Oportunidades para o Mercado Contabil

8 OPORTUNIDADES
PARA O MERCADO
CONTÁBIL
• DIA DO PROFISSIONAL DE CONTABILIDADE •

• 8 OPORTUNIDADES PARA O MERCADO CONTÁBIL •
Introdução 03
História da contabilidade 04
A contabilidade no Brasil 05
Guarda-livros 07
Novas oportunidades 08
Capítulo 01 - Recuperação Tributária 09

Capítulo 02 - BPO Financeiro 17
Capítulo 03 - Gestão 23
Capítulo 04 - Planejamento Tributário 28
Capítulo 05 - Auditoria 37
Capítulo 06 - Perícia 45
Capítulo 07 - Compliance 53
Capítulo 08 - Controller 58
02
INTRODUÇÃO
No dia 25 de abril é comemorado o Dia do Profissional

da Contabilidade. A data é importante para refletir
sobre a transformação da profissão ao longo do
tempo.
Segundo um levantamento do Instituto de Pesquisa

Econômica Aplicada (Ipea), a contabilidade está
entre as dez profissões com a maior taxa de
ocupação no país.
A pesquisa, revela que 93,87% dos profissionais da

contabilidade estão empregados e trabalhando em sua
área de atuação.
Grande parte desses contadores ainda atuam

exclusivamente no modelo de cumprimento de
obrigações principais e acessórias, assim como nos
primórdios da profissão.
03
HISTÓRIA DA
CONTABILIDADE
A contabilidade surgiu no início da civilização, com a
necessidade do homem de controlar e armazenar seus
bens.
Há historiadores que afirmam que a contabilidade

surgiu há 2.000 anos a.C. Os primeiros exemplos de
contabilização foram encontrados na Suméria e
Babilônia, hoje, Iraque, além do Egito e China.
Os comerciantes trocavam seus produtos e, de forma

simples, anotavam suas obrigações, direitos e bens de
terceiros.
À medida que os negócios cresciam, os donos dos

comércios se preocupavam em mensurar as
quantidades vendidas. Ou seja, buscavam alcançar
maior rentabilidade, o que resultaria no aumento de
seus patrimônios.
Ao longo do tempo, a forma de contabilização foi se

tornando cada vez mais eficaz, além do
controle sobre seus bens e propriedades, logo
surgiram os métodos mais eficazes que facilitaram a
contabilidade da humanidade sobre seus negócios.
04
A CONTABILIDADE
NO BRASIL
No Brasil, a contabilidade ganhou destaque com a
chegada da Família Real por meio da fiscalização de
receitas e despesas.
Na época, também foi criado o Banco do Brasil, que

passou a emitir cédulas e moedas.
O aumento de gastos passou a exigir um maior

controle das contas públicas do Estado, fato que
contribuiu com a implantação do órgão conhecido
como Erário Régio.
O Erário Régio buscava justamente evitar a dispersão

das cobranças e despesas. Com isso, foi introduzido o
método de partidas dobradas, no qual se contabilizava
que para cada débito existe um crédito.
05
A primeira evidenciação oficial de escrituração e

relatórios contábeis ocorreu então, em 1808, pelo
Príncipe D. João VI.
Estavam habilitados a executar escrituração somente

aqueles que tivessem estudado aulas de comércio, que
lhes preparavam para o exame na Junta Comercial.
06
GUARDA-LIVROS
Até 1960, os profissionais contábeis eram chamados

de guarda-livros por terem a função de registrar dados
e organizar os livros mercantis das empresas.
Aos poucos, observou-se que quem estudava

contabilidade não se limitava apenas em escriturar e
guardar livros, pois era necessário que se detalhasse e
a explicasse os seus significados.
Com isso, foi definido que a contabilidade era uma

ciência do controle econômico, com o objetivo de
auxiliar as entidades na tomada de decisão, por meio
de informações úteis e precisas.
Entre os principais benefícios estão maior controle

financeiro da entidade; segurança jurídica e financeira
para a empresa; facilitação em comprovar, caso
necessário, por meio de documentos as variações
patrimoniais ocorridas na empresa.
Hoje, mais do que reunir dados financeiros e

tributários, o profissional pode desenvolver um
trabalho integrado com o cliente, focando nas suas
necessidades.
07
NOVAS
OPORTUNIDADES
A área contábil tem gerado cada vez mais
oportunidades de atuação. Hoje, os contadores podem
auxiliar na tomada de decisões das empresas, de
modo a alcançar os objetivos do negócio.
Por isso, o Portal Contábeis convidou profissionais que

são referências no mercado para contar os segredos
das áreas mais promissoras dentro desse universo.
08
RECUPERAÇÃO
TRIBUTÁRIA CAPÍTULO 01
POR ANDERSON SOUZA

CONTADOR, EMPRESÁRIO E ESPECIALISTA EM RECUPERAÇÃO TRIBUTÁRIA
O que é recuperação tributária?
Recuperação tributária é a possibilidade de recuperar

impostos e contribuições pagas a mais pelos
contribuintes dentro de um determinado período.
Em atos administrativos, no qual não necessita

discussão judicial, o período para realização da
recuperação é dos últimos 60 meses.
Para os processos judiciais, o período permitido será

determinado pelo tempo que o processo permanecerá
no judiciário até seu julgamento final.
Os valores pagos a maior pelos contribuintes, podem

ocorrer por diversos fatores, erro na escrituração fiscal,
falta de conhecimento sobre determinada legislação,
pelo avanço de determinado assunto pelo judiciário ou
pelos órgãos governamentais.
09
Quando você começou nessa área e por que a

escolheu? Quais são as oportunidades dessa
área?
Eu não escolhi o mundo tributário, ele me escolheu.

O falecimento do meu pai na minha adolescência deu
uma reviravolta na minha vida. Eu já trabalhava desde
os 13 anos de idade, mas a partir daquele momento eu
necessitava de algo mais, pois minha mãe e eu
precisávamos nos manter em nossa nova vida.
Foi quando optei em fazer um curso técnico de

contabilidade junto ao ensino médio, e essa foi a
grande oportunidade que a vida me proporcionou.
Em 2002 consegui entrar em uma advocacia em São

Paulo, com foco em recuperação tributária e essa
contratação foi graças ao curso técnico de
contabilidade. Iniciei na empresa como auxiliar
administrativo e saí como líder de equipe. Atuei em
diversas empresas nacionais e multinacionais em
diferentes locais do Brasil.
Nesse período, aprendi muito sobre o mundo

tributário. Passei a ter a certeza de que fui pescado por
esse mercado e não largaria nunca mais. Para mim, já
estava definida a minha carreira profissional.
Comecei a trabalhar em diversas empresas, mas não

de consultoria, pois atuava no departamento fiscal de
indústria. Meu intuito era conquistar o maior tempo de
experiência possível com culturas empresariais
distintas.
10
O engraçado é que, a cada empresa que eu passava,

percebia o quão obscuro era o mundo tributário
para esses negócios. Então, passei a utilizar o meu
conhecimento adquirido e aplicar nas empresas.
Geralmente, em menos de um ano eu já estava

ocupando cargos de coordenação, pois o setor
tributário é muito oneroso ao negócio. Imagine um
profissional que nos primeiros meses consegue
restituir grandes quantias de valores que
estavam no arquivo morto? É o sonho de
qualquer empresário!
Em 2009, com a enxurrada de produtos sendo

enquadrados na substituição tributária do Imposto
sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS),
fui procurado por pessoas que conheci nas empresas
que passei. Foi quando resolvi deixar o mundo celetista
para prestar consultorias, entrando de vez no
empreendedorismo tributário, no qual, estou.
Até hoje, me desperta o interesse nesse mercado.

