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Ano 4 - Nº 13
Jan/Fev 2007
ENTREVISTA
Pedro Barbosa Leite
assume a presidência
da ABRACO
ESPECIAL
PROTEÇÃO CATÓDICA
Atotech 8/1/06 3:38 PM Page 1
02-C&P_13_Sumário/Expediente 2/8/07 10:18 AM Page 1
Sumário
fotos da capa:
Stéferson Faria/
PETROBRAS e
Yanashi
6
Entrevista Artigos Técnicos
Pedro Paulo Barbosa Leite assume a
presidência da ABRACO 24
Pedro Paulo Barbosa Leite e Jorge Fernando P. Coelho Fosfatização de Metais Ferrosos –
Parte 5 - Mecanismos de Fosfatização
8
por Zehbour Panossian e
Matéria de Capa
Proteção Catódica: demanda aquecida Célia A. L. dos Santos
15 27
Atualização Transportes Ensaios Acelerados de Corrosão
Atmosférica – Parte 1
17
por Carlos Alberto Maciel
Notícias do Mercado
20 30
Novos Talentos Noções Básicas sobre Processo
de Anodização do Alumínio
26 e suas Ligas – Parte 2
ABRACO Informa por Adeval Antônio Meneghesso
31
Saúde & Segurança Ocupacional
34
Opinião
Ética nos Negócios
André Franco Montoro Filho
Carta ao leitor
Os Editores
Associe-se ABRACO
BIBLIOTECA
Para auxiliar a comunidade técnico-empresarial,
servindo como fonte de pesquisa, recuperação e
disseminação da informação, a ABRACO possui
uma Biblioteca especializada em corrosão,
proteção anticorrosiva e assuntos afins. Seu acervo
é composto por livros, periódicos, normas técnicas,
trabalhos técnicos, anais de eventos e fotografias.
Os serviços prestados pela Biblioteca incluem
pesquisa bibliográfica, consulta local, repasse de
trabalhos técnicos e publicações (livros técnicos e
anais da ABRACO).
Já está à disposição o
CONFIRA EM NOSSO SITE O CONTEÚDO TÉCNICO
CD do LATINCORR 2006,
CURSOS o maior evento de corrosão da
• Pintura industrial América Latina. Atualize-se com
• Corrosão o acesso aos 304 trabalhos técnicos,
• Inspeção e monitoramento da corrosão 11 conferências plenárias e
• Proteção catódica 10 palestras técnico-comerciais
• Revestimentos anticorrosivos apresentadas no evento.
PRÓXIMO EVENTO
√ 9º COTEQ - Conferência Internacional
sobre Tecnologia de Equipamentos
de 12 a 15 de junho de 2007 - Salvador - BA
Informações adicionais: www.abende.org.br/coteq.html
Entrevista
”
junto aos grandes pólos (Norte, à sociedade de tornar a ABRACO um Orga-
Nordeste, Sudeste e Sul) que te- Pedro Barbosa Leite nismo de Certificação de Pessoal
nham demandas por profissionais (OPC), uma vez que nas ativida-
“
certificados na área de Pintura des onde a atuação e o critério do
Industrial. Pretendo também, Ações importantes trabalhador podem influenciar
implantar a Certificação Nacional para o setor diretamente nos resultados fazem-
na área de Pintura (Inspetores e se necessárias a qualificação e a
pintores) e na área de Proteção reforçam o nome certificação destes profissionais.
Catódica (Inspetores). Por fim, organizar um evento de
Matéria de Capa
pessoas que eram envolvidas ção catódica evitaria a manutenção corretiva ou até mesmo a substi-
diretamente com a manutenção tuição da estrutura, garantindo sua integridade e a segurança da ope-
dos equipamentos e pontos de ração.
testes sabiam que é importante Segundo o engenheiro Valente, em paralelo com o que ocorria
garantir que os potenciais míni- com as estruturas, o desenvolvimento de novas tecnologias de reves-
mos de proteção catódica este- timento para dutos enterrados melhorou as demandas de corrente
jam sempre assegurados. “As de proteção catódica. “Hoje estamos convivendo com instalações
próprias gerências não davam a enterradas há mais de 30 anos, em que um Sistema de Geren-
devida importância ao assunto. ciamento de Integridade dos Ativos é de extrema importância para
Não havia relatos de corrosão, garantir a sobrevida destas estruturas”.
apenas de danos provocados por Apesar das dificuldades, ainda assim, é possível encontrar uma
outras concessionárias ou pela grande variedade de literatura sobre proteção catódica, textos de que
ação do meio – inundação, ero- vão desde trabalhos técnicos a teses de mestrado bem elaboradas.
são, entre outros. Em função “Agora é preciso lembrar, no entanto que o mercado brasileiro só
disso, os investimentos eram pe- mais recentemente despertou interesse nesta área, países da Europa
quenos nesse segmento, dando e mesmo a Argentina, onde 20% da frota de veículos é movida a gás,
preferência aos inspetores de têm muito mais tradição na utilização de gasodutos. Como uma
rede”, comenta Valente. coisa leva a outra, eles têm uma indústria de sistemas anticorrosivos
Mas como as estruturas são mais antiga que a nossa”, complementa Cleiton Rioto, da área de
projetadas para terem um longo desenvolvimento de negócios da Unicontrol.
tempo de vida útil, e o acrésci- Para colaborar com a difusão do tema no Brasil, o diretor da
mo da proteção catódica duran- IEC, Mauro Barreto, conta que a empresa publicou o primeiro livro
te todo o ciclo de vida aumenta sobre o assunto em língua portuguesa. Denominado Sistemas de
sua garantia, passou-se a verifi- Proteção Catódica, de autoria de Luiz Paulo Gomes, diretor e um dos
car a importância dos sistemas fundadores da empresa na década de 1980, agora está sendo revisa-
de proteção catódica quando as do e estará nas livrarias a partir de junho deste ano. “Atualmente,
instalações atingem a idade de não existem empresas transportadoras de óleo e gás que não usem
20 anos ou mais. Verificou-se proteção catódica. Na PETROBRAS, por exemplo, a aplicação é
então que os custos decorrentes obrigatória em todos os seus dutos. Na área de águas, as principais
de uma boa instalação de prote- fornecedoras, como a CEDAE, do Rio de Janeiro, e a SABESP, de
LL–Multicolor
Tecnologia desenvolvida
pela Italtecno s.r.l. –
Itália, largamente
utilizada na Europa e
EUA, agora
disponível
no Brasil.
