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CORROSÃO

GLOSSÁRIO

Polarização - Polarização do aço é a


mudança no seu potencial a partir do valor de
circuito aberto para o valor do potencial
resultante da passagem de corrente. A
polarização implica na existência de duas
reações eletroquímicas opostas ou que se
neutralizam de forma simultânea. O potencial
resultante é chamado de mixto porque é o
potencial que evidencia a situação do aço
quando duas ou mais reações eletroquímicas
ocorrem simultaneamente.
Passividade - Condição na qual o aço,
devido a uma cobertura impenetrável de
óxido ou outra substância, fica com um
potencial muito mais positivo do que aquele
que caracteriza seu estado ativo de corrosão.
Série galvânica - Lista dos metais
arranjados de acordo com seus potenciais
de corrosão relativos a um dado ambiente.
Quando dois metais são postos em contato,
produzem voltagem como em uma pilha.

Figura 1 - Monitorando
a corrosão dentro de
uma viga caixão de uma
ponte.

Os efeitos do aumento
da despesa no controle
Joaquim Rodrigues de uma estrutura.

O controle da corrosão
Em nossa vida diária, já não se toleram paralizações devido a corrosão, especialmente
aquelas que envolvem interrupções não programadas, tragédias com pessoas ou fatalidades.
O conceito de estruturas de concreto armado/protendido inteligentes, felizmente, já existe.
Qual é o governo, seja do Brasil, dos EUA tura após a surgência de problemas é tão “os sintomas de corrosão só se manifes-
ou de qualquer outro país que não gasta, estúpida quanto ignorante, pois expõe a tam após uma ou duas décadas de uso”.
anualmente, grandes valores em obras de vida e o bolso do usuário de forma expo- A linha de conduta, hoje, em plantas indus-
estruturas sintomáticas por corrosão? Ocor- nencial. Numa crítica relâmpago, poder-se- triais, pontes ou edificações comuns infeli-
re que, na engenharia civil e na indústria da á afirmar que análises feitas apenas entre zamente não passa de “inspeções” basea-
construção, aqui no Brasil, corrosão é uma longos períodos sempre conduzem a con- das sempre em sintomas terminais que con-
“desgradável surpresa” baseada no here- clusões incompletas ou mesmo enganosas. duzem a situações do tipo “para ou não”
ditário “teste de São Tomé”. Efetivamente, Na verdade, torna-se difícil argumentar ou uma estrutura. Sem comentários.
pois temos exemplos catastróficos. A téc- convencer técnicos e dirigentes da impor- Monitorar a corrosão significa medir o seu
nica de se analisar ou “controlar” a estru- tância do controle das estruturas, já que desenvolvimento e os danos conseqüen-
tes por um longo período de tempo e, fre-
qüentemente, envolve um ganho de infor-
mações que possibilitam um profundo co-
nhecimento de como e porque a velocida-
de da corrosão, na estrutura, oscila em fun-
ção do tempo. (O Instituto de Patologias
da Construção dispõe de apostila sobre o
tema “O controle da corrosão através de
inspeções e monitoramento. Escrita em in-
glês, com 109 páginas. Custa R$ 15,00, já
Figura 2 - Programa de com despesas de correio. Os tópicos desta
controle de uma
estrutura.
apostila são: introdução, inspeção, evolu-
ção do controle, monitorando e gerencian-

4 RECUPERAR • Setembro / Outubro 2001


RECUPERAR • Setembro / Outubro 2001 Fax consulta nº 02 5
Microcomputador
portátil.

O GECOR Concreto Armadura, também


em ação. chamado eletrodo de
trabalho.
quipamentos capazes de controlar, de for-
Superfície invertida do
ma bem precisa, a velocidade de desinte-
“prato de eletrodo” que
é colocado em contato
gração do aço dentro do concreto e de es-
Local para segurar o
“prato de eletrodos”
com o concreto. truturas metálicas industriais.

A técnica do potencial
Almofada
com esponja

da armadura
Figura 3 - O detalhe da
superfície do “prato de
A técnica de controle da corrosão mais sim-
eletrodos”, que facilita Anel de proteção
Eletrodos de
ples é a medida dos potenciais das armadu-
Eletrodo
muito a análise. auxiliar
referência
ras com a semi-pilha, cujos procedimentos
e interpretação são descritos na ASTM
do os danos da corrosão, sensibilização da desintegração, seja pela simples presença C876 e nas RECUPERAR 6, 37, 38, 39, 40 e
corrosão com fibras óticas e ensaios não de água dentro do concreto, seja por fato- 41. A base desta técnica recai no fato de
destrutivos). res acelerantes como o ingresso de íons ati- que o potencial de corrosão das armaduras
Equipamentos de controle de corrosão, hoje vos, como os cloretos ou pela diminuição mudará, na direção negativa, se sua super-
disponíveis, atestam a evolução do proces- de sua alcalinidade (pH) devido à reação fície mudar de um estado passivo inicial sem
so, orientando para serviços de recupera- do hidróxido de cálcio, presente no concre- corrosão para um estado de corrosão ati-
ção eficazes e por que não dizer, insignifi- to, com o dióxido de carbono atmosférico, vo. Os resultados desta técnica são quali-
cantes, no que diz respeito a custos. processo este chamado carbonatação. É tativos, sem qualquer informação a respei-
O conceito “estruturas de concreto arma- bom lembrar que corrosão é a desintegra- to da verdadeira velocidade de corosão da
do/protendido inteligentes” já é uma reali- ção do aço pela reação com seu ambiente. armadura. É interessante ressaltar que nem
dade lá fora, exatamente pela absorção do A verdade, bem sinistra por sinal, é que uma sempre potenciais muito negativos repre-
conceito de controle com o uso de equipa- vez iniciada a corrosão nas armaduras, este sentam alta velocidade de corrosão, já que
mentos que, efetivamente, atestam a estru- processo de desintegração do aço é abso- poder-se-á ter pouca ou nenhuma difusão
tura. Trata-se de uma evolução lógica. lutamente auto-sustentável, sendo que, o de oxigênio, seja pelo fato do concreto, na-
volume dos produtos de corrosão é maior quela área, estar saturado d´água ou modi-
A corrosão do que o volume do aço consumido, con- ficado com polímeros, o que asfixiaria as
duzindo o concreto protetor a um processo reações catódicas adjacentes.
Teoricamente, armaduras dentro de um am- de desintegração bem conhecido por todos
biente chamado concreto, de boa qualida- nós. As técnicas de polarização
de, não devem corroer. Sua alta alcalinida- A partir dos anos 80, foram introduzidos
de, algo em torno de 12, dá à superfície do novos conhecimentos e maior domínio so- A seguir, apresentamos as duas técnicas
aço a condição que chamamos de passiva- bre o processo de corrosão no concreto ar- que, efetivamente, controlam o processo de
ção, a qual reduz as chances de sua auto mado, surgiram então os primeiros supere- corrosão nas armaduras. Ambas as técni-
Figura 4 - Valores da velocidade da corrosão, potenciais de
corrosão e resistividade do concreto medidos com o GALVAPULSE
em um pé pilar de um viaduto. A velocidade média de 19mA/cm2
corresponde a uma perda de seção transversal anual de cerca de
200 micrômetros ou de 0,2mm.

