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Ano 7

Nº 31
Mar/Abr 2010
ISNN 0100-1485

ENTREVISTA
Marcelino Guedes,
Diretor-presidente da
Refinaria Abreu e Lima
(RNEST) da PETROBRAS

TRATAMENTO DE SUPERFÍCIE

UMA VISÃO ATUAL E


DINÂMICA DO SETOR
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Sumário

6
Artigo Técnico
Entrevista
30
Marcelino Guedes destaca a
Fosfatização de metais ferrosos
importância do INTERCORR
Parte 20 – Pós-tratamento
para conformação
8 Por Zehbour Panossian
e Célia A. L. dos Santos
Matéria de Capa
Uma visão atual e dinâmica do setor

26
Notícias do Mercado

29
ABRACO Informa

34
Opinião
Como medir a imagem em redes sociais
Luiz Alberto Ferla

Redação e Publicidade
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C & P • Março/Abril • 2010 3


Carta ao leitor

INTERCORR: evento global


sta edição da Revista Corrosão & Proteção estará circulando na INTERCORR, orga-
nizada entre 24 e 28 de maio, em Fortaleza (CE), mais precisamente será entregue junto com o
material do evento quando do cadastramento dos mais de 600 participantes esperados. Para quem,
por motivos diversos, não poderá estar presente, adiantamos que a próxima edição terá matéria exclusiva
sobre o evento e, principalmente, alguns trabalhos técnicos começarão a ser veiculados na revista.
Agora, o mais relevante é ressaltar a importância cada vez maior da INTERCORR no cenário nacional
e internacional. Existem vários motivos, porém dois pontos chamam a atenção: o crescente e influente mer-
cado brasileiro de petróleo e gás (que tende a se expandir ainda mais nos próximos anos) e a consolidação
de um corpo tecno-científico de alto calibre no Brasil.
Essa história tem mais de meio século, e a ABRACO é um dos principais atores neste cenário de
evolução e consolidação do conhecimento no setor de corrosão e proteção. Prova disso são os inúme-
ros profissionais que já passaram por cursos e eventos promovidos
ou chancelados pela entidade. Um exemplo é o entrevistado desta
O crescente e influente mercado brasileiro de edição, Marcelino Guedes, Diretor-Presidente da Refinaria Abreu
petróleo e gás e a consolidação de um corpo e Lima (RNEST), que relata ter feito seu primeiro curso técnico
na ABRACO.
tecno-científico de alto calibre colaboram para Guedes, que será o conferencista da palestra inaugural do IN-
ressaltar a importância da INTERCORR TERCORR, faz em sua entrevista uma avaliação panorâmica do
setor no Brasil e das expectativas para os próximos anos.

Tratamentos de superfície – A matéria de capa desta edição aborda o tema tratamentos de superfície,
suas diversas aplicações e características dentro da ampla visão formada pela cadeia produtiva, envolvendo
pesquisa e desenvolvimento, produção cativa e prestação de serviço. As novas tecnologias e os problemas
relacionados com o custo Brasil também são pontos apresentados na matéria.
A Revista Corrosão & Proteção prepara-se para filiar-se a um importante órgão de pesquisa cientí-
fica de livre acesso on-line, o que a levará a ser referência para um número muito maior de pesquisado-
res, técnicos e profissionais da área, ampliando o papel da revista e da ABRACO de difundir os estu-
dos anticorrosivos.
A revista passará a dispor de um farto material, proveniente dos congressos que serão selecionados pelo
conselho editorial e pelos comitês dos eventos realizados pela associação. Os autores serão beneficiados, mais
ainda, pela ampla divulgação de seus trabalhos e desfrutarão de referência e qualificação.
Melhor para o leitor que terá à disposição trabalhos inéditos dentro da área de estudo e controle da cor-
rosão os quais demandam um tempo considerável de pesquisa e desenvolvimento. A atualização é impres-
cindível para os profissionais que militam nessa área, pois será exigido, cada vez mais, seu aprimoramento
técnico e a qualificação de sua capacidade.

Boa leitura!

Os editores

4 C & P • Março/Abril • 2010


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Entrevista

Marcelino Guedes

Marcelino Guedes destaca


a importância do INTERCORR
Diretor-Presidente da Refinaria Abreu e Lima (RNEST) da PETROBRAS ressalta o valor dos congressos
internacionais com a finalidade de inserir o Brasil no cenário tecnológico mundial

Por Henrique Dias

onvidado pela Associação bação na economia nacional, e no escritório da Abreu e Lima


Brasileira de Corrosão a partir do ano 2000, iniciamos no Rio de Janeiro.
(ABRACO) para fazer a uma outra fase”, conta.
conferência de abertura do IN- Nessa nova fase de cresci- Como o senhor recebeu o con-
TERCORR 2010, que aconte- mento da economia nacional, a vite para fazer a conferência de
ce entre os dias 24 e 28 de Região Nordeste aparece como abertura do INTERCORR
maio, no Centro de Conven- uma das mais promissoras, 2010?
ções do Hotel Praia Centro, em principalmente, por causa da Guedes – O primeiro curso técni-
Fortaleza, no Ceará, o Diretor- construção da Refinaria Abreu e co que eu fiz na minha carreira
Presidente da Refinaria Abreu e Lima, iniciada em 2008, na profissional foi da ABRACO, mas
Lima (RNEST), Marcelino cidade de Ipojuca, próxima ao a relação com a área e com a co-
Guedes, acredita que a realiza- Porto de Suape, em Pernam- munidade de corrosão se intensifi-
ção de congressos internacio- buco. Além da refinaria, a regi- cou na época em que fui Diretor de
nais no Brasil ajuda a consoli- ão contará com três estaleiros e Terminais e Oleodutos da PE-
dar a imagem do país no cená- três unidades petroquímicas, TROBRAS TRANSPORTES.
rio tecnológico mundial. “Um tornando-se uma excelente al- Quando se trabalha em dutos, há
evento como o INTERCORR ternativa para abrigar outros in- que se ter uma dedicação especial
2010, além de reunir a comuni- vestimentos do setor petrolífe- com o gerenciamento da corrosão, e
dade técnica, é fundamental pa- ro. “A PETROBRAS terá, nos acho que por causa deste relaciona-
ra mostrar o que está sendo fei- próximos anos, um orçamento mento nessa época fui convidado
to em âmbito nacional no que de aproximadamente US$ 200 para fazer a abertura do INTER-
diz respeito ao estudo da corro- bilhões, ou seja, é preciso apro- CORR 2010.
são e suas formas de preven- veitar o aquecimento da econo-
ção”, afirma. mia nacional para criarmos no Quais são os principais temas
“2010-2020: Desafios e Brasil outros centros indus- que o senhor pretende abordar
oportunidades no Brasil para os triais, gerando núcleos de rique- nessa conferência?
segmentos de óleo, gás, offshore za em regiões diferentes do Sul Guedes – A ideia é abordar o
e naval” foi o tema escolhido e do Sudeste”, pondera Marce- momento que o Brasil vive atual-
para a conferência de abertura lino, que também é membro do mente. Nosso país teve uma fase de
do INTERCORR 2010. A par- comitê executivo da American crescimento fantástica de 1968 até
tir dele, Guedes pretende abor- Society of Mechanical Engineer- a crise do petróleo que gerou uma
dar não só os desafios que ire- ing (ASME). perturbação na economia nacio-
mos enfrentar na próxima déca- Para falar um pouco mais nal, e a partir do ano 2000 inicia-
da, como também o que foi sobre o INTERCORR 2010, a mos uma outra fase de crescimento.
destaque no setor durante os Refinaria Abreu e Lima e a pers- E a pergunta que eu faço é a
últimos 30 anos. “Nosso país pectiva de crescimento do seguinte: “Como é que nossas
teve uma fase de crescimento Brasil no setor de petróleo, indústrias estão preparadas para
fantástica de 1968 até a crise do Marcelino Guedes recebeu a essa nova fase?”. Porém, é impor-
petróleo que gerou uma pertur- Revista Corrosão & Proteção, tante ressaltar que durante a crise
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do petróleo, e toda a dificuldade no plantas petroquímicas. Todas essas
período de 1980 a 2000, o Brasil unidades juntas no mesmo lugar se
não ficou parado. Nesse período, preparando para fornecer equipa-
fortalecemos a agricultura e o siste- mentos para a indústria do petró-
ma financeiro, e ficamos indepen- leo. A PETROBRAS terá, nos pró-
dentes em termos energéticos. Essa ximos anos, um orçamento de
base, construída nas décadas de 80 aproximadamente US$ 200 bi-

