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Departamento de Planejamento em Saúde


Coordenadoria de Assistência Integral à Saúde da Criança e do Adolescente

PROTOCOLO DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE


DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

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Gestão 2022
José Carlos Moura – Secretário Municipal da Saúde de Ribeirão Preto– SP.
Enfª. Giovanna Teresinha Cândido – Secretária Adjunta
Vanessa Colmanetti Borin Danelutti – Diretora do Departamento de Assistência à Saúde da Secretaria
Municipal da Saúde de Ribeirão Preto – SP.
Dilson Braz da Silva Junior – Diretor do Departamento de Planejamento em Saúde da Secretaria Municipal
da Saúde de Ribeirão Preto – SP.

Equipe da Coordenadoria de Atenção Integral à Saúde da Criança e do Adolescente


Ms. Márcia Soares Freitas da Motta – Médica Pediatra Coordenadora I da Assistência Integral à Saúde da
Criança e Adolescente da Secretaria Municipal da Saúde de Ribeirão Preto – SP.

Ananda Letícia Fuzo Ferreira – Enfermeira da Equipe Técnica da Coordenadoria da Assistência Integral à
Saúde da Criança e do Adolescente

Ms. Márcia Beatriz Berzoti Gonçalves – Enfermeira da Equipe Técnica da Coordenaria da Assistência
Integral à Saúde da Criança e Adolescente da Secretaria Municipal da Saúde de Ribeirão Preto – SP.

Hidelnice Cândido da Silva – Técnica de enfermagem – Equipe Técnica da Coordenadoria da Assistência


Integral à Saúde da Criança e Adolescente da Secretaria Municipal da Saúde de Ribeirão Preto – SP.

Soraya Liemi Fukamichi – Médica Pediatra da Equipe Técnica da Coordenadoria da Assistência Integral à
Saúde da Criança e Adolescente da Secretaria Municipal da Saúde de Ribeirão Preto – SP.

Organizadores
Cleuza Cunes Mestrinel – Enfermeira, Supervisora da UBS Central/Vila Virgínia de Ribeirão Preto – SP
Daniela Vieira Pallos – Nutricionista do Núcleo de Apoio à Saúde da Família da Secretaria da Saúde de
Ribeirão Preto– SP.
Márcia Beatriz Berzoti Gonçalves – Enfermeira da Equipe Técnica da Coordenadoria de Atenção à Saúde da
Criança e Adolescente Assistência Integral à Saúde da Criança e Adolescente da Secretaria Municipal da
Saúde de Ribeirão Preto – SP.
Márcia Soares Freitas da Motta – Médica Pediatra Coordenadora Equipe técnica da Coordenadoria de
Assistência à Saúde da Criança e do Adolescente da Secretaria Municipal da Saúde de Ribeirão Preto – SP.
Maria Tereza Cunha Alves Rios - Nutricionista da Equipe Técnica da Secretaria de Saúde de Ribeirão Preto
Soraya Liemi Fukamichi – Médica Pediatra da Equipe técnica da Coordenadoria de Assistência à Saúde da
Criança e do Adolescente da Secretaria Municipal da Saúde de Ribeirão Preto – SP.
Waldomiro Roberto Tavares – Enfermeiro da Equipe Técnica da Coordenadoria de Assistência à Saúde da
Criança e Adolescente da Secretaria Municipal da Saúde de Ribeirão Preto – SP até fevereiro de 2021
(aposentadoria).

Colaboradores
Renata Cerri – Agente de Administração do Programa de Assistência à Saúde da Criança e Adolescente da
Secretaria Municipal da Saúde de Ribeirão Preto – SP, até julho de 2018 (exoneração a pedido)
Lilian Donizete Pimenta Nogueira – Enfermeira, Coordenadora do Aleitamento Materno da Secretaria
Municipal da Saúde de Ribeirão Preto – SP
Andrea Domingues Ribeiro Tonetto – Cirurgiã Dentista, Coordenadora dos Procedimentos Coletivos e
Preventivos em Odontologia da Secretaria Municipal da Saúde de Ribeirão Preto – SP

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Marcus Vinicius Santos – Psicólogo, Coordenador da Saúde Mental da Secretaria Municipal da Saúde de
Ribeirão Preto – SP
Lucia Helena Terenciani Rodrigues Pereira – Farmacêutica Chefe da Divisão de Farmácia da Secretaria
Municipal da Saúde de Ribeirão Preto – SP

Revisão
Suraia Zaki Sammour Vigarani – Médica Pediatra do Complexo Regulador da Secretaria Municipal de Saúde
de Ribeirão Preto – SP
Elaine Mara Kamada Moreira – Médica Pediatra, Coordenadora do Complexo Regulador da Secretaria
Municipal de Saúde de Ribeirão Preto – SP
Rosane Mendes Batista Queiroz – Médica Pediatra da Secretaria Municipal de Saúde até fevereiro de 2022
(aposentadoria)
Karina Domingues de Freitas- Chefe da Divisão de Enfermagem da Secretaria Municipal de Saúde – SP
Lauren Suemi Suemi Kawata – Enfermeira da Equipe Técnica da Divisão de Enfermagem da Secretaria
Municipal de Saúde de Ribeirão Preto – SP
Maria de Fátima Paiva Brito – Enfermeira da Equipe Técnica da Divisão de Enfermagem da Secretaria
Municipal de Saúde de Ribeirão Preto – SP
Thatiane Delatorre – Enfermeira da Equipe Técnica do Departamento de Atenção à Saúde das Pessoas da
Secretaria Municipal da Saúde de Ribeirão Preto – SP
Mirela Módolo Martins do Val – Coordenadora de Atenção Primária da Secretaria Municipal da Saúde de
Ribeirão Preto – SP

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APRESENTAÇÃO

Esse protocolo visa a apoiar a assistência integral à saúde da criança desde o nascimento até a fase da
adolescência. Está baseado nas políticas nacionais voltadas para a promoção, a proteção e a recuperação da
saúde na tentativa de melhorar a vigilância à saúde e contribuir para a qualidade de vida do público dessa faixa
etária.
Além disso, vem para nortear e qualificar as ações de saúde dos profissionais ligados a Secretaria
Municipal de Saúde de Ribeirão Preto.
Considerando as constantes mudanças no campo da saúde e na qualidade de vida das pessoas ao longo
dos anos, fez-se necessário reorganizar os processos de trabalho para torná-los mais favoráveis à adesão, e
alcance de metas e a uniformização das condutas, buscando assim, unir esforços locais no fortalecimento das
ações de saúde.
A Coordenadoria de Assistência Integral à Saúde da Criança e do Adolescente (CAISCA) através de
suas ações une diversos parceiros, diferentes atores da rede Inter setorial e, com isso, fortalece e norteia as
ações de saúde da rede pública no município de Ribeirão Preto.
Com o intuito de uniformizar o cuidado e a assistência à saúde, esse protocolo soma conhecimentos,
subtrai as deficiências que possam existir, multiplica as alegrias e sucessos conseguidos através desses atores
que entram em cena para construir um processo de trabalho engajado em habilidades e construções de saber,
de pensar e de agir.
Nesse Sentido, elaborou-se este protocolo que deve ser entendido como um ponto de partida, e ao
longo do processo, ser revisto e repensado para que o objetivo maior seja atingido e vá de encontro ao
fortalecimento das ações de saúde para que possa refletir positivamente na saúde da população e na melhoria
dos indicadores de saúde do nosso município.

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Sumário
1.INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................... 8
2. ACOLHIMENTO: ...................................................................................................................................... 9
3. PROGRAMA FLORESCE UMA VIDA - FUV ...................................................................................... 10
4. SISTEMA DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE DA CRIANÇA (SIS-CRIANÇA) .................................. 12
4.1. - Cabe à coordenação do Programa Floresce uma Vida: ................................................................... 12
4.1.2 - Cabe à equipe do Programa Floresce uma Vida nas maternidades públicas: ................................ 13
4.1.3 - Cabe às Unidades Básicas de Saúde: ............................................................................................ 14
5.- NORMAS PARA O AGENDAMENTO / ATENDIMENTO. ................................................................ 15
5.1. - Tipos de Agendamento: ................................................................................................................... 15
5.2 - Parâmetros para a previsão de vagas para os atendimentos de puericultura .................................... 15
6. IDENTIFICAÇÃO DE RISCOS .............................................................................................................. 18
7. ATENDIMENTO À CRIANÇA PELO ENFERMEIRO ......................................................................... 18
7.1. Objetivos Gerais da Consulta do Enfermeiro .................................................................................... 19
7.2 Atribuições Da Equipe De Enfermagem Na Pré E Pós Consulta ....................................................... 22
8. ATENDIMENTO DE PUERICULTURA COM O MÉDICO ................................................................. 23
9. ATENDIMENTO DO RECÉM-NASCIDO ............................................................................................. 24
10. EXAMES DE TRIAGEM NEONATAL ................................................................................................ 27
10.1 Teste Do Reflexo Vermelho - “Teste Do Olhinho”........................................................................... 28
10.11 Como Encaminhar O Paciente Com O Teste Do Olhinho Alterado: .............................................. 28
10.2 Teste De Triagem Neonatal Para Cardiopatia Congênita Crítica - “Teste Do Coraçãozinho” ......... 29
10.3 Triagem Neonatal Auditiva - “Teste Da Orelhinha” ......................................................................... 30
10.3.1 Como Encaminhar O Recém Nascido Para O Teste Da Orelhinha: .............................................. 31
10.4 Teste Da Linguinha ........................................................................................................................... 32
10.4.1 Fluxograma De Atendimento Aos Casos De Anquiloglossia ........................................................ 33
10.4.2 – Como Encaminhar Para Odontopediatria: .................................................................................. 36
10.5 Exame De Triagem Neonatal Biológica (Teste Do Pezinho) ........................................................... 37
11. ICTERÍCIA NEONATAL ..................................................................................................................... 39
11.1 Investigação etiológica ..................................................................................................................... 39
11.2 Avaliação clínica ............................................................................................................................... 41
11.3. Fatores de risco para desenvolvimento de hiperbilirrubinemia significante em RN >35 semanas de
idade gestacional....................................................................................................................................... 42
11.4. Nível de BT (mg/dL) para indicação de fototerapia e exsanguinotransfusão (EST) em RN ≥35
semanas de idade gestacional ao nascer ................................................................................................... 43
11.5. Hiperbilirrubinemia indireta em RN com idade gestacional menor ou igual a 34 semanas ............ 43
11.6. Valores de BT (mg/dL) para indicação de fototerapia e exsanguineotransfusão (EST) em RN<
semanas de idade gestacional ................................................................................................................... 44
11.7. Prognóstico ...................................................................................................................................... 44
11.9. Fluxograma para atendimento do recém-nascido ictérico na Atenção Primária à Saúde ................ 45