Figura 5 - Exemplo de um monitoramento


feito a partir do início da vida de uma
estrutura.
Velocidade de corrosão (µm/ano)

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DA VELOCIDADE DE CORROSÃO

VELOCIDADE DE CORROSÃO
GRAU DE CORROSÃO Densidade de Corrente Perfuração
µ A/cm 2 µ m/ANO

Despresível 0,01 a 0,2 1,1 a 2,2


Início de corrosão ativa > 0,2 > 2,2
Ataque importante mas não severo ~ 1,0 ~ 11,0
Ataque
6 muito importante > 10 > 110,0 RECUPERAR • Setembro / Outubro 2001
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estrutural. Suas vantagens são inúmeras:
• Proteção localizada contra a corrosão nas armaduras, em qualquer
tipo de estrutura, para todo tipo de ambiente.
• Único produto que, efetivamente, interrompe a corrosão,
comprovando-se com a semi-pilha.
• A Pastilha Z é facilmente incorporada a armaduras novas ou em
estado de corrosão.
• A Pastilha Z garante sua estrutura por, pelo menos, 15 anos contra a
corrosão.

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RECUPERAR • Setembro / Outubro 2001 7


Figura 6 - O microcomputador
portátil do equipamento de
monitoramento da velocidade de
corrosão permite visualizar a
estrutura analisada em 2D e 3D. A
distância entre as coordenadas X é
de 30cm, assim como as da Y
(GALVAPULSE).

produzir variadas condições


de oxidação, medindo-se o
correspondente potencial.

A resistência de
polarização (RP) com o
GECOR

A técnica RP explora a inércia


do concreto para transferir
cargas elétricas. A relação ar-
madura passivada/concreto
apresenta uma RP bem maior
do que aquela onde há corro-
são ativa. O princípio da téc-
nica RP é o da aplicação de um pequeno
cas baseiam-se na polarização. A medida de do aço versus o potencial eletroquímico da- sinal ou estímulo à armadura, exercendo
atuação da polarização é um excelente mé- quela superfície. Variando o potencial do assim uma pequena polarização no aço, na-
todo para determinar o comportamento da aço, poder-se-á examinar diferentes condi- turalmente a partir do potencial de circuito
corrosão no aço, uma vez sujeito a toda sor- ções oxidantes que se impõem na superfí- aberto em que ele se encontrava, medindo-
te de condições oxidantes. As curvas de cie do material. A corrente correspondente se o incremento de corrente conseqüente.
polarização, conseqüentes deste estudo, fornece a medida da velocidade das reações A essência desta técnica, na verdade, ba-
poem ser representadas por um gráfico da para cada potencial imposto. De forma con- seia-se nos valores ou na resposta que o
corrente que vai ou que vem da superfície trária, poder-se-á aplicar uma corrente para eletrodo de referência capta quando se in-
jeta uma pequena voltagem, algo em torno
Porque monitorar a corrosão? de 20mV (polarização) através do eletrodo
O controle da corrosão é a melhor estratégia de acompanhamento de uma estrutu-
GLOSSÁRIO
ra poupando-se tudo. Basicamente, existem quatro estratégias para lidar com a
corrosão. Proteção catódica - Neutralização da corrosão
• Ignorando-a até ocorrer a ruína parcial ou total da estrutura. pela mudança do potencial do aço, em estado de
Nesta técnica, chamada de filosofia reativa, o monitoramento da corrosão é com- corrosão, em direção a um potencial oxidante inferior,
aplicando-se uma força eletromotriz externa com o
pletamente ignorado e suas conseqüências catastróficas, em termos de seguran- uso de um anodo metálico (galvânico) menos nobre
ça ao usuário quanto ao prejuízo material. ou mais ativo, ou injetando-se corrente de forma
• Com inspeções e recuperações a intervalos programados. direta.
Caso os intervalos sejam muito longos, o risco de corrosão torna-se excessivo, Polarização anódica - Mudança no potencial do
aço para uma direção mais positiva (mais nobre),
incorrendo em grandes gastos e no fator segurança. Esta estratégia apenas base- devido a um fluxo de corrente.
ada na análise visual, isto é, sem o monitoramento da corrosão, conduz a serviços Polarização catódica - Mudança no potencial
ausentes de qualidade além de perigosos, já que dão a falsa impressão de que do aço para uma direção mais negativa (mais ativa),
devido a um fluxo de corrente.
está tudo bem. Eletrodo auxiliar - O eletrodo em uma pilha
• Usando materiais que impedem a corrosão, como as Pastilhas Galvânicas, Zinco eletroquímica usado para transferir corrente da
Termo Projetado, Jaqueta G, etc. armadura. Usualmente feito de material não
corrosivo.
A utilização de materiais que efetivamente neutralizam a corrosão é crucial na maio- Corrosão - Deterioração do aço, ou qualquer outro
ria dos programas de controle da mesma. Entretanto, sem o seu monitoramento metal, pela reação com seu ambiente.
poder-se-á incorrer em gastos excessivos ou, o que é mais comum, em proteção Densidade de corrente - Corrente que flui de
insuficiente, devido ao desconhecimento total da corrosão existente. uma área unitária da superfície do aço ou
propriamente a relação corrente/área do aço.
• Aplicando, seletivamente, o controle de corrosão, onde e quando necessário. Inércia - Resistência oferecida por qualquer corpo
Conceitualmente, com o monitoramento da corrosão, cria-se uma estrutura inte- a uma mudança em seu estado de repouso ou
ligente, onde, de forma ideal, revela-se quando e onde necessita-se de ações movimento. É uma propriedade fundamental de
todo material. A medida da inércia de um objeto é
corretivas. Tudo isto de maneira econômica e, o mais importante, segura. sua massa.
A importância do monitoramento da corrosão feita em estruturas de concreto ar- Eletronegatividade - Fornece uma medida da
mado e protendido, em instalações industriais, torna-se aparente pelo acima expos- tendência do átomo de um elemento em incorporar
elétrons estranhos à sua estrutura. Os átomos que
to. Os benefícios são muitos, como: aumento da segurança, diminuição significativa exigem pequena quantidade de energia para ceder
do tamanho da obra, interrupção, redução nos custos e, o mais importante, au- seu elétron não tem tendência em incorporar elétrons
mento da expectativa de vida da estrutura. (baixa eletronegatividade).