Foto: Henrique Dias


e 90, fez com o que o país quase lhões, ou seja, é preciso aproveitar o
não sentisse os efeitos da recente aquecimento da economia nacio-
crise internacional. Enfim, minha nal para criarmos no Brasil outros
colocação será em torno do que centros industriais, gerando nú-
poderá ser feito nos próximos dez cleos de riqueza em regiões diferen-
anos levando-se em consideração tes do Sul e do Sudeste. Acredito impacto ambiental a partir do
esse momento rico que estamos pas- que, na próxima década, o Nor- início do funcionamento da
sando. deste vai concentrar muitos inves- Abreu e Lima?
timentos nesse setor. Guedes – Além do que já foi dito
Qual a importância de um con- anteriormente, a PETROBRAS,
gresso técnico como o INTER- Qual é a previsão para o térmi- desde que recebeu a licença para a
CORR 2010 para o desenvolvi- no das obras da Refinaria instalação da refinaria, está cola-
mento do setor no país? Abreu e Lima? borando para monitorar as con-
Guedes – A realização de congres- Guedes – Uma obra da dimensão dições da água e do ar. Essa cola-
sos mundiais no Brasil, chamando de uma refinaria, por mais que boração será feita através de um
a comunidade internacional para tenhamos um gerenciamento e um acordo com o governo e entidades
nos conhecer, mostra que o nosso controle rigoroso, não conseguimos locais. Nossa meta é que o am-
país começa a ter um papel tecno- ter todas as variáveis definidas. biente, em termos de água e ar,
lógico importante em alguns seg- Sendo assim, nossa expectativa é de continue exatamente da forma
mentos que não atuava, como, por que a Abreu e Lima inicie suas que encontramos antes do início
exemplo, o de petróleo e gás. Ou operações no segundo semestre de das obras.
seja, um evento como o INTER- 2012.
CORR é fundamental para divul- Quantos empregos estão sendo
gar o que o Brasil está fazendo na Por que a PETROBRAS consi- gerados pela Abreu e Lima?
área de corrosão. Vale lembrar, que dera que a Abreu e Lima será a Guedes – Durante a obra serão
entre os dias 13 e 16 de setembro, refinaria mais moderna do gerados aproximadamente 30 mil
o Instituto Brasileiro de Petróleo, Brasil? empregos diretos, e depois do início
Gás e Biocombustíveis (IBP) esta- Guedes – O que diferencia a das operações serão 850 emprega-
rá realizando a Rio Oil & Gas, Abreu e Lima é a preocupação dos, além de outros 650, prestando
que a partir deste ano será a maior ambiental, uma vez que ela será outros tipos de serviço.
feira de petróleo do mundo. totalmente autossuficiente em ter-
mos de energia, e em sua operação Quantos barris de petróleo
Como o senhor avalia o cresci- irá reutilizar toda a água, além de serão processados pela Abreu e
mento do setor de petróleo, gás baixo custo de manutenção. Será Lima?
natural e biocombustíveis na processado, apenas, o petróleo pesa- Guedes – Serão 230 mil barris de
Região Nordeste? do gerando: diesel (70%), coque petróleo processados diariamente. A
Guedes – O Nordeste está perce- (14%), óleo combustível, nafta princípio, a Abreu e Lima vai rece-
bendo a oportunidade de atrair petroquímica e GLP. Não pro- ber petróleo pesado, gerando um
mais investimentos, tirando pro- duziremos gasolina. Com relação diesel de excelente qualidade com
veito de sua natureza exuberante, aos conceitos tecnológicos, seu cir- baixo teor de enxofre (10 ppm).
mas deixando de ficar vinculado cuito de água é fechado, para apro- Dessa forma, além de melhorar o
apenas ao turismo de praia. Fa- veitar a água da chuva, e haverá, aspecto ambiental, nos tornaremos
lando especificamente da região também, um controle muito rigo- autossuficientes em diesel.
junto ao Porto de Suape, em Per- roso de suas emissões atmosféricas.
nambuco, onde estou atuando,
além da Refinaria Abreu e Lima, Quais são as medidas que
temos um estaleiro estruturado e estão sendo tomadas pela PE- Mais informações sobre a PETRO-
dois em planejamento, além de três TROBRAS para minimizar o BRAS no site www.petrobras.com.br.

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Tratamento de Superfície

Uma visão atual e dinâmica do setor


A Revista Corrosão & Proteção consultou especialistas a fim de apresentar um panorama geral
sobre o tema tratamento de superfície. O resultado é praticamente um tratado sobre o setor

Por Carlos Sbarai

stima-se de 3 % a 4 % os cos, condicionamento do meio, proteção anódica e catódica e tra-


gastos mundiais com a tamento de superfície. A seleção de materiais e modificação dos
preservação e o combate materiais metálicos por meio de alteração na composição química,
à corrosão, fato que torna os tra- tratamentos térmicos e mecânicos já são conhecidos e praticados há
tamentos protetivos de superfície muito tempo, especialmente quando o meio de exposição é muito
fundamentais na redução destes agressivo. O uso de inibidores de corrosão encontra vasta aplicação
porcentuais, por meio de proces- em sistemas fechados, como trocadores de calor e caldeiras e para
sos que aumentam a vida útil de produtos como petróleo e derivados e biocombustíveis. A proteção
itens expostos à ação corrosiva. catódica é amplamente usada em estruturas enterradas e imersas e
Esta matéria traduz a visão da em concreto armado. Finalmente, o tratamento de superfície volta-
cadeia de pesquisa, de produção do para trabalhar o material e modificar a superfície para proteger
cativa e de prestação de serviço contra a corrosão é também muito aplicado. “Esse tratamento de
sobre a situação atual e os princi- superfície é muito abrangente, indo desde tratamento de conversão
pais avanços tecnológicos do se- como fosfatização, cromatização e anodização, até os revestimentos
tor, com ênfase nos processos por pintura dos mais diferentes tipos possíveis e os revestimentos
menos agressivos ao meio metálicos”, comenta Zehbour Panossian, chefe do laboratório do
ambiente. Instituto de Pesquisas Tecnológicas – IPT.
Todos os métodos de proteção estão em constante desenvolvi-
mento. “Na verdade, estão sempre aparecendo novas tintas, novos
materiais, novas técnicas de proteção catódica. Algumas vezes per-
cebemos um boom em uma determinada área de proteção. Hoje
essa concentração acontece na área de tratamento de superfície, fato
que pode ser percebido pelo número de trabalhos publicados nesta
área nos últimos anos. No INTERCORR 2010, esse é o tema com
maior número de trabalhos propostos, tendo atingido a ordem de
70 relacionados com algum tipo de tratamento de superfície. Os
temas que mais se destacam referem-se à questão de preservação do
meio ambiente e da segurança de trabalho. A cromatização é um
tratamento de conversão que foi e ainda está sendo usada, em
alguns países, por ser muito eficiente no retardamento da corrosão
do zinco, das ligas de zinco e do cádmio. Este tratamento é aplica-
do também sobre alumínio e suas ligas para melhoria da aderência
de tintas. É também amplamente usado em camadas de fosfatiza-
ção aplicadas sobre materiais ferrosos, objetivando melhorar a ade-
rência e desempenho de tintas. O cromo hexavalente, presente nos
banhos de cromatização e na camada cromatizada, é cancerígeno e,
por isso, a despeito de suas excelentes propriedades, tem recebido
muitas críticas nos últimos anos”, informa Zehbour Panossian.
Outro fator que contribuiu para o incremento na área de prote-
Pesquisadores ção, por meio de tratamento de superfície, foi o avanço tecnológi-
e acadêmicos co a partir dos anos 80 na área de ciência dos materiais. Isto impul-
Desenvolvimento constante sionou a pesquisa e o desenvolvimento de uma nova categoria de
A proteção contra corrosão materiais compostos de grãos com dimensões nanométricas. O
de metais e ligas metálicas pode principal interesse em materiais nanoestruturados, com partículas
ser feita por meio de quatro essencialmente menores que 100 nm, deve-se ao fato de que suas
processos diferentes, quais se- propriedades físicas, químicas e mecânicas dependerem fortemente
jam: seleção de materiais e mo- da forma e do tamanho dos grãos. Novos revestimentos nanaoes-
dificação dos materiais metáli- truturados têm sido estudados por muitos pesquisadores do mundo
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inteiro para substituir a croma- lhos relacionados ao tema. No Brasil e no exterior, principalmente
tização, para melhorar o de- na Europa, destacando-se Portugal, temos muitos pesquisadores
sempenho de tintas e para au- nas universidades que estão trabalhando nesta área. Isso pode signi-
mentar a resistência a altas tem- ficar que, em breve, teremos no mercado substitutos do cromo
peraturas das ligas metálicas u- muito eficientes, associados à nanotecnologia. Alguns produtos já
sadas nos reatores de indústrias são comercializados, porém o uso ainda não é abrangente. Vale
petroquímicas, entre outras. lembrar que, diante disso, temos um leque muito grande desses
Por conta dessa realidade, produtos para a pesquisa na área de corrosão. Esse mercado é gran-
muitas empresas e agências de de e tem cada vez mais pesquisadores se especializando em desco-
fomento passaram a investir e/ brir novas técnicas para lidar com revestimentos mais avançados”,
ou facilitar a liberação de finan- conta Zehbour Panossian.
ciamentos para pesquisas nessa
área. Da mesma forma que e-
xiste, por parte do mercado,
uma grande cobrança relacio-
nada à pesquisa no IPT sobre
“ O IPT recebeu recursos do Governo do Estado de São Paulo
para adquirir equipamentos de ponta e montar um centro
para justamente trabalhar no segmento da nanotecnologia
essa questão, tem também um
forte incentivo financeiro. O
Instituto recebeu recursos do
Governo do Estado de São Pau-

A modernização das técnicas de caracterização, de avaliação da
resistência à corrosão, entre muitas outras, necessita de equipamen-
lo para adquirir equipamentos tos de ponta, como microscópios mais potentes. “Em nosso labora-
de ponta e montar um centro tório de corrosão enviamos um profissional para a Alemanha, que
para justamente trabalhar no está avaliando o desempenho do DLC (Diamond Like Carbon) para
segmento da nanotecnologia. ser usado como aditivo para tintas anticorrosivas”, explica a chefe
“Eu gostaria de chamar a do laboratório do IPT.
atenção para o fato de que exis- Outra informação importante está relacionada com a questão
tem muitas linhas de financia- dos congressos do setor. “Cresce cada vez mais o número de parti-
mento para atender esse seg- cipantes interessados em conhecer as novas tecnologias. Hoje exis-
mento. É fácil identificar no tem empresas que desenvolveram filmes nanoestruturados para se-
INTERCORR muitos traba- rem aplicados na superfície interna de tubos que operam com altas
temperaturas. Já existem pigmentos nanaoestrutu-
rados adicionados a tintas anticorrosivas. Exis-
tem filmes nanoestruturados muito lisos que
melhoram a resistência à corrosão dos metais so-
bre os quais são aplicados, diminuindo a
“molhabilidade” da superfície (a superfície
retém menos sujeira e menos água). Além
dos substitutos de cromo, existem esfor-
ços para substituir os tradicionais reves-
timentos de zinco, tão usados para
proteção contra corrosão. Na Europa
e no Japão, o uso de revestimentos
de liga zinco/magnésio já é uma re-
alidade. Estes processos estão sen-
do apontados como alternativas
muito mais resistentes do que o
zinco; só que a tecnologia de a-
plicação das ligas zinco/magné-
sio é complexa, não podendo
ser utilizada em empresas de pe-
queno porte, em razão dos recur-
sos necessários. Os detentores
dessa tecnologia são empresas
muito grandes, na verdade, as
próprias siderúrgicas é que estão
aplicando esse tipo de revesti-
Jateamento
Químico
LL – BE10
Produto líquido para
fosqueamento de alumínio