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12. ORIENTAÇÃO DE CUIDADOS COM O RECÉM-NASCIDO .......................................................... 46
12.1 Introdução ......................................................................................................................................... 46
12.1 Banho Do Recém-nascido ................................................................................................................ 46
12.2 Hidratantes ........................................................................................................................................ 47
12.3 Coto Umbilical ................................................................................................................................. 47
12.4 Dermatite da área de Fraldas ............................................................................................................ 48
12.5 Fluxograma para atendimento dermatite de fraldas na consulta de enfermagem ............................. 49
12.6 Banho de sol (EM CONSULTA TÉCNICA AO MINISTÉRIO DA SAÚDE) ................................. 50
13. SEGUIMENTO NAS CONSULTAS PUERICULTURA: ..................................................................... 50
13.1 Antropometria ................................................................................................................................... 50
13.2 Anamnese: ........................................................................................................................................ 52
13.3 Exame físico: .................................................................................................................................... 52
13.4 Desenvolvimento neuropsicomotor: ................................................................................................. 52
13.5 Critérios de inclusão no Serviço de Estimulação precoce ................................................................ 54
13.6 Critérios de Exclusão do Serviço de Estimulação precoce............................................................... 55
13.7 – Como Encaminhar Para Estimulação Precoce............................................................................... 55
14. VACINAÇÃO ........................................................................................................................................ 56
14.1 Calendário De Vacinação –2021 ...................................................................................................... 57
15. PALIVIZUMABE .................................................................................................................................. 62
15.1. Critérios de Indicação do uso do Palivizumabe: ............................................................................. 63
Segundo a Portaria Conjunta SAS/SCTIES no. 23, de 3 de outubro de 2018: ........................................ 63
15.2 Orientações gerais sobre o fornecimento do PALIVIZUMABE ...................................................... 63
16. SUPLEMENTAÇÃO DE FERRO ......................................................................................................... 65
16.1 Tratamento ........................................................................................................................................ 68
17. SUPLEMENTAÇÃO VITAMINA D ..................................................................................................... 68
18. PROTOCOLO PARA NORMATIZAÇÃO DA DISPENSAÇÃO DE FÓRMULAS INFANTIS
ESPECIAIS A PACIENTES COM ALERGIA À PROTEÍNA DO LEITE DE VACA - APLV .................. 69
18.1 Diagnóstico de APLV ....................................................................................................................... 70
18.2 Protocolo De Tratamento APLV De Acordo Com Faixa Etária ....................................................... 71
18.3 Critérios Para Liberação De Fórmula Extensamente Hidrolisada : .................................................. 74
18.4. Orientações para solicitação: ........................................................................................................... 75
19. SAÚDE BUCAL .................................................................................................................................... 78
19.1 Programa Clínica Do Bebê ............................................................................................................... 81
19.2 Orientações de Atendimento aos Bebês............................................................................................ 81
20. PROBLEMAS MÉDICOS E ALERTAS DE SAÚDE DE CRIANÇAS NA ERA DIGITAL. .............. 85
21. SUGESTÕES DE CONTEÚDO PROGRAMÁTICO PARA GRUPOS ............................................... 89
20.1. 1° Grupo de 0 a 6 meses .................................................................................................................. 89
20.2. 2° Grupo de 7 a 9 meses .................................................................................................................. 90
20.3 3° Grupo 10 meses a 24 meses ......................................................................................................... 91
21. PREVENÇÃO DE ACIDENTES DOMÉSTICOS E DE TRANSPORTE ............................................ 94
22. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................... 97

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1.INTRODUÇÃO

O PROTOCOLO DE ASSISTÊNCIA INTEGRAL À SAÚDE DA CRIANÇA tem


como principal objetivo prover aos profissionais de saúde a segurança necessária para
que atue com autonomia e proporcione à criança uma assistência de qualidade.
O protocolo propõe estratégias de intervenção à Saúde da Criança a serem
realizadas pelos Pediatras, Médicos de Saúde da Família, Enfermeiros e equipe de
enfermagem da Atenção Primária à Saúde e Estratégia da Saúde da Família. Ser um
facilitador no momento da assistência prestada à criança e ao adolescente, à família e/ou
cuidador, durante a consulta de enfermagem, consulta médica, no atendimento a grupos
educativos e na visita domiciliar.
A Coordenadoria de Assistência integral à Saúde da Criança e do Adolescente
contempla ações programáticas educativas e assistenciais que visam a atender à criança e
ao adolescente de forma integral e individualizada em todas as fases do seu crescimento
e desenvolvimento. Desta forma, toda a equipe de saúde é importante e está envolvida no
desenvolvimento de ações dirigidas a:
• Promoção do Aleitamento Materno;
• Acompanhamento do Crescimento e Desenvolvimento;
• Prevenção de Doenças com Imunização e Medidas Educativas;
• Promoção da Alimentação Complementar Saudável;
• Controle das Doenças Respiratórias;
• Controle das Doenças Diarreicas;
• Programa Saúde da Escola e Programa Crescer Saudável
• Prevenção de Acidentes e Maus Tratos;
• Assistência à Criança Vítima de Violência;
• Assistência aos agravos e doenças prevalentes na infância;
• Atividades Educativas.

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2. ÃCOLHIMENTO:

Pode ser realizado pela equipe multiprofissional da unidade: seguir os princípios


do respeito da dignidade, do cuidado humanizado, da não discriminação, do sigilo e da
privacidade e propiciar ambiente de confiança e respeito. Garantir a privacidade no
atendimento e a confidencialidade das informações. Acolher as demandas da criança e
identificar suas necessidades, direcionar a criança para a realização dos procedimentos
necessários, das ações em saúde e do atendimento individual ou coletivo.
Protocolo de Acolhimento da Demanda Espontânea e Direcionamento de Fluxo
na Atenção Básica disponível no site da Saúde no endereço:
https://www.ribeiraopreto.sp.gov.br/portal/pdf/saude723202205.pdf

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3. PROGRÃMÃ FLORESCE UMÃ VIDÃ - FUV

O Programa Floresce Uma Vida (FUV) é uma iniciativa do município de


Ribeirão Preto, instituído em 1995, com o principal objetivo de reduzir a mortalidade
infantil e diminuir a incidência de complicações preveníveis de morbidades, em crianças
menores de um ano, no município. Este programa está inserido na Coordenadoria de
Atenção Integral à Saúde da Criança e do Adolescente (CAISCA), e adota estratégias que
promovem a gestão do cuidado ao recém-nascido (RN), ao colaborar com a alta
responsável do binômio mãe/recém-nascido, na maternidade e da inserção deste binômio
na rede municipal de saúde.

As ações norteadoras do Programa Floresce uma Vida são:


• Colaborar com a alta responsável do binômio;
• Facilitar o acesso e atendimento do binômio na atenção primária a saúde e
outros serviços de saúde da rede municipal;
• Incentivar o aleitamento materno;
• Garantir que o RN inicie o seguimento de puericultura na primeira semana
de vida;
• Garantir a coleta de amostra para a realização do teste do pezinho em tempo
oportuno
• Favorecer que o RN seja imunizado, de acordo com a Calendário de
Vacinação ;
• Identificar os RNs de risco.

A equipe do FUV é composta por um enfermeiro responsável técnico, que realiza


a supervisão de enfermagem à distância, na Secretaria Municipal de Saúde, e oito
auxiliares ou técnicos de enfermagem, que estão distribuídos nas maternidades
prestadoras de serviços ao SUS: Centro de Referência em Saúde da Mulher - Mater, HC
Criança, Santa Casa e Hospital Electro Bonini – Unaerp.
As atividades da equipe de enfermagem do FUV nas maternidades são realizadas
no período diurno, em regime de escala de plantão, incluindo finais de semana e feriados.
No pós-parto imediato, as auxiliares/técnicas de enfermagem do FUV realizam entrevista
beira-leito com as puérperas, identificam necessidades de saúde do binômio – como
dificuldades com a amamentação, prematuridade, baixo peso ao nascer, exposição à sífilis

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na gestação e outros –, e agendam as consultas preconizadas para o período neonatal e
puerperal, bem como para as especialidades, conforme critérios estabelecidos. Por meio
do Sistema de Informação da Saúde da Criança (SIS-Criança), software desenvolvido
pela CODERP e idealizado pela Secretaria Municipal de Saúde, estas informações são
registradas, o que promove a comunicação efetiva entre as maternidades e a rede
municipal de saúde, e favorece o fortalecimento das ações estratégicas para a saúde da
criança.
Os profissionais da gestão, a equipe do FUV, e profissionais da rede municipal de
saúde – atenção primária e especialidades – estão envolvidos no planejamento e execução
das ações que asseguram o acompanhamento, identificação precoce de RNs em
vulnerabilidade e a tomada precoce de ações de prevenção e proteção à saúde.
É essencial que as unidades de saúde disponibilizem as agendas dos profissionais
envolvidos nestes atendimentos no Sistema Hygia. São eles:
• Agendamento do recém-nascido em consulta de enfermagem, entre o 3º e 5º dia
de vida, em vaga de Caso Novo de Puericultura (CN);
• Agendamento dos recém-nascidos para consulta com o pediatra/médico de saúde
da família até 30 dias de vida, em vaga de Caso Novo de Puericultura (CN);
• Agendamento dos recém-nascidos no Centro de Referência em Especialidades
Central (CREC) para todo recém-nascido exposto à sífilis ou toxoplasmose na
gestação. O agendamento de recém-nascidos expostos a outras infecções
congênitas deve ser discutido com a responsável pelo ambulatório. Este
agendamento somente não é feito para os recém-nascidos no HC Criança que
tem seu seguimento agendado nos ambulatórios do próprio Serviço.;
• Agendamento dos recém-nascidos para consulta no serviço de Estimulação
precoce quando estes apresentarem os seguintes critérios: Apgar menor que 4
no primeiro minuto e menor que 7 no quinto minuto; Peso inferior a 2.500g;
Idade gestacional menor que 37 semanas ou maior que 42 semanas; Má
formação fetal; Drogadição Materna; Patologias: sífilis, HIV, toxoplasmose,
citomegalovírus e outras doenças congênitas que possam levar a problemas
motores e/ou neurológicos.
• Agendamento de consulta de puerpério com Enfermeira junto com o recém-
nascido com 3 a 5 dias de vida e agendamento de consulta médica com
Ginecologista ou Médico de Saúde da Família em até o 42º dia de puerpério.

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• Envio de fichas padrões em caso de óbito fetal, óbito neonatal e óbito materno
para Comitê de Mortalidade Materna e Infantil.
• Envio de fichas padrões com dados de Sífilis Materna e Congênitas, HIV/AIDS,
ZIKA vírus e Sintomáticas Respiratórias.

4. SISTEMÃ DE INFORMÃÇÃO EM SÃUDE DÃ CRIÃNÇÃ (SIS-CRIÃNÇÃ)

É o sistema digital de monitoramento e vigilância da saúde do recém-nascido (RN)


do município de Ribeirão Preto. Este sistema monitora todos os nascimentos de Ribeirão
Preto, tenham ocorrido nas maternidades públicas ou privadas, sendo elas:
• Maternidades SUS: HC Criança, Mater, Santa Casa e Hospital Electro Bonini
(UNAERP);
• Maternidades Privadas: Hospital Materno Infantil Sinhá Junqueira, Hospital São
Paulo e Hospital Viver.
A inserção e monitoramento de dados disponíveis no SIS-Criança se desenvolve
por meio de ações de três esferas da rede municipal de saúde: maternidades, unidades de
saúde e gestão da Secretaria Municipal da Saúde de Ribeirão Preto.
Para se ter acesso às informações dos RN inseridos no SIS-Criança é
necessário que o usuário tenha IDENTIFICAÇÃO e SENHA, que devem ser solicitadas
ao Programa Floresce uma Vida, pelo e-mail: <neonatal@saude.pmrp.com.br>.

