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01-C&P_13_CAPA 2/7/07 2:57 PM Page 1

Ano 4 - Nº 13
Jan/Fev 2007

ENTREVISTA
Pedro Barbosa Leite
assume a presidência
da ABRACO

ESPECIAL

PROTEÇÃO CATÓDICA
Atotech 8/1/06 3:38 PM Page 1
02-C&P_13_Sumário/Expediente 2/8/07 10:18 AM Page 1

Sumário

fotos da capa:
Stéferson Faria/
PETROBRAS e
Yanashi

6
Entrevista Artigos Técnicos
Pedro Paulo Barbosa Leite assume a
presidência da ABRACO 24
Pedro Paulo Barbosa Leite e Jorge Fernando P. Coelho Fosfatização de Metais Ferrosos –
Parte 5 - Mecanismos de Fosfatização
8
por Zehbour Panossian e
Matéria de Capa
Proteção Catódica: demanda aquecida Célia A. L. dos Santos

15 27
Atualização Transportes Ensaios Acelerados de Corrosão
Atmosférica – Parte 1
17
por Carlos Alberto Maciel
Notícias do Mercado
20 30
Novos Talentos Noções Básicas sobre Processo
de Anodização do Alumínio
26 e suas Ligas – Parte 2
ABRACO Informa por Adeval Antônio Meneghesso
31
Saúde & Segurança Ocupacional
34
Opinião
Ética nos Negócios
André Franco Montoro Filho

Dra. Olga Baptista Ferraz - INT Redação e Publicidade


Dra. Zehbour Panossian - IPT Aporte Editorial Ltda.
Rua Emboaçava, 93
A revista Corrosão & Proteção é uma publi- Comunicação e Marketing São Paulo - SP - 03124-010
cação oficial da ABRACO – Associação Brasileira George Vasconcelos Fone/Fax: (11) 6128-0900
de Corrosão, fundada em 17 de outubro de 1968, aporte.editorial@uol.com.br
e tem como objetivo congregar toda a comu- Conselho Editorial
nidade técnico-empresarial do setor, difundir o Eng. Aldo Cordeiro Dutra - INMETRO Diretores
estudo da corrosão e seus métodos de proteção e Dra. Denise Souza de Freitas - INT João Conte - Denise B. Ribeiro Conte
controle. Eng. Jorge Fernando Pereira Coelho
M.Sc. Gutemberg Pimenta - PETROBRAS - Editor
Av. Venezuela, 27 , Cj. 412 CENPES Alberto Sarmento Paz - Vogal Comunicações
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Fone (21) 2516-1962/Fax (21) 2233-2892 Dr. Luiz Roberto Martins Miranda - COPPE
www.abraco.org.br Dra. Zehbour Panossian - IPT Repórteres
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PETROBRAS/NORTEC M.Sc. Hélio Alves de Souza Júnior
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Diretor Financeiro Dr. José Antonio da C. P. Gomes – COPPE
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03-C&P_13_CartaLeitor 2/7/07 4:30 PM Page 1

Carta ao leitor

Estamos preparados para o


crescimento vigoroso que se anuncia?
OS ÚLTIMOS TEMPOS O QUE MAIS TEMOS PRESENCIADO É A REIVINDICAÇÃO , POR PARTE
da sociedade civil, de que o Brasil alcance taxas de crescimento compatíveis com seu
potencial e suas necessidades. Ano após ano, há mais de uma década o país patina e
a população vê frustrada a esperança de se atingir, pelo menos, os índices de aumento do
Produto Interno Bruto - PIB registrados na maioria absoluta dos países da América Latina
no mesmo período.
Não podemos continuar perdendo o “bonde da história” dentro de um quadro inter-
nacional favorável de prosperidade. Sem dúvida, o leitor julgará a retórica compatível com
os anseios de toda a sociedade, porém, propomos uma reflexão no sentido de avaliarmos se
realmente estamos preparados para os bons ventos que se anunciam.
Para avaliar isso, algumas questões se impõem. Por
exemplo, o governo tem investido em infra-estrutura? Há
As matérias veiculadas na Revista verdadeiramente um esforço para diminuir a carga tributá-
ria no setor produtivo? Existem linhas de crédito que visam
Corrosão & Proteção revelam uma o crescimento das empresas? O Judiciário está preparado
preocupação crônica com a falta para ser mais ágil? O Legislativo tem atuado satisfatoria-
mente na organização dos marcos regulatórios do Brasil? As
de profissionais qualificados entidades de ensino têm cumprido o seu papel de preparar
os jovens dentro dos quesitos básicos de competência e
ética para as atividades profissionais que irão exercer?
Alguns dados chegam a assustar, pois reforçam o sentimento de inadequação da situa-
ção que se instalou no país. Em janeiro de 2007, por exemplo, o Conselho Federal da
Ordem dos Advogados do Brasil anunciou o “OAB Recomenda” (selo emitido pela institui-
ção aos cursos jurídicos que vêm apresentando melhores índices de qualidade nos últimos
anos). Foram recomendados apenas 84 dos 322 cursos jurídicos ministrados em todo o
Brasil, reconhecidos pelo Ministério da Educação.
No que se refere ao setor de corrosão, as matérias da Revista Corrosão & Proteção dão
um sinal de alerta para um dos setores que atualmente mais recebe investimentos. Tratamos
de assuntos importantes, tais como galvanoplastia, pintura industrial e, nesta edição, pro-
teção catódica. E os especialistas consultados apontaram para uma preocupação: a falta de
profissionais qualificados para atender um possível aumento da demanda.
Os cursos de Inspetor de Pintura Industrial, ministrados pela ABRACO, no Rio de
Janeiro, e pelo IPT, em São Paulo, dentro do Programa de Mobilização da Indústria
Nacional de Petróleo e Gás (PROMINP), constituem um exemplo de esforço conjunto para
qualificação e certificação. A Revista Corrosão & Proteção também tem dado a sua contri-
buição, apresentando as principais entidades de ensino e de pesquisa, os novos talentos e as
experiências de consagrados técnicos e pesquisadores do setor. Apesar de ações louváveis e
importantes, existe a necessidade de uma ação mais efetiva e, principalmente, com a urgência
que a economia globalizada impõe. Por isso, fechamos esta carta ao leitor com o mesmo questio-
namento feito na abertura – e com um convite à reflexão. Afinal, estamos preparados para o
crescimento vigoroso que se anuncia?

Os Editores

4 C & P • Janeiro/Fevereiro • 2007


05-C&P_12_Associe-se 12/8/06 11:27 AM Page 1

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disseminação da informação, a ABRACO possui
uma Biblioteca especializada em corrosão,
proteção anticorrosiva e assuntos afins. Seu acervo
é composto por livros, periódicos, normas técnicas,
trabalhos técnicos, anais de eventos e fotografias.
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pelo tel.: (21) 2516-1962
04-C&P_13_Entrevista 2/7/07 4:18 PM Page 1

Entrevista

Pedro Paulo Barbosa Leite e Jorge Fernando P. Coelho

Pedro Barbosa Leite assume a


presidência da ABRACO
Engenheiro da PETROBRAS fica à frente da entidade nos próximos dois anos, em substituição
a Jorge Fernando Pereira Coelho e espera aumentar a atuação nacional da ABRACO
Por Henrique Dias

mpossado no dia 2 de ja- Inspetor de Pintura e passou a mo coordenador de corrosão


neiro, Pedro Leite exerce, atuar na Comissão de Pintura da (interna e externa) e de pigs ins-
atualmente, a função de ABRACO, com a incumbência trumentados. Atualmente, ele
Coordenador Nacional de Nor- de revisar as normas da ABNT exerce o cargo de engenheiro sê-
malização Técnica da PETRO- que existiam em um antigo con- nior na área de construção e
BRAS e tem como principais ob- vênio da entidade com o CB-01 montagem de dutos terrestres da
jetivos no biênio em que presidi- Mineração e Metalurgia. Em AGF para a PETROBRAS/EN-
rá a Associação Brasileira de Cor- 2001, ele iniciou sua participação GENHARIA.
rosão (ABRACO) aumentar a na diretoria da Associação, até Para contar um pouco mais
atuação nacional da entidade, tornar-se presidente no início sobre suas trajetórias à frente da
além de dar continuidade aos tra- deste ano. ABRACO e sobre seus planos e
balhos que já vêm sendo desen- Pedro Leite assume o lugar realizações, Pedro Leite e Jorge
volvidos. deixado pelo também engenheiro Fernando Coelho receberam a
Também tomaram posse no Jorge Fernando Pereira Coelho, Revista Corrosão & Proteção.
mesmo dia, o vice-presidente que destaca como duas de suas
Laerce de Paula Nunes, que pelo principais conquistas no biênio Quais são suas principais ex-
estatuto da ABRACO será o pre- 2005/2006 a organização do LA- pectativas para o biênio em
sidente no biênio 2009/2010, o TINCORR (Congresso Latino- que presidirá a ABRACO?
diretor-financeiro Gutemberg de Americano de Corrosão) e a volta Pedro Leite: Meu propósito é dar
Souza Pimenta e os diretores téc- da publicação da Revista Corrosão continuidade aos trabalhos que
nicos Aldo Cordeiro Dutra, Eduar- & Proteção em parceria com a vêm sendo realizados de forma
do Homem de Siqueira Cavalcan- Aporte Editorial. transparente, visando sempre aten-
ti, Jéferson da Silva, Olga Ferraz e Formado pela Universidade der aos interesses dos associados da
Zehbour Panossian, todos esco- Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), ABRACO. Tenho expectativa tam-
lhidos em Assembléia realizada na Coelho sempre atuou na área de bém de ampliar ainda mais a di-
sede da ABRACO, no Rio de corrosão, sobretudo no segmento vulgação e atuação nacional da
Janeiro, em novembro de 2006. de Proteção Catódica. Trabalhou entidade. Nesse sentido, a Revista
Leite tem uma longa história durante seis anos na empresa Corrosão e Proteção será de grande
no setor. Dois anos antes de se TBG (proprietária e operadora valia para divulgar efetiva e cons-
formar como engenheiro mecâni- do Gasoduto Bolívia-Brasil), co- tantemente as ações da entidade.
co, em 1986, Pedro Leite já traba-
lhava na PETROBRAS, mais LATINCORR,
precisamente como técnico de o maior evento
nível médio da Refinaria de Du- promovido
que de Caxias, onde exerceu, en- pela ABRACO
tre outras atividades, a coordena- no último ano,
ção de qualidade nos contratos de reuniu mais de
pintura, isolamento térmico e 350 especialistas
refratário. vindo de
Em 1990, Leite fez o curso de 22 países

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Já existe algum projeto a ser im-


plementado que o senhor gos-
taria de destacar?
Pedro Leite: Como reforço em todas
as minhas comunicações, espero
“ Ampliar a
participação da
ABRACO significa
zação do LATINCORR. Através da
parceria com a APORTE EDI-
TORIAL, a ABRACO devolveu
ao seu associado mais um benefí-
cio de extrema importância infor-
aumentar a atuação nacional da tornar o setor mais mativa, além de ser um grande
ABRACO, criando escritórios re- representativo junto auxílio para a comunidade técni-
gionais e oferecendo treinamento ca. Destacamos também a decisão


junto aos grandes pólos (Norte, à sociedade de tornar a ABRACO um Orga-
Nordeste, Sudeste e Sul) que te- Pedro Barbosa Leite nismo de Certificação de Pessoal
nham demandas por profissionais (OPC), uma vez que nas ativida-


certificados na área de Pintura des onde a atuação e o critério do
Industrial. Pretendo também, Ações importantes trabalhador podem influenciar
implantar a Certificação Nacional para o setor diretamente nos resultados fazem-
na área de Pintura (Inspetores e se necessárias a qualificação e a
pintores) e na área de Proteção reforçam o nome certificação destes profissionais.
Catódica (Inspetores). Por fim, organizar um evento de

Como foi a sua trajetória den-


tro da ABRACO até chegar à
presidência?
Pedro Leite: Em 1990, fiz o
da ABRACO
Jorge Coelho
” sucesso como o LATINCORR 2006,
que contou com a participação de
22 países e teve mais de 350 tra-
balhos técnicos apresentados, foi
de uma importância imensurável
curso de Inspetor de Pintura para a ABRACO.
e passei a atuar na Co-
missão de Pintura Quais foram os
da ABRACO, com números da
a incumbência de ABRACO du-
revisar as normas da rante a sua ges-
ABNT que existiam tão (2005/2006)?
em um antigo convê- Jorge Coelho: Nós
nio da entidade com o adquirimos mais de
CB-01 Mineração e trinta títulos em
Metalurgia. Iniciei mi- publicações nacionais e
nha participação na dire- internacionais para a
toria da ABRACO em nossa biblioteca, com o
2001, tendo sido o candi- objetivo de dar o melhor
dato mais votado na eleição retorno ao nosso associado
de 2004 para o biênio e auxiliando toda a comu-
2005/2006, quando fui con- nidade de corrosão. Criamos
vidado para a vice-presidência da sociedade, governo, instituições oito normas técnicas através de
Associação. Tem sido uma expe- não-governamentais, empresas pú- nossas comissões e assinamos dois
riência bastante positiva atuar blicas e privadas, entre outros. Es- convênios de cooperação tecnológi-
dentro de uma associação. Em pero contribuir para que a ABRA- ca, um com o Instituto de Pesquisas
todos os países, quando uma insti- CO seja um ator cada vez mais Tecnológicas do Estado de São
tuição setorial é atuante, o setor a atuante no negócio da Corrosão. Paulo e o outro com o Centro de
qual ela representa também ganha Tecnologia em Dutos (CTDUT).
maior visibilidade. E não é dife- Quais foram as principais me- Além disso, ministramos 44 cursos,
rente no Brasil. Ampliar a partici- tas alcançadas em sua gestão? organizamos o LATINCORR e passa-
pação e a importância da ABRA- Jorge Coelho: Sem dúvida alguma mos a integrar o Programa de
CO, que é a interlocutora natural todas as parcerias e eventos firma- Mobilização da Indústria Na-
de inúmeras questões legais, nor- dos neste período foram de extrema cional do Petróleo e Gás
mativas, econômicas, etc do setor importância, mas como destaques (PROMINP). Acredito que foram
de Corrosão, significa tornar o coloco o retorno da nossa Revista ações de extrema importância
mercado mais representativo junto Corrosão & Proteção, a ABRACO para ampliar a visibilidade da
a todos os outros segmentos da como órgão certificador e a organi- ABRACO. •