LL – B (Beauty) E (Etching) 10
Processo longa-vida, cinco vezes mais rápido
do que o tratamento alcalino tradicional.
Otimiza a logística com a eliminação da
operação de jateamento com micro-esferas,
além de garantir outros benefícios, tais como:
• Elimina 95% dos defeitos de extrusão do
alumínio: faixas, estrias e linhas de solda
• Permite que a dissolução do alumínio seja
M E
Ç A N
60 vezes menor do que no processo
N tradicional com soda cáustica
LL AA

TT

• Gera 10 vezes menos resíduos sólidos no


OO

tratamento de efluentes
• Reconstitui o acabamento da superfície
EE

OO

de perfis rejeitados
V
XX

C
L U S I • Possui vasta aplicação no setor moveleiro e
decorativo

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mento na linha branca”, con- existe também o perigo de poder dar origem à contaminação de
clui Zehbour Panossian. substâncias com as quais esses materiais estejam em contato, poden-
do ainda em situações extremas conduzir a acidentes graves com
O uso de nano-reservatórios falhas catastróficas, como o caso de explosões em caldeiras, desastres
Os materiais quando em com automóveis e aeronaves, colapso de pontes e outros. Para mini-
contato com o meio em que es- mizar os fenômenos de corrosão, há que se tomar medidas que pro-
tão inseridos sofrem deteriora- tejam os materiais, sendo os revestimentos tradicionalmente muito
ção com o tempo, resultante de usados com esse objetivo. Estes, enquanto se encontram intactos,
ações físicas, químicas e mecâ- constituem uma barreira física entre o metal e o meio, evitando o
nicas. Quando o efeito é essen- seu contato. Contudo, a proteção utiliza, por vezes, tecnologias que
cialmente de natureza química, agridem o ambiente, na medida em que podem estar envolvidas
ou seja, de reações químicas/ substâncias que são tóxicas e perigosas para a saúde. Compostos
eletroquímicas entre o material nessas condições que foram largamente usados são os cromatos, que
e o meio, fala-se de corrosão. faziam parte da composição de tintas anticorrosivas e de outros tra-
“Este fenômeno é particular- tamentos de superfícies metálicas”, explica Mário Ferreira.
mente grave, já que tem custos
elevados (cerca de 3 % a 4 % do
PIB em cada país), associados à
danificação e ao reparo dos e-
quipamentos, paradas no fun-
“ A corrosão é particularmente grave, já que tem custos
elevados (cerca de 3 % a 4 % do PIB em cada país), associados
aos reparos e horas ociosas dos equipamentos
cionamento de instalações e
utilização de materiais mais ca-
ros para resistirem às condições
em que são usados. Este fenô-

Conforme já mencionado, para evitar a utilização dos compos-
tos com cromo hexavalente, têm sido procuradas alternativas, que
sejam ambientalmente toleráveis. As várias soluções encontradas
meno conduz ainda a uma dila- têm conduzido ao uso de substâncias sem os problemas menciona-
pidação nas matérias-primas dos, mas isto traduz-se, normalmente, numa perda de eficiência da
existentes na natureza, bem co- proteção anticorrosiva. “A proteção contra a corrosão pode ser ‘pas-
mo a um aumento no consumo siva’ (revestimentos barreira) ou ‘ativa’ (inibidores de corrosão). Só
de energia para a produção de a combinação destes dois tipos de proteção pode conduzir a resul-
novos materiais, contribuindo tados seguros. Os inibidores de corrosão podem ser introduzidos
para o aumento do dióxido de nos vários componentes de um sistema de pintura: pré-tratamento,
carbono na atmosfera”, revela primário ou acabamento. Contudo, os agentes inibidores apenas
Mário Ferreira, professor cate- serão ativos se a sua solubilidade no meio corrosivo for a adequada.
drático da Universidade de A- Se a quantidade presente for muito pequena, haverá falta de agente
veiro de Portugal. ativo na interface metálica e consequentemente uma fraca inibição.
“Além destes problemas de Se a dissolução de inibidor for muito alta, o substrato será protegi-
ordem econômica e ambiental, do, mas só por pouco tempo, já que o inibidor é rapidamente todo
removido do revestimento. Ou- inibidor. Quando a corrosão cessa e o meio é restabelecido, a poro-
tro problema com a presença de sidade das camadas diminui e o inibidor deixa de ser fornecido”,
inibidores pode ser a sua intera- conta o professor.
ção com os componentes do re- Os nano-reservatórios podem ser incorporados em diferentes
vestimento, resultando na desa- filmes finos e revestimentos, integrando os pigmentos no caso das
tivação dos inibidores e degra- tintas. A presença de diferentes tipos de reservatórios, tendo agen-
dação da estabilidade do reves- tes com diversas funções (anticorrosivas, bactericidas, lubrificantes
timento”, explica Mário Ferreira. etc.) nos revestimentos, pode constituir um considerável avanço na
“Assim, surgiram os revesti- tecnologia dos revestimentos multifuncionais.
mentos ‘inteligentes’, que atu-
am só nos locais onde a corro- Novas tendências de pré-tratamentos
são se inicia e apenas durante o Segundo a professora e doutora Idalina Vieira Aoki, é muito
período necessário para parar a difundido o uso de pré-tratamentos em superfícies metálicas antes
corrosão. Os inibidores de cor- da aplicação de um sistema de pintura, a fim de garantir uma
rosão são colocados em reserva- melhor aderência e desempenho nas propriedades anticorrosivas.
tórios com dimensões nanomé- “Os pré-tratamentos normalmente se constituem de camadas finas
tricas, de tal modo que estão (da ordem de, no máximo, 1µm de espessura). Elas têm por finali-
isolados da matriz do revesti-
mento. Quando a corrosão o-
corre por danificação local do
revestimento, o inibidor é libe-
rado, em quantidade suficiente
“ Os revestimentos poliméricos híbridos orgânico-
inorgânicos são hoje uma nova alternativa
para a produção de pré-tratamentos multifuncionais
para cessar a corrosão. Entre os
vários tipos de nano-reservató-
rios que podem ser criados, te-
mos os constituídos por molé-

dade garantir a boa adesão ao substrato, a proteção por barreira físi-
ca e também a atuação de outras modalidades como inibidores de
corrosão, caso um dano futuro atinja a base da pintura. Esses pré-
culas de polieletrólitos deposi- tratamentos também chamados de tratamentos de conversão sem-
tadas num núcleo, em cama- pre tiveram como excelentes representantes o processo de fosfatiza-
das, entre as quais é armazena- ção para ligas ferrosas e o processo de cromatização para o alumí-
do o inibidor de corrosão. Logo nio e suas ligas. Mais recentemente, a legislação ambiental apontou
que a corrosão ocorre, o meio para a necessidade de substituição dos pré-tratamentos à base de
torna-se mais alcalino, permi- cromo hexavalente, por ser comprovadamente agente cancerígeno
tindo que as camadas fiquem e também daqueles processos que geram resíduos sólidos ricos em
mais porosas, deixando passar o íons metálicos, como a fosfatização. Dentro desse panorama, surgi-
ram alguns processos alternativos, a maioria baseados em nanotec- silício não-funcionais, como os
nologias como os chamados nanocerâmicos, camadas de polissila- alcóxidos de silício citando co-
nos e camadas de revestimentos híbridos”. mo exemplo o tetraetoxissilano,
“Os chamados nanocerâmicos são pré-tratamentos à base de TEOS. Nestes híbridos, os al-
ácido hexafluorzircônico e/ou ácido hexafluortitânico que já vêm cóxidos funcionais modificam a
sendo adotados em algumas instalações no Brasil, com relativo cadeia inorgânica do alcóxido
sucesso. Usam a tecnologia sol-gel para formulação de suas soluções não-funcional (por exemplo,
que podem ser aplicadas por imersão ou por jateamento. As empre- TEOS), formando uma estru-
sas que os utilizam revelam que conseguem resultados que se equi- tura com propriedades mistas
param, em alguns casos, aos dos pré-tratamentos convencionais. Os orgânicas/inorgânicas. Os alcó-
tratamentos à base de filmes finos de polissilanos envolvem a otimi- xidos funcionais podem ou não
zação de parâmetros como a escolha do silano, sua concentração na criar uma cadeia orgânica
solução, as condições de hidrólise e sua extensão, pH de aplicação, (quando se usa um monômero
e ainda natureza e grau de cura na obtenção do filme protetor. Um orgânico) quimicamente ligada
dos pontos chave para a ampliação de seu uso é a obtenção de esta- à inorgânica, servindo ainda de
bilidade da solução por tempos mais longos, o que já vem sendo ancoragem para sistemas de
conseguida. Também se trata de tecnologia baseada no processo sol- pintura, pois, como os primers
gel. Atualmente, há um número expressivo de publicações científi- (tinta de aderência) utilizados
cas anunciando e testando as propriedades protetoras destes filmes. na indústria são à base de resi-
A aditivação destes filmes com inibidores e partículas como SiO2, nas epóxi e de aminas, a adesão
TiO2 e CeO2 vem mostrando a obtenção de excelentes proprieda- entre o revestimento híbrido e
des anticorrosivas e tribológicas para essas camadas. O seu uso in- o primer é estabelecida por liga-
dustrial vem crescendo ultimamente após o acerto de alguns parâ- ção química entre os grupos
metros. A tecnologia exige boa qualidade da água utilizada nas solu- funcionais dos híbridos e os
ções”, explica Idalina Vieira Aoki. grupos amina/epóxi presentes
A doutora destaca que os revestimentos poliméricos híbridos no primer. Os resultados cientí-
orgânico-inorgânicos são preparados pela combinação de compo- ficos mostram a obtenção de
nentes orgânicos e inorgânicos, e se constituem em uma nova alter- significativa proteção por bar-
nativa para a produção de pré-tratamentos multifuncionais, com reira desse tipo de filme e que
possibilidade de ampla aplicação na indústria de acabamento super- pode ser melhorada pela sua
ficial de metais. Uma das principais rotas de obtenção destes reves- aditivação com alguns compos-
timentos é por meio do processo sol-gel. “Os híbridos orgânico- tos inibidores de corrosão. A
inorgânicos são formados pela hidrólise e condensação de precurso- aplicação é por imersão e como
res de alcóxidos de silício funcionais, como, por exemplo, o 3-glici- o filme é fino, o seu emprego
doxipropiltrimetoxisilano (GPTMS, um alcóxido que possui uma como coil coating é muito pro-
função epóxi reativa polimerizável), combinados com alcóxidos de missor”.
Universidade e indústria cias e Tecnologia de Materiais do Instituto de Pesquisas Energéticas
mais próximas e Nucleares (CCTM-IPEN), localizado no campus da Univer-
Para a doutora Isolda Costa, sidade de São Paulo. No LABCORTS, temos um grupo de pesqui-
do Grupo LABCORTS, nos sadores: graduandos, mestrandos, doutorandos e pós-doutorandos,
últimos anos, o Brasil tem se dos quais vários integrantes são oriundos da indústria e que estão
destacado como um dos países desenvolvendo projetos que visam melhorar os tratamentos comer-
que tem maior potencial de cialmente utilizados e pesquisando novos produtos. Vários destes
desenvolvimento e crescimento têm como origem as indústrias química, petroquímica, de bioma-
em diversos setores industriais, teriais e automobilística, e as universidades. Esta interação de pes-
entre estes, pode-se incluir a
indústria de tratamento de su-
perfícies. “O estágio de cresci-
mento econômico no qual o
Brasil se encontra atualmente e
“ O estágio de crescimento econômico no qual o
Brasil se encontra atualmente tem-se refletido
diretamente na indústria de tratamento de superfícies
a perspectiva de aquecimento
deste nos próximos anos, tem-
se refletido diretamente nessa
indústria. Esta perspectiva traz