4.1. - Cabe à coordenação do Programa Floresce uma Vida:


• Monitorar semanalmente os cadastros de todos os RN das
maternidades públicas e privadas;

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• Apoiar os profissionais das maternidades e unidades de saúde,
esclarecendo dúvidas, indicando fluxogramas e protocolos assistenciais, etc.;
• Solicitar às equipes de saúde que sejam realizadas ações
assistenciais e de gerenciamento, frente às situações de vulnerabilidade
identificadas nos binômios;
• Gerenciar relatórios e dados para os indicadores de saúde da
criança;
• Monitorar o comparecimento dos binômicos às consultas com o
enfermeiro, pediatra/médico de saúde da família, ao Serviço de Estimulação
Precoce no Centro Especializado de Reabilitação do Núcleo de Atenção ao
Deficiente (CER NADEF) e Infectologia Neonatal Centro de Referência em
Especialidades Central (CRE Central), conforme indicações;
• Monitorar a coleta de amostra para a triagem neonatal biológica
(teste do pezinho) e aplicação das vacinas Hepatite B e BCG nas maternidades
e unidades de saúde;
• Fornecer perfil de acesso e capacitação para os usuários do SIS-
Criança.

4.1.2 - Cabe à equipe do Programa Floresce uma Vida nas maternidades


públicas:
• Cadastrar todos os nascidos na maternidade no Sistema Hygia Web
e no SIS-Criança, com registro de todos os dados solicitados, informando as
intercorrências na gestação, parto e pós-parto até a alta da maternidade.
• Notificar as unidades de saúde por e-mail acerca de binômios
identificados em situações de vulnerabilidades;

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• Orientar as puérperas/responsáveis pelo RN acerca dos
agendamentos, importância das consultas, coleta do teste do pezinho e direitos de
saúde do binômio.
As maternidades privadas deverão enviar periodicamente arquivo com os
dados cadastrais dos nascidos na instituição, para importação no SIS-Criança, para
o e-mail do FUV. Esta importação de dados deve ocorrer semanalmente, de
preferência.

4.1.3 - Cabe às Unidades Básicas de Saúde:


• Fornecer os dados ausentes ou desatualizados no SIS-Criança para
gestão do FUV, para atualização;
• Cadastrar os dados referentes às coletas de amostras do teste do
pezinho, na aba de registros identificado como “Teste do Pezinho”;
• Inserir informações referentes às consultas de puericultura e
puerpério com enfermeiro, pediatra e médico da ESF e ginecologista, solicitados
na aba “Agendamento”, no SIS-Criança;
• Cadastrar consultas ou visitas domiciliares agendadas pelos
profissionais da unidade de saúde, no SIS-Criança
• Inserir dados das vacinas 1ª dose da Hepatite B e BCG;
• Anotar na aba “Observações” dados relativos às ações assistenciais,
como visitas domiciliares e busca ativa, e intercorrências com o RN;
• Solicitar à coordenação do FUV, o cadastramento de RN
provenientes de outros municípios ou que nasceram por parto domiciliar,
enviando ficha cadastral anexa para o e-mail <neonatal@saude.pmrp.com.br>;
• Acompanhar o relatório gerado pelo SIS-Criança, no mínimo,
semanalmente, para identificação de novos RNs que residem na área de
abrangência da unidade de saúde e providenciar as necessidades de saúde
identificadas;
• Corresponder às demandas identificadas e solicitadas pela equipe
técnica do FUV, através do monitoramento semanal;

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5.- NORMÃS PÃRÃ O ÃGENDÃMENTO / ÃTENDIMENTO.

5.1. - Tipos de Agendamento:

• CP – Caso Novo de Puericultura – Esta sigla deve ser usada,


preferencialmente, pelas funcionárias do Floresce uma Vida (FUV) das 3
maternidades SUS (Santa Casa, H. Clínicas e Mater) ou quando a mãe chegar na
unidade sem o agendamento prévio do FUV. O sistema Hygia Web não
permitirá este agendamento fora desta faixa etária, a não ser que tenha como
justificativa a internação desde o nascimento ou mudança de endereço da
família.

• RP – Retorno de Puericultura – até 2 anos de idade. Consultas subsequentes


dos casos novos de puericultura, os quais deverão ser agendados conforme o
cronograma estabelecido na pós consulta.

• CS – Consulta Saúde- maiores de 2 anos e adolescentes. conforme cronograma


estabelecido e quando o paciente necessitar de alguma consulta médica por
alguma intercorrência.

• EV – Eventual – Consultas de crianças ou adolescentes em demanda


espontânea fora do dia agendado para atendimento.

É de responsabilidade do supervisor da unidade de saúde manter as


agendas médicas e de enfermagem sempre disponíveis no Sistema HygiaWeb e
com o número de vagas compatíveis com sua demanda.

5.2 - Parâmetros para a previsão de vagas para os atendimentos de puericultura

Para estabelecer a quantidade de vagas para cada tipo de atendimento,


utilizar o seguinte parâmetro para formatação das agendas:

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Casos Novos Pueric. Mensais(CP) = Nº de Nascidos Vivos na área no ano anterior
12 meses.
Observar:
- Média de nascidos vivos no anterior
- N° Nascidos convênios e SUS
- Variação mínima e máxima de nascimentos / mês

Casos Novos de Puericultura Diários = Casos Novos Mensais


N° de dias úteis no mês

Observação: Este resultado deve ser dividido pelo nº de profissionais do mês.

Retornos semanais de Puericultura (RP) = (NV X 9) + (NV X 4)*


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*NV – nascidos vivos
• Estes retornos são referentes a crianças de 0 a 24 meses
• 9 = nº consultas de puericultura até 12 meses
• 4 = n de consultas de puericultura de 12 a 24 meses

É importante a garantia dos retornos de puericultura (RP) para as crianças


menores de 2 anos. As necessidades acima devem ser adaptadas ao número de pediatras
existentes na Unidade de Saúde, bem como férias, licenças, feriados, etc. A Unidade de
Saúde deve garantir sempre a agenda para os casos novos de puericultura e a
continuidade deste acompanhamento.
O número total de nascimentos da área de abrangência da Unidade de Saúde
abrange todos os recém-nascidos mesmo os que utilizam a Saúde Suplementar
(particular e convênios). Para tanto, compete à Unidade de Saúde disponibilizar um
número adequado de vagas respeitando as particularidades de sua clientela e suas
necessidades.
As siglas são norteadoras das agendas, mas as mesmas devem ser flexíveis e de
fácil acesso à clientela.

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O agendamento da primeira consulta é realizado pelo Floresce uma Vida ou
quando necessário pela equipe da Unidade de Saúde. Os atendimentos subsequentes
deverão ser agendados nas pós-consultas, de acordo com o cronograma proposto.
Os retornos de puericultura (RP) poderão ser mais frequentes, de acordo com a
avaliação do pediatra/médico de saúde da família (principalmente para crianças de
risco).
É importante a realização de busca ativa dos casos faltosos de crianças menores
de 12 meses. Para que esse controle funcione, os endereços e telefones precisam ser
atualizados em todos os retornos da criança. Sempre observar se a criança de risco
compareceu na consulta e retornos da Estimulação Precoce e nos Ambulatórios de
Especialidade.
No caso das crianças inscritas no Programa Bolsa Família o agendamento
médico também deverá obedecer ao cronograma acima a não ser que haja solicitação
médica para retornos mais frequentes. A verificação antropométrica será realizada por
qualquer profissional habilitado da equipe de saúde. Os dados registrados no Sistema
Hygia são enviados automaticamente para o Sistema do Bolsa Família, desde que a
criança tenha o cadastro com o cartão SUS correto no Sistema do Bolsa Família. Sendo
assim, o acompanhamento para o programa Bolsa família é feito automaticamente.
Em todas as consultas de rotina agendadas deverá ser preenchido o Questionário
dos Marcadores de Consumo Alimentar disponível no Sistema Hygia.
Abrir as agendas dos enfermeiros no mesmo horário da realização do teste do
pezinho e também em concordância com o horário de funcionamento da Sala de Vacinas
para facilitar o acesso/atendimento completo à família.
Caso existam faltosos na agenda diária, a mesma pode ser suprida por
atendimentos eventuais em qualquer uma das siglas citadas de acordo com o Protocolo
de Acolhimento da Demanda Espontânea e Direcionamento de Fluxo na Atenção
Básica.
As famílias das crianças, principalmente as menores de 2 anos, que tiverem
atendimentos eventuais nos serviços de pronto atendimento da rede pública, deverão ser
orientadas a procurarem a Unidade de Saúde da sua área de abrangência. Deverão ter
orientação para manter seguimento de puericultura/pediatria, assim como fazer a contra
referência para os casos de riscos ou que necessitem de reavaliação ou seguimento mais
próximo.

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6. IDENTIFICÃÇÃO DE RISCOS

• Risco ambiental: falta de saneamento básico, moradia inadequada;


• Risco sócio-econômico: desemprego, mãe sem ou com pouca escolaridade,
família proveniente de área social de risco, mãe muito jovem, pais ausentes;
• Risco nutricional: desmame precoce e/ou aleitamento misto dos outros filhos;
baixo peso ao nascer, doenças associadas (erros inatos do metabolismo);
• Risco no crescimento e desenvolvimento: curva descendente ou horizontal,
ganho de peso insuficiente, agravos nutricionais, prematuridade (abaixo de 37
semanas), desenvolvimento não compatível com a idade (através da ficha de
acompanhamento do desenvolvimento);
• Risco de infecção: internação, atraso vacinal, desnutrição e aleitamento misto;
• Riscos identificados ao nascer: baixo peso ao nascer (<2.500g), morte de irmão
menor de 5 anos de idade, internação após alta materna, icterícia não fisiológica,
malformações, sífilis congênita (ou outras infecções congênitas), exposição ao
HIV, anóxia neonatal.
• Risco sócio afetivo e psicológico: famílias desadaptadas, pais ausentes,
desemprego dos pais, mães/pais adolescentes, ausência de apoio familiar,
moradores de rua ou áreas de invasão, ausência de pré-natal, pais
alcoólatras/drogaditos ou presidiários.

O serviço de saúde deve intervir em situações específicas de vulnerabilidades e de


risco para saúde da população, ajustando medidas de acordo com as
vulnerabilidades criando as condições para o desenvolvimento de ações e
estratégicas de promoção, prevenção, recuperação e reabilitação.
7. ÃTENDIMENTO Ã CRIÃNÇÃ PELO ENFERMEIRO

A consulta de enfermagem consiste na avaliação sistemática do crescimento e


desenvolvimento infantil, nas queixas mais comuns da infância, estado nutricional,
situação vacinal, situação social e parte psíquica da criança. A Resolução do COFEN
159/1993 e Resolução 358/2009 tornam obrigatória a Consulta de Enfermagem com a
Sistematização da Assistência (SAE) em todos os níveis de assistência à saúde, sendo essa
executada privativamente pelo enfermeiro através do Decreto (94.406/87).