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Matéria de Capa

Proteção Catódica: demanda aquecida

fotos: Stéferson Faria / PETROBRAS

Uma das alternativas para minimizar o impacto da corrosão, a proteção catódica


ganha espaço, principalmente com o maior tempo de utilização das estruturas metálicas
enterradas ou submersas. Falta de profissionais qualificados preocupa o setor

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foto: Yanashi Equipamentos Eletrônicos


custo da corrosão tem sido uma preocupação constante dos
técnicos dos vários segmentos da indústria do país, em função
da perda de materiais, despesas com manutenção, lucros ces-
santes pela parada de equipamentos e risco ambiental, entre outros
pontos. Uma das saídas para minimizar o problema é a utilização da
proteção catódica, indicada para proteger as estruturas metálicas
enterradas ou submersas. O princípio básico do sistema consiste na
transformação da estrutura em catodo de uma célula eletroquímica
ou eletrolítica, induzida por meio de uma corrente elétrica através do
meio corrosivo. Como se sabe, num catodo prevalecem as reações de
redução, tornando-se imune ao processo de oxidação (corrosão).
A aplicação de proteção catódica, além de constituir uma expres-
siva segurança operacional – pela redução da possibilidade de falha
do equipamento por corrosão, desde que o sistema seja operado e
mantido em condições adequadas –, apresenta um custo relativa-
mente baixo se comparado com os demais custos relacionados à cor-
rosão. Em termos de investimento, em relação ao preço total da
obra, a participação da proteção catódica, quando devidamente pro- nado nas universidades e escolas Retificador de
jetada no sistema, pode variar entre 0,5% e 5% do investimento glo- técnicas, ou seja, o profissional corrente para
bal, segundo os técnicos do setor. desta área nunca sai pronto da proteção
A proteção catódica costuma ser mais utilizada em adutoras, sala de aula para o mercado de catódica
oleodutos, mineradutos, plataformas, tubulações, navios e embarca- trabalho”. A observação é de
ções, bóias, instalações portuárias, estacas metálicas de fundações, Mauro Barreto, diretor da IEC
fundações de torres de linha de transmissão elétrica entre outras. – Instalações e Engenharia de
Tida como uma das soluções anticorrosivas das mais importantes, Corrosão. “Não existem cursos
sua aplicação no Brasil está em um momento de transição. Por um regulares práticos e
lado, entidades como o IPT e a ABRACO vêm investindo na divul- completos fora do
gação da solução, em seminários e congressos técnicos; por outro, há âmbito das empresas,
uma notória falta de mão-de-obra especializada, o que se não inibe apenas cursos infor-
ao menos dificulta o crescimento da utilização do sistema em toda a mativos. Na IEC
sua plenitude. mantemos um pro-
Segundo Eduardo Laurino, engenheiro e consultor técnico da grama de treinamen-
PETROBRAS na área de proteção catódica, atualmente a demanda to para o pessoal téc- Mauro Barreto
está extremamente aquecida. “E não é só pelos empreendimentos em nico, o que nos leva a
andamento no sistema PETROBRAS, mas um tempo muito grande e um
também pela ampliação das redes urbanas das custo muito alto para sua forma-
concessionárias de gás natural. Nesse mercado ção”, avalia Barreto.
existe falta de mão-de-obra, tanto em formação Quem comunga da mesma
acadêmica quanto em experiência. Esse fato opinião é o enge-
preocupa o setor pois os serviços em sistemas de nheiro da COM-
proteção catódica requerem muito treinamento GAS, Antonio Car-
e capacitação dos profissionais”, comenta los Rodrigues Va-
Eduardo Laurino
Laurino, que chama a atenção ainda que o ser- lente. “No Brasil, mes-
viço configura atividade elétrica e, portanto, é regido pela NR-10 e mo os engenheiros
pelo CREA – Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura. de elétrica ou eletrô-
A reflexão de Laurino é acompanhada pelo também engenheiro nica, em décadas an-
Luiz Ribeiro, que atuou por mais de três décadas no sistema PE- teriores, tinham pou- Antônio Carlos
TROBRAS e atualmente é gerente de projetos co conhecimento so- Rodriguez Valente
da empresa Engeduto Engenharia. “O mercado bre o assunto, mas
está em franca expansão. E é necessário contar como as estruturas eram novas
com profissionais com capacitação, qualificação na época e não existiam as
e de preferência com certificação para atuação quantidades de estruturas enter-
na área de inspeção e manutenção de sistemas radas e nem interferências signi-
de proteção catódica”, reforça Ribeiro. ficativas, os problemas de corro-
“Um dos motivos para a carência de profis- são eram raros”, comenta. E
Luiz Ribeiro
sionais na área é o fato de o assunto não ser ensi- Valente ainda afirma que só as

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pessoas que eram envolvidas ção catódica evitaria a manutenção corretiva ou até mesmo a substi-
diretamente com a manutenção tuição da estrutura, garantindo sua integridade e a segurança da ope-
dos equipamentos e pontos de ração.
testes sabiam que é importante Segundo o engenheiro Valente, em paralelo com o que ocorria
garantir que os potenciais míni- com as estruturas, o desenvolvimento de novas tecnologias de reves-
mos de proteção catódica este- timento para dutos enterrados melhorou as demandas de corrente
jam sempre assegurados. “As de proteção catódica. “Hoje estamos convivendo com instalações
próprias gerências não davam a enterradas há mais de 30 anos, em que um Sistema de Geren-
devida importância ao assunto. ciamento de Integridade dos Ativos é de extrema importância para
Não havia relatos de corrosão, garantir a sobrevida destas estruturas”.
apenas de danos provocados por Apesar das dificuldades, ainda assim, é possível encontrar uma
outras concessionárias ou pela grande variedade de literatura sobre proteção catódica, textos de que
ação do meio – inundação, ero- vão desde trabalhos técnicos a teses de mestrado bem elaboradas.
são, entre outros. Em função “Agora é preciso lembrar, no entanto que o mercado brasileiro só
disso, os investimentos eram pe- mais recentemente despertou interesse nesta área, países da Europa
quenos nesse segmento, dando e mesmo a Argentina, onde 20% da frota de veículos é movida a gás,
preferência aos inspetores de têm muito mais tradição na utilização de gasodutos. Como uma
rede”, comenta Valente. coisa leva a outra, eles têm uma indústria de sistemas anticorrosivos
Mas como as estruturas são mais antiga que a nossa”, complementa Cleiton Rioto, da área de
projetadas para terem um longo desenvolvimento de negócios da Unicontrol.
tempo de vida útil, e o acrésci- Para colaborar com a difusão do tema no Brasil, o diretor da
mo da proteção catódica duran- IEC, Mauro Barreto, conta que a empresa publicou o primeiro livro
te todo o ciclo de vida aumenta sobre o assunto em língua portuguesa. Denominado Sistemas de
sua garantia, passou-se a verifi- Proteção Catódica, de autoria de Luiz Paulo Gomes, diretor e um dos
car a importância dos sistemas fundadores da empresa na década de 1980, agora está sendo revisa-
de proteção catódica quando as do e estará nas livrarias a partir de junho deste ano. “Atualmente,
instalações atingem a idade de não existem empresas transportadoras de óleo e gás que não usem
20 anos ou mais. Verificou-se proteção catódica. Na PETROBRAS, por exemplo, a aplicação é
então que os custos decorrentes obrigatória em todos os seus dutos. Na área de águas, as principais
de uma boa instalação de prote- fornecedoras, como a CEDAE, do Rio de Janeiro, e a SABESP, de

fotos: Stéferson Faria / PETROBRAS


Estação de
compressão de
Iacanga (SP)

10 C & P • Janeiro/Fevereiro • 2007


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LL–Multicolor

Tecnologia desenvolvida
pela Italtecno s.r.l. –
Itália, largamente
utilizada na Europa e
EUA, agora
disponível
no Brasil.

Processo:
O LL-Multicolor é um
processo inovador de
eletrocoloração, capaz de
fornecer uma gama de
tonalidades que atende a todo
o espectro de cores,
São Paulo, protegem suas tubulações, mas outras não o fazem, tanto Ternminal abrangendo tons de cinza, azul,
é que a IEC recebe freqüentemente consultas de empresas que não Ilha amarelo, verde e vermelho.
optaram pelo uso da proteção catódica e tiveram rompimentos em D’Água
suas adutoras. Como é fácil de perceber, o assunto deve merecer (RJ) O processo ocorre em
grande destaque no setor industrial nos próximos anos”, diz Barreto. quatro etapas:

Em busca de melhorias • Primeira Etapa - Anodização


Ainda segundo Cleiton, da Unicontrol, o fato relevante no seg- LL-WM80 L.
mento de proteção catódica é a busca continuada de melhorias,
principalmente quanto à eficiência, desempenho e longevidade dos • Segunda Etapa - Modificação
sistemas. Afinal, os dutos de transporte de óleo, gás, derivados e da Camada Anódica
minérios constituem-se em um dos ativos mais importantes para as LL-Colourmix M1.
companhias que, cada vez mais, investem na preservação e excelên-
cia das condições operacionais desses ativos. Essa postura leva ao • Terceira Etapa -
conceito atual de integridade de dutos. Eletrocoloração
E os exemplos de melhorias vêm, das ações das empresas e tam- LL-Salmix NF 45
bém de esforços institucionais. Como lembra Eduardo Laurino, da
LL-Sn 225.
PETROBRAS, atualmente existem ações para a reativação da Co-
missão de Interferências, na qual teriam assento as concessionárias
de gás, água, eletricidade, petroquímica, linhas férreas e petróleo. • Etapa Final - Selagem
“Também devem participar outras empresas que possuam sistemas LL-24 HARDWALL 3 CB/1
de proteção catódica e as prestadoras de serviços que atuam no setor. LL-HARDWAL MTS-VF.
Aporte

Essa Comissão terá como uma das principais premissas a difusão da


proteção catódica”, observa Laurino. “No mundo a difusão do
conhecimento é muito incentivada e está focada em centros de exce-
lência na técnica aplicada, localizados principalmente na Alemanha,
Itália e Estados Unidos”.
Outra possibilidade de crescimento concentra-se nas oportuni-
dades para a evolução da indústria nacional de bens e serviços. A Av. Angélica 672 • 4º andar
ampliação da participação com base competitiva e sustentável no O1228-OOO • São Paulo • SP
Brasil é, por exemplo, um dos objetivos do PROMINP, programa Central telefônica: (11) 3825-7022
E-mail: escrit@italtecno.com.br
Site: www.italtecno.com.br
05-C&P_13_MatériaCapa 2/8/07 9:32 AM Page 5

Ternminal

foto: Stéferson Faria / PETROBRAS


Ilha D’Água
(RJ)

que aposta na qualificação pro- Monitoramente on-line


fissional como forma de possibi- Com o envelhecimento da rede de dutos o cuidado passa a ser
litar que os investimentos do redobrado. Como observa Valente, da COMGAS, a evolução do
setor de petróleo e gás natural setor também está relacionada ao aumento da demanda. “Estudos
gerem oportunidades de cresci- para garantir a integridade da estrutura estão em alta”, comenta.
mento, e este é, sem dúvida, um “Um dos avanços mais significativos é a telemetria dos retificadores
“gargalo” em um futuro próxi- e drenagens. A eficiência dos equipamentos pode ser monitorada a
mo. As empresas especializadas distância, reduzindo o tempo de parada do equipamento, e ainda
em proteção catódica são extre- amplia o conhecimento das condições de operação dos equipamen-
mamente eficientes e capacita- tos”, comenta Valente.
das, e esse tipo de incentivo na Valente destaca ainda que, comparado a outros países, no Brasil
qualificação profissional fortale- as empresas que precisam de sistemas de proteção catódica estão
ceria em muito as empresas reconhecendo aos poucos a necessidade crescente de profissionais e
nacionais, inclusive as próprias equipamentos para garantir a integridade de estruturas enterradas,
contratantes, que passariam a mas existem empresa imaturas no conhecimento destes sistemas,
contar com fornecedores mais preferindo reparar ou substituir em vez de impedir a corrosão. “É
bem preparados e competitivos. provado que o custo-beneficio de um sistema de proteção catódica é

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05-C&P_13_MatériaCapa 2/8/07 9:32 AM Page 6

