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NATUREZA

INTENSIVO
Prezados e Prezadas,
Na confecção desta apostila, os autores fizeram diversas pesquisas em:
livros, websites, artigos... Além disso, as questões que compõem as seções
de exercícios (fixação ou propostos) foram retiradas de diversos vestibulares,
visando um melhor direcionamento para a realidade atual.
Todavia, nem todas as fontes de pesquisa foram citadas e, por esse
motivo, se, durante a leitura do material, você encontrar imagens, trechos ou
recortes de algum livro/artigo/website... e/ou encontrar questões – fiéis ou
adaptadas – de vestibulares passados, os direitos autorais devem pertencer a
tais livros, websites, vestibulares e não aos autores desta apostila.
Por fim, esperamos que este material possa ser um grande apoio para
que você possa alcançar os seus objetivos. Estamos torcendo por você e
lembre-se:
Uma IDEIA pode mudar o mundo !!!

Att,
Comissão Organizadora IDEIA
AUTORES

LAYOUT E FORMATAÇÃO
AUTOR CURSO IE
Anderson Loureiro Engenharia Mecânica UFC
Wesley Bezerra Engenharia Elétrica UFC

BIOLOGIA
AUTOR CURSO IE
Ana Julia Veloso Medicina UFC
Ana Kaline Oliveira Farmácia UNIFOR
Antonia Deyse Ribeiro Farmácia UNIFOR
Carolina Souza de Castro Agronomia UFC
Clarysse Lopes Engenharia Elétrica UFC
Gyzelle Souza Farmácia UFC
Isabelle de Fatima Farmácia UFC
Jair Roberto Agronomia UFC
Jordana Marjorie Enfermagem UECE
Kethylen Garcia Farmácia UFC
Leones Fernandes Farmácia UFC
Luana Moura Farmácia UFC
Lucas dos Santos Brasil Medicina UFC
Márcia Eduarda Andrade Medicina UFC
Nathanael Vasconcelos Engenharia Elétrica UFC
Nicole Coelho Lopes Farmácia UFC
Terezinha Byatriz Agronomia UFC

FÍSICA
AUTOR CURSO IE
Bruno Faustino Engenharia Elétrica UFC
Caio Rocha Araujo Engenharia Elétrica UFC
Caio Vinícius Nobre Engenharia Metalúrgica UFC
Gabriel Lucas Alves Engenharia Metalúrgica UFC
Gabriel Pereira Barreto Engenharia Metalúrgica UFC
Grazielly de Sousa Engenharia Metalúrgica UFC
Joab Gomes Engenharia Elétrica UFC
José Eduardo Engenharia Elétrica UFC
Kevyn Oliveira Wenzel Engenharia Elétrica UFC
Levi Oton Engenharia de Pesca UFC
Luis Eduardo Vieira Engenharia Metalúrgica UFC
Matheus Damasceno Engenharia Mecânica UFC
Rafael Raulino Engenharia Elétrica UFC
Wesley Bezerra Engenharia Elétrica UFC
Yann Bruno Mello Engenharia Elétrica UFC

QUÍMICA
AUTOR CURSO IE
Dylan Santos Engenharia Metalúrgica UFC
Francisco Carlos Engenharia Metalúrgica UFC
Gustavo Carvalho Engenharia Metalúrgica UFC
Joab Gomes Engenharia Elétrica UFC
Joshua Levi Farmácia UFC
Railson Souza Química UFC
Wesley Bezerra Engenharia Elétrica UFC
BIOLOGIA 1
SUMÁRIO – BIOLOGIA 1

AULA ASSUNTO PÁG


1 A Célula e suas Organelas 1
2 Divisão Celular 7
3 Tecido Epitelial 12
4 Tecido Conjuntivo 18
5 Sistema Nervoso 22
6 Sistema Endócrino 29
7 Sistema Respiratório 38
8 Sistema Cardiovascular 47
9 e 10 Genética I: Leis de Mendel 57
BIOLOGIA 1 - IDEIA

Aula: 01 – A Célula e suas Organelas - Vírus: São consideradas por muitos


como estruturas biológicas acelulares.
São extremamente simples, sendo cons-
• CITOLOGIA tituído basicamente por uma molécula de
ácido nucleico, que pode ser o DNA ou
A Citologia, é o ramo da biologia que
RNA, envolta em polipeptídios.
estuda a célula, na qual esta é uma uni-
dade fisiológica e morfológica.
➢ Tipos de Células • CÉLULAS PROCARIONTES
- Procariontes: São células que não São microrganismos unicelulares,
possuem um núcleo delimitado por uma procariotos que podem viver isolada-
membrana nuclear, a carioteca. Dessa mente ou podem formar colônias.
forma, o seu material genético fica dis-
perso pelo citoplasma. Além disso tais Todas as células procarióticas apre-
células não possuem organelas plasmáti- sentam a mesma estrutura básica:
cas membranosas, como as mitocôn-
drias. Fazem parte deste grupo as bacté- - Membrana plasmática: É uma pe-
rias e as arqueas. lícula delgada que envolve a célula. É
composta por uma bicamada fosfolipí-
Figura: Célula procarionte
dica com proteínas encrustadas, nas
quais algumas destas alcançam o cito-
plasma e o ambiente extracelular. Dentre
as funções da membrana plasmática,
tem-se:
I) Atua como uma barreira seletiva per-
meável, controlando a entrada e saída de
substâncias dentro da célula;
II) Possui um importante papel de comu-
nicação com células adjacentes e no re-
-Eucariontes: São células que pos- conhecimento de sinais extracelulares;
suem um núcleo delimitado pela cario- III) Permite que a célula mantenha uma
teca, uma membrana lipoproteica e po- manutenção do ambiente interno pratica-
rosa. Como exemplo de eucariontes,
mente constante.
tem-se os animais, os vegetais, os fungos
e os protozoários. - Material genético: Consta de um fi-
Figura: Célula animal eucarionte
lamento de cromatina formado por DNA
circular, ou seja, sem extremidades li-
vres. Além disso, o DNA bacteriano não
tem proteínas associadas, como ocorre
no material genético do núcleo de euca-
riontes.
- Nucleoide: Região da célula onde
se encontra o DNA.

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- Plasmídeos: Moléculas menores de • CÉLULAS EUCARIONTES


DNA, dispensas pela célula. Essas estru-
Geralmente apresentam dimensão 10
turas contêm material genético adicional
vezes o tamanho das células procarion-
e que podem contribuir para a sobrevi-
tes. Da mesma maneira que as células
vência das bactérias.
procarióticas, as eucarióticas possuem
- Mesossomos: Invaginações da membrana plasmática, citoplasma e ri-
membrana bacteriana responsáveis pela bossomos. Contudo, essas células tam-
respiração celular. O material genético, bém possuem as organelas que desempe-
liga-se aos mesossomos; assim, essa es- nham funções específicas que são defini-
trutura tem importante contribuição no das de acordo com as reações químicas
processo de divisão celular bacteriana. que cada organela é capaz de realizar:
- Citoplasma: Compreende todo o es- - Núcleo: Contém a maior parte do
paço do interior da membrana. Inclui ci- material genético (DNA) da célula. Os
tosol (hialoplasma) e estruturas insolú- processos de replicação do DNA e trans-
veis na suspensão, incluindo os ribosso- crição dos RNAs acontecem no núcleo.
mos.
- Nucleoplasma ou cariolinfa: Fica
- Ribossomos: Complexos de RNAr no interior do núcleo e é constituído prin-
e proteínas, sendo responsáveis pela sín- cipalmente por água.
tese de proteínas.
- Carioteca: Envoltório nuclear de
Algumas células procarióticas possuem natureza lipoproteica. Possui camada du-
estruturas especializadas, sendo elas: pla e poros, por meio dos quais ocorre
troca de materiais com o citoplasma. A
- Parede Celular: Estrutura externa
carioteca está ligada ao retículo endo-
à membrana plasmática, sendo uma es-
plasmático e pode apresentar ribossomos
trutura rígida que sustenta a célula e de-
aderidos em sua superfície.
termina a sua forma. Nas arqueas, as pa-
redes celulares são compostas de polis- - Nucléolo: Constituído por um aglo-
sacarídeos e proteínas. A parede celular merado de RNA ribossômico, DNA e
da maioria das bactérias contém peptide- proteínas.
oglicano (peptídeos e polissacarídeos).
- Mitocôndria: Organela responsá-
Em bactérias gram-negativas há uma ou-
vel pela respiração celular. Local onde é
tra camada denominada de membrana
formado o ATP. Constituída por duas
externa *membrana fosfolipídica rica em
membranas e seu interior possui um co-
polissacarídeos), mas que não se com-
loide, ribossomos e DNA.
porta como eficiente barreira de permea-
bilidade. - Ribossomo: Tem como função a
síntese de proteínas. São estruturas com
- Cápsula: Camada de muco que fica
aspecto granular e que não são delimita-
aderida à superfície externa da parede ce-
das por membrana, possuindo RNA e
lular. É constituída por polissacarídeos;
proteínas. Podem estar livres, nas mito-
contribui para uma proteção adicional à
côndrias, retículo endoplasmático ru-
célula bacteriana.
goso e cloroplasto.
- Retículo Endoplasmático Liso ou
Agranular: Responsável pelo transporte

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e síntese de lipídeo. É constituído por tu- Há estruturas específicas das células


bos membranosos ramificados que não vegetais. São elas:
têm ribossomos aderidos à sua superfí-
Figura: Célula vegetal
cie.
- Retículo Endoplasmático Rugoso
ou Granular: Organela responsável por
realizar o transporte a síntese de proteí-
nas. É constituído por canais membrano-
sos ramificados e mais achatados, em
cuja superfície aderem-se ribossomos.
- Complexo de Golgi ou Complexo
Golgiense: Sua função é de realizar a
concentração de substâncias, empacota- - Cloroplastos: Presentes em plantas
mento e secreção. É constituído por sa- e algas. São orgânulos membranosos que
cos membranosos achatados, empilha- contêm DNA e pigmentos (como a clo-
dos e com extremidades dilatadas. rofila), sendo responsáveis pela fotossín-
tese.
- Lisossomos: Realiza a digestão in-
tracelular. São vesículas membranosas - Parede celular: Presente em célu-
que contêm enzimas digestivas; são deri- las vegetais típicas. Suas principais fun-
vados do complexo golgiense. ções são a proteção da célula e a susten-
tação mecânica. Seu principal compo-
- Centríolos: Constituem a formação nente é a celulose, podendo também
de cílios e flagelos, bem como partici- apresentar outros materiais, como a lig-
pam da divisão celular. Normalmente nina ou a suberina.
constituem pares, dispostos perpendicu-
larmente entre si. Cada centríolo é cons- - Vacúolo: Estrutura que armazena
tituído é constituído por blocos de prote- água, sais e açúcares e outros materiais.
ínas. Dependendo da sua concentração, o va-
cúolo participa de processos osmóticos
- Peroxissomos: São vesículas mem- (osmose) da célula. Vacúolos também
branosas que contém enzimas que reali- são encontrados em células animais, po-
zam a degradação de substâncias tóxicas. rém são muito menos desenvolvidos.
São abundantes nas células do fígado. Vesículas provenientes do retículo endo-
plasmático podem se unir ao vacúolo e
- Citoesqueleto: Estrutura que forma
nele despejar enzimas digestivas. Assim,
uma armação que sustenta a membrana,
o vacúolo acaba desempenhando um pa-
posiciona e desloca organelas citoplas-
pel na digestão intracelular, tendo função
máticas, garante o formato celular, parti-
correspondente à dos lisossomos.
cipa do processo de divisão celular e dos
movimentos citoplasmáticos (ciclose e
movimento ameboide). • EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
F1) Carl Von Linné (1707-1778)
considerou a existência de apenas dois
reinos biológicos em nosso planeta:
Animal e Vegetal. Posteriormente, o
zoólogo Ernst Haeckel criou o termo

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Protista, para designar um conjunto de c) II refere-se aos lisossomos, que são


organismos, que não eram caracterizados vacúolos responsáveis pela produção de
nem como plantas nem como animais. proteínas.
Uma nova proposta surgiu incorporando
d) II e o item III referem-se, respectiva-
o reino Monera, representado pelas
mente, aos lisossomos e ao complexo
bactérias e cianobactérias. Por fim,
golgiense, os quais são responsáveis pelo
Robert Whittaker, em 1960, propôs
processo de fagocitose dentro da célula.
elevar os fungos a reino, aumentando
para cinco. e) III refere-se aos centríolos, que são
responsáveis pela formação de cílios e
Assinale a alternativa correta que
flagelos celulares.
justifique a não inclusão dos vírus no
sistema de classificação: F3) As estruturas presentes em uma cé-
lula vegetal, porém ausente em uma bac-
a) Ausência das estruturas que compõe
téria, são:
uma célula.
a) cloroplastos, lisossomos, núcleo e
b) Conjunto de seres unicelulares.
membrana plasmática
c) Características reprodutivas que não
b) vacúolos, cromossomos, lisossomos e
necessitam de gametas.
ribossomos
d) Desconhecimento do seu papel ecoló-
c) complexo golgiense, membrana plas-
gico.
mática, mitocôndrias e núcleo
e) Seres que podem ser autotróficos ou
d) cloroplastos, mitocôndrias, núcleo e
heterotróficos, dependendo do ambiente.
retículo endoplasmático
F2) Leia as descrições seguintes.
e) cloroplastos, complexo golgiense, mi-
I) Organela constituída por numerosos tocôndrias e ribossomos
sáculos interligados, normalmente loca-
F4) Observe a figura a seguir:
lizada nas proximidades do núcleo e do
retículo endoplasmático granuloso. II.
Organela do tipo vacúolo, rica em enzi-
mas.
III. Rede de canais delimitados por mem-
branas lipoproteicas.
Pode-se afirmar corretamente que o item
a) I refere-se ao retículo endoplasmático
não-granuloso, que tem a função de É correto afirmar que esta figura é uma
transporte de substâncias dentro das cé- representação esquemática de uma cé-
lulas. lula de um organismo que tem como ca-
racterística principal a
b) I e o item III referem-se, respectiva-
mente, ao complexo golgiense e ao retí- a) presença de núcleo com nucléolo
culo endoplasmático, os quais estão par- b) presença de núcleo sem nucléolo
ticularmente desenvolvidos em células
com função de secreção. c) presença de envoltório nuclear

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d) ausência de material genético e) I-5, II-4, III-1, IV-3 e V-2


e) ausência de núcleo delimitado por en- • EXERCÍCIOS PROPOSTOS
voltório nuclear
P1) A doença de Tay-Sachs é hereditária
F5) Se fôssemos comparar a organização e provoca retardamento mental grave e
e o funcionamento de uma célula euca- morte do paciente na infância. Essa do-
rionte com o que ocorre em uma cidade, ença é devida à incapacidade das células
poderíamos estabelecer determinadas de digerir uma substância cujo acúmulo
analogias. Por exemplo, a membrana é responsável pelas lesões no sistema
plasmática seria o perímetro urbano e o nervoso central.
hialoplasma corresponderia ao espaço
Com base nessas informações, pode-se
ocupado pelos edifícios, ruas e casas
afirmar que a organela celular cuja fun-
com seus habitantes.
ção está alterada nessa doença
As colunas reúnem algumas similarida-
a) a mitocôndria
des funcionais entre cidade e célula eu-
carionte. b) o complexo de Golgie
Cidade c) o lisossomo
I. Ruas e avenidas d) o retículo endoplasmático rugoso
II. Silos e armazéns P2) Considere os seguintes componentes
celulares:
III. Central elétrica (energética)
I. parede celular
IV. Casas com aquecimento solar
II. membrana nuclear
V. Restaurantes e lanchonetes
III. membrana plasmática
Célula eucarionte
IV. DNA
1. Mitocôndrias
É correto afirmar que as células de
2. Lisossomos
a) fungos e protozoários possuem II e IV.
3. Retículo endoplasmático
b) bactérias e animais possuem I e II.
4. Complexo de Golgi
c) bactérias e protozoários possuem II e
5. Cloroplastos
IV.
Correlacione os locais da cidade com as
d) animais e fungos possuem I e III.
principais funções correspondentes às
organelas celulares e assinale a alterna- P3) Vírus são organismos biológicos que
tiva correta. se apresentam de variadas formas na na-
tureza, causando inúmeros problemas
a) I-3, II-4, III-1, IV-5 e V-2
aos seres humanos.
b) I-4, II-3, III-2, IV-5 e V-1
Sobre os vírus, pode-se afirmar correta-
c) I-3, II-4, III-5, IV-1 e V-2 mente que
d) I-1, II-2, III-3, IV-4 e V-5 a) são denominados bacteriófagos
quando infectam seres eucariontes

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b) se reproduzem obrigatoriamente no c) Peroxissomos


interior celular, sendo compostos por um
ácido nucleico protegido por um envol- d) Complexo golgiense
tório sempre proteico
e) Retículo endoplasmático
c) sobrevivem e se reproduzem somente
em meio intracelular, provocando as co- P6) Segundo a teoria evolutiva mais
nhecidas viroses aceita hoje, as mitocôndrias, organelas
celulares responsáveis pela produção de
d) não provocam doenças em vegetais, ATP em células eucariotas, assim como
pois suas proteínas apenas reconhecem os cloroplastos, teriam sido originados
células animais. de procariontes ancestrais que foram in-
P4) As células procariontes são reconhe- corporados por células mais complexas.
cidas como aquelas que não possuem Uma característica da mitocôndria que
material genético delimitado por um en- sustenta essa teoria é a
voltório nuclear. Sobre os procariontes, é a) capacidade de produzir moléculas de
possível afirmar que contém apenas ATP
a) complexo golgiense e ribossomos b) presença de parede celular semelhante
b) ribossomos e parede celular à de procariontes

c) retículo endoplasmático e parede celu- c) presença de membranas envolvendo e


lar separando a matriz mitocondrial do cito-
plasma
d) mitocôndria e plasmídeo
d) capacidade de autoduplicação dada
P5) A estratégia de obtenção de plantas por DNA circular próprio semelhante ao
transgênicas pela inserção de transgenes bacteriano
em cloroplastos, em substituição à meto-
dologia clássica de inserção do transgene e) presença de um sistema enzimático,
no núcleo da célula hospedeira, resultou eficiente às reações químicas do metabo-
no aumento quantitativo da produção de lismo aeróbio
proteínas recombinantes com diversas fi-
nalidades biotecnológicas. O mesmo tipo P7) Observe o esquema abaixo, referente
de estratégia poderia ser utilizada para a uma célula eucarionte.
produzir proteínas recombinantes em cé-
lulas de organismos eucarióticos não fo-
tossintetizantes, como as leveduras, que
são usadas para produção comercial de
várias proteínas recombinantes e que po-
dem ser cultivadas em grandes fermenta-
dores.
Considerando a estratégia metodológica
descrita, qual organela celular poderia
ser utilizada para inserção de transgenes
em leveduras?

a) Lisossomos O esquema apresentado refere-se a uma


célula;
b) Mitocôndria

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a) animal, porque se observa a ausência microscópio, que tornou possível a ob-


de centríolos servação dessas estruturas. Ao analisar
uma célula de qualquer ser vivo é possí-
b) animal, porque apresenta a estrutura
vel perceber três partes básicas. Quais
de número 1
são elas?
c) vegetal, porque apresenta a estrutura
a) Membrana plasmática, citoplasma e
de número 2
organelas.
d) vegetal, porque se observa a ausência
b) Membrana plasmática, citoplasma e
de vacúolos.
material genético.
e) vegetal, porque apresenta a estrutura
c) Membrana plasmática, organelas e nú-
de número 3.
cleo.
P8) Em um experimento em que foram
d) Membrana plasmática, citoplasma e
injetados aminoácidos radioativos em
núcleo com carioteca.
um animal, a observação de uma de suas
células mostrou os seguintes resultados: e) Membrana plasmática, organelas e
após 3 minutos, a radioatividade estava material genético.
localizada na organela X (demonstrando
P10) Células animais, quando privadas
que a síntese de proteínas ocorria na-
de alimento, passam a degradar partes de
quele local); após 20 minutos, a radioati-
si mesmas como fonte de matéria-prima
vidade passou a ser observada na orga-
para sobreviver. A organela citoplasmá-
nela Y; 90 minutos depois, verificou-se a
tica diretamente responsável por essa de-
presença de grânulos de secreção de ra-
gradação é:
dioativos, uma evidência de que as pro-
teínas estavam próximas de serem expor- a) o aparelho de Golgi.
tadas.
b) o centríolo.
As organelas X e Y referidas no texto
são, respectivamente, c) o lisossomo.

a) o complexo golgiense e o lisossomo d) a mitocôndria.

b) o retículo endoplasmático liso e o re- e) o ribossomo.


tículo endoplasmático rugoso
c) a mitocôndria e o ribossomo Aula: 02 – Divisão Celular
d) o retículo endoplasmático rugoso e o
complexo golgiense ● INTRODUÇÃO
e) o centríolo e o retículo endoplasmático Divisões celulares são processos nos
liso quais uma célula-mãe dá origem a duas
P9) A Biologia Celular, também cha- ou mais células filhas. Elas são necessa-
mada de Citologia, é a parte da Biologia riamente para o crescimento de organis-
relacionada com o estudo das células, as mos multicelulares, para a substituição
estruturas fundamentais dos seres vivos. de células velhas, para a cicatrização,
O desenvolvimento dessa ciência foi para reprodução e para outras finalida-
possível graças ao desenvolvimento do des.

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BIOLOGIA 1 - IDEIA

O processo de divisão faz parte do ci-


clo celular composto pelas fases 0, G1,
S, G2 e M. Existem dois tipos de divisão celular:
a mitose e a meiose.
➢ A Fase 0
Quando a célula se encontra estacio-
nada, sem representar probabilidade de • MITOSE
se multiplicar, como por exemplo, nos-
sos neurônios, os quais, depois de forma- Na mitose há a formação de duas cé-
dos, estacionam na fase 0. lulas-filhas geneticamente iguais à cé-
lula-mãe. A mitose é composta por cinco
➢ A Fase G1 fases bem estabelecidas: prófase, metá-
O ciclo começa oficialmente na fase fase, anáfase, telófase e a citocinese.
G1, quando a célula encontra ambiente
propicio e estímulos para a sua multipli-
cação, ela inicia a síntese de proteínas e
a duplicação de suas organelas, dessa
maneira, a célula consegue se multiplicar
sem perder seu tamanho ou forma.
➢ A Fase S
Uma vez que a fase G1 é completa, a
célula entra na fase S. Nessa fase há a du- ➢ Prófase
plicação do DNA, sabe-se que o DNA
Há a condensação dos cromossomos,
contém todas as informações da célula,
que antes eram soltos dentro do núcleo.
um erro nessa fase seria crítico para a
A carioteca, membrana que envolve o
formação das células filhas e surgimento
núcleo, começa a se desfazer. O nuclé-
de doenças como o câncer.
olo, local de formação de ribossomos,
➢ A Fase G2 desaparece.
Após a replicação completa do DNA, Os centríolos, um pequeno par de es-
iniciamos a fase G2, esta serve como um truturas feita de microtúbulos e que aju-
“checkpoint” para avaliar se todas as fa- dam a coordenar a divisão dos cromos-
ses ocorreram de forma correta. Caso somos, se deslocam para os polos. Esses
haja algum erro no processamento em cromossomos tem formatos de X porque
qualquer uma das fases, nesse momento foram duplicados na fase S e são unidos
a célula se programa para realizar a pelo centrômero.
morte celular e evitar que células com er-
Na ponta de cada cromátide irmã po-
ros se propaguem.
demos encontrar os telômeros, esses não

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carregam gene, mas estão relacionados ➢ Meiose I


com o envelhecimento da célula, cada
- Prófase I
vez que a célula se duplica esses telôme-
ros vão diminuindo. Na prófase I ocorre uma etapa muito
importante para a variabilidade genética,
➢ Metáfase
os cromossomos homólogos (do mesmo
Nessa fase os cromossomos se ali- par) se juntam e trocam partes entre si
nham na placa equatorial puxados pelas num processo chamado de “crossing
fibras do fuso mitótico por meio dos cen- over” ou permuta.
tríolos.
- Metáfase I
➢ Anáfase
Nessa etapa também há uma dife-
Nesse momento as cromátides-irmãs rença bastante importante, ao invés dos
se separam e os cromossomos se afas- cromossomos ficarem um em cima do
tam. outro, são os pares homólogos que ficam
um em cima dos outros.
➢ Telófase
- Anáfase I
As fibras do fuso de desfazem, as ca-
riotecas se formam outras vez e reapare- Nessa fase não há quebra do cromos-
cem os nucléolos. somo e cada célula-filha fica com um
cromossomo do par, dessa forma, redu-
➢ Citocinese
zindo seu número de cromossomos e se
É o momento que as células se sepa- tornando uma célula haploide.
ram, isso ocorre por estrangulamento da
- Telófase e Citocinese
célula mãe.
São iguais à mitose.
OBS.: Células haploides são células
• MEIOSE que contém apenas 23 pares de cromos-
A meiose, ao contrário da mitose, é somos, são células propensas pra repro-
uma divisão reducional. Ou seja, meiose. dução, como o óvulo e o espermatozoide.
Nossas células são normalmente diploi-
Isso significa que as quatro células fi- des, ou seja, contém 46. Ou seja, a mei-
lhas têm a metade do número de cromos- ose é um processo que para os animais
somos da célula mãe. serve para a formação de gametas.
A meiose é composta por duas “roda- ➢ Meiose II
das” do ciclo prófase, metáfase, anáfase,
telófase e citocinese. Tais rodadas são Na meiose II nós vemos um processo
denominadas de meiose I e meiose II. igual à mitose.

• EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
F1) O Brasil possui um grande número
de espécies distintas entre animais, vege-
tais e microrganismos envoltos em uma

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BIOLOGIA 1 - IDEIA

imensa complexidade e distribuídas em F3) Observe a tirinha:


uma grande variedade de ecossistemas.
(SANDES. A. R. R.; BLASI. G. Biodi-
versidade e diversidade química e gené-
tica.)
O incremento da variabilidade ocorre em
razão da permuta genética, a qual propi-
cia a troca de segmentos entre cromáti-
des não irmãs na meiose. Essa troca de
segmentos é determinante na
a) produção de indivíduos mais férteis.
b) transmissão de novas características
adquiridas. São características do tipo de reprodução re-
presentado na tirinha:
c) recombinação genética na formação
dos gametas. a) Simplicidade, permuta de material gênico e
variabilidade genética.
d) ocorrência de mutações somáticas nos
descendentes. b) Rapidez, simplicidade e semelhança gené-
tica.
e) variação do número de cromossomos
característico da espécie. c) Variabilidade genética, mutação e evolução
lenta.
F2) Segundo o Instituto Nacional de
Câncer (INCA), as células cancerosas d) Gametogênese, troca de material gênico e
multiplicam-se de maneira descontro- complexidade.
lada, mais rapidamente do que as células e) Clonagem, gemulação e partenogênese.
normais do tecido à sua volta, invadindo-
o. Geralmente, elas têm capacidade para F4) No nosso corpo ocorrem dois tipos
formar novos vasos sanguíneos que as de divisão celular: a mitose, nas células
nutrirão e manterão as atividades de cres- do corpo em geral, e a meiose, nas célu-
cimento descontrolado. O acúmulo des- las germinativas. Com relação à mitose e
sas células forma os tumores malignos. à meiose no corpo humano, é correto
Dependendo do tipo da célula do tumor, afirmar que:
alguns dão metástases mais rápidas e a) na mitose, a partir de células iniciais
mais precocemente, outros o fazem bem com 46 cromossomos, formam-se célu-
lentamente ou até não o fazem. las com a metade do número de cromos-
O processo de multiplicação dessas célu- somos.
las se dá por: b) a mitose é a divisão celular que forma
a) mitose. os espermatozoides e os óvulos.

b) metástase. c) na meiose, a partir de células iniciais


com 46 cromossomos, formam-se célu-
c) meiose. las com 23 cromossomos.
d) disseminação

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BIOLOGIA 1 - IDEIA

d) a meiose é a divisão celular que per- Qual das alternativas indica corretamente sua
mite o crescimento dos organismos e a ordem temporal?
substituição das células que envelhecem
a) IV – I – II – III.
e morrem.
b) I – IV – III – II.
e) tanto na mitose quanto na meiose
ocorre perda de cromossomos durante a c) I – II – IV – III
divisão celular.
d) I – IV – II – III.
F5) Após uma aula sobre divisão celular,
em células eucariontes, o professor pro- e) IV – I – III – II.
jeta a imagem de uma célula que repre- P2) O gráfico mostra a variação da quantidade
senta uma das etapas estudadas, e per- de DNA de uma célula somática durante as di-
gunta a seus alunos qual fase e divisão versas fases de sua vida.
celular estão sendo representadas.
Observe a imagem da representação pro-
jetada e assinale, das alternativas abaixo,
qual a resposta correta para a questão
proposta pelo professor.

No gráfico, a mitose propriamente dita e a in-


terfase correspondem, respectivamente, aos
períodos de tempo:
a) 4 a 6 e 1 a 4.
a) Metáfase da Mitose.
b) 2 a 4 e 3 a 5.
b) Anáfase da Mitose.
c) 3 a 5 e 1 a 3.
c) Anáfase I da Meiose.
d) 1 a 3 e 4 a 6.
d) Metáfase II da Meiose.
e) 2 a 5 e 3 a 5.
e) Anáfase II da Meiose.
P3) Durante a meiose, o pareamento dos
• EXERCÍCIOS PROPOSTOS cromossomos homólogos é importante
P1) Analise os eventos mitóticos relacionados porque garante:
a seguir: a) a separação dos cromossomos não ho-
I. Desaparecimento da membrana nuclear. mólogos.

II. Divisão dos centrômeros. b) a duplicação do DNA, indispensável a


esse processo.
III. Migração dos cromossomos para os pólos
do fuso. c) a formação de células filhas genetica-
mente idênticas à célula mãe.
IV. Posicionamento dos cromossomos na re-
gião mediana do fuso. d) a possibilidade de permuta gênica.
e) a menor variabilidade dos gametas.

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BIOLOGIA 1 - IDEIA

P4) O gráfico a seguir representa varia- c) 8 - 1 cromátide


ções na quantidade de DNA ao longo do
d) 8 - 2 cromátides
ciclo de vida de uma célula. (X = unidade
arbitrária de DNA por célula). Sobre esse e) 16 - 2 cromátides
ciclo vital de uma célula, representado
no gráfico, é correto afirmar:
Aula: 03 – Tecido Epitelial

● INTRODUÇÃO
O tecido epitelial é caracterizado por
possuir células bem unidas e com pouca
matriz extracelular. Possuem função de
a) A interfase está representada pela fase revestimento de superfície (epiderme),
3. revestimento e absorção (epitélio intesti-
b) As fases 1, 2 e 3 representam os perí- nal), secreção (glândula) e sensorial
odos G1, S e G2, que resumem todo o ci- (neuroepitélio).
clo vital de uma célula.
c) As fases 1, 2 e 3 representam o período • COMPONENTES IMPOR-
em que a célula se encontra em interfase, TANTES
e as fases 4, 5, 6 e 7 subsequentes são ca-
racterísticas da célula em divisão mitó- ➢ Glicocálix
tica, quando, ao final, ocorre redução à
metade da quantidade de DNA na célula. Camada de glicoproteína ligadas a
açucares que revestem as células epiteli-
d) A célula representada é diploide: seu ais e são importantes para o processo de
DNA foi duplicado no período S da in- pinocitose (quando a célula incorpora
terfase (fase 2) e, posteriormente, passou algo que estava externo), proporciona
pelas duas fases da meiose, originando também a adesão entre as células e as re-
células-filhas com metade da quantidade ações imunológicas.
de DNA (fase 7, células haploides).
➢ Membrana Basal
e) A fase 3 é caracterizada por um perí-
odo em que não há variação na quanti- É um assoalho localizado entre as cé-
dade de DNA na célula, portanto essa lulas epiteliais e o tecido conjuntivo onde
fase representa uma célula durante os pe- as células epiteliais se assentam.
ríodos da mitose: prófase, metáfase e ➢ Desmossomos
anáfase.
Auxiliam na adesão célula a célula.
P5) Uma célula somática com 8 cromos-
somos durante a fase G1 da interfase, ao ➢ Hemidesmossomos
entrar na divisão mitótica, apresentará na
São como desmossomos, mas pos-
metáfase ______ cromossomos metafá-
suem a função de ligar as células epiteli-
sicos, cada um com ______.
ais à membrana basal.
a) 4 - 1 cromátide
b) 4 - 2 cromátides

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BIOLOGIA 1 - IDEIA

➢ Junções GAP ➢ Cílios


São proteínas em forma de canal que São encontrados principalmente no
promovem a ligação e comunicação en- epitélio da traqueia auxiliando no trans-
tre as células adjacentes. porte de partículas que adentram o trato
respiratório, levando-os de volta para a
➢ Interdigitações da Membrana
boca.
Membrana de células adjacentes se
➢ Esteriocílios
intercalam como se fossem dedos, daí o
nome interdigitações. Semelhante aos microvilos, são en-
contrados nas células do trato genital
➢ Zônula de Oclusão
masculino.
Localizam-se na região apical das cé-
lulas, permitem maior adesão e impedem
que algum componente extra adentre en- • CLASSIFICAÇÃO DO EPI-
tre as células. TÉLIO
➢ Zônula de Adesão São classificados de acordo com sua
morfologia e sua função em:
Filamentos de actina, criam um cin-
Epitélio de revestimento e Epitélio
turão pelo lado interno.
glandular
➢ Epitélios de Revestimento

- Simples
Constituído de apenas uma camada,
podendo ser pavimentoso (endotélio dos
vasos), cúbico simples (como o epitélio
do ovário) e cilíndrico ciliado (como o da
• ESPECIALIZAÇÕES DAS tuba uterina)
MEMBRANAS CELULARES
- Estratificado
➢ Microvilos Esse possui várias camadas de célu-
Se desenvolvem em epitélios que las, como por exemplo, nossa pele que é
possuem função de absorção, funcionam estratificado pavimentoso e o da bexiga
para aumentar a área de contato do epité- que é um epitélio de transição.
lio com o meio externo. Geralmente es- - Pseudoestratificado Ciliado
tão no epitélio intestina e ajudam a au-
mentar a área de contato com o alimento Apresenta uma falsa estratificação,
para aumentar a absorção. devido aos núcleos se encontrarem em

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BIOLOGIA 1 - IDEIA

posições diferentes, como é o epitélio • GLÂNDULAS EXÓCRINAS


das nossas vias aéreas.
➢ Merócrinas
- Neuroepitélios
Liberam só os produtos da secreção.
São células epiteliais que se encon-
tram nos órgãos com função de audição, ➢ Holócrinas
olfação e gustação.
A célula toda é descartada
- Outros
➢ Apócrinas
Células mioepiteliais, presentes em
Intermediaria, pode secretar parte da
glândulas sudoríparas, salivares e mamá-
glândula ao secretar o material.
rias.
➢ Anfícrinas
➢ Epitélios Glandulares
Glândulas que possuem função exó-
Esse epitélio é caracterizado por se-
crina e endócrina, como o fígado e o pân-
cretar várias substâncias de síntese intra-
creas.
celular, como proteínas, lipídios, com-
plexos de carboidratos e hormônios.

• EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
F1) A ozonosfera é uma das principais
barreiras de proteção contra a excessiva
radiação ultravioleta que traz sérios pre-
juízos aos seres vivos. Em relação à pele
Em outros casos, algumas glândulas humana, é correto afirmar que a incidên-
excretam substancias que estão no san- cia excessiva dos raios UV agride as cé-
gue para fora do corpo. lulas podendo provocar alterações gené-
Quanto a classificação do epitélio ticas com danos profundos na
glandular, é classificado de acordo com a) Endoderme, camada mais interna da
o número de células e o tipo de secreção, pele.
que pode ser interna (endócrina) ou ex-
terna (exócrina). b) Hipoderme, camada localizada após a
epiderme.
- Epitélio Glandular Unicelular
c) Epiderme, camada superficial da pele.
Uma única célula como glândula.
d) Ectoderme, camada mais externa da
Ex.: Célula caliciforme presente no pele.
intestino e na arvore respiratória, produ-
tora de muco. e) Mesoderme, camada abaixo da endo-
derme.
- Epitélio Glandular Pluricelular
F2) Para amenizar rugas e vincos na pele
Apresenta muitas células para produ- sem intervenção do bisturi, os médicos
ção e secreção ou excreção. contam com algumas substâncias como o
colágeno, o silicone e os ácidos (Res-
tylane e afins), que apresentam atividade
fraca quando aplicadas na pele por uso

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BIOLOGIA 1 - IDEIA

externo, mas mostram bons resultados b) o item II é verdadeiro


quando injetadas na derme. Assinale a
c) o item III é verdadeiro
alternativa que apresenta a explicação
correta. d) os itens I e II são verdadeiros
a) A derme é a camada mais externa da e) os itens I e III são verdadeiros
pele, e sua localização facilita a atuação
das substâncias, que vão atuar no tecido F4) A análise de determinado material ao
epitelial. microscópio revelou a seguinte imagem.

b) A derme, composta de tecido conjun-


tivo, é quem confere elasticidade e resis-
tência à pele, e a aplicação interna dessas
substâncias atua no preenchimento dos
locais falhos.
c) A perfeita união entre as células epite-
liais faz com que o epitélio seja total-
mente impermeável à água e a essas
substâncias.
Podemos afirmar que o referido corte
d) As substâncias, quando aplicadas pelo
histológico pertence ao seguinte órgão:
uso externo, estimulam a duplicação das
camadas do tecido epitelial da derme, a) Traqueia
mas a camada de queratina não permite
b) Túbulos renais
que atuem na derme.
c) Vagina
e) As glândulas exócrinas presentes no
tecido epitelial atuam como barreiras fí- d) Esôfago
sicas e químicas, impedindo a passagem
das substâncias até a derme, evitando sua e) Intestino
atividade. F5) O tecido epitelial glandular é for-
F3) Referindo-se ao tecido epitelial, po- mado por células especializadas na se-
demos afirmar: creção de determinadas substâncias. Em
relação a esse tecido, analise as afirmati-
I – Os órgãos são revestidos interna- vas abaixo:
mente através das mucosas.
I. Uma única glândula endócrina pode
II – Na epiderme, encontram-se, nume- produzir mais de um tipo de hormônio.
rosamente, fibras colágenas, elásticas e
reticulares. II. O pâncreas é um exemplo de glândula
mista, que apresenta regiões endócrinas
III – Na superfície de contato de um epi- e exócrinas.
télio com o tecido conjuntivo subjacente,
encontra-se uma película proteica acelu- III. As secreções de glândulas exócrinas
lar denominada lâmina basal. são denominadas hormônios.

É correto afirmar que apenas: IV. Os testículos são glândulas exócri-


nas, enquanto os ovários são glândulas
a) o item I é verdadeiro endócrinas.

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BIOLOGIA 1 - IDEIA

Assinale a alternativa correta: e) é identificado no revestimento da tra-


queia e dos brônquios como pseudoestra-
a) somente I e II são verdadeiras.
tificado e no revestimento interno da be-
b) somente I e III são verdadeiras. xiga como estratificado de transição.

c) somente I, II e IV são verdadeiras. P2) Analise a figura a seguir.

d) somente II e III são verdadeiras.


e) somente II, III e IV são verdadeiras.

• EXERCÍCIOS PROPOSTOS
P1) Um agrupamento de células diferen- Com base na figura e nos conhecimentos
ciadas e especializadas na execução de sobre o tema, assinale a alternativa cor-
uma função biológica denomina-se te- reta:
cido, que são classificados em tecido epi-
telial, conjuntivo, muscular e nervoso. a) A pele negra, representada pela figura
São os tecidos que constituem os órgãos de número III, não tem necessidade de
e estes constituem os sistemas. Os siste- produzir melanócitos quando em contato
mas por sua vez, comandam as ativida- com os raios ultravioleta.
des vitais nos seres vivos. b) Os indivíduos de pele albina estão re-
Nesse contexto, é incorreto afirmar que presentados pela figura II, pois, em con-
o tecido epitelial tato com os raios ultravioleta produzem
uma quantidade intermediária de mela-
a) constitui-se de dois tipos básicos: o nócitos como consequência de proble-
primeiro, de revestimento ou protetor e o mas enzimáticos.
segundo, glandular ou secretor.
c) Os indivíduos de pele clara estão re-
b) é formado por células justapostas, ge- presentados pela figura I, o que justifica
ralmente poliédricas, e apresenta escas- o fato da pele destas pessoas, quando em
sez de substâncias intercelulares, tendo contato com os raios ultravioleta, fica-
como principal função revestir e proteger rem vermelhas.
as superfícies do organismo.
d) As células epiteliais da epiderme con-
c) apresenta elevada quantidade de subs- têm quantidade variável do pigmento
tância intercelular e suas células pos- melanina, colocado como um capuz so-
suem formas e funções bastante variadas bre o lado do núcleo celular que está vol-
com diversas especializações. tado para o exterior, de onde vêm os
d) pode ser classificado quanto ao nú- raios ultravioleta.
mero de camadas e ao formato das célu- e) Tumores malignos originados de célu-
las, tais como: pavimentoso simples e es- las epiteliais de revestimento podem ser
tratificado, cúbico simples e estratificado causados pela falta de exposição ao sol.
e prismático simples.
P3) Com relação ao tecido epitelial, con-
sidere as afirmativas abaixo:

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BIOLOGIA 1 - IDEIA

I. O epitélio de revestimento do tipo pris- papel na manutenção de nossa tempera-


mático com microvilosidades é comum tura corporal e na elaboração de metabó-
aos órgãos relacionados com a absorção, litos.
como o intestino delgado.
Considerando as principais funções
II. As glândulas merócrinas, formadas desse órgão, é correto afirmar que
pelo epitélio glandular, são aquelas que
a) a presença de uma epiderme queratini-
apresentam um ciclo secretor completo,
zada, do ponto de vista adaptativo, está
ou seja, elaboram, armazenam e elimi-
diretamente relacionada à reserva nutri-
nam apenas a secreção.
tiva.
III. O epitélio pavimentoso estratificado
b) as glândulas sudoríparas são respon-
queratinizado apresenta uma única ca-
sáveis pela produção do suor, ajudando a
mada de células e recobre a superfície
elevar a temperatura do corpo, ao ser eli-
corporal dos mamíferos.
minado.
IV. As células epiteliais recebem a sua
c) a transpiração diminui em dias frios e
nutrição a partir do tecido conjuntivo
os vasos sanguíneos da pele se dilatam, o
subjacente, uma vez que o tecido epite-
que aumenta a perda de calor e mantém
lial é avascular.
o corpo aquecido.
V. Denominamos glândulas endócrinas
d) a transpiração aumenta em dias quen-
aquelas que lançam parte de seus produ-
tes e os vasos sanguíneos da pele se con-
tos de secreção na corrente sanguínea e
traem, o que diminui a irradiação de ca-
parte em cavidades ou na superfície do
lor para o meio, esfriando o corpo.
corpo.
e) a exposição da pele aos raios ultravio-
Assinale:
leta pode causar vermelhidão, queimadu-
a) se todas forem corretas. ras e também estimula a produção de me-
lanina, que a protege dos efeitos negati-
b) se todas forem incorretas.
vos da radiação.
c) se I, II e III forem corretas.
P5) Considere os seguintes mecanismos:
d) se I, IV e V forem corretas.
(I) Proteção
e) se I, II e IV forem corretas.
(II) Secreção
P4) A pele é o maior órgão do corpo hu-
(III) Revestimento
mano, revestindo toda a superfície cor-
poral. Funciona como uma barreira pro- (IV) Movimento
tetora contra as radiações solares, parti-
No homem, são funções do tecido epite-
cularmente os raios ultravioletas, lem-
lial:
brando que a exposição excessiva ao sol
aumenta drasticamente o risco de câncer a) apenas I, II e III.
de pele. A pele atua também na proteção
contra agentes mecânicos (atrito e pres- b) apenas I, II e IV.
sões), químicos (substâncias prejudici- c) apenas I, III e IV.
ais) e biológicos (microrganismos pato-
gênicos). Além disso, evita a excessiva d) apenas II, III e IV.
perda de água, desempenha importante

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BIOLOGIA 1 - IDEIA

e) I, II, III e IV. derme da pele, a bainha dos nervos e as


cápsulas do baço. Possui menor flexibi-
lidade, ou seja, maior resistência a tra-
Aula: 04 – Tecido Conjuntivo ção.
➢ Tecido Conjuntivo Frouxo
● INTRODUÇÃO
Responsável por preencher o espaço
Também chamado de tecido conec- debaixo da pele. Caracteriza-se pela pre-
tivo, possui diversas funções como de sença de matriz extracelular e fluido te-
preenchimento, sustentação, armazena- cidual, que abrigam as células desse te-
mento de substâncias (tecido adiposo), cido: fibroblastos, células adiposas, ma-
defesa e transporte (sangue). crófagos e mastócitos. É formado tam-
bém por fibras de colágeno, fibras reticu-
Caracteriza-se por possuir uma vari- lares e elásticas. Esse tecido apresenta
edade de células, muita substância inter- consistência delicada e flexível, ou seja,
celular (matriz extracelular) e ser vascu- pouco resistente a trações.
larizado.
A matriz extracelular é composta ba-
sicamente de água, glicosaminoglicanos,
proteoglicanos, proteínas multiadesivas
e alguns polissacarídeos como o ácido
hialurônico. Sua principal função é criar
uma barreira contra micro-organismos,
preenchendo o espaço entre células e fi-
bras.

• TECIDO CONJUNTIVO CO-


MUM
É o tecido onde não ocorre predomí-
nio de nenhum componente ou há predo- • TECIDO CONJUNTIVO ES-
mínio apenas de fibras colágenas. Ele PECIAL
pode ser classificado como:
➢ Tecido Mucoso
➢ Tecido Conjuntivo Denso Mo-
delado Apresenta um predomínio absoluto
de matriz extracelular. É encontrado no
Quando há grande predomínio de fi-
cordão umbilical e na polpa dentária em
bras colágenas bem organizadas, está
formação.
presente, por exemplo, nos nossos ten-
dões. Possui menor flexibilidade, ou ➢ Tecido Elástico
seja, maior resistência a tração.
Predomínio de fibras elásticas. Pre-
➢ Tecido Conjuntivo Denso Não sente em órgãos de grande variação de
Modelado volume (coluna vertebral e ligamento
suspensor do pênis).
Quando as fibras colágenas estão dis-
postas aleatoriamente. Constituindo a

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BIOLOGIA 1 - IDEIA

➢ Tecido Hematopoiético toplasma. Atuam na resposta imune, in-


flamação, reação alérgica e expulsão de
É o tecido formador de células do
parasita.
sangue. Apresenta-se em duas formas
fundamentais: ➢ Plasmócitos
Tecido Mieloide: Produção de imunoglobulina. Ori-
gina-se do linfócito B.
No interior dos ossos longos for-
mando a medula óssea vermelha. Produz Possui forma oval, núcleo esférico e
todos os tipos de células sanguíneas. excêntrico, com cromatina dispersa no
núcleo.
Tecido Linfoide:
Sua principal função é a síntese de
Encontrado em órgãos linfoides (lin-
anticorpos;
fonodos, baço, apêndice, amígdalas,
etc...). Está relacionado com a produção Frequentemente encontrado na mu-
de alguns tipos glóbulos brancos, como cosa do intestino.
os linfócitos.
➢ Células Endoteliais
Participam do epitélio pavimentoso
• CÉLULAS DO TECIDO simples. Auxiliam na formação da ma-
CONJUNTIVO triz extracelular e produzem colágenos
tipo III e proteoglicanos.
➢ Fibroblastos
➢ Pericitos
É a célula mais comum do tecido
Células enroladas nos vasos sanguí-
conjuntivo. Contem núcleo alongado,
neos, regulando o fluxo do sangue; Fonte
possui muitas organelas e está em cons-
de fibroblastos e fibras musculares lisas.
tante síntese proteica produzindo: fibras
colágenas e reticulares, elastina, glicosa-
minoglicanos, proteoglicanos e proteínas
multiadesivas.
➢ Fibrócito
É o fibroblasto inativo.
➢ Macrófagos
Possui morfologia variável, é uma
célula gigante, responsável por fagoci-
tose e secreção e origina-se de monóci-
tos.
➢ Mastócitos
Atuam nas respostas imunes. Origem
na medula óssea, célula oval, núcleo cen-
tral com grânulos com glicosaminoglica-
nos, histaminas e proteases neutras no ci-

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BIOLOGIA 1 - IDEIA

• FIBRAS ➢ Fibras Reticulares


Encontram-se presentes no músculo
➢ Sistema colágeno
liso, endoneuro, trabéculas de órgãos he-
Fibras colágenas tipo II + fibras reti- matopoiéticos, artérias, fígado, útero, en-
culares = colágeno tre outros.
➢ Sistema Elástico Possui colágeno tipo III associado a
glicoproteínas e proteoglicanos e, esse
Eulaninicas + oxitalânicas = elastina. colágeno tem formato de rede, possuindo
➢ Colágeno fibrilas frouxamente arranjadas.

Proteína mais abundante do corpo,


que ocupa cerca de 30% do peso corpo-
ral.
Existem 20 tipos diferentes e cada
um desses colágenos formam fibras: ou
colágena ou reticular.
São classificados quanto à forma em:
• EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
Colágenos que formam longas fibri-
las. F1) Células e outras estruturas com fun-
ções especializadas formam os diferen-
Colágenos associados a fibrilas. tes tecidos do organismo. A esse res-
peito, numere a coluna da direita com
Colágenos que formam rede.
base nas informações da coluna da es-
Colágeno de ancoragem. querda. Assinale a alternativa que apre-
senta a seqüência correta da coluna da di-
➢ Colágeno tipo I: Colágeno que
reita, de cima para baixo.
formam longas fibrilas
1 - Síntese de fibras colágenas
É o mais encontrado em ossos, ten-
dões, dentina, cápsulas, derme, entre ou- 2 - Capacidade fagocitária
tros.
3 - Produção de anticorpos
É o mais abundante e possui aspecto
4 - Coagulação sanguínea
macroscópico branco.
5 - Percepção de cores
➢ Síntese De Colágeno
6 - Sustentação de neurônios
Formado por vários aminoácidos
como a glicina, prolina e hidroxiprolina, ( ) Macrófagos
o colágeno é sintetizado pelos fibroblas-
tos, osteoblastos, condroblastos e odon- ( ) Plaquetas
toblastos. ( ) Fibroblastos
Para ocorrer a sua síntese, deve exis- ( ) Plasmócitos
tir o tropocolágeno, que dá origem às fi-
brilas, formada por três cadeias polipep- ( ) Células da glia
tídicas. ( ) Cones

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BIOLOGIA 1 - IDEIA

a) 1, 4, 6, 2, 3, 5. d) o osteoblasto.
b) 2, 4, 1, 3, 6, 5. e) o linfoblasto.
c) 3, 2, 1, 4, 5, 6. F4) A matriz extracelular é constituída
por substâncias localizadas entre as célu-
d) 4, 2, 3, 5, 6, 1.
las de um tecido e que preenchem o
e) 1, 3, 4, 2, 5, 6. espaço entre elas. Essa matriz é funda-
mental para a realização das funções te-
F2) Observe o esquema abaixo que apre- ciduais e é produzida pelas suas próprias
senta as diferentes etapas do processo de células. A maior quantidade de matriz
coagulação sanguínea. extracelular é observada no tecido
a) epitelial
b) nervoso
c) muscular
d) conjuntivo
F5) A alergia é uma hipersensibilidade
desenvolvida em relação a determinadas
substâncias, os alergênicos, que são re-
Marque a alternativa que correlaciona
conhecidos por um tipo especial de anti-
corretamente os números 1, 2, 3 e 4 com
corpos. A reação alérgica ocorre quando
as substâncias envolvidas nesse pro-
as moléculas do alergênico:
cesso.
a) ligam-se a moléculas do anticorpo pre-
a) 1 – protrombina; 2 – trombina; 3 – vi-
sas à membrana dos mastócitos, que rea-
tamina C; 4 – protromboplastina.
gem liberando histaminas.
b) 1 – trombina; 2 – protrombina; 3 – vi-
b) desencadeiam, nos gânglios linfáticos,
tamina K; 4 – fibrina.
uma grande proliferação de linfócitos es-
c) 1 – fibrina; 2 – protrombina; 3 – vita- pecíficos.
mina C; 4 – trombina.
c) são reconhecidas pelas células de me-
d) 1 – protrombina; 2 – trombina; 3 – vi- mória, que se reproduzem e fabricam
tamina K; 4 – fibrina. grande quantidade de histaminas.

F3) Nos processos de cicatrização, pode- d) ligam-se aos anticorpos e migram para
mos observar a participação do tecido os órgãos imunitários primários onde são
conjuntivo, quando da migração de de- destruídos.
terminadas células para o local lesio-
e) são fagocitados pelos mastócitos e es-
nado, ocasionando o seu fechamento. A
timulam a fabricação das interleucinas.
célula envolvida no processo de cicatri-
zação é • EXERCÍCIOS PROPOSTOS
a) o condroblasto. P1) O mastócito é uma importante célula
atuante no tecido conjuntivo, sendo for-
b) o osteoclasto.
mada a partir da diferenciação de células
c) o fibroblasto.

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BIOLOGIA 1 - IDEIA

multipotentes da medula óssea. Os mas- a vitamina C está relacionada à manuten-


tócitos são células globosas ricas em grâ- ção de qual tipo de tecido dos organis-
nulos de heparina e histamina e que par- mos multicelulares?
ticipam de um processo de defesa do or-
a) Conjuntivo.
ganismo. Esse processo de defesa é co-
nhecido como: b) Epitelial.
a) Fagocitose de agentes exógenos. c) Sanguíneo.
b) Cicatrização de feridas, através da d) Nervoso.
produção de fibras.
e) Adiposo
c) Processo alérgico.
P5) Além da sustentação do corpo, são
d) Produção de anticorpos. funções dos ossos:
e) Todas as anteriores estão erradas. a) armazenar cálcio e fósforo; produzir
hemácias e leucócitos.
P2) Na espécie humana, o tipo de tecido
conjuntivo que forma o tendão calcâneo b) armazenar cálcio e fósforo; produzir
é glicogênio.
a) cartilaginoso. c) armazenar glicogênio; produzir hemá-
cias e leucócitos.
b) denso modelado.
d) armazenar vitaminas; produzir hemá-
c) adiposo.
cias e leucócitos.
d) ósseo.
e) armazenar vitaminas; produzir proteí-
P3) O sangue pode ser considerado um nas do plasma.
tecido conjuntivo, pois
a) apresenta células dispostas em forma
Aula: 05 – Sistema Nervoso
de fibra, com vários núcleos por célula,
sendo a mioglobina que lhe dá a colora-
ção avermelhada. • CONSIDERAÇÕES INICIAIS
b) apresenta células separadas por Quando pensamos em níveis de orga-
grande quantidade de matriz extracelu- nizações em biologia, podemos conside-
lar, denominada plasma. rar que um sistema é um conjunto de ór-
gãos que colaboram e interagem para de-
c) é veículo dos hormônios e a sede das
sempenhar uma função vital.
glândulas endócrinas.
Cada órgão, por sua vez, é formado
d) possui plaquetas envolvidas na sua co-
por tecidos diferentes, que são formados
agulação, plaquetas estas resultantes da
por células variadas, e assim segue a hi-
fragmentação de astrócitos.
erarquia.
P4) A vitamina C atua na reação de hi-
O Sistema Nervoso, portanto, é um
droxilação enzimática da prolina em hi-
conjunto de órgãos formado por múlti-
droxiprolina, aminoácidos essenciais
plos tecidos (não apenas o tecido ner-
para a formação do colágeno. A partir
voso), e cuja função central é estabelecer
dessa informação, é possível afirmar que

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BIOLOGIA 1 - IDEIA

a comunicação de diversas partes do ➢ Pia-Máter


corpo e executar comandos, conscientes
A membrana mais interna e mais
ou inconscientes.
fina, em contato direto com o tecido ner-
A partir do grupo dos platelmintos, voso do SNC.
os animais passaram a organizar seu sis-
O líquor circula por todo o SNC por
tema nervoso na presença de um comu-
canais, aquedutos, ventrículos e pelo es-
nicador central, o encéfalo.
paço subaracnóideo.
Esse grau de organização, presente
Sua função principal é a proteção
até hoje em nossa espécie, permite a di-
contra choques mecânicos, que poderiam
visão do sistema nervoso em Sistema
gerar dano no tecido nervoso.
Nervoso Central (SNC) e Sistema Ner-
voso Periférico (SNP). O encéfalo é divido em:
Cérebro: bastante volumoso (~1400
cm³), o cérebro é o maestro maior de
• SISTEMA NERVOSO CEN-
nosso organismo. É dividido em duas
TRAL (SNC)
metades simétricas conectadas por co-
Dividimos o SNC anatomicamente missuras, como o corpo caloso.
em encéfalo, que é o conjunto dos órgãos
Curiosamente, cada metade é respon-
dentro do crânio, e em medula espinal,
sável por atividades do lado oposto do
que é a parte do sistema nervoso que se
corpo (esquerdo controla músculos da
estende para fora do crânio ao longo da
direita e vice-versa), devido ao cruza-
coluna.
mento das fibras que ocorre mais abaixo.
O SNC é envolvido por ossos (crâ-
Ele também pode ser dividido em lo-
nio, vértebras) e por membranas que re-
bos, porém não convém conhece-los para
cebem o nome de meninges.
os vestibulares.
Estas, formadas de tecido conjun-
O cérebro apresenta múltiplas cir-
tivo, protegem e ajudam a nutrir o sis-
cunvoluções de tecido nervoso em seu
tema.
parênquima externo, que aumentam con-
Elas são 3: sideravelmente a área ocupada por neu-
rônios sem alterar de forma tão expres-
➢ Dura-Máter siva o volume ocupado, o que nos classi-
Mais externa, mais grossa e a que fica como animais girencéfalos.
permanece em contato direto com o te- A parte mais externa apresenta os
cido ósseo. corpos celulares dos neurônios (substân-
➢ Aracnoide cia cinzenta), enquanto a parte mais in-
terna corresponde aos axônios mieliniza-
Recebe esse nome devido a seus vá- dos (substância branca). Também há pe-
rios vasos sanguíneos organizados em quenas “ilhas” de neurônios dentro da
rede, que lembram uma teia de aranha. substância branca.
Interno a ela, encontra-se o espaço É da interação entre os diversos neu-
subaracnóideo, que contém o líquido rônios de nosso cérebro que surgem as
cefalorraquidiano (líquor).

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BIOLOGIA 1 - IDEIA

ações voluntárias, a memória, os pensa- muscular (grau de contração basal da


mentos, os sentidos. musculatura).
Esse processo é mediado por neuro- Tronco Encefálico: é formado pelo
transmissores e fendas sinápticas, como mesencéfalo, pela ponte e pelo bulbo.
visto na aula de tecido nervoso, e é justa- No geral, tem a função de comunicar as
mente nessas interações que atuam as porções superiores do encéfalo com o a
drogas psicotrópicas, de forma a alterar medula espinal.
nossa percepção do mundo.
O bulbo em particular tem grande
São exemplos conhecidos o álcool, a importância, pois contém os centros que
maconha, a cocaína, o LSD, etc, cada comandam o ritmo respiratório e o ritmo
qual causando efeitos que podem ser de- cardíaco, além de outros centros que co-
pressores, estimulantes ou mesmo cau- mandam a deglutição, o reflexo da tosse
sadores de alucinações. e o reflexo do vômito.
Diencéfalo: formado pelo tálamo e Em sua porção final, o bulbo comu-
pelo hipotálamo, ocupa uma posição nica-se diretamente com a medula espi-
mais central abaixo do cérebro. nal.
- Tálamo: funciona como uma esta- Figura: Esquema do encéfalo e de parte da me-
dula. Note que não é possível identifica diencé-
ção de retransmissão dos impulsos rece-
falo, mesencéfalo e ponte, que estão acima do
bidos, de forma a filtrar e encaminhar as bulbo e escondidos pelo lobo temporal do cére-
informações transmitidas a seus respec- bro.
tivos locais de atuação ou interpretação.
- Hipotálamo: é o responsável pela
maior parte do funcionamento involuntá-
rio do organismo, integrando sistemas
nervoso e endócrino. É sua função o con-
trole de variáveis como temperatura,
fome, equilíbrio hídrico, apetite, sono e
emoções.
Cerebelo: também denominado me-
taencéfalo, o cerebelo fica abaixo do cé- Por fim, a porção mais inferior do
rebro, na porção posterior do crânio, e SNC é a medula espinhal, que se distri-
também possui uma região de substância bui pelo canal vertebral (ou raquidiano).
cinzenta externa e branca interna, além Ao contrário do encéfalo, na medula es-
de ser também dividido em dois hemis- pinhal a substância cinzenta é interna à
férios simétricos. substância branca.
A função do cerebelo é ser um centro A função fundamental da medula es-
integrador de informações sobre espaço pinal é conectar o sistema nervoso peri-
e movimento. Isso quer dizer que ele me- férico com o central. Nela se localizam
deia aspectos como o equilíbrio, a execu- centros nervosos de comando motor e de
ção de duas atividades simultaneamente, reflexos.
a percepção da localização do corpo no
espaço, a coordenação motora e o tônus

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BIOLOGIA 1 - IDEIA

Figura: Esquema da medula espinal com nervos, Os nervos podem se conectar ao en-
vias aferentes e eferentes, receptor e efetor.
céfalo (cranianos) ou à medula (periféri-
cos). São 12 pares de nervos cranianos
(ex: nervos olfativos, óptico, facial, ves-
tíbulo-coclear) e 31 pares de nervos peri-
féricos, que para se conectar à coluna di-
videm-se em raízes anteriores e posteri-
ores.
Já os gânglios nervosos são grupos
de corpos celulares de neurônios que se
localizam fora do SNC e correspondem a
uma dilatação no nervo.
São fundamentais na coordenação do
• SISTEMA NERVOSO PERI-
sistema nervoso autônomo, que veremos
FÉRICO (SNP)
a seguir.
É formado basicamente pelos nervos
e por gânglios nervosos. Tem por fun-
ção integrar o restante do organismo ao • SISTEMA NERVOSO AUTÔ-
comando central do sistema nervoso. NOMO (SNA)
Os nervos são feixes formados es- Pode ser entendido como a parte do
sencialmente de tecidos conjuntivo e SNP que opera de forma independente ao
nervoso. SNC.
Os feixes de axônio são organizados Ele controla as atividades involuntá-
em tubos e envolvidos pelo endoneuro, e rias do organismo, ou seja, aquelas que
o conjunto destes é envolto pelo peri- ocorrem sem nossa consciência ou que
neuro, e a união desses conjuntos é re- fogem a nosso controle.
vestida pelo epineuro, formando assim o
nervo. São exemplos as contrações do trato
gastrointestinal, os batimentos cardíacos,
Convém lembrar que o que passa pe- a respiração involuntária, a secreção das
los nervos são axônios, em sua maioria glândulas sudoríparas e sebáceas, o con-
mielinizados, portanto, sua coloração é trole da temperatura corporal, etc.
esbranquiçada. A função básica do nervo
é a condução de impulso nervoso. Podemos dividi-lo em dois compo-
nentes antagônicos:
Se esse impulso segue no sentido pe-
riférico seta central, chamamos essas fi- ➢ SNA Simpático
bras de aferentes (ex: conduzem a sensa- É aquele responsável pelo meca-
ção do tato). nismo de “luta e fuga” do organismo,
Se o sentido é central seta periférico, preparando-o para situações de perigo e
chamamos de fibras eferentes (ex: que demandem respostas rápidas para
quando conduzem comando para con- sobrevivência.
trair a musculatura). Os gânglios nervosos que o com-
põem estão localizados ao redor da co-

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BIOLOGIA 1 - IDEIA

luna torácica e lombar, recebem o neuro- Figura: Ilustração esquematizando o Sistema


Nervoso Autônomo.
transmissor acetilcolina, dão origem às
fibras pós-ganglionares, que se comuni-
cam por meio de noradrenalina.
Exemplos práticos da ativação do
SNA simpático são a dilatação das pupi-
las (para entrar mais luz e enxergar me-
lhor), a aceleração dos batimentos cardí-
acos, a contração dos vasos sanguíneos
(e aumento da pressão arterial), a redu-
ção da atividade do trato gastrointestinal
e o redirecionamento do fluxo sanguíneo
para a musculatura.
➢ SNA Parassimpático
É o inverso do simpático, ou seja,
prepara o organismo para atividades di-
tas vegetativas, como digestão, relaxa-
mento da musculatura, relaxa os vasos
sanguíneos para distribuir melhor os nu-
trientes e coordena ações como a micção. • OS ARCOS REFLEXOS

Seus gânglios localizam-se no encé- Os reflexos são reações do orga-


falo e na região sacral da medula espinal, nismo a estímulos que se processam de
e eles recebem impulsos e retransmitem forma inconsciente e rápida. Eles são
impulsos por meio do neurotransmissor eminentemente mediados por neurônios
acetilcolina. e podem ter graus variados de complexi-
dade:
Via de regra, os órgãos recebem iner-
vação mista, tanto simpática quanto pa- ➢ Reflexo Medular
rassimpática, de maneira a responder a É aquele que se processa apenas na
situações opostas e de maneira oposta. medula (ex: reflexo patelar, quando um
Exceção a isso são as glândulas su- martelo médico atinge o tendão entre a
doríparas e a musculatura eretora dos pe- patela e a tíbia).
los, que tem inervação apenas simpática. ➢ Reflexo Cerebral
É aquele que se processa no cérebro
(ex: abrir a boca ao morder a língua).
➢ Reflexo Cérebro-Medular
É mais complexo e resulta da intera-
ção de neurônios localizados tanto na
medula quanto no cérebro (ex: o ato de
proteger a cabeça com os braços quando
se ouve um barulho intenso).

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BIOLOGIA 1 - IDEIA

As estruturas envolvidas em um ato de lesões sérias ou morte do piloto a de-


reflexo são o receptor (estrutura que saceleração violenta sofrida pelo encé-
gera o estímulo que será conduzido), via falo, mesmo que não haja fratura da
sensitiva (nervo que fará a condução afe- caixa craniana. Porém, há um meca-
rente), neurônio associativo (localizado nismo de proteção do encéfalo, respon-
na medula ou no encéfalo, é responsável sável por absorver os choques mecâni-
por um processamento mais rebuscado cos, exercido:
do reflexo), via motora (nervo eferente)
a) pelas meninges.
e, por fim, efetor (aquele a qual se des-
tina o estímulo do reflexo, um músculo b) pelo líquido cefalorraquidiano.
por exemplo).
c) somente pela aracnóide.
Nem sempre um neurônio associa-
tivo precisa intermediar uma resposta re- d) tanto pela aracnóide como pela dura-
flexa, e na sua ausência o reflexo é deno- máter.
minado simples, em contraste com o re- e) somente pela dura-máter.
flexo dito composto quando conta com
sua associação. Naturalmente, como um F3) No quadro a seguir, são fornecidos
tipo celular a menos precisa processar o os efeitos das ações do sistema parassim-
impulso, os reflexos simples são mais rá- pático e simpático sobre a pupila e a se-
pidos. creção gastrointestinal:
Pupila Secreção
Figura: Exemplo de um arco reflexo composto gastrointestinal
do tipo medular. Parassimpático contrai estimula
Simpático dilata inibe

Se um indivíduo I for tratado com a


droga A e o indivíduo II, com a droga B,
e sabendo-se que A e B são adrenérgicas
e colinérgicas, respectivamente, qual das
reações a seguir indicadas devemos es-
perar que ocorra com esses indivíduos?
Pupila Secreção gastroi-
ntestinal
• EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO A) I contrai, II I inibe, II estimula
dilata
F1) Lesão no cerebelo de um animal afe- B) I contrai, II I estimula, II inibe
tará, principalmente, sua capacidade de: dilata
C) I dilata, II I inibe, II estimula
a) absorver alimentos. contrai
D) I dilata, II I estimula, II inibe
b) coordenar movimentos. contrai
E) I contrai, II I estimula, II inibe
c) emitir sons. contrai

d) perceber imagens.
F4) O reflexo rotular, aquele que ocorre
e) perceber odores. quando batemos levemente no joelho,
F2) Em alguns acidentes em provas au- estando a perna cruzada sobre a outra, é
tomobilísticas, tem-se dado como causa um tipo de reflexo:

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a) do córtex cerebral. P2) Um tumor na cabeça que causa dis-


túrbio no equilíbrio postural de um indi-
b) bulbar.
víduo provavelmente está localizado no:
c) do córtex cerebelar.
a) bulbo raquidiano.
d) medular.
b) lobo olfativo.
e) da base do cérebro.
c) hipotálamo.
F5) Sobre o sistema nervoso do homem
d) lobo óptico.
e suas funções, é correto afirmar que:
e) cerebelo.
( ) o hipotálamo é importante para a ho-
meostase corporal. P3) Com relação ao sistema nervoso,
pode-se afirmar:
( ) o equilíbrio corporal é controlado pelo
bulbo raquidiano. I. As meninges – a dura-máter, a arac-
noide e a pia-máter – envolvem o encé-
( ) os atos de pensar, evocar lembranças
falo e a medula espinhal.
e falar dependem da integridade do cór-
tex cerebral. II. A substância branca, no sistema ner-
voso central, é formada principalmente
( ) os atos reflexos ocorrem no âmbito da
pelos corpos celulares dos neurônios, en-
medula espinhal.
quanto a substância cinzenta é formada
( ) o ato de andar de bicicleta é coorde- principalmente pelos axônios.
nado pelo cerebelo.
III. Do encéfalo partem 12 pares de ner-
• EXERCÍCIOS PROPOSTOS vos cranianos sensitivos, e da medula 31
pares de nervos mistos.
P1) O sistema nervoso central é dividido
anatomicamente em regiões. Lesões em IV. O sistema nervoso autônomo simpá-
diferentes partes desse sistema podem tico e o parassimpático inervam apenas
acarretar diferentes distúrbios neuro fun- órgãos do sistema digestório, do respira-
cionais. Entre as alternativas a seguir, as- tório e do excretor.
sinale aquela que apresenta uma relação V. A sinapse ocorre entre dois axônios de
incorreta entre a região lesada e a perda neurônios distintos.
funcional.
Está ou estão corretas:
Região lesio- Função per-
nada dida a) todas.
a) Córtex cerebral Visão
b) apenas I.
b) Hipotálamo Controle da di-
gestão c) apenas I e II.
c) Cerebelo Equilíbrio
d) Bulbo Controle invo- d) apenas I, II e IV.
luntário do
ritmo respira- e) apenas III, IV e V.
tório
P4) Podemos analisar a organização
morfofuncional do sistema nervoso dos
vertebrados quando observamos a reação

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BIOLOGIA 1 - IDEIA

do indivíduo ao tocar com a mão um ob- são os neurônios. O outro, não menos
jeto muito quente: a musculatura do es- importante, é o Sistema Endócrino, pro-
queleto é estimulada e ele retrai a mão da tagonizado pelas glândulas endócrinas
fonte de calor. do corpo.
Esse fenômeno pode ser explicado pela
atuação dos componentes da seguinte es-
trutura:
a) arco reflexo.
b) cordão nervoso ventral.
c) eixo hipotálamo-hipófise.
d) rede nervosa epidérmica.
P5) O esquema a seguir representa, de
maneira simplificada, as interrelações do
sistema nervoso.

Assinale a alternativa correta em relação


à análise desse esquema:
a) 1 representa uma fibra sensorial do
sistema nervoso somático. Glândula é uma modificação do te-
b) 2 representa uma fibra motora do sis- cido epitelial que produz uma substância
tema nervoso simpático. que será expelida.

c) 1 e 4 representam fibras motoras do Na pele temos, por exemplo, as glân-


sistema nervoso autônomo. dulas sudoríparas, que secretam o suor e
que, pelo fato de o suor ficar fora do or-
d) 3 e 4 representam fibras do sistema ganismo, são ditas exócrinas.
nervoso autônomo.
As glândulas endócrinas, por sua
vez, são responsáveis por produzir subs-
tâncias que serão expelidas para dentro
Aula: 06 – Sistema Endócrino
do corpo, mais precisamente para a cor-
rente sanguínea, substâncias essas deno-
minadas hormônios.
• CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Eles podem ser de natureza proteica,
O organismo possui duas grandes
lipídica, etc., e irão agir como mensagei-
formas de centralizar e controlar tecidos
ros químicos em determinados alvos do
tão distantes e distintos uns dos outros de
organismo, estimulando ou inibindo as
forma harmoniosa. A primeira é o Sis-
atividades dos mais variados tecidos.
tema Nervoso, cujos atores principais

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BIOLOGIA 1 - IDEIA

Conheceremos a seguir os compo- - GH:


nentes do sistema endócrino.
O famoso “hormônio do cresci-
mento”, ou somatotrofina, tem como sua
principal função a atuação nas cartila-
• GLÂNDULA HIPÓFISE (OU gens epifisárias, as zonas dos ossos lon-
PITUITÁRIA, OU GLÂN-
gos responsáveis pelo crescimento do
DULA MESTRA)
osso.
A acunha de glândula mestra não é à Ele tem função anabolizante, isto é,
toa: pode-se dizer que essa glândula é a
estimula a síntese de proteínas, mobiliza-
grande arquiteta e administradora do sis-
ção de gorduras e, por fim, crescimento
tema endócrino.
de tecidos. Sua produção é bastante
Do tamanho de um grão de ervilha, acentuada na infância e na adolescência.
encontra-se na base interna do crânio li- Já na fase adulta, sua secreção é bastante
gada ao hipotálamo por uma estrutura reduzida.
denominada infundíbulo.
OBS: baixos níveis de GH na infân-
Evolutivamente, os mamíferos de- cia geram o nanismo hipofisário, en-
senvolveram 2 de suas principais regiões quanto altos níveis geram o gigantismo.
e atrofiaram uma, de forma que os prin- Porém, se um adulto passar a secretar
cipais componentes que nos interessam grandes quantidades desse hormônio,
são a adeno-hipófise (anterior) e a uma vez que suas placas epifisárias já es-
neuro-hipófise (posterior). tão “fechadas”, ocorrerá uma condição
denominada acromegalia¸ em que ossos
Uma observação é que o hipotá- crescem bem mais em largura e nas ex-
lamo, parte do sistema nervoso, é quem tremidades do corpo, deformando a fisi-
controla a secreção de hormônios hipofi- onomia do indivíduo.
sários e até mesmo produz os hormônios
da neuro-hipófise. - TSH:

➢ Adeno-hipófise É o hormônio hipofisário responsá-


vel por estimular a produção tireoidiana,
Capaz de produzir, armazenar e libe- fundamental para o correto funciona-
rar 6 hormônios estimulantes, ou trófi- mento da glândula.
cos, que atuam fundamentalmente sobre
outras glândulas endócrinas pelo corpo. - ACTH:

Seus hormônios são: 1 – hormônio Estimula o córtex das glândulas adre-


somatotrófico (STH) ou somatotrofina nais (adrenocorticotrófico), que passa a
ou hormônio do crescimento (GH); 2 – produzir hormônios denominados corti-
hormônio tireotrófico (TSH) ou tireo- costeroides.
trofina; 3 – hormônio adrenocortico- - FSH:
trófico ou corticotrofina; 4 – hormô-
nios gonadotróficos ou gonadotrofinas Gonadotrofina denominada hormô-
(LH e FSH); e 5 – hormônio lactogê- nio folículo-estimulante, seu nome se
nico ou prolactina. deve ao estímulo que gera nos folículos
ovarianos nas mulheres, estimulando sua
maturação e a produção de estrógenos
(hormônios sexuais femininos).

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BIOLOGIA 1 - IDEIA

Já nos homens, estimula a formação diurese (formação de urina), gerando de-


dos espermatozoides. sidratação intensa e sede, uma condição
denominada diabetes insípido.
- LH:
- Ocitocina:
Gonadotrofina denominada hormô-
nio luteinizante, pois estimula a forma- Tem duas funções na maternidade: a
ção do corpo lúteo no ovário feminino, contração uterina na hora do parto e a
ou seja, estimula a liberação do óvulo e a ejeção de leite quando o beber inicia a
produção de progesterona. Nos homens, sucção.
estimula a produção de testosterona pe-
las células intersticiais de Leydig.
- Prolactina: • GLÂNDULA TIREOIDEA
A glândula tireoide, ou tireoide, é
Como o próprio nome sugere, é o
uma grande reguladora do metabolismo
hormônio que estimula a produção de
de todo o organismo. Localiza-se na re-
leite por parte das mulheres. Promove o
gião anterior do pescoço, sobre o início
crescimento e o funcionamento das glân-
da traqueia. Seus produtos são os hormô-
dulas mamárias.
nios T4 (tiroxina), T3 (triiodotironina) e
Tem sua maior produção no fim da calcitonina, sendo esse último de utili-
gestação e enquanto houver estímulo de dade inexpressiva no organismo hu-
sucção mamária por parte do bebê. Em mano.
homens os níveis desse hormônio são co-
mumente baixos.
Porém, se elevados por alguma con-
dição patológica (um tumor secretor de
prolactina, por exemplo), podem gerar
um aumento das mamas (ginecomastia),
diminuição da libido e impotência se- Os hormônios tireoidianos têm por
xual. função básica o estímulo ao metabo-
➢ Neuro-hipófise lismo, de forma que a atividade metabó-
lica do organismo é diretamente propor-
Como falado anteriormente, essa es- cional aos níveis de T3 e T4 circulantes.
trutura não produz, mas apenas armazena Por sua vez, esses hormônios são produ-
e libera hormônios produzidos pelo hipo- zidos após estímulo do TSH na glândula
tálamo, que são: 1 – hormônio antidiu- tiroide.
rético (ADH) ou vasopressina; e 2 –
ocitocina. Quando a produção está aumentada
ou diminuída, pode ocorrer o bócio, que
- ADH é o aumento do volume da glândula, ge-
Esse hormônio age no final do sis- rando uma massa proeminente na região
tema de túbulos renais, estimulando a re- anterior do pescoço.
absorção de água. Na sua ausência, ins- O hipertireoidismo é uma condição
tala-se uma perda de água importante por médica em que há aumento global do
metabolismo graças aos altos títulos de
T3 e T4.

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BIOLOGIA 1 - IDEIA

Como sintomas, a pessoa apresenta O excesso de cálcio no sangue é eli-


taquicardia (aumento da frequência car- minado com dificuldade pelos rins, de
díaca), taquipneia (aceleração da respira- forma que são formados cálculos renais
ção), perda de peso, insônia, agitação, de oxalato de cálcio.
exoftalmia (arregalamento dos olhos),
Além disso, quando os níveis são
etc.
muito elevados, o cálcio pode se deposi-
Já o hipotireoidismo é o oposto, em tar na parede dos vasos sanguíneos (cal-
que baixos títulos de hormônios tireoidi- cifilaxia).
anos levam a uma redução global no me-
Já níveis reduzidos de PTH configu-
tabolismo, levando o indivíduo a apre-
ram o hipoparatireoidismo, em que os
sentar bradicardia (coração bate mais
ossos são intensamente mineralizados e
lento), bradipneia (respiração lentifi-
ocorrem disfunções musculares secundá-
cada), sonolência, ganho de peso, sensa-
rias à hipocalcemia, como espasmos e
ção de fraqueza, mixedema (retenção de
fraqueza muscular.
líquido endurecida em algumas regiões
do corpo que cursa com pele seca).
Essa condição é particularmente im- • PÂNCREAS ENDÓCRINO
portante na infância, pois compromete de
maneira importante o desenvolvimento e Como dito, o pâncreas é uma glân-
o crescimento da criança, por isso é in- dula mista, isto é, produz substancias
vestigada ainda ao nascimento pelo teste para a corrente sanguínea e para regiões
do pezinho. luminais (trato gastrintestinal). Sua pro-
dução exócrina consiste em enzimas
pancreáticas para digestão das substân-
cias no intestino.
• GLÂNDULAS PARATIREOI-
DEAS Sua produção endócrina, por outro
lado, consiste principalmente nos hor-
As glândulas paratireoideas são 4 pe-
mônios insulina e glucagon, produzidos
quenas massas localizadas atrás da tire-
em regiões denominadas ilhotas pan-
oide, cuja função e a produção e secreção
creáticas.
do paratormônio, ou PTH.
Ambos agem regulando o metabo-
O PTH tem por função o aumento da
lismo de glicose no organismo, o subs-
calcemia (nível de cálcio no sangue), e o
trato fundamental do metabolismo celu-
faz ao: 1 – estimular a absorção de cálcio
lar.
pelo intestino; 2 – reabsorver os íons de
cálcio que seriam secretados pelos rins; e
3 – retirar o cálcio depositado no esque-
leto.
O aumento do PTH a níveis patoló-
gicos constitui o hiperparatireoidismo,
condição em que há remoção excessiva
de cálcio dos ossos, que ficam porosos O glucagon age aumentando a dispo-
(osteopenia e, se mais grave, osteopo- nibilidade de glicose no sangue, ou seja,
rose), o que facilita a ocorrência de fra- mobilizando estoques (catabolismo).
turas e deformidades.

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BIOLOGIA 1 - IDEIA

Isso se dá por meio da glicogenólise he- devido a fome persistente) e polidipsia


pática, que é a transformação de glico- (sede persistente).
gênio em glicose e sua liberação no san-
Com a evolução da doença, os paci-
gue.
entes diabéticos apresentam comprome-
A insulina age reduzindo a glicose timento da circulação sanguínea, dos
sanguínea por estimular a absorção de rins, das retinas e do sistema imunoló-
glicose pelas células, que será utilizada gico, estando mais propícios a determi-
na respiração celular ou estocada sob a nadas infecções.
forma de glicogênio (anabolismo).
Também há distúrbios de coagulação
O nível de glicose no sangue deve fi- e dificuldade de cicatrização de feridas,
car estável por longos períodos, uma vez além de perda da sensibilidade nervosa.
que o cérebro humano só utiliza glicose
em seu processo de respiração celular.
Para isso, os dois hormônios agem em • GLÂNDULAS SUPRARRE-
um mecanismo de gangorra para equili- NAIS (OU ADRENAIS)
brar a glicemia entre 70 e 100 mg/mL de
sangue. Como sugere o nome, essas glându-
las localizam-se acima dos rins. Pode-
Quando se ingere alimentos, a glice- mos dividi-las em duas regiões distintas:
mia sobe bastante e a insulina age na ab- o córtex (região mais periférica) e a me-
sorção dessa glicose. Já em momentos de dula (porção central).
jejum, quando estamos dormindo por
exemplo, o glucagon é fundamental para
não deixar os níveis de glicose caírem
para que estejam disponíveis para os ór-
gãos.
A diabetes mellitus é uma condição
em que o indivíduo tem prejuízo no fun-
cionamento da insulina. O tipo I, mais O córtex tem sua atividade direta-
raro, decorre de níveis baixos ou mesmo mente influenciada pelos níveis de
ausência de insulina. O tipo II¸ a forma ACTH e produz hormônios denomina-
disparadamente mais comum, é devido a dos corticoides (ou corticosteroides).
uma resistência por parte das células à São 3 grupos de corticosteroides: os mi-
ação da insulina. Em qualquer dos casos, neralocorticoides, os glicocorticoides e
há excesso de glicose no sangue (hiper- os corticoides sexuais.
glicemia), que gera danos a diversos ór-
gãos. Os mineralocorticoides são respon-
sáveis por manter o equilíbrio de sais do
Os rins tentam excretar esse excesso organismo, agindo nos túbulos renais e
de glicose (glicosúria), de forma que a estimulando a reabsorção de sódio. Seu
urina fica mais concentrada e passa a le- principal representante é a aldosterona.
var consigo mais água do organismo (po-
liúria). Além disso, a incapacidade de Os glicocorticoides, sendo o cortisol
utilizar a glicose sanguínea gera os sinto- seu principal representante, atuam no
mas de polifagia (alimentação excessiva metabolismo de glicídios, lipídios e pro-
teínas, promovendo a gliconeogênese,

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BIOLOGIA 1 - IDEIA

ou seja, formação de glicose a partir de adrenalina (epinefrina) e a noradrena-


outros compostos. lina (norepinefrina).
É o famoso “hormônio do estresse”, O SNA estimula a liberação dessas
que tem função de mobilizar a glicose substâncias quando há aumento da ativi-
para o uso em situação estressante, além dade simpática, utilizada em momentos
de ser um imunomodulador e ter função de “luta ou fuga” e resposta a estressores.
antialérgica e anti-inflamatória.
A adrenalina é liberada em quanti-
O excesso de glicocorticoides, seja dade bem maior e atua deixando o orga-
ele por produção excessiva ou por admi- nismo em estado de prontidão para res-
nistração de medicamentos, caracteriza a ponder aos estímulos externos.
síndrome de Cushing, em que há hiper-
Ela redireciona o fluxo sanguíneo
glicemia, fraqueza muscular, inchaço e
para a musculatura, provendo aporte
hipertensão arterial.
energético para luta ou para fuga, de
A insuficiência de hormônios adre- forma que o sangue em região de pele e
nocorticais caracteriza a síndrome de mucosas diminui (há palidez).
Addison, em que há desidratação, hipo-
A atividade cardíaca é aumentada,
tensão arterial e pode ocorrer hiperpig-
assim como a respiratória, há aumento da
mentação da pele.
pressão arterial, glicogenólise (mobiliza-
Os corticoides sexuais também são ção dos estoques de glicose), dilatação
produzidos pelas gônadas sexuais, po- pupilar (permite que mais luz chegue à
rém em proporções diferentes (predo- retina, retenção urinária, etc.
mina a produção de DHEA nas adre-
A noradrenalina tem função análoga.
nais). Seus hormônios têm função andró-
gena (estimula a formação de caracterís-
ticas sexuais masculinas) e função ana-
bolizante. • OVÁRIOS

Em níveis normais, não interfere no São as gônadas sexuais femininas.


metabolismo nem no desenvolvimento Têm função de abrigar os óvulos e de
de meninos e meninas. Porém, quando produzir os hormônios sexuais estróge-
são produzidos em excesso, como em tu- nos e progesterona.
mores, pode ocorrer puberdade precoce
nos meninos (adquirir características se-
xuais secundárias precocemente) e virili-
zação nas meninas (aquisição de caracte-
rísticas que seriam masculinas, como pi-
lificação facial, voz grave, etc.).
A medula da suprarrenal, ao con- Os estrógenos, cujo principal repre-
trário de sua porção vizinha, não é con- sentante é o estradiol, são responsáveis
trolada pelo ACTH, mas pelo sistema pelo desenvolvimento das características
nervoso autônomo (SNA). sexuais femininos (aumentos de seios,
Sua função básica é a produção e li- pilificação característica, maturação dos
beração das catecolaminas, que são a órgãos sexuais, etc.), pela regulação do
ciclo menstrual e pelo estímulo à fixação

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BIOLOGIA 1 - IDEIA

de cálcio pelos ossos (por esse motivo, você pode estar se perguntando o que faz
na menopausa, as mulheres têm risco de com que eles não sejam produzidos em
desenvolver osteoporose aumentado). níveis maiores ou menores do que o ne-
cessário. Afinal, quando esses níveis es-
A progesterona tem por função pre-
tão inadequados, surgem doenças.
parar o organismo feminino para a gravi-
dez. Isso é feito pelo estímulo da prolife- Para alguns hormônios, como as ca-
ração de vasos sanguíneos na mucosa tecolaminas da medula adrenal e a ocito-
uterina. cina da neuro-hipófise, a produção e li-
beração deles é controlada diretamente
Além disso, também é um regulador
pelo sistema nervoso.
do ciclo menstrual.
Porém, a maioria dos hormônios de-
tém de um mecanismo de regulação e au-
• TESTÍCULOS torregulação denominado alça de feed-
back, ou retroalimentação. Isso nada
São as gônadas masculinas, que têm mais é do que glândulas conversando en-
por função a produção de espermatozoi- tre si sobre a quantidade de hormônios e
des e do hormônio testosterona. Locali- de compostos disponíveis na corrente
zam-se no saco escrotal, região mais ex- sanguínea, determinando se há necessi-
terna do corpo e de temperatura um dade de aumentar ou reduzir algum de-
pouco mais baixa, o que permite a sobre- les.
vivência dos espermatozoides.
À capacidade de manter esse deli-
São as células de Leydig, localizadas cado equilíbrio damos o nome de ho-
nos testículos, que produzem e liberam meostase.
testosterona em resposta ao LH hipofisá-
rio. O feedback entre glândulas pode ser
positivo ou negativo, ou seja, pode pedir
para aumentar ou diminuir os níveis de
determinados compostos.
Um exemplo de feedback positivo é
a ação do TSH sobre a tireoide, pois o
hormônio estimula a tireoide a aumentar
a produção de T3 e T4.
Por sua vez, T3 e T4 geram feedback
negativo na hipófise, fazendo-a diminuir
A testosterona tem funções anabólica os níveis de TSH, de forma que o meca-
e de desenvolvimento das características nismo mantém níveis ótimos dos hormô-
sexuais masculinas (pilificação facial, nios.
voz grossa, aumento da massa muscu-
Outro exemplo é o feedback negativo
lar).
que o cálcio promove na paratireoide:
naturalmente, o cálcio reduz a secreção
de PTH, mas quando há baixos níveis de
• HOMEOSTASE cálcio, essa inibição é enfraquecida e há
Entendidas as funções de cada hor-
mônio e de suas respectivas glândulas,

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BIOLOGIA 1 - IDEIA

maior liberação de PTH, que passa a mo- d) pâncreas, adrenal e hipófise


bilizar as reservas de cálcio do orga-
e) adrenal, pâncreas e hipófise
nismo e a estimula sua absorção.
F3) Os hormônios são substâncias quí-
As doenças endócrinas ocorrem, por-
micas importantes para o desenvolvi-
tanto, quando há uma alteração, uma fa-
mento do organismo. A respeito dos hor-
lha nesse sistema de homeostasia hormo-
mônios, marque a alternativa incorreta:
nal.
a) Os hormônios são produzidos princi-
Saiba, porém, que a homeostasia não
palmente nas glândulas endócrinas.
se restringe apenas ao sistema endócrino,
mas a quase todos os processos do orga- b) A insulina e o glucagon são exemplos
nismo, de maneira que tudo é devida- de hormônios presentes no corpo hu-
mente regulado e apenas as reações quí- mano.
micas necessárias tendem a ocorrer.
c) Um determinado hormônio pode atuar
em diferentes tecidos.
• EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO d) Para que um hormônio atue em uma
célula, é necessária a presença de recep-
F1) A parte glandular da hipófise co-
tores específicos.
manda diversas outras glândulas do or-
ganismo. Todas as glândulas citadas são e) Os hormônios são lançados em peque-
controladas diretamente pela hipófise, nas quantidades diretamente na corrente
exceto: sanguínea.
a) ovário. F4) Dentre os elementos químicos
abaixo, a opção que contém o requerido
b) pâncreas.
pelas glândulas tireoides para produzir a
c) suprarrenal. tiroxina é o:
d) testículo. a) Cálcio
e) tireoide. b) Potássio
F2) Considere as seguintes funções do c) Iodo
sistema endócrino:
d) Cobalto
1. Controle do metabolismo de açúcar;
e) Manganês
2. Preparação do corpo para situações de
F5) Considere os seguintes hormônios:
emergência;
1. Glucagon
3. Controle de outras glândulas endócri-
nas. 2. Adrenalina
As glândulas que correspondem a essas 3. Somatotrofina
funções são, respectivamente,
4. Noradrenalina
a) salivar, tireoide e hipófise.
5. Insulina
b) pâncreas, hipófise e tireoide.
As glândulas responsáveis pela secreção
c) tireoide, salivar e adrenal. desses são, respectivamente:

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a) Pâncreas, suprarrenais, hipófise, pân- e) Estrógeno: é liberado nos testículos e


creas, suprarrenais. determina o impulso sexual nos machos.
b) Suprarrenais, pâncreas, hipófise, su- P3) É verdadeiro afirmar com relação aos
prarrenais, pâncreas. hormônios:

c) Pâncreas, hipófise, suprarrenais, su- a) O hormônio tireotrófico é produzido na ti-


prarrenais, pâncreas. reoide e regula a taxa de crescimento do or-
ganismo.
d) Pâncreas, suprarrenais, hipófise, su-
b) A adrenalina é produzida pela adeno-hi-
prarrenais, pâncreas.
pófise e seu efeito no organismo pode pro-
e) Pâncreas, suprarrenais, suprarrenais, vocar o aumento do ritmo respiratório e cir-
pâncreas, hipófise. culatório bem como a elevação da pressão
arterial.
• EXERCÍCIOS PROPOSTOS
c) A ocitocina é um hormônio masculino re-
P1) A reabsorção do sódio nos túbulos lacionado com a regulação das glândulas se-
renais e a contração da musculatura lisa xuais.
da parede uterina são duas funções reali- d) O paratormônio é produzido nas paratire-
zadas, respectivamente, pelos hormônios oides e regula a taxa de cálcio no organismo.
a) aldosterona e vasopressina. P4) O gráfico mostra os níveis de glicose
b) paratormônio e vasopressina. no sangue de duas pessoas (A e B), nas
cinco horas seguintes, após elas terem in-
c) vasopressina e ocitocina. gerido tipos e quantidades semelhantes
d) aldosterona e ocitocina. de alimento.

e) vasopressina e paratormônio.
P2) Os hormônios secretados pelas glân-
dulas endócrinas estimulam diversas
funções e atividades dos organismos,
como, por exemplo, o crescimento e rea-
ções de susto e raiva nos vertebrados.
Assinale a opção inteiramente correta
quanto às glândulas secretoras e aos efei-
tos dos hormônios indicados.
A pessoa A é portadora de um distúrbio
a) Ocitocina: é liberada na hipófise e ace-
hormonal que se manifesta, em geral,
lera as contrações uterinas que levam ao
após os 40 anos de idade. A pessoa B é
parto;
saudável. Qual das alternativas indica o
b) Somatotrofina: é liberada no pâncreas hormônio alterado e a glândula produ-
e promove o crescimento corporal; tora desse hormônio?

c) Insulina: é liberada na hipófise e dimi- a) Insulina; pâncreas.


nui a concentração de glicose no sangue;
b) Insulina; fígado.
d) Adrenalina: é liberada nas suprarre-
c) Insulina; hipófise.
nais e diminui a pressão arterial;
d) Glucagon; fígado.