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Figura 7 - A velocidade
de corrosão sendo
tomada em vigas e
pilares, utilizando-se o
prato de eletrodos. Ao
lado o resultado do
mapeamento dessa nhecimento de uma série de tegração do aço, podendo variar bastante
velocidade. constantes específicas que têm a partir de uma armadura em estado passi-
a ver com a combinação aço-ele- vo, com valores despresíveis em torno de
trólito existente nos vazios do 0,1µm/ano a 100µm/ano quando esta mes-
auxiliar. O que se verifica é que a corrente concreto e com a área da superfície do aço ma armadura passa para um estado ativo
necessária a este intento é proporcional à a ser testada. de corrosão. O GECOR utiliza um “prato de
velocidade de corrosão daquela região do Já parece claro que a medida da velocidade eletrodos” que é aplicado diretamente na
aço em análise. Em outras palavras, uma re- da corrosão nas armaduras do concreto é o superfície do concreto, sem necessidade de
gião do aço em estado passivo requer ou meio mais completo e preciso de diagnosti- inserção prévia de qualquer aparelho na
necessita de pequena quantidade de cor- car a condição do aço e a sua durabilidade. estrutura. Os eletrodos de referência e au-
rente para alterar seu potencial (ausente) Um outro aspecto é que as mudanças que xiliar estão embutidos na superfície do “pra-
de corrosão, ao passo que uma região da ocorrem com os potenciais de corrosão evi- to” e são circundados por um “anel de pro-
armadura com corrosão ativa precisa de denciam o comportamento ativo/passivo teção” que restringe o envio do sinal ou
grande quantidade de corrente. A conver- do aço. Este importante parâmetro, a velo- perturbação a uma área bem definida. O
são entre a corrente aplicada e a velocida- cidade da corrosão, por fim, relaciona-se à equipamento precisa apenas de uma liga-
de de desintegração do aço depende do co- verdadeira cinética do processo de desin- ção com a armadura, de modo a permitir a
obtenção dos potenciais.
Figura 8 - Equipamento de controle da
corrosão com “prato de eletrodos”. O pulso galvanostático
com o GALVAPULSE

Eletrodo de Microcomputador Esta técnica também utiliza a emissão de si-


referência portátil nal ou perturbação eletroquímica a partir da
superfície da estrutura em direção às arma-
Eletrodo
auxiliar
duras. Ao contrário da técnica RP, aqui apli-
Anel de
ca-se um pulso de corrente na superfície do
proteção concreto, polarizando as armaduras na dire-
ção anódica, a partir do seu potencial de cir-
Esponja
Figura 9 - No “prato de eletrodos” do
Armadura cuito aberto.
GALVAPULSE, o anel de proteção confina Este moderníssimo método de pulso gal-
a corrente injetada pelo eletrodo auxiliar vanostático induz um pequiníssimo pulso
a uma área bem definida de 32cm2,
obtendo-se desta forma, com o valor da de corrente anódica que varia de 5 a 400µA
corrente injetada, a densidade de com um tempo de duração em torno de 10
corrente em µA/cm2. Acima o GALVAPUL-
SE em ação Área analisada
segundos. O eletrodo de referência deste
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Fax consulta nº 04
RECUPERAR • Setembro / Outubro 2001 9
equipamento analisa então o potencial ele- variações na velocidade de corrosão entre
GLOSSÁRIO
troquímico resultante na armadura testa- áreas ativas e passivas.
da em função do tempo de polarização im- O monitoramento da velocidade de corro- Potencial de circuito aberto - O potencial da
posto. são, portanto, promove a mais profunda armadura medido em relação à semi-pilha, sem que
haja corrente circulando.
O GALVAPULSE, da mesma forma que o visualização da situação das armaduras de Densidade de corrente - Corrente elétrica de
GECOR, é fornecido com “prato de eletro- peças de concreto armado e protendido ou para uma unidade de área da armadura.
Potencial do eletrodo - É o potencial do aço,
dos” e anel de proteção. Em recente traba- fornecendo, a partir do início da vida da
por exemplo, em um eletrolito como o concreto,
lho de pesquisa efetuado por pesquisado- estrutura, se possível, um aviso do proces- medido contra um eletrodo de referência.
res suecos e alemães, atestou-se a excelen- so de corrosão que poderá se instalar, utili- Pilha ativa-passiva - Uma pilha de corrosão na
qual o anodo é uma região do aço (por exemplo) no
te qualidade dos dois equipamentos. zando-se estes dados para recuperar, de for- estado ativo e o catodo é uma outra região do aço
ma precisa, à estrutura e avaliando-se tam- no estado passivo.
Conclusão bém a efetividade do tratamento. Curva de polarização - Um gráfico de potencial
versus densidade de corrente do aço para uma
Fax consulta nº 06 combinação específica aço/eletrolito.
As medições são feitas em intervalos de Inclinação de Tafel - A inclinação da região reta
Para ter mais informações sobre da curva de polarização, usualmente para valores
aproximadamente quatro meses. Os íons
Corrosão. superiores a 50mV do potencial de circuito aberto,
cloretos, agentes aceleradores do proces- quando a curva é apresentada em um gráfico semi-
click aqui:
so de corrosão, principalmente pelo fato de logarítmico em termos de volts por ciclo logarítmico
http://www.recuperar.com.br de densidade de corrente (comumente relacionado
aumentarem a condutividade elétrica da
como volts por década).
água, far-se-ão notados pelo volume de cor-
REFERÊNCIAS
rosão provocado.
• Klinghoffer, D. “Assessment of reinforcement
O resultado proveniente das medidas é pos- • Joaquim Rodrigues é engenheiro civil, membro de corrosion by galvanostatic pulse tecnique”.
to em um gráfico velocidade de corrosão, em diversos institutos nos EUA, em assuntos de patolo- • Wietek, B. “Monitoring the corrosion of steel in
micrômetros de perfuração por ano versus gia da construção. É editor e diretor da RECUPE- concrete” F.I.P. Symposium ou post-tensioned
RAR, além de consultor técnico de diversas empresas. concrete structures.
tempo ou na forma de densidade de corrente • J.L. Dawson et al., Corrosion of Reinforcement in • Elsener, B. Potential mapping and corrosion steel in
versus tempo, utilizando-se cores de modo Concrete. concrete ASTM STP 1065.
a se ter uma perfeita visão do processo, par- • J.P. Broomfield et al, Materials Performance. • Macdonald, D.D. “Determination of the polarization
ticularmente pelo conhecimento de grandes • Stern M., Geary A., J. Electrochem. Soc. 104. resistence of rebar in reinforced concrete”.

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

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10 RECUPERAR • Setembro / Outubro 2001


PISOS INDUSTRIAIS

O uso de endurecedores de
superfícies após a acabadora
mecânica, além dos aditivos
usados no concreto poderão
afetar a aplicação ou a perfor-
mance de um piso epóxico
posterior?

GLOSSÁRIO

Ácido Oleoso ou Graxo - Ácido derivado


de um óleo natural. Glicerina dos animais,
gordura e óleos dos vegetais são usados na
fabricação de resinas.
Epóxi - Polímero termorrígido com família
de ligações cruzadas, apresentando excelente
resistência mecânica, química e isolamento
elétrico.

