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CADERNOS DO PIM

O PIM como estratégia


intersetorial da Atenção
Primária à Saúde
Integrando práticas para o
fortalecimento do cuidado à primeira
infância nos territórios

2022
1ª edição

02
2
RIO GRANDE DO SUL
SECRETARIA ESTADUAL DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE ATENÇÃO PRIMÁRIA E POLÍTICAS DE SAÚDE
DIVISÃO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
DIVISÃO DA PRIMEIRA INFÂNCIA
PRIMEIRA INFÂNCIA MELHOR

CADERNOS DO PRIMEIRA INFÂNCIA MELHOR:

O PIM como estratégia intersetorial


da Atenção Primária à Saúde
integrando práticas para o fortalecimento do
cuidado à primeira infância nos territórios

N. 2

AUTORIA E ORGANIZAÇÃO:
Carla Daiane Silva Rodrigues
Gabriela Dutra Cristiano
Janilce Dorneles de Quadros
Luiza Campos Menezes
Tainá Nicola

Porto Alegre
1ª edição
2022

3
2022 Autoria e organização
Secretaria de Estado da Saúde do Rio Grande do Sul Carla Daiane Silva Rodrigues
Gabriela Dutra Cristiano
Copyright © 2022 Secretaria de Estado da Saúde do Janilce Dorneles de Quadros
Rio Grande do Sul. Esta obra está licenciada sob uma Luiza Campos Menezes
licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial Tainá Nicola
4.0 Internacional (CC BY-NC 4.0 - https://creativecom-
mons.org/licenses/by-nc/4.0/deed.pt_BR) e pode ser Colaboração
reproduzida com atribuição à SES e para qualquer Aline Viana
finalidade não comercial. Alneura Provenzi
Anna Solka
Bruno Moraes
Carolina Drugg
Gisele Silva
Secretaria de Estado da Saúde do Rio Grande Janine Serafim
do Sul Jéssica Rosa
Arita Bergmann - Secretária Laura Ferraz
Mariana Silva
Departamento de Atenção Primária e Políticas Marília Bianchini
em Saúde Raissa Barbieri
Péricles Nunes - Diretor Rosana Nobre
Sandra Silva
Divisão da Primeira Infância Sarah Sandri Zalewski Vargas
Primeira Infância Melhor
Carolina de Vasconcellos Drügg - Coordenadora Capa e diagramação
Marília Pinto Bianchini - Coordenadora adjunta Márlio Esmeraldo Ribeiro

Divisão da Atenção Primária à Saúde Foto de capa


Laura Ferraz Dos Santos - Coordenadora Naiane Guerreiro de Lima - Visitadora do PIM
vencedora do IX Prêmio Salvador Celia pela
Macrorregião Serra.

Ilustrações
flaticon.com

______________________________________________________________________________________
R585c Rio Grande do Sul. Secretaria da Saúde. Departamento de Atenção Primária e Políticas
de Saúde. Divisão da Atenção Primária à Saúde. Divisão da Primeira Infância. Primeira
Infância Melhor.
Cadernos do Primeira Infância Melhor [recurso eletrônico]: o PIM como estratégia
intersetorial da Atenção Primária à Saúde: integrando práticas para o fortalecimento do
cuidado à primeira infância nos territórios / elaborado por Carla Daiane Silva Rodrigues... [et
al.]. - Porto Alegre: ESP/SES/RS, 2022.
52 p. : il. , color. - (Cadernos do Primeira Infância Melhor; 2)

ISBN 978-65-89000-22-8

1. Programa Primeira Infância Melhor. 2. Diretrizes normativas. I. Rodrigues, Carla Daiane


Silva. II. Cristiano, Gabriela Dutra. III. Quadros, Janilce Dorneles de. IV. Menezes, Luiza
Campos. V. Nicola, Tainá VI. Título.

NLM WA 320
______________________________________________________________________________________
Catalogação na fonte – Centro de Informação e Documentação em Saúde/ESP/SES/RS

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CADERNOS DO PIM

O PIM como estratégia


intersetorial da Atenção
Primária à Saúde
Integrando práticas para o
fortalecimento do cuidado à primeira
infância nos territórios

2022
1ª edição

02
5
6
Sumári
APRESENTAÇÃO 8

1. A IMPORTÂNCIA DA PRIMEIRA INFÂNCIA | 0

2. FORTALECENDO A ATENÇÃO À PRIMEIRA INFÂNCIA NA APS | 4

3. ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DAS EQUIPES | 8


3.1 Equipes da Atenção Primária à Saúde 20
3.2 Equipes Multidisciplinares de Saúde Indígena 21
3.3 Equipes de Atenção Primária Prisional (eAPP) 21
3.4 Equipes multiprofissionais 22
3.5 Equipes do PIM 22
3.6 Funcionamento da APS 23
3.7 Funcionamento do PIM 25

4. EFETIVAÇÃO DO PIM COMO ESTRATÉGIA INTERSETORIAL DA APS 28


4.1 Na gestão 30
4.1.1 Na gestão estadual 30
4.1.2 Na gestão municipal 30
4.2 Na articulação entre as equipes da APS e PIM nos territórios de atuação 33
4.2.1 Territorialização 33
4.2.2 Acesso às famílias no PIM 34
4.2.3 Acompanhamento das famílias 36
4.2.3.1 Plano Singular de Atendimento e Gestão de Caso 37
4.2.3.2 Visita e outros acompanhamentos conjuntos 38
4.2.4 Educação Permanente em Saúde (EPS) e Educação Continuada 39

CONSIDERAÇÕES FINAIS | 48

REFERÊNCIAS | 49

7
APRESENTAÇÃO

O PIM, desde sua origem, é uma política inter- Entre os objetivos da política está o reforço aos
setorial. Atua no âmbito da gestão e da assis- cuidados relativos ao pré-natal, puerpério e
tência nos territórios, de forma articulada com puericultura e na promoção de ambientes sau-
as políticas de Saúde, Assistência Social e Edu- dáveis ao crescimento e desenvolvimento das
cação, a fim de promover a atenção integral às crianças. Além disso, também são ações de
crianças na primeira infância. grande relevância do PIM aquelas relativas à
promoção da parentalidade positiva, da vigi-
Desde 2003, é protagonista nas discussões lância e promoção do desenvolvimento integral
em âmbito estadual e nacional nas ações re- infantil e o trabalho em rede.
lativas à promoção do desenvolvimento inte-
gral infantil na primeira infância. Além disso, A Atenção Primária à Saúde (APS) é responsá-
sua atuação coordenada, em parceria com vel pelo cuidado longitudinal das famílias nos
outras entidades e organizações, alavancou territórios. Principal porta de entrada, configu-
movimentos importantes que destacaram a ra-se como coordenadora, ordenadora do cui-
primeira infância como um período privilegiado dado e centro de comunicação das Redes de
para o desenvolvimento biopsicossocial e com Atenção à Saúde (RAS). Desde sua concepção
desdobramentos ao longo de toda a vida. Um o PIM tem seu financiamento atrelado a APS e,
exemplo disso, foram as importantes contribui- mais recentemente, a política pública passou a
ções da política na construção da Rede Cego- integrar o Programa Estadual de Incentivos da
nha e na Política Nacional de Atenção Integral Atenção Primária à Saúde (PIAPS). Esse movi-
à Saúde da Criança (PNAISC). mento reforça o papel da política na APS e a
fortalece enquanto estratégia inovadora de tra-
No âmbito da saúde, os modos de cuidar e pro- balho intersetorial.
mover saúde na primeira infância passaram
por grandes mudanças ao longo dos últimos Nesse escopo, o presente caderno tem como
anos. As contribuições do PIM na construção objetivo subsidiar gestores(as) e equipes muni-
dessas políticas nacionais se deu em virtude do cipais da APS e do PIM para realizar atuação
seu olhar ampliado, ao propor cuidados para integrada, qualificada e humanizada no cuida-
além das questões de sobrevivência e garantir do às famílias com gestantes e crianças meno-
uma integralidade na promoção para o cres- res de seis anos de idade. Somada à educação
cimento e desenvolvimento saudáveis na pri- permanente e ao compromisso dos gesto-
meira infância, se constituindo como uma das res(as) e equipes técnicas em organizar seus
primeiras políticas de Estado com esse intuito, processos de trabalho de forma articulada,
antes seccionado em pastas. pretende contribuir para: respostas mais reso-
lutivas no âmbito da saúde materno infantil; o

8
diálogo e a construção conjunta de planos de primeira infância e de como este deve ser de-
cuidado; qualificar o acesso das famílias à redesenvolvido e fortalecido no âmbito da APS. Na
de serviços; e na continuidade e integralidade segunda, descreve aspectos relevantes a serem
da atenção às famílias. Além disso, busca for- considerados no âmbito da gestão, do trabalho
talecer as ações de promoção e prevenção de cotidiano das equipes nos territórios, bem como
saúde no âmbito da APS. no desenvolvimento de processos conjuntos
entre o PIM e a APS. Por fim, é apresentado um
Para tanto, está estruturado em três partes. Na quadro síntese com as temáticas importantes a
primeira, aborda a importância do olhar para a serem trabalhadas pelas equipes.

