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1º Seminário sobre

Cultivo Mínimo do Solo em Florestas


EVOLUÇÃO E ESTADO DA ARTE DO PLANTIO DIRETO NA AGRICULTURA

João Carlos Henklain*


Garibaldi Batista de Medeiros*

INTRODUÇÃO

A disponibilidade de terras destinadas à produção de alimentos per capita na região tropical é


decrescente face à pressão demográfica e degradação do solo. A degradação é decorrente do
imediatismo e ineficiência que, de modo geral, fazem parte do quadro sócio-econômico, cultural e no
uso e manejo dos recursos naturais na área tropical. Esses fatores associados à alta erosividade e à
drástica mineralização da matéria orgânica tornam os solos vulneráveis à erosão hídrica em intensidade
muito alta quando comparados àqueles da região temperada. Nessas condições, torna-se imperativo
modificar os sistemas de produção vigentes em busca de maior sustentabilidade para a agricultura
praticada nos agroecossistemas tropicais. O plantio direto se constitui em importante vetor de mudança e
da evolução em busca da sustentabilidade, dentro do conceito dinâmico dessa que incorpora o
reconhecimento das necessidades das futuras gerações. Sem dúvida, através do plantio direto poderá ser
viabilizado o grande salto de qualidade da agricultura tropical.

ENTRAVES À ADOÇÃO

O processo de adoção de novos conhecimentos/tecnologias na agricultura exige mudanças de


comportamento do agricultor, avanços na gerência, novos conhecimentos e consequentes
modificações dos sistemas de produção. A mudança de comportamento está associada à cultura,
educação e conhecimentos disponíveis. A partir desses, surge a predisposição para a mudança nos níveis
individual e grupal. Além das características intrínsecas ao ser humano, há condicionantes que
influenciam à tomada de decisões dos agricultores na gerência dos processos de produção agrícola
representados pelas circunstâncias agroecológicas e sócio-econômicas. As circunstâncias
agroecológicas limitantesao plantio direto estão relacionadas principalmente a impedimento de
drenagem, reduzida faixa de friabilidade e textura muito argilosa associadas a altas taxas de
decomposição da matéria orgânica. Quanto às restrições sócio-econômicas, à pesquisa agrícola cabe ter
uma visão abrangente porém, pouco ou quase nada, pode decidir quanto às definições de preços,
insumos/produtos, o crédito, capital, mas pode contribuir substancialmente para a viabilização de novos
conhecimentos e bens destinados ao manejo racional de fatores mecânicos edáficos e biológicos,
compatíveis com as variadas escalas de produção. A transformação dos tipos de manejo de solo nos
trópicos é imperiosa e, para isto, torna-se necessária a produção de conhecimentos apropriados a cada
agroecossistema específico, por parte da pesquisa.

*
Pesquisador da Área de Solos – Instituto Agronômico do Paraná – IAPAR – C.P. 1331 – 86001-970 –
Londrina - PR

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As decisões de política econômica e a grande disponibilidade de terras no Brasil agregaram ao


processo produtivo agrícola características de imediatismo e baixa gerência que associadas as
insuficiências na assistência técnica constituem-se em fatores de retardamento à melhoria dos padrões da
agricultura tropical na velocidade e qualidade desejadas. O sistema de plantio direto é complexo,
dependente da elevação dos níveis de gerência e, superadas essas limitações, poderá contribuir de forma
decisiva para a sustentabilidade dos sistemas agrícolas na região tropical.