Carlos Carvalho Rocha

Pisos de concreto
O uso de aditivos no concreto ou o posterior uso de endurecedores pode afetar a adesão do
piso epóxico?
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Aditivos são aqueles materiais que, para o concreto, de modo a eliminar


adicionados ao cimento portland, à ou reduzir futuros descolamentos .
água e aos agregados, promovem a
modificação de suas propriedades Os números e
plásticas durante a fase de lança- as especificações
mento ou na sua fase de endureci-
do. As modificações, normalmente Para efeito de norma, a adesão do
desejadas, consistem na redução da primer ou da própria tinta, assim
água de amassamento, melhora da como a resistência da superfície do
trabalhabilidade e na diminuição ou concreto podem ser avaliadas por
aceleramento da pega e endureci- tração direta através do teste de ar-
mento. Todo fabricante de tintas de rancamento especificado pela
proteção (geralmente epóxi) proje- ASTM D4541.
ta ou especifica uma resistência de Superfícies de concreto mal prepa-
adesão mínima, consoante com a radas ou inadequadamente curadas
composição do material e a espes- podem apresentar resistências que
sura a ser aplicada. Genericamente variam de 0 a 0,35MPa quando tes-
falando, pinturas mais rígidas e mais tadas à tração. Por outro lado, su-
espessas, naturalmente dimensio- perfícies bem preparadas e bem cu-
nadas para suportar maiores ten- radas poderão oferecer resistências
sões térmicas e mecânicas, neces- à tração variando de 2,0 a 3,5MPa.
sitam de maior adesão, exigindo re- Alguns aditivos, usados adequada-
sistência superficial mais intensa mente ou não, poderão deixar mate-

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Fax consulta nº 08
rial ou resíduos na superfície do concreto,
podendo afetar ou reduzir a adesão física
ao sistema de proteção a ser aplicado. Como
exemplo podemos citar os ácidos graxos,
sabões, estearatos ou produtos derivados
de petróleo. Não conhecemos qualquer tra-
balho que relacione problemas de adesão
ao uso de aditivos. No entanto, há traba-
lhos e mais trabalhos que associam o pro- Piso de concreto
pronto para receber
blema da adesão à má preparação da super- epóxi. Quais os
fície ou, mais freqüentemente, à ausên- testes necessários
cia de condições físicas adequadas. Não para se checar o seu
estado?
é difícil imaginar que o problema poderá
ser causado por diversos tipos de “mis-
turas” utilizadas pelo pessoal das aca-
badoras mecânicas, de modo a dar aque-
la “melhora” na superfície. Este tipo de
“material” aplicado na superfície, junta-
mente com os diversos tipos de agentes
ou películas de cura (como por exemplo
Epóxi. Superfície do os à base de parafina) utilizados pode,
concreto original de forma adversa, afetar a adesão ao sis-
contendo aditivos.
tema de proteção. A preparação exigida
nem sempre remove integralmente estes
materiais. O teste da gota d´água é um
bom indicador inicial.

Os endurecedores de superfície
Piso modificado
com endurecedor,
penetrando de 2 a 30mm. Esquema do Além de incrementarem substancialmente
piso final após
o tratamento. a resistência superficial do piso também
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A ação das empilhadeiras... ...no seu piso de concreto.

As antigas “fórmulas” à base de silicato ou


fluorsilicato penetram, no máximo, 3
milímetros no substrato do piso o que, com o
correr dos anos, é insuficiente para resistir
ao tráfego contínuo de empilhadeiras e
outros processos abrasivos ou de impactos.
A fórmula revolucionária à base de lítio de
PENTRASIL penetra profundamente no
concreto, oferecendo maior e melhor dureza
assim como durabilidade inigualável.

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RECUPERAR • Setembro / Outubro 2001 13


Fax consulta nº 09
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
O fundo de tanques de concreto ou
qualquer reservatório é propício à
surgência de umidade proveniente do
solo.

Limpeza
Após a preparação da superfície, toda a nata
superficial deverá ser removida, assim como
as eflorescências ou qualquer outra conta-
minação. Se houver qualquer dúvida sobre
contaminação por ácido, dever-se-á testar
agem como agentes de cura. Não há, até a o pH da superfície. Caso se constate valo-
presente data, qualquer informação que res inferiores a 8, poderá haver contamina-
associe um comprometimento da futura ção por algum ácido ou sal ácido.
adesão com o uso prévio de endurecedo-
res de superfície. Textura
É muito relativo o termo “textura ótima” para
Eliminando qualquer possibilidade receber uma tinta ou sistema epóxico de
proteção. Entretanto, não deixa de ser um
A melhor maneira de eliminar possíveis efei- belo parâmetro ou indicador da efetiva pre-
tos negativos dos aditivos utilizados no paração da superfície. Claro que se a textu-
concreto, na adesão com o futuro sistema ra obtida com a preparação for igual a exis-
de proteção é seguir etapas bem definidas tente no início dos trabalhos, dever-se-á
de preparação das superfícies, de modo a levantar suspeitas.
garantir a melhor limpeza, textura, resistên- Se a superfície ainda retém o liso original
cia e secagem para a superfície. As etapas característico da acabadora mecânica, cer-
são: tamente ainda apresenta-se inadequada (su-
Fax consulta nº 10
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perfície fraca ou contaminada) a uma boa
“molhagem” pelo primer ou mesmo a tinta.

Resistência
A maioria das referências e especificações
citam a resistência do concreto à compres-
são como parâmetro abalisador, atribuindo
um mínimo de 28MPa após 28 dias de cura.
A química do epóxi, durante
seu tempo de endurecimen-
É interessante relatar, no entanto, que a
to, é extremamente adesão e a performance do sistema ou pin-
vulnerável a qualquer tura de proteção só quer saber da resistên-
surgência de umidade no
concreto. cia superficial a ser oferecida, isto significa
que poder-se-á ter uma resistência à com-
pressão ótima de 30MPa e uma resistência
superficial ou de adesão virtual igual a zero,

O conhecimento do concreto
utilizado no piso, uma preparação
adequada da superfície e o
conhecimento da presença de
umidade dinâmica são fundamentais.
O acabamento do epóxi é
incontestável.