AMEAÇAS
nal dos sistemas. “A Unicontrol,
Segundo Valente, da COMGAS, uma das maiores ameaças aos por exemplo, está implantando
sistemas de proteção catódica são as interferências oriundas de sistemas junto à PETROBRAS Trans-
de tração eletrificados (trens e metrôs). “Como estes sistemas funcio- porte S.A – TRANSPETRO,
nam geralmente com tensão contínua, qualquer fuga de corrente pro- um projeto desta natureza. E o
veniente dos trilhos para o solo e subseqüentemente para as estruturas projeto vai além, estamos pre-
enterradas, provocam zonas anódicas formadas na saída da corrente parados para assumir o monito-
da estrutura para os trilhos”, explica. ramento on-line de sistemas,
Valente adianta que para abrandar essas interferências é necessá- bem como as intervenções pre-
rio um estudo detalhado e conhecimento específico do assunto, fican- ventivas e corretivas necessárias,
do sempre a dúvida sobre a eficiência da mitigação, o que caracteri- assim, um supervisório redun-
za sempre um risco para a integridade da instalação. Como é um pro- dante proporciona ao operador
blema de todas as estruturas que estão próximas a esses trilhos, torna- do duto um foco exclusivamen-
se necessário uma ação em conjunto visando diminuir os níveis de te gerencial”, comenta.
interferência na fonte (trilho). Está em formação uma comissão que A experiência em outros paí-
irá estudar o assunto e envolver as partes interessadas para discutir ses leva Eduardo Laurino a se
amplamente e chegar a soluções técnicas e gerencias para reduzir esse mostrar confiante com o moni-
tipo de interferência. toramento on-line. “Quanto à
sua contribuição para a integri-
dade dos dutos, o monitora-
mais eficiente que a manutenção corretiva destas instalações”, revela. mento on-line otimiza e agiliza
Cleiton Rioto, da Unicontrol, explica que a telemetria efetuada as manutenções corretivas dimi-
por sistemas de automação e softwares supervisórios, objetivando o nuindo em muito o período em
monitoramento e o controle em tempo real de uma base de dados, que os equipamentos ficam fora
vai permitir que o Brasil alcance altos índices de eficiência operacio- de operação”, comenta. Para

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05-C&P_13_MatériaCapa 2/8/07 9:32 AM Page 7

Pier de Laurino, esse fato é fundamen-


Atracação tal para a integridade das tubu-
lações instaladas em corredores
de energia dos grandes centros
industrializados, onde os níveis
de corrente de interferência são
bastante altos e falhas operacio-
nais no sistema de proteção
catódica devem ser minimiza-
das ao extremo.
Apesar do entusiasmo que o
tema desperta, segundo Luiz
Ribeiro o monitoramento on-
line dos equipamentos está ga-
nhando corpo nas grandes em-
presas, mas o monitoramento
on-line dos sistemas de pro-
teção catódica, incluindo a me-
dição dos potenciais estrutura/
eletrólito, atualmente ainda de proteção catódica será cada vez mais intensificada no Brasil, mas
não é uma realidade. o ritmo dessa aplicação e os investimentos no setor vão acompa-
O que se percebe nesse le- nhar a própria evolução e capacitação do mercado – empresas e
vantamento feito pela Revista profissionais. Minimizar os custos da corrosão e ampliar a confia-
Corrosão & Proteção com a es- bilidade da rede de dutos são desafios constantes e a proteção cató-
pecialistas do setor, a aplicação dica pode ser um grande aliado nessa caminhada. •

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06-C&P_13_Atualização 2/7/07 4:27 PM Page 1

Atualização Transportes

Transporte Rodoviário de
Produtos Perigosos
A Resolução 420 e suas atualizações alinham a legislação brasileira aos critérios da 11ª e 12ª edição
do Orange Book - editado pela ONU. Transportadoras devem estar atentas às novas exigências

RESOLUÇÃO 420/04 DA lação, as alterações das Normas Brasileiras, recentemente revisadas, e as


ANTT – Agência Nacio- condições de transporte e das embalagens de seus produtos, para que
nal de Transporte Terres- possam continuar transportando os produtos perigosos dentro das nor-
tre, aprovando as Instruções Com- mas de segurança adotados pelo Brasil.
plementares ao Regulamento de Conforme estabelecido pela legislação em vigor, ninguém pode ofe-
Por Glória Transporte Terrestres de Produtos recer ou aceitar produtos perigosos para o transporte se os mesmos não
Santiago Marques Perigosos – RTPP (aprovado pelo estiverem adequadamente classificados, embalados, marcados, rotulados
Benazzi decreto 96044/88), de 12.02.2004, e sinalizados de acordo com a legislação brasileira, constituindo crime
publicada no Diário Oficial da contra o meio ambiente o transporte irregular de produtos perigosos.
União em 31.05.2004, substituiu Os produtos perigosos deverão ser acondicionados em embalagens
a antiga Portaria 204 do Minis- de boa qualidade, que sejam resistentes o suficiente para suportar os
tério dos Transportes e introduziu choques e carregamentos normalmente encontrados durante o trans-
uma série de modificações impor- porte, incluindo o transbordo entre unidades de transportes e/ou entre
tantes no transporte terrestre de os armazéns, bem como qualquer remoção de um palete ou sobreem-
produtos perigosos em todo o ter- balagem para um subseqüente manuseio manual ou mecânico.
ritório nacional. A Resolução 420/04 já sofreu algumas correções através da Re-
Com esta nova resolução, a le- solução 701/04 e da Resolução 1644/06 da ANTT republicada em
gislação brasileira passa a basear-se 29/12/06, que altera alguns itens da Resolução 420/04.
nos critérios da 11ª e 12ª edição Esta nova Resolução, além de outras alterações, cita que:
do Orange Book, publicado pela • produtos perigosos importados já embalados no exterior, cujas em-
ONU – Organização das Nações balagens atendam às exigências estabelecidas pelo modal aéreo, ma-
Unidas. Por este motivo, diversos rítimo ou terrestre, serão aceitos para o transporte terrestre no país.
produtos químicos perigosos tive- • no transporte de produtos perigosos fabricados no país cuja distri-
ram as suas classificações alteradas, buição envolva mais de uma modalidade de transporte, além da ter-
acarretando mudanças nas identi- restre, será aceito, no transporte terrestre o uso de embalagens certi-
ficações dos caminhões, das em- ficadas pelo modal mais restritivo. Este item ainda precisa ser melhor
balagens e dos documentos que avaliado pelas nossas autoridades para que não seja necessário a com-
acompanham a carga, tais como o provação de que a carga se destina obrigatoriamente a um porto ou a
documento fiscal e a ficha de um aeroporto, pois as empresas não sabem antecipadamente por qual
emergência. modal seus produtos serão transportado. Para contemplar logisticamen-
A classificação dos produtos te esta situação normalmente o lote é preparado utilizando-se embala-
químicos que apresentam risco gem para o modal mais restritivo. Para atender a está exigência as
para o meio ambiente também so- empresas terão que adquirir embalagens homologadas em mais de um
freu alteração, não dependendo modal o que irá onerar sobremaneira o custo operacional de suas ativi-
mais da liberação do Ministério dades, fato este que não irá contribuir para o incremento da segurança
dos Transportes, através de Por- no transporte terrestre de produtos perigosos.
taria específica, mas passando a ser
uma responsabilidade do próprio A Resolução ANTT 420/2004 estabelece a Certificação Compul-
fabricante. Os resíduos classifica- sória (avaliação da conformidade) de embalagens para o Transporte
dos pela Convenção da Basiléia Terrestre de Produtos Perigosos e indica o INMETRO como Órgão
e/ou pela NBR 10004 como resí- responsável por esta atividade.
duo classe I também devem ser O INMETRO através Portaria nº 326 de 11/12/2006 aprova o
transportados como produtos pe- Regulamento de Avaliação da Conformidade (RAC) para embalagens
rigosos, devendo cumprir a legis- de até 400Kg/450L Este RAC não é aplicável para produtos radioati-
lação de transporte. vos, gases (exceto aerossóis) e embalagens com massa líquida total supe-
As empresas devem, portanto, rior a 400 kg e/ou cujo volume exceda a 450 L e as, embalagens refa-
analisar criticamente a nova legis- bricadas.

C & P • Janeiro/Fevereiro • 2007 15


06-C&P_13_Atualização 2/7/07 4:27 PM Page 2

O INMETRO publicou tam- A legislação sobre o transporte terrestre de produtos perigosos para
bém a Portaria 250 de 16/10/06 os demais países do Mercosul ainda não sofreu alterações, estando
para embalagens de 450L até baseada na 7ª edição do Orange Book. Com isso, deve ser dada especial
3.000L- Contentores Interme- atenção para o transporte para a Argentina, o Uruguai e o Paraguai,
diários para Granéis – IBC’s pois existem exigências específicas que devem ser cumpridas.

A Portaria 326/06 estabelece que: As principais causas dos acidentes são:


• as embalagens utilizadas no • falta de treinamento de motoristas;
transporte terrestre de produ- • má conservação das estradas e ferrovias;
tos perigosos deverão ser cer- • falta de vistoria da unidade de transporte, tanto pelo transportador
tificadas por Organismos de como pelo expedidor;
Certificação de Produtos (OCP) • problemas com amarração de embalagens e com a qualidade das
acreditados pelo Inmetro, no embalagens
prazo máximo de 12 (doze) • falta de profissionalismo;
meses, contados a partir de 25 • falta de fiscalização.
de janeiro de 2006 (Art 3º)
• a comercialização do estoque A Regulamentação de transporte rodoviário, aprovado pelo
remanescente de embalagens Decreto 96044/88, cita em alguns artigos as responsabilidades do
não certificadas, utilizadas no transportador, do expedidor, do destinatário, dentre eles destacamos:
transporte terrestre de produ- Art 2º- Durante as operações de carga, transporte, descarga, transbordo, lim-
tos perigosos, deverá ser feita peza e descontaminação os veículos e equipamentos utilizados no transporte de
em um prazo máximo de 06 produto perigoso deverão portar rótulos de risco e painéis de segurança específicos,
(seis) meses, contados a partir de acordo com a ABNT/NBR-7500 e 8286 (A ABNT/NBR 8286 foi incorpo-
de 26 de janeiro de 2007. Os rada a ABNT/NBR 7500)
produtos perigosos envasados Art. 3º- Os veículos utilizados no transporte de produto perigoso deverão por-
até 25 de julho de 2007, em tar o conjunto de equipamentos para situações de emergência indicado por Norma
embalagens não certificadas, Brasileira ou, na inexistência desta, o recomendado pelo fabricante do produto. A
terão, como prazo máximo norma brasileira aplicada é a ABNT/NBR 9735
para transporte, a data de sua Art.7º- É proibido o transporte, no mesmo veículo ou contêiner, de produto
validade. perigoso com outro tipo de mercadoria, ou com outro produto perigoso, salvo se
• os envasadores de produtos houver compatibilidade entre os diferentes produtos transportados (ABNT/NBR
perigosos deverão, a partir de 14619).
25 de janeiro de 2007, dar Art. 15- O condutor de veículo utilizado no transporte de produto perigoso,
início à identificação das em- além das qualificações e habilitações previstas na legislação de trânsito, deverá rece-
balagens, utilizadas no trans- ber treinamento específico, segundo programa a ser aprovado pelo Conselho
porte terrestre, com a data do Nacional de Trânsito (CONTRAN), por proposta do Ministério dos Transportes.
envasamento e a validade do Art. 16- O transportador, antes de mobilizar o veículo deverá inspecioná-lo,
produto perigoso envasado. assegurando-se de suas perfeitas condições para o transporte para o qual é destina-
• as embalagens aprovadas em do e com especial atenção para o tanque, carroceria e demais dispositivos que pos-
processos de avaliação da con- sam afetar a segurança da carga transportada.
formidade, realizados por au- Art. 19- O condutor não participará das operações de carregamento, descar-
toridades competentes nos regamento e transbordo da carga, salvo se devidamente orientado e autorizado pelo
modais marítimo e aéreo, expedidor ou pelo destinatário, e com a anuência do transportador.
ficará legitimado o período de Art. 22- Sem prejuízo do disposto na legislação, de transporte, de trânsito e
vigência dos seus certificados relativa ao produto transportado, os veículos que estejam transportando produto
ou o prazo máximo de valida- perigosos ou os equipamentos relacionados com essa finalidade só poderão circular
de até 29 de fevereiro de pelas vias públicas portando os seguintes documentos: certificado de capacitação
2008, considerando-se sem- para o transporte de produtos perigosos a granel expedido pelo Inmetro; documen-
pre o prazo que for menor. As to fiscal do produto transportado, constando, nome apropriado para embarque,
prescrições deste artigo são Nº ONU, classe/subclasse do produto, declaração da qualidade da embalagem e
válidas apenas para os certifi- grupo de embalagem (Resolução 420/04 da ANTT); Ficha de emergência e enve-
cados emitidos até 01 de lope para transporte (ABNT/NBR 7503)
março de 2006. Para os certi- Art. 32- O Contratante do transporte (no caso de transporte FOB) deverá exi-
ficados emitidos após essa gir do transportador o uso de veículo e equipamento em boas condições operacio-
data, aplicar-se-á o disposto nais e adequados para a carga a ser transportada, cabendo ao expedidor, antes de
no artigo 3º desta Portaria. cada viagem, avaliar as condições de segurança.