Foto: Bell Boniatti / Acervo PIM

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Capítulo 1
A IMPORTÂNCIA
DA PRIMEIRA
INFÂNCIA

11
A primeira infância, período compreendido do gal da Primeira Infância (Lei nº 13.257, de 8 de
zero aos seis anos de vida, é considerado de- março de 2016).
cisivo para o desenvolvimento saudável, sendo
um momento de elevada plasticidade cerebral, Esses avanços nas normativas passam pelo
no qual habilidades desenvolvidas são fun- reconhecimento do valor intrínseco da criança
damentais para a construção de outras mais como sujeito, como pessoa em desenvolvimen-
complexas em fases posteriores da vida (Mus- to e a necessidade de proteção integral destas.
tard, 2010; Núcleo Ciência pela Infância, 2016). Esses movimentos também expõem a deman-
da, cada vez mais latente, de políticas espe-
Nesse período, devem ser observadas ques- cíficas e prioritárias de promoção e defesa de
tões relacionadas aos cuidados pré-natais, ao seus direitos e interesses, e que reconheçam
crescimento e desenvolvimento da criança, as- as desigualdades e iniquidades sociais a que
sim como a construção de vínculos responsivos encontram-se expostos.
dos cuidadores com ela e ao estabelecimento
de redes de apoio à família. Por estes fatores O Marco Legal da Primeira Infância assegura
serem intimamente relacionados, o cuidado como dever do Estado o estabelecimento de
integral precisa refletir um olhar que englobe políticas, planos, programas e serviços para
aspectos contextuais, ambientais e relacionais. a primeira infância que atendam às especifi-
cidades desta faixa etária, visando garantir o
Na primeira infância, construímos o alicer- crescimento e desenvolvimento integral. Prevê,
ce, as bases de nossas primeiras emoções, ainda, que sejam desenvolvidas políticas go-
que funcionarão como uma matriz para as vernamentais de apoio às famílias para seu
demais etapas da vida. É nesse período que fortalecimento no cuidado e educação das
vivenciamos as primeiras experiências de crianças na primeira infância.
como somos cuidados e amados - experi-
ências que vão deixando marcas, como re- Os avanços nos cuidados tanto no âmbito
gistros que irão estruturar o nosso psiquis- da saúde materna, quanto na saúde infantil,
mo, nossos valores e concepções de mundo além de ações intersetoriais para ampliação
e, aos poucos, construir nossa identidade da cobertura de educação infantil e o desen-
como sujeitos (Rio Grande do Sul, 2022). volvimento de programas de transferência de
renda, como o Bolsa Família, têm demonstrado
Devido a essa importância, o Brasil tem avan- a relevância que a agenda da primeira infân-
çado na construção de legislações e políticas cia tem tido nos últimos anos no país. No que
públicas que buscam a efetivação de cuidados, diz respeito à saúde, cabe destacar a busca
proteção e promoção de um desenvolvimento pela qualificação do parto, nascimento e foco
integral neste período da vida. No âmbito nor- no desenvolvimento infantil nas crianças de 0
mativo, assegurar direitos às crianças é priori- a 2 anos, a partir da Rede Cegonha (BRASIL,
dade absoluta, e encontra-se resguardada na 2017b) e a construção da Política Nacional de
Constituição Federal de 1988; reforçada pelo Atenção Integral à Saúde da Criança (PNAISC)
Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº (BRASIL, 2018).
8.069, de 13 de julho de 1990); e no Marco Le-

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No Estado do Rio Grande do Sul, lançado em Considerada uma política de referência na
2003, e tornado Lei estadual em 2006, o PIM, América Latina, com baixo custo e alto impacto
uma política inovadora e intersetorial de pro- social, suas ações visam a melhoria das con-
moção do desenvolvimento integral da pri- dições de saúde, educação e desenvolvimento
meira infância, é implantado juntamente com social. Desde sua criação, o PIM vem partici-
outras ações como resposta às latentes de- pando ativamente da agenda da primeira in-
mandas por atenção a esse público. O princi- fância no país, tendo influenciado a construção
pal objetivo do PIM é apoiar as famílias, a partir de outros programas, como o programa nacio-
de sua cultura e experiências, na promoção do nal Criança Feliz, e vem fortalecendo sua inte-
desenvolvimento integral das crianças, desde a gração com a Atenção Primária à Saúde (APS),
gestação até os seis anos de idade. buscando ampliar e qualificar seu alcance.

Foto da visitadora Cleoniria Madril dos Santos de Selbach/RS vencedora do IX Prêmio Salvador Celia pela Macrorregião Missioneira.

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Capítulo 2
FORTALECENDO
A ATENÇÃO
À PRIMEIRA
INFÂNCIA
NA APS

15
Segundo o Art. 2º da Portaria nº 2.436, de 21 de novas tecnologias à ESF e ao aprimoramento
setembro de 2017, a APS é: de políticas públicas para as crianças e suas
famílias (NCPI, 2019).
o conjunto de ações de saúde individuais,
familiares e coletivas que envolvem promo- Na Política Nacional de Saúde Integral da Crian-
ção, prevenção, proteção, diagnóstico, tra- ça (PNAISC) (BRASIL, 2015), a primeira infância
tamento, reabilitação, redução de danos, tem destaque no Eixo III: Promoção e Acompa-
cuidados paliativos e vigilância em saúde, nhamento do Desenvolvimento Integral.
desenvolvida por meio de práticas de cui-
dado integrado e gestão qualificada, reali- Consiste na vigilância e estímulo do pleno
zada com equipe multiprofissional e dirigida crescimento e desenvolvimento da criança,
à população em território definido, sobre as em especial do Desenvolvimento na Primei-
quais as equipes assumem responsabilida- ra Infância (DPI), pela Atenção Primária à
de sanitária (BRASIL, 2017a). Saúde, conforme as orientações da Cader-
neta de Saúde da Criança, incluindo ações
A APS objetiva ser o ponto de contato mais pró- de apoio às famílias para o fortalecimento
ximo e frequente com as pessoas, atuando nos de vínculos familiares (BRASIL, 2015, art. 6º,
territórios, prestando atenção integral a todos item III)
os ciclos de vida. Por meio da Estratégia Saúde
da Família (ESF), a APS influenciou positivamen- Dentre as ações estratégicas para esse Eixo da
te o desenvolvimento das crianças, contribuin- PNAISC, a APS ganha destaque no processo de
do para a redução da mortalidade infantil. O qualificação do acompanhamento do cresci-
impacto se deu principalmente na melhora da mento e desenvolvimento na primeira infância.
nutrição infantil; no aumento da cobertura vaci- Além disso, a partir de inspirações de progra-
nal; na melhora da saúde durante a gestação e mas como o PIM, a PNAISC destaca estratégias
no incremento de comportamentos individuais de visitação domiciliar para suporte das famí-
saudáveis, como manuseio de alimentos, hi- lias em situação de vulnerabilidade, com foco
giene pessoal e de ambientes (Núcleo Ciência no fortalecimento de vínculos e habilidades
Pela Infância, 2019). parentais, como potenciais para a qualificação
da promoção do desenvolvimento na primeira
Muitos foram os avanços alcançados pela ESF infância na Atenção Primária à Saúde (BRASIL,
no âmbito da redução da mortalidade mater- 2018).
na e infantil. Ao identificar problemas comuns,
situações de risco da população atendida e ao Além deste olhar específico, há outras ações já
realizar vigilância epidemiológica e de saúde, realizadas na APS, como o planejamento sexu-
tem um grande potencial no apoio ao desen- al e reprodutivo ao longo da gestação e após o
volvimento infantil. No entanto, ainda se tem nascimento da criança, que podem contribuir
como um dos desafios medir os impactos da para o fortalecimento do exercício da paren-
ESF no desenvolvimento infantil, uma vez que talidade. As ações da APS são fundamentais
há lacuna no monitoramento destes indicado- para apoiar as famílias no exercício do papel
res. Para isso, é necessária a incorporação de de cuidado e proteção das crianças pequenas

16
(Chiesa et al., 2015).

O PIM, ao integrar a APS como uma estraté-


gia de cuidado, estimula a interação parental
positiva e contribui para qualificar a vigilância
do desenvolvimento infantil por meio de ava-
liações periódicas, apoiando a implementação
da PNAISC, o alcance dos indicadores monito-
rados pela APS, e pela rede materno-infantil,
além da efetivação do Marco Legal da Primeira
Infância.

Foto: Cristine Rochol/PMPA

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18
Capítulo 3
ESTRUTURA E
FUNCIONAMENTO
DAS EQUIPES

19
Compreender a estrutura e o funcionamento das equipes pode ofertar no território e o que
das diferentes configurações da APS e do PIM podem realizar de forma conjunta e coordena-
nos possibilita reconhecer as responsabilida- da.
des e estabelecer estratégias que cada uma

3.1 Equipes da Atenção Primária à


Saúde

As equipes da APS estão organizadas, priorita- mente especialista em saúde da família). Para
riamente, em dois formatos: equipes de Estra- o funcionamento de ambas as equipes, a Polí-
tégia Saúde da Família (eSF) e equipes de Aten- tica Nacional de Atenção Básica (PNAB) (BRASIL,
ção Primária (eAP). 2017) indica que elas também podem contar
com profissionais de nível médio como técni-
As eSF são a composição prioritária para aten- co(a) ou auxiliar de enfermagem, dentre outros,
ção à saúde na APS, compreendidas como conforme necessidade local e definição do(a)
aquelas com o maior potencial de ampliar a gestor(a). As equipes de saúde bucal (cirur-
resolutividade e impactar na situação de saú- gião(ã)-dentista, preferencialmente especialista
de das pessoas e coletividades. Deverão ser em saúde da família; e auxiliar e/ou técnico(a)
compostas, minimamente, por médico(a) (pre- em saúde bucal) vinculam-se a essas equipes,
ferencialmente da especialidade medicina de sendo essenciais para a integralidade do cui-
família e comunidade), enfermeiro(a) (prefe- dado.
rencialmente especialista em saúde da famí-
lia), auxiliar e/ou técnico(a) de enfermagem e ACS são profissionais fundamentais para a
Agente Comunitário de Saúde (ACS). composição das equipes de APS, em especial
para a integração com as equipes do PIM em
Além do formato das eSF, visando atender às razão da característica territorial de seu traba-
características e necessidades de cada muni- lho. Os municípios podem solicitar o creden-
cípio, as equipes também podem se configurar ciamento de ACS ao Ministério da Saúde no
como eAP. As eAP diferem-se das eSF em sua escopo das ações estratégicas, solicitação dis-
constituição, sendo compostas, minimamen- ponível no portal e-Gestor-AB.
te, por médico(a) e enfermeiro(a) (preferencial-

