a Eucatis-
tia, não cala no vazio nem venha a dar uma imagem negativa da Igreja
e uma idéia ridícula da Liturgia.

MISSA PELOS DEFUNTOS

Hoje quase não se celebra mais Missa de corpo presente. Em geral


se faz a Celebração da Palavra ou "encomendação” no velório. Mas
temos as Missas de sétimo dia de falecimento, de mês, de ano ou de
qualquer data. É justo e bom orarmos pelos falecidos. Já vimos isso
no Encontro 30.

137
E sabemos que a Oração tem efeito retroativo, isto é, vale lambém
para O passado. Podemos rezar hoje para que uma pessoa falecida
há dez anos tenha encontrado o perdão junto de Deus na hora de sua
morte. À oração não está presa ao lempo. Ela vale para o passado.
para o futuro e para o presente. À mãe pode orar hoje para que o seu
filho que lez vestibular ontem tenha passado. O exame não será mais
alterado, Já foi entregue. Mas podemos rezar para que 0 moço tenha
acertado as questões,
Sem dúvida, rezar pelos defuntos é certo e bom. Mas tem uma
coisa: O mais importante é a nossa vida. Precisamos estar “em dia
com a nossa vida, para que, na hora em que Deus nos chamar,
estejamos preparados para partir em paz. Está escrito: “Bem-aven-
turados os mortos que morrem na paz do Senhor. Sim, diz o Espirito,
que descansem de suas ladigas, pois suas obras os acompanham'
(Ap 14, 13). Diz ainda o Senhor a todos nós que ainda caminhamos
na terra: “Eis que venho em breve, e trago comigo a recompensa para
dar a cada um segundo as suas obras" (Ap 22, 12).
Creio firmemente no poder da oração, mas não sei se alguém que
viveu como pagão, desprezando a graça de Deus, será salvo com
Missa de sétimo dia e aquela cruz sobre sua sepultura.

TESTE

1. A que Jesus se compara?


2. Por que alguns entram e saem da Missa vazios?
3. Convém celebrar Missa de formatura e aniversário?
4. Que cuidado devemos ter com Missa de formatura?
5. Vale a oração pelos defuntos? Por quê?
6. Você reza pelos falecidos?
7. Como deve ser vivida a nossa vida presente?

LEITURA BÍBLICA: Lc 12, 35-48

138
41. O ANO LITÚRGICO

O povo de Israel esperou a vinda do Salvador durante


milhares de anos. E “quando chegou a plenitude do lempo,
Deus enviou o seu Filho, nascido de uma mulher (Gl 4,4)
O Filho eterno de Deus "se tez came e habitou no meio de
nós" (Cf. Jo 1, 14). Na terra, Ele recebeu o nome de Jesus
e “foi verdadeiro homem, provado como nós em tudo,
menos o pecado” (Cf. Hb 4,15). Tornou-se o centro da
História da humanidade, Senhor do tempo e da eter-
nidade. Por isso, chamou-se "o Alfa e o Ômega, o Primeiro
e o Último, o Principio e o Fim' de todas as coisas
(Apea,13).
Ressuscitando dos mortos e subindo ao ceu, Ele
prometeu voltar no fim dos séculos. Mas, ao mesmo
tempo, nunca se separou de nós. Pelo contrário, caminha
com a Igreja “até o fim do mundo” (Cf. Mt 28, 20).

ANO CIVIL E ANO LITÚRGICO

Para celebrar a vida de Jesus, com suas obras e sua Mensagem,


sua permanência no meio de nós e seu regresso no fim da História,
nós temos o Ano Litúrgico, que revive anualmente todo o Mistério da
Salvação centrado na Pessoa de Jesus, o Messias ou Filho de Deus.
- É isso que vamos ver neste Encontro.
O Ano Litúrgico é o “Calendário Religioso". Contém as datas dos
acontecimentos da História da Salvação. Não coincide com o ano
civil, que começa no dia primeiro de janeiro e termina no dia 31 de
dezembro. O Ano Litúrgico começa e termina quatro semanas antes
do Natal. Tem como base as lases da Lua. Compõe-se de dois
grandes ciclos: o Natal e a Páscoa. São como dois polos em torno
dos quais gira todo o Ano Litúrgico.
O Natal tem um tempo de preparação, que é o Advento; e a Páscoa
tem também um tempo de preparação, que é a Quaresma. Ao lado
do Natal e da Páscoa está um período longo, de 34 semanas,

139
chamado Tempo Comum, O Ano Litúrgico começa com o Primeiro
Domingo do Advento e termina com o último sábado do Tempo
Comum, que é na véspera do Primeiro Domingo do Advento A
sequência dos diversos tempos” do Ano Litúrgico é a seguinte:

ADVENTO

Compõe-se de quatro semanas. Começa quatro domingos antes


do Natal e termina no dia 24 de dezembro. A cor das vestes litúrgicas
é roxa. Não é propriamente um tempo de penitência, mas de
purificação da vida pela justiça e pela verdade, preparando os cami-
nhos do Senhor. Também não é tempo de festa, mas de esperança e
alegria moderada, pois arrumamos a “casa” para receber a mais nobre
Visita, anunciada pelos Profetas. As personagens biblicas em desta-
que nas Leituras são: Isaias, João Batista, a Virgem Maria e o Messias.