16 C & P • Janeiro/Fevereiro • 2007


06-C&P_13_Atualização 2/7/07 4:27 PM Page 3

Notamos que todos os envolvidos têm as suas responsabilidades A sociedade precisa se unir de
bem definidas, ou seja, o transportador deverá fazer a inspeção antes de modo a participar ativamente da
enviar o veículo para carregamento, quem expede o produto devera elaboração e revisão de normas
também verificar as condições do veiculo transportador (fazer um técnicas e exigir dos órgãos públi-
check-list), o motorista deve ter treinamento para esse tipo de transpor- cos o seu cumprimento.
te e se for participar do carregamento e descarregamento tem que ser Cada vez mais as emergências
treinado e autorizado pelo expedidor ou pelo destinatário e com auto- têm sido tema de constantes preo-
rização por escrito do transportador de que pode fazer esta tarefa, ou cupações para as empresas, tanto
seja, carregar ou descarregar o produto químico perigoso. nas instalações internas como no
processo logístico (transporte e ar-
Os órgãos Públicos devem; mazenagem), além do mais, os or-
• compatibilizar a legislação brasileira aos documentos internacionais gãos ambientais e a sociedade têm
adequando-os à nossa realidade; exigido uma maior atenção afim
• aumentar a fiscalização; de preservar a imagem da empresa
• aumentar o rigor das inspeções realizadas em veículos e equipamentos. e principalmente vidas humanas.
• citar em suas legislações as normas brasileiras pertinentes de modo Logo, precisamos cada vez mais ter
que as mesmas sejam cumpridas e passiveis de fiscalização; consciência social e nos preocupar-
• melhorar o atendimento as emergências com os produtos químicos, mos com o meio ambiente. •
de modo a serem mais rápidos, desobstruindo as rodovias em curto
espaço de tempo e com maior segurança; Gloria Santiago Marques Benazzi
• disponibilizar em seus sites, por assunto, toda a legislação pertinente. Engenheira Química pela UFRJ, atuou no INMETRO, sendo
As entidades devem exigir que seus associados sejam responsáveis responsável pela fiscalização de veículos que transportam cargas
estando comprometidos em programas que visem a qualidade, saúde, a perigosas entre 1991 e 1996, período em que foi responsável pela
segurança e o meio ambiente, devendo os mesmos serem auditados por elaboração de regulamentos técnicos para o setor. É coordenadora da
entidades independentes para verificar se atendem às exigências estipu- CE da ABNT/CB-16 de Transporte Terrestre de Produtos Perigosos.
ladas nos termos de compromissos assinados. Contato com a autora: abnt.cb16@uol.com.br

Notícias do Mercado

Estanca vazamentos A Italtecno do Brasil completa


da Brascon 20 anos de atividades
Vazamentos, por me- Sucessora da LL Indústria de Produtos Químicos,
nor que sejam, é um dos empresa especializada no fornecimento de produtos químicos
principais problemas para processos de tratamento de superfície do alumínio, a Italtecno
das equipes de manu- está completando, em 2007, 20 anos de atividades no Brasil. A LL
tenção. Um vazamento iniciou suas operações com uma área industrial no bairro do
na linha de produção Jaraguá, em São Paulo, e visando a modernização da sua produção
representa prejuízos enormes, pois impacta e o aprimoramento dos seus produtos, em 1996, uniu-se à
negativamente no planejamento produtivo, por Italtecno S. R. L. - empresa italiana líder no fornecimento de pro-
parada não prevista, entre outros aspectos. dutos para o tratamento do alumínio na Europa - passando a
A Brascon anuncia a SpeedAlloy como uma denominar-se Italtecno do Brasil Ltda., cuja unidade fabril conti-
solução rápida para essas situações. Trata-se de nua localizada naquele bairro e mantém seu escritório comercial e
um estanca vazamento ultra-rápido que, segun- administrativo na Av. Angélica, também em São Paulo.
da e empresa, sela vazamentos em minutos, Com a transferência tecnológica da Europa para o Brasil a
sem calor e sem a necessidade de parar a linha empresa passou a ser uma das empresas líderes do setor de trata-
de produção. Seu endurecimento começa em mento da superfície do alumínio e de suas ligas. “A Italtecno do
poucos segundos, e quando a cura está comple- Brasil atende todo o território nacional e Mercosul, mantendo sua
ta, torna-se um reparo eficaz em tubulações, política de excelência em seus produtos”, afirma o engenheiro
tanques e equipamentos diversos. Adeval Antonio Meneghesso, diretor superintendente da empresa.
Contatos: comercial@brasconamericas.com Contatos: escrit@italtecno.com.br

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Tecnologia & Novos Talentos

Avaliação da Agressividade
de Solo Contaminado por
Substâncias Químicas
Pesquisa conduzida em solo que possui a maior representação geográfica do Brasil

Por Aline Marta Resumo grande quantidade de estruturas enterradas, destacando-se oleodutos
Vasconcelos OM O OBJETIVO DE ESTU- e gasodutos.
Loureiro, Lídia dar a influência de alguns Com o objetivo de melhor representar um solo tipicamente brasi-
Yokoyama e poluentes (ácido sulfúri- leiro foi utilizado neste estudo o Latossolo Vermelho-Amarelo
Simone Louise co, amônia e 1,2-dicloroetano) que detém a maior representação geográfica no Brasil, ocorrendo em
D. C. Brasil na agressividade de um solo, todos os estados e se estendendo por cerca de 750 milhões de hecta-
foram realizados ensaios de perda res, sendo aproximadamente 300 milhões de hectares em território
de massa, curvas de polarização, brasileiro.
medidas de potencial em circuito A agressividade do solo depende de características físicas, químicas
aberto, além de terem sido obti- e biológicas e sua avaliação tem sido realizada através de diversos cri-
dos diversos parâmetros que térios propostos, destacando-se o apresentado por Steinrath, conside-
compõem o Índice de Steinhat. rado como um dos mais completos (TRABANELLI, 1972).
Parte dos resultados deste estudo Além destes critérios, medidas eletroquímicas também podem con-
são apresentados neste trabalho: tribuir para avaliação do grau de agressividade do solo. Curvas de po-
curvas de polarização, diagramas larização e medidas do potencial em circuito aberto podem dar indi-
Eh x pH com os valores de poten- cações sobre o comportamento de materiais metálicos em solos com di-
cial a circuito aberto e valores de ferentes características, além do tradicional ensaio de perda de massa.
pH obtidos, além de perda de Este estudo teve como objetivo avaliar a corrosividade de um solo
massa após quatro meses de contaminado por diferentes substâncias químicas. Dentre os ensaios
exposição de amostras de aço- realizados destacam-se medidas eletroquímicas, determinação de
carbono ao solo com contami- parâmetros que compõem o Índice de Steinrath e ensaios de perda de
nantes. O solo escolhido para es- massa. Neste trabalho são apresentadas curvas de polarização, diagra-
te estudo foi o Latossolo Ver- mas Eh x pH considerando a presença das substâncias adicionadas,
melho-Amarelo por possuir a com indicação dos valores de pH e potencial em circuito aberto medi-
maior representação geográfica dos durante quatro meses, além de resultados de perda de massa. As
no Brasil. substâncias químicas foram representadas por um ácido (ácido sulfú-
Palavras-chave: Agressividade rico), uma base (amônia) e um composto orgânico (1,2-dicloroetano
do Solo, Curvas de Polarização, ou DCE).
Diagrama de Pourbaix, Dutos En-
terrados, Contaminação do Solo 2. Materiais e Métodos
As substâncias químicas adicionadas ao Latossolo foram: ácido
1. Introdução sulfúrico (95-98%) PA, hidróxido de amônio (28-30%) PA, represen-
A possibilidade de ocorrência tando a presença de amônia, e 1,2-dicloroetano PA (ou Cloreto de
de acidentes por vazamentos ou Etileno). Às amostras de solo com 40% (p/p) de umidade foram adi-
derramamentos de produtos quí- cionados: 5,4% (p/p) de ácido sulfúrico, 1,4% (p/p) de amônia, 3,8%
micos próximos a dutos enterra- (p/p) de 1,2-dicloroetano, além de ter sido avaliado o solo úmido sem
dos é um fator preocupante, já adição de contaminante.
que os mesmos causam a polui- A escolha do teor de umidade (40%) para todos os ensaios repre-
ção do solo, alterando suas pro- senta uma situação de resistividade mínima do solo, e foi determina-
priedades físico-químicas, pro- do previamente através do estudo da variação da resistividade do solo
duzindo assim impactos negati- com o teor de umidade. O teor de cada contaminante também foi
vos. A corrosão pelo solo corres- proveniente de análise da variação de resistividade do solo úmido em
ponde a uma parcela ponderável função da adição de quantidades graduais de cada contaminante
dos custos globais da corrosão, (LOUREIRO et al, 2005).
sendo seu estudo de imensa im- As curvas de polarização catódica e anódica foram realizadas em
portância devido à existência de modo potenciodinâmico (20 mV/min) à temperatura ambiente.

20 C & P • Janeiro/Fevereiro • 2007


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O pH foi medido na suspen- a b


são homogeneizada de solo: água
destilada na razão de 1:2,5 por
meio de eletrodo combinado,
conforme procedimento reco-
mendado pela EMBRAPA
(1997).
Os ensaios de perda de massa c d
foram realizados em triplicata
utilizando corpos-de-prova de
aço-carbono, sendo as massas
dos corpos-de-prova determina-
das através de medidas em uma
balança analítica ao décimo de
miligrama.
Fig. 1 – Curvas de polarização anódica e catódica do aço AISI 1020
3. Resultados e Discussão após quatro meses (a) isento de contaminantes; (b) contaminado por
A Figura 1 apresenta as cur- 5,4% (p/p) de ácido sulfúrico; (c) contaminado por 1,4% de amônia;
vas de polarização após quatro (d) contaminado por 3,8% de 1,2-dicloroetano.
meses, para os sistemas solo a
40% de umidade: (a) na ausên-
cia de contaminantes; (b) com a b
5,4% de ácido sulfúrico; (c)
com 1,4% de amônia e (d) com
3,8% de 1,2-dicloroetano.
A Tabela 1 mostra os valores
de potencial de corrosão e pH
do meio obtidos após quatro
meses para cada sistema estuda-
do. Estes valores podem ser usa-
dos para relacionar as curvas de c d
polarização com as previsões
termodinâmicas de domínio da
imunidade, corrosão ou passi-
vação do ferro pelo Diagrama
de Pourbaix. Na Figura 2 são
apresentados os Diagramas Eh x
pH para cada sistema analisado
com a indicação das respectivas
medidas de potencial de corro- Fig.2 – Valores de pH e potencial de corrosão após quatro meses:
são e pH após quatro meses. (a) solo com umidade e isento de contaminantes; (b) contaminado por
Observa-se, na curva de po- 5,4% (p/p) de ácido sulfúrico; (c) contaminado por 1,4% de amônia;
larização anódica em solo con- (d) contaminado por 3,8% de 1,2-dicloroetano.
tendo somente 40% (p/p) de
água destilada, a ocorrência de solo a 40% (p/p) de umidade na presença de ácido sulfúrico tam-
dissolução ativa do metal. O bém resultou em dissolução ativa, com valores de densidade de cor-
aço-carbono em contato com o rente mais elevados do que os observados para o solo sem contami-
nante. Já o aço-carbono em con-
TAB. 1 - VALORES DE PH E POTENCIAIS DE CORROSÃO APÓS O PERÍODO tato com o solo úmido e com
DE QUATRO MESES. amônia apresentou uma certa
Contaminação isento H2SO4 NH3 DCE
passivação do metal neste meio.
do solo No caso do aço-carbono em
pH 8,0 3,6 8,3 7,4 contato com solo com 1,2-
Potencial de Corrosão -456,7 -313,9 -436,1 -433,5 dicloroetano, a curva anódica
(mVENH) demonstrou processo corrosivo
do metal.