18
7.1. Objetivos Gerais da Consulta do Enfermeiro

• Prestar assistência de enfermagem às queixas comuns na infância;


• Acompanhar o Crescimento e Desenvolvimento (CD) de crianças e de
adolescentes;
• Estimular o Aleitamento Materno e os Dez Passos da Alimentação Saudável;
• Identificar situações de risco para a saúde da criança e encaminhar os casos que
necessitem de acompanhamento pelo pediatra e/ou especialista, como a equipe de
atenção básica de saúde;
• Estimular a formação de grupos educativos de puericultura;
• Reduzir a morbimortalidade
• Contemplar os direitos da criança, conforme o Estatuto da Criança (ECA);
• Identificar, denunciar e encaminhar às instituições competentes os casos de
acidentes, abusos e violência doméstica contra a criança.

É de extrema importância que a puericultura tenha início na primeira semana de


vida da criança e o mais próximo possível da alta hospitalar. É neste período que a mãe e
família precisam de apoio e orientações sobre o recém-nascido (RN), cuidados habituais
e amamentação.
Para tanto, o Programa Floresce uma Vida (FUV) faz a articulação entre a alta do
binômio na maternidade e a unidade de saúde. É fundamental que se garanta o acesso do
binômio na unidade de saúde para atendimento de enfermagem, médico de saúde da
família/pediatra, vacinação, amamentação, teste do pezinho e orientar a continuidade
deste seguimento, bem como realizar a consulta de puerpério com a enfermeira.
É de responsabilidade do gerente da unidade de saúde manter as agendas
médicas e de enfermeiras sempre disponíveis no sistema Hygia Web e com o número de
vagas compatíveis com sua demanda. Na agenda dos enfermeiros, usar as seguintes
siglas para a atenção à saúde da criança e da puérpera:
CP = Caso Novo de Puericultura – Esta sigla destina-se ao agendamento do
recém-nascido ainda na maternidade, realizado pela equipe do Programa Floresce Uma
Vida. Orienta-se a Unidade de Saúde a não utilizar esta sigla para outros agendamentos,
ficando assim, de exclusividade do Programa Floresce Uma Vida;
CS = Consulta Saúde – Esta sigla, mais abrangente, pode ser utilizada pelo
enfermeiro para atender o recém-nascido em consulta de retorno, caso haja necessidade.

19
Esta sigla também poderá ser utilizada pelo Programa Floresce Uma Vida, sendo
transformada sempre duas CS em CP / PE, quando não houver disponibilidade destas
siglas na agenda do enfermeiro no período estimado de 3 à 5 dias. Nesta sigla a
enfermeira poderá agendar os retornos subsequentes de seguimento de puericultura.
PE = Consulta de Puerpério – Esta sigla destina-se ao agendamento da puérpera
ainda na maternidade, realizado pela equipe do Programa Floresce Uma Vida. Orienta-
se a Unidade de Saúde a não utilizar esta sigla para outros agendamentos, ficando assim,
de exclusividade do Programa Floresce Uma Vida. Esta sigla foi criada na agenda do
enfermeiro por orientação da equipe do Programa de Saúde da Mulher.
As agendas dos enfermeiros devem ser formatadas colocando-se a sigla PE logo
em seguida da sigla CP. Assim, quando a equipe do Programa Floresce Uma Vida
agendar o RN na sigla de CP, também agendará a puérpera na sigla de PE. Exemplo:
9:00 – Enfermeira – CASO NOVO DE PUERICULTURA – CP
9:30 – Enfermeira – ATENDIMENTO DE PUERPERIO – PE

Na 1ª consulta deve-se acolher o binômio/família, orientar, observar e realizar


alguns procedimentos:
• Acolher a mãe, ouvir suas dificuldades, medos e inseguranças;
• Realizar pesagem da criança e, comparar com o peso ao nascer. Considera-se
normal tanto uma perda de peso até 10% em comparação com o peso ao nascer
quanto a sua recuperação até o 15º. dia de vida. A necessidade de maior avaliação
da amamentação ou outras intervenções podem ser consideradas neste momento
de acordo com o peso;
• Realizar exame físico da mãe e criança (observar alterações);
• Avaliar a amamentação: observar mamada, avaliar as condições das mamas;
• Realizar coleta do teste do pezinho após completar 48 horas de vida e até o 5º dia
de vida preferencialmente. Ou checar realização de coleta na maternidade nos
casos de altas mais tardias;
• Realizar vacinação BCG;
• Preencher curva de crescimento e anexar ao prontuário,
• Conforme as dificuldades da mãe/família e problemas apresentados considerar a
necessidade de agendar retornos da enfermagem seja diários, semanais e/ou
solicitar/antecipar a avaliação médica;

20
• Reforçar datas de agendamento da consulta médica (puericultura e puerpério),
datas da consulta na estimulação precoce (RN de risco) ou de especialidades
agendadas na caderneta do RN,
• Fazer busca de faltosos de puericultura e puerpério, da agenda de enfermagem e
médica, através de visitas dos agentes comunitários de saúde ou da enfermagem
(visita domiciliar), por telefone ou carta;
• Anotar a consulta e os procedimentos nos prontuários do RN e da mãe,
• Fazer registro no SIS Criança: atualização de dados
• Fazer estudo de casos (das situações mais difíceis / complexas) com a equipe da
Unidade de Saúde,
• Seguir as orientações para o correto preenchimento do Instrumento para a 1ª.
Consulta de Enfermagem do Recém-nascido aplicando a Sistematização da
Assistência de Enfermagem (SAE).
• Buscar apoio técnico nos protocolos e nos profissionais do Programa de Saúde da
Criança e do Adolescente, Programa de Aleitamento Materno e Programa de
Saúde da Mulher;

IMPORTANTE: Algumas informações referentes ao parto, condições do nascimento,


cadastro e agendamento da mãe e criança constam na caderneta de vacinação entregue
nas maternidades SUS pelos técnicos do Programa Floresce uma Vida. Nos casos de
recém-nascidos de risco, além dos agendamentos básicos, o Floresce também faz um
contato telefônico ou por e-mail com a Unidade de Saúde enviando a ficha do SIS Criança.
Os médicos da maternidade (obstetra e pediatra) devem fazer a contra referência do
binômio para os profissionais das Unidades de Saúde com todas as informações
necessárias ao melhor seguimento na Atenção Básica.

21
7.2 Ãtribuiçoes Da Equipe De Enfermagem Na Pre E Pos Consulta

ATRIBUIÇÕES DA EQUIPE DE ENFERMAGEM NA PRÉ E PÓS CONSULTA

Auxiliar / Técnico de Enfermeiro


enfermagem (se necessário )

Realizar desinfecção da balança e régua antropométrica;


Pesar a criança com o mínimo de roupa possível, preservando
a integridade da criança;
Medir a criança sem calçados;
Aferir temperatura;
Medir Perímetro Cefálico e Torácico nas crianças até 02 anos
de idade;
Conferir a carteira vacinal impressa e no sistema Hygia;
Encaminhar para atualização vacinal, caso não seja contra
indicado;
Conferir coleta do teste do pezinho e certificar se o resultado
se encontra no prontuário;
Orientar coleta de material para exames laboratoriais: dia,
horário e jejum se necessário;
Conferir se foi solicitado exames em consulta anterior, se
foram coletados os exames e se os resultados se encontram
disponíveis;
Orientar ou agendar retorno com Pediatra, Médico da
Estratégia Saúde da Família ou Enfermeira.

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8. ÃTENDIMENTO DE PUERICULTURÃ COM O MEDICO

A faixa etária para o atendimento em pediatria vai desde o nascimento até 16 anos
incompletos (15 anos 11 meses e 29 dias) conforme determinação da resolução No. 04 de
25/11/2019, publicada no Diário Oficial de Ribeirão Preto de 26/11/2019.
São utilizadas diferentes siglas e periodicidade das consultas de acordo com a
idade. O supervisor da Unidade de Saúde deverá montar a agenda no sistema Hygia Web
contendo 12 consultas para cada profissional com carga horária de 4 horas/dia (20 horas
semanais), sendo 10 consultas com as diferentes siglas, de acordo com a demanda local e
2 consultas de acolhimento.
A agenda serve para direcionar os atendimentos e não para dificultar o acesso dos
pacientes, portanto, durante a elaboração da mesma deve haver flexibilidade e não
engessamento.
Primeiro Agendamento do recém-nascido (feito habitualmente pela equipe do
Floresce uma Vida nas maternidades SUS) deve ser com a enfermeira (sigla CP – Caso
Novo de Puericultura) até 5 dias de vida – onde será realizado a consulta de enfermagem,
coleta do teste do pezinho e aplicação da vacina BCG. A enfermeira deve solicitar quantos
retornos achar necessário para o atendimento ao recém-nascido.
Segundo agendamento do recém-nascido será com o pediatra até 30 dias de vida,
sendo o ideal com 15 a 20 dias de vida, na sigla CP – Caso Novo de Puericultura. Esta
consulta é agendada na alta hospitalar pelo Floresce uma Vida ou pela Unidade de Saúde.
Próximos Agendamentos do recém-nascido:

• De 1 a 6 meses de idade: RP (Retorno de Puericultura) / Consultas mensais.


• De 6 até 12 meses: RP (Retorno de Puericultura) / Consultas a cada 2 meses.
• De 12 a 24 meses: RP (Retorno de Puericultura) / Consultas a cada 4 meses.
• De 2 a 5 anos: CS (Consulta Saúde) Consultas a cada 6 meses.
• De 5 a 10 anos: CS (Consulta Saúde) Consultas a cada 6 meses.
• Adolescentes (10 a 16 anos incompletos): CS (Consulta Saúde) durante a fase de
puberdade as consultas devem ser semestrais e depois anuais.

Crianças com riscos aumentados ou problemas identificados devem ter seus retornos
mais frequentes conforme a necessidade e indicação do médico.

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9. ÃTENDIMENTO DO RECEM-NÃSCIDO

Tópicos do Ações Específicas


Exame Físico
Avalie o comprimento e o perímetro cefálico da criança. Avalie o peso em
Peso, relação ao peso ideal ao nascer. Consideram-se normais tanto uma perda de
comprimento e peso de até 10% ao nascer quanto a sua recuperação até o 15º dia de vida. O
perímetro perímetro cefálico com medidas acima ou abaixo de dois desvios-padrão (< -2
cefálico ou > +2 escores “z”) pode estar relacionado a doenças neurológicas, como
microcefalia (de causa genética ou ambiental) e hidrocefalia, o que exige,
portanto, melhor avaliação e encaminhamento.
Desenvolvimento Observe e avalie o relacionamento da mãe/cuidador e dos familiares com o
social e bebê: como respondem às suas manifestações, como interagem com o bebê e
psicoafetivo se lhe proporcionam situações variadas de estímulo.