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e) Glucagon; suprarrenal Figura: Trocas gasosas nos alvéolos


pulmonares.
P5) Os hormônios são substâncias quí-
micas produzidas por uma célula, ou por
um grupo de células, e liberados no sis-
tema circulatório para exercer seu efeito
fisiológico de controle sobre outras célu-
las do corpo. Muitos deles são produzi-
dos em laboratórios e utilizados no trata-
mento de pacientes humanos. Por exem-
plo: o hormônio A estimula a contração
da musculatura uterina e pode ser utili-
zado em partos induzidos; o hormônio B
participa da regulação do metabolismo
da glicose e pode ser utilizado como anti-
inflamatório. Podemos afirmar que os
hormônios A e B são, respectivamente,
O processo de trocas gasosas é co-
a) ocitocina e insulina. nhecido como hematose e corresponde à
entrada de oxigênio e saída do gás carbô-
b) cortisona e glucagon. nico. O enfisema pulmonar corresponde
c) adrenalina e tiroxina. a uma destruição dos alvéolos pulmona-
res e, assim, provoca a diminuição da su-
d) ocitocina e cortisona. perfície de trocas gasosas, incapacitando
e) prolactina e adrenalina. o indivíduo ou mesmo levando-o à
morte. Uma das principais razões do apa-
recimento dessa doença é o hábito de fu-
Aula: 07 – Sistema Respiratório mar.
O gás oxigênio (O2) que passa para
as células sanguíneas é transportado para
• CONSIDERAÇÕES INICIAIS as outras células do organismo, onde é
empregado na respiração celular, neces-
O sistema respiratório é responsável
sária para permitir a realização de ativi-
pela respiração pulmonar, processo em
dades metabólicas. Como uma das con-
que ocorrem as trocas gasosas entre o or-
sequências da respiração celular, tem-se
ganismo e o ambiente.
a produção de gás carbônico (CO2) que,
É nos pulmões que ocorrem as trocas em seguida, é transportado pelo sangue
com os capilares sanguíneos, através de até os alvéolos pulmonares.
milhões de pequenas bolsas, conhecidas
como alvéolos pulmonares.
Essas trocas são efetuadas por difu- • COMPONENTES DO SIS-
são: o gás oxigênio passa dos alvéolos TEMA RESPIRATÓRIO
para células do sangue, e o gás carbônico O sistema respiratório é composto
passa do sangue para os alvéolos, sendo por uma sequência de estruturas que per-
então eliminado para o ar. mitem a entrada e saída do ar. Este pene-

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BIOLOGIA 1 - IDEIA

tra no organismo através da cavidade na- laringe, respectivamente. A faringe é re-


sal, sendo transferido para a faringe, a la- vestida por uma mucosa, na qual estão
ringe, a traqueia, os brônquios, os bron- presentes acumulações de células perten-
quíolos e, finalmente, os alvéolos pulmo- centes ao sistema imunitário: as tonsilas
nares nas extremidades. faringianas (adenoides) e as tonsilas pa-
latinas (amígdalas).
Figura: Componentes do sistema
respiratório. Tais estruturas são órgãos linfoides,
situadas estrategicamente, de modo a
protegerem a mucosa faríngea. Estão re-
lacionadas com a defesa do organismo
contra microrganismos presentes no ar e
nos alimentos, principalmente bactérias.
Em cada lateral da porção nasal da
faringe, há uma abertura que se comu-
nica com as tubas auditivas, ligadas à
orelha média; tubas auditivas são rema-
nescentes de fendas faringianas embrio-
nárias.
➢ Cavidade Nasal ➢ Laringe
As cavidades nasais são duas cavida- A laringe é revestida de cartilagem e
des paralelas que partem do nariz e vão se salienta na parte anterior do pescoço.
até a faringe. Possuem pelos que podem Sua abertura é denominada glote e em
reter partículas de poeira e microrganis- seu interior encontram-se as cordas vo-
mos presentes no ar. cais, estruturas fundamentais na fonação.
São revestidas por um delgado epité- Sobre a gote, há a epiglote, que atua
lio, bastante vascularizado, sendo res- como uma válvula que fecha a laringe,
ponsáveis também pela umidificação e impedindo a entrada de ar, de alimentos
aquecimento do ar que por elas passa. e de líquidos no sistema respiratório du-
Dessa forma, o ar que passa pela cavi- rante a deglutição. Na parte anterior da
dade nasal é preparado para sua utiliza- cavidade oral, há outra válvula, a úvula,
ção nas trocas gasosas efetuadas nos al- que impede a entrada de ar proveniente
véolos pulmonares. da cavidade nasal durante a deglutição.
A entrada de ar pode também ser A úvula também tem participação na
feita pela cavidade da boca, mas, nesse fonação, como na emissão dos sons cor-
caso, não haverá os mesmos benefícios respondentes ao “rr”.
observados na cavidade nasal; há menos
retenção de partículas, umidificação e ➢ Traqueia
aquecimento.
A traqueia é um cilindro recoberto
➢ Faringe por anéis cartilaginosos que têm a função
de manter sua estrutura sempre aberta,
A faringe possui três segmentos: na- evitando a obstrução do tubo. Interna-
sofaringe, orofaringe e laringofaringe,
partes localizadas nas proximidades da
cavidade nasal, da cavidade bucal e da

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BIOLOGIA 1 - IDEIA

mente, o revestimento apresenta um epi- cílios ou a proliferação anormal das cé-


télio constituído por células produtoras lulas, podendo evoluir para um câncer.
de muco e por células ciliadas.
➢ Pulmões
O muco liberado pelas células reco-
Os pulmões são órgãos responsáveis
bre a superfície interna da traqueia e per-
pelo conjunto de trocas gasosas que
mite a retenção de partículas (poeiras,
ocorrem no indivíduo. São esponjosos e
microrganismos); com o batimento dos
divididos em lobos, sendo que o pulmão
cílios, o muco é empurrado em direção à
direito tem três; e o esquerdo, dois.
laringe, sendo deglutido (e enviado ao
estômago) ou expelido do corpo (pela Os pulmões são protegidos pela
tosse). Assim, o organismo livra-se de pleura, uma bolsa membranosa, cujo es-
potenciais agentes infecciosos. paço interno é um remanescente do ce-
Figura: Célula ciliada e célula caliciforme
loma embrionário, e pela caixa torácica,
(produtora de muco). formada pelas costelas, coluna e osso es-
terno.
Figura: Pulmões, sendo possível observar
os lobos pulmonares.

➢ Brônquios
A traqueia bifurca-se em dois brôn-
quios, o direito e o esquerdo, que seguem
cada um para um pulmão. Os brônquios
se ramificam e formam os bronquíolos.
• MECÂNICA DOS MOVI-
Na extremidade dos bronquíolos
MENTOS RESPIRATÓRIOS
mais delgados, há grupos de alvéolos
pulmonares, responsáveis pelas trocas Os movimentos respiratórios são de
gasosas. A parede dos brônquios e dos inspiração (entrada de ar) e expiração
bronquíolos tem musculatura lisa, de (saída de ar).
contração involuntária.
Eles são realizados por músculos que
Brônquios e bronquíolos são revesti- alteram o volume da caixa torácica: o au-
dos internamente por um epitélio seme- mento de volume promove diminuição
lhante ao da traqueia. Fatores externos e da pressão interna na cavidade torácica e
internos do organismo podem alterar a isso determina a entrada de ar nos pul-
conformação dessas estruturas. mões: a diminuição de volume eleva a
pressão interna e determina a saída do ar.
O hábito de fumar, por exemplo,
pode alterar o revestimento de tais estru-
turas respiratórias, causando a perda dos

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BIOLOGIA 1 - IDEIA

Figura: Movimentos respiratórios e pessoa prende a respiração por tempo


mudanças do volume torácico. prolongado ou é impedida de respirar; a
concentração de gás carbônico no
plasma aumenta e o pH diminui. Nesse
caso, o indivíduo tem aumento da fre-
quência respiratória de maneira involun-
tária.
O controle dos movimentos respira-
tórios é feito pelo centro respiratório, lo-
calizado no bulbo, um dos componentes
do encéfalo. O centro respiratório é sen-
sível ao pH do sangue que é alterado de
Os músculos responsáveis pelos mo- acordo com a concentração de gás carbô-
vimentos respiratórios são o diafragma e nico.
os músculos intercostais.
Durante o processo respiratório,
O diafragma é laminar e separa o tó- quando ocorre elevação da concentração
rax do abdome, localiza-se logo abaixo de CO2 no plasma sanguíneo em virtude
dos pulmões; sua contração promove seu da reação com água, é formado o ácido
abaixamento e o relaxamento determina carbônico (H2CO3), que se dissocia em
sua elevação. íons hidrogênio (H+) e bicarbonato
(HCO3-). O aumento da concentração de
Já os músculos intercostais situam-se íons H+ diminui o pH do sangue, o que
entre as costelas; sua contração eleva as estimula o centro respiratório no cérebro
costelas e seu relaxamento abaixa as cos- e provoca o aumento do ritmo da respi-
telas. Assim temos: ração.
- Contração do diafragma e dos Por outro lado, a diminuição da con-
músculos intercostais: promovem au- centração de CO2 e o consequente au-
mento de volume da caixa torácica, de- mento do pH inibem o centro respirató-
terminando diminuição da pressão in- rio e os movimentos respiratórios pas-
terna dos pulmões e a consequente en- sam a ser lentos (diminui a ventilação
trada de ar. pulmonar). Uma elevação do teor de CO2
- Relaxamento do diafragma e dos pode ser causada, por exemplo, quando
músculos intercostais: diminuem o vo- prendemos a respiração por tempo pro-
lume da caixa torácica, aumentando a longado e não eliminamos esse gás dos
pressão interna dos pulmões e determi- pulmões.
nando a saída de ar. Figura: Gás carbônico se combina com a
água, formando ácido carbônico, que se dissocia
Os movimentos respiratórios podem em H+ e em íons bicarbonato.
ser controlados pela nossa vontade na
maior parte do tempo; no entanto, esses
movimentos são realizados de maneira
automática (isso não significa que ocor- A concentração de gás oxigênio afeta
ram de forma involuntária). receptores que enviam informações ao
centro respiratório; eles se localizam na
Em certas situações, os movimentos parede das artérias carótidas e da aorta
são involuntários, como quando uma responsáveis pela irrigação sanguínea do

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BIOLOGIA 1 - IDEIA

cérebro e demais tecidos do corpo, res- • DOENÇAS DO SISTEMA


pectivamente. RESPIRATÓRIO
Assim, a diminuição da concentração
➢ Sinusite e Coqueluche
de O2 também estimula o centro respira-
tório, provocando aumento da ventilação Sinusite é a inflamação de cavidades
pulmonar. Já o aumento na concentração existentes nos ossos da face, que são os
de O2 inibe o centro respiratório e isso se seios da face ou sinus (seios paranasais,
traduz na redução da ventilação pulmo- frontal e esfenoidal). Essas cavidades
nar. têm comunicação com as fossas nasais e
podem ser invadidas por bactérias, que
desencadeiam um processo infeccioso.
• INTOXICAÇÃO POR MO-
Contudo, a doença também pode ter
NÓXIDO DE CARBONO
causas alérgicas. Na sinusite aguda, a
O monóxido de carbono (CO) é um pessoa tem dor em diversas regiões da
gás incolor e inodoro, encontrado em va- face, na região frontal e paranasal, e há
pores exalados do cano de descarga dos corrimento mucoso que pode ser puru-
carros, de fornos a gás, de aquecedores lento.
de interiores e da fumaça do fumo. É um
A coqueluche é causada pela bactéria
subproduto da combustão de materiais
Bordetella pertussis, que se instala na
contendo carbono, tais como carvão, gás
mucosa das vias respiratórias (laringe,
e madeira.
traqueia, brônquios e bronquíolos). A
O monóxido de carbono se combina proliferação das bactérias causa forte in-
com o grupo heme da hemoglobina, flamação local, com grande produção de
como o gás oxigênio, porém a ligação muco (catarro). Toxinas geradas pelas
com o CO à hemoglobina é 210 vezes bactérias irritam terminações nervosas,
mais forte que a ligação do O2 com a he- desencadeando acessos de tosse típicos
moglobina. da doença.
Portanto, em concentração bem pe- Previne-se a coqueluche com a va-
quenas, como 0,1%, o CO se combinará cina tríplice que também protege o indi-
com metade das moléculas disponíveis víduo contra a difteria e o tétano, de-
de hemoglobina e reduzirá a capacidade vendo ser ministrada aos dois, quatro e
do corpo de transportar oxigênio em seis meses de idade, com doses de re-
50%. forço aos 15 meses e aos 5 anos.

Níveis elevados de CO no sangue ➢ Resfriado Comum e Gripe


causam intoxicação por monóxido de
Inúmeros vírus podem provocar res-
carbono, sinalizada por uma cor verme-
friado comum, mas 40% dos casos é cau-
lho-cereja brilhante dos lábios e na mu-
sado pelo grupo chamado de rinovírus.
cosa bucal.
Os sintomas mais comuns são espirro,
A condição pode ser tratada adminis- excesso de secreção nasal (coriza), tosse
trando-se O2 puro, que acelera a separa- seca e congestão.
ção do CO da hemoglobina.
A gripe também é provocada por ví-
rus, pertencentes ao grupo influenza.
Seus sintomas incluem calafrios, febre,

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dor de cabeça (cefaleia), dores muscula- ➢ Rinite Alérgica e Asma Brôn-


res (mialgia) e ardor nos olhos. quica
A gripe pode se tornar potencial- Rinite alérgica é uma inflamação das
mente letal, com o surgimento de novas mucosas que revestem as cavidades na-
formas mutantes virais, como exemplo, a sais, devido a processos alérgicos. Como
variantes de influenza H5N1 (gripe aviá- consequência da inflamação, as células
ria) e H1N1 (gripe suína ou “A”). passam a produzir excesso de muco. Sur-
tos repetidos de rinite alérgica em crian-
➢ Pneumonia e Tuberculose Pul-
ças podem causar obstrução nasal defini-
monar
tiva, que leva a alterações ósseas na base
A Pneumonia é uma infecção pulmo- do crânio, por consequência das altera-
nar causada por bactérias (como o Strep- ções de pressão de ar nas cavidades da
tococcus pneumoniae), vírus, fungos e cabeça.
até vermes. A bactéria se instala nos pul-
Asma brônquica é uma doença pul-
mões, provocando aumento da secreção
monar que se caracteriza pela diminui-
de muco e ruptura das paredes dos alvé-
ção de calibre (constrição) dos bronquí-
olos.
olos. A asma pode ter diversas causas,
Os sintomas da doença são febre alta, sendo a mais comum a alérgica, associ-
falta de ar, dores no peito e expectoração ada a mediadores químicos como as
de catarro viscoso e, às vezes, sanguino- prostaglandinas, leucotrienos e trombo-
lento. Geralmente, atinge pessoas com xanos.
baixa imunidade.
Há, porém, forte componente emoci-
A Tuberculose é uma infecção cau- onal no desencadeamento da crise de
sada Mycobacterium tuberculosis, que se asma, em que esta ocorre quando a mus-
instala geralmente nos pulmões. Os alvé- culatura lisa dos bronquíolos se contrai
olos pulmonares inflamam-se e sofrem espasmodicamente. A mucosa que re-
necrose (morte celular). A região necro- veste internamente os bronquíolos se
sada é circundada por um tecido fibroso, edemacia e passa a produzir mais secre-
que limita e isola o foco infeccioso. ção, contribuindo com a diminuição do
calibre dos ductos respiratórios. Isto
Os sintomas da doença são fadiga, causa falta de ar, com aumento do es-
febre baixa, dispneia, dor torácica, he- forço respiratório.
moptise, letargia, anorexia, perda de
peso e sudorese noturna, mas tais sinto- A dificuldade respiratória prejudica a
mas não aparecem até que a doença es- oxigenação do sangue, podendo ocorrer
teja avançada. a cianose (coloração azulada da pele e
das mucosas), provocada pelo acúmulo
A prevenção da tuberculose consiste de CO2 no sangue.
em evitar o contato próximo com pessoas
doentes e só consumir leite pasteurizado ➢ Bronquite Crônica e Câncer de
ou adequadamente fervido, pois a bacté- Pulmão
ria pode estar presente no leite. O trata-
Na bronquite crônica, os bronquíolos
mento é feito com antibiótico e perdura
secretam quantidade excessiva de muco,
por meses.
obstruindo-os e inflamando-os. Os cílios
do epitélio deixam de bater, o muco e as

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BIOLOGIA 1 - IDEIA

partículas de sujeira do tabagismo e da e) por transporte ativo, que envolve a


poluição do ar vão se acumulando, resul- ação de permeaes.
tando na dificuldade de passagem do ar,
F2) A respiração é a troca de gases do
respiração ruidosa (sibilos) e são cons-
organismo com o ambiente. Nele o ar en-
tantes os acessos de tosse.
tra e sai dos pulmões graças à contração
O tabagismo é a principal causa de do diafragma. Considere as seguintes
câncer no pulmão devido a presença de etapas do processo respiratório no ho-
substâncias cancerígenas contidas no ci- mem:
garro. Estima-se que 85% desse tipo de
I. Durante a inspiração, o diafragma se
câncer poderia ser evitado se as pessoas
contrai e desce aumentando o volume da
suspendessem o hábito de fumar. Células
caixa torácica.
cancerosas originadas nos pulmões mul-
tiplicam-se rápida e descontroladamente, II. Quando a pressão interna na caixa to-
podendo invadir outros tecidos do corpo, rácica diminui e se torna menor que a
originando novos tumores, processo de- pressão do ar atmosférico, o ar penetra
nominado de metástase. nos pulmões.
➢ Embolia Pulmonar III. Durante a expiração, o volume torá-
cico aumenta, e a pressão interna se torna
É o fechamento súbito da artéria pul-
menor que a pressão do ar atmosférico.
monar ou de um de seus ramos, provo-
cado por bolhas de ar, fragmentos de tu- IV. Quando o diafragma relaxa, ele reduz
mores ou, mais frequentemente, por o volume torácico e empurra o ar usado
trombos (coágulos do sangue). para fora dos pulmões.
Quando o fechamento ocorre em Assinale as opções corretas.
uma grande artéria, o indivíduo é acome-
tido por dor súbita no peito, dispneia, au- a) I e II.
mento da transpiração, palpitações, cia- b) II, III e IV.
nose e, casualmente, é levada a óbito.
c) I, II e III.
d) I, II e IV.
• EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
e) Todas.
F1) A troca gasosa de oxigênio e gás car-
bônico nos alvéolos se faz: F3) Uma pessoa acometida pela gripe su-
ína teve o quadro clínico agravado por
a) através de pinocitose do fluido bron- uma pneumonia viral que levou à infla-
quiolar pelo capilar. mação pulmonar, com acúmulo de lí-
quido e decorrente obstrução nas unida-
b) por diferença de tensão desses gases
des funcionais dos pulmões. Nessas cir-
entre o alvéolo e o capilar.
cunstâncias, é correto afirmar que ficou
c) através da associação desses gases prejudicado o acesso do oxigênio à (aos)
com a proteína transportadora no bron-
a) laringe e à faringe.
quíolo.
b) traqueia e aos alvéolos.
d) pela ação de enzimas que aumentam o
poder de penetração dos gases nos capi- c) faringe e aos bronquíolos.
lares.

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BIOLOGIA 1 - IDEIA

d) bronquíolos e aos alvéolos. e de O2 do sangue para os tecidos. O san-


gue, ao passar pelos pulmões, faz a troca
e) brônquios e à traqueia.
gasosa: deixa o CO2 e recebe O2. Em al-
F4) Durante uma atividade física intensa, guns animais, porém, o sistema circula-
a frequência respiratória do homem au- tório não participa da condução dos ga-
menta bastante. Sabendo que, no bulbo ses nem das trocas gasosas.
raquidiano, há um centro respiratório
II. A respiração aérea é realizada por in-
(CR) que recebe e processa informações
setos; a branquial pelos peixes; a cutânea
sobre os parâmetros respiratórios, e que
pelos anelídeos e a pulmonar pelos ma-
a atividade física aumenta a liberação de
míferos.
gás carbônico pelas células musculares,
tornando o pH plasmático mais ácido, III. A respiração celular, nos eucariotos
pode-se concluir que: aeróbicos, se processa com a participa-
ção da mitocôndria. Nessa organela,
a) Alta concentração de gás carbônico e
ocorrem o ciclo de Krebs e a cadeia res-
pH maior que sete excitam o CR.
piratória, sendo que o oxigênio participa
b) Baixa concentração de gás carbônico diretamente apenas da última etapa dessa
e pH menor que sete inibem o CR. cadeia.

c) Alta concentração de gás carbônico e IV. No ser humano, o sistema respirató-


pH menor que sete excitam o CR. rio é composto pelas vias respiratórias e
pelos pulmões. Nesses órgãos, as trocas
d) Baixa concentração de gás carbônico gasosas ocorrem nos alvéolos, que são
e pH maior que sete excitam o CR. estruturas formadas por células epiteli-
e) Baixa concentração de gás carbônico ais.
e pH acima de oito excitam o CR. V. As hemácias são anucleadas e con-
F5) Nos humanos, o processo de respira- têm, no seu interior, a hemoglobina. Esta
ção é do tipo pulmonar e envolve o sis- proteína possui ferro, ao qual o oxigênio
tema circulatório, pois os gases são se liga para ser transportado pelo sangue.
transportados, através dos vasos sanguí- Já o dióxido de carbono, em sua maior
neos, dos pulmões para os tecidos e dos parte, é transportado dissolvido no
tecidos de volta para os pulmões. Exis- plasma sanguíneo, sob a forma de íons
tem diferentes tipos de respiração para bicarbonato.
outros animais, como a aérea, a branquial Está(ão) correta(s):
e a cutânea. No entanto, independente-
mente do animal e do tipo de respiração, a) apenas II, III e V.
o oxigênio, ao chegar às células dos teci-
b) apenas I e IV.
dos, participa de um processo chamado
de respiração celular, ou seja, o processo c) apenas I, II e V.
de produção de energia para a célula
d) I, III e V.
(ATP).
e) todas as afirmativas.
Analise as seguintes afirmativas.
I. No processo de respiração, ocorre a di-
fusão de CO2 dos tecidos para o sangue

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BIOLOGIA 1 - IDEIA

• EXERCÍCIOS PROPOSTOS d) relaxamento - contração - diminuição


– externa
P1) No homem, o controle dos movi-
mentos respiratórios é exercido e) relaxamento - relaxamento - aumento
– interna
a) pelo cérebro.
P4) Assinale a alternativa que indica a
b) pelo cerebelo. estrutura do sistema respiratório onde
c) pelo bulbo. ocorre a hematose:

d) pela medula. a) Laringe

e) pela hipófise. b) Traqueia

P2) Num incêndio é comum o indivíduo c) Bronquíolos


morrer, antes por asfixia, do que por d) Alvéolos
queimaduras. Tal situação ocorre, por-
que: e) Faringe
a) a fumaça destrói os leucócitos. P5) No citoplasma das hemácias, há um
pigmento denominado hemoglobina
b) as plaquetas são destruídas na pre- (Hb), que contém ferro (Fe). Ela reage
sença do monóxido de carbono. facilmente com o O2, formando um com-
c) a hemoglobina combina-se com o mo- posto denominado oxiemoglobina, con-
nóxido de carbono, formando um com- forme a reação I. Essa reação é reversí-
posto estável, tornando-se irrecuperável. vel, resultando na reação II, como mostra
o exemplo a seguir.
d) a hemoglobina combina-se com todo
o oxigênio disponível.
e) a hemoglobina, nessa situação, só
transporta dióxido de carbono.
Embora o CO2 seja transportado, em sua
P3) Considere a seguinte frase sobre res-
maior parte, pelo plasma sanguíneo, ele
piração.
também o é pelas hemácias. A reação
O ar entra nos pulmões quando ocorre com a hemoglobina resulta num com-
...(I)... do diafragma, …(II)... dos múscu- posto denominado carboemoglobina,
los intercostais e consequente …(III)... conforme a reação III. Essa reação tam-
da pressão …(IV)... bém é reversível, resultando a reação IV,
como mostra o exemplo a seguir.
Para completá-la corretamente, I, II, III e
IV devem ser substituídos, respectiva-
mente, por:
a) contração - contração - aumento – in-
terna As reações I, II, III e IV ocorrem no or-
ganismo humano durante o processo de
b) contração - contração - diminuição – transporte de gases respiratórios pelo
interna sangue.
c) contração - relaxamento - aumento –
externa

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BIOLOGIA 1 - IDEIA

Com base nessas informações, assinale a pelos vasos sanguíneos e vasos linfáti-
alternativa que apresenta, correta e res- cos, no qual serão discutidos ao decorrer
pectivamente, os locais do organismo em deste capítulo.
que ocorrem as reações mencionadas:
a) Pulmões; tecidos; pulmões; tecidos.
• CORAÇÃO
b) Pulmões; tecidos; tecidos; pulmões.
O coração é um órgão dotado de pa-
c) Pulmões; pulmões; tecidos; tecidos. rede muscular, chamada de miocárdio,
que funciona como bomba, que por meio
d) Tecidos; pulmões; pulmões; tecidos.
de contração, gera a pressão para impul-
e) Tecidos; tecidos; pulmões; pulmões. sionar o sangue por uma série de vasos
sanguíneos.
Este é considerado como duplo por
Aula: 08 – Sistema Cardiovascular
ser subdividido em 1) coração direito,
que bombeia o sangue para os pulmões e
2) coração esquerdo, que bombeia o san-
• CONSIDERAÇÕES INICIAIS gue para todos os outros tecidos do
O sistema cardiovascular, é um sis- corpo.
tema fechado, duplo e completo, que Tanto o coração direito como o es-
possui como função básica levar material querdo, são formados por duas câmaras:
nutritivo e oxigênio às células, através de um átrio e um ventrículo, sendo os átrios
trocas por intermédio de ramificações câmaras de chegada do sangue e os ven-
das artérias que são os capilares. trículos de saída. Devido ao fato do cora-
Ele também transporta produtos resi- ção possui no total quatro câmaras são
duais do metabolismo celular, desde os caracterizadas como tetracavitário.
locais onde foram produzidos até os ór- A sua estrutura apresenta três cama-
gãos excretores. Desempenha um papel das ou túnicas: endocárdio, miocárdio e
importante na defesa do corpo pois, pos- o epicárdio. O endocárdio é a camada
sui células especializadas que trabalham mais interna. O miocárdio é a camada
contra substâncias estranhas. média, a qual é formada por tecido mus-
Este que também pode ser chamado cular estriado cardíaco, sendo ela, por-
de sistema circulatório, está envolvido tanto, a responsável pelas contrações,
em processos hemodinâmicos como a re- sendo a camada mais espessa do coração.
gulação da pressão sanguínea arterial, Por fim, temos o epicárdio, que é a ca-
distribuição de hormônios reguladores mada mais externa. É no epicárdio que se
das glândulas endócrinas para seus locais acumula a camada de tecido adiposo que
de ação, participa da regulação da tem- geralmente envolve o órgão.
peratura corporal e está envolvido nos O coração também, como qualquer
ajustes homeostáticos para estados fisio- outro órgão necessita de oxigênio, logo a
lógicos alterados, tais como hemorragia, parede do coração tem seus próprios va-
esforço e mudanças de postura. sos sanguíneos, que penetram o miocár-
O sistema circulatório abrange tanto dio, que é chamada de circulação coro-
o sistema cardiovascular como o sistema nariana. Estes vasos são formados por ra-
linfático, logo é formado pelo coração e mos da aorta ascendente.

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BIOLOGIA 1 - IDEIA

O coração possui quatro válvulas dis-


tintas que permitem o fluxo do sangue
em sentido único, impedindo seu re-
fluxo. Duas dessas válvulas, as válvulas
atrioventriculares, mitral (ou bicúspide)
no coração esquerdo e tricúspide no di-
reito, funcionam como válvulas de en-
trada para os ventrículos respectivos.
As outras duas, as válvulas semiluna-
res, situadas na abertura das artérias
aorta e pulmonar funcionam como vál-
vulas de saída para os mesmos ventrícu-
los.

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BIOLOGIA 1 - IDEIA

• VASOS SANGUÍNEOS Quando ativados, esses receptores


causam contração, ou constrição, do
Os vasos sanguíneos são os canais
músculo liso vascular. A constrição pro-
pelos quais o sangue é levado do coração
duz diminuição do diâmetro das arterío-
para os tecidos e dos tecidos de volta las, o que aumenta sua resistência ao
para o coração. Além disso, alguns vasos fluxo sanguíneo.
sanguíneos (capilares) têm paredes tão
finas que pode ocorrer troca de substân- Assim, as arteríolas não são apenas o
cias através delas. local de maior resistência na vasculatura,
mas também são o local onde a resistên-
O tamanho dos diferentes tipos de cia pode ser variada por alterações da ati-
vasos sanguíneos e as características his- vidade nervosa simpática.
tológicas das suas paredes variam. Essas
variações têm efeitos profundos em suas ➢ Capilares
propriedades de resistência e capacitân-
Os capilares são estruturas de pare-
cia.
des finas, revestidas por camada única de
➢ Artérias células endoteliais, circundada pela lâ-
mina basal.
A aorta é a maior artéria da circula-
ção sistêmica. Artérias de tamanho mé- Capilares são o local onde os nutrien-
dio e pequeno se ramificam da aorta. tes, gases, água e solutos são trocados
entre o sangue e os tecidos e, nos pul-
A função das artérias é a de levar san- mões, entre o sangue e o gás alveolar.
gue oxigenado para os órgãos. As arté- Substâncias lipossolúveis (p. ex., O2 e
rias são estruturas de paredes espessas, CO2) atravessam a parede do capilar por
com tecido elástico muito desenvolvido, dissolução nas membranas de células en-
músculo liso e tecido conjuntivo. doteliais e por difusão.
Com essa constituição a parede arte- Em contrapartida, substâncias hi-
rial apresenta grande elasticidade, sendo drossolúveis (p. ex., íons) atravessam a
capaz de sofrer dilatação, quando o ven- parede capilar ou através de fendas (es-
trículo se contrai e ejeta o sangue com paços) cheias de água, entre as células
uma alta pressão, e contração, quando o endoteliais, ou através de grandes poros
ventrículo relaxa, ou seja, no momento nas paredes de alguns capilares (p. ex.,
da contração, a parede arterial se contrai
capilares fenestrados). Nem todos os ca-
e expulsa o sangue do seu interior, con-
pilares são perfundidos com sangue em
tribuindo para impulsioná-lo adiante. todos os momentos.
➢ Arteríolas
Em vez disso, ocorre perfusão sele-
As arteríolas são os menores ramos tiva dos leitos capilares, dependendo das
das artérias. Suas paredes têm músculo necessidades metabólicas dos tecidos.
liso bem desenvolvido e são o local de ➢ Vênulas e Veias
maior resistência ao fluxo sanguíneo.
Assim como os capilares, as vênulas
O músculo liso, nas paredes das arte- são estruturas de paredes finas. As pare-
ríolas, é sempre contraído. São inervadas des das veias são compostas da camada
por fibras dos nervos simpáticos adrenér-
usual de células endoteliais e de pequena
gicos.

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BIOLOGIA 1 - IDEIA

quantidade de tecido elástico, músculo O coração esquerdo e o coração di-


liso e tecido conjuntivo. reito funcionam em série, de maneira que
o sangue seja bombeado, sequencial-
Pelo fato de as paredes das veias con-
mente, a partir do coração esquerdo para
terem muito menos tecido elástico do
a circulação sistêmica, do coração direito
que as artérias, as veias têm capacitância
para a circulação pulmonar e depois de
(capacidade para armazenar sangue)
volta para o coração esquerdo. Na figura
muito grande. Na verdade, as veias con-
a seguir é possível ver o sistema com-
têm o maior percentual de sangue no sis-
pleto.
tema cardiovascular.
O músculo liso, nas paredes das
veias, é, como nas paredes das arteríolas,
inervado por fibras nervosas simpáticas.
Aumentos da atividade dos nervos sim-
páticos causam contração das veias, o
que reduz sua capacitância.

• CIRCUITO CARDIOVASCU-
LAR
O coração direito e o coração es-
querdo apresentam funções distintas. O
coração direito e as artérias pulmonares,
capilares e veias pulmonares são chama-
dos, coletivamente, circulação pulmo-
nar.
A “pequena circulação” o sangue ve-
noso saí do ventrículo direito pela artéria
pulmonar, que se subdivide nos ramos É equivocado dizer que as artérias
direito e esquerdo, chegando aos pul- transportam apenas sangue oxigenado e
mões ocorre o processo de hematose, o que as veias transportam apenas sangue
sangue até então rico em gás carbônico, pobre em oxigênio.
recebe oxigênio proveniente da respira-
ção pulmonar, logo após volta através A definição é que as artérias são va-
das veias pulmonares chegando ao átrio sos de saída do coração, e as veias vasos
esquerdo. O coração esquerdo e as arté- de chegada, ou seja, na circulação pul-
rias capilares e veias sistêmicas são cha- monar (pequena circulação) o sangue da
mados coletivamente de circulação sistê- artéria pulmonar leva sangue pobre em
mica. oxigênio para ser oxigenado no pulmão,
e as veias pulmonares levam sangue oxi-
Essa também pode ser chamada de genado para o coração.
“grande circulação” que se caracteriza
por transportar sangue oxigenado, no Porém essas são as únicas exceções,
qual é ejetado do ventrículo esquerdo no restante do corpo todas as veias trans-
pela artéria aorta que se distribui em vá- portam sangue pobre em oxigênio e as
rios ramos irrigando assim todo o corpo. artérias sangue rico em oxigênio.

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BIOLOGIA 1 - IDEIA

• DÉBITO CARDÍACO igual ao retorno venoso ao coração di-


reito no estado estável.
Apesar do coração conter fibras anti-
arrítmicas que lhe permitem batimentos Finalmente, no estado estável, o dé-
independentes, há uma grande influência bito cardíaco, a partir do coração, é igual
do restante do corpo. ao retorno venoso para o coração.
Todas as células precisam receber Devido ao fato de as veias possuírem
uma certa quantidade de sangue oxige- uma baixa pressão para o retorno do san-
nado para manter a homeostase, e essa gue existe alguns fatores que se encarre-
quantidade pode variar de acordo com as gam de auxiliar para que a mesma quan-
necessidades da circunstância no qual o tidade bombeada pelo coração volte.
indivíduo está inserido.
E eles são:
O débito cardíaco (DC) pode ser ca-
- Pressão residual: pressão no início
racterizado como o volume de sangue
do território venoso, insuficiente.
ejetado pelo ventrículo esquerdo para a
aorta a cada minuto. Como o coração tra- - Válvulas venosas: funcionam
balha em série, esse volume é igual ao como portas que só se abrem para um
que sai pelo ventrículo direito para a ar- lado, no sentido do coração, o que im-
téria pulmonar, ou seja, o débito cardíaco pede o movimento no sentido contrário.
do ventrículo esquerdo é igual ao débito
- Contração muscular estriada es-
cardíaco do ventrículo direito no estado
quelética: os músculos esqueléticos, ao
estável. Ele pode ser expresso matemati-
se contraírem, comprimem as veias pro-
camente pela equação:
fundas, forçando o sangue a seguir no
DC (mL/min) = DS (mL/bat.) x FC sentido do coração, o único permitido
(bat/min) pelas válvulas.
Onde DS é o débito sistólico, o vo-
lume de sangue ejetado pelo ventrículo
em cada contração, multiplicado pela • CONTROLE DO RITMO
frequência cardíaca FC, ou seja, número CARDÍACO
de batimentos por minuto. O coração possui um sistema autô-
No adulto em repouso, o débito sis- nomo especial para o controle do seu
tólico é, em média, de 70 mL/bat. e a fre- ritmo.
quência cardíaca é de cerca de 75 bati- Formado por:
mentos/min. Assim, o débito cardíaco é,
em média de 5,25 L/min. 1) Nodo Sinoatrial, situado na parede
do átrio direito, próximo ao ponto de en-
trada da veia cava superior;
• RETORNO VENOSO 2) Nodo Atrioventricular, situado no
septo atrial, perto do ponto onde os dois
O retorno venoso é a quantidade de
átrios fixam-se aos ventrículos;
sangue que volta ao coração pelo interior
das veias, sob baixa pressão. Mais uma 3) Fibras Cardíacas, de rápida condu-
vez, pelo fato de o coração esquerdo e o ção, o feixe de HIS e as fibras de Pur-
coração direito funcionarem em série, o kinje, condutoras do impulso cardíaco.
retorno venoso ao coração esquerdo é

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BIOLOGIA 1 - IDEIA

O nodo sinoatrial é comumente co- A base para essa regulação pode ser
nhecido como “marcapasso” do coração. observada examinando-se equação para
Responsável pela contração rítmica, de Pa.
cerca de 75 vezes por minuto, e pelo im-
Pa = Débito cardíaco x RPT
pulso cardíaco, que quando gerado pro-
paga-se para todo o coração, primeiro Onde:
por todo o átrio, em seguida, para o nodo
AV e, depois, pelo feixe de His e pelas Pa = Pressão arterial média (mmHg)
fibras de Purkinje para os ventrículos. Débito cardíaco = Débito cardíaco
Ao decorrer do impulso cardíaco (mL/min)
passa pelo nodo AV, sofre retardo de RPT = Resistência periférica total
pouco mais de um décimo de segundo, (mmHg/mL/min)
uma vez que as fibras condutoras desse
nodo são mais escassas e mais delgadas A inspeção da equação revela que PA
tornando assim a condução do impulso (Pressão Arterial) pode ser modificada,
de forma mais lenta. variando o débito cardíaco (ou qualquer
de seus parâmetros), variando a RPT (ou
Mas esse retardo é muito importante, qualquer de seus parâmetros) ou vari-
por permitir que os átrios contraiam um ando tanto a frequência cardíaca como a
pouco antes dos ventrículos, permitindo RPT.
primeiro a entrada de sangue nesses ven-
trículos antes que iniciem o ciclo de Fique ciente de que essa equação é
bombeamento cardíaco. enganosamente simples, porque o débito
cardíaco e a RPT não são variáveis inde-
pendentes. Em outras palavras, as varia-
ções da RPT podem alterar o débito car-
• CONTROLE DA PRESSÃO
díaco, e variações no débito cardíaco po-
SANGUÍNEA
dem alterar a RPT. Imagine a resistência
O fluxo sanguíneo, para os tecidos, é como um obstáculo para o fluxo sanguí-
impulsionado pela diferença de pressão neo, sendo o aumento da resistência, por
entre os lados arterial e venoso da circu- exemplo devido a trauma que provoque
lação. A pressão arterial média (Pa) é a uma obstrução, ou por alguma doença
força motriz para o fluxo sanguíneo e como a aterosclerose, a PA deveria au-
deve ser mantida em nível elevado e mentar.
constante de, aproximadamente, 100
Porém as duas variáveis são depen-
mmHg.
dentes, ou seja, nosso organismo regula
Devido à disposição paralela das ar- o aumento da resistência com a diminui-
térias com origem na aorta, a pressão na ção do débito cardíaco. O inverso tam-
artéria principal que serve cada órgão é bém é observado, quando o débito cardí-
igual à Pa (O fluxo sanguíneo para cada aco diminui, por exemplo por uma he-
órgão é, então, regulado, de maneira in- morragia, a resistência tende a aumentar
dependente, alterando a resistência das para não haver variação da pressão arte-
suas arteríolas, por meio de mecanismos rial.
locais de controle.).
Portanto, não se pode afirmar que se
a RPT duplica, a Pa também duplica. (Na
verdade, quando a RPT duplica, o débito

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BIOLOGIA 1 - IDEIA

cardíaco é, simultaneamente, quase re- ➢ Hipertensão Arterial


duzido à metade, e a Pa vai aumentar
A hipertensão arterial ou pressão alta
apenas ligeiramente).
é uma doença crônica caracterizada pe-
Da mesma maneira, não se pode afir- los níveis elevados da pressão sanguínea
mar que se o débito cardíaco for reduzido nas artérias. Ela acontece quando os va-
à metade, a Pa também será reduzida à lores das pressões máxima e mínima são
metade. (Pelo contrário, se o débito car- iguais ou ultrapassam os 140/90 mmHg
díaco for reduzido à metade, ocorre au- (ou 14 por 9).
mento compensatório da RPT e a Pa irá
A pressão alta faz com que o coração
diminuir, mas não será reduzida à me-
tenha que exercer um esforço maior do
tade).
que o normal para fazer com que o san-
A Pressão Arterial é regulada por gue seja distribuído corretamente no
dois sistemas principais. O primeiro sis- corpo.
tema é neuromediador é conhecido como
A pressão alta é um dos principais fa-
reflexo barorreceptor. O reflexo barorre-
tores de risco para a ocorrência de aci-
ceptor tenta restaurar a Pa (pressão arte-
dente vascular cerebral, infarto, aneu-
rial) para seu valor prefixado, em ques-
risma arterial e insuficiência renal e car-
tão de segundos.
díaca.
O segundo sistema é hormonalmente
mediado e inclui o sistema renina-angio-
tensina-aldosterona, que regula a Pa mais • O SISTEMA CIRCULATÓ-
lentamente, principalmente, pelo seu RIO DOS VERTEBRADOS
efeito sobre o volume de sangue.
A circulação sanguínea dos vertebra-
dos apresenta um aumento gradual na
complexidade dos seus sistemas, de
• DOENÇAS
acordo com o grupo abordado.
➢ Aterosclerose Os vertebrados apresentam um sis-
tema circulatório fechado com artérias
Na arteriosclerose, depósitos de pla-
(vasos de saída do sangue) e veias (vasos
cas de gordura (Ateromas) nas paredes
de chegada do sangue), que levam e tra-
artérias diminuem o diâmetro das arté-
zem sangue a um coração muscular que
rias e as tornam mais rígidas e menos
pode ter duas, três ou quatro câmaras.
complacentes.
Denomina-se sangue arterial o san-
Pelo fato da complacência arterial
gue rico em oxigênio, proveniente das
(distensibilidade do vaso) ser reduzida, a
brânquias ou dos pulmões, e sangue ve-
ejeção do volume sistólico do ventrículo
noso aquele rico em gás carbônico, reco-
esquerdo provoca variação muito maior
lhido dos tecidos.
da pressão arterial, favorecem a forma-
ção de coágulos, que podem causar a Geralmente as artérias transportam
obstrução do vaso. sangue arterial e as veias, sangue venoso.
No entanto, a artéria pulmonar (do cora-
ção ao pulmão) conduz sangue venoso, e
a veia pulmonar (do pulmão ao coração)
transporta sangue arterial.

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BIOLOGIA 1 - IDEIA

A circulação nos vertebrados pode Do ventrículo o sangue é conduzido,


ser simples, quando o sangue passa ape- através de uma artéria, aos tecidos do
nas uma vez no coração em cada ciclo corpo.
completo, ou dupla, quando passa duas
Em anfíbios a ineficiência desse sis-
vezes.
tema e a baixa oxigenação do sangue de-
A circulação é dupla em todos os ver- vida ao seu pulmão rudimentar são com-
tebrados pulmonares e simples naqueles pensadas pela respiração cutânea. Em
que apresentam brânquias. A circulação répteis o ventrículo é apenas parcial-
dupla pode ser incompleta, quando mente separado em direito e esquerdo
ocorre mistura entre sangue arterial e ve- pelo septo de Sabatier.
noso em algum ponto do sistema, ou
Nos crocodilianos (jacaré) este septo
completa, quando isso não ocorre.
é completo, havendo, portanto, quatro
➢ Circulação Simples cavidades no coração: aurículas direita e
esquerda e ventrículos direito e es-
O sangue passa apenas uma vez pelo
querdo. Porém, entre as artérias (que
coração para dar uma volta completa
saem do coração) há uma comunicação -
pelo corpo. Ocorre nos peixes, nos quais
o Forame de Panizza - por onde se mis-
o coração apresenta duas cavidades: uma
turam o sangue arterial e o venoso.
aurícula, que recebe o sangue, e um ven-
trículo que o bombeia para fora. ➢ Circulação Dupla Completa
Na aurícula chega sangue venoso Em aves e mamíferos o coração apre-
proveniente dos tecidos, que é transfe- senta quatro cavidades: duas aurículas e
rido para o ventrículo e deste é bombe- dois ventrículos. O sangue venoso é tra-
ado para as brânquias (hematose). zido dos tecidos do corpo através da veia
cava, que desemboca na aurícula direita.
O sangue arterial que deixa as brân-
quias é então conduzido aos tecidos do Desta é transferido ao ventrículo di-
corpo. reito, onde é bombeado e conduzido aos
pulmões pelas artérias pulmonares. Nos
➢ Circulação Dupla Incompleta
pulmões ocorre a hematose.
Em anfíbios e na maioria dos répteis
O sangue arterial retorna ao coração
o coração apresenta três câmaras, sendo
pelas veias pulmonares, que desembo-
duas aurículas (que recebem o sangue
cam na aurícula esquerda. Desta é trans-
das veias) e um ventrículo (que bombeia
ferido ao ventrículo esquerdo, onde é
o sangue para fora).
bombeado e conduzido aos tecidos do
O sangue venoso, proveniente do corpo a partir da artéria aorta.
corpo, entra na aurícula direita e é trans-
A circulação no trajeto - coração -
ferido para o ventrículo. O sangue arte-
pulmões - coração - é denominada pe-
rial, que vem dos pulmões, é trazido à au-
quena circulação, e a que compreende o
rícula esquerda, sendo também transfe-
trajeto - coração - corpo - coração - é a
rido para o ventrículo. Ocorre, portanto,
grande circulação. A diferença mais evi-
mistura entre o sangue arterial e venoso
dente entre os sistemas circulatórios de
no ventrículo.
aves e mamíferos ocorre na curvatura da
artéria aorta.

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BIOLOGIA 1 - IDEIA

Em aves, após sair do ventrículo es-


querdo essa artéria curva-se para a di-
reita, enquanto nos mamíferos ela se
mostra curvada para a esquerda.
A total separação entre o sangue ar-
terial e venoso contribuiu, assim como o
alto grau de desenvolvimento dos pul-
mões, para a elevada taxa metabólica,
que caracteriza os organismos de aves e
mamíferos, animais homeotérmicos (de
“sangue quente”).
I. Artérias pulmonares (1) levam aos pul-
mões o sangue vindo do corpo.
• EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
II. Veias pulmonares (2) trazem para o
F1) Quais os mecanismos de controle da coração o sangue oxigenado nos pul-
pressão arterial? mões.
F2) Quais os responsáveis por manter o III. Artéria aorta (3) leva o sangue oxige-
ritmo cardíaco? nado a todas as partes do corpo.
F3) No sistema circulatório humano, IV. Veias cavas (4) trazem o sangue rico
a) a veia cava transporta sangue pobre em gás carbônico do corpo ao coração.
em oxigênio, coletado da cabeça, dos Estão corretas:
braços e da parte superior do tronco, e
chega ao átrio esquerdo do coração. a) I, II, III e IV.

b) a veia cava transporta sangue pobre b) I, II e III apenas.


em oxigênio, coletado da parte inferior c) I e III apenas.
do tronco e dos membros inferiores, e
chega ao átrio direito do coração. d) II e IV apenas.
c) a artéria pulmonar transporta sangue e) II, III e IV apenas.
rico em oxigênio, do coração até os pul-
F5) Denominamos de circulação simples
mões.
aquela em que o sangue passa apenas
d) as veias pulmonares transportam san- uma vez pelo coração para realizar um
gue rico em oxigênio, dos pulmões até o circuito completo, enquanto a circulação
átrio direito do coração. dupla é aquela em que o sangue passa
duas vezes. Marque a alternativa que in-
e) a artéria aorta transporta sangue rico dica o grupo de vertebrados que possui
em oxigênio para o corpo, por meio da circulação simples:
circulação sistêmica, e sai do ventrículo
esquerdo do coração. a) Peixes.
F4) Com relação à função de artérias e b) Anfíbios.
veias na circulação humana, analise a fi-
c) Répteis.
gura e as proposições a seguir:
d) Aves.

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BIOLOGIA 1 - IDEIA

e) Mamíferos. c) túnica muscular desenvolvida


• EXERCÍCIOS PROPOSTOS d) capacidade de contração intensa

P1) A imagem representa uma ilustração P3) Em relação à figura, é correto afir-
retirada do livro De Motu Cordis, de au- mar que a estrutura identificada com o
toria do médico inglês Willian Harvey, número
que fez importantes contribuições para o
entendimento do processo de circulação
do sangue no corpo humano. No experi-
mento ilustrado, Harvey, após aplicar um
torniquete (A) no braço de uma voluntá-
ria e esperar alguns vasos incharem,
pressionava-os em um ponto (H). Man-
tendo o ponto pressionado, deslocava o
conteúdo de sangue em direção ao coto-
velo, percebendo que um trecho do vaso
sanguíneo permanecia vazio após esse a) 1 corresponde à artéria aorta.
processo (H-O).
b) 2 conduz sangue oxigenado dos teci-
dos de volta ao coração.
c) 3 corresponde à veia pulmonar
d) 4 é um dos vasos que fazem parte da
grande circulação.
e) 4 é um vaso que conduz sangue deso-
xigenado.
A demonstração de Harvey permite esta- P4) Os trilhões de células que constituem
belecer a relação entre circulação sanguí- o corpo humano precisam de água e de
nea e variados tipos de nutrientes, além de um
suprimento ininterrupto de gás oxigênio.
a) pressão arterial Os nutrientes absorvidos nas células in-
b) válvulas venosas. testinais e o gás oxigênio absorvido nos
pulmões são distribuídos às células do
c) circulação linfática. corpo pelo sistema cardiovascular, uma
d) contração cardíaca. vasta rede de vasos sanguíneos, pela qual
circula o sangue impulsionado pelo cora-
e) transporte de gases. ção.
P2) Os capilares são os vasos sanguíneos Sobre esse assunto, assinale a alternativa
que permitem, por difusão, as trocas de correta.
substâncias, como nutrientes, excretas e
gases, entre o sangue e as células. a) A artéria pulmonar conduz sangue,
rico em oxigênio, do coração para todo o
Essa troca de substâncias é favorecida corpo.
pela seguinte característica dos capila-
res: b) As veias pulmonares conduzem o san-
gue arterial, rico em oxigênio, dos pul-
a) camada tecidual única mões ao coração.
b) presença de válvulas móveis

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BIOLOGIA 1 - IDEIA

c) A absorção e distribuição dos nutrien- Com isso, partiremos destes concei-


tes são facilitadas pela digestão completa tos para compreendermos os mecanis-
do amido no estômago. mos de hereditariedade, ou seja, a trans-
d) Os capilares da circulação sistêmica missão de características biológicas de
distribuem o gás carbônico aos tecidos, uma geração para outra.
de onde recebem o gás oxigênio. O principal objetivo de estudo
e) A absorção dos nutrientes ocorre nas quando falamos de Genética é o estudo
vilosidades intestinais localizadas na su- do gene de DNA, como falamos anteri-
perfície interna do intestino grosso. ormente, isso por que analisaremos esse
material genético a fim de destacar me-
P5) Em relação à circulação humana, é
incorreto afirmar: canismos de sua transmissão ao longo de
gerações, como também os fatores de di-
a) Todo vaso que sai do coração é artéria. ferenciação entre os seres vivos, tanto de
b) Todo vaso que chega ao coração é intra como de interespecíficas.
veia. ➢ Hereditariedade e Conceitos
c) Todo sangue que chega ao coração é Importantes
sangue venoso.
Para iniciarmos, precisaremos enten-
d) O sangue rico em oxigênio é o arterial. der um pouco mais sobre hereditarie-
dade, que é a capacidade que os seres vi-
e) O sangue venoso passa do átrio direito
vos possuem de transmitirem seus genes
para o ventrículo direito.
para seus descendentes ao longo das ge-
rações.
Aula: 09 e 10 – Genética I: Leis de Entendendo-se como Gene o frag-
Mendel mento unidimensional de uma das duas
fitas de DNA, ele é constituído por uma
sequência de desoxirribonucleotídeos,
• CONSIDERAÇÕES INICIAIS que são nucleotídeos do DNA formados
por bases azotadas (Adenina, Citosina,
A Genética é um dos ramos vincula- Guanina e Timina).
dos a Ciências Biológicas, e tem como
base de estudo os genes. É esta molécula que contém informa-
ções para síntese de uma cadeia polipep-
tídica. Os genes codificam proteínas para
• DEFINIÇÕES GERAIS determinar características.
Cada gene é composto por uma se-
➢ Genética e Gene quência específica de DNA que contém
A Genética Molecular estuda todos um código para produzir uma proteína
os fenômenos genéticos sob o aspecto da que desempenha uma função específica
química, ela é fundamentada na maqui- no corpo.
naria celular que é responsável pela sín- A maioria dos genes está contida nos
tese proteica, partindo do gene de DNA cromossomos.
que o comanda.

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BIOLOGIA 1 - IDEIA

➢ Cromossomos ➢ Genoma
Os cromossomos são uma longa se- Genoma pode ser definido como o
quência de DNA que contém vários ge- conjunto todos os cromossomos que es-
nes e partes não codificantes, mas de ex- tão contidos nas células reprodutivas dos
trema importância. indivíduos.
Estes são divididos em autossomos e Em outras palavras, são todas as in-
alossomos, no qual o primeiro é respon- formações genéticas que encontramos,
sável pelos aspectos gerais do organismo na sequência completa de nucleotídeos,
e o segundo é responsável pelas caracte- que compõem o DNA do organismo.
rísticas sexuais primárias.
➢ Cariótipo
O ser humano possui 46 cromosso-
O conjunto de cromossomos com ta-
mos, no quais 44 são autossomos (distri-
manho, forma e número característicos
buídos em 23 pares) e 2 são os cromos-
que uma espécie apresenta é denominado
somos sexuais, podendo ser X ou Y.
cariótipo.
➢ Genótipo e Fenótipo
A Biologia molecular postula que to-
No campo da genética é de funda- dos os organismos de constituição celu-
mental importância que se entenda dois lar apresentam seus materiais genéticos
conceitos básicos fundamentais, entre sob a forma de DNA, este, porem contem
eles os termos genótipo e fenótipo sequência de nucleotídeos, os genes, que
podem ser transcritos em moléculas de
Esses termos começaram a ser utili-
RNA e traduzidos em cadeias polipeptí-
zados em 1909 por Wilhelm L. Johann-
dicas das proteínas, como ocorre na ima-
sen, esse dinamarquês utilizou esses ter-
gem a seguir:
mos para definir pedaços do cromos-
somo identificados que foi anteriormente
por Thomas Morgan.
O termo genótipos é útil para com-
postos genéticos de um indivíduo, ou
seja, são os conjuntos de pares alelos que
não modificados naturalmente e geral-
mente são representados por letras.
Já o fenótipo é uma forma de atribuir ➢ Replicação, Transcrição e Tra-
características morfológicas, fisiológicas dução
ou mesmo relacionadas ao comporta-
Os ácidos nucléicos passam por pelo
mento do ser vivo que está em estudo.
menos três processos essenciais para que
Essas características são próprias do in-
ocorra um bom funcionamento celular.
divíduo.
A Replicação é o primeiro desses
Temos uma correlação direta entre
processos, é nela que ocorre a cópia per-
genótipo e o fenótipo. Vale destacar que
feita de cada uma das fitas do DNA ge-
é o genótipo que irá determinar o fenó-
nitor, pelo pareamento de bases entre nu-
tipo de uma pessoa, por exemplo, o fenó-
cleotídeos complementares, formando
tipo pode ser alterado temporariamente
sem determinar alterações no genótipo.

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BIOLOGIA 1 - IDEIA

duas novas fitas de DNA idênticas ao ge- Ele realizou diversos experimentos
nitor. com ervilhas a fim de demonstrar os me-
canismos da hereditariedade, ele resol-
Na Transcrição, ocorre quando bases
veu utilizar as ervilhas porque elas reali-
nitrogenadas presente nas moléculas de
zam autofecundação, possuem ciclo de
DNA são copiadas por pareamento com-
vida curto, são cultivadas facilmente e
plementar de bases nitrogenadas, for-
produzem um grande número de descen-
mando uma cadeia de RNA mensageiro
dentes.
(RNAm).
Mas um dos pontos principais é que
Essa fita será então constituída por
as ervilhas possuem características sim-
uma fita simples, formada por uma se-
ples, como cor e formas observadas nas
quência de ribonucleotídeos, que por sua
sementes.
vez é complementar a sequência de de-
soxirribonucleotídeos do gene transcrito. Mendel analisou detalhadamente
sete dessas características, foram elas: a
A tradução, por fim, é o processo
textura da semente, a coloração da se-
pelo o qual o RNAm passa por uma po-
mente, cor do tegumento, forma das va-
limerização ordenada de aminoácidos
gens, cor das vagens, posição das flores
específicos para fazer uma biossíntese de
e altura das plantas.
proteínas.
Mendel então passou dois anos sele-
➢ Variação Genética
cionando sementes antes de iniciar o seu
Diferenças entre os indivíduos, de experimento, o que contribuiu muito
uma dada população, devido a suas mo- para a obtenção de resultados precisos.
dificações nos genes são chamadas de
Ele acreditava que cada caracterís-
variações transgressivas genéticas.
tica da planta deveria ser determinada
Mesmo seres da mesma espécie po- por um fator, ou seja, para realizar seus
dem assumir características distintas, experimentos, ele usou as plantas que fo-
conferindo uma grande diversidade de ram chamadas por ele de puras.
aspectos.
Essas linhagens caracterizavam-se
pelo fato de serem fruto de autofecunda-
ção por várias gerações.
• 1ª LEI DE MENDEL
Para obter plantas puras, ele reali-
As Leis básicas que regem a heredi- zava a autofecundação e analisava os
tariedade nos seres vivos começaram a descendentes, que deveriam possuir a
ser desenvolvida graças as terias de Gre- mesma característica da planta que os
gor Mendel, ele nasceu em 20 de julho originou.
de 1822, na Áustria.
➢ Experimento de Mendel
Falecendo em 6 de janeiro de 1884,
na em Brno, no antigo Império Austro- Em um dos seus experimentos, Men-
Húngaro. del cruzou plantas puras de sementes li-
sas com plantas puras de sementes rugo-
Mendel entrou para a história pelas sas.
Leis de Mendel, em 1865, ficando co-
nhecido como o pai da genética.

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BIOLOGIA 1 - IDEIA

Ele esperava obter indivíduos que - Um fator é herdado da mãe e o ou-


fossem uma mistura entre as característi- tro é herdado do pai.
cas lisas e rugosas.
- Indivíduos ditos puros possuem os
Entretanto, o que ele observou foi a fatores iguais. Já os híbridos possuem fa-
presença apenas de sementes lisas. tores diferentes entre si e produzem dois
tipos de gameta.
Esses indivíduos foram chamados de
híbridos por serem resultado de um cru- - Quando dois fatores são encontra-
zamento de plantas com características dos em um indivíduo, apenas um deles
diferentes. manifesta-se.
A partir do cruzamento de linhagens - Quando os gametas se formam,
puras de ervilhas com sementes lisas e ocorre a separação dos fatores.
rugosas, Mendel obteve apenas sementes
Diante dessas hipóteses, originou-se
lisas.
a Primeira Lei de Mendel, também co-
Ele então pegou as plantas originadas nhecida como Princípio da segregação
desse cruzamento (híbridos), cruzando- dos fatores ou Princípio da pureza dos
as entre si. Ele obteve desse cruzamento gametas, que pode ser enunciada da se-
sementes lisas e rugosas em uma propor- guinte maneira:
ção de 3: 1, ou seja, 75% das sementes
“Cada caráter é condicionado por
eram lisas e 25% eram rugosas.
um par de fatores que se segrega na for-
➢ Geração P, F1 e F2 mação dos gametas, nos quais ocorrem
em dose simples.”
Ao realizar o cruzamento dos híbri-
dos, Mendel obteve uma proporção de li-
sas e rugosas de 3:1.
Mendel resolveu chamar a caracte-
rística que mais apareceu nos indivíduos
de dominante e aquela que pouco se ma-
nifestou de recessiva.
Ele nomeou a geração que deu início
ao experimento de parental (P), a pri-
meira geração de filhos de F1 e a se-
gunda geração recebeu o nome de F2.
Para todos os caracteres analisados,
Mendel observou que a geração F2 sem-
pre apresentava uma proporção de 3:1, o ➢ Cruzamento Teste
que poderia sugerir que sempre haveria
Um fenótipo dominante pode resul-
um fator que dominava sobre o outro.
tar tanto de um genótipo homozigoto do-
Baseando-se nesses resultados, Men- minante quanto de um genótipo heterozi-
del formulou algumas hipóteses: goto.
- As características são determinadas Portanto, às vezes você sabe que um
por pares de fatores hereditários. indivíduo tem fenótipo dominante, mas
não tem certeza de seu genótipo.

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BIOLOGIA 1 - IDEIA

Essa dúvida pode ser resolvida pelo Observe:


cruzamento-teste, que consiste em cruzar
tal indivíduo com um homozigoto reces-
sivo e observar a proporção fenotípica da
prole.
Vamos exemplificar, novamente,
através do albinismo.
Normal: A_ x Albino: aa
Se o indivíduo de pigmentação nor- Assim, concluímos que a proporção
mal for homozigoto dominante (AA), a fenotípica resultante do cruzamento en-
F1 terá 100% de indivíduos normais tre plantas róseas com codominância é de
(100% Aa). 1:2:1.

Porém, se o indivíduo normal for he- ➢ Interações entre Alelos na 1ª


terozigoto (Aa), a F1 terá 50% de indiví- Lei de Mendel
duos normais (50% Aa) e 50% de albinos
Existem certos genes cuja expressão
(50% aa).
pode levar a fenótipos que resultam na
➢ Codominância: Herança sem morte do indivíduo. São os genes letais.
Dominância
Em camundongos o gene dominante
Há casos em que os genes alelos não A determina pigmentação amarela dos
exercem relação de dominância ou reces- pelos e seu alelo recessivo a determina
sividade entre si, sendo denominados co- um padrão de pigmentação acinzentada
dominantes. denominada aguti.

Neste caso, haverá dois fenótipos di- Observou-se que o cruzamento de ra-
ferentes para os dois tipos de homozigo- tos amarelos, entre si, sempre resulta em
tos e o heterozigoto apresentará um fenó- uma prole na qual há 2 indivíduos ama-
tipo intermediário. relos para cada aguti (2:1).

Um exemplo bastante comum é a ex- A presença dos descendentes aguti


pressão da cor das flores da planta Mira- indica que os pais amarelos são heterozi-
bilis jalapa, chamada popularmente de gotos. E, neste caso, a proporção fenotí-
maravilha. pica esperada entre descendentes domi-
nantes (amarelos) e recessivos (agutis) é
Nesta, o genótipo VV condiciona de 3:1.
flores vermelhas, o genótipo BB condi-
ciona flores brancas e o genótipo VB A explicação para o aparecimento da
condiciona flores róseas (fenótipo inter- inesperada proporção 2:1 é o fato de que
mediário). indivíduos homozigotos dominantes
(AA) morrem ainda no estágio embrio-
nário.

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BIOLOGIA 1 - IDEIA

• CÉLULAS DIPLOIDES Os gametas em machos e fêmeas são


diferentes. O gameta masculino é deno-
As células diploides são aquelas cu-
minado esperma. É muito menor que o
jos cromossomos se organizam em pares
gameta feminino e muito móvel. Ele pos-
de cromossomos homólogos. sui uma cauda longa, flagelo, que per-
Estas células possuem 2n cromosso- mite avançar em direção ao gameta femi-
mos, no qual “n” representa o número de nino. O gameta feminino é denominado
cromossomos característicos da espécie de ovo ou óvulo. É muito maior que o es-
em causa, ou "número haploide". permatozoide e não é feito para se mo-
ver.
No homem, “n” corresponde a 23
cromossomos contidos em cada célula. As células reprodutivas são produzi-
Já as células somáticas possuem 2n, ou das através de um tipo de divisão celular
seja, 46 cromossomos. chamada meiose.

De modo geral, quando ocorre a fe- É durante a meiose, que a célula-mãe


cundação, os 23 cromossomos presentes diploide, que possui duas cópias de cada
no pai (espermatozoide) juntam-se com cromossomo, passa por uma rodada de
os 23 cromossomos presentes na replicação de DNA, seguida por dois ci-
mãe (óvulo). clos separados de divisão nuclear para
produzir quatro células haploides.
Com isso, vale destacar que os 23
cromossomos do espermatozoide são ho- Essas células vão se desenvolver em
mólogos aos 23 cromossomos do óvulo. esperma ou óvulos. Os óvulos irão ama-
durecer nos ovários das fêmeas e os es-
Nas mulheres, o último par de cro- permatozoides se desenvolverão nos tes-
mossomos, o 23º, é igual a “XX”, em que tículos dos machos.
“X” é um tipo de cromossomo, mas nos
homens esse cromossomo é representado Os espermatozoides possuem um fla-
por “XY”. gelo, que é uma estrutura em forma de
cauda que permite que a célula se mova.
Serão tais cromossomos que defini-
rão o sexo de um bebê, de tal forma que: Em contrapartida, cada óvulo é rela-
tivamente grande e não móvel.
A junção do cromossomo X femi-
nino com o cromossomo X masculino Durante a fertilização, um esperma-
dará origem a outro cromossomo femi- tozoide e um óvulo se unem para formar
nino; um novo organismo diploide.

A junção do cromossomo X femi- Em posse de tais conceitos, pode-se


nino com o cromossomo Y masculino partir par ao estudo da 2ª Lei de Mendel.
dará origem a um cromossomo mascu-
lino.
• 2ª LEI DE MENDEL
➢ Tipos de Gametas
A Segunda Lei de Mendel ou tam-
Os gametas são células reprodutivas
bém chamada de Lei da Segregação In-
sexuais maduras, como o esperma ou o
dependente, ela estabelece que:
óvulo, que irão se unir a outras células
para formar um novo organismo: o zi-
goto.

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BIOLOGIA 1 - IDEIA

“Os fatores (alelos), para duas ou viu a descendência, ele percebeu que ha-
mais características, se distribuem, in- via quatro categorias diferentes de se-
dependentemente, durante a formação mentes de ervilha:
dos gametas e se combinam ao acaso.”
As primeiras eram amarelas e redon-
Gregor Mendel foi capaz de realizar das;
essas afirmações após estudar dois carac-
As segundas eram amarelas e enru-
teres ao mesmo tempo.
gadas;
A Lei de Segregação Indepen-
As terceiras eram verdes e redondas;
dente de Mendel afirma que os alelos de
dois genes diferentes são distribuídos As últimas eram verdes e enrugadas.
para os gametas, independentemente, um
do outro, ou seja, o alelo que um gameta Estas categorias de fenótipos apare-
recebe para um gene não influencia no ceram numa razão de, aproximada-
alelo recebido por outro gene. mente, 9:3:3:1.

Um bom exemplo para entender a Esta razão foi uma pista chave para
Segunda Lei de Mendel, é analisar o cru- que Mendel criasse à Lei de Segregação
zamento de duas linhagens puras de ervi- Independente, pois a razão 9:3:3:1 é o
lhas: sendo a primeira com sementes que esperaríamos ver se a planta possu-
amarelas redondas (YYXX), e uma com ísse os quatro tipos de gametas com igual
sementes verdes enrugadas (yyxx), por frequência: YX, Yx, yX e yx.
exemplo. Com isto, o resultado que obtería-
Como cada genitor é homozigoto, a mos, se cada gameta, de forma aleatória,
1ª Lei nos diz que os gametas produzidos tivesse um alelo Y ou y, e, em outro pro-
pela planta de sementes verdes enruga- cesso separado, também de forma aleató-
das são todos xy, e os gametas produzi- ria, tivesse um alelo X ou x.
dos pela planta de sementes redondas, Podemos confirmar a ligação entre
amarelas são todos XY. os quatro tipos de gametas e a ra-
Isso nos fornece descendentes do zão 9:3:3:1, usando o quadro de Punnett.
tipo: XxYy. É de extrema importância que você
O alelo de cor amarela é dominante conheça e saiba construir esse quadro.
sobre o alelo de cor verde e o alelo de ➢ O Quadro de Punnett
forma redonda é dominante sobre o alelo
com forma enrugada, como indicado pe- O primeiro passo é colocar os quatro
las letras maiúsculas e minúsculas. tipos de gametas, igualmente prováveis,
ao longo da primeira coluna, bem como,
Isto significa que as plantas são todas da primeira linha.
amarelas e redondas. Por serem heterozi-
gotas para os dois genes, as plantas são Então, juntamos os gametas nos ei-
chamadas diíbridas. xos nas caixas do gráfico, representando
os eventos de fertilização.
Um cruzamento entre dois diíbridos
é chamado de cruzamento diíbrido. Os 16 eventos de fertilização, de
Quando Mendel fez este cruzamento e igual probabilidade, que podem ocorrer
entre os gametas são mostrados nas 16
caixas.

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BIOLOGIA 1 - IDEIA

Figura: Quadro de Punnet Pode-se usar um quadro de Punnett


para predizer os resultados da autofertili-
zação.
Se os genes para cor e forma da se-
mente fossem, de fato, herdados, sempre,
como uma unidade, ou completamente
ligados, um cruzamento diíbrido deveria
produzir apenas dois tipos de descenden-
tes: amarela/redonda e verde/enrugada,
em uma proporção de 3:1.
Os resultados reais de Mendel foram
muito diferentes disto:
Os genótipos descendentes nas cai-
xas correspondem a uma razão 9:3:3:1 A proporção 9:3:3:1, observada ante-
de fenótipos, tal como Mendel observou. riormente, ratificou a conclusão de que
os genes se segregavam independente-
➢ Segregação Independente x Li- mente.
gação Genética
➢ A Razão para a Segregação In-
A lei da segregação independente es- dependente
tabelece uma razão 9:3:3:1.
Para se entender o motivo pelo qual
Em um caso extremo, os genes para acontecem a segregação independente,
cor da semente e sua forma, podem ter precisa-se descobrir que os genes estão,
sido sempre herdados como um par, ou fisicamente, localizados nos cromosso-
seja, os alelos para amarela e redonda po- mos.
dem ter estado juntos sempre e, da
mesma forma, os alelos para verde e en- Para ser exato, as duas cópias de um
rugada. gene, pertencentes a um organismo (tais
como um alelo Y e y), estão localizados
Uma explicação para isso ocorre em posições correspondentes nos dois
quando os genes para cor e forma estão cromossomos de um par de homólogos.
fisicamente presos um ao outro e não po-
dem ser separados. Cromossomos homólogos são simi-
lares, mas não idênticos. Um organismo
Por exemplo, isto pode ser visto recebe um membro de cada par de cada
quando os dois genes estão localizados um de seus genitores.
muito próximos um ao outro e no mesmo
cromossomo. A base física da lei da segregação in-
dependente reside na meiose I da forma-
Ao invés de distribuir o alelo para cor ção dos gametas, quando pares homólo-
e o alelo para a forma, separadamente gos pareiam em orientações, ao acaso no
para cada gameta, a planta diíbrida daria meio da célula, enquanto se preparam
uma "unidade-combo" para cada gameta: para separar.
um par de alelos YX ou um par de ale-
los yx. Pode-se obter gametas com diferen-
tes combinações de homólogos "mãe" e

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BIOLOGIA 1 - IDEIA

"pai" e, portanto, de alelos nesses homó- ➢ Determinação no Número de


logos, pois a orientação de cada par é ale- Genótipo
atória.
Para se definir o número total de ge-
Para ver o que isto significa, compare nótipos em uma série de n genes ou ge-
a combinação cromossômica 1 (acima) e nótipos homozigóticos, devemos usar a
a combinação cromossômica 2 (abaixo) seguinte expressão:
na etapa da metáfase I no diagrama
𝒏 ∙ (𝒏 + 𝟏)
abaixo. Em um caso, os cromossomos
vermelhos "mãe" vão juntos, enquanto 𝟐
no outro, eles se separam e misturam-se De tal forma que, para genótipos he-
com os cromossomos azuis "pai". terozigóticos teremos:
𝒏 ∙ (𝒏 − 𝟏)
𝟐

➢ Número de Fenótipos
Se a meiose acontece muitas vezes, Para se definir o número de fenótipos
como em uma planta de ervilha, nós ob- na herança quantitativa, precisamos sa-
teremos ambas as combinações e, por- ber o número de pares de alelos, que é
tanto, as classes de gametas: RY, Ry, rY representado pela letra n.
e ry com igual frequência.
O número de fenótipos será sempre
Genes que estão em cromossomos determinado por:
diferentes (como os genes Y e R) segre-
gam independentemente. 𝒇=𝒏+𝟏

Os genes para cor e para forma da se- Já para fazer a determinação do nú-
mente estão, respectivamente, nos cro- mero de genes na herança quantitativa, é
mossomos 1 e 7 do genoma da ervilha. preciso saber o número de fenótipos,
pois o processo será o inverso.
Genes que estão bem distantes entre
si, no mesmo cromossomo, também se O número de genes será sempre igual
segregam, independentemente, graças ao a:
crossing-over, que ocorre no início da 𝒏= 𝒇−𝟏
meiose I.
Há, no entanto, pares de genes que
não se segregam independentemente. ➢ Número Geral de Combinações
Genotípicas
Quando os genes estão muito próxi-
mos em um cromossomo, os alelos de Para se determinar o número total de
um mesmo cromossomo tendem a ser combinações gaméticas – ou genotípicas
herdados como uma unidade mais fre- – deve-se achar o número G = 2h – onde
quentemente que o contrário. h é o número de pares heterozigóticos
– de gametas de cada indivíduo e multi-
Tais genes não apresentam segrega-
plicar os números obtidos.
ção independente e são denominados li-
gados.

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BIOLOGIA 1 - IDEIA

Exemplo: b) 100% VV amarelas.


1° Indivíduo: AabbCc c) 50% Vv amarelas e 50% VV verdes.
Pares Heterozigóticos = 2 d) 25% Vv amarelas; 50% VV verdes e
25% VV amarelas.
G1 = 22 = 4
e) 25% VV verdes; 50% Vv amarelas e
2° Indivíduo: aaBBCc
25% VV verdes.
Pares Heterozigóticos = 1
F3) A cor do caule dos tomateiros é de-
1 terminada por um par de genes alelos,
G2 = 2 = 2
sendo eu o gene dominante A confere a
Combinações Genotípicas cor púrpura, enquanto o gene recessivo a
CG = G1 x G2 = 4 x 2 = 8 determina a cor verde. O aparecimento
de duas cavidades no tomate é determi-
nado por um gene dominante M, en-
• EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO quanto cavidades múltiplas são determi-
nadas pelo alelo recessivo m.
F1) Analise as afirmativas a seguir.
Considerando que esses dois loci gênicos
I) O caráter hereditário é determinado se segregam independentemente, a pro-
por fatores e como eles se separam na porção fenotípica esperada na geração
formação dos gametas, cada gameta re- F1 de uma planta diíbrida submetida a
cebe apenas um fator do par. um cruzamento-teste é de:
II) Cada par de alelos presentes nas célu- a) 9:3:3:1.
las diploides separa-se na meiose, de
modo que cada célula haploide só recebe b) 4:2:2:1.
um alelo do par. c) 9:7.
III) Antes da divisão celular se iniciar, d) 1:1:1:1.
cada molécula de DNA se duplica e, na
mitose, as duas moléculas resultantes se e) 9:6:1.
separam, indo para células diferentes. F4) Analise o heredograma que ilustra a
A primeira lei de Mendel está expressa transmissão de duas características gené-
em: ticas, cada uma condicionada por um par
de alelos autossômicos com dominância
a) I, apenas simples.
b) II, apenas
c) I e II, apenas
d) II e III, apenas
e) I, II e III
F2) Em um experimento, cruza-se ervi-
lhas verdes VV com ervilhas amarelas
Vv, os descendentes gerados, serão:
a) 100% VV verdes.

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BIOLOGIA 1 - IDEIA

Admitindo que todos os indivíduos da P2) Com relação à primeira lei de Men-
geração parental são duplo homozigotos, del, analise as proposições abaixo.
e que foram gerados em cerca de cem
1. Cada característica de um organismo é
descendentes, é correto afirmar que a
condicionada por dois fatores (genes ale-
proporção esperada para os fenótipos 1,
los), um proveniente do pai e outro da
2, 3 e 4, respectivamente, é de
mãe.
a) 3:1:3:1
2. Os dois fatores do par (ou alelos) são
b) 9:3:3:1 transmitidos para cada gameta, no mo-
mento da sua formação.
c) 1:1:1:1
3. Com a união dos gametas na fecunda-
d) 3:3:1:1
ção, o par de alelos para cada caracterís-
e) 1:3:3:1 tica é reconstituído.

F5) Em experimentos envolvendo três 4. No momento da formação dos game-


características independentes (tri-hibri- tas, os alelos se separam indo apenas um
dismo), se for realizado um cruzamento para cada gameta.
entre indivíduos AaBbCc, a frequência
5. Um alelo do par é transmitido, depen-
de descendentes AABbcc será igual a:
dente da sua manifestação.
a) 8/64
Estão corretas, apenas:
b) 1/16
a) 2, 3 e 4.
c) 3/64
b) 3, 4 e 5.
d) 1/4
c) 1, 3 e 4.
e) 1/32
d) 1, 4 e 5.
• EXERCÍCIOS PROPOSTOS e) 1, 2 e 3.
P1) A proporção 3 fenótipos amarelos
P3) Em um experimento, ao cruzar plan-
para 1 fenótipo verde (3:1), obtida nas
tas puras de flores roxas com plantas pu-
auto fecundações de ervilhas híbridas re- ras de flores brancas, obteve-se 100% de
alizadas por Gregor Mendel no século plantas com flores roxas em F1.
XIX, demonstrou:
Levando em consideração que o experi-
a) Base matemática científica para a des-
mento obedece à Primeira Lei de Men-
coberta do núcleo celular. del, espera-se que em F2 as flores roxas
b) a existência de fatores pares na deter- e brancas apresentem-se em uma propor-
minação de características hereditárias. ção de

c) que a recombinação de alelos ocorre a) 5:3.


em função da permutação.
b) 1:1.
d) a função dos cromossomos como ma- c) 2:3.
terial genético dos organismos.
d) 3:1.
e) que as características hereditárias es-
tão contidas no DNA dos organismos. e) 2:5.

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BIOLOGIA 1 - IDEIA

P4) Considere os seguintes cruzamentos b) 1/4


para ervilha, sabendo que V representa o
c) 1/8
gene que determina cor amarela dos co-
tilédones e é dominante sobre o alelo v, d) 1/16
que determina cor verde.
e) 1/64
I. VV x vv
P7) Em sementes de ervilha, os alelos V
II. Vv x Vv e R condicionam, respectivamente, colo-
ração amarela e a textura lisa, e os alelos
III. Vv x vv
v e r condicionam, respectivamente, a
Um pé de ervilha, heterozigoto e que, coloração verde e a textura rugosa. Tais
portanto, pode produzir vagens com se- alelos são autossômicos e segregam de
mentes amarelas e com sementes verdes, forma independente.
pode resultar:
Para obtenção de plantas em F1, que pro-
a) Apenas do cruzamento I. duzam sementes com fenótipos amarelos
lisos, amarelos rugosos, verdes lisos e
b) Apenas do cruzamento II.
verdes rugosos, em igual proporção, é
c) Apenas do cruzamento III. necessário cruzar parentais cujos genóti-
pos são:
d) Apenas dos cruzamentos II e III.
a) VvRR × Vvrr.
e) Dos cruzamentos I, II e III.
b) VvRr × VvRr.
P5) Numa espécie de planta, a cor das
flores é determinada por um par de ale- c) vvRr × vvrr.
los. Plantas de flores vermelhas cruzadas
d) VVRR × vvrr.
com plantas de flores brancas produzem
plantas de flores cor-de-rosa. e) Vvrr × vvRr.
Do cruzamento entre plantas de flores P8) Como dinâmica de aula durante a ex-
cor-de-rosa, resultam plantas com flores posição do assunto genética mendeliana,
a professora construiu o seguinte modelo
a) das três cores, em igual proporção.
para demonstrar a 2ª Lei de Mendel.
b) das três cores, prevalecendo as cor-de-
rosa.
c) das três cores, prevalecendo as verme-
lhas.
d) somente cor-de-rosa.
e) somente vermelhas e brancas, em
igual proporção.
P6) De acordo com a segunda lei de Me-
del, o cruzamento AaBbCc × aabbcc Se o R é o gene dominante que expressa
terá chance de produzir descendentes uma característica semente do tipo lisa; o
com genótipo AaBbCc igual a: r o gene recessivo que expressa uma ca-
racterística semente do tipo rugosa; V o
a) 1/2

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BIOLOGIA 1 - IDEIA

gene dominante que expressa a caracte- d) aaBb; ccDd;aaEE;BbDd


rística cor verde da semente e v o gene
e) aB;BC;cD;dE
recessivo que expressa a característica
cor amarela, então é correto afirmar que
a) em um cruzamento do tipo RRVv x
RRVV, os descendentes terão todas se-
mentes lisas e amarelas.
b) no cruzamento RV x RRVV pode-se
determinar os genótipos possíveis.
c) todas as sementes verdes do cruza-
mento RrVv x RrVv são lisas.
d) a leitura da proporção para o cruza-
mento exemplificado no quadro acima é
de 9: 3: 2: 1.
P9) Em determinada planta, flores ver-
melhas são condicionadas por um gene
dominantes e flores brancas por seu alelo
recessivo; folhas longas são condiciona-
das por um gene dominante e folhas cur-
tas por seu alelo recessivo. Esses dois pa-
res de alelos localizam-se em cromosso-
mos diferentes. Do cruzamento entre
plantas heterozigóticas para os dois ca-
racteres resultaram 320 descendentes.
Desses, espera-se que o número de plan-
tas com flores vermelhas e flores curtas
seja:
a) 20
b) 60
c) 160
d) 180
e) 320
P10) Considere a segunda lei de Mendel
ou lei da distribuição independente e in-
dique os gametas produzidos pelo genó-
tipo aaBbccDdEE.
a) a;B;c;D;d;E
b) aBcDE; aBcdE; abcDE;abcdE
c) aa;Bb;cc;Dd;EE

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BIOLOGIA 2
SUMÁRIO – BIOLOGIA 2

AULA ASSUNTO PÁG


1 Evolução e Taxonomia 1
2, 3 e 4 Microbiologia: de Vírus à Protozoários 10
5 Fungos 37
6 Algas 44
7 Ecologia I: Fluxos e Ciclos de Energia 49
8 Ecologia II: Populações e Comunidades 55
9 Ecologia III: Ecossistemas 60
10 Ecologia IV: Desequilíbrio Ambiental 68
BIOLOGIA 2 – IDEIA

Aula: 01 – Evolução das Espécies e Assim, as alterações adquiridas por


Taxonomia determinado indivíduo seriam transmiti-
das aos seus descendentes, essa é a Lei
da transmissão de caracteres adquiridos.
● INTRODUÇÃO
As teorias da evolução são as ideias Para exemplificar a teoria de La-
apresentadas como explicação para a marck, podemos pensar que o pescoço da
girafa seria grande pois esse animal deve
mudança das espécies ao longo do
se esforçar bastante para alcançar as fo-
tempo.
lhas das altas árvores. À medida que a gi-
Desde sua proposição, a evolução rafa vai esticando seu pescoço, ele cresce
tem sido fonte de muitas críticas por se (Lei do uso e desuso), e as girafas vão
opor às ideias originais da Igreja Cató- passando essa característica adquirida
para seus descendentes (Lei da transmis-
lica, que defendia, na época, o criacio-
são dos caracteres adquiridos).
nismo ou fixismo. Nessa doutrina, todas
as espécies teriam sido criadas há 10 mil As ideias de Lamarck foram refuta-
anos, exatamente da forma como se apre- das e hoje não são mais aceitas. Um fa-
sentam hoje. moso experimento de August Weismann
Duas teorias para a evolução ficaram consistiu em mutilar os rabos de 68 ratos,
várias vezes, por 5 gerações. O cientista
mais famosas no mundo da ciência: A de
observou que não houve alteração ne-
Jean Baptiste Monet (o cavaleiro de La-
nhuma nesse órgão ao longo das gera-
marck), proposta em 1809, e a de Char- ções, ajudando, portanto, a negar o la-
les Darwin, proposta em 1859. marckismo.
Hoje em dia, a teoria mais aceita é o
Neodarwinismo, também chamado de
Teoria Sintética da Evolução. Ela con-
➢ DARWINISMO
cilia as ideias de seleção natural de Dar-
win com os conhecimentos modernos de Charles Darwin, inspirado pela sua
genética. viagem ao arquipélago de Galápagos e as
ideias do matemático Thomas Malthus (a
população cresce em projeção geomé-
➢ LAMARCKISMO trica, enquanto a produção de alimentos
cresce em projeção aritmética), desen-
Lamarck acreditava que as mudanças volveu uma nova teoria da evolução.
ambientais provocariam a necessidade Para Darwin, todas as espécies atuais se
de adaptação dos indivíduos. O meca- originaram a partir de ancestrais comuns,
nismo dessa adaptação pode ser resu- mas sofreram modificações ao longo de
mido em duas leis: a Lei do Uso e De- milhares de anos. Delineou, por fim, o
suso e a Lei da transmissão dos carac- agente que produz essas modificações
teres adquiridos. dos indivíduos como seleção natural.

A lei do uso e desuso diz que se um A seleção natural pode ser explicada
órgão fosse utilizado frequentemente, seguindo algumas observações e conclu-
sofreria hipertrofia. Caso não fosse utili- sões:
zado, sofreria atrofia.
Primeiramente, as populações natu-
rais tendem a crescer exponencialmente

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BIOLOGIA 2 – IDEIA

e, mesmo tendo esse potencial, as popu- como essas variações eram transmitidas
lações se mantém relativamente constan- pelas gerações.
tes em seu tamanho. Logo, a mortalidade
de indivíduos dentro da população é ele- Hoje sabemos que cada população
vada, principalmente porque os recursos apresenta seu conjunto gênico (o con-
ambientais são limitados. junto de todos os genes presentes na-
quele grupo), que pode ser alterado por
Também, os indivíduos de uma po- fatores evolutivos.
pulação apresentam grande variabilidade
entre si, e aqueles com melhor capaci- Os fatores que atuam sobre o con-
dade de sobrevivência deixam descen- junto gênico são os mecanismos de evo-
dentes, os quais herdam a variabilidade lução, agentes que contribuem para os
dos pais. processos evolutivos. Eles podem ser di-
vididos em dois grupos. Aqueles que po-
Assim, são “selecionadas” caracte- dem aumentar a variabilidade genética
rísticas que conferem maior adaptação da população (mutações, permutação) ou
ao meio, e a espécie vai sendo lenta e aqueles que podem atuar sobre a variabi-
ininterruptamente ajustada às condições lidade já estabelecida (migração, deriva
impostas pelo ambiente, tornando-a dife- genética e seleção natural).
rente do tipo original ao longo do tempo.

No exemplo da girafa, seguindo os


pensamentos de Darwin, já existiria, ori- ➢ EVIDÊNCIAS DA EVOLU-
ginalmente, uma variação dentro da po- ÇÃO
pulação de girafas, onde algumas teriam
pescoços alongados, e outras, pescoços As principais evidências da evolução
curtos. Aquelas com a vantagem da al- são:
tura alcançariam mais folhas de árvores
e conseguiriam, dessa forma, sobreviver ➢ Registros fósseis
e produzir mais descendentes, os quais
também teriam pescoços alongados. Fósseis podem ser de organismos
preservados, partes de organismos pre-
Na mesma época de Darwin, outro servadas ou evidências de organismos
naturalista, Russel Wallace, chegou a (pegadas, por exemplo).
conclusões semelhantes sobre a evolu-
ção das espécies, de forma independente, Podemos comparar, a partir da aná-
mas esse cientista é pouco citado. lise paleontológica, espécies atuais com
as que existiram milhares de anos atrás e
perceber sua evolução ou até extinção.

➢ NEODARWINISMO (TEO- A datação radioativa do fóssil tam-


RIA SINTÉTICA DA EVOLU- bém nos permite dizer a era em que
ÇÃO) aquele organismo existiu, construindo a
história evolutiva de um táxon.
Darwin não sobreviveu tempo sufici-
ente para acompanhar os avanços da ge- ➢ Estruturas vestigiais
nética e da biologia molecular, então
nunca soube o que causava a variabili- Mostra estruturas que hoje já não
dade inicial dentro das populações, nem exercem sua função original em determi-
nado organismo, mas é possível perceber

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BIOLOGIA 2 – IDEIA

seu papel em espécies ancestrais. Nos se- ➢ Comparação embrionária


res humanos, os dentes sisos (antes im-
portantes na trituração de vegetais) e os
pelos corporais (hoje não são capazes de
nos manter aquecidos) representam essas
estruturas.

É importante lembrar que algumas


estruturas vestigiais, apesar de não de-
sempenharem sua funcionalidade origi-
nal, tem outro papel na espécie atual.
Como exemplo em seres humanos temos
o cóccix, vestígio da nossa cauda ances-
tral, que hoje serve como ponto de fixa-
ção de alguns músculos, e o apêndice Comparar o desenvolvimento embri-
vermiforme, que provavelmente era onário das espécies pode revelar paren-
muito importante na digestão da celulose tescos evolutivos.
em nossos ancestrais herbívoros, mas
hoje exerce papel imunológico. ➢ Comparação genética e mole-
cular
➢ Anatomia comparada
Por meio de procedimentos que com-
param moléculas de ácidos nucleicos das
espécies, podemos perceber semelhan-
ças entre os organismos e estabelecer
graus de parentesco entre eles.

➢ Distribuição geográfica das es-


pécies

Na imagem, vemos estruturas ho-


mólogas: herdadas de um mesmo ances-
tral comum, mas funções diferentes con-
forme a espécie (agarrar, correr, voar,
nadar).

Quando os órgãos têm a mesma fun-


ção, mas não vêm de um ancestral co- A biogeografia mostra que os pa-
mum, por exemplo, as asas de inseto e as drões seguidos pelas espécies em sua dis-
asas de aves, chamamos de estruturas tribuição geográfica são melhor explica-
análogas. Esse processo é denominado dos pela evolução em conjunto da movi-
convergência evolutiva. mentação das placas tectônicas.

➢ Observação direta

Alguns organismos têm gerações


curtas, de alguns minutos, por exemplo,
bactérias. Dessa forma, podemos obser-
var diretamente seu processo de evolu-
ção. Como exemplo, o uso inadvertido

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BIOLOGIA 2 – IDEIA

de antibióticos pela população seleciona Os domínios são: Eukarya (contendo


bactérias com resistência àqueles medi- os reinos Prototista, Fungi, Animalia e
camentos, formando as conhecidas “su- Plantae), Archaeae (contendo o reino Ar-
perbactérias”. chae) e Bacteria (contendo o reino
Eubacteria).

Outra regra estabelecida por Linné


➢ TAXONOMIA foi a de nomenclatura das espécies. Ela
sempre deve ser em latim e binomial,
A taxonomia é uma forma de classi- com epíteto genérico e epíteto
ficar e organizar os seres vivos conforme específico. Também, deve sempre estar
sua proximidade e características co- destacada no texto, geralmente em itálico
muns. Hoje é orientada também pela te- ou sublinhado.
oria sintética da evolução e evidências fi-
logenéticas, a fim de organizar os orga- Tendo, por exemplo, o nome da
nismos de forma mais precisa conforme espécie humana, Homo sapiens: o
seu grau de parentesco. primeiro nome (Homo) representa o
epíteto genérico, o gênero da espécie.
Deve ser grafado com letra maiúscula. O
segundo nome, (sapiens) o nome da
espécie, deve ser grafado com letra
minúscula.

Outro ponto importante da


taxonomia é a representação em
cladograma dos táxons. Esses táxons são
grupos de seres vivos, podendo ser uma
espécie, um gênero, uma família, um
Foram criadas as ordens taxonômi- reino..
cas, por Carl von Linné, em 1735. Sua
forma de classificação hierárquica foi Essa representação esquemática é
chamada de Systema Naturae. As duas importante pois mostra visualmente
categorias taxonômicas mais superiores como é falsa a ideia de que “o homem
foram adicionadas depois de Linné, e, veio do macaco”. Na verdade, todos os
atualmente, são: domínio, reino, filo, primatas (homens, orangotangos,
classe, ordem, família, gênero e espé- chimpanzés) tem um ancestral comum.
cie. Sendo gênero um conjunto de espé- Resumindo: nenhuma espécie recente se
cies, família um conjunto de gêneros, or- originou de outra espécie recente, mas
dem um conjunto de famílias, e assim sim duas espécies atuais possuem
por diante. ancestrais comuns.

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BIOLOGIA 2 – IDEIA

O cladograma é composto de ramos desta estrutura, representando nestas co-


e nós, com alguns pontos importantes munidades um sinal de beleza. Desta
que devemos conhecer para saber inter- forma temos que as crianças, filhos des-
pretá-lo adequadamente. tas mulheres já nasceriam com pescoço
maior, visto que esta é uma tradição se-
Da mesma forma que uma linha é cular.”
formada de infinitos pontos, os ramos do
cladograma são as linhas que “conec- A afirmação acima pode ser considerada
tam” um táxon (ponto) antigo a um táxon como defensora de qual teoria evolucio-
recente, ou seja, é o rumo evolutivo nista:
desse táxon ao longo do tempo, compre-
endendo todos os infinitos táxons inter- a) Teoria de Lamarck
mediários.
b) Teoria de Malthus
Para visualizar corretamente o clado-
grama, é preciso entender também que o c) Teoria de Wallace
tempo do cladograma é “de baixo para
cima”, ou seja, os táxons mais recentes d) Teoria de Darwin
estão no topo do cladograma, e são cha-
mados de ramos terminais, enquanto o e) Teoria de Mendel
ancestral comum está mais embaixo no
cladograma. F2) A teoria da origem das espécies de
Charles Darwin analisou:

a) a seleção natural

b) as mutações

c) o uso e desuso dos órgãos

d) a hereditariedade dos caracteres ad-


quiridos

F3) O cladograma abaixo representa re-


Por vezes, os cladogramas podem es- lações evolutivas entre membros da Su-
tar invertidos ou até na horizontal, mas perfamília Hominoidea, onde se observa
sempre os táxons terminais representa- que:
rão o tempo recente.

Quando existe especiação (a forma-


ção de duas espécies a partir de outra pre-
existente), representamos no cladograma
com uma divisão dos ramos, um nó. Cha-
mamos, então, esse nó de cladogênese.

➢ EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

F1) “O hábito de colocar argolas no pes- a) homens e gibões (Hylobatidae) não


coço, por parte das mulheres de algumas possuem ancestral comum.
tribos asiáticas, promove o crescimento

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BIOLOGIA 2 – IDEIA

b) homens, gorilas (Gorilla) e orangotan- II. O homem descende diretamente do


gos (Pongo) pertencem a famílias dife- macaco, ou seja, um ancestral deu ori-
rentes. gem ao macaco e este deu origem ao ho-
mem.
c) homens, gibões e chimpanzés (Pan)
possuem um ancestral comum. III. Darwin, na sua teoria original, não
soube explicar que as diferenças entre os
d) homens, orangotangos (Pongo) e gi- indivíduos ocorrem, principalmente, por
bões (Hylobatidae) são primatas perten- mutações genéticas.
centes à mesma família.
IV. Todos os seres vivos, incluindo o ho-
F4) Nas figuras, as mudanças de cores mem, tiveram um ancestral comum.
nas esferas simbolizam a aquisição de
novas características nas espécies ao Estão corretas, apenas,
longo do tempo. As figuras que represen-
tam, respectivamente, a teoria criacio- a) I e II.
nista, a transformista (Lamarck) e a dar-
winista são: b) II e III.

c) III e IV.

d) I e IV.

e) II e IV.

➢ EXERCÍCIOS PROPOSTOS

P1) Desde sua introdução na década de


40, os antibióticos tornaram-se um su-
a) I, II e III. cesso no controle de doenças bacteria-
nas, sendo considerados medicamentos
b) I, III e II. milagrosos. Consequentemente, passou-
se a acreditar que essas doenças eram
c) II, I e III. coisas do passado. Entretanto tem-se ve-
rificado o "ressurgimento" de muitas de-
d) II, III e I. las. Todas as seguintes medidas podem
ser implementadas, tratando-se de Saúde
e) III, II e I. Pública, para minimizar o problema cres-
cente de bactérias com resistência múlti-
F5) Em abril, o Mackenzie homenageou pla a antibióticos, exceto
o grande pesquisador Charles Darwin,
promovendo ciclo de debates e de refle- a) Aumentar o uso profilático desses me-
xões a respeito das teorias da evolução. dicamentos em rações animais, objeti-
Segundo a teoria de Darwin, considere as vando a imunização dos consumidores.
afirmações abaixo.
b) Criar programas de vigilância hospita-
I. A espécie humana leva vantagem so- lar e comunitária para evitar o uso inade-
bre as outras espécies, pois a medicina quado e abusivo desses medicamentos.
garante a sobrevivência de indivíduos
com características desvantajosas.

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BIOLOGIA 2 – IDEIA

c) Proibir a venda livre desses medica-


mentos e esclarecer a população dos ris-
cos da automedicação.

d) Vacinar a população para aumentar as


defesas do organismo contra as doenças
bacterianas, reduzindo o uso desses me-
dicamentos.

