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RESUMO
Dada suas dimensões geográficas e localização equatorial, o Brasil é considerado um dos países
com maior incidência de descargas atmosféricas. Estudiosos estimam que cerca de 60 milhões
de raios assolam o território brasileiro anualmente. Estes mesmos estudos indicam um aumento
significativo da ocorrência de descargas sobre grandes áreas urbanas em relação às áreas
vizinhas. Historicamente, foram criadas formas de proteção para minimizar os danos causados
não somente às pessoas, mas também aos equipamentos e instalações que estejam dentro de
uma edificação. Atualmente, os métodos aplicados para proteção são conhecidos como
Sistemas de Proteção contra Descargas Atmosféricas - SPDA, que são regulamentados pela
Norma Técnica Brasileira 5419 - Proteção de Estruturas contra Descargas Atmosféricas, a qual
é elaborada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas. Substituindo sua versão anterior
de 2005, a NBR 5419 foi atualizada em 2015 e trouxe um maior detalhamento e rigor no que
diz respeito à proteção interna e externa de estruturas. Deste modo, a presente pesquisa propõe-
se analisar o SPDA do hospital W R localizado na cidade de Mossoró/RN a fim de evidenciar
pontos de melhoria e necessidades de readequação normativa ou estrutural utilizando-se de uma
técnica bibliográfica e documental, analisando-se textos, pesquisas e outros dados escritos
encontrados na literatura acerca do tema em foco. Desta feita, tornou-se possível perceber que
a estrutura tem alguns pontos de melhoria e como se trata de um hospital em plena expansão,
gera a necessidade de se rever os critérios adotados no projeto inicial, refazendo toda análise de
risco com base na norma vigente.
ABSTRACT
Given its geographic dimensions and equatorial location, Brazil is considered one of the
countries with the highest incidence of atmospheric discharges. Researchers estimate that
1
Graduando em Engenharia Elétrica pela Universidade Potiguar – E-mail: brunorafael.s@hotmail.com
2
Graduando em Engenharia Elétrica pela Universidade Potiguar – E-mail: fernandafernandescosta78@gmail.com
3
Professor-Orientador. Mestre em Ciência da Educação. Docente do curso de Engenharia Elétrica na
Universidade Potiguar – E-mail: kayo.santiago@animaeducacao.com.br
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around 60 million lightning hits Brazilian territory annually. These same studies indicate a
significant increase in the occurrence of discharges over large urban areas in relation to central
areas. Historically, forms of protection have been created to minimize the damage caused not
only to people, but also to equipment and facilities that are inside a building. Currently, the
methods applied for protection are known as Lightning Protection Systems - SPDA, which are
regulated by the Brazilian Technical Standard 5419 - Protection of Structures against
Atmospheric Discharges, which is prepared by the Brazilian Association of Technical
Standards. Replacing its previous version from 2005, NBR 5419 was updated in 2015 and
brought greater detail and rigor with regard to the internal and external protection of structures.
In this way, the present research proposes to analyze the SPDA of the W R hospital located in
the city of Mossoró/RN in order to highlight points of improvement and needs for normative or
structural readjustment using a bibliographical and documental technique, analyzing texts ,
surveys and other written data found in the literature on the topic in focus. Therefore, it became
possible to comprehend that the structure has some improvement points and, as it is a hospital
in full expansion, it saw the need to review the standard adopted in the initial project, rebuilding
the entire analysis risk based on the current norm.
Key words: Protection systems; SPDA; atmosferic discharges; NBR 5419; lightning rod.
1 INTRODUÇÃO
O Brasil é um dos países com maior incidência de raios no mundo, o que pode ser
explicado por vários fatores, como o tamanho do território e a formação geológica. Além disso,
a localização geográfica do país, próximo a linha do equador, favorece as condições climáticas
ideais para a formação de tempestades elétricas. A proteção contra raios é uma das principais
preocupações de engenheiros e arquitetos em todo o mundo, especialmente em áreas urbanas,
onde a presença de edifícios altos e equipamentos eletrônicos sensíveis aumentam a
vulnerabilidade (PINTO JR.; PINTO, 2008; MENDES; DOMINGUES, 2002; ROSS, 1996).
Os Sistemas de Proteção contra Descargas Atmosféricas (SPDA), tem como finalidade
proteger edificações e tudo o que está em seu interior, desde equipamentos, instalações elétricas
e telecomunicações, até as vidas ali presentes. Com isso, é possível reduzir os danos materiais
a estrutura e amenizar impactos com manutenção corretivas e desligamentos (SOUZA et. al.,
2020).