Muitas empresas continuam sendo mal assessoradas
tributariamente. E com a evolução da tecnologia,
sonegar não é uma opção. Para se tornarem
competitivas no mercado, precisam contar com
profissionais que irão criar estratégias
tributárias, possibilitando ter melhores margens
e possibilidade de expansão de mercado.
É um mercado que só cresce!
11
Qual é a oportunidade desse mercado?
No mundo contábil e jurídico, atuar com recuperação e

planejamento tributário é a certeza dos melhores
ganhos desse mercado.
Os valores envolvidos nesses processos são muitos

expressivos. É por isso que é um mercado em grande
expansão.
Os valores envolvidos nesses processos fazem muita

diferença para o cliente e para o consultor, veja o
seguinte exemplo:
A MÉDIA DE RECUPERAÇÃO TRIBUTÁRIA DE UMA EMPRESA DO SIMPLES

NACIONAL, COM FATURAMENTO MÉDIO DE R$ 150 MIL POR MÊS, É DE R$
60 MIL, CONSIDERANDO UMA RESTITUIÇÃO DOS ÚLTIMOS 60 MESES.
PERCEBA QUE ESSE VALOR REPRESENTA 40% DA RECEITA DE UM MÊS

DESSA EMPRESA, E PARA QUEM ESTÁ PRESTANDO O SERVIÇO,
GERALMENTE COBRA 30% SOBRE O ÊXITO, VEJAMOS: R$ 60.000,00
(CRÉDITO RESTITUÍDO) X 30% (HONORÁRIOS) = R$ 18.000,00
SE EM UMA ÚNICA EMPRESA O PROFISSIONAL CONQUISTA R$18 MIL DE

HONORÁRIOS EM UM ÚNICO TRABALHO, AGORA IMAGINA QUANDO
ISSO SE TORNA UM VERDADEIRO NEGÓCIO QUE INICIA O PROCESSO DO
TRABALHO EM MASSA?
Infelizmente, muitos profissionais da área contábil não

visualizam a potência desse mercado. Na maioria das
vezes, imaginam que o cliente será fiscalizado, que não
é legal, ou seja, situações inexistentes e que só servem
de desculpas para alimentar a procrastinação.
12
Precisa ter algum tipo de formação específica

para essa área?
Existem diversos tipos de trabalhos que podem ser

executados no universo tributário. Para alguns tipos,
não é necessário nenhum tipo de formação, apenas
conhecimento, como por exemplo, os trabalhos
administrativos que só dependem de processos
eletrônicos.
Em outros casos, a atuação já depende de formação.

Nas teses tributárias, por exemplo, é necessário que o
trabalho seja realizado por um advogado(a). Já um
trabalho específico de retificação, deverá ser feito por
um contador (a).
O mercado é muito amplo e tem espaço para todo

mundo.
Por onde começar?
A melhor forma de iniciar nesse mercado é pelos

estudos, entendendo como funciona o sistema
tributário brasileiro, seus diversos regimes tributários e
ir se aprofundando nos detalhes de cada regime.
Ao entrar no mercado, o profissional percebe que

somente fazer o básico de forma correta já é um
grande diferencial devido ao desconhecimento de
quem atua na área e, por isso, acaba penalizando as
empresas com pagamentos a maior de tributos.
13
Com o tempo, esse profissional passa a entender

que as oportunidades estão em realizar as
operações aplicando a legislação correta,
aproveitando as novas oportunidades que vão
surgindo com as diversas discussões no judiciário.
O mais importante para ter sucesso nessa área é se

manter atualizado e sair na frente quando surgem as
oportunidades.
O mercado tributário é formado por assuntos

momentâneos. Surge uma oportunidade hoje, que vai
gerar muitos honorários, mas daqui um tempo, esse
trabalho não trará mais frutos. Então, estar atualizado
faz com que a fábrica de oportunidades seja
alimentada constantemente pelo seu conhecimento.
O segredo é nunca parar de estudar!
Como precificar o serviço?
Os serviços são precificados por percentual sobre o

êxito, ou seja, quando o cliente realmente ganha o
benefício, ele paga os honorários do profissional.
Êxito é o nome que fornecemos quando realizada a

operação de recuperação tributária, ela pode ocorrer
quando o cliente compensa um determinado tributo
ou recebe o valor do crédito em conta corrente.
14
O fato que os honorários sempre serão cobrados

quando efetivamente o cliente tiver um ganho
financeiro ou por deixar de pagar um determinado
tributo ou por ter recebido sua restituição.
Uma outra modalidade de cobrança é o valor fechado,

que, muitas vezes, por serem valores expressivos, o
cliente opta por pagar antecipado pelo trabalho com
um valor reduzido. Dependendo da situação pode ser
interessante pelo efeito caixa imediato no trabalho que
está sendo realizado.
Uma das desvantagens desse mercado é o fluxo de

caixa que o profissional precisa possuir.
Isso porque os trabalhos de recuperação de créditos
tem prazos variáveis: alguns são rápidos, outros
demorados. Não tem como prever um recebimento
efetivo, pois depende da análise por parte dos órgãos
competentes.
Alguns trabalhos, como do Simples Nacional,

geralmente o recebimento ocorre de 30 a 60 dias. Já no
Lucro Presumido e Real, o prazo é maior, podendo
ocorrer em até 60 meses.
Ter uma organização financeira, ajudará o crescimento

do negócio.
15
Dicas para quem quer começar na área
O segredo para quem quer iniciar nessa área e ser

um profissional de sucesso é ter foco e visão
empreendedora.
Esse é um mercado que geralmente é tratado apenas

pela diretoria da empresa, mas conhecendo o sistema
tributário, você passa a ser uma peça importante e
valiosa, não mais um trabalhador comum.
O profissional que entende sobre negócios passa a ter

uma condição privilegiada em uma reunião por
entender melhor a dor do seu cliente.
O sucesso de um negócio não está simplesmente em

ter conhecimento técnico sobre um determinado
assunto. É preciso saber explorar o mercado.
Confie no seu potencial e aposte na união da técnica

com a visão empreendedora. Isso o tornará em um
profissional diferenciado no mercado.
16
BPO
FINANCEIRO CAPÍTULO 02
POR PEDRO NERY

EMPRESÁRIO CONTÁBIL E INFLUENCIADOR DIGITAL
O que é BPO Financeiro?
O BPO Financeiro é uma sigla em inglês que significa

Business Process Outsourcing. Em português, a
terceirização de processos de negócios, neste acaso,
terceirização do processo de gestão financeira das
empresas.
Um levantamento realizado pela plataforma oHub,

que conecta empresas a fornecedores de serviços
B2B, mostrou que o BPO Financeiro estava em
quarto lugar entre os 10 serviços mais procurados
por empresas de São Paulo no final de 2021.
A terceirizada departamento financeiro das empresas

contribui para que os empresários e os gestores
dominem seus números de maneira mais clara e mais
rápida do que fariam por conta própria.
Isso também resulta em economia muitas vezes, já que

a terceirização é mais barato do que ter um funcionário
dedicado especificamente para essa atividade em uma
empresa de pequeno porte, por exemplo, correndo o
risco de alguma operação sair errada.
17
Então, a contratação dos serviços de BPO Financeiro

oferece três pontos importantes para os empresários:
números em menos tempo, com menos esforço e com
menos custo.
Quem pode oferecer o serviço de BPO Financeiro?
O serviço de BPO Financeiro, a atividade administrativa,

pode ser oferecido por diferentes profissionais, como
contadores, financistas, administradores, engenheiros,
entre outros, uma vez que não é uma atividade de
competência exclusiva de nenhuma categoria
profissional em gestão financeira.
Contudo, os contadores contam com uma grande

vantagem estratégica para oferecer o BPO Financeiro,
uma vez que eles já contam com a confiança dos
empresários pelo fato de toda empresa, todo CNPJ
ativo, com exceção dos MEIs, precisa de um contador.
O contador é um profissional de construção da