20
3.2 Equipes Multidisciplinares de
Saúde Indígena

As equipes multidisciplinares de saúde indíge- cada etnia. Além disso, muitos(as) desses (as)
na (EMSI) são compostas por agentes indígenas profissionais são indígenas e possuem vínculos
de saúde, agentes indígenas de saneamento, com a comunidade, sendo um elo importante
médicos(as), enfermeiros(as), técnicos(as) de tanto para o aprofundamento das relações en-
enfermagem, odontólogos(as) e técnicos(as) de tre visitadores(as) do PIM nas áreas indígenas,
saúde bucal. Essas equipes atuam em contexto como para discussão dos casos existentes nes-
intercultural, dentro de aldeias e acampamen- ses territórios.
tos, respeitando as especificidades culturais de

3.3 Equipes de Atenção Primária


Prisional (eAPP)

As equipes de Atenção Primária Prisional (eAPP) das ações do PIM dentro dos estabelecimentos
são equipes de saúde que visam atender à po- prisionais (EPs). O PIM, dentro dos EPs, são dire-
pulação privada de liberdade (PPL), contando cionados para gestantes, familiares e os filhos
com médicos(as), enfermeiros(as), técnico(a) e filhas da PPL, realizando o acompanhamento
ou auxiliar de enfermagem, podendo ter ou- do pré-natal, puerpério, oficinas com foco no
tros(as) profissionais inseridos(as) na eAPP de estabelecimento do vínculo mãe-filho(a), acom-
acordo com o tipo de equipe habilitada. As eA- panhamento à gestante e atividades de acolhi-
PPs são o modo de inserção para a pactuação mento à PPL.

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3.4 Equipes multiprofissionais

As equipes multiprofissionais configuram-se profissionais e as eSF e eAP, além disso, mui-


como estratégia de extrema importância para tas vezes agregam as equipes a atribuição de
o cuidado, pois ampliam o escopo de ações da matriciamento.
APS, aumentando a capa-
cidade de análise e de in- Para saber mais sobre Recomenda-se, ainda, que eSF
tervenção sobre condições as atribuições dos(as) e eAP sejam compostas por
de saúde. profissionais que compõem outros(as) profissionais, como
as equipes de APS, acesse agentes de combate às ende-
Nos municípios que con- o Anexo XXII da Portaria de mias ou outros(as), de acordo
tam com equipes multipro- Consolidação nº 2. com a necessidade local, a
fissionais, Núcleos Amplia- exemplo da composição das
dos de Saúde da Família e equipes às quais aderiram
Atenção Básica (NASF-AB), Núcleos de Apoio à à Rede Bem Cuidar (RBC). Para fortalecer as
Atenção Básica (NAAB) ou outras composições
1
ações da APS no âmbito da primeira infância,
de equipes, a responsabilidade pelo cuidado no RS se agregam as equipes do Primeira In-
no território é compartilhada entre esses(as) fância Melhor.

3.5 Equipes do PIM

A equipe mínima do PIM é composta por um bém podem compor este grupo. O GTM é o
Grupo Técnico Municipal (GTM), monitores(as)/ gestor do programa no município, com funções
supervisores(as) e visitadores(as). A constituição de implantar e implementar a política, monito-
do GTM é intersetorial e deve ser formada por rar e avaliar sua execução e promover a articu-
representantes técnicos de nível superior das lação em rede.
secretarias municipais da Saúde, Assistência
Social e da Educação. Outras Secretarias tam- O(a) monitor(a)/supervisor(a) do PIM é um pro-

1. No RS os Núcleos de Apoio à Atenção Básica (NAAB) são destinados a apoiar a inserção de ações de Saúde Mental na APS, a partir
do apoio matricial e trabalho em conjunto com as equipes, nos municípios com população inferior a 16.000 habitantes.
2. Para maiores informações sobre a RBC acessar https://saude.rs.gov.br/rbcrs.

22
fissional de nível superior completo ou em curso ção dos(as) visitadores(as) junto às equipes.
nas áreas afins ao programa (Saúde, Educação,
Serviço Social e Ciências Sociais). É responsá- O(a) visitador(a) é o membro da equipe munici-
vel pela supervisão e acompanhamento das pal responsável pelo atendimento domiciliar e
ações realizadas pelos(as) visitadores(as) junto comunitário às famílias. Para atuação no pro-
às famílias, bem como pela sua interlocução grama, todos(as) os(as) profissionais passam
com o GTM e demais serviços da rede. Tem por uma formação inicial, sendo que represen-
como papel fundamental apoiar os(as) visita- tantes do GTM e monitores(as)/supervisores(as)
dores(as) na construção e desenvolvimento de recebem a formação do Grupo Técnico da Se-
suas intervenções, bem como na análise e en- cretaria Estadual de Saúde e, posteriormente,
caminhamento das demandas familiares junto ofertam a formação para os(as) visitadores(as)
à rede. Na atuação em articulação com a APS, em articulação com profissionais da rede mu-
o(a) monitor(a)/supervisor(a) facilita a integra- nicipal.

Para saber mais: Nota Técnica nº 03/2021

3.6 Funcionamento da APS

Conforme a PNAB, as secretarias municipais e gerenciamento dos serviços e ações de APS,


de saúde são responsáveis pela organização tendo como diretrizes e princípios:

Princípios da APS:
Diretrizes da APS:
• Regionalização e hierarquização;
Universa Equi Integra • Territorialização;
lidade dade lidade • População adscrita;
• Cuidado centrado na pessoa;
• Longitudinalidade do cuidado;
• Coordenação do cuidado;
• Ordenação da rede e
(BRASIL, 2017a).
• Participação da comunidade.
(BRASIL, 2017a).

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Neste contexto, as equipes da APS atuam para saúde bucal, das condicionalidades de progra-
a coordenação do cuidado em todos os ciclos mas sociais e a identificação de situações de
de vida de uma população adscrita, com inte- risco ou sofrimento psíquico (BRASIL, 2018).
gralidade, construção de vínculo e responsabi-
lização entre profissionais e usuários ao longo O trabalho dos ACS é regulado pela Lei Nº
do tempo e de modo permanente. Ou seja, as 11.350, de 5 de outubro de 2006 (BRASIL, 2006)
equipes são responsáveis pelo acompanha- e pelas diretrizes da PNAB, devendo estar co-
mento de todas as condições de saúde e ciclos ordenado com as demais ações da equipe.
de vida, operacionalizando o cuidado a partir Quanto ao número de pessoas a serem acom-
de consultas individuais ou familiares, atendi- panhadas, recomenda-se o máximo de 750
mentos em grupo, visitas domiciliares, ativida- pessoas por agente em áreas de vulnerabilida-
des de saúde em espaços comunitários, dentre de, com cobertura de 100% da população. A Lei
outros. Nº 11.350/2006 prevê que ACS não devem atu-
ar fora da área da comunidade onde residem
Nesse sentido, os ACS desempenham um im- e, havendo necessidade de reterritorialização
portante papel, tendo as famílias e o território da área das equipes, esta determinação deve
como pontos de partida para o seu trabalho, ser considerada3.
e atuando na integração dos serviços de saú-
de da APS com a comunidade. O acompa- Contudo, para que o cuidado se efetive, os(as)
nhamento de crianças, gestantes e puérperas profissionais precisam trabalhar de maneira
é uma parte fundamental e prioritária da sua articulada e interdisciplinar, considerando a
rotina, a partir do acompanhamento na sua intersetorialidade, os equipamentos comunitá-
área de atuação, desenvolvendo ações de rios e o controle social para definição de prio-
promoção à saúde e prevenção de doenças e ridades. Neste contexto, o PIM é uma das
agravos (BRASIL, 2009). Dentre outras ações da estratégias intersetoriais com a qual as
APS voltadas a este público, foco do trabalho equipes da APS contam para ampliar sua
dos(as) ACS em conjunto com os(as) demais capacidade de resposta no cuidado ma-
profissionais, estão o acompanhamento da si- terno-infantil.
tuação vacinal, das condições nutricionais e de

3. Para maiores esclarecimentos, consultar a Nota de orientações quanto à organização das áreas de atuação dos Agentes Comu-
nitários de Saúde no contexto das equipes de Atenção Primária à Saúde (RIO GRANDE DO SUL; CONSELHO DAS SECRETARIAS MUNI-
CIPAIS DE SAÚDE DO RIO GRANDE DO SUL; 2021).

24
3.7 Funcionamento do PIM

O PIM é uma política pública estadual, imple- definidos no edital e ao Teto Orçamentário
mentada pelos municípios a partir de adesão. Anual do Programa. O público-alvo são famí-
Os municípios podem solicitar a adesão em lias com gestantes e crianças menores de seis
períodos divulgados pela Secretaria Estadual anos, prioritariamente famílias com gestantes,
de Saúde através de edital de chamamento crianças menores de três anos e aquelas em
público, sendo esta condicionada a critérios situação de vulnerabilidade.