NATAL

Começa aos 25 de dezembro e se prolonga por três domingos. A


cor é branca. Celebra, com grande alegria, O nascimento de Jesus,
que se fez Homem para nossa Salvação. Nossa atitude é de gratidão
e de glorificação de Deus “no mais alto dos céus”.
Nesse tempo estão também as festas da Sagrada Familia, de Santa
Maria Mãe de Deus, da Epitania e do Batismo de Jesus.

TEMPO COMUM (PRIMEIRA PARTE)

Começa logo após o batismo de Jesus e se interrompe na lerça-


feira antes da Quarta-Feira de Cinzas. Depois recomeça na
segunda-feira após o Pentecostes e val até o sábado antes do
Primeiro Domingo do Advento. À cor é verde. Tempo Comum é um
periodo sem grandes acontecimentos. AÍ se apresenta a vida e a
pregação de Jesus na rotina do seu dia a dia, É um tempo de
esperança e de acolhimento da Palavra de Deus, que anuncia longa-
mente o Reino dos céus.

140
QUARESMA

Começa na Quarta-Feira de Cinzas é termina na quarta-feira da


Semana Santa. A cor é roxa. É tempo forte de conversão e penitência,
de jejum e de oração. Precisamos renunciar ao mal e aderir a Jesus
que carrega sua cruz. É o tempo de preparação da Páscoa. Compõe-
se de cinco semanas. Na Quaresma não se diz O Aleluia”, nem se
colocam flores na igreja. Os instrumentos musicais devem ser
moderados: somente para sustentar o canto.

PÁSCOA

A Páscoa começa com o Triduo Pascal, na quinta-feira da Semana


Santa. O ponto alto desse triduo é a Ressurreição do Senhor, na Vigília
Pascal. O período pascal dura 50 dias. Val até a festa de Pentecostes,
que é a vinda do Espírito Santo. À cor é branca, simbolo da alegria
Devemos ressuscitar com Cristo.
Na segunda-feira após o Pentecostes recomeça a segunda parte
do Tempo Comum.

TESTE

1. Que é Ano Litúrgico?


2. Quais os tempos do Ano Litúrgico?
3. Diga alguma coisa do Advento e da Quaresma.
4. Que é Tempo Comum? E Páscoa”
5. Que é Pentecostes”?
6. Você vive a Liturgia? Ela tem sentido para você?

LEITURA BÍBLICA: Jo 1, 1:18.

141
ESQUEMA DO ANO LITÚRGICO

Início - 4 domingos antes do Nataí


Término - 24 do dezembro À tarde
Advento Espiritualiciade s Esperança & purificação da vida
Ensinamento - Anúncio da vinda do Messias
CICLO ai -Foxa
a Inicio - 25 de dezembro
Término - Na lésia do Batismo de Jesus
Espiritualidade - Fá, alegria e acolhimento
Natal Ensinamento - O Filho de Deus se fez Homem
Cor - Branca

Início - Bt feira após o Batismo de Jesus


Tempo Término - Véspera da 4º Feira das Cinzas
Comum Espiritualidade - Esperança e escuta da Palavra
(1º Parte) Ensinamento - Anúncio do Reino de Deus
Cor - Verde

Início - Quarta-Feira das Cinzas


Término - 4º loira da Semana Santa
Quaresma |Espirilualldade - Penliência e conversão
Ensinamento - À misericórdia de Deus
CICLO Cor « Roxa
DA
PÁSCOA Infeio - St feira santa (Triduo Pascal)
Término - No Pentecostes
Espirilualidade - Alegria em Cristo Ressustilado
Páscoa lEnsinamento - Ressurreição e vida elerna
Cor - Branca

Início - Br feira após o Pentecostes


Tempo Término - Véspera do 1º Domingo da Advento
Comum Espiritualidade - Vivência do Reino de Deus
(2º Parte) Ensinamenlo - Os crislãos são o sinal do Reino
Cor - Verde

e NOTA: Além das festas de Jesus, dentro do Ano Litúrgico estão as


festas da Virgem Maria, dos Apóstolos e dos outros santos. Nas
Livrarias católicas encontra-se um livro chamado “Diretório Liúrgico”
que contém o calendário com todas as festas e comemorações da
Liturgia.

