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CTPMMG – Juiz de Fora 2.º ano do E.M.

- Geografia
PROBLEMAS AMBIENTAIS E AS PRÁTICAS AGRÍCOLAS NO BRASIL

As queimadas no Brasil
As queimadas são um dos problemas ainda presentes na agricultura brasileira.
Uma das práticas usadas pelos indígenas, na abertura dos aceiros para o cultivo era a da queimada.
Isto possibilitava, além da rápida limpeza do terreno, o aproveitamento das cinzas como adubo e cobertura.
Ao contrário do que preconizam os estudiosos e pessoas que, como Monteiro Lobato, abordaram a
prática como um legado nocivo dos índios, as queimadas que estes realizaram ao longo de cerca de doze
mil anos de sua presença nas atuais terras do Brasil mantiveram a natureza em equilíbrio - o que deixou de
ocorrer, entretanto, com a incorporação da limpeza do terreno pelo fogo à cultura europeia introduzida a
partir de 1500: a divisão da terra em propriedades, o cultivo monocultor, etc., que dizimaram a flora nativa.
O manejo dos índios não era baseado apenas no fogo: a formação das roças em locais escolhidos
permitia a interação com a natureza circundante, sua preservação, obtendo em troca a caça e a proteção
contra pragas. Algo que foi perdido, como constatou Darcy Ribeiro, ao afirmar: "Assim passaram milênios
até que surgiram os agentes de nossa civilização munidos, também ali, da capacidade de agredir e ferir
mortalmente o equilíbrio milagrosamente logrado por aquelas formas complexas de vida"

Agricultura e impacto ambiental


No Brasil o setor agropecuário e o desmatamento respondem por 75% das emissões de gases
responsáveis pela mudança do clima. Em razão disto, algumas iniciativas vêm sendo adotadas, com objetivo
de minimizar esse impacto, sobretudo pela redução do desmatamento para a expansão agrícola e pecuária:
a chamada "Moratória da Soja", o Zoneamento Agroecológico da Cana-de-açúcar, e o uso da fertirrigação
nesta última, são exemplos dessas ações.

Erosão do solo
Um dos problemas enfrentados pela agricultura brasileira é a falta de cuidados referentes ao uso do
solo e controle da erosão. Uma grande parte das regiões Sudeste e Nordeste do país é de formações
rochosas graníticas e de gnaisse, sobre as quais assenta-se uma camada de regolito, bastante suscetível à
erosão e formação de voçorocas. Autores, como Bertoni e Lombardi Neto, apontam essa condição como
um dos maiores riscos ambientais do país, e grande parte delas são decorrentes da ação humana.
A erosão impõe a reposição de nutrientes ao solo, em consequência da perda dos mesmos, e ainda
provoca perda da estrutura, textura, e diminuição das taxas de infiltração e retenção de água.
Os procedimentos usados comumente no preparo do plantio, como a aração e uso de herbicidas para
o controle das ervas daninhas acabam por deixar o solo exposto e suscetível à erosão - quer pelo
carregamento da camada superficial (e mais rica em nutrientes), quer pela formação das voçorocas. A terra
levada pela água, assim, provoca o assoreamento de rios e reservatórios, ampliando deste modo o impacto
negativo no ambiente. Uma das soluções é o chamado plantio direto, prática ainda pouco divulgada no país.

Agrotóxicos no Brasil
Existem quatro mil tipos de agrotóxicos, que resultam em cerca de quinze mil formulações distintas, dos
quais oito mil estão licenciadas no Brasil. São produtos como inseticidas, fungicidas, herbicidas, vermífugos,
e ainda solventes e produtos para higienização de instalações rurais, dentre outros. Seu uso indiscriminado
provoca o acúmulo dessas substâncias no solo, água (mananciais, lençol freático, reservatórios) e no ar - e
são largamente utilizados para manter as lavouras livres de pragas, doenças, espécies invasoras, tornando
assim a produção mais rentável.
O Brasil apresenta uma taxa de 3,2 kg de agrotóxicos por hectare - ocupando a décima posição mundial,
para alguns estudos, e a quinta, em outros. O estado de São Paulo é o maior consumidor, no país, sendo
também o maior produtor (com cerca de 80% da produção nacional). Para o controle dos efeitos danosos
ao meio ambiente do uso dessas substâncias é preciso a educação do agricultor, a prática do plantio direto,
e ainda o esforço de órgãos tecnológicos como a EMBRAPA, com o desenvolvimento de espécies mais
resistentes, de técnicas que minimizem a dependência aos produtos, do controle biológico de pragas, entre
outros.
O uso indiscriminado de agrotóxicos decorre porque é baixa a conscientização do produtor e poucos
são os que cumprem as determinações legais para o uso dessas substâncias, como a de Equipamento de
Proteção Individual (EPI).

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Segundo informações da Anvisa com base em dados da ONU e Ministério do Desenvolvimento,


Indústria e Comércio, as lavouras brasileiras utilizam pelo menos dez tipos de agrotóxicos considerados
proibidos em outros mercados, como União Europeia e Estados Unidos.