ANTECEDENTES

O plantio direto foi introduzido no Brasil no início da década de 70 tendo como principal objetivo
controlar a erosão em lavouras cultivadas pela sucessão trigo/soja na região Sul. As primeiras tentativas
ao nível de agricultor foram efetuadas no Norte do Paraná em solo muito argiloso, erodido e com baixos
conteúdos de matéria orgânica porém, logo em seguida, começaram as iniciativas na região Sul, em
solos com textura média ou argilosa e altos teores de matéria orgânica. Naquela época havia
insuficiência de conhecimento e a pesquisa brasileira iniciava os seus trabalhos. As restrições estavam
associadas a qualidade das máquinas, controle de ervas, gerência, rotação, etc. Devido ao preparo
intensivo dos solos, durante muitos anos, os teores de matéria orgânica baixaram nas regiões quentes e
úmidas e a monocultura de soja ou a sucessão trigo/soja não produziram a quantidade de palha
necessária para manter o solo equilibrado nas características físicas, químicas e biológicas. Nas áreas
úmidas e de solos mais intemperizados os aspectos fitossanitários e de manejo da fertilidade assumiam
grande importância.
Do início da década de 70 até 1994, a área com plantio direto no Brasil passou por ciclos
sucessivos de expansão/redução devido a restrições manifestadas ao nível de agricultor e assistência
técnica, etc. Também, houve superação da maioria dos problemas tecnológicos, o que permitiu uma
retomada de crescimento de áreas atingindo cerca. de 2.500.000ha, atualmente. Os esforços em busca da
sustentabilidade da agricultura tropical continuam e, no Paraná, o plantio direto faz parte dessa estratégia
de modo que detém cerca de 65% da área com plantio direto no Brasil.

AMBIENTE, PROBLEMAS E A VANÇOS DO PLANTIO DIRETO NAS ÁREAS TROPICAL E


SUBTROPICAIS BRASILEIRAS

A região tropical está limitada a 23o30' de latitude Norte e Sul do globo terrestre porém, neste
trabalho, será considerada a área de plantio direto existente em parte do Cerrado e estados da região Sul
brasileira.
O clima tropical caracteriza-se por pequena variação de temperatura (< 5oC) entre as médias dos 3
meses mais quentes e os mais frios. Essa variação diminui ao norte e aumenta na direção subtropical (sul)
até atingir 10oC, ou mais, nos Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. De modo geral, o
clima tropical apresenta altas temperaturas e umidade. O regime térmico dos solos atinge valores acima
de 34oC podendo comprometer aspectos como nodulação da soja, redução de germinação e crescimento
do milho, porém a implicação mais importante relaciona-se a fertilidade do solo quanto á taxa de
decomposição da matéria orgânica. A cada aumento de 10oC na temperatura a reação aumenta de 2 a 3
vezes e quando o equilíbrio dos teores de matéria orgânica é alcançado num agroecossistema, o seu
nível é condicionado pelo tipo de manejo do solo, aplicações e resposta de fertilizantes, textura do solo,
cultivos e condições ambientais.
A precipitação pluviométrica é o parâmetro climático mais importante para a agricultura, em
termos, tanto de excesso como déficit. Na região dos Cerrados há uma estação chuvosa de 5 a 6 meses
seguido de um período seco no qual há redução da atividade microbiana. Ao sul da região tropical a

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estação com déficit de água é reduzida a 3 meses acompanhada de queda de temperatura com ocorrência
de geadas. Na estação de primavera e verão ocorrem temperaturas altas, boa precipitação, porém, há
ocorrência de períodos curtos sem precipitação (veranicos). O regime hídrico dos solos é influenciado
pela precipitação e características intrínsecas, como tipo da fração areia, camadas menos permeáveis,
estrutura; teor de matéria orgânica, etc.
Devido a ocorrência de umidade e altas temperaturas, os solos da região tropical são
altamente intemperizados com predominância de solos profundos, distróficos e álicos. A mineralogia é
constituída principalmente pela caulinita, óxidos de ferro e alumínio, todos com baixa capacidade de
troca de cátions e alta capacidade de adsorção de ânions. Devido a essas características mineralógicas a
contribuição da matéria orgânica para a nutrição de plantas na área tropical é extremamente relevante.