sociedade, um profissional obrigatório para a maioria
das empresas e que já tem acesso ao faturamento das
empresas de seus clientes, assim como dos impostos,
dos gastos, entre outros dados.
Então, nessa corrida por conquista de mercado,

basta o contador ter interesse pela área e
aproveitar esse canal de acesso de confiança já
existente com o empresário e ele terá vantagem
para se dispor a fazer o controle financeiro não só a
contabilidade, depois que termina o mês, mas fazer o
financeiro em tempo real para o empresário.
18
Portanto, sabemos que qualquer profissional que tem

habilidade, conhecimento e experiência na área
financeira pode fazer esse serviço de BPO, mas os
contadores têm um diferencial, uma vantagem
competitiva com os seus clientes.
Quando começar nessa área e por quê a escolher?
O BPO Financeiro traz uma oportunidade incrível para

os contadores. Atuar nesse mercado ajuda esses
profissionais a serem mais valorizados, ao passo que
eles conseguem ajudar as empresas a dominar as
finanças e acabar com uma doença empresarial
terrível, que é da cegueira financeira, quando
empresários governam seus negócios sem enxergar
para onde estão indo.
Por diversas vezes, inclusive, o contador é muito mais

valorizado por esse serviço de gestão financeira do que
pela conformidade tributária, conformidade
trabalhista, etc. O empreendedor tende a ver mais
valor na clareza da gestão financeira do que no
cumprimento do eSocial e do SPEED, por exemplo.
O contador também é melhor remunerado, porque o

BPO Financeiro é um serviço de contrato recorrente.
Então, todo mês o contador terá uma nova receita
recorrente adicionada, porque ele pode gerar
faturamento mês a mês para o seu cliente, às vezes até
dobrando o valor dos honorários. Então ele consegue
cobrar mais caro do cliente e às vezes dobrando o valor
de ticket médio por cliente pelo BPO Financeiro.
19
O contador também consegue conquistar mais

clientes, uma vez que esse contador ajuda não só na
conformidade, mas ele também ajuda na gestão
financeira. Ele é um contador mais convincente, é um
contador mais atraente para os empresários, e é muito
melhor você ter ao seu lado um contador que pode
ajudar na gestão do que só o contador que fas
conformidades, que só entrega o básico.
Por fim, o BPO Financeiro permite acabar com a

contabilidade atrasada das empresas e fazer
contabilidade em tempo real, porque uma vez que o
financeiro está sendo processado, você pode importar
os lançamentos feitos para o financeiro para o setor
Contábil, no processo de escrituração contábil, e uma
contabilidade que demorava 7 ou 8 horas para ser
feita, passa a poder ser feita em 50 minutos.Então, o
BPO Financeiro otimiza o fechamento contábil e
permite fazer contabilidade para todos.
Esses são os principais motivos pelo qual você deve

começar agora a oferecer o BPO Financeiro, porque
seu cliente precisa de ajuda na gestão financeira e
você, contador, precisa ser mais valorizado e melhor
remunerado.
20
Dá para ganhar mais com BPO? Como precificar?
Sim! É totalmente possível aumentar o faturamento

com o BPO Financeiro e até mesmo dobrar seu
faturamento com os clientes, uma vez que a empresa
vai pagar não só o contrato mensal dos serviços
contábeis, mas também vai passar a pagar o contrato
mensal de terceirização da assessoria financeira, o que
muitas vezes é maior até mesmo que o contrato de
contabilidade, depender do volume do cliente.
A precificação deve levar em consideração o volume

de trabalho que o cliente impõe. Isso envolve o
número de lançamentos a serem lançados e
conciliados, o número de contas bancárias, o
número de operações a serem registradas, mas
também deve levar em conta a capacidade
financeira da empresa.
A empresa tem condições financeiras de pagar um

serviço melhor? Ela tem condições de contratar
serviços mais desenvolvidos? Não só às vezes a
terceirização do financeiro, mas quem sabe inteligência
financeira também, reuniões de análise dashboard,
gráficos e indicadores, e se ela tem menos capacidade
financeira, só a terceirização da tesouraria, contas a
receber, contas a pagar e conciliação,.
Então a precificação depende do pacote de serviço que

é adicionado, se é somente essa conciliação de
recebíveis e a apagar ou também indicadores e volume
de serviço.
21
Como agregar esse serviço no escritório contábil?

Por onde começar?
O primeiro passo para oferecer o serviço de

terceirização do financeiro de uma empresa é fazer
uma boa gestão financeira dentro de casa. Então,
contador, precisa fazer uma gestão financeira
profissional da sua empresa contábil para que ele
possa sentir na pele os ônus e bônus desse tipo de
para que possa ser o seu principal case de sucesso, do
ponto de vista de transparência financeira.
O contador precisa ser o cliente transformado.

Precisa usar a gestão financeira a seu favor para
poder, com consistência, vender e implantar esses
serviços nas empresas dos seus clientes.
O segundo ponto é que o contador precisa de um

método que seja um passo a passo de como vender e
de como implantar esse serviço para o seu cliente,
como plantar na sua contabilidade.
E o terceiro ponto é executar esse passo a passo, é

cumprir o método e colher os bons frutos
imediatamente!
22
GESTÃO CAPÍTULO 03
POR LUCAS LIMA / CONTADOR REVOLTADO

EMPRESÁRIO CONTÁBIL, INFLUENCIADOR DIGITAL E GERENTE DA CONTPLAN
O que faz um profissional de gestão?
As pessoas têm a visão de que o chefe não faz nada o

dia todo. Por isso, o cargo de gestão é, por vezes, um
dos mais injustiçados no quadro empresarial. Isso
porque o trabalho de um gestor não se mede
facilmente com métricas comuns de produtividade.
Um gestor precisa estar preocupado em ter

processos bem alinhados na sua empresa que
garantam que falhas sejam evitadas e que seu
negócio seja impulsionado.
O profissional deve elaborar e monitorar indicadores

que consigam medir a produtividade, satisfação do
cliente, conhecimento técnico de sua equipe, entre
outros.
Além disso, o profissional é responsável pela gestão

financeira de sua empresa, fluxo de caixa, custos
diretos e indiretos e precisa estar atento ao mercado,
levando em consideração oportunidades de inovação
que estão sempre presentes.
23
Também é preciso analisar riscos e oportunidades na

sua área de atuação e estar em constante adaptação.
Costumo dizer que um gestor realmente não faz nada.

Nada do que as pessoas costumam fazer. Ele usa o
tempo dele para o crescimento estratégico do
negócio, o que ninguém se dedica a fazer.
Quais habilidades o profissional precisa ter para

conseguir um cargo de liderança?
O profissional precisa, em primeiro lugar, aprofundar

suas habilidades em gestão de pessoas, saber dar um
bom feedback e avaliar o desempenho da equipe.
É necessário direcionar quais são os pontos relevantes

da operação que a equipe deve focar.
A liderança requer habilidade com pessoas para

entender ritmos diferentes. É preciso ser gestor de
gestores.
Para realizar gestão, é essencial ter conhecimentos

para estruturar processos e definir indicadores de
desempenho (KPI's).
Quem não tem dados não gerencia nada. Quem

domina tudo apenas por "achismo" pode estar
afundando a empresa sem perceber.
24
Além disso, nenhum negócio sobrevive sem uma

gestão financeira adequada. O acompanhamento da
saúde financeira é essencial para qualquer gestor.
Por onde o profissional deve começar a ajustar a

equipe?
Equipes funcionam melhor se souberem o que

precisam fazer. Por isso, é fundamental ter um
planejamento estratégico e operacional para alinhar o
que devem entregar:
Por que fazer? Como fazer? Quem vai fazer? Quando

fazer? Onde será feito?
Esse é o direcionamento necessário. É em cima dessas

questões que todas as intervenções, reuniões,
feedbacks e alinhamentos serão realizados.
Quantas vezes pudemos observar que a entrega não