P2) Quando Darwin chegou ao arquipé-


lago de Galápagos, em 1835, observou
pássaros da família Fringillidae (tenti- Considerando que o modelo seja correto,
lhões) e ficou impressionado com as a maior diferença genética será encon-
treze espécies essas aves nas diferentes trada na sequência de bases nitrogenadas
ilhas. Uma explicação para o surgimento do DNA das seguintes espécies:
dessas espécies é a irradiação adaptativa,
na qual os tentilhões: a) 1 e 2

a) apresentavam características seme- b) 4 e 5


lhantes e hereditárias que surgiram a
cada geração por acaso e não em resposta c) 6 e 7
às necessidades adaptativas dos indiví-
duos. d) 8 e 9

b) foram capazes de gerar descendentes e) 10 e 11


férteis em resposta a uma competição en-
tre os machos de uma mesma espécie em P4) As aves são geralmente chamadas de
disputa pelas fêmeas. "dinossauros com penas". Tal denomina-
ção
c) adquiriram características em conse-
quência do uso mais ou menos acentuado a) procede, porque elas surgiram a partir
de uma parte do organismo. dos tecodontes, o mesmo grupo ancestral
de répteis que originou os dinossauros.
d) surgiram a partir de um ancestral co- Como os dinossauros, as aves possuem
mum que emigrou do continente para as ovos com âmnio. Porém, diferentemente
ilhas, ocupando-as, enquanto os diversos deles, elas apresentam, como novidades
ambientes insulares selecionaram as evolutivas, as penas e a endotermia (ho-
aves mais adaptadas. meotermia).

e) surgiram em decorrência de uma bar- b) procede, porque elas surgiram a partir


reira física que proporcionou um isola- de répteis crocodilianos que, por sua vez,
mento geográfico e causou a origem de tiveram suas origens entre os dinossau-
aves diferenciadas ros. As características do coração de cro-
codilos e de aves são evidências dessa
P3) O esquema a seguir mostra um mo- proximidade e dessa descendência.
delo de divergência entre espécies de al-
guns primatas representados pelos nú- c) procede, porque elas surgiram no
meros à direita do esquema. mesmo período que os primeiros dinos-
sauros. Um pequeno grupo de anfíbios
deu origem aos répteis que resultaram

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BIOLOGIA 2 – IDEIA

nos mamíferos e outro grupo maior de pressão seletiva que favoreceu indiví-
anfíbios originou répteis que se diferen- duos da espécie A com bicos muito pe-
ciaram em dinossauros e em aves. quenos ou muito grandes.

d) não procede, porque, para isso, elas te- c) estabilizadora: o estabelecimento de


riam que ter se originado dos grandes indivíduos da espécie B representou uma
répteis voadores já extintos. O grupo de pressão seletiva que favoreceu indiví-
répteis que originou as aves e os mamí- duos da espécie A com bicos de tamanho
feros ainda hoje é vivente, embora conte intermediário.
com poucos representantes. Sua maior
expansão ocorreu na mesma época em d) sexual: o estabelecimento de indiví-
que os grandes dinossauros. duos da espécie B aumentou a competi-
ção entre machos da espécie A por
e) não procede, porque a endotermia e as acesso às fêmeas.
penas são características muito distintas
que afastam qualquer possibilidade de e) direcional: o estabelecimento de indi-
que as aves e os dinossauros possam ter víduos da espécie B induziu mutações
sido aparentados. Além disso, as aves em indivíduos da espécie A
possuem um anexo embrionário a mais,
que as diferencia de todos os demais rép- P6) Lobos da espécie Canis lycaon, do
teis leste dos Estados Unidos, estão intercru-
zando com coiotes (Canis latrans). Além
P5) Em um estudo realizado nas ilhas disso, indivíduos presentes na borda
Galápagos, um casal de pesquisadores oeste da área de distribuição de C.
observou que indivíduos de uma espécie lycaon estão se acasalando também com
de tentilhão (espécie A) comumente se lobos cinzentos (Canis lupus). Todos es-
alimentavam de sementes de vários ta- ses cruzamentos têm gerado descenden-
manhos. A ilha onde a espécie A ocorria tes férteis.
foi colonizada por outra espécie de tenti-
lhão (espécie B). Indivíduos de B se ali- Scientific American Brasil, Rio de Ja-
mentavam de sementes grandes e eram neiro, ano II, 2011 (adaptado).
mais eficientes que A na aquisição deste
recurso. Com o passar dos anos, os dois Os animais descritos foram classificados
pesquisadores observaram que o tama- como espécies distintas no século XVIII.
nho médio do bico dos indivíduos de A No entanto, aplicando-se o conceito bio-
estava reduzindo gradualmente. Consi- lógico de espécie, proposto por Ernst
derando que pássaros com bicos maiores Mayr em 1942, e ainda muito usado hoje
conseguem se alimentar de sementes em dia, esse fato não se confirma, porque
maiores, o processo de redução de bico
observado em A é um exemplo de sele- a) esses animais são morfologicamente
ção: muito semelhantes.

a) direcional: o estabelecimento de indi- b) o fluxo gênico entre as três populações


víduos da espécie B representou uma é mantido.
pressão seletiva que favoreceu indiví-
duos da espécie A com bicos pequenos. c) apresentam nichos ecológicos muito
parecidos.
b) disruptiva: o estabelecimento de indi-
víduos da espécie B representou uma d) todos têm o mesmo ancestral comum.

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BIOLOGIA 2 – IDEIA

e) pertencem ao mesmo gênero.

P7) Utilizando os conhecimentos sobre


regras de nomenclatura científica, assi-
nale a opção correta.

a) Croton argyrophylloides e Croton


sonderianus pertencem à mesma espé-
cie.

b) Adelophryne Maranguapensis é a gra-


fia correta para uma espécie de rã endê-
mica de Maranguape. MULLEN, L. M.; HOEKSTRA, H. E.
Natural selection along an environmen-
c) Caesalpinia echinata e Caelsapinia tal gradient: a classic cline in mouse pig-
ferrea pertencem ao mesmo gênero. mentation. Evolution, 2008.

d) adelophryne baturitensis é a grafia O mecanismo evolutivo envolvido na as-


correta para uma espécie de rã endêmica sociação entre cores de pelagem e de
de Baturité substrato é

P8) Os ratos Peromyscus polionotus en- a) a alimentação, pois pigmentos de terra


contram-se distribuídos em ampla região são absorvidos e alteram a cor da pela-
na América do Norte. A pelagem de ratos gem dos roedores.
dessa espécie varia do marrom claro até
o escuro, sendo que os ratos de uma b) o fluxo gênico entre as diferentes po-
mesma população têm coloração muito pulações, que mantém constante a
semelhante. Em geral, a coloração da pe- grande diversidade interpopulacional.
lagem também é muito parecida à cor do
solo da região em que se encontram, que c) a seleção natural, que, nesse caso, po-
também apresenta a mesma variação de deria ser entendida como a sobrevivência
cor, distribuída ao longo de um gradiente diferenciada de indivíduos com caracte-
sul-norte. Na figura, encontram-se repre- rísticas distintas.
sentadas sete diferentes populações de P.
polionotus. Cada população é represen- d) a mutação genética, que, em certos
tada pela pelagem do rato, por uma ambientes, como os de solo mais escuro,
amostra de solo e por sua posição geo- têm maior ocorrência e capacidade de al-
gráfica no mapa. terar significativamente a cor da pelagem
dos animais.
Observe o mapa com a distribuição dos
ratos Peromyscus polionotus pela Amé- e) a herança de caracteres adquiridos, ca-
rica do Norte pacidade de organismos se adaptarem a
diferentes ambientes e transmitirem suas
características genéticas aos descenden-
tes.

P9) Alguns anfíbios e répteis são adapta-


dos à vida subterrânea. Nessa situação,
apresentam algumas características cor-
porais como, por exemplo, ausência de

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BIOLOGIA 2 – IDEIA

patas, corpo anelado que facilita o deslo- b) os gorilas, os chimpanzés e os huma-


camento no subsolo e, em alguns casos, nos descendem, sequencialmente, dos
ausências de olhos. gibões.

Suponha que um biólogo tentasse expli- c) os gibões, os gorilas e os chimpanzés


car a origem das adaptações menciona- descendem da linha evolutiva dos huma-
das no texto utilizando conceitos da teo- nos.
ria evolutiva de Lamarck. Ao adotar esse
ponto de vista, ele diria que d) os humanos e os chimpanzés descen-
dem de um ancestral comum exclusivo.
a) as características citadas no texto fo-
ram originadas pela seleção natural. e) os chimpanzés são mais aparentados
aos gorilas que aos humanos
b) a ausência de olhos teria sido causada
pela falta de uso dos mesmos, segundo a
lei do uso e desuso.
Aula: 02 a 04 – Microbiologia: Vírus,
c) o corpo anelado é uma característica Bactérias e Protozoários
fortemente adaptativa, mas seria trans-
mitida apenas à primeira geração de des-
cendentes. ● VÍRUS
Os vírus são partículas infecciosas
d) as patas teriam sido perdidas pela falta
ultramicroscópicas formadas por
de uso e, em seguida, essa característica
ácido(s) nucleico(s), DNA e/ou RNA,
foi incorporada ao patrimônio genético e
então transmitidas aos descendentes. circundados por um envoltório proteico,
o qual, por vezes, é revestido por uma
e) as características citadas no texto fo- membrana lipídica, denominada enve-
ram adquiridas por meio de mutações e lope. Os vírus são acelulares, ou seja, não
depois, ao longo do tempo, foram seleci- apresentam organização celular; por-
onadas por serem mais adaptadas ao am- tanto, são destituídos de membrana plas-
biente em que os organismos se encon- mática, hialoplasma e orgânulos cito-
tram. plasmáticos, como mitocôndrias, ergas-
toplasma e núcleo.
P10) A afirmação “os humanos descen-
dem dos chimpanzés” é contrariada pelo Os vírus são parasitas intracelulares
cladograma apresentado, segundo o qual obrigatórios, ou seja, requerem células
hospedeiras vivas para se multiplicarem.
Os vírus possuem poucas ou mesmo ne-
nhuma enzima própria para seu metabo-
lismo. Por exemplo, não possuem enzi-
mas para a síntese proteica e a geração de
ATP. Assim, acabam se apossando da
maquinaria metabólica da célula hospe-
deira para sua multiplicação.
Esse fato é de considerável importân-
a) os chimpanzés são humanos menos
evoluídos. cia médica para o desenvolvimento de
drogas antivirais, pois a maioria das dro-
gas que interferem na multiplicação viral

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BIOLOGIA 2 – IDEIA

também pode interferir com a fisiologia proteína, o capsídeo, que é formado por
da célula hospedeira, sendo, por isso, de- subunidades proteicas denominadas cap-
masiadamente tóxicas para uso clínico. sômeros. Em alguns vírus, o capsídeo é
coberto por um envelope, que normal-
O espectro de hospedeiros de um ví-
mente consiste em uma combinação de
rus consiste na variedade de células hos-
lipídeos.
pedeiras que o vírus pode infectar. Exis-
tem vírus que infectam invertebrados, O capsídeo e o ácido nucleico com-
vertebrados, plantas, protistas, fungos e põem o nucleocapsídeo. A cobertura pro-
bactérias. No entanto, a maioria é capaz teica protege do ambiente e serve como
de infectar tipos específicos de células de um veículo de transmissão de uma célula
uma única espécie de hospedeiro. Em ra- hospedeira para outra. Em alguns vírus,
ras exceções, os vírus cruzam barreiras o capsídeo é coberto por um envelope,
de espécies, expandindo assim seu es- que normalmente consiste em uma com-
pectro de hospedeiros. Os vírus que in- binação de lipídeos, proteínas e carboi-
fectam bactérias são denominados bacte- dratos. Dependendo do vírus, os envelo-
riófagos ou fagos. pes podem ou não apresentar espículas,
constituídas por complexos carboidrato-
Normalmente, um tipo de vírus só
proteína que se projetam da superfície do
ataca determinado grupo de células de
envelope.
determinado organismo. Isso ocorre de-
vido à necessidade de interação entre Alguns vírus se ligam à superfície da
substâncias no envoltório viral e substân- célula hospedeira através dessas espícu-
cias na membrana celular da célula a ser las, que são tão características de muitos
atacada. Assim, o vírus da poliomielite, vírus que são usadas na sua identifica-
por exemplo, só ataca células nervosas, ção. Os vírus cujos capsídeos não estão
intestinais e da mucosa da garganta. Já o cobertos por um envelope são conheci-
vírus da aids ataca leucócitos sanguí- dos como vírus não envelopados.
neos, como o linfócito T CD4, que coor-
Nesse caso, o capsídeo protege o
dena as respostas do sistema imunitário.
ácido nucleico viral do ataque das nu-
Entretanto, alguns vírus podem ser mais
cleases presentes nos fluidos biológicos
versáteis, como o da gripe, que pode afe-
e promove a ligação da partícula às célu-
tar diversos tipos de células humanas,
las suscetíveis. Como exemplos o vírus
mas também de patos, cavalos e porcos.
HPV, o vírus causador da poliomielite e
Quanto à sua locomoção, não têm ca- os que são parasitas de plantas.
pacidade de movimentação autônoma
nem de metabolismo próprio. Além
disso, podem sofrer mutações. Essa ha-
bilidade dificulta o sucesso de muitas va-
cinas. Atualmente, existem protótipos de
vacinas anti-HIV, por exemplo, em fase
de testes clínicos.
➢ Estrutura Viral
Um vírion é uma partícula viral com-
pleta e infecciosa composta por um ácido
nucleico envolto por uma cobertura de

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➢ Viroides, virusoides e príons Dessa forma, a proteína anormal, ou


príon, produz réplicas de si mesma e es-
Viroides:
palha a doença. Os príons não são dige-
Os viroides são minúsculos segmen- ridos no tubo digestório e podem pene-
tos de RNA cujos nucleotídeos são pare- trar intactos na circulação sanguínea.
ados, de forma que a molécula possui
Pelo sangue, os príons chegam aos
uma estrutura tridimensional fechada e
nervos e aos corpos celulares dos neurô-
dobrada, o que a protege do ataque por
nios, onde começam a transformar prote-
enzimas celulares.
ínas normais em novos príons. Estes se
Distinguem-se dos vírus por não for- acumulam na célula e acabam por causar
marem envoltórios proteicos e não codi- a morte dos neurônios.
ficarem proteínas, mas o RNA do viroide
➢ Reprodução Viral
é capaz de se reproduzir no núcleo da cé-
lula hospedeira. Para se reproduzirem, os vírus inva-
dem células e, somando seu material ge-
Os viroides causam algumas doenças
nético ao delas, controlam o metabo-
em plantas, como os viroides dos tubér-
lismo celular a fim de formar novos ví-
culos de batata-inglesa (Solanum tubero-
rus.
sum).
Para que isso ocorra, o vírus se apro-
Virusoides:
xima da célula e, se houver nela recepto-
Os virusoides são moléculas infecci- res para o referido vírus, a célula é infec-
osas de RNA com as mesmas caracterís- tada.
ticas dos viroides.
Ciclo Lítico:
Eles diferem destes, no entanto, por
O ciclo lítico de multiplicação dos ví-
necessitarem do auxílio de um vírus para
rions dos bacteriófagos, assim como dos
se propagarem, isto é, o RNA do viru-
demais vírus, mostram a presença de vá-
soide só se multiplica se a célula estiver
rios estágios, como a adsorção, na qual o
infectada simultaneamente por determi-
vírion adere à célula hospedeira.
nado tipo de vírus.
Durante esse estágio, um sítio de ad-
Príons:
sorção (as fibras na extremidade da
Os príons são moléculas de proteínas cauda) do vírus se liga ao sítio receptor
infectantes resistentes à inativação por complementar da bactéria. posterior-
procedimentos que normalmente degra- mente, ocorre a penetração, estágio no
dam proteínas e ácidos nucleicos. qual o bacteriófago injeta seu DNA no
meio intracelular.
Eles alteram a forma de outras prote-
ínas, que passam a se comportar como Para que isso ocorra, o bacteriófago
príons. Um exemplo é o agente infecci- libera a lisozima da cauda, enzima que
oso responsáveis pela encefalopatia es- destrói uma parte da parede bacteriana.
pongiforme bovina, conhecida como Durante o processo, a bainha da cauda se
“doença da vaca louca”. contrai, impedindo sua penetração na cé-
lula.
É uma proteína enrolada de modo
anormal provoca a mesma alteração em
moléculas correspondentes saudáveis.

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A biossíntese é estágio em que o um evento de recombinação que resulta


DNA do bacteriófago inicia sua multipli- em um ciclo lítico, liberando um grande
cação, produzindo dezenas de cópias número de fagos livres, que podem in-
idênticas ao DNA original, utilizando fectar outras bactérias que não haviam
nucleotídeos, energia e enzimas da célula sido infectadas, reiniciando o ciclo re-
hospedeira. produtivo. Quando a sua célula hospe-
deira está crescendo lentamente e possui
Em seguida ocorre a maturação, no
poucas reservas energéticas, os fagos tor-
qual os vírions completos são formados
nam-se lisogênicos.
a partir do DNA e dos capsídeos. A fase
final, a célila hospedeira sofre lise, libe- Assim que a célula hospedeira se en-
rando os vírions da célula hospedeira, contra em ambiente propício, onde for-
que podem infectar outras bactérias nas neça o máximo de recursos que facilitem
proximidades, repetindo o ciclo lítico. a reprodução do fago, o prófagodixa o
seu estado latente, iniciando um ciclo lí-
tico.

➢ Viroses
Herpes Simples:
O herpes simples é uma virose carac-
terizada pela formação de vesículas (le-
Ciclo Lisogênico: sões) nas membranas mucosas ou na
Certos tipos de bacteriófagos, como pele, podendo afetar a região da boca,
o bacteriófago lisogênico λ (lambda), o principalmente labial, órgãos genitais e
DNA viral injetado, originalmente li- áreas próximas.
near, forma um círculo, onde vai sofrer o A transmissão pode ocorrer por con-
processo de recombinação se incorpo- tato direto com lesões ou objetos conta-
rando ao DNA do cromossomo bacteri- minados. O HSV infecta e se replica nas
ano, formando um estágio integrado, no células mucoepiteliais e, posteriormente,
qual o DNA viral inserido denomina-se estabelece infecção latente nos neurô-
prófago. Como parte do genoma bacteri- nios de inervação, ou seja, esconde-se da
ano, o prófago pode permanecer inativo resposta imunológica, podendo voltar
no meio intracelular por várias divisões periodicamente à atividade.
celulares.
As medidas profiláticas do herpes in-
Entretanto, ocasionalmente, uma cluem evitar o contato direto com o her-
bactéria lisogênica pode ser induzida a pético em fase de manifestação da do-
ativar o seu prófago, no qual vai ser re- ença, evitar tocar a área contaminada ou,
movido do cromossomo bacteriano por

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quando o fizer, lavar as mãos para evitar O sarampo é uma doença infecciosa
contaminar outras pessoas. viral aguda, extremamente contagiosa e
transmissível diretamente de pessoa a
Varicela (catapora) e Herpes-Zós-
pessoa por meio de secreções nasofarín-
ter (cobreiro):
geas, expelidas ao tossir, espirrar, falar
A varicela ou catapora é uma infec- ou respirar. O agente etiológico é um ví-
ção viral primária, aguda, altamente con- rus de RNA, do gênero Morbillivirus.
tagiosa, cujo agente etiológico é um ví-
Após o período de incubação, que
rus de RNA, o varicela-zóster, da família
dura cerca de 10 dias, surge uma erupção
Herpesviridae. O contágio acontece por
macular na face, disseminando-se para o
meio do contato com o líquido da bolha
tórax, o abdômen e as extremidades, ge-
ou pela tosse, espirro, saliva ou por obje-
rando lesões na cavidade oral, com pla-
tos contaminados pelo vírus.
cas avermelhadas e pontos brancos cen-
A varicela é caracterizada pelo surgi- trais, dor de garganta, cefaleia e tosse.
mento de exantemas de aspecto macu-
Varíola:
lopapular que evoluem para pústulas e,
posteriormente, formam crostas. Podem O agente etiológico da varíola é um
ocorrer febre moderada, enjoos, vômitos vírus de DNA, o Orthopoxvirus variolae,
e prurido, e a infecção pode atingir diver- o qual é transmitido por via respiratória,
sos órgãos internos. por meio de gotículas de saliva de pes-
soas portadoras do vírus.
O DNA viral permanece, em geral,
em estado latente nos gânglios nervosos O orthopoxvírus infecta diversos ór-
espinais e pode ser ativado décadas mais gãos internos antes que seu movimento
tarde, causando lesões dolorosas na pele, para a corrente sanguínea conduza à in-
ao longo de nervos sensitivos, quadro fecção das células da pele, com a forma-
clínico chamado herpes-zóster (cobreiro ção de pústulas que provocam lesões
ou fogo-selvagem). desfigurantes pelo resto da vida.
Rubéola: A vacinação contra a varíola obteve
resultados efetivos, e sua aplicação siste-
O contágio acontece por meio do
mática e generalizada levou, pratica-
contato com o líquido da bolha ou pela
mente, à erradicação da doença no
tosse, espirro, saliva ou por objetos con-
mundo.
taminados pelo vírus, ou seja, contato di-
reto ou de secreções respiratórias. Poliomielite:
A transmissão ocorre por via respira- A Poliomielite, também chamada de
tória e por contato com secreções naso- pólio ou paralisia infantil, é uma doença
faríngeas de pessoas infectadas. contagiosa aguda causada pelo polioví-
rus, que pode infectar crianças e adultos
A medida profilática é a vacinação:
por meio do contato direto com fezes ou
uma dose de vacina tríplice viral (sa-
com secreções eliminadas pela boca das
rampo, rubéola e caxumba) aos 12 meses
pessoas doentes e provocar ou não para-
de idade e a segunda dose entre 4 e 6
lisia.
anos de idade.
Sarampo:

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Nos casos graves, em que acontecem pescoço, sintomas acompanhados de fe-


as paralisias musculares, os membros in- bre e dor ao deglutir alimentos.
feriores são os mais atingidos. A vacina-
Nos homens adultos, há risco de o ví-
ção é a única forma de prevenção.
rus se instalar nos testículos, podendo
A poliomielite encontra-se erradi- ocorrer orquiepididimite, provocando
cada no Brasil desde o início dos anos esterilidade. Nas mulheres, pode, rara-
1990, em virtude do êxito de políticas de mente, provocar ooforite (inflamação
prevenção, como a vacina Sabin ou va- dos ovários).
cina da pólio oral (VPO).
A transmissão ocorre por via aérea,
Raiva: por meio da disseminação de gotículas,
ou por contato direto com saliva de pes-
A raiva é uma zoonose viral que se
soas infectadas. Já a transmissão indireta
caracteriza por uma encefalite progres-
é menos frequente, mas pode ocorrer
siva aguda e por apresentar letalidade de,
pelo contato com objetos e/ou utensílios
aproximadamente, 100%. O vírus per-
contaminados com secreção do nariz
tence ao gênero Lyssavirus, da família
e/ou boca.
Rhabdoviridae.
Uma vez infectada e curada da ca-
O vírus rábico é transmitido pela ino-
xumba, a pessoa tem imunidade perma-
culação do vírus contido na saliva do ani-
nente contra o vírus. Essa proteção vita-
mal infectado, principalmente pela mor-
lícia também é garantida pela vacinação,
dedura e, mais raramente, pela arranha-
que é a melhor e principal forma de pre-
dura e/ou lambedura de mucosas. No ci-
venção.
clo urbano, as principais fontes de infec-
ção são o cão e o gato. Hepatite Viral:
Entre os animais silvestres ou silví- As hepatites virais são doenças infec-
colas, os principais transmissores para os ciosas causadas por vírus que atacam o
seres humanos são: morcego, quati, ra- fígado. Existem vários tipos de hepatites
posa, lobo, coiote e macaco. Na zona ru- virais (A, B, C, D, E), sendo a hepatite
ral, a doença afeta animais de produção, A, B e C as mais comuns no Brasil. Essas
como bovinos e equinos. doenças constituem atualmente um pro-
blema de saúde pública em todo o
Parotidite Infecciosa (caxumba):
mundo.
A parotidite infecciosa, também co-
A transmissão da hepatite A pode
nhecida como papeira, tem como agente
ocorrer pelo contato fecal-oral por meio
etiológico um vírus do gênero Pa-
do consumo de água e alimentos conta-
ramyxovirus.
minados por fezes; condições precárias
Pode atingir qualquer tecido glandu- de saneamento básico, falta de higiene
lar e nervoso do corpo humano, mas é pessoal e por meio do sexo oral-anal.
mais comum afetar as glândulas paróti-
A contaminação pelos vírus B, C e D
das, que produzem a saliva, ou as sub-
podem ser transmitidas por via sexual,
mandibulares e sublinguais, próximas ao
transfusões de sangue e por meio de pro-
ouvido, provocando edemas em um ou
cedimentos médicos. Os sintomas são
em ambos os lados da porção superior do

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BIOLOGIA 2 – IDEIA

semelhantes, apresentando icterícia, ano- ao assoar o nariz, a obstrução perma-


rexia, diarreia, desconforto abdominal, nece), fraqueza, dores musculares, febre,
febre, vômitos, entre outros. prostração, dores de cabeça e tosse.
As medidas profiláticas variam de A prevenção deve ser efetuada evi-
acordo com o tipo de vírus. Na hepatite tando-se contato com pessoas doentes. O
A e E manter a higiene pessoal, com par- uso de antipiréticos e analgésicos com-
ticular ênfase na lavagem frequente das bate os sintomas, bem como o uso de va-
mãos e da região genital e perianal, antes soconstritores, que diminuem a obstru-
e após a relação sexual, lavar bem os ór- ção nasal.
gãos genitais.
O repouso permite a ação do sistema
No caso das hepatites B e C e D re- imunológico, e a vitamina C aumenta a
comenda-se evitar contato com sangue resistência e a produção de anticorpos.
infectado como não compartilhando ob-
A vacina contra a gripe existe, mas o
jetos cortantes ou perfurantes, nem ins-
vírus é altamente mutante, não havendo
trumentos para preparação de drogas in-
uma vacina definitiva. Normalmente, a
jetáveis, sempre usar preservativo nas re-
vigilância sanitária prevê as três varieda-
lações sexuais e a realização de procedi-
des mais ativas e administra a vacina em
mentos de tatuagem e colocação de pier-
indivíduos suscetíveis, como idosos.
cing somente em estabelecimentos que
utilizam material descartável e/ou esteri- Caso outra variedade apareça, a va-
lizado. cina não terá nenhuma utilidade. Assim,
a vacina é feita, anualmente, contra os ti-
Gripe:
pos de vírus mais comuns daquele ano.
A gripe é uma infecção aguda do sis-
Conjuntivite:
tema respiratório, provocado pelo vírus
da influenza, com grande potencial de A conjuntivite é uma inflamação da
transmissão. O vírus é envelopado com conjuntiva, membrana transparente que
oito moléculas de RNA. envolve o globo ocular e a parte interna
da pálpebra.
A contaminação ocorre por contágio
direto, por meio de aerossóis de saliva ou A conjuntivite viral tem como agente
gotículas de secreção contaminadas ex- etiológico um vírus da família Adeno-
pelidas pelas vias respiratórias. Normal- viridae, altamente contagioso, frequente
mente, é mais recorrente em épocas de no verão e que compromete os dois
chuvas, quando a aglomeração de pes- olhos, não necessariamente ao mesmo
soas facilita a transmissão viral. tempo. Os sintomas incluem edema pal-
pebral, intolerância à luz, visão emba-
O vírus da gripe ataca os tecidos das
çada e olhos vermelhos lacrimejantes.
porções superiores do aparelho respira-
tório, mas raramente atinge os pulmões. A prevenção é feita por medidas
Há aumento na produção de muco, corri- como a higiene frequente das mãos, a
mento nasal (coriza), obstrução nasal não utilização de lentes de contato du-
(não devido ao muco, mas devido ao rante a infecção e o não compartilha-
edema da mucosa pituitária, tanto é que, mento de lençóis, toalhas e travesseiros
de quem estiver com conjuntivite. Além

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disso deve-se evitar ambientes fechados imunológico se encontra ineficiente,


e banhos de piscina. abrindo portas para as doenças oportu-
nistas.
HPV:
A infecção pelo HIV se manifesta
O HPV, Papilomavírus Humano, é
nas seguintes fases: infecção aguda, fase
um vírus que infecta pele ou mucosas
assintomática e fase sintomática incial. A
(oral, genital ou anal), tanto de homens
fase de infecção aguda se estende do mo-
quanto de mulheres, provocando verru-
mento do contágio até cerca de duas se-
gas anogenitais (região genital e no ânus)
manas.
e câncer, a depender do tipo de vírus.
O período de incubação compreende
A transmissão do HPV se dá por con-
o período da infecção até o aparecimento
tato direto com a pele ou mucosa infec-
dos sintomas da fase aguda, que pode va-
tada. A principal forma de transmissão é
riar de 5 a 30 dias.
pela via sexual, que inclui contato oral-
genital, genital-genital ou mesmo ma- A fase aguda caracteriza-se pela ele-
nual-genital. Também pode haver trans- vada viremia e por uma resposta imune
missão durante o parto. intensa e rápida queda na contagem de
linfócitos CD4+, de caráter transitório.
As medidas preventivas são a vacina
Podem aparecer sinais e sintomas típicos
contra o HPV, exame preventivo contra
de infecção viral como febre, cefaleia,
o HPV e o uso de preservativos.
inchaços nos nódulos linfáticos, farin-
Síndrome da Imunodeficiência gite, mialgia, artralgia, ulcerações muco-
Adquirida – AIDS: cutâneas, envolvendo mucosa oral, esô-
fago e genitália, perda de peso, náuseas e
A Síndrome da Imunodeficiência vômitos.
Adquirida (do inglês Acquired Immuno-
deficiency Syndrome), é uma doença in- A fase assintomática ou fase crônica
fecciosa causada pelo vírus HIV (do in- os sinais e sintomas são poucos ou au-
glês, Human immunodeficiency virus). sentes. É um período de latência, em que
É um retrovírus envelopado da família o paciente pode transmitir o vírus.
Retroviridae, subfamília Lentiviridae e
Essa fase demora de 6 meses a vários
Lentivirus.
anos. Nessa fase diz-se que o indivíduo é
O vírus ataca os linfócitos T4, que é soropositivo.
uma célula do sistema imunológico, ou
Caso o portador tenha uma queda de
seja, estão envolvidas nos processos de
imunidade, o HIV se manifesta, fazendo
defesa do organismo humano.
com que a infecção entre no último está-
Além disso, os macrofágos atuam gio: a aids.
como um reservatório desse vírus, não
Se nessa fase assintomática o indiví-
sendo destruídos por ele, e acabam mi-
duo fizer o uso do coquetel anti-HIV,
grando pela corrente sanguínea para di-
pode ser que demorem muitos anos para
ferentes partes do corpo.
que a doença se manifeste.
Consequentemente, com a redução
A fase sintomática inicial caracte-
dos linfócitos T4, a pessoa com HIV
riza-se peça presença de sinais e sinto-
apresenta uma queda de imunidade, fi-
cando suscetível, uma vez que o sistema

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BIOLOGIA 2 – IDEIA

mas inespecíficos de intensidade variá- • BACTÉRIAS


vel, além de processos oportunistas, cu-
São organismos unicelulares. Podem
jos sintomas incluem candidíase oral,
ser encontrados de forma isolada ou em
linfadenopatia generalizada, diarreia, fe-
colônias; são constituídos por uma célula
bre, astenia, sudorese noturna, perda de
(unicelulares), não possuem núcleo celu-
peso superior a 10% da massa corporal,
lar definido (procariontes) e não pos-
fadiga, inchaço crônico de gânglios lin-
suem organelas membranosas.
fáticos, surgimento de pequenos pontos
vermelhos na pele e distúrbios do sis- ➢ Morfologia Bacteriana
tema nervoso central, desde fortes dores
de cabeça a encefalites. Existem muitos tamanhos e formas
de bactérias. A maioria das bactérias va-
A transmissão do HIV é por Sexo va- ria de 0,2 a 2,0 µm de diâmetro e de 2 a
ginal, anal e oral sem camisinha, uso de 8 µm de comprimento.
seringa por mais de uma pessoa, transfu-
são de sangue contaminado e o uso de Elas possuem algumas formas bási-
instrumentos que furam ou cortam não cas: cocos esféricos (que significa fruti-
esterilizados. ficação), bacilos em forma de bastão
(que significa bastonete) e espiral.
Outra forma de transmissão é a mãe
infectada para seu filho durante a gravi- Os cocos geralmente são redondos,
dez, no parto e na amamentação. mas podem ser ovais, alongados ou acha-
tados em uma das extremidades. Quando
As principais medidas profiláticas os cocos se dividem para se reproduzir,
são o uso de preservativo durante as re- as células podem permanecer ligadas
lações sexuais, não compartilhar serin- umas às outras.
gas e agulhas, utilizar apenas seringas
descartáveis e materiais cirúrgicos este- Os cocos tomam denominações dife-
rilizados, o uso do coquetel em mulheres rentes de acordo com o seu arranjo:
grávidas portadoras do HIV, pois reduz a Diplococos - cocos agrupados aos
possibilidade de transmissão para o bebê pares.
e as mães portadoras devem evitar a
amamentação. Tétrades - agrupamentos de quatro
cocos.
As drogas desenvolvidas têm contri-
buído para aumentar a expectativa de Sarcina - agrupamentos de oito co-
vida do paciente infectado. cos em forma cúbica.

O coquetel é composto por drogas Estreptococos - cocos agrupados em


com diferentes mecanismos de ação com cadeias.
o propósito de impedir a reprodução do Estafilococos - cocos agrupados em
vírus. Atualmente, há protótipos de vaci- grupos irregulares, lembrando cachos de
nas em fase de testes clínicos. uva.
Entretanto, um fator que tem amea-
çado o sucesso das vacinas é o fato de o
HIV ser altamente mutagênico.

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BIOLOGIA 2 – IDEIA

As formas espiraladas são caracteri-


zadas por células em espiral; dividem-se
em:
Espirilos - possuem uma forma heli-
coidal, como um saca-rolha, e um corpo
bastante rígido e movem-se à custa de
Os bastonetes são células cilíndricas flagelos externos. Ex.: Gênero Aquaspi-
em forma de bastão. Os bacilos se divi- rillium.
dem somente ao longo de seu eixo curto,
portanto, existe menor número de agru- Espiroquetas - forma helicoidal e
pamentos de bacilos que de cocos. flexível que se locomovem geralmente
por contrações do citoplasma, podendo
A maioria dos bacilos se apresenta dar várias voltas completas em torno do
como bastonetes simples. próprio eixo. Ex.: Gênero Treponema.
Alguns bacilos possuem a aparência Vibriões - bactérias que se asseme-
de “canudinhos”. lham a bastões curvos.
Outros possuem extremidades côni-
cas, como charutos.
Outros ainda são ovais e tão pareci-
dos com os cocos que são chamados de
cocobacilos.
Os arranjos podem ser:
Diplobacilos - se apresentam em pa-
res após a divisão.
Estreptobacilos - ocorrem em ca-
deias.

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BIOLOGIA 2 – IDEIA

➢ Estruturas Bacterianas Exter- Pêlos (fímbrias):


nas
São apêndices finos, retos e curtos
Parede Celular: que estão presentes em muitas bactérias
Gram-negativas.
A parede celular de uma célula bac-
teriana é uma estrutura complexa, semir- Os pêlos originam-se de corpúsculos
rígida, responsável pela forma da célula. basais na membrana citoplasmática e sua
A parede celular circunda a frágil mem- função parece estar relacionada com a
brana plasmática, protegendo-a e ao in- troca de material genético durante a con-
terior da célula das alterações adversas jugação bacteriana (fímbria sexual) com
no ambiente externo. Quase todos os a aderência às superfícies mucosas.
procariotos possuem paredes celulares.
As fímbrias podem ser removidas
A principal função da parede celular sem comprometimento da viabilidade
é prevenir a ruptura das células bacteria- celular e regeneram-se rapidamente.
nas quando a pressão da água dentro da
célula é maior que fora dela. Ela também
ajuda a manter a forma de uma bactéria
e serve como ponto de ancoragem para
os flagelos.
À medida que o volume de uma cé-
lula bacteriana aumenta, sua membrana
plasmática e parede celular se estendem
conforme necessário. Flagelos:
Clinicamente, a parede celular é im- Algumas células procarióticas pos-
portante, pois contribui para a capaci- suem flagelos, que são longos apêndices
dade de algumas espécies causarem do- filamentosos que propelem as bactérias.
enças e também por ser o local de ação
de alguns antibióticos. De acordo com o número e distribui-
ção dos flagelos, as bactérias podem ser
Ela contém polímeros complexos co- classificadas como: atríquias (sem flage-
nhecidos como peptidioglicanos, que são los), monotríquias (um único flagelo),
responsáveis pela sua rigidez, que além anfitríquias (um flagelo em cada extre-
de serem importantes na composição midade), lofotríquias (um tufo de flage-
química da parede celular é usada para los em uma, ou ambas as extremidades)
diferenciar os principais tipos de bacté- e peritríquias (apresentando flagelos ao
rias. Elas podem ser divididas em dois longo de todo o corpo bacteriano).
grandes grupos, as Gram-positivas e as
Gram-negativas (observe a imagem). Glicocálice:
O glicocálice bacteriano é um polí-
mero viscoso e gelatinoso que está situ-
ado externamente à parede celular e é
composto de polissacarídeo, polipeptídio
ou ambos.
Sua com posição química varia am-
plamente entre as espécies. Em grande

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BIOLOGIA 2 – IDEIA

parte, ele é produzido dentro da célula e As principais estruturas do cito-


secretado para a superfície celular. Se a plasma dos procariotos são: uma área nu-
substância é organizada e está firme- clear (contendo DNA), as partículas de-
mente aderida à parede celular, o glico- nominadas ribossomos e os depósitos de
cálice é descrito como uma cápsula. reserva denominados inclusões. Proteí-
nas filamentosas no citoplasma são dire-
Se a substância não é organizada e
tamente responsáveis pela forma helicoi-
está fracamente ade rida à parede celular,
dal e de bastonete da célula bacteriana.
o glicocálice é descrito como uma ca-
mada viscosa. Nucleóide e Plasmídeos:
Membrana plasmática: O nucleoide de uma célula bacteri-
ana, normalmente, contém uma única
A membrana plasmática (citoplas-
molécula longa e contínua de DNA de
mática) (ou membrana interna) é uma es-
fita dupla, com frequência arranjada de
trutura fina situada no interior da parede
forma circular, denominada cromos-
celular, revestindo o citoplasma da cé-
somo bacteriano.
lula.
Essa é a informação genética da cé-
A membrana plasmática dos procari-
lula, que carrega todos os dados necessá-
otos consiste principalmente de fosfoli-
rios para as estruturas e as funções celu-
pídios, que são as substâncias químicas
lares.
mais abundantes na membrana, e proteí-
nas. Além do cromossomo bacteriano, as
bactérias frequentemente contêm peque-
As membranas plasmáticas eucarió-
nas moléculas de DNA de fita dupla, cir-
ticas também contêm carboidrato e este-
culares, denominadas plasmídeos.
róis, como o colesterol.
Essas moléculas são elementos gené-
Como não possuem esteróis, as
ticos extracromossômicos, isto é, elas
membranas plasmáticas procarióticas
não estão conectadas ao cromossomo
são menos rígidas que as membranas eu-
bacteriano principal e se replicam inde-
carióticas. Uma exceção é o procarioto
pendentemente do DNA Cromossômico.
sem parede Mycoplasma, que contém es-
teróis na membrana. Ribossomos:
Citoplasma: Os ribossomos são compostos de
duas subunidades, cada qual consistindo
Citoplasma refere-se a uma substân-
de proteína e de um tipo de RNA deno-
cia da célula no interior da membrana
minado RNA ribossômico (rRNA). Eles
plasmática. Cerca de 80% do citoplasma
funcionam como locais de síntese pro-
são compostos de água, contendo princi-
teica.
palmente proteínas (enzimas), carboidra-
tos, lipídeos, íons inorgânicos e compos- Inclusões Citoplasmáticas:
tos de peso molecular muito baixo.
As inclusões são vários tipos de de-
Os íons inorgânicos estão presentes pósitos de reserva. As células podem
em concentrações muito maiores no cito- acumular certos nutrientes quando eles
plasma que na maioria dos meios. O ci- são abundantes e usá-los quando estão
toplasma é espesso, aquoso, semitrans- escassos no ambiente.
parente e elástico.

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BIOLOGIA 2 – IDEIA

Evidências sugerem que macro mo- Transformação:


léculas concentradas nas inclusões evi-
Incorporação de fragmentos de DNA
tam o aumento da pressão osmótica que
perdidos por outra bactéria que se rom-
ocorreria se as moléculas estivessem dis-
peu. Na natureza, algumas bactérias, tal-
persas no citoplasma.
vez após a morte e a lise celular, liberam
Algumas inclusões são comuns a seu DNA no ambiente.
uma ampla variedade de bactérias, en-
Então, outras bactérias podem en-
quanto outras são limitadas a um número
contrar o DNA e, dependendo da espécie
pequeno de espécies, servindo assim
e das condições de crescimento, captar
como base para a identificação, alguns
fragmentos do DNA e os integrar em
exemplos de inclusão são grânulos meta-
seus próprios cromossomos por recom-
cromáticos, grânulos polissacarídeos, in-
binação.
clusões lipídicas, grânulos de enxofre,
carboxissomos, vacúolos de gás e mag-
netossomos.

➢ Reprodução Bacteriana
As bactérias geralmente reprodu-
zem-se assexuadamente por fissão biná-
ria ou cissiparidade. Nesse processo re- Conjugação:
produtivo ocorre à replicação do cromos-
somo e uma única célula divide-se em Duas células bacterianas genetica-
duas; em seguida ocorre a divisão do cro- mente diferentes trocam DNA através do
mossomo bacteriano replicado e o desen- pili sexual. A conjugação é mediada por
volvimento de uma parede celular trans- um tipo de plasmídeo, um fragmento cir-
versal. cular de DNA que se replica de modo in-
dependente do cromossomo da célula.
Além da fossão binária, existem ou-
tros métodos reprodutivos assexuados Entretanto, os plasmídeos diferem
entre as bactérias, como a esporulação e dos cromossomos bacterianos, pois os
brotamento. genes que eles transportam normalmente
não são essenciais para o crescimento da
Embora não ocorra reprodução sexu- célula sob condições normais.
ada, pode ocorrer troca de material gené-
tico entre as bactérias, mecanismo co- Os plasmídeos responsáveis pela
nhecido por recombinação. Ela pode conjugação são transmissíveis entre as
ocorrer por três formas, a transformação, células durante a conjugação. A conjuga-
conjugação ou transdução. ção requer o contato direto célula, de-

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vendo ser de tipos opostos de acasala- ➢ Bacterioses


mento. As células doadoras devem trans-
Tuberculose:
portar o plasmídeo, e as células recepto-
ras, normalmente, não. A tuberculose afeta geralmente os
pulmões, embora possa também afetar
outras partes do corpo. É causada pelo
bacilo de Koch (Mycobacterium tuber-
culosis). Causa tosse persistente (por
meses e até anos, quando não tratada).
Apresentam outros sintomas, como
perda de peso, cansaço, febre e, em casos
mais graves, tosse com eliminação de
sangue.
A tuberculose é uma doença tratada
Transdução: com o uso de antibióticos que são admi-
Nesse processo, o DNA bacteriano é nistrados durante um longo período. A
transferido de uma célula doadora para principal prevenção é a vacina BCG,
uma célula receptora dentro de um vírus aplicada no primeiro dia de vida, aquela
que infecta bactérias, denominado bacte- que deixa uma marquinha no braço.
riófago, ou fago. Hanseníase:
Quando o bacteriófago entra numa Conhecida como lepra, é uma das do-
célula bacteriana, o DNA do vírus mis- enças mais antigas, o micro-organismo
tura-se com uma parte do DNA bacteri- causador da doença é a bactéria Myco-
ano, de modo que o vírus passa a carre- bacterium leprae, conhecida como bacilo
gar essa parte do DNA. de Hansen.
Se o vírus infecta uma segunda bac- É uma doença crônica, e a transmis-
téria, o DNA da primeira pode misturar- são do se dá por meio de convivência
se com o DNA da segunda. Essa nova in- muito próxima e prolongada com o do-
formação genética é então replicada a ente da forma transmissora, que não se
cada nova divisão. encontra em tratamento, por contato com
gotículas de saliva ou secreções do nariz.
Tocar a pele do paciente não transmite a
hanseníase.
Causa lesões na pele e atingem tam-
bém o sistema nervoso, fazendo com que
a pessoa perca a sensibilidade na região
afetada (ao tato, dor e temperatura), con-
ferindo à doença um alto poder incapaci-
tante, principal responsável pelo estigma
e discriminação às pessoas acometidas
pela doença.

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BIOLOGIA 2 – IDEIA

Quando não tratada ou identificada, a tratada rapidamente, pode gerar compli-


pessoa com lepra pode ferir as partes le- cações renais e hepáticas, levando o do-
sadas e não sentir, o que pode ser bas- ente à morte. Pode ser tratada nos hospi-
tante grave, levando à perda de tecido e tais com a utilização de antibióticos.
até membros. Não há vacinação contra a
É uma doença muito comum durante
lepra, a principal prevenção é o trata-
enchentes e inundações, quando as pes-
mento dos doentes para evitar mais con-
soas entram em contato direto com a
tágios.
água contaminada trazida pelas enxurra-
Difteria: das.
A difteria é causada pela bactéria Gonorreia:
Corynebacterium diphtheriae, também
A gonorreia, também conhecida por
conhecida como crupe. É uma doença
blenorragia, é uma doença causada pela
que acomete principalmente crianças. é
bactéria gonococo (Neisseria gonor-
transmitida pelo contato direto da pessoa
rhoeae).
doente ou portadores com pessoa susce-
tível, por meio de gotículas eliminadas Transmitida por contato sexual, a
por tosse, espirro ou ao falar. bactéria causa dor, ardência e produção
de pus ao urinar, tanto em homens
A presença de placas na cor branco-
quanto em mulheres. A prevenção se dá
acinzentada nas amígdalas e partes pró-
com o uso de camisinha.
ximas é o principal sintoma da difteria.
A prevenção é feita por vacinação penta- Sífilis:
valente.
A sífilis é uma Infecção Sexualmente
Disenteria: Transmissível (IST) curável e exclusiva
do ser humano, causada pela bactéria
As disenterias causadas por bactérias
Treponema pallidum. Pode também ser
com forma de bacilos. É transmitida pela
transmitida de mãe para filho durante a
água ou alimentos contaminados ou pelo
gestação.
contato com fezes contaminadas.
Inicialmente, a bactéria causa o apa-
Os principais sinais da disenteria
recimento de feridas indolores com as
bacteriana é a diarreia, muitas vezes
bordas endurecidas próximas aos órgãos
acompanhada de sangue ou muco.
sexuais. Essas feridas geralmente so-
Leptospirose: mem, mesmo sem tratamento.
A leptospirose é a mais conhecida Apesar disso, a pessoa não está cu-
entre as doenças causadas por bactéria. O rada e, caso não seja tratada, a doença
micro-organismo responsável pela enfer- pode comprometer outros órgãos, inclu-
midade é a Leptospira interrogans, sive o sistema nervoso. O uso correto e
transmitida por meio do contato com regular da camisinha feminina e/ou mas-
água, alimento e objetos infectados com culina é a medida mais importante de
a urina de ratos, gatos, cães e outros ani- prevenção da sífilis, por se tratar de uma
mais portadores da bactéria. IST.
Os sintomas são febre alta, dores O acompanhamento das gestantes e
musculares e nas articulações, além de parcerias sexuais durante o pré-natal de
calafrios. Caso não seja diagnosticada e

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BIOLOGIA 2 – IDEIA

qualidade contribui para o controle da sí- atingir também a musculatura involuntá-


filis congênita. ria, levando à morte por asfixia.
Botulismo: O tratamento é feito através de soro
antitetânico em caso de ferimento sus-
O botulismo é uma doença causada
peito (que inviabiliza a toxina produzida
pela Clostridium botulinum. É transmi-
pela bactéria) e a prevenção é feita por
tida por alimentos contaminados e a bac-
meio da vacinação.
téria produz uma toxina que atinge o sis-
tema nervoso e provoca tremores, vômi- Cólera:
tos e fraqueza muscular, aumentando
A cólera é uma doença causada pela
progressivamente.
bactéria conhecida como vibrião colé-
A fraqueza nos músculos pode levar rico (Vibrio cholerae) e é transmitida por
à sua paralisia e, consequentemente, à água e alimentos contaminados, crus ou
parada respiratória e a óbito. malcozidos.
Para evitar isso, é necessário o trata- O vibrião se instala no intestino del-
mento hospitalar. gado humano, causando diarreia caracte-
rística (fezes esbranquiçadas e muito lí-
Por tais motivos, é muito importante
quidas). Além disso, o doente sente for-
evitar consumir alimentos com cheiro es-
tes dores abdominais, dores pelo corpo e
tranho e expostos durante muito tempo.
vômitos.
A bactéria consegue sobreviver tam-
Por conta do forte desarranjo intesti-
bém dentro de embalagens de alimentos
nal, a pessoa logo fica desidratada, o que
enlatados, portanto não se deve consumir
agrava o caso. Por perder muito líquido,
alimentos em que a embalagem esteja em
o indivíduo contaminado perde também
mau estado de conservação ou estufadas.
peso rapidamente, ficando com os olhos
Tétano: encovados e com a pele seca e enrugada.
A prevenção se dá através de cuidados de
O tétano é uma das doenças causadas higiene e saneamento básico.
por bactérias, em especial pela micro-or-
ganismo Clostridium tetani. Esta bacté- Meningite Meningocócica:
ria é anaeróbica obrigatória e vive em
Meningite é um nome comum para
microambientes desprovidos de oxigê-
inflamação das meninges (membranas
nio, como entre partículas de ferrugem.
que envolvem e protegem o sistema ner-
Por isso, a contaminação se dá por fe- voso central).
rimentos profundos na pele ou através do
A meningite mais perigosa é a cau-
cordão umbilical dos recém-nascidos
sada pela bactéria conhecida como me-
quando o corte é feito por instrumentos
ningococo. Inicialmente, ela causa febre
não esterilizados.
alta, vômitos e rigidez dos músculos da
Os sintomas iniciais são dor de ca- nuca.
beça e febre. Posteriormente, o doente
Caso não seja tratada, a meningite
passa a ter contrações musculares invo-
pode atingir os órgãos do sistema ner-
luntárias, rigidez na nuca e na mandí-
voso, danificando-o e podendo levar à
bula. Quando não tratado, o tétano pode
morte.

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BIOLOGIA 2 – IDEIA

Por tal motivo, uma vez diagnosti- da divisão celular. Após muitos núcleos
cado com a enfermidade, o paciente é ra- serem formados, uma pequena porção do
pidamente hospitalizado. citoplasma se concentra ao redor de cada
núcleo, e então a célula se separa em cé-
Febre maculosa:
lulas-filhas.
A febre maculosa é uma doença cau-
A reprodução sexuada já foi obser-
sada pela bactéria Rickettsia rickettsii.
vada em alguns protozoários. Os cilia-
O micro-organismo é transmitido por dos, como o Paramecium, se reproduzem
meio da picada de carrapatos (geral- sexualmente por conjugação, que é
mente o carrapato-estrela). Provoca do- muito diferente do processo bacteriano
res de cabeça, febre alta e máculas (ou de mesmo nome.
manchas) pelo corpo.
Durante a conjugação dos protozoá-
A doença precisa ser rapidamente di- rios, duas células se fundem, e um núcleo
agnosticada e tratada pois pode evoluir haploide (o micronúcleo) de cada célula
para casos graves, resultando em óbito. migra para a outra célula.
Esse micronúcleo haploide se funde
com o micronúcleo que está dentro da
• PROTOZOÁRIOS célula. As células parentais se separam, e
Os protozoários são microrganismos cada uma se torna uma célula fertilizada.
do Reino Protista. São organismos uni- Depois, quando as células se dividem,
celulares, eucarióticos quimio-heterotró- elas produzem células-filhas com o DNA
ficos. recombinado.

Em sua grande maioria, apresentam Alguns protozoários produzem ga-


vida livre e são encontrados em diferen- metas (gametócitos), células sexuais ha-
tes ambientes aquáticos e úmidos. Exis- ploides. Durante a reprodução, os dois
tem, no entanto, espécies que vivem em gametas se fundem para formar um zi-
associação com outros organismos, que goto diploide.
são denominados de epibiontes, comen- Sob certas condições adversas, al-
sais, simbiontes ou parasitas. guns protozoários produzem uma cáp-
O termo protozoan significa “pri- sula protetora chamada de cisto. Um
meiro animal”, que geralmente descreve cisto permite que o organismo sobreviva
sua nutrição semelhante à dos animais. na ausência de alimento, umidade ou
Além de se alimentarem, os protozoários oxigênio, quando as temperaturas não
devem-se reproduzir, e espécies parasi- são adequadas, ou quando compostos tó-
tas devem ser capazes de ir de um hospe- xicos estão presentes.
deiro para outro. Um cisto também permite que uma
➢ Ciclo de Vida espécie parasita seja capaz de sobreviver
fora de um hospedeiro.
Os protozoários se reproduzem asse-
xuadamente por fissão, brotamento ou Isso é importante, pois os protozoá-
esquizogonia. rios parasitas podem precisar ser excre-
tados de um hospedeiro para precisar
Esquizogonia é uma fissão múltipla; chegara um novo.
o núcleo se divide múltiplas vezes antes

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O cisto formado nos membros do filo ➢ Filos


Apicomplexa é chamado de oocisto e é
Archaezoa:
uma estrutura reprodutiva a partir da qual
novas células são produzidas assexuada- Os Archaezoa são eucariotos que não
mente. possuem mitocôndrias. Eles têm uma or-
ganela singular chamada de mitossomo.
Os mitossomos aparentam ser rema-
nescentes de mitocôndria, que estava
presente em um ancestral de archaezoa.
Muitos Aarchaezoa vivem em simbiose
no trato digestório de animais.
Os Archaezoa são tipicamente em
forma de fuso, com flagelos projetados
na extremidadefrontal. A maioria apre-
➢ Nutrição senta dois ou mais flagelos.
Os protozoários são em sua maioria Como os outros flagelados, o T. va-
heterotróficos aeróbicos, embora muitos ginalis tem uma membrana ondulante,
protozoários intestinais sejam capazes de que consiste em uma membrana com um
crescer em anaerobiose. flagelo na extremidade.
Dois grupos contendo clorofila, di- O T.vaginalis não apresenta estágio
noflagelados e euglenoides, frequente- de cisto e precisa ser transferido rapida-
mente são estudados com as algas. mente de um hospedeiro para outro antes
Todos os protozoários vivem em que a dessecação ocorra.
áreas com grande suprimento de água. Outro arquezoa parasita é a Giardia
Alguns protozoários transportam o ali- lamblia, esse parasita é encontrado no in-
mento através da membrana plasmática. testino delgado de humanos e outros ma-
Contudo, alguns apresentam uma co- míferos, sendo excretado nas fezes na
bertura protetora, ou película, e necessi- forma de cisto e sobrevive no ambiente
tam de estruturas especializadas para ob- até ser ingerido pelo próximo hospe-
ter o alimento. deiro.

Os ciliados se alimentam por ondula-


ção de seus cílios em direção a uma es-
trutura semelhante a uma boca aberta
chamada de citóstoma.
As amebas engolfam o alimento cir-
cundante envolvendo-o com pseudópo-
des e causando a fagocitose.
Em todos os protozoários, a digestão Microspora:
ocorre em vacúolos envolvidos por Microsporas não possuem microtú-
membranas, e os dejetos podem ser eli- bulos e são parasitas intracelulares obri-
minados através da membrana plasmá- gatórios.
tica ou de um poro anal especializado.

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BIOLOGIA 2 – IDEIA

Eles têm sido como causa de várias Ciliophora:


doenças em humanos, incluindo diarreia
Os membros do filo Ciliophora, ou
crônica e ceratoconjuntivite, principal-
ciliados, possuem cílios que são simila-
mente em pacientes com Aids.
res aos flagelos, no entanto mais curtos.
Amoebozoa: Os cílios são arranjados em filas precisas
sobre a célula. Eles se movem em harmo-
Os Amoebozoa, ou amebas, movem-
nia para propelir a célula em seu ambi-
se estendendo projeções tipo lóbulos do
ente e direcionar partículas de alimento
citoplasma chamadas de pseudópodes.
para a boca.
Qualquer número de pseudópodes
pode derivar de um lado da ameba, e o
restante da célula deslizar para os pseu-
dópodes.

Euglenozoa:
Dois grupos de células flageladas es-
tão incluídos entre os Euglenozoa com
Apicomplexa: base em sequências comuns de RNA,
mitocôndrias em forma de disco e ausên-
Os Apicomplexa não se locomovem
cia de reprodução sexuada:
quando adultos e são parasitas intracelu-
lares obrigatórios. Os euglenoides são fotoautotróficos.
São frequentemente são estudados com
Esses protozoários são caracteriza-
as algas porque podem realizar fotossín-
dos pela presença de um complexo de or-
tese. Eles possuem uma membrana plas-
ganelas especiais nos ápices de suas cé-
mática semirrígida chamada de película
lulas (por isso o nome do filo). As orga-
e se movem por meio de um flagelo lo-
nelas desses complexos apicais contêm
calizado na extremidade anterior.
enzimas que penetram os tecidos dos
hospedeiros. A maioria também possui um ocelo
vermelho na extremidade anterior, orga-
Apresenta um ciclo de vida com-
nela contendo carotenoides percebe a luz
plexo que envolve a transmissão entre
e dirige a célula na direção apropriada
vários hospedeiros.
usando um flagelo pré-emergente.
Um exemplo de um Apicomplexa é o
Alguns euglenoides são quimio-hete-
Plasmodium, o agente causador da malá-
rotróficos facultativos. No escuro, eles
ria.
ingerem matéria orgânica pelo citós-
O ciclo de vida complexo do parasita toma.
dificulta o desenvolvimento de uma va-
cina contra malária.

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Os hemoflagelados (parasitas san- Após entrar no inseto, o tripanos-


guíneos) são transmitidos através das pi- soma multiplica-se rapidamente por es-
cadas de insetos hematófagos e são en- quizogonia. Se o inseto defeca enquanto
contrados no sistema circulatório do hos- está picando um humano, ele libera tri-
pedeiro picado. panossomas que podem contaminar a fe-
rida causada pela picada.
Para sobreviverem no fluido viscoso,
os hemoflagelados possuem corpos lon- Apresenta uma fase aguda (doença
gos e delgados e uma membrana ondu- de Chagas aguda – DCA) que pode ser
lante. sintomática ou não, e uma fase crônica,
que pode se manifestar nas formas inde-
Um exemplo é o gênero Trypano-
terminada, cardíaca, digestiva ou cardio-
soma que inclui a espécie que causa a do-
digestiva.
ença do sono africana, T. brucei gambi-
ense, transmitida pela mosca tsé-tsé e T. Sua incidência está diretamente rela-
cruzi (o agente causador da doença de cionada às condições habitacionais, por-
Chagas, é transmitido pelo barbeiro, in- tanto, deve-se evitar a moradia em casas
seto assim chamado, pois costuma picar de barro.
a face).
Aplicação de inseticidas e utilização
de telas em portas e janelas são algumas
das medidas preventivas que devem ser
adotadas, principalmente em ambientes
rurais.
A melhor forma de prevenção é o
combate ao inseto transmissor. Não há
vacina contra a doença de Chagas
Leishmaniose:
Leishmaniose é uma doença com-
➢ Protozooses plexa e disseminada que exibe formas
clínicas graves. Os patógenos protozoá-
Doença de Chagas: rios são cerca de 20 espécies diferentes,
A doença de Chagas é a infecção geralmente categorizadas em três grupos
causada pelo protozoário Trypanosoma para simplificar. Um grupo, a Leishma-
cruzi. É transmitido pelo barbeiro, inseto nia donovani, causa uma leishmaniose
assim chamado porque pica a face, a in- visceral na qual os parasitas invadem os
gestão de alimentos contaminados com órgãos internos.
parasitos provenientes de triatomíneos Os grupos L. tropica e L. braziliensis
infectados. crescem preferencialmente em tempera-
Também pode ser vertical, pela pas- turas mais frias e causam lesões na pele
sagem de parasitos de mulheres infecta- ou nas membranas mucosas. A leishma-
das por T. cruzi para seus bebês durante niose é transmitida pela picada dos fle-
a gravidez ou o parto e transfusão de san- botomíneos fêmea.
gue ou transplantes de órgãos de doado- A forma infecciosa, apromastigota, é
res infectados a receptores sadios. encontrada na saliva do inseto. Ela perde

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seu flagelo quando penetra na pele da ví- Após a ingestão dos cistos, estes se
tima mamífera, tornando-se uma amasti- rompem no intestino e dão origem a vá-
gota que se prolifera nas células fagocí- rias giárdias, que se multiplicam por di-
ticas, principalmente em locais fixos no visão binária. Posteriormente, encistam-
tecido. se, sendo eliminados pelas fezes.
Essas amastigotas são então ingeri- A doença pode ser sintomática ou as-
das pela alimentação de flebotomíneos, sintomática. A infecção sintomática
renovando o ciclo. O contato com sangue apresenta sinais e sintomas como, diar-
contaminado de transfusões ou agulhas reia com fezes ricas em muco, abundan-
compartilhadas também pode resultar tes e fétidas, dores abdominais, perda de
em infecção. peso e náusea. As medidas para a preven-
ção da giardíase são ingestão de água tra-
As principais medidas preventivas
tada ou fervida, cuidados com a higiene
são o diagnóstico e tratamento precoce
pessoal e adequada preparação e conser-
dos casos humanos, controle vetorial re-
vação dos alimentos, adequadas condi-
comendado no âmbito da proteção cole-
ções de saneamento.
tiva, por meio da utilização de insetici-
das, saneamento ambiental com limpeza Além disso, é de suma importância o
e retirada de materiais orgânicos em de- adequado diagnóstico e tratamento dos
composição, controle dos reservatórios, doentes, visando interromper a cadeia de
diagnóstico e eliminação de cães infecta- transmissão.
dos e medidas para evitar a contamina-
Malária:
ção de cães sadios. A prática da eutanásia
canina é recomendada a todos os animais A malária é uma doença infecciosa
sororreagentes e/ou parasitológico posi- febril aguda, causada por protozoários
tivo. transmitidos pela fêmea infectada do
mosquito Anopheles pelo parasita proto-
Tricomoníase:
zoário Plasmodium.
É uma infecção causada pelo proto-
Existem quatro tipos principais de
zoário Trichomonas vaginalis. Nas mu-
malária. O Plasmodium vivax é ampla-
lheres, ataca o colo do útero, a vagina e a
mente disseminado porque pode se de-
uretra, e nos homens, o pênis.
senvolver nos mosquitos a baixas tempe-
Pode ser transmitida pelo sexo sem o raturas e é responsável pela forma mais
uso de preservativos com uma pessoa in- prevalente da doença.
fectada. Por se tratar de uma IST, a pre-
Algumas vezes referida como malá-
venção se dá pelo uso da camisinha em
ria “benigna”, o ciclo de paroxismos
todas as relações sexuais
ocorre a cada dois dias, e os pacientes ge-
Giardíase: ralmente sobrevivem mesmo sem trata-
mento. P. ovale e P. malariae também
É uma infecção causada pela Giar-
causam uma malária relativamente be-
dia lamblia, protozoário flagelado. A
nigna, mas mesmo assim, as vítimas per-
transmissão é Fecal-oral. Direta, pela
dem energia.
contaminação das mãos e consequente
ingestão de cistos em dejetos de pessoa A malária mais perigosa é a causada
infectada; ou indireta, por meio da inges- pelo P. falciparum. Atacam principal-
tão de água ou alimento contaminado. mente as hemácias, no qual sofrem lise,

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BIOLOGIA 2 – IDEIA

liberando merozoítos, produtos da repro- dano neurológico grave e pode prejudi-


dução dos esporozoítos. Assim, causam car a visão pela reativação dos cistos te-
anemia e transtornos no fígado e no baço, ciduais nos olhos.
além de efeitos neurológicos.
As medidas de prevenção da toxo-
A malária não é uma doença contagi- plasmose é a ingestão de carnes bem pas-
osa. As principais medidas de prevenção sadas, água tratada ou fervida e a lava-
da malária são o uso de mosquiteiro, uso gem das mãos após o manuseio de ali-
roupas que protejam pernas e braços, te- mentos, como a carne crua assim como
las em portas e janelas, uso de repelentes. as tábuas de corte, pratos, bancadas e
utensílios, evitar beber leite não pasteu-
Não existe vacina contra a malária.
rizado e produtos lácteos feitos com leite
Já foram desenvolvidas e estudadas
não pasteurizado. Essas medidas devem
substâncias capazes de gerar imunidade,
ser aplicadas principalmente em mulhe-
mas os resultados encontrados ainda não
res que estão em idade fértil e pessoas
são satisfatórios para a implantação da
com imunidade comprometida.
vacinação.
Toxoplasmose:
• EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
A toxoplasmose é uma infecção cau-
sada por um protozoário chamado Toxo- F1) Estima-se que haja atualmente no
plasma Gondii, encontrado nas fezes de mundo 40 milhões de pessoas infectadas
gatos e outros felinos, que pode se hos- pelo HIV (o vírus que causa a AIDS),
pedar em humanos e outros animais. sendo que as taxas de novas infecções
continuam crescendo, principalmente na
A transmissão pose se causada pela
África, Ásia e Rússia. Nesse cenário de
ingestão de água ou alimentos contami-
pandemia, uma vacina contra o HIV teria
nados, transmitido de mãe para filho du-
imenso impacto, pois salvaria milhões de
rante a gestação, inoculação acidental,
vidas. Certamente seria um marco na his-
transfusão sanguínea e transplante de ór-
tória planetária e também uma esperança
gãos e até por inalação de aerossóis con-
para as populações carentes de trata-
taminados.
mento antiviral e de acompanhamento
Em pessoas com um sistema imune médico.
sadio, a infecção de toxoplasmose resulta
Uma vacina eficiente contra o HIV deve-
apenas em sintomas leves ou é assinto-
ria
mática. O principal risco é a infecção
congênita do feto, resultando em nati- a) induzir a imunidade, para proteger o
morto ou em uma criança com dano organismo da contaminação viral.
grave, esse dano fetal ocorre somente
b) ser capaz de alterar o genoma do orga-
quando a infecção inicial é adquirida du-
nismo portador, induzindo a síntese de
rante a gravidez.
enzimas protetoras.
Perda da função imune, sendo a Aids
c) produzir antígenos capazes de se liga-
o melhor exemplo, permite que a infec-
rem ao vírus, impedindo que este entre
ção inaparente seja reativada a partir dos
nas células do organismo humano.
cistos teciduais. Ela geralmente causa

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BIOLOGIA 2 – IDEIA

d) ser amplamente aplicada em animais, c) III.


visto que esses são os principais trans-
d) I e II.
missores do vírus para os seres humanos.
e) II e III.
e) estimular a imunidade, minimizando a
transmissão do vírus por gotículas de sa- F3) Na embalagem de um antibiótico,
liva. encontra-se uma bula que, entre outras
informações, explica a ação do remédio
F2) No primeiro semestre de 2006, o
do seguinte modo:
Movimento Global pela criança, em par-
ceria com o UNICEF, divulgou o relató- “O medicamento atua por inibição da
rio Salvando vidas: o direito das crianças síntese proteica bacteriana.”
ao tratamento de HIV e AIDS. Nesse re-
latório, conclui-se que o aumento da pre- Essa afirmação permite concluir que o
venção primária ao vírus deverá reduzir antibiótico:
o número de novos casos de infecção en- a) Impede a fotossíntese realizada pelas
tre jovens de 15 a 24 anos de idade, como bactérias causadoras da doença e, assim,
mostra o gráfico a seguir. elas não se alimentam e morrem.
b) Altera as informações genéticas das
bactérias causadoras da doença, o que
impede manutenção e reprodução desses
organismos.
c) Dissolve as membranas das bactérias
responsáveis pela doença, o que dificulta
o transporte de nutrientes e provoca a
Com base nesses dados, analise as se-
morte delas.
guintes afirmações.
d) Elimina vírus causadores da doença,
I. Ações educativas de prevenção da
pois não conseguem obter as proteínas
transmissão do vírus HIV poderão con-
produzidas pelas bactérias que parasi-
tribuir para a redução, em 2008, de mais
tam.
de 20% dos novos casos de infecção en-
tre os jovens, em relação ao ano de 2005. e) Interrompe a produção de proteína
das bactérias causadoras da doença, o
II. Ações educativas relativas à utiliza-
que impede a sua multiplicação pelo blo-
ção de preservativos nas relações sexuais
queio das funções vitais.
reduzirão em 25% ao ano os novos casos
de AIDS entre os jovens. F4) A cárie dental resulta da atividade de
bactérias que degradam os açúcares e os
III. Sem o aumento de medidas de pre-
transformam em ácidos que corroem a
venção primária, estima-se que, em
porção mineralizada dos dentes. O flúor,
2010, o aumento de novos casos de in-
juntamente com o cálcio e um açúcar
fecção por HIV entre os jovens será, em
chamado xilitol, agem inibindo esse pro-
relação ao ano de 2005, 50% maior.
cesso. Quando não se escovam os dentes
É correto apenas o que se afirma em corretamente e neles acumulam-se restos
de alimentos, as bactérias que vivem na
a) I. boca aderem aos dentes, formando a
b) II. placa bacteriana ou biofilme. Na placa,

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BIOLOGIA 2 – IDEIA

elas transformam o açúcar dos restos de atraso. Mas ele tem no baço duas col-
alimentos em ácidos, que corroem o es- meias de bichinhos maldosos, que não se
malte do dente formando uma cavidade, misturam, soltando enxames no sangue
que é a cárie. Vale lembrar que a placa em dias alternados. E assim nunca pre-
bacteriana se forma mesmo na ausência cisa de passar um dia sem tremer.
de ingestão de carboidratos fermentá- ROSA, J.G. Sagarana. Rio de Janeiro:
veis, pois as bactérias possuem polissa- Nova Fronteira, 1984.
carídeos intracelulares de reserva.
O texto de João Guimarães Rosa des-
Disponível em: http://www.diario- creve as manifestações das crises paro-
dasaude.com.br. Acesso em: 11 ago. xísticas da malária em seu personagem.
2010 (adaptado).
Essas se caracterizam por febre alta, ca-
*cárie: destruição de um osso por corro- lafrios, sudorese intensa e tremores, com
são progressiva. intervalos de 48 h ou 72 h, dependendo
da espécie de Plasmodium.
*cárie dentária: efeito da destruição da
estrutura dentária por bactérias. Essas crises periódicas ocorrem em ra-
zão da
HOUAISS, Antônio. Dicionário eletrô-
nico. Versão 1.0. Editora objetiva, 2001 a) lise das hemácias, liberando merozoí-
(adaptado). tos e substâncias denominadas hemozoí-
nas.
A partir da leitura do texto, que discute
as causas do aparecimento de cáries, e da b) invasão das hemácias por merozoítos
sua relação com as informações do dici- com maturação até a forma esquizonte.
onário, conclui-se que a cárie dental re-
c) reprodução assexuada dos esporozoí-
sulta, principalmente, de
tos no fígado do indivíduo infectado.
a) falta de flúor e de cálcio na alimenta-
d) liberação de merozoítos dos hepatóci-
ção diária da população brasileira.
tos para a corrente sanguínea.
b) consumo exagerado do xilitol, um
e) formação de gametócitos dentro das
açúcar, na dieta alimentar diária do indi-
hemácias.
víduo.
c) redução na proliferação bacteriana • EXERCÍCIOS PROPOSTOS
quando a saliva é desbalanceada pela má P1) Atente ao que se diz a respeito de ví-
alimentação. rus, e assinale com V o que for verda-
deiro e com F o que for falso.
d) uso exagerado do flúor, um agente que
em alta quantidade torna-se tóxico à for- ( ) Um vírus que se aproxima da célula
mação dos dentes. hospedeira injeta seu material genético e
multiplica-se com a ajuda das organelas
e) consumo excessivo de açúcares na ali-
da célula infectada tem ciclo lisogênico.
mentação e má higienização bucal, que
contribuem para a proliferação de bacté- ( ) Todo vírus possui uma cápsula pro-
rias. teica protetora denominada capsídeo que
encerra um genoma de DNA ou RNA.
F5) A sombra do cedro vem se encostar
no cocho. Primo Ribeiro levantou os om-
bros; começa a tremer. Com muito

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BIOLOGIA 2 – IDEIA

( ) No ciclo lítico, o vírus invade a célula a) o genoma viral é de DNA ou de RNA.


hospedeira e agrega seu material gené-
b) na célula hospedeira o genoma viral
tico ao genoma da mesma.
direciona a síntese dos componentes ne-
( ) Apesar de poder ser causada por fun- cessários para a produção de novos
gos e bactérias, a pneumonia também virions, que são veículos para transmis-
pode ter origem viral. são do genoma viral para a próxima cé-
lula hospedeira ou organismo.
A sequência correta, de cima para baixo,
é: c) todos os genomas virais são parasitas
moleculares obrigatórios que somente se
a) V, V, F, F
tornam funcionais após se replicarem em
b) F, V, F, V uma célula.

c) F, F, V, V d) todos os vírus devem transcrever o


RNAt que será traduzido pelos ribosso-
d) V, F, V, F mos do hospedeiro: então, os vírus são
P2) Atente ao seguinte excerto: parasitas da maquinaria de síntese pro-
teica da célula.
“[…] Sabe-se que as malformações con-
gênitas, dentre elas a microcefalia, têm P3) A febre amarela é uma doença infec-
etiologia complexa e multifatorial, po- ciosa causada por um vírus conhecido
dendo ocorrer em decorrência de proces- como flavivírus. Nas áreas silvestres, o
sos infecciosos durante a gestação. As mosquito do gênero Haemagogus sp. é o
evidências disponíveis até o momento vetor da doença, enquanto, nas áreas ur-
indicam fortemente que o vírus Zika está banas, o vetor é o Aedes aegypti (mos-
relacionado à ocorrência de microcefa- quito da dengue). O aparecimento de bu-
lias. No entanto, não há como afirmar gios mortos em matas próximas a regiões
que a presença do vírus Zika durante a urbanas serviu de sinal de alerta para que
gestação leva, inevitavelmente, ao de- as autoridades sanitárias passassem a in-
senvolvimento de microcefalia no feto. vestigar a presença de febre-amarela na
A exemplo de outras infecções congêni- região. No RS, a febre-amarela se disse-
tas, o desenvolvimento dessas anomalias minou rapidamente de 2008 a 2009, le-
depende de diferentes fatores que podem vando as autoridades sanitárias a tomar
estar relacionados à carga viral, fatores medidas preventivas, que incluíram a va-
do hospedeiro, momento da infecção ou cinação da população nas diferentes
presença de outros fatores e condições áreas afetadas.
desconhecidos até o momento. Por isso, Analise as afirmativas a seguir e escolha
é fundamental continuar os estudos para a melhor alternativa.
descrever melhor a história natural dessa
doença”. I. O ser humano não imunizado que in-
vade o ambiente silvestre pode se tornar
(Ministério da Saúde – Protocolo de vi- um reservatório em potencial quando re-
gilância e resposta à ocorrência de mi- torna ao ambiente urbano.
crocefalia relacionada à infecção pelo ví-
rus zika, 2015). II. Bugios picados pelo Haemagogus sp.
podem ser infectados pelo vírus e, assim,
Sobre a replicação viral, é incorreto afir- podem transmitir a doença diretamente
mar que ao ser humano.

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BIOLOGIA 2 – IDEIA

III. O Aedes aegypti pode se tornar um mais agressivas no desenvolvimento da


vetor importante no meio urbano quando doença.
pica um ser humano contaminado.
e) modificações na sensibilidade das
a) Somente as afirmativas I e II estão cor- bactérias, ocorridas depois de passarem
retas. um longo tempo sem contato com anti-
bióticos.
b) Somente as afirmativas II e III estão
corretas. P5) Leia e analise as afirmativas abaixo:
c) Somente as afirmativas I e III estão I. As bactérias possuem apenas um ma-
corretas. terial genético, DNA ou RNA.
d) Todas as afirmativas estão corretas. II. O cromossomo bacteriano está enove-
lado em torno de uma proteína histona.
e) Todas as afirmativas estão incorretas.
III. As bactérias possuem apenas um cro-
P4) O que têm em comum Noel Rosa,
mossomo, que é circular, e algumas apre-
Castro Alves, Franz Kafka, Álvares de
sentam um material genético denomi-
Azevedo, José de Alencar e Frédéric
nado plasmídeo, que está disperso no ci-
Chopin?
toplasma.
Todos eles morreram de tuberculose, do-
IV. Pelo processo de transdução, muitas
ença que ao longo dos séculos fez mais
bactérias trocam material genético com
de 100 milhões de vítimas. Aparente-
outras bactérias. Assinale a alternativa
mente controlada durante algumas déca-
correta.
das, a tuberculose voltou a matar. O prin-
cipal obstáculo para seu controle é o au- a) Somente as afirmativas i e ii são ver-
mento do número de linhagens de bacté- dadeiras.
rias resistentes aos antibióticos usados
b) Somente a afirmativa iii é verdadeira.
para combatê-la.
c) Somente as afirmativas i, iii e iv são
Esse aumento do número de linhagens
verdadeiras
resistentes se deve a
d) Somente as afirmativas ii e iv são ver-
a) modificações no metabolismo das
dadeiras.
bactérias, para neutralizar o efeito dos
antibióticos e incorporá-los à sua nutri- e) Todas as afirmativas são verdadeiras.
ção.
P6) As bactérias são seres unicelulares,
b) mutações selecionadas pelos antibió- procariotos, que têm formas de vida do
ticos, que eliminam as bactérias sensí- tipo isolada ou em agrupamentos varia-
veis a eles, mas permitem que as resis- dos do tipo coloniais. Embora esses seres
tentes se multipliquem. celulares sejam considerados pelo senso
comum como “micróbios perigosos”, há
c) mutações causadas pelos antibióticos,
muitas espécies importantes para o equi-
para que as bactérias se adaptem e trans-
líbrio dinâmico dos seres vivos e destes
mitam essa adaptação a seus descenden-
com o meio ambiente. Assim sendo,
tes.
muitos estudos e pesquisas são desenvol-
d) modificações fisiológicas nas bacté-
rias, para torná-las cada vez mais fortes e

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BIOLOGIA 2 – IDEIA

vidos na área da microbiologia, para me- e) o desmatamento que provoca a migra-


lhor conhecer a maquinaria biológica das ção ou o desaparecimento dos animais
bactérias. silvestres dos quais o barbeiro se ali-
menta.
Sobre a citologia bacteriana, é correto
afirmar que P8) Com 2,5 milhões de habitantes, Belo
Horizonte é uma das maiores cidades
a) moléculas de DNA que ficam ligadas
brasileiras em que a leishmaniose visce-
ao cromossomo bacteriano e costumam
ral é endêmica – surgiram 1.255 casos
conter genes para resistência a antibióti-
entre 2001 e 2011. Causada por um para-
cos são denominadas de plasmídeos.
sita de uma só célula – o protozoário
b) o capsídeo bacteriano, também conhe- Leishmania infantum ou chagasi – […]
cido como membrana celular, é constitu- pode ser letal se não tratada.
ído por substância química, exclusiva BUENO, Daniel. Infecções silenciosas.
das bactérias, conhecida como mureína. Revista Pesquisa FAPESP. São Paulo,
n.204, fev.2013, p.12.
c) os pneumococos, bactérias causadoras
de pneumonia, são espécies de bactérias A doença parasitária à qual o texto acima
que possuem, externamente à membrana se refere tem como profilaxia
esquelética, outro envoltório, mucilagi-
a) evitar o consumo de alimentos enlata-
noso, denominado de cápsula.
dos em que a lata esteja em mau estado
d) externamente à membrana plasmática de conservação ou estufada.
existe uma parede celular ou membrana
b) usar preservativos durante as relações
esquelética, de composição química es-
sexuais e utilizar agulhas e seringas este-
pecífica de bactérias — o ácido glicol.
rilizadas ou descartáveis.
P7) A doença de Chagas afeta mais de
c) combater os mosquitos com insetici-
oito milhões de brasileiros, sendo co-
das e evitar objetos que acumulem água
mum em áreas rurais. É uma doença cau-
onde as larvas desses insetos se desen-
sada pelo protozoário Trypanosoma
volvem.
cruzi e transmitida por insetos conheci-
dos como barbeiros ou chupanças. d) cozinhas os alimentos e lavar cuidado-
samente as frutas, as verduras e as mãos
a) o consumo de carnes de animais sil-
antes de comer.
vestres que são hospedeiros do vetor da
doença. e) controlar a população de ratos através
do saneamento básico e melhoria das ga-
b) a utilização de adubos químicos na
lerias pluviais.
agricultura que aceleram o ciclo reprodu-
tivo do barbeiro. P9) Um grupo internacional de cientistas
achou um modo de “tapar o nariz” do
c) a ausência de saneamento básico que
mosquito do gênero Anopheles. As aspas
favorece a proliferação do protozoário
são necessárias porque o inseto fareja
em regiões habitadas por humanos.
suas vítimas usando as antenas. Os cien-
d) a poluição dos rios e lagos com pesti- tistas descobriram como ocorre a capta-
cidas que exterminam o predador das lar- ção de cheiros pelas antenas e listaram
vas do inseto transmissor da doença. algumas substâncias capazes de bloquear
a detecção de odores que os mosquitos

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BIOLOGIA 2 – IDEIA

reconhecem. Essa descoberta possibilita, b) todas as afirmativas estão incorretas.


por exemplo, a criação de um repelente
c) apenas as afirmações I, II, IV e V estão
muito mais preciso contra o inseto.
corretas.
Disponível em: http://www1.fo-
d) apenas as afirmações I, III e IV estão
lha.uol.com.br. Acesso em: 12 abr. 2010
corretas.
(adaptado).
e) apenas as afirmações I e IV estão cor-
Se a descoberta descrita no texto for ex-
retas.
tensiva a outros insetos, pode ajudar a
combater algumas doenças no Brasil,
como, por exemplo,
Aula: 05 – Fungos
a) dengue, febre amarela, doença de Cha-
gas e leptospirose.
● INTRODUÇÃO
b) malária, meningite, peste bubônica e
doença de Chagas. Os fungos são seres eucariontes, com
apenas um núcleo, aclorofilados, podem
c) doença de Chagas, dengue, febre ama- ser unicelulares (leveduras) ou pluricelu-
rela e leishmaniose. lares (cogumelos) além de serem seres
heterotróficos.
d) dengue, cólera, lepra e peste bubônica.
Possuem reprodução sexuada e asse-
e) malária, dengue, cólera e leptospirose.
xuada (através de esporos), possuem es-
P10) Considerando-se os vários tipos de truturas somáticas (vegetativas) filamen-
transmissão das doenças, foram feitas as tosas e ramificadas, sua parede celular
seguintes afirmações: contém quitina, entretanto, alguns fun-
gos, podem conter celulose na sua pa-
I. São possíveis de transmissão pelo san-
rede, possuem como substância de re-
gue as seguintes doenças: hepatite, do-
serva o glicogênio. Sua respiração pode
ença de Chagas, malária e AIDS.
ser aeróbia ou anaeróbia facultativa,
II. Hidrofobia (raiva), cólera e poliomie- como nas leveduras.
lite são transmitidas por animais.
A maioria dos fungos se encontram
III. Gripe, meningite, gonorreia e amare- no Reino Fungi, entretanto há espécies
lão podem ser transmitidas por gotículas de fungos fitopatogênicos (que causam
de saliva eliminadas pela tosse e pelo es- doenças em plantas) encontradas nos rei-
pirro. nos: Chromista e Protozoa.
IV. Dengue, leishmaniose, mal de Cha-
gas e malária são transmitidas por insetos
• IMPORTÂNCIA DOS FUN-
vetores.
GOS
V. Sífilis, herpes genital e AIDS são
Possuem de 70.000 a 1,5 milhões de
transmissíveis apenas nas relações sexu-
espécies existentes, mais de 10 mil espé-
ais.
cies fitopatogênicas, sendo os maiores
Pode-se concluir que causadores de doenças em plantas, e
aproximadamente 50 espécies de patóge-
a) todas as afirmativas estão corretas.
nos de humanos e outros animais.

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BIOLOGIA 2 – IDEIA

Os fungos também possuem impor- Predadores: não muito comum, mas


tância alimentar, visto que participam do são fungos que obtém seus nutrientes
processo de fabricação de bebidas alcoó- através do aprisionamento e digestão de
licas, como cerveja e vinho, e no pro- animais muito pequenos ou microscópi-
cesso de fabricação de pães e alguns ti- cos. Estão descritas mais de 200 espécies
pos de queijo, como o queijo Roquefort. contidas nos filos: Ascomycota, Muco-
Além de serem consumidos in natura, romycotina e Basidiomycota.
como os cogumelos.
O fungo também faz parte da história
da medicina, sendo a base para o pri- • ESTRUTURAS
meiro antibiótico da história da humani- Esporos: estruturas reprodutivas dos
dade, a penicilina. Descoberta essa feita fungos. São células haploides e podem
por Alexander Fleming. ser produzidos no interior de corpos de
frutificação ou em hifas modificadas. Po-
dem ser móveis (zoósporos), ou imóveis,
• NUTRIÇÃO DOS FUNGOS de paredes espessas ou finas, hialinas ou
coloridas, com parede celular lisa ou or-
Os fungos apresentam uma varie-
namentada, as vezes com apêndice fili-
dade de modo de obter seu alimento:
forme simples ou ramificado. Em muitas
Saprófagos: obtém seu alimento espécies de fungos, a coloração e o nú-
através da decomposição de organismos mero de septos dos esporos variam com
mortos. a idade.

Parasitas: quando obtém seu ali- Corpos de Frutificação: responsá-


mento através da retirada de substâncias veis pela proteção e apoio às células es-
de organismos vivos nos quais se insta- porógenas, as quais podem ser agregadas
lam, prejudicando-os ou podendo formar em camadas dentro da cavidade do corpo
associações mutualísticas. de frutificação ou em camadas na epi-
derme do hospedeiro.
Dentre os fungos mutualísticos, exis-
tem os que vivem em associados às raí- Hifas: filamentos microscópicos
zes de plantas, denominados Fungos Mi- com parede celular bem definida, pre-
corrízicos Arbusculares (FMA). Estes sente nos fungos pluricelulares. Um con-
formam as micorrizas, estrutura que junto de hifas formam o micélio. As hifas
cresce nas raízes das plantas e transferem podem ser cenocíticas ou asseptadas (A)
os nutrientes adquiridos para estas. ou apocíticas ou septadas (B).

As plantas, por sua vez, cedem aos


fungos nutrientes necessários para a sua
sobrevivência.

As hifas podem formas algumas es-


truturas como:

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BIOLOGIA 2 – IDEIA

são chamados heterotálicos (dióicos),


isto é, os sexos são agregados em dois in-
divíduos diferentes, não podendo cada
talo, ou seja, cada indivíduo, reproduzir-
se sexualmente sem o concurso de outro.
Os fungos podem apresentar repro-
dução assexuada, sexuada e também um
Apressórios: dilatações da hifa, que
mecanismo de recombinação gênica, de-
se fixam na superfície do hospedeiro e no
nominado parassexualidade.
ponto de contato ocorre a dissolução do
tecido formando um pequeno orifício. Reprodução assexuada: muito co-
mum nos fungos, pode ocorrer pela frag-
Rizomorfas ou cordões miceliais:
mentação do micélio (cada fragmento
estruturas macroscópicas formadas por
origina um novo organismo) ou pela pro-
hifas entrelaçadas no sentido longitudi-
dução de esporos assexuais. Neste tipo
nal, com crescimento semelhante a uma
de reprodução no ocorre fusão de nú-
raiz.
cleos, somente ocorrendo mitoses suces-
Esclerócios: estruturas macroscópi- sivas.
cas formadas pelo enovelamento de hifas
Reprodução sexuada: ocorre entre
com endurecimento do córtex.
dois esporos móveis ou não, em que três
processos se sucedem:
a) Plasmogamia: fusão dos proto-
plasmas, resultante da anastomose de
duas células.
b) Cariogamia: fusão de dois núcleos
Clamidósporos: estruturas micros- haplóides (N) e compatíveis, formando
cópicas, formadas pela diferenciação de um núcleo diplóide (2N).
células da hifa, com a formação de uma c) Meiose: onde o núcleo diplóide
parede espessa. (2N) sofre uma divisão reducional para
formar dois núcleos haplóides (N), se-
guindo-se a mitose, embora, em alguns
• REPRODUÇÃO casos, esta preceda a meiose. O núcleo
Os órgãos sexuais do fungo são cha- haplóide forma então uma parede que o
mados de gametângios. O gametângio protege, recebendo o nome de esporo.
feminino é denominado oogônio ou as- Parassexualidade: ocorrência de
cogônio, enquanto o gametângio mascu- plasmogamia entre duas hifas genetica-
lino é denominado anterídio. As células mente diferentes, formando um hetero-
sexuais ou núcleos que se fundem na re- carion, ou seja, presença de dois núcleos
produção sexual são chamados gametas. geneticamente diferentes na mesma cé-
Algumas espécies de fungos produ- lula. Esta situação de heterocariose ter-
zem os gametângios no mesmo talo e são mina quando ocorre a união destes nú-
ditos homotálicos (hermafroditas). Ou- cleos originando uma célula ou hifa di-
tras formam talos com sexos agregados e plóide, a qual se perpetua por mitose.

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BIOLOGIA 2 – IDEIA

• CLASSIFICAÇÃO DOS FUN- Zoósporos biflagelados;


GOS
Holocárpicos;
➢ Divisão: GYMNOMICOTA Classe: OOMICETOS
- Fungos sem parede celular; Micélio bem desenvolvido e cenocí-
tico;
- Formam plasmódios multinuclea-
dos. Eucárpicos;
Classe: MYXOMICETOS Formam esporângios;
Características: Zoósporos biflagelados;
Estrutura vegetatica sem parede ce- Esporos sexuais imóveis, denomina-
lular, pleomórfica, chamada plasmódio; dos oósporos, que são esporos de resis-
tência capazes de sobreviver no solo e
Formam esporângios;
em restos de cultura, em condições ad-
Formam células móveis ou ciliadas a versas;
partir de mixamebas;
Apresentam celulose na parede celu-
Habitam solos húmidos, humosos, lar.
etc.
➢ Divisão: AMASTIGOMI-
➢ Divisão: MASTIGOMICOTA COTA
Esporos assexuais móveis por flage- Esporos assexuais imóveis.
los (zoósporos).
Classe: ZYGOMICETOS
Classe: CHYTRIDIOMICETOS
Características:
Características:
Micélio bem desenvolvido e cenocí-
Micélio ausente ou rudimentar tico;
Formam esporângios dentro dos teci- Eucárpicos;
dos do hospedeiro;
Formam esporângios;
Formam esporos assexuais móveis,
Esporos assexuados imóveis, deno-
uniflagelados, denominados zoósporos;
minados aplanósporos ou esporangios-
São holocárpicos (todo o protoplasto poros;
se transforma na unidade reprodutiva -
Esporos sexuais denominados zigós-
esporângio).
poros, que são esporos de resistência.
Classe: PLASMODIOPHORO-
Classe: ASCOMICETOS
MICETOS
Características:
Características:
Corresponde ao grupo de fungos
Micélio ausente ou rudimentar;
mais numerosos;
Formam esporângios dentro dos teci-
Micélio bem desenvolvido e septado,
dos do hospedeiro;
exceto leveduras unicelulares;

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BIOLOGIA 2 – IDEIA

Esporos chamados ascósporos, for- estágios de reprodução sexuada ainda


mados no interior de ascos (estrutura re- não são conhecidos, apenas a reprodução
sultante da reprodução sexual), que po- assexuada por esporos;
dem estar livres na superfície do hospe-
Os esporos são produzidos em coni-
deiro ou dentro de ascocarpos;
dióforos, sendo denominados conidios-
Realizam tanto reprodução sexuada poros ou conídios;
como assexuada;
Os deuteromicetos estão presentes
A maioria dos ascomicetos são sa- nos mais variados ambientes, sendo que
prófitas, mas também existem aqueles algumas espécies são parasitas e causa-
que são parasitas de plantas; dores de doenças, inclusive no homem.
Este fungo produz um alcaloide tó-
xico denominado ergotamina.
• EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
Classe: BASIDIOMICETOS
F1) Sobre os fungos, é correto afirmar:
Características:
a) Os fungos são, em sua maioria, hete-
Micélio septado e bem desenvolvido; rotróficos.
Formam basídios com basidiósporos b) Os fungos pluricelulares são formados
(tipo de esporos); por filamentos ramificados chamados
micélios, cujo seu conjunto é chamado
Muitos requerem dois hospedeiros
de hifa.
para completar o ciclo;
c) Os fungos têm sua parede celular
Os cogumelos estão presentes nessa
constituída pelo glicerídeo do tipo qui-
classe;
tina.
Os basidiomicetos caracterizam-se
d) Os fungos têm grande importância
por apresentarem os basídios, que são es-
ecológica devido à decomposição da ma-
truturas reprodutivas responsáveis pela
téria orgânica morta.
produção dos esporos denominados basi-
diósporos. Os basídios podem se agrupar F2) Assinale a opção que apresenta cor-
em um corpo de frutificação, consti- retamente característica(s) dos fungos.
tuindo o basidiocarpo conhecido como
a) Podem ser unicelulares, pluricelula-
cogumelo;
res, autótrofos ou heterótrofos.
São considerados os fungos mais
b) O micélio é composto de filamentos
evoluídos;
tubulares individuais de crescimento rá-
Alguns basidiomicetos produzem to- pido, as hifas.
xinas e alcaloides poderosos.
c) São classificados em Chytridio-
Classe: DEUTEROMICETOS mycota, Glomeromycota e Basidio-
mycota.
Características:
d) As hifas que contêm septos são deno-
Micélio septado e bem desenvolvido;
minadas cenocíticas e as hifas sem septos
Esta é uma classe criada para reunir são chamadas de septadas.
os chamados fungos imperfeitos, cujos

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BIOLOGIA 2 – IDEIA

F3) Muitas pessoas, ao avistarem um ( ) O ergotismo é uma intoxicação cau-


fungo em uma mata, pensam que aquela sada por alcaloides produzidos pelo
estrutura é um vegetal. Apesar da seme- fungo Claviceps purpurea, que na Idade
lhança física, essas estruturas diferen- Média foi responsável por grandes epi-
ciam-se das plantas por: demias devido ao consumo de pão feito
com centeio contaminado.
a) Serem organismos eucariontes.
( ) Aflotoxinas são produzidas pelo
b) Serem organismos procariontes.
fungo Ganoderma lucidum e causam
c) Serem organismos autotróficos. efeitos alucinógenos em humanos e ani-
mais.
d) Serem organismos heterotróficos.
( ) Algumas espécies de Aspergillus e
F4) Os fungos são organismos importan- Penicillium produzem ocratoxinas, co-
tes na cadeia alimentar, pois, juntamente nhecidamente causadoras de nefropato-
a bactérias, são responsáveis pelo pro- logias em suínos.
cesso de decomposição. Essas espécies
nutrem-se de matéria orgânica morta, ( ) Quando avaliada a intoxicação em
sendo chamadas de: animais domésticos e humanos, as espé-
cies fúngicas dos gêneros Aspergillus,
a) Saprófitas Penicillium e Fusarium são consideradas
b) Parasitas as mais importantes.

c) Patogênicas ( ) Tricotecenos, patulina e ácido penicí-


lico são algumas das substâncias produ-
d) Autotróficas zidas por fungos comprovadamente tóxi-
F5) Assinale a opção que apresenta uma cas em alimentos.
característica ausente no reino Fungi. a) V – F – V – V – V.
a) Reprodução assexuada. b) F – V – F – V – V.
b) Respiração anaeróbia. c) V – V – V – F – V.
c) Célula procariótica. d) F – F – V – V – F.
d) Nutrição heterotrófica. e) V – V – F – F – F.
• EXERCÍCIOS PROPOSTOS P2) Analise as proposições em relação
P1) Micotoxinas são substâncias quími- aos fungos e assinale a alternativa cor-
cas produzidas por fungos, que quando reta.
ingeridas por animais ou humanos por I. Os basidiomicetos são fungos conheci-
meio de alimentos contaminados, podem dos como cogumelos e orelhas-de-pau
causar graves intoxicações. Analise as por apresentarem o corpo de frutificação
afirmativas, identificando com “V” as denominado basidiocarpo, a exemplo,
VERDADEIRAS e com “F” as FAL- champignon.
SAS, assinalando a seguir a alternativa
CORRETA, na sequência de cima para II. Os deuteromicetos são fungos com
baixo: corpos de frutificação em forma de base,

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BIOLOGIA 2 – IDEIA

formando projeções denominadas basi- e) realizam respiração, na presença de


diósporos, os quais darão origem aos mi- oxigênio, e fotossíntese, na ausência
célios, a exemplo, os bolores. desse gás, sendo, portanto, anaeróbias fa-
cultativas.
III. Os ascomicetos são fungos que pos-
suem asco (saco), onde são formados os P4) O fermento biológico, o mofo que
esporos na reprodução sexuada, a exem- ataca os alimentos e os cogumelos co-
plo, o Saccharomyces cerevisae usado na mestíveis são organismos que pertencem
fabricação de bebidas alcoólicas. ao Reino Fungi. Com relação a este
grupo de organismos indique as proposi-
IV. Os zigomicetos são fungos autotrófi-
ções verdadeiras:
cos filamentosos que vivem no solo
como decompositores ou parasitas e I Todos são clorofilados;
apresentam estrutura assexuada caracte-
II Nutrem-se por digestão extracorpórea,
rística denominada zigosporângio.
isto é, liberam enzimas digestivas para o
a) Somente as afirmativas I e III são ver- substrato, que fragmentam macromolé-
dadeiras. culas em moléculas menores, permitindo
sua absorção pelo organismo;
b) Somente as afirmativas III e IV são
verdadeiras. III São eucariontes, unicelulares ou mul-
ticelulares;
c) Somente as afirmativas I, II e III são
verdadeiras. IV São utilizados na produção industrial
de iogurtes;
d) Somente as afirmativas I, II e IV são
verdadeiras. V Possuem glicogênio como reserva nu-
tritiva;
e) Todas as afirmativas são verdadeiras.
VI Alguns são utilizados para produção
P3) No grupo dos fungos, são conheci-
de antibióticos.
das perto de 100 mil espécies. Esse grupo
tão diverso inclui espécies que a) I, III, VI e V
a) são sapróbias, fundamentais na cicla- b) II, III, V e VI
gem dos nutrientes, pois sintetizam açú-
c) II, III e IV
cares a partir do dióxido de carbono do
ar. d) II e V
b) são parasitas, procariontes heterotrófi- e) I e IV
cos que absorvem compostos orgânicos
produzidos pelos organismos hospedei- P5) Diversas doenças que acometem os
ros. seres humanos são causadas por micror-
ganismos. Duas doenças muito comuns
c) são comestíveis, pertencentes a um são o tétano e a candidíase oral, que são
grupo de fungos primitivos que não for- causadas por bactéria e fungo, respecti-
mam corpos de frutificação. vamente. O tétano é causado pela bacté-
ria Clostridium tetani, que pode penetrar
d) formam, com as raízes de plantas, as-
no organismo por cortes na pele com ob-
sociações chamadas micorrizas, mutua-
jetos contaminados. Já a candidíase oral,
mente benéficas, pela troca de nutrientes.
também chamada de “Sapinho”, é cau-
sada principalmente pelo fungo Candida

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BIOLOGIA 2 – IDEIA

albicans, que é encontrado na nossa flora O corpo das algas pluricelulares é


microbiana. No entanto, quando o sis- formado por um talo, isto é, um conjunto
tema imunológico está enfraquecido, a de células no qual não se distinguem te-
população de fungos aumenta causando cidos ou órgãos típicos (raiz, caule e fo-
infecções na boca. lhas). Nas antigas classificações, essas
algas eram estudadas no grupo dos taló-
Sendo assim, assinale a opção que apre-
fitos, pertencentes ao reino vegetal.
senta, respectivamente, características de
bactérias e fungos. ➢ Euglenófitas
a) Unicelular, procarionte com parede Também chamadas euglenoides,
bacteriana / unicelular ou multicelular, possuem flagelos e vacúlo contátil. Nos
eucarionte com parede de quitina. cloroplastos, há clorofilas a e b e carote-
noides, pigmentos que auxiliam na cap-
b) Multicelular, procarionte com parede
tura da energia da luz.
bacteriana / unicelular, procarionte com
parede de celulose. O gênero mais comum é a Euglena
spp. Havendo luz e nutrientes inorgâni-
c) Unicelular, eucarionte com membrana
cos, a euglena realiza fotossíntese, na au-
plasmática / unicelular, eucarionte com
sência destes o protozoário realiza nutri-
parede de celulose.
ção heterotrófica. As euglenas se repro-
d) Multicelular, eucarionte com parede duzem por divisão binária longitudinal.
de amido / unicelular, procarionte com
parede de quitina.
e) Multicelular, procarionte com mem-
brana plasmática / unicelular, procari-
onte com parede de celulose.

