CAMPUS UNIVERSITÁRIO PROFESSOR GEDIVAL SOUSA ANDRADE
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA HUMANA E TECNOLOGIA – DCHT XXIV BACHARELADO EM ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL
NARANAJDA MARQUES CAVALCANTE
XIQUE-XIQUE – BAHIA 2023 A UTILIZAÇÃO DE AGROTÓXICO NA REGIÃO DE IRECÊ – LINDINEI ALVES PORTO E MIRLA RUANE SOUZA
O Brasil é considerado uma das maiores potencias de produção agrícola
do mundo, tendo suas atividades registradas em meados de 1500 com os povos originários. Com o fim da segunda guerra mundial iniciou-se a Revolução Verde, que consistiu no avanço da agricultura no Brasil, com maior conhecimento técnico e uso de insumos com defensivos agrícolas, marcados pela globalização econômica e pela construção de grades empresas agroindustriais e varejistas que controlam o mercado mundial.
Chegando ao território de Irecê entre os anos 60 à 80, onde o cultivo de
feijão, mamona e milho, foram intensificados por incentivos de programas agrícolas e com investimento em maquinário e agrotóxicos, acarretando assim, problemas de sustentabilidade que se arrastam até os dias atuais, sendo eles, sociedade, economia e meio ambiente. A região de Irecê é bastante devastada, em termos territoriais, com a remoção de vegetação e empobrecimento do solo, provenientes das atividades agrícolas dos anos mencionados anteriormente. A agricultura do pós-guerra em especial, foi baseada em usos agroquímicos, altos níveis de irrigações visando apenas aumentar a produtividade.
Os agroquímicos, tais como pesticidas e herbicidas, são defensivos
agrícolas cuja a base pode ser de origem natural ou sintética, possuindo funções de exterminar ou controlar pragas, para que não atrapalhem a produção em escala. No mesmo contexto houve a exploração exacerbada dos lençóis freáticos da região com o aumento da irrigação, diminuindo e extinguindo de vez a existência de córregos superficiais e rebaixando os níveis dos lençóis freáticos da região.
Os agrotóxicos que foram inseridos dentro da produção agrícola do
Brasil, na década de 70 teve incentivo do governo com o plano nacional de defensivos agrícolas que dava ao agricultor um credito rural que era submetido ao uso de agrotóxicos. Neste âmbito o mercado de agrotóxicos chegou a crescer 93% no mundo e no Brasil, chegou a uma marca de 190% conforme um dossiê divulgado pela Associação de Saúde Coletiva – ABRASCO e segundo o Sindicato Nacional de Industria de Produtos para Defesa Agrícola esta marca chegou a 200% no Brasil, sendo equivalente a 5,2 Kg de agrotóxico por habitante. De acordo com a ABRASCO, de 50 tipos de agrotóxicos utilizados nas lavouras do nosso país 22 são proibidos na União Europeia, tornando o Brasil, o país que mais utiliza agrotóxicos banidos do exterior.
Os defensivos agrícolas são nocivos a saúde da fauna e flora, bem
como a saúde humana, por possuírem características bioacumulativas que fazem permanecerem por mais tempo no meio ambiente e não possuem características biodegradáveis, isto torna o homem seu potencial receptor por ser contaminados desde os lençóis freáticos, alimentos e pela atmosfera.
Os Estados Unidos, que são os maiores produtores de alimentos
mundial, consomem 646 milhões de toneladas de agrotóxicos e o Brasil, 826,7 milhões, não somos os maiores produtores de alimentos do mundo, mas somos os maiores consumidores de agrotóxico, são dados alarmantes, visto que seu uso é extremamente maléfico à saúde humana. Dentre as contaminações pelo uso do agrotóxico, estão o meio em que se é depositado, solo, lençóis freáticos, fauna, flora, todo ecossistema.
O território de Irecê, possui uma área total de 27.490,80 Km², com
predominância do bioma caatinga, possui um baixo nível de água superficial e baixo índice de precipitações anuais. Com isso, aumenta ainda mais a incidência de perfuração de poços sem nenhuma fiscalização previa e continua, aumentando ainda mais o uso de agrotóxicos nestas plantações, consequentemente, seus potenciais dados ao meio ambiente. A situação ambiental da região fica cada vez mais crítica, não só pelo uso exacerbado de agrotóxicos, mas pelo uso indiscriminável dos recursos hídricos, na devastação da cobertura vegetal e principalmente, da disposição de efluentes nos rios temporários.
A agroecologia torna-se uma ferramenta fundamental para a gestão
ambiental e agricultura com impactos positivos e/ou menos nocivos ao meio ambiente e a saúde humana da região. Prevendo manter, ou preservar o meio e os recursos naturais, visto que, o bioma caatinga, possui maior dificuldade de se regenerar.