foi satisfatória simplesmente pelo fato de não ter
ficado claro onde o gestor e a empresa querem
chegar?
Planeje, elabore processos, treine pessoas e acima de

tudo, comunique sempre: "o óbvio tem que ser dito".
Desse modo, o gestor conseguirá montar uma equipe

que terá resultados satisfatórios.
25
O profissional de gestão também deve fazer o

operacional?
Por vezes achamos que um líder precisa liderar apenas

pelo conhecimento técnico, e de fato, dependendo do
cargo de gestão que ocupa, o conhecimento técnico é
primordial.
Um líder em cargo de supervisão ou gerência, que

tira dúvidas, está ao lado dos colaboradores
colocando a mão na massa, tende a trazer um
sentimento de pertencimento de quem sabe o que
está orientando. Assim, consegue analisar com
propriedade os processos técnicos e aprimorá-los
para a melhor eficiência.
Todavia, conforme vai subindo o nível de gestão na

empresa, o tempo dedicado ao operacional precisa
diminuir, caso contrário, o profissional nunca vai
conseguir atingir resultados satisfatórios.
Chega um momento em que um gestor precisa deixar

a parte técnica para sua equipe sem se preocupar que
o operacional ficará descoberto, mas é fácil dizer e
difícil fazer, não é mesmo?
Para conseguir gerar e delegar a operação para a

equipe, o gestor precisa continuar tendo o controle,
mas sem executar, e isso se faz através de processos e
indicadores de monitoramento.
26
Se o gestor fazia um Sistema Público de Escrituração

Digital (SPED) e agora está num cargo de gestão que
ocupa outras atividades, ele não vai mais se preocupar
em realizar a operação, mas vai criar mecanismos para
saber se todos os SPED's estão sendo bem realizados.
Com a tecnologia, podemos contar com softwares de

controle e auditoria das obrigações.
Além disso, sempre cabe a velha e boa amostragem de
processo, na qual é possível selecionar algumas
declarações aleatórias para validar se o processo
definido está sendo cumprido.
Tenha a clareza em qual nível de gestão você está e

reflita quão operacional você é.
É comum que empresas contábeis tenham gestores

realizando tarefas de outros cargos, como donos de
empresas realizando papéis de gerentes, gerentes
realizando papel de supervisores e por aí vai.
Todos precisam estar

cientes do seu papel que,
por sua vez, deve estar
bem definido - por escrito
é o ideal - para que um
passe a segurança para o
outro e execute o nível de
gestão que o cargo
requer.
27
PLANEJAMENTO
TRIBUTÁRIO CAPÍTULO 04
POR NATHALIA LISBOA

ADVOGADA TRIBUTARISTA E ESPECIALISTA EM PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO
O que é planejamento tributário?
O Planejamento Tributário é um instituto jurídico que

impacta a gestão de tributos das empresas no Brasil.
Muito se fala na dificuldade de manter em dia as

obrigações principais e acessórias mensalmente na
empresa. E o recolhimento de tributos é o mais
complexo.
Por esse motivo, utilizamos o planejamento tributário

como forma na gestão do pagamento de tributos de
uma empresa e, além disso, é a oportunidade na
diminuição da carga fiscal com base na legislação.
Mesmo sob uma das mais altas cargas tributárias do

mundo, cerca de 95% das empresas brasileiras pagam
impostos a mais que o devido, segundo estudo do
IBGE em parceria com a Associação Comercial de São
Paulo.
28
E isso acontece principalmente pela complexidade do

sistema tributário brasileiro e o fato de muitos
empresários ainda não recorrerem a profissionais da
área para ajudar a manter a saúde da empresa. Diante
de tanta carga tributária e dificuldade de decifrar esse
cenário, o planejamento tributário se faz um segmento
promissor para atuação.
Por que entrar na área de planejamento

tributário?
A área de planejador tributário, no Brasil e no exterior,

só tende a crescer, e com isso as novas funções e
cargos são criados diariamente.
A área de planejamento tributário abrange o estudo da

Revisão da Apuração de Tributos, a Análise das
Declarações Fiscais, a Revisão da Legislação Fiscal
aplica na empresa, a Segregação de Processos
Produtivos, a Classificação Fiscal de Produtos (NCM), a
Revisão das Rotinas Contábeis, a Busca de Benefícios
Fiscais e tantos outros.
Ou seja, uma área muito promissora e que demanda

muito estudo da legislação e sua aplicação para
cada caso, bem como o estudo de áreas correlatas do
direito e no mundo dos negócios como o ramo da
gestão de negócios.
Além de todas as oportunidades, não podemos deixar

de falar da rentabilidade que também vale muito a
pena.
29
Mas serei sincera com vocês, os primeiros

planejamentos serão mais para aprendizado e estudo
com várias abordagens em negócios, do que o retorno
financeiro mesmo. Mas não desanime! A cada etapa
você vai evoluir muito profissionalmente e
pessoalmente, e a questão financeira será
consequência do seu networking e de um trabalho
bem feito.
Oportunidade do mercado de planejamento

tributário
O universo digital e boas práticas de governança

corporativa para esse modelo são oportunidades que
o mercado de planejamento tributário pode
proporcionar. Poucos profissionais estão cada vez mais
de olho na área do direito e novas tecnologias. É um
mercado em que você consegue obter liberdade
geográfica talvez já no seu primeiro trabalho.
Para isso indico fortemente a atuação e

posicionamento nas redes sociais, assim
conseguiria fechar o primeiro contrato com
certamente uma boa margem de lucro, pois quanto
mais os seus custos forem enxutos, maior a sua
margem.
Diferente seria se toda a sua operação dependesse de

contato presencial, a rotina e os custos são totalmente
diferentes. Quando conversarmos sobre a
precificação, vamos detalhar esses apontamentos que
serão chaves primordiais para o seu negócio rentável e
promissor.
30
Como fazer um planejamento tributário? Por

onde começar?
Com a legislação brasileira em constante atualização,

principalmente no que diz respeito a tributação e os
seus detalhes mais profundos, é importante analisar 3
perguntas iniciais com aprendizados do professor
Rogério Greco:
1. O motivo para a realização do ato ou negócio

jurídico é tributário ou extra tributário?
2. No que consistia este motivo?
3. O motivo era suficiente para a realização do

negócio nos moldes que foi feito?
Um grande aprendizado no planejamento tributário é

sobre: a acusação de abuso de direito poderá ser
afastada se o contribuinte demonstrar a existência de
um motivo extra tributário, ou seja, por conta de um
motivo não exclusivamente tributário, realizou atos
dentro de um planejamento tributário buscando a
alternativa que resultou numa menor carga tributária.
31
O que é preciso para começar o planejamento

tributário?
Antes de começar o planejamento fiscal da sua

empresa é importante buscar algumas informações
para agilizar o processo. Para isso, reúna sua equipe
contábil e identifique as seguintes questões:
REGIME TRIBUTÁRIO NO QUAL A