C & P • Janeiro/Fevereiro • 2007 21


08-C&P13_Novos Talentos 2/8/07 11:10 AM Page 3

Em resumo, a utilização das curvas de polarização para estes sis- Os ensaios de polarização
temas estudados fornece informação de que o solo isento de conta- não permitem classificar o grau
minação ou na presença de ácido sulfúrico ou do composto orgâni- de corrosividade do solo, sendo
co 1,2-dicloroetano se caracteriza como um meio de agressividade ao necessária a utilização de crité-
aço-carbono, enquanto que o poluente amônia, inicialmente corro- rios de avaliação que façam uso
sivo, promove após certo período de exposição um processo de pas- de análises físico-químicas. O
sivação. uso do Diagrama de Pourbaix
Em solo, na ausência de contaminantes, verifica-se que após qua- indica a possibilidade de ocor-
tro meses o sistema encontra-se no domínio de corrosão do ferro, rência ou não de processo corro-
confirmando a dissolução ativa do metal verificada no ensaio de sivo através da Termodinâmica.
polarização. Em solo contendo ácido sulfúrico, a previsão teórica de Pela análise dos ensaios de
corrosão do ferro observada no Diagrama de Equilíbrio reafirma o perda de massa verificou-se que
comportamento de dissolução anódica do aço-carbono. Já no solo o aço-carbono sofre corrosão,
contaminado por amônia, o ponto correspondente ao pH e poten- em ordem decrescente, em solo
cial de corrosão se localiza no domínio de passivação, estando de com os seguintes componentes:
acordo com a curva de polarização anódica obtida. O sistema solo a
H2SO4 > H2O > DCE ≈ NH3
40% de umidade com 1,2-dicloroetano após quatro meses está no
domínio de corrosão, também confirmando a dissolução ativa veri-
ficada no ensaio de polarização. 5. Agradecimentos
Na Tabela 2 estão presentes os resultados dos ensaios de perda de Agradece-se pelo suporte
massa. Verificou-se que o H2SO4 promoveu maior taxa de corrosão, financeiro recebido pela ANP
enquanto que a NH3 e o DCE resultam em taxas médias de corro- (Agência Nacional de Petróleo) e
são menores que no solo na ausência de contaminantes. Através da pelo suporte institucional presta-
visualização dos corpos-de-prova retirados em cada tempo de conta- do pela Escola de Química da
to observou-se que, tanto no solo sem contaminação como no solo UFRJ.
que recebeu a adição de H2SO4 e DCE, houve formação de ferru-
gem castanha, sendo que neste último houve corrosão bem menos 6. Referências Bibliográficas
intensa, possuindo uma fina camada de tonalidade castanha. Nos EMBRAPA. Manual de Métodos de
corpos-de-prova que estiveram em contato com o solo na ausência Análise de Solo. 2.ed. Rj. Centro Na-
de contaminante foi verificado um processo corrosivo menos inten- cional de Pesquisas de Solos, 1997.
so do que aqueles que estiveram em solo úmido contaminado por LOUREIRO, A.M.V; BRASIL,
ácido sulfúrico. S.L.D.C; YOKOYAMA, L., Con-
ferência sobre Tecnologia de Equi-
TAB. 2 - TAXAS MÉDIAS DE CORROSÃO (MPY) APÓS O PERÍODO DE QUATRO pamentos, Bahia, 2005.
MESES. TRABANELLI, G.; ZUCCHI, F.;
ARPAIA, M., Annali Dell’Università
Tempo de H2O H2SO4 NH3 DCE
Di Ferrara, 1975, Ferrara. Chimica
Contato
Pura Ed Applicata, 1970, vol. III, n.
1 mês 7,6 23,0 1,3 9,5
4, p. 43-60, 1972. •
2 meses 7,5 20,1 1,0 2,2
3 meses 11,5 53,8 1,1 2,1
4 meses 10,6 54,3 3,1 2,2

4. Conclusões
Foi possível analisar o efeito da adição de substâncias químicas Aline Marta Vasconcelos Loureiro
(ácido sulfúrico, amônia e DCE) nos solos a partir de curvas de Doutoranda da Escola de Química/UFRJ
polarização anódicas e catódicas, além de ensaios de perda de massa. Lídia Yokoyama
Com exceção da amônia, que promoveu passivação do aço, nas D.Sc., Departamento de Processos
demais substâncias adicionadas pode ser verificada a dissolução ativa Inorgânicos/Escola de Química/UFRJ
do metal, inclusive na ausência destes contaminantes. Simone Louise D. C. Brasil
Os valores de pH e potencial em circuito aberto medidos duran- D.Sc., Departamento de Processos
te quatro meses foram representados em diagramas Eh x pH, elabo- Inorgânicos/Escola de Química/UFRJ
rados de forma a considerar também a presença de contaminantes.
Os potenciais se situaram, em todos os casos, nas regiões dos dia- Contato com as autoras:
gramas correspondentes às condições observadas através das curvas alinemarta@ufrj.br
de polarização. alinemarta@pop.com.br

22 C & P • Janeiro/Fevereiro • 2007


Anúncio_SeminárioABRACO 2/7/07 4:45 PM Page 1
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Artigo Técnico

Fosfatização de Metais Ferrosos


Parte 5 - Mecanismos de Fosfatização
Camadas de conversão e pseudo-conversão

ecanismos de comercialmente) e as camadas ob- zada), agentes tensoativos


Fosfatização tidas a partir de banhos conten- (para auxiliar na limpeza da
do fosfato diácido de um metal superfície do substrato) e
Revestimentos de conversão alcalino ou de amônio. agentes complexantes (para
e revestimentos de pseudo- Já o revestimento de pseudo- complexar as impurezas).
Por Zehbour conversão conversão é formado não somen-
Panossian Alguns autores (BIESTEK & te pelos produtos de um processo Na prática não se usa o ácido
WEBER, 1976, p.1) diferenciam corrosivo controlado e acelerado, fosfórico diluído, pois o tempo
os revestimentos obtidos a partir mas, também, por produtos da de formação da camada fosfati-
de banhos contendo fosfatos de precipitação de compostos pre- zada é muito elevado.
metais alcalinos ou de amônio sentes no meio. No caso de fosfa-
daqueles obtidos a partir de ba- tização, o processo de corrosão Mecanismo de fosfatização
nhos contendo fosfatos diácidos modifica as características do ele- em solução diluída de ácido
Por Célia A. L. de metais bivalentes, pois afir- trólito junto à interface, o que fosfórico
dos Santos mam que o mecanismo de fosfa- determina a transformação dos Quando se mergulha uma
tização é diferente para cada ca- fosfatos de metais bivalentes diá- peça de aço em uma solução de
so. Para o primeiro tipo, estes cidos solúveis presentes no ácido fosfórico, ocorre um ata-
autores denominam de cama- banho em fosfatos neutros inso- que ao ferro com formação da
das de conversão e para o se- lúveis. Segundo BIESTEK & WE- camada fosfatizada. Isto ocorre
gundo de camadas de pseudo- BER (1976), na formação de um em dois estágios. O primeiro
conversão. revestimento de pseudo-conver- estágio é o seguinte:
Para entender esta diferencia- são, um processo secundário faz +
2H + 2e ➠ H2


ção é conveniente recordar a parte integrante do processo. Fe ➠ Fe++ + 2e
definição para os revestimentos Classificam-se dentro deste con-
de conversão: é a “conversão” de ceito as camadas obtidas a partir O início do ataque ao metal
um metal em um óxido, hidróxido de banhos contendo ácido fosfó- ocorre preferencialmente nos
ou sal do metal através de reações rico e um fosfato diácido de um contornos de grão (FREEMAN,
eletroquímicas que podem ocorrer, metal bivalente. 1988, p.12). Neste estágio, con-
tanto devido à imposição de cor- forme pode ser observado pelas
rente, como devido ao ataque ao Mecanismo de Fosfatização reações, o ácido fosfórico com-
metal por um oxidante presente na para os Revestimentos de porta-se como o ácido clorídrico
solução. Conversão ou sulfúrico, ou seja, tem ação
Para o caso específico da fos- puramente corrosiva.
fatização, trata-se da conversão Composição básica dos
do metal em um fosfato insolú- banhos de fosfatização A Figura 1 mostra esquema-
vel do íon metálico. Em outras As camadas fosfatizadas clas- ticamente o primeiro estágio do
palavras, o revestimento de con- sificadas dentro de “revestimen- processo de fosfatização.
versão pode ser interpretado co- tos de conversão” podem ser
mo sendo um produto formado obtidas a partir de banhos com a
a partir de um processo de corro- seguinte composição: → +
2H + 2e ➠ H2

Catodo
são acelerada e controlada, em • solução diluída de ácido fos- e íons em
movimento
que os produtos de corrosão são fórico; Anodo
++
Fe ➠ Fe + 2e ←
sólidos e aderentes ao metal que • solução diluída de um fosfato
está corroendo. Para o caso da diácido de metal alcalino ou
fosfatização, classificam-se, den- de amônio contendo aditivos Fig. 1 - Representação esquemática
tro deste conceito, as camadas que podem ser aceleradores simplificada do primeiro estágio de
obtidas em uma solução diluída (para acelerar as reações de um processo de fosfatização: ataque
de ácido fosfórico (não-utilizada formação da camada fosfati- ao metal pelo ácido.

24 C & P • Janeiro/Fevereiro • 2007


09-C&P13_ZehbourCelia 2/7/07 4:36 PM Page 2

Na superfície do metal apare- tos de ferro ocorre nas regiões mente. É necessário diminuir o
cem milhares de anodos e cato- catódicas (BIESTEK & WEBER, tempo de formação da camada
dos microscópicos, semelhantes 1976). Alguns autores acham fosfatizada.
ao apresentado na Figura 1, alea- que a formação de fosfato de fer-
toriamente distribuídos. Assim ro pode também ocorrer nas Mecanismo de fosfatização
sendo, o ataque ao metal ocorre regiões anódicas quando o teor em solução diluída de fosfato
de maneira generalizada em toda de ferro ultrapassar o valor míni- diácido de metal alcalino ou
a superfície metálica exposta ao mo necessário para a precipita- de amônio
ácido. ção dos fosfatos. Como os fosfatos primários,
À medida que vai se forman- É conveniente notar que o secundários e neutros de metais
do o gás hidrogênio, o pH na in- mecanismo apresentado mostra alcalinos e de amônio são solú-
terface metal/banho aumenta que a camada fosfatizada é for- veis e não hidrolizam com as
gradativamente. Com este au- mada com o produto da corro- variações de pH, temperatura e
mento, ocorre o segundo estágio são do aço pelo ácido fosfórico e, diluição, os banhos formulados
do processo da fosfatização, que portanto, segundo a classificação com estes fosfatos não necessi-
é a formação do fosfato diácido de BIESTEK & WEBER (1976, p.1), tam de adições de excesso de
de ferro, que se transforma em seria um “revestimento de con- ácido livre e podem operar com
fosfato monoácido e finalmente versão”. valores de pH mais elevados
em fosfato neutro. Como o fos- A camada fosfatizada assim (pH até 6, em geral 4 a 5,5).
fato neutro é insolúvel, precipita- formada é fina e muitas vezes
se na superfície do metal for- não é visível a olho desarmado. Segundo MACHU (apud BIES-
mando a camada fosfatizada. No entanto, percebe-se a sua TEK & WEBER, 1976, p.213;
Esta seqüência ocorre de acordo presença quando se aplica sobre apud FREEMAN, 1988, p.28;
com as seguintes reações (BIES- a peça tratada em ácido fosfórico apud RAUSCH, 1990, p.121) as
TEK & WEBER, 1976): uma camada de óleo ou graxa: o reações responsáveis pela forma-
tempo de proteção conferida ao ção da camada fosfatizada ocor-
Fe(H2PO4)2 ➠ FeHPO4 + H3PO4 aço pelo óleo ou graxa é bem rem em três estágios, a saber:
(pouco solúvel)
(solúvel)
maior do que o tempo de prote-
3FeHPO4 ➠ Fe3(PO4)2 + H3PO4 ção conferida pelo óleo ou graxa Primeiro Estágio:
(pouco
solúvel)
(insolúvel)
aplicados sobre o aço sem trata- Ataque ao aço pelo fosfato
ou mento. diácido
3Fe(H2PO4)2 ➠ Fe3(PO4)2 + 4H3PO4 O tempo necessário para a
Fe + 4NaH2PO4 ➠ Fe(H2PO4)2 + 2Na2HPO4 + H2


(solúvel) (insolúvel) formação da camada de fosfati-
zação pelo mecanismo acima
ou esquematicamente: descrito é muito longo: o tempo Segundo Estágio:
Oxidação do fosfato ferroso em
Consumo Mais consumo Mais consumo
fosfato férrico e hidróxido férrico
+ + +
de H de H de H
2Fe(H2PO4)2 + 2Na2HPO4 + 0,5O2 ➠ 2FePO4 + 2NaH2PO4 + H2O

Fe Fe(H2PO4)2 FeHPO4 Fe3(PO4)2 2Fe(H2PO4)2 + 4Na2HPO4 + 0,5O2 + 5H2O ➠ 2Fe(OH)3 + 8NaH2PO4

+ +
Terceiro Estágio:
Ocorre ataque Diminui a concentração de H , Diminui a concentração de H ,
Decomposição do hidróxido
ao metal com aumenta o pH na interface, o aumenta o pH na interface, o
férrico em óxido férrico
formação de fosfato diácido "solta" mais fosfato monoácido "solta" mais
++ + +
íons Fe H para regenerar o ácido H para regenerar o ácido 2Fe(OH)3 ➠ Fe2O3 + 3H2O

Estudos mais recentes mos-


Cabe notar que, pelo meca- necessário para o aumento de traram que a camada fosfatizada
nismo apresentado, tem-se na pH na interface e para se ter a formada a partir de banhos con-
primeira reação um consumo de quantidade necessária de íons de tendo fosfato de metais alcalinos
ácido e em seguida uma regene- ferro necessários para a formação ou de amônio é formada de vi-
ração do ácido. A reação de cor- dos fosfatos é muito longo. As- vianita (Fe3(PO4)2.8H2O) e mag-
rosão do metal ocorre nas regiões sim, um processo de fosfatização netita (Fe3O4), fato que não po-
anódicas e a reação de formação utilizando-se somente o ácido de ser explicado pelo mecanismo
de gás e a de formação de fosfa- fosfórico não é viável comercial- apresentado. Assim, foi proposto