A análise do SPDA é essencial para garantir a segurança de pessoas e equipamentos em
edificações de grande porte, tais como hospitais, escolas e prédios comerciais. A instalação de
um sistema bem dimensionado e projetado pode evitar danos à estrutura do prédio e prevenir
acidentes com pessoas. Além disso, a realização de Inspeções periódicas obrigatórias é uma
forma de garantir sua eficácia e o cumprimento da legislação, além de antecipar-se a possíveis
problemas. Através destas é recomendado manutenções, que podem ser requisitadas de forma
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corretiva imediata, bem como preventivas, que devem ser programadas pelo responsável das
manutenções do sistema. A utilização e execução da manutenção preventiva é uma forma de
antecipar-se a um problema, prolongando a vida útil do sistema e garantindo sua eficácia em
caso de descarga atmosférica (ALVES; GUIMARÃES, 2018).
Isto posto, é fundamental que as equipes de manutenção das instalações do
hospital estejam capacitadas para utilizar tecnologias de diagnóstico a fim de garantir a
eficiência e segurança dos sistemas de proteção contra descargas atmosféricas. A adoção de
medidas preventivas, como a utilização de tecnologias avançadas, pode contribuir
significativamente para a redução dos riscos associados às descargas elétricas no ambiente
hospitalar e em outras edificações de grande porte.
Deste modo, o presente artigo tem como finalidade analisar o projeto bem como
as instalações do sistema de proteção contra descargas atmosféricas de um hospital da cidade
de Mossoró em confronto a norma ABNT NBR 5419 - 2015, além das manutenções que são
realizadas periodicamente comparado ao acervo acadêmico disponível acerca do tema.
No que se refere ao método de pesquisa, será adotada uma técnica qualitativa e
exploratória, de caráter descritivo, onde será realizado o levantamento de dados na literatura
acerca do assunto, analisando a instalação concomitante à norma, bem como as medidas
preventivas adotadas e sua eficácia na manutenção.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
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Paulo, a maior cidade do Brasil, registrou um número significativo de raios em 2020.
A alta incidência de raios no Brasil pode ser explicada por vários fatores, como o
tamanho do território brasileiro e sua formação geológica, que favorece a ocorrência de
tempestades elétricas. Além disso, o clima tropical e úmido do país também contribui para a
formação de nuvens de tempestade. Outro fator que pode influenciar é a interferência humana
no meio ambiente, como o desmatamento e a urbanização desordenada (PINTO JR.; PINTO,
2008; MENDES; DOMINGUES, 2002; ROSS, 1996).
Em 2016, o INPE registrou uma média anual de 57 milhões de descargas atmosféricas
no Brasil, o que é uma quantidade significativa. Esses raios podem causar danos à infraestrutura,
incêndios florestais e até mesmo mortes de pessoas ou animais. É importante estar ciente desses
riscos e tomar medidas de precaução durante tempestades elétricas, como evitar áreas abertas e
ficar longe de objetos metálicos ou eletrônicos.
Dado o grande poder destrutivo de uma descarga elétrica, atrelado à falta de
conhecimento sobre sua intensidade, momento e localização, tornou-se necessário definir meios
de proteção para reduzir os possíveis danos causados por este fenômeno natural
(TERMOTÉCNICA, 2021).
Atualmente, a proteção contra raios é tida como uma das principais preocupações de
engenheiros e arquitetos em todo o mundo. Além disso, tem havido uma crescente demanda
pela aplicação de tecnologias mais avançadas para a fabricação de dispositivos de proteção
contra raios. Com o aumento do número de edifícios em áreas urbanas, a necessidade de
proteção contra raios se torna cada vez mais urgente (RAKOV, UMAN, 2003).
Devido ao impacto que as descargas elétricas podem ter em estruturas e equipamentos,
é importante que as medidas de proteção contra raios sejam implementadas de forma adequada.
Para isso, é necessário ser feita a análise de risco, conforme a norma, com um estudo
detalhado das características do local onde a instalação será feita, bem como das condições
climáticas da região. A partir dessas informações, é possível projetar um sistema de proteção
contra raios personalizado, que atenda às necessidades específicas de cada edifício (ALVES;
GUIMARÃES, 2018).