EMPRESA ESTÁ ENQUADRADA
• Faturamento anual (receita bruta)
• Previsão de faturamento e despesas operacionais
• Serviços
• Informações sobre estoque
• Fluxo de despesas
• Folha de pagamento
• Margem de lucro
• Quadro societário
• Valor da despesa com empregados
• Porte da empresa
• Volume de negócios
• Situação econômica
É fundamental levantar essas informações antes de dar

o primeiro passo para o planejamento tributário do
negócio.
Depois de reunir todas as documentações, vamos às

etapas e ao passo a passo.
32
Passo 1: objetivos e processos da empresa
Para fazer um planejamento tributário, é necessário

conhecer a fundo:
• Atividades desenvolvidas e serviços prestados pela

empresa
• Ciclos operacional e financeiro
• Estrutura de capital
• Processos operacionais e administrativos
Passo 2: legislação tributária
A análise da legislação é feita diariamente, e por mais

que tenha um excelente setor contábil ou uma equipe
fiscal executando o planejamento, é fundamental que
você entenda sobre o assunto.
É preciso ter ao menos uma noção básica para saber
responder alguma pergunta ou fornecer informações
necessárias.
Passo 3: apuração do regime tributário
Momento de avaliar em quais regimes tributários sua

empresa pode se encaixar e qual incidirá menos
impostos. Entre as opções estão: Simples Nacional,
Lucro Real, Lucro Arbitrado ou Lucro Presumido.
Essa é uma das principais etapas, mas os bons
planejamentos não analisam somente o melhor regime
tributário, e é cada vez mais comum que o cliente
solicite apenas esse tipo de planejamento.
33
E aqui será o momento de explicar a importância da

análise em seu todo da empresa e realizar vários tipos
de planejamentos. Após isso, é a fase de
implementação.
Passo 4: impacto do PIS e COFINS no planejamento
Em resumo, essa etapa deve indicar o regime

cumulativo ou não cumulativo do PIS e COFINS. As
empresas que optam pelo Lucro Presumido apuram
esses tributos pelo regime cumulativo. Já as optantes
pelo Lucro Real apuram pelo não cumulativo.
Passo 5: definição dos planos a curto e médio prazo
É essencial estabelecer metas e definir aonde a

empresa quer chegar em determinado período.
Projetos de expansão, projeção de faturamento bruto
e fluxo de caixa, também devem ser avaliados nesta
etapa.
Passo 6: crie cenários e faça simulações
Essa etapa é primordial, pois a cada execução você vai

sentir a necessidade de analisar algum fato que não
havia pensado ou oferecido anteriormente. Então,
aqui, é o momento de criar os cenários desejados e as
simulações que o cliente deseja atingir.
Cuidado para não cair nos riscos de simulações

fraudulentas, por isso a base legislativa é o seu maior
aliado na comprovação do planejamento tributário.
34
Qual tipo de regime tributário é melhor para cada

empresa?
A escolha do regime tributário é um dos passos mais

importantes para o sucesso de uma empresa, e você é
o planejador tributário que faltava.
Sabemos que, no Brasil, há três tipos de regimes de

tributação que podem ser adotados pelas empresas:
Simples Nacional, Lucro Presumido e Lucro Real.
As indicações para a melhor escolha é realizada com

base nas informações levantadas e principalmente nas
famosas planilhas, e claro, com a utilização de
softwares com inteligência tributária o trabalho fica
ainda mais assertivo e com resultados acelerados.
Mas nunca desqualifique a boa planilha inicial! Mãos à

obra e bons resultados.
Como precificar o planejamento tributário?
A precificação do serviço de planejamento tributário já

te adianto que é diferenciada a cada caso. Na prática,
você verá que, para alguns, se tornará mais complexo e
para outros, nem tanto.
A etapa inicial é: como precificar serviços e produtos a

partir dos tributos?
Muita gente ainda não considera, mas o processo de

precificação de serviços e produtos é algo essencial
para a sustentabilidade de um negócio.
35
A longo prazo, ele pode ser o responsável pelo bom ou

baixo desempenho dos números da empresa.
Realizar uma boa precificação está diretamente ligada

ao quanto sua empresa terá de capital de giro,
principalmente para gerenciar as despesas fixas e
variáveis.
Aqui estão algumas outras vantagens de um bom

cálculo dos preços dos seus produtos e serviços:
• Clareza sobre faturamento

• Controle mais eficaz dos resultados e métricas
• Menos estresse para gestores
Lembrando que, em 2021, a Carga Tributária Bruta

(CTB) do Governo Geral (Governo Central, estados e
municípios) foi de 33,90% do Produto Interno Bruto
(PIB).
Ainda falamos em modelos de precificação de serviços

para o planejamento tributário, entre eles:
1. Precificação por hora: a precificação de serviços baseada em hora é

um modelo muito utilizado, especialmente para empresas de
consultoria.
2. Precificação Fixa: muitas empresas preferem ser cobradas por uma

taxa fixa, pois evita surpresas.
3. Preços variáveis: aqui o preço para o serviço varia de acordo com o

cliente, com o projeto e/ou com a negociação.
36
AUDITORIA CAPÍTULO 05
POR RICARDO MONELLO

CONTADOR, AUDITOR E ADVOGADO, DIRETOR DO GRUPO AUDISA
O que faz um auditor?
O auditor no terceiro setor é, como o próprio nome

sugere, quem toma conhecimento para emitir uma
opinião. Um auditor consegue objetivar seu trabalho
profissional, técnico, científico, baseado em processos
e procedimentos, para emitir uma opinião sobre
alguma coisa.
A auditoria pode ser feita sobre as peças, as

demonstrações contábeis, sobre um projeto, uma
prestação de contas e até uma obra. Existe, portanto,
não só auditoria contábil, mais conhecida como a
auditoria de balanço, mas uma série de outras
espécies de auditoria.
No ambiente do terceiro setor, muitas vezes além de

opinar sobre as peças contábeis, o auditor pode opinar
sobre um projeto, uma verba repassada por governos,
empresas, doadores, patrocínios e outros. Uma
atuação bem ampla.
37
Para executar seu papel e estar capacitado a dar uma

opinião sobre a integridade e a qualidade da
informação, o auditor precisa se basear em
procedimentos técnicos e científicos, controles
internos e também nos registros contábeis.
Os controles internos servem para garantir que

aqueles procedimentos da gestão da empresa e da
organização estejam adequadamente registrados na
contabilidade.
Esses registros têm bases em documentos, técnicas e

nos critérios de mensuração que retratem mais
adequadamente e fielmente a situação de uma
empresa e organização.
O auditor, portanto, consegue opinar de forma objetiva

sobre algum documento, fato, demonstração contábil,
em determinado momento, baseado nos testes
realizados que permitam a execução do seu trabalho.
38
Quais são as vantagens desse mercado?
Não se faz uma boa gestão e não se desenvolvem

mercados e nem um país sem uma boa contabilidade.
A contabilidade é a linguagem universal dos negócios,

com ou sem fins lucrativos, a nível mundial.
O mercado da auditoria passou a ser muito atrativo, e

apesar de ser muito competitivo, ele se mostra em
crescimento e com muitas oportunidades para um
leque enorme de profissionais no Brasil e fora daqui.
A auditoria é um mercado que tem muitas

oportunidades de carreira, uma área muito
consolidada, dinâmica, com desafios e
reconhecimentos permanentes. A empregabilidade
é muito alta para o estudante de ciências contábeis
e profissional da área, mas assim como em outros
setores, é exigida a qualificação constante.
À medida que as empresas crescem, que os negócios

ficam mais globalizados, que se relacionam mais, a
transparência e boas práticas de gestão e
contabilidade passam a ser ainda mais necessárias e
são atestadas pela auditoria, tornando o setor ainda
mais importante.
39
Quais são as oportunidades da área de auditoria?
Muitas vezes, o profissional tem apenas a visão que as

oportunidades de auditoria estão nos grandes
negócios, e não é isso necessariamente verdade.
Especialmente no Brasil, embora seja mais comum

auditar empresas grandes, pequenos e médios
negócios, também precisam do nosso trabalho,
inclusive empresas sem fins lucrativos.
O trabalhador não deve só ter olhos para os grandes

players de mercado, que muitas vezes concentram
suas contratações nas grandes auditorias, então é
fundamental perceber que é possível abrir o leque de
oportunidades, percebendo as vantagens da auditoria
nas pequenas e médias empresas e organizações.
Quem pode atuar como auditor?
Para atuar na auditoria contábil, a exigência básica é

que a pessoa seja obrigatoriamente um profissional
formado em ciências contábeis, ter passado no exame
de suficiência do conselho federal de contabilidade
(CFC) e ser portador, em dia, da inscrição no Conselho
Regional de Contabilidade (CRC).
A segunda exigência, que pode variar conforme o

mercado, é estar inscrito no Cadastro Nacional de
Auditor Independente (CNAI), devendo ser aprovado
na prova também aplicada pelo CFC.
40
Para atuar em mercados mais regulados, que também

têm outras oportunidades, como Banco Central (BC),
Comissão de Valores Mobiliários (CVM), e outros
órgãos reguladores, as exigências podem variar.
O fundamental para atuar na auditoria é gostar do que

faz e desenvolver as habilidades necessárias.
O auditor deve ter um perfil observador e estar

atento às suas obrigações, construindo sua opinião,
seu juízo de valor, sobre as demonstrações e aquilo
que é dado como missão profissional observando a
lei, a técnica profissional e seguindo as orientações
regulatórias do país.
Acima de tudo, o auditor tem que ter uma conduta