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09-C&P13_ZehbourCelia 2/7/07 4:36 PM Page 3

um outro mecanismo para expli- Referências


car a formação destes dois com- Bibliográficas
postos, a saber (RODZEWICH, BIESTEK, T.; WEBER, J. 1976.
1974; HAMILTON, 1979): Electrolytic and chemical conversion
coatings. 1st ed. Wydawnic-
12Fe + 8NaH2PO4 + 10H2O + 3O2 ➠ 2Fe3(PO4)2.8H2O + 2Fe3O4 + 4Na2HPO4 twa: Porteceilles. 432p.
FREEMAN, D. B. Phospating and
É conveniente notar, que o metal pre-treatment. 1a ed. New Zehbour Panossian
mecanismo apresentado mostra York : Industrial Press, p. 10, 1986. Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo
que a camada fosfatizada é for- HAMILTON, A. J. 1979. Iron – IPT. Laboratório de Corrosão e Proteção –
mada com o produto da corro- phosphate spray systems. LCP. Doutora em Ciências (Fisico-Química)
são do aço pelo fosfato diácido e, Plating and Surface Finishing. pela USP. Responsável pelo LCP.
portanto, segundo a classificação v.66, n.8, Célia A. L. dos Santos
de BIESTEK & WEBER (1976, p.1) p. 28-34, Aug. Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo
refere-se a um “revestimento de RAUSCH, Werner, 1990. – IPT. Laboratório de Corrosão e Proteção –
conversão”. The phosphating of metals. 1st.ed. LCP. Doutora em Química (Fisico-Química)
Great Britain : Redwood Press, pela USP. Pesquisadora do LCP.
Na próxima edição serão abor- 416p.
dados os conceitos envolvidos nos RODZEWICH, E. A. 1974. Contato com as autoras:
mecanismos dos revestimentos clas- Theory and practice of phosphating zep@ipt.br / clsantos@ipt.br
sificados como “pseudo-conversão”. American Electroplater’s Society, 28p. fax: (11) 3767-4036

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10-C&P_13_Ensaios Parte 1 2/8/07 11:13 AM Page 1

Artigo Técnico

Ensaios Acelerados de
Corrosão Atmosférica - Parte 1
Um breve resumo histórico do início até as últimas tendências mundias

STE ARTIGO DESCREVE, EM la clima continental de alta umidade, porém sem a presença de outros
um breve histórico, os agentes químicos. O ensaio de Kesternich simula clima industrial em
principais ensaios de cor- que existe a presença de SO2.
rosão e intemperismo acelerados Os ensaios contínuos da ABNT e de institutos internacionais mais
utilizados para verificar a quali- utilizados no Brasil são: (Tabela 1)
Por Carlos dade de diversos tipos de mate-
Alberto Maciel riais e revestimentos, desde o iní- TAB. 1 - ENSAIOS ACELERADOS DE CORROSÃO CONTÍNUOS
cio do século XX, os procedi-
mentos mais comuns, até os
novos de ensaios cíclicos desen- Instituto de Névoa Salina Umidade Clima Industrial/
volvidos para obter uma melhor Normalização Saturada SO2
correlação com o intemperismo ABNT ABNT NBR 8094 ABNT NBR 8095 ABNT NBR 8096
natural. (BRASIL) ABNT NBR 8823
ABNT NBR 8824
1. Histórico ASTM ASTM B 117 ASTM D 2247 ASTM G 87
O ensaio de Névoa Salina foi (USA) ASTM B 287 ASTM D 1735
introduzido por J. A Capp ASTM B 368
(USA) em 1914. Em 1939 tor- DIN (Alemanha) DIN 50021 DIN 50017 DIN 50018
nou-se pela primeira vez um JISO (Japão) JIS Z 2371
método de ensaio normalizado
designado como ASTM B 117
(“Neutral Salt Spray”), sendo que 3. Normalização ISO
no ano de 2005 uma nova versão A norma ISO 9227 congrega detalhadamente todos os requisitos e
revisada da ASTM B 117 foi procedimentos para os ensaios de Névoa Salina neutra, acética ou
publicada. cupro-acética. Ela é resultado de um comum acordo de diversos insti-
tutos de normalização internacionais.
2. Ensaios Contínuos Um resumo das condições de ensaio, conforme a norma ISO,
O ensaio de Névoa Salina si- estão relacionadas na tabela abaixo: (Tabela 2)
Fig. 1 – mula o clima marinho úmido e
Câmara de salino, existe em 3 versões: Neu-
Névoa Salina TAB. 2 - PRINCIPAIS CONDIÇÕES DOS ENSAIOS NÉVOA SALINA
tro, Acético (ASS) e Cupro-acé-
conforme tico (CASS). Outros testes para
exemplo da simular outros ambientes especí- Névoa Salina Neutro/SS Acético/ASS Cupro Acético /
norma ISSO ficos também foram introduzi- ASS
9227. dos. O ensaio de Umidade simu- Teor de NaCl em g/l 50 ± 10 50 ± 10 50 ± 10
Dosagem adicional Nenhuma Ácido acético CuCl2 + Ac. Acético
1 pH solução Neutro 3,1 a 3,3 3,1 a 3,3
Coleta Névoa 1 a 2 ml/hora 1 a 2 ml/hora 1 a 2 ml/hora
Temperatura
Indicador 35 ± 2 oC 35 ± 2 oC 50 ± 2 oC
Selo Temperatura Câmara Ensaio
hidráulico
Ejetor
Parede com
Entrada Ar
isolação térmica comprimido
Sistema ajuste/ 4. Vantagens e Desvantagens
controle
Coletores
Névoa
vazão névoa Uma das principais vantagens do ensaio de Névoa Salina contínuo
está em ser um procedimento normalizado, cujas condições de ensaio
Ar Alimentação são conhecidas e aceitas mundialmente, o que permite uma compara-
solução salina
Saídas
Água
ção de resultados de ensaios de diversos laboratórios e com registros de
históricos anteriores. Por ser um processo bastante rápido, fornece

C & P • Janeiro/Fevereiro • 2007 27


10-C&P_13_Ensaios Parte 1 2/8/07 11:13 AM Page 2

uma ferramenta adicional para radiação UV ou abrasão mecânica (granalha) acarretam fisuras no
verificar a qualidade de revesti- revestimento periférico, funcionando com pontos propagadores da
mentos e produtos, principal- corrosão.
mente no dia a dia de produção
em uma fábrica. 6. Programas de Desenvolvimento de Ensaios Cíclicos
A grande desvantagem atri- Acelerados
buída a este ensaio está em uma Com o objetivo de obter um procedimento de ensaio que melhor
deficitária correlação entre os se correlacione à vida útil do revestimento, foram desenvolvidos e
resultados do ensaio e os da prá- implementados, através de pesquisas de campo e laboratório, diversos
tica (intemperismo natural). ensaios cíclicos que introduzem e alternam os outros fatores ambien-
tais descritos anteriormente.
5. Fatores Ambientais
Qualquer componente ou PESQUISAS NOS ESTADOS UNIDOS
produto durante a sua utilização Um exemplo prático é o desenvolvido pela SAE (Society of Auto-
real está submetido a diversos fa- motive Engineers)
tores que influenciam a corrosão, SAE Automotive Corrosion and Prevention Committe -
com alterações constantes da po- Cosmetic Corrosion Subcommitte.
tencialidade destes durante o Com início de atividades em 1978, o “SAE ACAP Cosmetic
tempo. Corrosion Committe” vem desenvolvendo conjuntamente com o
Os mais importantes são: “American Iron and Steel Institute” (AISI), há 5 anos, diversos testes
• Temperatura (Ciclagem de campo e laboratoriais a fim de definir a combinação teste mais rea-
Térmica). lística para corrosão cosmética.
• Umidade (Saturada e A tabela 3 relaciona os principais ensaios verificados, bem como as
Controlada). localizações para os testes naturais de corrosão.
• Secagem. Após extensivo estudo considerando-se 10 tipos diferentes de cor-
• Agentes Químicos. pos de prova, análises até este momento tem demostrado que
• Imersão. GM9540P-Ciclo “B” e CCT IV tem obtido os melhores resultados
• Abrasão Mecânica (poeiras e para simular corrosão acelerada em chapas laminadas a frio (fosfatiza-
pedras). das ou não).
• Repouso (Condições Pesquisas posteriores levaram a conclusão da norma SAE J 2334 -
Laboratório 23 ± 5oC ). Accelerated testing procedure a fim de apresentar um teste representa-
• Exposição Radiação UV tivo e normalizado.
(UV A ou UV B); etc.
Muitos destes fatores, não in- PESQUISAS NO JAPÃO
clusos no ensaio de Névoa Salina Conhecendo a limitação do ensaio de Névoa Salina neutro e preo-
tradicional, agem como ativado- cupados em desenvolver métodos que melhor simulem as peças em ser-
res ou catalizadores de processos viço, o SAE Japão organizou um comitê técnico para estudar este tema.
de corrosão específicos. Após 5 anos de estudo esta comissão desenvolveu e publicou a nor-
Por exemplo, a exposição à ma JASO M 609. Outra norma foi publicada foi a JASO M 610.
Neste estudo foram utilizados 10 diferentes tipos
de materiais e acabamentos com dados correlaciona-
TAB. 3 - PRINCIPAIS ENSAIOS E LOCAIS DE ESTUDO PELA SAE USA
dos de 7 tipos de CCT (“Cyclic Corrosion Test”), o
teste de Névoa Salina comum e corrosão natural em
Accelerated Laborator Okinawa e Tokyo.
AISI Cycle A – AISI Cycle B – AISI Cycle C – AISI Cycle D – AISI Cycle E – Salt Spray – Salt O método de Névoa Salina standard demostrou
Water Soak – Wet Adhesion – Chipping Corrosion – Navistar Cycle – GM Cycle 9511 P – ser o mais rígido, porem resultou em resultados
GM 9540P(B) – Hoogovens Cycles – CCT I – CCT III – CCT IV – QUV - Prohesion inversos ao da corrosão em campo. O método “D”
simulou bem as condições externas, porem apresen-
Proving Grounds tou uma pequena aceleração.
Chrysler Proving Grounds – Ford Proving Grounds – GM Proving Grounds O método “B” apresentou os melhores resulta-
dos sendo que 45 ciclos (15 dias de teste) resultaram
Outdoor Exposure em variações semelhantes para as obtidas em um ano
Michigan Urban (Detroit) – Michigan Rural ( Hillsdale) – Michigan suburban (Troy) – de exposição em Okinawa para chapas de aço não
Philadelphia, PA - Urban – Miami, Fl – Tropical – Pointe Claire, Canada - Urban – zincadas. A tabela 3 exemplifica o teste JASO M
Gotehenburg, Sweden - Urban. – Okinawa, Japan - Tropical 609.
Preocupações com a ação cada vez maior da

28 C & P • Janeiro/Fevereiro • 2007


10-C&P_13_Ensaios Parte 1 2/8/07 11:13 AM Page 3

Interpretation”, ASTM book, June


TAB. 4 - CICLO ENSAIO CONFORME SAE J2334
1995.
GARDNER S. HAYNES , “ Cyclic
COSMETIC CORROSION LAB TEST CYCLES – SAE J 2334 – Cabinet Corrosion Testing”,
AUTOMATIC OPERATION ASTM STP 1238, November
1995.
Período Evento / Descrição
KETOLA, GROSSMAN, “Accelerated
6 horas Umidade Saturada 98 % a 50oC and Outdoor Durability Testing of
15 minutos Aplicação salina via névoa ou spray em condições ambiente Organic Materials”, ASTM STP
17 horas e 15 minutos Secagem a 60oC com no máximo 50% UR. 1202, June 1994.
“P 228 Automotive Corrosion and
Prevention Conference
chuva ácida e das radiações resultaram em outros testes. Entre eles Proceedings”, Dearborn, MI,
podemos citar JIS K 5621 que combina fases de Névoa Salina, seca- December 1989.
gem, umidade e exposição em arco de carbono. “P 250 - 5 th Automotive Corrosion
No caso de chuva ácida tem se realizado estudos de CCT em que and Prevention Conference
a solução de salmoura é preparada adicionando ácido sulfúrico e nítri- Proceedings”, October 1991. •
co a solução de 5% NaCl.
Carlos Alberto Maciel
Na próxima parte deste artigo, o autor detalha os principais testes Engenheiro Químico – Escola Politécncia da
específicos e as principais considerações a serem avaliadas para a correta Universidade de São Paulo, Diretor - BASS
realização destes ensaios. Equipamentos Ltda – Brasil / Thermotron
Ind, Inc. - U.S.A. Vice-Presidente da
Bibliografia Câmara Setorial de Controle de Qualidade
“ASTM Standardization News”. do CB 04 da ABNT.
ROBERT BABOIAN, “Corrosion Test and Standards- Application and carlos@bass.com.br Fax: 11 4161 2176
11-C&P_13_Artigo_Aderval 2/7/07 4:39 PM Page 1

Artigo Técnico

Noções Básicas sobre Processo


de Anodização do Alumínio
e suas Ligas - Parte 2
A segunda parte deste artigo contempla a etapa de anodização, evidenciando o mecanismo
de formação de camada anódica e seu comportamento técnico

5ª Etapa – Anodização gem, enquanto a espessura da ca- formada de alumina cristalina,


