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DROGAS VEGETAIS?

Segundo a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária)

RESOLUÇÃO ANVISA Nº 14, DE 31 DE MARÇO DE 2010

CAPÍTULO I

Seção II

Definições

Art. 2º Para efeito desta Resolução são adotadas as seguintes definições:

V - droga vegetal: planta medicinal, ou suas partes, que contenham as


substâncias, ou classes de substâncias, responsáveis pela ação terapêutica,
após processos de coleta, estabilização, quando aplicável, e secagem,
podendo estar na forma íntegra, rasurada, triturada ou pulverizada;

Drogas de abuso

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), droga é definida no


sentindo mais amplo como “qualquer substância química ou mistura de
substancia, não produzida pelo organismo, desnecessária para a manutenção
da saúde normal (como os alimentos), cuja administração altera a função
biológica e, possivelmente, a estrutura, produzindo alterações no seu
funcionamento. ¹

O seu uso contemporâneo abrange duas grandes áreas de significado:


preparações medicinais e compostos quimicamente semelhantes, consumidos
principalmente para fins hedonistas, onde as alterações químicas no corpo são
procurados pelos efeitos psicológicos em vez de efeitos fisiológicos. Já as
drogas de abuso são definidas como qualquer droga que cause danos físico,
psicológico, social ou legal para o consumidor ou outros indivíduos afetados
pelo comportamento do consumidor.¹
COCAINA

A cocaína é obtida a partir da folha de Erythroxylon coca, originaria da América


do Sul, nas regiões altas dos Andes e o seu uso remota a épocas muito
antigas. ¹

Em 1859, o químico alemão Albert Niemann, isolou das folhas de coca uma
substancia a que chamou cocaína. Foi inicialmente utilizada como anestésico,
em 1860, principalmente em cirurgias de ouvido e garganta.¹

Nos anos 70, a cocaína era difícil de obter e francamente cara, ficando
conhecida como a droga das estrelas de Hollywood e de alguns atletas, que a
conseguiam pagar, além disso era considerada o “champagne” das drogas
estimulantes. A cocaína é, hoje em dia, a substancia de abuso “da moda”. Ao
contrário da heroína, ou os derivados dos canabióides, o seu uso associa-se a
um bom nível econômico e social e, em geral, é considerado a droga da cultura
hippie.¹

A forma como a cocaína é consumida é um importante fator a ter em conta


quando se pensa nas consequências do seu consumo. A cocaína de rua é
apresentada sobre a forma de um pó branco, produzido através da combinação
entre uma pasta obtida a partir das folhas de coca, com uma solução de ácido
clorídrico para formar um sal, o clorohidrato de cocaína. Por ser um sal essa
substancia é solúvel em agua e pode ser injetada ou aspirada por via
intranasal.¹

A cocaína “freebase” é feita através da mistura da cocaína vendida nas ruas


com um substância altamente inflamável, o éter, que pode causar graves
queimaduras quando mal utilizado. No entanto existe uma forma mais segura
de produzir esta substancia, realizada através da dissolução do sal da cocaína,
em solução alcalina (por exemplo o bicarbonato de sódio). Quando na água em
que a solução é fervida, evapora totalmente, forma-se uma substancia pétrea
designada de “crack” devido ao som que produz quando é quebrado. O crack,
é portanto um derivado da cocaína, aparece sob a forma de cristais, é cinco a
sete vezes mais potente do que a cocaína. ¹
Considerada uma droga estimulante do SNC. Atualmente é utilizado com fins
medicinais em cirurgias faciais, uma vez que, como já foi referido, possui
propriedades anestésicas, além de proporcionar contrição dos vasos o que
diminui as hemorragia.

A cocaína que chega ao consumidor apresenta cerca de 70 a 90% de grau de


pureza, sendo que os contaminantes mais comuns são anestésicos locais ou
açucares, destacando-se a cafeína.