Aula: 06 – Algas

● ALGAS ➢ Bacilariófitas
As algas podem ser unicelulares ou Neste filo estão as diatomáceas, al-
pluricelulares. Vivem na água doce ou gas microscópicas que constituem os
salgada ou em ambientes terrestres úmi- principais componentes do fitoplâncton.
dos. Fazem fotossíntese e possuem clo- Possuem as clorofilas a e c, carotenoides
roplastos com clorofilas e outros pig- que lhes conferem a cor dourada.
mentos.
A carapaça possui compostos pécti-
As algas microscopias fazem parte cos, geralmente impregnados de sílica.
de uma comunidade de organismos que Desenvolvidos ao longo do tempo, o de-
flutuam na água, levados pelas correntes posito dessas carapaças foram a terra di-
aquáticas, o plâncton (palavra que vem atomácea, utilizada como abrasivos em
do grego e significa ‘errante’), esses são polidores de metais e pastas de dente.
responsáveis por 98% do oxigênio at-
mosférico.

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BIOLOGIA 2 – IDEIA

vre e espécies pluricelulares de vários ta-


manhos e formas. São encontradas em
água doce e no mar, no solo úmido, em
troncos, em rochas úmidas, na neve, no
gelo e até interior de outros seres vivos.

A reprodução pode ser assexuada,


por bipartição ou sexuada, com produção
de gametas.
➢ Dinoflagelados
As algas desse grupo apresentam
dois sucos em forma de cinta, cada um
com um flagelo. O batimento desses fla- ➢ Algas Pardas ou Feofíceas
gelos provoca um movimento de rotação
à medida que se desloca. Essas algas são quase todas mari-
nhas, macroscópicas e pluricelulares e
O grupo também é conhecido como possuem clorofila a e c associadas a ca-
dinófitas ou ainda pirrófitas (Pyrrhós= rotenoides, principalmente a fucoxan-
cor de fogo), por causa da cor averme- tina responsável pela cor marrom. Na
lhada de algumas delas. parede celular, além de celulose existem
substâncias como as alginas, usadas
Estão presentes no fitoplâncton e al-
como espessantes (para dar consistência)
gumas em água doce, sendo portadoras
em sorvetes, cremes, etc.
da clorofila a e c e carotenos, e armaze-
nam óleos marinho. A reprodução ocorre Algumas vezes seu corpo apresenta
por divisão binária. partes que se assemelham a raiz, caule
folhas das plantas e são chamados de ri-
zoides, cauloides e filoides ou lâminas.

➢ Algas Verdes ou Clorofíceas


Nesse grupo de algas a cor verde da
clorofila predomina sobre a de outros
pigmentos, e possuem clorofilas a e b,
➢ Algas Vermelhas ou Rodofí-
pigmentos carotenoides, parede celular
ceas
de celulose e reserva de amido.
Possuem pigmentos carotenoides,
Podem ocorrer formas unicelulares
clorofila a e ficoeretina e ficobilina, res-
móveis, imóveis, coloniais ou de vida li-
ponsáveis pela cor vermelha.

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BIOLOGIA 2 – IDEIA

Armazenam um glicídio semelhante • EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO


ao glicogênio- o amido das florídeas.
F1) Dentre as afirmações, relativas às al-
Quase todas são pluricelulares e mari-
gas, assinale:
nhas.
I. Todas elas têm capacidade de realizar
Na parede celular há, além de celu-
a fotossíntese;
lose, ágar e carragenina, polissacarí-
deos que podem ser usados como estabi- II. Em muitas delas há alternância de ge-
lizantes de sorvetes, ou para dar consis- rações, ou seja, em seu ciclo de vida, al-
tência a produtos industrializados, e para ternam-se gerações de indivíduos haplo-
fazer cápsulas de medicamentos, cosmé- ides e diploides;
ticos e moldes dentários, entre outras
aplicações. III. A maioria delas apresenta o amido
como substância de reserva;
a) somente I estiver correta.
b) somente II estiver correta.
c) somente I e II estiverem corretas.
d) somente I e III estiverem corretas.

➢ Reprodução das Algas e) todas estiverem corretas.

Nas algas a reprodução assexuada F2) Responder à questão com base nas
pode acontecer por bipartição ou divisão afirmações abaixo, sobre as algas verdes
binária(unicelular), fragmentação do talo do grupo Chlorophyta:
e por esporulação.
I. São organismos autotróficos que pos-
Em algumas algas ocorre alternância suem clorofila a e b.
de reprodução sexuada e assexuada e de
II. A substância de reserva é o amido.
indivíduos haploides e diploides. O indi-
víduo diploide (2n) produz esporos (n) III. A maioria é aquática.
por meiose e, por isso, é chamado de es-
IV. Todas são unicelulares.
porófito.
V. As algas marrons e vermelhas não são
Os esporos germinam e produzem in-
os seus parentes mais próximos.
divíduos haploides (n), que formam ga-
metas, por isso os haploides são chama- Estão corretas todas as afirmações, ex-
dos de gametófitos. A união dos gametas ceto a:
da origem ao zigoto diploide, que se de-
a) I.
senvolve em esporófito.
b) II.
c) III.
d) IV.
e) V.
F3) O desenho abaixo representa uma
alga unicelular que não apresenta parede

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BIOLOGIA 2 – IDEIA

celular e que possui dois flagelos. Ob- d) Dinophyta.


serve que o flagelo maior emerge da cé-
e) Bacillariophyta
lula, enquanto o menor não.
• EXERCÍCIOS PROPOSTOS
P1) Algas de um grupo bem diversifi-
cado, as rodofíceas, são em sua maioria
multicelulares. São abundantes nos ma-
res tropicais, mas podendo ocorrer em
água doce e em superfícies úmidas,
como troncos de árvores em florestas.
Elas apresentam ficoeritrina e ficocia-
nina, pigmentos que são responsáveis
A alga representada pertence ao filo: por esses organismos serem conhecidos
a) Euglenophyta. também como algas:

b) Dinophyta. a) pardas.

c) Bacillariophyta. b) verdes.

d) Phaeophyta. d) douradas.

e) Rhodophyta. d) vermelhas.

F4) Observando criteriosamente a carac- e) pretas.


terística das algas, podemos englobá-la P2) Em certas regiões do nordeste brasi-
em qual reino? leiro, são utilizados, na construção de ha-
a) Monera. bitações rurais, tijolos de diatomitos
constituídos por carapaças compactadas
b) Protista. de diatomáceas. Esse material corres-
c) Fungi. ponde a:

d) Animalia. a) algas feofíceas ou algas pardas (mar-


rons).
e) Plantae.
b) algas crisofíceas ou douradas.
F5) Sabemos que grande parte das algas
possui como produto de reserva (carboi- c) artrópodos (quilópodos e diplópodos).
drato) o amido, entretanto, algumas pos- d) poríferos ou esponjas.
suem outras substâncias, como o para-
mido. e) moluscos gastrópodos.

Marque a alternativa que indica um P3) Uma “maré vermelha” se espalhou


grupo de algas que não possui amido pela costa leste da Austrália e causou a
como substância de reserva. interdição de diversas praias próximas a
Sydney .
a) Rhodophyta.
Com relação ao fenômeno supracitado,
b) Chlorophyta. pode-se afirmar corretamente que
c) Euglenophyta.

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BIOLOGIA 2 – IDEIA

a) é decorrente da matança indiscrimi- c) as algas usam os resíduos nitrogena-


nada de baleias e golfinhos próxima à dos liberados pelos animais e eliminam
baía de Sydney. gás carbônico na fotossíntese, usado na
respiração aeróbica.
b) é decorrente da eliminação de pestici-
das na água, o que causa grande mortan- d) as algas usam os resíduos nitrogena-
dade de animais diversos. dos provenientes do metabolismo dos
animais e, durante a síntese de compos-
c) é o resultado do florescimento de al-
tos orgânicos, liberam oxigênio para o
gas, não causando nenhum tipo de im-
ambiente.
pacto ambiental.
e) as algas aproveitam os resíduos do
d) ocorre predominantemente em águas
metabolismo dos animais e, durante a
agitadas e mais frias, onde há maior inci-
quimiossíntese de compostos orgânicos,
dência de luz.
liberam oxigênio para a atmosfera.
e) é devida à grande proliferação de cer-
P5) Analise as afirmações abaixo.
tas algas pirrófitas, com liberação de to-
xinas que podem afetar a fauna local. I. Algas são seres fotossintéticos, conhe-
cidos como plantas do mar e por esse
P4) Certas espécies de algas são capazes
motivo pertencem ao Reino Plantae.
de absorver rapidamente compostos
inorgânicos presentes na água, acumu- II. As algas são responsáveis pela maior
lando-se durante seu crescimento. Essa parte do gás oxigênio liberado diaria-
capacidade fez com que se pensasse em mente na biosfera.
usá-las como biofiltros para a limpeza de
III. Quando há um desequilíbrio dos fa-
ambientes aquáticos contaminados, re-
tores ambientais, as algas podem se mul-
movendo, por exemplo, nitrogênio e fós-
tiplicar descontroladamente por meio de
foro de resíduos orgânicos e metais pesa-
florações.
dos provenientes de rejeitos industriais
lançados nas águas. Na técnica do cul- Está correto o que se afirma em
tivo integrado, animais e algas crescem
de forma associada, promovendo um a) I e II apenas.
maior equilíbrio ecológico. b) II e III apenas.
SORIANO, E.M. Filtros vivos para lim- c) I e III apenas.
par a água. Revista Ciência Hoje, V.37,
nº 219, 2005 (adaptado). d) I, II e III.

A utilização da técnica do cultivo inte- e) nenhuma das anteriores.


grado de animais e algas representa uma
proposta favorável a um ecossistema
mais equilibrado porque
a) os animais eliminam metais pesados,
que são usados pelas algas para a síntese
de biomassa.
b) os animais fornecem excretas orgâni-
cos nitrogenados, que são transformados
em gás carbônico pelas algas.

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BIOLOGIA 2 – IDEIA

Aula: 07 – Ecologia I: Fluxos e Ci- ➢ Cadeia Alimentar


clos de Matéria e Energia
A cadeia alimentar é um modelo di-
dático que visa organizar e exemplificar
• CONCEITOS INICIAIS o percurso de matéria orgânica dentro de
um ecossistema através das relações de
Entende-se, por fluxo de matéria e/ou
herbivoria ou predatismo existentes en-
energia, o "caminho" percorrido pela
tre os integrantes desse ecossistema.
matéria, também chamada de biomassa,
ou pela energia ao longo de um ecossis- Dentro de uma cadeia alimentar, os
tema. organismos que a constituem e que se re-
lacionam estão dispostos em níveis cha-
Trata-se de um processo fundamen-
mados de níveis tróficos.
tal para o funcionamento e a manutenção
de um ecossistema, podendo ser repre- Cada nível trófico apresenta um ani-
sentado como uma pirâmide chamada mal, ou um conjunto de animais, que
de pirâmide trófica ou pirâmide ecoló- compartilham, nutricionalmente, o
gica. mesmo nicho ecológico, possuindo, as-
sim, os mesmos hábitos alimentares.
A pirâmide ecológica é, portanto, um
modelo didático usado na ecologia Os níveis tróficos podem ser dividi-
para esquematizar o fluxo de matéria e dos em:
energia presente em um ambiente, com
- Produtores: Organismos autótro-
base nas relações ecológicas existentes
fos que produzem o próprio alimento.
entre os seres vivos que ali habitam.
Em termos energéticos, são os organis-
➢ Relações Ecológicas mos que convertem a energia química
inorgânica ou luminosa em energia bio-
Os seres vivos que compartilham o
química;
mesmo ecossistema podem se relacionar
através de relações ecológicas que po- - Consumidores: Organismos hete-
dem ser harmônicas, quando há o bene- rótrofos que consomem a energia e a bi-
fício de pelo menos um dos integrantes omassa presente no nível trófico abaixo
sem o prejuízo do outro, ou desarmôni- do que se encontram.
cas, quando há o prejuízo de pelo menos
São, portanto, organismos que con-
um dos integrantes que se relacionam.
somem outros organismos e podem ocu-
Dentre as relações desarmônicas já par diferentes níveis tróficos.
conhecidas, o predatismo e a herbivoria
Por exemplo, os consumidores pri-
estão diretamente relacionadas com o
mários se alimentam dos produtores atra-
conceito de fluxo de matéria e energia.
vés da relação de herbivoria; os consu-
O predatismo é a relação ecológica midores secundários se alimentam dos
em que um animal consome outro animal consumidores primários; os consumido-
para fins alimentares e de sobrevivência. res terciários se alimentam dos consumi-
Já a herbivoria, é o consumo de plantas e dores secundários através de relações de
vegetais por animais, também para se ali- predatismo.
mentar e sobreviver.

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BIOLOGIA 2 – IDEIA

- Decompositores: O último nível Figura: Pirâmide de Energia


trófico é composto pelos organismos que
se alimentam de matéria morta e em de-
composição.
São organismos que se alimentam
dos restos mortais ou alimentares dos de-
mais níveis tróficos.
Dentro desse nível estão os fungos,
algumas bactérias e alguns protozoários.

• FLUXO DE MATÉRIA OU
• FLUXO DE ENERGIA BIOMASSA
Energia presente em um ecossistema O fluxo de matéria, ou biomassa, está
caminha entre os diversos níveis tróficos diretamente relacionado com o fluxo de
com base na alimentação dos organis- energia em um ecossistema, isso porque
mos, que tem como objetivo principal ao se alimentar para adquirir energia e
adquirir energia para ser armazenada e outros compostos, o organismo ingere
utilizada nos diversos processos metabó- uma quantidade de biomassa pertencente
licos. ao organismo que ele consumiu.
Dessa forma, o fluxo de energia em Dessa forma, a quantidade de maté-
um ecossistema inicia-se com os produ- ria consumida em um determinado nível
tores, que conseguem converter a energia trófico pode ser esquematizada em uma
luminosa, através da fotossíntese, ou pirâmide de biomassa, geralmente ex-
inorgânica, através da quimiossíntese, pressa em g/m² (gramas por metro qua-
em energia bioquímica, que o organismo drado).
utilizará para o seu desenvolvimento e
sobrevivência. Figura: Pirâmide de Matéria ou Biomassa

A energia dentro de uma cadeia ali-


mentar tende a diminuir de um nível tró-
fico para outro.
A pirâmide ecológica de energia,
dessa forma, apresentará um único ar-
ranjo, com a base sempre maior que os
demais níveis, sempre expressa em
cal/m².ano (calorias por metro quadrado
ao ano) ou ainda kcal/m².ano (quilocalo- Em alguns casos, entretanto, a pirâ-
rias por metro quadrado ao ano). mide de biomassa terá a base menor que
os níveis subsequentes. Isso ocorre
quando os produtores, embora ocupem
área extensa, possuem biomassa bem pe-
quena, como nos biomas marinhos, em
que os produtores podem ser fitoplanc-
tons que possuem massa pequena, muito

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BIOLOGIA 2 – IDEIA

embora ocupem uma extensa área (m²) • PIRÂMIDE DE NÚMEROS


do território.
Na pirâmide ecológica de número,
Figura: Exemplo de Pirâmide de Biomassa em cada nível trófico visa representar
uma Cadeia Alimentar de Ambiente Marinho a quantidade de organismos pertencentes
àquela posição.
Figura: Pirâmide Ecológica de Números

Uma desvantagem da pirâmide de bi-


omassa é que ela não considera o tempo
de produção dessa biomassa e, dessa Portanto, esse tipo de pirâmide pode
forma, não mostra a velocidade com que apresentar diversos arranjos, principal-
a matéria é produzida. mente quando se analisa pequenos ecos-
sistemas.
A atividade de um ecossistema pode Figura: Pirâmide ecológica de Números em
ser avaliada pela produtividade primária Ecossistema Reduzido
bruta (PPB), que corresponde ao total de
matéria orgânica produzida em gramas,
durante certo tempo, em uma certa área
ambiental:
PPB = massa de matéria orgânica
produzida / tempo x área
Descontando desse total a quanti-
dade de matéria orgânica consumida pela
comunidade, durante esse período,
No caso de uma cadeia alimentar
na respiração (R), temos a produtividade contendo espécies de parasitas, a pirâ-
primária líquida (PPL), que pode ser re- mide terá outra conformação, esta cha-
presentada pela equação: mada de pirâmide invertida
PPL = PPB – R Figura: Pirâmide Ecológica de Números Inver-
tida
A produtividade de um ecossistema
depende de diversos fatores, dentre os
quais os mais importantes são a luz, a
água, o gás carbônico e a disponibilidade
de nutrientes.

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BIOLOGIA 2 – IDEIA

• EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO e) o conjunto dos carnívoros consome


mais energia do que o conjunto de herbí-
F1) Considere o seguinte diagrama que voros e produtores.
representa uma pirâmide de números.
F3) Observe, inicialmente, as duas ca-
deias alimentares:
(1) árvore → preguiças → pulgas → pro-
tozoários.
(2) milho → roedores → cobras → gavi-
ões.
Em qual das alternativas estão correta-
mente relacionados os organismos indi- Observe os modelos I e II de pirâmide a
cados no diagrama, na ordem I, II, III e seguir:
IV.
a) Jacarandá, larva de borboleta, be-
souro, coruja.
b) Capim, besouro, coruja, rato.
c) Capim, rato, coruja, larva de borbo-
leta.
d) Jacarandá, pássaro, rato, coruja.
e) Jacarandá, larva de borboleta, coruja, É correto afirmar, com relação às cadeias
rato. 1 e 2 e aos modelos de pirâmides I e II,
que:
F2) O esquema representa o fluxo de
energia entre os níveis tróficos (pirâmide a) a pirâmide I pode representar tanto o
de energia) de um ecossistema. número de indivíduos como a quantidade
de energia disponível em cada nível tró-
fico da cadeia 2.
b) a pirâmide II pode representar tanto o
número de indivíduos como a quantidade
Essa representação indica, necessaria- de energia disponível em cada nível tró-
mente, que: fico da cadeia 1.

a) o número de indivíduos produtores é c) a pirâmide II pode representar a quan-


maior do que o de indivíduos herbívoros. tidade de energia disponível em cada ní-
vel trófico da cadeia 2.
b) o número de indivíduos carnívoros é
maior do que o de indivíduos produtores. d) a pirâmide I pode representar o nú-
mero de indivíduos em cada nível trófico
c) a energia armazenada no total das mo- da cadeia 1.
léculas orgânicas é maior no nível dos
produtores e menor no nível dos carnívo- e) a pirâmide I pode representar o nú-
ros. mero de indivíduos da cadeia 2, e a pirâ-
mide II, a quantidade de energia disponí-
d) cada indivíduo carnívoro concentra vel em cada nível trófico da cadeia 1.
mais energia do que cada herbívoro ou
cada produtor.

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BIOLOGIA 2 – IDEIA

F4) Estudos de fluxo de energia em ecos- Com base nessas informações, considere
sistemas demonstram que a alta produti- as afirmativas a seguir:
vidade nos manguezais está diretamente
relacionada com as taxas de produção I. A energia na cadeia alimentar acu-
primária líquida e com a rápida recicla- mula-se gradativamente, alcançando a
gem dos nutrientes. Como exemplo de sua disponibilidade máxima nos carnívo-
seres vivos encontrados nesse ambiente, ros.
temos: aves, caranguejos, insetos, peixes II. A energia armazenada é maior nos
e algas. produtores quando comparada com a dos
Dos grupos de seres vivos citados, as que carnívoros.
contribuem diretamente para a manuten- III. A energia fixada pelos produtores é
ção dessa produtividade no referido transferida sempre em menor quantidade
ecossistema são para os herbívoros.
a) aves. IV. A energia consumida pelos carnívo-
b) algas. ros é sempre maior quando comparada
com a consumida pelos produtores e her-
c) peixes. bívoros.
d) insetos. Assinale a alternativa correta.
e) caranguejos. a) Somente as afirmativas I e IV são cor-
retas.
F5) Quando nos referimos ao ecossis-
tema de um lago, dois conceitos são b) Somente as afirmativas II e III são cor-
muito importantes: o ciclo dos nutrientes retas.
e o fluxo de energia. A energia necessária
aos processos vitais de todos os elemen- c) Somente as afirmativas III e IV são
tos desse lago é reintroduzida nesse ecos- corretas.
sistema: d) Somente as afirmativas I, II e III são
a) pela respiração dos produtores. corretas.

b) pela captura direta por parte dos con- e) Somente as afirmativas I, II e IV são
sumidores. corretas.

c) pelo processo fotossintético. P2) Paleontólogos estudam fósseis e es-


queletos de dinossauros para tentar ex-
d) pelo armazenamento da energia nas plicar o desaparecimento desses animais.
cadeias tróficas. Esses estudos permitem afirmar que es-
ses animais foram extintos há cerca de 65
e) pela predação de níveis tróficos inferi- milhões de anos. Uma teoria aceita atu-
ores. almente é a de que um asteroide colidiu
• EXERCÍCIOS PROPOSTOS com a terra, formando uma densa nuvem
de poeira na atmosfera.
P1) Nas cadeias alimentares, a energia
luminosa solar é transformada em ener- De acordo com essa teoria, a extinção
gia química pela ação dos produtores, a ocorreu em função de modificações no
qual é transferida para os herbívoros e planeta que
destes para os carnívoros. Portanto, o a) desestabilizam o relógio biológico dos
fluxo de energia no ecossistema é unidi- animais, causando alterações no código
recional. genético.

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BIOLOGIA 2 – IDEIA

b) reduzirem a penetração da luz solar Nos primeiros níveis tróficos de um


até a superfície da terra, interferindo no ecossistema no qual os produtores são do
fluxo energético das teias tróficas tipo gramíneas:
c) causarem uma série de intoxicação nos a) ocorre somente I.
animais, provocando a bioacumulação
de partículas de poeira nos organismos. b) ocorrem somente I e II.

d) resultaram na sedimentação das partí- c) ocorrem somente I e III.


culas de poeira levantada com o impacto d) ocorrem somente II e III.
do meteoro, provocando o desapareci-
mento de rios e lagos. e) ocorrem I, II e III.

e) evitaram a precipitação de água até a P5) Leia as afirmativas a seguir:


superfície da Terra, causando uma I. A energia introduzida no ecossistema
grande seca que impediu a retroalimen- sob a forma de luz é transformada, pas-
tação do ciclo hidrológico. sando de organismo para
P3) As figuras seguintes são três tipos de organismo, sob a forma de energia quí-
pirâmides ecológicas. mica.
II. No fluxo energético há perda de ener-
gia em cada elo da cadeia alimentar.
III. A transferência de energia na cadeia
alimentar é unidirecional, tendo início
pela ação dos decompositores.
IV. A energia química armazenada nos
compostos orgânicos dos seus produto-
res é transferida para os demais compo-
nentes da cadeia e permanece estável.
A pirâmide de números e a pirâmide de Estão corretas as afirmativas:
energia que representam a cadeia ali-
mentar capim → bois → carrapatos são a) I e II.
semelhantes, respectivamente, a:
b) II e III.
a) I e II.
c) III e IV.
b) I e III.
d) I e III.
c) II e I.
e) II e IV.
d) II e III.
e) III e II.
P4) Considere:
I. maior acúmulo de energia.
II. maior biomassa.
III. maior número de indivíduos.

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BIOLOGIA 2 – IDEIA

Aula: 08 – Ecologia II: Populações e Os seres vivos de uma comunidade,


Comunidades que são seus componentes bióticos, inte-
ragem entre eles e com as partes não vi-
vas do ambiente, os componentes abió-
• NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO
ticos (como luz, umidade, temperatura,
Figura: Níveis de Organização dos Seres Vivos salinidade). Os componentes físicos e
em Ecologia geoquímicos do meio constituem o bió-
topo.
- Fatores Abióticos
São os constituintes físicos e quími-
cos do ambiente, tais como: luz, tempe-
ratura, pressão, umidade, salinidade, pH
e fatores edáficos (nutrientes minerais do
solo).
Os fatores abióticos que exercem
uma maior influência sobre os seres vi-
vos são: a luz, a temperatura, a umi-
dade/água e o solo.
➢ Ecossistema
➢ Espécie
É formado pela interação dos seres
Conjunto dos organismos semelhan-
vivos (biocenose) e componentes não vi-
tes que, quando cruzados entre si, produ-
vos (biótopo).
zem descendentes férteis.
O ecossistema é uma das mais impor-
➢ População
tantes unidades do estudo da ecologia,
Conjunto formado pelos organismos exatamente porque fornece os dados
de uma determinada espécie vivendo mais completos possíveis; devemos lem-
numa determinada área, durante um pe- brar que o ecossistema deve situar-se
ríodo de tempo definido. numa região definida, ter sua área deli-
mitada e os seres vivos que aí se encon-
Figura: Manada de Elefantes
tram precisam ser definidos.
Figura: Ecossistema Marinho

➢ Comunidade ou Biocenose
Conjunto de todas as populações que
se inter-relacionam numa determinada
área e tempo.

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BIOLOGIA 2 – IDEIA

➢ Biosfera • EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO


Reunião de todos os ecossistemas F1) Em um experimento, populações de
existentes na Terra. Esta é a unidade tamanho conhecido de duas espécies de
maior da ecologia. Consideramos o insetos (A e B) foram colocadas cada
nosso planeta como um planeta que uma em um recipiente diferente (recipi-
abriga uma grande quantidade e varie- entes 1 e 2). Em um terceiro recipiente
dade de seres vivos que compõem unida- (recipiente 3), ambas as espécies foram
des menores denominadas ecossistemas. colocadas juntas.
Para que nosso planeta continue a go-
zar desta realidade é preciso conhecer a
fundo como cada ecossistema influencia
e é influenciado por outro ecossistema.
Assim podemos saber como manter
nossa casa (a Terra) em ordem.
Além dos níveis de organização, ou-
tros conceitos também são bastante usa- Durante certo tempo, foram feitas conta-
dos nos estudos em ecologia: gens do número de indivíduos em cada
recipiente e os resultados representados
- Habitat: é o lugar, a residência de nos gráficos.
um organismo ou espécie no ambiente
onde vive.
Cada hábitat é caracterizado pelas
condições ambientais que lhe são pró-
prias.
A partir desses resultados, pode-se con-
- Nicho Ecológico: é a função ou pa-
cluir que:
pel biológico desempenhado pelo ser
vivo no seu hábitat. a) a espécie A se beneficia da interação
com a espécie B.
Refere-se aos hábitos alimentares, de
procriação, cuidados com a prole, etc. b) o crescimento populacional da espécie
A independe da presença de B.
Figura: Constituição do Nicho Ecológico
c) a espécie B depende da espécie A para
manter constante o número de indiví-
duos.
d) a espécie B tem melhor desempenho
quando em competição com a espécie A.
e) o número de indivíduos de ambas se
mantém constante ao longo do tempo
quando as duas populações se desenvol-
vem separadamente.
F2) Com a introdução de uma espécie A
de peixe em um lago onde normalmente

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BIOLOGIA 2 – IDEIA

ela não ocorre, o equilíbrio das popula-


ções de peixes ali existentes poderá ser
alterado.
Sobre esse fato considere as afirmações
seguintes:
I. O equilíbrio poderá ser alterado se
houver competição por alimento.
II. O equilíbrio poderá ser alterado se a A curva que representa a variação da
espécie for predadora dos peixes nativos. densidade populacional de lambaris é a
de número:
III. O equilíbrio poderá ser alterado se
espécie introduzida apresentar altas ta- a) 2
xas de reprodução e cuidado com a prole. b) 3
IV. A espécie A morrerá, pois espécies c) 4
introduzidas não conseguem sobreviver
em ambientes que não sejam os seus. d) 5

Sobre as afirmações anteriores, assinale F4) Os gráficos abaixo foram construí-


a alternativa correta. dos com base em dados obtidos por dife-
rentes pesquisadores, em estudos sobre
a) Somente a II está correta. crescimento populacional, considerando
b) Somente a IV está correta. diferentes espécies de animais, inclusive
o homem. Nos dois casos mostrados nos
c) Somente a I e a IV estão corretas. gráficos, para efeito de simplificação,
d) Somente a II e a III estão corretas. faz-se referência ao tempo, apenas sob o
ponto de vista numérico.
e) Somente a I, a II e a III estão corretas.
Com base nesses gráficos, pode-se afir-
F3) Traíras são predadoras naturais dos mar que:
lambaris. Acompanhou-se, em uma pe-
quena lagoa, a evolução da densidade
populacional dessas duas espécies de
peixes. Tais populações, inicialmente em
equilíbrio, sofreram notáveis alterações
após o início da pesca predatória da tra-
íra, na mesma lagoa.
Esse fato pode ser observado no gráfico a) Na natureza, a fase de equilíbrio do
abaixo, em que a curva 1 representa a va- crescimento populacional, indicada em
riação da densidade populacional da tra- D, na figura (1), ocorre em função da re-
íra. sistência ambiental.
b) O crescimento real de uma população
não controlada depende de seu potencial
biótico, como indicado em B, na figura
(1).

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BIOLOGIA 2 – IDEIA

c) A população indicada no gráfico (2) de emigração de 45 indivíduos/ano e taxa


sofreu uma maior ação da resistência am- de imigração de 15 indivíduos/ano.
biental no tempo de 0 a 80 do que no
III) Uma população de roedores com
tempo de 100 a 120.
taxa de natalidade de 50 nascimen-
d) Apenas os microrganismos que vivem tos/ano, taxa de mortalidade de 27 mor-
livres na natureza têm padrão de cresci- tes/ano e taxas de imigração e emigração
mento populacional como ilustrado no iguais a zero.
gráfico (2).
Quais das populações mencionadas estariam
e) A densidade de uma população man- mais sujeitas ao desaparecimento?
tida em laboratório, em condições ideais,
a) Somente a dos humanos.
deve obedecer à curva descrita no gráfico
(1). b) Somente a dos insetos.
F5) O mexilhão-dourado é uma espécie c) Somente a dos roedores.
invasora introduzida no Brasil que dani-
fica tubulações nas estações de captação d) Somente a dos humanos e a dos roedores.
de água no lago Guaíba, em Porto Ale- e) Somente a dos humanos e a dos insetos.
gre.
P2) Observe o gráfico abaixo, que repre-
Sobre as espécies invasoras, é correto senta o crescimento populacional de uma
afirmar que: espécie animal, em que x corresponde ao
a) elas são as espécies pioneiras de um tamanho populacional e t, ao tempo.
determinado habitat.
b) elas apresentam baixo potencial adap-
tativo.
c) elas alteram teias alimentares dos
ecossistemas onde são introduzidas.
d) sua proliferação é controlada por pre-
dadores endógenos ao sistema. Em relação a essa população, é correto
afirmar que
e) elas promovem o aumento da biodi-
versidade. a) ela vive em um ambiente com recursos
ilimitados.
• EXERCÍCIOS PROPOSTOS
b) a sua estabilidade ocorre, quando não
P1) Leia os itens a seguir, que contêm in- há mais predadores.
formações sobre a dinâmica de três po-
pulações. c) a sua estabilidade ocorre, quando
atinge o limite máximo de indivíduos.
I) Uma população humana com taxa de
natalidade de 150 nascimentos/ano, taxa d) a resistência do meio não influencia
de mortalidade de 80 mortes/ ano e sua densidade.
iguais taxas de imigração e emigração. e) o seu índice de mortalidade é zero.
II) Uma população de insetos com iguais
taxas de natalidade e mortalidade, taxa

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BIOLOGIA 2 – IDEIA

P3) O crescimento de uma população é A análise do gráfico permite concluir que


resultante da natalidade, da mortalidade
a) se o inseticida tivesse sido usado no
e de migrações.
momento marcado pela seta 1, a praga te-
Comparando a dinâmica de uma popula- ria sido controlada definitivamente, sem
ção animal (borboleta da espécie Agrau- necessidade de um tratamento posterior.
lis vanilla) à de uma população vegetal
b) se não tivesse sido usado o inseticida
(ipê amarelo Tabebuia alba), temos
no momento marcado pela seta 2, a po-
como alternativa incorreta, no que se re-
pulação de praga continuaria aumen-
fere à taxa de mortalidade por predação:
tando rapidamente e causaria grandes da-
a) Em ambas as populações, é variável de nos à lavoura.
acordo com seus ciclos de vida.
c) o uso do inseticida tornou-se necessá-
b) Em ambas as populações, pode variar rio, uma vez que o controle biológico
de acordo com a época do ano. aplicado no momento 1 não resultou na
diminuição da densidade da população
c) Na população de borboleta, é maior
da praga.
nas primeiras etapas do ciclo de vida.
d) o inseticida atacou tanto as pragas
d) Em ambas as populações, dependerá
quanto os seus predadores; entretanto, a
do número de indivíduos de seus preda-
população de pragas recuperou-se mais
dores.
rápido voltando a causar dano à lavoura.
e) Na população de ipê, sempre será
e) o controle de pragas por meio do uso
constante, pois seus indivíduos não con-
de inseticidas é muito mais eficaz que o
seguem fugir (locomover) de seus preda-
controle biológico, pois os seus efeitos
dores.
são muito mais rápidos e têm maior du-
P4) O crescimento da população de uma rabilidade.
praga agrícola está representado em fun-
P5) Ecólogos, ao estudarem populações
ção do tempo, no gráfico abaixo, onde a
de plantas, encontram organismos ade-
densidade populacional superior a P
rentes em diferentes condições ambien-
causa prejuízo à lavoura.
tais. Como decidir se esses organismos
pertencem a uma só população ou a mais
de uma?
a) Verificando a possibilidade de inter-
câmbio de informações genéticas entre
os indivíduos.

No momento apontado pela seta 1, um b) Verificando os fatores dependentes e


agricultor introduziu uma espécie de in- independentes da densidade populacio-
seto que é inimigo natural da praga, na nal.
tentativa de controlá-la biologicamente. c) Verificando o tamanho dos organis-
No momento indicado pela seta 2, o agri- mos, considerando a biomassa, a altura,
cultor aplicou grande quantidade de in- a morfologia e a condição fisiológica.
seticida, na tentativa de eliminar total-
mente a praga.

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BIOLOGIA 2 – IDEIA

d) Verificando as condições de sobrevi- • COMPONENTES DOS


vência, rendimento reprodutivo e cresci- ECOSSISTEMAS
mento dos organismos.
➢ Fatores Bióticos
e) Estimando as taxas vitais das plantas
e, por meio dessas taxas, separando os Todos os organismos vivos. Produto-
organismos. res primários, consumidores, decompo-
sitores e parasitas.
➢ Fatores Abióticos
Aula: 09 – Ecologia III: Ecossistemas
Ambiente físico e químico que for-
nece condições de vida. Nutrientes, água,
• CONCEITOS INICIAIS
chuva, umidade, solo, sol, ar, gases, tem-
Ecossistema é o conjunto dos orga- peratura, etc.
nismos vivos e seus ambientes físicos e Figura: Ecossistema Aquático
químicos. O termo ecossistema é origi-
nado a união das palavras "oikos" e "sis-
tema", ou seja, tem como significado,
sistema da casa.
Ele representa o conjunto de comuni-
dades que habitam e interagem em um
determinado espaço.
Podemos classificar os ecossistemas
nos seguintes tipos: Em um lago podemos encontrar or-
ganismos capazes de realizar a fotossín-
- Ecossistemas naturais: bosques,
tese, como os vegetais encontrados no
florestas, desertos, rios, oceanos, etc.
fundo e nas margens, e as algas micros-
- Ecossistemas artificiais: construí- cópicas encontradas na superfície da
dos pelo ser humano, como açudes, aqu- água. Neste lago também vivem caramu-
ários, plantações, etc. jos e peixes herbívoros (que comem so-
mente vegetais) que se alimentam de res-
Atendendo ao meio físico, há a con-
tos de plantas, enquanto outros peixes
siderar:
carnívoros (que se alimentam de outros
- Ecossistemas terrestres: Em seres vivos) comem os caramujos e os
nosso país temos vários ecossistemas ter- peixes herbívoros. Algumas aves ali-
restres, como por exemplo, a Amazônia, mentam-se dos peixes e também de rãs
a Caatinga, os Campos, os Campos do que vivem naquele local.
Sul do Brasil, o Cerrado, a Mata Atlân-
Os componentes bióticos desse lago
tica, a Mata de Araucárias do Brasil, a
são os vegetais e todos os outros seres vi-
Mata de Cocais e o Pantanal.
vos que ali estão. Já os componentes abi-
- Ecossistemas aquáticos: Os ocea- óticos são:
nos, rios e lagos.
- Luz: necessária às plantas para a
fotossíntese, lembrando que é a partir da
fotossíntese que os vegetais produzem o
oxigênio;

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BIOLOGIA 2 – IDEIA

- Oxigênio: utilizado pelos peixes e Figura: Recife de Corais


demais organismos do lago;
- Temperatura da Água: quando a
temperatura da água aumenta, o oxigênio
dissolvido nela diminui, provocando a
morte de muitos organismos.
Isso deixa a água mais turva, impe-
dindo a passagem de luz e a consequente
O talassociclo é composto pelas regi-
realização de fotossíntese pelos vegetais.
ões costeiras e pelos recifes de corais, es-
Como os vegetais não fazem fotos- tas são áreas extremamente produtivas e
síntese, o oxigênio não é produzido e por esse motivo apresentam uma grande
mais organismos morrem; diversidade de organismos vivos.
- Rochas e Lama no Fundo e nas ➢ Limnociclo
Margens do Lago: servem de esconde-
É o menor biociclo terrestre. As
rijo para alguns organismos;
águas doces correntes de rios, riachos,
- Sais Minerais: dissolvidos na córregos, cachoeiras e cascatas formam
água, esses sais são importantes para os o sistema lótico, enquanto as águas doces
organismos que ali vivem. paradas de lagos, lagoas, pântanos, bre-
jos fazem parte do sistema lêntico.
Figura: Pântano
• BIOCICLOS
A Biosfera, que é o conjunto de todos
os ecossistemas, pode ser dividida em bi-
ociclos.
São eles: talassociclo (marinho), lim-
nociclo (água doce) e epinociclo (terres-
tres).
➢ Epinociclo
➢ Talassociclo
É o conjunto de ecossistemas terres-
Os mares e oceanos formam o maior
tres e o biociclo que apresenta maior di-
biociclo, cobrindo cerca de 70% do
versidade de espécies.
globo terrestre.
A grande variação do clima e a pre-
Os organismos encontrados no ambi-
sença de barreiras geográficas promo-
ente aquático, tanto no talassociclo
vem a formação de novas espécies.
quanto no limnociclo, são chamados
plâncton (seres microscópicos como o
zooplâncton e o fitoplâcton), nécton (or-
• PRINCIPAIS BIOMAS TER-
ganismos macroscópicos que nadam li-
RESTRES
vremente como peixes) e benton (vivem
fixos a um substrato ou se arrastando Bioma é conceituado no mapa como
pelo fundo do mar, como ostras, cracas, um conjunto de vida (vegetal e animal)
anêmonas, siris etc.). constituído pelo agrupamento de tipos de

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BIOLOGIA 2 – IDEIA

vegetação contíguos e identificáveis em No verão a Tundra fica mais cheia de


escala regional, com condições geocli- animais: aves marinhas, roedores, lobos,
máticas similares e história comparti- raposas, doninhas, renas, caribus, além
lhada de mudanças, o que resulta em uma de enxames de moscas e mosquitos.
diversidade biológica própria.
➢ Taiga
➢ Tundra
Também chamada de floresta de co-
Recebe pouca energia solar e pouca níferas ou floresta boreal. Partindo-se da
precipitação, esta ocorre geralmente sob Tundra, à medida que se desloca para o
forma de neve e o solo permanece a sul a estação favorável torna-se mais
maior parte do ano gelado. longa e o clima mais ameno.
Durante a curta estação quente (2 Em consequência disso a vegetação é
meses) ocorre o degelo da parte superior, mais rica, surgindo a Taiga.
rica em matéria orgânica, permitindo o
Na Taiga, os abetos e os pinheiros
crescimento dos vegetais.
formam uma densa cobertura, impedindo
O subsolo fica permanentemente o solo de receber luz intensa.
congelado (permafrost).
A vegetação rasteira é pouco repre-
A Tundra caracteriza-se por apresen- sentada. O período de crescimento dura
tar poucas espécies capazes de suportar 3 meses e as chuvas são poucas.
as condições desfavoráveis. Os produto-
Os animais são representados por
res são responsáveis por capim rasteiro e
aves, alces, lobos, martas, linces, roedo-
com extensas áreas cobertas por camadas
res etc.
baixas de liquens e musgos.
Figura: Floresta de Coníferas
Existem raras plantas lenhosas como
os salgueiros, mas são excessivamente
baixas (rasteiras).
Figura: Tundra

➢ Floresta Temperada (Floresta


Caducifólia ou Floresta Decí-
dua)

As plantas completam o ciclo de vida A quantidade de energia radiante é


num espaço de tempo muito curto: ger- maior e a pluviosidade atinge de 750 a
1.000mm, distribuída durante todo o
minam, crescem, produzem grandes flo-
ano. Nítidas estações do ano.
res (comparadas com o tamanho das
plantas), são fecundadas e frutificam, Neste Bioma, a maioria dos arbustos
dispersando rapidamente as suas semen- e árvores perde as suas folhas no outono
tes. e os animais migram, hibernam ou apre-
sentam adaptações especiais para supor-
tar o frio intenso.

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BIOLOGIA 2 – IDEIA

As plantas são representadas por ár- Figura: Floresta Amazônica


vores dicotiledôneas como nogueiras,
carvalhos, faias.

Os animais são representados por es-


quilos, veados, muitos insetos, aves inse-
tívoras, ursos, lobos etc.

Figura: Floresta Caducifólia

➢ Pradaria (Campos)

É um Bioma que se caracteriza por


apresentar um único estrato de vegeta-
ção.

O número de espécies é muito


grande, mas representado por pequeno
➢ Floresta Tropical (Floresta número de indivíduos de cada espécie.
Pluvial)
Durante o dia a temperatura é alta,
A floresta tropical situa-se na região porém a noite a temperatura é muito
intertropical. A maior área é a Amazônia. baixa. Muita luz e vento, pouca umidade.
Predominam as gramíneas.
O suprimento de energia é abundante
e as chuvas são regulares e abundantes, Os animais, dependendo da região,
podendo ultrapassar 3.000mm anuais. A podem ser: antílopes americanos e bi-
principal característica da floresta tropi- sões, roedores, muitos insetos, gaviões,
cal é a sua estratificação. corujas etc.
A parte superior é formada por árvo- Figura: Pradaria
res que atingem 40m de altura, formando
um dossel espesso de ramos e folhas. No
topo a temperatura é alta e seca.

Debaixo desta cobertura ocorre outra


camada de árvores, que chegam a 20m de
altura, outras a 10m e 5m de altura. Este
estrato médio é quente, mais escuro e
mais úmido, apresentando pequena ve-
getação. O estrato médio caracteriza-se
pela presença de cipós e epífitas. ➢ Deserto
A diversificação de espécies vegetais Os desertos apresentam localização
e animais é muito grande, a maior entre muito variada e se caracterizam por apre-
os ecossistemas. sentar vegetação muito esparsa.

O solo é muito árido e a pluviosidade


baixa e irregular, abaixo de 250 mm de
água anuais.

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BIOLOGIA 2 – IDEIA

Durante o dia a temperatura é alta, ➢ Savana


mas à noite ocorre perda rápida de calor,
que se irradia para a atmosfera e a tem- Savana é nome dado a um tipo de co-
peratura torna-se excessivamente baixa. bertura vegetal constituída, em geral, por
gramíneas e árvores esparsas.
As plantas que se adaptam ao deserto
geralmente apresentam um ciclo de vida A topografia geralmente é plana com
curto. clima tropical, apresentando duas esta-
ções bem definidas, sendo uma chuvosa
Durante o período favorável (chu- e uma seca.
voso) germinam as sementes, crescem,
florescem, frutificam, dispersam as se- As Savanas ocorrem, principal-
mentes e morrem. mente, na zona intertropical do planeta,
por esse motivo recebe uma enorme
As plantas perenes, como os cactos, quantidade de luz solar.
apresentam sistemas radiculares superfi-
ciais que cobrem grandes áreas. Estas ra- A espécie de savana mais conhecida
ízes estão adaptadas para absorver as é a africana, no entanto, há outras: sava-
águas das chuvas passageiras. nas tropicais (africana), savanas subtro-
picais, savanas temperadas, savanas me-
O armazenamento de água é muito diterrâneas, savanas pantanosas e sava-
grande (parênquimas aquíferos). As fo- nas montanhosas.
lhas são transformadas em espinhos e o
caule passa a realizar fotossíntese. As savanas do tipo tropical e subtro-
pical são encontras em todos os conti-
Figura: Deserto do Saara nentes, apresentando duas estações bem
definidas (uma quente e outra chuvosa).

Os solos dessas áreas são relativa-


mente férteis, neles se fixam gramíneas,
geralmente desprovidas de árvores.

A África possui savanas com esses


aspectos, com destaque para as do Seren-
Os consumidores são predominante- gueti.
mente roedores, obtendo água do próprio
alimento que ingerem ou do orvalho. Savanas temperadas são identifica-
das em médias latitudes e em todos os
No hemisfério norte é muito comum continentes, são influenciadas pelo clima
encontrar- se, nos desertos, arbustos dis- temperado, cujo verão é relativamente
tribuídos uniformemente, como se tives- úmido e o inverno seco. A vegetação é
sem sido plantados em espaços regula- constituída por gramíneas.
res.
Figura: Parque Nacional do Serengeti
Este fato explica-se como um caso de
antibiose, isto é, os vegetais produzem
substâncias que eliminam outros indiví-
duos que crescem ao seu redor.

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BIOLOGIA 2 – IDEIA

Savanas mediterrâneas são vegeta- restre e marítimo, característico de regi-


ções que ocorrem em regiões de clima ões tropicais e subtropicais, sujeito à
mediterrâneo. Nessas áreas o solo é po- inundação das marés.
bre, germinando sobre a superfície ar-
bustos e árvores de pequeno porte. O manguezal se enquadra no conceito de
ecossistema por:
Savanas pantanosas são composições
vegetativas que ocorrem tanto em regi- a) Possuir fluxo de energia bidirecional.
ões de clima tropical como subtropical
dos cinco continentes. Esse tipo de sa- b) Ser um sistema fechado e autossufici-
vana sofre inundações periódicas. ente.

Savanas montanhosas é um tipo de c) Reunir os organismos em um único ní-


vegetação que ocorre fundamentalmente vel trófico.
em zonas alpinas e subalpinas em distin-
tos lugares do globo, em razão do isola- d) Impedir movimentos de imigração e
mento geográfico, abriga espécies endê- emigração de organismos.
micas.
e) Compreender ciclos de materiais entre
os componentes bióticos e abióticos.

F3) Assinale a alternativa que representa


• EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
o ecossistema no qual há a maior diver-
F1) “As plantas mais abundantes são ár- sidade de espécies
vores. Altas, só se ramificam perto do
a) Floresta temperada
topo, de modo que a fronde é elevada e
densa. As folhas das árvores são igual- b) Caatinga
mente amplas, espessas e de cor verde-
escura com superfícies ventrais brilhan- c) Cerrado
tes. As raízes são superficiais e os tron-
cos costumam ser encorpados perto da d) Floresta tropical
base, de modo que fornecem fixação am-
pla e firme. Há numerosas trepadeiras le- F4) Assinale a alternativa correta quanto
nhosas, cipós dependurados das árvores aos ecossistemas aquáticos.
como cabos e epífitas.”
a) O plâncton é constituído por organis-
O texto anterior descreve o seguinte bi- mos que flutuam na superfície da água.
oma:
b) Os produtores aquáticos geralmente
a) Savana tropical possuem uma biomassa maior que a dos
consumidores.
b) Floresta tropical
c) O nécton é formado por organismos
c) Cerrado que vivem no fundo d'água.
d) Caatinga d) Tanto o fitoplâncton como o zoo-
plâncton são capazes de realizar fotos-
e) Tundra síntese.
F2) O Manguezal é um ecossistema cos-
teiro que ocorre entre os ambientes ter-

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BIOLOGIA 2 – IDEIA

e) O bênton é constituído por organismos a) Somente as afirmativas I e IV são cor-


que nadam ativamente no meio da coluna retas.
d'água.
b) Somente as afirmativas II e III são cor-
F5) Marque a alternativa incorreta: retas.

a) Nos ecossistemas, os organismos inte- c) Somente as afirmativas III e IV são


ragem com outros. corretas.

b) Nos ecossistemas, ocorrem relações d) Somente as afirmativas IV, V e VII


ecológicas. são corretas.

c) Nos ecossistemas, os organismos não e) Somente as afirmativas I, IV e VI são


interagem com fatores físicos. corretas.

d) Recifes de coral são exemplos de P2) Considerando os níveis de organiza-


ecossistemas aquáticos. ção biológica, os ecossistemas estão lo-
calizados, do nível mais específico para
e) Nos ecossistemas, o fluxo de energia o mais amplo:
possui apenas uma direção.
a) Após a população.
• EXERCÍCIOS PROPOSTOS
b) Após as comunidades.
P1) Quanto aos ecossistemas:
c) Antes dos organismos.
I. se referem ao conjunto dos componen-
tes exclusivamente bióticos; d) Antes da população.

II. produtores, consumidores e decompo- e) Antes da comunidade.


sitores são as três categorias de seus
componentes abióticos; P3) Bioma caracterizado pelo frio cons-
tante em que poucas espécies sobrevi-
III.se referem ao conjunto dos compo- vem, como musgos, liquens e capins sur-
nentes exclusivamente abióticos; gidos num rápido verão, onde chegam,
de outras regiões, aves migratórias, re-
IV. um aquário, um lago e uma floresta nas, insetos e roedores que saem da hi-
são exemplos de ecossistemas, embora bernação.
possuam tamanhos diferentes;
Temos nesse trecho uma caracterização
V. se referem ao conjunto dos compo- de:
nentes bióticos e abióticos;
a) Pampas da Argentina.
VI. sua extensão não é percorrida por um
fluxo de energia e matéria, não estabele- b) Taiga.
cendo diferentes níveis tróficos;
c) Estepes da Rússia.
VII. pode ser definido como biocenose +
biótopo, sendo biocenose sua comuni- d) Pradarias dos EUA.
dade e biótopo o conjunto de elementos
abióticos do ambiente. e) Tundra.

Assinale a alternativa correta.

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BIOLOGIA 2 – IDEIA

P4) Dois pesquisadores percorreram os a) Caatinga, Cerrado, Zona dos Cocais e


trajetos marcados no mapa. A tarefa de- Floresta Amazônica.
les foi analisar os ecossistemas e, encon-
trando problemas, relatar e propor medi- b) Mata de Araucárias, Cerrado, Zona
das de recuperação. dos Cocais e Caatinga.

c) Manguezais, Zona dos Cocais, Cer-


rado e Mata Atlântica.

d) Floresta Amazônica, Cerrado, Mata


Atlântica e Pampas.

e) Mata Atlântica, Cerrado, Zona dos


Cocais e Pantanal.

P5) Sobre o Pantanal, julgue os itens a


seguir e assinale apenas as proposições
que apresentam características desse bi-
A seguir, são reproduzidos trechos alea- oma.
tórios extraídos dos relatórios desses
dois pesquisadores. I. A fauna é semelhante à do bioma Ama-
zônia. A flora conta com aproximada-
Trechos aleatórios extraídos do relató- mente 20 mil espécies de vegetais.
rio do pesquisador P1:
II. Conhecido também como Campo Su-
I. "Por causa da diminuição drástica das lino, esse bioma abrange o território do
espécies vegetais deste ecossistema, estado do Rio Grande do Sul.
como os pinheiros, a gralha azul também
está em processo de extinção". III. É considerado uma das maiores pla-
nícies alagadas do mundo, sendo o me-
II. "As árvores de troncos tortuosos e nor bioma em extensão territorial do Bra-
cascas grossas que predominam nesse sil.
ecossistema estão sendo utilizadas em
carvoarias". IV. Esse bioma compreende a bacia hi-
drográfica do Rio Paraguai, e o clima
Trechos aleatórios extraídos do relató- predominante é o tropical.
rio do pesquisador P2:
Assinale a alternativa correta:
III. "Das palmeiras que predominam
nesta região podem ser extraídas subs- a) I, III e IV
tâncias importantes para a economia re-
gional". b) II e III.

IV. "Apesar da aridez desta região, em c) II, III e IV.


que encontramos muitas plantas espi-
nhosas, não se pode desprezar a sua bio- d) I e III.
diversidade".
e) III e IV
Os trechos I, II, III e IV referem-se, pela
ordem, aos seguintes ecossistemas:

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BIOLOGIA 2 – IDEIA

Aula: 10 – Ecologia IV: Desequilí- Nos dois meses seguintes, mais de 8


brio Ambiental mil pessoas morreram de enfermidades
motivadas ou agravadas pela poluição at-
mosférica.
• CONCEITOS INICIAIS
Outra catástrofe ambiental de gran-
A partir de agora, estudar-se-á os
des proporções ocorreu em Chernobyl,
principais fatores de desequilíbrio ambi-
na então União Soviética, em 1986. Uma
ental, causados principalmente por ação
falha na refrigeração de um reator nu-
antrópica.
clear fez com que ele explodisse, lan-
çando poluentes radioativos responsá-
veis pela morte imediata de dezenas de
• POLUIÇÃO pessoas e doenças em milhares de outras.
Poluição (do latim poluere, manchar, Outro incidente com energia nuclear
poluir) é a presença concentrada no am- aconteceu no Japão em 2011, após um
biente de determinadas substâncias ou terremoto e um tsunami que atingiram a
agentes físicos, genericamente denomi- região.
nados poluentes. O esclarecimento e a educação da po-
Em geral, os poluentes são produzi- pulação podem contribuir para o controle
dos direta ou indiretamente por ação hu- da poluição. Somente uma sociedade ci-
mana e podem afetar a vida de uma ou vil amplamente organizada e informada
mais espécies de uma comunidade bioló- será capaz de manter atitudes sustentá-
gica. veis e de exercer uma fiscalização ambi-
ental sistemática, exigindo a criação e
As atividades humanas, principal- principal mente o cumprimento de leis
mente nas sociedades industrializadas, ecológicas eficientes.
geram diversos tipos de materiais polu-
entes: lixo dos mais diversos tipos, fu- ➢ Poluição Atmosférica
maça, resíduos industriais, gases libera- As principais fontes geradoras da po-
dos pelo escapamento de veículos moto- luição atmosférica são os motores de ve-
rizados etc., além de grande quantidade ículos, as indústrias (siderúrgicas, fábri-
de resíduos orgânicos, como excremen- cas de cimento e de papel, refinarias
tos e urina. etc.), a incineração de lixo doméstico e
A poluição ambiental decorrente do as queimadas de campos e florestas.
desenvolvimento industrial já provocou As ações humanas, denominadas ati-
grandes tragédias. Em Londres, no in- vidades antrópicas (do grego anthropos,
verno de 1952, as condições climáticas ser humano), são responsáveis pela libe-
não permitiram a dispersão dos poluen- ração na atmosfera de milhões de tonela-
tes liberados pelos automóveis, pelas fá- das anuais de gases tóxicos como o mo-
bricas e pelos sistemas de aquecimento nóxido de carbono, o ozônio, o dióxido
das residências, o que produziu efeitos de enxofre, o dióxido de nitrogênio e di-
dramáticos: mais de 4 mil pessoas mor- versos tipos de hidrocarbonetos, além de
reram em poucos dias, em virtude de pro- gás carbônico e do chamado material
blemas respiratórios causados pelos po- particulado, constituído por partículas de
luentes que se concentraram na baixa at- poeira, fumaça e materiais sólidos e lí-
mosfera. quidos suspensos no ar.

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BIOLOGIA 2 – IDEIA

Um dos poluentes mais perigosos Outro poluente atmosférico perigoso


para os habitantes das grandes metrópo- é o dióxido de enxofre (SO2), gás prove-
les é o monóxido de carbono (CO), um niente da queima industrial de combustí-
gás incolor, inodoro, menos denso que veis como c carvão mineral e o óleo die-
outros gases do ar e extremamente tóxico sel, que contêm enxofre como impureza.
para os seres humanos.
O dióxido de enxofre e também o
Esse gás é produzido pela queima in- dióxido de nitrogênio (NO2) podem pro-
completa de moléculas orgânicas e sua vocar bronquite, asma e enfisema pulmo-
principal fonte de emissão são os moto- nar.
res a combustão de veículos como auto-
Ao reagir com vapor d ‘água presente
móveis, motocicletas, ônibus, caminhões
na atmosfera, esses óxidos podem levar
etc.
à formação de ácido sulfúrico (H2SO4) e
O monóxido de carbono combina-se ácido nítrico (HNO3), que se dissolvem
irreversivelmente com a hemoglobina do nas nuvens, precipitando-se na forma d
sangue, inutilizando-a para o transporte chuvas ácidas.
de gás oxigênio. A exposição prolongada
Em países como os do Leste Euro-
de uma pessoa ao monóxido de carbono
peu, em que a produção de energia é ba-
pode levar à perda de consciência e à
seada na queima de carvão mineral e
morte; a intoxicação por esse gás causa
óleo diesel, as chuvas ácidas têm provo-
sintomas de asfixia e aumento dos ritmos
cado grandes danos à vegetação além de
respiratório e cardíaco.
corroer construções e monumentos.
O ozônio (O3), apesar de reter parte
➢ Poluição das Águas e do Solo
das radiações solares e ser importante
para a proteção dos seres vivos quando A forma mais comum e talvez a mais
presente na es estratosfera, é um gás po- antiga de poluir as águas é por meio do
luente quando concentrado próximo ao lançamento de dejetos de humanos e de
solo, provocando irritação nos olhos e animais domésticos em rios, lagos e ma-
problemas respiratórios, além de danos à res.
vegetação.
Por serem constituídos material or-
Nas grandes cidades, poluentes libe- gânico, esses dejetos aumentam a quan-
rados pelos veículos motorizados poten- tidade de uma e fosfatos, bem como de
cializam a reação de formação de ozônio outros nutrientes presentes no ambiente
na baixa atmosfera; nos meses de in- aquático, fenômeno denominado eutrofi-
verno, o problema é agravado pela ocor- zação ou eutrofização (do grego eu, bem,
rência de inversões térmicas. bom, e trofos, nutrição).
Figura: Centro Médico da Universidade de Figura: Trecho Morto do Rio Tietê em São
Mainz Paulo

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BIOLOGIA 2 – IDEIA

A eutrofização geralmente leva à morte de muitas espécies da comunidade


multiplicação intensa de bactérias aeró- aquática.
bicas, que utilizam gás oxigênio em sua
O desenvolvimento da agricultura
respiração. A proliferação das bactérias
também tem contribuído para a poluição
acaba por consumir rapidamente o gás
do solo e das águas. Fertilizantes sintéti-
oxigênio dissolvido na água, causando a
cos e agrotóxico (inseticidas, fungicidas
morte por asfixia maioria das formas de
e herbicidas), utilizados em quantidades
vida aquática, inclusive delas próprias.
abusivas nas lavouras, poluem o solo e as
A eutrofização de ambientes mari- águas dos rios, eventualmente intoxi-
nhos pode levar à grande proliferação de cando o próprio agricultor e sua família
certos dinoflagelados (protoctistas fotos- e matando diversos seres vivos dos ecos-
sintetizantes), provocando o fenômeno sistemas.
conhecido por maré vermelha virtude da
coloração que esses organismos confe-
rem à água marés vermelhas produzem • DESMATAMENTOS, ESPÉ-
grande mortandade de peixes, principal- CIES EXÓTICAS E EXTIN-
mente porque, além de liberar substân- ÇÃO DE ESPÉCIES
cias tóxicas na água o dinoflagelados
competem com eles pelo gás oxigênio. A expansão das terras cultivadas e o
crescimento das cidades têm causado
Por causa da eutrofização por esgo- destruição dos ambientes naturais.
tos humanos, muitos rios ou banham
grandes cidades pelo mundo tiveram sua As florestas são derrubadas ou, pior
flora e sua fauna destruídas, tornando-se ainda, queimadas, que prejudica solo e
esgotos a céu aberto. O lançamento de polui a atmosfera. Essa remoção indiscri-
esgotos nos rios sem tratamento prévio minada da vegetação nativa, popular-
acarreta, ainda, a propagação de doenças mente chamada desmatamento, além de
como a hepatite, a amebíase e a cólera, levar comunidades biológicas e espécies
entre outras. à extinção, acarreta erosão o empobreci-
mento do solo.
A melhor solução para o problema é
Figura: Área de Desmatamento na Floresta
o tratamento e o reaproveitamento de es- Amazônica
gotos. Atualmente já existem tecnologias
para purificar a água proveniente de es-
gotos e utilizar os resíduos se mi sólidos
na produção de fertilizantes. O gás me-
tano gerado no processo é usado como
combustível.
As águas utilizadas para diversos fins
nas casas e depois descartadas- conheci- A erosão é causada principalmente
das como águas servidas- e os resíduos pelas chuvas pelo vento. Sem proteção
industriais também podem trazer graves da cobertura vegetal, o solo perde rapi-
problemas ambientais. Substâncias polu- damente suas camadas férteis e tem mui-
entes, como detergentes, ácido sulfúrico tos de seus componentes levados pelas
e amônia, envenenam os rios e causam a chuvas, tornando-se pobre e acidentado.

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BIOLOGIA 2 – IDEIA

A introdução de espécies exóticas O ar quente que sobe é substituído


tem causado desequilíbrios ambientais por ar frio que desce e este, ao se aque-
em diversas regiões, afetando os ecossis- cer, volta a subir.
temas nativos. Em seus deslocamentos
O movimento ascendente e descen-
pelas diversas regiões da Terra, viajantes
dente de ar, denominado corrente de con-
humanos transportam, deliberadamente
vecção, é responsável pela dispersão dos
ou não, espécies biológicas de um local
poluentes, continuamente, produzidos
para outro.
em uma cidade.
Dessa forma, espécies nativas de
Nos meses de inverno, devido ao res-
uma região podem ser introduzidas em
friamento do solo, a camada baixa de ar
locais onde não existiam anteriormente.
atmosférico pode estriar mais que a ca-
A extinção de espécies pode causar mada imediatamente superior, fenômeno
sérios distúrbios ao equilíbrio de um denominado inversão térmica.
ecossistema. Grande número de espécies
Com isso, os movimentos de convec-
está ameaçada de extinção em virtude da
ção são interrompidos e os poluentes dei-
destruição dos hábitats de plantas e de
xam de se dispersar para as camadas
animais, principalmente devido à expan-
mais altas da atmosfera, concentrando-se
são das fronteiras agrícolas, além da caça
na camada de ar frio aprisionada entre a
e da pesca excessivas - ou "predatórias".
superfície e a camada de ar quente.
Além disso, o comércio ilegal de ani-
Nessas ocasiões, é comum ocorrer
mais silvestres reduz a população de de-
aumento dos casos de irritação das mu-
terminadas espécies e causa a morte de
cosas e de problemas respiratórios nos
muitos animais para que apenas alguns
habitantes dos grandes centros urbanos.
consigam chegar às mãos dos comprado-
res. ➢ Aumento do Efeito Estufa
A expansão da população humana e Parte da radiação solar que chega
suas ações inconsequentes têm colocado terra é refletida pelas nuvens e pela su-
em perigo inúmeras espécies de seres vi- perfície terrestre, outra parte e absorvida
vos. principalmente pelo solo e irradiada para
a atmosfera na forma (radiação Infraver-
melha).
• CONSEQUÊNCIAS
Esse fenômeno natural é denomi-
nado efeito estufa e contribui para man-
➢ Inversão Térmica
ter aquecida a superfície terrestre, impe-
Em condições normais, as camadas dindo a perda muito rápida de calor para
mais baixas da atmosfera são mais quen- o espaço.
tes porque absorvem calor irradiado pela
Graças ao efeito estufa, a Terra man-
superfície terrestre.
tém uma temperatura média que possibi-
Por ser menos denso, o ar quente lita a existência de vida.
tende a subir, carregando poluentes
O efeito estufa resulta, principal-
eventualmente presentes em suspensão.
mente, da presença, na atmosfera, de va-
por d'água, gás carbônico (CO2), metano

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BIOLOGIA 2 – IDEIA

(CH4) e dióxido de nitrogênio (NO2), cu- Nos tubos digestivos desses animais
jas moléculas tem capacidade de absor- ruminantes, há grande quantidade de mi-
ver calor. crorganismos produtores de gás metano.
O aumento de alguns desses gases na O ano de 2015 foi o mais quente da
atmosfera, em consequência das ativida- história (o segundo mais quente foi 2010
des antrópicas, vem provocando a inten- e o terceiro, 2005), desde que as tempe-
sificação do efeito estufa. raturas médias anuais no globo terrestre
começaram a ser registradas em 1861.
Estima-se que nos próximos anos
isso levará a um aumento significativo da Durante o século XX, a temperatura
temperatura média na superfície terres- global da superfície terrestre aumentou
tre. mais de 0,6 ºC, de acordo com estudos da
ONU, o planeta deverá estar cerca de 2
A quantidade de gás carbônico na at-
ºC mais quente até o ano de 2100.
mosfera vem aumentando progressiva-
mente desde a revolução Industrial, Alguns cientistas consideraram con-
quando a queima de combustíveis fosseis servadoras essas estimativas da ONU e
(carvão mineral e petróleo) começou a acreditam que, se os gases responsáveis
ser empregada em larga escala para pro- pelo efeito estufa continuarem a se acu-
duzir energia. mular na atmosfera, devemos esperar
uma elevação de até 4°C na temperatura
Hoje, a concentração de gás carbô-
média mundial nos próximos 50 anos.
nico no ar está próxima de 0,039% da
composição atmosférica (390 partes por O aumento significativo da tempera-
milhão ou ppm), um aumento superior a tura global pode trazer grandes mudan-
40% em relação ao período pré-indus- ças no clima da Terra, algumas presumi-
trial. Recentemente, estações medidoras velmente de efeitos catastróficos.
do Havaí registraram níveis recordes de
Nas regiões tropicais, ocorreriam
CO, superiores a 0,04%.
tempestades torrenciais; nas regiões tem-
Estima-se que a concentração de gás peradas, o clima ficaria mais quente e
metano (CH4) na atmosfera também au- mais seco; nas regiões polares, parte do
mentou mais de 150% no mesmo perí- gelo derreteria (o que parece estar acon-
odo. O metano resulta, principalmente, tecendo), causando a elevação do nível
da decomposição da matéria orgânica. dos mares e a inundação de cidades lito-
râneas e de planícies.
O aumento da população humana
contribui para a maior produção de lixo ➢ Concentração de poluentes ao
e esgotos, o que está diretamente relaci- longo das cadeias alimentares
onado com a elevação da concentração
Desde a década de 1940, o diclorodi-
de gás metano na atmosfera; o aumento
feniltricloroetano (DDT) e outros inseti-
das áreas alagadas para o cultivo de ar-
cidas do grupo organoclorados vêm
roz, onde ocorre muita decomposição de
sendo utilizados nas lavouras por sua alta
matéria orgânica, também tem elevado a
eficiência contra diversos insertos.
concentração de metano atmosférico.
Entretanto, se absorvido pela pele ou
Outras fontes emissoras de metano
se contaminar alimentos, o DDT pode
são os rebanhos de gado bovino e ca-
causar doenças no fígado, como a cirrose
prino.

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BIOLOGIA 2 – IDEIA

e câncer, tanto em seres humanos quanto Para minimizar a poluição provocada


em outros animais. por resíduos industriais e agrícolas, é
preciso recorrer simultaneamente a vá-
Por muito nocivo, o emprego desse
rias ações, entre elas: maior controle go-
produto está proibido em diversos paí-
vernamental sobre as indústrias de ferti-
ses, inclusive no Brasil.
lizantes e agrotóxicos; realização de
O DDT, além de outros inseticidas e campanhas educativas junto aos agricul-
poluentes, possui a capacidade de se con- tores sobre o emprego correto não abu-
centrar no corpo dos organismos que o sivo de defensivos agrícolas e fertilizan-
absorvem. tes; proibição de produto comprovada-
mente tóxicos e perigosos, como o DDT;
Animais como os moluscos bivalves, redução drástica de uso de agrotóxicos
por exemplo, que obtém alimento fil- na agricultura.
trando a água circundante, podem acu-
mular grandes quantidades do inseticida
no corpo, em concentração até 70 mil ve-
• EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
zes maior que a da água contaminada
onde vivem. F1) O homem, frequentemente, provoca
danos ao meio ambiente. Um dos mais
Se consumidos como alimento por
recentes e também mais devastadores foi
pessoas ou por animais, os moluscos
o acidente em Mariana, em 2015.
contaminados podem provocar graves
intoxicações. Entre os pontos listados abaixo, marque
um problema que não pode ser atribuído
Poluentes como o DDT são absorvi-
ao rompimento da barragem de rejeitos.
dos pelos produtores e passados sucessi-
vamente para os consumidores primá- a) Modificação da cadeia alimentar dos
rios, consumidores secundários e assim rios da região.
por diante.
b) Assoreamento dos rios da região.
Como cada organismo de um nível
c) Alteração do pH do solo da região.
trófico superior alimenta-se, proporcio-
nalmente, de grande quantidade de mate- d) Alteração da fertilidade do solo da re-
rial do nível inferior, esses poluentes, por gião.
não serem degradados no metabolismo,
tendem a se concentrar nos níveis trófi- e) Aumento de oxigênio disponível nos
cos superiores. rios da região.

Figura: Acúmulo de DDT na Pirâmide Alimen- F2) Um dos principais problemas ambi-
tar entais que acontecem no Brasil são de-
correntes do acúmulo de sedimentos nos
ambientes aquáticos, desencadeando
obstrução dos fluxos de água e destrui-
ção desses habitats.
Esse problema é conhecido como:
a) Desertificação.
b) Poluição marinha.

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BIOLOGIA 2 – IDEIA

c) Assoreamento. F4) Em Salvador e na região metropoli-


tana, são descartados, por ano, cerca de
d) Desmatamento.
dois milhões de toneladas de resíduos só-
e) Degradação do solo. lidos. Se não forem tomadas providên-
cias, em pouco tempo, os aterros sanitá-
F3) Seathl, chefe indígena americano, rios não serão suficientes para manter
em seu famoso discurso, discorre a res- tanto lixo.
peito dos sentimentos e dos cuidados que
o homem branco deveria ter para com a Considerando-se a problemática do lixo
Terra, à semelhança com os índios, ao se das grandes regiões metropolitanas do
assenhorear das novas regiões. E ao fi- país, entre as soluções corretas para re-
nal, diz: “Nunca esqueças como era a duzir o acúmulo desse material nos ater-
terra quando dela tomaste posse. Con- ros sanitários, pode-se incluir
serva-a para os teus filhos e ama-a como
a) a incineração de resíduos sólidos des-
Deus nos ama a todos. Uma coisa sabe-
cartados nos aterros sanitários.
mos: o nosso Deus é o mesmo Deus.
Nem mesmo o homem branco pode evi- b) o incentivo às cooperativas de catado-
tar nosso destino comum”. res e aos artesões para transformar os re-
síduos sólidos em material reciclado.
O discurso adaptado, publicado na re-
vista Norsk Natur, Oslo, em 1974, nunca c) o reaproveitamento de resíduos com
esteve tão atual. O homem, procurando objetivo de requalificá-los e introduzi-
tornar sua vida mais “confortável”, vem los na economia.
destruindo e contaminando tudo ao seu
d) a ampliação de aterros sanitários para
redor, sem se preocupar com os efeitos
aproveitar a energia gerada na biode-
desastrosos posteriores.
composição de resíduos sólidos.
Esses efeitos podem ser causados por
e) a modernização da frota de cami-
I. liberação desenfreada de gases-estufa; nhões, que utilize óleo diesel isento de
enxofre, para manter os grandes centros
II. destruição da camada de ozônio;
urbanos limpos.
III. uso descontrolado de agrotóxicos e
F5) Em novembro de 2015 ocorreu um
inseticidas;
dos maiores desastres ambientais do
IV. desmatamento e queimadas. nosso país: O acidente em Mariana
(MG).
É correto afirmar que contribuem para o
agravamento dos problemas as causas ci- Sobre esse acidente, marque a alternativa
tadas em: correta:

a) I, II e III, apenas. a) O acidente em Mariana ocorreu em


virtude da liberação de uma grande quan-
b) II e III, apenas. tidade de petróleo no mar, o que causou
c) I e IV, apenas. a morte de várias espécies.

d) I, II, III e IV. b) O acidente em Mariana ocorreu por-


que vários produtos radioativos foram li-
e) II e IV, apenas. berados no local sem a devida proteção.

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BIOLOGIA 2 – IDEIA

c) O acidente em Mariana refere-se ao Sobre esse assunto, marque a alternativa


desmatamento de uma grande área de incorreta:
floresta nesse local, o que causou a morte
a) O acidente de Mariana, apesar de cau-
de várias espécies.
sar grades danos a outras áreas, causou
d) O acidente em Mariana ocorreu em ra- pouco prejuízo no que diz respeito ao
zão do rompimento de uma barragem de ambiente aquático, uma vez que a lama
rejeitos de mineração. liberada não possuía produtos tóxicos,
não afetando, portanto, os peixes no lo-
e) O acidente em Mariana ocorreu por
cal.
causa da explosão de uma usina nuclear
no local. b) A lama que chegou aos rios provocou
a morte de peixes, pois o produto obs-
• EXERCÍCIOS PROPOSTOS truía a brânquia desses organismos. Com
P1) O acidente nuclear de Chernobyl re- a morte de várias espécies, a cadeia ali-
vela brutalmente os limites dos poderes mentar ficou prejudicada.
técnico-científicos da humanidade e as
c) A cadeia alimentar ficou prejudicada
“marchas-à-ré” que a “natureza” nos porque muitos indivíduos de diferentes
pode reservar. É evidente que uma ges- espécies morreram tanto em terra quanto
tão mais coletiva se impõe para orientar nos ambientes aquáticos atingidos pela
as ciências e as técnicas em direção a fi- lama da mineradora.
nalidades mais humanas. [GUATTARI,
F. As três ecologias. São Paulo: Papirus, d) Algas e plantas aquáticas também
1995 (adaptado)]. morreram nos rios atingidos pela lama
que foi liberada com o rompimento da
O texto trata do aparato técnico-cientí- barragem, o que afetou diretamente a ca-
fico e suas consequências para a humani- deia alimentar dos ambientes aquáticos.
dade, propondo que esse desenvolvi-
mento: e) A lama diminuiu o oxigênio dos rios
atingidos, o que causou a morte dos or-
a) defina seus projetos a partir dos inte- ganismos aquáticos.
resses coletivos.
P3) O acidente radioativo na usina de
b) guie-se por interesses econômicos, Chernobyl, na Ucrânia, em 1986, e exi-
prescritos pela lógica do mercado. giu a evacuação de mais de 100 mil pes-
c) priorize a evolução da tecnologia, se soas em um raio de 30 km. Até hoje, a
apropriando da natureza. região é isolada e o acesso público, res-
trito. Pouco tempo após o acidente, mui-
d) promova a separação entre natureza e tos estudos indicaram que vários orga-
sociedade tecnológica. nismos, entre os quais aranhas e insetos,
e) tenha gestão própria, com o objetivo haviam sofrido efeitos negativos da radi-
de melhor apropriação da natureza. ação. Porém, estudos recentes, utilizando
armadilhas fotográficas e imagens aé-
P2) O acidente em Mariana (MG), em reas, mostraram que a cidade-fantasma
2015, provocou uma série de impactos foi ocupada por diversas espécies de
negativos no meio ambiente. O rompi- plantas e animais, cuja abundância tem
mento da barragem de rejeitos de mine- aumentado na região.
ração levou lama, por exemplo, aos rios,
afetando diretamente a cadeia alimentar.

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BIOLOGIA 2 – IDEIA

Assinale a alternativa que fornece uma foi elogiado por sua riqueza e potencial
explicação correta para o fenômeno des- econômico, sendo sua destruição inter-
crito no texto anterior. pretada como um signo de atraso, igno-
rância e falta de cuidado.
a) A radiação diminui a taxa fotossinté-
tica de plantas, porém a ação de descon- PADUA, J. A. Um sopro de destruição:
taminação do ambiente pelo homem per- pensamento político e crítica ambiental
mite o retorno de populações de plantas no Brasil escravista (1786-1888). Rio de
e, portanto, dos organismos que delas se Janeiro: Zahar, 2002 (adaptado).
alimentam.
Descrevendo a posição dos críticos am-
b) A radiação aumenta a taxa de mutação bientais brasileiros dos séculos XVIII e
e acelera o metabolismo de plantas, fa- XIX, o autor demonstra que, via de regra,
vorecendo sua taxa reprodutiva, o que eles viam o meio natural como
leva a aumento de suas populações e,
a) ferramenta essencial para o avanço da
consequentemente, das populações de
nação.
herbívoros.
b) dádiva divina para o desenvolvimento
c) A radiação reduz os tumores de ani-
industrial.
mais e plantas, aumentando a taxa de so-
brevivência desses seres vivos e, conse- c) paisagem privilegiada para a valoriza-
quentemente, o tamanho de suas popula- ção fundiária.
ções e das de seus consumidores.
d) limitação topográfica para a promoção
d) A radiação tem impactos negativos so- da urbanização.
bre animais e plantas, porém a ausência
de atividade humana no ambiente conta-
minado por radiação favorece o cresci-
mento das populações desses organis-
mos.
P4) As queimadas são um problema am-
biental grave enfrentado em nosso país.
Analise as alternativas e marque aquela
que não indica uma consequência das
queimadas:
a) Morte dos micro-organismos que vi-
vem no solo.
b) Aumento da poluição atmosférica.
c) Diminuição dos nutrientes do solo.
d) Aumento dos riscos de erosão.
e) Redução do aquecimento global.
P5) A linhagem dos primeiros críticos
ambientais brasileiros não praticou o elo-
gio laudatório da beleza e da grandeza do
meio natural brasileiro. O meio natural

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FÍSICA 1
SUMÁRIO – FÍSICA 1

AULA ASSUNTO PÁG


1e2 Cinemática Escalar 1
3 Leis de Newton e Forças Notáveis 8
4 Cinemática Circular 13
5e6 Lançamentos 20
7e8 Trabalho e Energia 28
9 e 10 Ondulatória 32
FÍSICA 1 - IDEIA

Aula: 01 e 02 – Cinemática Escalar ➢ Velocidade Escalar Média


Define-se como velocidade escalar
• DEFINIÇÕES BÁSICAS média, a relação entre a variação de es-
paço ocorrida em um determinado inter-
➢ Referencial valo de tempo.
𝛥𝑆
Pode ser entendido como um corpo Vm = [m/s]
𝛥𝑡
em relação ao qual são definidas as posi-
ções de outras partículas. ➢ Velocidade Escalar Instantâ-
nea
➢ Movimento e Repouso
Diferente do valor médio, o valor
Uma partícula está em movimento instantâneo da velocidade é definido
em relação a um referencial quando sua como o valor da velocidade em um ins-
posição varia, em relação a tal referen- tante específico.
cial, com o tempo.
Dada a curva do espaço em relação
Quando a posição da partícula não ao tempo, a velocidade escalar instantâ-
varia, em relação ao referencial, com o nea é a inclinação da curva naquele ins-
tempo, tal partícula é dita estar em re- tante.
pouso em relação a esse referencial.
Figura: Gráfico Posição x Tempo
➢ Trajetória
Pode-se definir como trajetória de
uma partícula, o caminho percorrido por
essa em relação a um referencial. Caso o
caminho da partícula seja apenas um
ponto, significa que essa esteve em re-
pouso com relação ao referencial. ➢ Aceleração Escalar Média e
Instantânea
➢ Espaço
Similar à definição de velocidade es-
Define-se como a grandeza respon- calar média, o conceito de aceleração es-
sável por determinar a posição de uma calar média é a relação entre a variação
partícula, dada a sua trajetória, em rela- da velocidade escalar em um determi-
ção a um referencial. nado intervalo de tempo.
➢ Variação de Espaço (Desloca- 𝛥𝑉
am = [m/s2]
mento Escalar) x Distância 𝛥𝑡
Percorrida A aceleração escalar instantânea é o
Entende-se como variação de espaço, valor da aceleração escalar em um deter-
a diferença entre o espaço no instante fi- minado instante.
nal e o espaço no instante inicial. De forma análoga à velocidade esca-
A partir do momento em que se lar instantânea, pode-se obter o valor da
aborda a questão de distância percorrida, aceleração escalar instantânea obser-
essa define-se como o valor absoluto do vando a inclinação do gráfico da veloci-
espaço efetivo percorrido pela partícula. dade em relação ao tempo, no instante
desejado.

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FÍSICA 1 - IDEIA

Figura: Gráfico Velocidade x Tempo Figura: Gráfico S x t – MRU – v > 0

➢ Movimento Progressivo x Mo-


vimento Retrógrado Figura: Gráfico S x t – MRU – v < 0
Quando a variação de espaço é posi-
tiva em um determinado intervalo de
tempo, o movimento é dito progressivo.
No entanto, quando a variação de es-
paço é negativa em um determinado in-
tervalo de tempo, o movimento é dito re-
trógrado.
➢ Movimento Acelerado x Movi-
mento Retardado
Figura: Gráfico V x t – MRU – v > 0
Em um dado intervalo de tempo, o
movimento é dito acelerado quando o
módulo da velocidade escalar instantâ-
nea aumenta.
No entanto, quando o módulo da ve-
locidade escalar instantânea diminui, o
movimento é dito retardado.
➢ Movimento Uniforme (MU)
Um movimento é dito uniforme Figura: Gráfico V x t – MRU – v < 0
quando a velocidade escalar instantânea
é diferente de zero e constante.
Dessa forma, a partícula varre espa-
ços iguais em iguais intervalos de tempo.

● MOVIMENTO RETILÍNEO
UNIFORME (MRU)
É um movimento uniforme que Obs.: Ao se calcular a área do gráfico
ocorre em linha reta. da velocidade em relação ao tempo, ob-
Tal movimento pode ser analisado tém-se um valor numericamente igual à
observando os gráficos abaixo: variação de espaço naquele intervalo de
tempo.

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FÍSICA 1 - IDEIA

Figura: Relação de ΔS com Área – Gráfico V x t Figura: Gráfico V x t – MRUV – a > 0


– MRU

𝛥𝑆 = 𝐴 Figura: Gráfico V x t – MRUV – a < 0


➢ Equação Horária do Espaço
Ao observar os gráficos acima, pode-
se definir a equação abaixo para analisar
o comportamento do MRU:
𝑆 = 𝑆0 + 𝑣𝛥𝑡

Figura: Gráfico a x t – MRUV – a > 0


● MOVIMENTO RETILÍNEO
UNIFORMEMENTE VARI-
ADO (MRUV)
O MRUV é um movimento que
ocorre em linha reta, mas que tem sua ve-
locidade variando de forma constante, ou
seja, possui uma aceleração escalar cons-
tante não-nula.
Figura: Gráfico a x t – MRUV – a < 0
Tal movimento pode ser analisado
observando os gráficos abaixo:
Figura: Gráfico S x t – MRUV – a > 0

Obs.: Ao se calcular a área do gráfico


da aceleração em relação ao tempo, ob-
tém-se um valor numericamente igual à
Figura: Gráfico S x t – MRUV – a < 0 variação de velocidade naquele intervalo
de tempo.

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FÍSICA 1 - IDEIA

Figura: Relação de Δv com Área – Gráfico a x t • EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO


– MRUV
F1) Ao soltar um martelo e uma pena na
Lua em 1973, o astronauta David Scott
confirmou que ambos atingiram juntos a
superfície. O cientista italiano Galileu
Galilei (1564-1642), um dos maiores
pensadores de todos os tempos, previu
que, se minimizarmos a resistência do ar,
os corpos chegariam juntos à superfície.
𝜟𝒗 = 𝑨 Na demonstração, o astronauta deixou
cair em um mesmo instante e de uma
mesma altura um martelo de 1,32 kg e
➢ Equação Horária da Veloci- uma pena de 30 g. Durante a queda no
dade vácuo, esses objetos apresentam iguais
Analisando-se os gráficos V x t acima, a) Inércias
pode-se definir uma relação entre a velo-
cidade e o tempo no MRUV: b) Impulsos

𝑽 = 𝑽𝟎 + 𝒂𝜟𝒕 c) Trabalhos
d) Acelerações

➢ Equação Horária do Espaço e) Energias potencial

Analisando-se os gráficos S x t F2) Um piloto testa um carro em uma


acima, e fazendo uso da equação horária reta longa de um autódromo. A posição
da velocidade, pode-se definir uma rela- do carro nessa reta, em função do tempo,
ção entre espaço, velocidade e tempo no está representada no gráfico.
MRUV:
𝒂 𝟐
𝑺 = 𝑺 𝟎 + 𝑽𝒐 𝒕 + 𝒕
𝟐

➢ Equação de Torricelli
Em algumas situações, a variável
tempo é indisponível para análise. Nes- Os pontos em que a velocidade do carro
ses casos, pode-se utilizar a equação de é menor e maior são, respectivamente,
Torricelli.
a) K e L
Tal equação é encontrada isolando o
b) N e L
tempo na equação horária da velocidade
e substituindo na equação horária do es- c) K e M
paço. Com isso, obtém-se:
d) L e N
𝑽𝟐 = 𝑽𝟎 𝟐 + 𝟐𝒂𝜟𝑺
e) M e K

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FÍSICA 1 - IDEIA

F3) e) 10,0 e 30,0


Rua da Passagem F4) Antes das lombadas eletrônicas,
eram pintadas faixas nas ruas para con-
Os automóveis atrapalham o trânsito.
trole da velocidade dos automóveis. A
Gentileza é fundamental. Não adianta
velocidade era estimada com o uso de bi-
esquentar a cabeça. Menos peso do pé
nóculos e cronômetros. O policial utili-
no pedal.
zava a relação entre a distância percor-
O trecho da música, de Lenine e Arnaldo rida e o tempo gasto, para determinar a
Antunes (1999), ilustra a preocupação velocidade de um veículo. Cronome-
com o trânsito nas cidades, motivo de trava-se o tempo que um veículo levava
uma campanha publicitária de uma segu- para percorrer a distância entre duas fai-
radora brasileira. Considere dois auto- xas fixas, cuja distância era conhecida. A
móveis, A e B, respectivamente conduzi- lombada eletrônica é um sistema muito
dos por um motorista imprudente e por preciso, porque a tecnologia elimina er-
um motorista consciente e adepto da ros do operador. A distância entre os sen-
campanha citada. Ambos se encontram sores é de 2 metros, e o tempo é medido
lado a lado no instante inicial t = 0 s, por um circuito eletrônico.
quando avistam um semáforo amarelo
O tempo mínimo, em segundos, que o
(que indica atenção, parada obrigatória
motorista deve gastar para passar pela
ao se tornar vermelho). O movimento de
lombada eletrônica, cujo limite é de 40
A e B pode ser analisado por meio do
km/h, sem receber uma multa, é de
gráfico, que representa a velocidade de
cada automóvel em função do tempo. a) 0,05.
b) 11,1.
c) 0,18
d) 22,2
e) 0,50.
F5) Conta-se que um curioso incidente
aconteceu durante a Primeira Guerra
As velocidades dos veículos variam com
Mundial. Quando voava a uma altitude
o tempo em dois intervalos: (I) entre os
de dois mil metros, um piloto francês viu
instantes 10 s e 20 s; (II) entre os instan-
o que acreditava ser uma mosca parada
tes 30 s e 40 s. De acordo com o gráfico,
perto de sua face. Apanhando-a rapida-
quais são os módulos das taxas de varia-
mente, ficou surpreso ao verificar que se
ção da velocidade do veículo conduzido
tratava de um projétil alemão. (PEREL-
pelo motorista imprudente, em m/s2, nos
MAN, J. Aprenda física brincando.
intervalos (I) e (II), respectivamente?
São Paulo: Hemus, 1970.)
a) 1,0 e 3,0
O piloto consegue apanhar o projétil,
b) 2,0 e 1,0 pois
c) 2,0 e 1,5 a) ele foi disparado em direção ao avião
francês, freado pelo ar e parou justa-
d) 2,0 e 3,0
mente na frente do piloto.

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FÍSICA 1 - IDEIA

b) o avião se movia no mesmo sentido ponto de ônibus. Dada essa situação, po-
que o dele, com velocidade visivelmente demos afirmar que a conclusão errada é
superior. que
c) ele foi disparado para cima com velo- a) O aluno que está sentado na poltrona
cidade constante, no instante em que o acompanha o ônibus, portanto também
avião francês passou. se afasta do ponto de ônibus.
d) o avião se movia no sentido oposto ao b) Podemos dizer que um corpo está em
dele, com velocidade de mesmo valor. movimento em relação a um referencial
quando a sua posição muda em relação a
e) o avião se movia no mesmo sentido
esse referencial.
que o dele, com velocidade de mesmo
valor. c) O aluno está parado em relação ao ôni-
bus e em movimento em relação ao
• EXERCÍCIOS PROPOSTOS
ponto de ônibus.
P1) O trem de passageiros da Estrada de
d) Nesse exemplo, o referencial adotado
Ferro Vitória-Minas (EFVM), que cir-
é o ônibus.
cula diariamente entre a cidade de Caria-
cica, na Grande Vitória, e a capital mi- e) Para dizer se um corpo está parado ou
neira Belo Horizonte, está utilizando em movimento, precisamos relacioná-lo
uma nova tecnologia de frenagem eletrô- a um ponto ou a um conjunto de pontos
nica. Com a tecnologia anterior, era pre- de referência.
ciso iniciar a frenagem cerca de 400 me-
P3) Um automóvel deslocou-se durante
tros antes da estação. Atualmente, essa
1 h com velocidade constante de 60 km/h
distância caiu para 250 metros, o que
e, a seguir, por mais meia hora, com ve-
proporciona redução no tempo de via-
locidade constante de 42 km/h. A veloci-
gem.
dade escalar média do automóvel nesse
Considerando uma velocidade de 72 intervalo de 1 h 30 min foi de
km/h, qual o módulo da diferença entre
a) 40 m/s.
as acelerações de frenagem depois e an-
tes da adoção dessa tecnologia? b) 20 m/s.
a) 0,08 m/s2 c) 30 m/s.
b) 0,30 m/s2 d) 15 m/s.
c) 1,10 m/s2 e) 25 m/s.
d) 1,60 m/s2 P4) Em uma passagem de nível, a can-
cela é fechada automaticamente quando
e) 3,90 m/s2
o trem está a 100 m do início do cruza-
P2) Imagine um ônibus escolar parado mento. O trem, de comprimento 200 m,
no ponto de ônibus e um aluno sentado move-se com velocidade constante de 36
em uma de suas poltronas. Quando o ôni- km/h. Assim que o último vagão passa
bus entra em movimento, sua posição no pelo final do cruzamento, a cancela se
espaço se modifica: ele se afasta do abre, liberando o tráfego de veículos.
Considerando que a rua tem largura de
20 m, o tempo que o trânsito fica contido

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FÍSICA 1 - IDEIA

desde o início do fechamento da cancela Segundo o referencial adotado, no ins-


até o início de sua abertura, é, em s, tante t = 15,00 s, a posição x da criança é
igual a:
a) 32.
a) –37,50 m.
b) 54.
b) –12,50 m.
c) 36.
c) 12,50 m.
d) 60.
d) 37,50 m.
e) 44.
e) 62,50 m.
P5) João está parado em um posto de ga-
solina quando vê o carro de seu amigo P7) As cidades de Quito e Cingapura en-
passando por um ponto P, na estrada, a contram-se próximas à Linha do Equa-
60 km/h. Pretendendo alcançá-lo, João dor e em pontos diametralmente opostos
parte com seu carro e passa pelo mesmo no globo terrestre. Considerando o raio
ponto P, depois de 4 minutos, já a 80 da Terra igual a 6370 km, pode-se afir-
km/h. Considere que ambos dirigem com mar que um avião saindo de Quito, vo-
velocidades constantes. Medindo o ando em média 800 km/h, descontando
tempo, a partir de sua passagem pelo as paradas de escala, chega a Cingapura
ponto P, João deverá alcançar seu amigo, em aproximadamente
aproximadamente, em
a) 16 horas.
a) 4 minutos.
b) 25 horas.
b) 10 minutos.
c) 36 horas.
c) 12 minutos.
d) 20 horas.
d) 15 minutos.
e) 32 horas.
e) 20 minutos.
P8) Em uma prova de 100 m rasos, o de-
P6) Correndo com uma bicicleta, ao sempenho típico de um corredor padrão
longo de um trecho retilíneo de uma ci- é representado pelo gráfico a seguir:
clovia, uma criança mantém a velocidade
constante de módulo igual a 2,50 m/s. O
diagrama horário da posição para esse
movimento está ilustrado na figura.

Baseado no gráfico, em que intervalo de


tempo a velocidade do corredor é aproxi-
madamente constante?
a) Entre 0 e 1 segundo.
b) Entre 1 e 5 segundos.
c) Entre 5 e 8 segundos.

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FÍSICA 1 - IDEIA

d) Entre 8 e 11 segundos. Aula: 03 – Leis de Newton e Forças


Notáveis
e) Entre 12 e 15 segundos.
P9) Baseado no gráfico abaixo, em que
• INTRODUÇÃO
intervalo de tempo o corredor apresenta
aceleração máxima? Em 1687, o físico inglês Isaac New-
ton publicou um conjunto de Leis em sua
obra Princípios Matemáticos da Filoso-
fia Natural. Tais leis foram denominadas
de Leis de Newton.
Figura: Imagem de Isaac Newton

a) Entre 0 e 1 segundo.
b) Entre 1 e 5 segundos.
c) Entre 5 e 8 segundos.
d) Entre 8 e 11 segundos.
➢ Lei da Inércia (Primeira Lei de
e) Entre 9 e 15 segundos.
Newton)
P10) Qual (ou quais) das figuras a seguir
Tal lei, consiste na afirmação de que
pode(m) representar os gráficos das altu-
“Todo corpo permanece no seu estado
ras (y) atingidas com o tempo (t) por
de repouso ou de MRU em uma linha
duas pedras lançadas verticalmente para
reta, até que uma força resultante não
cima, desprezada a resistência do ar?
nula seja aplicada sobre ele”.
(Suponha que todas as curvas apresenta-
das sejam arcos de parábola). Ex.: ônibus freando.
➢ Lei da Força Resultante (Se-
gunda Lei de Newton)
Tal lei, também conhecida como
Princípio Fundamental da Mecânica,
a) I, somente consiste na afirmação de que “A mu-
dança de movimento de um corpo é ori-
b) I e II, somente. unda de uma força resultante que atua
sobre ele, de tal forma que tal mudança
c) I e III, somente. ocorre na mesma direção da força apli-
cada. Além disso, a mudança de movi-
d) II e III, somente. mento é proporcional a essa força mo-
tora”.
e) I, II e III.
𝑭𝑹 = 𝒎 ∙ 𝒂

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FÍSICA 1 - IDEIA

➢ Lei da Ação e Reação (Terceira ➢ Tração (T)


Lei de Newton)
A Força Tração é uma força que
Tal lei sustenta-se na afirmação de surge quando um corpo é preso por fios,
que “A toda ação sempre existirá uma cordas, cabos, correntes...
reação de mesma direção, mesma inten-
➢ Força Elástica (Fel)
sidade, mas sentidos opostos”.
A Força Elástica é uma força que
𝑭𝑨ÇÃ𝑶 = − 𝑭𝑹𝑬𝑨ÇÃ𝑶
surge por causa de uma deformação so-
OBS.: Os pares ação-reação sempre frido por uma mola.
ocorrem em corpos distintos. OBS.: A força elástica possui sem-
pre sentido oposto à deformação.