quisadores com temas de interesse da indústria tem permitido uma
maior integração e sinergia que produzem motivação e entusiasmo
no grupo. Vários dos temas de pesquisa em desenvolvimento por
muitas metas audaciosas para este grupo têm sido em tratamentos de superfícies, visando a subs-
as indústrias aqui instaladas e tituição de processos que geram rejeitos tóxicos. Nesta linha de pes-
oportunidades de ampliação de quisa, várias patentes já foram obtidas pelo grupo na área de subs-
conhecimentos e sucesso pro- tituição do níquel em processos de fosfatização por compostos ató-
fissional para os estudantes tan- xicos. Este grupo de pesquisa visa desenvolvimentos que atendam a
to de graduação como de pós- necessidade das indústrias de tratamentos de superfícies instaladas
graduação”. no país”, revela Isolda Costa.
“Este movimento tem sido Com relação ao futuro, a doutora Isolda Costa comenta que a ten-
observado com bastante entusi- dência dos estudos e desenvolvimentos na área de proteção à corrosão
asmo nos departamentos de no Brasil tem alguns focos de grande relevância e que demandarão
pesquisa de Institutos e Univer- muita pesquisa, principalmente na área de materiais para atender os
sidades, como, por exemplo, no segmentos da indústria automobilística, de eletrodomésticos, petro-
Laboratório de Corrosão e Tra- química, de construção civil e de infraestrutura. “Estas duas últimas
tamento de Superfícies (LAB- devem aumentar muito a demanda nos próximos anos, tendo em vista
CORTS) do Centro de Ciên- que o país sediará os próximos eventos esportivos internacionais. É
altera seu nome para:

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neste clima que o Brasil pode en- à base do cromo hexavalente que causam um grande impacto ambi-
contrar o seu caminho, usando o ental e que tendem a ser substituídos por produtos à base de cromo
máximo potencial de conheci- trivalente. As aplicações são diversas e podemos destacar o uso das téc-
mento e aplicação prática, forne- nicas de tratamento de superfície nas áreas industrial, biomédica,
cendo para as indústrias material aeroespacial e de defesa. Os principais desafios são combater a corro-
humano capacitado, com co- são metálica e evitar a poluição do meio ambiente com a contamina-
nhecimento acadêmico e meios ção por meio de metais pesados presentes nos resíduos gerados por
para buscar na investigação cien- essa indústria”, revela Carvalho.
tífica a inovação dos seus produ-
tos e a solução de vários proble-
mas. É nesta parceria científico-
industrial que estamos apostan-
do!”, conclui a doutora.
“ Uma inovação na área de tratamento de superfície é
o uso do nióbio metálico ou na forma de óxido como
camada anticorrosiva aplicada por aspersão térmica
Aspersão térmica – efluentes
sem metais pesados
Na visão de Ladimir José de

“Nos processos de aspersão térmica, os materiais de deposição
são fundidos ou aquecidos em uma fonte de calor gerada no bico de
Carvalho, professor da Escola de uma pistola apropriada por meio de combustão de gases, de arco elé-
Química – DPI/UFRJ, nos últi- trico ou de plasma. Imediatamente após a fusão, o material finamen-
mos dez anos houve um grande te atomizado é acelerado por gases sob pressão contra a superfície a
avanço no desenvolvimento de ser revestida, atingindo-a no estado fundido ou semi-fundido. As
tecnologias de tratamento de su- camadas aspergidas são constituídas de pequenas partículas achata-
perfície. “Podemos destacar o das em direção paralela ao substrato, com estrutura típica lamelar,
uso da nanotecnologia na fabri- contendo inclusões de óxidos, vazios e porosidade. Os materiais que
cação de produtos usados no podem ser aplicados por esta técnica são metais e ligas, cerâmicos,
pré-tratamento das superfícies polímeros e compósitos. A aspersão térmica pode ser empregada pa-
metálicas para a substituição dos ra tratamento de superfícies com a finalidade de melhorar a resistên-
fosfatizantes, usados atualmente, cia ao atrito, reparos de superfícies desgastadas e mais recentemente
que são agressivos ao meio am- para a proteção contra a corrosão. Dentre os diversos tipos de asper-
biente. Não podemos esquecer são, a hipersônica é a que produz um revestimento de maior quali-
os processos que usam produtos dade”, Ladimir José de Carvalho.
O professor explica que comparada com a galvanização e a eletro- volvemos, juntamente com o
deposição, a aspersão térmica não gera efluentes com metais pesados IPT e a Escola Politécnica da
que necessitem de tratamento para descarte como, por exemplo, os Universidade de São Paulo –
banhos à base de cromo. “Uma inovação na área de tratamento de USP, um projeto sobre a in-
superfície é o uso do nióbio metálico ou na forma de óxido como fluência das camadas fosfatiza-
camada anticorrosiva aplicada por aspersão térmica. O nióbio é um das na estampagem seca e lubri-
metal extremamente resistente à corrosão, e o seu óxido é inerte na ficada. A fosfatização é um tra-
maioria dos meios corrosivos. Em trabalhos que desenvolvi em con- tamento de superfície que tem
junto com o prof. Luiz Roberto Martins de Miranda (COPPE/ larga aplicação na conformação
UFRJ), descobrimos que o óxido de nióbio pode ser aplicado por a frio de metais para prevenir o
aspersão térmica produzindo uma alternativa contra a corrosão provo- contato metal-metal”, comenta
cada por ácidos naftênicos e enxofre e compostos presentes na indús- o diretor.
tria de processamento do petróleo. A pesquisa gerou duas patentes, “Com isto é possível elevar
uma para tintas à base de óxido de nióbio e outra para aplicação de a vida útil das matrizes ou fer-
revestimento à base de óxido de nióbio por aspersão térmica. As duas ramentas e, eventualmente,
patentes foram concedidas nos Estados Unidos e na Europa”. aumentar a velocidade das o-
perações de conformação. Es-
Produção Industrial tes resultados se correlacionam
com o aumento da capacidade
Revestimentos que elevam a vida útil de retenção dos lubrificantes e
Segundo Antenor Ferreira Filho, diretor industrial da Brasmetal com a redução do coeficiente
Waelzholz, a empresa hoje utiliza em grande escala o processo reves- de atrito. A aplicação da fosfa-
timento por imersão com fosfato de zinco. “Esse processo é muito tização na estampagem ou for-
utilizado e dentre as principais aplicações, destaca-se as para a fabri- jamento data dos anos 1930 e,
cação de rolamentos dos mais diversos tipos. Tanto é que nós desen- até hoje, emprega-se largamen-