ética, correta e não se interessar somente pela questão
contábil, muitas vezes ele terá que se valer de
conhecimentos de áreas correlatas, como legislação,
empresarial e dos regulamentos das áreas que ele se
propõe a atuar.
Essencialmente, é o contador aquele que tem a

primeira prerrogativa para atuar como auditor.
Por onde começar?
Como toda a profissão, da mesma forma que temos

inúmeras oportunidades no setor, também temos um
desafio para o jovem e aquele que está começando, ou
que já é profissional mas quer mudar de área e sua
carreira.
41
O primeiro passo é fazer um planejamento e

entender o mercado de auditoria. Para aqueles que
querem atuar como auditores, indico o estudo do
mercado, entender sua operação.
Existem muitas pessoas se aventurando atualmente no

setor de auditoria, que acabam não tendo qualificação,
sem estrutura técnica, tecnológica, administrativa e
isso põe em risco a sua credibilidade, maior ativo de
um auditor, e também o seu cliente.
Então o primeiro passo é se qualificar, entender onde

quer chegar, fazer um planejamento e uma dica é ter
uma linha e nichos de mercado que quer atuar.
Nenhum auditor consegue ser bom em todas as áreas,

tipos de empresa e nichos de mercado, devido a
complexidade das organizações e seu regulatório, que
exigem alto nível de especialização, por isso vale focar
em um setor.
A última dica é se manter atualizado e ir reciclando

seus conhecimentos permanentemente.
Como precificar a auditoria?
A precificação envolve diversos aspectos, mas o ponto

central que diríamos para o contador, em uma
linguagem mais comum: avalie quanto custa prestar
estes serviços, custos diretos e indiretos, despesas e
sua margem.
42
O que parece ser trivial, de modo geral, no cotidiano,

acabamos nos deparando com profissionais que usam
como preço a tabela do concorrente ou quanto o cliente
quer pagar, e muitas vezes isso não atende a expectativa
de retorno, de investimento, de sobrevivência da própria
empresa e do profissional, canibaliza e desvaloriza a
importância do trabalho extremamente sério e de grande
responsabilidade que é a auditoria.
Trazer seus custos, insumos, despesas e expectativas

para a formação de preço é essencial.
Claro que, estar atento ao mercado é fundamental, não só

para baixar o preço, mas para adequar seus custos para
conseguir prestar seu serviço dentro daquele mercado
que o profissional se propõe a atender.
Dicas para quem quer começar?
Primeira grande dica: é fazer o que gosta. Saber que, estar

em auditoria, é algo que lhe realiza.
A auditoria, para mim, tem o propósito de ajudar a

melhorar e o desenvolvimento das organizações que a
gente atende, propiciando a sustentabilidade. Então é
dar propósito no seu trabalho profissional.
Outra dica é qualificar-se e estar qualificado

permanentemente. Apoie-se em entidades
representativas, como Fenacon, Conselhos Regionais de
Contabilidade, portais que trazem conteúdo com
relevância, com competência, com seriedade, aumentar o
networking, não só objetivando captar clientes, mas
aprender.
43
A melhor forma de aprendermos é conversar com outros

colegas que estão dando os mesmos passos, ou que já
deram, para obviamente poder compartilhar e, sem
dúvidas, conjuntamente, desenvolver e fortalecer o
ambiente de modo bastante colaborativo.
Depois, além de estudar, acompanhe as resoluções,

entenda o seu mercado. Muitas vezes o profissional, ele
está tão preocupado em entender as normas do Conselho
Federal de Contabilidade, que ele não está
acompanhando o que o mercado do cliente dele faz.
Então, por exemplo, nós que atuamos com educação,

cultura, assistência, saúde, estamos permanente nos
envolvendo com as diretrizes dos Ministérios
correspondentes, normas da Receita para este mercado,
orientações das entidades da área. Faça o mesmo com o
seu segmento de atuação.
Aquilo que é específico do mercado não pode passar

despercebido, se aproxime daqueles que falam “a
mesma língua” do seu cliente, conseguindo ser mais
assertivo assim.
Por fim, mas tão importante quanto todo o resto, tenha

ética. Respeito aos profissionais, ao cliente, ao mercado e
sabendo que, na opinião do auditor, é utilizada não só
para melhorar a gestão das empresas, mas também no
processo de decisão para quais as organizações precisam
e se relacionam.
Ter ética, responsabilidade e o senso que a informação do

auditor pode ser de caráter público é extremamente
importante para desempenhar a função.
44
PERÍCIA CAPÍTULO 06
POR CAMILA OLIVEIRA

PERITA CONTADORA E PROFESSORA
O que faz um perito?
O perito é aquela pessoa que é nomeada pelo juiz em

perícias judiciais ou por uma das partes em casos de
perícia extrajudicial.
Assim, o perito-contador, ou perito-contador

assistente, deve se manter em adequado nível de
inteligência e expertise profissional, principalmente,
por meio da busca de atualizações em conhecimentos
contábeis, do Comitê de Pronunciamentos Contábeis
(CPC), International Financial Reporting Standards
(IFRS), que são as Normas Internacionais de
Contabilidade e a legislação vigente relativa à
contabilidade e normas jurídicas, especialmente nos
regulamentos que regem a perícia. É preciso se
atualizar de forma contínua por meio de treinamento
de educação continuada e especializada, sempre
atuando sob a observância da imparcialidade.
Isso porque efetivar a rotina de trabalho observando a

imparcialidade demonstra que o perito-contador ou
perito-contador assistente atua de forma igualitária
sobre o direito, aderindo sempre aos aspectos legais
que são inerentes ao exercício de sua profissão.
45
Qual é o caminho para se tornar um perito?
Para ser um perito contador existem alguns passos

importantes e necessários. Alguns de aspectos legais,
outros buscando a aplicação do conhecimento.
1. O primeiro passo se trata da habilitação técnica. Logo, é

necessário ter o curso superior em Ciências Contábeis. É
importante corroborar que a atuação da perícia contábil é
exclusiva dos contadores.
2. Outro passo importante e necessário é a habilitação legal,

que se refere ao registro ativo no CRC - Conselho Regional de
Contabilidade;
3. A aprovação no exame e certificado de habilitação

profissional emitido pelo Conselho Federal de Contabilidade
(CNPC). Não é obrigatória por enquanto, porém, é de grande
valia fazer parte do quadro de peritos inscritos no Cadastro
Nacional de Peritos Contábeis.
4. É preciso realizar um cadastro no banco de peritos da