MATÉRIA ORGÂNICA EM PLANTIO DIRETO

Em qualquer tipo de manejo de solo nos trópicos, a matéria orgânica torna-se muito importante
para redução do processo erosivo, maior disponibilidade de nutrientes às plantas, maior retenção de água,
redução da temperatura do solo, estimulação da atividade biológica, aumento das taxas de infiltração,
maior agregação, redistribuição dos nutrientes de maior mobilidade como N, Se K, complexação de
elementos tóxicos (AI, Mn), etc. No plantio direto, devido a não movimentação do solo e manutenção de
resíduos culturais na superfície, os teores de C tendem a crescer em intensidade dependendo do balanço
entre taxa de decomposição e adição do carbono. Comparando-se resultados obtidos por Parra (1986) no
Norte do Paraná e Sá (1991) no Sul do Paraná , constatou-se aumento de 27% no teor de matéria
orgânica no plantio direto sobre o convencional no Norte do Paraná, enquanto no Sul foi de 9,0%.
Quanto aos teores totais, em função das temperaturas médias anuais mais baixas no Sul há maior
estabilidade da matéria orgânica e mais altos teores. O índice de mineralização na camada superficial (0-
10 cm) foi 72% superior no convencional em relação ao plantio direto.
Nos agroecossistemas onde predominam altas taxas de mineralização deve-se introduzir gramíneas
nos sistemas de produção visando estabilidade de cobertura e formação de húmus mais estável.
Quanto ao nitrogênio, dOIS aspectos básicos devem ser considerados no que se refere a
redistribuição no solo e aproveitamento pelas plantas: 1) Movimento do íon nitrato; 2) relação C/N
influenciando a taxa de mineralização, a imobilização pelos microrganismos e o balanço oferta/demanda
pelas culturas. No plantio direto há maior movimentação descendente do nitrogênio, porém nas regiões
de maior acúmulo de resíduos a tendência é o equilíbrio entre mineralização - imobilização -
disponibilidade - perdas, devido a maior estabilidade de atividade microbiana. A relação C/N das
culturas integrantes do sistema da produção influencia os teores de N em plantio direto. Nas rotações
com maior participação de gramíneas aumenta a demanda por nitrogênio mineral, principalmente nos
primeiros anos de implantação do plantio direto.

DISPONIBILIDADE DE FÓSFORO

Em plantio direto, a tendência é ocorrer maior disponibilidade de fósforo devido aos seguintes
aspectos: 1) maior concentração do nutriente na camada superficial do solo e consequente redução da
área de contato com os coloides minerais, o que significa redução da fixação; 2) maior disponibilidade
de água em plantio direto facilitando a difusão; 3) maiores teores de matéria orgânica complexando
elementos responsáveis pela adsorção do fósforo; 4) maior atividade microbiana liberando compostos
orgânicos que reduzem a competição de fósforo pelos sítios de adsorção. Em função desses fatores a
eficiência da adubação fosfatada é maior no plantio direto quando comparado ao convencional.

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CALAGEM EM SOLOS SOB PLANTIO DIRETO

No plantio direto há tendência de acidificação na superfície devido ao acúmulo de matéria


orgânica e de resíduos de adubação, sobretudo de fertilizantes nitrogenados nas camadas superficiais.
Através da lixiviação do nitrato quantidades equivalentes de cátions são removidos. Trabalhos
realizados em Porto Rico mostraram efeito da calagem até 61cm de profundidade quando calcários e
fertilizantes nitrogenados foram aplicados na superfície. Em trabalhos desenvolvidos no norte do Paraná
a tendência de acidificação foi menor no plantio direto que no convencional devido a menor taxa de
mineralização seguido de menor liberação de ácidos orgânicos, além do maior conteúdo de água no solo
com conseqüente maior diluição da solução do solo.
A correção da acidez e o fornecimento de cálcio e magnésio em plantio direto está sendo levado a
efeito pela aplicação superficial de pequenas quantidades de calcário observando-se a textura do solo e
as culturas presentes no sistema. Quando há predominância de gramíneas, pelo seu maior efeito
acidificante, as doses de calcário são mais elevadas. Aconselha-se efetuar a prática da calagem antes do
plantio da cultura de inverno pois devido ao menor espaçamento das linhas há maior movimentação do
solo. A calagem em plantio direto é feita apenas para corrigir pequena acidez e repor cálcio e magnésio,
pois a correção do solo com acidez elevada e níveis altos de alumínio deve ser feita no início da
adequação da área para plantio direto.
Os rendimentos de grãos de soja obtidos com aplicação de calcário foram significativamente
superiores aos obtidos com aplicação isolada de gesso ou na ausência de calcário e gesso.
O calcário distribuído na superfície aumenta significativamente pH, Ca e Mg trocáveis e reduz o
Al3 trocável em profundidade.