A cocaína produz um poderoso efeito estimulante, uma vez que interfere com
os centros sensoriais do cérebro, onde neurotransmissores como a dopamina
são produzidos. Ela promove a retenção ds excesso de dopamina no cérebro,
causando assim uma intensa sensação de bem estar e efeito estimulante. No
entanto, também causa efeitos nefastos, pois promove a constrição dos vasos,
aumenta a temperatura corporal, os batimentos cardíacos, a pressão
sanguínea e a dilatação das pupilas. Apesar de proporcionar alguns efeitos
como a possibilidade de reduzir a fadiga e dar energia, quanto mais se
consome, menos efeito de “prazer” se sentem, o que aumenta a necessidade
do consumidor em voltar a consumir, doses cada vez maiores na tentativa de
voltar a sentir os efeitos iniciais.

ESTRUTURA QUIMICA E PROPRIEDADES

A cocaína C16H21NO4, é um alcaloide extraído da folha do arbusto da coca


(Erythroxylon coca) e tem propriedades químicas semelhantes às aminas. O
seu nome definido pela IUPAC é éster metílico do acido [1R-(exo,exo)-3-
(benzoiloxi)-8-metil-8-azabicilo[3.2.1]octano-4-carboxilico. O clorohidrato de
cocaína é um sal obtido na extração da cocaína e tem propriedades
semelhantes às do cloreto de sódio- facilmente solúvel em agua e
razoavelmente estável quando submetidos a aquecimento. Quando reage com
substancias básicas, é convertido em cocaína pura, de base livre ou “freebase’,
com propriedades distintas.¹

DETERMINAÇÃO DAS DROGAS DE ABUSO EM AMOSTRAS BIOLOGICAS

O desenvolvimento de métodos para a pesquisa de drogas de abuso em


matrizes biológicas, constitui um importante instrumento no âmbito clinico e
forense, no primeiro contribuindo para o acompanhamento de indivíduos em
uso prolongado de medicamentos, no tratamento de toxicodependência e no
controle do uso abusivo de drogas. No âmbito forense, contribuindo para
esclarecer a causa de morte e o diagnóstico de intoxicações acidentais ou
intencionais relacionadas com o uso abusivo de drogas. Desta forma através
da análise químico-toxicológica de amostras biológicas pode obter-se
informação sobre o consumo de drogas, sendo a escolha da amostra a analisar
fundamental, uma vez que cada uma apresenta características especificas,
quer bioquímicas, farmacodinâmicas e farmacocinética. As matrizes mais
utilizadas para a detenção deste tipo de substâncias são a saliva, o sangue, a
urina, o suor e o cabelo, apresentando todos eles vantagens e desvantagens.

Quando uma droga está presente no sangue, vai estar igualmente presente
nos fluidos orais, devido ao equilíbrio existente entre os fluidos corporais. No
entanto a concentração, nos fluidos orais, poderá ser muito baixa, por vezes
menor que o limite positivo. Por outro lado, durante o consumo da droga, esta
vai sendo depositada no cabelo e em última análise a droga e os seus
metabolitos vão ser eliminados através da urina ou fezes.

Existem dois tipos de testes laboratoriais para a detenção de consumo de


drogas: testes baseados em fluidos corporais e em amostras de queratina
(cabelos e pelos). Os fluidos corporais possuem um período de detenção curto,
em média de 2 a 4 dias dependendo da droga em analise (exceto a cannabis
que pode chegar a 20 dias). Já as amostras de queratina possuem um período
de detenção longo, podendo chegar a 6 meses.

As técnicas de analise toxicológica das drogas de abuso variam desde


clássicos métodos não instrumentais, como reações volumétricas ou
colorimétricas, até outros métodos mais sensíveis e com tecnologia mais
avançada. ¹

Os mais importantes são:

Espectrometria de Massas (MS):

Cromatografia:

Testes Colorimétricos:

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