Avalie a postura normal do recém-nascido: as extremidades fletidas, as mãos


fechadas e o rosto, geralmente, dirigido a um dos lados. Observe o padrão
respiratório: a presença de anormalidades, como batimentos de asas do nariz,
tiragem intercostal ou diafragmática e sons emitidos.
Avalie o estado de vigília do recém-nascido: o estado de alerta, o sono leve ou
Estado geral profundo e o choro.
Identifique sinais de desidratação e/ou hipoglicemia: pouca diurese, má
ingestão (a criança não consegue mamar ou vomita tudo o que mama),
hipoatividade e letargia.
A temperatura axilar normal situa-se entre 36,5ºC e 37,5ºC e não necessita ser
medida rotineiramente em crianças assintomáticas, exceto na presença de
fatores de risco, como febre materna durante o parto.
Face Pesquise alguma assimetria, malformação, deformidade ou aparência
sindrômica.
Observe a presença de: (a) edema (se for generalizado, pense em doença
hemolítica perinatal, iatrogenia por uso de coloides ou cristaloides em excesso,
insuficiência cardíaca, sepse; se for localizado, isso sugere trauma de parto);
(b) palidez (sangramento, anemia, vasoconstrição periférica ou sinal de
arlequim – palidez em um hemicorpo e eritema do lado oposto, por alteração
vasomotora e sem repercussão clínica); (c) cianose (se for generalizada, pense
Pele
em doenças cardiorrespiratórias graves; se for localizada nas extremidades ou
na região perioral, pense em hipotermia); (d) icterícia. O profissional deverá
estar mais atento caso a icterícia tenha se iniciado nas primeiras 24 horas ou
depois do 7º dia de vida, caso tenha duração maior do que uma semana no
recém-nascido a termo, duração maior do que duas semanas no prematuro e se
a tonalidade for amarela com matiz intenso ou se a icterícia se espalha pelo
corpo, atingindo pernas e braços. Pesquise a possível presença de assaduras,

24
pústulas (impetigo) e bolhas palmo-plantares (sífilis). Esclareça a família
quanto à benignidade do eritema tóxico.
Examine as fontanelas: a fontanela anterior mede de 1cm a 4cm, tem forma
losangular, fecha-se do 9º ao 18º mês e não deve estar fechada no momento do
Crânio nascimento. A fontanela posterior é triangular, mede cerca de 0,5cm e fecha-se
até o segundo mês. Não devem estar túrgidas, abauladas ou deprimidas.

Reflexo fotomotor: projeta-se um feixe de luz em posição ligeiramente lateral


a um olho. A pupila deve se contrair rapidamente. O teste deve ser repetido no
outro olho, devendo ser comparado com o primeiro. Avalia basicamente a
estrutura anátomofuncional .Teste do reflexo vermelho: deve ser realizado na
penumbra (para a pupila ficar mais dilatada), com o oftalmoscópio colocado
aproximadamente de 5cm a 10cm de distância dos olhos da criança (o
importante é que o oftalmoscópio ilumine os dois olhos simultaneamente), para
se observar o reflexo vermelho nos dois olhos. Se for notado um reflexo
diferente entre os olhos ou a presença de opacidade, a criança deverá ser
avaliada por um oftalmologista com urgência, pois poderá ter problemas como:
catarata congênita, retinoblastoma ou retinopatia da prematuridade . É
importante lembrar que todos os prematuros com 32 semanas ou menos e/ou
menores de 1500g devem ser avaliados com dilatação de pupila por
oftalmologista na 6ª semana de vida e acompanhados de acordo com o quadro
clínico, pois o teste do reflexo vermelho detecta retinopatia da prematuridade
apenas de grau 5, já com descolamento de retina e prognóstico reservado.
Olhos Conjuntivites: as pálpebras podem estar edemaciadas (pela reação ao nitrato de
prata a 1%) e a regressão é espontânea em 24h a 48h. A presença de secreção
purulenta evidencia uma conjuntivite e, principalmente no RN, é importante
descartar a infecção por gonococo, clamídia e herpesvírus. A conduta correta
é coletar a secreção e solicitar exame bacteriológico e bacterioscópico. A coleta
pode ser feita do fundo de saco, com espátula para swab, e encaminhada ao
laboratório de microbiologia em meio de cultura. Após a coleta, deve-se iniciar
imediatamente o tratamento com colírio (tobramicina) e, após o resultado,
deve-se tratar de acordo com o agente etiológico. O grande risco é a
conjuntivite por gonococo, pois a bactéria pode penetrar na córnea intacta e
causar perfuração ocular em 24h. Estrabismo (ou esotropia) e nistagmo lateral
são comuns nesta fase, devendo ser reavaliados posteriormente. Os recém-
nascidos podem apresentar eventualmente algum tipo de desvio ocular, pois a
visão binocular só estará bem desenvolvida entre 3 e 7 meses.
Orelhas e Observe a implantação, o tamanho e a simetria das orelhas. Cheque o teste da
audição “orelhinha”

Nariz Avalie a forma e a possível presença de secreção.

Alterações morfológicas podem representar dificuldade para a pega durante a


amamentação, o que exigirá suporte e acompanhamento adequados. Observe a
Boca

25
úvula, o tamanho da língua (macroglossia), o palato, o freio lingual e a
coloração dos lábios.

Pescoço Avalie a assimetria facial e a posição viciosa da cabeça. O torcicolo congênito


tem resolução espontânea em 90% dos casos.
Avalie a assimetria, pois ela sugere malformações cardíacas, pulmonares, de
coluna ou arcabouço costal. Palpe as clavículas, para avaliar se há fraturas que
poderiam acarretar diminuição ou ausência de movimentos do braço. A fratura
de clavícula é manejada simplesmente prendendo-se o braço ao tórax, para
proporcionar conforto ao bebê, tem caráter benigno e ocorre formação de calo
ósseo em 2 a 3 semanas. Oriente a família para a involução espontânea de
Tórax
mamas, que podem estar ingurgitadas ou com presença de secreção leitosa
(passagem de hormônios maternos). Observe possíveis sinais de sofrimento
respiratório (tiragens, retração xifoidiana, batimentos de asas do nariz,
gemidos, estridor). Conte a frequência cardíaca, que normalmente varia entre
120bpm e 160bpm. Observe a possível presença de cianose, abaulamento
precordial, turgência jugular, ictus cordis e sopros cardíacos.
Observe a respiração, que é basicamente abdominal e deve estar entre 40mrm
e 60mrm. Observe a forma do abdome: se ele estiver dilatado, o achado pode
sugerir presença de líquido, distensão gasosa, visceromegalias, obstrução ou
perfuração abdominal; se ele estiver escavado, isso pode indicar hérnia
diafragmática. Diagnostique a presença de hérnias inguinal e umbilical. Os
casos de hérnia inguinal têm indicação cirúrgica imediata, devido ao risco de
Abdome
encarceramento ou estrangulamento. Já nos casos de hérnia umbilical, aguarda-
se sua regressão espontânea até 12 meses. Diagnostique também a presença de
diástase dos retos abdominais e agenesia da musculatura abdominal. Verifique
a presença de granuloma umbilical após a queda do coto. Se a região umbilical
estiver vermelha, edemaciada e com secreção fétida, o achado indica onfalite
e, portanto, a criança deve ser encaminhada para atendimento de urgência.
Ânus e reto Verifique a permeabilidade anal, bem como a posição do orifício e a presença
de fissuras.
Palpe a bolsa escrotal para identificar a presença dos testículos. Quando os
testículos não forem palpáveis na bolsa escrotal na primeira consulta do recém-
nascido, a mãe pode ser informada de que isso se trata de uma situação comum,
especialmente em prematuros (9,2% a 30%). Isso porque, na maioria das vezes,
os testículos “descem” até os 3 meses de vida, quando o caso deverá ser
reavaliado. Se aos 6 meses os testículos não forem palpados na bolsa escrotal,
Genitália a criança deve ser encaminhada para melhor avaliação e tratamento. O acúmulo
de líquido peritoneal ao redor do testículo caracteriza hidrocele, que em geral
tem regressão lenta, com resolução espontânea, até os 2 anos de idade da
criança . A fimose é fisiológica ao nascimento. Deve-se observar a localização
do meato urinário para excluir a possibilidade de hipospádia ou epispádia.
Na genitália feminina, os pequenos lábios e o clitóris estão mais proeminentes.
Pode haver secreção esbranquiçada, às vezes hemorrágica, devido à passagem
de hormônios maternos, que se resolve espontaneamente.

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Examine os membros superiores e inferiores, para avaliar sua resistência à
extensão, a flexão dos membros, a possibilidade de flacidez excessiva e a
suposta presença de paralisia. Identifique a provável presença de pé torto, que
pode ser desde posicional até um pé torto congênito grave, associado inclusive
Sistema a outras anormalidades congênitas (STAHELI, 2008). O ideal é encaminhar a
osteoarticular criança para o ortopedista, para melhor avaliação e escolha do tratamento.
Verifique a presença de displasia evolutiva do quadril realizando os testes de
Ortolani e de Barlow.
Coluna vertebral Examine toda a coluna, em especial a área lombo-sacra, percorrendo a linha
média.
Observe reflexos primitivos: sucção, preensão palmo-plantar e Moro, que são
atividades próprias do recém-nascido a termo, sadio. Observe a postura de
Avaliação flexão generalizada e a lateralização da cabeça até o final do primeiro mês.
neurológica Observe a presença de movimentos normais e espontâneos de flexão/extensão
dos membros.

10. EXÃMES DE TRIÃGEM NEONÃTÃL

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Os testes de triagem neonatal são de responsabilidade das maternidades e devem
ser checados na primeira consulta do recém-nascido na Atenção Primária à Saúde.
Quando não realizados devem ter seu encaminhamento feito a partir da Atenção Primária.

10.1 Teste Do Reflexo Vermelho - “Teste Do Olhinho”

É um teste simples, rápido e indolor, que consiste na identificação de um reflexo


vermelho que aparece quando um feixe de luz ilumina o olho do bebê. O Teste do Olhinho
pode detectar qualquer alteração que cause obstrução no eixo visual, como catarata,
glaucoma congênito e outros problemas. O diagnóstico precoce pode possibilitar o
tratamento no tempo certo e garantir o desenvolvimento normal da visão. A
recomendação é que o Teste do Olhinho seja feito pelo médico logo que o bebê nasce. Se
isso não acontecer, o teste deve ser feito logo na primeira semana de vida do bebê, na
consulta de acompanhamento médico. Diante de um exame alterado, o médico deverá
encaminhar ao oftalmologista.

10.11 Como Encaminhar O Paciente Com O Teste Do Olhinho Ãlterado:

28
10.2 Teste De Triagem Neonatal Para Cardiopatia Congenita Crítica - “Teste Do
Coraçaozinho”

A cardiopatia congênita é a malformação congênita mais comum e ocorre em 1%


dos recém-nascidos vivos e correspondem a cerca de 10% dos óbitos infantis e a
mortalidade aumenta em 30% se a doença não é diagnosticada ao nascimento. Nesse
sentindo, a aferição da oximetria de pulso de forma rotineira em recém-nascidos
aparentemente saudáveis com idade gestacional maior do que 34 semanas tem se
mostrado um instrumento de rastreamento de elevada especificidade (99%) e moderada
sensibilidade (75%) para detecção precoce das cardiopatias.