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te o fosfato de zinco (obtido instituições de pesquisa mantidas pela Brasmetal Waelzholz”, afir-
pela ação do ácido fosfórico), ma Ferreira Filho.
associado a um sabão (esteara- “Outro revestimento eletrolítico produzido em larga escala pela
to de sódio) que, desde aquela empresa é o revestimento de zinco ou liga de zinco-níquel. Nós
época, é relacionado ao me- somos um dos poucos no mercado a oferecer a deposição do zinco-
lhor rendimento dos processos
de estampagem/empastamen-
to das ferramentas”, avalia Fer-
reira Filho.
Segundo o diretor da Bras-
“ A fosfatização é um tratamento de superfície
que tem larga aplicação na conformação a frio
de metais para prevenir o contato metal-metal
metal, algumas questões que es-
tavam em aberto, como: a pos-
sibilidade do emprego de outro
fosfato, a redução da camada

níquel sobre a superfície da tira em processo contínuo. Isso tudo
com a vantagem do zinco ter uma grande capacidade de combater
a corrosão. Já a liga zinco-níquel tem uma capacidade ainda supe-
de estearato e a possibilidade rior de proteção à tira tratada. Essa liga é um produto mais caro e
do processo ser mais favorável à com uma tecnologia mais elaborada, mas para algumas aplicações é
preservação do meio ambiente, fundamental”, revela Ferreira Filho.
foram respondidas no projeto “Os dois revestimentos destacados são os de maior aplicação:
PITE-FAPESP (Programa de o fosfato de zinco, que não é eletrolítico, e o zinco ou zinco-
Apoio à Pesquisa em Parceria níquel que é um processo eletrolítico. Nós também temos outras
para Inovação Tecnológica), co- modalidades de revestimento como o cobre, latão, níquel, esta-
ordenado pela pesquisadora nho, usados normalmente para aplicações bem específicas. Por
Zehbour Panossian, do IPT, exemplo, o cobre em juntas de motor. Na linha de niquelados,
com ganhos em tecnologia para mais voltada para o aspecto decorativo, como por exemplo a capa
a empresa co-financiadora, a do pincel. No caso do latão, utiliza-se para o acabamento de, por
nossa empresa. “Este foi mais exemplo, dobradiças. O estanhado é usado para peças que rece-
um belo resultado obtido nos bem solda e tem como característica o baixo ponto de fusão”,
vinte anos de cooperação com esclarece o diretor.
Soluções com a Araújo, diretor de desenvolvimento e inovação.
nanotecnologia “Ligas metálicas especiais que trabalham em altas temperaturas
A busca por tecnologias que na indústria de processamento de Petróleo & Gás em fornos de
melhorem o desempenho dos processamento, válvulas, dutos e outros equipamentos apresentam
materiais contra os processos graves problemas com a incrustação de carbono. O carbono deriva-
de corrosão é constante no mei- do no processamento e transporte dos combustíveis entra em con-
o industrial. Novas oportuni- tato com os metais da liga, formando compostos químicos altamen-
dades de exploração e processa- te resistentes e estáveis, que ficam fortemente aderidos às paredes e
mento de petróleo e gás, pro- reduzem o rendimento do processo e a fluidez nos dutos e equipa-
dução de biocombustíveis e mentos. Como exemplo, temos os fornos de pirólise e fornos de
processamento de seus deriva- coqueamento retardado. Neste caso, o diâmetro interno dos tubos
dos exigem materiais mais re- dos fornos fica obstruído pelo acúmulo de carbono o que acarreta
sistentes frente aos meios agres- uma operação cada vez menos eficiente, perda de material, paradas
sivos e ambientes favoráveis à frequentes para manutenção e gasto desnecessário de energia para
corrosão. Diante destes novos manter a temperatura interna entre outros problemas”, explica
desafios a Nanox desenvolve Claudio Bártoli Pelizaro, pesquisador da empresa.
soluções com a nanotecnologia
para combater os problemas a-
presentados pela indústria. Em
busca de soluções inovadoras
direcionadas para o mercado de
“ Um grande desafio para a exploração de petróleo na camada
pré-sal é a grande incidência de H2S que provoca inúmeros
problemas no processo de extração e refino do petróleo
energia, a empresa desenvolve
projetos específicos para a linha
de Petróleo & Gás e Biocom-
bustíveis, revela André Luiz de

Com isso a empresa desenvolveu um revestimento nanoestrutu-
rado multicamadas à base de cerâmicas especialmente aplicadas no
metal, responsáveis por formar uma camada protetiva, barrando a
penetração do carbono, responsável pelo processo de
incrustação e corrosão. Esse recobrimento garante um
aumento no tempo de campanha (utilização dos fornos
sem interrupção), aumentando o desempenho e o rendi-
mento dos processos.
“Um grande desafio para a exploração de petróleo na
camada pré-sal é a grande incidência de H2S (ácido sulfí-
drico, também conhecido como gás da morte). Estas mo-
léculas provocam inúmeros problemas no processo de ex-
tração e refino do petróleo. A partir da década de 1950,
as jazidas de petróleo exploradas têm apresentados altos
teores de H2S, que também é gerado pelas Bactérias
Redutoras de Sulfato (BRSs), presentes nos oleodutos de
transporte. A presença do H2S consequentemente pro-
voca corrosão em dutos e equipamentos. Este fato eleva
o número de acidentes no setor de Petróleo & Gás, co-
mo o rompimento de oleodutos que causam vazamento
de petróleo. Para combater estes efeitos danosos a em-
presa, em parceria com centros de pesquisas, desenvolve
uma série de tecnologias para combater os efeitos dano-
sos do H2S no setor de Petróleo & Gás. Para evitar esses
efeitos nocivos e corrosivos estão sendo desenvolvidos
revestimentos protetivos e aditivos para polímeros para
uso em dutos de transporte. Esta tecnologia utiliza
mesocristais e nanocompósitos desenvolvidos especial-
mente para revestimentos orgânicos e coatings aplicados
diretamente em metais para proteção contra a ação des-
trutiva do H2S”, comenta Mateus Botassi Pitta, respon-
sável pelo departamento de marketing da empresa.
A corrosão microbiológica ocorre sob a influência de
microrganismos, bactérias, fungos e algas. Como forma
de prevenção, torna-se fundamental a utilização de revesti-
mentos específicos em dutos e equipamentos marítimos.
A linha antimicrobiana inorgânica pode ser usada co-
mo coating e como aditivo para diversas aplicações como
resina epóxi, poliuretanas, polipropilenos e polietilenos.
Assim, evita-se a formação do biofilme de difícil remoção,
principal local de reprodução de microrganismos e pontos
de corrosão ocasionados pelas bactérias. Para avaliar sua efi-
ciência o revestimento deve ser submetido a diversas análi-
ses microbiológicas, seguindo normas internacionais.

Prestação de Serviço
Galvanização a fogo tem baixa divulgação no Brasil
A B. Bosch Galvanização do Brasil que atua nos servi-
ços de galvanização por imersão a quente iniciou um pro-
jeto na Refinaria Landulpho Alves da PETROBRAS, local-
izada em Mataripe no Estado da Bahia. Este projeto refe-
re-se ao tratamento da estrutura metálica do pipe-rack da
refinaria. Serão cerca de 1300 toneladas, com peças pesan-
do entre 2 e 5 toneladas, e que serão tratadas numa cuba
de 13 m x 1,80 m x 3,00 m, exigindo em alguns casos o
processo de dupla imersão. Esta obra demandará uma lo-
gística diferenciada pelo tamanho das peças e deverá ser
concluída até julho de 2010. A aplicação da galvanização
por imersão a quente, também conhecida como galvaniza-
ção a fogo é um sistema de proteção do aço contra corro-
são e que apresenta um custo-benefício muito competitivo
em diversas aplicações industriais, pois é simples, rápido e
demanda baixa manutenção ao longo do tempo.
“No Brasil, em certos segmentos, ainda não existe uma
grande divulgação e/ou conhecimento por parte de especi-
ficadores. Observando a aplicação da galvanização a fogo
no exterior, verificamos uma divulgação mais ampla deste
sistema e que nos casos da indústria petroquímica, oil & gas
e refino de petróleo, o uso deste processo é mais recorren-
te. Entre os casos conhecidos, podemos destacar o da Refi-
naria de Ampol (Brisbane – Austrália), na qual a galvaniza-
ção a fogo foi muito utilizada em todas as estruturas de aço
que acomodam um reator e uma coluna de regeneração.
Esta utilização permite um período maior entre as paradas
de manutenção”, destaca Dario Dobrev, gerente comercial.

Perda de competitividade da indústria


Até setembro de 2008, o setor automotivo brasileiro
acompanhava o ritmo do consumismo global e vivia
momentos de euforia com sucessivos recordes na fabrica-
ção e comercialização de automóveis, motocicletas,
caminhões, tratores etc. “O aumento da demanda e a
valorização do Real favoreceu as importações de equipa-
mentos voltados à modernização do parque industrial.
De outro lado, crescia numa velocidade assustadora a
importação de alguns componentes cuja fabricação local
tornava-se economicamente inviável, podendo-se desta-
car os fixadores fabricados em aço inoxidável. Além dos
dois fatores citados acima, as atenções e explicações para
essa perda de competitividade TABELA 1 – DISCRIMINAÇÃO DE IMPOSTOS, TAXAS E DESPESAS
voltavam-se para os concorren- PARA IMPORTAÇÃO DE EQUIPAMENTOS
tes indianos, asiáticos e do leste Preço hipotético de um equipamento (Invoice) R$ 1.000,00
europeu, cujas vantagens eram
atribuídas aos baixos salários, Tributos e despesas Porcentuais sobre o
condições péssimas de traba- para importação valor do equipamento
lho, desrespeito ao meio ambi- I.I. 14,2 %
ente etc. (eu mesmo recebi inú- PIS 2,5 %
meros e-mails com fotos, filma- COFINS 10,8 %
gens e relatos a respeito). Mas Taxa SISCOMEX 0,2 %
até onde isso, ou só isso corres- Total de tributos federais 27,7 %
pondia à verdade?”, indaga Hi-
lário Vassoler, Diretor Geral da ICMS 28,4 %
Fosfer Decapagem e Fosfatiza- Frete Internacional 5,6 %
ção Ltda. Transporte Rodoviário 3,1 %
“Em outubro de 2008, a SDA 2,5 %
crise chegou para valer e, den- Armazenagem 5,0 %
tre as várias ações governamen- Custo – Despachante 1,9 %
tais, a redução do IPI para veí- Emissão D.I. 0,4 %
culos automotores contribuiu Expediente 0,4 %
para a retomada da produção Desconsolidação 0,6 %
logo no início de 2009. O con- Handling 0,7 %
sumidor brasileiro foi às com- Total de impostos estaduais, taxas e despesas 48,6 %
pras, aqueceu o mercado inter- Total Geral 76,3 %
no e novos recordes foram al- PREÇO HIPOTÉTICO FINAL (EQUIPAMENTO + IMPOSTOS + TAXAS + DESPESAS) R$ 1.763,00
cançados pela nossa indústria.
A crise permaneceu nos países res que poderia citar, vou me ater a um deles: o retorno do capital
do primeiro mundo que, sem investido”, comenta Vassoler.
demanda, voltaram os olhos
para o Brasil. O setor de trata-
mento de superfícies pode
comprovar esse interesse no
“ O aumento da demanda e a valorização do Real
favoreceu as importações de equipamentos voltados
à modernização do parque industrial


