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VANGUARDAS SÉCULO XX

O ABSTRACIONISMO

O Abstracionismo é uma arte que não se rege pelas regras comuns da arte clássica, esta foge a representação de
qualquer realidade exterior, não imita nada em concreto nem tem intenção representativa do mundo exterior.
O Abstracionismo prima pela arte não figurativa. Esta arte foca-se no uso das cores, formas geométricas, texturas
e composição.
O Abstracionismo surge juntamente com a arte moderna no princípio do século XX.

“Se a expressão pictórica mudou, é porque a vida moderna fez com que fosse necessário” - Fernand Léger

BIOGRAFIA DO AUTOR

Wassily Kadinsky nasceu em Moscovo, na Rússia, dia 4 de dezembro (22 de novembro pelo calendário russo) de
1866. Passou a sua infância na Ucrânia, criado pela tia após separação dos pais. Formou-se em direito pela
Universidade de Moscovo, mas não levou avante esta profissão.
Em 1896, iniciou os seus estudos na Pintura, em Munique.
Em maio de 1901 fundou (junto com outros artistas) a sociedade Artística PHALANX, onde criou uma escola e
lecionou na mesma.
No início da sua carreira deu preferência pela pintura de paisagens ao ar livre, mostrando uma nítida influência
pelo impressionismo, na altura; em 1911 as suas pinturas já remetem ao abstracionismo, acabando com a
representação do objeto na pintura.
Kadinsky deu aulas na Bauhaus (sempre conectado com as vanguardas europeias) até ao fecho da mesma devido
à Segunda Guerra Mundial.
Faleceu em França a 13 de dezembro de 1944, com 78 anos de idade.

A COMPOSIÇÃO II, KADINSKY

A composição II é uma das obras abstratas do artista que desperta para uma beleza desprovida do sentido real.
Esta composição ascende ao início do abstracionismo do artista que à medida que a sua temática se ia
desfragmentando, as narrativas das pinturas tornavam-se apocalípticas.
Nesta obra em específico e sendo uma das que se considera a ascensão do abstrato, podemos observar, embora
ténue, uma figura animal, delineada a preto que remonta a cavaleiros e cavalos. Ao olharmos fixamente, podemos
observar silhuetas caídas, com que moribundas mergulhadas no caos. Esta pintura contém uma composição mais
formal e associada à maleabilidade da forma isolada.
Nesta pintura em particular através da cor verifica-se a destruição e a salvação espiritual. O amarelo é uma cor
terrestre e como tal adquire o tom doentio, a doença ataca, destrói, lança e dispersa as suas forças por todo o lado
dissipando-as até ao esgotamento total; o azul a cor tipicamente celeste, denota-se a profundidade e calma, mas,
quando desliza tinge-se de tristeza que excede o humano, daí a referência a destruição para o mundo na Pintura; o
verde acaba por ter um ponto de equilíbrio ideal na mistura de ambas as cores, pois anulam os movimentos
excêntricos e concêntricos. A ação direta da cor sobre o olhar e através dele sobre a alma, conduz a uma
tranquilidade, que é evidente do lado esquerdo do quadro.
A temática de Kadinsky neste quadro em específico simboliza a cruzada contra os valores estéticos convencionais
e um futuro próspero e mais espiritual dos poderes que transportam a arte para outro patamar.
A arte verdadeiramente pura, colocar-se-á ao serviço do divino e nesta ascensão haverá o “Princípio da
necessidade interior" segundo o artista (Kadinsky).
Este princípio é constituído por três necessidades místicas:
- O artista deve exprimir a sua personalidade;
- Cada artista, filho da sua época, deve exprimir o que é próprio a essa época;
- Cado artista, fiel a si mesmo, como servidor da arte, deve exprimir aquilo que é próprio da arte.
Esta obra é de 1910 e foi feita a óleo sobre tela, está situada no The Solomon R. Guggenheim Museum, Nova
York, EUA.

Kandinsky, Composição 2, 1910

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