Além disso, é importante que as pessoas estejam cientes dos riscos associados às
descargas elétricas e saibam como agir em caso de uma tempestade. Medidas simples, como
evitar áreas abertas e não se abrigar sob árvores, podem ajudar a reduzir os riscos de ser atingido
por um raio.
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Embora as descargas elétricas sejam um fenômeno natural que não pode ser controlado,
é possível minimizar seus efeitos por meio da implementação de medidas de proteção
adequadas. Com a aplicação de tecnologias cada vez mais avançadas, é possível criar sistemas
de proteção contra raios cada vez mais eficazes, garantindo a segurança de pessoas e
equipamentos em todo o mundo (PINTO JR.; PINTO, 2008).
Portanto, os sistemas de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA) são essenciais
para garantir a segurança de pessoas e equipamentos em edificações. Em redes hospitalares,
essa proteção é ainda mais crucial, pois a falha em um equipamento pode comprometer a vida
dos pacientes.
A norma traz detalhes ainda quanto aos captores para descargas laterais de estruturas
altas e regras para o posicionamento do subsistema de captação lateral, onde estruturas com
mais de 60m de altura, podem ocorrer descargas laterais especialmente em pontas de canos e
em saliências significativas, como varandas, alpendres e marquises. As regras para o
posicionamento do subsistema de captação lateral nas partes superiores de uma estrutura devem
atender pelo menos aos requisitos para o nível de proteção IV.
A captação lateral, seja está instalada ou natural, e que atenda aos requisitos mínimos
para tal finalidade, deve ser interligada a condutores de descida instalados, ou deve ser
interligada a estruturas metálicas eletricamente contínuas na fachada ou, ainda, às armaduras
de aço do concreto armado dos pilares (ABNT NBR 5419-3, 2015).
Esses condutores podem ser as instalações metálicas, - desde que a continuidade elétrica
seja feita de forma durável e as dimensões estejam dentro do padrão definido pela norma para
condutores de descida -, as armaduras das estruturas de concreto armado eletricamente
contínuas, o vigamento de aço interconectado da estrutura e elementos da fachada, perfis e sub
construções metálicas das fachadas, - desde que suas dimensões estejam conforme aos
requisitos para condutores de descidas (ABNT NBR 5419-3, 2015).
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De todos os métodos, esse é o mais restritivo, pois quanto mais alta a edificação menor
será sua efetividade, portanto, normalmente o método de ângulo de proteção é utilizado em
edificações de pequeno porte ou para a proteção de estruturas específicas no alto das
edificações, como antenas parabólicas ou de radiotransmissão, placas de aquecimento solar,
entre outros (MAGALHÃES; DUTRA, 2012).
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Figura 6 - Figura 8 do guia básico e orientativo sobre proteção contra raios
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modificação na edificação, é necessário realizar uma nova medição ôhmica para verificar se as
alterações não afetaram a eficácia do sistema.
Em uma rede hospitalar, a manutenção do SPDA deve ser realizada com ainda mais
rigor, devido à sensibilidade dos equipamentos e à importância dos serviços de saúde prestados.
Por isso, é recomendado que a empresa responsável pela manutenção tenha experiência na área
hospitalar e que os profissionais envolvidos recebam treinamento específico
(TERMOTÉCNICA, 2021).
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Determinado a faixa de risco no hospital, o primeiro passo para a análise do SPDA é
avaliação da arquitetura do prédio, de forma a melhor planejar qual será a metodologia utilizada.
A depender da necessidade pode ser utilizado mais de um tipo de sistema, de forma conjugada,
a fim de proteger estruturas não contempladas pelo método inicialmente definido.
O SPDA deve ser composto por diversos elementos, tais como: hastes de captação,
condutores de descida, malha de aterramento e dispositivos de proteção. A análise do sistema
de proteção deve ser realizada periodicamente para garantir que ele esteja funcionando
corretamente e atendendo às normas técnicas.
Neste sentido, o aterramento elétrico desempenha um papel de grande importância no
que se refere à segurança à vida do paciente e deve ser dimensionado a partir da combinação
das normas técnicas específicas, baseando-se nas características e particularidades de cada
edificação, sempre visando a garantia da qualidade dos serviços de saúde (BUSS, 2016).
A medição da resistência de aterramento, é um dos itens de fundamental importância,
tanto após a instalação, como também na realização das inspeções, que deve ser realizada por
um profissional qualificado, conforme a norma ABNT NBR 5419, a qual estabelece que a
resistência de aterramento deve ser inferior a 10 ohms.