● FORÇAS NOTÁVEIS Figura: Comportamento da Força Elástica

No estudo da Dinâmica, é necessário


o conhecimento de algumas forças espe-
cíficas.
➢ Força Peso (P)
A Força Peso é a força de interação
gravitacional entre corpos. Tal força
sempre aponta no sentido do centro do
corpo que atrai. 𝑭𝒆𝒍 = − 𝒌 ∙ 𝒙

Figura: Esquema da Força Peso de um Corpo

➢ Força de Atrito (fat)


A Força de Atrito é uma força que
surge sobre um corpo como reação de-
vido ao movimento desse em uma super-
fície não lisa.
OBS.: A força de atrito é sempre
contrária à tendência de movimento do
𝑷 = 𝒎∙𝒈 corpo.
Figura: Força de Atrito no ato de andar.

➢ Força Normal (N)


A Força Normal é a força de reação
de uma superfície em um corpo, devido
ao contato estabelecido. Tal força é sem-
pre perpendicular à superfície de con-
tato.

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FÍSICA 1 - IDEIA

- Força de Atrito Estática: é a força b) um boxeador girar o tronco para des-


de atrito existente quando o corpo está ferir um golpe com mais potência.
querendo se mover em uma superfície
c) um nadador puxar o máximo de água
não lisa, mas ainda não venceu a força de
para trás a fim de ganhar propulsão.
atrito.
d) um jogador de basquete pular ao fazer
𝒇𝒂𝒕 = µ𝒆 ∙ 𝑵
um arremesso de 3 pontos.
e) o jogador de futebol tomar distância
- Força de Atrito Cinética: é a força para bater uma falta com mais força.
de atrito existente quando o corpo está se
F2) Observe as figuras a seguir
movimentando sobre uma superfície não
lisa.
𝒇𝒂𝒕 = µ𝒄 ∙ 𝑵
Onde:
µ: é o coeficiente de atrito
As figuras anteriores representam super-
N: é a força normal sobre o corpo
fícies horizontais sem atrito, nas quais
Figura: Comportamento da Força de Atrito estão apoiados um bloco A, de peso 10
N. Na figura 1, um bloco B, de peso 10
N, está conectado ao bloco A por meio
de um fio ideal, enquanto que ,na figura
2, uma pessoa exerce uma força de 10 N
na extremidade de um fio ideal conec-
tado ao bloco A. Em ambos os casos, o
bloco A é puxado pelo fio e entra em mo-
vimento acelerado.
Comparando-se o valor da tensão na
corda e a aceleração dos blocos nas duas
situações, conclui-se que a tensão na
• EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO corda
F1) As Leis de Newton se relacionam a) e a aceleração do bloco A são maiores
com as mais diversas situações e proces- na situação da figura 1.
sos. No campo esportivo, por exemplo,
b) é maior na situação da figura 1, e a
algumas das técnicas, que dão ao atleta
aceleração do bloco A é maior na situa-
vantagem competitiva em relação ao seu
ção da figura 2.
oponente, estão relacionadas à 3ª Lei de
Newton. Assim, o processo que está mais c) e a aceleração do bloco A são maiores
diretamente ligado à Lei da Ação e Rea- na situação da figura 2.
ção é
d) é maior na situação da figura 2, e a
a) um tenista jogar a bola bem alto para aceleração do bloco A é maior na situa-
dar um saque e tentar o ace. ção da figura 1.

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FÍSICA 1 - IDEIA

e) e a aceleração do bloco A são iguais e) Princípio da Independência dos Movi-


nas duas situações. mentos.
F3) Um pescador possui um barco a vela F5) Um truque comum de “mágica” é
que é utilizado para passeios turísticos. puxar a toalha que cobre uma mesa sem
Em dias sem vento, esse pescador não retirar os pratos e talheres que estão so-
conseguia realizar seus passeios. Ten- bre ela. Isso é feito dando-se um puxão
tando superar tal dificuldade, instalou, na na toalha. É incorreto afirmar que esse
popa do barco, um enorme ventilador experimento
voltado para a vela, com o objetivo de
a) terá maior probabilidade de sucesso
produzir vento artificialmente. Na pri-
com uma toalha lisa, sem saliências.
meira oportunidade em que utilizou seu
invento, o pescador percebeu que o barco b) terá maior probabilidade de sucesso
não se movia como era por ele esperado. com uma toalha de material que tenha
O invento não funcionou! A razão para o pequeno coeficiente de atrito com o ma-
não funcionamento desse invento é que terial dos pratos e dos talheres.
a) a força de ação atua na vela e a de re- c) terá maior probabilidade de sucesso
ação, no ventilador. aplicando-se à toalha um puxão mais rá-
pido do que aplicando-se a ela um puxão
b) a força de ação atua no ventilador e a
mais lento.
de reação, na água.
d) é um eficiente meio de demonstrar a
c) ele viola o Princípio da Conservação
Lei da Ação e Reação.
da Massa.
e) é análogo ao experimento que consiste
d) as forças que estão aplicadas no barco
em puxar rapidamente uma folha de pa-
formam um sistema, cuja resultante é
pel sobre a qual repousa uma moeda, e
nula.
observar que a moeda praticamente não
e) ele não produziu vento com veloci- se move.
dade suficiente para movimentar o barco.
• EXERCÍCIOS PROPOSTOS
F4) A análise sequencial da tirinha e, es-
P1) Duas pessoas puxam as cordas de
pecialmente, a do quadro final, nos leva
um dinamômetro na mesma direção e em
imediatamente ao(à)
sentidos opostos, com forças de mesma
intensidade F = 100 N. Nessas condi-
ções, a leitura do dinamômetro, em new-
tons, é
a) 0.
a) Princípio da Conservação da Energia
Mecânica. b) 100.

b) Propriedade geral da matéria, denomi- c) 200.


nada inércia. d) 400.
c) Princípio da Conservação da Quanti- P2) Um pequeno automóvel colide fron-
dade de Movimento. talmente com um caminhão, cuja massa
d) Segunda Lei de Newton. é cinco vezes maior que a massa do au-
tomóvel. Em relação a essa situação,

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FÍSICA 1 - IDEIA

marque a alternativa que contém a afir- metros. Esse equipamento registra o mó-
mativa correta. dulo da desaceleração do boneco em fun-
ção do tempo. Os parâmetros como
a) Ambos experimentam desaceleração
massa dos bonecos, dimensões dos cin-
de mesma intensidade.
tos e velocidade imediatamente antes e
b) Ambos experimentam força de im- após o impacto foram os mesmos para
pacto de mesma intensidade. todos os testes. O resultado final obtido
está no gráfico de aceleração por tempo.
c) O caminhão experimenta desacelera-
ção cinco vezes mais intensa que a do au-
tomóvel.
d) O automóvel experimenta força de im-
pacto cinco vezes mais intensa que a do
caminhão.
e) O caminhão experimenta força de im-
pacto cinco vezes mais intensa que a do Qual modelo de cinto oferece menor
automóvel. risco de lesão interna ao motorista?
P3) Dentro de um elevador, um objeto de a) 1
peso 100 N está apoiado sobre uma su-
perfície. O elevador está descendo e fre- b) 2
ando com aceleração vertical e para cima c) 3
de 0,1 m/s2. Considere a aceleração da
gravidade como 10 m/s2. Durante o d) 4
tempo de frenagem, a força que sustenta e) 5
o objeto vale, em newtons:
P5) Em um experimento, os blocos I e II,
a) 101 de massas iguais a 10 kg e a 6 kg, respec-
b) 99 tivamente, estão interligados por um fio
ideal. Em um primeiro momento, uma
c) 110 força de intensidade F igual a 64 N é apli-
d) 90 cada no bloco I, gerando no fio uma tra-
ção TA. Em seguida, uma força de
e) 100 mesma intensidade F é aplicada no bloco
II, produzindo a tração TB. Observe os
P4) Em uma colisão frontal entre dois
esquemas:
automóveis, a força que o cinto de segu-
rança exerce sobre o tórax e abdômen do
motorista pode causar lesões graves nos
órgãos internos. Pensando na segurança
do seu produto, um fabricante de auto-
móveis realizou testes em cinco modelos
diferentes de cinto. Os testes simularam
uma colisão de 0,30 segundos de dura- Desconsiderando os atritos entre os blo-
ção, e os bonecos que representavam os cos e a superfície S, a razão entre as tra-
ocupantes foram equipados com acelerô- ções TA e TB corresponde a:
a) 9/10

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FÍSICA 1 - IDEIA

b) 4/7 Figura: Deslocamento Angular

c) 5/3
d) 8/13

Aula: 04 – Cinemática Circular

𝛥𝜑 𝜑𝐵 − 𝜑𝐴
𝜔𝑚 = = [rad/s]
• INTRODUÇÃO 𝛥𝑡 𝑡𝐵 − 𝑡𝐴

A cinemática circular é o estudo de ➢ Aceleração Média Angular


partículas que realizam movimentos cir- (γm)
cularem em relação a um ponto. Para
Pode-se definir a aceleração média
isso, alguns conceitos são de extrema im-
angular como sendo a relação entre a va-
portância.
riação da velocidade angular e o inter-
➢ Espaço Angular ou Fase (φ) valo de tempo em que essa variação
ocorre.
Pode ser definido como o desloca-
mento angular correspondente ao arco É importante salientar que é necessá-
definido pelo deslocamento circular da rio haver variação da velocidade angular
partícula. entre 2 pontos para que exista aceleração
média angular. Dessa forma,
Figura: Espaço Angular
𝛥𝜔 𝜔𝐵 − 𝜔𝐴
𝛾𝑚 = = [rad/s2]
𝛥𝑡 𝑡𝐵 − 𝑡𝐴

● MOVIMENTO CIRCULAR
UNIFORME (MCU)
Pode ser definido como o movimento
circular que possui velocidade escalar e,
Com isso, fazendo uso da geometria, consequentemente, velocidade angular
pode-se estabelecer uma relação entre o constantes e não-nulas.
espaço angular (φ) e o espaço linear (s).
➢ Período (T) e Frequência (f)
𝑠
𝜑= [φ em radianos] Ao se analisar o movimento circular,
𝑅
pode-se aferir que a partícula leva um
➢ Velocidade Média Angular
certo intervalo de tempo para realizar
(ωm)
uma volta completa. Esse intervalo de
Pode-se definir a velocidade média tempo é denominado período (T).
angular como sendo a relação entre um
No entanto, pode-se também aferir
deslocamento angular e o intervalo de
que a partícula consegue completar um
tempo em que esse ocorre.
certo número de voltas a cada unidade de
tempo, ou seja, completa n voltas em um
intervalo Δt de tempo. A essa relação
entre n e Δt, dá-se o nome de frequência.

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FÍSICA 1 - IDEIA

𝑛 Figura: Acoplamento por Eixo


𝑓=
𝛥𝑡
Para uma volta completa, é possível
perceber que:
n=1
Δt = T
Portanto, tem-se que:
𝑉 𝑉
ω1 = ω2 🡪 f1 = f2 🡪 𝑅1 = 𝑅2
1 1 2
𝑓=
𝑇 ➢ Acoplamento por Correias ou
➢ Equação Horária do Espaço Dentes (Contato Direto – Ca-
Angular tracas)

Por se tratar de um movimento uni- Ao se acoplar polias/discos por correias


forme, as equações aqui tratadas serão ou dentes, é possível perceber que essas
análogas aos resultados dos movimentos irão possuir mesma velocidade escalar
retilíneos. (V).

𝝋 = 𝝋𝟎 + 𝝎𝜟𝒕 Figura: Acoplamento por Correia

Pela equação acima, pode-se deduzir


também as expressões para a velocidade
angular no MCU, em função do período
ou da frequência.
Para uma volta completa, é possível
perceber que: Figura: Acoplamento por Dentes

Δφ = 2π
Δt = T
Portanto, tem-se que:
𝟐𝝅
𝝎= = 𝟐𝝅𝒇
𝑻 𝑉𝐴 = 𝑉𝐵
𝜔𝐴 𝑅𝐴 = 𝜔𝐵 𝑅𝐵 → fARA = fBRB
● ACOPLAMENTOS NOTÁ-
VEIS
● MOVIMENTO CIRCULAR
➢ Acoplamento por Eixo UNIFORMEMENTE VETO-
RIAL (MCUV)
Ao se fazer o acoplamento de po-
lias/discos no mesmo eixo, é possível Pode ser definido como o movimento
perceber que essas irão girar com uma circular que possui velocidade escalar e,
mesma velocidade angular (ω). consequentemente, velocidade angular
variando de forma linear, ou seja, possui
aceleração angular constante.

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FÍSICA 1 - IDEIA

➢ Equação Horária da Veloci- Onde:


dade
V: velocidade escalar tangencial
𝝎 = 𝝎𝟎 + 𝜸𝜟𝒕 R: raio de curvatura da trajetória
De tal forma que, aplicando a 2ª Lei
➢ Equação Horária do Espaço de Newton, tem-se que:

𝜸 𝑽𝟐
𝝋 = 𝝋𝟎 + 𝝎𝟎 𝒕 + 𝒕𝟐 𝑭𝑪𝑷 = 𝒎
𝟐 𝑹

➢ Equação de Torricelli
➢ Aceleração e Força Tangencial
𝝎𝟐 = 𝝎𝟎 𝟐 + 𝟐𝜸𝜟𝑺 O eixo tangencial, por corresponder
ao próprio eixo do movimento, possui
suas componentes dadas pelas próprias
● COMPONENTES TANGEN- componentes escalares, ou seja:
CIAL E CENTRÍPETA
𝑎𝑡𝑔 = 𝑎
Como visto na primeira aula, todo
𝐹𝑡𝑔 = 𝑚𝑎
vetor pode ser decomposto em 2 vetores
perpendiculares entre si. Dessa forma, Onde:
pode-se definir o eixo da componente
tangencial (eixo em que ocorre o movi- 𝑎: aceleração tangencial escalar
mento) e o eixo da componente centrí- ➢ Vetor Resultante em Função
peta (eixo perpendicular ao movimento). das Componentes
Aplicando o Teorema de Pitágoras, é
Figura: Componentes Tangencial e Centrípeta possível afirmar que:

𝑭𝟐 = 𝑭𝟐𝑪𝑷 + 𝑭𝟐𝒕𝒈

➢ Resultados Notáveis nos Movi-


mentos.
𝐹𝐶𝑃 𝐹𝑡𝑔 F

➢ Aceleração e Força Centrípeta MRU 0 0 0


(𝑎𝐶𝑃 e 𝐹𝐶𝑃 ) MRUV 0 Não-Nula 𝐹𝑡𝑔

Fazendo a análise geométrica de um MCU Não-Nula 0 𝐹𝐶𝑃


movimento curvilíneo, é possível dedu- 2 2
MCUV Não-Nula Não-Nula 𝐹𝐶𝑃 + 𝐹𝑡𝑔
zir que:
𝑽𝟐
𝒂𝑪𝑷 =
𝑹

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FÍSICA 1 - IDEIA

➢ Força Centrífuga a) cresceu.


Ao analisar as 1ª e 3ª Leis de New- b) manteve-se constante e positiva.
ton, é possível concluir que para que um
c) decresceu.
corpo em movimento curvilíneo perma-
neça em repouso em relação a um refe- d) é sempre nula.
rencial, é necessária a existência de uma
força de mesma intensidade que a força F2) Durante uma hora o ponteiro dos mi-
centrípeta, mas de sentido oposto. nutos de um relógio de parede executa
um determinado deslocamento angular.
Essa força é denominada Força Cen- Nesse intervalo de tempo, sua velocidade
trífuga (𝐹𝐶𝐹 ). Tal força não existe fisica- angular, em graus por minuto, é dada por
mente, por isso é dita uma força inercial.
a) 360.
|𝑭𝑪𝑭 | = |𝑭𝑪𝑷 |
b) 36.
O efeito dessa força é facilmente ob-
c) 6.
servado em situações como: pilotos de
moto, brinquedos em parque de diversão, d) 1.
entre outros...
F3) Em uma obra de construção civil,
Figura: Força Centrífuga uma carga de tijolos é elevada com uso
de uma corda que passa com velocidade
constante de 13,5 m/s e sem deslizar por
duas polias de raios 27 cm e 54 cm. A
razão entre a velocidade angular da polia
grande e da polia menor é
a) 3
b) 2
• EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
c) 2/3
F1) O ano de 2015 tem um segundo a
mais. No dia 30 de junho de 2015, um d) ½
segundo foi acrescido à contagem de
F4) Considere o movimento de rotação
tempo de 2015. Isso ocorre porque a ve-
de dois objetos presos a superfície da
locidade de rotação da Terra tem varia-
Terra sendo um deles no equador e o ou-
ções em relação aos relógios atômicos
tro em uma latitude norte acima do equa-
que geram e mantêm a hora legal. Assim,
dor considerando somente a rotação da
no dia 30 de junho, o relógio oficial re-
Terra para que a velocidade tangencial
gistrou a sequência: 23h59min59s -
do objeto que está a norte seja metade da
23h59min60s, para somente então passar
velocidade do que está no equador, sua
a 1º de julho, 0h00min00s. Como essa
latitude deve ser
correção é feita no horário de
Greenwich, no Brasil a correção ocorreu a) 60°
às 21h, horário de Brasília.
b) 45°
Isso significa que, em média, a veloci-
c) 30°
dade angular do planeta
d) 0,5°

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FÍSICA 1 - IDEIA

F5) A aorta, maior artéria do organismo, b) 20 horas.


conduz todo o sangue bombeado pelo co-
c) 15 horas.
ração para as demais artérias. Tal artéria
se eleva para cima a partir do ventrículo d) 9 horas.
esquerdo do coração e curva-se para
baixo para levar o sangue para o abdô- e) 7 horas
men. Considere essa curvatura da aorta P2) Um atleta olímpico, em um dia de
como um trecho semicircular de diâme- treino intenso, corre em uma pista circu-
tro 5,0 cm. Sabendo que o sangue flui por lar de atletismo. Os seus movimentos,
esse trecho curvo com velocidade angu- mostrados por meio dos espaços angula-
lar de módulo constante de 14 rad/s, qual res e velocidades angulares, são transfe-
é a aceleração a que o sangue estará sub- ridos para um computador que, no ins-
metido? tante t do treino, gerou os seguintes grá-
a) 2,5 m/s2. ficos abaixo:

b) 3,5 m/s2.
c) 4,9 m/s2.
d) 5,6 m/s2.
e) 6,3 m/s2.
• EXERCÍCIOS PROPOSTOS
P1) “O edifício Abraj Al Bait Towers é
detentor de vários recordes. Para come-
çar, ele é o segundo prédio mais alto do
mundo com 601 metros de altura, é tam-
bém o edifício com a maior área coberta.
Porém, certamente, a curiosidade que Assim, de acordo com as informações e
mais chama atenção é seu gigantesco re- os gráficos, pode-se afirmar que
lógio, considerado o maior relógio do a) a cotangente de determina a veloci-
mundo com quatro faces de 46 metros de dade angular do atleta.
diâmetro que podem ser vistas a 25 qui-
lômetros de distância.” Uma pessoa que b) a velocidade angular do atleta é nega-
está à distância máxima de visualização tiva.
do relógio decide ir ao encontro do pré- c) a área do gráfico ω versus t determina
dio em que esse relógio está com uma ve- a variação do espaço angular do atleta.
locidade linear de módulo 20 vezes
maior que a velocidade linear em um d) o movimento do atleta é circular uni-
ponto sobre o ponteiro dos minutos que formemente variado.
coincida com o raio (periferia) do grande
e) a aceleração tangencial do atleta é po-
mostrador. Sendo sua trajetória uma li-
sitiva.
nha reta, quanto tempo, aproximada-
mente, durará sua jornada? Considere = P3) A invenção e o acoplamento entre
3. engrenagens revolucionaram a ciência na
época e propiciaram a invenção de várias
a) 1 dia.

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FÍSICA 1 - IDEIA

tecnologias, como os relógios. Ao cons-


truir um pequeno cronômetro, um relojo-
eiro usa o sistema de engrenagens mos-
trado. De acordo com a figura, um motor
é ligado ao eixo e movimenta as engre-
nagens fazendo o ponteiro girar. A fre-
quência do motor é de 18 RPM, e o nú-
mero de dentes das engrenagens está
apresentado no quadro.

Desprezando a existência de forças dis-


sipativas, o vetor aceleração tangencial
do coelhinho, no terceiro quadrinho, é
a) nulo
b) paralelo à sua velocidade linear e no
A frequência de giro do ponteiro, em mesmo sentido.
RPM, e
c) paralelo à sua velocidade linear e no
a) 1. sentido oposto.
b) 2. d) perpendicular à sua velocidade linear
e dirigido para o centro da Terra.
c) 4.
e) perpendicular à sua velocidade linear
d) 81.
e dirigido para fora da superfície da
e) 162. Terra.
P4) P5) O Brasil pode se transformar no pri-
meiro país das Américas a entrar no se-
Um professor utiliza essa história em leto grupo das nações que dispõem de
quadrinhos para discutir com os estudan- trens-bala. O Ministério dos Transportes
tes o movimento de satélites. Nesse sen- prevê o lançamento do edital de licitação
tido, pede a eles que analisem o movi- internacional para a construção da ferro-
mento do coelhinho, considerando o mó- via de alta velocidade Rio-São Paulo. A
dulo da velocidade constante.
viagem ligará os 403 quilômetros entre a
Central do Brasil, no Rio, e a Estação da
Luz, no centro da capital paulista, em
uma hora e 25 minutos.
Devido à alta velocidade, um dos proble-
mas a ser enfrentado na escolha do tra-

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FÍSICA 1 - IDEIA

jeto que será percorrido pelo trem é o di- raio terá menor velocidade linear em um
mensionamento das curvas. Conside- ponto periférico.
rando-se que uma aceleração lateral con-
d) P, poisas polias 1 e 2 giram com dife-
fortável para os passageiros e segura para
rentes velocidades lineares em pontos
o trem seja de 0,1 g, em que g é a acele-
periféricos e a que tiver menor raio terá
ração da gravidade (considerada igual a
maior frequência.
10 m/s² ), e que a velocidade do trem se
mantenha constante em todo o percurso, e) Q, pois as polias 2 e 3 giram com di-
seria correto prever que as curvas exis- ferentes velocidades lineares em pontos
tentes no trajeto deveriam ter raio de cur- periféricos e a que tiver maior raio terá
vatura mínimo de, aproximadamente, menor frequência.
a) 80 m. P7) Dois colegas combinam um desafio.
Um deles, identificado por A, garante
b) 430 m.
que, após largarem juntos e ele ter com-
c) 800 m. pletado 10 voltas numa praça, irá perma-
necer parado por 5 minutos, quando re-
d) 1.600 m.
tornará à corrida e, ainda assim, conse-
e) 6.400 m. guirá vencer o colega, identificado por B.
Considerando que os atletas A e B gas-
P6) Para serrar ossos e carnes congela- tam, respectivamente, 3 minutos e 200s
das, um açougueiro utiliza uma serra de para completar cada volta, qual deve ser
fita que possui três polias e um motor. O o menor número inteiro de voltas com-
equipamento pode ser montado de duas pletas que deve ter esse desafio para que
formas diferentes, P e Q. Por questão de o atleta A possa vencê-lo?
segurança, é necessário que a serra pos-
sua menor velocidade linear.

Por qual montagem o açougueiro deve


optar e qual a justificativa desta opção?
a) Q, pois as polias 1 e 3 giram com ve-
locidades lineares iguais em pontos peri- a) 15
féricos e a que tiver maior raio terá me-
b) 16
nor frequência.
c) 17
b) Q, pois as polias 1 e 3 giram com fre-
quências iguais e a que tiver maior raio d) 18
terá menor velocidade linear em um
P8) Um dos principais impactos das mu-
ponto periférico.
danças ambientais globais é o aumento
c) P, poisas polias 2 e 3 giram com fre- da frequência e da intensidade de fenô-
quências diferentes e a que tiver maior menos extremos, que quando atingem

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FÍSICA 1 - IDEIA

áreas ou regiões habitadas pelo homem, e) 8.


causam danos. Responsáveis por perdas
P10) Um ponto em movimento circular
significativas de caráter social, econô-
uniforme descreve 15 voltas por segundo
mico e ambiental, os desastres naturais
em uma circunferência de 8,0 cm de raio.
são geralmente associados a terremo-
A sua velocidade angular, o seu período
tos, tsunamis, erupções vulcânicas, fura-
e a sua velocidade linear são, respectiva-
cões, tornados, temporais, estiagens se-
mente:
veras, ondas de calor etc.
a) 20 rad/s; (1/15) s; 280 π cm/s
Supondo que um tornado tenha movi-
mento circular uniforme e que seu raio b) 30 rad/s; (1/10) s; 160 π cm/s
aumente gradativamente com a altura,
assinale a alternativa que apresenta, cor- c) 30 π rad/s; (1/15) s; 240 π cm/s
retamente, o comportamento da gran- d) 60 π rad/s; 15 s; 240 π cm/s
deza física relacionada a eventuais obje-
tos localizados em pontos da superfície e) 40 π rad/s; 15 s; 200 π cm/s
externa do tornado.
a) A aceleração centrípeta desses objetos Aula: 05 e 06 – Lançamentos
é a mesma em qualquer altura do tor-
nado.
• INTRODUÇÃO
b) A velocidade linear desses objetos tem
sentido e direção constante em qualquer O estudo dos lançamentos será feito
altura do tornado. considerando desprezível os efeitos do
ar.
c) A velocidade angular desses objetos é
maior nos pontos mais altos do tornado. Além disso, é necessário salientar
que um campo gravitacional uniforme é
d) A velocidade angular desses objetos é aquele em que a aceleração gravitacional
a mesma em qualquer altura do tornado. tem mesmo módulo, direção e sentido
e) A aceleração centrípeta desses objetos em qualquer ponto do espaço.
tem o mesmo sentido e direção da velo- Figura: campo Gravitacional Uniforme
cidade linear.
P9) Uma partícula descreve um movi-
mento circular uniforme sobre uma traje-
tória circular de raio 2 metros. Sabendo
que o módulo de sua velocidade cons-
tante é 2 m/s, e considerando π=3,14, o
número de voltas completas realizadas
pela partícula durante um minuto é:
a) 5.
b) 7.
● MOVIMENTO VERTICAL
c) 11.
Para estudar o movimento vertical, é
d) 9. cômodo separá-lo em 2 movimentos:
lançamento vertical e queda livre.

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FÍSICA 1 - IDEIA

➢ Queda Livre Figura: Lançamento Vertical para Cima

Pode-se definir como queda livre, o


movimento em que o corpo é abando-
nado do repouso de uma certa altura.
Figura: Queda Livre

Obs.: Para as equações abaixo, será


Esse movimento pode ser conside- considerada uma aceleração negativa
rado um MRUV em que a velocidade ini- (movimento contrário ao sentido da ace-
cial é nula e, por isso, as seguintes rela- leração gravitacional) e velocidade final
ções são satisfeitas: nula na altura máxima (instante de inver-
são de sentido do movimento)
𝑉 = 𝑉0 + 𝑎𝛥𝑡 → 𝑉 = 𝑔∆𝑡
𝑽𝟎
𝑎 𝑡2 𝑉 = 𝑉0 + 𝑎𝛥𝑡 → 𝒕𝒔𝒖𝒃𝒊𝒅𝒂 = 𝒈
𝑆 = 𝑆0 + 𝑉𝑜 𝑡 + 𝑡 2 → ∆𝐻 = 𝑔
2 2
𝑽𝟐𝟎
𝑉 2 = 𝑉0 2 + 2𝑎𝛥𝑆 → 𝑯𝒎á𝒙 =
𝟐𝑯 𝟐𝒈
→ 𝒕𝒒𝒖𝒆𝒅𝒂 √
𝒈 - Para Baixo: nesse lançamento o
movimento ocorre no mesmo sentido da
𝑉 2 = 𝑉0 2 + 2𝑎𝛥𝑆 → 𝑉 = √2𝑔∆𝐻 aceleração gravitacional e, por isso, é
dito acelerado. Para estudá-lo são feitas
as considerações usuais do MRUV e,
➢ Lançamento vertical aplica-se a equação mais indicada para o
que for pedido na questão.
O lançamento vertical é aquele em
que o corpo é lançado com uma veloci- Figura: Movimento Vertical
dade inicial não-nula, seja pra cima ou
pra baixo.
- Para Cima: nesse lançamento o
corpo está contra a gravidade e, por isso,
sofre uma desaceleração até chegar a
uma altura máxima.
Na altura máxima, a velocidade é
nula e o corpo muda o sentido de movi-
mento, passando a ser similar a uma ● LANÇAMENTO OBLÍQUO
queda livre. O lançamento oblíquo consiste no
Portanto, as seguintes relações são movimento em que o corpo é disparado
obedecidas: com uma certa angulação em relação a

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FÍSICA 1 - IDEIA

horizontal e, por isso, ele atinge uma al- de Torricelli e o fato de nesse ponto a ve-
tura máxima e também um alcance hori- locidade vertical ser nula. Portanto,
zontal.
2 2 𝑽𝟐𝟎 𝒔𝒆𝒏𝟐 (𝜽)
Figura: Lançamento Oblíquo 𝑉 = 𝑉0 + 2𝑎𝛥𝑆 → 𝑯 =
𝟐𝒈
➢ Movimento Horizontal
No movimento horizontal, o corpo
está livre da ação de forças externas e,
por isso, pode ser analisado como um
MRU. Portanto, pode-se encontrar a re-
lação para o alcance horizontal.
Para estudar o lançamento oblíquo é
necessário relembrar a decomposição de - Alcance Horizontal (A): o alcance
vetores vista na primeira aula e, além horizontal é definido pela distância hori-
disso, é cômodo separá-lo em 2 partes: zontal percorrida pela partícula desde o
movimento vertical e movimento hori- momento do lançamento até o momento
zontal. em que ela toca novamente o solo. Para
encontrá-lo, basta utilizar a equação do
𝑉0𝑦 = 𝑉0 𝑠𝑒𝑛(𝜃) ; 𝑉0𝑥 = 𝑉0 𝑐𝑜𝑠 (𝜃) MRU substituído o tempo total (𝑡𝑇 ).
➢ Movimento Vertical 𝑉0 𝑐𝑜𝑠 (𝜃) 2𝑉0 𝑠𝑒𝑛(𝜃)
𝑆 = 𝑆0 + 𝑣𝛥𝑡 → 𝐴 =
𝑔
No eixo vertical, o corpo está so-
frendo influência da aceleração gravita- 𝟐𝑽𝟐𝟎 𝒔𝒆𝒏(𝜽)𝒄𝒐𝒔 (𝜽) 𝑽𝟐𝟎 𝒔𝒆𝒏(𝟐𝜽)
𝑨= =
cional e, por isso, pode ser tratado como 𝒈 𝒈
um MRUV. Diante disso, alguns resulta-
- Alcance Horizontal Máximo
dos são obtidos.
(Amáx): de acordo com a expressão
- Tempo de Subida (𝑡𝑆 ): o tempo de acima, pode-se concluir que o alcance
subida é obtido considerando-se a pri- horizontal máximo é obtido quando o ân-
meira metade do movimento. Ao chegar gulo de lançamento é de 45º.
no topo a velocidade vertical é nula.
𝑽𝟐𝟎
𝑽𝟎 𝒔𝒆𝒏(𝜽) 𝑨𝒎á𝒙 =
𝑉 = 𝑉0𝑦 + 𝑎𝛥𝑡 → 𝒕𝑺 = 𝒈
𝒈
- Tempo de Descida (𝑡𝐷 ): por se tra-
tar de um movimento simétrico, o tempo ➢ Resultados Fundamentais do
de descida é igual ao tempo de subida. Lançamento Oblíquo

- Tempo Total (𝑡𝑇 ): o tempo total é


igual à soma dos tempos de subida e de
descida e, por isso, é dado por:
𝟐 𝑽𝟎 𝒔𝒆𝒏(𝜽)
𝒕𝑻 =
𝒈
- Altura Máxima (H): para encon-
trar a altura máximo, utiliza-se a equação

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FÍSICA 1 - IDEIA

● LANÇAMENTO HORIZON-
TAL
O lançamento horizontal é um movi-
mento em que o corpo é lançado com
uma velocidade horizontal não-nula e
com um certo desnível H em relação ao
solo. Ela deve cair dentro do pequeno frasco
Figura: Lançamento Horizontal colocado a uma distância x do pé da pla-
taforma. A distância x deve ser de, apro-
ximadamente,
a) 1,0 m.
b) 2,0 m.
c) 2,5 m.
d) 3,0 m.
e) 3,5 m
Pode-se considerar que o lançamento
horizontal é análogo à segunda metade F2) (PUC Minas–2009) Um arqueiro
do lançamento oblíquo. atira uma flecha, que percorre uma traje-
tória parabólica vertical até atingir o
Portanto, utilizando-se as equações alvo. No ponto mais alto da trajetória da
horárias do espaço para MRU e MRUV flecha,
tem-se que:
a) a velocidade e a aceleração são nulas.
𝑎 𝟐𝑯
𝑆 = 𝑆0 + 𝑉𝑜 𝑡 + 𝑡 2 → 𝒕𝒒 = √ b) a aceleração é nula.
2 𝒈
c) o vetor velocidade e o vetor aceleração
são horizontais.
𝟐𝑯
𝑆 = 𝑆0 + 𝑣𝛥𝑡 → 𝑫 = 𝑽𝟎 √
𝒈 d) a componente vertical da velocidade é
nula.
Onde:
F3) O estudo do movimento dos corpos
tq: tempo de queda lançados obliquamente sofreu grande
impulso com a invenção dos canhões,
D: alcance horizontal do lançamento
uma vez que era necessário determinar
com precisão o local onde os projéteis
cairiam. A figura a seguir representa com
• EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO uma linha pontilhada a trajetória de uma
F1) A figura a seguir mostra uma esfera bala de canhão, caso o campo gravitaci-
lançada com velocidade horizontal de onal fosse nulo, e representa com uma li-
5,0 m/s de uma plataforma de altura h = nha cheia a trajetória e a posição dos pro-
1,8 m jéteis, depois de 1 s, 2 s e 3 s de lança-
mento, caso não houvesse resistência do
ar. As alturas h1, h2 e h3 representadas

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FÍSICA 1 - IDEIA

na figura têm valores, respectivamente, c) à propriedade do campo gravitacional


iguais a (Considere g = 10 m/s2) ser uniforme na região onde foi realizada
a atividade.
d) às propriedades geométricas das cur-
vas que descrevem o movimento da bola,
no caso, uma parábola.
e) ao fato de a velocidade horizontal no
ponto mais alto da trajetória não ser nula.
a) 1 m, 2 m e 3 m.
F5) Uma esfera é lançada horizontal-
b) 5 m, 20 m e 45 m. mente de uma mesa, sempre com a
mesma velocidade, e atinge o solo a uma
c) 10 m, 20 m e 30 m.
distância horizontal D da borda da mesa.
d) 15 m, 25 m e 40 m. Uma placa vertical pode ser posicionada
a uma distância x dessa borda (0 < x <
e) 15 m, 30 m, 45 m. D), de modo a registrar as posições ver-
F4) O gráfico a seguir mostra a distância ticais de queda da esfera (figura 1). Em
horizontal e vertical percorrida por uma uma sequência de lançamentos, o prof.
bola de futebol quando chutada com a Ênnio, variando a posição x da placa, ob-
mesma velocidade inicial, porém com teve o registro das posições verticais de
ângulos (em relação à horizontal) dife- queda da esfera, mostrada na figura 2.
rentes, e identificados sobre a curva.
Nele, observa-se que:
• A distância horizontal é maior para um
ângulo de lançamento igual a 45º;
• As distâncias horizontais são iguais
para os pares de ângulos iguais a 15º e
75º, bem como para 30º e 60º.
Analisando o registro das posições verti-
cais de queda da esfera, podemos afirmar
que
a) as medidas não foram feitas com pre-
cisão, uma vez que mostrou a esfera per-
correndo distâncias iguais, como se seu
Podemos explicar as duas observações movimento fosse uniforme.
simultaneamente devido b) o registro está incorreto, uma vez que
a) à distância horizontal ser diretamente o movimento da esfera é uma composi-
proporcional ao valor do seno do dobro ção de dois movimentos independentes e
do ângulo de lançamento. acelerados.

b) ao movimento da bola na direção ho- c) se a placa for deslocada horizontal-


rizontal ser independente no movimento mente em intervalos de distâncias iguais
na direção vertical. (x, 2x, 3x, ...), a distância vertical de
queda também será proporcional.

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FÍSICA 1 - IDEIA

d) as posições registradas podem estar


corretas, desde que os deslocamentos ho-
rizontais feitos pela placa tenham sido
cada vez menores.
e) o resultado do registro mostrado na fi-
gura 2 somente seria possível se a placa
estivesse colocada na posição horizontal.
• EXERCÍCIOS PROPOSTOS
P1) Uma caminhonete move-se, com
aceleração constante, ao longo de uma
estrada plana e reta, como representado
na figura:

A seta indica o sentido da velocidade e o


da aceleração dessa caminhonete. P2) Clarissa chuta, em sequência, três
bolas – P, Q e R –, cujas trajetórias estão
Ao passar pelo ponto P, indicado na fi- representadas nesta figura:
gura, um passageiro, na carroceria do ve-
ículo, lança uma bola para cima, vertical-
mente em relação a ele. Despreze a resis-
tência do ar.
Considere que, nas alternativas a seguir,
a caminhonete está representada em dois
instantes consecutivos.
Sejam tP , tQ e tR os tempos gastos, res-
Assinale a alternativa em que está ME- pectivamente, pelas bolas P, Q e R, desde
LHOR representada a trajetória da bola o momento do chute até o instante em
vista por uma pessoa, parada, no acosta- que atingem o solo. Considerando-se es-
mento da estrada. sas informações, é CORRETO afirmar
que
a) tQ > tP = tR.
b) tR > tQ = tP.
c) tQ > tR > tP.
d) tR > tQ > tP.
e) tP = tQ = tR
P3) Uma bola, lançada horizontalmente
da plata forma A , segue rumo à plata

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FÍSICA 1 - IDEIA

forma B. As plataformas estão separadas P5) Um super atleta de salto em distância


por um fosso de largura D. A está a uma realiza o seu salto procurando atingir o
altura H em relação a B (veja a figura). maior alcance possível. Se ele se lança ao
No local, a aceleração da gravidade é g. ar com uma velocidade cujo módulo é 10
O MENOR valor do módulo v0 da velo- m/s, e fazendo um ângulo de 45° em re-
cidade de lançamento da bola, para que lação à horizontal, é CORRETO afirmar
atinja a plataforma B, é dado pela expres- que o alcance atingido pelo atleta no
são salto é de (Considere g = 10 m/s²)
a) 2 m.
b) 4 m.
c) 6 m.

a) 𝑣0 = 𝐷√2𝐻
𝑔 d) 8 m.
e) 10 m.
2𝐷
b) 𝑣0 = 𝐻 √ 𝑔 P6) Um projétil de massa 100 g é lan-
çado obliquamente a partir do solo, para
2𝑔 o alto, numa direção que forma 60° com
c) 𝑣0 = 𝐷√ 𝐻 .
a horizontal, com velocidade de 120 m/s,
primeiro na Terra e posteriormente na
𝐷
d) 𝑣0 = 𝐻 √2𝑔. Lua. Considerando a aceleração da gra-
vidade da Terra o sêxtuplo da gravidade
𝑔 lunar, e desprezíveis todos os atritos nos
e) 𝑣0 = 𝐷√𝐻 dois experimentos, analise as proposi-
ções a seguir:
P4) Observando a parábola do dardo ar-
remessado por um atleta, um matemático I. A altura máxima atingida pelo projétil
resolveu obter uma expressão que lhe é maior na Lua que na Terra.
permitisse calcular a altura y, em metros,
II. A velocidade do projétil, no ponto
do dardo em relação ao solo, decorridos
mais alto da trajetória, será a mesma na
t segundos do instante de seu lançamento
Lua e na Terra.
(t0 = 0). Se o dardo chegou à altura má-
xima de 20 m e atingiu o solo 4 segundos III. O alcance horizontal máximo será
após o seu lançamento, então, despre- maior na Lua.
zada a altura do atleta, a expressão que o
IV. A velocidade com que o projétil toca
matemático encontrou
o solo é a mesma na Lua e na Terra.
a) y = –5t2 + 20t.
Está(ão) correta(s)
b) y = –5t² + 10t.
a) apenas III e IV.
c) y = –5t² + t.
b) apenas II.
d) y = –10t² + 50.
c) apenas III.
e) y = –10t² + 10.
d) todas.
e) nenhuma delas

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FÍSICA 1 - IDEIA

P7) Numa competição olímpica, um (4) A distância horizontal percorrida pela


atleta arremessa um disco com veloci- bola desde que foi lançada por A até ser
dade de módulo igual a 72 km/h, for- apanhada por B foi de 12 m.
mando um ângulo de 30° com a horizon-
Estão corretas apenas:
tal. Desprezando-se os efeitos do ar, a al-
tura máxima atingida pelo disco é (g = 10 a) (1) e (3)
m/s²):
b) (2) e (3)
a) 5,0 m
c) (1) e (4)
b) 10,0 m
d) (2) e (4)
c) 15,0 m
e) (1) e (2)
d) 25,0 m
P9) Durante a invasão da Normandia, os
e) 30,0 m canhões dos navios aliados deveriam
atingir as posições alemãs na praia de
P8) Considere dois atletas, A e B, em um
Omaha às 6 horas: 30 minutos: 00 segun-
jogo de futebol americano. O atleta A
dos. Desprezando os efeitos da resistên-
lança a bola com velocidade de módulo
cia do ar, determine o instante em que os
V0 = 20 m/s em uma direção que forma
disparos deveriam ocorrer para acertar os
um ângulo de 37° com a horizontal, con-
alvos no instante previsto.
forme indica a figura. No instante do lan-
çamento (t = 0), o atleta B está 12 m a Dados:
frente de A e correndo em trajetória reti-
línea com velocidade constante de mó- - Módulo da componente vertical da ve-
dulo VB. locidade (V0y) de lançamento igual a 10
m/s.
- Aceleração da gravidade no local igual
a 10 m/s².
- Considere que as posições alemãs na
praia e os navios estão na mesma alti-
A bola vai ser apanhada pelo atleta B na tude, ou seja, no mesmo plano horizon-
mesma altura em que foi arremessada. tal.
Despreze o efeito do ar e adote g =
a) 6 horas: 30 minutos: 02 segundos
10m/s². Considere as proposições a se-
guir. b) 6 horas: 29 minutos: 58 segundos
(1) O tempo de voo da bola desde seu c) 5 horas: 30 minutos: 02 segundos
lançamento por A até ser apanhada por B
d) 5 horas: 29 minutos: 58 segundos
foi de 1,2s.
e) 5 horas: 30 minutos: 01 segundo
(2) O valor de VB é 11 m/s.
P10) Uma partícula é lançada, conforme
(3) A velocidade da bola, em relação ao
figura, nas proximidades da superfície
atleta B, no instante em que ela chega a
terrestre onde a intensidade do campo
B, tem módulo igual a 13 m/s.
gravitacional é igual a g. Para que a par-
tícula atinja a altura máxima h, o módulo

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FÍSICA 1 - IDEIA

da velocidade de lançamento deve ser ➢ Trabalho da Força Elástica: é o


igual a: trabalho realizado pela força elástica
existente devido a uma deformação so-
frida pelo corpo, ou seja, está intima-
mente ligada a energia potencial elástica.
𝜟𝒙𝟐
𝑾=𝒌
𝟐
𝑔ℎ
a) 2

b) 2𝑔ℎ ● ENERGIA
√2𝑔ℎ Normalmente, não existe uma defini-
c) cos 𝜃
ção padrão para energia. Todavia, a ener-
√2𝑔ℎ gia é uma grandeza que possibilita a exe-
d) sem 𝜃
cução de um trabalho.
e) √𝑔ℎ tan 𝜃 ➢ Energia Cinética (Ec ou K): é a
quantidade de energia que está relacio-
nada com o movimento dos corpos.
Aula: 07 e 08 – Trabalho e Energia
𝒎𝑽𝟐
𝑲=
𝟐
• TRABALHO
➢ Energia Potencial (EP ou U): é
Trabalho pode ser definido como a a quantidade de energia que pode ser
quantidade de energia que é transferida convertida em outros tipos de energia.
para um corpo, em razão da aplicação de
- Potencial Gravitacional: é a ener-
uma força ao longo de um deslocamento.
gia que um corpo tem devido a um des-
𝑾 = 𝑭 ∙ 𝒅 ∙ 𝒄𝒐𝒔(𝜽) nível com relação a um plano de referên-
cia.
Onde:
𝑼𝒈 = 𝒎 ∙ 𝒈 ∙ 𝑯
θ: é o ângulo entre a força e o deslo-
camento. - Potencial Elástica: é a energia ar-
mazenada por um corpo devido a uma
Figura: Trabalho de uma Força Constante
deformação de uma mola.
𝒌𝒙𝟐
𝑼𝒆𝒍 =
𝟐

➢ Conservação de Energia Me-


➢ Trabalho da Força Peso: é o tra- cânica
balho realizado pela força peso devido a
uma variação de altura, de tal forma que Tal princípio é baseado na afirmação
a trajetória não importa, ou seja, só im- de Lavoisier: “Na natureza nada se cria,
porta o estado final e inicial. nada se perde, tudo se transforma”.

𝑾 = 𝒎 ∙ 𝒈 ∙ 𝜟𝑯

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FÍSICA 1 - IDEIA

- Sistemas Sem Atrito F2) Três esferas de mesma massa são


lançadas de uma mesma altura e com ve-
𝑬𝑴𝒊𝒏𝒊𝒄𝒊𝒂𝒍 = 𝑬𝑴𝒇𝒊𝒏𝒂𝒍
locidades iguais a v0 como mostrado a
- Sistema Com Atrito seguir.

𝑬𝑴𝒊𝒏𝒊𝒄𝒊𝒂𝒍 = 𝑬𝑴𝒇𝒊𝒏𝒂𝒍 + 𝑾𝒇𝒂𝒕

● TEOREMA DO TRABALHO
- ENERGIA CINÉTICA
Esse teorema afirma que o trabalho
resultante sobre um corpo é dado pela Considerando-se o princípio da conser-
sua variação de energia cinética. vação da energia e desprezando-se a re-
sistência do ar, as energias cinéticas das
𝑾𝑹 = 𝜟𝑬𝒄𝒊𝒏 = 𝜟𝑲 esferas, ao chegarem ao solo, obedecem
Demonstração: à relação

𝑚𝑉 2 𝑚𝑉𝑜2 𝑚 a) EA > EB = EC
ΔK = 2
− 2
= 2
(V2 - Vo2) (I)
b) EA = EB = EC
V2 = Vo2 + 2aΔS → V2 - Vo2 = 2aΔS (II)
c) EA > EB > EC
Substituindo (II) em (I):
𝑚
d) EA < EB > EC
ΔK = 2
(2aΔS) = m a ΔS = FR d = WR
F3) Um operário da construção civil car-
ΔK = ΔEcin = WR rega um saco de cimento de 50 kg e des-
loca-se com velocidade constante por 20
2
metros na horizontal. Adote g = 10 m/s .
• EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
Calcule o trabalho realizado pela força
F1) Um navio cargueiro de massa 5.105 do operário sobre o saco de cimento.
ton pode alcançar uma velocidade má-
xima de 20 m/s. Qual é o trabalho da a) 0 J
força resultante sobre o navio, em Joules, b) 50 J
para levá-lo do repouso até sua veloci-
dade máxima? c) 100 J

Dado: 1 ton = 1000 kg d) 250 J

a) 1.1011 e) 350 J

b) 2.1011 F4) Um projétil de uma arma de fogo


tem massa 10 g e sai do cano com velo-
c) 3.1010 cidade de 350 m/s. Considerando so-
d) 4.1010 mente o movimento de translação, uma
moto de 350 kg teria a mesma energia ci-
e) 5.1010 nética de translação desse projétil caso se
deslocasse a uma velocidade de

a) √35 m/s

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FÍSICA 1 - IDEIA

b) 3,5 m/s vimento. O mesmo processo de transfor-


mação de energia que ocorre na desace-
c) 35 m/s
leração do brinquedo também ocorre
d) √3,5 m/s quando uma

F5) Na geração de energia elétrica com a) pessoa solta uma mola que está inici-
usinas termelétricas, há transformação almente comprimida, e esta se expande.
de energia térmica em elétrica. Na gera- b) esqueitista ganha velocidade ao descer
ção a partir de hidrelétricas, a conversão por uma ladeira sem realizar impulsos
para energia elétrica se dá primariamente contra o solo
a partir de:
c) pedra, inicialmente em repouso, é lan-
a) potencial elétrica da água nos reserva- çada de um estilingue e ganha velocidade
tórios gradativamente.
b) potencial gravitacional da água nas re- d) turbina de uma usina hidrelétrica é
presas atingida pela água em movimento, fa-
c) potencial elástica nas turbinas zendo a hélice dela girar.

d) cinética da água armazenada em re- e) acrobata, inicialmente em queda livre,


pouso nas represas. atinge uma cama elástica que começa a
se esticar em seguida.
• EXERCÍCIOS PROPOSTOS
P2)
P1) Um professor leva um brinquedo à
sala de aula para explicar os conceitos de
energia. O brinquedo é composto por um
tubo cilíndrico de plástico transparente
com dois furos em suas extremidades,
nos quais está preso um elástico com um
palito, e, no centro do cilindro, há um pa-
Considere que uma pessoa parte do re-
rafuso colado no elástico. A figura a se-
pouso no topo do toboágua e, sofrendo
guir mostra o brinquedo.
ação da aceleração da gravidade no local
de 10 m/s2, atinge 100 km/h quando
chega ao nível do solo. Nessa descida, a
razão entre a energia mecânica final e a
inicial dessa pessoa é de, aproximada-
mente,
a) 0,10
Conforme o professor dá um impulso na
b) 0,58
peça cilíndrica, que está sobre uma su-
perfície plana, ela gira em torno do pró- c) 0,77
prio eixo principal. Dessa maneira, o
peso do parafuso faz o elástico se contor- d) 1,00
cer e o cilindro desacelerar até parar e, e) 1,29
logo depois, inverter seu sentido de mo-
P3) Numa partida de futebol, o goleiro
bate o tiro de meta e a bola, de massa 0,5

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FÍSICA 1 - IDEIA

kg, sai do solo com velocidade de mó- e) 160


dulo igual 10 m/s, conforme mostra a fi-
P5) Considere um bloco que desliza sem
gura.
atrito sobre um plano inclinado próximo
à superfície da Terra, conforme a figura
a seguir.

No ponto P, a 2 metros do solo, um joga-


dor da defesa adversária cabeceia a bola.
Considerando g 10 m/s2, a energia ciné-
tica da bola no ponto P vale, em joules: É correto afirmar-se que, durante a des-
a) 0 cida do bloco, sua energia cinética

b) 5 a) aumenta.

c) 10 b) diminui.

d) 15 c) permanece constante.

P4) Um aluno, estudando Trabalho e d) é negativa.


Energia, abandona do repouso uma pedra P6) As eclusas permitem que as embar-
de gelo no ponto A de um escorregador cações façam a transposição dos desní-
de aço. O escorregador tem uma base ho- veis causados pelas barragens. Além de
rizontal a partir do ponto B e nessa base ser uma monumental obra da engenharia
o estudante fixou uma mola. hidráulica, a eclusa tem um funciona-
mento simples e econômico. Ela nada
mais é do que um elevador de águas que
serve para subir e descer as embarcações.
A eclusa de Barra Bonita, no rio Tietê,
tem um desnível de aproximadamente 25
m. Qual é o aumento da energia potencial
Considere que o gelo não se funde e que gravitacional quando uma embarcação
o atrito entre o aço e o gelo é pratica- de massa 𝑚 = 1,2. 104 kg é elevada na
mente inexistente, que a massa do bloco eclusa, em Joules?
é de 100 g e que g = 10 m/s2. Se, na coli-
são entre o gelo e a mola, a deformação a) 4,8.102
máxima produzida na mola é de 10 cm, a b) 1,2.105
constante elástica k da mola vale, em
N/m, c) 3,0.105

a) 12 d) 3,0.106

b) 30 P7) Um aerogerador, que converte ener-


gia eólica em elétrica, tem uma hélice
c) 72 como a representada na figura abaixo. A
d) 100 massa do sistema que gira é M = 50 to-
neladas, e a distância do eixo ao ponto P,

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FÍSICA 1 - IDEIA

chamado de raio de giração, é R = 10 m. c) 5,0 s


A energia cinética do gerador com a hé-
d) 2,5 s
lice em movimento é dada por 𝐸 =
1
. 𝑀𝑉𝑝 2, sendo 𝑉𝑝 o módulo da veloci- e) 50 s
2
dade no ponto P. Se o período de rotação P10) A usina hidrelétrica de Itaipu é uma
da hélice é igual a 2 s, qual é a energia obra conjunta do Brasil e do Paraguai
cinética do gerador? Considere 𝜋 = 3 que envolve números gigantescos. A po-
a) 6,250.105 J tência média teórica chega a 12 600 MW
quando 18 unidades geradoras operam
b) 2,250.107 J conjuntamente, cada qual com uma va-
zão próxima de 700 m3/s. Suponha que a
c) 5,625.107 J
água da represa adentre as tubulações
d) 9,000.107 J que conduzem o líquido às turbinas com
velocidade praticamente nula e admita
P8) Qual o trabalho executado pela força
que os geradores aproveitem 100% da
de atrito entre o pneu e o solo para parar
energia hídrica disponível. Adotando-se
um carro de massa m = 1000 kg, inicial-
para a aceleração da gravidade o valor 10
mente a v = 72 km/h, sabendo que os
m/s2 e sabendo-se que a densidade da
pneus travam no instante da frenagem,
água é igual a 1,0.103 kg/m3, determine o
deixando de girar, e o carro desliza du-
desnível entre as bocas das tubulações e
rante todo o tempo de frenagem?
suas bases, onde estão instaladas as tur-
a) 3,6.104 J binas das unidades geradoras.

b) 2,0.105 J
c) 4,0.105 J Aula: 09 e 10 – Ondulatória
d) 2,6.106 J
• ONDAS
P9) Um móvel, partindo do repouso,
deve atingir o ponto B da figura com ve- Ondas podem ser definidas como fe-
locidade nula. nômenos de transporte de energia e de
quantidade de movimento através de os-
cilações, no entanto não existe trans-
porte de matéria. Tal quantidade de
energia relaciona-se com a amplitude da
onda.
➢ Ondas Mecânicas
Se os atritos são desprezíveis, o tempo
Tais ondas surgem devido a oscila-
durante o qual o móvel deverá manter-se
ção de um meio material.
com aceleração constante de 2,0 m/s2, no
trecho horizontal OA, será: Dessa forma, essas ondas não se pro-
pagam no vácuo. (Ex.: Ondas Sonoras).
Dado: g = 10 m/s2
a) 25 s
b) 10 s

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FÍSICA 1 - IDEIA

Figura: Onda Sonora - Mistas: são as ondas que têm vibra-


ções transversais e longitudinais, pos-
suindo, geralmente, trajetórias elípticas.
(Ex.: Ondas do Mar)
Figura: Ondas Mistas

➢ Ondas Eletromagnéticas
Tais ondas surgem devido a oscila-
ção dos campos elétrico e magnético do
meio. (Ex.: Ondas de Rádio)
Figura: Onda Eletromagnética

➢ Direção de Propagação
- Unidimensional: são as ondas que
possuem apenas uma direção de propa-
gação (Ex.: Tubos Sonoros, Cordas).
Figura: Onda em Corda
• CLASSIFICAÇÃO

➢ Direção da Perturbação
- Transversais: são ondas em que a
direção da perturbação é perpendicular à
direção de propagação.
Figura: Onda Transversal

- Bidimensional: são as ondas que se


propagam em meios superficiais: (Ex.:
gostas em superfícies de líquidos)
Figura: Gota de Água Caindo

- Longitudinais: são ondas em que a


direção da perturbação é paralela à dire-
ção de propagação.
Figura: Ondas Longitudinais

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FÍSICA 1 - IDEIA

- Tridimensional: são as ondas que • EQUAÇÃO FUNDAMENTAL


se propagam em todas as dimensões DA ONDA
(Ex.: Som)
Ao observar os parâmetros funda-
Figura: Propagação Tridimensional mentais da onda, é possível estabelecer
uma relação entre eles. Tal relação é co-
nhecida como Equação Fundamental da
Onda.
Essa equação é dada por:
𝑣
λ=
𝑓

Onde:
λ: comprimento de onda
• PARÂMETROS FUNDA-
MENTAIS DA ONDA v: velocidade da onda
f: frequência de oscilação
➢ Velocidade da Onda
A velocidade de propagação de uma
onda depende de 2 fatores: • VELOCIDADE DE PROPA-
GAÇÃO DAS ONDAS
- Meio de Propagação
Como dito anteriormente, o tipo de
- Tipo de Onda onda e o meio de propagação são fatores
➢ Comprimento de Onda que influenciam na velocidade da onda.

O comprimento de onda é o parâme- ➢ Pulso Transversal em Cordas


tro dado pela distância entre dois picos, 𝑻
dois vales ou 3 pontos médios. v = √𝝁

Figura: Comprimento de Onda Onde:


T: Tração no fio.
µ: Densidade Linear da Corda

➢ Pulso de Onda em Superfície


➢ Frequência de Oscilação de Líquidos

A frequência de oscilação é um fator v = √𝒈𝑯


que depende da fonte geradora da onda.
Onde:
g: aceleração da gravidade local
H: altura da onda medida em relação
ao fundo

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FÍSICA 1 - IDEIA

➢ Pulso de Onda em Gás Ideal ➢ Refração de Pulso


𝜸𝑹𝑻 O fenômeno da refração ocorre
v=√ 𝑴 quando existe uma mudança no meio de
propagação e, sempre, ocorre em con-
Onde:
junto com a reflexão.
γ: Coeficiente de Poisson do Meio
- Aumento da Densidade Linear: o
R: Constante Universal dos Gases pulso refratado é mais lento que o pulso
incidente. Além disso, o pulso refletido
T: Temperatura do Gás
sofre inversão de fase.
M: Massa Molar Média do Gás Figura: Aumento da Densidade Linear

• PULSOS EM CORDAS

➢ Reflexão de Pulso
O fenômeno da reflexão depende da
forma como o meio de propagação está
formado.
- Extremidade Fixa: ocorre quando
a extremidade da corda está fixa e, por - Diminuição da Densidade Li-
isso, ocorre inversão de fase. near: o pulso refratado é mais rápido que
Figura: Reflexão de Ondas em Cordas Fixas o pulso incidente. Além disso, o pulso re-
fletido não sofre inversão de fase.
Figura: Diminuição da Densidade Linear

- Extremidade Móvel: ocorre


quando a extremidade da corda não está
fixa e, por isso, não ocorre inversão de
• FENÔMENOS ONDULATÓ-
fase.
RIOS
Figura: Reflexão em Cordas Móveis
O estudo de fenômenos ondulatórios
é de extrema importância para a análise
de algumas situações do cotidiano.
➢ Princípio de Huygens
O princípio de Huygens afirma que
cada ponto de uma frente de onda tem a

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FÍSICA 1 - IDEIA

habilidade de se comportar como uma Figura: Interferência Construtiva de Ondas.


frente de onda secundária. Por conta
disso, a onda possui a capacidade de con-
tornar obstáculos.
Figura: Princípio de Huygens

Figura: Interferência Destrutiva de Ondas.

➢ Polarização de Ondas
➢ Vibração de Cordas com Ex-
É o fato de forçar a onda a se propa- tremos Fixos
gar em uma única direção.
Tal fenômeno é similar ao que acon-
Figura: Polarização de Ondas tece ao se tocar um violão.
𝑣
𝒇 [𝒏] = 𝒏 𝒇 [𝟏] = 𝒏 ( )
2𝐿
Onde:
f [n]: é a frequência do n-ésimo har-
mônico
f [1]: é a frequência da harmônica
fundamental
v: é a velocidade da onda na corda
➢ Interferência de Ondas
É um fenômeno que ocorre quando L: é o comprimento natural da corda
ondas estão se propagando em um Figura: Modo de Vibração em Cordas
mesmo meio material, na mesma dire-
ção.
- Construtiva: ocorre quando as on-
das estão se propagando em concordân-
cia de fase, ou seja, ambas estão na
mesma fase.
- Destrutiva: ocorre quando as on-
das estão se propagando em discordância
de fase, ou seja, as ondas estão em fases
distintas.

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FÍSICA 1 - IDEIA

➢ Interferência de Ondas Bi e • EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO


Tridimensionais
F1) A respeito da classificação das on-
Figura: Interferência de Ondas Multidimen- das, marque a alternativa incorreta:
sionais
a) As ondas classificadas como longitu-
dinais possuem vibração paralela à pro-
pagação. Um exemplo desse tipo de onda
é o som.
b) O som é uma onda mecânica, longitu-
dinal e tridimensional.

𝑘𝜆 c) Todas as ondas eletromagnéticas são


𝜟𝒙 = transversais.
2
Onde: d) A frequência representa o número de
ondas geradas dentro de um intervalo de
λ: comprimento de onda tempo específico. A unidade Hz (Hertz)
- Concordância de Fase: se k é par significa ondas geradas por segundo.
a interferência é construtiva e se k é ím- e) Quanto à sua natureza, as ondas po-
par a interferência é destrutiva (no ponto dem ser classificadas em mecânicas, ele-
analisado). tromagnéticas, transversais e longitudi-
- Discordância de Fase: se k é par a nais.
interferência é destrutiva e se k é ímpar a F2) As ondas são formas de transferência
interferência é construtiva (no ponto ana- de energia de uma região para outra.
lisado) Existem ondas mecânicas – que preci-
➢ Ressonância sam de meios materiais para se propaga-
rem – e ondas eletromagnéticas – que po-
Ocorre quando uma fonte consegue dem se propagar tanto no vácuo como
fazer as partículas do meio material vi- em alguns meios materiais.
brarem na mesma frequência natural de
um corpo. Sobre ondas, podemos afirmar correta-
mente que
Figura: Taça de cristal quebrando por conta de
ressonância. a) a energia transferida por uma onda
eletromagnética é diretamente proporci-
onal à frequência dessa onda.
b) o som é uma espécie de onda eletro-
magnética e, por isso, pode ser transmi-
tido de uma antena à outra, como ocorre
Figura: Ponte de Tacoma nas transmissões de TV e rádio.
c) a luz visível é uma onda mecânica que
somente se propaga de forma transversal.
d) existem ondas eletromagnéticas que
são visíveis aos olhos humanos, como o

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FÍSICA 1 - IDEIA

ultravioleta, o infravermelho e as micro- e) 100 m/s


ondas.
F6)
e) o infrassom é uma onda eletromagné-
Sobre os telhados do Irã
tica com frequência abaixo da audível.
Sobre os telhados da noite
F3) O som mais grave que o ouvido hu-
mano é capaz de ouvir possui compri- - no Irã
mento de onda igual a 17 m. Sendo as-
sim, determine a mínima frequência ca- Ecoa a voz agônica
paz de ser percebida pelo ouvido hu- dos que querem
mano.
se expressar.
Dados: Velocidade do som no ar = 340
m/s
a) 10 Hz Não é a ladainha dos muezins

b) 15 Hz E suas preces monótonas.

c) 17 Hz (conformadas)

d) 20 Hz É o canto verde rasgando

e) 34 Hz O negro manto dos aiatolás

F4) Diante de uma grande parede verti- Como se do alto das casas
cal, um garoto bate palmas e recebe o eco fosse possível antecipar
um segundo depois. Se a velocidade do
som no ar é 340 m/s, o garoto pode con- - o parto de luz
cluir que a parede está situada a uma dis- Que sangra na madrugada
tância aproximada de:
O poema faz referência ao som (Voz
a) 17 m agônica dos que querem se expressar) e
b) 34 m a luz (parto de luz que sangra na madru-
gada), como símbolos da negação de
c) 68 m uma realidade incômoda. O adjetivo
d) 170 m verde, em canto verde, confirma essa
aproximação. Do ponto de vista físico,
e) 340 m luz e som são fenômenos que poder apre-
F5) Uma determinada fonte gera 3600 sentar semelhanças ou diferenças. A esse
ondas por minuto com comprimento de respeito, são feitas as seguintes afirma-
onda igual a 10 m. Determine a veloci- ções
dade de propagação dessas ondas. Assinale o que for correto:
a) 500 m/s a) Quando se propagam no ar, som e luz
b) 360 m/s têm a mesma velocidade.

c) 600 m/s b) Do ar para a água, a velocidade do


som aumenta, enquanto a da luz diminui.
d) 60 m/s

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FÍSICA 1 - IDEIA

c) A frequência dos sons audíveis é De acordo com a figura e a escala anexa,


maior que a frequência da luz. é correto afirmar que:
d) Somente o som apresenta comporta- a) o período da onda é de 2.0 s.
mento ondulatório.
b) a amplitude da onda é de 20 cm.
e) A velocidade do som é maior que a da
c) o comprimento da onda é de 20 cm.
luz.
d) a velocidade de propagação da onda é
F7) A velocidade do som na água líquida
de 80 cm/s.
é de 1,48 km/s, enquanto que no ar ela
vale 343 m/s, ambas à temperatura de 20 e) todos os pontos da corda se movem
°C e à pressão de 1,0 atm. Podemos afir- para a direita
mar que a diferença citada acima se deve,
principalmente, ao fato da água ser um F10) O esquema a seguir representa uma
meio que apresenta, em relação ao ar corda tensa não absorvedora de energia,
na qual se propaga um trem de ondas
a) maior densidade transversais, no sentido dos valores cres-
centes de x:
b) menor compressibilidade.
c) maior frequência da onda sonora,
d) maior comprimento da onda sonora.
e) menor ocorrência de ondas estacioná-
rias. Em relação ao referencial xOy. a equa-
F8) A figura representa a propagação de ção das ondas é dada por: y 0.5 cos [2π3
uma onda ao longo de uma corda com (20t - 4x]] (SI)
frequência de 20 Hz. Determine:
a) a amplitude
b) f a frequência e o período
c) o comprimento de onda
Qual a velocidade de propagação dessa d) a velocidade de propagação das ondas.
onda?
F11) Alguns instrumentos de corda (tal
F9) Uma onda se propaga numa corda, como a cítara da Índia) possuem cordas
da esquerda para a direita, com frequên- duplas. Quando uma dessas cordas é to-
cia de 20 Hz, como é mostrado na figura: cada a outra começa a vibrar com a
mesma frequência, embora ela não tenha
sido tocada.

Esse fenômeno é possível por causa da


a) ressonância.

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FÍSICA 1 - IDEIA

b) interferência. d)
c) intensidade.
d) difração.
F12) Em uma corda, dois pulsos de onda
propagam-se em sentidos opostos, con-
forme mostra a figura.

e)

Assinale a alternativa que repre-


senta corretamente a propagação dos
pulsos de onda, nos seguintes momentos:
antes da interferência (I), durante a inter-
ferência (II) e após a interferência (III),
respectivamente.
a) F13) Marque a alternativa correta a res-
peito do fenômeno da interferência.
a) O fenômeno da interferência só ocorre
com ondas unidimensionais.
b) Na interferência construtiva, as ondas
encontram-se com fases invertidas.
c) Na interferência destrutiva, as ondas
encontram-se com fases iguais.
b)
d) Quando duas ondas de mesma ampli-
tude sofrem interferência destrutiva,
ocorre aniquilação.
e) Quando duas ondas com amplitudes
diferentes sofrem interferência constru-
tiva, as amplitudes são somadas, e a onda
resultante mantém o sentido de propaga-
ção da onda que possuía maior ampli-
c) tude.
F14) Em cada uma das imagens abaixo,
um trem de ondas planas move-se a par-
tir da esquerda.

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FÍSICA 1 - IDEIA

Os fenômenos ondulatórios apresentados efeito coletivo se propaga pelos especta-


nas figuras 1, 2 e 3 são, respectivamente. dores do estádio, formando uma onda
progressiva, conforme ilustração.
a) refração – interferência – difração.
b) difração – interferência – refração.
c) interferência – difração – refração.
d) difração – refração – interferência.
e) interferência – refração – difração.
Calcula-se que a velocidade de propaga-
F15) ção dessa “onda humana” é 45 km/h, e que
I. Os fenômenos de interferência, difra- cada período de oscilação contém 16 pes-
ção e polarização ocorrem com todos os soas, que se levantam e sentam organiza-
tipos de onda. damente e distanciadas entre si por 80 cm.

II. Os fenômenos de interferência e difra- Nessa ola mexicana, a frequência da


ção ocorrem apenas com ondas transver- onda, em hertz, é um valor mais próximo
sais. de

III. As ondas eletromagnéticas apresen- a) 0,3.


tam o fenômeno de polarização, pois são b) 0,5.
ondas longitudinais.
c) 1,0.
IV. Um polarizador transmite os compo-
nentes da luz incidente não polarizada, d) 1,9.
cujo vetor campo elétrico E é perpendi- e) 3,7.
cular à direção de transmissão do polari-
zador. P2) Considere os seguintes fenômenos
ondulatórios:
Então, está(ão) correta(s)
I – Luz
a) nenhuma das afirmativas.
II – Som no ar
b) apenas a afirmativa I.
III – Perturbação propagando-se numa
c) apenas a afirmativa II. mola helicoidal esticada.
d) apenas as afirmativas I e II. Podemos afirmar que
e) apenas as afirmativas I e IV. a) I, II e III necessitam de um suporte
• EXERCÍCIOS PROPOSTOS material para propagar-se.

P1) Uma manifestação comum das torci- b) I é transversal, II é longitudinal e III


das em estádios de futebol é a ola mexi- tanto pode ser transversal como longitu-
cana. Os espectadores de uma linha, sem dinal.
sair do lugar e sem se deslocarem lateral- c) I é longitudinal, II é transversal e III é
mente, ficam de pé e se sentam, sincro- longitudinal.
nizados com os da linha adjacente. O
d) I e II podem ser longitudinais.
e) somente III é longitudinal.

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FÍSICA 1 - IDEIA

P3) No vácuo, as radiações eletromagné- uma rotação. Dessa forma, um forno de


ticas têm: micro-ondas funciona através do pro-
cesso de ressonância, transferindo ener-
a) a mesma amplitude.
gia para os alimentos.
b) a mesma frequência.
Sabendo que a velocidade de propagação
c) a mesma velocidade. das ondas eletromagnéticas no meio é de
cerca de 3 x 108 m/s, qual é, aproximada-
d) o mesmo período. mente, o comprimento de onda da micro-
e) o mesmo comprimento de onda. onda presente no forno, em cm?

P4) A figura representa, num determi- a) 8,17


nado instante, o valor (em escala arbitrá- b) 12,2
ria) do campo elétrico E associado a uma
onda eletromagnética que se propaga no c) 1,22
vácuo, ao longo do eixo X, correspon-
d) 817
dente a um raio de luz de cor laranja. A
velocidade da luz no vácuo vale 3,0 ∙ e) 0,12
108 m/s.
P6) Uma corda homogênea de 2,5 m de
comprimento e 2.0 kg de massa está sub-
metida a uma força tensora de 80 N. Suas
extremidades são fixadas e produz-se na
corda uma perturbação.
Determine:
Podemos concluir que a frequência dessa
luz de cor laranja vale, em hertz, aproxi- a) a densidade linear da corda:
madamente b) a velocidade de propagação da onda
a) 180 na corda.

b) 4,0 ∙ 10−15 P7) Em um lago, o vento produz ondas


periódicas que se propagam a uma velo-
c) 0,25 ∙ 1015 cidade de 2 m/s. O comprimento de é de
10 m. Determine a frequência de oscila-
d) 2,0 ∙ 10−15
ção de um barco:
e) 0,5 ∙ 1015 a) quando ancorado nesse lago
P5) Na câmara de cozimento de um
b) quando se movimenta em sentido con-
forno de micro-ondas, a flutuação do trário ao da propagação das ondas, a uma
campo elétrico é adequada para o aque- velocidade de 8 m/s.
cimento da água. Esse tipo de forno uti-
liza micro-ondas com frequência de 2,45 P8) A figura mostra o perfil de uma
GHz para alterar a orientação das molé- mesma onda por onde se propaga uma
culas de água bilhões de vezes a cada se- onda, em duas situações distintas a quais
gundo. Essa foi a frequência escolhida, a corda está sob ação de uma força de tra-
porque ela não é usada em comunicações ção de mesma intensidade.
e também porque dá às moléculas de
água o tempo necessário para completar

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FÍSICA 1 - IDEIA

P10) Antenas para emissoras de rádio


AM (Amplitude Modulada) são frequen-
temente construídas de modo que a torre
emissora tenha uma altura igual a ¼ do
comprimento de onda das ondas a serem
emitidas.

a) Sendo f1 e f2, as frequências de osci- Com base nisso, determine a altura, em


lação dos pontos da corda nas situações metros, da torre de uma emissora que
1 e 2, respectivamente, determine a razão emite na frequência de 1000 kHz.
(f2/f1) (Considere a velocidade da luz igual a
b) Considere L = 4,2 m. Se na primeira 3,0.108 m/s)
situação a frequência de oscilação dos P11) A figura representa uma onda har-
pontos da corda é de 4 Hz, qual a veloci- mônica transversal, que se propaga no
dade de propagação das ondas nessa si- sentido positivo do eixo x, em dois ins-
tuação, em m/s? tantes de tempo: t = 3 s (linha cheia) e t =
P9) Uma pessoa sustenta uma vareta rí- 7 s (linha tracejada).
gida por uma de suas extremidades, se-
gundo a horizontal. Na outra extremi-
dade, está presa uma corda homogênea,
de secção transversal constante, de
massa 1,00 kg e comprimento 5,00 m.
Prendendo-se a outra extremidade da
corda a um ponto fixo de uma parede, a
pessoa proporciona à vareta um MHS na Dentre as alternativas, a que pode corres-
direção vertical, de duas oscilações com- ponder à velocidade de propagação dessa
pletas por segundo, e aplica à corda uma onda é:
forca tensora de densidade 1,80 N. Sa-
bendo-se que a velocidade de propaga- a) 0,14 m/s
ção de uma onda na corda é dada por V b) 0,25 m/s
= (T/µ)^(1/2) onde T é a tensão na corda
e µ sua densidade linear. c) 0,33 m/s

As ondas cossenoides que se propagam d) 1,00 m/s


na corda possuem comprimento de onda
e) 2,00 m/s
de:
P12) A imagem abaixo representa a re-
a) 5,00 m.
fração de ondas em um lago. As regiões
b) 4,50 m. 1 e 2 são regiões que possuem diferentes
profundidades.
c) 3.00 m.
d) 1,50 m.
e) 0,75 m

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FÍSICA 1 - IDEIA

sobretudo nos momentos de gol. A ale-


gria e o entusiasmo dos torcedores, ge-
ralmente manifestado por meio de pulos
e batidas no chão, faz com que tida a es-
trutura do estádio vibre. Se essa vibração
for mantida por muito tempo, pode levar
partes da construção ou mesmo toda ela
a desabar, ocasionando uma catástrofe.
O fenômeno que melhor explica esse fato
Existe um erro nessa figura! Marque a al- é:
ternativa que explica corretamente o que a) difração
há de errado.
b) interferência
a) Os comprimentos de onda nas regiões
1 e 2 devem ser iguais, já que essa gran- c) refração
deza não se altera com a refração. d) ressonância
b) A refração de ondas na água nunca e) polarização
ocorre com diminuição de velocidade,
por isso, as frentes de onda sempre se P14) A figura representa um pulso se
afastam da reta normal. propagando em uma corda.

c) Como houve aproximação da reta nor-


mal, conclui-se que ocorreu diminuição
da velocidade de propagação da onda.
Por isso, os comprimentos de onda repre- Pode-se afirmar que, ao atingir a extre-
sentados nas regiões 1 e 2 devem ser midade dessa corda, o pulso se reflete:
iguais. a) se a extremidade for fixa e se extingue
d) Como houve afastamento da reta nor- se a extremidade for livre.
mal, conclui-se que ocorreu redução na b) se a extremidade for livre e se extin-
velocidade de propagação das ondas. gue se a extremidade for fixa.
Portanto, na passagem de 1 para 2, a
onda torna-se mais lenta e sofre diminui- c) com inversão de fase se a extremidade
ção do comprimento de onda. for livre e com a mesma fase se a extre-
midade for fixa.
e) Como houve aproximação da reta nor-
mal, conclui-se que ocorreu redução na d) com inversão de fase se a extremidade
velocidade de propagação das ondas. for fixa e com a mesma fase se a extre-
Portanto, na passagem de 1 para 2, a midade for livre.
onda torna-se mais lenta e sofre diminui- e) com mesma fase, seja a extremidade
ção do comprimento de onda. livre ou fixa.
P13) Em dias de clássicos futebolísticos P15) Considere as seguintes afirmações
que promovem grandes concentrações sobre os fenômenos ondulatórios e suas
de populares, teme-se pela segurança características:
do Estádio do Morumbi, em São Paulo,
I. No princípio de Hyugens a onda não
pode contornar obstáculos.

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FÍSICA 1 - IDEIA

II. A interferência ocorre apenas com on-


das eletromagnéticas.
III. A polarização ocorre apenas com on-
das transversais.
Quais estão corretas?
a) Apenas I
b) Apenas II
c) Apenas III
d) Apenas I e II
e) I, II e III.

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FÍSICA 2
SUMÁRIO – FÍSICA 2

AULA ASSUNTO PÁG


1 Termologia e Calorimetria 1
2 Luz e Óptica Geométrica 6
3 Espelhos Esféricos 13
4 Refração 18
5 Lentes Esféricas 24
6 Instrumentos Ópticos e Óptica da Visão 29
7 Corrente Elétrica 34
8 Resistência Elétrica 38
9 e 10 Leis de Kirchhoff e Circuitos Elétricos 47
FÍSICA 2 - IDEIA

Aula: 01 – Termologia e Calorimetria Figura: Transferência de Calor

• TEMPERATURA
Refere-se ao grau de agitação das
moléculas de um sistema. [Grandeza es-
calar].
➢ Escalas Termométricas
Figura: Escalas Celsius, Fahrenheit e Kelvin

➢ Calor Latente
Entende-se como o calor responsável
pela mudança de fase de um corpo sem
alterar a temperatura. Sabendo que “m”
é a massa do corpo que está sofrendo
- Conversões: transformação e “L” é a constante cha-
mada calor latente (depende do tipo de
TC TF − 32 TK − 273 material), tem-se que:
= =
5 9 5
𝐐=𝐦×𝐋

• CALOR
➢ Calor Sensível
Deve-se entender calor como a trans-
ferência de energia térmica em um sis- Entende-se como o calor responsável
tema, devido à diferença de temperatura pela variação de temperatura de um
entre os corpos daquele. (Analogia: corpo sem alterar o seu estado físico. Sa-
Transação bancária → dinheiro) bendo-se que “c” é a constante chamada
de calor sensível, que depende do tipo de
➢ Formas de Transferência de material, “m” é a massa do corpo, que
Energia está variando a temperatura, e “ΔT” é a
- Condução Térmica: Consiste no variação de temperatura, tem-se que:
“efeito cascata” da vibração das molécu- 𝐐 = 𝐦 × 𝐜 × 𝚫𝐓
las vizinhas. (ex.: barra de ferro)
- Convecção: Movimento das mas-
sas de um fluido devido à diferença de ➢ Garrafa Térmica
temperatura. (ex.: ar-condicionado) - Revestimento Interno: proteção
- Irradiação: é a transmissão da adiabática (evita condução).
energia térmica por meio de ondas ele- - Superfícies Espelhadas: regiões
tromagnéticas. (infravermelho) (ex.: Sol refletoras (evita irradiação).
→ Terra)
- Vácuo: ausência de meio material
(evita convecção).

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FÍSICA 2 - IDEIA

Figura: Garrafa Térmica Figura: Brisa Marítima e Terrestre

Tais fenômenos explicam o fato de


que os pescadores normalmente saem
pra pescar durante a noite e voltam du-
rante o dia, pois, dessa forma, eles po-
dem usar o vento ao seu favor.

➢ Brisas Marítima e Brisa Ter- ➢ Fluxo de Calor


restre Quando existe uma superfície de se-
É importante refletir a respeito de paração entre duas regiões de temperatu-
que o calor específico da água do mar é ras distintas, surge um fluxo de calor.
bem maior do que o calor específico da 𝐊 𝐀 𝚫𝐓 𝐐
areia da praia. 𝚽= =
𝐞 ∆𝐭
Dessa forma, a irradiação solar du- Onde:
rante o dia faz com que a água demore
mais que a areia para esquentar. Pelo Φ: Fluxo de Calor
mesmo motivo, a água demora mais que K = condutividade térmica do material
a areia para resfriar durante a noite. da superfície
Com isso, durante o dia, a zona do A = área da superfície de separação
mar é mais fria que a zona da areia, fa-
zendo com que o ar quente da areia ΔT = diferença de temperatura entre as
‘suba’ por convecção e o ar da zona do regiões
mar queira ocupar esse lugar. Tal acon-
e = espessura da superfície de separação
tecimento gera uma brisa com origem no
mar e com sentido para a terra. Deno- Q = quantidade de calor
mina-se esse fenômeno como brisa ma-
Δt = variação do tempo
rítima.
• EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
Analogamente, durante a noite, a
zona do mar é mais quente que a zona da Sobre o estudo da termologia, analise as
areia, fazendo com que o ar quente do afirmativas.
mar ‘suba’ por convecção e o ar da areia
queira ocupar esse lugar. Tal aconteci- I) A temperatura é a medida do calor de
mento gera uma brisa com origem na um corpo.
terra e com sentido para o mar. Deno- II) A eficiência de uma máquina térmica
mina-se esse fenômeno como brisa ter- que trabalha segundo o ciclo de Carnot
restre. independe da energia interna da substân-
cia de operação.
III) Um gás ideal em expansão adiabática
diminui sua energia interna.

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FÍSICA 2 - IDEIA

IV) O aumento da temperatura de um gás a) a condutividade térmica da água é


ideal só é possível se houver um fluxo de igual à do óleo.
calor para o seu interior.
b) a condutividade térmica da água é
Estão corretas as afirmativas: maior que a do óleo.
a) I, II e IV, apenas c) o calor latente da água é igual ao do
óleo.
b) II e IV, apenas
d) o calor específico da água é maior
c) III e IV, apenas
que o do óleo.
d) II e III, apenas
F3) Com base nos conhecimentos de ter-
e) I, II, III e IV mologia, analise os itens abaixo:

F2) Numa aula prática de Termologia, o I) No último dia 19 de dezembro de


professor realizou a demonstração a se- 2010, o site http://www.tempera-
guir: tura.com apresentava, para Belém, a se-
guinte informação: tempo parcialmente
I) colocou massas iguais de água e óleo, nublado, com temperatura mínima de
à mesma temperatura, respectivamente, 23oC. Esta temperatura na escala Fahre-
em dois recipientes de vidro pirex, isola- nheit corresponde a 73,4oF.
dos termicamente em suas laterais e res-
pectivas partes superiores; II) Devido à brusca variação de tempera-
tura entre dias ensolarados e dias de in-
II) pegou dois termômetros idênticos e vernos rigorosos, é recomendado, na
colocou um em cada recipiente; construção de pontes, que uma de suas
III) em seguida, colocou esses recipien- extremidades seja fixa e que a outra es-
tes sobre uma chapa quente. teja apoiada sobre pilhas de concreto, de
modo que essa extremidade seja móvel.
Passado algum tempo, o professor mos- Isso é feito de modo a evitar o surgi-
trou para seus alunos que o termômetro mento de rachaduras na ponte devido ao
do recipiente com óleo exibia um valor fenômeno da convecção térmica.
de temperatura maior que o do recipiente
com água, conforme ilustrado na figura III) Ao colocarmos naftalina no guarda-
abaixo. roupa, notamos que a mesma passa di-
reto do estado sólido para o estado ga-
soso. Esta mudança de estado físico é de-
nominada de re-sublimação ou sublima-
ção inversa.
Marque a alternativa que apresenta so-
mente o (s) item (ns) correto (s).
Considerando-se que a água e o óleo re- a) I
ceberam a mesma quantidade de calor
da chapa quente, é correto afirmar que a b) II
temperatura do óleo era mais alta por- c) III
que
d) I, II e III
e) II e III

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FÍSICA 2 - IDEIA

F4) Considere os três fenômenos seguin- d) 17 °C


tes:
e) 18 °C
I) água de um lago congelando;
P2) Com 77% de seu território acima de
II) vapor de água condensando no para- 300m de altitude e 52% acima de 600m,
brisa de um automóvel; Santa Catarina figura entre os estados
brasileiros de mais forte relevo. Floria-
III) uma bolinha de naftalina sublimando
nópolis, a capital, encontra-se ao nível do
na gaveta de um guarda-roupa.
mar. Lages, no planalto, varia de 850 a
Assinale a opção que indica correta- 1200 metros acima do nível do mar. Já o
mente se cada um dos sistemas – água, Morro da Igreja situado em Urubici é
vapor, naftalina – está cedendo ou rece- considerado o ponto habitado mais alto
bendo calor do meio ambiente. da Região Sul do Brasil.

a) cede – cede – cede A tabela abaixo nos mostra a temperatura


de ebulição da água nesses locais em
b) cede – recebe – recebe função da altitude.
c) recebe – cede – cede
d) cede – cede – recebe
e) recebe – recebe – recebe
F5) Para aquecer 500 g de certa substân-
Considere a tabela e os conhecimentos
cia, de 20°C a 70 °C, foram necessárias
de termologia e analise as afirmações a
4.000 calorias. O calor específico e a ca-
seguir.
pacidade térmica dessa substância são,
respectivamente: I) Em Florianópolis os alimentos prepa-
rados dentro da água em uma panela co-
a) 0,08 cal/g°C e 8 cal/°C
mum são cozidos mais depressa que em
b) 0,16 cal/g°C e 80 cal/°C Lages, utilizando-se a mesma panela.
c) 0,09 cal/g°C e 90 cal/°C II) No Morro da Igreja, a camada de ar é
menor, por consequência, menor a pres-
d) 0,15 cal/g°C e 95 cal/°C
são atmosférica exercida sobre a água, o
e) 0,12 cal/g°C e 120 cal/°C que implica em um processo de ebulição
a uma temperatura inferior a Florianópo-
• EXERCÍCIOS PROPOSTOS lis.
P1) Uma menina chamada Aline vai para III) Se quisermos cozinhar em água al-
o Chile e lhe informam que, nesse país, gum alimento no Morro da Igreja, em
em janeiro, a temperatura média é de uma panela comum, será mais difícil que
64,4 °F. Na escala Celsius, o valor cor- em Florianópolis, utilizando-se a mesma
respondente é: panela. Isso porque a água irá entrar em
a) 15 °C ebulição e secar antes mesmo que o ali-
mento termine de cozinhar.
b) 16 °C
IV) Se quisermos cozinhar no mesmo
c) 17 °C tempo em Lages e Florianópolis um

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FÍSICA 2 - IDEIA

mesmo alimento, devemos usar em Flo- c) 150 °E


rianópolis uma panela de pressão.
d) 170 °E
Todas as afirmações corretas estão em:
e) 200 °E
a) I - II – III
P5) Em uma aula experimental de calo-
b) I - II – IV rimetria, uma professora queimou 2,5g
de castanha-de-caju crua para aquecer
c) II - III – IV
350 g de água, em um recipiente apropri-
d) III – IV ado para diminuir as perdas de calor.
Com base na leitura da tabela nutricional
P3) Um estudante, durante uma prática a seguir e da medida da temperatura da
de Termologia, resolve estabelecer uma água, após a queima total do combustí-
nova escala termométrica (escala A) a vel, ela concluiu que 50% da energia dis-
partir dos pontos fixos fundamentais me- ponível foi aproveitada. O calor especí-
didos nas escalas Celsius e Fahrenheit. fico da água é 1 calg-1°C-1, e sua tempe-
Para tanto, ele adotou como temperatura ratura inicial era de 20 °C
do “ponto de gelo” e como temperatura
do “ponto de vapor”, para essa nova es-
cala, respectivamente, as diferenças en-
tre as correspondentes medidas na escala
Fahrenheit e Celsius. A proporção que
mostra a correta relação entre as três es-
calas é: Qual foi a temperatura da água, em graus
Celsius, medida ao final do experi-
a) tC / 5 = (tF - 32) / 9 = (5tA - 160) / 28
mento?
b) tC / 5 = (tF - 32) / 9 = (5tA - 32) / 28
a) 25
c) tC / 5 = (tF - 32) / 9 = (tA - 5) / 28
b) 27
d) tC / 5 = (tF - 32) / 9 = (5tA - 32) / 7
c) 45
e) tC / 5 = (tF - 32) / 9 = (tA - 32) / 4
d) 50
P4) Comparando-se a escala E de um ter-
e) 70
mômetro com a escala C (Celsius), ob-
teve-se o seguinte gráfico de correspon- P6) A Geografia ensina que o clima de
dência entre as medidas. Quando o ter- regiões perto do mar caracteriza-se por
mômetro Celsius estiver registrando 90 uma grande estabilidade térmica, contra-
°C, o termômetro E estará marcando: riamente a regiões no interior do conti-
nente, onde a temperatura varia muito
entre o dia e a noite. Esse fenômeno é de-
vido:
a) à grande condutividade térmica da
água.
b) à pequena condutividade térmica da
a) 100 °E
água.
b) 120 °E

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FÍSICA 2 - IDEIA

c) à grande densidade da água. b) 26500 cal


d) ao grande calor específico da água. c) 36500 cal
e) ao pequeno calor específico da água. d) 46500 cal
P7) Um corpo de massa 800g é aquecido e) 23250 cal
através de uma fonte, cuja potência cons-
P10) Uma sala de estúdio é mantida à
tante é de 300 cal/min. Sabendo que a va-
temperatura de 20 ºC e encontra-se sepa-
riação de temperatura ocorre segundo o
rada de uma sala vizinha, à temperatura
gráfico a seguir, assinale o calor especí-
ambiente de 30 ºC, por uma janela retan-
fico, em cal.g-1, da substância que cons-
gular de vidro, de 8,0 mm de espessura,
titui o corpo.
1,0 m de altura por 1,5 m de largura. Sa-
bendo que a condutividade térmica do vi-
dro é 0,80 W/m.K, o total de calorias
transmitidas pela janela, após 4,2 minu-
tos é de, aproximadamente:
a) 1,50 kcal.
b) 37,8 kcal.
a) 0,3
c) 60,0 kcal.
b) 0,8
d) 90,0 kcal.
c) 0,5
e) 126 kcal.
d) 3,0
e) 8,0
Aula: 02 – Luz e Óptica Geométrica
P8) Fornecendo-se a um corpo de massa
0,20 kg a quantidade de calor de 0,20
kcal, sua temperatura passa de 5,0°C a • INTRODUÇÃO
15°C, sem que ocorra mudança de es- A óptica, de modo geral, faz parte do
tado. Pode-se afirmar que o calor especí- nosso cotidiano, pois a capacidade de
fico do corpo é (em cal/g°C); achegarmos o mundo em torno de nós
está, de algum modo, relacionado com
a) 100
essa área da física.
b) 50
No entanto, a compreensão dos fenô-
c) 10 menos ópticos estão além dos fatos cor-
riqueiros aos quais estamos submetidos,
d) 1,0
embora isto tenha sua relevância, pois
e) 0,10 eles possibilitaram e continuam a possi-
bilitar diversas avanços acadêmicas e
P9) A temperatura do corpo humano é
tecnológicas, os quais modificam a
cerca de 36,5°C. Uma pessoa toma um
forma de vida das civilizações, como a
litro de água a 10°C. Qual a energia ab-
análise de microrganismos em microscó-
sorvida pela água?
pios ou os óculos que grande parte da po-
a) 10000 cal pulação mundial utiliza.

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FÍSICA 2 - IDEIA

• LUZ - Secundária: fonte que reflete a luz


de outras fontes. (Ex.: Terra, Lua,
A luz é o elemento essencial para
lâmpada apagada,...)
todo o estudo que se desenvolveu na óp-
tica, pois existe uma dependência da vi- ➢ Quanto à extensão:
são dos seres humanos com relação à
- Pontual ou Puntiforme: fonte que
energia luminosa.
possui as dimensões desprezíveis no
Nesse aspecto, pode-se definir a luz contexto analisado. (Ex.: estrelas vistas
como uma onda eletromagnética, por- da Terra)
tanto ela se propaga tanto em meios ma-
- Extensa: fonte que não possui as
teriais quanto no vácuo, composta por
dimensões desprezíveis no contexto
minúsculas partículas elementares cha-
analisado. (Ex.: televisor para quem tá o
mada de fótons.
assistindo, lâmpada fluorescente
A velocidade da luz no vácuo é cons- tubular,...)
tante (c = 3 × 108 m/s) e é utilizada em
• MEIOS DE PROPAGAÇÃO
diversas ocasiões como unidades de me-
dida. Para representar a direção e o sen- De acordo com as características do
tido de propagação da luz, costuma-se meio óptico, este é classificado de 3
utilizar linhas orientadas (raios de luz). formas distintas:
Os raios de luz são formas didáticas de
➢ Meios Transparentes:
representação, não existindo, portanto,
na natureza. São os meios que permitem a
Figura: Raios de Luz propagação da luz em seu interior.
Figura: Aquário Transparente

• FONTES LUMINOSAS
Qualquer corpo que nos envia luz, ➢ Meios Translúcidos:
podendo ser luz própria (corpo lumi- São os meios que permitem a
noso) ou luz refletida (corpo iluminado), passagem de luz, mas esta, ao atravessá-
é denominado de fonte luminosa. As fon- lo, se propaga de forma irregular.
tes luminosas podem ser classificadas de
várias formas. Figura: Concreto Translúcido

➢ Quanto à natureza:
- Primária: fonte que emite luz
própria. (Ex.: sol, lâmpada acesa,
vela,...)

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FÍSICA 2 - IDEIA

➢ Meios Opacos: lha, fazendo com que entendamos as co-


res deles, já os M&Ms azuis na situação
São os meios que não permitem a
(a) absorve apenas as frequências com-
passagem de luz.
patíveis a cor azul, quando iluminado, na
Figura: Porta de Madeira situação (b), por uma fonte de luz mono-
cromática vermelha eles não conseguem
absorver, semelhantemente, acontece
com os M&Ms verdes, por isso não dis-
tinguimos as cores dos azuis e verdes na
situação (b).

