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Ano 4 - Nº 18
Nov/Dez 2007
ENTREVISTA
Álvaro Teixeira,
secretário executivo do IBP –
Instituto Brasileiro de Petróleo,
Gás e Biocombustíveis
ENGENHARIA E ARTE
02-C&P17_Sumário/Expediente 1/1/04 1:32 PM Page 1
Sumário
foto da capa:
EMURB
6
Entrevista Artigos Técnicos
IBP comemora 50 anos de atividade 20
Álvaro Teixeira Sistemas de reparo de estruturas
de concreto com corrosão
de armaduras por carbonatação –
8
Parte 1
Matéria de Capa Por José Luis Serra Ribeiro, Sílvia M.
Engenharia e arte contra a corrosão S. Selmo e Zehbour Panossian
28
16
Fosfatização de Metais Ferrosos
ABRACO Informa
Parte 10 - Aceleradores:
Cloratos e Outros
34 Por Zehbour Panossian
Opinião e Célia A. L. dos Santos
A nova fronteira da produtividade
33
José Maria Ferreira
Noções Básicas sobre Processo
de Anodização do Alumínio
e suas Ligas - Parte 6
Por Adeval Antônio Meneghesso
Redação e Publicidade
Dra. Olga Baptista Ferraz - INT Aporte Editorial Ltda.
Dra. Zehbour Panossian - IPT Rua Emboaçava, 93
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A revista Corrosão & Proteção é uma publi- Conselho Editorial Fone/Fax: (11) 6128-0900
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de Corrosão, fundada em 17 de outubro de 1968, Dra. Denise Souza de Freitas - INT
e tem como objetivo congregar toda a comu- Eng. Jorge Fernando Pereira Coelho Diretores
nidade técnico-empresarial do setor, difundir o M.Sc. Gutemberg Pimenta - PETROBRAS - João Conte - Denise B. Ribeiro Conte
estudo da corrosão e seus métodos de proteção e CENPES
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Jeferson da Silva - AKZO NOBEL da editora responsável.
Carta ao leitor
ano de 2007 pode ser considerado um marco na indústria da energia no país. Depois de três
décadas de pesquisas e desenvolvimento na produção do álcool combustível e de outros bio-
combustíveis, o tema tornou-se definitivamente global. Aos resultados expressivos da PETRO-
BRAS soma-se a descoberta do novo campo de Tupi, na Bacia de Santos. Apesar de não totalmente co-
nhecida, essa reserva deve colocar o Brasil como um dos mais importantes produtores do mundo.
Inclusive, como candidato natural a participar da OPEP, a poderosa organização que reúne os princi-
pais exportadores de petróleo.
O Brasil tem inúmeros problemas, principalmente um enorme déficit social com sua gente, incluin-
do falta de acesso pleno à educação e saúde. Além disso, têm impostos excessivos e burocráticos e falta
um planejamento estratégico que leve em conta o país que queremos no futuro, não apenas até as pró-
ximas eleições.
Ao comentar as reservas de outras importantes commodities,
O INTERCORR 2008 espera reunir como o níquel, a vanguarda na produção e pesquisa de biocom-
bustíveis e a recente descoberta do maior campo de petróleo dos
os mais renomados profissionais últimos 15 anos, o sisudo Financial Times comentou: Afinal,
do setor e propiciar conhecimento Deus será mesmo brasileiro? Frase singular que reflete o pensa-
mento dos países desenvolvidos com o imenso potencial de cresci-
a mais de 500 profissionais mento do Brasil. Agora temos que fazer a nossa parte, e isso requer
trabalho, determinação e perseverança. Pois, se podemos come-
morar algumas conquistas, por um lado os recentes resultados
divulgados sobre a posição do ensino no país é mais do que desagradável. É um sinal claro de que será
necessário uma postura mais responsável e comprometida de todos os setores da sociedade para que,
finalmente, possamos pleitear a entrada no seleto grupo de países desenvolvidos.
Continuidade – a ABRACO também tem muito a comemorar. A começar pela participação cada
vez mais ativa em cursos e eventos, e a grande expectativa em torno do INTERCORR, que acontece
no mês de maio de 2008, em Recife, PE. Espera-se reunir os mais renomados profissionais do setor, que
vão propiciar conhecimento e reciclagem a mais de 500 profissionais. Essa troca de informações é fun-
damental para a evolução tecnológica, assim como, para o desenvolvimento do setor e do país.
A Revista Corrosão & Proteção, por sua vez, chega à décima edição consecutiva, desde a parceria
firmada entre a ABRACO e a Aporte Editorial. A regularidade da publicação é um dos nossos desafios,
pois para tanto é necessário investir para a produção de um consistente conteúdo editorial, variado e
interessante, que propicie altos índices de leitura. E, para nos mantermos atualizados e alinhados com
as necessidades de nossos leitores, reforçamos o convite para que toda a comunidade técnico-empresa-
rial do setor da corrosão participe ativamente da revista. Seja por meio de sugestões de assuntos, notas
corporativas, artigos técnicos, enfim, o importante é que exista esse canal aberto para que todos os inte-
ressados possam participar.
Boa Leitura!
Os Editores
Entrevista
Álvaro Teixeira
“
internacionais que se estabelece-
ram no Brasil. Vale lembrar que ca da produção do biodiesel. No A principal característica
durante esses 50 anos, a princi- mês de novembro, o IBP pro- do IBP é trabalhar através
pal característica do IBP conti- moveu, nos dias 12 e 13, no Rio
nua a mesma, ou seja, trabalhar de Janeiro, um evento especial de comissões formadas por
através de comissões formadas por sobre biocombustíveis, que, num seus associados
nossos associados.
foto: EMURB
A corrosão das
fotos: Anchortec
armaduras é
mais presente
em cidades
litorâneas e
em indústrias
que usam
produtos e
substâncias
agressivas ao
concreto
e ao aço
mentos de dosagem, a fim de tendido, no Brasil. Observo que os países desenvolvidos, de onde
que suas características e pro- vêm boa parte do nosso conhecimento tecnológico atual, não
priedades os capacitem a resis- chegaram aonde estão sem passar pelo caminho da normalização
tir à ação agressiva do ambien- que é um processo muito adequado, por ser contínuo e evoluti-
te no qual eles serão executa- vo", afirma Silvia Selmo.
