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FRANCISCA BOOTELHO TCC Letras - UNEMAT - 2023
FRANCISCA BOOTELHO TCC Letras - UNEMAT - 2023
SINOP/MT
2023
FRANCISCA ROGÉRIO SILVA BOTELHO
SINOP/MT
2023
FRANCISCA ROGÉRIO SILVA BOTELHO
BANCA EXAMINADORA
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SINOP/MT
Dezembro de 2023.
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho ao meu filho, Nícolas Botelho, por estar sempre ao meu lado em
todos os momentos dessa caminhada, e em especial ao meu pai Francisco, por ter me
incentivado a ir em busca dos meus objetivos. Dedico também a minha mãe Terezinha
Eliza, que sempre fez de tudo para que eu pudesse seguir em frente com palavras de
incentivo quando precisei, ao meu esposo Francisco Botelho, a minha sobrinha
Gleiciane da Silva, as minhas irmãs Josefa, Maria das Graças, aos meus irmãos
Cícero, Damião e Francisco, que sempre acreditaram em mim. Amo vocês.
Este trabalho tem uma relevância muito significativa para mim de missão cumprida ao
longo dessa caminhada. Agradeço primeiramente a Deus por ter me dada forças para seguir
em frente nessa caminhada, ao meu pai Francisco por ter me incentivado a continuar, ao meu
filho Nícolas que sempre esteve comigo quando precisei, a minha mãe Terezinha Eliza que
sempre acreditou em mim, a minha irmã Maria das Graças que sempre acreditou que eu
poderia ir mais longe, e ao meu orientador professor Marion Machado Cunha que me acolheu
de braços aberto, que me ajudou em todos os momentos, durante essa pesquisa contribuindo
para que ela realizasse.
Este trabalho é resultado de uma pesquisa realizada por meio de análise de livros do 7º e 9º
ano do ensino fundamental, utilizados em uma Escola Estadual de Sinop, Mato Grosso (MT),
que teve como objeto de estudo a diversidade Linguística e as relações pedagógicas
mobilizadas nas práticas educativas da Língua Portuguesa. Objetivou-se compreender como
acontece a inserção da variação linguística no contexto do livro didático. A pesquisa é de
cunho qualitativo, pois para a obtenção de dados foram utilizados livros de português dos
anos finais do ensino fundamental, nos quais foram analisadas as unidades I, algumas páginas
direcionadas a linguística. Os resultados obtidos apontam para conteúdo de variedade
linguística de pouca problematização. As temáticas e os conteúdos, nos livros didáticos
analisados, se pautam para formas abundantes em conteúdos de gramática normativa. Sendo
assim, os conteúdos linguísticos e de variedade linguística, presentes nos livros didáticos, são
generalizados e amplos. Esse direcionamento de “baixa” inserção da variação se dá em razão
de uma prática educativa centrada na dominância da gramática normativa, e se impõe como
barreira atuante para superar os preconceitos linguísticos no contexto escolar e na sociedade.
Palavras – chave: Diversidade linguística. Gramática. Inserção. Livro Didático.
ABSTRACT
This research stems from an analysis of textbooks used in the 7th and 9th grades of
elementary school at a State School in Sinop, Mato Grosso (MT). The study focuses on
linguistic diversity and the pedagogical relationships mobilized in Portuguese language
educational practices. The objective was to understand how linguistic variation is
incorporated into the context of the textbooks. The research is qualitative, as Portuguese
language textbooks from the final years of elementary school were used to gather data. The
analysis focused on Unit I and specific pages addressing linguistics. The results indicate a
limited problematization of linguistic variation content. The themes and contents in the
analyzed textbooks predominantly revolve around normative grammar. Therefore, linguistic
and linguistic variation contents in the textbooks are generalized and broad. This "low"
inclusion of variation is a result of an educational practice centered on the dominance of
normative grammar, acting as a barrier to overcoming linguistic prejudices in the school
context and society.