• ÓPTICA GEOMÉTRICA
A óptica, de maneira geral, é respon-
sável por estudar fenômenos que têm a
• COR DOS OBJETOS
energia radiante como causa determi-
Você já observou que ao entrar em nante. Nesse aspecto, costuma-se dividir
uma sala com iluminação monocromá- esse campo em óptica geométrica, na
tica, com apenas uma cor, a distinção das qual os tamanhos dos obstáculos são
cores dos objetos é comprometida? muito maiores que o comprimento da
luz, e em óptica física, em que os obstá-
A figura abaixo, por exemplo, mostra
culos têm dimensões equiparadas ao
um prato branco com M&Ms de cores
comprimento da luz.
vermelhas, azuis e verdes.
Figura: Aspecto visual de objetos submetidos à
Nesse sentido, a óptica geométrica
luz branca e à luz vermelha. estuda, basicamente, a trajetória da luz,
enquanto a óptica física (óptica ondula-
tória e óptica quântica) estuda a natureza
constitutiva da luz.
➢ Princípios da Óptica Geomé-
Quando iluminados, em (a), por luz trica
branca (policromática) é possível distin- - Propagação Retilínea em Meios
guir todas as cores desses objetos, mas Homogêneos
quando iluminados, em (b), por uma luz
vermelha (monocromática) fica impossí- Em meios homogêneos e transparen-
vel distinguir os M&Ms verdes dos azuis. tes a luz se propaga em linha reta.
Figura: Feixes Luminosos
Isso deve-se ao efeito de refração se-
letiva em que os objetos tendem a absor-
ver a radiações monocromáticas o que
nos permite distinguir as cores desses ob-
jetos.
Nesse aspecto, os M&Ms vermelhos
absorve nas duas situações a luz verme-

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FÍSICA 2 - IDEIA

- Independência dos Raios de Luz anteparo, entre o objeto e o anteparo há


uma região parcialmente desprovida de
Raios de luz se cruzam sem interagir
iluminação, a qual chama-se penumbra.
entre si.
Assim a região determinada pela pe-
Figura: Cruzamento entre Raios de Luz
numbra sobre o anteparo é a penumbra
projetada.
Figura: Formação de Penumbra e Sombra

- Reversibilidade dos Raios de Luz


A trajetória dos raios de luz não de-
pende do sentido do percurso.
Figura: Reversibilidade da Luz
➢ Câmara Escura
Consiste em uma caixa cujas paredes
são opacas, que possui um orifício pon-
tual em uma de suas faces. Devido à pro-
pagação da luz em linha reta, esta, ao pe-
netrar na caixa pelo orifício, projeta na
face oposta uma imagem invertida (de
cabeça para baixo).
➢ Sombras e Penumbras
Este modelo sucedeu a atual máquina
Observando a figura abaixo, nota-se fotográfica.
que, quando um objeto opaco intercepta Figura: Câmara Escura
a iluminação de uma fonte pontual a um
anteparo, há uma região entre o objeto e
o anteparo desprovida de iluminação, a
qual chama-se sombra.
Assim a região determinada pela
sombra sobre o anteparo é a sombra
Por semelhança de triângulos, tem-se
projetada.
que:
Figura: Formação de Sombra 𝒐 𝒑
=
𝒊 𝒑′

➢ REFLEXÃO LUMINOSA
A reflexão luminosa é o efeito da luz
Observando a figura abaixo, nota-se
retornar a se propagar em um meio, após
que, quando um objeto opaco intercepta
ter incidido em um meio de separação
a iluminação de uma fonte extensa a um

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FÍSICA 2 - IDEIA

entre o meio de origem e outro meio ➢ Ponto Imagem (P.I.)


qualquer.
É o ponto de encontro dos raios que
A reflexão obedece a 2 leis. saem do S.O.
1ª Lei: O raio incidente (i), o raio re- - Ponto Imagem Real (P.I.R.): cru-
fletido (r) e a normal (N) à superfície re- zamento efetivo dos raios.
fletora estão em um mesmo plano.
- Ponto Imagem Virtual (P.I.V.):
2ª Lei: O ângulo de incidência (Θ) é cruzamento por prolongamento.
igual ao ângulo de reflexão (Θ’).
- Ponto Imagem Impróprio (P.I.I.):
Figura: Reflexão Luminosa cruzamento no ‘infinito’.
Figura: Pontos Imagens

• EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
➢ Sistemas Ópticos (S.O.) F1) A luz solar penetra numa sala através
É todo dispositivo capaz de alterar a de uma janela de vidro transparente.
direção de propagação dos raios de luz. Abrindo-se a janela, a intensidade da ra-
(Ex.: Espelhos e Lentes) diação solar no interior da sala:
a) permanece constante.
b) diminui, graças à convecção que a ra-
• OBJETOS E IMAGENS
diação solar provoca.
➢ Ponto Objeto (P.O.) c) diminui, porque os raios solares são
É o ponto de encontro dos raios que concentrados na sala pela janela de vi-
chegam ao S.O. dro.

- Ponto Objeto Real (P.O.R.): cru- d) aumenta, porque a luz solar não sofre
zamento efetivo dos raios. mais difração.

- Ponto Objeto Virtual (P.O.V.): e) aumenta, porque parte da luz solar não
cruzamento por prolongamento. mais se reflete na janela.

- Ponto Objeto Impróprio (P.O.I.): F2) Suponha que exista um outro uni-
cruzamento no ‘infinito’. verso no qual há um planeta parecido
com o nosso, com a diferença que a luz
Figura: Pontos Objetos visível que o ilumina é monocromática.
Um fenômeno óptico causado por essa
luz, que não seria observado nesse pla-
neta seria:
a) a refração

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FÍSICA 2 - IDEIA

b) a reflexão
c) a difração
d) o arco-íris
e) a sombra
F3) A 1 metro da parte frontal de uma
câmara escura de orifício, uma vela de Se não houvesse essa inclinação, todos
comprimento 20cm projeta na parede os meses teríamos um eclipse da Lua (na
oposta da câmara uma imagem de 4cm Lua cheia) e um Eclipse do Sol (na Lua
de altura. nova).
Abaixo vemos a Lua representada, na fi-
gura, nas posições 1, 2, 3 e 4, correspon-
dentes a instantes diferentes de um
eclipse.

A câmara permite que a parede onde é


projetada a imagem seja movida, aproxi-
mando-se ou afastando-se do orifí-
cio. Se o mesmo objeto for colocado a
50cm do orifício, para que a imagem ob-
As figuras a seguir mostram como um
tida no fundo da câmara tenha o mesmo
observador, da Terra, pode ver a Lua.
tamanho da anterior, 4cm, a distância
Numa noite de Lua cheia, ele vê como na
que deve ser deslocado o fundo da câ-
figura 13.
mara, relativamente à sua posição origi-
nal, em cm, é de quanto?
a) 50
b) 40
Assinale a alternativa em que haja cor-
c) 20 reta correspondência entre (a) a posição
d) 10 da Lua, (b) a figura observada e (c) o tipo
de eclipse:
e) 5
F4) Leia o texto a seguir e faça o que se
pede.
Mecanismos do Eclipse
A condição para que ocorra um eclipse é
que haja um alinhamento total ou parcial
entre Sol, Terra e Lua. A inclinação da
órbita da Lua com relação ao equador da
Terra provoca o fenômeno da Lua nascer F5) Um edifício iluminado pelos raios
em pontos diferentes no horizonte a cada solares projeta uma sombra de compri-
dia. mento L = 72,0 m. Simultaneamente,

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FÍSICA 2 - IDEIA

uma vara vertical de 2,50 m de altura co-


locada ao lado do edifício projeta uma
sombra de comprimento ℓ = 3,00 m.
Qual é a altura do edifício?
a)90,0m
Essa figura ilustra o fenômeno óptico da:
b)86,0m
a) dispersão.
c)60,0m
b) reflexão difusa.
d)45,0m
c) refração.
e) n. d. a.
d) difração.
• EXERCÍCIOS PROPOSTOS
e) reflexão regular.
P1) Um poste está a 5 m do orifício de
uma câmara escura e a imagem que se P4) Indique a alternativa que explica de
forma no fundo da câmara mede 4,0 cm. forma correta a diferença entre as fontes
Para se obter a imagem do poste com 5,0 de luz fluorescentes e fosforescentes.
cm de altura, a câmara deve se:
a) As fluorescentes emitem luz a partir
a) afastar 1,0 m do poste. da excitação do flúor em seu interior, e
as fosforescentes funcionam pela excita-
b) afastar 4,0 m do poste. ção do fósforo.
c) aproximar 2,0 m do poste. b) As fluorescentes emitem luz durante a
d) aproximar 4,0 m do poste. ação de um agente excitador, e as fosfo-
rescentes emitem radiações ultravioleta.
e) aproximar 1,0 m do poste.
c) As fluorescentes emitem luz durante a
P2) Durante a Copa do Mundo, um cine- ação de um agente excitador, e as fosfo-
grafista, desejando alguns efeitos especi- rescentes emitem luz mesmo após o fim
ais, gravou cena em um estúdio comple- da ação do excitador.
tamente escuro, onde existia uma ban-
deira da “Azurra” (azul e branca) que foi d) Lâmpadas fluorescentes funcionam a
iluminada por um feixe de luz amarela partir da excitação de gases como o ar-
monocromática. Quando a cena foi exi- gônio, e materiais fosforescentes funcio-
bida ao público, a bandeira apareceu: nam por meio da excitação do fósforo.

a) verde e branca. e) Os termos fluorescentes e fosforescen-


tes são sinônimos.
b) verde e amarela.
P5) A luz visível é um tipo de onda ele-
c) preta e branca. tromagnética. As ondas eletromagnéti-
d) preta e amarela. cas são capazes de propagarem-se no vá-
cuo com uma velocidade de aproximada-
e) azul e branca. mente 3.108 m/s. São exemplos de ondas
P3) A figura representa um feixe de raios eletromagnéticas:
paralelos incidentes em uma superfície S a) Luz visível, infravermelho, infrassom.
e os correspondentes raios emergentes:

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FÍSICA 2 - IDEIA

b) Micro-ondas, ultrassom, radiação Figura: Espelho Esférico


gama.
c) Raios X, ondas de rádio, radiação
gama.
d) Raios X, ondas de rádio, radiação
beta.
e) Raios X, ondas de rádio, radiação alfa.
• RAIOS NOTÁVEIS
- O raio que incide paralelo ao eixo
Aula: 03 – Espelhos Esféricos
principal emerge em uma direção que
passa pelo foco e vice-versa.
• INTRODUÇÃO
Imaginemos uma casca esférica po-
lida interna e externamente, se a seccio-
narmos com um plano, encontraremos
duas calotas.
Em cada calota, se a luz incide na
parte interna, diz-se que o espelho é côn-
cavo e, se a luz reflete na parte externa, - O raio que incide na direção que
o espelho é dito convexo. passa pelo centro de curvatura, emerge
sobre si próprio.

• ELEMENTOS DO ESPELHO
ESFÉRICO
Observando a figura abaixo, chama-
mos de C o centro de curvatura, de F o
foco, de V o vértice, de f a distância focal - O raio que incide sobre o vértice,
(distância entre F e V) e de ‘s’ o eixo emerge de forma simétrica em relação ao
principal, o qual passa por C, F e V. eixo principal.
De todos esses elementos o foco é
um daqueles que merece maior atenção.
Ele está igual distância do centro de cur-
vatura e do vértice do espelho, ou seja, f
= R/2.
Portanto chamamos de foco de um
espelho esférico ao ponto de intersecção
dos raios emergentes de um feixe que in-
cide paralelo ao eixo principal.

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FÍSICA 2 - IDEIA

• CONSTRUÇÃO DE IMA- - Caso 4: Objeto localizado sobre o


GENS foco. Nesse caso, a imagem é imprópria,
formando-se no infinito.
Para construir imagens conjugadas
por espelhos esféricos, tomamos dois
raios notáveis emitidos pelo ponto ob-
jeto, fazemos a sua reflexão e encontra-
remos o ponto imagem no cruzamento
dos raios refletidos.
➢ Espelho Côncavo
- Caso 5: Objeto localizado entre o
Possui 5 configurações/casos possí- foco e o vértice. Nesse caso, a imagem é
veis. virtual, direita, aumentada e forma-se do
- Caso 1: Objeto localizado depois outro lado do espelho.
do centro de curvatura. Nesse caso, a
imagem é real, invertida, reduzida e
forma-se entre o centro e o foco.

➢ Espelho Convexo
Possui apenas 1 configuração/caso
- Caso 2: Objeto localizado sobre o
possível.
centro de curvatura. Nesse caso, a ima-
gem é real, invertida, igual e forma-se - Caso Único: Objeto localizado em
sobre o centro de curvatura. qualquer posição. A imagem será virtual,
direita, reduzida e forma-se entre o foco
e o vértice do espelho.

- Caso 3: Objeto localizado entre o


centro de curvatura e o foco. Nesse caso,
a imagem é real, invertida, aumentada e
forma-se depois do centro. • ESTUDO ANALÍTICO DOS
ESPELHOS
Para que possamos trabalhar mate-
maticamente com os espelhos esféricos,
adotamos um referencial para as medidas
chamado referencial de Gauss.

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FÍSICA 2 - IDEIA

O referencial de Gauss para espelhos Em resumo:


nada mais é que o próprio sistema carte-
Real: abcissa (p ou p’) positiva.
siano em que o semieixo positivo dos x
sempre está do lado refletor do espelho. Virtual: abcissa (p ou p’) nega-
tiva.
Desse modo, tudo o que estiver a
frente do espelho tem abcissa positiva e Obs1.: |A| > 1: imagem ampliada.
o que está atrás do espelho tem abcissa
negativa. |A| = 1: imagem do mesmo tama-
nho do objeto.
De modo análogo, tudo o que estiver
acima do eixo horizontal, tem ordenada |A| < 1: imagem reduzida.
positiva assim como o que estiver abaixo Obs2.: quanto ao sinal do aumento
do eixo, tem abcissa negativa.
Caso seja positivo, a imagem é
Figura: Referencial Gaussiano direita e virtual.
Caso seja negativo, a imagem é
invertida e real.

• EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
F1) Por motivos de segurança, a eficiên-
cia dos faróis tem sido objeto de pesquisa
da indústria automobilística. Em alguns
automóveis, são adotados faróis cujo sis-
As dimensões na figura acima, rela- tema óptico é formado por dois espelhos
cionam-se através das seguintes equa- esféricos E1 e E2 como mostra a figura.
ções. Com base na figura, é correto afirmar
que a localização da lâmpada está:
- Equação de Gauss
1 1 1
= +
𝑓 𝑝 𝑝′
- Aumento Linear
𝑖 𝑝′
𝐴= =− a) nos focos de E1 e de E2.
𝑜 𝑝
De tal forma que: b) no centro de curvatura de E1 e no foco
de E2.
p': abcissa da imagem;
c) nos centros de curvatura de E1 e de E2.
p: abcissa do objeto;
d) no foco de E1 e no centro de curvatura
f: abcissa do foco; de E2.
i: ordenada da imagem; e) em qualquer ponto entre E1 e E2.
o: ordenada do objeto. F2) Observe a figura abaixo.

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FÍSICA 2 - IDEIA

Na figura, E representa um espelho esfé- É correto afirmar que o efeito mostrado


rico côncavo com distância focal de 20 na ilustração não ocorre na realidade,
cm, e O, um objeto extenso colocado a pois a bola de Natal formaria uma ima-
60 cm do vértice do espelho. Assinale a gem
alternativa que preenche corretamente as
lacunas do enunciado abaixo, na ordem a) virtual ampliada.
em que aparecem. A imagem do objeto
b) virtual reduzida.
formada pelo espelho é ........, ........ e si-
tua-se a ........ do vértice do espelho. c) real ampliada.
a) real – direita – 15 cm d) real reduzida.
b) real – invertida – 30 cm F5) A figura 1 mostra a boneca Mônica
de altura h a ser colocada em frente a um
c) virtual – direita – 15 cm
dispositivo óptico. A figura 2 mostra a
d) virtual – invertida – 30 cm imagem desta boneca vista através do
dispositivo, com altura 3h.
e) virtual – direita – 40 cm
F3) Seja E um espelho côncavo cujo raio
de curvatura é 60,0 cm. Qual o tipo de
imagem que obteremos se colocarmos
um objeto real de 7,5 cm de altura, verti-
calmente, a 20,0 cm do vértice de E
a) Virtual reduzida de 1/3 do tamanho do
objeto.
b) Real e colocada a 60,0 cm de frente do Sobre essa situação, pode-se afirmar que:
espelho.
a) O dispositivo fornece uma imagem
c) Virtual e três vezes mais alta que o ob- real da boneca.
jeto.
b) O dispositivo pode ser uma lente di-
d) Real, invertida e de tamanho igual ao vergente ou um espelho convexo.
do objeto.
c) A distância da boneca até o dispositivo
e) N.D.A. óptico é três meios de sua distância focal.
F4) Em uma animação do Tom e Jerry, o d) A distância da imagem da boneca até
camundongo Jerry se assusta ao ver sua o dispositivo é o dobro de sua distância
imagem em uma bola de Natal cuja su- focal.
perfície é refletora, como mostra a repro-
dução abaixo.

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FÍSICA 2 - IDEIA

• EXERCÍCIOS PROPOSTOS um colega físico sobre qual tipo de ins-


trumento óptico comprar para visualizar
P1) Um objeto é colocado a 30 cm de um
com maiores detalhes os dentes dos seus
espelho esférico côncavo perpendicular-
futuros pacientes. Irá atender às necessi-
mente ao eixo óptico deste espelho. A
dades do dentista:
imagem que se obtém é classificada
como real e se localiza a 60 cm do espe- a) um espelho plano, por ser um material
lho. Se o objeto for colocado a 10 cm do de produção em grande escala, seu valor
espelho, sua nova imagem: é mais barato e ele é capaz de produzir
aumentos superiores a três vezes.
a) Será classificada como virtual e sua
distância do espelho será 10 cm. b) um espelho convexo, pois funciona
como uma lupa, produzindo imagens
b) Será classificada como real e sua dis-
ampliadas de ótima qualidade indepen-
tância do espelho será 20 cm.
dentemente da posição do dente do paci-
c) Será classificada como virtual e sua ente.
distância do espelho será 20 cm.
c) uma lente divergente, já que a mesma
d) Aumenta o tamanho em relação ao ob- produz o maior tipo de aumento. No en-
jeto e pode ser projetada em um ante- tanto, a posição do dente deve estar entre
paro. o foco e o centro óptico da lente para
conseguir uma ampliação satisfatória.
e) Diminui o tamanho em relação ao ob-
jeto e não pode ser projetada em um an- d) um espelho côncavo, pois uma vez
teparo. que coloque o dente do paciente entre o
foco e o vértice desse espelho, a imagem
P2) A litografia produzida pelo artista produzida será maior, virtual e direita.
gráfico holandês M. C. Escher (1898 –
1972) comporta-se como um espelho e) uma lente multifocal. Assim, indepen-
convexo, no qual o artista, situado a 90 dentemente da posição em que se encon-
cm do espelho, observa sua imagem, re- tra o dente em relação ao espelho, a am-
fletida na superfície da esfera refletora, pliação será satisfatória.
com um tamanho dez vezes menor. Nes-
P4) Um objeto real está a 60cm de um
sas condições, o módulo da distância fo-
espelho esférico côncavo. A imagem
cal do espelho, em centímetros, é igual a:
desse objeto é real, invertida e se localiza
a) 1 na mesma posição do objeto. A distância
focal do espelho, em cm é:
b) 3
a)10
c) 5
b)12
d) 10
c)15
e) 20
d)30
P3) Um jovem odontólogo, desejando
montar um consultório, sai em busca de e)60
bons equipamentos por um preço que
P5) Uma pessoa encontra-se de pé a uma
caiba em seu bolso. Diante da diversi-
distância de 10 cm de um espelho esfé-
dade de instrumentos, pede orientação a

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FÍSICA 2 - IDEIA

rico, esta pessoa vê, no espelho, sua ima- • ÍNDICE DE REFRAÇÃO (n)
gem direita e aumentada em 5 vezes.
Tal índice refere-se à dificuldade que
Com os dados acima, pode-se dizer que
o meio oferece à propagação da luz.
a sua distância focal em relação ao espe-
lho é: Quanto maior o índice de refração,
mais lenta a luz irá se propagar no meio
a) 12,5 cm
em análise.
b) 10 cm
Na relação abaixo, c é a velocidade
c) 20 cm da luz no vácuo e v é a velocidade da luz
no meio.
d) 30,5 cm
𝒄
e) 25,5 cm 𝒏=
𝒗
Dessa forma, pode-se escrever a Lei
Aula: 04 – Refração Luminosa de Snell em função dos índices de refra-
ção.

• INTRODUÇÃO 𝒏𝟏 𝒔𝒆𝒏𝜽𝟏 = 𝒏𝟐 𝒔𝒆𝒏𝜽𝟐

Refração da luz é o fenômeno que Obs.: A Lei de Snell é alicerçada no


consiste no fato de a luz ser transmitida princípio de Fermat: ‘a luz vai de um
de um meio para outro opticamente dife- ponto a outro percorrendo o caminho de
rente. menor tempo possível’

Figura: Refração Obs.: Dioptro é o nome dado ao sis-


tema que é separado por meios optica-
mente diferenciáveis.
Diz-se que o meio é mais refringente
que outro meio quando o primeiro possui
maior índice de refração.
Ao passar de um meio menos refrin-
gente para um meio mais refringente, o
feixe luminoso se aproxima da normal.
Tal fenômeno é regido por 2 leis.
Quando o caminho é o reverso, o feixe
1ª Lei: O raio incidente, o raio refra- luminoso se afasta da normal.
tado e a normal traçada pelo ponto de in-
cidência estão contidos no mesmo plano.
• REFLEXÃO TOTAL
2ª Lei: A razão entre o seno do ân-
gulo de incidência e o seno do ângulo de Quando existe a passagem de um
refração é constante para cada dioptro e meio mais refringente para um menos re-
para luz monocromática. (Lei de Snell) fringentes, dependendo do ângulo de in-
cidência, pode acontecer o fenômeno de
𝒔𝒆𝒏𝜽𝟏 𝒗𝟏 𝝀𝟏
= = reflexão total, ou seja, a luz não atravessa
𝒔𝒆𝒏𝜽𝟐 𝒗𝟐 𝝀𝟐 a superfície de separação do dioptro.

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FÍSICA 2 - IDEIA

O ângulo de incidência responsável Figura: Dioptro Esférico


por tal fenômeno é denominado ângulo
limite ou ângulo crítico (L).
𝒏𝒎𝒂𝒊𝒐𝒓 𝒔𝒆𝒏𝑳 = 𝒏𝒎𝒆𝒏𝒐𝒓 𝒔𝒆𝒏𝟗𝟎𝒐
𝒏𝒎𝒆𝒏𝒐𝒓
𝒔𝒆𝒏𝑳 =
𝒏𝒎𝒂𝒊𝒐𝒓
Figura: Reflexão Total
Fazendo as análises físicas e geomé-
tricas da figura acima, é possível con-
cluir que:
𝒏𝟏 𝒏𝟐 𝒏𝟐 − 𝒏𝟏
+ =
𝑝 𝑝′ 𝑅

Onde, R será positivo se o centro es-


tiver no lado refratado e R será negativo
• POSIÇÃO APARENTE DOS se o centro estiver no lado incidente.
OBJETOS
Esse desvio da luz ocasionado pela
• REFRAÇÃO ATMOSFÉ-
refração possui, comumente, o efeito de
RICA
iludir o observador quanto a posição do
objeto. Esse fato, protagoniza alguns fe- A atmosfera não é um meio homogê-
nômenos relevantes como a miragem. neo, ou seja, ela possui diversos índices
de refração que irão depender de diver-
- Dioptro Plano: a superfície de se-
sos fatores, como a altitude e a tempera-
paração entre os meios é plana.
tura.
Figura: Dioptro Plano
Portanto, a trajetória da luz na atmos-
fera não é retilínea, mas curva. Isso nos
fornece, por sua vez, uma posição
aparente dos astros observados a partir
do planeta terra.
Figura: Refração Atmosférica

Fazendo as análises físicas e geomé-


tricas da figura acima, é possível con-
cluir que:
𝒏𝟏 𝒉
=
𝒏𝟐 𝑯
- Dioptro Esférico: a superfície de
separação entre os meios é curva.
• MIRAGENS
A temperatura junto ao solo pode de-
terminar um fenômeno curioso: a mira-
gem.

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FÍSICA 2 - IDEIA

A temperatura do solo elevada causa trajetória inicial com uma distância d.


uma diminuição da refringência do ar Sendo ‘e’ a espessura da lâmina.
logo acima da superfície e isso proporci-
Figura: Lâmina de Faces Paralelas
ona uma reflexão total, o que, por seu
turno, permite ao observador uma posi-
ção aparente dos objetos.
Figura: Miragem no Deserta

Fazendo a análise física e geométrica


da situação, obtém-se:
𝑒 sin(𝑖 − 𝑟)
𝑑=
cos(𝑟)

• DISPERSÃO LUMINOSA • PRISMA ÓPTICO


Na refração de feixes policromáticos, O prisma oferece desvio a luz inci-
como a luz, observa-se que cada feixe dente, assim como a lâmina de faces pa-
monocromático apresenta um desvio di- ralela. Esse desvio modifica a direção da
ferente, isso permite uma separação dos trajetória do feixe luminoso, ao contrário
feixes monocromáticos. da lâmina de faces paralelas.
Esse resultado é compreensível, visto Figura: Prisma Óptico
que cada um dos feixes monocromáticos
tem um comprimento de onda diferente
em relação aos outros.
Figura: Dispersão da Luz

Fazendo a análise física e geométrica


da situação, obtém-se:
𝜟𝒎 = 𝒊𝟏 + 𝒊𝟐 − 𝑨

• EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
• LÂMINA DE FACES PARA-
LELAS F1) Em um teste de laboratório, foi de-
terminado o meio no qual uma luz azul
Ao passar por uma lâmina de faces
de 600nm passava. Sabendo que essa luz
paralelas, o feixe luminoso desvia de sua
se propagava inicialmente no diamante e

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FÍSICA 2 - IDEIA

incidia com um ângulo de 30°, determine


a substância usada no laboratório se o ân-
gulo de refração foi de 45°:

a) Vidro de altíssima dispersão.


b) Ar.
c) Água (20°C).
d) Safira.
Para essas condições, determine:
e) Diamante.
a) O ângulo α, de incidência na superfí-
F2) As figuras a seguir ilustram trajetó- cie da água, da luz refletida pelo peixe;
rias de raios de luz que penetram ou saem
de blocos de materiais transparentes. b) O ângulo β que a lança faz com a su-
Quais figuras mostram situações fisica- perfície da água;
mente possíveis, considerando os índices c) A distância y, da superfície da água,
de refração que estão indicados? em que a jovem enxerga o peixe;
F4) Em relação a propagação da luz, é
correto afirmar que:
a) O fenômeno da refração da luz acon-
tece porque a velocidade da luz é a
a) Somente a situação A. mesma em qualquer meio.

b) As situações A e E. b) Quando um raio de luz atinge uma su-


perfície refletora e é refletido, os ângulos
c) As situações B e C. de incidência e reflexão são sempre dife-
d) Somente a situação D. rentes.

e) As situações A e D. c) A velocidade da luz depende do meio


em que ela se propaga.
F3) Uma jovem pesca em uma lagoa de
água transparente, utilizando, para isto, d) A lua é uma fonte de luz pois podemos
uma lança. Ao enxergar um peixe, ele enxerga-las inclusive em noites escuras.
atira sua lança na direção em que o ob- F5) Considere um raio de luz monocro-
serva. O jovem está fora da água e o mático que se propaga no ar e incide so-
peixe está 1 m abaixo da superfície. A bre um meio material refratando-se. Um
lança atinge a água a uma distância x = aluno varia o ângulo de incidência (θi) do
90 cm da direção vertical em que o peixe raio luminoso e mede o ângulo de refra-
se encontra, como ilustra a figura abaixo. ção (θr), obtendo o gráfico sem (θi) ver-
sus sem (θr), indicado a seguir.

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FÍSICA 2 - IDEIA

d) 0,80
e) 0,20
P3) As fibras ópticas são largamente uti-
lizadas nas telecomunicações para a
transmissão de dados. Nesses materiais,
os sinais são transmitidos de um ponto ao
outro por meio de feixes de luz que se
Considerando o índice de refração do ar propagam no interior da fibra, acompa-
igual a 1, pode-se afirmar corretamente nhando sua curvatura. A razão pela qual
que o seno do ângulo limite de refração a luz pode seguir uma trajetória não reti-
desse meio material, vale, aproximada- línea na fibra óptica é consequência do
mente: fenômeno que ocorre quando da passa-
gem de um raio de luz de um meio, de
a) 0,45 índice de refração maior, para outro
b)0,35 meio, de índice de refração menor. Com
base no texto e nos conhecimentos sobre
c) 0,95 o tema, assinale a alternativa que apre-
d) 0,56 senta os conceitos ópticos necessários
para o entendimento da propagação “não
e) 0,25 retilínea” da luz em fibras ópticas.
• EXERCÍCIOS PROPOSTOS a) Difração e foco.
P1) A luz amarela se propaga em um de- b) Reflexão total e ângulo limite.
terminado vidro com velocidade de
200.000 km/s. Sendo 300.000 km/s a ve- c) Interferência e difração.
locidade da luz no vácuo, determine o ín- d) Polarização e plano focal.
dice de refração absoluto do vidro para a
luz amarela: e) Imagem virtual e foco.

a) n = 1,1 P4) Uma haste luminosa de 2,5 m de


comprimento está presa verticalmente a
b) n = 1,2 uma boia opaca circular de 2,26 m de
c) n = 1,3 raio, que flutua nas águas paradas e
transparentes de uma piscina, como mos-
d) n = 1,4 tra a figura. Devido à presença da boia e
ao fenômeno da reflexão total da luz,
e) n = 1,5
apenas uma parte da haste pode ser vista
P2) A velocidade de propagação da luz por observadores que estejam fora da
em determinado líquido é 80% daquela água.
verificada no vácuo. O índice de refração
desse líquido é:
a) 1,50
b) 1,25
c) 1,00

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FÍSICA 2 - IDEIA

e) três refrações.
P6) Sobre uma placa transparente de 10
cm de espessura, cujo índice de refração
é √3, imersa no ar, um raio de luz mono-
cromática incidente forma um ângulo de
60° com a normal, como ilustra a se-
guinte figura.
Considere que o índice de refração do ar
seja 1,0, o da água da piscina 4/3, sen
48,6° = 0,75 e tg 48,6° = 1,13. Um ob-
servador que esteja fora da água poderá
ver, no máximo, uma porcentagem do
comprimento da haste igual a
a) 70%.
b) 60%. O desvio lateral D sofrido pelo raio, em
c) 50%. centímetros, é aproximadamente igual a:
10
d) 20%. a)
√3

e) 40%. 15
b)
√3
P5) O arco-íris é um fenômeno ótico em
20
que a luz do Sol é decomposta em seu es- c)
√3
pectro de cores (dispersão) pela intera-
2
ção com as gotas de chuva aproximada- d)
√3
mente esféricas em suspensão na atmos-
30
fera. A figura a seguir mostra esquemati- e)
√3
camente como isso ocorre no caso do
arco-íris primário. P7) Suponha que não houvesse atmos-
fera na Terra. Nesse caso, é correto afir-
mar que veríamos:
a) o Sol nascer mais cedo no horizonte
b) o Sol se pôr mais cedo no horizonte.
c) o nascer e o pôr do sol mais tarde.
d) o nascer e o pôr do sol no mesmo ho-
rário como se houvesse atmosfera.
Nela encontram-se ilustradas:
e) n.d.a
a) três reflexões.
P8) Um raio de luz monocromática passa
b) duas refrações e uma reflexão. do vácuo para um meio com índice de re-
c) duas reflexões e uma refração. fração absoluto n=√3. Se o ângulo de in-
cidência (θ1) é o dobro do ângulo de re-
d) duas reflexões e duas refrações. fração (θ2), determine:

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FÍSICA 2 - IDEIA

a) O valor de θ1. Aula: 05 – Lentes Esféricas


b) O intervalo de valores de n que possi-
bilita essa situação, isto é, θ1 = 2θ2. • INTRODUÇÃO
P9) Quando olhamos para o céu, a posi- Chamamos de lentes esféricas ao sis-
ção aparente dos astros (Sol, Lua, etc.) é tema óptico que possui pelo menos uma
mais alta que a posição real. Tal fato está de suas faces esféricas, podendo a outra
relacionado à: ser plana, cujo índice de refração é dife-
rente do índice de refração de sua vizi-
a) densidade das camadas inferiores da
nhança.
atmosfera.
b) umidade relativa da atmosfera.
• TIPOS DE LENTES
c) poluição da atmosfera.
- Aspecto Geométrico: corresponde
d) redução da camada de ozônio da at-
à classificação com relação ao formato
mosfera.
das faces, dessa forma existem 6 tipos
P10) Na figura adiante, um raio de luz possíveis.
monocromático se propaga pelo meio A,
Figura: Análise Geométrica
de índice de refração 2,0. (Dados: sen.
37° = 0,60 sen. 53° = 0,80)

Devemos concluir que o índice de refra-


ção do meio B é: - Aspecto Físico: corresponde à clas-
a) 0,5 sificação com relação ao comportamento
da lente no meio em que ela está inserida.
b) 1,0
➢ Lente Convergente
c) 1,2
Direciona os raios incidentes para o
d) 1,5 foco do lado de refração, ou seja, direci-
e) 2,0 ona os raios para um único ponto. (Como
se juntasse os raios).
Figura: Lente Convergente

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➢ Lente Divergente ➢ Pontos Anti-Principais (A e A’)


Direciona os prolongamentos dos São definidos como os pontos situa-
raios incidentes para o foco do lado de dos sobre o eixo principal cuja distância
incidência, ou seja, espalha os raios ‘ori- ao centro óptico é o dobro da distância
undos’ de um único ponto. (Como se se- focal, ou seja, 2f.
parasse os raios).
Figura: Elementos de uma Lente Esférica
Figura: Lente Divergente

• RAIOS NOTÁVEIS
Dessa forma, pode-se relacionar a - O raio que incide paralelo ao eixo
análise física e geométrica em uma qua- principal emerge numa direção que passa
dro-resumo. pelo foco imagem (F’).
Figura: Quadro Resumo do Comportamento das Figura: Incidência Paralela
Lentes

Refringência Bordos Delga- Bordos Espes-


dos sos
𝑛𝐿𝐸𝑁𝑇𝐸 > 𝑛𝑀𝐸𝐼𝑂 Convergente Divergente
𝑛𝐿𝐸𝑁𝑇𝐸 < 𝑛𝑀𝐸𝐼𝑂 Divergente Convergente
- O raio que incide passando pelo
foco objeto (F) emerge paralelamente ao
• PONTOS NOTÁVEIS eixo principal.
Figura: Incidência pelo Foco
➢ Centro Óptico (O)
É definido como o ponto em que
ocorre o encontro do eixo principal com
a lente.
➢ Foco Imagem (F’) - O raio que incide pelo centro óptico
(O) atravessa a lente sem sofrer desvio.
É definido como o ponto de encontro
dos raios (ou de seus prolongamentos) Figura: Incidência pelo Centro
emergentes da lente.
➢ Foco Objeto (F)
É definido como o ponto simétrico ao
foco imagem (F’) com relação ao centro
óptico (O). Tanto a distância FO (entre o
foco objeto e a lente) como a distância
F’O (entre o foco imagem e a lente) pos-
suem tamanho f, denominado distância
focal da lente.

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FÍSICA 2 - IDEIA

• CONSTRUÇÃO DE IMA- Caso 4: objeto colocado sobre o


GENS foco objeto. Nesse caso, a imagem é im-
própria, formando-se no infinito.
Para construir imagens conjugadas
por lentes esféricas, tomamos dois raios
notáveis emitidos pelo ponto objeto, fa-
zemos a sua refração e encontraremos o
ponto imagem no cruzamento dos raios
refratados.
➢ Lente Convergente: Caso 5: objeto colocado entre o foco
objeto e o centro óptico. Nesse caso, a
Possui 5 casos/configurações possí- imagem é virtual, direita, aumentada.
veis.
Caso 1: objeto colocado além do
ponto anti-principal objeto. Nesse caso,
a imagem é real, invertida, reduzida e
forma-se entre o ponto anti-principal
imagem e o foco imagem.
➢ Lente Divergente:
Possui apenas 1 caso de formação de
imagem.
Caso Único: Objeto localizado em
qualquer posição. A imagem será virtual,
Caso 2: objeto colocado sobre o direita, reduzida e forma-se entre o foco
ponto anti-principal objeto. Nesse caso, objeto e o centro óptico.
a imagem é real, invertida, igual e forma-
se sobre o ponto anti-principal imagem.

• CONVERGÊNCIA/VERGÊN-
Caso 3: objeto colocado entre o CIA (V)
ponto anti-principal objeto e o foco ob- Tal conceito está associado à capaci-
jeto. Nesse caso, a imagem é real, inver- dade que uma lente possui de desviar os
tida, aumentada e forma-se além do raios luminosos.
ponto anti-principal imagem.
𝟏
𝑽=
𝒇

De acordo com a expressão acima, a


vergência de uma lente tem o mesmo si-
nal de sua distância focal, ou seja, V<0
se a lente for divergente, e V>0 se a lente
for convergente.

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FÍSICA 2 - IDEIA

Obs.: A unidade m-1 no SI é também - Equação de Gauss


chamada dioptria (di). No cotidiano, a di-
1 1 1
optria é comumente chamada de ‘grau’. = +
𝑓 𝑝 𝑝′
- Aumento Linear
• ESTUDO ANALÍTICO DAS
𝑖 𝑝′
LENTES 𝐴= =−
𝑜 𝑝
Do mesmo modo que os espelhos,
para que possamos trabalhar matemati- De tal forma que:
camente com eles, adotamos o referen- p': abcissa da imagem;
cial de Gauss.
p: abcissa do objeto;
O referencial de Gauss para lentes é
um sistema cartesiano com 3 eixos, dos f: abcissa do foco;
quais há dois eixos horizontais antipara- i: ordenada da imagem;
lelos; um para as abcissas das imagens
(p’) e ainda um eixo vertical para as or- o: ordenada do objeto.
denadas. Obs1.: |A| > 1: imagem ampliada.
Nesse referencial, o lado onde a luz |A| = 1: imagem do mesmo tama-
incide na lente é o lado positivo dos ob- nho do objeto.
jetos (p>0) e negativo para as imagens
(p’<0), o outro será, portanto, positivo |A| < 1: imagem reduzida.
para as imagens (p’>0) e negativo para
Além disso, é importante destacar
os objetos (p<0).
que para objetos reais, imagens reais se-
De modo análogo, tudo o que estiver rão invertidas e as virtuais serão direitas.
acima do eixo horizontal tem ordenada
positiva assim como o que estiver abaixo
do eixo, tem abcissa negativa. • EQUAÇÃO DOS FABRICAN-
Figura: Referencial Gaussiano para Lentes
TES DE LENTES OU EQUA-
ÇÃO DE HALLEY
Essa equação possibilita a análise da
vergência da lente, relacionando, ao
mesmo tempo, aspectos físicos e geomé-
tricos da lente.

As dimensões na figura acima,


relacionam-se através das seguintes
equações. 𝟏 𝒏𝟐 𝟏 𝟏
=( − 𝟏) × ( − )
𝒇 𝒏𝟏 𝑹𝟏 𝑹𝟐

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FÍSICA 2 - IDEIA

Usa-se a mesma convenção do diop-


tro curvo, ou seja, se o feixe de luz incide
sobre uma fronteira convexa o raio é po-
sitivo, se ele incide sobre uma fronteira
côncava o raio é negativo.
Por fim, se ele incide sobre um diop-
tro plano entende-se que o raio tende a a) 2cm, real
infinito, logo o inverso do raio tende a b) 3cm, real
zero.
c) 5cm, virtual
d) 4cm, virtual
• EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
e) 10cm, virtual
F1) Uma lente, feita de material cujo ín-
dice de refração absoluto é 1,5, é conver- F4) Colocando-se um objeto em frente a
gente no ar. Quando mergulhada num lí- uma lente de distância focal f, observa-
quido transparente, cujo índice de refra- se que a imagem formada deste objeto é
ção absoluto é 1,7, ela: invertida e sua altura é menor que a do
objeto. É correto afirmar que:
a) será convergente;
a) em relação à lente, a imagem formada
b) será divergente; encontra-se no mesmo lado do objeto.
c) será convergente somente para a luz b) a lente é divergente.
monocromática;
c) a imagem formada é virtual.
d) se comportará como uma lâmina de
faces paralelas; d) o objeto deve estar situado entre o
foco e a lente.
F2) A distância focal de uma lente con-
vergente é 15 cm. Caracterize as imagens e) o objeto deve estar situado a uma dis-
formadas como: real ou virtual; direita tância da lente maior que 2f.
ou invertida; reduzida ou aumentada; F5) Duas lentes delgadas e convergentes,
para cada um dos casos abaixo: de distâncias focais f1 = 10cm e f2 = 40
a) objeto localizado a 40 cm da lente; cm, foram justapostas para se obter uma
maior vergência. A convergência obtida
b) objeto localizado a 25 cm da lente; com essa associação é, em dioptrias:
c) objeto localizado a 10 cm da lente; a) 10 di
F3) A figura abaixo mostra um objeto b) 2,5 di
posicionado diante de uma lente esférica
convergente e de distância focal igual a c) 7,5 di
10cm. Determine a posição e o tipo da d) 25 di
imagem formada do objeto.
e) 12,5 di

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FÍSICA 2 - IDEIA

• EXERCÍCIOS PROPOSTOS d) divergente, 25 cm


P1) Ao se analisar uma lente de vidro, e) convergente, 25 cm
percebeu-se que suas extremidades eram
P4) Uma lente esférica delgada pode ser
mais espessas que a parte central. Dessa
convergente ou divergente. Essa propri-
forma, pode-se concluir que a lente:
edade óptica depende:
a) deve ser divergente
a) somente do índice de refração do meio
b) deve ser convergente externo à lente.
c) no ar, é sempre divergente b) exclusivamente dos raios de curvatura
das duas faces da lente.
d) mergulhada num líquido, torna-se di-
vergente c) do formato da lente, do seu índice de
refração e do índice de refração do meio
e) nunca é divergente
em que ela se encontra.
P2) O esquema a seguir representa, em
d) apenas da diferença entre o seu índice
escala, um objeto O e sua imagem i con-
de refração e o índice de refração do
jugada por um sistema óptico S.
meio.
e) somente do comprimento de onda da
luz incidente.
P5) Uma lente plano-convexa imersa no
ar (n=1,0) apresenta índice de refração
de 1,4 e raio de curvatura igual a 10 cm.
Assinale, entre as alternativas seguir,
O sistema óptico S compatível com o es- aquela que corresponde à distância focal
quema é: dessa lente.
a) um espelho côncavo a) 25 m
b) um espelho convexo b) 0,25 m
c) uma lente convergente c) 0,5 m
d) uma lente divergente d) 0,05 m
e) uma lâmina de faces paralelas e) 0,4 m
P3) Uma lente é utilizada para projetar
em uma parede a imagem de um slide,
ampliada 4 vezes em relação ao tamanho Aula: 06 – Instrumentos Ópticos e
original do slide. A distância entre a lente Óptica da Visão
e a parede é de 2 m. O tipo de lente utili-
zado e sua distância focal são, respecti- • INSTRUMENTOS ÓPTICOS
vamente:
Os instrumentos ópticos podem ser
a) divergente, 2 m classificados em 2 tipos: os instrumentos
b) convergente, 40 cm de projeção e os instrumentos de obser-
vação.
c) divergente, 40 cm

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FÍSICA 2 - IDEIA

➢ Instrumentos de Projeção: Figura: Microscópio Composto

São aqueles cuja imagem é obser-


vada com o auxílio de um anteparo.
Neste caso, a imagem é necessariamente
real e, portanto, invertida.
Ex.: Projetor de multimídia; câmera
fotográfica; retroprojetor.
➢ Instrumentos de Observação: - Telescópio ou Luneta Astronô-
mica:
São aqueles cuja imagem fornecida é
direita, portanto, virtual. Tais instrumen- Observe que tanto o microscópio
tos podem ser divididos em: quanto o telescópio são construídos a
partir de duas lentes convergentes, uma
Aproximação: binóculo, luneta, te-
objetiva e outra ocular, mas enquanto a
lescópio
finalidade do microscópio é fornecer e
Ampliação: lupa, microscópio ampliar a imagem, a do telescópio é
aproximar a imagem fornecida do obser-
- Microscópio Simples ou Lupa: vador.
As lupas são lentes esféricas conve- Figura: Luneta Astronômica
xas e convergentes. Quando fixas, funci-
onam como microscópios simples.

Figura: Lupa

- Câmera Fotográfica:
A câmera fotográfica possui uma es-
trutura capaz de movimentar a lente, de
tal forma que a distância do objeto até a
- Microscópio ou Telescópio Com-
lente varia sem que o foco seja alterado.
posto:
Figura: Câmera Fotográfica
A estrutura óptica de um microscó-
pio composto é constituído basicamente
de duas lentes convergentes associadas
de forma coaxial (possuem o mesmo
eixo principal), que são: objetiva, que
está próxima ao objeto e a ocular que está
próxima ao olho de que o utiliza.

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FÍSICA 2 - IDEIA

• ÓPTICA DA VISÃO - Acomodação Visual: É o meca-


nismo fisiológico que permite ao nosso
➢ Globo Ocular olho adaptação suficiente para uma visão
nítida de objetos situados a diversas dis-
O olho humano é um dispositivo
tâncias. Essa função é realizada pelos
complexo, composto por uma série de
músculos ciliares que modificam a cur-
elementos, podendo ser representado em
vatura do cristalino, e com isso a distân-
corte longitudinal pela figura abaixo.
cia focal da lente convergente do nosso
Figura: Globo Ocular olho.
Graças à ação destes músculos con-
seguimos (o olho emétrope) ver nitida-
mente objetos situados numa região
compreendida entre o ponto próximo
(PP) situado a 25 cm do nosso olho e o
ponto remoto (PR) situado no infinito.
Os músculos ciliares estão relaxados
quando observamos objetos situados no
- Cristalino: Funciona como uma ponto remoto (PR) e, quanto mais
lente biconvexa, podendo ser formada próximo do ponto próximo (PP) está o
pela ação dos músculos ciliares, e tem a objeto que vemos, mais comprimido
finalidade de convergir os raios lumino- estão os músculos ciliares.
sos que o atravessam sobre a retina.
- Olho Emétrope: Chamamos de
- Pupila: Funciona como um dia- emétrope ao olho que não necessita de
fragma, controlando a quantidade de luz nenhuma compensação para a formação
que deve penetrar no olho. de uma imagem nítida sobre a retina.
- Músculos Oculares: Alteram a dis- Observe na figura abaixo que o conjunto
tância focal do cristalino, comprimindo- composto pela córnea e o cristalino
o. funcionam como uma lente convergente.

- Retina: Funciona como um ante- - Olho Amétrope: É aquele que ne-


paro, onde é projetada a imagem for- cessita de uma lente auxiliar, para pro-
mada pelo cristalino. A retina reveste porcionar uma imagem nítida sobre a re-
apenas a parte posterior do globo ocular, tina. Discutiremos a seguir as principais
denominada fundo do olho, sendo a parte ametropias: miopia, hipermetropia, as-
do olho sensível à luz. tigmatismo e presbiopia.

- Nervo Óptico: Como a imagem - Principais Ametropias:


fornecida pelo globo ocular é projetada - Miopia: a miopia ocorre quando o
na retina, ela é real, portanto, invertida. olho é mais longo do que o normal (acha-
As informações luminosas captadas na tamento horizontal), fazendo com que as
retina são transformadas em sinais elétri- imagens dos objetos se formem antes da
cos e transmitidas ao cérebro pelo nervo retina. Para corrigir tal problema, faz-se
óptico. uso de lentes divergentes.
O cérebro trata de decodificar estes
sinais elétricos e nos mostrar a imagem
do objeto focalizado como ele é.

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FÍSICA 2 - IDEIA

Figura: Miopia e Correção Figura: Presbiopia

- Hipermetropia: a hipermetropia
ocorre quando o olho é mais curto do que
o normal (achatamento vertical), fazendo
com que as imagens dos objetos se for-
mem depois da retina. Para corrigir tal
problema, faz-se uso de lentes conver- • EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
gentes. F1) Uma lupa é constituída de uma lente
Figura: Hipermetropia e Correção convergente de distância focal de 3,0 cm.
Para que um observador veja um objeto
ampliado de um fator 3, a distância entre
a lupa e o objeto deve ser de:
a) 1,5 cm
b) 2,0 cm
- Astigmatismo: o astigmatismo é c) 3,0 cm
causado por uma falha na curvatura da
córnea, fazendo com que as imagens não d) 6,0 cm
se formem no plano da retina. Para corri- e) 25 cm
gir tal problema, faz-se uso de lentes ci-
líndricas ou tóricas. F2) Pedro é o filho mais novo de Renata.
O garoto reclama a alguns dias de que
Figura: Astigmatismo não consegue enxergar o que sua profes-
sora escreve no quadro-negro, mesmo
que ele se sente na primeira carteira. Ao
levar seu filho ao oftalmologista, Renata
teve a notícia de que o garoto tinha difi-
culdade de enxergar de perto. Assinale a
alternativa que contém o nome do pro-
blema de visão e o tipo de lente que vai
ajudar Pedro.
a) Hipermetropia, lente esférica
- Presbiopia: é a perda natural e gra-
dual da capacidade do olho em focalizar b) Presbiopia, lente convergente
objetos a diferentes distâncias, também
c) Miopia, lente convergente
chamada de vista cansada. Para corrigir
tal problema, faz-se uso de lentes bifo- d) Hipermetropia, lente convergente
cais e progressivas.
e) Estrabismo, lente cilíndrica

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FÍSICA 2 - IDEIA

F3) Uma pessoa deseja fotografar um metropia pode utilizar lentes para corri-
objeto cuja altura é 2 metros e, para isso, gir esse defeito visual. Nesse caso, pode-
utiliza uma câmera fotográfica de 3,5 cm se utilizar
de profundidade (distância da lente ao
a) lentes biconvexas;
filme) e que permite uma imagem de 2,5
cm de altura (no filme). A mínima dis- b) lentes planas e paralelas;
tância em que ela deve ficar do objeto é:
c) espelhos convexos;
a) 1,8m
d) lentes bicôncavas;
b) 2,0m
e) lentes plano-côncavas.
c) 2,5m
• EXERCÍCIOS PROPOSTOS
d) 2,8m
P1) Assinale a alternativa falsa.
F4) A catarata é uma doença que aco-
mete o cristalino, causando a perda de a) O cristalino do olho de uma pessoa de
sua transparência. Por acometer o crista- visão normal age como uma lente con-
lino, a pessoa com catarata apresenta: vergente que produz uma imagem real,
invertida e aumentada quando a pessoa
a) dificuldade para controlar a entrada de observa um objeto distante.
luz nos olhos
b) Uma pessoa com visão normal, à me-
b) uma diminuição da lubrificação dos dida que se aproxima de um objeto, tem
olhos o raio de curvatura de seu cristalino di-
minuído para que ela continue focali-
c) um aumento da pressão interna do
zando o objeto.
olho
c) A variação do diâmetro da pupila tem
d) dificuldade de distinguir as cores de
como objetivo controlar a entrada de luz
verde e vermelho
no olho.
e) dificuldade de focalizar objetos
d) Para a correção da hipermetropia, é
F5) Podemos definir o defeito visual hi- necessária a utilização de lentes conver-
permetropia como sendo um defeito gentes.
oposto ao defeito visual miopia (não per-
P2) Uma lente é utilizada para projetar
mite visão nítida de um objeto distante).
em uma parede a imagem de um slide,
A hipermetropia caracteriza-se por um
ampliada 4 vezes em relação ao tamanho
achatamento do olho na direção do eixo
original do slide. A distância entre a lente
anteroposterior ou por uma convergência
e a parede é de 2,0 m. O tipo de lente uti-
diminuída em relação ao olho nor-
lizado e o módulo de sua distância focal
mal. No caso da hipermetropia, a ima-
são, respectivamente:
gem é formada depois da retina e isso
provoca falta de nitidez na formação de a) divergente, 2,0 m
imagens próximas. Para que uma pessoa
hipermétrope consiga enxergar com niti- b) convergente, 40 cm
dez os objetos que estão próximos a ela, c) divergente, 40 cm
é necessário aumentar a convergência de
seu olho. Uma pessoa que possui hiper- d) divergente, 25 cm

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FÍSICA 2 - IDEIA

e) convergente, 25 cm III. Na miopia, os raios de luz paralelos


que incidem no globo ocular são focali-
P3) Assinale a alternativa correspon-
zados antes da retina, e a sua correção é
dente ao instrumento óptico que, nas
feita com lentes divergentes.
condições normais de uso, fornece ima-
gem virtual: IV. Na hipermetropia, os raios de luz pa-
ralelos que incidem no globo ocular são
a) Projetor de slides
focalizados depois da retina, e sua corre-
b) Projetor de cinema ção é feita com lentes convergentes.

c) Cristalino do olho humano Analisando as afirmativas, conclui-se


que somente estão corretas:
d) Câmera fotográfica
a) I e II.
e) Lente de aumento (lupa)
b) III e IV.
P4) A miopia, hipermetropia e o astig-
matismo são os problemas de visão que c) I, III e IV.
mais atingem a população em geral. A
d) II e III.
correção desses problemas é feita com
lentes que possuem uma dioptria (grau) e) I, II e III.
própria para cada indivíduo de acordo
com a gravidade de seu problema. Assi-
nale a opção que indica o tipo de lente Aula: 07 – Corrente Elétrica
necessária para a correção da miopia, as-
tigmatismo e hipermetropia, respectiva-
mente. • DEFINIÇÃO BÁSICA

a) Divergente, divergente, convergente Pode-se definir como corrente elé-


trica como o movimento ordenado de
b) Convergente, cilíndrica e divergente portadores de carga elétrica. Por orde-
nado, pode-se entender como direção e
c)Divergente, divergente e convergente
sentido preferenciais.
d) Divergente, cilíndrica e convergente
Para a ocorrência de uma corrente
e) Cilíndrica, divergente e biconvexa elétrica, faz-se necessário a existência de
uma diferença de potencial.
P5) Considere as afirmações a seguir,
que se referem ao globo ocular humano. Figura: Cargas Elétricas em Movimento

I. O olho emétrope, ou normal, deve ser


capaz de focalizar na retina objetos loca-
lizados no infinito, ou seja, a grandes dis-
tâncias, sem acomodação do cristalino.
II. O olho emétrope deve ser capaz de fo-
calizar na retina, sem qualquer esforço
de acomodação, objetos que se encon- O sentido da corrente elétrica é, por
tram na distância mínima de visão dis- convenção, oposto ao sentido preferen-
tinta, que é de 25 cm. cial de movimento dos elétrons. Tal sen-
tido é denominado de sentido positivo.

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FÍSICA 2 - IDEIA

Figura: Corrente Elétrica Figura: i1 = i2 + i3

• EFEITO JOULE
• INTENSIDADE DA COR- Como já visto, um condutor permite
RENTE ELÉTRICA que os elétrons livres se movam através
Em um determinado intervalo de dele, mas oferece grande resistência a
tempo, passa-se uma quantidade ‘n’ de esse movimento. É como se uma pessoa
cargas por um condutor, dessa forma: saísse correndo desesperadamente no
meio de uma multidão.
𝜟𝒕 𝐐
|Q| = 𝒏 × 𝒆 → 𝑰 = Ao serem bombardeados pelos elé-
𝜟𝒕
trons livres, os cátions do metal passam
𝑪⁄ = 𝑨 a oscilar com amplitudes maiores, o que
𝒔
se traduz em uma elevação da tempera-
Graficamente...
tura do fio.
Figura: Gráfico I x t
Desse modo, toda a energia potencial
elétrica perdida pelos elétrons livres é
convertida em energia térmica: dizemos
que a energia potencial elétrica é dissi-
pada no condutor. Essa transformação de
energia potencial elétrica em energia tér-
mica recebe o nome de efeito Joule ou
efeito térmico.
𝐐 ≞ Á𝐫𝐞𝐚
Duas aplicações desse efeito são: a
energia potencial elétrica converte-se em
energia térmica no filamento da lâm-
• CONTINUIDADE DA COR-
pada, aquecendo-o; semelhantemente,
RENTE ELÉTRICA
acontece nos aquecedores de ambiente.
Como consequência do princípio de
Figura: Efeito Joule
conservação das cargas, pode-se dizer
que em um condutor, a intensidade de
corrente elétrica é a mesma em qualquer
seção, ainda que ele tenha seção trans-
versal variável. A isso damos o nome de
continuidade da corrente elétrica.
Figura: I1 = I2

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FÍSICA 2 - IDEIA

• EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO a) da alta tensão elétrica.


F1) Um fio condutor é percorrido por b) da alta condutividade da pele.
uma corrente elétrica de intensidade va-
c) da alta potência elétrica.
riável nos primeiros 15 segundos, como
representado no gráfico a seguir. d) da conservação da corrente elétrica.
e) do efeito Joule.
F4) A eficiência de um processo de con-
versão de energia é definida como a ra-
zão entre a produção de energia ou traba-
lho útil e o total de entrada de energia no
processo. A figura mostra um processo
com diversas etapas. Nesse caso, a efici-
ência geral será igual ao produto das efi-
A quantidade de carga que passa em uma ciências das etapas individuais. A en-
seção reta do fio nesses primeiros 15 se- trada de energia que não se transforma
gundos é de: em trabalho útil é perdida sob formas não
utilizáveis (como resíduos de calor).
a) 37,5 µC.
Aumentar a eficiência dos processos de
b) 42,5 mC.
conversão de energia implica economi-
c) 55,0 mC. zar recursos e combustíveis. Das propos-
tas seguintes, qual resultará em maior au-
d) 40,0 µC.
mento da eficiência geral do processo?
e) 45,0 µC.
a) aumentar a quantidade de combustível
F2) Um fio de cobre é percorrido por para queima na usina de força.
uma corrente elétrica constante com in-
b) utilizar lâmpadas incandescentes, que
tensidade 8A. Sabendo que e = 1,6·10-
19 geram pouco calor e muita luminosidade.
C qual o módulo da carga elétrica que
atravessa uma secção transversal do con- c) manter o menor número possível de
dutor, durante um segundo? E quantos aparelhos elétricos em funcionamento
elétrons atravessam tal região neste in- nas moradias.
tervalo de tempo?
d) utilizar cabos com menor diâmetro nas
19
a) 7 C e 4,375·10 elétrons linhas de transmissão a fim de economi-
zar o material condutor.
b) 8 C e 5·1019 elétrons
e) utilizar materiais com melhores pro-
c) 8 C e 5,375·1019 elétrons
priedades condutoras nas linhas de trans-
d) 9 C e 6·1019 elétrons missão e lâmpadas fluorescentes nas mo-
radias.
e) 9,5 C e 7·1019 elétrons
F5) As correntes elétricas em dois fios
F3) A passagem da corrente elétrica atra-
condutores variam em função do tempo
vés do corpo humano, entre outros efei-
de acordo com o gráfico mostrado a se-
tos, é capaz de produzir queimaduras sé-
guir, onde os fios estão identificados pe-
rias. A produção dessas queimaduras de-
los algarismos 1 e 2.
corre:

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FÍSICA 2 - IDEIA

P2) Um componente elétrico é percor-


rido por uma corrente elétrica que varia
com o tempo de acordo com a função i =
10 + 5t, onde i é a corrente elétrica em
ampères e t é o tempo em segundos. De-
termine o valor da intensidade da cor-
rente elétrica média no intervalo entre t =
0 e t = 4 s.
No intervalo de tempo entre zero e 0,6 s,
a quantidade de carga elétrica que atra- a) 10 A
vessa uma seção transversal do fio é b) 15 A
maior para o fio ____ do que para o outro
fio; no intervalo entre 0,6 s e 1,0 s, ela é c) 20 A
maior para o fio ____ do que para o outro d) 25 A
fio; e no intervalo entre zero e 1,0 s, ela
é maior para o fio ____ do que para o ou- e) 30 A
tro fio. P3) Em relação à corrente elétrica, con-
Selecione a alternativa que preenche cor- sidere as afirmativas a seguir.
retamente as lacunas do texto acima, na I – A corrente elétrica é uma grandeza
ordem em que elas aparecem. escalar, definida como a razão entre a va-
a) 1 – 1 – 2 riação da quantidade de carga elétrica
que flui em um meio em um intervalo de
b) 1 – 2 – 1 tempo.
c) 2 – 1 – 1 II – A corrente elétrica convencional des-
d) 2 – 1 – 2 creve o fluxo de cargas elétricas positi-
vas.
e) 2 – 2 – 1
III – Os elétrons fluem no interior dos
• EXERCÍCIOS PROPOSTOS metais com a velocidade da luz.
P1) Um receptor de rádio, quando em IV – O campo elétrico é o responsável
funcionamento, requer de sua bateria por fazer cargas elétricas se movimenta-
uma corrente i = 1,6 x 10–2 A. Cada vez rem em um circuito elétrico.
que dois elétrons saem do cátodo, eles re-
agem quimicamente com o eletrólito, Assinale a alternativa correta.
dando origem a uma molécula de nova a) Somente as afirmativas I e II são cor-
substância. Quantas dessas moléculas se- retas.
rão formadas em uma hora de funciona-
mento do rádio? b) Somente as afirmativas I e III são cor-
retas.
a) 3,6·1020
c) Somente as afirmativas III e IV são
b) 1,8·1020 corretas.
c) 3,6·1018 d) Somente as afirmativas I, II e IV são
d) 1,8·1018 corretas.

e) 1,6·1016 e) Todas as afirmativas são corretas.

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FÍSICA 2 - IDEIA

P4) O carro elétrico é uma alternativa d) 42,0


aos veículos com motor a combustão in-
e) 46,0
terna. Qual é a autonomia de um carro
elétrico que se desloca a 60 km/h, se a
corrente elétrica empregada nesta veloci-
dade é igual a 50 A e a carga máxima ar- Aula: 08 – Resistência Elétrica
mazenada em suas baterias é q = 75 Ah?
a) 40,0 km. • DEFINIÇÃO BÁSICA

b) 62,5 km. Pode-se definir como resistência elé-


trica o ato de se opor ao estabelecimento
c) 90,0 km. de uma corrente elétrica, ou seja, a resis-
tência dificulta a passagem de corrente
d) 160,0 km.
elétrica através de um condutor.
e) 180,0 km.
P5) O ambiente hospitalar expõe seus
ocupantes a várias situações de risco e, • 1ª LEI DE OHM
dentre elas, uma que merece atenção es- Dado um condutor ôhmico, a cor-
pecial por parte dos profissionais da área rente é diretamente proporcional à tensão
de saúde é o choque elétrico envolvendo entre os pontos do condutor. Tal propor-
equipamentos médicos, que são bastante cionalidade deve-se à resistência elé-
utilizados no monitoramento de pacien- trica, que não varia se a temperatura é
tes e para diagnóstico e tratamento de do- constante.
enças. A intensidade da corrente elétrica
Figura: Gráfico U x i
que percorre um condutor metálico no
interior de um aparelho utilizado para o
tratamento de um paciente varia com o
tempo conforme o gráfico representado:

Observando o gráfico do resistor ôh-


mico, pode concluir que:
𝐔
=𝐑
𝐢
Considerando o intervalo de tempo de
0,0 a 10,0s, é correto afirmar que a inten-
sidade média da corrente que produz o • 2ª LEI DE OHM
mesmo efeito da corrente representada Dado um condutor, pode-se perceber
no gráfico, em mA, é igual a: que a resistência é diretamente proporci-
a) 36,0 onal ao comprimento do condutor e in-
versamente proporcional à área do
b) 38,0 mesmo.
c) 40,0

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FÍSICA 2 - IDEIA

Figura: Condutor Os interruptores são dispositivos que


permitem a abertura e o fechamento do
circuito.

Os interruptores costumam ser repre-


sentados da seguinte forma:

Figura: Interruptor

Dessa forma, tem-se que:


𝐥
𝛒=𝐑
𝐀 • ENERGIA E POTÊNCIA
Onde: ELÉTRICA

ρ: é a resistividade elétrica, depen- Considere dois pontos de um cir-


dendo só do material e da temperatura. cuito, onde passa a corrente convencio-
nal i. Sejam VA e VB os respectivos po-
A: é a secção transversal do condutor
tenciais elétricos destes pontos e chame-
l: é o comprimento do condutor mos de U = VA - VB a ddp entre os pon-
tos.
OBS.: Para certas temperaturas, a re-
sistividade começa a variar. Com isso, O movimento das cargas elétricas só
tem-se que: será possível se for mantida a ddp U en-
tre A e B. Sendo Δq a carga elétrica po-
𝝆 = 𝝆′ [𝟏 + 𝜶(𝜽 − 𝜽′ )]
sitiva, no intervalo Δt, atravessa esse tre-
cho.
• CONDUTORES E INTER- No ponto A, a carga tem energia po-
RUPTORES IDEAIS tencial elétrica EA = Δq x VA, ao chegar
Ao condutor hipotético, cuja resis- no ponto B, ela tem energia potencial
tência elétrica é igual a zero, chama-se elétrica EB = Δq x VB. quando a carga
condutor ideal. É comum fazer essa con- elétrica atravessa o trecho AB, o trabalho
sideração, embora a maioria dos condu- das forças elétricas é dado por:
tores considerados ideais terem apenas 𝑊𝐴𝐵 = 𝐸𝐴 − 𝐸𝐵
resistência tão baixas que podem ser des-
prezadas, como o cobre usado na instala- 𝑊𝐴𝐵 = 𝛥𝑞 𝑥 𝑉𝐴 − 𝛥𝑞 𝑥 𝑉𝐵
ção elétrica das casas.
𝑾𝑨𝑩 = 𝜟𝒒 𝒙 𝑼
Consequentemente, se a resistência é
considerada nula, pela primeira lei de Dessa forma, pode-se distinguir 2 ca-
ohm, pode-se constatar que todos os po- sos:
tenciais ao longo do fio serão equivalen-
tes, ou seja, a ddp entre dois pontos - Se EA >EB e, portanto, VA >VB, a
quaisquer de um condutor ideal é zero. energia elétrica da corrente diminui: o
movimento das cargas é espontâneo e o
Figura: Condutor Ideal
trabalho, motor. Essa energia elétrica
consumida pelo trecho AB pode ter sido

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FÍSICA 2 - IDEIA

transformada em energia térmica, ener- O símbolo dos fusíveis, nos esque-


gia mecânica, energia química etc. Diz- mas de circuitos elétricos, é:
se que, nesse caso, a potência elétrica é
consumida. Figura: Esquemático Fusível

- Se EA <EB e, portanto, VA <VB, a


energia elétrica da corrente aumenta: o
movimento das cargas é forçado e o tra-
balho, resistente. Essa energia elétrica
fornecida pelo trecho AB, às custas de
outra forma de energia. É o caso do ge-
rador elétrico. Diz-se que, nesse caso, a
potência elétrica é fornecida.
• ASSOCIAÇÃO DE RESISTO-
Figura: Circuito Elétrico RES

Os resistores, em um circuito, podem


se associar de três formas: associação em
série, em paralelo ou a combinação das
duas.

Com isso, a potência elétrica pode ➢ Associação em Série


ser calculada como:
Dois ou mais resistores estão associ-
W ados em série quando são interligados de
P= modo a constituir um único trajeto con-
Δt
dutor, isto é, sem bifurcações.
Δq x U Δq
P= , como i =
Δt Δt Assim, se eles forem percorridos por
uma corrente elétrica, esta terá a mesma
𝑱 intensidade em todos eles (continuidade
𝑷 = 𝒊 𝒙 𝑼 [𝑾 = ]
𝒔 da corrente elétrica).

• FUSÍVEIS Figura: Associação de resistores em série.

O fusível é um condutor (geralmente


de cobre, estanho, chumbo ou alumínio)
que protege os circuitos elétricos contra
correntes excessivas. Em condições nor-
mais de funcionamento, isto é, enquanto
corrente não ultrapassa o valor máximo
admitido, a temperatura atingida pelo fu- ddp equivalente (UAB):
sível é inferior ao seu ponto de fusão.
UAB = U1 + U2 + U3 + ⋯ + Um
Entretanto, se a corrente se eleva
acima desse máximo, a temperatura do Corrente na associação:
fusível aumenta e atinge seu ponto de fu-
são. Fundindo-se, o circuito se abre e a
i1 = i2 = i3 = ⋯ = in = i
corrente cessa. Dessa maneira, o fusível
protege aparelhos e instalações elétricas.

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FÍSICA 2 - IDEIA

Resistência equivalente: Figura: Representações de um reostato.

Requivalente = R1 + R2 + R3 + ⋯ + Rn

➢ Associação em Paralelo

Dois ou mais resistores estão em pa-


ralelo quando são interligados de tal ma- Eles são utilizados, como no es-
neira que fiquem todos submetidos à quema a seguir, “diminuindo” ou “au-
mesma diferença de potencial. mentando” o caminho da corrente.
Figura: Associação de resistores em paralelo. Figura: Esquema de uso do reostato.

• CURTO-CIRCUITO

Genericamente, dois pontos estão em


ddp equivalente: curto-circuito (ou curto-circuitados)
quando estão interligados por um fio de
V = V1 = V2 = V3 resistência desprezível, praticamente
anulando a diferença de potencial entre
Corrente na associação: eles.
i = i1 + i2 + i3 Quando dois pontos estão curto-cir-
cuitados, podemos associar a eles uma
Resistência equivalente: mesma letra, pois estão no mesmo poten-
cial elétrico, ou seja são pontos eletrica-
𝟏 𝟏 𝟏 𝟏 mente equivalentes. Isso facilita a análise
= + +
𝐑 𝐞𝐪𝐮𝐢𝐯𝐚𝐥𝐞𝐧𝐭𝐞 𝐑𝟏 𝐑𝟐 𝐑𝟑 de muitas situações, a princípio compli-
cadas, como veremos.

Quando utilizamos esse método de


• REOSTATO OU POTENCIÔ- atribuir a mesma letra para pontos eletri-
METRO camente equivalentes, fica mais fácil
perceber quando resistores estão ou não
Um resistor de resistência variável é em paralelo.
denominado reostato.
Figura: Dois pontos curto circuitados.
Eles podem ser simbolizados como:

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FÍSICA 2 - IDEIA

• MEDIDAS ELÉTRICAS ➢ Medição da Diferença de Po-


tencial (ddp) ou Tensão Elé-
Os medidores analógicos consistem trica
em um elemento básico denominado gal-
vanômetro. Para medir a diferença de potencial,
usamos um instrumento denominado
Esse instrumento consegue detectar voltímetro, simbolizado por:
correntes elétricas de baixíssimas inten-
sidades e que a deflexão de seu ponteiro
é proporcional à intensidade da corrente
que passa por ele.

Figura: Exemplo de galvanômetro.


Denomina-se voltímetro ideal um
medidor hipotético em que a resistência
interna é infinitamente grande. Esse me-
didor verifica a tensão original entre os
pontos considerados sem modificá-la.

É importante salientar que amperí-


metros devem ser ligados em série com
o ramo em que se deseja medir a intensi-
dade da corrente elétrica.

➢ Mediação da Intensidade de ➢ Medição de Resistência Elé-


Corrente Elétrica trica

Para medir a intensidade da corrente Pode-se, a fim de medir uma resis-


elétrica, usamos um instrumento deno- tência, montar um circuito com amperí-
minado amperímetro, simbolizado por: metro e voltímetro, como o esquemati-
zado a seguir, ou ainda utilizar um ohmí-
metro ou até um multímetro.

Figura: Esquema de um circuito elétrico.

Denomina-se amperímetro ideal


um medidor hipotético em que a resis-
tência interna é igual a zero. Um ampe-
rímetro com essa característica mediria a
intensidade da corrente original sem mo-
dificá-la. Obs.: os multímetros são instrumen-
tos capazes de medir corrente, tensão e
É importante salientar que amperí- resistência, bastando posicionar a chave
metros devem ser ligados em série com seletora dele para o exercício de cada
o ramo em que se deseja medir a intensi- função.
dade da corrente elétrica.

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FÍSICA 2 - IDEIA

• PONTE DE WHEATSTONE c) 4 e 1

A associação de quatro resistores re- d) 2,5 e 0,5


presentada na figura a seguir é denomi-
nada ponte de Wheatstone, e ela é útil na e) 3,4 e 0,8
determinação experimental da resistên-
cia de um resistor. F2) Um fio A tem resistência elétrica
igual a duas vezes a resistência elétrica
Figura: Representação de uma Ponte de de outro fio B. Sabe-se que o fio A tem o
Wheatstone. dobro do comprimento do fio B e sua
secção transversal tem raio igual à me-
tade do raio da secção transversal do fio
B. A relação ρA/ρB entre a resistividade
do material do fio A e a resistividade do
material do fio B é:

a) 0,25

b) 0,50
Em uma ponte de Wheatstone
equilibrada, os produtos das resistencias c) 0,75
de ramos opostos são equivalentes:
d) 1,25
R1 . R3 = R2 . RX
e) 1,50

F3) As especificações de uma lâmpada


• EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO de lanterna são 0,30 A e 2,9V (os valores
de corrente e tensão de trabalho, respec-
F1) A figura abaixo mostra um resistor R tivamente). Se a resistência do filamento
de 40 Ω entre os pontos P e Q. As cor- de tungstênio da lâmpada à temperatura
rentes i1 e i2 unem-se no ponto P e pas- ambiente (20ºC) é 1,1Ω, qual a tempera-
sam pelo resistor R. tura do filamento quando a lâmpada está
acesa?

Dado: α = 4,5 x 10-3 K-1.

a) 845 ºC

Sabendo que a diferença de potencial en- b) 1357 ºC


tre os pontos P e Q é de 200 V e que a
intensidade da corrente i1 excede em c) 1570 ºC
uma unidade o triplo da intensidade da
corrente i2, determine o valor das corren- d) 1751ºC
tes elétricas i1 e i2, respectivamente.
e) 2000 ºC
a) 1,6 e 0,2
F4) Fusível é um dispositivo de proteção
b) 7 e 2 contra sobrecorrente em circuitos.
Quando a corrente que passa por esse

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FÍSICA 2 - IDEIA

componente elétrico é maior que sua má- constante. Inicialmente, o circuito foi
xima corrente nominal, o fusível queima. analisado segundo a situação 1 e, poste-
Dessa forma, evita que a corrente ele- riormente, os pontos A e B foram interli-
vada danifique os aparelhos do circuito. gados por meio de um fio condutor, de
Suponha que o circuito elétrico mostrado acordo com a situação 2.
seja alimentado por uma fonte de tensão
U e que o fusível suporte uma corrente Com base nessas informações, identifi-
nominal de 500 mA. que como verdadeiras (V) ou falsas (F)
as seguintes afirmativas:

( ) A intensidade de corrente elétrica no


gerador é a mesma para as duas situações
representadas.

( ) Ao se conectar o fio condutor entre os


pontos A e B, a resistência elétrica do
circuito diminui.

Qual é o máximo valor da tensão U para ( ) Na situação 2, a intensidade de cor-


que o fusível não queime? rente elétrica no gerador aumentará, em
relação à situação 1.
a) 20 V
( ) A diferença de potencial elétrico entre
b) 40 V os pontos A e B, na situação 1, é maior
que zero.
c) 60 V
Assinale a alternativa que apresenta a se-
d) 120 V quência correta, de cima para baixo.

e) 185V a) F-V-V-F

F5) Quatro resistores, cada um deles b) F-V-F-V


com valor R, estão conectados por meio
de fios condutores ideais, segundo o cir- c) V-F-V-F
cuito representado na figura abaixo.
d) V-F-F-F

e) V-V-V-V

• EXERCÍCIOS PROPOSTOS

P1) Quando uma diferença de potencial


de 16,2 V é aplicada em um determinado
resistor ôhmico, uma corrente elétrica de
6 mA passa a percorrê-lo. Qual a dife-
rença de potencial que deve ser aplicada
neste resistor ôhmico para que o mesmo
seja percorrido por uma corrente de 9
O circuito é alimentado por um gerador mA?
ideal que fornece uma tensão elétrica

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FÍSICA 2 - IDEIA

a) 24,3 V P4) No circuito esquematizado abaixo,


R1 e R2 são resistores com a mesma re-
b) 14,6 V sistividade ρ. R1 tem comprimento 2L e
seção transversal A, e R2 tem compri-
c) 3 V mento L e seção transversal 2A.

d) 300 V

e) 16,2 V

P2) Os enrolamentos de cobre de um


motor têm uma resistência de 50 Ω a
20ºC quando o motor está frio. Depois de Nessa situação, a corrente elétrica que
o motor trabalhar durante várias horas, a percorre o circuito é:
resistência aumenta para 58 Ω. Qual é a
nova temperatura dos enrolamentos? Su- a) 2AV/(5ρL).
ponha que as dimensões dos enrolamen-
tos não variem. b) 2AV/(3ρL).

Dado: α = 4,3 x 10-3 K-1. c) AV/(ρL).

a) 35,4 ºC d) 3AV/(2ρL).

b) 40,5 ºC e) 5AV/(2ρL).

c) 48,7 ºC P5) Dois resistores, de resistências elé-


tricas R1 e R2, são formados por fios me-
d) 57,2 ºC tálicos, de mesmo comprimento e
mesmo diâmetro, e são constituídos de
e) 75,5 ºC materiais cujas resistividades são ρ1 e
ρ2 respectivamente. Quando esses resis-
P3) Em um circuito elétrico, dois resis- tores são associados em paralelo e sub-
tores idênticos, de resistência R, são ins- metidos a uma bateria de tensão elétrica
talados em paralelo e ligados, em série, a U, a corrente que passa pelo fio de resis-
uma bateria e a um terceiro resistor, idên- tência elétrica R2 é o dobro da que passa
tico aos anteriores. Nesta configuração, a por R1. Nessas condições, a relação entre
corrente que flui pelo circuito é I0. Ao as resistividades dos materiais é
substituir esse terceiro resistor em série
por outro, de resistência 2R, a nova cor- a) ρ1 = ρ2
rente no circuito será
b) ρ2 = 2·ρ1
a) I0
c) ρ1 = 2·ρ2
b) 3I0/5
d) ρ1 = 4·ρ2
c) 3I0/4
e) ρ2 = 4·ρ1
d) I0/2
P6) Dispõe-se de três resistores de resis-
e) I0/4 tência 300 ohms cada um. Para se obter

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FÍSICA 2 - IDEIA

uma resistência de 450 ohms, utilizando- e) 12,0 kΩ


se os três resistores, como devemos asso-
ciá-los? P8) Resistores ôhmicos idênticos foram
associados em quatro circuitos distintos
a) Os três em série. e submetidos à mesma tensão UA,B. Ob-
serve os esquemas:
b) Os três em paralelo.

c) Dois em série, ligados em paralelo


com o terceiro.

d) Dois em paralelo, ligados em série


com o terceiro.

e) n.d.a.

P7) Muitos smartphones e tablets não Nessas condições, a corrente elétrica de


precisam mais de teclas, uma vez que to- menor intensidade se estabelece no se-
dos os comandos podem ser dados ao se guinte circuito:
pressionar a própria tela. Inicialmente
essa tecnologia foi proporcionada por a) I
meio das telas resistivas, formadas basi-
camente por duas camadas de material b) II
condutor transparente que não se encos-
tam até que alguém as pressione, modifi- c) III
cando a resistência total do circuito de
acordo com o ponto onde ocorre o toque. d) IV
A imagem é uma simplificação do cir-
cuito formado pelas placas, em que A e P9) Por apresentar significativa resistivi-
B representam pontos onde o circuito dade elétrica, o grafite pode ser utilizado
pode ser fechado por meio do toque. para simular resistores elétricos em cir-
cuitos desenhados no papel, com o uso
de lápis e lapiseiras. Dependendo da es-
pessura e do comprimento das linhas de-
senhadas, é possível determinar a resis-
tência elétrica de cada traçado produ-
zido. No esquema foram utilizados três
tipos de lápis diferentes (2H, HB e 6B)
para efetuar três traçados distintos.
Qual é a resistência equivalente no cir-
cuito provocada por um toque que fecha
o circuito no ponto A?

a) 1,3 kΩ

b) 4,0 kΩ

c) 6,0 kΩ Munido dessas informações, um estu-


dante pegou uma folha de papel e fez o
d) 6,7 kΩ

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FÍSICA 2 - IDEIA

desenho de um sorvete de casquinha uti-


lizando-se desses traçados. Os valores
encontrados nesse experimento, para as
resistências elétricas (R), medidas com o
auxílio de um ohmímetro ligado nas ex-
tremidades das resistências, são mostra-
dos na figura. Verificou-se que os resis-
tores obedeciam à Lei de Ohm.

a) R/3

b) R

c) 2R

d) R²/2

e) R²

Na sequência, conectou o ohmímetro nos Aula: 09 e 10 – Leis de Kirchhoff e


terminais A e B do desenho e, em se- Circuitos Elétricos
guida, conectou-o nos terminais B e C,
anotando as leituras RAB e RBC, respecti-
vamente. Ao estabelecer a razão • LEIS DE KIRCHHOFF
RAB/RBC, qual resultado o estudante ob-
teve? Para analisar circuitos mais comple-
xos, alguns conceitos são essenciais:
a) 1
Nó: ponto de encontro entre 3 ou
b) 4/7 mais fios.
Ramo: pedaço de um circuito que in-
c) 10/27 terliga 2 pontos.
d) 14/81 Malha: caminho fechado de ramos
no circuito.
e) 4/81
Figura: Circuito em Várias Malhas
P10) A ponte de Wheatstone mostrada
abaixo estará em equilíbrio quando o gal-
vanômetro G indicar zero volt. Para que
isso ocorra, R1 deve ter valor igual a:

No circuito acima, os pontos a e d


são nós.

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FÍSICA 2 - IDEIA

Além disso, identificam-se 3 malhas: - Geradores Mecânicos: são os que


afed; adcb; badc. convertem energia mecânica em energia
elétrica. É o caso dos geradores das usi-
- 1ª Lei: Lei dos Nós (Lei de Kir-
nas hidrelétricas.
cchoff para Correntes - LKC)
Figura: Usina Hidrelétrica de Itaipu.
A soma das correntes que chega em
um nó é igual a soma das correntes que
saem desse mesmo nó.
Pode-se dizer que essa Lei é uma
consequência direta do Princípio de Con-
servação das Cargas.

∑𝒏 𝒊𝒏 = 𝟎
- 2ª Lei: Lei das Malhas (Lei de
Kircchoff para Tensões - LKT) - Geradores Químicos: são os que
A soma das quedas de tensão em uma convertem energia potencial química em
malha é igual a soma das elevações de energia elétrica. Podemos citar como
tensão nessa mesma malha. exemplo as pilhas e as baterias.
Figura: Pilhas e baterias.
∑𝒌𝜺𝒌 = ∑𝒏 𝑹𝒏 𝒊𝒏

• CIRCUITOS ELÉTRICOS
O estudo da eletrodinâmica é,
praticamente, voltada para a resolução de
circuitos elétricos.
- Geradores Luminosos: são os que
convertem energia luminosa em energia
elétrica. É a que ocorre, por exemplo,
• ELEMENTOS DE CIRCUITO com os fotômetros de máquinas fotográ-
ELÉTRICO ficas, nos quais surge um sinal elétrico
Os circuitos elétricos podem ser em conformidade com a intensidade lu-
constituídos de vários elementos minosa do ambiente visado.
elétricos como: resistores, geradores, Figura: Painéis Fotovoltaicos, um exemplo de
receptores, capacitores, indutores, ... gerador luminoso.

• GERADORES DE ENERGIA
ELÉTRICA
A função do gerador de energia elé-
trica é fornecê-la ao circuito que ele ali-
menta. A seguir tem-se algumas denomi- - Geradores Térmicos: são os que
nações que esses geradores podem rece- convertem energia térmica em energia
ber. elétrica (efeito termoelétrico).

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FÍSICA 2 - IDEIA

➢ Elementos que Caracterizam Onde:


um Gerador
U: Tensão entre os terminais do ge-
Quando um gerador não está conec- rador.
tado a nada existe uma diferença de po-
𝜀 : Força Eletromotriz do gerador.
tencial denominada força eletromotriz
(fem) ou tensão em vazio, a qual, nor- Icc: Corrente de curto-circuito do ge-
malmente, simboliza-se por 𝜀. rador.
Entretanto, ao ser atravessado por ➢ Potências Elétricas no Gerador
uma corrente elétrica, a ddp U entre os
A potência útil é aquela que será efe-
terminais de um gerador torna-se menor
tiva para o fornecimento de energia elé-
que 𝜀. Isso acontece porque o gerador,
trica, coso o gerador esteja alimentando
como todo condutor, possui uma resis-
um circuito e é dada por:
tência elétrica.
Figura: Representação gráfica de um 𝐏𝐨𝐭 𝐮 = 𝐔. 𝐢
gerador.
A potência dissipada, por sua vez, é
decorrente da resistência do gerador e
não será efetiva para alimentar um cir-
cuito qualquer que o gerador, porven-
tura, esteja conectado. Ela pode ser de-
Essa resistência é denominada resis- terminada por:
tência interna de gerador, que vamos
simbolizar por r. 𝐏𝐨𝐭 𝐝 = 𝐫. 𝐢𝟐

Evidentemente, não se trata de um A potência total do gerador equivale


resistor colocado dentro do gerador pelo àquela que ele geraria caso não houves-
seu fabricante, mas da resistência própria sem dissipações de energia, por isso ela
dos materiais de que ele é composto. seria a soma das potencias acima desta-
cadas, sendo determinada por:
Fazendo-se uso das Leis de Kirch-
hoff, é possível perceber que: 𝐏𝐨𝐭 𝐭𝐨𝐭 = 𝐏𝐨𝐭 𝐝 + 𝐏𝐨𝐭 𝐮

U = 𝜺 – ri ou
𝐏𝐨𝐭 𝐭𝐨𝐭 = 𝜺. 𝐢

➢ Curva Característica de um Portanto, o rendimento do gerador é


Gerador dado por:
Figura: Curva Característica do Gerador 𝐏𝐨𝐭 𝐮 𝐔
𝛈= ou 𝛈 =
𝐏𝐨𝐭 𝐭𝐨𝐭 𝜺

OBS.: o caso em que ocorrerá a


maior transferência de potência será
quando o rendimento (η) do gerador for
igual a 50%.

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FÍSICA 2 - IDEIA

• RECEPTORES DE ENERGIA ➢ Curva Característica de um


ELÉTRICA Receptor
Os receptores elétricos são dispositi- Figura: Curva Característica do Receptor
vos que recebem energia elétrica e con-
vertem uma parte dela em energia não
térmica.
Um bom exemplo desses dispositi-
vos são os motores elétricos, ele trans-
forma a energia elétrica fornecida por um
Onde:
gerador que o alimenta e, assim, con-
verte-a em energia mecânica. U: Tensão entre os terminais do re-
ceptor.
➢ Elementos que Caracterizam
um Gerador 𝜀′: Força Contra eletromotriz do re-
ceptor.
Analogamente ao gerador, a ddp U
entre os terminais de um receptor possui ➢ Potências Elétricas no Recep-
uma parte útil, a qual chama-se de força tor
contra eletromotriz (fcem) e é simboli-
zada por 𝜺′, e uma parte desperdiçada no A potência total recebida (𝑃𝑜𝑡𝑡𝑜𝑡 )
receptor, a qual, por sua vez, chama-se por um receptor e a potência dissi-
de resistência interna r’. pada (𝑃𝑜𝑡𝑑 ) por um receptor é dada, res-
pectivamente, por:
No caso de um motor, essa dissipa-
ção deve-se a resistência dos enrolamen- 𝐏𝐨𝐭 𝐭𝐨𝐭 = 𝐔. 𝐢
tos e dos contatos. A potência dissipada, por sua vez, é
Para um receptor que opere em cor- decorrente da resistência do receptor e
rente continua pode-se simboliza-lo por: não será efetiva para a conversão de
energia, porventura, esteja conectado.
Figura: Representação gráfica de um receptor. Ela pode ser determinada por:
𝐏𝐨𝐭 𝐝 = 𝐫′. 𝐢𝟐
𝐏𝐨𝐭 𝐭𝐨𝐭 = 𝐏𝐨𝐭 𝐝 + 𝐏𝐨𝐭 𝐮
Dessa forma,

É fundamental observar que a cor- 𝐏𝐨𝐭 𝐮 = 𝜺′. 𝐢


rente elétrica tem sentido de (-) para (+) Portanto, o rendimento do receptor é
no gerador e (+) para (-) no receptor. dado por:
Fazendo-se uso das Leis de Kirch- 𝐏𝐨𝐭 𝐮 𝜺′
hoff, é possível perceber que: 𝛈= ou 𝛈 =
𝐏𝐨𝐭 𝐭𝐨𝐭 𝑼
U = 𝜺’ + r’i

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FÍSICA 2 - IDEIA

• CIRCUITO GERADOR – RE- b) Encontre a diferença de potencial en-


CEPTOR – RESISTOR tre os pontos A e B.
Figura: Circuito G-R-R F2) A eletricidade hoje faz parte do
nosso dia a dia e está presente em quase
todos os dispositivos e aparelhos de uso
pessoal, doméstico e industrial. Um cir-
cuito elétrico consiste na ligação de ele-
mentos ou componentes elétricos como
resistores, fontes de alimentação, inter-
ruptores, lâmpadas etc., de maneira que
seja formado um circuito fechado de cor-
rente elétrica. Considere um circuito de
Fazendo a análise físico-matemática corrente contínua, constituído pelo me-
do circuito acima, pode-se concluir que: nos por uma bateria, que vai fornecer a
energia ao circuito, por um receptor
𝜺 − 𝜺′ dessa energia, que podem ser resistores,
𝒊=
𝑹 + 𝒓 + 𝒓′ capacitores, e pelos condutores elétricos,
Onde: que fazem a condução da eletricidade en-
tre os elementos. Em qualquer circuito
ε: soma de todas as forças eletromo- elétrico, os pontos onde ocorrem junções
trizes de dois ou mais fios por onde passam
ε': soma de todas as forças contra ele- correntes elétricas, chamam-se NÓS. A
tromotrizes. Lei de Kirchhoff dos Nós nos diz que a
soma das correntes elétricas que chegam
R: soma de todos os resistores a um determinado NÓ é igual a soma das
r: soma de todas as resistências inter- correntes que saem deste mesmo NÓ.
nas dos geradores Veja a figura abaixo.

r’: soma de todas as resistências in-


ternas dos receptores

• EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
F1) Considere o circuito da figura a se-
guir.
Esta lei pode ser interpretada também
como:
a) Lei da Conservação da Massa.
b) Lei da Conservação da Energia.
c) Lei da Conservação do Momento Li-
near.

a) Utilize as leis de Kirchhoff para en- d) Lei da Conservação do Momento An-


contrar as correntes I1, I2 e I3. gular.

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FÍSICA 2 - IDEIA

e) Lei da Conservação da Carga. 12 V e de 6 V são ideais; os dois resisto-


res de 12 ohms, R1 e R2, são idênticos;
F3) No circuito abaixo, o gerador e o re-
os fios de ligação têm resistência despre-
ceptor são ideais e as correntes têm os
zível.
sentidos indicados.

Se a intensidade da corrente i1 é 5A, en-


Nesse circuito, a intensidade da corrente
tão o valor da resistência do resistor R é:
elétrica em R1 é igual a
a) 8Ω
a) 0,50 A no sentido de X para Y.
b) 5Ω
b) 0,50 A no sentido de Y para X.
c) 4Ω
c) 0,75 A no sentido de X para Y.
d) 6Ω
d) 1,0 A no sentido de X para Y.
e) 3Ω
e) 1,0 A no sentido de Y para X.
F4) O desenho abaixo representa um cir-
F6) A pilha de uma lanterna possui uma
cuito elétrico composto por resistores
força eletromotriz de 1,5 V e resistência
ôhmicos, um gerador ideal e um receptor
interna de 0,05 Ω. O valor da tensão elé-
ideal.
trica nos polos dessa pilha quando ela
fornece uma corrente elétrica de 1,0 A a
um resistor ôhmico é de
a) 1,45 V
b) 1,30 V
c) 1,25 V
d) 1,15 V
A potência elétrica dissipada no resistor e) 1,00 V
de 4 Ω do circuito é:
F7) Em algumas residências, cercas ele-
a) 0,16 W trificadas são utilizadas com o objetivo
b) 0,20 W de afastar possíveis invasores. Uma
cerca eletrificada funciona com uma di-
c) 0,40 W ferença de potencial elétrico de aproxi-
d) 0,72 W madamente 10 000 V. Para que não seja
letal, a corrente que pode ser transmitida
e) 0,80 W através de uma pessoa não deve ser
maior do que 0,01 A. Já a resistência elé-
F5) No circuito elétrico representado no
trica corporal entre as mãos e os pés de
esquema a seguir, as fontes de tensão de
uma pessoa é da ordem de 1000 Ω.

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FÍSICA 2 - IDEIA

Para que a corrente não seja letal a uma F10) Um gerador fornece a um motor
pessoa que toca a cerca eletrificada, o ge- uma ddp de 440V. O motor tem resistên-
rador de tensão deve possuir uma resis- cia interna de 25Ω e é percorrido por uma
tência interna que, em relação à do corpo corrente elétrica de 400mA. A força con-
humano, é tra eletromotriz do motor, em volts, é
igual a:
a) Praticamente nula.
a) 375
b) Aproximadamente igual.
b) 400
c) Milhares de vezes maior.
c) 415
d) Da ordem de 10 vezes maior.
d) 430
e) Da ordem de 10 vezes menor.
e) 220
F8) O gráfico a seguir, representa a ddp
U em função da corrente i para um deter- F11) Um motor elétrico disponibiliza
minado elemento do circuito. 400W de potência e consome 0,8 kWh de
energia durante uma determinada reali-
zação de trabalho. A eficiência do motor
nesse processo é
a) 50%
b) 80%
c) 40%
Pelas características do gráfico, o ele- d) 100%
mento é um
F12) A tensão nos terminais de um re-
a) gerador de resistência interna 2,0 Ω ceptor varia com a corrente, conforme o
b) receptor de resistência interna 2,0 Ω gráfico abaixo.

c) resistor de resistência elétrica 2,0 Ω


d) gerador de resistência interna 1,0 Ω
e) receptor de resistência interna 1,0 Ω
F9) Uma pilha de f.e.m. igual a 3,6 V tem
A f.c.e.m e a resistência interna deste re-
uma entre os polos da pilha permaneça
ceptor são, respectivamente:
constante até que a pilha esteja comple-
tamente descarregada, o tempo (em ho- a) 11 V e 1,0 Ω
ras) que ela poderá fornecer energia á
b) 12,5 V e 2,5 Ω
taxa constante de 1,8w é de:
c) 20 V e 1,0 Ω
a) 2,4
d) 22 V e 2,0 Ω
b) 1,2
e) 25 V e 5,0 Ω
c) 3,6
F13) Fusíveis são dispositivos de prote-
d) 7,2
ção de um circuito elétrico, sensíveis ao

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FÍSICA 2 - IDEIA

excesso de corrente elétrica. Os modelos d) 1,5 V e 0,0 A no experimento I e 1,5


mais simples consistem de um filamento V e 1,0 A no experimento II.
metálico de baixo ponto de fusão, que se
F15) Considere duas pilhas de 1,5 V li-
funde quando a corrente ultrapassa deter-
gadas em paralelo (com os polos iguais
minado valor, evitando que as demais
entre si) e conectadas a um resistor ôh-
partes do circuito sejam danificadas. A
mico de 15 Ω. A corrente elétrica que
figura mostra um diagrama de um cir-
passa pelo resistor, em Amperes, é
cuito em que o fusível F protege um re-
sistor R de 12 Ω, uma lâmpada L de 6 W a) 1,0
e um alto-falante que conduz 1 A.
b) 0,1
c) 2,0
d) 0,2
• EXERCÍCIOS PROPOSTOS
Sabendo que esse fusível foi projetado P1) Para um circuito elétrico incluindo
para trabalhar com uma corrente até 20% vários percursos fechados, é necessária a
maior que a corrente nominal que atra- aplicação de regras especiais para a sua
vessa esse circuito, qual é o valor, em resolução. Com base nos conhecimentos
ampères, da corrente máxima que o fusí- sobre Eletrodinâmica, é correto afirmar:
vel F permite passar?
a) Quando se percorre um resistor no
a) 1,0 sentido da corrente elétrica, a ddp é ne-
b) 1,5 gativa e, no sentido inverso, é positiva.

c) 2,0 b) No receptor, o rendimento elétrico é


expresso pela razão entre a ddp que man-
d) 2,5 tém em seus terminais e sua força eletro-
e) 3,0 motriz.

F14) Uma pilha (1,5 V) e um resistor c) A potência máxima fornecida por um


(1,5 Ω) são conectados um ao outro por gerador corresponde a uma corrente de
apenas um de seus terminais durante o intensidade igual à intensidade da cor-
experimento I. Em outro experimento, o rente de curto circuito.
experimento II, os dois terminais da ba- d) A segunda lei de Kirchhoff diz que,
teria são conectados aos terminais do re- em um nó, a soma das intensidades das
sistor. A diferença de potencial elétrico e correntes elétricas que chegam é maior
a corrente no resistor são, respectiva- que a soma das intensidades das corren-
mente, tes que saem.
a) 0,0 V e 0,0 A no experimento I e 1,5 e) A primeira lei de Kirchhoff estabelece
V e 1,5 A no experimento II. que, ao se percorrer uma malha em de-
b) 1,5 V e 1,0 A no experimento I e 0,0 terminado sentido, partindo-se e che-
V e 0,0 A no experimento II. gando-se ao mesmo ponto, a soma dos
valores absolutos das ddp é sempre posi-
c) 0,0 V e 0,0 A no experimento I e 1,5 tiva.
V e 1,0 A no experimento II.