Conheça o Caderno do
PIM nº 1 para saber
mais informações sobre
o processo de adesão
e funcionamento da
estratégia.

Um(a) visitador(a) do PIM pode ser referência para um ou mais territórios, ou ainda
desenvolver suas ações de modo itinerante. A decisão sobre os territórios de atuação do
PIM é realizada pelo GTM em diálogo com os serviços da rede, a partir do Diagnóstico
Situacional da Primeira Infância do município, em especial as equipes de APS.

Os atendimentos do PIM ocorrem por meio de associando visitas e grupos presenciais e re-
visitas domiciliares e atividades em grupo, reali- motos. O número de gestantes e/ou crianças a
zadas periodicamente. Em casos excepcionais, serem acompanhadas pelos(as) visitadores(as)
o atendimento pode ser feito de forma híbrida, varia de acordo com sua carga horária.

Visitadores(as) com Visitadores(as) com Visitadores(as) com


40h semanais 30h semanais 20h semanais
podem acompanhar podem acompanhar podem acompanhar
até 20 gestantes até 16 gestantes até 12 gestantes
ou crianças ou crianças ou crianças

25
Nesses atendimentos, o(a) visitador(a) realiza e propõe ações para serem desenvolvidas ao
um momento inicial de escuta e acolhimento longo da semana, que fortalecerão aspectos
às necessidades da família, da gestante e da trabalhados. Periodicamente, a atenção junto
criança. Posteriormente, atua como media- às famílias é monitorada através de instrumen-
dor(a) em atividades a serem desenvolvidas tos que contribuem para a vigilância do desen-
pela família sobre aspectos da gestação e do volvimento infantil e da gestação, buscando en-
desenvolvimento integral infantil. Ao final, o(a) globar os diversos aspectos biopsicossociais.
visitador(a) avalia o atendimento junto à família

Como acontece
uma visita do PIM?
Veja a experiência
do município de
Dezesseis de
Novembro.

As ações desenvolvidas junto às famílias partem do plano singular de


atendimento, construído em diálogo com as famílias e com os diferentes
atores da rede que as acompanham, traçando de forma compartilhada
os objetivos para o acompanhamento.

Visando à integralidade do cuidado, é funda- tem em sua configuração a representação de


mental que as ações realizadas pelas equipes pelo menos três secretarias (saúde, assistência
do PIM e da APS estejam articuladas com os de- social e educação), este é um potencial para a
mais serviços da rede intersetorial. As equipes articulação e desenvolvimento de estratégias
precisam conhecer e dialogar com os dispositi- e ações intersetoriais, além da articulação em
vos e equipamentos presentes no território, tais rede para o cuidado das famílias acompanha-
como: lideranças comunitárias, creches, esco- das.
las, Centro de Referência da Assistência Social
(CRAS), Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), Ao identificar demandas familiares que neces-
Centros de Referência em Transtorno do Es- sitem de articulação em rede, as equipes da
pectro do Autismo macrorregionais e regionais APS e PIM devem dialogar, construindo ações e
- TEAcolhe, Serviços da Rede de Cuidados à encaminhamentos de forma integrada.
Saúde da Pessoa com Deficiência, projetos so-
ciais, dentre outros. Tendo em vista que o GTM

26
O trabalho nos territórios de atendimento são potencializados pelas ações integradas
entre Agentes Comunitários de Saúde e visitadores(as) do PIM. Cada um destes atores
tem papel distinto no acompanhamento das famílias, mas que se fortalecem quando
atuam de forma articulada. Os(As) ACS apoiam na identificação de famílias que podem
ser atendidas pelo PIM, além de poderem realizar visitas compartilhadas com os(as)
visitadores(as), tanto para vinculação das famílias ao programa, quanto para partilharem
orientações em saúde. Ambos utilizam a estratégia das visitas domiciliares e, a partir de
seus conhecimentos específicos, contribuem para o olhar integral às famílias.

Foto: Bell Boniatti / Acervo PIM

27
28
Capítulo
EFETIVAÇÃO
DO PIM COMO
ESTRATÉGIA
INTERSETORIAL
DA APS

29
Para que o PIM se efetive como estratégia da ações desde o âmbito da gestão até a atenção
APS, é necessário que as ações desenvolvidas junto às famílias, que configuram eixos funda-
pelo programa se dêem de forma integrada mentais para esta integração.
aos serviços da APS. A seguir, serão descritas

4.1 Na gestão

4.1.1 Na gestão estadual

Na Secretaria de Estado da Saúde, a busca Além disso, o monitoramento e avaliação dos


pelo fortalecimento do PIM como estratégia da indicadores no âmbito estadual possibilitam a
APS se dá na construção de normativas e ma- compreensão das demandas dos municípios e
teriais técnicos de forma integrada entre as di- reorientação das práticas desenvolvidas. Ain-
visões do Departamento de Atenção Primária e da, compete à gestão estadual, o repasse de
Políticas de Saúde. São desenvolvidos materiais incentivo financeiro aos municípios que fize-
de apoio para que os municípios que visam a ram adesão ao PIM e demais componentes do
qualificação da atenção materno-infantil, orien- PIAPS do estado, o qual é realizado do Fundo
tações para o trabalho integrado, formações Estadual de Saúde para os Fundos Municipais
voltadas às equipes municipais do PIM e APS e de Saúde.
apoio à implementação das políticas no âmbito
municipal.

4.1.2 Na gestão municipal

No âmbito da gestão municipal, o GTM e a co- nal da Primeira Infância (DSPI). Esse diagnós-
ordenação da APS têm importante papel na tico é uma ferramenta que reúne indicadores
efetivação do PIM como estratégia intersetorial populacionais, socioeconômicos, de saúde,
da APS. A ação conjunta se desenvolve desde educação, assistência social e cultura, além de
a definição dos territórios de atendimento do dados e informações sobre a rede de serviços
PIM, tendo como base o Diagnóstico Situacio- disponíveis no município. Possibilita o reconhe-

30
cimento da oferta de serviços, da demanda de Neste processo, deve-se atentar ao cadastro
atendimentos para o PIM, apoia a identificação dos(as) visitadores(as) do PIM junto ao Cadastro
de territórios prioritários para execução do pro- Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES)
grama e, ainda, embasa o planejamento das vinculados às Unidades Básicas de Saúde da
ações do PIM em conjunto com a APS. APS dos territórios de sua atuação, conforme
a Nota Técnica DAPPS/SES/RS. O cadastro de
Também é papel da gestão municipal pro- visitadores(as) no CNES permite que a gestão
mover o reconhecimento entre as equipes de municipal reconheça os territórios de atuação
um mesmo território de referência, visando à do programa, além de vincular a equipe do PIM
construção de estratégias conjuntas, o vínculo às equipes da APS. Este cadastro irá subsidiar,
entre trabalhadores(as) e o desenvolvimento futuramente, o registro das visitas e atendimen-
do trabalho compartilhado. Ao elaborar o Pla- tos grupais realizados pelos(as) visitadores(as)
no Municipal de Saúde e outros planejamentos nos prontuários eletrônicos da APS.
de âmbito municipal, é necessário prever que
as ações do PIM se deem de modo articulado Ainda, é possível que os(as) gestores(as) façam
à APS, inclusive com previsão de recursos ne- análises de como as intervenções do PIM po-
cessários. Ademais, cabe aos(às) gestores(as) dem contribuir no cuidado na rede materno
estimular a realização de ações de educação infantil e estimulem o trabalho integrado para
permanente das equipes, a construção e o de- o alcance dos indicadores do Programa Pre-
senvolvimento do cuidado e das ações de pro- vine Brasil (BRASIL, 2019)4, principalmente dos
moção e prevenção junto às famílias de forma relacionados à rede materno-infantil, conforme
compartilhada. destaque do quadro a seguir.

INDICADORES DO PREVINE BRASIL PARA 2022


1. Proporção de gestantes com pelo menos 6 (seis) consultas pré-natal realizadas,
sendo a 1ª até a 12ª semana de gestação*
2. Proporção de gestantes com realização de exames para sífilis e HIV*
3. Proporção de gestantes que passaram por atendimento odontológico*
4. Proporção de mulheres com coleta de citopatológico na APS*
5. Proporção de crianças de 1 (um) ano de idade vacinadas na APS contra Difteria,
Tétano, Coqueluche, Hepatite B, Infecções causadas por Haemophilus Influenzae tipo
B e Poliomielite Inativada*
6. Percentual de pessoas hipertensas com consulta e pressão arterial aferida no
semestre
7. Proporção de pessoas com diabetes, com consulta e hemoglobina glicada solicitada
no semestre

*Indicadores voltados à rede materno-paterno-infantil.