dos", revela Cascudo. A pesquisadora da Poli/USP acredita que a comunidade técnica
O professor da UFG explica nacional deveria seguir o mesmo exemplo, ainda que o percurso
ainda que a corrosão das arma- possa ser lento e conflitante, pois há muitos segmentos envolvidos
duras em estruturas de concreto no setor, com diferentes linguagens e formas de abordagem da cor-
responde por significativa parte rosão, mas por isto mesmo as normas são importantes. "As univer-
da corrosão na construção civil, sidades e institutos de pesquisa no Brasil têm dado a sua contribui-
especialmente nos ambientes ção e é chegado o momento da conscientização das empresas públi-
essencialmente urbano-indus- cas e privadas darem o necessário passo adiante, pela canalização de
triais e nos ambientes marinhos recursos materiais e humanos, para a atualização e elaboração de
(região litorânea), assim como normas brasileiras relacionadas à corrosão na construção civil. E,
em ambientes particularmente para tanto, que tal começarmos pela terminologia?", argumenta
agressivos como zonas de res- Silvia Selmo.
pingo de maré, estações de tra-
tamento de água e esgoto, e Degradação
alguns ambientes industriais es- Para o engenheiro e consultor técnico da Anchortec, Rafael
pecíficos como fábricas de pa- Moreno Junior, o comportamento da corrosão na construção
pel e celulose, entre outros. civil é o mesmo de outras áreas da engenharia. Por definição, é o
Segundo avalia Silvia Selmo, efeito de alterar quimicamente o material, degradando-o normal-
professora e pesquisadora de mente a partir da superfície. "Eu descartaria a corrosão metálica
materiais de construção do de- como a principal, pois há ainda a corrosão de outros materiais,
partamento de engenharia de como do concreto, dos revestimentos e de outros componentes
construção civil, da Escola Poli- das edificações submetidos a ambientes e substâncias agressivas.
técnica da Universidade de São A corrosão das armaduras do concreto armado, material mais tra-
Paulo - USP, além de diversos dicional e amplamente utilizado para a confecção de estruturas
outros aspectos que envolvem a no Brasil, apresenta uma proporção enorme de incidência e o seu
corrosão na construção civil, há tratamento é de fundamental importância, pois a estabilidade da
a necessidade de se abordar e estrutura e conseqüentemente da edificação depende da integri-
enfrentar o caminho da norma- dade deste material".
lização de conceitos, materiais e Segundo Moreno, a corrosão das armaduras é mais presente
procedimentos, no mínimo, em cidades litorâneas, zonas urbanas e em indústrias que mani-
para as situações mais comuns pulam produtos e substâncias agressivas ao concreto e ao aço.
de corrosão e com maiores ris- "Isto acontece porque, além das características da edificação,
cos de segurança estrutural. definidas principalmente pelo projeto arquitetônico, pelos proje-
"Grande parte dessas situa- tos de engenharia (Estrutural, de Instalações Prediais, de Im-
ções já são bem caracterizadas permeabilização, de Drenagem, entre outros) e pela qualidade da
e conhecidas por pesquisado- execução da obra, a agressividade do ambiente em que a edifica-
res, consultores e empresas en- ção está inserida determina as condições de ataque aos materiais.
volvidas com a manutenção Isto pode ser observado pela norma brasileira NB1 ou NBR
preventiva ou corretiva das es- 6118 - Projeto de estruturas de concreto - Procedimento, que defi-
truturas de aço, de concreto ne uma série de requisitos e critérios de projeto que variam em
armado ou de concreto pro- função do tipo de obra e local de instalação, tomando-se medi-
Tecnologia
das preventivas que visam ampliar a vida útil da estrutura e da Avançada no
edificação quando da concepção da obra", revela.
Moreno avalia que a corrosão, por degradar os materiais com Tratamento de
uma velocidade proporcional à agressividade do meio, gera a neces-
sidade de reparos rasos, profundos, reforços ou mesmo de modifi- Superfície
cações geométricas que podem ser bastante custosas em função do
descaso dos proprietários ou administradores. Quanto maior o des-
do Alumínio e
caso, maior a degradação e maior o custo de correção das anoma-
lias. No âmbito econômico, significa a necessidade de capital não
de suas Ligas
somente para a realização dos serviços, mas também de prejuízos
para a produção de uma indústria ou de perdas pela necessidade de Tradição em excelência
isolamento de áreas.
de produtos e serviços,
Proteção sintonizados em tempo real
Na visão do gerente de vendas da Henkel, Humberto Marteleto,
a corrosão é mais comum na fabricação de coberturas, fechamentos com os principais avanços
e nas estruturas da construção. "Aqui no Brasil, no entanto, a recor- tecnológicos da Europa.
rência de corrosão é maior nas áreas comercial e industrial, por
conta da construção com material metálico. Quando ocorre a cor-
rosão, há o depreciamento da aparência do material, o que gera
dano visual e menor resistência mecânica. Isto implica dizer que há
uma diminuição da segurança na construção. Existem basicamente
duas formas de proteção, a por barreira (tratamento de superfície)
e a galvânica (outro metal para proteger o aço)".
Segundo Marteleto, o controle permite melhorar a aparência,
aumentar o desempenho dos materiais e garantir que os materiais
metálicos não percam suas propriedades estéticas e funcionais ao
longo do tempo de utilização. Para garantir o desempenho destes
materiais, podem ser realizados ensaios de caráter "acelerado",
criando simulações comparadas à exposição aos agentes corrosivos
naturais. "Como exemplos, temos a câmera de névoa salina, a de
umidade, câmaras de exposição aos raios UV etc. No método por
barreira, há os processos de passivação", destaca.
Já o engenheiro Rafael Moreno diz que, para ele, no caso espe-
cífico do concreto armado, a melhor proteção é dada pela especifi-
cação, em projeto, de concretos mais resistentes e menos porosos,
além da definição de cobrimentos maiores que protejam as arma-
duras com uma camada mais espessa. "No projeto, o ideal é especi-
ficar pinturas e revestimentos adequados à agressividade do meio.
Por exemplo, uma estrutura de concreto numa cidade como São
Paulo pode receber uma pintura com sistema epóxi/poliuretano
que amplia grandemente a proteção à estrutura, além de torná-la
esteticamente mais agradável. Outra forma de proteger o concreto
armado é com o uso de ânodos de sacrifício instalados na armadu-
ra proporcionalmente à quantidade de aço a ser protegida".
