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3 Compactacao
3 Compactacao
COMPACTAÇÃO
O estudo da técnica e controle da compactação é relativamente recente e tem sido
desenvolvido principalmente para a construção de aterros.
A compactação é um processo no qual se visa melhorar as propriedades do solo
garantindo certa homogeneidade, procedendo-se a eliminação do ar.
3. 1 – Introdução:
Porter desenvolveu a teoria de compactação para verificar a influência do teor de
umidade na qualidade final de um solo compactado.
Ralph Proctor, em 1933, publicou uma série de artigos, divulgando o seu método de
controle de compactação, baseado num novo método de projeto e construção de
barragens de terra compactadas que estava sendo empregado na Califórnia; onde é
apresentado que a densidade com que um solo é compactado, sob uma determinada
energia de compactação, dependo do teor de umidade no momento de compactação.
3. 2 – Ensaios de Compactação
3. 2.1 – Introdução Teórica
Proctor desenvolveu um ensaio dinâmico para determinação experimental da curva de
compactação (massa específica aparente seca (γs) versus teor de umidade (h)) (figura
3.1).
γs (g/cm³)
γs máx
ramo ramo
seco úmido
hot h (%)
Tabela 3.1. – valores médios de teor de umidade ótimo e da massa específica aparente
seca máxima dos solos, conforme sua granulometria.
Granulometria hot (%) γsmax. (kg/ m³) médios
Areias 7 a 12 2000
Siltes 18 a 25 1600
Argilas 30 a 40 1300
γs(g/cm³)
areia
silte
argila
h
Figura 3.2 – curvas de compactação de solos compactados com a mesma energia.
γs(g/cm³)
h (%)
Figura 3.3 – Curvas de compactação de um mesmo solo compactado com energias
diferentes.
Rita Moura Fortes
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O ensaio de Proctor é normalizado pelo método de ensaio NBR 7182, sendo que as
energias especificadas na norma são: normal, intermediária e modificada, variando–
se para isso as dimensões do molde e soquete, número de camadas e golpes,
conforme pode ser observado na tabela 3.2.
Na figura 3.4 pode-se verificar a preparação da amostra para o ensaio de
compactação. Inicialmente a amostra é seca ao ar sobre uma lona, após, detorroa-se
com auxilio da mão de gral e borracha, depois armazena-se em caixas. Prepara-se 5
pontos com teores de umidade diferentes, adicionando-se água a amostra com
umidade higroscópica para se obter o ponto com um determinado teor de umidade,
mistura-se a amostra homogeneizando-a.
O ensaio pode ser realizado de cinco maneiras: com ou sem reuso de material, sobre
amostras preparadas com secagem prévia até a umidade higroscópica ou sobre
amostras preparadas a 5 % abaixo da umidade ótima presumível ou sem reuso de
material, sobre amostras preparadas a 3 % acima da umidade ótima presumível.
Figura 3.4 Amostra deformada secando ao ar livre (a); seca (umidade higroscópica) (b);
colocação em caixas (c); preparação da amostra com diferentes teores de umidade (5
teores) e (d) homogeneização (e).
disco espaçador
(a)
Figura 3.6 – (a) Colocação de papel filtro no molde; (b) esquema de compactação
(soquete leve e soquete pesado); (c) compactação cilindro grande; (d) pesagem do
corpo de prova após a compactação; (e) e (f) extração do corpo de prova.
Rita Moura Fortes
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Com os resultados obtidos no ensaio de compactação são efetuados cálculos para
a:
a) determinação da massa específica aparente seca (γs), dada pela fórmula:
Mh x 100
γs = ------------------------------ (1)
V x (100 + h)
Onde:
S
γs = --------------------------------
h S
( ------ + ------- )
γa δ
Onde:
h = teor de umidade em % ;
δ = massa específica dos grãos do solo (determinado de acordo com a NBR 6508 ou
6458, em g/cm³) ;
Figura 3.7 (a) Rolo pé de carneiro (b) e (c) superfície após a compactação.
3.3.3 vibração
3.3.3.1 no campo: equipamentos que utilizem vibração além do peso próprio .
Placas e Rolos Vibratórios : são utilizados para compactar materiais granulares como
os solos grossos com menos de 12% passando na peneira de malha 0,075 mm (areia,
pedregulhos, britas), sendo também adequados para solos com 4 a 8% passando
nessa peneira. A espessura da camada compactada deve situar-se em torno de 20 a
25 cm, ou seja, a camada de solo é da ordem de 60 a 100 cm. O número de passadas
está geralmente na faixa de 2 a 4, com uma pressão de 8 kgf/cm² , sendo que sua
velocidade ultrapassa 8 km/h.
A vibração é geralmente causada pela ação de dois discos excêntricos movidos por um
motor a gasolina. O vibrador pode ser montado sobre um rolo compressor liso (ou
mesmo rolo pé de carneiro) sobre uma placa de aço lisa.
O controle de compactação é realizado visualmente, efetuando-se passadas suficientes
para que não haja abatimento visível da camada, além de efetuar os controles de praxe
(grau de compactação e desvio do teor de umidade).
Milton Vargas desaconselha a utilização de rolos compressores vibratórios pé de
carneiro, pois a vibração não pode produzir compactação alguma em solos que
possuem alguma coesão, sendo que o efeito da vibração só serviria para aumentar o
peso de pé de carneiro por efeito dinâmico, saindo, portanto, mais econômico
aumentar-lhe o peso estático.
3.3.4 estática
3.3.4.1 no campo: pode ser do tipo:
a) Rolo Liso: composto por um cilindro de aço oco , podendo ser enchido com areia
ou pedregulho, com a finalidade de aumentar a pressão aplicada. Podem ser de
apenas uma roda (rolo), duas em tandem, em três.
São indicados para compactação de pedregulhos, areia, pedra britada, com camadas
de espessura de 5 a 15 cm. Por causa de sua pequena superfície de contato são
utilizados na compactação do capeamento e em base de estrada (figura 3.11).
Nos itens anteriores foram descritos vários controles “práticos” obrigatórios. Além dos
métodos mais complexos, deve-se observar:
γs ( campo )
GC = ---------------------------------------------- x 100 %
γsmáx. ( laboratório )
onde:
∆ h = |h campo - h ótimo|