São consideradas cardiopatias congênitas críticas aquelas com necessidade de


tratamento cirúrgico ou de cateterismo no primeiro ano de vida. Essas malformações
correspondem a 25% dos casos de cardiopatia congênita. Cardiopatias congênitas críticas
(CCC) incluem aquelas cianogênicas e “canal-dependentes” bem como algumas menos
graves que não são dependentes de canal arterial. O canal arterial, ponto de comunicação
entre a circulação pulmonar e sistêmica durante o período fetal, fecha funcionalmente na
grande maioria dos recém-nascidos nas primeiras 72 horas de vida.

As principais cardiopatias incluídas no grupo das CCC são: hipoplasia de


ventrículo esquerdo, atresia pulmonar com septo interventricular integro, tetralogia de

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Fallot, drenagem anômala total de veias pulmonares, transposição das grandes artérias,
atresia tricúspide, truncus arteriosus, coarctação de aorta, dupla via de saída de ventrículo
direito, anomalia de Ebstein, interrupção de arco aórtico e ventrículo único.

É importante citar, entretanto, que existem cardiopatias graves, que podem


necessitar intervenção precoce e que não são rastreadas facilmente pelo teste do
coraçãozinho, sendo o principal exemplo a coarctação de aorta.

Atendendo à Portaria SCTIE/MS nº 20, de 10 de junho de 2014, a nota técnica


do MINISTÉRIO DA SAÚDE Nº 7/2018-CGSCAM/DAPES/SAS/MS sistematizou e
padronizou o teste de triagem neonatal para Cardiopatia Congênita Crítica (Teste do
coraçãozinho) em recém-nascidos (RN) na Rede de Atenção à Saúde no âmbito do SUS.

O Teste do Coraçãozinho consiste em medir a oxigenação do recém-nascido com


o auxílio de um oxímetro de pulso no membro superior direito e membro inferior do bebê
entre 24 e 48h de vida. Caso algum problema seja detectado, a criança deverá ser
encaminhada para avaliação clínica especializada cardiológica, bem como para realização
de exames mais específicos (ecocardiograma) visando ao diagnóstico definitivo.

O teste pode ser realizado em recém-nascidos que nasceram fora do ambiente


hospitalar, utilizando-se um oxímetro portátil com sensor neonatal adequado e deverá ser
interpretado da mesma maneira dos exames realizados intrahospitalar. Conforme NOTA
TÉCNICA Nº 7/2018-CGSCAM/DAPES/SAS/MS do Ministério da Saúde.

10.3 Triagem Neonatal Ãuditiva - “Teste Da Orelhinha”

O teste é feito, preferencialmente, entre 24h e 48h de vida do bebê e identifica


possíveis problemas auditivos no recém-nascido.
Desde 2010 é determinado por lei que nenhuma criança saia da maternidade sem
ter feito o teste, que é gratuito. As crianças nascidas fora do ambiente hospitalar devem
fazê-lo antes de completarem 3 meses de vida. O Teste da Orelhinha é realizado com o
bebê dormindo, em sono natural, é indolor e não machuca, não precisa de picadas ou
sangue do bebê, não tem contraindicações e dura em torno de 10 minutos.
O teste deve ser feito nas maternidades. Se não for realizado na maternidade, a
criança deverá ser encaminhada para a Unidade Básica de Saúde e, posteriormente,

30
encaminhada à atenção especializada em saúde auditiva para a realização do diagnóstico,
exames, concessão do aparelho auditivo, reabilitação e acompanhamento. Na rede
municipal, os responsáveis por este seguimento da saúde auditiva.

10.3.1 Como Encaminhar O Recem Nascido Para O Teste Da Orelhinha:

Caso o paciente não tenha realizado na maternidade e não esteja agendado,


situações raras, pois pelo fluxograma habitual, todos os recém nascidos já realizam na
maternidade e /ou já saem com o agendamento realizado .

31
10.4 Teste Da Linguinha

Anquiloglossia é uma anomalia congênita que ocorre quando uma pequena porção
de tecido embrionário, que deveria ter sofrido apoptose durante o desenvolvimento,
permanece na face ventral da língua. Dessa forma, a anquiloglossia caracteriza-se por um
frênulo lingual anormalmente curto e espesso ou delgado, que pode restringir em
diferentes graus os movimentos da língua. A espessura, elasticidade e o local de fixação
do frênulo na língua e no assoalho da boca podem variar amplamente na anquiloglossia.
Assim, ela pode ser classificada em leve ou parcial (condições mais comuns) e grave ou
completa, uma condição rara em que a língua está fundida com o assoalho da boca.
Foi criado um fluxo baseado na NOTA TÉCNICA Nº 35/2018 do Ministério da
Saúde que tem a finalidade de atender à Lei nº 13.002 de 20 de junho de 2014 para orientar
os profissionais e estabelecimentos de saúde sobre a identificação precoce da
anquiloglossia em recém-nascidos, bem como estabelecer o fluxo de atendimento dessa
população na rede de atenção à saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde, tendo em
vista sua potencial interferência sobre a amamentação.
A equipe multidisciplinar (médico, enfermeiro e cirurgião-dentista) da Unidade
de Saúde deverá realizar a avaliação da mamada e identificar se existe dificuldade na
amamentação associada à anquiloglossia. Recomenda-se a utilização do Protocolo Bristol
(Bristol Tongue Assessment Tool), o qual foi desenvolvido com base em prática clínica
e com referência à Ferramenta de Avaliação da Função do Frênulo Lingual (ATLFF) de
Hazelbaker. Os elementos do BTAT são:
(1) aparência da ponta da língua;
(2) fixação do frênulo na margem gengival inferior;
(3) elevação da língua e
(4) projeção da língua.
As pontuações obtidas para os quatro itens são somadas e podem variar de 0 a 8,
sendo que escores de 0 a 3 indicam potencial redução mais grave da função da língua,
como demonstrado a seguir:

32
Nos casos em que houver suspeita de anquiloglossia grave ou suspeita de
anquiloglossia associada à dificuldade na amamentação e sucção, a equipe
multidisciplinar da Unidade de Saúde (médico, enfermeiro e cirurgião-dentista) deverá
encaminhar para avaliação odontopediátrica.
No caso de indivíduos com mais de 6 meses de vida, a cirurgia de frenulectomia
é indicada nas seguintes situações: limitação dos movimentos da língua, alterações da
fala (fonética), transtornos ou dificuldade na mastigação, presença de lesões traumáticas
associada a presença de frênulo anormal.

10.4.1 Fluxograma De Atendimento Aos Casos De Anquiloglossia

33
34
35
10.4.2 – Como Encaminhar Para Odontopediatria:

36
10.5 Exame De Triagem Neonatal Biológica (Teste Do Pezinho)

No município de Ribeirão Preto, está implantado o Programa Municipal de


Triagem Neonatal Biológica. Este programa segue as diretrizes do Programa Nacional de
Triagem Neonatal Biológica (PNTN) , com o objetivo específico de Promover, implantar
e implementar as ações de Triagem Neonatal no âmbito do SUS, visando ao acesso
universal, integral e equânime, com foco na prevenção, na intervenção precoce e no
acompanhamento permanente das pessoas com as doenças incluídas no Programa.
Este programa tem como objetivo geral identificar distúrbios e doenças no recém-
nascido em tempo oportuno para intervenção adequada, garantindo tratamento e
acompanhamento contínuo às pessoas com diagnóstico positivo, com vistas a reduzir a
morbimortalidade e melhorar a qualidade de vida das pessoas com as doenças
investigadas pelo programa. É realizada através de testes capazes de detectar
precocemente um grupo de doenças e alterações, geralmente assintomáticas no período
neonatal, porém, potencialmente causadoras de danos durante o crescimento e
desenvolvimento das crianças acometidas.
O seguimento ambulatorial das crianças afetadas pelas doenças triadas pelo
Programa Nacional de Triagem Neonatal Biológica (fenilcetonúria, hipotireoidismo
congênito, anemia falciforme, fibrose cística, hiperplasia adrenal congênita e deficiência
de biotinidase) é feito nos Ambulatórios de Especialidades do HC Criança da FMRP-USP.
O Teste do Pezinho é realizado através da coleta do sangue obtido do pé do recém-nascido
em papel-filtro obtido preferencialmente entre o 3° ao 5° dia de vida.
Os profissionais da Unidade de Saúde devem sempre perguntar na Visita
Domiciliar ou na 1ª consulta de enfermagem e/ou médica do RN se o exame do pezinho
foi colhido na maternidade – principalmente em casos de crianças prematuras ou com
internação prolongada ao nascimento. Se não foi colhido encaminhar para a coleta na
Unidade de Saúde imediatamente. Aguardar o retorno do resultado e anotar no prontuário
e na caderneta da criança.
Na rede básica do município, todas as amostras devem ser encaminhadas para o
Laboratório de Screening do Hospital das Clínicas da FMRP-USP no 1º dia útil após a
coleta.
Aproveitar o momento da coleta para acolher, conversar com a mãe/família, ouvir
as dificuldades, fazer exame físico e pesagem do RN. Durante a coleta do pezinho, se

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possível, colocar o RN para mamar ao seio materno. Segundo pesquisas, ameniza a dor
do procedimento e também é um momento para avaliar a mamada.
Recomendações para coleta de amostra do teste de triagem metabólica neonatal –
HCFMRP-– A PARTIR DE 11/04/2018:

RN PREMATURO COLETA EXAMES

PKU, TSH, Hb, IRT, HAC,


Peso ≥ 1.500g e Idade 1a. amostra: 3º. dia de vida DBT
Gestacional ≥32
semanas até 36 2a. amostra: 16º. dia de vida TSH, HAC
semanas e 6 dias
3a. amostra: 28º. dia de vida TSH
PKU, TSH, Hb, IRT, HAC,
Peso < 1.500g e Idade 1a. amostra: 3º. dia de vida DBT
Gestacional <32
semanas até 36 2a. amostra: 16º. dia de vida TSH, HAC
semanas e 6 dias
3a. amostra: 45º. dia de vida TSH
USO DE CORTICÓIDE PELA MÃE (≤ 15 dias antes do parto)
PKU, TSH, Hb, IRT, HAC,
RN a termo e Peso ≥ 1a. amostra: 3º. dia de vida
DBT
1.500g
2a. amostra: 16º. dia de vida HAC
RN prematuro ou Seguir orientações para criança prematura
Peso < 1.500g

TRANFUSÃO SANGUÍNEA / SEMPRE COLETAR EXAME ANTES DA TRANSFUSÃO

Se coletada 1a. PKU, TSH, Hb, IRT, HAC,


1a. Amostra
amostra antes da DBT
transfusão e após 48
horas Se RN prematuro ou peso <1.500g , seguir orientações para prematuro
de vida do RN
PKU, TSH, Hb, IRT, HAC,
1a. Amostra
Se coletada 1a. DBT
amostra antes da PKU, TSH, IRT, HAC,
transfusão e antes de 2a. amostra: 05 dias após transfusão
DBT
48 horas de vida do
Se RN prematuro ou peso <1.500g , atentar para orientações para
RN
prematuro

1a. amostra: 05 dias após transfusão PKU, TSH, IRT, HAC, DBT
Se não for coletada Criança será convocada para coleta de eletroforese de HB com 120 dias de
1a. amostra antes da vida
transfusão
Se RN prematuro ou peso <1.500g , seguir orientações para prematuro

38
11. ICTERÍCIA NEONATAL

A icterícia constitui-se em um dos problemas mais frequentes no período neonatal


e corresponde à expressão clínica da hiperbilirrubinemia.
Hiperbilirrubinemia é definida como a concentração sérica de bilirrubina indireta
(BI) maior que 1,5 mg/dL ou de bilirrubina direta (BD) maior que 1,5 mg/dL, desde que
esta represente mais que 10% do valor de bilirrubina total (BT).
Na prática 98% dos RNs apresentam níveis séricos de BI acima de 1mg/dL durante
a primeira semana de vida, o que, na maioria das vezes, reflete a adaptação neonatal ao
metabolismo da bilirrubina. É a chamada hiperbilirrubinemia fisiológica.
Por vezes, a hiperbilirrubinemia indireta decorre de um processo patológico,
podendo-se alcançar concentrações elevadas de bilirrubinas lesivas ao cérebro,
instalando-se o quadro de encefalopatia bilirrubínica. O termo kernicterus é reservado à
forma crônica da doença, com sequelas clínicas permanentes resultantes da toxicidade da
bilirrubina.
Classificação da hiperbilirrubinemia, de acordo com os níveis de bilirrubina:
• Significante: BT sérica >15 – 17 mg/dL (1 a 8% dos nascidos vivos)
• Grave: BT >25 mg/dL (um caso em 500 a 5.000 nascidos vivos).
• Extrema: BT >30 mg/dL (um caso em 15.000 nascidos vivos).