E para controlar a ação corrosiva, Moreno acredita que a me-
lhor forma seja reduzir ou, preferencialmente, eliminar o acesso
Aporte
fotos: NUTEC
Ao lado,
detalhes do
trabalho
desenvolvido
pela NUTEC
sobre a
corrosão
e a degradação
atmosférica
de materiais
elétricos
no Ceará
área das barras de aço corroí- Quanto aos métodos de proteção das estruturas metálicas apa-
das, com o posterior trata- rentes, bem como para os componentes metálicos da construção, o
mento mecânico da superfície professor Oswaldo Cascudo cita o uso de aços especiais resistentes
do metal, que receberá uma à corrosão ou aços inoxidáveis, além dos tratamentos superficiais
pintura de base epóxi rica em (pinturas, anodização, galvanização, zincagem por imersão a quen-
zinco ou a instalação das pasti- te etc.). "No caso das armaduras para o concreto, o histórico tem
lhas de zinco, no caso de mostrado que os tratamentos superficiais não são efetivos nem prá-
estruturas atacadas pelos clo- ticos, assim como não se mostram viáveis economicamente, pelo
retos (íons de cloro). Outras menos para as obras, convencionais. Invariavelmente, procedimen-
tecnologias também podem tos inerentes ao processo executivo da estrutura levam à ocorrência
ser aplicadas, como inibidores de falhas localizadas nas pinturas ou nos tratamentos superficiais.
de corrosão à base de nitritos, Isto compromete definitivamente tais procedimentos protetores
mas as proteções anódicas ou aplicáveis às armaduras, revertendo completamente o caráter prote-
por barreira são mais acessíveis tor do sistema, pela eventual ocorrência de corrosões localizadas e
e práticas". normalmente intensas (frente a uma dada agressividade do meio).
Portanto, para as armaduras em estruturas de concreto, a
proteção deve vir preponderantemente do concreto".
Cascudo trabalha com a idéia de que o controle da
PINTURA TÉCNICA INDUSTRIAL ação corrosiva passa por um conjunto de ações sistêmi-
cas aplicáveis aos materiais, componentes, elementos ou
TRATAMENTO ANTICORROSIVO COM GRANALHA DE AÇO, sistemas construtivos. "No caso das estruturas de concre-
ÓXIDO DE ALUMÍNIO E MICROESFERAS DE VIDRO to, ações tecnicamente corretas no campo do projeto, da
especificação dos materiais, da execução e do uso da
• Aeronáutica estrutura, todas atreladas ao nível de agressividade do
• Álcool e Açúcar ambiente, são essenciais para o controle da corrosão e
• Alimentícia para que se alcance patamares de durabilidade condizen-
• Caldeiraria tes com a potencialidade que estruturas de concreto po-
• Construção Civil dem produzir".
• Fertilizante Dentro desse conjunto de ações, Douglas Dallemule,
• Hidroelétrica
gerente executivo do ICZ – Instituto de Metais Não
Ferrosos, lembra a importância da utilização de material
• Mecânica Pesada
galvanizado. "É preciso promover a discussão em torno
• Mineração
da importância da galvanização do aço utilizado na in-
• Papel e Celulose dústria e na construção civil, em torno da necessidade de
• Petrolífera itens como a durabilidade da estrutura que suporta as
• Química obras, como nos estádios de futebol, por exemplo; de um
• Saneamento Básico maior conhecimento sobre os custos de manutenção; do
• Siderúrgica estabelecimento de certa cautela na busca por redução de
• Têxtil custos; e, principalmente, ter como prioridade a seguran-
• Transporte (aéreo/náutico/ferroviário/terrestre) ça das pessoas", diz Douglas. "Não podemos correr o
risco de ocorrer uma queda de estrutura por corrosão da
Revestimento com resinas epoxídicas, poliuretânicas, estrutura metálica interna".
betuminosas, alquídicas e outras
O exemplo do Ceará
PROMAR TRATAMENTO ANTICORROSIVO LTDA. O Ceará é um bom exemplo de como a agressivida-
Rua Manoel Maria Fernandes, 622 Av. Dr. Assis Ribeiro, 5861 de atmosférica potencializa a corrosão. O estado tem
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C&P_18_MateriaCapa 1/1/04 7:36 AM Page 6
cerca de 600 quilômetros de praias, clima tropical úmido, atmos- Minimizar prejuízos
fera marinha e alta velocidade dos ventos oriundos de duas dife- No caso do Ceará, Ieda
rentes direções – soprados do litoral para o continente. Estes ven- Montenegro explica que vários
tos, além de contaminarem a atmosfera com altas concentrações meios são aplicados na cons-
de íons cloretos se comportam como jatos de areia compostos trução civil a fim de minimi-
quimicamente com alta salinidade, que provoca desgastes mecâ- zar os prejuízos causados pela
nicos sobre as superfícies dos materiais que se tornam, também, ação da atmosfera tropical
contaminados por cloretos. marinha, tais como o casa-
Para Iêda Nadja Silva Montenegro, doutora em Química da mento do efeito de proteção
Fundação Núcleo de Tecnologia Industrial do Ceará – NUTEC, por barreira e o aspecto deco-
essas características desencadeiam reações de corrosão aceleradas rativo resultantes da utilização
pela participação dos íons cloretos e destacam-se como conse- de materiais cerâmicos ou
qüência a taxa de corrosão do aço carbono 1010 em torno de rochas ornamentais nas facha-
6590 g/m2.ano. Isso significa a perda de 57% da massa original das dos edifícios. Tais materi-
dos corpos-de-prova de aço carbono expostos sem revestimentos ais proporcionam a Fortaleza
durante um ano, segundo dados resultantes da pesquisa em um crescimento vertical. "Ou-
desenvolvimento sobre a corrosão e a degradação atmosférica dos tros tipos de obras civis como
materiais elétricos, solicitada pela Companhia Energética do as pontes e os viadutos, as
Ceará – COELCE, a qual tem como uma das principais finalida- chamadas superestruturas, são
des a elaboração de um mapa de agressividade atmosférica no otimizadas pela ação da tecno-
Estado. Esses altos índices são prejudiciais aos materiais utiliza- logia dos aditivos nos concre-
dos na rede de distribuição de energia elétrica, telecomunicação, tos que levam à diminuição da
transportes, construção civil, indústria metal-mecânica entre porosidade dos mesmos e tam-
outras áreas. bém pela opção do aumento
"Os bairros mais próximos da costa, em torno de 5 quilôme- da camada de revestimento do
tros de distância da praia, são predominantemente residenciais concreto sobre as armaduras, o
caracterizados por maior concentração de edifícios modernos que dificulta a penetração dos
construídos em estrutura de concreto armado, os quais sofrem as poluentes", comenta.