INTRODUÇÃO.......................................................................................................................10
2 O SURGIMENTO DA SOCIOLINGUÍSTICA E DE SUA VERTENTE: A
SOCIOLINGUÍSTICA EDUCACIONAL............................................................................13
2.1 SURGIMENTO E PRINCIPAIS PRECURSORES...........................................................13
2.2 VARIAÇÃO LINGUÍSTICA: UMA VISÃO GERAL ENTRE A DIFERENÇA E AS
IGUALDADES.........................................................................................................................14
2.3 A SOCIOLINGUÍSTICA EDUCACIONAL EM SALA DE AULA.................................15
3 A ABORDAGEM DA SOCIOLINGUÍSTICA NOS LIVROS E MATERIAIS
DIDÁTICOS............................................................................................................................20
3.1 O PRECONCEITO LINGUISTICO E O LIVRO DIDÁTICO..........................................20
4 METODOLOGIA................................................................................................................23
4.1 TIPO DE PESQUISA.........................................................................................................23
4.2 O CORPUS DE PESQUISA...............................................................................................23
4.3 ETAPAS DA PESQUISA...................................................................................................24
4.4 QUESTÕES PERTINENTES SOBRE O LIVRO DIDÁTICO E O LUGAR DO
PRIVADO: AS FONTES DE PESQUISA...............................................................................24
5 A DIVERSIDADE LINGUÍSTICA TEM ESPAÇO NO CONTEXTO ESCOLAR NOS
ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL?...............................................................27
5.1 ANÁLISE DO LIVRO 1....................................................................................................27
5.2 ANÁLISE DO LIVRO 2....................................................................................................32
5.3 A NORMA-PADRÃO E DAS VARIEDADES LINGUÍSTICAS....................................34
CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................................37
REFERÊNCIAS......................................................................................................................38
10
INTRODUÇÃO
Historicamente, o estudo da Sociolinguística nunca foi uma tarefa fácil e nem será
tarefa simples de se trabalhar por se tratar de um conteúdo de grande complexidade para o
trabalho do educando em sala, porque se trata um conteúdo bem difícil de lidar e aplicar é um
assunto que requer muita leitura e dedicação no momento da utilização do livro didático, que
é uma das ferramentas dar suporte de apoio ao docente em sala de aula.
Notou-se diante dessa fala que sempre foi um desafio inseri-la no ambiente
educacional, porque na maioria das vezes não lhe é dado o devido valor merecido, pois muitas
vezes é negligenciada por muitos livros utilizados por professores em sala. Há sempre
demandas de materiais como livros didáticos que traz no contexto diversas propostas de
atividades a serem trabalhadas, porém apresentam nos contextos esse assunto de forma
resumida, de difícil compreensão e pouco explorado. Por esse motivo, é que o foco principal
deste trabalho é esclarecer de fato se estão e como são inseridas as diversidades linguísticas
no contexto escolar.
Através de leituras preliminares constatou-se que, na maioria das vezes, teóricos têm
abordado sobre assuntos sociolinguísticos relacionados a relevância de se fazer um estudo
aprofundado sobre a sociolinguística, o assunto mencionando a importância da exploração
dessa temática para a ampliação do conhecimento sobre a língua em relação a linguagem, a
partir da compreensão de suas Inter-relações com as diversidades linguísticas, variações e
variedades suas especificidades.
Nesse sentido, foi necessário trazer mais sobre a temática e as formas pelas quais
foram inseridas dentro do contexto escolar. Compreende-se que é relevante o estudo desse
tema. Visto quer essa perspectiva, faz necessário saber se a diversidade linguística tem espaço
no contexto escolar, pois abordou a forma pela qual é trabalhada e inserida a diversidade
linguística no contexto escolar dos anos finais do ensino fundamental. Para a obtenção de
dados para fomentar esse trabalho foram utilizados para coleta de dados materiais didáticos
desenvolvidos pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) dos anos finais do ensino fundamental de
Escolas Estaduais em Mato Grosso, no município de Sinop, no ano de 2022.
Estudar essa temática tendo em vista que os benefícios e contribuições são relevantes
para garantir um ensino cujo desdobramento conecte o ensino e a aprendizagem a realidade da
dos estudantes, sujeitos de historicidade e cultura. Referimos a um ensino que possa valorizar
a diversidade linguística que se apresenta fora dos muros escolares.
O trabalho que se ampara teórico-metodologicamente nos pressupostos da
Sociolinguística Educacional traz, de forma intencional, o título “A diversidade linguística
11
tem espaço no contexto escolar nos anos finais do ensino fundamental”, com ponto de
interrogação, com o propósito de questionar se, de fato, há espaço para a diversidade no
ambiente escolar. O tema é relevante porque se trata de um assunto contemporâneo, atual e
pode agregar e solucionar dúvidas e inquietações sobre o assunto diante de novos desafios
dentro da Sociolinguística.
É uma temática atual que se faz presente em vários trabalhos de pesquisas, além de
trazer contribuições para o estudo das infinitas formas de linguagens e línguas que existem em
comunidades da fala e que, inevitavelmente, são levadas para o contexto escolar. Sabe-se que
as formas são de existência e a convivência de línguas diferentes que são utilizadas pelo
campo cultural e social no qual e produzido. O problema em questão é: como se apresentam
nos livros didáticos e sob que condições são inseridos no contexto escolar? Essa foi essa a
inquietação que pela qual se balizou para desenvolver a pesquisa.