Processo:
O LL-Multicolor é um
processo inovador de
eletrocoloração, capaz de
fornecer uma gama de
tonalidades que atende a todo
o espectro de cores,
São Paulo, protegem suas tubulações, mas outras não o fazem, tanto Ternminal abrangendo tons de cinza, azul,
é que a IEC recebe freqüentemente consultas de empresas que não Ilha amarelo, verde e vermelho.
optaram pelo uso da proteção catódica e tiveram rompimentos em D’Água
suas adutoras. Como é fácil de perceber, o assunto deve merecer (RJ) O processo ocorre em
grande destaque no setor industrial nos próximos anos”, diz Barreto. quatro etapas:
Ternminal
AMEAÇAS
nal dos sistemas. “A Unicontrol,
Segundo Valente, da COMGAS, uma das maiores ameaças aos por exemplo, está implantando
sistemas de proteção catódica são as interferências oriundas de sistemas junto à PETROBRAS Trans-
de tração eletrificados (trens e metrôs). “Como estes sistemas funcio- porte S.A – TRANSPETRO,
nam geralmente com tensão contínua, qualquer fuga de corrente pro- um projeto desta natureza. E o
veniente dos trilhos para o solo e subseqüentemente para as estruturas projeto vai além, estamos pre-
enterradas, provocam zonas anódicas formadas na saída da corrente parados para assumir o monito-
da estrutura para os trilhos”, explica. ramento on-line de sistemas,
Valente adianta que para abrandar essas interferências é necessá- bem como as intervenções pre-
rio um estudo detalhado e conhecimento específico do assunto, fican- ventivas e corretivas necessárias,
do sempre a dúvida sobre a eficiência da mitigação, o que caracteri- assim, um supervisório redun-
za sempre um risco para a integridade da instalação. Como é um pro- dante proporciona ao operador
blema de todas as estruturas que estão próximas a esses trilhos, torna- do duto um foco exclusivamen-
se necessário uma ação em conjunto visando diminuir os níveis de te gerencial”, comenta.
interferência na fonte (trilho). Está em formação uma comissão que A experiência em outros paí-
irá estudar o assunto e envolver as partes interessadas para discutir ses leva Eduardo Laurino a se
amplamente e chegar a soluções técnicas e gerencias para reduzir esse mostrar confiante com o moni-
tipo de interferência. toramento on-line. “Quanto à
sua contribuição para a integri-
dade dos dutos, o monitora-
mais eficiente que a manutenção corretiva destas instalações”, revela. mento on-line otimiza e agiliza
Cleiton Rioto, da Unicontrol, explica que a telemetria efetuada as manutenções corretivas dimi-
por sistemas de automação e softwares supervisórios, objetivando o nuindo em muito o período em
monitoramento e o controle em tempo real de uma base de dados, que os equipamentos ficam fora
vai permitir que o Brasil alcance altos índices de eficiência operacio- de operação”, comenta. Para
Pré-Tratamento
Desengraxante químicos, eletrolíticos à aspersão por ultrasom,
sais ácidos para decapagem e inibidores
Linha Protetiva
Zinco alcalino isento de cianetos, zinco-ácido e cianídricos,
Aporte
PROTEÇÃO CATÓDICA
SERVIÇOS DE LEVANTAMENTO DE CAMPO, PROJETO, FORNECIMENTO DE
EQUIPAMENTOS E MATERIAIS, MONTAGEM, PRÉ-OPERAÇÃO, INSPEÇÃO,
OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO DE SISTEMAS DE PROTEÇÃO CATÓDICA PARA:
■ Adutoras
■ Fundações de Torres de Transmissão Elétrica
■ Gasodutos
■ Mineradoras
■ Navios e Embarcações
■ Oleodutos
■ Piers de Atracação
■ Plantas Industriais
■ Plataformas de Petróleo
■ Tanques de Armazenamneto
■ Terminais de Petróleo e Gás
■ Usinas Nucleares
Aporte
■ Usinas Termoelétricas
■ Outras Estruturas Metálicas Enterradas
ou Submersas
Atualização Transportes
Transporte Rodoviário de
Produtos Perigosos
A Resolução 420 e suas atualizações alinham a legislação brasileira aos critérios da 11ª e 12ª edição
do Orange Book - editado pela ONU. Transportadoras devem estar atentas às novas exigências
O INMETRO publicou tam- A legislação sobre o transporte terrestre de produtos perigosos para
bém a Portaria 250 de 16/10/06 os demais países do Mercosul ainda não sofreu alterações, estando
para embalagens de 450L até baseada na 7ª edição do Orange Book. Com isso, deve ser dada especial
3.000L- Contentores Interme- atenção para o transporte para a Argentina, o Uruguai e o Paraguai,
diários para Granéis – IBC’s pois existem exigências específicas que devem ser cumpridas.