Flexibilização da Lei de Agrotóxicos no Brasil


O uso de agrotóxicos no Brasil é regulado pela Lei de Agrotóxicos (lei nº 7.8022, de 1989).
Em 2018, foi aprovado pela Câmara dos Deputados um projeto proposto pelo deputado Luiz
Nishimori que prevê a liberação do uso de agrotóxicos pelo Ministério da Agricultura sem a
interferência de órgãos como o Ibama ou a Anvisa. O projeto revoga a lei de 1989 e promove
alterações para as regras de produção, comercialização e distribuição de agrotóxicos,
flexibilizando-as.
Essa aprovação foi motivo de intensos debates entre ambientalistas, que defendem o não
uso desses produtos químicos, e ruralistas, que dizem que é inevitável não usá-los, visto
que a produtividade brasileira no setor agropecuário depende dessas substâncias.
Em 2019, o Ministério da Agricultura aprovou o registro de agrotóxicos de alta toxicidade.
Dados da Anvisa revelam que o Brasil é atualmente um dos principais destinos de agrotóxicos
banidos em diversos países, como Estados Unidos, China e países da União Europeia. No
Brasil, são utilizados ao menos dez produtos banidos nesses países.
Fonte: https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/agrotoxicos.htm acesso em 25/02/2024

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A Poluição das Águas
No seu caminho para o mar, a água vai ficando carregada de partículas e matéria dissolvida,
provenientes de detritos naturais e dos despejos da sociedade humana. Quando a densidade populacional
ao redor de uma reserva de água é baixa, os resíduos na água podem ser degradados por micróbios, em
um processo natural de autopurificação. Quando a capacidade de autopurificação é excedida, grandes
quantidades de resíduos se acumulam nos mares, onde podem causar danos à vida aquática.
A poluição hídrica causada por práticas agrícolas insustentáveis, quando do abuso de agrotóxicos,
fertilizantes e outros produtos agroquímicos que invariavelmente vão escoar para rios, lagos e reservas
subterrâneas, é um problema crescente em todo o mundo e frequentemente subestimado por políticas
públicas e por produtores, conforme alerta a ONU em 2018.

Fonte: https://arvoreagua.org/usos-da-agua/poluicao-da-agua/tipos-de-poluicao-da-agua acesso em:


20/02/2024

A Contaminação do Oceano
A zona costeira é região de grande produtividade biológica, sustentando vida marinha que engloba
desde plâncton a peixes, tartarugas e baleias. A maior parte dos peixes de água salgada consumidos é
pescada ao longo de uma região de 320 km a partir da praia. A cada ano, toneladas de sujeira são
depositadas nessas zonas costeiras e nas cabeceiras de rios. Uma parte crescente desse depósito
acumulado pode ser atribuída à erosão e à desflorestação causadas pela intervenção humana. Além das
descargas de rios, outras causas contribuem para que a poluição chegue ao oceano: escoamento de águas
superficiais, transporte atmosférico, despejo de lixo, entre outras.
Descargas excessivas de esgoto das áreas urbanas praieiras levam à eutroficação das águas
costeiras, o que pode alterar a composição das populações de plâncton. O crescimento acelerado de
plâncton, devido ao elevado teor de nutrientes dos esgotos pode levar ao esgotamento do oxigênio
disponível para os peixes, causando sua morte. Além do mais, a presença de bactérias patogênicas no
esgoto tem levado à interdição de praias aos banhistas e a proibições de pesca de moluscos e crustáceos,
que concentram bactérias em seus tecidos.

Salinização dos solos


Este processo compreende no excessivo acúmulo de sais minerais, provenientes as águas, tanto pluviais,
quanto nas águas utilizadas para irrigação agrícola. Este problema vem se agravando em várias partes do
mundo, podendo provocar infertilidade dos solos e até de desertificação.
O fenômeno da salinização pode ocorrer naturalmente em diferentes áreas da superfície terrestre –
principalmente nas áreas de clima árido e semiárido –, mas são as ações humanas que ocasionam ou
intensificam esse processo, principalmente pela adoção de métodos incorretos na agricultura. Para evitá-lo,

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é preciso realizar o correto manejo dos solos, empregando práticas de irrigação que não sejam prejudiciais
ao meio de plantio.

Desmatamento
O desmatamento no Brasil é uma preocupação crescente, despertando atenção global devido às
suas consequências ambientais, sociais e econômicas. Este fenômeno refere-se à remoção de grandes
áreas de florestas, especialmente na Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica. Existem diversas causas para o
desmatamento, e entender esses motivos é crucial para a busca de soluções sustentáveis.

Impactos causados pelo desmatamento:


O desmatamento provoca a perda de biodiversidade, esse processo leva a extinção, espécies que
dependem dos habitats florestais. Contribui, sobremaneira, para as mudanças climáticas, pois as florestas
atuam como sumidouros de carbono.
A destruição de florestas resulta na liberação de grandes quantidades de dióxido de carbono na
atmosfera, contribuindo para o aquecimento global e eventos climáticos extremos.
Além dos impactos ambientais, verificamos também impactos sociais, algumas comunidades
tradicionais que dependem das florestas para subsistência são diretamente afetadas, perdendo não apenas
seus meios de vida, mas também sua conexão cultural e espiritual com a terra.

Fonte: https://ufg.br/n/157697-lapig-participa-de-pesquisa-que-mostra-avanco-do-desmatamento - acesso em


22/02/2024

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