RECUPERAR • Setembro / Outubro 2001 15


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se o concreto não foi bem curado e prepa- emissão de umidade por vapor d´água para
rado. pisos de concreto usando o cloreto de cál-
cio anidro”. É sério. Se você não atentou
Secagem para este importante detalhe, certamente
O efeito da umidade no concreto é comple- poderá estar tendo problemas.
xo e pode ser obtido nas edições nos. 15, 23
e 30 da RECUPERAR. A maioria dos fabri- Fax consulta nº 12
cantes de sistemas ou tintas de proteção Para ter mais informações
nos EUA especificam um teor máximo de sobre Pisos Industriais.
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epóxico de baixa viscosidade PP50. Isento de solven-
tes, com 100% de sólidos, possui viscosidade pratica-
seca, após a aplicação da tinta, o que com- REFERÊNCIAS
mente igual a da água. Basta verter e pronto. Sua estru- prometeria sua adesão, sua cura e a sua se-
• Carlos Carvalho Rocha é engenheiro civil,
tura está novamente monolitizada. PP50 só tem dois cagem. Neste particular, é preciso diferen- especialista em serviços de recuperação.
componentes e é um potente monolitizador, superior ao ciar os testes de umidade feitos com medi- • May, Clayton A., and Tanaka, Yoshio “Epo-
metacrilato pelo preço e pela facilidade de aplicação. dores comuns, que oferecem apenas o que xy resins, chemistry and technology”.
Ideal para aplicação em estruturas com trincas e fissu- se denomina de umidade estática, muito • Robert R. Cain, “How to select the best coa-
ras como lajes, pisos industriais, lajes de vertedouros, relativa e absolutamente perigosa já que ting for concrete floors”.
etc. • ACI Committee 302, “Guide for concrete flo-
poder-se-á obter valores de ausência de
or and slab construction”.
PP50 na sua estrutura! umidade em um determinado instante e em • H. Blumer, “Maisture migration - Concrete
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www.supertreat.com.br da-se o uso do teste de umidade dinâmica Portland Cement Association.
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16 RECUPERAR • Setembro / Outubro 2001
CORROSÃO

Nas estações de tratamento de esgotos estão as maiores


ocorrências da biocorrosão, tanto no concreto armado como nas
tubulações.

Michelle Batista

O tratamento da biocorrosão Seção de uma tubulação


de aço de uma ETA de 18
meses apenas, coberta
É um tratamento complexo, porque exige o com subprodutos da
corrosão e tubérculos
conhecimento do meio, sem o que poder-se-á alimentar as formados pelo
crescimento da bactéria
bactérias, simplesmente. oxidante do ferro.

As bactérias comumente encontradas na do em contato com ambientes desfavorá- Classificando os microorganismos


biocorrosão apresentam-se em diferentes veis, formam esporos, sobrevivendo, des-
estados metabólicos. Aquelas que traba- ta forma, a temperaturas extremas e a lon- Existem diversas formas de classificar os
lham ativamente, consumindo nutrientes gos períodos sem umidade e nutrientes. microorganismos associados à biocorro-
e proliferando situam-se no chamado es- Ainda assim, podem crescer de forma rá- são. A forma mais peculiar se associa com o
tágio de crescimento. As que simplesmen- pida quando encontram condições favo- seu metabolismo:
te existem e não apresentam qualquer ní- ráveis. Estes dois últimos estados podem • As substâncias, a partir das quais obtem
vel de crescimento, devido a condições parecer ao técnico observador que são cé- o carbono para o seu crescimento e re-
desfavoráveis, situa-se no chamado esta- lulas mortas. No entanto, há muita vida nes- produção. Em outras palavras, os nutri-
do “repouso”. Algumas variações, quan- tes meios. entes.
• A química através da qual consegue ener-
gia ou meios para viver, isto é, um “acei-
GLOSSÁRIO tador de eletrons terminal”.
Acetatos - Nome genérico dos plásticos de acetato de celulose, particularmente para as fibras desse
• Os elementos que acumulam como resul-
material. Quando aquecido pode apresentar odor do vinagre. tado destes processos.
Bactéria - Qualquer um dos grandes grupos de organismos microscópicos freqüentemente agregados
em colônias e cercados por paredes celulares ou membranas. Bactérias podem existir como organismos
auto sustentados no solo, água ou na matéria orgânica, assim como parasitas em corpos vivos de Uma outra forma de classificar os microor-
plantas e animais. ganismos associados à biocorrosão é rela-
Biocorrosão - Forma de corrosão associada a ambientes aquosos.
Bolor - Vegetação criptogânica que se forma em superfícies orgânicas (sob ou sobre películas de tinta cioná-los com as próprias bactérias:
por exemplo) quando há excesso de umidade e temperatura adequada no ambiente. Fungo superficial • Bactéria redutora de sulfatos (BRS).
que se alimenta dos ingredientes de revestimentos, como as tintas, atacando todos os outros
materiais orgânicos. Germe causador de doenças. Utiliza-se fungicidas para combatê-los.
• Bactéria oxidante de sulfetos e enxofre.
Esporos - Variante de espório. Forma de resistência de bactérias. • Bactéria e fungos que produzem ácidos.
• Bactéria oxidante do ferro.

22 RECUPERAR • Setembro / Outubro 2001


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RECUPERAR • Setembro / Outubro 2001 Fax consulta nº 24 23
• Bactéria que fixa o manganês. Microfotografia (1000X) de bactérias
• Bactéria oxidante de acetatos oxidantes do ferro na forma de
filamentos. Colonização na forma de
• Bactéria que produz acetatos. fios, facilitando o acesso de nutrien-
Uma outra forma interessante de classificar tes, gerando pilhas de corrosão.
os microorganismos relacionados à biocor-
rosão tem a ver com sua forma:
• “Vibrio”, apresenta células em forma de ca-
belo comprido ou uma franja.
• “Bacilus”, células em forma de haste ou
vareta.
• “Cocus”, que formam células arredondadas.
• “Mices”, para células na forma de fungos.
Nesta espectrometria de difração de elétrons
Como proteger estruturas identificamos os produtos da corrosão
da biocorrosão obtidos no local afetado por pites

De um modo geral, utilizam-se pinturas em inibir a atividade metabólica do microor- • Serem específicos para o microorganismo
forma de barreiras e proteção catódica para ganismo. em questão e a existência de biofilmes.
o tratamento da corrosão. A proteção por • Mudando as características do meio onde • Possuírem ação inibidora diante de ou-
barreira já foi bastante comentada em edi- se desenvolve o processo de corrosão, tras substâncias presentes no meio, em
ções anteriores da RECUPERAR. Com rela- de modo a torná-lo inadequado ao de- condições similares de temperatura e pH,
ção à proteção catódica, os números 37 e senvolvimento dos microorganismos. Por não podendo desenvolver tolerância por
38 falam bastante a respeito. Do ponto de exemplo, impondo aeração, no caso de parte do microorganismo.
vista microbiológico, o problema deve ser bactérias anaeróbicas. • Não desenvolver qualquer tipo de ação
resolvido com base nas seguintes estraté- corrosiva no ambiente.
gias: Existe uma quantidade formidável de bioci-
• Adicionando-se biocidas (substâncias das oxidantes e não oxidantes no mercado. Biodispersantes, usualmente moléculas não
bactericidas ou bacteriostáticas) e biodis- Deve-se, portanto, exigir que cumpram de- iônicas, são um exemplo bastante interes-
persantes ao meio, de modo a destruir ou terminados requisitos obrigatórios. Entre sante pois as moléculas formadoras destas
eles: substâncias adsorvem na superfície do aço
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GLOSSÁRIO

Espectrômetro - Equipamento que determina


a distribuição de freqüência em energia gerada
Você deseja proteção?
por qualquer fonte, indicando todos os
componentes, simultaneamente.
Fungos - Qualquer um dos grandes grupos de
plantas paríticas com carência de clorofila,
incluindo-se mofo, bolor, cogumelos e aqueles
germes que causam fermentação, usados para
fazer licores etc.
Ferrobactéria - Bactérias que oxidam o ferro
como fonte de energia. O ferro oxidado, na
forma de Fe(OH)3 é, então, depositado no
ambiente pela secreção da bactéria. A energia
obtida a partir destas reações é usada para
transportar todas as etapas de fabricação de
substâncias básicas necessárias às bactérias.