MÁQUINAS E IMPLEMENTOS

A semeadura direta no Brasil passou por várias fases nestes últimos 20 anos. Do ponto de vista da
evolução de máquinas destacam-se como as principais os sistemas de rompimento de solo, como: a)
discos de corte (liso, estriado e ondulado), tendo como função cortar os restos culturais e abrir o sulco
para a penetração dos conjuntos de semente e adubo; b) discos duplos defasado, liso ou recortado.
combinado ou não, composto por dois discos planos de diâmetro diferentes, com a função de cortar a
palha e abrir o sulco para a colocação da semente e adubo; c) faca ou facão, também destinado a abrir
sulco para colocação do adubo a maiores profundidades, assim como promover uma descompactação na
linha de plantio.
Atualmente as máquinas não utilizam mais os discos de corte ondulado e estriado e sim, apenas
disco liso para corte seguido dos discos duplos de abertura de sulco para depósito de semente e adubo.
Existem diversas máquinas no mercado com características específicas para os tipos de solo,
declividade, restos culturais, etc.

COMPACTAÇÃO DO SOLO

É um fenômeno que está indiretamente ligado a estrutura do solo pelo efeito direto da compressão
e, como conseqüência, influenciando sua aeração (arranjo e volume de poros) e características de
retenção de água. Portanto, através da relação entre a massa de uma amostra de solo com estrutura
natural e o volume que ela ocupa, pode-se quantificar o estado de compactação de um solo.
Esta influência na aeração do solo resulta efeitos diretos nas raízes das plantas, além de problemas
relacionados a má drenagem e conseqüentemente deficiência de oxigênio, provocando alterações nas
condições químicas, como também, o favorecimento de algumas doenças.