maiores conseqüências dos desgastes provocados pelos cloretos "Diante da impossibilidade
(maresia) e pelos demais agressores típicos de uma atmosfera tro- de amenizar-se o efeito natu-
pical marinha, que provocam alta agressividade às estruturas ralmente agressivo dos fatores
metálicas como conseqüência da agilidade da penetração dos climáticos da região, aumenta-
íons cloretos na argamassa/concreto. Este fenômeno leva à for- se consideravelmente as exi-
mação de produtos de corrosão que se refletem no ganho de gências quanto à aplicação de
volume das armações ferrosas e conseqüentemente no apareci- tecnologias modernas e efi-
mento de trincas e rupturas da estrutura de concreto, comprome- cientes das proteções anticor-
tendo dessa forma sua integridade física e seu desempenho", rosivas. Outra contribuição
explica Narcelio de Araújo Pereira, mestre em Engenharia de importante no sentido de mi-
Produção do Instituto Centro de Ensino Tecnológico – CEN- nimizar os problemas oriun-
TEC. dos da corrosão atmosférica é
O professor Cascudo, da UFG, salienta ainda que as armaduras o desenvolvimento de pesqui-
de aço carbono para concreto armado, por exemplo, são ligas ferro- sas, como as solicitadas pela
carbono simples do ponto de vista da resistência à corrosão, ou seja, comunidade da construção
são aços que, em relação à sua composição química, não sofreram civil do Ceará, com a finalida-
ações que os credenciem a desenvolver alguma capacidade de resis- de de classificar a agressivida-
tência à corrosão. Também essas armaduras não possuem tratamen- de da atmosfera e de estudar a
tos de superfície (pinturas anti-corrosivas, zincagem etc.) como resistência à corrosão e/ou
forma de proteção contra a corrosão. "Desse modo, é fácil depreen- degradação dos materiais para
der que a durabilidade alcançada por esse tipo de aço é de primor- possibilitar a seleção de produ-
dial responsabilidade do concreto, em função de aspectos, tais tos adequados ao uso em con-
como: adequada espessura de cobrimento, alta compacidade, baixa dições agressivas do meio",
porosidade, baixa permeabilidade etc. Se estes requisitos falharem, argumenta Narcelio de Araújo
principalmente em situações em que a agressividade do ambiente Pereira.
for elevada, ter-se-á, inevitavelmente, a corrosão da armadura, Pereira explica que para
como se vê de forma relativamente freqüente no cotidiano da cons- tanto existe no Ceará um
trução civil", explica. grupo de trabalho formado
A recente tragédia que ocorreu no estádio da médio de 60 quilos seriam suficientes para provocar
Fonte Nova, em Salvador, na Bahia, confirma que a um acidente. Todo mundo sabe que castelo de areia
corrosão na construção civil é um problema grave. O é fácil de cair", comenta Eduardo de Castro Mello.
próprio Ministério Público da Bahia vinha alertan- O governo baiano interditou a Fonte Nova por
do para problemas no estádio, a ponto de pedir sua tempo indeterminado e há a possibilidade de implo-
interdição. No início de novembro, o Sindicato dir a construção. O laudo da perícia, que vai apon-
Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia tar as causas do acidente deve ficar pronto no mês de
Consultiva (Sinaenco), apresentou um estudo que dezembro, quando será apresentado o relatório final
analisou 29 estádios em 18 cidades do Brasil. sobre a tragédia que culminou com a morte de sete
Dos 29 estádios avaliados, a Fonte Nova ficou torcedores e dezenas de feridos.
em último lugar e apresentou
fotos: Sinaenco
as piores condições de segu-
rança. O arquiteto da Sina-
enco, Eduardo de Castro
Mello, integrante da comissão
organizada pelo sindicato
para realizar esse trabalho,
chamou a atenção para a
necessidade de planejamento
e da contratação de projetos
para desenvolver as obras de
infra-estrutura. "O rompi-
mento da malha de aço pro-
vocado pela corrosão causou o
desabamento", acredita Cas-
tro Mello.
Ele alerta ainda que a falta
de nivelamento do concreto, a
não utilização de um aditivo
para a porosidade, o clima lito-
râneo de Salvador e a urina de
torcedores foram suficientes
para prejudicar a malha de
aço. "Para se ter uma idéia,
com a malha de aço compro-
metida, oito pessoas com peso
evitados durante a obra e ao tér- construção civil levou a empresa a criar uma nova divisão para desen-
mino das construções, principal- volver soluções aos projetos de esquadrias voltadas para esse segmento
mente durante a fase de acaba- econômico, a Votoral Sistemas. "Vamos oferecer produtos de acordo
mento onde a presença do alu- com as necessidades específicas dos clientes e dos usuários", explica o
mínio é maior", ressalta João gerente de vendas do segmento de construção civil, José Carlos Garcia
Inácio Graciolli, especialista na Noronha.
área de tratamento de superfícies Recentemente a CBA, visando ampliar o setor da extrusão, adqui-
da Companhia Brasileira de Alu- riu duas novas prensas italianas de 2,5 mil toneladas de pressão e com
mínio – CBA. "Existem vários uma capacidade produtiva de 30 mil toneladas/ano. "Além disso, efe-
processos para evitar a corrosão tuamos a aquisição de uma linha completa de pintura vertical para
do alumínio, sendo a anodização perfis de alumínio com uma capacidade de 12 mil toneladas/ano e a
um dos principais em relação à implantação de uma nova linha de anodização com uma capacidade
eficácia", comenta. de 12 mil toneladas/ano, inclusive com o acabamento multicolor,
O aumento da demanda da variedades de cor por eletrocoloração", explica Noronha. •
Antes mesmo de sua inauguração, a arquitetura rosão, os estais – feixes de cabos de protenção – foram
da ponte Jornalista Roberto Marinho chama a aten- protegidos por tubos fabricados em polietileno de
ção dos motoristas que trafegam pela Marginal alta densidade, com a função de proteger as cordoa-
Pinheiros, uma das mais importantes vias expressas lhas contra raios ultra-violeta e outras intempéries,
da cidade. A obra faz parte da implantação de um com absorção de água inferior a 0,01%, e nervuras
Complexo Viário que consiste na execução de duas helicoidais externas com diâmetro de 3,5 mm e passo
pontes estaiadas que se cruzam em um único mastro, de 60,00 cm. Espessura superior a 1,5 mm será
fazendo a interligação da avenida Jornalista preenchida com cera. Com relação aos cabos de pro-
Roberto Marinho com a Marginal Pinheiros, no tenção das vigas e lajes dos tabuleiros, será executa-
sentido Interlagos e no sentido Pinheiros. do processo convencional, ou seja, injeção de calda de
O engenheiro e gerente de obras da Empresa cimento", conta Duran.