4. O Previne Brasil (BRASIL, 2019) é o novo programa de financiamento federal da APS (Portaria MS/GM 2.979/2019).

31
Além dos indicadores do financiamento fede- para a APS (PIAPS) (RIO GRANDE DO SUL, 2021),
ral, o município pode direcionar as ações do como por exemplo, o indicador relacionado ao
PIM para o alcance dos indicadores de de- tratamento de sífilis em gestantes.
sempenho do Programa Estadual de Incentivos

Para saber mais sobre o PIAPS: Site da Atenção Básica

No que diz respeito ao monitoramento das município, devem compartilhar os dados mo-
ações e indicadores sobre a atenção à primei- nitorados a partir do SisPIM. Neste é possível
ra infância na APS, as equipes e gestores(as) identificar o número de famílias, crianças e
municipais apoiam-se em dados do Sistema gestantes acompanhadas e avaliações sobre
de Informação em Saúde para a Atenção Bá- o desenvolvimento integral infantil e acompa-
sica (SISAB) e do Sistema de Informação do PIM nhamento das gestantes.
(SisPIM). O SISAB emite relatórios essenciais ao
cuidado materno-infantil, permitindo diversos Os dados compartilhados podem ser indicati-
cruzamentos de informações (equipes, profis- vos importantes para a qualificação do cuida-
sionais, atendimentos, procedimentos, ativida- do às famílias e pode oportunizar avaliações
des coletivas, diagnósticos, faixa etária, entre sobre as contribuições do PIM para seus ter-
outros), além da avaliação quadrimestral dos ritórios de atuação. O(a) gestor(a) municipal e/
indicadores do Previne Brasil. ou o(a) gerente da Unidade de Saúde também
pode ter acesso ao SisPIM para consultar o de-
Representantes do GTM do PIM e monitores(as)/ senvolvimento da política e informações sobre
supervisores(as), em diálogo com a coordena- as famílias acompanhadas, para tanto, basta
ção e/ou gerente e equipes das unidades da cadastrá-lo ao sistema.
APS de referência e coordenação da APS do

INDICADORES E RELATÓRIOS DO SisPIM


1. Número de visitadores(as) ativos(as) no município;
2. Bairros e Comunidades atendidas;
3. Alcance da meta de indivíduos para atendimento;
4. Número de gestantes e crianças acompanhadas por visitador(a);
5. Identificação de fatores de risco e proteção no cuidado às gestantes e crianças;
6. Avaliação do Desenvolvimento Integral Infantil a partir de indicadores
multidimensionais por faixa etária;
7. Aspectos descritivos do cuidado às famílias.

32
4.2 Na articulação entre as
equipes da APS e PIM nos
territórios de atuação

4.2.1 Territorialização
A territorialização na APS permite o planeja- servada. A presença de comunidades indíge-
mento, a programação descentralizada e o nas, comunidades e famílias remanescentes
desenvolvimento de ações setoriais e interse- de quilombos, população em situação de rua,
toriais com foco em um territó- populações do campo, florestas
rio específico, com impacto na e águas, povos e comunidades
situação, nos condicionantes e Você sabe se no tradicionais, povos ciganos,
determinantes da saúde das seu território de migrantes, refugiados e apátri-
pessoas e coletividades que atuação há alguma das, dentre outras, sinalizam a
constituem aquele espaço e dessas populações necessidade de estratégias di-
estão, portanto, adstritos a ele específicas? ferenciadas de atenção à saú-
(BRASIL, 2017). Neste sentido, a de, que considerem aspectos
identificação de situações de culturais e modos de vida espe-
risco e vulnerabilidade, assim como a mobili- cíficos. Esses aspectos também produzem di-
zação e a ação para mudanças são feitas em ferentes configurações e dinâmicas familiares.
conjunto pelas Equipes da APS e do PIM. Compreender essa diversidade é fundamental
para que os(as) profissionais busquem realizar
A diversidade das populações e famílias exis- o cuidado em saúde centrado nos usuários.
tentes em cada território também deve ser ob-

Você, do PIM, conhece as equipes de APS que acompanham as mesmas


famílias que você? E você, da APS, sabe quais famílias do território recebem
acompanhamento do PIM?

É fundamental que as equipes que atuam em um mesmo território se reconheçam


e procurem realizar ações conjuntas. Assim, evita-se a sobreposição de ações e
possibilita-se o olhar ampliado sobre as famílias e os territórios acompanhados.

33
Que tal?
As equipes podem criar estratégias que facilitem a identificação de quais são as
famílias acompanhadas pelo PIM em prontuário eletrônico ou, até mesmo, em outras
formas de registros.

Também podem ser colocados marcadores (símbolos, fitas coloridas, entre outros) nas
cadernetas da gestante e da criança!

4.2.2 Acesso às famílias no PIM


As equipes da APS têm um papel fundamental, Para tanto, é necessário que haja uma comu-
em conjunto com outras equipes da rede inter- nicação clara e consonante entre as equipes
setorial do território, na identificação de famílias do PIM e da APS, sendo alinhados os critérios
para o acompanhamento pelo PIM. É impor- para priorização da oferta de acompanhamen-
tante destacar que a participação das famílias to pelo PIM e pactuados os fluxos de encami-
no PIM é voluntária e ocorre mediante convite nhamento das famílias para atendimento pelo
e ciência dos objetivos e das ações que serão programa.
desenvolvidas ou através de manifestação de
interesse da família.

No cotidiano de atendimentos às famílias com gestantes e crianças, é


importante que as equipes da atenção primária se questionem:

• Essa é uma família que poderia se beneficiar com o atendimento do PIM?


• Com o fluxo que temos estabelecido com a equipe do PIM, estamos conseguindo a
vinculação das famílias ao programa?

34
Para priorização da oferta de acompanhamento às famílias pelo PIM, sugere-se considerar
as seguintes situações:

• Inclusão em programas de transferência de renda;


• Pobreza, extrema pobreza e/ou vulnerabilidade socioeconômica;
• Condições de habitação (condições precárias de moradia, tanto no que diz respeito a
serviços básicos quanto à infraestrutura da residência);
• Densidade domiciliar;
• Gestantes adolescentes e/ou alto risco;
• Histórico de morbidade e mortalidade infantil;
• Crianças com mais de uma hospitalização no primeiro ano de vida;
• Mães com diagnóstico ou sintomas de depressão pós-parto;
• Abuso de álcool e outras drogas;
• Famílias com cuidadores(as), gestantes ou criança com deficiência;
• Membro familiar em atendimento especializado e/ou tratamento psiquiátrico;
• Analfabetismo ou baixa escolaridade materna ou do(a) cuidador(a) principal;
• Crianças não inseridas na rede formal de ensino;
• Violência doméstica;
• Membro familiar em privação de liberdade;
• Famílias monoparentais;
• Fragilidade na função protetiva;
• Fragilidade das relações familiares;
• Baixa capacidade para vida autônoma;
• Exposição à HIV ou sífilis durante a gravidez e/ou transmissão vertical;
• Trabalho infantil;
• Indígenas, quilombolas, migrantes e refugiados em situação de vulnerabilidade.
• Crianças que perderam ao menos um(a) de seus(suas) responsáveis familiares,
independentemente da causa de morte, durante a pandemia de COVID-19.

35
4.2.3 Acompanhamento das famílias
O acompanhamento, quando realizado de for- brepor, divergir ou sobrecarregar as famílias.
ma articulada entre profissionais de diferentes Nesta seção, apresentamos algumas possibili-
serviços, contribui para a integralidade do cui- dades para que isso ocorra.
dado, evitando intervenções que possam so-

Que tal?
• Investir no diálogo próximo entre as equipes, desenvolvendo processos de trabalho
de forma compartilhada?
• Criar fluxos e processos de trabalho que possibilitem a integração entre as equipes
para fortalecer a comunicação e o cuidado compartilhado dos usuários?
• Você, da equipe do PIM, conhece a Unidade de Saúde da APS da área das famílias
que você acompanha?
• E você, profissional da APS, buscou conhecer quem são os(as) visitadores(as),
monitores(as)/supervisores(as) e GTM do PIM que atendem no território da
Unidade?

36
4.2.3.1 Plano Singular de Atendimento e Gestão de Caso

O Plano Singular de Atendimento é uma ferra- Este se estrutura a partir das necessidades e
menta de planejamento das equipes do PIM, expectativas da família, considerando suas di-
realizado com as famílias e demais atores da ferenças e particularidades, em diálogo com os
rede de serviços envolvidos no atendimento objetivos do PIM. Deve ser construído a partir
da família, construído com base em princípios da escuta ativa e sem julgamento, observan-
do Plano Terapêutico Singular (PTS), formulado do fatores de risco e proteção, dificuldades e
pela Política Nacional de Humanização do SUS potencialidades, em uma construção conjunta
(BRASIL, 2007) e do plano individual de atendi- e dialógica com as famílias e com a rede de
mento (PIA), formulado pelo Sistema Único de serviços do município.
Assistência Social (BRASIL, 2008).

As perguntas que orientam esse


processo são:
• Qual a situação hoje e onde queremos chegar com o atendimento? ]
• Quais os desejos, expectativas e necessidades da família em relação ao
acompanhamento do PIM?
• O que o(a) visitador(a), em diálogo com o(a) monitor(a)/supervisor(a) e demais
representantes do Grupo Técnico Municipal, identifica como necessidades e
potencialidades?
• Que objetivos para o atendimento esse encontro de saberes (entre equipe e grupo
familiar) possibilita traçar?
• Quais desses objetivos necessitam de outras articulações, sejam elas comunitárias,
com a rede de serviços ou espaços de participação social?

37
Além disso, o plano tem como base instrumen- gestão de caso envolve as etapas: seleção do
tos da metodologia do PIM como os formulá- caso, identificação do problema, elaboração e
rios de Caracterização das famílias, gestantes implantação do plano de cuidado e monitora-
e crianças e a análise realizada a partir dos mento do plano de cuidado (MENDES, 2015).
indicadores do Monitoramento do Desenvolvi-
mento Integral Infantil e Acom- Nos casos em que o atendi-
panhamento Trimestral da mento é compartilhado entre
Estamos
Gestante. PIM e equipes da APS, o pro-
conseguindo
cesso de gestão de caso, bem
discutir casos das
A gestão de caso é uma es- como a elaboração do Plano
famílias atendidas
tratégia indicada para o acom- Singular de Atendimento, deve
entre as equipes do
panhamento aos(às) usuários ser construído de forma con-
PIM e da APS?
(as) com condições complexas. junta, envolvendo os diferentes
Trata-se de um processo co- atores da rede intersetorial. A
operativo, coordenado pelo gestor do caso5, construção do PSA deve prever a definição da
que se desenvolve entre os(as) profissionais forma de atendimento que as equipes irão re-
que os acompanham, o(a) usuário(a), sua famí- alizar e o papel de cada um dos atores no pro-
lia e a rede de suporte social. O processo da cesso de cuidado.