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Microfotografia de “fios” retorcidos de hidróxido de
ferro, subproduto da bactéria oxidante do ferro
24 Tubérculos destes fios causam biocorrosão. RECUPERAR • Setembro / Outubro 2001
(galionela).
de forma mais rápida e eficiente que os po- como os clorofenóis, poliaminas e as subs- fontes de enxofre para o caso dos tioba-
límeros formadores do biofilme. Reduzin- tâncias provenientes do boro. cilus.
do o tamanho dos pontos de contato do Uma outra estratégia de tratar os microor- • Modificação da concentração de oxigê-
biofilme com a superfície, os dispersantes ganismos e sua ação corrosiva, consiste nio, para o caso das bactérias anaeróbi-
promovem seu descolamento desestabili- na transformação das características do cas. A aeração tem sido uma excelente
zando-os. meio, tornando-o modificado ao desenvol- estratégia para interromper o crescimen-
No tratamento da BRS, utiliza-se corriquei- vimento das bactérias. Diversas formas to deste tipo de bactérias.
ramente cromatos, já que comportam-se são propostas: • O pH apresenta limites para determinar
como bons inibidores de corrosão. Os sais • Remoção dos nutrientes essenciais à tipos de bactérias. Geralmente um pH me-
de cobre são excelentes biocidas, assim bactéria, por exemplo, removendo-se as nor que 5 pode inibir o crescimento de

A biocorrosão atua
literalmente em todas as
áreas industriais,
particularmente em
estruturas offshore.

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RECUPERAR • Setembro / Outubro 2001 25


Microfotografia de uma suspensão de BRS
(1000X). Note as células fazendo curvas
aderidas em fibra de algodão (fundo
branco). Imagem tirada de um pite com
biocorrosão (anaeróbica).

bactérias do tipo BRS. Do ponto de vista


eletroquímico, no entanto, é extremamente
perigoso para o prolongamento da corro-
são.
Microfotografia de um
O emprego de pinturas formadoras de bar- flúido escuro tomado
reiras isolam o concreto (e claro suas arma- de um pite existente
sobre aço carbono
duras) ou a superfície metálica do meio (1000X). Note as
ambiente corrosivo. A escolha baseia-se células em forma de
espirais, típicas da
nas características físicas, químicas e bac- BRS.
teriológicas do meio ambiente e, principal-
mente, da composição da tinta. Uma com-
posição inadequada desta última pode tor- barreiras é particularmente adequado para
nar uma barreira em prato feito para os mi-
Fax consulta nº 26
aquelas situações onde o uso de biocidas
croorganismos. O emprego de proteção por Para ter mais informações
ou bactericidas é contra-indicado, como no
sobre Biocorrosão.
caso de sistemas abertos, como canaliza-
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ções, por exemplo. A proteção por barreira
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exige o controle de furos na película com o
holiday detector.
Provavelmente, o melhor tratamento seja REFERÊNCIAS
feito com proteção catódica, utilizando-se • Michelle Batista é Química.
corrente galvânica através de anodos de • Ringas, C., and Robinson, F.P.A., Microbial
Corrosion of Iron - Based alloys
sacrifício. Nos casos de recuperação, po- • Butler, M.A., and Ison, R.C.K., Corrosion and
der-se-á instalar os anodos de sacrifício pelo its prevention in waters.
lado de fora do sistema, seja ele um reser- • Le Chevalier, M.W., H.C., and Geesey, G.G.
Biofoulling and Biocorrosion in Industrial
vatório ou um tanque de concreto. Water Systems.
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aço carbono, tipificando BRS (1,5X).

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26 RECUPERAR • Setembro / Outubro 2001


ANÁLISE

A integração fibra de alta resistência/adesivo epóxico é a


melhor demonstração da eficiência dos polímeros
aglomerantes epóxicos.

Carlos Alberto Monge

Em defesa dos
adesivos epóxicos
Mudança do módulo
de elasticidade na
região da TDC.

Muitos projetistas questionam o papel do São trêmulas e imprecisas, como as linhas


adesivo epóxico quando submetido a tem- riscadas pelo medo, aquelas que separam
peraturas relativamente altas. as necessárias precauções contra o perigo
A evolução deste material é constante as- do alarmismo descontrolado perante a ação
sim como impressionante, particularmente do adesivo epóxico quando submetido a
no que diz respeito a sua performance quan- temperaturas incomuns.
do submetido a temperaturas anormais. A Uma visão racional parte do reconhecimen-
técnica de reforço estrutural com políme- to do perigo. Há diversos parâmetros que
ros armados com fibras, seja de carbono ou definem perfeitamente o comportamento de
Kevlar, é prova da performance destes polí- cada sistema epóxico submetido à ação de
meros. altas temperaturas. É correto temer a ação

GLOSSÁRIO

Polímeros - Materiais com altíssimo peso molecular, formados a partir de pequenas moléculas submetidas à
ligações covalentes que permitem a ligação entre elas. Polímeros podem ser feitos com apenas um tipo ou com
diversos tipos de molécula. As propriedades dos polímeros, sejam borrachas, plásticos, fibras ou adesivos são
baseadas em seu alto peso molecular, grande tamanho de moléculas e a ligação entre estas cadeias individuais
em uma forma volumosa. Cadeia ou rede de unidades repetidas combinadas quimicamente, formadas a partir de
monômeros pela polimerização.
Tensão - Força por unidade de área, usualmente expressa em kg/cm2 ou MPa.
Módulo de elasticidade - Se em uma peça de concreto de dimensões fixas, com comprimento igual a unidade
e de seção igual a unidade, aplicarmos uma tensão de tração muito pequena T, haverá um alongamento em seu
comprimento de C. Tão logo se suprima a tensão, o comprimento volta ao valor inicial. A relação T/C é, por
definição, o módulo de elasticidade. É o coeficiente angular da reta que constitui o diagrama tensão-deformação.