O objetivo geral foi analisar se são e como são inseridas as diversidades linguísticas no
contexto do livro didático. Como objetivos específicos, pretendeu-se: a) descrever e
especificar de que forma são trazidas as informações sobre a diversidade linguística; b)
analisar materiais didáticos desenvolvidos pela Fundação Getúlio Vargas nos anos finais do
ensino fundamental; e, c) verificar se o tema da diversidade linguística é trazido de forma
ampla e de fácil compreensão para os alunos.
linguístico é conduzido nas práticas educativas da Língua Portuguesa no ambiente de
sala de aula.
A pesquisa, para esse objeto, foi de natureza qualitativa para a qual são exploradas e
descritas as análises de livros/materiais para agregar enriquecer o trabalho por meio da
descrição do material pesquisado. Segundo Bogdan e Biklen (1982), esse tipo de pesquisa traz
e envolve a obtenção de dados descritivos, obtidos no contato direto do pesquisador com a
situação estudada, buscando subsídios práticos para estabelecer o confronto entre a teoria e a
prática, enfatizando mais o processo do que o produto, se preocupa em buscar compreender
como se insere a diversidade linguística no contexto escolar a fim de retratar descrever os
conteúdos no processo de estudo de forma fidedigna os resultados alcançados.
Da exposição desta Monografia, o segundo capítulo aborda o processo do o
surgimento da Sociolinguística, conceituando-a como uma área de grande relevância para a
educação que se encarrega de diminuir o preconceito linguístico na sociedade. São
apresentados conceitos centrais desta área do saber, nas quais desempenham suas funções
interativas, desencadeando as obstruções das barreiras, ocasionadas pelo preconceito
linguístico. A diversidade refere se a existência com convivência de diversas línguas
12
diferentes, voltando-se para as diferenças na qual também são preservadas as línguas como
posição de resiliência da pluralidade cultural na qual se assentam as sociedades humanas. É
uma área de conhecimento de natureza epistêmica e política para que as línguas não sejam
extintas, e suas variações sejam apreendidas como validações das existências históricas e
culturais.
A terceira seção, denominada “A abordagem da sociolinguística nos livros didáticos e
materiais didáticos”, movimenta-se para associar a sociolinguística no universo educacional,
centrando o contexto histórico do material didático.
No capítulo de “Metodologia”, situamos a abordagem e os procedimentos quanto as
fontes bibliográficas sobre as quais centramos as descrições e as análises se pautam
centralmente em livros. Não deixamos de focar sobre o uso dos materiais impressos
apostilados contrastando com documentos oficiais sobre o material didático e reflexões de
sociolinguística sobre os conteúdos abordados nesses materiais.
Na seção de resultados da pesquisa, descrição e análise empírica, tem o mesmo título
desta Monografia, “A diversidade linguística tem espaço no contexto escolar nos anos finais
do ensino fundamental?”. Neste capítulo, sob apresentação de figuras dos lugares da
diversidade linguística explicitamos os movimentos que a diversidade linguística ocupa nos
livros didáticos definidos para a pesquisa.
Apenas para situar o leitor sobre os livros didáticos, que foram fontes e objetos de
análises, cabe registrar que a base de escolhas, que resultou nesta Monografia, se deu por
conta de constituírem a base oficial de estudo e organização didática da aprendizagem dos
estudantes de escolas públicas estaduais de Mato Grosso (MT), a partir de “investimento
público” realizados pela Secretária de Educação do Estado de Mato Grosso (SEDUC, MT,
2022), e que garante a distribuição, centralmente livros, para os alunos do ensino fundamental
e médio.
13
migração e colonização sulista no norte de Mato Grosso. Em outras palavras, a língua não
encerra em uma posição uniforme e homogênea. Ela reflete a pluralidade cultural dos
processos de formações socioculturais e também econômicas, e que podem atuar em
contextos determinados para cumprir funções de comunicação específicas. Dessas inscrições
da língua, Sousa e Lima o contínuo e descontinuo da língua:
A diversidade linguística dá-se em razão de diferenças geográficas, de classes
sociais, de níveis de escolaridade, de categorias como profissão, idade, sexo, entre
outras. Além disso, a diversidade da língua expressa-se na própria continuação
histórica, de forma que as mudanças temporais sejam parte da história das línguas
(2019, p. 65).
As formações sociais, culturais e econômica atuam nas formações fonológicas, na
composição lexical e nas dimensões de estilo, e como sua posição qualifica o sujeito no
campo de sua existência e também nas fricções entre o formal e o informal nas
especificidades em que enunciadas.
É através da linguagem que o homem se posiciona sua natureza social e com a qual se
relaciona com sua experiência social, histórica e cultural tanto individual e quanto
coletivamente.