Notamos que todos os envolvidos têm as suas responsabilidades A sociedade precisa se unir de
bem definidas, ou seja, o transportador deverá fazer a inspeção antes de modo a participar ativamente da
enviar o veículo para carregamento, quem expede o produto devera elaboração e revisão de normas
também verificar as condições do veiculo transportador (fazer um técnicas e exigir dos órgãos públi-
check-list), o motorista deve ter treinamento para esse tipo de transpor- cos o seu cumprimento.
te e se for participar do carregamento e descarregamento tem que ser Cada vez mais as emergências
treinado e autorizado pelo expedidor ou pelo destinatário e com auto- têm sido tema de constantes preo-
rização por escrito do transportador de que pode fazer esta tarefa, ou cupações para as empresas, tanto
seja, carregar ou descarregar o produto químico perigoso. nas instalações internas como no
processo logístico (transporte e ar-
Os órgãos Públicos devem; mazenagem), além do mais, os or-
• compatibilizar a legislação brasileira aos documentos internacionais gãos ambientais e a sociedade têm
adequando-os à nossa realidade; exigido uma maior atenção afim
• aumentar a fiscalização; de preservar a imagem da empresa
• aumentar o rigor das inspeções realizadas em veículos e equipamentos. e principalmente vidas humanas.
• citar em suas legislações as normas brasileiras pertinentes de modo Logo, precisamos cada vez mais ter
que as mesmas sejam cumpridas e passiveis de fiscalização; consciência social e nos preocupar-
• melhorar o atendimento as emergências com os produtos químicos, mos com o meio ambiente. •
de modo a serem mais rápidos, desobstruindo as rodovias em curto
espaço de tempo e com maior segurança; Gloria Santiago Marques Benazzi
• disponibilizar em seus sites, por assunto, toda a legislação pertinente. Engenheira Química pela UFRJ, atuou no INMETRO, sendo
As entidades devem exigir que seus associados sejam responsáveis responsável pela fiscalização de veículos que transportam cargas
estando comprometidos em programas que visem a qualidade, saúde, a perigosas entre 1991 e 1996, período em que foi responsável pela
segurança e o meio ambiente, devendo os mesmos serem auditados por elaboração de regulamentos técnicos para o setor. É coordenadora da
entidades independentes para verificar se atendem às exigências estipu- CE da ABNT/CB-16 de Transporte Terrestre de Produtos Perigosos.
ladas nos termos de compromissos assinados. Contato com a autora: abnt.cb16@uol.com.br
Notícias do Mercado
Avaliação da Agressividade
de Solo Contaminado por
Substâncias Químicas
Pesquisa conduzida em solo que possui a maior representação geográfica do Brasil
Por Aline Marta Resumo grande quantidade de estruturas enterradas, destacando-se oleodutos
Vasconcelos OM O OBJETIVO DE ESTU- e gasodutos.
Loureiro, Lídia dar a influência de alguns Com o objetivo de melhor representar um solo tipicamente brasi-
Yokoyama e poluentes (ácido sulfúri- leiro foi utilizado neste estudo o Latossolo Vermelho-Amarelo
Simone Louise co, amônia e 1,2-dicloroetano) que detém a maior representação geográfica no Brasil, ocorrendo em
D. C. Brasil na agressividade de um solo, todos os estados e se estendendo por cerca de 750 milhões de hecta-
foram realizados ensaios de perda res, sendo aproximadamente 300 milhões de hectares em território
de massa, curvas de polarização, brasileiro.
medidas de potencial em circuito A agressividade do solo depende de características físicas, químicas
aberto, além de terem sido obti- e biológicas e sua avaliação tem sido realizada através de diversos cri-
dos diversos parâmetros que térios propostos, destacando-se o apresentado por Steinrath, conside-
compõem o Índice de Steinhat. rado como um dos mais completos (TRABANELLI, 1972).
Parte dos resultados deste estudo Além destes critérios, medidas eletroquímicas também podem con-
são apresentados neste trabalho: tribuir para avaliação do grau de agressividade do solo. Curvas de po-
curvas de polarização, diagramas larização e medidas do potencial em circuito aberto podem dar indi-
Eh x pH com os valores de poten- cações sobre o comportamento de materiais metálicos em solos com di-
cial a circuito aberto e valores de ferentes características, além do tradicional ensaio de perda de massa.
pH obtidos, além de perda de Este estudo teve como objetivo avaliar a corrosividade de um solo
massa após quatro meses de contaminado por diferentes substâncias químicas. Dentre os ensaios
exposição de amostras de aço- realizados destacam-se medidas eletroquímicas, determinação de
carbono ao solo com contami- parâmetros que compõem o Índice de Steinrath e ensaios de perda de
nantes. O solo escolhido para es- massa. Neste trabalho são apresentadas curvas de polarização, diagra-
te estudo foi o Latossolo Ver- mas Eh x pH considerando a presença das substâncias adicionadas,
melho-Amarelo por possuir a com indicação dos valores de pH e potencial em circuito aberto medi-
maior representação geográfica dos durante quatro meses, além de resultados de perda de massa. As
no Brasil. substâncias químicas foram representadas por um ácido (ácido sulfú-
Palavras-chave: Agressividade rico), uma base (amônia) e um composto orgânico (1,2-dicloroetano
do Solo, Curvas de Polarização, ou DCE).
Diagrama de Pourbaix, Dutos En-
terrados, Contaminação do Solo 2. Materiais e Métodos
As substâncias químicas adicionadas ao Latossolo foram: ácido
1. Introdução sulfúrico (95-98%) PA, hidróxido de amônio (28-30%) PA, represen-
A possibilidade de ocorrência tando a presença de amônia, e 1,2-dicloroetano PA (ou Cloreto de
de acidentes por vazamentos ou Etileno). Às amostras de solo com 40% (p/p) de umidade foram adi-
derramamentos de produtos quí- cionados: 5,4% (p/p) de ácido sulfúrico, 1,4% (p/p) de amônia, 3,8%
micos próximos a dutos enterra- (p/p) de 1,2-dicloroetano, além de ter sido avaliado o solo úmido sem
dos é um fator preocupante, já adição de contaminante.
que os mesmos causam a polui- A escolha do teor de umidade (40%) para todos os ensaios repre-
ção do solo, alterando suas pro- senta uma situação de resistividade mínima do solo, e foi determina-
priedades físico-químicas, pro- do previamente através do estudo da variação da resistividade do solo
duzindo assim impactos negati- com o teor de umidade. O teor de cada contaminante também foi
vos. A corrosão pelo solo corres- proveniente de análise da variação de resistividade do solo úmido em
ponde a uma parcela ponderável função da adição de quantidades graduais de cada contaminante
dos custos globais da corrosão, (LOUREIRO et al, 2005).
sendo seu estudo de imensa im- As curvas de polarização catódica e anódica foram realizadas em
portância devido à existência de modo potenciodinâmico (20 mV/min) à temperatura ambiente.