A hiperbilirrubinemia significante, presente na primeira semana de vida, é um


problema comum em RN a termo e pré-termo tardio. Com frequência, está associada à
oferta láctea inadequada, perda elevada de peso e desidratação.

11.1 Investigação etiológica

A hiperbilirrubinemia fisiológica caracteriza-se por nível de BT sérica que


aumenta após o nascimento, atinge seu pico médio ao redor de 6 mg/dL no 3º dia de vida
(com um valor máximo que não ultrapassa 12,9 mg/dL) e então declina em uma semana.
Presença de icterícia antes de 24 horas de vida e valores de BT >12 mg/dL,
independentemente da idade pós-natal, alerta para a investigação da causa.

Possíveis etiologias da hiperbilirrubinemia indireta neonatal:

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Sobrecarga de bilirrubina ao hepatócito
Doenças hemolíticas:
• Hereditárias:
- Imunes: incompatibilidade Rh (antígeno D), ABO, antígenos irregulares (c,
e, E, Kell, outros)
- Enzimáticas: deficiência de G-6-PD, piruvato-quinase, hexoquinase
Membrana eritrocitária: esferocitose, eliptocitose Hemoglobinopatias: alfa-talassemia
• Adquiridas: Infecções bacterianas (sepse, infecção urinária) ou
virais
Coleções sanguíneas extravasculares:
- Hemorragia intracraniana, pulmonar, gastrintestinal
- Cefalo-hematoma, hematomas, equimoses
Policitemia:
- RN pequeno para a idade gestacional
- RN de mãe diabética
- Transfusão feto fetal ou materno fetal
Circulação êntero-hepática aumentada de bilirrubina:
- Anomalias gastrintestinais: obstrução, estenose hipertrófica do piloro
- Jejum oral ou baixa oferta enteral
- Icterícia por oferta inadequada de leite materno
Deficiência ou inibição da conjugação de bilirrubina
Hipotiroidismo congênito
Síndrome da icterícia pelo leite materno
Síndrome de Gilbert
Síndrome de Crigler Najjar tipos 1 e 2
Fonte: Almeida; Nader; Draque (2010); Almeida (2008).

Exames laboratoriais para investigação da etiologia da hiperbilirrubinemia


indireta neonatal:

• Bilirrubina total e frações indireta e direta


• Hemoglobina, hematócrito, morfologia de hemácias, reticulócitos e
esferócitos

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• Tipagem sanguínea da mãe e RN – sistemas ABO e Rh (antígeno D)
• Coombs direto no sangue de cordão ou do RN
• Pesquisa de anticorpos anti-D (Coombs indireto) se mãe Rh (D ou Du)
negativo
• Pesquisa de anticorpos maternos para antígenos irregulares (anti-c, anti-e,
anti-E, anti-Kell, outros) se mãe multigesta/transfusão sanguínea anterior e RN com
Coombs direto positivo
• Dosagem sanguínea quantitativa de glicose-6-fosfato desidrogenase
• Dosagem sanguínea de hormônio tireoidiano e TSH (teste do pezinho)

11.2 Avaliação clínica

A icterícia por hiperbilirrubinemia indireta apresenta progressão cefalocaudal.


Em RNs a termo saudáveis, a constatação de icterícia somente na face (zona 1) está
associada a valores de BI que variam de 4 a 8 mg/dL; e a presença de icterícia desde
a cabeça até a cicatriz umbilical (zona 2) corresponde a valores desde 5 até 12 mg/dL.
Já os RNs a termo com icterícia até os joelhos e cotovelos (zona 3) podem apresentar
BI superior a 15 mg/dL. A ampla variabilidade de valores encontrada em cada zona
demonstra que não existe boa concordância entre avaliação clínica da icterícia por
médicos e/ou enfermeiros e valores de BI sérica.
A visualização da icterícia depende, além da experiência do profissional, da
pigmentação da pele do RN e da luminosidade, sendo subestimada em peles mais
pigmentadas e em ambientes muito claros, e prejudicada em locais com pouca luz.
Apenas a estimativa clínica não é suficiente para avaliar os RNs com BI >12 mg/dL.
Nesses neonatos recomenda-se a dosagem rotineira da bilirrubina sérica ou
transcutânea.

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11.3. Fatores de risco para desenvolvimento de hiperbilirrubinemia significante em
RN >35 semanas de idade gestacional

• Icterícia nas primeiras 24 horas de vida


• Doença hemolítica por Rh (antígeno D – Mãe negativo e RN positivo), ABO
(mãe O ou RN A ou B), antígenos irregulares (c, e, E, Kell, outros)
• Idade gestacional de 35 ou 36 semanas (independentemente do peso ao nascer)
• Dificuldade no aleitamento materno exclusivo ou perda de peso >7% em
relação ao peso de nascimento
• Irmão com icterícia neonatal tratado com fototerapia
• Descendência asiática
• Presença de cefalo-hematoma ou equimoses
• Deficiência de glicose-6-fosfato desidrogenase
• BT (sérica ou transcutânea) na zona de alto risco (>percentil 95) ou
intermediária superior (percentis 75 a 95) antes da alta hospitalar.

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11.4. Nível de BT (mg/dL) para indicação de fototerapia e exsanguinotransfusão (EST)
em RN ≥35 semanas de idade gestacional ao nascer

BILIRRUBINA TOTAL (MG/DL)


IDADE FOTOTERAPIA EXSANGUINEOTRANSFUSÃO
35-37 ⁷ SEMANAS ≥38 SEMANAS 35-37⁷SEMANAS ≥38 SEMANAS
24 HORAS 8 10 15 18
36 HORAS 9,5 11,5 16 20
48HORAS 11 13 17 21
72 HORAS 13 15 18 22
96 HORAS 14 16 20 23
5 A 7 DIAS 15 17 21 24

• Diminuir em 2 mg/dl o nível se doença hemolítica, deficiência de


G-6-PG , asfixia, letargia, instabilidade térmica, sepse, acidose ou albuminemia <
3g/dL.
• Iniciar fototerapia de alta intensidade se BT > 17-19 mg/dL e colher
BT após 4-6 horas, BT entre 20-25 mg/dL colher em 3-4 horas, BT > 25mg/dL
colher em 2-3 horas, enquanto prepara material para EST.
• Se indicado EST, enquanto ocorre o preparo, colocar rn em
fototerapia de alta intensidade, repetir BT em 2-3 horas e reavaliar indicação est
• EST deve ser imediatamente realizada se sinais de encefalopatia
bilirrubínica ou se BT acima dos níveis referidos.
• Fototerapia deve ser suspensa, quando BT < 8-10 mg/dl e
reavaliada após 12-24 h após suspensão para avaliar rebote .

11.5. Hiperbilirrubinemia indireta em RN com idade gestacional menor ou igual a 34


semanas

A hiperbilirrubinemia indireta é encontrada praticamente em todos os RNs


pré-termo abaixo de 35 semanas, sendo a icterícia na primeira semana de vida mais
intensa e tardia do que a do RN a termo, com concentrações de BT entre 10 e 12
mg/dL no quinto dia.

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11.6. Valores de BT (mg/dL) para indicação de fototerapia e exsanguineotransfusão (EST)
em RN< semanas de idade gestacional

PESO AO BILIRRUBINA TOTAL (mg/dL)


NASCER FOTOTERAPIA EXSANGUINEOTRANSFUSÃO
1000-1500G 6-8 11-13

1501-2000G 8-10 13-15

2001-2500G 10-12 15-17

11.7. Prognóstico

A consequência mais temida da hiperbilirrubinemia é a encefalopatia


bilirrubínica. A fase aguda da doença ocorre nos primeiros dias e perdura por semanas,
com letargia, hipotonia e sucção débil. Quando hiperbilirrubinemia não é tratada
aparece hipertonia com hipertermia e choro agudo de alta intensidade. A hipertonia
manifesta-se com retroarqueamento do pescoço e do tronco, progredindo para apneia,
coma, convulsões e morte.
A encefalopatia bilirrubínica na fase aguda em RN a termo pode,
ocasionalmente, ser reversível, desde que haja intervenção terapêutica imediata e
agressiva.
As crianças sobreviventes apresentam a forma crônica da doença, com a
tétrade paralisia cerebral atetóide grave, neuropatia auditiva, paresia vertical do olhar
e displasia dentária, e, ocasionalmente, deficiência mental. Nesses RNs, a ressonância
magnética cerebral evidencia sinais bilaterais e simétricos de alta intensidade no
globo pálido. A identificação da perda auditiva deve ser realizada precoce e
seriadamente com o potencial evocado auditivo de tronco cerebral (Bera).

44
11.9. Fluxograma para atendimento do recém-nascido ictérico na Atenção Primária à
Saúde

Coletar história completa com antecedente obstétrico, condições de


nascimento, APGAR, peso nascimento, tipagem sanguínea da mãe, do
RN, coombs direto e indireto, peso da alta, peso atual (calcular %
perda ponderal), perguntar sobre dificuldade na amamentação, lesões
em mamas, irmãos com necessidade de fototerapia.