2.3 A SOCIOLINGUÍSTICA EDUCACIONAL EM SALA DE AULA
Sabe-se que uma educação linguística assume um papel para além da formalidade de
uma língua, tanto oral quanto escrita. Ela se criva de uma relação imprescindível,
indispensável na constituição do sujeito social, cultural e de comunicação. Ela se encarrega,
cumpre e desempenha o papel importantíssimo da experiência comunicativa em uma
sociedade tanto em termos gerais quanto específicos. Nesse sentido é preciso ficar atento para
que essa comunicação não seja prejudicada, Travaglia aborda que:
Uma educação linguística é necessária, importante e fundamental para as pessoas
viverem bem em uma sociedade e na cultura que se veicula por uma língua e
configura essa língua por meio de um trabalho sócio – histórico – ideológico que
estabelece tanto os recursos da língua como as regularidades a serem usadas para
comunicar quanto os significados, sentidos que cada recurso é capaz de pôr em jogo
em uma interação comunicativa (2003, p.23)
São dessas clivagens e traços que se fazem presente na língua que Bortoni-Ricardo1
(2014), menciona sobre o impacto da Sociolinguística na educação. A Sociolinguística atua
para além do objeto de estudo.
1
Bortoni – Ricardo é a brasileira precursora da Sociolinguística Educacional desde os anos 1980, atualmente é
professora titular aposentada de Linguística pela (UnB) Universidade de Brasília, fala que os pressupostos
sociolinguísticos estão relacionados às estruturas social e cultural de cada comunidade, de fala. Nesse contexto,
a sociolinguística trouxe relevante contribuição no foco do trabalho de ensinar e aprender fazendo o estudo das
diferentes linguagens abarcando os conhecimentos sociolinguísticos onde ela se encarrega de analisar estudar a
língua no meio social afim de sanar as dificuldades existentes no decorrer da interação do aprendizado, essa
interação é relevante para processo da aprendizagem de diferentes culturas.
16
Os alunos que não receberem avaliação de seus professores quanto ao que falaram ou
escreveram respeitando (ou não) os preceitos gramaticais consagrados e louvados no
Brasil, estarão sujeitos a críticas e estigma social. Têm os professores, ter a percepção
atentar - se sobre as falas dos alunos em sala promovendo as correções necessárias
em relação a linguagem, portanto é preciso ficar alerta à produção linguística de seus
alunos em sala de aula promovendo os ajustes necessários de forma sempre respeitosa,
nos termos de uma pedagogia culturalmente sensível. (Bortoni-Ricardo, 2014, p.159)
Diante dessa fala, citada anteriormente por Bortoni-Ricardo (2014) a autora discorre
que o é necessário que os professores monitorem os alunos no que eles escrevem ou falam. É
necessário que se façam o monitoramento para eles sintam-se seguros e amparados pelo
profissional, pois se não houver o acompanhamento dos discentes eles correm o risco de
sofrerem crítica social. Por isso a monitoria é indispensável na fase do aprendizado dos alunos
em decorrência disso é preciso que se faça o acompanhamento fazendo os ajustes conforme
forem necessários de forma sensível e respeitosa.
18
2
De acordo com a Universidade de São Paulo, publicado em seu Jornal, “De acordo com os dados, a taxa de
analfabetismo caiu de 6,1% em 2019 para 5,6% em 2022, isso corresponde a uma redução de 0,5 ponto
porcentual dessa taxa no País, ou seja, cerca de 490 mil analfabetos a menos. O levantamento mostrou também
que mais da metade das pessoas que não sabiam ler e escrever tinham 60 anos ou mais e que a taxa de
analfabetismo de pretos e pardos é duas vezes maior do que a dos brancos. Ao analisar as regiões do País, o
Nordeste tinha a taxa mais alta, de 11,7%, e o Sudeste, a mais baixa, de 2,9%. [...] Desde 2014, o Plano Nacional
de Educação (PNE) possui metas e estratégias para a política educacional que deveriam ser cumpridas até 2024.
A Meta 9 diz que o objetivo é elevar a taxa de alfabetização da população com 15 anos ou mais para 93,5% até
2015 e, até o final do PNE, erradicar o analfabetismo absoluto, que compreende a incapacidade de ler e escrever,
e reduzir em 50% a taxa de analfabetismo funcional, que é a incapacidade de compreender textos simples. Além
disso, conforme os itens estimados, as taxas entre pessoas com 15 anos ou mais deveriam ter caído para 6,5% em
2015, porém, a meta intermediária só foi alcançada em 2017 pelo Brasil” (Jornal da USP, 2023). Disponível em:
https://jornal.usp.br/atualidades/brasil-tem-10-milhoes-de-analfabetos-apesar-da-queda-na-taxa-em-2022/
#:~:text=De%20acordo%20com%20os%20dados%2C%20a%20taxa%20de%20analfabetismo
%20caiu,490%20mil%20analfabetos%20a%20menos.