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Propriedades que
O epóxi e o calor excessivo caracterizam o epóxi
Os epóxis são maus condutores de ca- Já o coeficiente de dilatação do aço é
lor. A capacidade de armazenar calor é muito menor que o dos polímeros epó- Nos trabalhos de reforço estrutural com
avaliada pelo seu calor específico, que xicos. Isto é explicado pelo fato de que PAF, o adesivo epóxico torna-se parte inte-
é a quantidade de energia térmica ne- nos polímeros epóxicos os segmentos grante da “armadura” de reforço, transfe-
cessária para elevar 1ºC à unidade de macromoleculares são unidos por liga- rindo tensões sem aquele efeito constante
massa do material. O aço apresenta va- ções covalentes, muito mais pronuncia- da histerese. Adesivos epóxicos que te-
lores abaixo de 0,1cal/gramaºC, en- das que as ligações iônicas, próprias do nham sido tensionados por longos perío-
quanto que os polímeros epóxicos em aço. O polímero epóxico é um mau con-
dos de tempo não retornam à sua forma ori-
torno de 0,5. Por comparação, o calor dutor de eletricidade. Seu módulo de
específico da água é 1cal/gramaºC, elasticidade é medido pela razão entre ginal, imediatamente após o alívio desta
muito superior aos materiais emprega- a tensão e a deformação, dentro do li- tensão atuante, pois um processo de rela-
dos na engenharia civil. mite elástico em que a deformação é xação precisa ocorrer antes que o adesivo
Sua expansão térmica é avaliada pelo totalmente reversível e proporcional à retorne completamente à sua dimensão ori-
seu coeficiente de dilatação térmica li- tensão. Aplica-se tanto à tração quanto ginal. Esta demora no retorno à forma origi-
near, que é o alongamento relativo da à compressão, referindo-se à área trans- nal é chamada histerese. Poder-se-á dizer
peça por unidade de temperatura. É versal no início do ensaio. que é a memória do epóxi para uma determi-
expresso em ºC–1 e pode ser determi- O alongamento na rutura representa o nada propriedade que, dependente do seu
nado pelo método ASTM D696. Os ade- aumento percentual do comprimento da
estado anterior. Os adesivos epóxicos utili-
sivos epóxicos têm coeficiente de dila- peça sob tração, no momento da rutu-
tação térmica de 2 a 5 vezes superior ra. A dureza mede a resistência ou a zados nos reforços com PAF devem ter alto
ao concreto (9 x 10-6 mm/mm/C°). penetração ao risco. módulo e, obrigatoriamente, alta tempera-
tura de deflexão ao calor (TDC), de modo a
oferecer a necessária resistência à fluência
(creep) e, melhor ainda, ao cizalhamento. O
epóxi, assim como o concreto e o aço, tam-
bém sofre mudanças fundamentais, à medi-
da que sua temperatura ultrapassa uma cer-
ta temperatura característica de todos os
Propriedades físicas polímeros, a chamada temperatura de tran-
típicas entre concreto e sição vítrea (Tg). Cada sistema epóxico tem
adesivos epóxicos rígidos
e flexíveis. uma TDC bem definida e uma Tg específi-

GLOSSÁRIO

Deformação - É a mudança por unidade e


comprimento, na direção linear de um corpo.
Uma qualidade ausente de dimensão que
pode ser medida convenientemente em
porcentagem, em centímetros por
O reforço estrutural com
centímetros, em milímetros por milímetros.
PAF (fibra de carbono) em
Transformação que se traduz por variação da
uma viga I pré-moldada
distância entre pontos de um corpo.
que estará submetida a
Temperatura de transição vítrea -
cargas adicionais.
Corresponde ao início do movimento da
molécula. Temperatura na qual há absorção
de altas temperaturas, sob todos os as- desconhecimento do comportamento dos ou liberação de energia à medida que se
aumenta ou diminui a temperatura. Pode ser
pectos, dentro de uma estrutura, seja ela polímeros epóxicos, assim como do con- obtida por calorimetria de varredura
reforçada ou não. Isto comparando-se, por creto e do aço, frente à ação do calor. É diferencial ASTM D-3418.
Kevlar - Nome comercial da aramida, uma
exemplo, ao comportamento tensão/defor- preciso entendê-los. A recuperação e o re- fibra orgânica, em poliamida aromática, com
mação do aço que também é alterado, ou forço das estruturas de concreto armado e altíssima resistência à tração que, uma vez
inserida em uma matriz epóxica promove
as descontinuidades que ocorrerão nas re- protendido com a introdução de armadu- extraordinário aumento na resistência à flexão,
cuperações feitas com materiais com mó- ras externas como a fibra de carbono/Ke- tração e impacto para o filme.
dulos totalmente diferentes do concreto vlar, ou propriamente com PAF proporcio- Temperatura de deflexão ao calor - É
determinada pela observação da temperatura
original. Tudo se altera com temperaturas na a todos os profissionais desta área uma na qual uma barra tensionada à flexão
elevadas. A coisa é particularmente séria excelente oportunidade para aprofundar constante deforma ou sofre deflexão de um
valor especificado de 0,25mm (teste ASTM
quando muitos técnicos restringem o uso seus conhecimentos em relação aos polí- D-648).
do epóxi até em serviços de chumbamen- meros, especialmente os epóxicos. Nun- Ligação iônica - É formada pela combinação
de elementos metálicos (eletropositivos) com
tos, onde o adesivo não fica em contato ca, na engenharia civil, este polímero teve os ametálicos (eletronegativos). Ocorre com
com a intempérie, culpando-se, novamen- tanto questionamento e, porque não dizer, transferência de elétron(s) de um átomo a outro.
te aí, as “altas temperaturas” por absoluto tanta importância. Liga um metal a um ametal.

30 RECUPERAR • Setembro / Outubro 2001


A versatilidade dos adesivos epóxicos
no reforço estrutural com PAFs é
enorme, inclusive em reforços de
estruturas submersas. Há uma grande
diversidade de adesivos epóxicos.

ca, significando que são formulados para


todo tipo de resistência, módulo e para gran-
des variações de temperatura. A Tg, por sua
vez, é a temperatura na qual o adesivo epó-
xico começa a se alterar, saindo daquele es-
tado vítreo e quebradiço desejável para um
estado plástico. Em outras palavras, abaixo
da Tg, o adesivo epóxico comporta-se como
o concreto ou o aço, agüentando firme tudo
que lhe é imposto. Acima da Tg, no entan-
to, a história é outra. O epóxi não recupera
integralmente sua memória, quando em car-
ga, sofrendo fluência.

A verificação da resistência de aderência entre a superfície do concreto refor- Resistência de aderência e o tipo de ruína (ASTM C881) de
çado e a manta de fibra de carbono. A qualidade da aplicação, invariavelmen- um adesivo rígido com TDC~160ºC, em função da tempera-
te, indica o rompimento no concreto, abaixo da interface de colagem. tura.