Outro aspecto importante a ser avaliado é a disposição das hastes de captação. Elas
devem ser instaladas em locais estratégicos, de forma a minimizar os riscos de impacto direto
de raios. Além disso, é necessário verificar se as hastes estão em boas condições e se sua altura
está adequada.
Os condutores de descida também devem ser avaliados, verificando-se se estão em boas
condições e se sua instalação está de acordo com as normas técnicas. A norma ABNT NBR
5419 também estabelece que os condutores devem ser instalados em trajetos retos e verticais,
evitando-se curvas acentuadas.
Por fim, é necessário verificar se os dispositivos de proteção estão funcionando
corretamente, realizando-se testes de continuidade e funcionamento. Caso haja falhas, é preciso
substituí-los imediatamente.
Portanto, a análise do sistema de proteção contra descargas atmosféricas de um hospital
é fundamental para garantir a segurança de pacientes e equipamentos. A realização periódica
dessa análise por profissionais qualificados é essencial para detectar e corrigir possíveis falhas
no sistema (TERMOTÉCNICA, 2021).
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A manutenção do SPDA em uma rede hospitalar deve incluir a limpeza dos captadores
e a verificação do estado das malhas de aterramento. Além disso, é importante realizar uma
vistoria nas instalações elétricas para identificar possíveis problemas que possam afetar a
eficácia do sistema (ALVES; GUIMARÃES, 2018).
Isto posto, entende-se que realizar a manutenção do SPDA é um aspecto fundamental
para garantir a segurança das edificações e equipamentos em uma rede hospitalar. Sendo
necessário seguir as normas técnicas e contar com profissionais especializados para realizar as
inspeções e manutenções necessárias.
Buss (2016), elucida que para garantir a segurança elétrica e o adequado funcionamento
dos equipamentos médicos, é necessário que as instalações e equipamentos sejam seguros e que
os dispositivos de segurança elétrica estejam em perfeito funcionamento.
Para ele, o aterramento elétrico é uma solução fundamental para a segurança elétrica e
para o adequado funcionamento dos equipamentos médicos, mas depende de outros elementos
das instalações elétricas para garantir a assistência segura à saúde. O objetivo principal de sua
pesquisa é propor uma configuração para o aterramento elétrico de um estabelecimento
assistencial de saúde que proporcione segurança às pessoas, funcionalidade às instalações
elétricas e compatibilidade eletromagnética aos equipamentos médicos.
Nesse sentido, foi utilizado o guia básico da Termotécnica (2021) como um documento
de orientação. Ele é baseado na experiência da empresa em instalação, fabricação, projeto e
consultoria técnica, e fornece orientações técnicas e práticas sobre como implementar esses
sistemas de forma eficiente e segura.
O objetivo deste guia é fornecer informações acessíveis sobre a instalação de SPDA,
tornando o assunto compreensível. Além disso, ele segue as normas NBR 5419/2015 e IEC
62305, garantindo que as orientações contidas nele sejam atualizadas e relevantes.
Magalhães e Dutra (2012), em seu acervo, esclarecem possíveis dúvidas quanto a
necessidade, projeto e dimensionamento de um Sistema de Proteção contra Descargas
Atmosféricas (SPDA) tanto para edificações existentes quanto à serem construídas. Além disso,
recomendam a instalação ou adequação em edificações de Organizações Militares da Marinha,
frisando sobre a importância de manter a documentação do sistema instalado, incluindo o
projeto original, desenhos técnicos e ordens de serviço de manutenção. Para os autores, um
SPDA bem dimensionado diminui significativamente a ocorrência de danos causados por
descargas atmosféricas.
Souza et. al. traz que o Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas (SPDA) são
estruturas projetadas para proteger edificações, equipamentos e pessoas de danos causados por
raios. Com a finalidade de minimizar os efeitos danosos de descargas atmosféricas, o SPDA é
desenvolvido para interceptar, conduzir e dissipar a energia elétrica gerada pelos raios.
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Portanto, o SPDA serve de proteção às edificações e tudo o que está em seu interior,
desde equipamentos, instalações elétricas e telecomunicações, até as vidas ali presentes. Com
isso, é possível reduzir os danos materiais a estrutura e amenizar impactos com manutenção
corretivas e desligamentos.