19
O autor faz uma crítica aos estudos trazidos pela gramática, onde se considera o
correto apenas os usos de recursos utilizados para seguir as normas gramaticais, como
valorização de uma só língua idealizada. É preciso ser introduzidas outras variedades de
língua no meio escolar. Nesse campo, Bagno traduz como um mito:
Essa Gramática filia-se à tradição que atribui ao domínio da escrita um elemento de
distinção social, que é na verdade um elemento de dominação por parte dos letrados
sobre os iletrados. Existe um mito ingênuo de que a linguagem humana tem a
finalidade de “comunicar”, de “transmitir idéias” — mito que as modernas correntes
da lingüística vêm tratando de demolir, provando que a linguagem é muitas vezes
um poderoso instrumento de ocultação da verdade, de manipulação do outro, de
controle, de intimidação, de opressão, de emudecimento. Ao lado dele, também
existe o mito de que a escrita tem o objetivo de “difundir as idéias”. No entanto, uma
simples investigação histórica mostra que, em muitos casos, a escrita funcionou, e
ainda funciona, com a finalidade oposta: ocultar o saber, reservá-lo a uns poucos
para garantir o poder àqueles que a ela têm acesso (2007, p. 133).
É importante observar que toda variação linguística é adequada para atender mais do
que as necessidades comunicativa e cognitiva do falante, ela traduz a pluralidade cultural e a
23
diversidade que esse sujeito ocupa na produção da língua e que dela deriva.
24
4 METODOLOGIA
Neste capítulo é exposto, o tipo de pesquisa que se utilizou para este estudo. Foi a
qualitativa e revisão bibliográfica, além do corpus e etapas da pesquisa.
4.1 TIPO DE PESQUISA
Utilizou-se neste estudo a pesquisa qualitativa na qual o objetivo é de interpretação
descrição e compreensão das dimensões estruturantes e fundamentais que organizam uma
realidade fenomênica (Triviños, 1987) orientando a apreensão e a representação de um
fenômeno, em suas conexões e relações. Estabelecidas afim de solucionar o problema, através
de informações diante dos acontecimentos. A pesquisa qualitativa, de acordo com Minayo
(2007, p.21), “[...] responde a questões muito particulares. Ela se ocupa, nas Ciências Sociais,
com um nível de realidade que não pode ou não deveria ser quantificado. Ou seja, ela trabalha
com o universo dos significados, motivos, das aspirações, das crenças, dos valores e das
atitudes [...]”.
Além, disso nessa pesquisa também se valeu de pesquisa bibliográfica de livros
didáticos para descrever os elementos que se revelassem no processo de apreensão dos
preconceitos linguísticos. De acordo com Gil, essa pesquisa:
[...] é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente
de livros e artigos científicos. Embora em quase todos os estudos seja exigido algum
tipo de trabalho dessa natureza, há pesquisas desenvolvidas exclusivamente a partir
de fontes bibliográficas. [...] (2002, p. 44).
Ou seja, o material empírico sobre qual nos debruçamos para situar os preconceitos
linguísticos tiveram nos livros didáticos as principais fontes bibliográficas.
4.2 O CORPUS DE PESQUISA
O corpus da pesquisa é constituído por livros didáticos utilizados no período de 2019
até 2022 para o ensino fundamental anos finais de escolas públicas do ensino fundamental
estaduais de Sinop, Mato Grosso (MT). O material analisado foi um livro do 7ºano e um do
9ºano da unidade I. O livro do 7º ano pertence a coleção Fundação Getúlio Vargas (FGV) e o
outro a Soluções Educacionais Transformadoras (SET) Brasil de Língua Portuguesa.
O livro do 7º ano tem como base a proposta Maxi3: ensino fundamental 2:
3
Na Plataforma do Sistema Maxi está assim: “O Maxi é um Sistema de Ensino que é referência em educação no
Brasil por promover um ensino consistente, prático e de qualidade, que favorece a formação de valores. O Maxi
tem foco na valorização das interações humanas e almeja melhorar a visão dos educadores, para que eles atuem
motivando e inspirando a vida dos alunos. O Sistema Maxi de Ensino tem como objetivo a formação integral de
uma geração de cidadãos racionais e emocionalmente preparados, capazes de compreender a multiplicidade do
mundo, apresentando um equilíbrio das suas aptidões comportamentais e cognitivas. Por meio de um
relacionamento pessoal focado na transparência, o Maxi transforma a vida dos profissionais de educação, dos
docentes e dos alunos. Há mais de três décadas, o Maxi inova trazendo uma proposta educacional com base na
Pedagogia Afetiva. Essa abordagem inovadora e exclusiva vem somar ao material pedagógico da Educação
Infantil ao Ensino Médio o trabalho de habilidades sócio emocionais e as contribuições dos estudos de
neurociências, de correntes educacionais e de estudos contemporâneos. Disponível em:
25
https://www.sistemamaxi.com.br/historia
4
“Em dois anos, os investimentos serão de R$ 549 milhões com recursos do Governo de Mato Grosso, por meio
do Programa Mais MT. Além das apostilas, alunos e professores também contam com plataforma digital, banco
de perguntas, aplicativo, avaliações e exercícios complementares, formação continuada dos professores, com
duração de 120 horas por ano. O material apresenta 13 componentes curriculares e também atende demandas da
Educação de Jovens e Adultos (EJA). A previsão da Seduc é de que sejam entregues cerca de 400 mil kits de
apostilas nas 700 escolas da rede estadual. As entregas foram intermediadas pelas Diretorias Regionais de
Educação (DREs) e, por questões de logística e distância, chegam por último nas áreas rurais conforme explica a
técnica responsável pela Frente de Planejamento e Gestão do Sistema Estruturado, Ana Paula Moreira”.