Municipal de Urbanização – SP (EMURB), Com o término das pontes, estima-se que passa-
Norberto Duran, diz que essa é uma obra é a única rão por cada uma delas entre 800 a mil veículos por
do mundo a ter um mastro a sustentar duas pontes hora, o que deve melhorar o acesso à rodovia dos
estaiadas em curva. "A complexidade da obra vem Imigrantes, que liga a capital paulista ao litoral do
demandando o uso das mais modernas tecnologias Estado, entre outras melhorias quanto ao trânsito
de engenharia. Quando concluído o projeto a obra local. Duran destaca que as alças de acesso localiza-
se tornará um importante cartão postal da cidade de das na margem direita (sentido Interlagos/Pinhei-
São Paulo". ros) do Rio Pinheiros estão concluídas e em operação
A expectativa é de que as obras sejam concluídas e foram entregues a população em março de 2006.
em meados de 2008 e seu custo deve chegar aos
foto: EMURB
Notícias do Mercado
ABRACO Informa
EVENTOS
O mundo
MULTICOLOR
da ITALTECNO
LL – MULTICOLOR
Muito mais Cores no Tratamento da Superfície
do Alumínio Anodizado
Aporte
C&P18_PoliParte1 1/1/04 10:20 AM Page 1
Artigo Técnico
são na região do reparo. patibilidade eletroquímica para a rosão, para que os reparos lo-
Além disso, após a execução durabilidade do reparo tem sido calizados em estruturas de con-
de um reparo localizado, são esta- enfatizada por alguns pesquisa- creto sejam bem sucedidos.
belecidas sobre a armadura duas dores [9, 10, 11, 12]. Gulikers e O objetivo deste artigo é
regiões de eletrólito com carac- van Mier [13, 14] estudaram o fazer uma discussão teórica sobre
terísticas diferentes: o meio pro- efeito de reparos localizados de os mecanismos de formação de
porcionado pelo concreto origi- argamassa na corrosão de arma- macrocélulas de corrosão por
nal (substrato) e o meio propor- duras em concreto carbonatado, concentração diferencial, decor-
cionado pelo sistema de reparo. discutiram a repassivação do aço rente de reparos localizados, com
Assim, pode surgir a incompati- promovida pelo reparo e os seus a finalidade de contribuir no seu
bilidade eletroquímica, que é o efeitos sobre os potenciais da entendimento. É interpretado o
desequilíbrio do potencial eletro- barra nas regiões do reparo e do comportamento eletroquímico
químico entre diferentes locais de concreto original, assim como a de reparos não-fissurados em
uma barra de aço causado pelas corrente de macrocélula entre estruturas de concreto armado
diferenças dos meios proporcio- estas áreas. Seus estudos mostra- com corrosão induzida por car-
nados pelo reparo e o concreto ram que reparos localizados de bonatação. Este trabalho é parte
do substrato [7]. Nessas condi- argamassa à base de cimento da tese de doutorado do autor
ções, podem surgir áreas anódicas Portland induzem a uma grave principal [15].
e catódicas decorrentes da he- corrosão por macrocélula.
terogeneidade do meio, propor- Schieβl et al. [3] pesquisaram o Corrosão de armadura
cionada pela diferença de con- comportamento do aço em es- induzida por reparo
centração de alguma espécie truturas de concreto com reparos localizado
ativa. Este mecanismo ocorre co- localizados. Estes autores estuda- A corrente e o potencial de
mo conseqüência do estabeleci- ram o comportamento da cor- corrosão de um metal imerso
mento de células de longo alcan- rosão do aço no substrato, antes em um meio corrosivo podem
ce, também conhecidas como e após a execução do reparo e ser determinados teoricamente
macrocélulas, entre aquelas regi- constataram que, quando o con- pela representação gráfica das
ões de eletrólitos com caracterís- creto carbonatado do substrato curvas de polarização das rea-
ticas diferentes. Neste trabalho, não é totalmente removido, ções anódicas e catódicas, por
esse processo corrosivo será de- ocorre corrosão por macrocélula meio dos diagramas de Evans,
nominado corrosão por concen- após o reparo. Zhang e Mailva- com fundamentos já bem esta-
tração diferencial1 [8]. ganam [12] fizeram uma revisão belecidos e discutidos em livros
O entendimento dos princí- teórica, para verificar a correla- e manuais de eletroquímica [16,
pios da Eletroquímica envolvidos ção entre os mecanismos de cor- 17, 18]. Assim, estes diagramas
na incompatibilidade é essencial rosão por macrocélula e por mi- são aqui usados, para ilustrar e
para o projeto de reparos crocélula. No seu estudo analis- discutir os mecanismos de for-
duráveis. A importância da com- aram os principais fatores que mação de macrocélula decor-
caracterizam a corrosão em re- rente de reparos localizados, e
1. No meio técnico da engenharia civil, a paros localizados e concluíram os seus efeitos na taxa de cor-
corrosão das armaduras de concreto devida que há necessidade de mais rosão das armaduras, nos casos
às macrocélulas é também mencionada pesquisas focadas na identifi- de reparos em estruturas de
como corrosão galvânica. cação dos mecanismos de cor- concreto com carbonatação.