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FÍSICA 2 - IDEIA

P2) Três pilhas de f.e.m E = 1,5 V e re- e) a Lei dos Nós representa a Lei da Con-
sistência interna r = 1,0 Ω são ligadas servação da Carga Elétrica e a Lei das
como na figura a seguir. Malhas, a Lei da Conservação da Ener-
gia.
P4) De acordo com a figura, os valores
das correntes elétricas i1, i2 e i3 são, res-
pectivamente, iguais a:

A corrente que circula pelas pilhas é de


a) 0,50 A, no sentido horário.
b) 0,50 A, no sentido anti-horário.
c) 1,5 A, no sentido horário. a) 2,0 A, 3,0 A, 5,0 A

d) 2,0 A, no sentido anti-horário. b) -2,0 A, 3,0 A, 5,0 A

e) 2,0 A, no sentido horário. c) 3,0 A, 2,0 A, 5,0 A

P3) Em qualquer circuito de malhas múl- d) 5,0 A, 3,0 A, 8,0 A


tiplas, as Leis de Kirchhoff dos Nós e das e) 2,0 A, -3,0 A, -5,0 A
Malhas, estabelecem respectivamente
que a soma das correntes que chegam a P5) Sobre o esquema a seguir, sabe-se
um nó, é igual a soma das correntes que que i1 = 2A; UAB = 6V; R2 = 2 Ω e R3 =
dele saem e a soma algébrica das forças 10 Ω.
eletromotrizes em uma malha é igual a
soma algébrica.
De acordo com estes enunciados, pode-
mos concluir que
a) a Lei dos Nós representa a Lei da Con-
servação da Energia e a Lei das Malhas,
a Lei da Conservação do Momento Li- Então, a tensão entre C e D, em volts,
near. vale:
b) a Lei dos Nós representa a Lei da Con- a) 10
servação da Energia e a Lei das Malhas,
a Lei da Conservação da Carga Elétrica. b) 20

c) a Lei dos Nós representa a Lei da Con- c) 30


servação do Momento Linear e a Lei das d) 40
Malhas, a Lei da Conservação da Ener-
gia. e) 50

d) a Lei dos Nós representa a Lei da P6) Uma lâmpada é conectada a duas pi-
Carga Elétrica e a Lei das Malhas, a Lei lhas de tensão nominal 1,5 V, ligadas em
da Conservação do Momento Linear. série. Um voltímetro, utilizado para me-
dir a diferença de potencial na lâmpada,

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FÍSICA 2 - IDEIA

fornece uma leitura de 2,78 V e um am- e) 3 ∙ (E – V) ∙ R/5V


perímetro indica que a corrente no cir-
P9) Um gerador de f.e.m. 6 volts e resis-
cuito é de 94,2 mA. O valor da resistên-
tência interna 2 ohms alimenta o circuito
cia interna das pilhas é mais próximo de
representado na figura.
a) 0,021 Ω
b) 0,22 Ω
c) 0,26 Ω
d) 2,3 Ω
c) 2,9 Ω
O rendimento do gerador é de, aproxima-
P7) Dois geradores ideais, de tensões damente,
iguais a V, foram ligados a dois resisto-
res iguais, de resistência R, conforme a) 57%
ilustram os circuitos a seguir. b) 51%
c) 42%
d) 36%
e) 23%
P10) Considere os gráficos a seguir.
Considerando o exposto, a razão da cor-
rente em um dos resistores do circuito (a)
pela de um resistor de (b) é:
a) ¼
b) ½
Eles representam as curvas característi-
c) 1 cas de três elementos de um circuito elé-
trico, respectivamente,
d) 2
a) Gerador, receptor e resistor
e) 4
b) Gerador, resistor e receptor
P8) Aos terminais de uma pilha de força
eletromotriz E foi conectado um resistor c) Receptor, gerador e resistor
de resistência R. Um voltímetro ideal, li-
gado em paralelo com o resistor R, afere d) Receptor, resistor e gerador
uma diferença de potencial de valor V. e) Resistor, receptor e gerador
Assim, pode-se afirmar que a resistência
interna da pilha vale P11) Um motor elétrico sob tensão 220
V é alimentado por uma corrente elétrica
a) 2 ∙ (E – V) ∙ R/3V de 10 A. A potência elétrica útil do motor
é de 2000 W. Assinale a alternativa que
b) 2 ∙ (E – V) ∙ R/V
corresponde à força contra eletromotriz,
c) (E – V) ∙ R/V em volts, à resistência interna do motor,
d) 5 ∙ (E – V) ∙ R/4V

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FÍSICA 2 - IDEIA

em ohms, e ao rendimento elétrico do pilha e/ou tomada, como robôs, carri-


motor, respectivamente nhos, etc, utilizados em todo o mundo.
a) 200; 2; 0,80 Acerca do assunto tratado no texto, em
relação ao motor elétrico, analise as pro-
b) 200; 2; 0,91
posições a seguir, escrevendo V ou F
c) 400; 4; 1 conforme sejam verdadeiras ou falsas,
respectivamente:
d) 400; 4; 0,80
( ) O motor elétrico é um elemento de tra-
e) 400; 4; 1,5 balho que converte energia elétrica em
P12) No gráfico a seguir estão represen- energia mecânica de rotação.
tadas as curvas características de um ge- ( ) O motor elétrico é uma máquina que
rador e de um receptor. converte energia mecânica de rotação em
energia elétrica.
( ) Um motor elétrico é uma aplicação do
princípio fundamental do eletromagne-
tismo que afirma que uma força magné-
tica vai atuar sobre um condutor elétrico
se esse condutor estiver conveniente-
mente colocado num campo magnético e
for percorrido por uma corrente elétrica.
A f.e.m. do gerador e a resistência in-
Após a análise feita, assinale a alterna-
terna do receptor valem, respectiva-
tiva que corresponde à sequência correta:
mente:
a) VVV
a) 10 V e 0,1 Ω
b) FVF
b) 10 V e 1 Ω
c) VVF
c) 20 V e 0,1 Ω
d) FVV
d) 40 V e 1 Ω
e) VFV
e) 40 V e 0,1 Ω
P14) Um apagão afetou os estados do
P13) Em 1820, o cientista dinamarquês
Nordeste do país desde o final da noite
Hans Christian Oersted (1777-1851) não
de 25/10/12 e início da madrugada de
imaginava que, com uma singela experi-
26/10/12. O Operador Nacional do Sis-
ência, descobriria um princípio físico
tema Elétrico (ONS), responsável pela
fundamental para o funcionamento do
administração do sistema interligado na-
motor elétrico, que possibilitou o surgi-
cional, confirmou a falta de energia elé-
mento e o desenvolvimento de um
trica na região, porém, não soube dizer,
grande número de aparelhos elétricos,
ainda, a causa do desligamento das li-
tais como: bateria, ventilador, furadeira,
nhas de transmissão. Um circuito elétrico
liquidificador, aspirador de pó, encera-
mostrado na figura abaixo estava com 30
deira, espremedor de frutas, lixadeira,
minutos de funcionamento quando ocor-
além de inúmeros brinquedos movidos a
reu o apagão.

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FÍSICA 2 - IDEIA

A energia elétrica dissipada, em Wh, du-


rante o tempo de funcionamento do cir-
Analise as afirmativas abaixo.
cuito, é:
(1) A corrente elétrica no circuito vale 2
a) 2V2/R
A.
b) 30V2/R
(3) A potência dissipada pelo resistor de
c) V2/2R 10Ω é de 10 W.
d) V2/30R (5) O rendimento do gerador é de 80 %.
e) 15V2/R (7) A diferença de potencial entre os
pontos A e B vale 8V.
P15) No circuito da figura, R1 = 2,5 kΩ,
R2 = 1 kΩ, R3 = 8 kΩ, R4 = 8 kΩ e R5 A soma dos números entre parênteses
= 5 kΩ. Um amperímetro, ligado no que corresponde às proposições corretas
ramo que contém a resistência R5, indica é igual a
que a corrente que passa por essa resis-
a) 16
tência é de 20mA.
b) 15
c) 1
d) 8
e) 13
P17) No circuito mostrado no diagrama,
Baseado nessas informações, a corrente todos os resistores são ôhmicos, o gera-
nos resistores R1, R2 e R3, respectiva- dor e o amperímetro são ideais e os fios
mente, é de ligação têm resistência elétrica des-
prezível.
a) i1 = 20 mA, i2 = 10 mA e I3 = 5 mA
b) i1 = 20 mA, i2 = 20 mA e I3 = 10 mA
c) i1 = 40 mA, i2 = 20 mA e I3 = 10 mA
d) i1 = 40 mA, i2 = 40 mA e I3 = 5 mA
e) i1 = 60 mA, i2 = 30 mA e I3 = 15 mA
P16) No circuito elétrico a seguir, consi-
dere o gerador com = 10 V e r = 1Ω.

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FÍSICA 2 - IDEIA

A intensidade da corrente elétrica indi- A bateria apresenta resistência interna


cada pelo amperímetro, em A, é de desprezível, e os fios possuem resistên-
cia nula. Um técnico fez uma análise do
a) 3
circuito para prever a corrente elétrica
b) 4 nos pontos: A, B, C, D e E; e rotulou es-
sas Correntes de IA, IB, IC, ID e IE, res-
c) 8 pectivamente.
d) 12 a) IA = IE e IC = ID
e) 15 b) IA = IB = IE e IC = ID.
P18) Assinale a alternativa que explica c) IA = IB, apenas.
corretamente o funcionamento dos ele-
mentos componentes de um circuito elé- d) IA = IB = IE, apenas.
trico.
e) IC = IB, apenas.
a) A resistência interna do amperímetro
P20) Um sistema de iluminação foi cons-
deve ser muito pequena, de forma a não
truído com um circuito de três lâmpadas
interferir no valor da corrente a ser me-
iguais conectadas a um gerador (G) de
dida.
tensão constante. Esse gerador possui
b) Os fusíveis são elementos de proteção, uma chave que pode ser ligada nas posi-
pois não deixam passar qualquer cor- ções A ou B.
rente que os atinja.
c) Os resistores são elementos muito uti-
lizados para economizar energia elétrica,
pois produzem energia térmica.
d) A capacidade de geração de energia
por uma bateria termina quando sua re-
sistência interna diminui, esgotando-a.
e) Os receptores de um circuito elétrico
convertem toda a energia elétrica rece- Considerando o funcionamento do cir-
bida em energia térmica. cuito dado, a lâmpada 1 brilhará mais
quando a chave estiver na posição
P19) Três lâmpadas idênticas foram liga-
das no circuito esquematizado. a) B, pois a corrente será maior nesse
caso.
b) B, pois a potência total será maior
nesse caso.
c) A, pois a resistência equivalente será
menor nesse caso.
d) B, pois o gerador fornecerá uma maior
tensão nesse caso.
e) A, pois a potência dissipada pelo gera-
dor será menor nesse caso.

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QUÍMICA 1
SUMÁRIO – QUÍMICA 1

AULA ASSUNTO PÁG


1e2 Termoquímica 1
3a5 Funções Orgânicas 12
6e7 Isomeria 30
8 a 10 Reações Orgânicas 37
QUÍMICA 1 – IDEIA

Aula: 01 e 02 – Termoquímica a garrafa de café que matem seu café


quentinho.

• INTRODUÇÃO ➢ Classificação dos sistemas


A Termodinâmica é o estudo das Sistema aberto: permite a troca de
energias e de suas transformações. Na energia e matéria.
Química, essa sub-área permite uma boa
compreensão dos processos fisico- Ex.: um béquer contendo uma
químicos, explicando a espontaneidade e solução aquosa de NaOH.
algumas características desses Sistema fechado: não troca matéria,
processos.
mas troca energia com a vizinhança.
• CONCEITOS IMPORTAN- Ex.: lâmpadas fluorescentes
TES
Sistema isolado: não troca nem
➢ Sistema e Vizinhança matéria nem energia com a vizinhança.

Por conveniência, divide-se o Uni- Ex.: refrigerante gelado em uma


verso em duas partes, o Sistema ou caixa de isopor.
Amostra e a Vizinhança ou Ambiente. O Figura: Classificação dos sistemas
Sistema é a região de interesse para o es-
tudo, a Vizinhança, por sua vez, é a re-
gião complementar do Universo ao Sis-
tema.
Figura: Sistema e Vizinhança

➢ Temperatura
Temperatura é a medida do grau de
agitação médio das partículas do Sis-
tema. Ela pode, ainda, ser vista como um
potencial para dirigir o fluxo de calor.

➢ Fronteira ➢ Calor (Q)

A Fronteira é a separação entre o Sis- Calor é a energia em trânsito, trans-


tema e a Vizinhança. ferida, espontaneamente, do objeto com
maior temperatura para o de menor tem-
Assim, a fronteira é diatérmica peratura.
quando há troca de energia entre o sis-
tema e a vizinhança, como a tigela que ➢ Trabalho (W)
permite seu sorvete derreta. A fronteira é Trabalho é a energia em trânsito e de-
adiabática quando não há troca de ener- pendente de uma força motora ou resis-
gia entre o sistema e a vizinhança, como tiva. Trabalho, por exemplo, pode ser
responsável por expandir um êmbolo

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QUÍMICA 1 – IDEIA

móvel ou por gerar energia elétrica em a energia interna sofre variação equiva-
uma pilha. lente ao saldo entre quantidade de calor
absorvido pelo sistema (Q) e o trabalho
Obs.: Entenda o trabalho como um
realizado pelo sistema (W).
trânsito de energia “organizado” (me-
nos entrópico) quando comparado ao ∆𝑬 = 𝑸 − 𝑾
calor (mais entrópico).
Convenção dos sinais:
➢ Energia Interna (∆𝐸)
Q > 0: calor é absorvido pelo sistema
Energia interna refere-se a energia
Q < 0: calor é liberado pelo sistema
total de um sistema. Essa energia está re-
lacionada com o movimento intermole- W > 0: trabalho do sistema é motor
culares (rotação, translação e vibração)
W < 0: trabalho do sistema é resis-
ou com as forças atrativas entre as molé-
tente
culas.
Obs1.: Calor e trabalho não são fun-
Além disso, a variação energia in-
ções de estado, embora o saldo delas
terna é uma função de estado, ou seja,
(energia interna) seja.
basta conhecer os valores inicial e final,
sem precisarmos conhecer todos os valo- Obs2.: Cuidado, existem duas con-
res de energia durante o processo. venções comuns para a primeira lei, uti-
lizou-se, aqui, a convenção da física por
∆𝑬 = 𝑬𝒇𝒊𝒏𝒂𝒍 − 𝑬𝒊𝒏𝒊𝒄𝒊𝒂𝒍
analisar apenas o sistema sem se preo-
Desse modo, em uma reação quí- cupar com a vizinhança.
mica, a variação de energia interna tam-
bém será energia dos produtos (final)
menos dos reagentes (inicial). • SEGUNDA LEI DA TER-
MDOINÂMICA
∆𝑬 = 𝑬𝒑𝒓𝒐𝒅𝒖𝒕𝒐𝒔 − 𝑬𝒓𝒆𝒂𝒈𝒆𝒏𝒕𝒆𝒔
A Segunda Lei da Termodinâmica
Assim,
foca em prever se um processo físico-
∆𝐸 > 0: 𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎 𝑎𝑏𝑠𝑜𝑟𝑣𝑒 𝑒𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 químico é espontâneo ou não. Desse
modo, a Química, costuma definir entro-
∆𝐸 < 0: 𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎 𝑙𝑖𝑏𝑒𝑟𝑎 𝑒𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎
pia, entalpia e energias livres (só vere-
mos a energia de Gibbs) para esse fim.

• PRIMEIRA LEI DA TERMO-


DINÂMICA
• ENTROPIA (∆𝑆)
A primeira lei da termodinâmica re-
A medida da desordem de um sis-
fere-se à conservação de energia do sis-
tema é chamada entropia (S). Quanto
tema.
maior a desordem, maior a entropia. A
Assim, se o sistema é isolado, a ener- variação de entropia (∆𝑆) do sistema é
gia interna é constante. Entretanto, se o calculada pela expressão:
sistema permite a troca com o ambiente,
∆𝑺 = 𝑺𝒑𝒓𝒐𝒅𝒖𝒕𝒐𝒔 − 𝑺𝒓𝒆𝒂𝒈𝒆𝒏𝒕𝒆𝒔

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QUÍMICA 1 – IDEIA

Obs.: Para um sistema ser espontâ- Ex.: CaCO3 (s)→ CaO (s) + CO2 (g)
neo a variação da entropia do universo
∆H = 177,5kJ/mol > 0
(sistema mais vizinhança) tem de ser po-
sitiva (“universo se expande”). Con- ➢ Entalpia Padrão (Ho)
tudo, normalmente, não é fácil calcular
Entalpia padrão é convencionada
a entropia da vizinhança, sendo necessá-
como energia de uma substância no seu
rio, para isto, a compreensão de ental-
estado padrão (forma mais estável a 1atm
pia.
e 25oC). Assim não fará sentido, por
exemplo, entalpia padrão para o vapor de
água, pois nessas condições de tempera-
• ENTALPIA (∆𝐻) tura e pressão, o estado mais estável para
Entalpia foi um conceito criado por a água é líquido.
J.W. Gibbs e refere-se a uma energia cri- Substâncias simples (formadas por
ada para facilitar a previsão ou explica- um tipo de átomo), no estado padrão e na
ção da espontaneidade dos processos. A forma alotrópica mais estável (mais co-
Entalpia, assim como a energia interna e mum), tem entalpia igual a zero.
a entropia, é uma função de estado (basta
saber a situação inicial e final dos pro- Obs.: alotropia é a capacidade de
cessos). um mesmo elemento (átomo) formar
mais de uma substância simples.
∆𝑯 = 𝑯𝒑𝒓𝒐𝒅𝒖𝒕𝒐𝒔 − 𝑯𝒓𝒆𝒂𝒈𝒆𝒏𝒕𝒆𝒔
Ex.: O carbono pode formar tanto o
Além disso, quando: grafite (Cgraf., Ho=0) como o diamante
∆𝐻 > 0, diz-se que o processo é exer- (Cdiam., Ho≠0).
gônico ou exotérmico (libera energia). ➢ Entalpia de formação
Figura: processo endotérmico
Entalpia de formação é o calor libe-
rado ou absorvido na formação de 1mol
de uma substância a partir de substâncias
simples, no estado padrão, com H=0.
Ex.: H2(g) + Srômb + 2O2 →1H2SO4(l)
Ex.: N2 (g) + 3H2 (g)→ 2NH3 (g) ∆H= -813,8 kJ/mol
∆H = -92,2kJ/mol < 0 ➢ Entalpia de combustão
∆𝐻 < 0, diz-se que o processo é en- Entalpia de combustão é a energia li-
dergônico ou endotérmico (absorve berada na combustão completa de 1mol
energia). de uma substância no estado padrão.
Figura: processo endotérmico Ex.: C2H6O(l) + 3O2(g) →2CO2(g) +
3H2O(l)

∆H= -286 kJ/mol

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QUÍMICA 1 – IDEIA

➢ Entalpia de ligação exemplo, armazenada em uma pilha, a


temperatura e pressão constantes.
Energia de ligação é a energia absor-
vida na quebra de 1mol de ligações, no ∆G < 0 → liberação de energia livre.
estado gasoso, a 25oC e 1 atm.
∆G > 0 → Absorção de energia livre.
Ex.: H-H (g)→ H (g) + H (g)

∆H= +436 kJ/mol • EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO


➢ Lei de Hess F1) Glicólise é um processo que ocorre
Pelo fato da entalpia ser uma função nas células, convertendo glicose em pi-
ruvato. Durante a prática de exercícios
de estado, importa, apenas, saber as con-
físicos que demandam grande quanti-
dições iniciais e terminais do sistema,
dade de esforço, a glicose é completa-
pode-se encontrar a entalpia de um pro-
mente oxidada na presença de O2. Entre-
cesso direto pela soma de todas as ental- tanto, em alguns casos, as células muscu-
pias de processos intermediários (ainda lares podem sofrer um déficit de O2 e a
que eles não sejam reais). glicose ser convertida em duas molécu-
Ex.: las de ácido lático. As equações termo-
químicas para a combustão da glicose e
do ácido lático são, respectivamente,
mostradas a seguir:
C6H12O6 (s) + 6 O2 (g) → 6 CO2 (g) + 6
H2O (l)
∆cH = −2 800 kJ

➢ Energia livre de Gibbs CH3CH(OH)COOH (s) + 3 O2 (g) → 3


CO2 (g) + 3 H2O (l)
Lembrando que o objetivo da se-
gunda lei da termodinâmica é prever a ∆cH = −1 344 kJ
espontaneidade dos processos físico-quí- O processo anaeróbico é menos vanta-
micos, pode-se fazer essa previsão anali- joso energeticamente porque
sando a entropia e a entalpia. Desse
a) libera 112 kJ por mol de glicose.
modo, pode-se definir a energia livre de
Gibbs(∆G) como: b) libera 467 kJ por mol de glicose.

∆G = ∆H - T. ∆S c) libera 2 688 kJ por mol de glicose.

∆G < 0 → reação espontânea. d) absorve 1 344 kJ por mol de glicose.

∆G > 0 → reação não-espontânea. e) absorve 2 800 kJ por mol de glicose.

∆G = 0 → equilíbrio. F2) O aquecimento de um material por


irradiação com micro-ondas ocorre por
Além disso, a energia livre de Gibbs causa da interação da onda eletromagné-
(∆G) pode ser entendida como o trabalho tica com o dipolo elétrico da molécula.
máximo não expansivo, a energia, por Um importante atributo do aquecimento
por micro-ondas é a absorção direta da

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QUÍMICA 1 – IDEIA

energia pelo material a ser aquecido. As-


sim, esse aquecimento é seletivo e de-
penderá, principalmente, da constante
dielétrica e da frequência de relaxação do
material. O gráfico mostra a taxa de
aquecimento de cinco solventes sob irra-
diação de micro-ondas.
Neste contexto, qual dos combustíveis,
quando queimado completamente, libera
mais dióxido de carbono no ambiente
pela mesma quantidade de energia pro-
duzida?
a) Benzeno.
b) Metano.
c) Glicose.
d) Octano.
No gráfico, qual solvente apresenta taxa e) Etanol.
média de aquecimento mais próxima de
zero, no intervalo de 0s a 40 s? F4) O abastecimento de nossas necessi-
dades energéticas futuras dependerá cer-
a) H2O tamente do desenvolvimento de tecnolo-
b) CH3OH gias para aproveitar a energia solar com
maior eficiência. A energia solar é a
c) CH3CH2OH maior fonte de energia mundial. Num dia
d) CH3CH2CH2OH ensolarado, por exemplo, aproximada-
mente 1 kJ de energia solar atinge cada
e) CH3CH2CH2CH2CH2CH3 metro quadrado de superfície terrestre
por segundo. No entanto, o aproveita-
F3) Um dos problemas dos combustíveis
mento dessa energia é difícil porque ela
que contêm carbono é que sua queima
é diluída (distribuída por uma área muito
produz dióxido de carbono. Portanto,
extensa) e oscila com o horário e as con-
uma característica importante, ao se es-
dições climáticas. O uso efetivo da ener-
colher um combustível, é analisar seu ca-
gia solar depende de formas de estocar a
lor de combustão (Hcº) definido como a
energia coletada para o uso posterior.
energia liberada na queima completa de
um mol de combustível no estado pa- BROWN, T. Química e Ciência Central.
drão. O quadro seguinte relaciona algu- São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005.
mas substâncias que contêm carbono e
Atualmente, uma das formas de se utili-
seu Hcº
zar a energia solar tem sido armazená-la
por meio de processos químicos endotér-
micos que mais tarde podem ser reverti-
dos para liberar calor. Considerando a re-
ação: CH4 (g) + H2O (v) + calor ↔ CO

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QUÍMICA 1 – IDEIA

(g) + 3H2 (g) e analisando-a como poten-


cial mecanismo para aproveitamento
posterior da energia solar, conclui-se que
se trata de uma estratégia
a) insatisfatória, pois a reação apresen-
Massas molares (g.mol-1): H2 = 2; O2 =
tada não permite que a energia presente
32; H2O = 18.
no meio externo seja absorvida pelo sis-
tema para ser utilizada posteriormente. Qual é a variação da entalpia, em quilo-
joule, da reação de combustão do hidro-
b) insatisfatória, uma vez que há forma-
gênio contido no cilindro?
ção de gases poluentes e com potencial
poder explosivo, tornando-a uma reação a) − 242 000
perigosa e de difícil controle.
b) − 121 000
c) insatisfatória, uma vez que a a forma-
c) − 2 500
ção do gás CO que não possui conteúdo
energético passível de ser aproveitado d) + 110 500
posteriormente e é considerado um gás
poluente. e) + 234 000

d) satisfatória, uma vez que a reação di- F6) Por meio de reações químicas que
reta ocorre com absorção de calor e pro- envolvem carboidratos, lipídeos e prote-
move a formação das substâncias com- ínas, nossas células obtêm energia e pro-
bustíveis que poderão ser utilizadas pos- duzem gás carbônico e água. A oxidação
teriormente para a obtenção de energia e da glicose no organismo humano libera
realização de trabalho útil. energia, conforme ilustra a equação quí-
mica, sendo que 40% dela é disponibili-
e) satisfatória, uma vez que a reação di- zada para atividade muscular.
reta ocorre com liberação de calor ha-
C6H12O6 (s) + 6 O2 (g) → 6 CO2 (g) + 6
vendo ainda a formação das substâncias
H2O (l) ∆H = −2 800 kJ
combustíveis que poderão ser utilizadas
posteriormente para a obtenção de ener- Massas molares (em g/mol-1): H = 1; C =
gia a realização de trabalho útil. 12; O = 16.

F5) O gás hidrogênio é considerado um Na oxidação de um 1,0 grama de glicose,


ótimo combustível — o único produto da a energia obtida para atividade muscular,
combustão desse gás é o vapor de água, em quilojoule, é mais próxima de:
como mostrado na equação química. a) 6,2
2 H2 (g) + O2 (g) → 2 H2O (g) b) 15,6
Um cilindro contém 1 kg de hidrogênio c) 70,0
e todo esse gás foi queimado.
d) 622,2
Nessa reação, são rompidas e formadas
ligações químicas que envolvem as ener- e) 1120,0
gias listadas no quadro.
F7) O ferro é encontrado na natureza na
forma de seus minérios, tais como a he-
matita (α-Fe2O3), a magnetita (Fe3O4) e a

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QUÍMICA 1 – IDEIA

wustita (FeO). Na siderurgia, o ferro- substâncias participantes, nas mesmas


gusa é obtido pela fusão dos minérios de condições experimentais:
ferro em alto forno em condições ade-
I. C2H2 (g) + 5/2O2 (g) → 2CO2 (g) +
quadas. Uma das etapas nesse processo é
H2O (l)
a formação do monóxido de carbono. O
CO (gasoso) é usado para reduzir o FeO ∆Hco = –310 kcal/mol
(sólido), conforme a equação química:
II. C6H6 (l) + 15/2O2(g) → 6CO2(g) +
FeO (s) + CO (g) → Fe (s) + CO2 (g) 3H2O(l)
Considere as seguintes equações termo- ∆Hco = –780 kcal/mol
químicas:
A variação de entalpia do processo de tri-
Fe2O3 (s) + 3 CO (g) → 2 Fe (s) + 3 merização, em kcal, para a formação de
CO2 (g) um mol de benzeno é mais próxima de
∆cH = −25 kJ/mol de Fe2O3 a) -1090.
3 FeO (s) + CO2 (g) → Fe3O4 (s) + CO b) -150.
(g)
c) -50.
∆cH = −36 kJ/mol de CO2
d) +157.
2 Fe3O4 (s) + CO2 (g) → 3 Fe2O3 (s) +
CO (g) e) +470.

∆cH = +47 kJ/mol de CO2 F9) A entropia é uma função de estado


que indica o grau de desordem de um sis-
O valor mais próximo de tema. Considerando que, em uma trans-
a) -14 formação reversível e isotérmica, o sis-
tema absorveu 4,5 kcal a uma tempera-
b) -17 tura de 67 oC, a variação de entropia é
aproximadamente
c) -50
a) − 13,23 cal/K.
d) -64
b) + 12,43 cal/K.
e) -100
c) − 12,43 cal/K.
F8) O benzeno, um importante solvente
para a indústria química, é obtido indus- d) + 13,23 cal/K.
trialmente pela destilação do petróleo.
Contudo, também pode ser sintetizado F10) Acerca da reação abaixo, H2(g) +
pela trimerização do acetileno catalisada CO2(g) → H2O(g) + CO(g) 25°C, 1 atm
por ferro metálico sob altas temperatu- são feitas as seguintes afirmações:
ras, conforme a equação química: I - A reação é espontânea a 25°C e 1atm;
3C2H2(g) → C6H6(l) II - Um aumento na temperatura torna a
A energia envolvida nesse processo pode reação mais espontânea;
ser calculada indiretamente pela variação III - A entropia padrão do H2 a 25°C é
de entalpia das reações de combustão das zero;

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QUÍMICA 1 – IDEIA

IV - A reação ocorre com absorção de ca- vista econômico, é mais vantajoso utili-
lor. zar
Sendo dados a) metanol, pois sua combustão completa
fornece, aproximadamente, 22,7 kJ de
ΔS° (reação) = 42,4 J/mol.K
energia por litro de combustível quei-
ΔHf (CO2(g)) = -393,5 kJ/mol mado.

ΔHf (H2O(g)) = -241,8 kJ/mol b) etanol, pois sua combustão completa


fornece, aproximadamente, 29,7 kJ de
ΔHf (CO(g)) = -110,5 kJ/mol energia por litro de combustível quei-
estão CORRETAS as afirmações mado.

a) I e II. c) metanol, pois sua combustão completa


fornece, aproximadamente, 17,9 MJ de
b) I e III. energia por litro de combustível quei-
c) II e III. mado.

d) II e IV. d) etanol, pois sua combustão completa


fornece, aproximadamente, 23,5 MJ de
e) III e IV. energia por litro de combustível quei-
mado.
• EXERCÍCIOS PROPOSTOS
e) etanol, pois sua combustão completa
P1) No que tange à tecnologia de com-
fornece, aproximadamente, 33,7 MJ de
bustíveis alternativos, muitos especialis-
energia por litro de combustível quei-
tas em energia acreditam que os álcoois
mado.
vão crescer em importância em um fu-
turo próximo. Realmente, álcoois como P2) Nas últimas décadas, o efeito estufa
metanol e etenol têm encontrado alguns tem-se intensificado de maneira preocu-
nichos para uso doméstico como com- pante, sendo esse efeito muitas vezes
bustíveis há muitas décadas e, recente- atribuído à intensa liberação de CO2 du-
mente, vêm obtendo uma aceitação cada rante a queima de combustíveis fósseis
vez maior como aditivos ou mesmo para geração de energia. O quadro traz as
como substitutos para a gasolina em veí- entalpias-padrão de combustão a 25 oC
culos. Algumas das propriedades físicas (ΔHo25) do metano, do butano e do oc-
desses combustíveis são mostradas no tano.
quadro seguinte:

À medida que aumenta a consciência so-


bre os impactos ambientais relacionados
ao uso da energia, cresce a importância
de se criar políticas de incentivo ao uso
Considere que, em pequenos volumes, o de combustíveis mais eficientes. Nesse
custo de produção de ambos os alcoóis sentido, considerando-se que o metano, o
seja o mesmo. Dessa forma, do ponto de butano e o octano sejam representativos

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QUÍMICA 1 – IDEIA

do gás natural, do gás liquefeito de petró- do calor trocado entre cada uma das
leo (GLP) e da gasolina, respectiva- amostras e a vizinhança.
mente, então, a partir dos dados forneci-
Dados: ΔHf e ΔHv representam as varia-
dos, é possível concluir que, do ponto de
ções de entalpia de fusão e de vaporiza-
vista da quantidade de calor obtido por
ção, respectivamente, e cp é o calor espe-
mol de CO2 gerado, a ordem crescente
cífico.
desses três combustíveis é
a) gasolina, GLP e gás natural.
b) gás natural, gasolina e GLP.
c) gasolina, gás natural e GLP.
d) gás natural, GLP e gasolina.
e) GLP, gás natural e gasolina.
P3) Considerando o capítulo de termodi-
nâmica química, atente para as seguintes
proposições: Assinale a opção errada em relação à
comparação das grandezas termodinâmi-
I. A energia livre depende da tempera- cas.
tura.
a) ΔHf (I) < ΔHf(II)
II. Todas as reações exotérmicas são es-
pontâneas. b) ΔHv (I) < ΔHv (II)

III. Em uma reação química, a variação c) cp,I(s) < cp,II(s)


de entropia é sempre positiva. d) cp,II(g) < cp,I(g)
IV. Em algumas reações químicas, a va- e) cp,II(1) < cp,I(1)
riação de entalpia coincide com a varia-
ção da energia interna. P5) O aproveitamento de resíduos flores-
tais vem se tornando cada dia mais atra-
V. A variação de entropia de uma reação tivo, pois eles são uma fonte renovável
espontânea pode ser negativa. de energia.
É correto somente o que se afirma em A figura representa a queima de um bio-
a) I, IV e V. óleo extraído do resíduo de madeira,
sendo ΔH1 a variação de entalpia devido
b) I, III e IV. à queima de 1g desse bio-óleo, resul-
c) II e V. tando em gás carbônico e água líquida, e
ΔH2 a variação de entalpia envolvida na
d) II e III. conversão de 1g de água no estado ga-
P4) Amostras de massas iguais de duas soso para o estado líquido.
substâncias, I e II, foram submetidas in-
dependentemente a um processo de
aquecimento em atmosfera inerte e a
pressão constante. O gráfico abaixo mos-
tra a variação da temperatura em função

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QUÍMICA 1 – IDEIA

d) São exigidas 94 kcal para decompor


CO2 em seus elementos.
P8) O biogás produzido pela fermenta-
ção de matérias orgânicas animais ou ve-
getais na ausência do oxigênio é uma
mistura composta essencialmente de me-
tano e dióxido de carbono. O metano re-
age com o oxigênio produzindo gás car-
A variação de entalpia, em kJ, para a
bônico e água. Considere os seguintes
queima de 5 g desse bio-óleo resultando
valores de entalpia abaixo a 300 K:
em CO2 (gasoso) e H2O (gasoso) é:
CH4(g) CO2(g) H2O(v)
a) -106.
ΔH° –26,30 –93,20 57,40
b) -94,0. Kcal/mol

c) -82,0.
Assim, é correto afirmar que a entalpia
d) -21,2.
padrão da combustão do metano em
e) -16,4. kcal/mol será, aproximadamente,
P6) Em uma reação de formação do trió- a) –91,00.
xido de alumínio a partir de 5,4 g de alu-
b) –182,00.
mínio com oxigênio suficiente, a tempe-
ratura da água sofre um acréscimo de 20 c) –124,30.
°C. Assim, é correto afirmar que a ental-
d) –176,90.
pia de formação do trióxido de alumínio
é P9) Considerando a equação de forma-
a) 420 kcal. ção da glicose não balanceada C + H2 +
O2 → C6H12O6, atente às seguintes equa-
b) 400 kcal. ções:
b) 380 kcal. I. C + O2 → CO2 ΔH = −94,1 kcal
c) 370 kcal. II. H2 + 1⁄2 O2 → H2O ΔH = −68,3 kcal
P7) A partir da reação de carbono com III. C6H12O6 + 6O2 → 6CO2 + 6 H2O ΔH
oxigênio, foram produzidos 8,96 L de = −673,0 kcal
dióxido de carbono e envolvidas 37,6
A massa de glicose formada a partir da
kcal. Baseado nessas informações, assi-
reação de 14,4 g de carbono e sua ental-
nale a afirmação verdadeira.
pia de formação em kcal/mol serão, res-
a) A reação é endotérmica. pectivamente,
b) São exigidas 23,5 kcal para formar 11 a) 36 g e +301,4 kcal/mol.
g de CO2(g).
b) 36 g e −301,4 kcal/mol.
c) A soma das entalpias dos produtos é
c) 18 g e −201,4 kcal/mol.
maior que a soma das entalpias dos rea-
gentes. d) 18 g e +201,4 kcal/mol.

P á g i n a | 10
QUÍMICA 1 – IDEIA

P10) Um estudante de química, usando Terceira etapa: C(s) + O2(g) → CO2(g)


um calorímetro caseiro com temperatura ∆H3 = – 94,1 kcal
25 °C e 1 atm de pressão, queimou 5 mL
Etapa global: CH4(g) + 2O2(g) →
de etanol produzindo dióxido de carbono
CO2(g) + 2H2O(l) ∆Hc = ?
gasoso e água líquida. Sabendo-se que a
densidade absoluta do etanol é 0,79 Assinale o que for correto.
g/mL e o calor produzido a pressão cons-
tante é 28 kcal, a variação de entalpia de 01) A combustão do metano é uma rea-
combustão do etanol é aproximadamente ção exotérmica, em que a entalpia dos
produtos é menor que a entalpia dos rea-
a) - 326,00 kcal/mol. gentes.
b) - 163,00 kcal/mol. 02) A equação termoquímica da etapa
global resulta da soma das equações das
c) + 326,00 kcal/mol.
etapas intermediárias.
d) + 163,00 kcal/mol.
04) Cada mol de metano que sofre com-
P11) A oxidação do carbono a dióxido bustão libera 1 mol de gás carbônico.
de carbono pode ocorrer em dois passos:
08) Nas etapas 2 e 3, ocorre absorção de
C (s) + ½ O2(g) → CO (g) ΔH = – 110,5
0 calor do meio ambiente.
kJ
16) A soma das três etapas permite o cál-
CO (g) + ½ O2(g) → CO2(g) ΔH = – 0 culo do calor molar de combustão do CH
283,0 kJ 4 na etapa global: ∆Hc = – 212,8 kcal
A reação total e o valor da entalpia total P13) Considere as seguintes reações ter-
da reação são, respectivamente: moquímicas, ambas na mesma tempe-
ratura:
a) C (s) + ½ O2(g) → CO2(g); ΔH0= –
393,5kJ. N2(g) + 3 H2(g ) → 2 NH3(g) H1
b) C (s) + O2(g) → CO2(g); ΔH0= + N2(g) + 3 H2(g ) → 2 NH3(s) H2
393,5kJ.
A diferença entre as quantidades termo-
c) C (s) + O2(g) → CO2(g); ΔH0= – químicas (H1 – H2) pode ser correta-
393,5kJ. mente assinalada como igual:
d) C (s) + O2(g) → 2CO (g); ΔH0= + a) ao calor de fusão da amônia
393,5kJ.
b) a zero
e) C (s) + O2(g) → 2CO (g); ΔH0= –
393,5kJ. c) ao calor de fusão da amônia
d) ao calor de vaporização da amônia
P12) Considere as equações químicas re-
presentativas da combustão do metano, e) ao calor de sublimação da amônia.
em etapas:
P14) Para avaliar o "grau de desordem"
Primeira etapa: CH4(g) → C(s) + 2H2(g) de um sistema, os cientistas idealizaram
∆H1 = + 17,9 kcal uma grandeza denominada entropia,
Segunda etapa: 2 H2(g) + O2(g) → usualmente designada por S, tal que:
2H2O(l) ∆H2 = – 136,6 kcal

P á g i n a | 11
QUÍMICA 1 – IDEIA

1. Aumento de Desordem → Aumento Aula: 15 a 19 – Funções Orgânicas


de Entropia.
ΔS > 0, S(final) > S(inicial) • HIDROCARBONETOS
2. Aumento de Ordem → Diminuição de São compostos formados apenas por
Entropia. carbono e hidrogênio. Obedecem à fór-
ΔS < 0, S(final) < S(inicial) mula geral CxHy. São os principais for-
madores do petróleo, do gás natural, do
A transformação em que ocorre diminui- carvão mineral.
ção de entropia é:
As principais propriedades físicas
a) Ferro(s) → Ferro(l) desses compostos são:
b) C6H6(l) + 3H2(g) → C6H12(l) - Insolubilidade em água e solubili-
dade em solventes orgânicos apolares;
c) 2O3(g) → 3O2(g)
- Os hidrocarbonetos tem densidade
d) H2O(l) → H2O(v)
menor que 1,0 g/mL portanto flutuam na
P15) Com base no texto I e nos conheci- água;
mentos sobre termoquímica, assinale a
- Cadeias com um maior número de
alternativa correta. carbonos tendem a ser sólidas, enquanto
a) Com o decorrer dos anos, há o enve- cadeias com menos carbonos podem ser
lhecimento e a desorganização biológica líquidas ou na forma de gás;
do corpo humano, o que resulta em uma - Por serem compostos apolares, as
diminuição da entropia. forças intermoleculares existentes entre
eles são do tipo Dispersão de London ou
b) De acordo com o 2° princípio da ter-
Forças de Van der Waals), o que signi-
modinâmica, a entropia total de um pro-
fica que apresentam um baixo ponto de
cesso espontâneo ou uma reação espon- fusão e de ebulição.
tânea diminui independentemente da
temperatura. ➢ Alcanos

c) As reações químicas, por ocorrerem São compostos que apresentam so-


espontaneamente, processam-se com mente ligações simples entre carbonos,
possuindo fórmula genérica CnH2n+2. Al-
elevadas velocidades.
guns exemplos: CH4 (metano), C2H6
d) A vida se desenvolve às custas de (etano), C3H8 (propano).
transformar a energia recebida do Sol em
A nomenclatura dos alcanos tem
uma forma útil, ou seja, a capacidade de como sufixo a terminação "-ano". O pre-
manter a auto-organização, o que resulta fixo indica o número de carbonos con-
em diminuição da entropia. tido na cadeia principal, da seguinte
e) A tendência de processos ou de rea- forma:
ções aumentar a desordem do sistema Número de C Prefixo Alcano
ocorre de forma não espontânea. 1 Met - Metano
2 Et - Etano
3 Prop - Propano

P á g i n a | 12
QUÍMICA 1 – IDEIA

4 But - Butano 3) Havendo ramificações iguais, usa-


5 Pent - Pentano se os prefixos di, tri e tetra para indicar a
quantidade dessas ramificações;

A partir de cinco carbonos, segue-se 4) Havendo ramificações diferentes,


os prefixos "pent-", "hex-", "hept-", "oct- elas serão citadas em ordem alfabética.
", "non-", "dec-" para cinco, seis, sete, ➢ Alcenos
oito, nove e dez carbonos, respectiva-
mente. São hidrocarbonetos que apresentam
uma ligação dupla em sua cadeia. Gene-
E, daí em diante, temos: com 11 car- ralizando, sua fórmula é C2H2n. Exem-
bonos, undecano; com 12, dodecano; plos: C2H4 (eteno).
com 13, tridecano; com 14, tetradecano;
com 20, eicosano; com 30, triacontano; Diferenciam-se na nomenclatura dos
com 40, tetracontano; etc. alcanos pela sua terminação, ao invés de
"ano", terminam em "eno". No entanto,
Quando o alcano tem cadeia ramifi- também deve-se indicar a posição da li-
cada, devemos citar, além do nome da gação dupla na cadeia carbônica.
cadeia, o das ramificações. As ramifi-
cações mais simples são os grupos deri- A cadeia deve ser numerada a partir
vados dos próprios alcanos, pela “reti- da extremidade mais próxima da ligação
rada” de apenas um átomo de hidrogê- dupla e deve-se citar o menor dos dois
nio. Seus nomes derivam do alcano cor- números que abrangem a ligação dupla,
respondente, trocando-se a terminação escrevendo-o antes da terminação eno.
ANO por IL (daí o nome genérico de No caso de alcenos ramificados,
grupos alquil ou alquila). obrigatoriamente a cadeia principal con-
Figura: Ramificações mais comuns tém a ligação dupla.
Figura: Exemplos de Alcenos

Algumas regras são de suma impor-


tância para a nomenclatura de hidrocar-
bonetos:
➢ Alcinos
1) A cadeia carbônica deve ser
aquela com o maior número de carbonos São hidrocarbonetos que apresentam
ou com o maior número de ramificações; uma ligação tripla em sua cadeia car-
bônica. Sua fórmula geral é CnH2n-2.
2) A numeração da cadeia principal
deve ser realizada de tal forma que as ra- Na nomenclatura, se diferenciam dos
mificações recebam o menor número alcanos apenas pela adição de "ino" ao
possível; invés de "ano" nas terminações.

P á g i n a | 13
QUÍMICA 1 – IDEIA

As mesmas regras dos alcenos valem O mais simples dos compostos é o


para os alcinos, no tocante à influência benzeno, C6H6, que apresenta a seguinte
da insaturação na nomenclatura. fórmula estrutural:
➢ Ciclanos Figura: Benzeno

São hidrocarbonetos cíclicos, que


contém somente ligações simples em sua
estrutura. Apresentam fórmula geral
CnH2n. É comum representá-los por um
ciclo ou um anel. Na sua nomenclatura,
é adicionado o prefixo "ciclo".
Durante muitos anos os químicos se
Por exemplo, um ciclano de quatro esforçaram para descobrir como os seis
carbonos é o ciclobutano. átomos de carbono e os seis de hidrogê-
Figura: Exemplos de Ciclanos nio estavam “arrumados” no interior da
molécula de benzeno. Então, o químico
alemão Kekulé propôs a ideia do anel he-
xagonal, completada no ano seguinte
com a hipótese da existência de um par
de estruturas em equilíbrio, com alter-
nância das ligações duplas:
Figura: Ressonância das Ligações Pi

Em casos de ramificações, elas de-


vem ser citadas antes do nome do ci-
clano, por exemplo: 1-metil-ciclobutano,
Seus nomes são formados pela pala-
e no caso de haver mais de uma ramifi-
vra benzeno, precedida pelos nomes
cação, deve-se partir da ramificação mais
das ramificações; a numeração dos car-
simples percorrendo o ciclo no sentido
bonos do anel deve partir da ramifica-
horário ou anti-horário, de modo a ci-
ção mais simples e prosseguir no sen-
tar as outras ramificações por meio de
tido que resulte os menores números
números os menores possíveis.
possíveis.
Figura: Nomenclatura de ciclanos com várias
ramificações Figura: Nomenclatura de benzenos com ramifi-
cações

- Aromáticos
São hidrocarbonetos que apresentam
um ou mais anéis aromáticos (benzenos)
em sua estrutura.

P á g i n a | 14
QUÍMICA 1 – IDEIA

No caso de duas ramificações, são Em sua nomenclatura, utiliza-se a


bastante usados os prefixos orto (o), terminação "ol". Da mesma forma que os
meta (m) e para (p) a fim de indicar as alcenos, a cadeira principal também é
posições 1,2 (ou 1,6) /1,3 (ou 1,5) /1,4, aquela que contém o carbono ligado à hi-
respectivamente. droxila e deve-se indicar a posição em
que a hidroxila está localizada. Alguns
Figura: Posições orto, meta e para
exemplos:
Figura: Exemplos de Alcoóis

Os anéis aromáticos, enquanto clas-


sificados como ramificações, são deno-
minados de grupos Arila. Os principais
são os seguintes:
Figura: Ramificações Aromáticas

Os álcoois podem ser classificados:


- De acordo com a cadeia carbô-
nica

• ÁLCOOIS
São compostos orgânicos que con-
tém uma ou mais hidroxilas (OH) ligados
a um carbono saturado. A hidroxila é o
grupo funcional dessa função orgânica,
pois é a responsável pelas propriedades - De acordo com o número de hi-
químicas desses compostos. droxilas:
Figura: Diferenciação do álcool com outras fun- a) Monoálcool: apresenta apenas
ções orgânicas que também possuem OH uma OH.
Exemplo: etanol
b) Diálcool: apresenta duas OH.
Exemplo: etilenoglicol
c) Triálcool: apresenta três OH.

P á g i n a | 15
QUÍMICA 1 – IDEIA

Exemplo: glicerina A fórmula geral dos éteres é R–O–R


ou Ar–O–Ar ou Ar–O–R, uma vez que os
- De acordo com a posição da hi-
dois grupos podem ser iguais ou diferen-
droxila
tes entre si, bem como alifáticos ou aro-
a) Álcool primário: A hidroxila está máticos.
ligada a um carbono primário. Figura: Exemplos de éter. À esquerda, um éter
de alquila, à direita, um éter de arila.

b) Álcool secundário: A hidroxila


está ligada a um carbono secundário. Os éteres podem ser classificados em
simétricos (R-O-R) ou assimétricos (R-
O-R'), bem como em éteres alifáticos (R-
O-R), aromáticos (Ar-O-Ar) ou mistos
(R-O-Ar).
c) Álcool terciário: A hidroxila está
ligada a um carbono terciário. A nomenclatura Iupac dos éteres
contém a palavra ÓXI intercalada nos
nomes dos dois grupos formadores do
éter, da seguinte forma:

Algumas propriedades importantes


dos álcoois são:
A nomenclatura usual contém a pa-
- A viscosidade e a solubilidade dos lavra ÉTER seguida pelos nomes dos
álcoois em água também aumentam se o dois grupos, em ordem alfabética,
número de hidroxilas aumentarem. acrescidos da terminação ÍLICO
- Quanto maior o número de grupos
(-OH), mais intensas serão as interações
intermoleculares e maiores serão os pon-
tos de fusão e ebulição dos álcoois. Segue-se alguns exemplos:
- Os monoálcoois possuem pontos de
fusão e ebulição mais elevados em com-
paração aos hidrocarbonetos de igual
massa molecular, devido à formação de
ligações por ponte de hidrogênio entre
suas moléculas.

• ÉTERES Algumas propriedades dos éteres:

São compostos orgânicos em que o - São insolúveis em água, mas solú-


oxigênio está diretamente ligado a duas veis em diversos solventes orgânicos.
cadeias carbônicas (ou seja, a dois gru- - À temperatura ambiente podem ser
pos alquila ou arila). sólidos, líquidos ou gasosos, depen-
dendo do tamanho da cadeia carbônica.

P á g i n a | 16
QUÍMICA 1 – IDEIA

• ALDEÍDOS E CETONAS
Aldeídos são compostos que apre-
sentam o grupo funcional -COH, deno-
minado aldoxila, metanoíla ou formila.
Já as cetonas são compostos que
apresentam o grupo funcional -CO-, de-
nominado de carbonila.
Algumas propriedades importantes
Como a carbonila está também pre- de aldeídos e cetonas:
sente nos aldeídos, costuma-se chamar
- Devido à presença do grupo carbo-
aldeídos e cetonas, em conjunto, de com-
nila, são compostos altamente reativos,
postos carbonílicos. Segue-se os exem-
realizando várias reações orgânicas.
plos:
- A ligação dupla do grupo carbonila
(C = O) tem dois átomos que têm dife-
renças em sua avidez por elétrons, o que
confere eletronegatividade.
- O oxigênio atrai os elétrons mais
fortemente do que o carbono, de modo
que a nuvem eletrônica se move em dire-
A nomenclatura dos aldeídos é feita ção a ele, tornando a ligação dupla entre
com a terminação "al". A cadeia princi- o carbono e o oxigênio polar, com um
pal é a mais longa que inclui o grupo — importante momento de dipolo.
CHO, e a numeração é feita a partir desse - O ponto de ebulição e a solubili-
grupo. Segue-se os exemplos: dade dos aldeídos e cetonas são maiores
do que os compostos químicos não pola-
res com pesos moleculares semelhantes,
como é o caso dos hidrocarbonetos.

• ÁCIDOS CARBOXÍLICOS
Uma particularidade é o benzaldeído,
o qual é um aldeído de anel aromático. São compostos orgânicos com um ou
mais grupos funcionais -COOH, deno-
Figura: Benzaldeído minados grupos carboxila. Sendo mono-
valente, a carboxila só pode aparecer em
extremidades de cadeias ou de ramifica-
ções. A carboxila representa também o
estado mais oxidado (oxigenado) do
carbono numa cadeia carbônica:
Já sobre as cetonas, sua nomencla-
tura contém a terminação "ona". Segue-
se os exemplos:
Os ácidos carboxílicos podem ser
classificados em alifáticos, aromáticos,

P á g i n a | 17
QUÍMICA 1 – IDEIA

monocarboxílicos (quando contém ape-


nas uma carboxila), dicarboxílicos
(quando apresentam duas carboxilas).
A nomenclatura dos ácidos carboxí-
licos possui a terminação "óico". A ca-
deia principal é a mais longa que inclui a Os sais orgânicos são formados da
carboxila, e a numeração é feita a partir mesma maneira dos sais inorgânicos:
do carbono da própria carboxila. através de uma reação ácido-base. Ou
seja, o ácido carboxílico reagirá com
Segue-se os exemplos:
uma base, formando sal e água. Essa re-
ação é utilizada, por exemplo, para a pro-
dução de sabões.
Figura: Reação ácido-base

Algumas propriedades importantes


dos ácidos carboxílicos:
A nomenclatura dos sais é o mesmo
- São compostos polares, solúveis em dos sais inorgânicos: o nome do ânion +
água. A solubilidade, em geral, diminui nome do cátion. Por exemplo, o ácido
com o aumento da cadeia carbônica; os acético reagindo com o hidróxido de só-
sólidos são totalmente insolúveis. dio formará o acetato de sódio.
- Nos ácidos carboxílicos, além da
Ésteres orgânicos são compostos
forte polarização da ligação dupla car-
formados pela troca do hidrogênio pre-
bono-oxigênio, o grupo hidroxila forma
sente na carboxila dos ácidos carboxíli-
ligações de hidrogênio com outras molé-
culas polarizadas, como água, álcoois e cos por um grupo alquila ou arila. Sua
outros ácidos carboxílicos. nomenclatura é semelhante a dos sais.

- Os seus pontos de ebulição são mai- Segue os exemplos:


ores que os pontos de ebulição dos alca-
nos, haletos de alquila, aldeídos, cetonas
e álcoois de similar peso molecular.

• DERIVADOS DE ÁCIDOS
CARBOXÍLICOS • AMINAS

Compreendem: São compostos teoricamente deriva-


dos do NH3, pela substituição de um,
dois ou três hidrogênios por grupos al-
quila ou arila.

P á g i n a | 18
QUÍMICA 1 – IDEIA

As aminas podem ser primárias


(quando estão ligadas somente a um car-
bono), secundárias (quando estão ligadas Ao contrário das aminas, não são co-
a dois carbonos) ou terciárias (quando muns amidas com dois ou três grupos
estão ligadas a três carbonos). Também acila no mesmo nitrogênio (que seriam,
podem ser classificadas em monoami- então, amidas secundárias e terciárias).
nas, diaminas e triaminas, conforme o
número de grupos amino na cadeia car- No entanto, são comuns amidas com
bônica. substituinte alquila ou arila no nitrogê-
nio:
Figura: Classificação de Aminas

Os nomes das amidas derivam dos


Os nomes das aminas são formados ácidos correspondentes, trocando-se a
com a terminação "amina". No entanto, terminação "óico" (da nomenclatura ofi-
são usados nomes especiais, principal- cial dos ácidos carboxílicos) ou "ico" (da
mente para aminas aromáticas. nomenclatura usual dos ácidos carboxíli-
cos) por "amida".
Segue-se os exemplos:

• COMPOSTOS SULFURA-
Visto que o nitrogênio é um elemento DOS
eletronegativo, atraindo os elétrons com Os compostos sulfurados ou tiocom-
mais força, as moléculas das aminas são postos são estruturas orgânicas que pos-
polares. Os átomos de nitrogênio e de hi- suem um ou mais átomos de enxofre (S)
drogênio de moléculas vizinhas costu- em sua estrutura.
mam interagir por meio de ligações de
hidrogênio. Isso só não ocorre no caso - Tiol (Tioálcool): são semelhantes
das aminas terciárias, que não possuem aos álcoois e também podem ser chama-
átomos de hidrogênio ligados ao nitrogê- dos de mercaptanas (do latim, capturado-
nio. res de mercúrio), pois reagem com o
mercúrio formando precipitados.
radical + tiol
• AMIDAS
- Tioéter: são semelhantes aos éteres
São compostos derivados teorica- e também podem ser chamados de sulfe-
mente do NH3 pela substituição de um tos.
hidrogênio por um grupo acila, ou seja,
apresentam o grupo funcional -CONH2.

P á g i n a | 19
QUÍMICA 1 – IDEIA

sulfeto de + nome do radical + nome F3) Sobre o etanol, cuja fórmula estrutu-
do radical + a ral é H3C ─ CH2 ─ OH, identifique a al-
ternativa incorreta:
Além disso, existem também:
a) Apresenta cadeia carbônica saturada.
b) É uma base inorgânica.
c) É solúvel em água.
d) É um monoálcool.
e) Apresenta cadeia carbônica homogê-
nea.
F4) O óleo de rosas tem fórmula estrutu-
ral

• EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
F1) Alcinos são hidrocarbonetos:
É incorreto afirmar que:
a) alifáticos saturados.
a) é um álcool.
b) alicíclicos saturados.
b) possui somente um carbono terciário
c) alifáticos insaturados com dupla liga- em sua estrutura.
ção.
c) é um ciclano.
d) alicíclicos insaturados com tripla liga-
d) tem fórmula molecular C8H10O.
ção.
e) possui um anel benzênico em sua es-
e) alifáticos insaturados com tripla liga-
trutura.
ção.
F5) De acordo com a IUPAC, qual o
F2) O octano é um dos principais consti-
nome do composto da fórmula a seguir?
tuintes da gasolina, que é uma mistura de
hidrocarbonetos. A fórmula molecular
do octano é:
a) C8H18
b) C8H16
a) 5 – etil – 2 – hexanol
c) C8H14
b) 3 – metil – 6 – heptanol
d) C12H24
c) 2 – etil – 2 – hexano
e) C18H38
d) 5 – metil – 2 – heptanol
e) 2 – cloro – 3 – metil hexano

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QUÍMICA 1 – IDEIA

F6) O uso de sabão em pó comum em d) O citral tem carbonos secundários e


máquinas de lavar pode danificar o equi- primários.
pamento, principalmente por causa da
F8) O nome correto do composto abaixo,
formação de espuma. O mercado dispõe
de acordo com a IUPAC, é:
de detergentes não iônicos, que não pro-
duzem muita espuma. Outra vantagem é
a capacidade de remoção de material
graxo e de terra mesmo em água fria. A
substância usada para esse fim tem a fór-
mula estrutural representada a seguir:
a) 3-fenil-5-isopropil-6-metil-octanal
b) 3-fenil-5-sec-butil-6-metil-heptanal
Sobre essa substância, pode-se concluir
que: c) 3-fenil-5-isopropil-6-metil-octanol
a) Apresenta o grupo ácido carboxílico d) 2-fenil-4-isopropil-5-metil-octanal
b) É formada por moléculas que apresen- e) 4-isopropil-2-fenil-5-metil-heptanal
tam 12 átomos de carbono.
F9) Na vitamina K3 (fórmula abaixo),
c) É formada por moléculas insaturadas. reconhece-se o grupo funcional:
d) Apresenta o grupo anidrido.
e) Apresenta as funções éter e álcool.
F7) Os aldeídos com poucos átomos de
carbono na cadeia possuem odores desa-
gradáveis, mas certos aldeídos de alto
peso molecular têm odores agradáveis e a) ácido carboxílico.
são usados na fabricação de perfumes, b) aldeído.
cosméticos, sabões. O citral tem forte sa-
bor de limão, sendo usado como aroma- c) éter.
tizante cítrico. d) fenol.
e) cetona.
F10) A cetona é um composto carboní-
Observando-se a fórmula estrutural do lico com 3 átomos de carbono e cadeia
citral está incorreto afirmar que: saturada. Sua fórmula molecular é:

a) Seu nome científico é 3,7-dimetil-2,6- a) C3H6O


octadienal. b) C3H7O
b) Seu nome científico é 2,6-dimetil-2,6- c) C3H8O
octadienal.
d) C3H8O2
c) Sua fórmula molecular é C10H16O.
e) C3H8O3

P á g i n a | 21
QUÍMICA 1 – IDEIA

F11) O ácido acrílico é uma substância


líquida em temperatura ambiente, apre-
senta como principal característica um
cheiro irritante e possui boa solubilidade
em água e em alguns solventes orgâni-
cos, como a acetona. Veja sua fórmula
estrutural:

Os ácidos orgânicos (I) e (II), produzidos


pelo metabolismo do açúcar, são, respec-
tivamente,
Marque a alternativa que apresenta o a) 2-hidróxi-etanoico e propanoico.
nome oficial (IUPAC) para o composto
b) 2-hidróxi-propanoico e propanoico.
em questão:
c) 2-hidróxi-propanoico e etanoico.
a) ácido prop-2-enoico
d) 2-hidróxi-etanoico e etanoico.
b) ácido prop-1-enoico
F13) O butirato de etila, largamente uti-
c) ácido propiônico
lizado na indústria, é a molécula que con-
d) ácido prop-3-enoico fere sabor de abacaxi a balas, pudins, ge-
latinas, bolos e outros. Esse composto é
e) ácido propenol
classificado como
F12) O esmalte dental é constituído pela
a) álcool
hidroxiapatita, que, na presença de água,
vem representada pelo seguinte equilí- b) éster
brio químico:
c) aldeído
d) ácido
e) cetona
F14) Indique o ácido e o álcool que são
necessários para a reação de obtenção do
Dois fatores que alteram o equilíbrio da éster propanoato de metila.
reação acima são o pH e as concentra-
a) Ácido acético e metanol.
ções dos íons. A cárie dentária é provo-
cada pela ação da placa bacteriana no es- b) Ácido metanoico e propanol.
malte do dente. O açúcar metabolizado
c) Ácido propílico e etanol.
pelas bactérias é transformado em ácidos
orgânicos. Na tabela abaixo, estão apre- d) Ácido etanoico e propanol.
sentados alguns desses ácidos:
e) Ácido propílico e metanol.

P á g i n a | 22
QUÍMICA 1 – IDEIA

F15) Deseja-se obter a partir do geraniol O nome do composto fornecido é:


(estrutura A) o aromatizante que tem o
a) Hex-2-enoato de potássio
odor de rosas (estrutura B).
b) Propenoato de potássio
c) But-2-enoato de potássio
d) Butanoato de potássio
e) Pent-2-enoato de potássio
F18) Um dos episódios da final da Copa
da França de 1998 mais noticiados no
Brasil e no mundo foi "o caso Ronaldi-
Para isso, faz-se reagir o geraniol com: nho". Especialistas apontaram: estresse,
a) álcool metílico (metanol). depressão, ansiedade e pânico podem ter
provocado a má atuação do jogador bra-
b) aldeído fórmico (metanal). sileiro. Na confirmação da hipótese de
c) ácido fórmico (ácido metanoico). estresse, teriam sido alteradas as quanti-
dades de três substâncias químicas exci-
d) formiato de metila (metanoato de me- tatórias do cérebro - a noradrenalina, a
tila). serotonina e a dopamina - cujas estrutu-
e) dióxido de carbono. ras estão abaixo representadas:

F16) O composto que é usado como es-


sência de laranja tem fórmula:

a) butanoato de metila.
b) butanoato de etila. Essas substâncias têm em comum as se-
c) etanoato de n-octila. guintes funções químicas:

d) etanoato de n-propila. a) Amida e fenol

e) hexanoato de etila. b) Amina e fenol

F17) Dada a cadeia a seguir: c) Amida e álcool


d) Amina e álcool
F19) Amidas são classificadas em pri-
márias, secundárias ou terciárias de
acordo com o:

P á g i n a | 23
QUÍMICA 1 – IDEIA

a) número de radicais alquila ligados ao a) I e III, apenas.


nitrogênio.
b) I, III e IV, apenas.
b) número de radicais arila ligados ao ni-
c) II e III, apenas.
trogênio.
d) III e IV, apenas.
c) número de átomos de hidrogênio liga-
dos ao nitrogênio. e) I, II e IV, apenas.
d) número de grupos carbonila ligados ao P2) O gás liquefeito de petróleo, GLP, é
nitrogênio. uma mistura de propano, C3H8, e butano,
C4H10. Logo, esse gás é uma mistura de
e) tipo de amina a partir da qual foi for-
hidrocarbonetos da classe dos:
mada.
a) alcanos.
F20) Qual das estruturas a seguir corres-
ponde a um metil-tiofenol? b) alcenos.
c) alcinos.
d) cicloalcanos.
e) cicloalcenos.
P3) O 2-metilpent-2-eno tem fórmula
molecular:
a) C6H12.
b) C6H10.
• EXERCÍCIOS PROPOSTOS c) C5H12.
P1) Considere as afirmações seguintes
d) C5H10.
sobre hidrocarbonetos.
e) C5H8.
I) Hidrocarbonetos são compostos orgâ-
nicos constituídos somente de carbono e P4) A OGX energia, braço de exploração
hidrogênio. de petróleo no Maranhão do grupo EBX,
do empresário Eike Batista, descobriu
II) São chamados de alcenos somente os
uma reserva gigante de gás natural, uma
hidrocarbonetos insaturados de cadeia li-
mistura de hidrocarbonetos leves, consti-
near.
tuído principalmente por etano, propano,
III) Cicloalcanos são hidrocarbonetos isobutano, butano, pentano, isopentano,
alifáticos saturados de fórmula geral dentre outros, na cidade de Capinzal do
CnH2n. Norte, localizada a 260 km de São Luís.
As reservas, segundo a OGX, têm de 10
IV) São hidrocarbonetos aromáticos:
trilhões a 15 trilhões de pés cúbicos de
bromobenzeno, p-nitrotolueno e nafta-
gás, o equivalente a 15 milhões de me-
leno.
tros cúbicos por dia – metade do que a
São corretas as afirmações: Bolívia manda ao Brasil diariamente.

P á g i n a | 24
QUÍMICA 1 – IDEIA

A nomenclatura desses hidrocarbonetos


leves, constituintes do gás natural é ba-
seada, dentre alguns critérios, na quanti-
dade de carbonos presentes no composto.
O número correto de carbonos nos seis
primeiros compostos citados no texto,
são, respectivamente: Analisando a fórmula estrutural do bar-
a) 2, 5, 5, 3, 4, 4. batusol, qual é o nome da função oxige-
nada presente em sua estrutura?
b) 2, 4, 4, 3, 5, 5.
a) álcool
c) 2, 4, 4, 5, 5, 3.
b) éster
d) 2, 3, 5, 5, 4, 4.
c) fenol
e) 2, 3, 4, 4, 5, 5.
d) éter
P5) As bolinhas de naftalina são produ-
tos muito utilizados em armários, no e) aldeído
combate às traças. Elas diminuem de ta- P7) Considere as estruturas moleculares
manho com o passar do tempo devido ao do naftaleno e da decalina, representadas
fenômeno da sublimação. Assinale a al- pelas fórmulas abaixo:
ternativa que corresponde ao constituinte
químico da naftalina e a série orgânica a
que pertence, respectivamente:
a) tolueno; hidrocarboneto.
Substituindo, em ambas as moléculas,
b) naftaleno; cicleno. um átomo de hidrogênio por um grupo
c) fenantreno; alceno. hidroxila (OH), obtém-se dois compos-
tos que pertencem respectivamente às
d) naftaleno; hidrocarboneto aromático. funções:
e) naftol; fenol. a) álcool e fenol
P6) A fórmula estrutural abaixo pertence b) fenol e álcool
ao barbatusol, que é a principal substân-
cia presente em uma planta conhecida c) álcool e álcool
como boldo. Essa planta é muito utili- d) fenol e fenol
zada porque a substância em questão é
eficiente para tratar males do fígado e P8) O nome sistemático de acordo com a
também problemas relacionados com a IUPAC para a estrutura:
digestão.

a) 2,3 – dimetil – 1 – pentanol


b) 2,3 – dimetil pentanol

P á g i n a | 25
QUÍMICA 1 – IDEIA

c) 2 – metil – 3 etil – 1 – butanol comuns em propagandas de bebidas al-


coólicas, referem-se à dor de cabeça que
d) 2 – metil – 3 – etil butazona
algumas bebidas causam. A principal
e) 2,3 dimetil – 3 – etil – 1 propanol responsável por ela é a substância cha-
mada etanal. Assinale a alternativa que
P9) Leia a seguinte estrofe do poeta pa-
apresenta a função química e a fórmula
raibano Augusto dos Anjos:
estrutural dessa substância:
“O oxigênio eficaz do ar atmosférico,
a) álcool, H3C – COH.
o calor e o carbono e o amplo éter são
Valem três vezes menos que este Amé- b) aldeído, H3C – CH2OH.
rico Augusto dos Anzóis Sousa Fal-
c) aldeído, H3C – COH.
cão...”
d) álcool, H3C – OH.
O nome de uma importante função quí-
mica orgânica é citado na estrofe. e) aldeído, H3C – OH.
Indique a alternativa que contém um P12) O etanal, também denominado al-
composto pertencente a essa função: deído acético ou acetaldeído, é um lí-
quido incolor, de odor característico, vo-
a) CH3CH2CH3 – propano
látil, tóxico e inflamável. É empregado
b) CH3COCH3 – propanone como solvente e na fabricação de álcool
etílico, ácido acético e cloral (tricloroe-
c) CH3COOCH3 – etanoato de metila
tano).
d) CH3CH2OCH3 – metóxi – etano
Em relação ao etanal, são feitas as se-
e) CH3CH2CHO – propanal guintes afirmações:

P10) O caproaldeído é uma substância I. Os aldeídos alifáticos como o etanal


com odor desagradável e irritante, que é são mais reativos que os aldeídos aromá-
eliminada pelas cabras durante o seu pro- ticos.
cesso de transpiração. Sabendo que esse
II. Os aldeídos mais simples como o eta-
aldeído é um hexanal, podemos afirmar
nal são solúveis em meio aquoso, pois
que, em uma molécula desse composto,
estabelecem pontes de hidrogênio entre
o número de hidrogênios é igual a:
si.
a) 4
III. Graças à presença do grupo carbo-
b) 5 nila, as moléculas de aldeído fazem pon-
tes de hidrogênio entre si.
c) 6
IV. Os pontos de fusão e de ebulição dos
d) 10
aldeídos são mais altos que os dos hidro-
e) 12 carbonetos e mais baixos que os dos ál-
coois de massa molar próxima.
P11) “O bom uísque se conhece no dia
seguinte”. “Essa tequila você pode beber V. Os aldeídos são amplamente usados
sem medo do dia seguinte”. Essas frases, como solventes, pois são pouco reativos.

P á g i n a | 26
QUÍMICA 1 – IDEIA

Entre as afirmações acima, são corretas: e) apenas I e II.


a) todas. P15) Dentre os compostos:
b) I e IV.
c) I, III e IV.
d) I, II e IV.
e) II, III e IV.
P13) Qual é a nomenclatura oficial do
composto a seguir:

pertencem à função cetona:


a) apenas I, III e IV.
a) 2-metilpentan-3,4-diona b) apenas I, IV e V.
b) cetona dimetílica-isopropílica c) apenas II, III e IV.
c) 4-metilpentan-2,3-diona d) apenas II, IV e V.
d) 2-etilpentan-3,4-diona e) apenas II, V e VI.
e) 4-metilpentan-2,3-ona P16) O vinagre usado para temperar sa-
P14) As três representações seguintes ladas é uma mistura, em proporções ade-
são açúcares ou carboidratos, quadas, de:
a) Ácido etanoico (ácido acético) e água.
b) Ácido etanoico e etanal.
c) Etanol e água.
d) Etanol e cloreto de sódio.
e) Propanona (acetona) e água.
P17) O ácido tartárico, um constituinte
Fórmulas de glicose (I), frutose (II) e ga- das uvas, possui a estrutura abaixo:
lactose (III), mas pertencem à função ce-
tona:
a) apenas I.
b) apenas II.
c) apenas II e III.
d) apenas I e III.

P á g i n a | 27
QUÍMICA 1 – IDEIA

Substituindo em sua molécula cada um


dos grupos carboxila (COOH) por um
grupo metil, obtém-se:
a) diol
b) tetrol
c) diácido
d) aldeído
e) cetona
P18) Sobre o ácido 3-fenil propanoico é Com base nas estruturas químicas apre-
correto afirmar que: sentadas no esquema acima, é correto
a) Possui fórmula molecular C9H10O2. afirmar:

b) Possui átomo de carbono quaternário. a) O 2-hidroxibenzoato de sódio apre-


senta a função sal de ácido carboxílico.
c) Possui 3 átomos de hidrogênio ionizá-
veis. b) O hidroxibenzeno é um sal de ácido
carboxílico.
d) Não é um composto aromático.
c) O fenóxido de sódio é um sal de ácido
e) É um composto saturado. carboxílico.
P19) Dada a cadeia a seguir: d) O ácido salicílico é um sal de ácido
carboxílico.
e) nda.
P21) A indústria química da borracha
O nome do composto fornecido é: utiliza várias classes de compostos como
anti-degradantes, que são antioxidantes e
a) Hex-2-enoato de potássio antiozonantes. Esses compostos desem-
b) Propenoato de potássio penham uma função importante, porque
protegem a borracha natural ou sintética
c) But-2-enoato de potássio dos efeitos danosos da exposição à at-
d) Butanoato de potássio mosfera e à luz do sol. Os antioxidantes
retardam a oxidação da borracha. Os an-
e) Pent-2-enoato de potássio tiozonantes também são utilizados em
P20) O ácido acetilsalicílico é um com- combinação com as borrachas insatura-
posto orgânico sintético bastante utili- das para evitar reação com o ozônio da
zado como analgésico, antipirético e atmosfera, que provoca fissuras na su-
anti-inflamatório. Industrialmente, esse perfície do composto de borracha. Um
composto é obtido de acordo com o se- dos intermediários mais importantes na
guinte esquema de reações: síntese desses antidegradantes está re-
presentado a seguir:

P á g i n a | 28
QUÍMICA 1 – IDEIA

d) metila.
P24) As vitaminas são substâncias indis-
pensáveis para o bom funcionamento do
nosso organismo. Algumas vitaminas
que não são sintetizadas pelo nosso
A nomenclatura correta desse composto corpo precisam ser adquiridas por meio
é: da alimentação, pois a sua deficiência
pode causar problemas sérios de saúde.
a) 4-aminodibenzilamina;
Um exemplo está mostrado abaixo, que
b) 4-aminodifenilamina; é a estrutura da vitamina C, presente em
frutas cítricas, tomates e pimentão verde.
c) 4-aminodifenilamida;
Sua carência no organismo pode levar à
d) 1,4-diaminofenilbenzeno; síntese defeituosa do tecido colagenoso e
a uma doença chamada escorbuto:
e) 1-aminodibenzilamina.
P22) Assinale a amida que apresenta o
maior número de ramificações na cadeia
carbônica e no nitrogênio do grupo
amida.
a) N-metilbutanamida
b) N,N-fenil-metilpentanamida Indique os grupos funcionais presentes
na estrutura da vitamina C:
c) N,N - etil - t - butil-3,5,5 – trimetil –
heptanamida a) Éter, álcool e cetona

d) N,N-diemetiletanamida b) Enol, éster e álcool

e) N,N-etil-5,5-trimetil-heptanamida c) Éster, álcool e aldeído

P23) O paracetamol, empregado na fa- d) Éster, álcool e cetona


bricação de antitérmicos e analgésicos,
e) Enol, álcool e ácido carboxílico
tem esta estrutura:
P25) Os tioéteres são representados por
R ─ S ─ R, e sua nomenclatura é dada
por:
sulfeto de + nome do radical + nome do
radical + a
Por exemplo:
É incorreto afirmar que, entre os grupa-
mentos moleculares presentes nessa es- H3C ─ S ─ CH2 ─ CH2 ─CH3: Sulfeto
trutura, inclui-se o grupo: de metilpropila

a) amino. Com base nisso, indique o nome do tioé-


ter:
b) carbonila.
H3C ─ CH2 ─ S ─ CH2 ─ CH3:
c) hidroxila.
a) sulfeto de etiletila.

P á g i n a | 29
QUÍMICA 1 – IDEIA

b) sulfeto de propiletila.
c) sulfeto de dietila.
d) sulfeto de etilpropila.
e) sulfeto de butanila.
- Isomeria de Compensação:

Aula: 06 e 07 – Isomeria Também chamada de metameria,


ocorre quando os isômeros diferem pela
posição de um heteroátomo na cadeia
• INTRODUÇÃO carbônica. Segue o exemplo:
Isômeros são moléculas de substân-
cias orgânicas que apresentam a mesma
fórmula molecular, mas possuem propri- - Isomeria de Função (ou funcio-
edades e características estruturais dife- nal):
rentes.
Ocorre quando os isômeros perten-
Existem alguns tipos de isomeria, cem a funções químicas diferentes. As
que serão detalhadas adiante. principais ocorrem entre:
- Álcool e éter:

• CLASSIFICAÇÃO

➢ Isomeria Plana ou Constitucio- - Aldeídos e cetonas


nal
Ocorre quando a diferença entre os
isômeros pode ser explicada por fórmu-
las estruturais planas. Nela, existem al-
guns subtipos:
- Ácidos e éster
- Isomeria de Cadeia:
Isômeros que apresentam cadeias di-
ferentes. Segue-se o exemplo:

- Tautomeria:
- Isomeria de Posição:
É o caso particular de isomeria fun-
Ocorre quando os isômeros têm a cional em que os dois isômeros ficam em
mesma cadeia carbônica, mas diferem equilíbrio químico dinâmico. Pode ocor-
pela posição de ramificações ou de liga- rer entre:
ções duplas ou triplas. Segue os exem-
plos:

P á g i n a | 30
QUÍMICA 1 – IDEIA

- Aldeído e enol No entanto, se os ligantes mais influ-


enciadores estão em lados opostos é uma
isomeria E (entgegen, em alemão quer
dizer opostos).
Figura: Isomeria Z x E

- Cetona e enol

- Isomeria Óptica:
É o tipo de Isomeria espacial que é
caracterizada pelo desvio que os com-
postos químicos apresentam quando ex-
postos a um plano de luz polarizada.
➢ Isomeria Espacial
Geralmente, ocorre quando há um
- Isomeria Cis-Trans ou Geomé- carbono quiral ou assimétrico, um car-
trica: bono que apresenta os quatro constituin-
Presente em compostos com duplas tes distintos. Segue o exemplo:
ligações ou em compostos cíclicos. Figura: Carbono assimétrico. A cunha cheia re-
Quando dois átomos, por exemplo, de presenta ligações acima do plano, a linha trace-
jada representa ligações abaixo do plano.
cloro, estão do mesmo lado, a forma é
cis. Já quando estão em lados opostos, a
forma é trans.
Figura: Isomeria CIS em alceno

Figura: Isomeria TRANS em alceno


Compostos assimétricos que des-
viam à luz para a direita são denomina-
dos dextrógiros (+), enquanto os que
desviam para a esquerda são denomina-
OBS.: Isomeria Z x E dos de levógiros (-).
É similar à isomeria CIS e TRANS, Quando uma substância se comporta
mas ocorre quando os 4 ligantes são di- das duas formas citadas acima, ou seja,
ferentes entre si. para a direita e para a esquerda, ela re-
cebe o nome de enantiômero.
Quando os ligantes mais influencia-
dores estão do mesmo lado é uma isome- Os enantiômeros apresentam uma es-
ria Z (zusammen, em alemão quer dizer trutura que se assemelha a uma imagem
juntos). refletida num espelho, as quais não são
sobreponíveis e, sim, especulares.

P á g i n a | 31
QUÍMICA 1 – IDEIA

• EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO F3) O brometo de benzila, princípio


ativo do gás lacrimogêneo, tem fórmula
F1) Na tentativa de conter o tráfico de molecular C7H7Br. A fórmula desse
drogas, a Polícia Federal passou a con- composto admite a seguinte quantidade
trolar a aquisição de solventes com ele- de isômeros:
vado grau de pureza, como o éter (etoxi-
etano) e a acetona (propanona). Hoje, a) 2
mesmo as universidades só adquirem es- b) 4
ses produtos com a devida autorização
daquele órgão. A alternativa que apre- c) 5
senta, respectivamente, isômeros funcio-
d) 6
nais dessas substâncias é:
e) 8
a) butanal e propanal.
F4) Os ácidos graxos ômega-3 (ácido li-
b) butan-1-ol e propanal.
nolenílico ou ácido cis-9-cis-12-cis-15-
c) butanal e propano-1-ol. octadecadienoico) e ômega-6 (ácido li-
noleico ou ácido cis-9-cis-12-octadeca-
d) butan-1-ol e propano-1-ol dienoico), presentes em peixes gorduro-
F2) A seguir temos um equilíbrio ceto- sos, como o salmão, atum e sardinha, e
enólico, isto é, equilíbrio entre uma ce- óleos vegetais, como o de nozes, de avelã
tona e um enol, em meio aquoso. Ob- e de amêndoas, são essenciais para o or-
serve que o átomo de hidrogênio do car- ganismo humano. Esses dois compostos
bono vizinho migra para o oxigênio da são isômeros entre si. Suas fórmulas es-
carbonila. Isso resulta em produzir uma tão representadas abaixo:
substância que pertence à outra função
orgânica, mas a fórmula molecular con-
tinua a mesma. Portanto, esses compos-
tos são isômeros. Mas qual é o tipo de
isomeria que se estabelece entre a propa-
nona e o prop-1-en-2-ol?
Estruturas dos isômeros ômega-3 e ômega-6

O ômega-3 e o ômega-6 apresentam que


tipo de isomeria plana?
a) De função.
b) De cadeia.

a) Isomeria de Função c) De posição.

b) Isomeria de Cadeia d) Metameria.

c) Isomeria de Posição e) sem isomeria.

d) Isomeria Dinâmica ou Tautomeria F5) Quantos isômeros geométricos do


aldeído dinâmico são previstos?
e) Isomeria de Compensação ou Meta-
meria

P á g i n a | 32
QUÍMICA 1 – IDEIA

e) ácido cis-etenodioico e ácido trans-


etenodioico
F7) Qual dos compostos abaixo apre-
senta isomeria geométrica cis-trans?
a) 1 a) pent-2-eno
b) 2 b) pent-1-eno
c) 3 c) ciclobutano
d) 4 d) 1,2-dimetilciclobutano
e) 5 e) pentano
F6) O ácido maleico e o ácido fumárico F8) O alceno de menor massa molar que
são isômeros geométricos ou diastereoi- apresenta simultaneamente isomeria ge-
sômeros cis-trans, o que resulta em pro- ométrica e isomeria óptica é o:
priedades físicas e químicas diferentes.
Por exemplo, o ácido maleico possui as a) C4H8
duas carboxilas no mesmo plano e, de- b) C5H12
vido a isso, ele é capaz de sofrer desidra-
tação intramolecular, ou seja, suas molé- c) C5H10
culas se rearranjam liberando uma molé- d) C6H12
cula de água e formando o anidrido ma-
leico. Isso já não acontece com o ácido e) C7H14
fumárico, porque suas carboxilas estão
F9) A anfetamina é uma substância com
em lados opostos e, por causa desse im-
poderosa ação estimulante sobre o sis-
pedimento espacial, não há como elas in-
tema nervoso central. É usada no trata-
teragirem.
mento de pacientes que sofrem de de-
As estruturas desses dois isômeros estão pressão e também em regimes de ema-
representadas abaixo: grecimento. Todavia, algumas pessoas
utilizam a anfetamina, sem orientação
médica, com o objetivo de obter a sensa-
ção de euforia por ela provocada.
A fórmula estrutural da anfetamina, re-
Indique o nome oficial desses dois com- presentada abaixo, exemplificando um
postos, respectivamente: caso de isomeria:
a) ácido trans-butenodioico e ácido cis-
butenodioico
b) ácido cis-butenodioico e ácido trans-
butenodioico
c) ácido Z-butenodioico e ácido E-bute- a) geométrica.
nodioico
b) de função.
d) ácido E-butenodioico e ácido Z-bute-
c) de cadeia.
nodioico

P á g i n a | 33
QUÍMICA 1 – IDEIA

d) de compensação. e) propan-2-ol e propan-1-ol.


e) óptica. P3) “A 4-metil-pentan-2-ona é usada
como solvente na produção de tintas,
F10) A molécula de anfetamina apre-
ataca o sistema nervoso central, irrita os
senta isomeria óptica, possuindo, por-
olhos e provoca dor de cabeça”. O com-
tanto, um carbono com quatro diferentes
posto citado é isômero funcional de:
substituintes.
a) hexan-1-ol.
b) hexanal.
c) 4-metil-butanal.
d) 4-metil-pentan-1-ol.
Na anfetamina, esse átomo de carbono
e) pentan-1-ona.
está representado pelo:
P4) Considere a nomenclatura IUPAC
a) 1
dos seguintes hidrocarbonetos.
b) 6
I. metil-ciclobutano.
c) 7
II. 3-metil-pentano.
d) 8
III. pentano.
e) 9
IV. ciclo-hexano.
• EXERCÍCIOS PROPOSTOS V. pent-2-eno.
P1) Qual é o tipo de isomeria plana exis- A alternativa que relaciona corretamente
tente entre os compostos etanol e éter di- compostos isoméricos é
metílico?
a) I e III.
a) Cadeia.
b) III e V.
b) Posição.
c) I e V.
c) Compensação.
d) II e IV.
d) Função.
e) II e III.
e) Tautomeria.
P5) O eugenol é um óleo essencial extra-
P2) Entre os pares de compostos a se- ído do cravo-da-índia que tem proprieda-
guir, qual deles apresenta isomeria de des anestésicas. O iso-eugenol é outro
função? óleo essencial extraído da noz-moscada.
a) butano e metilpropano.
b) etanol e éter dimetílico.
c) 1-cloropropano e 2-cloropropano.
d) 1,2–dimetil benzeno e o 1,4-dimetil
benzeno.

P á g i n a | 34
QUÍMICA 1 – IDEIA

Dadas as estruturas dos dois óleos, pode- a) Isomeria de compensação ou metame-


se dizer que: ria
a) são isômeros funcionais. b) Isomeria óptica
b) são isômeros de cadeia. c) Isomeria geométrica
c) não são isômeros. d) Tautomeria
d) são isômeros de posição. e) Isomeria funcional
e) são formas tautoméricas. P9) Observe atentamente as estruturas:
P6) Quantos isômeros planos são possí-
veis para um composto que apresenta
fórmula molecular C4H11N?
a) 3
b) 5
c) 7
São isômeros:
d) 8
a) por metameria
e) n.d.a.
b) geométricos
P7) Qual das seguintes substâncias apre-
senta isomerismo geométrico? c) funcionais
d) por tautomeria
P10) Segundo a IUPAC, a nomenclatura
correta para o composto representado a
seguir é:

a) Somente II
b) Somente III
c) Somente I e II
a) cis-1,4-dihidroxiciclopentano
d) Somente I e III
b) cis-1,3-dihidroxiciclopentano
e) Somente III e IV
c) trans-1,4-dihidroxiciclopentano
P8) Dadas as estruturas dos ácidos ma-
leico e fumárico, respectivamente, a que d) trans-1,3-dihidroxiciclopentano
tipo de isomeria pertencem? e) 1,4-dihidroxiciclopentano
P11) O composto abaixo que se apre-
senta como molécula quiral é:
a) CH3COCOOH
b) CH3OCH2COOH

P á g i n a | 35
QUÍMICA 1 – IDEIA

c) HOCH2COOH de isômeros ópticos. Como exemplo, ci-


tamos o ácido lático, encontrado no suco
d) CH3CHOHCOOH
de carne, leite azedo, nos músculos e em
e) CHOCOOH alguns órgãos de algumas plantas ou ani-
mais e usado na alimentação de crianças.
P12) Observe os compostos representa- Considere o seguinte composto.
dos abaixo:
I) 3-cloropentano
II) 2-bromobutano
III) 3-metil-hexano
IV) 2-metilpropano
Assinale a alternativa que contém, res-
V) 2-cloropentano pectivamente, o número de diferentes
isômeros ópticos e o de misturas racêmi-
Determine quais deles apresentam um
cas do composto anterior.
carbono assimétrico ou quiral:
a) 16 e 8
a) I, II e IV
b) 16 e 4
b) II, III e V
c) 8 e 6
c) I, III e IV
d) 8 e 4
d) III, IV e V
P15) Entre os compostos de fórmula ge-
e) I, II e III
ral CnH2n+2, o mais simples e que apre-
P13) Dada a estrutura abaixo: senta isomeria ótica é:
a) pentano
b) 2, 3 – dimetilbutano
c) 3 – etil – 2 – metil –pent – 1 – eno

para torná-la opticamente ativa, o R de- d) 3 – metil – hexano


verá ser: e) 2 – metil – pentano
a) – H ou –NH2
b) – CH3 ou -NH2
c) – CH3 ou -CH2CH3
d) – H ou –CH3
e) -CH2CH3 ou -NH2
P14) A Isomeria óptica estuda o compor-
tamento das substâncias que têm a pro-
priedade de desviar o plano de vibração
da luz. Elas são, por isso, denominadas

P á g i n a | 36
QUÍMICA 1 – IDEIA

Aula: 08 a 10 – Reações Orgânicas - Halogenação:


A halogenação é uma reação de adi-
• INTRODUÇÃO ção onde adiciona-se halogênio (Cl2 e
Br2) a um alceno ou alcadieno.
Os compostos orgânicos podem rea-
gir de diversas formas, gerando produtos Em alceno:
com características singulares.

• TIPOS DE REAÇÕES
Em alcadieno:
As reações orgânicas principais são
as de adição, substituição, oxidação e eli-
minação.
➢ Reações de Adição
- Hidrohalogenação:
As reações de adição são aquelas
Esta reação é feita adicionando HX
onde um átomo proveniente de uma
aos alcenos.HX, onde X é o halogênio.
substância orgânica ou inorgânica se adi-
Exemplos: HCl, HBr.
ciona a uma substância orgânica.
Ocorre em hidrocarbonetos insatura-
dos, como os alcenos e os alcinos. São Em alguns casos, obtemos dois pro-
caracterizadas pela quebra das ligações
dutos. O “teoricamente” esperado deve
duplas e triplas.
seguir a Regra de Markovnikov.
Nos hidrocarbonetos insaturados, a Regra de Markovnikov – “Nas rea-
quebra ocorre na ligação mais fraca (li-
ções de adição, o hidrogênio é adicio-
gação π) e ocorre a formação de duas no-
nado ao carbono mais hidrogenado da li-
vas ligações (ligações δ).
gação dupla”.
- Hidrogenação Catalítica: Exemplo de Markovnikov:
Esta reação de adição ocorre em al-
cenos e alcinos. O gás hidrogênio é adi-
cionado com a ajuda de um catalisador.
Pode ser usado o metal níquel (Ni) ou
Devemos, no entanto, estar atentos
platina (Pt).
para as reações onde há presença de pe-
Os óleos vegetais possuem ligações róxido, pois nestes casos usamos a regra
duplas. A reação de adição, hidrogena- Anti-Markovnikov, que é o inverso da
ção catalítica, transforma esses óleos Markovnikov.
(que são líquidos) em gorduras (que são
Exemplo de Anti-Markovnikov no
sólidas).
caso da adição do brometo de hidrogê-
nio:

O produto das reações de hidrogena-


ção catalítica é um alcano.

P á g i n a | 37
QUÍMICA 1 – IDEIA

- Adição de Água:
Também é chamada de hidratação de
alceno. Ocorre de maneira semelhante à
reação de adição de HX. É uma reação - Sulfonação:
catalisada por ácido e também segue a A reação de sulfonação é aquela onde
regra de Markovnikov. reagimos um hidrocarboneto com ácido
O hidrogênio entra no carbono mais sulfúrico (H2SO4). Exemplo:
hidrogenado e a hidroxila no carbono
menos hidrogenado. Formam como pro-
duto, álcool primário e secundário.
Exemplo: ➢ Reações de Oxidação
Devem ser catalisadas por um agente
oxidante. São simbolizados por [O] e po-
dem ser o permanganato de potássio
(KMnO4), dicromato de potássio
(K2Cr2O7) ou o tetraóxido de ósmio
(OsO4).
➢ Reações de Substituição
- Oxidação Energética de Alcenos:
São aquelas onde um átomo ou um
grupo de átomos de uma molécula orgâ- Esta oxidação ocorre nos alcenos em
nica é substituído por outro átomo ou contato com um agente oxidante em so-
grupo de átomos. lução aquosa, concentrada e ácida (geral-
mente em ácido sulfúrico). Nesta reação,
- Halogenação:
podemos obter vários produtos, depen-
Os alcanos podem ser transformados dendo do tipo da posição da ligação du-
em haletos de alquila. pla:
Exemplos: - Carbono primário produz gás car-
bônico e água;
- Carbono secundário produz ácido
carboxílico;
- Carbono terciário produz cetona;
A ordem de facilidade com que o hi- Esta reação serve como teste de insa-
drogênio "sai" do hidrocarboneto é: turação de alceno, ou seja, para identifi-
CTERCIÁRIO > CSECUNDÁRIO > CPRI- car que tipo de alceno se tem:
MÁRIO

- Nitração:
A reação de nitração é aquela onde
reagimos um hidrocarboneto com ácido
nítrico. (HNO3). Exemplo:

P á g i n a | 38
QUÍMICA 1 – IDEIA

Com carbonos terciários: - Desidrogenação:


A partir de um alcano, é possível ob-
ter um alceno, catalisado por calor. Se-
gue-se o exemplo:
- Oxidação de Álcoois:
- Primários: Os álcoois primários se
oxidam com oxidantes energéticos, - Dehalogenação:
como o permanganato de potássio e di-
cromato de potássio, em meio sulfúrico. Di-haletos vicinais reagindo com
zinco catalisado por um álcool formam
O produto desta oxidação é aldeído. alcenos. Segue-se o exemplo:
Com mais quantidade de agente oxi-
dante, obtemos um ácido carboxílico.
Esta reação explica porque o vinho fica
com gosto de vinagre quando o deixamos - Eliminação de água:
muito tempo em contato com o ar (oxi-
gênio). O álcool sofre uma oxidação e A desidratação intramolecular de ál-
transforma-se em vinagre, que é um cool catalisada por ácido sulfúrico con-
ácido carboxílico. Segue-se o exemplo: centrado e calor (170°C) ocorre com a
eliminação de água e alceno.