Em resumo, a utilização das curvas de polarização para estes sis- Os ensaios de polarização
temas estudados fornece informação de que o solo isento de conta- não permitem classificar o grau
minação ou na presença de ácido sulfúrico ou do composto orgâni- de corrosividade do solo, sendo
co 1,2-dicloroetano se caracteriza como um meio de agressividade ao necessária a utilização de crité-
aço-carbono, enquanto que o poluente amônia, inicialmente corro- rios de avaliação que façam uso
sivo, promove após certo período de exposição um processo de pas- de análises físico-químicas. O
sivação. uso do Diagrama de Pourbaix
Em solo, na ausência de contaminantes, verifica-se que após qua- indica a possibilidade de ocor-
tro meses o sistema encontra-se no domínio de corrosão do ferro, rência ou não de processo corro-
confirmando a dissolução ativa do metal verificada no ensaio de sivo através da Termodinâmica.
polarização. Em solo contendo ácido sulfúrico, a previsão teórica de Pela análise dos ensaios de
corrosão do ferro observada no Diagrama de Equilíbrio reafirma o perda de massa verificou-se que
comportamento de dissolução anódica do aço-carbono. Já no solo o aço-carbono sofre corrosão,
contaminado por amônia, o ponto correspondente ao pH e poten- em ordem decrescente, em solo
cial de corrosão se localiza no domínio de passivação, estando de com os seguintes componentes:
acordo com a curva de polarização anódica obtida. O sistema solo a
H2SO4 > H2O > DCE ≈ NH3
40% de umidade com 1,2-dicloroetano após quatro meses está no
domínio de corrosão, também confirmando a dissolução ativa veri-
ficada no ensaio de polarização. 5. Agradecimentos
Na Tabela 2 estão presentes os resultados dos ensaios de perda de Agradece-se pelo suporte
massa. Verificou-se que o H2SO4 promoveu maior taxa de corrosão, financeiro recebido pela ANP
enquanto que a NH3 e o DCE resultam em taxas médias de corro- (Agência Nacional de Petróleo) e
são menores que no solo na ausência de contaminantes. Através da pelo suporte institucional presta-
visualização dos corpos-de-prova retirados em cada tempo de conta- do pela Escola de Química da
to observou-se que, tanto no solo sem contaminação como no solo UFRJ.
que recebeu a adição de H2SO4 e DCE, houve formação de ferru-
gem castanha, sendo que neste último houve corrosão bem menos 6. Referências Bibliográficas
intensa, possuindo uma fina camada de tonalidade castanha. Nos EMBRAPA. Manual de Métodos de
corpos-de-prova que estiveram em contato com o solo na ausência Análise de Solo. 2.ed. Rj. Centro Na-
de contaminante foi verificado um processo corrosivo menos inten- cional de Pesquisas de Solos, 1997.
so do que aqueles que estiveram em solo úmido contaminado por LOUREIRO, A.M.V; BRASIL,
ácido sulfúrico. S.L.D.C; YOKOYAMA, L., Con-
ferência sobre Tecnologia de Equi-
TAB. 2 - TAXAS MÉDIAS DE CORROSÃO (MPY) APÓS O PERÍODO DE QUATRO pamentos, Bahia, 2005.
MESES. TRABANELLI, G.; ZUCCHI, F.;
ARPAIA, M., Annali Dell’Università
Tempo de H2O H2SO4 NH3 DCE
Di Ferrara, 1975, Ferrara. Chimica
Contato
Pura Ed Applicata, 1970, vol. III, n.
1 mês 7,6 23,0 1,3 9,5
4, p. 43-60, 1972. •
2 meses 7,5 20,1 1,0 2,2
3 meses 11,5 53,8 1,1 2,1
4 meses 10,6 54,3 3,1 2,2
4. Conclusões
Foi possível analisar o efeito da adição de substâncias químicas Aline Marta Vasconcelos Loureiro
(ácido sulfúrico, amônia e DCE) nos solos a partir de curvas de Doutoranda da Escola de Química/UFRJ
polarização anódicas e catódicas, além de ensaios de perda de massa. Lídia Yokoyama
Com exceção da amônia, que promoveu passivação do aço, nas D.Sc., Departamento de Processos
demais substâncias adicionadas pode ser verificada a dissolução ativa Inorgânicos/Escola de Química/UFRJ
do metal, inclusive na ausência destes contaminantes. Simone Louise D. C. Brasil
Os valores de pH e potencial em circuito aberto medidos duran- D.Sc., Departamento de Processos
te quatro meses foram representados em diagramas Eh x pH, elabo- Inorgânicos/Escola de Química/UFRJ
rados de forma a considerar também a presença de contaminantes.