último EBRATS – Encontro e
Exposição Brasileira de Trata-
mentos de Superfície, por meio O chamado “custo Brasil” penaliza a indústria nacional que
do expressivo número de expo- necessita importar equipamentos de produção e de controle de qua-
sitores estrangeiros. Uma nova lidade, semelhantes aos utilizados na indústria dos países desenvol-
ameaça de importação come- vidos.
çou a preocupar os fornecedo- A tabela 1 ilustra um exemplo de uma hipotética importação de
res nacionais de autopeças e um bem.
componentes. Fornecedores de Para calcular o custo de uma peça a ser tratada nesse equipamen-
países como Alemanha, Itália, to, além dos custos incidentes, deve-se somar:
França, Suécia, Japão e outros 1. O custo financeiro dos impostos recuperáveis. O recolhimen-
países, precisando preencher to é à vista e o crédito, a prazo (no caso do ICMS se dará em
suas horas ociosas, oferecem 48 meses).
melhores condições comerciais 2. O custo do Investimento para a aquisição do bem. Cerca de
à indústria automobilística bra- 34,7 % referentes aos demais custos de importação.
sileira. Agora fica difícil atribu- 3. Custo financeiro do capital utilizado na aquisição do bem.
ir aquelas explicações já conhe-
cidas (não recebi até o momen- Conclusão
to, e-mails como das vezes ante- Na melhor das hipóteses, uma empresa optante pelo lucro real
riores…). O fato é que a nossa tem um custo 35 % maior em relação ao empresário internacional
indústria, apesar de possuir um para adquirir o mesmo bem. O impacto no custo das peças trata-
parque industrial moderno, já das nesse equipamento será significativo e é um dos fatores que
não é tão competitiva como em ajuda a explicar nossa perda de competitividade em relação aos con-
outras épocas. Dos vários fato- correntes internacionais.
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Notícias do Mercado

ICZ completa 40 anos de existência


Um concorrido evento realizado no mês de
abril, em São Paulo, com a participação de cerca
de 100 profissionais, marcou os 40 anos do ICZ
– Instituto de Metais Não Ferrosos. O evento foi
aberto pelo presidente do instituto e gerente geral
comercial do metal níquel da Votorantim Metais,
Francisco Martins.
Na ocasião, Martins disse que o ICZ quer
incrementar o relacionamento com os associados
com atitudes pró-ativas, buscando atender às suas
necessidades e anseios como promover reuniões e
visitas periódicas, realizar eventos de integração,
organizar palestras técnicas dirigidas às universida-
des e aos clientes finais, destacando as vantagens Os convidados do evento participaram ainda
dos metais não ferrosos (custo/benefício). Citou de um ciclo de palestras e acompanharam o lança-
ainda alguns desafios da entidade, tais como inte- mento do Guia de Galvanização por Imersão a
ragir no processo de reciclagem do chumbo e bus- Quente, um trabalhado realizado pelo ICZ, em
car reclassificar o níquel de “segunda geração” na conjunto com os galvanizadores associados, lidera-
resolução do CONAMA 023/1996 (resíduo não do por Ariane Souza, representando a associada
inerte – classe II). Votorantim Metais Zinco.

Abendi realiza encontro de END e Inspeção em Natal/RN


Em 29 de julho, a Abendi – Associação Bra- 2009, o evento reuniu na cidade gaúcha de São
sileira de Ensaios Não Destrutivos e Inspeção, or- Leopoldo, cerca de 60 participantes e atingiu as
ganiza o 8º Encontro Regional de END e Inspe- expectativas da Associação e do comitê técnico-exe-
ção, organizado em Natal (RN), no CTGAS - cutivo do encontro. Para 2010, o comitê pretende
Centro de Tecnologia do Gás, apoiador do evento. reunir aproximadamente 80 participantes da região
Os eventos regionais promovidos pela Abendi envolvidos com os Ensaios Não Destrutivos e
são realizados em diferentes locais a fim de levar Inspeção dos setores petroquímico e elétrico.
informações, tecnologias e experiências práticas a
todo o Brasil. Nesta edição, ele será no Rio Grande Serviço:
do Norte devido à sua principal atividade indus- 8º Encontro Regional de END e Inspeção –
trial ser a extração e o processamento de petróleo, Natal/RN a ser realizado em 29 de julho de 2010
que torna o estado um dos maiores produtores em
terra do Brasil e abastecedores de gás do Nordeste. Mais informações: www.abendi.org.br
Em sua última edição no dia 27 de agosto de eventos@abendi.org.br – (011) 5586-3197

Blasting agora é Blaspint Metal Coatings Brasil


A antiga Blasting Pintura Industrial Ltda. A Metal Coatings Brasil agora passar a se
alterou sua razão social para Blaspint Pintura chamar NOF Metal Coatings South America. A
Industrial Ltda. em razão de homonomia. A unificação dos nomes das empresas do grupo
empresa, com sede em Caçapava (SP) e filial em NOF é um passo importante para melhor aten-
Macaé (RJ), mantém sua atuação no mercado der mundialmente às expectativas de nossos
nacional prestando serviços de manutenção e clientes. Efetivada em abril, ela se deve a uma
pintura em plataformas marítimas, refinarias ter- interação mais forte e estreita entre as empresas
minais de petróleo e demais complexos indus- do grupo NOF e tem o objetivo de consolidar a
triais na especialização em jateamento, hidroja- liderança mundial no mercado de revestimentos
teamento e pintura industrial. Mais informações anticorrosivos. Para mais informações, acesse
pelo tel. (12) 3654-4040 www.nofmetalcoatings.com.

26 C & P • Março/Abril • 2010


Notícias do Mercado

Bayer anuncia planos para 2010


O Grupo Bayer obteve um crescimento de segura, além de aumentar a confiabilidade e a
vendas de 3 % e atingiu um total de R$ 3,8 qualidade dos processos. Outro investimento se-
bilhões em faturamento em 2009 no Brasil. Os rá no laboratório de revestimentos, adesivos e
resultados das atividades da Bayer Materi- especialidades, localizado na sede da empresa,
alScience, divisão de materiais inovadores, foram em São Paulo. A função do laboratório é ofere-
responsáveis por 14% desse número. “A grande cer um serviço complementar de apoio aos cli-
instabilidade que se instalou na produção indus- entes. O diferencial do laboratório está na possi-
trial no ano de 2009, ocasionada pela forte redu- bilidade do cliente visualizar a aplicação de tec-
ção da demanda mundial e consequente queda nologias da empresa já no produto final como,
no ritmo de produção, impulsionou a Bayer por exemplo, em um verniz resistente a raios
MaterialScience a buscar novas estratégias de ne- ultravioletas.
gócios”, disse Ulrich Ostertag, presidente da Um novo produto para este ano é a dispersão
Bayer MaterialScience para a América Latina. de poliuretano livre de cossolventes, ou seja, reves-
Para 2010, a perspectiva é retomar o cresci- timento de superfície com propriedades sensoriais
mento de vendas, atingindo níveis próximos aos únicas. Como exemplos de características, pode-se
anos anteriores à crise econômico-financeira. O citar a resistência à descoloração causada por café
maior projeto da Bayer MaterialScience neste ou vinho tinto e a autorecomposição após riscos e
ano prevê a atualização tecnológica de duas uni- arranhões (os chamados smart materials ou mate-
dades produtivas da divisão no Parque Indus- riais inteligentes). Outro lançamento é o filme de
trial, situado na cidade de Belford Roxo, RJ. A poliuretano com eletrodos elásticos para a produ-
nova plataforma que será instalada nas fábricas ção de energia limpa, empregados em conversores
de MDI e anilina padronizará as unidades locais de energia da onda do mar. O conversor transfor-
com as demais da divisão ao redor do mundo, ma a energia do mar em energia elétrica e é um
contribuindo para tornar a planta ainda mais recurso favorável à proteção climática.
ABRACO Informa

Trabalhos do INTERCORR 2010 poderão ser publicados na C&P


Por iniciativa do conselho rão inscrever seus trabalhos 30, a Revista Corrosão &
editorial da revista Corrosão para seleção durante a realiza- Proteção passará por diversas
& Proteção, os melhores tra- ção do congresso A avaliação reformulações, visando o apri-
balhos do INTERCORR dos trabalhos submetidos será moramento editorial e gráfico o
2010 serão publicados na re- feita pelos membros do conse- que resultará em um conteúdo
vista e, após a divulgação des- lho editorial e dos comitês téc- técnico-editorial mais relevante
ses, outros trabalhos serão se- nico-científicos do evento. A e atraente aos leitores e possibi-
lecionados pelo comitê do publicação implicará a adapta- litará a filiação da revista junto
evento e também publicados. ção, por parte dos autores, na a órgãos de divulgação científi-
Alternativamente, os autores forma de artigo técnico. ca e de consulta com livre aces-
do INTERCORR 2010 inte- Como já havíamos divulgado so, proporcionando referência e
ressados na publicação, pode- em Carta ao Leitor da edição nº qualificação dos autores.