Fig. 2
Possíveis locais
de corrosão
antes e após
reparos
localizados
Durability of local repair measures Concrete International. v. 15. [16] Wolynec, S. Técnicas Eletro-
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proach to durable concrete repairs. de Pesquisa (Doutorado). Contato: zep@ipt.br
PubliEditorial Surtec
Artigo Técnico
Cloratos muito baixo os íons ferrosos em 1974; Biestek & Weber, 1976), a
PRIMEIRO BANHO ACELE- solução. Quando o processo é saber:
rado com clorato tinha, por aspersão, pode ser utilizado
em sua composição, uma junto com um acelerador exter-
ClO3- + 6H+ + 6Fe2+ Cl- + 3H2O + 6Fe3+
quantidade excessiva de íons no, por exemplo, com nitrito.
Por Zehbour clorato, o que determinava a for- Geralmente, nos banhos de
Panossian mação de uma quantidade exces- fosfatização, é adicionado na for- Esta reação desloca-se para a
siva de lama. Este fato restringiu ma de clorato de sódio (Lorin, direita em meios ácidos e a tem-
o uso deste acelerador em plantas 1974) ou de clorato de zinco peraturas próximas a 60ºC. Ela é
de grande porte, por um período (Biestek & Weber, 1976). Neste a responsável pela transformação
de tempo (Freeman, 1988, último caso, o produto é forneci- dos íons ferrosos produzidos
p.22). Em 1940, o clorato passou do como solução concentrada durante o ataque ao metal para
a ser utilizado em escala comer- porque o clorato de zinco é mui- íons férricos, que precipitam na
Por Célia A. L. cial em processos à base de fosfa- to higroscópico. forma de fosfato férrico, forman-
dos Santos to de zinco, quando então a sua A ação aceleradora do clorato do a lama. Isto garante a baixa
concentração passou a ser con- é devida à seguinte reação: concentração de íons ferrosos no
trolada e mantida em teores mais banho sem a adição de oxidantes
baixos. Aliás, o clorato é o acele- ClO3- + 6H+ + 6e Cl- + 3H2O externos. Quando opera a tem-
rador usado quase que exclusiva- peraturas mais elevadas, (80ºC a
mente para os processos à base de Com isto, o íon clorato con- 100ºC) o teor de íons de ferro
fosfato de zinco, sendo incom- some os cátions hidrogênio no banho fica abaixo de 0,1g/L
patível com os banhos à base de (determinando aumento do pH (Rausch, 1990, p.118). Cabe
fosfato de ferro e também não- na interface metal/banho, sem lembrar, no entanto, que os ba-
adequado para os banhos à base liberação de gás hidrogênio) e nhos acelerados com cloratos
de fosfato de manganês (Free- consome, também, os elétrons operam a temperaturas mais
man, 1988, p.22), podendo ser liberados pela reação de oxidação baixas do que aqueles acelerados
utilizado nos banhos à base de do metal (Fe → Fe2+ + 2e). só com nitratos (65ºC a 70ºC -
fosfato de metais alcalinos Pela reação apresentada, po- Freeman, 1988, p.22).
(Freeman, 1988, p.26). de-se verificar que o clorato de A reação global de um
Historicamente, este acele- zinco (ou de sódio), adicionado processo à base de fosfato de
rador foi o primeiro a ser utiliza- ao banho, se transforma em zinco acelerado com clorato
do para a fosfatização de arames cloreto de zinco (ou de sódio) pode ser assim representada
de aço, e ainda hoje é utilizado cuja concentração aumenta con- (Freeman, 1988, p.23):
para esta finalidade, pois as carac- tinuamente no banho. Por esta
terísticas das camadas obtidas razão, recomenda-se utilizar con- 3Zn(H2PO4)2 + Fe + 2NaClO3 →
com este acelerador parecem ser centrações tão baixas quanto → Zn3(PO4)2 + 4FePO4 + 2NaCl + 6H2O
muito adequadas para os proces- possíveis de clorato de zinco (ou
sos de conformação mecânica de sódio) (Biestek & Weber,
que os arames são submetidos. 1976). Uma outra razão que Camada de fosfato Lama
O íon clorato, de fórmula exige que o teor de cloratos seja
molecular ClO3-, é um poderoso mantido o mais baixo possível é Outras duas reações que
agente oxidante, mesmo a tem- a possibilidade de ocorrência de podem ocorrer em banhos ace-
peraturas moderadas da ordem passivação de alguns tipos de lerados com o íon clorato são as
de 50ºC e 60ºC. Normalmente, aços na presença de altos teores seguintes:
este acelerador não necessita de de cloratos.
um acelerador externo, visto que Uma outra reação ocorre na 4ClO3- 3ClO4- + Cl-
ele sozinho é capaz de manter presença de clorato (Lorin, - +
ClO3 + 6H + 5e 1/2 Cl2➚ + 3H2O
A segunda das reações citadas banhos de fosfato de zinco ace- ra (James & Freeman, 1971);
é mais significativa. lerados com cloratos são espe- • as camadas fosfatizadas, a partir
Com os banhos acelerados cialmente adequadas para fios de banhos acelerados com
com cloratos, obtêm-se camadas de aço (fato já mencionado); cloratos, apresentam a tendên-
fosfatizadas finas (geralmente • não apresentam o inconveni- cia à formação de manchas
inferiores a 10g/m2 - James & ente dos banhos acelerados brancas se não forem secas logo
Freeman, 1971) formadas com com nitrato/nitrito que é a li- após a fosfatização (James &
cristais muito finos. Apesar de beração de gases nitrosos. Freeman, 1971);
finas, as camadas obtidas são • nos banhos acelerados com
pouco porosas, constituindo-se Apesar de apresentar vanta- cloratos, a quantidade de lama
em efetivas barreiras (Biestek & gens, o íon clorato apresenta al- formada é maior o que requer
Weber, 1976, p.141). Além gumas desvantagens, a saber: remoção mais freqüente da
disso, por ser um oxidante pode- • libera gás cloro (Cl2) o que lama;
roso, em banhos acelerados com acelera a corrosão do aço. O gás • nos banhos acelerados com clo-