4.2.3.2 Visita e outros acompanhamentos conjuntos

A construção conjunta do Plano Singular de fissional ao qual a família tem vínculo, ACS e/
Atendimento também viabiliza que as equipes ou outros(as) profissionais, tanto no domicílio
do PIM e da APS realizem ações de forma co- da família como na UBS.
ordenada, evitando sobreposições ou ações
concorrentes. Além disso, a comunicação entre Ao longo do acompanhamento das famílias,
as equipes favorece o alcance dos objetivos do os(as) visitadores(as), ACS, profissionais da eSF,
plano e ainda evita a sobrecarga de ações jun- da eAP ou das equipes multiprofissionais po-
to à família, como por exemplo, a realização de dem considerar pertinentes a realização de
mais de uma visita com objetivos semelhantes. visitas ou atendimentos na UBS de forma con-
junta. Esses momentos possibilitam tanto a re-
Os(As) profissionais das equipes podem con- alização de intervenções necessárias junto às
siderar pertinente, a partir do diálogo com a famílias, quanto oportunidades de aprendiza-
família, realizar visitas de modo conjunto ou do para os(as) diferentes profissionais, a partir
ações conjuntas na UBS. No momento de cap- deste olhar interdisciplinar.
tação das famílias para o PIM, é fundamental
que esta parceria seja estabelecida. Para isso, Como uma ação de prevenção e promoção da
o(a) visitador(a) poderá realizar o primeiro aten- saúde, o PIM pode realizar as seguintes estra-
dimento de acolhida em conjunto com o(a) pro- tégias:

5. O(A) gestor(a) de caso é o(a) profissional de referência para o usuário e sua família.

38
1. Campanhas de vacinação para gestantes e crianças na primeira infância, em
especial, na busca ativa nas famílias acompanhadas pelo programa;
2. Ações do Programa Saúde na Escola voltados à prevenção de gestação na
adolescência e temáticas afins a primeira infância, prevenção da violência e direitos
humanos
3. Grupos de promoção de saúde junto às gestantes, puérperas e crianças
na primeira infância que contemplem dentre seus participantes famílias
acompanhadas pelo programa;
4. Ações voltadas para o público-alvo do PIM e famílias acompanhadas relacionadas
ao Programa Auxílio Brasil;
5. Ações de vigilância em saúde voltadas ao enfrentamento do Aedes aegypti e
doenças relacionadas (conforme Resolução CIB/RS nº 012/16)
6. Estratégias para prevenção de agravos e promoção em saúde em relação a
COVID-19 ao longo do atendimento às famílias. Com atenção especial para a
gestante e puérpera.

4.2.4 Educação Permanente em Saúde


(EPS) e Educação Continuada
A integração entre as equipes, o cuidado e o processo, sempre que possível, a participação
processo de trabalho tem efetiva dos(as) gestores(as)
na Educação Permanente é determinante para a im-
”A EPS é uma estratégia
em Saúde (EPS) uma impor- plementação do modelo,
político-pedagógica que toma
tante ferramenta aliada: uma vez que os cuidados
como objeto os problemas e
compartilhados envolvem
necessidades emanadas do
Nesse sentido, se faz ne- mudanças no processo de
processo de trabalho em saú-
cessária a facilitação de trabalho de todos(as) os(as)
de [...] com vistas à produção
espaços de educação per- profissionais participantes
de mudanças neste contexto”
manente que envolvam (UNASUS, 2018).
(BRASIL, 2018, p. 13).
os(as) profissionais das
equipes da APS e do PIM, As equipes podem lançar
preferencialmente de forma conjunta. Nesse mão de diversas estratégias para instaurar

39
processos de educação permanente: discus- que sejam realizadas capacitações e/ou for-
são de casos complexos, supervisão comparti- mações continuadas.
lhada, mapa falante e outras ferramentas para
territorialização, construção compartilhada do Além disso, a educação permanente é uma
Plano Singular de Atendimento (PSA), dentre importante ferramenta de promoção da equi-
outras. O diálogo e a problematização, a partir dade à medida que pode desmistificar nomen-
de situações do cotidiano de trabalho, permi- claturas, concepções e estabelecer espaços
tem que se amplie o olhar e o repertório sobre de debate sobre modos de vida e cultura que
possibilidades de atuação, retroalimentando o diferente daqueles em que os(as) próprios(as)
constante pensar-agir necessário no fazer em profissionais têm conhecimento. Para esses es-
saúde. Além disso, ao serem levantados “nós” paços também é possível prever a participação
ou necessidades de formação sobre temáticas de atores e lideranças comunitárias aumentan-
afetas ao trabalho em conjunto, as equipes do a proximidade e relação das equipes com a
podem identificar profissionais ou realizar par- comunidade.
cerias (com a universidade, por exemplo), para

• Quando as temáticas das atividades de EPS envolverem processos comuns a


visitadores do PIM e ACS, que tal realizá-las de modo conjunto?
• Se for território com áreas indígenas os Agentes Indígenas de Saúde que tal convidá-
los(as)?
• Vamos garantir que as atividades de educação permanente também possam
abordar a promoção da equidade em saúde?

40
A figura abaixo mostra caminhos para o cuidado de forma integrada pelas equipes da APS e do PIM.

41
No quadro a seguir, destacamos alguns pontos ressaltar que, a partir das especificidades dos
essenciais para serem trabalhados de modo territórios de atuação e das necessidades iden-
conjunto pelas equipes no acompanhamen- tificadas junto às famílias, outras ações podem
to das famílias de modo compartilhado. Cabe ser desenvolvidas.

ASPECTOS FUNDAMENTAIS DO CUIDADO À PRIMEIRA INFÂNCIA NA APS:


COMO A EQUIPE DO PIM PODE INTEGRAR E FORTALECER AS AÇÕES?

Temática Ações Materiais de Apoio:


para saber mais
Pré-natal • Promover um pré-natal com olhar biopsicos- • Caderneta da Gestante
social, com a realização de visitas e grupos
• Guia do Pré-Natal na Atenção
(presenciais ou remotos) para as gestantes;
Primária à Saúde
• Acionar o atendimento do PIM para gestantes
• Caderno da Atenção Básica
e puérperas;
(Cab) 32 - Atenção ao Pré-Natal
• Sensibilizar e encaminhar as gestantes falto- de Baixo Risco
sas no pré-natal acompanhadas pelo progra-
• Guia da Gestante para o Visita-
ma;
dor do PIM
• Realizar captação e orientação para que toda
• Nota Técnica Para Organização
gestante inicie o mais precocemente o acom-
Da Rede De Atenção À Saúde
panhamento pré-natal;
Com Foco Na Atenção Primária
• Orientar sobre a periodicidade das consultas À Saúde E Na Atenção Ambu-
do pré-natal; latorial Especializada - Saúde
Da Mulher Na Gestação, Parto E
• Orientar a gestante a procurar a unidade de
Puerpério (2019)
saúde ou avisar enfermeiro ou médico da
equipe da APS de referência, caso a mesma • Nota Técnica 01/2019 Assistência
apresente sinais de alerta; À Saúde Da Criança De 0 A 2
Anos Na Atenção Básica
• Identificar a rede de apoio da gestante;
• Nota Técnica 02/2018 Atenção
• Promover o aleitamento materno (caso não
Ao Pré-Natal Na Atenção Básica
haja contra-indicação);
• Nota Técnica Conjunta Nº:
• Apoiar na adesão das gestantes acompanha-
01/2021 - SES-Rs/UFSM/Unisinos
das na realização das vacinas;
Porto Alegre, 05 De Outubro De
• Observar sinais de alerta à saúde mental da 2021 Assunto: orientação aos(às)
gestante e/ou situações de violência, articu- profissionais do Sistema Único
lando em rede quando identificadas necessi- De Saúde (SUS) e aos serviços de
dades; saúde acerca de ações alusivas
à Semana Estadual De Preven-
• Incentivar a realização da consulta odontológi-
ção da Gravidez na Adolescên-
ca na gestação;
cia
• Realizar ações voltadas aos direitos da ges-
tante;
• Estimular a realização do pré-natal do(a)
parceiro(a);
• Estimular o vínculo dos cuidadores com o
bebê;
• Promover um pré-natal que reconheça as
particularidades de populações específicas.
• Identificar fatores de risco e proteção à saúde
mental materna.

42
ASPECTOS FUNDAMENTAIS DO CUIDADO À PRIMEIRA INFÂNCIA NA APS:
COMO A EQUIPE DO PIM PODE INTEGRAR E FORTALECER AS AÇÕES?