NODIZAÇÃO É UM PROCES- mada é determinada pelo núme- muito resistente a ácidos. Apare-
so eletrolítico ou eletro- ro de Coulomb que passam atra- cem então, na superfície da ca-
químico (fig. 1), que pro- vés dela (relação corrente x tem- mada barreira, milhares de pon-
move a formação de uma cama- po). As características da camada tos de ataque, que são conse-
Por Adeval da controlada e uniforme de óxi- anódica dependem do tamanho e qüência do efeito da dissolução
Antônio do na superfície do alumínio. do volume dos poros e estão dire- da película pelo eletrólito, que se
Meneghesso A anodização pode ser expli- tamente ligadas à remoção do produz no centro das células de
cada pela reação química: calor gerado no processo. alumina, e que constitui o come-
4 Al + 3 O2 ➠ 2 Al2O3
ço dos poros, formando, assim, a
Colaborador: Formação das Camadas camada porosa.
João Inácio Estrutura da Camada Barreira e Porosa Cada ponto de ataque (poro)
Gracciolli Anódica Ao oxidar uma peça de alu- pode ser considerado como uma
(Surface A estrutura da camada anódi- mínio em uma solução que tenha fonte de corrente, a partir da
Finishing - CBA) ca é constituída por células hexa- uma ação dissolvente sobre a qual vai se desenvolver um cam-
gonais, (Fig. 2), cada uma delas camada de alumina, a densidade po de potencial, os íons, que se
com um poro central. No fundo da corrente, para uma determi- apresentam na separação óxido –
dos poros forma-se uma fina ca- nada tensão, diminui muito rapi- eletrólito e fornecem o oxigênio
mada barreira, que separa o óxi- damente. Como, por exemplo, que transforma em óxido a por-
do em formação do alumínio. em uma solução de ácido sulfúri- ção reatacada. Simultaneamente,
Essencialmente, o tamanho das co a 180 g/l e temperatura de a ação de dissolução do eletrólito
células é determinado pela volta- 20ºC, a densidade de corrente continua se manifestando na ba-
será de 1,5 A/dm2 para se dos poros, tendendo a dimi-
Fig. 1 - 1 uma tensão aplicada de nuir a espessura da camada bar-
Processo de 14 V. Tem-se, então, a for- reira que se desenvolve, os poros
Anodização mação de uma camada de se alongam, fazendo com que os
alumina contínua e com- íons penetrem facilmente. Ocor-
pacta, que impede a pas- re liberação de calor, o que tende
sagem da corrente elétri- a favorecer a dissolução.
Fig. 2 - ca, chamada de “camada Os estágios sucessivos de cres-
Estágios de barreira”. A espessura des- cimento da camada, a partir de
Crescimento sa película representa a um poro isolado, estão represen-
da Camada distância que um íon tados na fig. 2.
Anódica metálico pode alcançar
através de seu próprio Influência dos Parâmetros da
2 óxido, sob influência de um dado Anodizaçao nas Propriedades
potencial. Depois dos primeiros da Camada
segundos de eletrólise forma-se Um fator muito importante é
uma verdadeira camada barreira, o custo de energia. A tarifa de
cuja espessura tende a assumir um energia é baseada no quilowatt-
valor limite de 14 Angstrons/V. hora, comumente combinada
A camada de óxido formada com a máxima demanda da car-
constitui-se de células hexagonais ga, através da relação;
sobrepostas, onde o centro será Volt (v) x Amp (A) x tempo (h) =
de alumina amorfa, pouco resis- quilowatt-hora (kW/h)
tente a ácidos, e a periferia será

30 C & P • Janeiro/Fevereiro • 2007


11-C&P_13_Artigo_Aderval 2/7/07 4:39 PM Page 2

Quanto maior a densidade de - Alta temperatura eletrolítica camada anódica produzida é


corrente de anodização (A/dm2) (25/30ºC) é possível somente diretamente proporcional ao
e/ou a voltagem (V) maior o cus- se aditivos adequados estiverem tempo, dentro dos parâmetros
to de energia. Entretanto, baixos presentes, capazes de reduzir o normais da temperatura de
custos de energia resultante do ataque químico do ácido sul- anodização. Com a voltagem
uso de baixas voltagens necessi- fúrico na camada anódica; constante, a densidade de cor-
tam utilizar concentrações mais - Altas temperaturas do eletróli- rente diminui progressiva-
altas de ácidos e/ou temperatu- to reduzem a resistividade da mente, assim o tempo de ano-
ras, tanto quanto tempos maio- solução, requerendo, assim, dização aumenta e a espessura
res para se conseguir a mesma menor voltagem para se con- da camada se desenvolve;
espessura de camada. Estas ten- seguir a densidade de corrente - Baixas densidades da corrente
dem a produzir camadas menos desejada. de anodização (1 A/dm2) pro-
resistentes que são mais difíceis - A relação entre as áreas do ca- porcionam melhor brilho para
de colorir uniformemente. todo e do anodo num tanque uma menor taxa de cresci-
Os parâmetros mais impor- de anodização tem pequeno mento de anodização;
tantes que afetam a propriedade efeito sobre a uniformidade da - Altas densidades de corrente
da camada são: espessura da camada, mas tem proporcionam camadas com
um efeito significante sobre a maiores taxas de crescimento,
Concentração do Ácido voltagem requerida para man- mas ocorrem dificuldades para
Sulfúrico no Eletrólito ter certa densidade de corren- a remoção do calor, formando
Os limites das concentrações te, na prática deve-se utilizar a camadas irregulares e escuras.
de ácido sulfúrico usados indus- proporção de 1 : 1. - Quanto mais alta a densidade
trialmente permanecem dentro - As temperaturas pré-fixadas de corrente, maior será a gera-
de 5 – 22 % em volume. do eletrólito devem ser con- ção de calor entre a interface
troladas pela adaptação de um camada/eletrólito e será neces-
Temperatura do Eletrólito grupo refrigerador, através de sária agitação constante.
Mudanças na temperatura um trocador de calor. A Ca-
produzem um apreciável efeito pacidade de Refrigeração (CR) Tempo de Anodização
na espessura e nas características requerida num tanque de ano- - O tempo de anodização é o
da camada anódica, por esse mo- dização pode ser calculada pe- principal fator determinante
tivo a temperatura deve ser man- la equação da espessura da camada anódi-
tida dentro de estreitos limites, CR = V x I x 0.86
ca. A espessura aumenta com
que pode resultar em: o tempo de anodização, con-
- Altas temperaturas de anodi- Por exemplo, um banho de tudo, esta espessura é limitada
zação propiciam camada mais anodização de 10.000 A operan- pelo fato de que, enquanto a
mole, com melhor brilho após do com 20 V requer: camada está sendo formada ele-
a anodização; CR = 20 x 10.000 x 0,86 =
troliticamente, ocorre, simulta-
- Altas temperaturas de anodi- 172.000 Kcal de Refrigeração
neamente, uma dissolução
zação propiciam maiores difi- química parcial da mesma. O
culdades na selagem e têm ten- Voltagem de Anodização aumento na espessura da ca-
dência a formar uma camada - A voltagem determina a poro- mada resultará num aumento
externa mole e pulverulenta com sidade inerente das camadas da área exposta à solução e,
baixa resistência às intempéries; anódicas; baixas voltagens pro- consequentemente, uma maior
- As camadas formadas em tem- piciam grande número de po- razão de dissolução dessa ca-
peraturas mais altas de anodi- ros de tamanho muito peque- mada. Nesse ponto, a razão de
zação são mais fáceis de colorir, no, enquanto voltagens mais al- formação (eletroquímica) e a
todavia a camada tem suas pro- tas resultam em pequeno núme- razão de dissolução (química)
priedades físico-químicos com- ro de poros de tamanhos maio- da camada são iguais. Quando
prometidas, como, por exem- res. Isso tende a auxiliar na pro- isso ocorre nenhum aumento
plo, a resistência à abrasão; dução de camadas compactas. da camada será conseguido,
- As temperaturas mais baixas prolongando-se o tratamento
do eletrólito proporcionam Densidade da Corrente nessas condições. O tempo re-
maior dureza, camadas mais de Anodização querido para obtenção da
compactas, mas requerem vol- - Se a densidade da corrente for espessura do filme anódico a
tagens mais altas para se obter mantida constante durante a ser produzido pode ser calcu-
a mesma densidade de corrente; anodização, a espessura da lado pela seguinte fórmula:

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11-C&P_13_Artigo_Aderval 2/7/07 4:39 PM Page 3

µ
T (min) = Alumínio Dissolvido - É do a densidade da corrente de
0,3 x D uma impureza que afeta a densi- anodização aumenta. Nas mesmas
µ = Espessura do filme anódico requerida dade de corrente, sendo gerada densidades de corrente, o uso de
em micrometros com qualquer voltagem. Pode eletrólitos mais fracos requer vol-
D = Densidade de Corrente em A/m2 ocasionar problemas na colora- tagens maiores para se obter a
ção e preciptar nos banhos se não mesma densidade de corrente.
Agitação do Eletrólito for controlado. A razão da sua Isto resultará numa perda maior
A agitação do eletrólito, cuja formação é devido ao fato de que de brilho durante a anodização.
finalidade é promover a homo- um dos três átomos de alumínio A mistura de materiais de
geneização da temperatura do permanece na solução e não ligas diferentes é um problema
mesmo, é outro fator importan- forma óxido. Várias empresas para o anodizador, que pode não
te na anodização. Sabe-se que a controlam o teor máximo de alu- conhecer esta mistura.
formação da camada se processa mínio em 15 g/l. Alguns comentários sobre o
com liberação de calor e este Ferro - É uma impureza inde- comportamento de cargas que
calor deve ser disperso, a fim de sejável e pode ser encontrada no contem ligas diferentes:
evitar o aquecimento localizado ácido sulfúrico comercial. Pro- - Ligas contendo magnésio re-
(superfície das peças), o qual blemas podem surgir, tais como, querem maiores densidades de
afeta e deteriora as características perda de brilho na anodização e corrente do que o alumínio
da camada. amolecimento do filme, quando puro. Para elevados teores de
sua concentração no eletrólito magnésio o efeito será maior.
Impurezas exceder 22 – 50 ppm. - Ligas com alto teor de cobre /
As impurezas mais importan- Cu / Ni / Mn - Reduzem a alta dureza (série 2000) reque-
tes presentes no eletrólito que resistência intrínseca à corrosão rem maiores voltagens que o
causam efeitos indesejáveis à su- da camada anódica, se exceder a alumínio puro, mas menores
perfície do alumínio, são as se- 50 ppm, quando submetidos a temperaturas do eletrólito, de-
guintes: testes de “salt spray”. Esses metais, vido à dissolução dos consti-
também, reduzem o brilho da tuintes ricos em cobre na ano-
COMPORTAMENTO DE ALGUMAS LIGAS DE ALUMÍNIO anodização. dização.
TRABALHÁVEIS NO PROCESSO DE ANODIZAÇÃO Cloro / Flúor - Mesmo em - As ligas de fundição contendo
baixos níveis podem produzir “pit- 5% de silício ou mais exigem
ting” na camada – manter abaixo voltagens de 20 a 30 Volts para
Ligas Anodização Protetiva Colorida Dura
de 25 ppm. manter constante a densidade
(ABNT) Brilhante
Nitratos - Não deve exceder a de corrente. Os produtos fun-
1050A 4 4 4 5
30 ppm para melhorar o brilho. didos nunca devem ser anodi-
1080A 4 4 4 5
Fosfatos – PO4 - Pode se acu- zados como chapas, perfis, etc.,
1200 3 4 4 5
mular devido à lavagem deficien- não sendo recomendado o
2011 1 2 2 2
te após a anodização. Transferên- processamento em meio sulfú-
2014 1 1 2 2
cia de fosfato do abrilhantamen- rico, e sim em meio crômico.
2014clad 3 4 4 *
to para a selagem ocasionará defi- - Baixas densidades de corrente
2031 1 2 2 3
ciência nos testes de selagem. podem minimizar as diferen-
2618A 1 2 2 3
ças na espessura do filme obti-
3103 3 4 3 4
Efeito da Liga da com cargas mistas, mas o
5005 3 4 4 4
A voltagem requerida para tempo de anodização deve ser
5056A 2 3 3 3
produzir uma determinada densi- estendido convenientemente.
5083 2 3 3 3
dade de corrente depende da liga - As gancheiras nunca devem ser
5154A 2 4 4 4
conforme tabela, e também das de ligas mais facilmente anodi-
5251 3 4 4 4
condições particulares da anodi- záveis do que as peças, visto
5454 3 4 4 4
zação que são escolhidas. Mate- que roubam corrente do pro-
6061 2 3 4 4
riais brilhantes requerem técnicas cesso. Isto é crítico em anodi-
6063 3 4 4 4
adequadas de anodização. Há zação dura. •
6082 2 2 3 3
uma perda de brilho na anodiza-
6463 5 5 5 5
ção devido aos constituintes in- Eng. Adeval Antônio Meneghesso
7020 3 4 4 4
termetálicos do material que estão Diretor superintendente da Italtecno
5 - Comportamento ótimo
1 - Comportamento pobre sendo incorporados ao filme du- do Brasil – Contato com o autor:
* Nem sempre aplicável para chapas rante a anodização. Entretanto, adeval.meneghesso@italtecno.com.br
essa perda é mais acentuada quan- Fax.: (11) 3825-7022

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12-C&P_13_Saude_José Adolfo 2/8/07 11:15 AM Page 1

Saúde & Segurança Ocupacional

Uma História de Jardineiro


A questão ambiental exige vigilância e ação constante. Precisamos
estar conscientes de nossas responsabilidades