Sabendo que a norma técnica brasileira ABNT NBR 5419/2015 é a vigente para
sistemas de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA) e que inspeções periódicas são
importantes para garantir a segurança das estruturas e das pessoas, mas muitas vezes são
esquecidas, Silva (2019), em seu projeto, visa verificar a necessidade e viabilidade de mudanças
nos sistemas existentes da UTFPR Sede Ecoville, que, segundo ele foram projetados conforme
versões anteriores da norma. Por fim, constatou-se a necessidade de readequação para a norma
atual.
Deste modo, a presente pesquisa inspirou-se a analisar o SPDA de um hospital
localizado na cidade de Mossoró/RN a fim de evidenciar pontos de melhoria e necessidades de
readequação normativa ou estrutural.
3 METODOLOGIA
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e ainda será realizada a análise de conteúdo, que busca a exploração e tratamento dos resultados,
promover interpretações e inferências sobre o objeto de estudo.
Na presente pesquisa seguirão as seguintes etapas:
1) levantamento, coleta e análise de dados e de informações dispostas em normas,
websites e manuais, além do acervo acadêmico sobre o assunto, com o intuito de evidenciar, à
luz da ABNT NBR 5419/2015, os pontos de melhoria que podem ser realizados no sistema de
proteção contra descargas atmosféricas da unidade hospitalar que será analisada.
2) será utilizado o projeto de instalação do SPDA da unidade hospitalar, bem como o
laudo técnico do SPDA, emitido na última inspeção pela empresa responsável pelo projeto,
além de inspeção visual do sistema para análise e posteriormente resultado da pesquisa, se
fazendo necessário ir a campo coletar os dados e imagens no sentido de gerar um relatório e
evidenciar os pontos de melhoria.
Com a finalidade de servir de contribuição tanto no meio acadêmico quanto social, o
presente estudo tem por objetivo entender e analisar o sistema de proteção contra descargas
atmosféricas em uma unidade hospitalar localizada na cidade de Mossoró, no Estado do Rio
Grande do Norte, bem como evidenciar os pontos de melhoria com o intuito de aprimorar a
eficácia do sistema, entendendo a importância do hospital para a comunidade.
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Tendo em vista que o empreendimento já passou por várias expansões ao longo dos anos em
que está em funcionamento, a estrutura como um todo é bem heterogênea.
Tendo em vista a geometria e estrutura do edifício, e para obter uma melhor eficiência
do SPDA, o sistema de proteção foi realizado pelo método das malhas ou “gaiola de Faraday”,
como é mais comumente conhecido.
Para Creder (2016), esse método tem bom desempenho em edificações de grande área
de cobertura com estrutura metálica e continuidade elétrica nas ferragens estruturais e
aterramento em fundação.
Figura 7: Estrutura predial do hospital
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4.1 PROJETO DO SISTEMA DE PROTEÇÃO CONTRA DESCARGAS ATMOSFÉRICAS
É possível perceber que todos os captores são interligados por uma malha, feita com
barra chata de alumínio de 1” x ⅛”, que corresponde a uma área de seção de 80,6 mm², criando
a gaiola de proteção.
A tabela 6 da NBR 5419-3 de 2015 estabelece os materiais a serem escolhidos com suas
respectivas seções mínimas, onde o condutor de alumínio deve ter pelo menos 70 mm² de área
de seção.
Conforme pode ser visto na figura 9, a malha percorre toda parte superior da estrutura,
formando a espécie de xadrez, onde é equipotencializada com qualquer objeto metálico que
esteja em cima do edifício (como tubulações metálicas, escadas, entre outros), isso se faz
necessário pois em uma possível tempestade de raios esses objetos podem atuar como captores.
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Figura 9 - Condutor da malha de equipotencialização
As descidas estão distribuídas em onze pontos, responsáveis por conduzir a energia das
descargas até a terra, fazendo o caminho até a malha de aterramento para ser dissipada sem
prejuízo à estrutura e ao seu conteúdo. O material utilizado também é a barra chata de alumínio
de 1” x ⅛”.
Neste caso das descidas a NBR 5419-3 traz a tabela 4 com informações referente aos
valores da distância dos condutores, onde, a depender da classe do SPDA, determina-se uma
distância mínima, com margem de no máximo 20% acima dos respectivos valores de referência.