A medição da Tg é feita com equipamento No entanto, há um teste bastante rápido e do valor real da Tg. Este teste, primeira-
sofisticado, segundo norma ASTM D-3418. prático que oferece excelente aproximação mente, estabelece a TDC para caracterizar
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Fax consulta nº 31

RECUPERAR • Setembro / Outubro 2001 31


o epóxi. Um gráfico do módulo de elastici-
E o concreto armado sob calor excessivo? dade do polímero versus temperatura mos-
Sob o ponto de vista estritamente físi- to, compressão, etc, formadores de fis- tra, de forma clara, como as características
co, o concreto sujeito a tensão perma- suras, trincas, deslocamentos e flexio- do adesivo mudam com o aumento da tem-
nente perde parcialmente resistência namentos excessivos. peratura, na região da TDC. Para valores de
devido à degradação da sua energia in- Uma variação de temperatura de 38°C 10 a 15ºC abaixo da TDC, o módulo, origi-
terna, provocada pela deformação, quan- em uma peça de 30m de extensão oca- nalmente alto, literalmente despenca, qua-
do sujeito a temperaturas elevadas. sionará um acréscimo de 22cm em seu se que “estabilizando-se” a seguir (após a
O efeito da temperatura ou do calor comprimento. coluna tracejada).
excessivo sobre estruturas de concre- O aço, por sua vez, quando mantido em Esta transição ou TDC formada pelas duas
to ou peças em separado, traduz-se em fluência e a temperaturas elevadas, cos-
colunas verticais tracejadas (veja no grá-
um aumento do seu volume. tuma romper com tensões mais baixas
A relação volume/temperatura é expres- do que as geralmente aceitas, com a
fico abaixo) é muito importante para a tec-
sa pelo coeficiente de dilatação/retra- agravante do aparecimento da corrosão nologia dos adesivos poliméricos utiliza-
ção térmica. Esta mudança de volume sob tensão e da corrosão em altas tem- dos na área de recuperação / reforço. Por
cria altas tensões de tração, cizalhamen- peraturas exemplo, se um adesivo epóxico tem uma
TDC de 120ºC, alguns céticos podem ques-
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Fax consulta nº 32

32 RECUPERAR • Setembro / Outubro 2001


tionar o epóxi empregado no reforço es-
E o aço da construção, trutural, se muito exposto ao sol, já que
como se comporta no calor excessivo? poder-se-á ter temperaturas, na superfície,
em torno de 80ºC e, portanto, haver um
Suas propriedades de tração mais elementares são a tensão de escoamento (Fy),
ε
a resistência de tração última (Fµ), a deformação na rutura ( u) e com tratamen-
processo de fluência no adesivo. Trata-
ε
to físico ou mecânico ( ST), sua redução de área (RA) e a relação tração/escoa-
se, portanto, de um questionamento im-
ε
mento Fy/Fu. A inclinação da curva após ST é o módulo do aço com tratamento procedente em razão de sua alta TDC, já
físico ou mecânico (EST). O tratamento a frio muda essencialmente as característi- que se subtrairmos 10 a 15ºC teremos ain-
da um comportamento totalmente seguro
do seu módulo. É interessante ressaltar um
outro aspecto da TDC. Quando aderimos,
por exemplo, alumínio ao concreto, materi-
al este com coeficiente de dilatação muito
diferente do concreto é desejável ter um
adesivo com um TDC menor do que a me-
nor temperatura ambiente, o que se con-
segue preenchendo-se com elastômeros
(inadequadamente chamados de selantes)
o espaço entre os dois materiais.
Este elastômero automaticamente promo-
ve uma fluência ou “libera tensões” quan-
do sujeito as tensões resultantes da ex-
cas do aço, tornando-o com alta resistência e baixa ductibilidade. As deformações pansão térmica diferencial do concreto e
plásticas que ocorrem deixam o material sem “memória”. Seu módulo de elastici- do alumínio (ou vidro por exemplo) em con-
dade E é constantemente igual a 210.000MPa. tato. É curioso relatar também que os epo-
xis de baixo módulo ou semi-rígidos têm

GLOSSÁRIO

Resina - Termo aplicado a uma grande


variedade de produtos fundíveis mais ou
menos transparentes que podem ser naturais
ou sintéticos, catalogados como polímeros.
Designação de qualquer polímero que sirva
como material aglomerante para tintas,
plásticos e funciona como adesivo.
Ligações cruzadas - Termo aplicado para
moléculas unidas lado a lado, assim como
por suas terminações. Têm a particularidade
de mudar as propriedades do polímero,
aumentando seu peso molecular.
Análise do comportamento tensão-deformação do aço de construção submetido a tempe-
raturas diferentes. Repare que a zona de escoamento e de recuperação do material
alteram-se com o aumento da temperatura.

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RECUPERAR • Setembro / Outubro 2001 33


uma TDC em torno de 25ºC. Efetivamente, 10 a 15ºC abaixo da Tg, ou como medida
GLOSSÁRIO portanto, tem-se na Tg a mais importante prática, abaixo da TDC.
propriedade do epóxi sujeito a altas tempe-
Relaxação - Fenômeno de diminuição da
raturas, já que responderá ou informará pe-
Fax consulta nº 34
tensão imposta, em um determinado tempo,
Para ter mais informações
com deformação constante. las mudanças no seu calor específico, no
Ligação covalente - Ligação que ocorre sobre Adesivos.
com o emparelhamento de elétrons entre seu coeficiente de dilatação térmica e, por- Click aqui:
dois átomos. Liga ametais entre si. que não, também, no desempenho durante
Fluência - Aumento da deformação, com
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o decorrer do tempo, mantendo-se a carga o processo de fluência?
constante.
Felizmente, existem no mercado sistemas REFERÊNCIAS
Histerese - Designação geral do fenômeno
que ocorre quando a resposta de um sistema epóxicos com TDC relativamente alta, algo • Carlos Alberto Monge é Engenheiro Civil
a uma ação externa variável depende do especialista em serviços de recuperação.
sentido desta variação, isto é, tem um valor em torno de 140ºC, que possibilitam total • Hugenschmidt, “epoxy adhesives for
quando a ação está crescendo e um outro segurança contra os problemas advindos concrete and steel”
valor quando a ação está decrescendo. É o • May; Clayton, A. and Tanaka, Y., Epoxy
que acontece, por exemplo, com certos da utilização do epóxi em colagens exter- resins, chemistry and technology.
polímeros que se alongam de uma nas. Para esta situação de estruturas a se- • Mays, G. C., “structural applications of
determinada maneira quando sujeito à tração adhesives in civil engineering” .
crescente e reagem de forma diversa quando rem reforçadas e que estejam expostas à • Wake, William C., Adhesion and
a tração é decrescente. ação do sol, dever-se-á, como boa regra, formulation of adhesives.
• Goul, Robert W., “state of the art adhesives
ter uma temperatura em sua superfície de for concrete construction”.
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