Á MAIS OU MENOS SETE estamos dando às questões de áreas de S&SO, Meio Ambiente
anos, quando do nasci- Meio Ambiente? O que temos ou Qualidade e todos são unâni-
mento de minha segunda priorizado em detrimento destes mes quanto a necessidade em em-
filha, presenteie minha esposa assuntos? Quero, mais que efe- pregar esforços na formação de
com um vaso de orquídeas, que tuar estes questionamentos, lem- uma cultura prevencionista. Talvez
Por José Adolfo vinha florindo ano após ano. brar que, assim como as orquí- porque reine a idéia de que “isto
Gazabin Simões Ocorre que nestes últimos tem- deas de que falei, também estes não vai acontecer comigo”, os
pos, outras prioridades se estabe- maiores interessados – os trabalha-
leceram e a tal da orquídea, rene- dores, acabam “deixando pra de-
gada a segundo plano, se ressen- pois” o fazer com segurança. E aí,
tiu, deixando por isso de florir. reside, além do maior perigo,
Pior, começou a secar, amare- que é prevaricar a prevenção;
lando suas folhas, expondo o papel de “jardineiro” que
de maneira clara e inequívo- cabe ao prevencionista: co-
ca, a quem quisesse ouvir – brar, à exaustão, a adoção de
ou ver, o quanto sentia falta práticas seguras de trabalho,
de atenção e cuidados. mesmo que isto represente
Percebi isto e, dado o valor um constante recomeçar.
que dava àquela planta, arrumei Finalmente, vale o exemplo
tempo e disciplinei-me e, nova- do texto de Carlos Drummond
mente, priorizei tratar e dar aten- de Andrade: “Quem teve a idéia
de cortar o tempo em fatias, a que
se deu o nome de ano, foi um
Mesmo que até agora se tenha descuidado da indivíduo genial. Industrializou a
questão ambiental sempre é tempo de recomeçar. esperança, fazendo-a funcionar
no limite da exaustão. Doze me-
Para isso, disciplina e atenção são necessárias para ses dão para qualquer ser humano
que os projetos tenham consistência se cansar e entregar os pontos. Aí
entra o milagre da renovação e
tudo começa outra vez, com
ção à importante orquídea. temas precisam de diuturno cui- outro número e outra vontade de
Como recompensa, ela pronta- dado e atenção de nossa parte. acreditar que daqui para adiante
mente mostrou sua força, dando O sucesso de nossas ações, de vai ser diferente.” Então, como na
sinais de franca recuperação. nossos programas de S&SO, as- historinha do início, mesmo que
Ainda não voltou a florir, mas sim como os de Meio Ambiente tenhamos descuidado das ques-
suas folhas já estão viçosas, vivas, ou Qualidade, dependem que tões relacionadas à S&SO, é sem-
verdes e fortes. Prenúncio de que, assumamos uma postura de jardi- pre tempo de recomeçar. E, te-
como resultado de uma ação neiro: Não basta saber o que se nham certeza: se imprimirmos o
priorizada – atenção e cuidado, vai plantar. Para que possamos cuidado, disciplina e atenção ne-
breve, todos poderemos brindar colher bons frutos ou apreciar cessários, nossos projetos, sejam
o desabrochar de belas flores. belas flores, é preciso estar cons- eles quais forem, certamente flo-
Pois bem: e o que tudo isto ciente de nossa responsabilidade recerão. •
tem a ver com S&SO – Saúde e quanto ao preparo do terreno,
Segurança Ocupacional? Que dispondo de todo o cuidado, dis- José Adolfo Gazabin Simões
história é esta de florzinhas? ciplina e atenção que um jardim Diretor do SINDISUPER e Centralsuper,
Quero, na verdade, questio- merece. Diretor da Galrei Galvanoplastia Industrial
nar: que valor estamos dando às Nas empresas que atuo, tenho zegazaba@uol.com.br
questões de S&SO? Que valor conversado com profissionais das fax: (11) 4075-1888

C & P • Janeiro/Fevereiro • 2007 33


13-C&P_13_Opinião 2/7/07 4:42 PM Page 1

Opinião

André Franco Montoro Filho

Ética nos Negócios


É preciso dar um basta no perverso processo de desagregação
social gerado pela falta de ética nas relações sociais
COMUM, NO BRASIL, MUITAS PESSOAS CONSIDERAREM O LU- mento dos contratos é indispensável. Os investi-
cro algo quase pecaminoso e a empresa privada que visa lucros mentos — condição necessária e, na maioria das
um mal necessário que deve, portanto, ser bem controlado pelo vezes, suficiente para o crescimento econômico —
governo. O governo, nessa visão, é visto como o repositório confiável e representam uma aposta no futuro desconhecido.
eficiente do interesse coletivo. Para os que pensam dessa forma, é quase Investe-se hoje para colher resultados no futuro. Em
paradoxal falar em ética nos negócios, pois, consciente ou inconscien- outras palavras, paga-se hoje para receber depois.
temente, associam negócios a falta de ética. Para alguém se dispor a fazer tal transação, é preciso
De outra parte, há os que vêem o governo como inimigo. Um ente confiar no respeito ao tratado. Quanto mais con-
que só arrecada de forma quase extorsiva e não fornece quase nada — fiança houver, mais dispostas as pessoas estarão para
ou, pelo menos, nada compatível — em troca dos recursos retirados poupar e investir. Portanto, maiores serão as pers-
dos contribuintes. Para estes, sonegação de impostos, contrabando, pectivas de crescimento econômico.
pirataria, não cumprimento da legislação trabalhista e outras “desobe- Ao inverso, se há desconfiança generalizada sobre
diências” são atos justificados como forma de defesa do contribuinte o respeito ao que foi combinado, menor é a disposi-
contra a ferocidade fiscal do governo e não representam falta de ética ção de poupar e investir e menores são as perspectivas
nos negócios. de crescimento. Investir representaria um grande
Infelizmente, é grande e crescente o contingente de brasileiros que risco que só atrairia aventureiros e oportunistas que
pensa dessa forma. Entretanto, como mostraremos abaixo, a ética nos exigiriam elevado retorno no menor prazo possível.
negócios é indispensável para o crescimento econômico, sadio e susten- Receber muito e rapidamente e, depois, cair fora.
tado, em uma economia de mercado. Para comprovar essa assertiva, Essas considerações levantam sérias preocupa-
devemos começar lembrando que a vida em sociedade exige regras de ções em relação ao futuro do Brasil. Vivemos em
convivência. Caso não existissem essas regras ou não fossem elas respei- um momento muito delicado da vida nacional, em
tadas, vigoraria a lei das selvas, a do mais forte ou a do mais esperto. que comportamentos éticos não só não são valori-
Nesse ambiente, o espaço para o progresso humano é extremamente di- zados como também chegam a ser considerados
minuto. antiquados e ultrapassados. Em que a alegação de
Foi exatamente a elaboração de leis que estabeleceram normas de que todo mundo é desonesto se torna justificativa
comportamento que permitiu a convivência de humanos de clãs dife- para o desrespeito às leis. E em que a repetida
rentes e viabilizou o progresso da civilização. Logicamente não bastou impunidade gera grande desânimo em quem cum-
a mera existência de leis. Foi necessário que fossem consideradas justas pre suas obrigações e se torna grande estímulo a ati-
e adequadas para serem respeitadas pela maioria da população. E aque- vidades ilegais.
les que não as obedecessem seriam punidos. É preciso dar um basta no perverso processo de
Em uma economia de mercado, a necessidade da existência de desagregação social gerado pela falta de ética nas
regras de comportamentos, direitos e deveres que sejam respeitados e relações sociais. É preciso dar um basta no processo
obedecidos é talvez ainda mais importante. de canibalização das atividades econômicas gerado
A atividade econômica, seja na esfera da produção, seja na das tro- pelo desrespeito à legislação tributária, trabalhista e
cas, requer a confiança de que o acertado seja cumprido — e, se não previdenciária. Esse é o objetivo maior da luta pela
for, que existam meios de exigir o cumprimento. Quanto mais houver ética nos negócios. •
obediência espontânea das regras (comportamentos éticos), menos
tempo e dinheiro serão desviados para a defesa de eventuais comporta- André Franco Montoro Filho
mentos não éticos e para acionar os mecanismos de defesa dos direitos. Economista, doutor em economia pela Universidade de Yale (EUA),
Com isso, mais recursos e esforços podem ser aplicados nas atividades professor titular da Faculdade de Economia e Administração da USP,
de produção e de trocas, aumentando o produto social e o bem-estar é presidente do Etco (Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial).
econômico. Foi secretário de Economia e Planejamento de São Paulo (1995 a 2002)
Especialmente em relação a investimentos, a confiança no cumpri- e presidente do BNDES (1985 a 1988). (www.etco.org.br)

34 C & P • Janeiro/Fevereiro • 2007


14-C&P_12_Associados 12/8/06 1:17 PM Page 1

Associados ABRACO

Empresas associadas à ABRACO


A ABRACO agradece às empresas associadas pelo apoio e colaboração às diversas iniciativas da entidade, que possibilitam
o desenvolvimento de atividades culturais e de fomento comercial. A ABRACO, representada por seu presidente Eng. Jorge
Fernando Pereira Coelho, gestor do biênio 2005/2006, espera estreitar ainda mais as parcerias com as empresas, para que
os avanços tecnológicos e o estudo da corrosão sejam compartilhados com a comunidade técnico-empresarial do setor.

ACQUABLAST TRATAMENTO DE SUPERFÍCIES LTDA. EQUILAM INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA. PETROQUIMICA UNIÃO S/A
www.acquablast.com.br www.equilam.com.br www.pqu.com.br
ADVANCE TINTAS E VERNIZES LTDA. FCCATÓDICA PROTEÇÃO ANTICORROSIVA LTDA. QUALITY WELDING CONS., CQ, SERV. E TREINAM.
www.advancetintas.com.br fccatodica@veloxmail.com.br www.qualitywelding.com.br
AKZO NOBEL LTDA - DIVISÃO COATINGS FIRST FISCHER CONSTRUÇÕES QUÍMICA INDUSTRIAL UNIÃO LTDA.
www.international-pc.com/pc/ firstfischer@wnetrj.com.br www.tintasjumbo.com.br
ALCLARE REVEST. E PINTURAS LTDA. FURNAS CENTRAIS ELÉTRICAS S/A RENNER HERMANN S/A
www.alclare.com.br www.furnas.com.br www.rennermm.com.br
BLASTING PINTURA INDUSTRIAL LTDA. G P NIQUEL DURO LTDA. RUST ENGENHARIA LTDA.
www.blastingpintura.com.br www.grupogp.com.br www.rust.com.br
BUCKMAN LABORATÓRIOS LTDA. IEC INSTALAÇÕES E ENGª DE CORROSÃO LTDA. SACOR SIDEROTÉCNICA S/A
www.buckman.com www.iecengenharia.com.br www.sacor.com.br
CEPEL - CENTRO PESQ. ENERGIA ELÉTRICA IMPÉRCIA ATACADISTA LTDA. SHERWIN WILLIAMS DO BRASIL - DIV. SUMARÉ
www.cepel.br www.impercia.com.br www.sherwinwilliams.com.br
CIA. METROPOLITANO S. PAULO - METRÔ INT - INSTITUTO NACIONAL DE TECNOLOGIA SOCOTHERM BRASIL
www.metro.sp.gov.br www.int.gov.br www.socotherm.com.br
COMÉRCIO E INDÚSTRIA REFIATE LTDA. INTECH ENGENHARIA LTDA. SOFT METAIS LTDA.
www.vpci.com.br www.intech-engenharia.com.br www.softmetais.com.br
CONFAB TUBOS S/A KURITA DO BRASIL LTDA. TBG - TRANSP. BRAS. GASODUTO BOLIVIA-BRASIL
www.confab.com.br www.kurita.com.br www.tbg.com.br
CORROCOAT SERVIÇOS LTDA. MAPS ENGENHARIA INDUSTRIAL LTDA. TEC-HIDRO IND. COM. E SERVIÇOS LTDA.
www.corrocoat.com.br www.mapsei.com.br tec-hidro@tec-hidro.com.br
CYRBE IND. RECONDICIONAMENTO ROLOS LTDA. METAL COATINGS BRASIL IND. E COM. LTDA. TRIEX - SISTEMAS, COMÉRCIO E SERVIÇOS LTDA.
www.cyrbe.com.br www.dacromet.com.br www.triexsis.com.br
DECORPRINT IND. E COM. LTDA. MTT ASELCO AUTOMAÇÃO LTDA. ULTRAJATO ANTICORROSÃO E PINT. INDUSTRIAIS
www.orvic.com.br www.aselco.com.br www.ultrajato.com.br
DEPRAN MANUTENÇÃO INDUSTRIAL LTDA. MULTIALLOY METAIS E LIGAS ESPECIAIS LTDA. UNICONTROL INTERNATIONAL LTDA.
www.depran.com.br www.multialloy.com.br www.unicontrol.ind.br
DETEN QUÍMICA S/A NTI ZERUST INIBIDORES DE CORROSÃO VCI LTDA. VERTICAL SERVICE CONSTRUÇÕES LTDA.
www.deten.com.br www.zerust.com.br verticalservice@verticalservice.com.br
DUAL-TECH DO BRASIL TECNOLOGIA LTDA. NALCO BRASIL LTDA. VOTORANTIM METAIS ZINCO S.A.
jefbr2002@hotmail.com www.nalco.com.br www.votorantim-metais.com.br
DUTOS QUÍMICA LTDA. NORDESTE PINTURAS E REVESTIMENTOS LTDA. WEG INDÚSTRIAS S/A -QUIMICA
www.dutosquimica.com.br www.nrnordeste.com.br www.weg.com.br
ELETRONORTE S/A PERFORTEX IND. DE RECOB. DE SUPERF. LTDA. W.O. ANTICORROSÃO E CONSTRUÇÕES LTDA.
www.eln.gov.br www.perfortex.com.br www.woanticorrosao.com.br
ELETRONUCLEAR S/A PETROBRAS S/A - CENPES
www.eletronuclear.gov.br www.petrobras.com.br
ENGEDUTO ENG. E REPRESENTAÇÕES LTDA. PETROBRAS TRANSPORTES S/A - TRANSPETRO
www.engedutoengenharia.com.br www.transpetro.com.br
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