Justiça Federal para atuação na Assistência Judiciária
Gratuita (AJG), dessa forma se colocando à disposição da
justiça e aumentando as possibilidades de nomeações
judiciais.
Além disso, é importante sempre ficar de olho nas

atualizações constantes nas Normas Brasileiras de
Contabilidade (NBC), bem como das legislações
tributárias e normas jurídicas. Vale ressaltar também
que a profissão de perito contador é regulamentada
pela NBC TP 01 e NBC PP.
46
Quais são as oportunidades dessa área?
A perícia é uma área pouco explorada, porém com

boas oportunidades para aqueles contadores que
apreciam uma boa análise investigativa sobre os fatos.
Como sempre militei na área tributária, após alguns
anos busquei na perícia uma forma de exercer o
conhecimento que mais gosto, que é o tributário, mas
através de uma nova ótica, a do perito.
Alguns pontos chaves me levaram a tomar essa

decisão. Listarei eles para entendermos melhor:
Horário flexível: muitas pessoas acreditam que o

perito judicial é um servidor público, mas na verdade
não é. Somos colabores que contribuem com o
conhecimento técnico para solução de questões
levadas à justiça. Nesse sentido, somos remunerados
por nossos serviços, podendo atuar conforme nosso
conhecimento e disponibilidade.
Remuneração: a remuneração de perícias realizadas

na esfera judicial e extrajudicial, em regra geral, são
boas. Isso ocorre devido à alta responsabilidade que o
perito contador exerce nessas perícias, que é,
basicamente, trazer luz às lides discutidas. É
importante mencionar que podemos atuar em mais
de uma perícia por vez, claro, observando a entrega
com qualidade.
47
Reconhecimento: o perito contador exige para o

exercício de sua profissional grande conhecimento
técnico, logo, quem atua como perito é reconhecido
como expert em sua área de atuação.
Qual é a atuação do perito?
A atuação do perito contador ocorre em duas esferas:

judicial e extrajudicial, e dentro de cada uma delas
temos boas oportunidades, como:
Perícia Judicial: esse tipo de perícia decorre da

determinação de um juiz que, por sua vez, reconhece a
necessidade de um laudo especializado para a
verificação das provas. Logo, a controvérsia judicial
necessita de um laudo para a apuração da verdade por
meio da perícia judicial.
Nesse tipo de perícia, o perito-contador é nomeado

pelo juiz e deverá ser imparcial, não ostentando
qualquer tipo de relação com as partes envolvidas.
Perícia extrajudicial: nos casos de perícia

extrajudicial, são questões que não são levadas ao
poder judiciário, como operações de venda e compra
de empresas, cálculo de indenizações trabalhistas,
partilhas de bem por meio de inventários, divórcios etc.
O perito, nesses casos, é contratado por uma ou

ambas as partes, prestando seus serviços sem
qualquer dependência com o poder judiciário.
48
Dentre os serviços que podem ser prestados pelo

perito tanto na esfera judicial quanto na extrajudicial,
listo os mais comuns:
• Revisões de encargos e cláusulas de operações

financeiras contra bancos;
• Verificação de perdas e danos;
• Apuração de haveres em casos de dissolução de
empresas;
• Análises de contratos de Leasing, financiamentos
e empréstimos;
• Apuração das verbas trabalhistas rescisórias;
• Cálculo de horas extras;
• Cálculo de variações monetárias,
• Revisão dos contratos;
• Avaliação de bens imobilizados, bens intangíveis,
estoques para avaliação de cálculos de
participações societárias.
49
Qual a diferença entre o perito do juiz e o perito

assistente?
Apesar de utilizar os mesmos conhecimentos técnicos,

o perito contador e o perito assistente têm o
desenrolar de suas atividades de forma distinta. Vamos
analisar essas diferenças por meio de um quadro
comparativo:
PERITO DO JUÍZO PERITO ASSISTENTE
Nomeado pelo Juiz Indicado pela parte
Confiança do Juiz De confiança da parte
Atende às regras de Não está sujeito às regras

impedimento e suspeição de impedimento e suspeição
Poderá ou não, a seu critério, Aguardará posicionamento do perito

trabalhar com o perito assistente do Juiz para realizar trabalho conjunto
Emite Laudo Pericial Emite o parecer
Substituído por decisão do Juiz Substituído pela parte que o contratou
Honorário contratado
Honorário homologado pelo Juiz diretamente pela parte
Compromisso com a causa, Compromisso com a causa,

atuando com total imparcialidade mas se reporta diretamente
à parte que o contratou
50
Por onde começar?
O trabalho do perito contador, apesar de ter

reconhecimento, precisa de muita dedicação, pois você
deverá ser um expert em sua área de atuação.
Confira alguns passos importantes para desenvolver
sua carreira de perito contador:
• Gostar de estudar;
• Ler muito;
• Ter domínio sobre a escrita;
• Adquirir experiência em escritórios de perícia;
• Estudar funções do Excel e do Word para elaborar
planilhas de cálculos e elaborar quesitos e
honorários;
• Estudar Direito Processual;
• Fazer a prova do CNPC (mesmo que não seja
obrigatório);
• Fazer o cadastro nos tribunais de seu estado e
cidade;
• Começar a praticar a diligência e organização;
• Participar de cursos, debates e faça networking;
• Encontrar uma área de estudos para chamar de
sua (trabalhista, tributária, bancária etc.)
• Aceitar fazer perícias de Justiça Gratuita.
Como precificar?
Aqui temos uma grande dúvida da maioria dos

profissionais e com os peritos não é diferente: como
devemos calcular de forma justa nossos honorários?
51
Para a apuração de honorários assertivos, devemos

levar em consideração aspectos importantes para o
exercício da função. Vamos analisar juntos esses
aspectos que podem ser logísticos, intelectuais e
práticos:
• A retirada dos autos será de forma física ou

digital?
• Interpretação do processo legal;
• Início de análise de papéis de trabalho;
• Elaboração de petições;
• Realização de diligências;
• Exame documental;
• Apurações através de cálculos;
• Simulações e análises de resultados;
• Necessidade de emissão de laudos
interprofissionais;
• Reuniões quando necessário;
• Redação do laudo;
• Revisão final.
É importante saber que alguns Sindicatos de

Contabilistas deixam disponíveis em seus sites tabelas
de honorários mínimos. Assim, o perito contador deve
respeitar a tabela de seu sindicato, prezando pela ética
profissional no momento da elaboração de seus
honorários em relação ao custo-hora mínimo.
Contudo, poderá cobrar honorários com valores

superiores aos listados nessas tabelas, uma vez que o
custo-hora efetivo de sua atividade poderá ter
variações importantes, como a necessidade de
especialização e deslocamentos.
52
COMPLIANCE CAPÍTULO 07
POR LUIZ FERNANDO NÓBREGA

CONTADOR, CONSULTOR E COMPLIANCE OFFICER
O que faz um profissional de compliance?
O profissional de compliance ajuda as empresas a

garantirem a sua integridade, ou seja, estar em
conformidade com todas as leis e normas às quais ela
está submetida. Sejam elas internas e externas.
O especialista é responsável pela gestão das

políticas, procedimentos, controles internos e
monitoramento do programa de compliance.
Além disso, a função também deve ser incentivar os

sócios, gestores e colaboradores com o fim de
obedecer à missão e valores corporativos e agir
sempre respeitando as condutas éticas da empresa.
53
Nesse sentido, as principais tarefas executadas pelo

agente de compliance, são:
• Criar e avaliar políticas internas e do código de

conduta corporativo;
• Efetuar tarefas que tenham o objetivo de trazer
transparência;
• Monitorar as atividades para que estejam em
consonância com as normas legais;
• Controlar os procedimentos desenvolvidos no
programa de compliance;
• Implementar e gerir o canal de denúncias
• Avaliar e monitorar periodicamente os riscos de
fraudes e demais ações criminosas;
• Priorizar a cultura organizacional da empresa;
• Garantir que os padrões morais e éticos estejam
sendo seguidos;
• Cuidar da reputação da empresa perante o
mercado (público, parceiros, investidores etc);
• Atualizar o trabalho da empresa em relação a
novas leis e tendências de compliance.
Quem pode ser um profissional de compliance?
Hoje, existem predominantemente advogados e

bacharéis em direito atuando com compliance,
especialmente por terem um conhecimento
aprofundado sobre as leis e por poderem exercer as
atividades dentro dos escritórios, como consultores
externos.
54
Contudo, é indispensável que esse profissional do

direito compreenda que compliance extrapola os
conhecimentos adquiridos nos tradicionais cursos
jurídicos.
A elaboração de um código de ética, de uma matriz de

risco, ou mesmo a condução de investigações internas,
são conhecimentos imprescindíveis ao profissional de
compliance.
Qualquer profissional pode atuar em compliance,

desde que se capacite. Afinal, o assunto exige um alto
nível de aprofundamento técnico e, principalmente,
um conjunto de competências comportamentais que
contribuam para uma atuação segura.
Na minha carreira institucional, tive contato com o