Os potenciais se situaram, em todos os casos, nas regiões dos dia- Contato com as autoras:
gramas correspondentes às condições observadas através das curvas alinemarta@ufrj.br
de polarização. alinemarta@pop.com.br
Artigo Técnico
→
ção é conveniente recordar a parte integrante do processo. Fe ➠ Fe++ + 2e
definição para os revestimentos Classificam-se dentro deste con-
de conversão: é a “conversão” de ceito as camadas obtidas a partir O início do ataque ao metal
um metal em um óxido, hidróxido de banhos contendo ácido fosfó- ocorre preferencialmente nos
ou sal do metal através de reações rico e um fosfato diácido de um contornos de grão (FREEMAN,
eletroquímicas que podem ocorrer, metal bivalente. 1988, p.12). Neste estágio, con-
tanto devido à imposição de cor- forme pode ser observado pelas
rente, como devido ao ataque ao Mecanismo de Fosfatização reações, o ácido fosfórico com-
metal por um oxidante presente na para os Revestimentos de porta-se como o ácido clorídrico
solução. Conversão ou sulfúrico, ou seja, tem ação
Para o caso específico da fos- puramente corrosiva.
fatização, trata-se da conversão Composição básica dos
do metal em um fosfato insolú- banhos de fosfatização A Figura 1 mostra esquema-
vel do íon metálico. Em outras As camadas fosfatizadas clas- ticamente o primeiro estágio do
palavras, o revestimento de con- sificadas dentro de “revestimen- processo de fosfatização.
versão pode ser interpretado co- tos de conversão” podem ser
mo sendo um produto formado obtidas a partir de banhos com a
a partir de um processo de corro- seguinte composição: → +
2H + 2e ➠ H2
→
Catodo
são acelerada e controlada, em • solução diluída de ácido fos- e íons em
movimento
que os produtos de corrosão são fórico; Anodo
++
Fe ➠ Fe + 2e ←
sólidos e aderentes ao metal que • solução diluída de um fosfato
está corroendo. Para o caso da diácido de metal alcalino ou
fosfatização, classificam-se, den- de amônio contendo aditivos Fig. 1 - Representação esquemática
tro deste conceito, as camadas que podem ser aceleradores simplificada do primeiro estágio de
obtidas em uma solução diluída (para acelerar as reações de um processo de fosfatização: ataque
de ácido fosfórico (não-utilizada formação da camada fosfati- ao metal pelo ácido.
Na superfície do metal apare- tos de ferro ocorre nas regiões mente. É necessário diminuir o
cem milhares de anodos e cato- catódicas (BIESTEK & WEBER, tempo de formação da camada
dos microscópicos, semelhantes 1976). Alguns autores acham fosfatizada.
ao apresentado na Figura 1, alea- que a formação de fosfato de fer-
toriamente distribuídos. Assim ro pode também ocorrer nas Mecanismo de fosfatização
sendo, o ataque ao metal ocorre regiões anódicas quando o teor em solução diluída de fosfato
de maneira generalizada em toda de ferro ultrapassar o valor míni- diácido de metal alcalino ou
a superfície metálica exposta ao mo necessário para a precipita- de amônio
ácido. ção dos fosfatos. Como os fosfatos primários,
À medida que vai se forman- É conveniente notar que o secundários e neutros de metais
do o gás hidrogênio, o pH na in- mecanismo apresentado mostra alcalinos e de amônio são solú-
terface metal/banho aumenta que a camada fosfatizada é for- veis e não hidrolizam com as
gradativamente. Com este au- mada com o produto da corro- variações de pH, temperatura e
mento, ocorre o segundo estágio são do aço pelo ácido fosfórico e, diluição, os banhos formulados
do processo da fosfatização, que portanto, segundo a classificação com estes fosfatos não necessi-
é a formação do fosfato diácido de BIESTEK & WEBER (1976, p.1), tam de adições de excesso de
de ferro, que se transforma em seria um “revestimento de con- ácido livre e podem operar com
fosfato monoácido e finalmente versão”. valores de pH mais elevados
em fosfato neutro. Como o fos- A camada fosfatizada assim (pH até 6, em geral 4 a 5,5).
fato neutro é insolúvel, precipita- formada é fina e muitas vezes
se na superfície do metal for- não é visível a olho desarmado. Segundo MACHU (apud BIES-
mando a camada fosfatizada. No entanto, percebe-se a sua TEK & WEBER, 1976, p.213;
Esta seqüência ocorre de acordo presença quando se aplica sobre apud FREEMAN, 1988, p.28;
com as seguintes reações (BIES- a peça tratada em ácido fosfórico apud RAUSCH, 1990, p.121) as
TEK & WEBER, 1976): uma camada de óleo ou graxa: o reações responsáveis pela forma-
tempo de proteção conferida ao ção da camada fosfatizada ocor-
Fe(H2PO4)2 ➠ FeHPO4 + H3PO4 aço pelo óleo ou graxa é bem rem em três estágios, a saber:
(pouco solúvel)
(solúvel)
maior do que o tempo de prote-
3FeHPO4 ➠ Fe3(PO4)2 + H3PO4 ção conferida pelo óleo ou graxa Primeiro Estágio:
(pouco
solúvel)
(insolúvel)
aplicados sobre o aço sem trata- Ataque ao aço pelo fosfato
ou mento. diácido
3Fe(H2PO4)2 ➠ Fe3(PO4)2 + 4H3PO4 O tempo necessário para a
Fe + 4NaH2PO4 ➠ Fe(H2PO4)2 + 2Na2HPO4 + H2
→
(solúvel) (insolúvel) formação da camada de fosfati-
zação pelo mecanismo acima
ou esquematicamente: descrito é muito longo: o tempo Segundo Estágio:
Oxidação do fosfato ferroso em
Consumo Mais consumo Mais consumo
fosfato férrico e hidróxido férrico
+ + +
de H de H de H
2Fe(H2PO4)2 + 2Na2HPO4 + 0,5O2 ➠ 2FePO4 + 2NaH2PO4 + H2O
+ +
Terceiro Estágio:
Ocorre ataque Diminui a concentração de H , Diminui a concentração de H ,
Decomposição do hidróxido
ao metal com aumenta o pH na interface, o aumenta o pH na interface, o
férrico em óxido férrico
formação de fosfato diácido "solta" mais fosfato monoácido "solta" mais
++ + +
íons Fe H para regenerar o ácido H para regenerar o ácido 2Fe(OH)3 ➠ Fe2O3 + 3H2O
ABRACO Informa
Artigo Técnico
Ensaios Acelerados de
Corrosão Atmosférica - Parte 1
Um breve resumo histórico do início até as últimas tendências mundias
STE ARTIGO DESCREVE, EM la clima continental de alta umidade, porém sem a presença de outros
um breve histórico, os agentes químicos. O ensaio de Kesternich simula clima industrial em
principais ensaios de cor- que existe a presença de SO2.