Temática Ações Materiais de Apoio:


para saber mais
Parto • Orientar as gestantes sobre os tipos de parto e • Caderneta da Gestante;
reforçar a importância de dialogar com a equi-
• Nota técnica para organização
pe que faz o seu pré-natal sobre seus desejos
da rede de atenção à saúde
e medos sobre o momento;
com foco na Atenção Primária
• Desenvolver espaços em grupo para diálogo à Saúde e na Atenção Ambu-
sobre a temática, articulando com as ações latorial Especializada – saúde
coletivas realizadas pelas equipes de APS; da mulher na gestação, parto e
puerpério (2019)
• Conhecer, a partir dos atendimentos reali-
zados à família, as narrativas de parto que
permeiam o imaginário da gestante e dialo-
gar sobre o momento do parto em gestações
anteriores;
• Reforçar o direito à acompanhante de livre
escolha da gestante no parto;
• Orientar sobre a importância do contato pele a
pele entre mãe e filho no momento do nasci-
mento;
• Avaliar a possibilidade de visita à maternidade
para conhecer o serviço.

Prevenção da • Orientar sobre a prevenção da transmissão • Transmissão vertical do HIV e da


vertical do HIV e da sífilis; sífilis: O que Agentes Comunitá-
transmissão Vertical
rios de Saúde e Visitadores(as)
• Orientar procura da Unidade de Saúde nos ca-
de HIV e sífilis do PIM precisam saber?
sos em que identificar na carteira da gestante
a não realização de exames, tais como: testes
rápidos para HIV, sífilis e toxoplasmose;
• Orientar sobre a importância da testagem das
parcerias sexuais.

Planejamento sexual • Fornecer orientações sobre a disponibilidade • CAB 26 - Saúde Sexual e Repro-
de métodos contraceptivos disponíveis na rede dutiva
e reprodutivo
de serviços;
• Caderneta da Gestante
• Orientar a procura pela equipe de saúde para
• Política Estadual de Atenção Inte-
dialogar sobre o desejo em realizar métodos
gral à Saúde do Adolescente
definitivos (laqueadura ou vasectomia);
• Discutir caso com a equipe da Unidade de
Saúde;
• Planejar e executar, em conjunto com a APS e
outros atores, ações de prevenção da Gravi-
dez na Adolescência;
• Realizar ações no PSE de educação sexual e
reprodutiva, respeitando os direitos sexuais e
os direitos reprodutivos.

43
ASPECTOS FUNDAMENTAIS DO CUIDADO À PRIMEIRA INFÂNCIA NA APS:
COMO A EQUIPE DO PIM PODE INTEGRAR E FORTALECER AS AÇÕES?

Temática Ações Materiais de Apoio:


para saber mais
Cuidado no • Realizar de forma coordenada entre APS e PIM • CAB 33 - Saúde da Criança:
a visita na primeira semana de vida, para que crescimento e desenvolvimento
puerpério e ao
possam ser compartilhadas informações entre
• CAB 23 - SAÚDE DA CRIANÇA
recém-nascido as equipes;
Aleitamento Materno e Alimenta-
• Acompanhar e incentivar o processo de ção Complementar
aleitamento materno (caso não haja contra-
• Política Nacional de Atenção
-indicação), buscando soluções junto à mulher
Integral à Saúde da Criança
e a APS quando identificadas dificuldades
PNAISC
que necessitem apoio próximo e orientação
específica; • Guia do Pré-natal na Atenção
Primária à Saúde
• Estimular o vínculo dos cuidadores com o
bebê; • Promoção de Saúde Mental na
Gestação e na Primeira Infância
• Orientar e confirmar se foi feito o agendamen-
- Portugal
to e/ou realizada a consulta de puerpério e
puericultura na unidade de saúde, além do
teste do pezinho e outras triagens neonatais e
vacinas;
• Identificar sinais de risco para depressão
materna e diálogo entre profissionais do PIM e
APS quando esses forem identificados;
• Realizar e/ou participar ações de educação
permanente sobre cuidados com o recém-
-nascido;
• Identificar sinais de risco à saúde integral da
mãe no puerpério;
• Observar a organização da família, sua dinâ-
mica, identificando necessidades e articulando
essas em rede quando pertinente
• Identificar rede de apoio da puérpera e sua
família

Puericultura • Realizar busca ativa das crianças acompanha- • Nota técnica assistência à Saúde
das pelo PIM que estão faltosas na puericultu- da Criança de 0 a 2 anos na
ra ou com vacinas atrasadas; Atenção Primária à Saúde
• Orientar sobre importância de manter atuali- • CAB 33 - Saúde da Criança:
zado o calendário vacinal da criança na UBS, crescimento e desenvolvimento
a partir de interlocução prévia com a APS e
planejamento conjunto;
• Incentivar o aleitamento materno e acolher
dificuldades buscando soluções e alternati-
vas em conjunto, caso a puérpera não tenha
nenhuma contra-indicação;
• Apoiar nas orientações sobre as consultas de
rotina, realizadas na APS, conforme calendá-
rio de puericultura previsto na Caderneta da
Criança

44
ASPECTOS FUNDAMENTAIS DO CUIDADO À PRIMEIRA INFÂNCIA NA APS:
COMO A EQUIPE DO PIM PODE INTEGRAR E FORTALECER AS AÇÕES?

Temática Ações Materiais de Apoio:


para saber mais
Crescimento e • Discutir situação da curva de crescimento das • Guia Alimentar para a popula-
crianças acompanhadas pelo programa e ção brasileira
condição nutricional
traçar estratégias em caso de insegurança
• Guia Alimentar para crianças
alimentar;
brasileiras menores de dois anos
• Orientar as gestantes sobre alimentação
• Caderneta da Criança
saudável e articular com a rede caso seja
necessário suporte, por exemplo, da Assistên- • CAB 33 - Saúde da Criança:
cia Social; crescimento e desenvolvimento
• Desenvolver ações junto às famílias acompa-
nhadas voltadas à educação em saúde que
implementem o Guia Alimentar da População
Brasileira e o Guia Alimentar para crianças
menores de dois anos;
• Monitorar o cumprimento das condicionalida-
des do Auxílio Brasil das gestantes e crianças
acompanhadas.

Promoção da • Apoiar a família na compreensão como sua • Chiesa, Mello, Fracolli & Veríssi-
participação e interação com a criança são mo (2015) Ações da equipe de
Interação Parental
fundamentais para o desenvolvimento integral Saúde da Família no fortaleci-
Positiva infantil; mento dos cuidados familiares
que promovem o desenvol-
• Potencializar práticas de cuidado e experiên-
vimento integral da criança
cias que a família tem cotidianamente com a
pequena.
criança que são oportunidades para estimula-
ção do desenvolvimento; • XIV Seminário Internacional da
Primeira Infância - Elisa Altafim-
• Construir ações educativas voltadas à promo-
Parentalidade Positiva e o apoio
ção e fortalecimento de vínculos entre cuida-
às famílias e profissionais (a
dores e crianças desde a gestação;
partir de 1h10 min do vídeo)
• Realizar práticas que partam de uma uma
• PIM Debate - Parentalidade
visão de que o exercício da maternidade e da
paternidade não é uma competência “natural” • CAB 26 - Saúde Sexual e Repro-
dos indivíduos, e sim habilidades que são dutiva
construídas. A partir deste olhar, permite-se a
manifestação de dúvidas, inseguranças e sen-
timentos ambivalentes dos cuidadores sobre
seu papel junto às crianças;
• Identificadas maiores dificuldades da família,
deve ser oportunizado atendimento na rede;
• Contribuir para a desmistificação de estereóti-
pos de gênero e crenças que tenham influên-
cia discriminatória.
• Estimular práticas educativas pautadas no
diálogo e não-violentas

45
ASPECTOS FUNDAMENTAIS DO CUIDADO À PRIMEIRA INFÂNCIA NA APS:
COMO A EQUIPE DO PIM PODE INTEGRAR E FORTALECER AS AÇÕES?

Temática Ações Materiais de Apoio:


para saber mais
Vigilância e • Acompanhar dados de crescimento e marcos • CAB 33
do desenvolvimento registrados na Caderneta
promoção do • Guia da Família PIM
da Criança;
Desenvolvimento • Caderneta da Criança
• Apoiar no fortalecimento das competências
Integral Infantil familiares para promoção de ambientes que • Política Nacional de Atenção
favoreçam o desenvolvimento integral nos Integral à Saúde da Criança
primeiros anos; PNAISC
• Discutir caso das crianças acompanhadas • Avaliação do Desenvolvimento
com a equipe de APS, sobre o Monitoramento Integral Infantil - Instrumento
do Desenvolvimento Integral Infantil realizado, utilizado pelo PIM no acompa-
dialogando sobre o alcance dos indicadores nhamento das crianças
por faixa etária da Avaliação do Desenvolvi-
• Apurando o olhar para Vigilância
mento pela criança;
do desenvolvimento infantil
• Em situações em que são identificados atrasos
• PIM Debate- Fatores de Risco e
no desenvolvimento ou em crianças com
Proteção ao Desenvolvimento
deficiência, as equipes devem realizar o Plano
Infantil
Singular de Atendimento conjunto (se a criança
for acompanhada por serviço especializado,
o mesmo deve ser incluído nesta construção),
para que as atividades desenvolvidas sejam
apoiadas e qualificadas de modo a promover
a estimulação adequada para a promoção do
desenvolvimento integral infantil;
• Participar e/ou solicitar apoio formativo sobre
desenvolvimento infantil às equipes de APS e
suas equipes multiprofissionais, a fim de quali-
ficar as ações do programa;
• Orientar que os(as) cuidadores(as) procurem
a unidade de saúde de referência quando
a criança apresenta sinais de alerta. Caso
a equipe do PIM identifique estas situações,
também informá-las à equipe de APS.