142
; MG, Julz de Fora
135013) A. Espirrto Santo, Bhs
(032/72 15-8D61
Vozes
Tel:

(36010) Av, Barao do Rio Branco. 451

O
Tol.: (032/211-7652
MATRIZ AS, Porio Alegre
RJ, Petrópolis (90210) R. Ramiro Barcelos, 150
(25689) RA Frei Luis, 100 Tel. (0512)]21-6522
Cama Postal, 90023 (50010) A. Fuachucio, 1280
Tel: (0242/43-5112 Tal: (0512/26-3911
Fax: (0242/42-D692
AS, Novo Hamburgo
(93310) A. Joaquim Nabuco, 343
FILIAIS Tol: (0512)53-8143
AS, Pelotas
(38010) Rua 7 de Sotembro, 145
AJ, Rio de Janeiro Tol,: (0532/22.5341
(20031) A. Senador Dantas, 118-|
Tol: [021)220-6445 DF, Brasilia
CLR'None. OQ. 704
A. Joaquim Palhares, 227 (70730) Bloco A, N, 15
(20260) Estácio de Sá Tol.: (D61]223-72436
Tel, (021]273-3156
GO, Golânia
A Joana Angélica, 63 (740D0) A, 3, N. 231
(22420) Ipanema
Tol,: (QEe)22s-3077
Tel.: (021)267-5397
A Moura Brito, 30, loja C
PE, Recife
(50050) R, do Principe, 482
(20520) Tijuca Boa Vista
Tel.: (021)248-1061
Tel.: (081)221-4100
SP, São Paulo (50020) R, da Concórdia, 167
(01006) A. Senador Feijó, 158 e 168 Tol.: (DB1)224-3524
Tels.: (011)35-7144 o 36-2288
PA, Curliiba
(01414) R. Haddock Lobo, 360 (80230) A. 24 de Maio, 55
Tel.: (011)258-0511 Tol.: (D41j233-1392
(03031) À. Thiers, 310 - Pari (80020) À. Voluntários da Pátria, 39
Tal.: (011]229-9578 Tol.: (041)223-6059
SP, Bragança Paulista S€, Blumenau
(12900) Av. 5. Francisco de Assis, 218 (89010) AR. 15 de Novembro, 963
Tel.: (011)433-3675 Tel.: (D473)22-3471
(12900) A. Cal, Teólilo Lomo, 1055 CE, Fortaleza
Tol.: (011/433-3675 (60015) Av. Tristão Gonçalves, 1158
SP, Bauru Tol.: (085)231-9321
(17015]Av. Rodrigues Alvos, 10 — 37 (60025) A. Major Facundo, 730
Tel.: (0142)34-2044 Tol.: (085)221-4877

MG, Belo Horizonte BA, Salvador


(30150) A. Tupis, 85, Loja 10 (40110) A. Carlos Gomes, 698-A
Tels.: (031)273-2232 Tols.: (071)241-B666
MT, Culabá
(30190) A. Tupis, 114
Tol.: (031)273-2538
(78025) Av. Getúlio Vargas, 381
Tols.: (065/322-6809 e 3272.6567
(30140) R. Almorós, 1583
Tols.: (031)222-4152 MS, Campo Grande
(79013) R. Br. do Rio Branco, 1231
o 2224452 Tols.: (D67/384-1535 e 384-1593
VIStIN!
A Mi
E Rem
ha] F; - Es
Fm
, É =

[]

parte [9,04 parte

PHINÃO=O: NYO
No meio do caminho havia uma pedra. Aparentemente uma simples
pedra Os que passavam tropassavam
nela. E ela la rolando
para
frente e para trás. Um dia alguém parou, pegou aquela pedra e a
limpou da poeira. Então viu que era uma pedra preciosa.
À Missa é semelhante a essa pedra. Não qua ela esteja suja, mas 05
nossos olhos estão cobertosda poeira da Ignorâncouiado
preconceito, o que nos impede de vera Missa tal qual ela é, na pureza
de sua origem divina e na beleza de seu mistério.
A Missa, vivida segundo o pensamento de Deus, tem a força de
transformar a nossa vida. Ela deixaria de ser um desgastado preceito
para se tomar a pérola rara de que fala o Evangelho. Mas, ninguém
ama o que não conhece. Por isso, está aí este livro, que poderá
ajudá-lo muito no conhecimento e na vivência da Missa.
O Autor; Luiz Cechin-ato
Padre e Jornalista. Nasce
em Leme,
u SP,
Bos 27-07-1991. Estudou no Seminário Diocesano de São Carlos, SP,
e no Seminário Central do Ipiranga, em $ão Paulo. Fol ordenado
Presblero sos 24-12-1961. Fol Pároco de Borborema, SP
(1962-1972), Pároco de Barr, SP, e de ltaju, SP (1972-1981).
Atualmente é Pároco da Catedral de São Carlos, SP, e Vigário Geral
da Diocese. Pela Editora Vozes publicou os livros: O Reino de Deus,
Pueblaao Alcancede Todo
A Quems,
Iremos, Senhor? O Sacramento
da Confirmação, Reconcilia-vos, Conheça Melhor a Bíblia, A
Bondade Faz Maravilhas, Caminhando com Jesus, Valorizando a
Vida o Tia Alta.

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