Disponível em: https://www3.seduc.mt.gov.br/-/19131866-seduc-ja-entregou-90-das-apostilas-do-sistema-
estruturado-de-ensino-aos-estudantes-da-rede-publica.
26
do sistema estruturado de ensino aos estudantes da rede pública. Ela também ofertou
professores e alunos com as apostilas e disponibilizou uma plataforma digital, com bancos de
perguntas e respostas aplicativos avaliação além de exercícios complementares.
Conforme a Seduc (2022) o material foi entregue em “forma de kits nos quais foram
distribuídos 365.317 para o ensino fundamental e médio”.
Sobre o sistema estruturado de ensino, a Seduc-MT ainda possui uma plataforma
virtual para o acesso dos materiais didáticos em várias áreas do conhecimento, sob o discurso
de que são recursos de pesquisa e aprimoramento da aprendizagem. Os livros didáticos
seguiriam as competências da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e o documento de
referência Circular de Mato grosso (DRC-MT).
Observa-se em seu discurso, o da Seduc, como atenta com a qualidade do material
didático, destacando que os conteúdos seguem os parâmetros da inovação em relação aos anos
anteriores, quando os livros didáticos eram reutilizados e sequer eram atualizados
Referente aos materiais (livros didáticos) dos 6º, 7º, 8º e 9º anos dos anos finais do
ensino fundamental, a base de sua aquisição se deu pelo Programa Mais MT. A apostila foi
organizada pela Editora Obra Coletiva, concebida e desenvolvida pela Editora Moderna,
tendo como editora responsável Thaís Ginícolo Cabral, sob a clivagem institucional o
Governo de MT e a Fundação Getúlio Vargas (FGV).
O Livro 01 é direcionado ao 9º ano do ensino fundamental, o livro em questão foi
utilizado no ano de 2021.
Caderno 01 esse material é do 9º ano do ensino fundamental utilizado no 2022. Ele faz
parte de uma coleção de 04 módulos apostilados desde o ano de 2021. Todos eles vêm com as
adequações da BNCC. Observa-se na contracapa a sigla da Secretaria de Educação do Estado
de Mato Grosso (SEDUC), Fundação Getúlio Vargas (FGV) e o Sistema Maxi de ensino.
Sobre a apresentação do Livros para os estudantes, tem com base de sua organização a equipe
Maxi. O Sistema Max de Ensino (2019) refere às soluções pedagógicas, as quais designa
como completas para as escolas de todas as regiões do Brasil e também do Japão. Ainda sobre
o Sistema Maxi defende como básica pedagógica uma proposta teórica diferenciada que alia
razão e emoção: a pedagogia Afetiva. No livro, situa-se descrição de que a aprendizagem se
baseia em uma metodologia pedagógica que privilegia tanto o aspecto da cognição quanto o
socioemocional. Desse modo, proposta pedagógica do Sistema Maxi em resumo:
Estimular a prática de um conjunto de comportamentos e capacidades que integram
as experiências de vida seja em casa, seja na escola. Quando teoria e prática estão
equilibradamente associadas por meio de interações planejadas pelo professor, com
participação ativa dos alunos e atuação conjunta das famílias, ampliam-se as
possibilidades de crescimento e de conquistas dos jovens para uma educação
27
pedagógica, é desafiadora para dar volume as trocas sociolinguísticas que poderiam ser
enriquecidas em sala de aula.
O livro faz referência a diversidade linguística. Contudo, a faz de forma genérica e
abrangente sobre outras experiências da língua, no caso, exemplificando com do Nordeste
brasileiro. E segue a padronização da variação sociolinguística do Nordeste, como se observa
nas questões seguintes.
Já na questão 02, o livro promove atividades de possíveis situações vivenciadas pelo
aluno por meio das diferentes formas de falas utilizadas por ele em relação a outras formas de
falas de outras regiões, fazendo a comparação através de acontecimentos experimentado por
ele. Essa dinâmica supõe promover a troca de experiência de uma situação de um
acontecimento:
Questão número 2 – Você já passou por alguma situação engraçada por causa das
diferenças de vocabulário entre sua região e a região Nordeste ou entre outras
regiões do Brasil? Se sim, conte aos colegas como foi (Cabral, 2019, p.21).