ABRACO realiza workshop em Macaé/RJ


“Com a apresentação de palestras ministradas por profissionais de reconhecida competência téc-
nica no campo dos revestimentos anticorrosivos, o workshop sobre preparação de superfícies e ade-
rência alcançou, plenamente, os objetivos desejados. O alto nível técnico dos debates e a troca de
experiências entre participantes e palestrantes foram, sem dúvida alguma, dois dos fatores que mais
contribuíram para o sucesso do evento.
Os benefícios com os conhecimentos adquiridos por todos, certamente, se refletirão no aumen-
to da vida útil dos revestimentos e, consequentemente, na durabilidade dos equipamentos e estru-
turas metálicas, no que diz respeito ao aspecto da proteção anticorrosiva, assim como na redução
dos custos de manutenção.
Para finalizar, gostaria de agradecer a presença de todos os participantes e parabenizar a equipe
de coordenação de eventos da ABRACO pelo empenho e competência na realização do workshop
na Cidade de Macaé.” – Palavras proferidas por Fernando de Loureiro Fragata por ocasião do work-
shop realizado na cidade de Macaé/RJ.

Participantes: 98 participantes.
Patrocinadores: Metalcoating Revestimentos e Blaspint Pintura Industrial
Palestras e palestrantes no site:
www.abraco.org.br/intercorr2010/newsletter/workshop_superficie_aderencia
Artigo Técnico

Fosfatização de Metais Ferrosos


Parte 20 – Pós-tratamento
para conformação
Pós-tratamento das camadas fosfatizadas empregadas nos processos de conformação mecânica

s camadas fosfatizadas redor de 90ºC (RAUSCH, 1990, (RAUSCH, 1990, p.232; ISO
apresentam, entre ou- p.232). A cal tem a vantagem 9717, 1990; BS 3189, 1991).
tras, a propriedade de de apresentar baixo custo. A A necessidade de neutralização
melhorar a retenção de lubrifi- desvantagem é que a cal não é devida ao fato de ocorrer a
cantes. Esta propriedade é de pode ser usada sozinha para de- precipitação de ácido esteári-
Por Zehbour fundamental importância nas formações severas (RAUSCH, co, quando se aplica o esteara-
Panossian operações de conformação me- 1990, p.232). to de sódio sobre superfícies
cânica, pois as superfícies a se- O bórax é utilizado, em fosfatizadas que trazem consi-
rem deformadas devem se man- geral, nos casos de conformação go os vestígios de ácido das
ter lubrificadas para tornar pos- a seco. A aplicação de bórax operações anteriores ( FREE -
sível deformações severas, sem a pode ser feita através da imersão MAN, 1988, p.110). Quando
necessidade de tratamentos tér- em solução aquosa diluída (5 % se utiliza sabão sólido, solu-
micos intermediários e, para a 10 %) de tetraborato de só- ções mais concentradas de bó-
Por Célia A. L. minimizar o desgaste das ferra- dio (Na2B4O7•10H2O) a uma rax, cal ou metassilicato de só-
dos Santos mentas. temperatura entre 80ºC e 90ºC dio são requeridas. Neste caso,
Assim sendo, camadas fos- durante 5 s a 10 s (RAUSCH, estes têm a função de portador
fatizadas destinadas à confor- 1990, p.232). Como o bórax é do lubrificante (em inglês
mação devem ser tratadas com higroscópico, após a sua aplica- lubrificant carrier) (ISO 9717,
compostos com propriedades ção, deve-se armazenar o pro- 1990, BS 3189, 1991).
lubrificantes. Os compostos duto fosfatizado em locais se-
mais utilizados para esta finali- cos. Caso contrário, o bórax ab- Pós-tratamento com
dade são bórax, cal, metassili- sorve a umidade do ar o que estearato (sabão)
cato de sódio, sabão (estearato pode determinar a corrosão do O pós-tratamento com
de sódio) e alguns tipos de lu- produto fosfatizado. estearato de sódio é indicado
brificantes. Uma vantagem do bórax é a para componentes destinados
facilidade de sua remoção após à conformação mecânica e que
Pós-tratamento com solução a conformação, sendo possível a foram fosfatizados em banhos
contendo bórax, cal ou sua utilização em operações de à base de fosfato de zinco. O
metassilicato de sódio conformações mais severas do tratamento é realizado logo
Para alguns processos de que são permitidos quando se após a fosfatização e após a
conformação mecânica, como utiliza cal. neutralização com solução de
trefilação de fios, cal ou bórax Quando o lubrificante uti- bórax, cal ou metassilicato de
podem ser utilizados como lu- lizado é o sabão, soluções con- sódio. Consiste na imersão da
brificantes. tendo bórax ou metassilicato peça fosfatizada em solução de
A aplicação de cal pode ser de sódio têm sido utilizadas estearato de sódio seguida de
feita por imersão em uma sus- com o objetivo de neutralizar secagem. A concentração de
pensão aquosa diluída de qualquer arraste de solução á- estearato de sódio pode variar
Ca(OH)2 (0,3 % a 3 %), cida para o estágio de aplica- de 2 % a 20 % (pH entre 8 e
mantida a uma temperatura ao ção do sabão (estearato) 10), sendo recomendada uma

Zn3(PO4)2 + 6Na[CH3(CH2)nCOO] → 3Zn[CH3(CH2)nCOO]2 + 2Na3PO4


Fosfato de zinco Estearato de sódio Estearato de zinco Fosfato de sódio

Figura 1 – Reação entre o fosfato de zinco neutro e o estearato de sódio


30 C & P • Março/Abril • 2010
TABELA 1 – MASSA DE ESTEARATO DE SÓDIO E ESTEARATO DE ZINCO DE AMOSTRAS FOSFATIZADAS TRATADAS
COM ESTEARATO DE SÓDIO COM E SEM PASSIVAÇÃO

Condições de aplicação Massa de estearato Massa de estearato de


do estearato de sódio de sódio retida (g/m2) zinco formada (g/m2)
Primeira série
Camada fosfatizada + sabão 0,10 0,42
Camada fosfatizada + passivação + sabão 0,17 0,30
Segunda série
Camada fosfatizada + sabão 0,29 0,36
Camada fosfatizada + passivação + sabão 0,17 0,31

temperatura entre 70ºC e parte da solução de estearato de para conformação (LEITE et


80ºC e um tempo de imersão sódio é arrastada e fica aderida al., 2000) mostraram clara-
entre 2 min e 10 min. à superfície após a evaporação mente este fato.
Para bobinas, a concentra- da água. A camada fosfatizada Nestas experiências, foram
ção do sabão pode ser mantida assim obtida terá a estrutura preparadas duas séries de duas
entre 2 % e 3 %. Para con- mostrada esquematicamente na amostras, a saber:
formação moderada de discos, figura 2. • camada fosfatizada + estearato
a concentração do sabão pode Dependendo das condi- de sódio;
ser mantida entre 2 % e 10 %. ções de aplicação do sabão e • camada fosfatizada + passiva-
Para conformação mais severa da massa de fosfato por unida- ção + estearato de sódio.
de itens maiores, a concentra- de de área, a massa de sabão A quantidade de estearato
ção do sabão pode ser mantida (estearato de sódio + estearato de sódio retida e de estearato
entre 5 % e 10 % (RAUSCH, de zinco) pode atingir valores de zinco formada foi determi-
1990, p.247-248). de até 20 g/m 2 ( RAUSCH , nada para estas duas amostras,
Quando se imerge uma 1988, p. 214). Desta quanti- tendo sido obtidos os resulta-
peça fosfatizada em uma solu- dade, 50 % pode ser consti- dos apresentados na tabela 1.
ção de estearato de sódio, ocor- tuída de estearato de zinco. Pelos resultados apresenta-
re uma reação entre o fosfato de Para tiras conformadas a frio, dos na tabela 1, pode-se verifi-
zinco neutro (constituinte da com uma massa de fosfato de car que a passivação causa di-
camada fosfatizada) e o esteara- 3 g/m 2 a 6 g/m 2, pode-se minuição da quantidade de es-
to de sódio com formação de recomendar massa de estearato tearato de zinco formada. Quan-
estearato de zinco e fosfato de de zinco mínima de 0,5 g/m2 e to à quantidade de estearato
sódio, de acordo com a reação massa de estearato de sódio de de sódio retida, a presença do
(FREEMAN, 1988, p.93) expres- 0,5 g/m2 a 1,3 g/m2. passivador ora determinou di-
sa na figura 1. Convém lembrar que, minuição ora aumento, ou
O estearato de sódio é solú- quando a camada fosfatizada seja, não apresentou uma in-
vel em água e o estearato de for submetida a operações de fluência bem definida. Estes
zinco não. Assim, à medida que conformação, não se adota o resultados são coerentes, visto
a reação prossegue vai forman- estágio de passivação ou sela- que o estearato de zinco se for-
do o estearato de zinco insolú- gem, pois a camada de passi- ma como resultado da reação
vel que adere perfeitamente à vação interfere na reação com entre o estearato de sódio e a
superfície da camada fosfatiza- o estearato. Experiências reali- camada de fosfatos, portanto,
da. Ao se retirar o produto fos- zadas em uma empresa produ- a passivação interfere porque
fatizado da solução de sabão, tora de chapas fosfatizadas forma um barreira entre os
dois reagentes. Já o estearato
de sódio é retido por arraste,
Estereato de Sódio portanto, não depende da pre-
sença ou não da camada de
Estereato de Zinco Camada fosfatizada passivação, mas de outros fa-
tores, tais como: temperatura,
velocidade de remoção e con-
centração da solução de estea-
Figura 2 – Ilustração esquemática de uma camada de fosfato de zinco rato de sódio.
tratada com estearato de sódio (FREEMAN, 1988, p.93) Vários fatores devem ser le-
C & P • Março/Abril • 2010 31
No entanto, um aumento sig- aplicar sobre o sabão uma ca-