cloratos, o aumento da concen- cloro pode ainda ser absorvido rados, ocorre incrustação sobre
tração do banho não inibe a for- pela camada de fosfatos em os aquecedores o que prejudica
mação da camada fosfatizada e crescimento e formar comple- a transferência de calor (Wick
não determina a formação de xos do tipo [Fe(Cl3PO4)]3-, & Veilleux, 1985, p.19-7);
cristais grosseiros (Biestek & estando o íon de ferro na forma • é um banho que apresenta ca-
Weber, 1974, p. 140). de Fe3+; racterísticas mais corrosivas,
Algumas das vantagens dos • os banhos com clorato podem devido tanto ao próprio clorato
banhos acelerados com cloratos tornar-se turvos com o tempo como também ao produto de
são (Freeman, 1988): de operação devido à formação sua decomposição, o íon clore-
• é possível fosfatizar aços que são de um precipitado gelatinoso to. Isto poderá trazer proble-
altamente resistentes a outros ti- (Biestek & Weber, 1976). Este mas de corrosão na própria
pos de banhos de fosfatização, produto pode aderir-se na camada fosfatizada, quando a
devido à alta agressividade dos superfície da camada fosfatiza- lavagem não for eficiente e fica-
banhos acelerados com cloratos; da, podendo ser retirado so- rem vestígios de íons cloreto na
• íon clorato pode ser adicionado mente com escovamento. Este superfície fosfatizada. Este fato
ao banho numa larga faixa de problema pode ser contornado pode ser superado através de
concentração (5g/L a 10g/L); aumentando a concentração lavagem eficiente (Freeman,
• clorato é estável em soluções do banho ou adicionando 1988, p.22)
concentradas. Por esta razão, é ácido sulfúrico ou ácido bórico Devido às desvantagens
adicionado ao banho já incor- ou fosfato de zinco neutro ou citadas, a fosfatização por as-
porado ao concentrado (xaro- fosfato férrico neutro no ba- persão com banhos acelerados
pe), à semelhança do nitrato e nho. Com isto o precipitado com cloratos foi praticamente
ao contrário do nitrito; gelatinoso transforma-se em abandonada durante algum tem-
• quando o processo é adequada- um produto pulverulento que po. No entanto, o desenvolvi-
mente controlado, o mesmo se deposita no fundo do tan- mento de métodos de controle
concentrado pode ser utilizado que (Biestek & Weber, 1976); sofisticados determinou a volta
tanto para preparar um banho • os banhos acelerados com clo- do uso de banhos acelerados com
novo como para a reposição de rato apresentam consumo ele- cloratos. Tais controles permitem
um banho em operação, o que vado de produtos químicos e o uso de concentrações de clora-
não pode ser feito com os ba- formação de grande quanti- tos e temperaturas de operação
nhos com o nitrato; dade de lama (James & baixas (James & Freeman,
• o clorato é um acelerador mui- Freeman, 1971); 1971).
to eficiente inclusive para ope- • como nos banhos acelerados
rar em temperaturas baixas, com cloratos tem-se enrique- Nitratos e cloratos
podendo os banhos acelerados cimento de íons cloreto, com Como acelerador, pode ser
com cloratos operarem à tem- o tempo de uso, a lavagem utilizada uma mistura de nitratos
peratura ambiente. No entan- após a imersão no banho e cloratos. Os primeiros banhos
to, quando se opta por esta torna-se crítica, devendo ser para aplicação por aspersão eram
temperatura, é necessária a adi- feita rigorosamente a fim de formulados com fosfato de zinco
ção de um álcali para o controle eliminar vestígios destes íons. acelerados com cloratos e nitra-
do banho; Se a lavagem não for rigorosa, tos (James & Freeman, 1986).
• as camadas obtidas a partir de ter-se-á problemas após pintu- Com o uso destes dois acelera-
dores, dispensa-se o uso do nitri- Acredita-se que os benefícios fina camada passiva sobre a
to e consegue-se um aumento da adição dos nitritos são devidos superfície do zinco, o que difi-
significativo da reatividade do à reação entre o íon clorato e culta a aplicação de camadas
banho que opera com tempera- nitrito com recuperação do fosfatizadas. A presença de fluo-
turas moderadas (50ºC a 65ºC). nitrato (já citado). retos no banho determina a
Estes banhos podem ser operados quebra da camada passiva possi-
com temperaturas mais baixas Cloratos e nitritos bilitando a fosfatização. Além
ainda. Apesar disto, a sua utiliza- O uso simultâneo de cloratos disso, os íons fluoretos são adi-
ção é restrita devido à formação e nitritos em banhos aplicados cionados aos banhos de fosfati-
dos íons cloretos que, conforme por aspersão já ocorreu muito no zação de zinco para controlar a
já citado, são prejudiciais. passado, porém atualmente pa- presença nociva de íons de
Quando se adiciona con- rece que seu uso está mais restri- alumínio, formando o com-
comitantemente o clorato e o ni- to (Freeman, 1988, p.23, p.54). plexo AlF63-. O íon alumínio é
trato, ambos agem como oxidan- Os banhos acelerados com clo- altamente prejudicial aos ba-
tes. No entanto, o poder oxidan- rato/nitrito operam a uma tem- nhos de fosfato de zinco, pois
te do clorato predomina (a taxa peratura entre 50ºC e 60ºC, pro- inibe a formação da camada
de oxidação do clorato é maior). duzem revestimentos com uma fosfatizada. Já o complexo
Possivelmente, as reações de oxi- camada ao redor de 2,0 g/m2 e AlF63- é inerte. Com o uso cor-
dação são as seguintes (Lorin, podem ser aplicados tanto por reto de íons fluoreto pode-se
1974, p.29): aspersão quanto por imersão fosfatizar o alumínio com ba-
(Freeman, 1988, p.58, 62). nhos à base de fosfato de zinco.