Na questão 03, instiga o aluno a fazer uma retrospectiva de brincadeiras das
brincadeiras da infância, promovendo a busca por diversos tipos de brincadeiras da região
nordeste entre outras. Essa direção de interação aparentemente faz com que o aluno faça
novas descobertas sobre as adversidades linguísticas das diversificadas regiões, porém,
tomando como referente ao Nordeste, como podemos observar abaixo:
5
Personagem criada por Mauricio de Sousa na década de 1960 para histórias em quadrinhos no Brasil.
33
Na página 29, o conteúdo está direcionado para o período composto (revisão) e oração
subordinada adverbiais proporcionais e orações subordinadas adverbiais temporais na página
30. Esses são expostos através de textos, tirinha e atividades para o aluno refletir e responder
discorre sobre orações subordinadas adverbiais comparativas aborda sobre um fragmento de
um texto tirinhas e exercícios. Conhecimentos linguísticos e gramaticais 02.
Analisa-se que o livro não aborda nada sobre variações linguísticas, no tópico
conhecimentos linguísticos e gramaticais. A centralidade é gramatical, não existindo nessa
unidade didática alguma referência ao campo da diversidade linguística. Podemos observar
que no livro do 9º ano do ensino fundamental ocupa-se com assuntos direcionados a
gramática normativa, não aborda nada sobre as formações e variações linguísticas para além
da norma culta da Língua Portuguesa.
5.3 A NORMA-PADRÃO E DAS VARIEDADES LINGUÍSTICAS
Os livros didáticos analisados apresentam conteúdos insuficientes e superficiais
quanto a universo das discussões da sociolinguística, das variedades linguísticas no campo
educacional. O livro do 7º ano apresenta uma perspectiva fragmentada e padronizada como
observamos nas sequências de páginas e o lugar do referente do regionalismo da língua no
Nordeste, tendo o universo linguístico do estudante como uma organização menor e
37
complementar. Isso ficou evidente, inclusive, nas atividades e exercícios propostos no livro
didático. Bagno aponta que:
Um dos principais problemas que encontramos nos livros didáticos é uma tendência
a tratar da variação linguística em geral como sinônimo de variedades regionais,
rurais ou de pessoas não escolarizadas. Parece estar por trás dessa tendência a
suposição (falsa) de que os falantes urbanos e escolarizados usam a língua de um
modo mais “correto”, mas próximo do padrão, e que no uso que eles fazem não
existe variação (2007, p.120).
As abordagens e concepções dominantes nos livros didáticos quando referem ao
universo linguístico, sublinearmente, apresentam a variedade linguística apenas como
curiosidade da linguagem, e como de menor relevância quando comparada com as classes
gramaticais da língua culta e estruturada da língua portuguesa, apresentada com “a correta”
diante da diversidade linguística. Há uma abordagem política de “apequenar” as diferenças
regionais. Diante disso, podemos sublinhar que a norma-padrão e das variedades linguísticas
são importantes para o professor trabalhar em sala de aula, mas a escola enfrenta dificuldades
para inserir esse tema em aulas e principalmente seguindo apenas o que se tem nos livros
didáticos. Há uma imposição de se trabalhar a norma culta a maior parte do tempo na escola,
por meio de exercícios focados na gramática normativa, destaca Bortoni- Ricardo:
No caso, do Brasil o ensino da língua culta a grande parcela da população que tem
como língua materna - do lar e da vizinhança- variedades populares da língua, tem
pelo menos duas consequências desastrosas: não são respeitados os antecedentes
culturais e linguísticos do educando, o que contribui para desenvolver nele um
sentimento de insegurança, nem lhe é ensinada de forma eficiente a língua padrão
(2005, p.15).
A maioria dos conteúdos nos livros didáticos ainda apresentam estudos voltados para a
agregação de regras gramaticais, pouco se fala de diversidade linguística mesmo já sendo uma
realidade da língua, ofuscando os alcances de compreensões sobre a pluralidade histórica
inclusive da língua. Como salienta Bortoni-Ricardo (2005), o livro didático não tem dado a
importância necessária para a temática da diversidade linguística, se limitando a regras
gramaticais preestabelecidas, como algo mecanizado e absoluto. Como visualizados nesses
livros o conteúdo é focado na decoração de termos e exercícios mecânicos.
Nos espaços escolares ensino da Língua portuguesa adquiriu atividades tradicionais da
gramática, por isso é preciso ter um olhar de maneira reflexiva em relação ao uso da língua.