Compliance e a Prevenção à Lavagem de Dinheiro. Isso
me despertou para o que eu poderia agregar às
empresas com minha experiência.
Além disso, a vivência em escritório de contabilidade

me deu uma bagagem de entender diversas áreas. Está
aí uma combinação perfeita para atuar em compliance.
Hoje, as empresas estão buscando cada vez mais

estarem em conformidade para evitarem passivos ou
danos à imagem. Isso representa um aumento na
procura pela implantação em sistemas de gestão em
compliance.
55
A profissão é uma das que mais tem crescido nos

últimos anos, entre outros motivos, pelos esforços
que as companhias têm feito para evitar e
afastar-se de casos de desvios financeiros e
corrupção.
Assim que entrou em vigor, em 2013, a nova Lei

Anticorrupção (Lei 12.846/2013) provocou um
aumento de 30% no número de contratações de
profissionais especializados em normas, políticas,
diretrizes e códigos corporativos.
De acordo com a Michael Page, consultoria

especializada em recrutamento de profissionais de
média e alta gerência, a demanda por profissionais da
área de compliance aumentou 30% no acumulado em
relação ao mesmo período do ano anterior à lei.
Além disso, as grandes empresas notaram que a

atuação do profissional de compliance traz melhorias
para diversos aspectos da organização, gerando
competitividade, atraindo investidores, aumentando a
credibilidade e melhorando a eficiência dos serviços
prestados, além de criar uma cultura organizacional
que permite que a empresa se destaque em todos os
ramos da sociedade.
Sendo assim, empresas de todos os portes têm

ampliado seu corpo de funcionários com a contratação
de muitos profissionais para exercer a função de
analista de compliance, abrindo, dessa forma, as portas
do mercado de trabalho.
56
Por onde começar?
Eu indicaria uma formação específica. Hoje temos

grandes escolas sérias e de qualidade que podem
ofertar essa capacitação. Eu me formei na Legal and
Ethics Compliance (LEC). Super recomendo!
Depois, a capacitação constante. Eu, por exemplo,

acabei de me tornar Auditor Líder da ISO 37301. Uma
nova ISO que certifica as empresas em Sistemas de
Gestão em Compliance. Não dá para parar de estudar
nunca!
Como precificar?
A minha atuação é em consultoria, assim precificamos

estimando as horas demandadas em cada projeto
totalizando o que depreendemos no mês. É assim a
cobrança da consultoria.
Mas existem oportunidades como Compliance Officer

diretamente contratados por uma só empresa.
57
CONTROLLER CAPÍTULO 08
POR RODRIGO ESTEVES

CONTROLLER DA INDÚSTRIA E COMÉRCIO SANTA MARIA
O que faz um Controller?
É um trabalho amplo, que passa desde a estratégia da

empresa até a correta e adequada mensuração de
performance de forma tempestiva.
O controller é responsável por:
• Planejar, organizar e desenvolver planos

econômicos-financeiros;
• Analisar informações contábeis e de performance
para reduzir perdas, aumentar o lucro e
acompanhar projeções de faturamento;
• Definir diretrizes que estejam alinhadas ao
planejamento econômico e estratégico da
empresa;
• Acompanhar e estudar o mercado em que a
empresa está inserida;
• Avaliar os ciclos operacionais;
• Verificar onde é possível melhorar e definir ações
corretivas.
Ou seja, o profissional pode participar da modelagem

do processo de gestão ou de estudo de viabilidade de
um novo negócio, desenho do processo orçamentário,
forecast, estruturação de KPIs, entre outros atributos.
58
Quem pode ser controller?
É uma profissão que tem grande convergência com a

carreira do contabilista, mas a depender do ramo de
negócio, pode ser exercido por diversos profissionais.
Vale destacar que pela necessidade de raciocínio

lógico, há uma tendência também da atuação de
engenheiros como controller.
No entanto, conhecimentos profundos de estratégia

empresarial, finanças e contabilidade são insumos
básicos para uma boa atuação.
Escolhi a área pela afinidade que tenho com finanças e

custos, além do fato de ser um aficionado por
estratégia empresarial. Desde o desenho de modelo
de gestão, elaboração de KPIs.
Outro ponto que me atrai na área é o

desenvolvimento/estruturação de dados que possam
ser utilizados no processo de gestão.
Atualmente, muitas empresas se utilizam de Big Datas

para amparar suas decisões - o que é muito positivo
estrategicamente -, mas o que poucos gestores se
atentam é que o custo desta estruturação está cada
vez menor, ou seja, é um conceito que se torna viável a
um número cada vez maior de empresas.
59
Neste ponto, entendo que o profissional que tiver

um bom conceito de estruturação e análise de
dados, terá grande vantagem competitiva no
mercado de trabalho.
Por onde começar?
Fazendo uma boa faculdade, e sendo curioso em se

desafiar em outras áreas. Uma dica a quem busca esta
carreira é que se prepare para tomar decisões
complexas e estejam abertos a novas tecnologias.
Como precificar?
A precificação do trabalho depende muito da

complexidade envolvida. Mas entendo que é uma
profissão bem valorizada desde que o profissional
tenha conhecimento amplo do processo de gestão.
60

Oportunidades para o Mercado Contabil

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8 OPORTUNIDADES

• DIA DO PROFISSIONAL DE CONTABILIDADE •

Capítulo 01 - Recuperação Tributária 09

No dia 25 de abril é comemorado o Dia do Proﬁssional

Segundo um levantamento do Instituto de Pesquisa

A pesquisa, revela que 93,87% dos proﬁssionais da

Grande parte desses contadores ainda atuam

Há historiadores que aﬁrmam que a contabilidade

Os comerciantes trocavam seus produtos e, de forma

À medida que os negócios cresciam, os donos dos

Ao longo do tempo, a forma de contabilização foi se

Na época, também foi criado o Banco do Brasil, que

O aumento de gastos passou a exigir um maior

O Erário Régio buscava justamente evitar a dispersão

A primeira evidenciação oﬁcial de escrituração e

Estavam habilitados a executar escrituração somente

Até 1960, os proﬁssionais contábeis eram chamados

Aos poucos, observou-se que quem estudava

Com isso, foi deﬁnido que a contabilidade era uma

Entre os principais benefícios estão maior controle

Hoje, mais do que reunir dados ﬁnanceiros e

Por isso, o Portal Contábeis convidou proﬁssionais que

POR ANDERSON SOUZA

O que é recuperação tributária?

Recuperação tributária é a possibilidade de recuperar

Em atos administrativos, no qual não necessita

Para os processos judiciais, o período permitido será

Os valores pagos a maior pelos contribuintes, podem

Quando você começou nessa área e por que a

Eu não escolhi o mundo tributário, ele me escolheu.

Foi quando optei em fazer um curso técnico de

Em 2002 consegui entrar em uma advocacia em São

Nesse período, aprendi muito sobre o mundo

Comecei a trabalhar em diversas empresas, mas não

O engraçado é que, a cada empresa que eu passava,

Geralmente, em menos de um ano eu já estava

Em 2009, com a enxurrada de produtos sendo

Até hoje, me desperta o interesse nesse mercado.

É um mercado que só cresce!

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No mundo contábil e jurídico, atuar com recuperação e

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