- Secundários: Tem como produtos


as cetonas. Segue-se o exemplo:

• EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
F1) Assinale dentre as alternativas
- Terciários: Não há reação de oxida- abaixo aquela que não caracteriza uma
ção em álcoois terciários. reação de adição.
➢ Reações de Eliminação a) Acetileno + Brometo de Hidrogênio.
São as reações onde alguns átomos b) Butadieno 1,3 + Iodo.
ou grupos de átomos são eliminados da
molécula orgânica. É o inverso das rea- c) Hexano + Cloro.
ções de adição. d) Metilpropeno + água.
Elas têm grande importância para a e) Ciclobuteno + Cloreto de Hidrogênio.
indústria química, na produção de polie-
tileno, que é a matéria-prima para a ob- F2) A hidratação do propeno dará ori-
tenção de plásticos. gem a qual dos compostos abaixo?
a) Propano
b) Propan-1-ol
c) Propan-2-ol

P á g i n a | 39
QUÍMICA 1 – IDEIA

d) Propanona F6) Assinale a alternativa que apresenta


os produtos corretos esperados na oxida-
e) Ácido propanoico
ção enérgica (solução ácida concentrada
F3) A monocloração de um alcano, em de KMnO4 sob aquecimento) do 2,4-di-
presença de luz ultravioleta, produziu os metil-pent-1-eno.
compostos 2-cloro-2-metilpropano e 1-
a) ácido 2-metilpropanoico, gás carbô-
cloro-2-metilpropano. O nome do alcano
nico e etanal.
é:
b) 4-metil-2-pentanona e formaldeído
a) isopropano.
c) 2-metil-4-pentanona e água
b) metilbutano.
d) propanona e ácido 2-metilpropanoico
c) pentano.
e) gás carbônico, 4-metil-2-pentanona e
d) butano.
água
e) metilpropano.
F7) A reação de oxidação de um álcool
F4) Uma das grandes contribuições para de fórmula molecular C5H12O com
a síntese orgânica ocorreu em 1877, no KMnO4 forneceu um composto de fór-
laboratório de Charles Friedel. Esses mula molecular C5H10O. Assinale a op-
processos reacionais de acilação e alqui- ção que apresenta a correlação correta
lação de benzeno e derivados passaram a entre o nome do álcool e o nome do pro-
ser chamados de reações Friedel-Crafts. duto formado.
O mecanismo dessas reações é o de uma
a) 3-metilbutan-2-ol, 3-metilbutanal
reação de:
b) pentan-3-ol, pentan-3-ona
a) adição.
c) pentan-1-ol, pentan-1-ona
b) substituição nucleofílica.
d) pentan-2-ol, pentanal
c) substituição eletrofílica.
e) 2-metilbutan-1-ol, 2-metilbutan-1-ona
d) eliminação.
F8) Por oxidação, uma substância orgâ-
e) desidratação.
nica X forneceu uma cetona de mesmo
F5) Indique qual dos compostos a seguir número de carbonos de X. A substância
produz somente cetonas quando subme- que foi oxidada é um:
tido a uma reação orgânica de oxidação
a) éter
energética.
b) éster
a) hept-2-eno.
c) álcool terciário
b) pent-2-eno
d) álcool primário
c) hex-3-eno.
e) álcool secundário
d) oct-1-eno.
F9) Compostos orgânicos denominados
e) 3,4-dimetil-hex-3-eno.
haletos podem sofrer reações de substi-
tuição e eliminação, gerando produtos

P á g i n a | 40
QUÍMICA 1 – IDEIA

diferentes, como podemos observar nas a) adição, sendo os produtos respectiva-


propostas a seguir: mente: A=1-propanol; B=1-cloro-pro-
pano e C=propano.
1ª: Em reações de eliminação, os haletos
produzem alcenos; b) substituição, sendo os produtos res-
pectivamente: A=1-butanol; B=2-cloro-
2ª: Em substituições, esses compostos
propano e C= propano.
produzem álcoois.
c) substituição, sendo os produtos res-
Tendo como base as equações acima,
pectivamente: A=1-hidróxi-2-propeno;
qual das substâncias a seguir é o produto
B=2- cloro-1-propeno e C=propeno.
principal de uma reação de eliminação
do 3 – bromo – 2 – metil – pentano em d) adição, sendo os produtos respectiva-
presença de hidróxido de sódio? mente: A=1,2-propanodiol; B=1,2-diclo-
ropropano e C=propano.
a) 2-metil-pent-1-eno
e) adição, sendo os produtos respectiva-
b) 2-metil-pentan-2-ol
mente: A=2-propanol; B=2-cloro-pro-
c) 2-metil-pentan-3-ol pano e C=propano.

d) 2-metil-pent-2-eno P2) As reações de hidrólise (ou hidrata-


ção) de alcenos são muito utilizadas por
e) 2-metil-pent-3-eno algumas indústrias para a produção de
F10) Considerando a desidratação inter- determinados tipos de álcoois. Um
molecular do ácido etanoico em presença exemplo dessas reações é a hidrólise
de H2SO4 e temperatura, assinale a al- ácida do metil-propeno, que origina um
ternativa que indica os produtos resultan- álcool terciário chamado metil-propan-
tes. 2-ol. Qual dos compostos abaixo tam-
bém irá originar um álcool terciário
a) Anidrido etanoico e H2O quando for hidratado na presença de
b) Anidrido butanoico e H2O ácido?

c) Etoxietano e H2O a) 3-metil-pent-1-eno

d) Etano e H2O b) 4-metil-hex-1-eno

e) But-2-eno e H2O c) 3-metil-hex-1-eno

• EXERCÍCIOS PROPOSTOS d) 2-metil-but-2-eno

P1) Observe o esquema reacional e) 3-metil-but-1-eno


abaixo: P3) Quando o 3-metil-hex-2-eno é sub-
metido a uma reação de hidratação em
presença de um ácido (como por exem-
plo, o ácido sulfúrico), qual é o nome do
álcool formado?
Sobre esses compostos, é correto afirmar a) 3-metil-hexano
que todas as reações são de:
b) 3-metil-hexan-1-ol
c) 3-metil-hexan-2-ol

P á g i n a | 41
QUÍMICA 1 – IDEIA

d) 3-metil-hexan-3-ol P5) Dada a sequência reacional a seguir:


e) 3-metil-hexan-4-ol
P4) O benzeno é um hidrocarboneto aro-
mático presente no petróleo, no carvão e
em condensados de gás natural. Seus me-
tabólitos são altamente tóxicos e se de-
positam na medula óssea e nos tecidos
Como podemos classificar a reação de
gordurosos. O limite de exposição pode
número I?
causar anemia, câncer (leucemia) e dis-
túrbios do comportamento. Em termos a) Halogenação
de reatividade química, quando um ele-
trófilo se liga ao benzeno, ocorre a for- b) Nitração
mação de um intermediário, o carbocá- c) Sulfonação
tion. Por fim, ocorre a adição ou substi-
tuição eletrofílica. d) Alquilação de Friedel-Crafts
e) Alcilação de Friedel-Crafts
P6) Veja a representação de dois proces-
sos químicos muito utilizados industrial-
mente:

Com base no texto e no gráfico do pro-


gresso da reação apresentada, as estrutu-
ras químicas encontradas em I, II e III
são, respectivamente:
Sobre os processos representados acima,
seguem algumas afirmações:
I- Ambas as reações representadas são de
substituição.
II- O produto da segunda reação é uma
cetona.
III- A segunda equação é uma alquilação
de Friedel-Crafts.
IV- Na reação I, a utilização de I2/FeBr3
no lugar de CI2/FeCl3 produz o iodoben-
zeno.
V- Em ambas as reações os produtos for-
mados são aromáticos.

P á g i n a | 42
QUÍMICA 1 – IDEIA

Qual das alternativas a seguir apresenta a O produto A é favorecido em relação ao


verdadeira associação entre as equações B, por um fator de 105. Em estudo de
e as afirmações realizadas? possível substituição do uso de hidroxi-
lamina, foram testadas as moléculas nu-
a) Todas as afirmativas são incorretas.
meradas de 1 a 5.
b) Apenas a afirmativa II está incorreta.
c) Apenas a afirmativa IV está incorreta.
d) Apenas a afirmativa III está incorreta.
Dentre as moléculas testadas, qual delas
e) Todas as afirmativas são verdadeiras apresentou menor reatividade?

P7) Nucleófilos (Nu–) são bases de Le- a) 1


wis que reagem com haletos de alquila,
b) 2
por meio de uma reação chamada subs -
tituição nucleofílica (SN), como mos- c) 3
trado no esquema:
d) 4
R — X + Nu– → R — Nu + X–
e) 5
(R = grupo alquila e X = halogênio)
P9) A ozonólise, reação utilizada na in-
A reação de SN entre metóxido de sódio dústria madeireira para a produção de pa-
(Nu– = CH3O–) e brometo de metila for- pel, é também utilizada em escala de la-
nece um composto orgânico pertencente boratório na síntese de aldeídos e ceto-
à função nas. As duplas ligações dos alcenos são
clivadas pela oxidação com o Ozônio
a) éter.
(O), em presença de água e zinco metá-
b) éster. lico, e a reação produz aldeídos e/ou ce-
tonas, dependendo do grau de substitui-
c) álcool. ção da ligação dupla. Ligações duplas
d) haleto. dissubstituídas geram cetonas, enquanto
as ligações duplas terminais ou monos-
e) hidrocarboneto. substituídas dão origem a aldeídos.
P8) A hidroxilamina (NH2OH) é extre- Como mostra o esquema.
mamente reativa em reações de substitui-
ção nucleofílica, justificando sua utiliza-
ção em diversos processos. A reação de
substituição nucleofílica entre o anidrido
acético e hidroxilamina está represen- Considere a ozonólise do composto 1-fe-
tada. nil-2-metilprop-1-eno:

Quais são os produtos formados nessa re-


ação?
a) Benzaldeido e propanona.

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QUÍMICA 1 – IDEIA

b) Propanal e benzaldeido. O terc-butanol (reagente), quando aque-


cido na presença de um catalisa-
c) 2-fenil-etanale metanal.
dor____________1, por meio de uma re-
d) Benzeno e propanona. ação de____________2, produz o isobu-
tileno (produto) cujo nome pela IUPAC
e) Benzaldeído e etanal. é ____________3.
P10) Qual dos alcenos propostos a seguir a) básico1; condensação2; 1,1-dimetile-
é capaz de produzir o composto butan- teno3
2,3-diol quando submetido a uma oxida-
ção branda, na presença de KMnO4 e b) ácido1, eliminação2; 2-metilpropeno3
uma base inorgânica?
c) ácido1, desidratação2; 1,1-dimetile-
a) But-1,2-dieno teno3

b) But-2,3-dieno d) básico1, desidratação2; 2-metilpro-


peno3
c) But-1-eno
P13) A bile é produzida pelo fígado, ar-
d) But-2-eno mazenada na vesícula biliar e tem papel
e) But-3-eno fundamental na digestão de lipídeos. Os
sais biliares são esteróides sintetizados
P11) Na reação abaixo: no fígado a partir do colesterol, e sua rota
de síntese envolve várias etapas. Par-
tindo do ácido cólico representado na fi-
gura, ocorre a formação dos ácidos gli-
cólico e taurocólico; o prefixo glico- sig-
A nomenclatura oficial (IUPAC) do
nifica a presença de um resíduo do ami-
composto orgânico formado é:
noácido glicina e o prefixo tauro-, do
a) 3-metil-hexan-3-ol aminoácido taurina.

b) 4-metil-hexan-3-ol
c) 4-metil-hexan-3-ona
d) 4-metil-hexan-3,4-diol
e) 3-metil-hexan-3,4-diol
P12) Atente-se à seguinte reação quí-
mica:
A combinação entre o ácido cólico e a
glicina ou taurina origina a função
amida, formada pela reação entre o
grupo amina desses aminoácidos e o
grupo:
Considerando a reação química acima,
assinale a opção que completa correta- a) carboxila do ácido cólico.
mente as lacunas do seguinte enunciado:
b) aldeído do ácido cólico.
c) hidroxila do ácido cólico.

P á g i n a | 44
QUÍMICA 1 – IDEIA

d) cetona do ácido cólico.


e) éster do ácido cólico.
P14) Durante o cozimento da carne, a
gordura nela existente produz som ("chi-
adeira") e aroma peculiares. O glicerol
presente na gordura decompõe-se em
acroleína (líquido incolor e de forte odor)
e água, segundo a reação:

O tipo da reação acima apresentada é:


a) eliminação de aldeídos.
b) eliminação de álcoois.
c) substituição de álcoois.
d) substituição de ácidos.
e) adição de aldeídos.
P15) Na reação de eliminação, que
ocorre no 2-bromobutano com hidróxido
de potássio em meio alcoólico, obtém-se
uma mistura de dois compostos orgâni-
cos que são isômeros de posição. Um de-
les, que se forma em menor quantidade,
é o but-1-eno. O outro é o:
a) metilpropeno.
b) butan-1-ol.
c) butano.
d) ciclobutano.
e) but-2-eno.

P á g i n a | 45
QUÍMICA 2
SUMÁRIO – QUÍMICA 2

AULA ASSUNTO PÁG


1e2 Estequiometria 1
3e4 Soluções 9
5e6 Equilíbrio Químico 15
7e8 Equilíbrio Iônico 22
9 e 10 Eletroquímica 27
QUÍMICA 2 – IDEIA

Aula: 01 e 02 – Estequiometria permanece constante do início ao fim da


reação, ou seja, a soma das massas dos
reagentes é igual à soma das massas dos
• CONSIDERAÇÕES INICIAS produtos obtidos.
Estequiometria é o cálculo da
𝒎𝒓𝒆𝒂𝒈𝒆𝒏𝒕𝒆𝒔 = 𝒎𝒑𝒓𝒐𝒅𝒖𝒕𝒐𝒔
quantidade das substâncias envolvidas
numa reação química. Tal cálculo é feito ➢ Lei de Proust (Lei das
com base nas leis das reações e é Proporções Definidas)
executado, em geral, com o auxílio das
equações químicas correspondentes. Proust, ao realizar experimentos
relacionados à composição do carbonato
Em reações químicas, as substâncias de cobre, concluiu que,
reagem entre si, formando produtos em independentemente do método,
determinadas proporções. A partir destes procedência ou processo de preparação,
cálculos, é possível determinar a a proporção dos elementos químicos de
quantidade de produto formado, o sua composição era sempre a mesma.
rendimento da reação etc.
Com experimentos realizados
utilizando apenas substâncias puras,
Proust pôde verificar que as massas,
• LEIS PONDERAIS
tanto dos reagentes quanto dos produtos
São as leis experimentais que regem participantes da reação, possuem sua
as reações químicas e são relativas às proporção sempre constante, e isso
massas dos componentes dessas reações. independe das quantidades. Por
São, basicamente, leis que relacionam as exemplo:
massas dos reagentes e produtos em uma
reação química qualquer.
➢ Lei da Conservação da Massa
(Lei de Lavoisier)
Lavoisier, com experimentos em ➢ Lei de Dalton (Lei das
sistemas fechados, que possibilitaram Proporções Múltiplas)
medir com maior precisão a massa dos Ao fixar-se a massa de um elemento
reagentes e produtos das reações de em uma reação, e mesmo assim ele reage
calcinação e combustão, inclusive os com massas diferentes de outro
reagentes e produtos gasosos que elemento, conclui-se que essas massas
participam ativamente de tais reações, diferentes estão em uma relação de
concluiu que as variações observadas proporção entre si, assim como o produto
nos experimentos realizados em sistema formado.
aberto, se somadas às massas dos
reagentes e produtos gasosos, era Nitrogênio Oxigênio
N20 28g 16g
constante no início e no fim das reações N 20 2 28g 32g
de combustão e calcinação as quais os N 20 3 28g 48g
materiais eram submetidos. N 20 4 28g 64g
N 20 5 28g 80g
Com a Lei de Lavoisier, pode-se
concluir que em uma reação química
realizada em sistema fechado, a massa

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QUÍMICA 2 – IDEIA

• LEIS VOLUMÉTRICAS ➢ Relação entre Massa Atômica e


Massa Molecular
São as leis que relacionam os
volumes dos participantes de uma A massa molecular corresponde à
reação. soma das massas atômicas dos elementos
➢ Lei de Gay-Lussac que compõem uma determinada
substância. A molécula de água, por
Nas mesmas condições de exemplo, é formada por dois hidrogênios
temperatura e pressão, os volumes dos e um oxigênio (H2O). A massa atômica
GASES participantes de uma reação do H é 1 e a do O é 16 u. Assim, a massa
química têm entre si uma relação de molecular da molécula de água é a soma
números inteiros. dessas massas atômicas. Exemplo:

𝐴𝑔 + 3𝐵𝑔 → 2𝐶𝑔 MM (H2O) = (1 u . 2) + (16 u . 1)


MM (H2O) = 18 u
Relação: 1 : 3 : 2
➢ Relação entre Massa Atômica e
Massa Molecular
• CÁLCULOS QUÍMICOS
Para elemento químico: Sempre que
Em cálculos químicos, estudar-se-á a estivermos trabalhando com elemento
relação entre os participantes, químico (conjunto de átomos isótopos),
normalmente, por meio de quantidade de deveremos utilizar a seguinte expressão:
matéria. Dessa forma, define-se o MOL.
1 mol de um elemento = 6,02 x 1023
Onde: átomos deste elemento.
1 mol remete a 6,02 × 1023 átomos
Exemplo: Elemento Cobre (Cu). Se
1 mol de gases em CNTP ocupa 22,4 tivermos um mol de cobre, teremos,
litros. então, 6,02 x 1023 átomos de cobre.

• MASSA ATÔMICA Para moléculas: Sempre que


estivermos trabalhando com uma
É a massa de um átomo medida em
substância poliatômica (formada pela
unidade de massa atômica, sendo
interação de dois ou mais átomos), que é
simbolizada por “u”. 1 u equivale a uns um grupo de moléculas iguais,
doze avos (1/12) da massa de um átomo deveremos utilizar a seguinte expressão:
de C12 (isótopo natural do carbono mais
abundante). Ela é muito utilizada nos 1 mol de qualquer substância = 6,02
cálculos estequiométricos, em especial x 1023 moléculas.
para os cálculos de massa molecular e
massa molar, como veremos a seguir. Exemplo: Água (H2O). Se tivermos
um mol de água, teremos 6,02 x 1023
Ex.: H = 1,01 u, C = 12,01 u, O = 16,00 moléculas de água.
u.
A massa molar é a massa de 1 mol de
substância, o que significa que é igual à
massa molecular, mas é dada em g/mol,
ou seja, a massa molar da água é igual a
18 g/mol.

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QUÍMICA 2 – IDEIA

Além disso, é muito importante a - Quantas moléculas de água há em 3 mol


conversão de grama para mol e vice- de H2O?
versa. Isto é feito a partir da seguinte
fórmula:

𝑚
𝑛=
𝑀𝑀 x = 3 x 6,02.1023

Onde: x = 18,06. 1023 ou 1,806.1024 moléculas

n = número de mol (quantidade de - Qual o volume ocupado por 4 mol do


matéria) gás Cl2 nas CNTP?
m = massa em gramas

MM = massa molar (g/mol)

Exemplo: Quantas gramas existem x = 4 x 22,4


em 2 mol de CO2?
x = 89,6L
𝑚 = 𝑛 ∙ 𝑀𝑀 = 2 ∙ 44 = 88 𝑔
- Quantos mols existem em 89,6L do gás
Este cálculo pode ser feito também CO2 nas CNTP?
por regra de três:

x = 4 mol

Outros exemplos:
• ESTEQUIOMETRIA DE
- Quantos mols há em 90g de H2O? REAÇÕES QUÍMICAS

Estes cálculos são feitos através de


proporções. Deve-se levar em conta os
coeficientes, que agora serão chamados
de coeficientes estequiométricos.

Alguns passos devem ser seguidos:

1. Fazer o balanceamento da equação


x = 5 mol. química (acertar os coeficientes
estequiométricos);

2. Fazer contagem de mol de cada


substância;

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QUÍMICA 2 – IDEIA

3. Ler no problema o que é pedido;

4. Relacionar as grandezas;

5. Calcular com regra de três


(proporção).
x = 588g de H2SO4
Exemplos:

1) 108g de metal alumínio reagem com o


ácido sulfúrico, produzindo o sal e
➢ Pureza
hidrogênio, segundo a reação abaixo:
O grau de pureza influencia
diretamente na quantidade de
participantes da reação química que irá
Determine: reagir.

a) o balanceamento da equação: Exemplo: uma amostra de calcita,


contendo 80% de carbonato de cálcio,
sofre decomposição quando submetida a
aquecimento, de acordo com a reação:
Isto quer dizer que 2 mol de Al reage
com 3 mol de H2SO4 reagindo com 1 mol
de Al2(SO4)3 e 3 mol de H2
Qual massa de óxido de cálcio obtida a
b) a massa do ácido sulfúrico necessária partir da queima de 800g de calcita?
para reagir com o alumínio:

1°) passo:

2°) passo:
x = 640g de CaCO3

Para o restante do cálculo, utiliza-se


somente o valor de CaCO3 puro, ou seja,
640g.

3°) passo:

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QUÍMICA 2 – IDEIA

x = 336g de Fe

Cálculo de rendimento:
x = 358,4g de CaO

➢ Rendimento
O rendimento de uma reação química
diz respeito ao percentual de
transformação reagente-produto que
ocorre durante a reação química.

Exemplo: Num processo de obtenção


de ferro a partir do minério hematita x = 268,8g de Fe
(Fe2O3), considere a equação química
não-balanceada:
➢ Reagente Limitante-Excesso
Sabe-se que os reagentes de uma
reação química reagem entre si em
Utilizando–se 480g do minério e proporções definidas. No entanto, em
admitindo-se um rendimento de 80% na
alguns casos, é possível que algum
reação, a quantidade de ferro produzida
reagente esteja em excesso e seu
será de:
consumo seja limitado por outro
Equação balanceada: reagente, o reagente limitante.

Estes cálculos podem ser


identificados quando o problema
apresenta dois valores de reagentes. É
Dados:
necessário calcular qual destes reagentes
é o limitante e qual deles é o que está em
1Fe2O3 = 480g
excesso.
2Fe = x (m) com 80% de rendimento Depois de descobrir o reagente
limitante e em excesso, utiliza-se apenas
MM Fe2O3 = 160g/mol o limitante como base para os cálculos
estequiométricos. Exemplos:
MM Fe = 56g/mol
1) Zinco e enxofre reagem para
formar sulfeto de zinco, de acordo com a
seguinte reação:

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QUÍMICA 2 – IDEIA

Reagiu 30g de zinco e 36g de Concluímos que o S está em excesso


enxofre. Qual é o regente em excesso? e, portanto o Zn é o regente limitante.

Balancear a reação química: 2) Quantos gramas de ZnS serão


formados a partir dos dados da equação
acima?

Dados: Para resolver esta pergunta, utiliza-se


somente o valor do reagente limitante.
Zn = 30g

S = 36g

Transformar a massa em gramas para


mol:

x = 44,68g de ZnS

• EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
F1) No Japão, um movimento nacional
para a promoção da luta contra o
aquecimento global leva o slogan: 1
pessoa, 1 dia, 1 kg de CO2 a menos! A
Pela proporção da reação 1mol de Zn ideia é cada pessoa reduzir em 1 kg a
reage com 1mol de S. Então 0,46mol de quantidade de CO2 emitida todo dia, por
Zn reage com quantos mols de S? Pode meio de pequenos gestos ecológicos,
ser feita uma regra de três para verificar como diminuir a queima de gás de
qual regente está em excesso: cozinha. Um hambúrguer ecológico? E
pra já! Considerando um processo de
combustão completa de um gás de
cozinha composto exclusivamente por
butano (C4H10), a mínima quantidade
x = 0,46mol de S desse gás que um japonês deve deixar de
queimar para atender à meta diária,
Então, 1mol de Zn precisa de 1mol apenas com esse gesto, é de? Dados:
de S para reagir. Se temos 0,46mol de CO2 (44 g/mol); C4H10 (58 g/mol).
Zn, precisamos de 0,46mol de S, mas
temos 1,12mol de S. a) 0,25 kg.

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QUÍMICA 2 – IDEIA

b) 0,33 kg. I) enxofre (32g) + oxigênio (32g) →


dióxido de enxofre (64g)
c) 1,0 kg.
II) dióxido de enxofre (64g) + hidróxido
d) 1,3 kg.
de cálcio (74g) → produto não poluidor
e) 3,0 kg.
Dessa forma, para absorver todo o
F2) A floculação é uma das fases do dióxido de enxofre produzido pela
tratamento de águas de abastecimento queima de uma tonelada de carvão
público e consiste na adição de óxido de (contendo 1% de enxofre), é suficiente a
cálcio e sulfato de alumínio à água. As utilização de uma massa de hidróxido de
reações correspondentes são as que cálcio de, aproximadamente:
seguem:
a) 23 kg.
I) CaO + H2O → Ca(OH)2
b) 43 kg.
II) 3Ca(OH)2 + Al2(SO4)3 → 2Al(OH)3
c) 64 kg.
+ 3CaSO4
d) 74 kg.
Se os reagentes estiverem em proporções
estequiométricas, cada 28 g de óxido de e) 138 kg.
cálcio originarão de sulfato de cálcio:
F4) Sabe-se que:
(dados - massas molares: Ca=40 g/mol,
O=16 g/mol, H=1g/mol, Al=27 g/mol, CH4(g) + 2O2(g) → CO2(g) + 2H2O(g)
S=32 g/mol)
O volume de CO2, medido a 27ºC e
a) 204 g 1atm., produzido na combustão de 960,0
g de metano, é: (Considere: R = 0,082
b) 68 g
atm L/mol K)
c) 28 g
a) 60,0 L
d) 56 g
b) 1620,0 L
e) 84 g
c) 1344,0 L
F3) Atualmente, sistemas de purificação
d) 1476,0 L
de emissões poluidoras estão sendo
exigidos por lei em um número cada vez e) 960,0 L
maior de países. O controle das emissões
de dióxido de enxofre gasoso, F5) O calcário é um minério constituído
provenientes da queima de carvão que principalmente de carbonato de cálcio
contém enxofre, pode ser feito pela (CaCO3). Quando esse minério é
reação desse gás com uma suspensão de aquecido, são produzidos cal viva (óxido
hidróxido de cálcio em água, sendo de cálcio) e dióxido de carbono. Se
formado um produto não poluidor do ar. forem produzidos 52,5 g de gás
A queima do enxofre e a reação do carbônico a partir de 128,19 g de
dióxido de enxofre com o hidróxido de carbonato de cálcio, qual será o
cálcio, bem como as massas de algumas rendimento aproximado dessa reação?
das substâncias envolvidas nessas a) 70%
reações, podem ser assim representadas:
b) 80%

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QUÍMICA 2 – IDEIA

c) 84% a) 100%
d) 93% b) 90%
e) 94% c) 75%
• EXERCÍCIOS PROPOSTOS d) 50%
P1) A massa de dióxido de carbono e) 20%
liberada na queima de 80 g de metano,
P4) Partindo-se de 200g de soda
quando utilizado como combustível, é:
cáustica, por neutralização completa
(Dado: massas molares, em g/mol: H =
com ácido clorídrico obtêm-se 234g de
1, C = 12, O = 16)
cloreto de sódio. A porcentagem de
a) 22 g pureza da soda cáustica é de:
b) 44 g a) 58,5 %
c) 80 g b) 23,4 %
d) 120 g c) 60 %
e) 220 g d) 80 %
P2) Em um processo de obtenção de P5) A frase: “Do nada, nada; em nada,
ferro a partir da hematita (Fe2O3(s)), nada pode transformar-se” relaciona-se
considere a equação não balanceada: com as ideias de:
Fe2O3(s) + C(s) → Fe(s) + CO(g) a) Dalton.
Utilizando-se 4,8 t de minério e b) Proust.
admitindo-se um rendimento de 80% na
c) Boyle.
reação, a quantidade de ferro produzida
será de: d) Lavoisier.
a) 2688 kg e) Gay-Lussac.
b) 3360 kg P6) Quando 96 g de ozônio se
transformam completamente, a massa de
c) 1344 t
oxigênio comum produzida é igual a:
d) 2688 t
a) 32 g.
e) 3360 t
b) 48 g.
P3) O gás hilariante, N2O(g), pode ser
c) 64 g.
obtido pela decomposição térmica do
nitrato de amônio, NH4NO3(s), conforme d) 80 g.
mostra a reação a seguir:
e) 96 g.
NH4NO3(s) → N2O(g) + 2H2O(ℓ)
P7) A glicose que ingerimos no
Se de 4,0 g do NH4NO3(s) obtivemos 2,0 cotidiano sofre uma degradação para
g de gás hilariante, podemos prever que fornecer energia ao nosso organismo,
a pureza do sal é de ordem: reagindo com oxigênio e produzindo
água e dióxido de carbono. De acordo

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QUÍMICA 2 – IDEIA

com a American Heart Association P10) A combustão incompleta de


(AHA), a quantidade máxima de açúcar combustíveis fósseis produz monóxido
adicionado que um homem pode comer de carbono (CO), um gás tóxico que,
por dia é 37,5 g (9 colheres de chá) que quando inalado, penetra nos pulmões,
correspondem a 150 calorias. A massa de reduzindo a capacidade do sangue de
gás carbônico produzida dentro desse transportar oxigênio através do corpo,
limite será: pois o complexo formado com a
hemoglobina é mais estável que o
a) 45 g.
formado com o oxigênio. Admitindo que
b) 50 g. a reação:

c) 55 g. 2 CO(g) + O2(g) → 2CO2(g)

d) 60 g. é completa, qual a quantidade de matéria


de oxigênio presente no final da reação
P8) O ácido fosfórico usado em quando 9,0 mols de monóxido de
refrigerante tipo “coca-cola” e possível carbono reagem com 6,0 mols de
causador da osteoporose, pode ser oxigênio em um recipiente fechado?
formado a partir de uma reação cuja Dados: C = 12 e O = 16
equação química não balanceada é:
a) 2,0
Ca3(PO4)2 + H2SO4 → H3PO4 + CaSO4.
b) 3,0
Para obter-se 980g de ácido fosfórico, a
massa total dos reagentes (massa do c) 4,5
H2SO4 + massa do Ca3(PO4)2), em
d) 6,0
gramas, que devem ser usados é
e) 1,5
a) 3020.
b) 2040.
Aula: 03 e 04 – Soluções
c) 4080.
d) 1510.
• CONSIDERAÇÕES INICIAIS
P9) Considere que 20 g de tiossulfato de
Uma solução consiste numa mistura
potássio com pureza de 95% reagem com
homogênea de 2 ou mais substâncias. A
ácido clorídrico em excesso, formando
substância que é responsável por
3,2 g de um sólido de coloração amarela.
dissolver as outras é chamada de
Assinale a alternativa que melhor
solvente. As substâncias que são
representa o rendimento desta reação.
dissolvidas são então chamadas de
a) 100% solutos.
b) 95% SOLUÇÃO = SOLVENTE + SOLUTO

c) 80% Ex.: Liga Metálica (solução sólida),


Açúcar na Água (solução líquida), Ar
d) 70% Atmosférico (solução gasosa).
e) 65%

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QUÍMICA 2 – IDEIA

• COEFICIENTE DE consegue ultrapassar o ponto de


SOLUBILIDADE (C.S.) saturação sem gerar corpo de fundo.
O coeficiente de solubilidade Por causa desses tratamentos, tal tipo
consiste de um fator que determina a de solução forma um sistema altamente
quantidade máxima de soluto que pode instável, de tal forma que qualquer
ser dissolvida no solvente a uma perturbação ocasiona a precipitação do
temperatura específica. soluto excedente.
Quando essa perturbação é a adição
de um único grão desse soluto,
• CLASSIFICAÇÃO DAS denomina-se tal grão como gérmen de
SOLUÇÕES cristalização.
Analisando o coeficiente de
solubilidade (C.S.) de uma substância,
pode-se classificar a solução em 3 tipos. • CURVA DE SOLUBILIDADE
➢ Solução Insaturada Figura: Curva de Solubilidade

A solução insaturada é aquela em que


o soluto ainda não atingiu o ponto de
saturação, ou seja, ainda não atingiu o
coeficiente de solubilidade.
Dessa forma, ainda é possível
adicionar soluto na solução sem que haja Nas curvas acima, é possível
uma precipitação desse. verificar a diferença entre os
comportamentos de dissoluções
➢ Solução Saturada endotérmicas e dissoluções exotérmicas.
A solução saturada é aquela em que Além disso, é possível observar 3
o soluto atingiu o seu ponto de saturação, regiões importantes:
ou seja, a quantidade de soluto é
exatamente igual ao seu coeficiente de A: qualquer ponto abaixo da curva,
solubilidade. representando então soluções
insaturadas.
Nesse caso, ao se adicionar mais
soluto, este irá precipitar e irá formar o B: qualquer ponto na própria curva,
que se chama de corpo de fundo. representando então soluções saturadas,
com ou sem corpo de fundo.
O corpo de fundo é a quantidade de
soluto que está em excesso com relação C: qualquer ponto acima da curva,
ao coeficiente de solubilidade e, por isso, representando então soluções
se mantém como precipitado na solução. supersaturadas.

➢ Solução Supersaturada
Uma solução supersaturada é a • LEI DE HENRY
solução que, devido a uma série de
Essa Lei relaciona a solubilidade de
processos e tratamentos minuciosos,
gases em líquidos com a pressão do gás.

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QUÍMICA 2 – IDEIA

Quanto maior for a pressão exercida ➢ Molalidade (ω)


sobre o gás, maior será sua solubilidade.
É a unidade de concentração que
Quando a temperatura aumento, as estabelece a relação entre o número de
partículas de gás escapam mais mols do soluto e a massa da solução.
facilmente dos líquidos e, por isso, a 𝑛1
solubilidade diminui. (Ex.: gás dos 𝜔=
𝑚2
refrigerantes)
➢ Fração Parcial (X)
𝑆 = 𝑘 𝑝𝑔á𝑠
É a unidade de concentração que
Onde: estabelece a relação entre o número de
S: solubilidade mols do soluto e o número de mols da
solução.
pgás: pressão do gás
𝑛1 𝑛1
𝑋1 = =
k: constante de Henry 𝑛1 + 𝑛2 𝑛𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙

• UNIDADES DE • DILUIÇÃO DE SOLUÇÕES


CONCENTRAÇÃO MAIS
UTILZIADAS Ao se adicionar solvente em uma
solução, o volume da solução muda, mas
Para efeitos didáticos, adotar-se-ão o número de mols do soluto continua o
índices para diferenciar solução, mesmo.
solvente e soluto.
𝑛1𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 = 𝑛1𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙
Índice 1: grandezas referentes ao soluto
Pode-se dizer que o número de mols
Índice 2: grandezas referentes ao do soluto é dado por sua molaridade
solvente multiplicada pelo volume da solução.
Sem Índice: grandezas referentes à 𝑛1 = ϻ 𝑉
solução
Dessa forma, no processo de diluição
➢ Comum (C) tem-se que:
É a unidade de concentração que ϻ𝒊𝒏𝒊𝒄𝒊𝒂𝒍 𝑽𝒊𝒏𝒊𝒄𝒊𝒂𝒍 = ϻ𝒇𝒊𝒏𝒂𝒍 𝑽𝒇𝒊𝒏𝒂𝒍
estabelece a relação entre a massa do
soluto e o volume da solução. A equação acima é conhecida como
𝑚1 equação da diluição de soluções e é
𝐶= extremamente eficaz para problemas
𝑉
dessa natureza (adição ou retirada de
➢ Molaridade (ϻ) solvente).
É a unidade de concentração que Pode-se ainda generalizar para
estabelece a relação entre o número de qualquer tipo de concentração
mols do soluto e o volume da solução. volumétrica, ou seja:
𝑛1
ϻ= 𝑪𝒐𝒏𝒄.𝒊𝒏𝒊𝒄𝒊𝒂𝒍 𝑽𝒊𝒏𝒊𝒄𝒊𝒂𝒍 = 𝑪𝒐𝒏𝒄.𝒇𝒊𝒏𝒂𝒍 𝑽𝒇𝒊𝒏𝒂𝒍
𝑉

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QUÍMICA 2 – IDEIA

• EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO oxidante e desidratante. No


almoxarifado de um laboratório há
F1) Solução salina normal é uma solução
disponível o ácido sulfúrico concentrado
aquosa de cloreto de sódio (NaCl), usada
de densidade 1,8g/cm3, contendo 90%
em medicina porque a sua composição de H2SO4 em massa. A massa de ácido
coincide com aquela dos fluídos do sulfúrico presente em 100mL deste ácido
organismo. Sabendo-se que foi concentrado é:
preparada pela dissolução de 0,9g do sal
em 100 mL de solução, podemos afirmar a) 1,62g
que a molaridade da solução é,
b) 32,4g
aproximadamente,
c) 162g
a) 1,25
d) 324g
b) 0,50
e) 1620g
c) 0,45
F5) Sobre soluções, pode-se afirmar:
d) 0,30
(01) O latão, mistura de cobre e zinco, é
e) 0,15
uma solução sólida.
F2) A massa de permanganato de
(02) Soluções saturadas apresentam
potássio (KMnO4) que deve ser
soluto em quantidade menor do que o
dissolvida em água até completar o
limite estabelecido pelo coeficiente de
volume de solução de 200mL, de modo a
solubilidade.
obter-se uma solução 0,01mol/L, é de:
(04) A variação da pressão altera a
a) 1,580g.
solubilidade dos gases nos líquidos.
b) 2,000g.
(08) Dissolvendo-se 30 g de NaCl em
c) 0,020g. água, de tal forma que o volume total
seja 500 mL, a concentração da solução
d) 0,316g. obtida é igual a 0,513 mol/L.
e) 0,158g. A soma dos itens verdadeiros é:
F3) Nos seres humanos, o limite máximo a) 3
de concentração de íons Hg+2 é de
b) 4
6mg/L de sangue, que, expresso em
concentração molar, é igual a: c) 5
a) 0,03mol/L de sangue. d) 8
b) 0,0012mol/L de sangue. e)12
c) 0,006mol/L de sangue. • EXERCÍCIOS PROPOSTOS
d) 0,00003mol/L de sangue. P1) Sobre a diluição do ácido sulfúrico
em água, o químico e escritor Primo Levi
e) 0,000012mol/L de sangue.
afirma que, “está escrito em todos os
F4) O ácido sulfúrico concentrado é um tratados, é preciso operar às avessas,
líquido incolor, oleoso, muito corrosivo, quer dizer, verter o ácido na água e não o

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QUÍMICA 2 – IDEIA

contrário, senão aquele líquido oleoso de conforme representado. Esse alcaloide é


aspecto tão inócuo está sujeito a iras encontrado em grande quantidade nas
furibundas: sabem-no até os meninos do sementes de café e nas folhas de chá-
ginásio”. verde. Uma xícara de café contém, em
média, 80 mg de cafeína.
LEVI, P A tabela periódica. Rio de
Janeiro: Relume-Dumará, 1994 Figura: Estrutura da Cafeína
(adaptado).
O alerta dado por Levi justifica-se
porque a:
a) diluição do ácido libera muito calor.
b) mistura de água e ácido é explosiva.
c) água provoca a neutralização do ácido.
Considerando que a xícara descrita
d) mistura final de água e ácido separa- contém um volume de 200 mL de café, a
se em fases. concentração, em mol/L, de cafeína
nessa xícara é mais próxima de:
e) água inibe a liberação dos vapores
provenientes do ácido. a) 0,0004.
P2) O álcool comercial (solução de b) 0,002.
etanol) é vendido na concentração de
96%, em volume. Entretanto, para que c) 0,4.
possa ser utilizado como desinfetante, d) 2.
deve-se usar uma solução alcoólica na
concentração de 70%, em volume. e) 4.
Suponha que um hospital recebeu como P4) Um estudante encontrou, no
doação um lote de 1 000 litros de álcool laboratório, um frasco que continha uma
comercial a 96%, em volume, e pretende solução 3,0 M de certo hidróxido cujo
trocá-lo por um lote de álcool nome não constava no rótulo, que
desinfetante. Para que a quantidade total apresentava poucas indicações do
de etanol seja a mesma nos dois lotes, o conteúdo. Usando 200 mL dessa solução
volume de álcool a 70% fornecido na e evaporando todo o líquido, ele obteve
troca deve ser mais próximo de: 33,6 g de hidróxido de:
a)1042 L. a) potássio
b)1371 L. b) sódio
c)1428 L. c) cálcio
d)1632 L. d) magnésio
e)1700 L. P5) A 42ºC, a solubilidade de certo sal é
P3) A cafeína é a alcaloíde, identificado de 15 g para cada 100 g de água. Assinale
como 1,3,7-trimetilxantina (massa molar a alternativa que indica corretamente a
igual a 194 g/mol), cuja estrutura solução que será formada nessa
química contém uma unidade de purina, temperatura se adicionarmos 30 g desse

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QUÍMICA 2 – IDEIA

sal em 200 g de água e agitarmos e) 0,5M e 1,5M.


convenientemente:
P9) Sabendo-se que a massa molar do
a) insaturada. lítio é 7,0g/mol, a massa de lítio contida
em 250mL de uma solução aquosa de
b) saturada.
concentração 0,160mol/L de carbonato
c) supersaturada. de lítio é:

d) saturada com corpo de fundo. a) 0,560g.

P6) O rótulo de um produto usado como b) 0,400g.


desinfetante apresenta, entre outras, a
c) 0,280g.
seguinte informação. Cada 100 mL de
desinfetante contém 10 mL de solução de d) 0,160g.
formaldeído 37% V/V (volume de
e) 0,080g.
formaldeído por volume de solução). A
concentração de formaldeído no P10) Considere duas latas do mesmo
desinfetante, em porcentagem volume refrigerante, uma na versão “diet” e outra
por volume, é: na versão comum. Ambas contêm o
mesmo volume de líquido (300 mL) e
a) 1,0%
têm a mesma massa quando vazias. A
b) 3,7% composição do refrigerante é a mesma
em ambas, exceto por uma diferença: a
c) 10%
versão comum contém certa quantidade
d) 37% de açúcar, enquanto a versão “diet” não
contém açúcar (apenas massa
P7) Estudantes de química da UECE desprezível de um adoçante artificial).
preparam uma solução de 0,2 mol/L de Pesando-se duas latas fechadas do
uma substância de fórmula genérica refrigerante, foram obtidos os seguintes
M(OH)x dissolvendo 2,24 g do resultados:
composto em 200 mL de solução. A
fórmula do soluto é: 1- lata com refrigerante comum: Massa:
331,2g
a) NaOH
2- lata com refrigerante “diet”: Massa:
b) KOH 316,2g
c) Ca(OH)2 Por esses dados, pode-se concluir que a
d) Mg(OH)2 concentração, em g/L, de açúcar no
refrigerante comum é de,
P8) As molaridades dos íons Cu+2 e NO3- aproximadamente:
numa solução 0,5 molar de Cu(NO3)2,
são, respectivamente: a) 0,020

a) 0,5M e 0,5M. b) 0,050

b) 0,5M e 1,0M. c) 1,1

c) 1,0M e 1,0M. d) 20

d) 2,0M e 0,5M. e) 50

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QUÍMICA 2 – IDEIA

Aula: 05 e 06 – Equilíbrio Químico • CONSTANTE DE


EQUILÍBRIO
• CONSIDERAÇÕES INICIAS
➢ Em Termos de Concentração
Pode-se entender como estado de (𝑲𝒄)
equilíbrio de uma reação química, o
Define-se a constante de equilíbrio
momento em que os produtos e reagentes
de uma reação, em termos de
estão coexistindo de forma equilibrada.
concentração, como:
Portanto, o equilíbrio é alcançado
[𝑷𝒓𝒐𝒅𝒖𝒕𝒐𝒔]𝒄𝒐𝒆𝒇.𝒆𝒔𝒕𝒆𝒒.𝒅𝒐𝒔 𝒑𝒓𝒐𝒅𝒖𝒕𝒐𝒔
quando a velocidade de reação direta é 𝑲𝒄 =
[𝑹𝒆𝒂𝒈𝒆𝒏𝒕𝒆𝒔]𝒄𝒐𝒆𝒇.𝒆𝒔𝒕𝒆𝒒.𝒅𝒐𝒔 𝒓𝒆𝒂𝒈𝒆𝒏𝒕𝒆𝒔
igual a velocidade da reação inversa.
Figura: Velocidade de Reação x Tempo Dada a reação abaixo:
𝑎𝐴(𝑔) + 𝑏𝐵(𝑔) ↔ 𝑐𝐶(𝑔) + 𝑑𝐷(𝑔)

Tem-se, que:
[𝐶]𝑐 [𝐷]𝑑
𝐾𝑐 =
[𝐴]𝑎 [𝐵]𝑏
➢ Em Termos de Pressão (𝑲𝒑)
Em outras palavras, o equilíbrio
ocorre no instante em que as Define-se a constante de equilíbrio
concentrações dos reagentes e dos de uma reação, em termos de pressão,
produtos se tornam constantes. como:

Figura: Concentração dos Componentes x 𝒑𝒑𝒓𝒐𝒅𝒖𝒕𝒐𝒔 𝒄𝒐𝒆𝒇.𝒆𝒔𝒕𝒆𝒒.𝒅𝒐𝒔 𝒑𝒓𝒐𝒅𝒖𝒕𝒐𝒔


𝑲𝒑 =
Tempo 𝒑𝒓𝒆𝒂𝒈𝒆𝒏𝒆𝒕𝒔 𝒄𝒐𝒆𝒇.𝒆𝒔𝒕𝒆𝒒.𝒅𝒐𝒔 𝒓𝒆𝒂𝒈𝒆𝒏𝒕𝒆𝒔

Dada a reação abaixo:


𝑎𝐴(𝑔) + 𝑏𝐵(𝑔) ↔ 𝑐𝐶(𝑔) + 𝑑𝐷(𝑔)

Tem-se, que:
𝑝𝐶 𝑐 𝑝𝐷 𝑑
𝐾𝑝 = 𝑎 𝑏
Para efeitos de equilíbrio químico, 𝑝𝐴 𝑝𝐵
faz-se necessário analisar apenas os ➢ Relação entre 𝑲𝒑 𝒆 𝑲𝒄
componentes gasosos e aquosos, pois
considera-se que os sólidos e líquidos É possível que se estabeleça uma
não variam sua concentração. relação entre 𝐾𝑝 𝑒 𝐾𝑐 utilizando-se a
equação de Clapeyron!
OBS.: Quando todos os
componentes de uma reação química Sabe-se que:
estão na mesma fase, diz-se que a reação 𝑛
é homogênea. No entanto, quando os 𝑝𝑉 = 𝑛𝑅𝑇 → 𝑝 = 𝑅𝑇 → 𝑝 = [ ]𝑅𝑇
𝑉
componentes da reação estão em fases
distintas, a reação é dita ser heterogênea. Portanto:
𝑝𝐴 = [𝐴] ∙ 𝑅𝑇

P á g i n a | 15
QUÍMICA 2 – IDEIA

𝑝𝐵 = [𝐵] ∙ 𝑅𝑇 [𝐴]𝑎 [𝐵]𝑏


𝐾′𝑐 =
𝑝𝐶 = [𝐶] ∙ 𝑅𝑇 [𝐶]𝑐 [𝐷]𝑑

𝑝𝐷 = [𝐷] ∙ 𝑅𝑇 Com isso, é possível perceber que


𝐾𝑐 ∙ 𝐾 ′ 𝑐 = 1, portanto:
Com isso, tem-se que:
𝟏
𝑐 𝑑 𝑐 𝑑 𝑲𝒄𝒅𝒊𝒓𝒆𝒕𝒂 =
𝑝𝐶 𝑝𝐷 ([𝐶] 𝑅𝑇) ([𝐷] 𝑅𝑇) 𝑲𝒄𝒊𝒏𝒗𝒆𝒓𝒔𝒂
𝐾𝑝 = =
𝑝𝐴 𝑎 𝑝𝐵 𝑏 ([𝐴] 𝑅𝑇)𝑎 ([𝐵] 𝑅𝑇)𝑏
- Reações Múltiplas:
𝑐 𝑑 𝑐+𝑑
[𝐶] [𝐷] (𝑅𝑇)
𝐾𝑝 = A constante de equilíbrio da reação
[𝐴]𝑎 [𝐵]𝑏 (𝑅𝑇)𝑎+𝑏 global é dada pelo produto das
𝐾𝑝 = 𝐾𝑐 (𝑅𝑇) (𝑐+𝑑) − (𝑎+𝑏) constantes de cada uma das etapas.
Dadas as reações abaixo:
𝑲𝒑 = 𝑲𝒄 (𝑹𝑻) ∆𝒏
1) 𝑎𝐴(𝑔) + 𝑏𝐵(𝑔) ↔ 𝑐𝐶(𝑔)
Onde:
2) 𝑐𝐶(𝑔) + 𝑑𝐷(𝑔) ↔ 𝑒𝐸(𝑔)
∆𝑛: é a diferença entre o número de
mols gasosos do produto e o número de 3) 𝑒𝐸(𝑔) + 𝑓𝐹(𝑔) ↔ 𝑔𝐺(𝑔)
mols gasosos dos reagentes. 𝐺𝑙𝑜𝑏𝑎𝑙) 𝑎𝐴(𝑔) + 𝑏𝐵(𝑔) + 𝑑𝐷(𝑔) + 𝑓𝐹(𝑔) ↔ 𝑔𝐺(𝑔)

➢ Operações Notáveis na Tem-se que:


Constante de Equilíbrio
[𝐶]𝑐
𝐾𝑐,1 =
- Reação Inversa: [𝐴]𝑎 [𝐵]𝑏
[𝐸]𝑒
A constante de equilíbrio da reação 𝐾𝑐,2 =
[𝐶]𝑐 [𝐷]𝑑
inversa é dada pelo inverso da constante
de equilíbrio da reação direta. [𝐺]𝑔
𝐾𝑐,1 =
[𝐸]𝑒 [𝐹]𝑓
Dada a reação abaixo:
[𝐺]𝑔
𝐾𝑐,𝑔𝑙𝑜𝑏𝑎𝑙 =
𝑎𝐴(𝑔) + 𝑏𝐵(𝑔) ↔ 𝑐𝐶(𝑔) + 𝑑𝐷(𝑔) [𝐴]𝑎 [𝐵]𝑏 [𝐷]𝑑 [𝐹]𝑓

Onde: Dessa forma:


[𝐶]𝑐 [𝐸]𝑒 [𝐺]𝑔
𝑎𝐴(𝑔) + 𝑏𝐵(𝑔) → 𝑐𝐶(𝑔) + 𝑑𝐷(𝑔) é a 𝐾𝑐,1 ∙ 𝐾𝑐,2 ∙ 𝐾𝑐,3 =
[𝐴]𝑎 [𝐵]𝑏 [𝐶]𝑐 [𝐷]𝑑 [𝐸]𝑒 [𝐹]𝑓
reação direta;
[𝐺]𝑔
𝐾𝑐,1 ∙ 𝐾𝑐,2 ∙ 𝐾𝑐,3 =
𝑐𝐶(𝑔) + 𝑑𝐷(𝑔) → 𝑎𝐴(𝑔) + 𝑏𝐵(𝑔) é a [𝐴]𝑎 [𝐵]𝑏 [𝐷]𝑑 [𝐹]𝑓
reação inversa; Portanto, conclui-se que:
Observando-se a reação direta tem- 𝑲𝒄,𝒈𝒍𝒐𝒃𝒂𝒍 = 𝑲𝒄,𝟏 ∙ 𝑲𝒄,𝟐 ∙ 𝑲𝒄,𝟑 ∙ … ∙ 𝑲𝒄,𝒏
se que:
-Reação Proporcional:
[𝐶]𝑐 [𝐷]𝑑
𝐾𝑐 = Ao multiplicar-se todos os
[𝐴]𝑎 [𝐵]𝑏
coeficientes estequiométricos da reação
Observando-se a reação inversa tem- por um mesmo valor ‘y’, a nova
se que: constante de equilíbrio será dada pela
constante antiga elevada a ‘y’.

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QUÍMICA 2 – IDEIA

Dada a reação abaixo: produtos e, consequentemente, deslocará


o equilíbrio na direção dos produtos.
𝑎𝐴(𝑔) + 𝑏𝐵(𝑔) ↔ 𝑐𝐶(𝑔) + 𝑑𝐷(𝑔)
- A diminuição na concentração de
[𝐶]𝑐 [𝐷]𝑑 reagentes forçará a formação de menos
𝐾𝑐 =
[𝐴]𝑎 [𝐵]𝑏 produtos e, consequentemente, deslocará
o equilíbrio na direção dos reagentes.
Multiplicando por ‘y’:
- O aumento na concentração de
𝑦 𝑎𝐴(𝑔) + 𝑦 𝑏𝐵(𝑔) ↔ 𝑦 𝑐𝐶(𝑔) + 𝑦 𝑑𝐷(𝑔)
produtos forçará a formação de menos
Pela reação acima, tem-se que: produtos e, consequentemente, deslocará
o equilíbrio na direção dos reagentes.
[𝐶]𝑦𝑐 [𝐷] 𝑦𝑑 [𝐶]𝑐 [𝐷]𝑑
𝐾 ′′ 𝑐 = =( ⁄ 𝑎 𝑏 )𝑦
𝑦𝑎
[𝐴] [𝐵] 𝑦𝑏 [𝐴] [𝐵] - A diminuição na concentração de
produtos forçará a formação de mais
Portanto, conclui-se que:
produtos e, consequentemente, deslocará
𝑲′′ 𝒄 = (𝑲𝒄)𝒚 o equilíbrio na direção dos produtos.
➢ Efeito da Temperatura
• DESLOCAMENTO DE O aumento da temperatura favorece
EQUILÍBRIO a reação que absorve energia.
Analisando-se uma reação química, 𝑄 = 𝑚 𝑐 (∆𝑇)
pode-se perceber que certas situações
Pela reação acima, sabe-se que uma
alteram o equilíbrio.
variação positiva de temperatura
Princípio de Le Chatelier: A reação (aumento) indica absorção de calor e
química sempre buscará voltar para vice-versa. Portanto, pode-se concluir
uma situação de equilíbrio mais que:
favorável!
- O aumento da temperatura faz com
Figura: Balança em Equilíbrio que o equilíbrio se desloque no sentido
endotérmico.
- A diminuição da temperatura faz
com que o equilíbrio se desloque no
sentido exotérmico.
➢ Efeito da Pressão
➢ Efeito da Concentração
Analisando-se a equação de
Ao se adicionar, ou retirar, reagentes Clapeyron, tem-se que:
ou produtos de uma reação, alterando
𝑝𝑉 = 𝑛𝑅𝑇
assim sua concentração, a reação
funcionará como uma balança e tentará Mantendo-se a temperatura e o
reestabelecer o equilíbrio. número de mols constantes, obtém-se:
Dessa forma: 𝑝𝑉 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒
- O aumento na concentração de Portanto, a pressão e o volume
reagentes forçará a formação de mais tornam-se inversamente proporcionais.

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QUÍMICA 2 – IDEIA

Com isso: e) vdireta > vinversa.


- Com o aumento da pressão o F3) Um equilíbrio envolvido na
volume tende a diminuir e, formação da chuva ácida está
consequentemente, desloca o equilíbrio representado pela equação:
no sentido do menor número de mols
2SO2(g) + O2(g) ↔ 2SO3(g)
gasosos.
Em um recipiente de 1 litro, foram
- Com a diminuição da pressão o
misturados 6 mols de dióxido de enxofre
volume tende a aumentar e,
e 5 mols de oxigênio. Depois de algum
consequentemente, desloca o equilíbrio
tempo, o sistema atingiu o equilíbrio; o
no sentido do maior número de mols
número de mols de trióxido de enxofre
gasosos.
medido foi 4. O valor aproximado da
• EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO constante de equilíbrio é:
F1) Uma reação química atinge o a) 0,53
equilíbrio químico quando:
b) 0,66
a) ocorre simultaneamente nos sentidos
c) 0,75
direto e inverso.
d) 1,33
b) as velocidades das reações direta e
inversa são iguais. e) 2,33
c) os reagentes são totalmente F4) Analise o diagrama a seguir que
consumidos. mostra as variações de concentração em
mol/L de NO2 e N2O4 até atingirem o
d) a temperatura do sistema é igual à do
equilíbrio, dado pela reação 2 NO2 ↔
ambiente.
N2O4. O diagrama abaixo demonstra tal
e) a razão entre as concentrações de situação.
reagentes e produtos é unitária.
F2) A produção de amônia em escala
industrial é realizada pelo sistema de
Haber-Bosh em que se controla a pressão
e a temperatura, mantendo-se um sistema
em equilíbrio formado entre os gases:
N2(g) + 3 H2(g) ↔ 2 NH3(g) Determine a alternativa que indica o
Esse processo fornece um rendimento valor correto de Kc nessas condições:
em produtos da reação de 30%, mas é a a) 0,25
melhor condição de produção. Sobre
esse equilíbrio, podemos afirmar que: b) 0,5
a) [N2] = [H2]. c) 2,5
b) [NH3] = constante. d) 2
c) [N2] = [NH3]. e) 4
d) vinversa > vdireta.

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QUÍMICA 2 – IDEIA

F5) Vários ácidos são utilizados em a) É correta, pois, no equilíbrio químico,


indústrias que descartam seus efluentes metade das quantidades sempre é de
nos corpos d'água, como rios e lagos, produtos, e a outra metade é de
podendo afetar o equilíbrio ambiental. reagentes.
Para neutralizar a acidez, o sal carbonato
b) Não é correta, pois, no equilíbrio
de cálcio pode ser adicionado ao
químico, as concentrações de produtos e
efluente, em quantidades apropriadas,
as de reagentes podem ser diferentes,
pois produz bicarbonato, que neutraliza a
mas são constantes.
água. As equações envolvidas no
processo são apresentadas: c) É correta, pois, no equilíbrio químico,
as concentrações de reagentes e as de
produtos sempre são iguais, desde que o
equilíbrio não seja perturbado por um
efeito externo.

Com base nos valores das constantes de d) Não é correta, pois, no equilíbrio
equilíbrio das reações II, III e IV a 25 ºC, químico, as concentrações dos produtos
qual é o valor numérico da constante de sempre são maiores que as dos reagentes,
equilíbrio da reação I? desde que o equilíbrio não seja afetado
por um fator externo.
a) 4,5 x 10-26
e) É correta, pois, no equilíbrio químico,
b) 5,0 x 10-5 as concentrações de reagentes e as de
c) 0,8 x 10-9 produtos sempre não são iguais.

d) 0,2 x 105 P2) Após seu desgaste completo, os


pneus podem ser queimados para a
e) 2,2 x 1026 geração de energia. Dentre os gases
gerados na combustão completa da
borracha vulcanizada, alguns são
• EXERCÍCIOS PROPOSTOS poluentes e provocam a chuva ácida.
Para evitar que escapem para a
P1) O equilíbrio químico se caracteriza atmosfera, esses gases podem ser
por ser uma dinâmica em nível borbulhados em uma solução aquosa
microscópico. Para se ter uma
contendo uma substância adequada.
informação quantitativa da extensão do
Considere as informações das
equilíbrio químico, usa-se a grandeza
substâncias listadas no quadro.
constante de equilíbrio. Considere a
tirinha a seguir:

Dentre as substâncias listadas no quadro,


aquela capaz de remover com maior
eficiência os gases poluentes é o (a)
Aplicada ao equilíbrio químico, a ideia
que o personagem tem sobre equilíbrio: a) Fenol.
b) Piridina.

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QUÍMICA 2 – IDEIA

c) Metilamina. equilíbrio entre essas espécies pode ser


representado por:
d) Hidrogenofosfato de potássio.
2 NO2(g) ⇔ N2O4(g) ΔH < 0
e) Hidrogenosulfato de potássio.
Indique qual (is) alternativa(s) está (ão)
P3) Na química ambiental,
correta (s):
particularmente no controle da
ocorrência da chuva ácida, têm particular a) o aumento da concentração de NO2(g)
importância as reações entre os gases favorecerá a reação inversa.
monóxido de nitrogênio, NO(g), e
b) o aumento da temperatura favorecerá
oxigênio, O2(g), para originar o dióxido
a reação direta.
de nitrogênio, NO2(g), o qual se combina
com a água e forma o ácido nítrico, c) o aumento da pressão favorecerá a
HNO3(aq), segundo as reações assim reação direta.
equacionadas:
d) a diminuição da concentração de
2NO(g)+ O2(g) ↔ 2 NO2(g) + 27kcal N2O4(g) favorecerá a reação inversa.
3NO2(g) + H2O (l) ↔ 2 HNO3 (aq) + NO (g) P5) A síntese de HI é um processo
exotérmico que, no equilíbrio, pode ser
Quando essas reações ocorrem em um
representado pela equação:
recipiente fechado, analisando os fatores
considerados:
1. Injeção de O2(g); Com relação a esse processo, é correto
2. Elevação da pressão; afirmar que:

3. Redução da temperatura; a) quando abaixarmos a temperatura, o


equilíbrio é deslocado para a direita.
4. Redução da pressão;
b) quando adicionarmos uma pequena
5. Elevação da temperatura. quantidade de hidrogênio, o equilíbrio é
deslocado para a esquerda.
Indique aquele (s) que, atuando sobre o
equilíbrio I, tende (m) a reduzir a c) quando retirarmos uma parte do iodo,
produção de ácido nítrico no equilíbrio o equilíbrio é deslocado para a direita.
II.
d) quando adicionarmos um catalisador,
a) Somente 1 o equilíbrio é deslocado para a direita.
b) Somente 2 e 5 P6) Dada a reação exotérmica:
c) Somente 4 e 5 2 H2O2 (aq) ↔ 2 H2O (l) + O2 (g)
d) Somente 1,2 e 4 A alteração que favorece a formação dos
produtos é a elevação da:
e) Somente 1,3 e 5
a) temperatura.
P4) O dióxido de nitrogênio é um gás de
cor castanha que se transforma b) pressão parcial de O2.
parcialmente em tetróxido de
dinitrogênio, um gás incolor. O c) concentração de H2O.
d) pressão.

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QUÍMICA 2 – IDEIA

e) concentração de H2O2. saúde. Os de cola apresentam ácido


fosfórico, substância prejudicial à
P7) Numa churrasqueira, para tornar o
fixação de cálcio, o mineral que é o
carvão em brasa mais incandescente, é
principal componente da matriz dos
hábito abanar ou assoprar o carvão. Essa
dentes. A cárie é um processo dinâmico
prática funciona bem, pois provoca:
de desequilíbrio do processo de
a) o aumento da concentração de gás desmineralização dentária, perda de
nitrogênio, que é o reagente principal minerais em razão da acidez. Sabe-se
numa combustão. que o principal componente do esmalte
do dente é um sal denominado
b) o aumento da concentração de gás hidroxiapatita. O refrigerante, pela
carbônico, que aumenta a velocidade da presença da sacarose, faz decrescer o pH
reação. do biofilme (placa bacteriana),
c) a diminuição da concentração de gás provocando a desmineralização do
nitrogênio, favorecendo a combustão do esmalte dentário. Os mecanismos de
carvão. defesa salivar levam de 20 a 30 minutos
para normalizar o nível do pH,
d) o aumento da concentração de gás remineralizando o dente. A equação
oxigênio, que é o comburente da reação. química seguinte representa esse
e) o aumento da concentração de gás processo:
oxigênio, que é o combustível da reação.
P8) Em meio básico, alguns cátions
metálicos precipitam na forma de Considerando que uma pessoa consuma
hidróxidos gelatinosos, que são usados refrigerantes diariamente, poderá ocorrer
para adsorver impurezas sólidas e um processo de desmineralização
posteriormente decantá-las, ajudando a dentária, devido ao aumento da
purificar a água. Um desses cátions concentração de
metálicos é o alumínio, cuja formação
a) OH–, que reage com os íons Ca2+,
inicial de flocos pode ser descrita pela
deslocando o equilíbrio para a direita.
seguinte equação química:
Al2(SO4)3 + 6OH– ↔ 2 Al(OH)3 + 3SO42– b) H+, que reage com as hidroxilas OH–,
deslocando o equilíbrio para a direita.
Para que este processo seja eficiente, o
equilíbrio deve ser deslocado em direção c) OH–, que reage com os íons Ca2+,
aos produtos, o que pode ser realizado deslocando o equilíbrio para a esquerda.
através: d) H+, que reage com as hidroxilas OH–,
a) da adição de ácido clorídrico. deslocando o equilíbrio para a esquerda.

b) da adição de sulfato de sódio. e) Ca2+, que reage com as hidroxilas OH–


, deslocando o equilíbrio para a esquerda.
c) do aumento da pressão externa.
P10) Às vezes, ao abrir um refrigerante,
d) da adição de cloreto de potássio. percebe-se que uma parte do produto
vaza rapidamente pela extremidade do
e) da adição de hidróxido de sódio.
recipiente. A explicação para esse fato
P9) Os refrigerantes têm-se tornado cada está relacionada à perturbação do
vez mais o alvo de políticas públicas de equilíbrio químico existente entre alguns

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QUÍMICA 2 – IDEIA

dos ingredientes do produto de acordo • CONSTANTE DE


com a equação: IONIZAÇÃO (K)
Semelhante ao que foi visto na aula
de equilíbrio químico, pode-se definir a
A alteração do equilíbrio anterior, constante de ionização como sendo
relacionada ao vazamento do análoga à constante de equilíbrio com
refrigerante nas condições descritas, tem relação à concentração.
como consequência a:
[𝑷𝒓𝒐𝒅𝒖𝒕𝒐𝒔]𝒄𝒐𝒆𝒇.𝒆𝒔𝒕𝒆𝒒.𝒅𝒐𝒔 𝒑𝒓𝒐𝒅𝒖𝒕𝒐𝒔
a) Liberação de CO2 para o ambiente. 𝑲=
[𝑹𝒆𝒂𝒈𝒆𝒏𝒕𝒆𝒔]𝒄𝒐𝒆𝒇.𝒆𝒔𝒕𝒆𝒒.𝒅𝒐𝒔 𝒓𝒆𝒂𝒈𝒆𝒏𝒕𝒆𝒔
b) Elevação da temperatura do É importante salientar que quanto
recipiente. maior for a constante de ionização, mais
c) Elevação da pressão interna do forte será o eletrólito.
recipiente.
d) Elevação da concentração de CO2 no • LEI DE DIULUIÇÃO DE
líquido. OSTWALD
e) Formação de uma quantidade 𝑪𝑨 ↔ 𝑪+ + 𝑨−
significativa de H2O.
CA C+ A-
Início n 0 0
Aula: 07 e 08 – Equilíbrio Iônico Reação - nα + nα + nα
Equilíbrio n - nα nα nα

• CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Considerando que a reação acima
Algumas vezes é necessário se ocorra em um recipiente de volume V,
realizar o estudo de equilíbrios químicos pode-se deduzir a expressão para a
em soluções iônicas, ou seja, soluções constante de equilíbrio:
que possuem íons dispersos.
𝑛𝛼 𝑛𝛼 𝑛𝛼 2
∙ 𝑉(1 − 𝛼)
𝑘= 𝑉 𝑉 =
• GRAU DE IONIZAÇÃO 𝑛(1 − 𝛼) ϻ𝛼 2
𝑉
{ 1−𝛼
Pode-se definir como grau de
ionização a razão dada pelo número de Onde:
mols dissolvidos e pelo número total de
ϻ: é a concentração molar
mols iniciais.
𝛼: é o grau de ionização
𝑛º 𝑑𝑒 𝑚𝑜𝑙𝑠 𝑑𝑖𝑠𝑠𝑜𝑙𝑣𝑖𝑑𝑜𝑠
𝛼=
𝑛º 𝑑𝑒 𝑚𝑜𝑙𝑠 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑖𝑠 V: é o volume
É importante salientar que quanto Observando-se a situação acima,
maior for o grau de ionização, mais forte pode-se perceber que o grau de
será o eletrólito. ionização de um eletrólito aumenta
(tendendo a 100 %) à medida que se
dilui a solução!

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QUÍMICA 2 – IDEIA

• EFEITOS DE ÍONS 𝐾 = 1,81 ∙ 10−16


𝑚𝐻2 𝑂 1000
➢ Íon Comum 𝑛𝐻2 𝑂 = = ≈ 55,5 𝑚𝑜𝑙
𝑀𝑀𝐻2 𝑂 18
i) 𝐻𝐶𝑁 ↔ 𝐻 + + 𝐶𝑁 −
𝑛𝐻2 𝑂 𝑚𝑜𝑙
ii) 𝑁𝑎𝐶𝑁 ↔ 𝑁𝑎+ + 𝐶𝑁 − ϻ𝐻2 𝑂 = ≈ 55,5 = [𝐻2 𝑂]
𝑉𝐻2𝑂 𝐿
Analisando-se a reação (ii), pode-se Com isso, tem-se que:
perceber que existe um aumento na
concentração dos íons 𝐶𝑁 − . Com isso, 𝐾[𝐻2 𝑂] = 𝐾𝑤 = 1,81 ∙ 10−16 ∙ 55,5
pelo Princípio de Le Chatelier, o 𝐾𝑤 = 1 ∙ 10−14 = [𝐻 + ][𝑂𝐻 − ]
equilíbrio da reação (i) é deslocado para
a esquerda, ou seja, há uma diminuição Portanto:
na solubilidade do HCN.
Água Pura: [𝐻 + ] = [𝑂𝐻 − ] = 1 ∙ 10−7
➢ Íon Não-Comum
Solução Ácida: [𝐻 + ] > 1 ∙
−7 [𝑂𝐻 − ] −7
i) 𝐻𝐶𝑁 ↔ 𝐻 + + 𝐶𝑁 − 10 𝑒 < 1 ∙ 10

ii) 𝑁𝑎𝑂𝐻 ↔ 𝑁𝑎+ + 𝑂𝐻 − Solução Básica: [𝐻 + ] < 1 ∙


10−7 𝑒 [𝑂𝐻 − ] > 1 ∙ 10−7
Analisando-se a reação (ii), pode-se
perceber que os íons 𝑂𝐻 − reagem com
os íons 𝐻 + da reação (i), fazendo com • pH, pOH e pKw
que a concentração deste diminua. Com
isso, pelo Princípio de Le Chatelier, o Matematicamente, definiu-se alguns
equilíbrio da reação (i) é deslocado para fatores para o estudo do equilíbrio
a direita, ou seja, há um aumento na iônico:
solubilidade do HCN. pH: potencial hidrogeniônico
𝑝𝐻 = − log[𝐻 + ]
• EQUILÍBRIO IÔNICO NA pOH: potencial hidroxiliônico
ÁGUA
𝑝𝐻 = − log[𝑂𝐻 − ]
Um dos equilíbrios mais importantes
da química é o equilíbrio da iônico da pKw: é dado pela soma do pH e
água. pOH.

𝐻2 𝑂 ↔ 𝐻 + + 𝑂𝐻 − 𝑝𝐾𝑤 = − log 𝐾𝑤 = 𝑝𝐻 + 𝑝𝑂𝐻

[𝐻 + ][𝑂𝐻 − ] Com isso, pode-se fazer a seguinte


𝐾= análise:
[𝐻2 𝑂]
𝐾[𝐻2 𝑂] = [𝐻 + ][𝑂𝐻 − ] 1 ∙ 10−14 = [𝐻 + ][𝑂𝐻 − ]

𝐾[𝐻2 𝑂] = 𝐾𝑤 log([𝐻 + ][𝑂𝐻 − ]) = log(1 ∙ 10−14 )

𝐾𝑤 = [𝐻 + ][𝑂𝐻 − ] log[𝐻 + ] + log[𝑂𝐻 − ] = − 14

Analisando-se a reação dada, a uma −log[𝐻 + ] − log[𝑂𝐻 − ] = 14


temperatura de 25 ºC e com um volume 𝒑𝑯 + 𝒑𝑶𝑯 = 𝟏𝟒
de 1 litro, observou-se que:

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QUÍMICA 2 – IDEIA

Portanto: b) 3,0
Água Pura: 𝑝𝐻 = 𝑝𝑂𝐻 = 7 c) 3,5
Solução Ácida: 𝑝𝐻 < 7 𝑒 𝑝𝑂𝐻 > 7 d) 4,0
Solução Básica: 𝑝𝐻 > 7 𝑒 𝑝𝑂𝐻 < 7 e) 4,5
F4) Quando o ácido cianídrico é
dissolvido em água, sofre ionização
• EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
(formando os íons hidrônio e cianeto), o
Utilize a tabela abaixo para responder que resulta no seguinte equilíbrio iônico:
às questões F1 e F2.

A concentração de íons CN- aumentará


se adicionarmos à solução:
a) um ácido forte
b) uma base forte
c) um sal formado a partir de íons
provenientes de ácido e base fortes

F1) Qual o ácido mais forte? d) um óxido inorgânico qualquer

a) H2S e) um solvente orgânico

b) HNO2 F5) A autoionização da água é uma


reação endotérmica. Um estudante
c) H2CO3 mediu o pH da água recém destilada,
isenta de CO2 e a 50 °C, encontrando o
d) CH3COOH
valor 6,6. Desconfiado de que o aparelho
e) C6H5COOH de medida estivesse com defeito, pois
esperava o valor 7,0, consultou um
F2) Qual o ácido mais fraco?
colega que fez as seguintes afirmações:
a) H2S
(I) seu valor (6,6) pode estar correto, pois
b) HNO2 7,0 é o pH da água pura, porém a 25 °C;
c) H2CO3 (II) a aplicação do princípio de Le
Chatelier ao equilíbrio da ionização da
d) CH3COOH
água justifica que, com o aumento da
e) C6H5COOH temperatura, aumente a concentração de
H+;
F3) A concentração hidrogeniônica do
suco de limão puro é 10-3 mol/L. Qual o (III) na água, o pH é tanto menor quanto
pH de um refresco preparado com 20 mL maior a concentração de H+.
de suco de limão e água suficiente para
Está correto o que se afirma
completar 200 mL?
a) somente em I.
a) 2,5
b) somente em II.

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QUÍMICA 2 – IDEIA

c) somente em III. P3) A análise de um determinado


afluente (rio) mostrou que a quantidade
d) somente em I e II.
de íons hidrônios (H+) presentes era igual
e) em I, II e III. a 10–6 mol.L–1. Sabendo que é normal
encontrar as águas de rios e lagos com
• EXERCÍCIOS PROPOSTOS pH variando entre 4 e 9, determine o
P1) Qual alternativa apresenta uma valor do pH da água analisada.
substância capaz de aumentar a a) 3
concentração dos íons carbonato (CO3-2)
no equilíbrio abaixo? b) 8
c) 11
d) 13
a) HBr
e) 6
b) HNO3
P4) Entre os fatores propostos abaixo,
c) KOH qual é o único capaz de modificar o valor
d) H2O da constante de ionização da água (Kw)?

e) n.d.a. a) Aumento da concentração de


hidróxidos
P2) Visando minimizar impactos
ambientais, a legislação brasileira b) Diminuição da concentração de
determina que resíduos químicos hidrônios
lançados diretamente no corpo receptor c) Aumento da concentração de
tenham pH entre 5,0 e 9,0. Um resíduo hidrônios
líquido aquoso gerado em um processo
industrial tem concentração de íons d) Temperatura
hidroxila igual a 1,0 x 10-10 mol/L. P5) Considere o equilíbrio químico que
Para atender a legislação, um químico se estabelece em uma solução aquosa de
separou as seguintes substâncias, ácido acético que pode ser representada
disponibilizadas no almoxarifado da pela equação:
empresa: CH3COOH, Na2SO4, CH3OH,
K2CO3 e NH4Cl.
Mantendo-se constante a temperatura e
Para que o resíduo possa ser lançado
adicionando-se uma solução aquosa de
diretamente no corpo receptor, qual
acetato de sódio, de fórmula
substância poderia ser empregada no
CH3COONa, é incorreto afirmar que
ajuste do pH?
a) o equilíbrio se desloca para a
a) CH3COOH
esquerda.
b) Na2SO4
b) aumenta a concentração de
c) CH3OH CH3COOH.
d) K2CO3 c) aumenta a concentração do íon
CH3COO-.
e) NH4Cl

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QUÍMICA 2 – IDEIA

d) diminui a concentração do íon H+. metilamina (CH3NH2) quando


adicionado à água:
e) altera o valor numérico da constante
de equilíbrio. CH3NH2(l) + H2O(aq) ↔ CH3NH3(aq)+ + OH(aq)–

P6) Entre os líquidos da tabela adiante: Qual será o valor do pH de uma solução
que apresenta uma concentração de 0,75
mol/ L de metilamina que está 8%
dissociada?
a) 1,22.
b) 12,78.
c) 33,22.
d) 12,28.
tem caráter ácido apenas:
e) 11,78.
a) o leite e a lágrima.
P9) Indique se as afirmativas a seguir são
b) a água de lavadeira. verdadeiras ou falsas. Considere a
c) o café preparado e a coca-cola. temperatura de 25 ºC e KW = 10-14.

d) a água do mar e a água de lavadeira. ( ) Uma solução com [H+] > 10-7 mol/L
apresenta pH > 7.
e) a coca-cola.
( ) Uma solução com [H+] > 10-7 mol/L
P7) O suco de repolho-roxo pode ser apresenta caráter ácido.
utilizado como indicador ácido-base em
diferentes soluções. Para isso, basta ( ) Uma solução de hidróxido de sódio
misturar um pouco desse suco à solução (base forte) apresenta pH maior que 7,
desejada e comparar a coloração final qualquer que seja sua concentração.
com a escala indicadora de pH, com ( ) Uma solução de ácido sulfúrico (ácido
valores de 1 a 14, mostrada a seguir. forte) apresenta pH menor que 7,
qualquer que seja sua concentração.
A ordem correta é:
Utilizando-se o indicador ácido-base e a
escala para determinar o pH da saliva a) V,V,F,F
humana e do suco gástrico, têm-se,
b) V,F,V,F
respectivamente, as cores
c) F,V,F,F
a) vermelha e vermelha.
d) F,F,F,V
b) vermelha e azul.
e) F,V,V,F
c) rosa e roxa.
P10) A acidez de uma solução 0,1 mol/L
d) roxa e amarela.
de um ácido é tanto maior:
e) roxa e vermelha.
I. quanto maior o pH;
P8) A equação a seguir apresenta a
II. quanto maior a concentração de H+;
dissociação do composto orgânico

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QUÍMICA 2 – IDEIA

III. quanto maior a constante de Para a oxidação dos ânions:


ionização de ácido.
Ñ Oxig. > OH > Flúor > Oxigenados
Com respeito às afirmações acima, pode-
se dizer que:
• PILHAS
a) somente I está certa.
Pode-se entender como pilha o
b) somente II está certa.
dispositivo que realiza a conversão de
c) somente III está certa. energia química em energia elétrica de
forma espontânea.
d) somente I e II estão certas.
Figura: Pilha de Daniell
e) somente II e III estão certas.

Aula: 09 e 10 – Eletroquímica

• CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Para o estudo da eletroquímica,
alguns conceitos são fundamentais.
➢ Oxidação e Redução Das Observando o esquema acima e
a tabela de prioridade de oxidação, nota-
O processo de perda de elétrons se que o zinco tende a oxidar mais
ocasiona o aumento do nox e, por isso, facilmente que o cobre. Portanto, parte
diz que o elemento sofreu uma oxidação. da chapa de zinco começa a oxidar e dar
O processo de ganha de elétrons origem ao íon Zn2+. Do outro lado da
ocasiona a diminuição do nox e, por isso, pilha parte do Cu2+ da solução começa a
diz que o elemento sofreu uma redução. se depositar sobre a chapa metálica de
cobre.
➢ Agente Oxidante e Redutor
Para que tudo isso ocorra, é
A substância que sofre oxidação é
necessário que o zinco perca elétrons e o
responsável por reduzir outra substância
cobre ganhe os elétrons perdidos pelo
e, por isso, é chamada de Agente
zinco. Como os elétrons são partículas
Redutor, e a substância que sofre
negativas e sabemos que negativo repele
redução é responsável por oxidar outra
negativo, passou-se a considerar que o
substância e, por isso, é chamada de
eletrodo que perde os elétrons na pilha é
Agente Oxidante.
o eletrodo negativo. Denominou-se tal
➢ Prioridade de Reação dos Íons eletrodo de ânodo. O outro eletrodo
então passou a ser chamado de cátodo.
No estudo da eletroquímica, é
necessário saber a prioridade de reação
dos cátions e íons.
Para a redução dos cátions:
M.N. > Hidrogênio > M.C. > 2A > 1A

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QUÍMICA 2 – IDEIA

Diante disso, podemos estabelecer • ELETRÓLISE


uma equação para a pilha acima que é
O principal objetivo da eletrólise é
conhecida por pilha de Daniell.
tornar possível o acontecimento de
Reação Anódica: Zn → Zn2+ + 2e- reações não espontâneas. Esse objetivo é
alcançado pela utilização de um gerador,
Reação Catódica: Cu2+ + 2e- → Cu
que fornece uma corrente, forçando um
Reação Global da Pilha: certo fluxo de elétrons.
Zn + Cu2+ → Zn2+ + Cu A eletrólise pode ser de dois tipos:
ígnea e aquosa. Na eletrólise ígnea a
Relaciona-se as reações acima por
substância pura está liquefeita, já na
meio de uma representação:
aquosa há presença dos íons na água.
Representação:
Por questões diversas, a eletrólise
2+ 2+ aquosa é a mais usual.
Zn/Zn // Cu /Cu
➢ A ddp de um Pilha: Sabe-se que quem oxida é o ânodo
e quem reduz é o cátodo. O gerador
A corrente da pilha funciona força os sinais dos eletrodos e, diante
semelhante a uma queda d’água. A disso, o cátodo torna-se o eletrodo
corrente flui do lado de maior energia (+) negativo e o ânodo o eletrodo positivo.
para o de menor energia (-) assim como
a massa de água. ➢ NaCl (aquoso):

Assim como o nível do mar é tomado Figura: Eletrólise do Cloreto de Sódio Aquoso
como referência para a medição de
altitudes, o hidrogênio foi tomado como
referência para os potenciais. Desse
modo:
ERED (H) = EOXI (H) = 0.
Além disso, sabe-se que o cátodo é
quem reduz e o ânodo é quem oxida.
Portanto:
No exemplo acima, o ânion Cl- oxida
∆E = ERED (Catodo) – ERED(Anodo) na frente do OH- da água e o cátion H+
= EOXI (Anodo) – EOXI (Catodo). reduz na frente do Na+ da água.

∆E > 0 → Reação Espontânea. Cl- → ½ Cl2(g) + 1e-

∆E < 0 → Reação não Espontânea. 2H+ + 2e- → H2(g)

OBS.: Proteção contra Corrosão!! NaCl + H2O → NaOH + ½Cl2(g) + ½H2(g)

- Metal de Sacrifício (Reação Global)

- Galvanização
- Pintura / Revestimento

P á g i n a | 28
QUÍMICA 2 – IDEIA

➢ CuSO4 (aquoso): ➢ KOH (aquoso):


Figura: Eletrólise do Sulfato de Cobre Aquoso Figura: Eletrólise do Hidróxido de Potássio
Aquoso

No exemplo acima, o ânion OH- da


água oxida na frente do SO42- da solução No exemplo acima, o cátion H+ reduz
e o cátion Cu2+ reduz na frente do H+ da na frente do K+ e o único ânion que existe
água. é o OH-, logo este oxida.

Cu2+ + 2e- → Cu 2H+ + 2e- → H2(g)

2OH- → H2O + ½ O2(g) + 2e- 2OH- → H2O + ½ O2(g) + 2e-

CuSO4 + H2O → H2SO4 + Cu + ½ O2(g) H2O → H2(g) + ½ O2(g)

(Reação Global) (Reação Global)

➢ NiBr2 (aquoso): ➢ Análise Matemática

Figura: Eletrólise do Brometo de Níquel II A carga de 1 elétron, denominada


Aquoso carga elementar, equivale a 1,6 x 10-19 C,
ou seja, 1 mol de elétrons (6,02 x 10-23
elétrons) possui uma carga próxima de
96500 C.
Esse valor é conhecido como
constante de Faraday e, por isso, pode-se
muitas vezes dizer que 1 mol de elétrons
corresponde a 1 faraday.
Além disso, faz-se necessário
No exemplo acima, o ânion Br- oxida lembrar da definição de corrente elétrica:
na frente do OH- da água e o cátion Ni2+ ∆𝑄
reduz na frente do H+ da água. 𝑖= [𝐴𝑚𝑝é𝑟𝑒𝑠 − 𝐴]
∆𝑡
Ni2+ + 2e- → Ni Em resumo:
2Br- → Br2(g) + 2e- Pilha Eletrólise
Ânodo Negativo Positivo
NiBr2 → Ni + Br2(g)
Cátodo Positivo Negativo
(Reação Global) Espontaneidade Natural Forçado

P á g i n a | 29
QUÍMICA 2 – IDEIA

• EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO parte dos metais sucateados. O cobre, por


exemplo, é um dos metais com maior
F1) Considere as seguintes afirmações a
rendimento no processo de eletrólise,
respeito da pilha de Daniell:
com uma recuperação de
I. No ânodo ocorre redução dos íons da aproximadamente 99,9%. Por ser um
solução. metal de alto valor comercial e de
múltiplas aplicações, sua recuperação
II. A passagem de elétrons, no circuito torna-se viável economicamente.
externo, ocorre sempre do cátodo em Suponha que, em um processo de
direção ao ânodo. recuperação de cobre puro, tenha-se
III. O cátodo sofre uma redução de eletrolisado uma solução de sulfato de
massa. cobre (II) (CuSO4) durante 3 h,
empregando-se uma corrente elétrica de
Marque a alternativa que indica os itens intensidade igual a 10A. A massa de
que são corretos: cobre puro recuperada é de
a) I e II. aproximadamente:

b) II e III. Dados: Constante de Faraday F = 96 500


C/mol; Massa molar em g/mol: Cu =
c) I e III. 63,5.
d) todas. a) 0,02g.
e) nenhuma. b) 0,04g.
F2) Uma cela eletroquímica é c) 2,40g.
constituída pelas semicelas Cr // Cr+3 e
Ag // Ag+ cujos valores potenciais E0 d) 35,5g.
são: e) 71,0g.
Cr(s) → Cr (aq) + 3e E0 = +0,75 volts
+3 -
F4) Assinale a alternativa correta sobre a
Ag(s) → Ag+(aq) + e- E0 = -0,80 volts eletrólise:

Quando a cela está em funcionamento, é a) A reação que ocorre no cátodo é de


incorreta a afirmação de que: oxidação.

a) O eletrodo, onde ocorre oxidação é o b) A reação que ocorre no ânodo é de


ânodo da cela. redução.

b) A voltagem da cela é de 1,55 volts. c) O cátodo fornece elétrons dos cátions


do eletrólito e tem sinal positivo.
c) O cromo metálico reage e forma Cr+3.
d) O ânodo recebe elétrons dos ânions do
d) Os íons negativos e positivos se eletrólito e tem sinal positivo.
movimentam através da solução, mas em
direções opostas. e) Na eletrólise, a energia química é
transformada em energia elétrica.
e) Os elétrons passam através do
voltímetro, da prata para o cromo. F5) Na obtenção industrial do alumínio,
ocorre a seguinte reação catódica:
F3) A eletrólise é muito empregada na
indústria com o objetivo de reaproveitar Al3+ + 3 e- → Al

P á g i n a | 30
QUÍMICA 2 – IDEIA

Sabendo que 1 F (faraday) é a carga de 1 d) tem como reação da célula a seguinte


mol de elétrons, quantos faradays reação: Zn + Ag2O → Zno + 2Ag
provocam a deposição de 9 quilogramas
e) apresenta fluxo de elétrons na pilha
de alumínio? (Dado: M(Al) = 27 u)
do eletrodo de Ag2O para o Zn.
a) 3.
P3) O Instituto Luiz Coimbra (UFRJ)
b) 30. lançou o primeiro ônibus urbano movido
a hidrogênio do Hemisfério Sul, com
c) 100.
tecnologia inteiramente nacional. Sua
d) 300. tração provém de três fontes de energia,
sendo uma delas a pilha de combustível,
e) 1000 na qual o hidrogênio, gerado por um
• EXERCÍCIOS PROPOSTOS processo eletroquímico, reage com o
oxigênio do ar, formando água.
P1) Na pilha eletroquímica sempre
ocorre: A transformação de energia que ocorre
na pilha de combustível responsável pelo
a) oxidação do catodo. movimento do ônibus decorre da energia
b) movimento de elétrons no interior da cinética oriunda do (a)
solução eletrolítica. a) calor absorvido na produção de água.
c) reação com diminuição de calor. b) expansão gasosa causada pela
d) passagem de elétrons, no circuito produção de água.
externo, do anodo para o catodo. c) calor liberado pela reação entre o
e) reação de neutralização. hidrogênio e o oxigênio.

P2) Pilhas e baterias são dispositivos tão d) contração gasosa causada pela reação
comuns em nossa sociedade que, sem entre o hidrogênio e o oxigênio.
percebermos, carregamos vários deles e) eletricidade gerada pela reação de
junto ao nosso corpo; elas estão oxirredução do hidrogênio com o
presentes em aparelhos de MP3, oxigênio.
relógios, rádios, celulares etc. As semi-
reações descritas a seguir ilustram o que P4) A calda bordalesa é uma alternativa
ocorre em uma pilha de óxido de prata. empregada no combate a doenças que
afetam folhas de plantas. Sua produção
consiste na mistura de uma solução
aquosa de sulfato de cobre (II), CuSO4,
com óxido de cálcio, CaO, e sua
Pode-se afirmar que esta pilha aplicação só deve ser realizada se estiver
levemente básica. A avaliação
a) é uma pilha ácida. rudimentar da basicidade dessa solução é
realizada pela adição de três gotas sobre
b) apresenta o óxido de prata como o
uma faca de ferro limpa. Após três
ânodo.
minutos, caso surja uma mancha
c) apresenta o zinco como o agente avermelhada no local da aplicação,
oxidante. afirma-se que a calda bordalesa ainda
não está com a basicidade necessária. O

P á g i n a | 31
QUÍMICA 2 – IDEIA

quadro apresenta os valores de P6) A eletrólise ígnea do brometo de


potenciais padrão de redução (Eº) para magnésio é representada pela equação
algumas semirreações de redução. química a seguir:
MgBr2(l) → Mg(s) + Br2(g)
Pode-se afirmar que, durante essa
eletrólise:
a) há liberação de energia elétrica.
b) os íons Mg2+ oxidam-se.
A equação química que representa a c) os íons Mg2+ reduzem-se.
reação de formação da mancha
avermelhada é: d) o eletrodo em que é formado
magnésio metálico é o cátodo.
a) Ca2+ (aq) + 2 Cu+(aq) → Ca (s) + 2
Cu2+(aq). P7) O alumínio é obtido industrialmente
pela eletrólise ígnea da alumina (Al2O3).
b) Ca2+ (aq) + 2 Fe2+ (aq) →Ca(s) + Indique a alternativa incorreta:
2Fe3+ (aq).
a) O íon alumínio sofre redução.
c) Cu (aq) + 2 Fe (aq) → Cu(s) +
2+ 2+

2Fe3+ (aq). b) O gás oxigênio é liberado no ânodo.

d) 3 Ca2+ (aq) + 2 Fe (s) → 3Ca(s) + c) O alumínio é produzido no cátodo.


2Fe3+ (aq). d) O metal alumínio é agente oxidante.
e) 3 Cu2+ (aq) + 2 Fe (s) → 3Cu (s) + 2 e) O íon O2– sofre oxidação.
Fe3+ (aq)
P8) Uma solução aquosa de iodeto de
P5) As proposições a seguir estão potássio (KI) foi eletrolisada, usando-se
relacionadas com eletrólise: a aparelhagem esquematizada na figura.
I. As reações de eletrólise ocorrem com Após algum tempo de eletrólise,
consumo de energia elétrica. adicionaram-se algumas gotas de
solução de fenolftaleína na região do
II. Soluções aquosas de glicose não eletrodo A e algumas gotas de solução de
podem ser eletrolisadas porque não amido na região do eletrodo B.
conduzem corrente elétrica. Verificou-se o aparecimento da cor rosa
na região de A e da cor azul (formação
III. Nas eletrólises de soluções salinas, os
de iodo) na região de B.
cátions metálicos sofrem oxidação.
Podemos afirmar que apenas:
a) I é correta.
b) II é correta.
c) III é correta.
d) I e II são corretas.
e) II e III são corretas.

P á g i n a | 32
QUÍMICA 2 – IDEIA

Nessa eletrólise, no polo negativo,


ocorre redução da água com formação de
OH ¯ e de H2;
No polo positivo, o iodeto ganha elétrons
e forma iodo; A grafite atua como
condutora de elétrons.
Dessas afirmações, apenas a:
a) I é correta.
b) II é correta.
c) III é correta.
d) I e a III são corretas.
e) II e a III são corretas.
P9) Na eletrólise de uma solução de
sulfato cúprico, tem-se a seguinte
redução catódica:
Cu2+(aq) + 2e- → Cu(s)
Quantos mols de íons de Cu2+(aq) são
reduzidos por uma quantidade de
eletricidade igual a 1,0 faraday?
a) 0,50
b) 1,0
c) 1,5
d) 2,0
e) 2,5
P10) Quanto tempo é necessário para
que se depositem 25,0 g de zinco em uma
eletrólise de uma solução aquosa de
cloreto de zinco realizada com uma
corrente de 2,0 A?
a) 36800 h.
b) 36800 min.
c) 10,2 s.
d) 10,2 h.
e) 73800 s.

P á g i n a | 33
GABARITOS

BIOLOGIA 1
AULA 1 AULA 6
F1 F2 F3 F4 F5 F1 F2 F3 F4 F5
A B D E A B D C C D
P1 P2 P3 P4 P5 P1 P2 P3 P4 P5
C A B B B A A D A D
P6 P7 P8 P9 P10 AULA 7
D C D B C F1 F2 F3 F4 F5
AULA 2 B D D C E
F1 F2 F3 F4 F5 P1 P2 P3 P4 P5
C A B C C C C B D B
P1 P2 P3 P4 P5 AULA 8
D A D D D F1 F2 F3 F4 F5
AULA 3 * * E A A
F1 F2 F3 F4 F5 P1 P2 P3 P4 P5
C B E E A B A A B C
P1 P2 P3 P4 P5 AULA 9 e 10
C D E E A F1 F2 F3 F4 F5
AULA 4 B C A B E
F1 F2 F3 F4 F5 P1 P2 P3 P4 P5
B B C D A B B D E B
P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10
C B B A A C E B B B
AULA 5
F1 F2 F3 F4 F5
B B C D *
P1 P2 P3 P4 P5
B E B A D

BIOLOGIA 2
AULA 1 AULA 7
F1 F2 F3 F4 F5 F1 F2 F3 F4 F5
A A C C C A C A B C
P1 P2 P3 P4 P5 P1 P2 P3 P4 P5
A D E A A B B D A A
P6 P7 P8 P9 P10 AULA 8
B C C B D F1 F2 F3 F4 F5
AULA 2, 3 e 4 D E D A C
F1 F2 F3 F4 F5 P1 P2 P3 P4 P5
A A E E A B C E D A
P1 P2 P3 P4 P5 AULA 9
B D C B B F1 F2 F3 F4 F5
P6 P7 P8 P9 P10 B E D A C
C E C C E P1 P2 P3 P4 P5
AULA 5 D B E B D
F1 F2 F3 F4 F5 AULA 10
D B D A C F1 F2 F3 F4 F5
P1 P2 P3 P4 P5 E C D C D
A A D B A P1 P2 P3 P4 P5
AULA 6 A A D E A
F1 F2 F3 F4 F5
C D A B C
P1 P2 P3 P4 P5
D B E D B
GABARITOS

FÍSICA 1
AULA 1 e 2 AULA 7 e 8
F1 F2 F3 F4 F5 F1 F2 F3 F4 F5
D B D C E A B A D B
P1 P2 P3 P4 P5 P1 P2 P3 P4 P5
B D E A C E C D E A
P6 P7 P8 P9 P10 P6 P7 P8 P9 P10
E C C A A D B B C 100
AULA 3 AULA 9 e 10
F1 F2 F3 F4 F5 F1 F2 F3 F4 F5
C C D B D E A D D C
P1 P2 P3 P4 P5 F6 F7 F8 F9 F10
B B A B C B A 10 m/s D *
AULA 4 F11 F12 F13 F14 F15
F1 F2 F3 F4 F5 A A D B A
C C D A C P1 P2 P3 P4 P5
P1 P2 P3 P4 P5 C B C E B
D C B A E P6 P7 P8 P9 P10
P6 P7 P8 P9 P10 * 0.2 Hz / 1 Hz 2 / 11.2 m/s D 75
A B D D C P11 P12 P13 P14 P15
AULA 5 e 6 B E D D C
F1 F2 F3 F4 F5
D D B A D
P1 P2 P3 P4 P5
B A A A E
P6 P7 P8 P9 P10
D A B B D

FÍSICA 2
AULA 1 AULA 6
F1 F2 F3 F4 F5 F1 F2 F3 F4 F5
D D A D B B D D E A
P1 P2 P3 P4 P5 P1 P2 P3 P4 P5
E A E D C A B E D C
P6 P7 P8 P9 P10 AULA 7
D A E B D F1 F2 F3 F4 F5
AULA 2 B B E E D
F1 F2 F3 F4 F5 P1 P2 P3 P4 P5
E D D D C B C D C E
P1 P2 P3 P4 P5 AULA 8
E D B C C F1 F2 F3 F4 F5
AULA 3 C A D D D
F1 F2 F3 F4 F5 P1 P2 P3 P4 P5
D B C B D A D B A C
P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10
C D D D A D C C B B
AULA 4 AULA 9 e 10
F1 F2 F3 F4 F5 F1 F2 F3 F4 F5
D D * C D * E B A B
P1 P2 P3 P4 P5 F6 F7 F8 F9 F10
E B B D B E E A B C
P6 P7 P8 P9 P10 F11 F12 F13 F14 F15
A B * A D A C E C B
AULA 5 P1 P2 P3 P4 P5
F1 F2 F3 F4 F5 A A E A E
B * E E E P6 P7 P8 P9 P10
P1 P2 P3 P4 P5 D E C C C
C D B C B P11 P12 P13 P14 P15
B D D C C
P16 P17 P18 P19 P20
E E A A C
GABARITOS

QUÍMICA 1
AULA 1 e 2 AULA 6 e 7
F1 F2 F3 F4 F5 F1 F2 F3 F4 F5
A E C D B B D B E B
F6 F7 F8 F9 F10 F6 F7 F8 F9 F10
A B B D D B D E E D
P1 P2 P3 P4 P5 P1 P2 P3 P4 P5
D A A B C D B B C D
P6 P7 P8 P9 P10 P6 P7 P8 P9 P10
B D B B A D E C B D
P11 P12 P13 P14 P15 P11 P12 P13 P14 P15
C 23 E B D D B D D D
AULA 3 a 5 AULA 8 a 10
F1 F2 F3 F4 F5 F1 F2 F3 F4 F5
E A B C D C C E C E
F6 F7 F8 F9 F10 F6 F7 F8 F9 F10
E B A E A E B E D A
F11 F12 F13 F14 F15 P1 P2 P3 P4 P5
A C B E C E D D A D
F16 F17 F18 F19 F20 P6 P7 P8 P9 P10
C E B C E C A D A D
P1 P2 P3 P4 P5 P11 P12 P13 P14 P15
A A A E D E B A B E
P6 P7 P8 P9 P10
C B A D E
P11 P12 P13 P14 P15
C D C B A
P16 P17 P18 P19 P20
A A A E A
P21 P22 P23 P24 P25
B C A B C

QUÍMICA 2
AULA 1 e 2 AULA 7 e 8
F1 F2 F3 F4 F5 F1 F2 F3 F4 F5
B B A D D E A D B E
P1 P2 P3 P4 P5 P1 P2 P3 P4 P5
E A B D D C D E D E
P6 P7 P8 P9 P10 P6 P7 P8 P9 P10
E C A A E C E B C E
AULA 3 e 4 AULA 9 e 10
F1 F2 F3 F4 F5 F1 F2 F3 F4 F5
E D D C C E E D D E
P1 P2 P3 P4 P5 P1 P2 P3 P4 P5
A B B A B D D E E D
P6 P7 P8 P9 P10 P6 P7 P8 P9 P10
B B B A E C D D A D
AULA 5 e 6
F1 F2 F3 F4 F5
B B D A B
P1 P2 P3 P4 P5
D D C C A
P6 P7 P8 P9 P10
E D E B A

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