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A maioria de nossos solos de textura argilosa são bastante sensíveis a compactação provocada quer
por implementos agrícolas ou por tráfego de máquinas.
No caso do sistema de plantio direto, os efeitos da compactação nesses solos começaram a
aparecer logo nos primeiros anos após sua implantação. Muitas vezes, são resultados que
necessariamente não influenciam negativamente na produtividade de dada cultura.
Deve-se a isto, principalmente aos sistemas radiculares das diversas plantas, assim como, também,
suas exigências em relação a aeração do solo, isto é, porosidade livre de água. O milho, por exemplo,
necessita de valores mínimos em torno de 12 a 15%, sendo que menores que esses afetam o seu
metabolismo em poucos dias. Outras plantas necessitam menos ou até se desenvolvem normalmente
com 0%, caso da cultura do arroz.
Percebe-se que o problema da compactação é bastante discutível, contudo não impossível de resolvê-lo.
Condição básica para qualquer providência inicial, deve necessariamente passar pelo
acompanhamento do desenvolvimento dos rendimentos anuais. A curva de produtividade é fundamental
para indicar quais são os fatores que estão interferindo no sistema. A partir daí é que se deve tomar as
devidas providências no sentido de viabilizar melhorias em sua estrutura, caso o problema detectado seja
a compactação.
O Estado do Paraná tem sido um laboratório para todos os problemas inerentes ao sistema de
plantio direto ao longo dos anos, e o fenômeno da compactação não deixa de ser um dos principais,
principalmente nas regiões onde predominam solos de textura argilosa.
Em experimentos conduzidos pelo Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR), têm-se mostrado nos
aspectos relacionados a este problema, que apesar das condições físicas do solo apresentarem-se
insatisfatórias, não houve redução na produtividade da cultura.
Resultados obtidos em Cambissolo (Inceptisol) mostram que apesar dos valores de
macroporosidade estarem baixos para o sistema de plantio direto nas camadas superficiais (O - 10cm),
ainda assim apresentou um rendimento superior de grãos de cevada quando comparado com o sistema
de preparo convencional, através da aração com arado de discos.
A redução dos poros maiores em função da compactação não necessariamente altera a qualidade
destes poros em plantio direto, devido a sua continuidade, ás galerias construídas pelos organismos do
solo e também às fendas formadas pelo umidecimento e secamento do solo, garantindo um suprimento
adequado de oxigênio e movimento interno de água.
Também, em experimento realizado em latossolo roxo (IAPAR, Londrina), observou-se através de
resultados de infiltração, obtidos a partir de medições feitas em cilindros concêntricos, os quais
reproduzem bem a proporção de poros existentes no solo, valores favoráveis ao plantio direto em relação
ao convencional. Esses resultados evidenciam que, quando a estrutura natural é preservada, as alterações
através da compactação provocada pelos pneus do trator durante o plantio e colheita da soja são de
intensidade bem menores que os demais sistemas de preparo, caracterizada pela maior taxa de infiltração.
É necessário, no entanto, considerar a distribuição dos nutrientes, que no plantio direto apresenta-se
concentrado mais superficialmente, não exigindo que o sistema radicular da cultura explore um grande
volume de solo. Caso inverso para a cultura em sistema convencional de preparo, onde os nutrientes
estão mais diluídos em decorrência da mobilização do solo.
No que se refere aos grandes avanços para solução deste problema, considerando a existência de
práticas agrícolas seguras e definidas a tempos (rotação de culturas, adubação verde, etc.), pode-se
inferir que vários fatores tais como a falta de motivação, instrução, cultura, política agrícola e outros,
foram os responsáveis mais diretos pela morosidade de adoção por parte dos agricultores.
Mecanicamente, os avanços não foram significativos com relação a compactação. Desde o início,
quando da introdução do sistema de plantio direto, principalmente em solos argilosos, o uso do facão

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passou a fazer parte de kits para serem usados nestes casos específicos. Com pequenas inovações é ainda
hoje usado nas novas máquinas de plantio direto.
Sem dúvida nenhuma, a solução para este problema em solos de textura argilosa não passa
totalmente pelas máquinas e implementos, mas sim nos sistemas agrícolas adotados, aliados a
capacitação freqüente dos usuários.

ROTAÇÃO DE CUL TURAS

A rotação de culturas associada ao plantio direto tem se constituído em fator decisivo para a
obtenção de sustentabilidade técnica e econômica à produção de culturas temporárias na região tropical.
Dentre os objetivos da rotação de culturas podem ser assinalados os seguintes: 1) diversidade de renda; 2)
melhor aproveitamento de máquinas; 3) melhoria da fertilidade do solo; 4) redução da incidência de
doenças, plantas infestantes e de pragas; 5) redução de perdas de solo; 6) aumento e estabilização da
produtividade das culturas e 7) viabilização do plantio direto.
No Sul do Brasil, abaixo do paralelo 24oS, ocorrem altas precipitações durante o ciclo do trigo
elevando o número de horas que as plantas permanecem continuamente molhadas tornando severas as
epidemias. A rotação de culturas, sob o ponto de vista fitopatológico, consiste em se deixar de plantar
trigo numa lavoura até que ocorra a completa decomposição microbiana dos restos culturais e
conseqüente eliminação dos patógenos da área cultivada. A rotação de culturas tem contribuído para
aumentar a estabilidade e os rendimentos da cultura do trigo e diminuir a intensidade de doenças
radiculares.
As principais espécies de adubos verdes que integram as rotações no Brasil são: aveia, milheto e
guandu no Mato Grosso do Sul; aveia, tremoço, nabo forrageiro, ervilhaca, no Paraná e Rio Grande do
Sul. Dentre as espécies de primavera/verão destacam-se a crotalária juncea, mucuna preta e guandu.

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