NO3- + 2H+ + 2e → NO2- + H2O O íon fluoreto também é utiliza-
ClO3- + 6H+ + 6e → Cl- + 3H2O Cloratos com substâncias do quando se deseja fosfatizar o
orgânicas nitrogenadas aço zincado pelo processo de
O clorato reage ainda com o A literatura cita ainda o uso imersão a quente, quando no
nitrito regenerando o nitrato, concomitante de cloratos com banho de zinco fundido é adi-
segundo a reação: metanonitrobenzeno sulfonato cionado alumínio, por exemplo,
de sódio com resultados com- processo Sendzimir (Rausch,
ClO3- + 3NO2- → Cl- + 3NO3- paráveis aos banhos que contêm 1990, p.120).
nitrito, com a vantagem de uma
Acredita-se que o íon cloreto maior estabilidade dos acelera- Água oxigenada ou peróxido
formado pela redução do clorato dores (lembrar que o nitrito é tó- de hidrogênio
reage com o nitrato formando xico) e não-emissão de gases ni- A água oxigenada é um oxi-
nitrito e cloro, segundo a reação: trosos nocivos. dante muito forte, sendo utiliza-
do quase que exclusivamente
NO3- + 3Cl- + 4H+ → Cl2 + NOCl + 2H2O Bromatos como acelerador em banhos de
NOCl + H2O → Cl- + NO2- + 2H+ Os bromatos também fun- fosfato de zinco, aplicado por
cionam como aceleradores de aspersão e a temperaturas relati-
Como o clorato é um forte banhos de fosfatização, apresen- vamente baixas (50ºC a 60ºC)
oxidante, nestes banhos não é ne- tando comportamento seme- (Freeman, 1988, p.24). Em ba-
cessária a adição de nitritos para lhante aos cloratos (Rausch, nhos à base de fosfato de man-
oxidar os íons ferrosos. No en- 1990, p.118). ganês, acelerados com nitrato
tanto, muitas vezes, o nitrito é contendo íons de níquel, a água
adicionado com vantagens, a Fluoretos oxigenada pode ser utilizada para
saber: A adição de fluoretos au- controlar o teor de íons ferrosos
• obtenção de depósitos de cris- menta a agressividade dos ba- no banho (Freeman, 1988, p.75,
tais finos, principalmente nhos de fosfatização. Devido ao p.83).
quando o pré-tratamento en- seu pequeno raio atômico, os A água oxigenada é pouco
volve desengraxe em meios fluoretos são capazes de pene- estável em meios ácidos, por esta
muito alcalinos; trar na camada passiva presente razão deve ser adicionada conti-
• substancial redução do tempo sobre vários metais (por exem- nuamente aos banhos de fosfati-
para fosfatização, muito impor- plo, alumínio e aço zincado) zação, para manter a sua concen-
tante para os processos por possibilitando a fosfatização tração ao redor de 0,05 g/L que é
aspersão; (Rausch, 1990, p.119). Por a ideal (Freeman, 1988, p.23).
• temperatura baixa de operação exemplo, no caso de se fosfati- A reação de oxidação de íons
(40ºC a 60ºC). zar aço zincado, tem-se uma ferrosos para férricos pela ação da
Artigo Técnico
Opinião
O TELEX AO FAX. DA da tecnologia, mas por não estarem educados e organizados para o seu
agenda de papel para as uso. O que causa este descompasso entre os executivos e a realidade?
eletrônicas, passando Ora, voltando a 1990 e poucos, quantos contatos um típico executivo
pelos palms, combinados com fazia em um dia de trabalho? Era só atender ao telefone fixo – quando
o bip, que passou a ser Pager e estava no escritório – participar de reuniões ou escrever memorandos.
que depois foi condensado no E hoje, 70 a 500 e-mails por dia, conferences calls, reuniões inter-
celular, que virou smartphone. nas, reuniões externas com clientes, vídeos conferências, telefonemas
Da máquina de escrever ao PC, diversos. E o follow-up de cada reunião que participei? E os telefone-
passando pelo PC com docksta- mas que prometi fazer algo ou aquele e-mail importante que não posso
tion e chegando ao notebook, deixar de responder? E o futebol do meu filho na escola, e tem minha
que hoje também é wireless. Do filha que está me pedindo para ir ao balé na sexta! A diferença é brutal.
memorando interno ao correio Isto não é ficção, é a realidade e temos que estar preparados para
eletrônico, passando pela Inter- ela. Como? Entre outras coisas sabendo o que queremos para nossas
net e chegando ao e-mail, vidas (profissional e pessoal) e tendo uma maneira fácil de definir,
MSN, etc. Tudo isto nos últi- acompanhar e validar se estamos investindo o nosso tempo nas coisas
mos 20 anos, ou seja, quem co- certas, ajudando nosso cérebro a processar apenas o que interessa e na
meçou a trabalhar na década de hora que interessa.
80 saiu da máquina de escrever Nós elaboramos uma maneira de ajudar os executivos. Criamos um
e do telefone fixo para a reali- programa chamado "Coach de Produtividade Galileo", em que nosso
dade de hoje, na qual nossos consultor acompanha o executivo na montagem de um processo de
cérebros são acionados centenas organização baseado no outlook. Este “Coach” tem o objetivo de orga-
de vezes mais do que era há 15 nizar a vida do executivo e dar a ele o pulo do gato de como fazer isto.
ou 20 anos atrás. A diferença dos programas tradicionais é de que neste caso nós
Como conviver e se adaptar montamos, junto com o executivo, o que chamamos o "painel de con-
com estas mudanças? Onde co- trole" da vida dele, e a partir daí ele usa nossa metodologia para ali-
meça e termina o meu tempo de mentar, acompanhar e rever o que ele tem a fazer, trabalhando muito
trabalho e minha vida pessoal? mais em tarefas planejadas, e não apenas apagando incêndios. Pro-
Será que existe esta fronteira? Co- cessamento de e-mails, organização e acompanhamento de assuntos
mo lidar com centenas de e- de reuniões, administração do calendário, definição e acompa-
mails, reuniões presenciais, con- nhamento de tudo o que tenho para fazer, organização dos contatos e
ference calls, vídeo conferências, do networking, e sincronismo destas informações de modo que eu as
visitas a clientes e fornecedores? tenha quando precisar são alguns dos pontos endereçados pelo
A Galileo, empresa da qual “Coach de Produtividade”.
sou um dos fundadores, tem aju- Como é simples, e quem vai operar é o próprio executivo, ele tam-
dado na preparação de executivos bém pode fazer customizações, e deixar o seu painel de controle mais
para usar a tecnologia móvel a seu jeito. O impacto na vida dos executivos tem ido além do que
desde o lançamento do primeiro imaginávamos, fazendo com que eles alcancem um bem-estar em
smartphone no Brasil, em 2005. todos os campos das suas vidas que estavam, antes, perturbando sua
Nestes anos, entendemos as concentração e desempenho. •
necessidades e as dores que afe-
tam esta legião de pessoas, que José Maria Ferreira
estão literalmente à beira de um Sócio-fundador da Galileo Consultoria em Produtividade & Mobilidade
ataque de nervos. Não pelo uso Contato do autor: josemaria@galileoconsult.com.br
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