rosão e intemperismo acelerados Os ensaios contínuos da ABNT e de institutos internacionais mais
utilizados para verificar a quali- utilizados no Brasil são: (Tabela 1)
Por Carlos dade de diversos tipos de mate-
Alberto Maciel riais e revestimentos, desde o iní- TAB. 1 - ENSAIOS ACELERADOS DE CORROSÃO CONTÍNUOS
cio do século XX, os procedi-
mentos mais comuns, até os
novos de ensaios cíclicos desen- Instituto de Névoa Salina Umidade Clima Industrial/
volvidos para obter uma melhor Normalização Saturada SO2
correlação com o intemperismo ABNT ABNT NBR 8094 ABNT NBR 8095 ABNT NBR 8096
natural. (BRASIL) ABNT NBR 8823
ABNT NBR 8824
1. Histórico ASTM ASTM B 117 ASTM D 2247 ASTM G 87
O ensaio de Névoa Salina foi (USA) ASTM B 287 ASTM D 1735
introduzido por J. A Capp ASTM B 368
(USA) em 1914. Em 1939 tor- DIN (Alemanha) DIN 50021 DIN 50017 DIN 50018
nou-se pela primeira vez um JISO (Japão) JIS Z 2371
método de ensaio normalizado
designado como ASTM B 117
(“Neutral Salt Spray”), sendo que 3. Normalização ISO
no ano de 2005 uma nova versão A norma ISO 9227 congrega detalhadamente todos os requisitos e
revisada da ASTM B 117 foi procedimentos para os ensaios de Névoa Salina neutra, acética ou
publicada. cupro-acética. Ela é resultado de um comum acordo de diversos insti-
tutos de normalização internacionais.
2. Ensaios Contínuos Um resumo das condições de ensaio, conforme a norma ISO,
O ensaio de Névoa Salina si- estão relacionadas na tabela abaixo: (Tabela 2)
Fig. 1 – mula o clima marinho úmido e
Câmara de salino, existe em 3 versões: Neu-
Névoa Salina TAB. 2 - PRINCIPAIS CONDIÇÕES DOS ENSAIOS NÉVOA SALINA
tro, Acético (ASS) e Cupro-acé-
conforme tico (CASS). Outros testes para
exemplo da simular outros ambientes especí- Névoa Salina Neutro/SS Acético/ASS Cupro Acético /
norma ISSO ficos também foram introduzi- ASS
9227. dos. O ensaio de Umidade simu- Teor de NaCl em g/l 50 ± 10 50 ± 10 50 ± 10
Dosagem adicional Nenhuma Ácido acético CuCl2 + Ac. Acético
1 pH solução Neutro 3,1 a 3,3 3,1 a 3,3
Coleta Névoa 1 a 2 ml/hora 1 a 2 ml/hora 1 a 2 ml/hora
Temperatura
Indicador 35 ± 2 oC 35 ± 2 oC 50 ± 2 oC
Selo Temperatura Câmara Ensaio
hidráulico
Ejetor
Parede com
Entrada Ar
isolação térmica comprimido
Sistema ajuste/ 4. Vantagens e Desvantagens
controle
Coletores
Névoa
vazão névoa Uma das principais vantagens do ensaio de Névoa Salina contínuo
está em ser um procedimento normalizado, cujas condições de ensaio
Ar Alimentação são conhecidas e aceitas mundialmente, o que permite uma compara-
solução salina
Saídas
Água
ção de resultados de ensaios de diversos laboratórios e com registros de
históricos anteriores. Por ser um processo bastante rápido, fornece
uma ferramenta adicional para radiação UV ou abrasão mecânica (granalha) acarretam fisuras no
verificar a qualidade de revesti- revestimento periférico, funcionando com pontos propagadores da
mentos e produtos, principal- corrosão.
mente no dia a dia de produção
em uma fábrica. 6. Programas de Desenvolvimento de Ensaios Cíclicos
A grande desvantagem atri- Acelerados
buída a este ensaio está em uma Com o objetivo de obter um procedimento de ensaio que melhor
deficitária correlação entre os se correlacione à vida útil do revestimento, foram desenvolvidos e
resultados do ensaio e os da prá- implementados, através de pesquisas de campo e laboratório, diversos
tica (intemperismo natural). ensaios cíclicos que introduzem e alternam os outros fatores ambien-
tais descritos anteriormente.
5. Fatores Ambientais
Qualquer componente ou PESQUISAS NOS ESTADOS UNIDOS
produto durante a sua utilização Um exemplo prático é o desenvolvido pela SAE (Society of Auto-
real está submetido a diversos fa- motive Engineers)
tores que influenciam a corrosão, SAE Automotive Corrosion and Prevention Committe -
com alterações constantes da po- Cosmetic Corrosion Subcommitte.
tencialidade destes durante o Com início de atividades em 1978, o “SAE ACAP Cosmetic
tempo. Corrosion Committe” vem desenvolvendo conjuntamente com o
Os mais importantes são: “American Iron and Steel Institute” (AISI), há 5 anos, diversos testes
• Temperatura (Ciclagem de campo e laboratoriais a fim de definir a combinação teste mais rea-
Térmica). lística para corrosão cosmética.
• Umidade (Saturada e A tabela 3 relaciona os principais ensaios verificados, bem como as
Controlada). localizações para os testes naturais de corrosão.
• Secagem. Após extensivo estudo considerando-se 10 tipos diferentes de cor-
• Agentes Químicos. pos de prova, análises até este momento tem demostrado que
• Imersão. GM9540P-Ciclo “B” e CCT IV tem obtido os melhores resultados
• Abrasão Mecânica (poeiras e para simular corrosão acelerada em chapas laminadas a frio (fosfatiza-
pedras). das ou não).