Por fim temos a malha de aterramento, composta por treze hastes de cobre, situadas em
caixas de inspeção 30x30cm. Do total de hastes, nove delas estão interligadas por um condutor
de cobre nú de 70mm², como forma de equipotencializar o aterramento, as demais estão
interligadas individualmente ao respectivo condutor de descida, isso se deu por serem situadas
ao lado e aos fundos do hospital, onde existem prédios vizinhos colado a estrutura, o que
impossibilitou a construção de uma calha para passagem do condutor.
No que diz respeito ao sistema de aterramento, a norma o traz como um item que deve
ser bem estudado, como forma de melhor arranjar sua montagem. Como o SPDA foi instalado
posteriormente à construção da estrutura, não foi possível utilizar a armadura do prédio, logo a
malha de aterramento tem que seguir especificações para garantir a dissipação da corrente em
caso de uma possível descarga. O Item 5.4 da parte 3 da NBR 5419 vem com as especificações
necessárias a um bom aterramento.
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Em relação às conexões dos captores até as barras de alumínio, bem como as das
descidas até as hastes de aterramentos são feitas com condutores de cobre nu, com seção de
35mm². Esse material deve estar de acordo com as recomendações presentes no normativo.
Apesar de o SPDA ter sido projetado e implementado há alguns anos, a estrutura conta
com inspeções e manutenções periódicas com o intuito a garantir a eficiência e eficácia
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O setor responsável pela manutenção preditiva do hospital informou que os reparos
relativos à parte do trecho da barra chata de alumínio ainda não foram realizados. Apesar de o
rompimento não gerar uma descontinuidade no sistema, segundo o laudo, é de suma
importância que seja feito o reparo para que em uma possível atuação, não se venha a ter falhas.
Foi observado, ainda, que existe outro trecho com rompimento da barra chata, em uma
das descidas, como aparece na figura 13. Este é um trecho fundamental, numa possível atuação,
o qual não pode ser negligenciado o reparo do mesmo.
Dado que imóvel já passou por reformas e expansões, é possível associar que essas
alterações estruturais foram o motivo desta descida estar desconectada da malha superior,
gerando uma irregularidade que pode vir a comprometer o funcionamento do sistema.
Mais algumas amostras e medições foram realizadas durante a inspeção e serviram de
base para avaliação do sistema. As figuras que seguem adiante, no artigo são de autoria da
equipe técnica responsável pela vistoria do SPDA, retiradas do laudo que nos foi concedido
acesso para que se tivesse embasamento na hora da avaliação e ilustram o teste de continuidade
realizado com o miliohmímetro.
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Figura 14 - Relatório técnico de aferição do SPDA pr-01
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Figura 15 - Relatório técnico de aferição continuidade do SPDA pr-02
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Temos, ainda, como forma ilustrativa, a figura 19 e 20, referente ao teste de resistência
ôhmica, realizado conforme relatado na seção anterior, com o terrômetro digital. Na imagem é
possível ver o resultado e confirmar a conformidade com o que é estabelecido na norma que faz
todo o referencial para aterramentos.
Figura 19 - Relatório de medição da malha de aterramento
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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Dessarte, para os próximos estudos relacionados ao tema, dado que foi constatado que
o prédio já passou por várias reformas, sugere-se realizar, além de uma inspeção utilizando-se
de equipamentos de medição, uma análise de risco do sistema de proteção para se adequar às
reestruturações do edifício a fim de garantir uma maior eficiência do SPDA.
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REFERÊNCIAS
ANVISA. RDC nº 50, de fevereiro de 2002. Dispõe sobre regulamento técnico para
planejamento, programação, avaliação, elaboração de projetos físicos de EAS.
Ministério da Saúde. 2002. Disponível em:
<https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2002/rdc0050_21_02_2002.html> Acesso
em: 15 Mai. 2023.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
INPE/ELAT - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais/ Grupo de Eletricidade
Atmosférica. Disponível em:
<http://www.inpe.br/webelat/homepage/menu/relamp/relampagos/caracteristicas.da.corrente.e
letrica.php > Acesso em: 18 Mai. 2023.
PINTO, I. A.; PINTO JR., O. Relâmpagos. 2. ed. São Paulo: BRASILIENSE, 2008.
RAKOV, Vladimir A.; UMAN, Martin A. Lightning: Physics and Effects. New York, USA:
Cambridge University Press, 2003.
SOUZA et. al.. SPDA: sistemas de proteção contra descargas atmosféricas: teoria,
prática e legislação - 2. ed. – São Paulo - ed. Érica, 2020.
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