Destaca Antunes (2003, p.19) que podemos fazer um “[...] exame mais cuidadoso de como o
estudo da língua portuguesa acontece, desde o Ensino fundamental, revela a persistência da
uma prática pedagógica, em perspectiva reducionista do estudo da palavra e da frase
descontextualiza”.
O autor faz uma crítica aos estudos trazidos pela gramática onde se considera o
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correto, explicada através de recursos utilizados para seguir as normas, com a valorização de
um só “língua”. Se somos um país multilinguístico porque ensinar só o português padrão, não
dar voz as variedades.
O professor em suas aulas pode introduzir mecanismos para adaptar esses conteúdos
de forma criativa, trabalhando métodos que possam instigar o aluno a desenvolver seu
processo de criticidade e criatividade, através de jogos, oficinas, gincanas e entre outras
formas de interações, sem ficar preso apenas no pouco conteúdo que se traz nos livros sobre
variações. De acordo com Bagno:
À professora e ao professor de língua portuguesa cabe o trabalho da reeducação
sociolinguística de seus alunos e de suas alunas. O que significa isso? Significa
valer-se do espaço e do tempo escolares para formar cidadãs e cidadãos conscientes
da complexidade da dinâmica social, conscientes das múltiplas escalas de valores
que empregamos a todo momento em nossas relações com as outras pessoas por
meio da linguagem. (2007, p. 82).
Portanto, o professor é desafiado não somente pelas imposições, mas pelo lugar
político que a linguagem ocupa e também representa, de forma complexa, nas relações e
dinâmicas sociais, principalmente quando se refere ao poder dominantes e, porque não,
discriminador da língua culta e do norma-padrão em detrimento da língua popular. Trata de
uma luta pela língua, por seguinte, política que essa luta mobiliza no espaço escolar. As
perguntas que ficam são: é possível uma política da língua para a qual as ações docentes
possam responder pela demanda das vivências e experiências linguísticas dos estudantes em
resposta às demandas antecipadas dos livros didáticos que atuam nas padronizações,
generalizações e imposições da língua culta e do norma-padrão da língua portuguesa? A quem
interessa essa força dominante escondida de padrão da língua? É possível envolver a
comunidade escolar para o tempo vivo da heterogeneidade da língua, conscientizando os
alunos sobre as infinitas formas de linguagem e os valores que elas têm perante a sociedade?
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por meio dessa pesquisa, alcançou-se os objetivos, pois foi possível fazer as análises
dos conteúdos nos livros didáticos do 7º e 9º anos do ensino fundamental, que foram unidades
I livro 1, do 7ºano, e livro 2, do 9º ano. Os demais não foram possíveis descrever as análises,
visto que não tinham conteúdos direcionados para a diversidade linguística.
Nos livros são expostos exercícios voltados para a prática mecânica, onde não agrega
conhecimentos usais sobre a linguagem, oriundos de estudos gramaticais e onde o foco é
decoração de nomenclaturas e regrinhas. Por isso é importante que o professor(a) se apodere
de conhecimentos sociolinguísticos, para adaptar os conteúdos trazidos de forma mecanizada
e fragmentada, de maneira que construa uma base sólida para trabalhar com a diversidade
linguística. Por fim, ampliando os conteúdos do livro sobre diversidade linguística, o
professor promove a inserção sobre a heterogeneidade da língua e combate ao preconceito
linguístico presente em nossa sociedade.
Trata de desafios não somente para o professor, mas para o campo das relações
sociais, de uma sociedade hierarquizada, de poder e controle, fundada em privilégios daqueles
que tem em seu poder econômico também a força de impor o seu padrão linguístico, como
único para os demais que sustentam, com sua energia e história, a riqueza material
socialmente produzida. Por isso, a língua é objeto de luta e, assim, objeto social, de inscrição
política, seja para manutenção e reprodução ou para rupturas e transformações.
Relações sociais que além de sua dinamicidade e complexidade está também mediada
por essa política. Podemos tranquilamente referir a linguagem como uma política em que de
um lado, há a força dominante da língua culta, apoiada na concepção da norma-padrão, e, de
outro, a língua popular de variação linguística, que resiste e luta para sobreviver e traduzir a
cultura popular e as historicidades dos sujeitos de experiências para além do que a dominação
que fazer ver e crer. No caso dos livros didáticos, de ensinar.
Essa política atravessa e se também se assenta no mundo escolar. Para finalizar: para
qual direção atuaremos, como professores, nesse universo de impedimentos linguísticos, da
política da língua, que o livro didático representa e a riqueza da diversidade do mundo da
linguagem popular, que resiste e se recria?
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REFERÊNCIAS
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aluno/organização Editora Moderna, obra coletiva concebida e produzida pela Editora
42
Moderna; editora responsável Thaís Ginícolo Cabral.-1.Ed.- São Paulo: Moderna, 2019-(SET
BRASIL).