• Repouso (Condições Pesquisas posteriores levaram a conclusão da norma SAE J 2334 -
Laboratório 23 ± 5oC ). Accelerated testing procedure a fim de apresentar um teste representa-
• Exposição Radiação UV tivo e normalizado.
(UV A ou UV B); etc.
Muitos destes fatores, não in- PESQUISAS NO JAPÃO
clusos no ensaio de Névoa Salina Conhecendo a limitação do ensaio de Névoa Salina neutro e preo-
tradicional, agem como ativado- cupados em desenvolver métodos que melhor simulem as peças em ser-
res ou catalizadores de processos viço, o SAE Japão organizou um comitê técnico para estudar este tema.
de corrosão específicos. Após 5 anos de estudo esta comissão desenvolveu e publicou a nor-
Por exemplo, a exposição à ma JASO M 609. Outra norma foi publicada foi a JASO M 610.
Neste estudo foram utilizados 10 diferentes tipos
de materiais e acabamentos com dados correlaciona-
TAB. 3 - PRINCIPAIS ENSAIOS E LOCAIS DE ESTUDO PELA SAE USA
dos de 7 tipos de CCT (“Cyclic Corrosion Test”), o
teste de Névoa Salina comum e corrosão natural em
Accelerated Laborator Okinawa e Tokyo.
AISI Cycle A – AISI Cycle B – AISI Cycle C – AISI Cycle D – AISI Cycle E – Salt Spray – Salt O método de Névoa Salina standard demostrou
Water Soak – Wet Adhesion – Chipping Corrosion – Navistar Cycle – GM Cycle 9511 P – ser o mais rígido, porem resultou em resultados
GM 9540P(B) – Hoogovens Cycles – CCT I – CCT III – CCT IV – QUV - Prohesion inversos ao da corrosão em campo. O método “D”
simulou bem as condições externas, porem apresen-
Proving Grounds tou uma pequena aceleração.
Chrysler Proving Grounds – Ford Proving Grounds – GM Proving Grounds O método “B” apresentou os melhores resulta-
dos sendo que 45 ciclos (15 dias de teste) resultaram
Outdoor Exposure em variações semelhantes para as obtidas em um ano
Michigan Urban (Detroit) – Michigan Rural ( Hillsdale) – Michigan suburban (Troy) – de exposição em Okinawa para chapas de aço não
Philadelphia, PA - Urban – Miami, Fl – Tropical – Pointe Claire, Canada - Urban – zincadas. A tabela 3 exemplifica o teste JASO M
Gotehenburg, Sweden - Urban. – Okinawa, Japan - Tropical 609.
Preocupações com a ação cada vez maior da
Artigo Técnico
µ
T (min) = Alumínio Dissolvido - É do a densidade da corrente de
0,3 x D uma impureza que afeta a densi- anodização aumenta. Nas mesmas
µ = Espessura do filme anódico requerida dade de corrente, sendo gerada densidades de corrente, o uso de
em micrometros com qualquer voltagem. Pode eletrólitos mais fracos requer vol-
D = Densidade de Corrente em A/m2 ocasionar problemas na colora- tagens maiores para se obter a
ção e preciptar nos banhos se não mesma densidade de corrente.
Agitação do Eletrólito for controlado. A razão da sua Isto resultará numa perda maior
A agitação do eletrólito, cuja formação é devido ao fato de que de brilho durante a anodização.
finalidade é promover a homo- um dos três átomos de alumínio A mistura de materiais de
geneização da temperatura do permanece na solução e não ligas diferentes é um problema
mesmo, é outro fator importan- forma óxido. Várias empresas para o anodizador, que pode não
te na anodização. Sabe-se que a controlam o teor máximo de alu- conhecer esta mistura.
formação da camada se processa mínio em 15 g/l. Alguns comentários sobre o
com liberação de calor e este Ferro - É uma impureza inde- comportamento de cargas que
calor deve ser disperso, a fim de sejável e pode ser encontrada no contem ligas diferentes:
evitar o aquecimento localizado ácido sulfúrico comercial. Pro- - Ligas contendo magnésio re-
(superfície das peças), o qual blemas podem surgir, tais como, querem maiores densidades de
afeta e deteriora as características perda de brilho na anodização e corrente do que o alumínio
da camada. amolecimento do filme, quando puro. Para elevados teores de
sua concentração no eletrólito magnésio o efeito será maior.
Impurezas exceder 22 – 50 ppm. - Ligas com alto teor de cobre /
As impurezas mais importan- Cu / Ni / Mn - Reduzem a alta dureza (série 2000) reque-
tes presentes no eletrólito que resistência intrínseca à corrosão rem maiores voltagens que o
causam efeitos indesejáveis à su- da camada anódica, se exceder a alumínio puro, mas menores
perfície do alumínio, são as se- 50 ppm, quando submetidos a temperaturas do eletrólito, de-
guintes: testes de “salt spray”. Esses metais, vido à dissolução dos consti-
também, reduzem o brilho da tuintes ricos em cobre na ano-
COMPORTAMENTO DE ALGUMAS LIGAS DE ALUMÍNIO anodização. dização.
TRABALHÁVEIS NO PROCESSO DE ANODIZAÇÃO Cloro / Flúor - Mesmo em - As ligas de fundição contendo
baixos níveis podem produzir “pit- 5% de silício ou mais exigem
ting” na camada – manter abaixo voltagens de 20 a 30 Volts para
Ligas Anodização Protetiva Colorida Dura
de 25 ppm. manter constante a densidade
(ABNT) Brilhante
Nitratos - Não deve exceder a de corrente. Os produtos fun-
1050A 4 4 4 5
30 ppm para melhorar o brilho. didos nunca devem ser anodi-
1080A 4 4 4 5
Fosfatos – PO4 - Pode se acu- zados como chapas, perfis, etc.,
1200 3 4 4 5
mular devido à lavagem deficien- não sendo recomendado o
2011 1 2 2 2
te após a anodização. Transferên- processamento em meio sulfú-
2014 1 1 2 2
cia de fosfato do abrilhantamen- rico, e sim em meio crômico.