Estearato de Zinco formado (g/m2)


nificativo é verificado quando mada de óleo protetivo.
se aumenta o pH de 9 para É bom citar o fato de que
10. Acima de 10, novamente quanto maior a quantidade de
o aumento de pH exerce pou- estearato de zinco em relação
ca influência na quantidade ao estearato de sódio, melhor
de estearato de zinco forma- será a resistência à corrosão.
da. Assim sendo, é aconselhá- Isto é devido ao fato do esteara-
vel manter o pH próximo ao to de zinco ser insolúvel e
limite superior da faixa opera- hidrófobo. Assim, se a imersão
Figura 3 – Influência do pH do cional, ou seja, próxima a 10; no sabão for feita de maneira a
sabão na quantidade de estearato • a quantidade de sabão (estea- não favorecer a formação do
de zinco formada (Lorin, 1974, rato de sódio + estearato de estearato de zinco, a probabili-
p.178) zinco) é maior quanto maio- dade de ocorrência de corrosão
res são os cristais de fosfato durante o armazenamento e
vados em consideração para (BIESTEK & WEBER, 1976, transporte será maior (RAUSCH,
aumentar a eficiência da apli- p.158). 1990, p.247).
cação do estearato de sódio, a Além do estearato de sódio,
saber: estearato de cálcio, zinco ou Outros lubrificantes
• no caso de utilização de solu- alumínio também são utiliza- Em alguns casos, óleos lu-
ção de estearatos por imersão, dos. Uma seqüência típica de brificantes ou polímeros orgâ-
a vida útil da solução é limita- aplicação de sabão é a seguinte: nicos são utilizados como lu-
da pela contaminação com • fosfatização; brificante de superfícies fosfa-
metais pesados trazidos para • lavagem; tizadas destinadas à conforma-
dentro da solução por arraste. • neutralização; ção. A mistura de polímeros
A remoção dos metais pesa- • imersão em estearato; em pó com carbonato de cál-
dos pode ser realizada por • secagem. cio e pó de grafite, óleos emul-
centrifugação; O estearato de zinco é pou- sionáveis (concentração entre
• o arraste de soluções ácidas, o co solúvel, hidrófobo, alta- 10 % e 20 % e temperatura
que abaixa o pH da solução mente aderente e é um lubrifi- entre 70ºC e 80ºC) também
do sabão. Isto determina a cante muito potente para con- são utilizados (RAUSCH, 1990,
precipitação do ácido esteári- dições de pressão elevada a que p.232, 241).
co. Para evitar isto, deve-se superfícies metálicas são sujei- Para conformação muito
intercalar um estágio de neu- tas durante a conformação severa, grafite e dissulfeto (bis-
tralização com solução de mecânica, possibilitando que sulfeto) de molibdênio são
bórax, cal ou metassilicato de operações de conformação se- mais recomendados do que o
sódio (ver item anterior); jam realizadas a velocidades próprio sabão (RAUSCH, 1990,
• a quantidade de estearato de elevadas e com menor desgaste p.248). As excelentes proprie-
zinco formada aumenta com das ferramentas. dades lubrificantes destes dois
a temperatura da solução de A camada de sabão não é produtos devem-se a sua natu-
estearato de sódio (JAMES, capaz de conferir uma elevada reza lamelar: as lamelas escor-
1961, p.177); proteção contra corrosão. En- regam umas sobre as outras o
• quanto maior o tempo de saios realizados com camadas que melhora o desempenho.
imersão maior é a quantidade fosfatizadas com sabão em O dissulfeto de molibdênio
de estearato de zinco formada; câmara de névoa salina mos- pode ser aplicado por tambo-
• quanto maior o pH da solu- traram que após 24 horas já reamento (partículas de dissul-
ção de estearato de sódio (que ocorre corrosão vermelha em feto de molibdênio são tambo-
deve ser mantida entre 8 e 10) mais de 50% da superfície readas juntamente com as pe-
maior é a quantidade de ensaiada (LEITE et al., 2000). ças fosfatizadas), ou, por imer-
estearato de zinco formada. A Assim sendo, produtos fosfati- são das peças fosfatizadas em
dependência entre estas duas zados submetidos apenas a um suspensão aquosa de dissulfeto
grandezas está apresentada na tratamento suplementar de de molibdênio.
figura 3. Pode-se verificar que sabão não podem ser armaze- Na próxima edição, serão
a quantidade de estearato de nados em ambientes úmidos abordadas as características fí-
zinco aumenta pouco quando por tempos prolongados. Caso sico-químicas das principais
se aumenta o pH de 8 para 9. isto seja necessário deve-se camadas fosfatizadas.
32 C & P • Março/Abril • 2010
Referências bibliográficas Anais. São Paulo : ABTS, 2000
BIESTEK, T.; WEBER, J. 1976. Electrolytic (CD ROM). Zehbour Panossian
and chemical conversion coatings. 1st LORIN, G. 1974. Phosphating of metals. Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São
ed. Wydawnictwa : Porteceilles. Great-Britain : Finishing Publica- Paulo – IPT. Laboratório de Corrosão e
432p. tions. 222p. Proteção – LCP. Doutora em Ciências
BS 3189 : 1991; ISO 9717; 1990. RAUSCH, W. 1990. The phosphating of (Fisico-Química) pela USP.
Method for specifying phosphate con- metals. 1st.ed. Great Britain : Responsável pelo LCP.
version coatings for metals. London: Redwood Press, 416p. Célia A. L. dos Santos
British Standards Institution, 1990, Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São
15p. Paulo – IPT. Laboratório de Corrosão e
FREEMAN, D. B. Phospating and metal Proteção – LCP. Doutora em Química
pre-treatment. 1st ed. New York : (Fisico-Química) pela USP.
Industrial Press, 1988, 229p. Pesquisadora do LCP.
JAMES, D. Phosphate coating and lubrifi-
cation steel for cold extrusion. Sheet Contato com as autoras:
Metal Industries Special conference, zep@ipt.br / clsantos@ipt.br
p. 171-189, 207, March 1961. fax: (11) 3767-4036
LEITE, E.; SILVA, S. A. B.; FERREIRA FILHO,
A.; BONFIM, M. F.; OLIVEIRA, W.;
PANOSSIAN, Z.; ALMEIDA, L. A. B.
Otimização de produção de chapas
fosfatizadas em processos contínuos
para estampagem. In: Encontro
Brasileiro de Tratamento de
Superfície, 10. São Paulo, 2000,
Opinião

Luiz Alberto Ferla

Como medir a imagem em redes sociais


Para saber se sua empresa está atingindo o retorno desejado nas redes de relacionamento,
é necessário fazer as perguntas certas. E a primeira e mais fundamental é: qual seu objetivo?

ão valorize tanto os nú- O desafio está em avaliar o retorno das páginas de relaciona-
meros, mas sim o perfil mento para fins comerciais. É necessário ter clareza das metas que
do público com o qual se pretende atingir. O passo seguinte é entender que uma coisa é
está se relacionando nas redes gerar o chamado buzz (barulho), outra bem diferente é ele ser
sociais. revertido em favor dos seus negócios. Trocando em miúdos, quan-
Blog, Orkut, Youtube, Face- tidade não é sinônimo de qualidade. A dificuldade em mensurar o
book, Twitter, LinkedIn são pala- impacto nas redes sociais é tentar entender o sentimento das pes-
vras que compõem o universo soas que estão do outro lado da tela.
das mídias sociais e já fazem par- Credibilidade: no caso de blogs corporativos, vale registrar o ende-
te da vida de todos nós. Essas fer- reço em motores de busca especiais de mídia social para ver o resulta-
ramentas oferecem a seus usuá- do em um ranking para termos específicos. Tenha em mente que é
rios a possibilidade de se conec- necessário combinar estes números com alguma pesquisa qualitativa,
tar com amigos, firmar contatos respondendo a perguntas como: quais blogs estão ligados ao meu? Eles
profissionais e, por que não, são aqueles que seu público-alvo lê e respeita?
aproximar totais desconhecidos Dar para receber: no mundo das mídias sociais, vale a velha máxi-
para compartilhar informações, ma. Não valorize tanto os números, mas sim o perfil do público com
trocar experiências e descobrir o qual está se relacionando nas redes sociais. Dados comportamentais
afinidades. são um verdadeiro tesouro para quem fornece produtos e/ou serviços.
Trata-se de uma verdadeira Através de medidores é possível ver quantas pessoas marcaram o con-
febre on-line que tem despertado teúdo, quando o fizeram, e os comentários que foram publicados.
a atenção das empresas. Além de Microblog: mais e mais empresas estão monitorando as conversas
demarcar terreno nas redes dos microbloggers no Twitter para pegar os relatórios de reclamações
sociais, as companhias buscam e/ou comentários positivos. A tendência é responder a tweets sobre a
saber sobre o que falam dela nes- empresa, seja lá qual for o motivo. Para saber o que está sendo comen-
ses ambientes. No entanto, mui- tado no Twitter sobre a sua marca, produtos e outros temas corpora-
tos empresários ainda têm dúvi- tivos de interesse, vale conectar os termos de pesquisa no mecanismo
das quando o assunto é a rele- de busca do Twitter e monitorar os resultados.
vância dessas redes de relaciona- É tudo uma questão de sentimento: de nada vale a presença on-
mento como meio de comunica- line da empresa, se o público-alvo não participa ativamente deste rela-
ção para os negócios. Afinal, co- cionamento. A palavra de ordem é avaliar como os usuários estão inte-
mo medir a imagem de uma em- ragindo com as páginas da empresa.
presa nas redes sociais? Afinal, de que adianta um grande número de cliques diários no
Nem sempre, porém, esses blog, um monte de rostinhos nos grupos e comunidades da empre-
valores absolutos podem ser rela- sa e milhares de seguidores no Twitter se não há participação ativa
cionados diretamente ao impac- desse público? Todas as pessoas gostam de se sentir percebidas e no
to desejado aos negócios. Para ambiente on-line não é diferente. "Conversar" é a razão de ser das
obter respostas e saber se a sua redes sociais.
empresa está atingindo o retorno
desejado na rede, é necessário fa-
zer as perguntas certas. A primei- Luiz Alberto Ferla
ra delas e a mais fundamental: Administrador e engenheiro pós-graduado em planejamento estratégico é CEO Talk
qual é o seu objetivo? Interactive de relacionamento digital.

34 C & P • Março/Abril • 2010


Associados ABRACO

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A ABRACO espera estreitar ainda mais as parcerias com as empresas, para que os avanços tecnológicos e o estudo da corrosão sejam
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