Gestantes e crianças • Apoiar na identificação de gestantes e crian- • Nota APS Pessoa com deficiência
ças com deficiência ou atraso no desenvolvi-
com deficiência
mento neuropsicomotor, bem como discutir
em equipe a necessidade de acompanha-
mento em outros dispositivos da rede, para
promoção de intervenções adequadas e
efetivas;
• Construir PSA em conjunto com profissionais
da APS e serviços especializados definindo
o papel do PIM e da APS para um cuidado
coordenado.

46
ASPECTOS FUNDAMENTAIS DO CUIDADO À PRIMEIRA INFÂNCIA NA APS:
COMO A EQUIPE DO PIM PODE INTEGRAR E FORTALECER AS AÇÕES?

Temática Ações Materiais de Apoio:


para saber mais
Violências • Identificar, por meio do vínculo construído • Enfrentamento ao abuso e à
entre visitadores e ACS com as famílias acom- exploração sexual de crianças
panhadas, sinais de alerta, informações da fa- e adolescentes orientações
mília ou percepções de situações de violência; para visitadores/as do Primeira
Infância Melhor(PIM) / Progra-
• Dialogar sobre as situações de violência em
ma Criança Feliz (pcf) e agentes
rede, a fim de articular a proteção e o atendi-
comunitários de saúde (ACS)
mento das vítimas.
• Nota técnica assistência à Saúde
• Realizar Notificação de Violência;
da Criança de 0 a 2 anos na
• A notificação dos casos suspeitos e confirma- Atenção Primária à Saúde
dos de violência é obrigatória/compulsória a
• PIM Debate - Caminhos para o
todos(as) os(as) profissionais de saúde, através
enfrentamento a violências
do SINAN. No caso de violência contra crian-
ças e adolescentes, é obrigatória a comuni- • Violência Interpessoal / Autopro-
cação do caso ao Conselho Tutelar e/ou às vocada SINAN
autoridades competentes. Ainda há obrigato-
• Portaria de Consolidação nº 4,
riedade de notificação em casos de violência
de 28 de setembro de 2017
suspeita ou confirmada para as seguintes
populações: mulher, pessoa idosa, indígenas, • Artigo 13 do Estatuto da Criança
pessoas com deficiência e LGBT, com previsão e do Adolescente (ECA).
de comunicação a autoridades legais. Deve-se
dialogar com a vigilância do município para
mais orientações.

Prevenção de • Desenvolver ações nas visitas domiciliares e • Caderneta da Criança


em atividades em grupo que visem a preven-
acidentes
ção de acidentes domésticos, realizando a
orientação dos cuidadores.

47
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao longo do desenvolvimento desse caderno, foi apresentada a importância da primeira infância


enquanto momento de vida com inúmeras potenciais para o desenvolvimento humano e como a
atenção a esse período da vida deve ser ampliada e qualificada na APS. O PIM, no Rio Grande do
Sul, vem compor a APS como estratégia para promover esse fortalecimento.

Nas demais seções, foram descritos importantes aspectos da interlocução entre as equipes no âm-
bito da gestão e no cotidiano de trabalho nos territórios. Por fim, foi apresentado um quadro, com
temáticas importantes de serem trabalhadas de modo conjunto com referências de materiais de
apoio.

Esperamos que este caderno possa apoiá-los em uma atuação integrada nos municípios, centrada
nas famílias e que possibilite o fortalecimento da atenção à primeira infância no seu território.

Equipes da Atenção Primária à Saúde e Primeira Infância Melhor,

Secretaria Estadual de Saúde do Rio Grande do Sul.

Foto: Bell Boniatti / Acervo PIM

48
REFERÊNCIAS

BARRAL-NETTO. UNIVERSIDADE FEDERAL DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DE PORTO ALEGRE. Práticas inova-


doras da Rede UNA-SUS: tecnologias e estratégias pedagógicas para a promoção da Educação
Permanente em Saúde / organizadores: Manoel Barral-Netto et al.– Porto Alegre : Ed. da UFCSPA,
2018.

BRASIL. Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adoles-
cente e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 16
jul. 1990.

BRASIL. Lei nº 13.257 de 8 de março de 2016. Dispõe sobre as políticas públicas para a primeira
infância e altera a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), o De-
creto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), a Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, a Lei nº 11.770, de 9 de
setembro de 2008, e a Lei nº 12.662, de 5 de junho de 2012. 2016.

BRASIL. Lei Nº 11.350, de 5 de outubro de 2006. Regulamenta o § 5º do art. 198 da Constituição,


dispõe sobre o aproveitamento de pessoal amparado pelo parágrafo único do art. 2º da Emenda
Constitucional nº 51, de 14 de fevereiro de 2006, e dá outras providências. Brasília, DF, 2006.

BRASIL. Lei Nº 13.595, de 5 de janeiro de 2018. Altera a Lei nº 11.350, de 5 de outubro de 2006,
para dispor sobre a reformulação das atribuições, a jornada e as condições de trabalho, o grau de
formação profissional, os cursos de formação técnica e continuada e a indenização de transporte
dos profissionais Agentes Comunitários de Saúde e Agentes de Combate às Endemias. Brasília, DF,
2018.

BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Humanização (PNH): documento base para
gestores e trabalhadores do SUS. 4.ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2007.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria 2.979, de 12 de novembro de 2019. Institui o Programa


Previne Brasil, que estabelece novo modelo de financiamento de custeio da Atenção Primária à
Saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde, por meio da alteração da Portaria de Consolidação
nº 6/GM/MS, de 28 de setembro de 2017. Brasília: Ministério da Saúde, 2019.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica.


Guia prático do agente comunitário de saúde / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à

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Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília : Ministério da Saúde, 2009. 260 p. Disponível
em: http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/geral/guia_acs.pdf

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 2.436, de 21 de setembro de 2017a. Aprova a Política Na-
cional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes para a organização da
Atenção Básica, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Disponível em: http://bvsms.
saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prt2436_22_09_2017.html

BRASIL. Portaria de Consolidação nº 3. Anexo II - Rede Cegonha. 2017b

BRASIL. Portaria de Consolidação nº2 - Anexo X - Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da
Criança. 2017c

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica.


Saúde sexual e saúde reprodutiva. Cadernos de Atenção Básica, n. 26. Brasília: Ministério da
Saúde, 2013.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas


Estratégicas. Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança : orientações para implemen-
tação / Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas
Estratégicas. – Brasília : Ministério da Saúde, 2018. 180 p. : il.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. Departa-


mento de Gestão da Educação na Saúde. Política Nacional de Educação Permanente em Saúde:
o que se tem produzido para o seu fortalecimento?/Ministério da Saúde, Secretaria de Gestão do
Trabalho e da Educação na Saúde, Departamento de Gestão da Educação na Saúde – 1. ed. rev.
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SECRETÁRIOS DE SAÚDE.. Brasília, 2015.

MUSTARD, J. F. (2010). Early brain development and human development. Encyclopedia on Early Chil-
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NÚCLEO CIÊNCIA PELA INFÂNCIA. Funções executivas e desenvolvimento infantil : habilidades neces-
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ed. -- São Paulo : Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal - FMCSV, 2016.

RIO GRANDE DO SUL. SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE. DEPARTAMENTO DE ATENÇÃO PRIMÁRIA E


POLÍTICAS DE SAÚDE. Portaria SES nº 635/2021. Programa Estadual de Incentivos da Atenção Primá-
ria à Saúde (PIAPS). 2021.

RIO GRANDE DO SUL. SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE. DEPARTAMENTO DE ATENÇÃO PRIMÁRIA E


POLÍTICAS DE SAÚDE. DIVISÃO DE ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE; CONSELHO DAS SECRETARIAS MU-
NICIPAIS DE SAÚDE DO RIO GRANDE DO SUL. Nota de orientações quanto à organização das
áreas de atuação dos Agentes Comunitários de Saúde no contexto das equipes de Aten-
ção Primária à Saúde. Porto Alegre, 2021. Disponível em: https://atencaobasica.saude.rs.gov.br/
upload/arquivos/202107/30101058-ses-cosems-nota-areas-acs.pdf. Acesso em 30 mar. 2021.

RIO GRANDE DO SUL. SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE. DEPARTAMENTO DE ATENÇÃO PRIMÁRIA E


POLÍTICAS DE SAÚDE. DEPARTAMENTO DE PRIMEIRA INFÂNCIA. Lei nº 12.554, de 2006

RIO GRANDE DO SUL. SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE. DEPARTAMENTO DE ATENÇÃO PRIMÁRIA E


POLÍTICAS DE SAÚDE. DEPARTAMENTO DE PRIMEIRA INFÂNCIA. Lei nº 14.594, de 2014

RIO GRANDE DO SUL. SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE. DEPARTAMENTO DE ATENÇÃO PRIMÁRIA


E POLÍTICAS DE SAÚDE. DEPARTAMENTO DE PRIMEIRA INFÂNCIA. Formação Introdutória do Primeira
Infância Melhor. Módulo 1. Marcos Legais para a proteção da criança. 2021.

RIO GRANDE DO SUL. Secretaria Estadual da Saúde. Departamento de Atenção Primária e Políticas
de Saúde. Divisão da Primeira Infância. Primeira Infância Melhor. Cadernos do Primeira Infância
Melhor: adesão, implantação e implementação / organizado por Carolina de Vasconcellos Drugg...
[et al.] – Porto Alegre: ESP/RS, 2021.

51
+55 (51) 3288.5921 | pim@saude.rs.gov.br | www.pim.saude.rs.gov.br
Centro Administrativo Fernando Ferrari (CAFF) - Av. Borges de Medeiros, 1501, 4º Andar - Praia de Belas - CEP 90110-150 Porto Alegre/RS

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