2014clad 3 4 4 *
to para a selagem ocasionará defi- - Baixas densidades de corrente
2031 1 2 2 3
ciência nos testes de selagem. podem minimizar as diferen-
2618A 1 2 2 3
ças na espessura do filme obti-
3103 3 4 3 4
Efeito da Liga da com cargas mistas, mas o
5005 3 4 4 4
A voltagem requerida para tempo de anodização deve ser
5056A 2 3 3 3
produzir uma determinada densi- estendido convenientemente.
5083 2 3 3 3
dade de corrente depende da liga - As gancheiras nunca devem ser
5154A 2 4 4 4
conforme tabela, e também das de ligas mais facilmente anodi-
5251 3 4 4 4
condições particulares da anodi- záveis do que as peças, visto
5454 3 4 4 4
zação que são escolhidas. Mate- que roubam corrente do pro-
6061 2 3 4 4
riais brilhantes requerem técnicas cesso. Isto é crítico em anodi-
6063 3 4 4 4
adequadas de anodização. Há zação dura. •
6082 2 2 3 3
uma perda de brilho na anodiza-
6463 5 5 5 5
ção devido aos constituintes in- Eng. Adeval Antônio Meneghesso
7020 3 4 4 4
termetálicos do material que estão Diretor superintendente da Italtecno
5 - Comportamento ótimo
1 - Comportamento pobre sendo incorporados ao filme du- do Brasil – Contato com o autor:
* Nem sempre aplicável para chapas rante a anodização. Entretanto, adeval.meneghesso@italtecno.com.br
essa perda é mais acentuada quan- Fax.: (11) 3825-7022
Á MAIS OU MENOS SETE estamos dando às questões de áreas de S&SO, Meio Ambiente
anos, quando do nasci- Meio Ambiente? O que temos ou Qualidade e todos são unâni-
mento de minha segunda priorizado em detrimento destes mes quanto a necessidade em em-
filha, presenteie minha esposa assuntos? Quero, mais que efe- pregar esforços na formação de
com um vaso de orquídeas, que tuar estes questionamentos, lem- uma cultura prevencionista. Talvez
Por José Adolfo vinha florindo ano após ano. brar que, assim como as orquí- porque reine a idéia de que “isto
Gazabin Simões Ocorre que nestes últimos tem- deas de que falei, também estes não vai acontecer comigo”, os
pos, outras prioridades se estabe- maiores interessados – os trabalha-
leceram e a tal da orquídea, rene- dores, acabam “deixando pra de-
gada a segundo plano, se ressen- pois” o fazer com segurança. E aí,
tiu, deixando por isso de florir. reside, além do maior perigo,
Pior, começou a secar, amare- que é prevaricar a prevenção;
lando suas folhas, expondo o papel de “jardineiro” que
de maneira clara e inequívo- cabe ao prevencionista: co-
ca, a quem quisesse ouvir – brar, à exaustão, a adoção de
ou ver, o quanto sentia falta práticas seguras de trabalho,
de atenção e cuidados. mesmo que isto represente
Percebi isto e, dado o valor um constante recomeçar.
que dava àquela planta, arrumei Finalmente, vale o exemplo
tempo e disciplinei-me e, nova- do texto de Carlos Drummond
mente, priorizei tratar e dar aten- de Andrade: “Quem teve a idéia
de cortar o tempo em fatias, a que
se deu o nome de ano, foi um
Mesmo que até agora se tenha descuidado da indivíduo genial. Industrializou a
questão ambiental sempre é tempo de recomeçar. esperança, fazendo-a funcionar
no limite da exaustão. Doze me-
Para isso, disciplina e atenção são necessárias para ses dão para qualquer ser humano
que os projetos tenham consistência se cansar e entregar os pontos. Aí
entra o milagre da renovação e
tudo começa outra vez, com
ção à importante orquídea. temas precisam de diuturno cui- outro número e outra vontade de
Como recompensa, ela pronta- dado e atenção de nossa parte. acreditar que daqui para adiante
mente mostrou sua força, dando O sucesso de nossas ações, de vai ser diferente.” Então, como na
sinais de franca recuperação. nossos programas de S&SO, as- historinha do início, mesmo que
Ainda não voltou a florir, mas sim como os de Meio Ambiente tenhamos descuidado das ques-
suas folhas já estão viçosas, vivas, ou Qualidade, dependem que tões relacionadas à S&SO, é sem-
verdes e fortes. Prenúncio de que, assumamos uma postura de jardi- pre tempo de recomeçar. E, te-
como resultado de uma ação neiro: Não basta saber o que se nham certeza: se imprimirmos o
priorizada – atenção e cuidado, vai plantar. Para que possamos cuidado, disciplina e atenção ne-
breve, todos poderemos brindar colher bons frutos ou apreciar cessários, nossos projetos, sejam
o desabrochar de belas flores. belas flores, é preciso estar cons- eles quais forem, certamente flo-
Pois bem: e o que tudo isto ciente de nossa responsabilidade recerão. •
tem a ver com S&SO – Saúde e quanto ao preparo do terreno,
Segurança Ocupacional? Que dispondo de todo o cuidado, dis- José Adolfo Gazabin Simões
história é esta de florzinhas? ciplina e atenção que um jardim Diretor do SINDISUPER e Centralsuper,
Quero, na verdade, questio- merece. Diretor da Galrei Galvanoplastia Industrial
nar: que valor estamos dando às Nas empresas que atuo, tenho zegazaba@uol.com.br
questões de S&SO? Que valor conversado com profissionais das fax: (11) 4075-1888
Opinião
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