Médico e Enfermeiro

Definir a zona de icterícia de Kramer *(Cautela com pele mais


pigmentada)

Icterícia com
aparecimento > 24 h e <
Icterícia zona 5 ou
Icterícia zona 3-4 de crise convulsiva
14 dias. RN em bom Kramer
estado geral e icterícia
acima da cicatriz umbilical
Coletar bilirrubina total e
frações e ser avaliado por
Reorientar técnica de médico imediatamente
Provável icterícia mamada.
fisiológica Coletar bilirrubina total e
frações e encaminhar para
avaliação médica Internação hospitalar urgente
via regulação
Reorientação de técnica
de amamentação
Sem Nível para Com nível de
fototerapia e RN fototerapia
em bom estado
Acompanhamento
clínico
Solicitar
internação
Reavaliação com hospitalar via
pediatra em 24 regulação
horas para
reavaliação de
peso, hidratação e
icterícia

Resultado com colestase neonatal (aumento de bilirrubina direta acima de 20% da bilirrubina
total ), vômitos persistentes, queda de estado geral, irritabilidade, perda de peso acima de 14% devem
ser avaliados pelo médico para investigação e avaliação de necessidade de internação hospitalar.

45
12. ORIENTAÇÃO DE CUIDADOS COM O RECÉM-NASCIDO

12.1 Introdução

A pele é o maior órgão do corpo, responsável por várias funções, cuja principal é
atuar como barreira, evitando a desidratação, a absorção de substâncias nocivas e a
invasão de microrganismos. A pele do recém-nascido (RN) exerce função importante na
transição do ambiente líquido em que se encontrava para condições aeróbicas
extrauterinas, e amadurece gradualmente ao longo da infância.
A pele é composta basicamente por três camadas: estrato córneo, epiderme e
derme. A camada superior, o estrato córneo, é a principal responsável pela função de
barreira e, na criança até 24 meses, ela é aproximadamente 30% mais fina do que no
adulto, tornando a pele infantil mais susceptível à penetração de irritantes, alérgenos e
infecções. Durante os primeiros meses de vida, os cuidados com a pele são fundamentais,
a fim de manter a integridade da barreira cutânea e garantir seu desenvolvimento saudável.
As orientações para cuidados com a pele podem ser realizadas peles profissionais
da saúde capacitados como auxiliares de enfermagem, enfermeiros ou médicos. Caso
hajam lesões de pele que não melhoraram com as orientações gerais a criança deve ser
agendada para avaliação do médico pediatra.

12.1 Banho Do Recém-nascido

O banho deve ser realizado após 24 horas do nascimento, exceto em situação de


HIV materno, o banho de imersão é o mais indicado, pois promove menor perda de calor
e maior conforto ao bebê. Deve durar de 5 a 10 minutos, com a temperatura da água entre
37°C e 37,5°C,6 sendo sempre cuidadosamente medida. Pode ser diário, mas também
pode ser realizado 2 a 3 vezes por semana, desde que se higienize as pregas, cordão
umbilical e área de fraldas, respeitando os hábitos culturais de cada família.
Manter o RN enrolado em uma fralda de pano durante a imersão na água,
desenrolando-o lentamente para realizar a higiene, é uma opção agradável, que mantém
a estabilidade térmica e reduz o possível estresse do momento.

46
Devem ser usados produtos de limpeza suaves, destinados à pele do bebê, que não
alterem significativamente o pH fisiológico ácido da pele (entre 4,2 a 5,6) . Logo após o
banho, a pele deve ser gentilmente seca com uma toalha macia e limpa.
Os sabonetes líquidos infantis, e especialmente os syndets, são os mais
recomendados para uso na pele sensível do RN e lactentes, de forma a garantir a eficácia
da barreira cutânea.
O xampu não é essencial para o couro cabeludo, é uma questão de preferência
pessoal ou cultural. As unhas devem ser mantidas limpas e curtas, e o corte feito em linha
reta.

12.2 Hidratantes

Os hidratantes para pele de lactentes devem conter aditivos limitados (por


exemplo, sem perfume e com bons conservantes).
Quando necessário, os hidratantes podem ser utilizados, mesmo no período
neonatal, de preferência após o banho, diariamente ou pelo menos três vezes na semana.
A aplicação deve ser cuidadosa, evitando o acúmulo do produto nas dobras, o que poderia
dificultar a transpiração e levar à colonização bacteriana.

12.3 Coto Umbilical

O cordão umbilical pode ser uma porta de entrada para bactérias, a colonização
bacteriana do cordão pode levar à onfalite, tromboflebite, celulite, fasciíte necrosante e
tétano.
O coto mumifica entre o 3º ou 4º dia e cai habitualmente entre o 6º e 15º dia de
vida.

Orientações a serem dadas na consulta de enfermagem ou médica:

1- Orientar higiene adequada das mãos antes de manipular o RN


2- Orientar manter o coto limpo e seco;
3- Orientar não deixar fraldas ou faixas abafando a área;
4- Orientar troca frequente de fraldas, mantendo-a dobrada baixo
do coto.
5- Orientar não usar pomadas, talcos, moedas, café ou qualquer
produto sem orientação profissional;
6- Orientar aplicação de álcool 70% ou clorexidina 0,5% com
cotonete apenas no coto, com cuidado para não lesar a pele
abdominal do RN.

47
12.4 Dermatite da área de Fraldas

A dermatite da área das fraldas é uma condição inflamatória aguda, caracterizada


por eritema, pápulas e pústulas na área coberta pelas fraldas, que causa desconforto para
os bebês e ansiedade para os cuidadores. É uma forma não alérgica de dermatite de
contato denominada de dermatite por irritante primário. Não é comum no período
neonatal imediato, porém sua incidência aumenta a partir do primeiro mês e estima-se
que, até os dois anos de idade, a maioria das crianças apresentarão esta dermatose.
Dessa forma, a chave para a eficiência no controle da dermatite da área de fralda
está na sua prevenção. A troca frequente das fraldas, a limpeza suave, a exposição da pele
ao ar e a aplicação de cremes de barreira são medidas que devem ser adotadas, na tentativa
de reduzir o dano à barreira cutânea.
A limpeza suave da região das fraldas com água e algodão geralmente é suficiente,
não usar “lenços umedecidos”. Na presença de fezes, um sabonete líquido infantil facilita
a higiene adequada. Os cremes de barreira, à base de óxido de zinco ou petrolato, são
exemplos desses produtos. Recomenda-se que seja aplicado após cada troca, em uma
camada que cubra as áreas passíveis de lesão, não sendo necessária sua remoção completa
nas trocas subsequentes, se não houver resíduos de fezes.

48
12.5 Fluxograma para atendimento dermatite de fraldas na consulta de enfermagem

Lesão de pele em região de fraldas compatível com


Dermatite de fraldas

Enfermeiro deve realizar as orientações de cuidado com


a pele e pode prescrever pomada para assaduras para
passagem em cada troca de fraldas e agendar
reavaliação em 1 semana

Melhora do quadro?

SIM NÃO
s

Manter as Agendar consulta


orientações com pediatra

49
12.6 Banho de sol (EM CONSULTA TÉCNICA AO MINISTÉRIO DA SAÚDE)

Em relação à icterícia neonatal, o banho de sol é contraindicado como medida


terapêutica.
A fototerapia, usando luz de comprimentos de onda e doses específicas, é
considerada uma intervenção segura e eficaz para reduzir a hiperbilirrubinemia. A faixa
azul é o comprimento de onda ideal para a foto isomerização da molécula de bilirrubina.
Embora a luz solar inclua a faixa efetiva de comprimento de onda da luz azul, ela também
contém a faixa prejudicial de luz ultravioleta, que aumenta o risco de queimaduras solares
e de malignidades na pele.

13. SEGUIMENTO NAS CONSULTAS PUERICULTURA:

13.1 Antropometria

Deve-se em cada consulta ser realizada a coleta dos dados antropométricos da


criança pela equipe de enfermagem. Deve-se medir comprimento, peso e perímetro
cefálico, sendo que este último deve ser medido até 2 anos. Tais dados antropométricos
devem ser colocados em curvas de referência de acordo com a idade e sexo. Para fins de
lançamento dos dados antropométricos de crianças prematuras nas curvas da Caderneta
de Saúde da Criança é recomendável utilizar a idade corrigida do RN pré-termo. Para
colocação dos dados nas curvas, considera-se o “nascimento” quando a criança atinge 40
semanas de idade pós-concepcional, após o 2º ano de vida, essa correção não é mais
necessária.

Evolução e Crescimento do Perímetro Cefálico Esperado

1º e 2º mês de vida = 2 cm por mês

3º e 4º mês de vida = 1,5 cm por mês

5º ao 12º mês de vida = 0,5 cm por mês

No 2º ano de vida = 0,3 cm por mês

50
Evolução e Crescimento

1º semestre de vida = 15 cm

2º semestre de vida = 10 cm

1º ano de vida = 25 cm/ano

2º ano de vida = 10 a 12 cm/ano

3º e 4º anos = 7 com/ano

Até o início da puberdade = 5 a 6 cm/ano

A verificação das medidas de peso e altura da criança, em relação à idade, comparadas


aos percentis da curva padrão (OMS), define as seguintes categorias para o peso:

Sobrepeso: peso no percentil maior ou igual a 97 ou escore acima de +2 .

Adequado: peso entre os percentis 3 e 97 ou escore ≥-2 e 2 .

Peso baixo para idade: peso entre os percentis 0,1 e 3 ou escore ≥-3 e < -2 .

Peso muito baixo para idade: peso menor que o percentil 0,1 ou escore< -3 .

51
13.2 Anamnese:

Durante anamnese o médico deve anotar identificação tanto do paciente quanto


do acompanhante da criança na consulta, história familiar e social, antecedentes
obstétricos, condições de nascimento, queixas, diário alimentar, hábitos evacuatórios e
urinários, descrição de sono, anotar se queixas de desenvolvimento ou relacionamento
familiar ou escolar e descrever a condição vacinal.

13.3 Exame físico:

O médico deve realizar exame clínico/físico completo e observar se criança


apresenta sinais de alerta: recusa alimentar, vômitos, convulsões ou apneia, bradicardia,
taquipnéia, letargia ou inconsciência, atividade reduzida, febre, hipotermia, cianose ou
palidez importante, icterícia, gemidos, fontanelas abauladas, secreção purulenta do
ouvido, umbigo hiperemiado e/ou com secreção purulenta, pústulas na pele, irritabilidade
ou dor à manipulação e identificar os reflexos principais.

Durante as consultas de puericultura, o médico deverá realizar as devidas


orientações com planos de cuidado e orientar prevenção de acidentes.

13.4 Desenvolvimento neuropsicomotor:

O acompanhamento do desenvolvimento da criança objetiva sua promoção,


proteção e detecção precoce de alterações passíveis de modificação que possam repercutir
em sua vida. Os estádios de desenvolvimento cognitivo são sequenciais, a criança vai
crescendo e se desenvolvendo de acordo com os estímulos por ela recebidos.

A identificação precoce de problemas (como atraso no desenvolvimento, atraso


de fala, dificuldade de interação social, dificuldade de aprendizado) é essencial para o
estímulo precoce e propiciar a criança o adequado tratamento.

52
53
13.5 Critérios de inclusão no Serviço de Estimulação precoce

O médico deve incentivar a estimulação da criança e não tardar o encaminhamento


para a avaliação médica especializada e/ou dos profissionais do Serviço de Estimulação
Precoce, quando houver a suspeita de anormalidade.

Situações de risco com indicação de avaliação periódica e encaminhamento para


estimulação precoce:

CRITÉRIOS PARA INCLUSÃO NO SERVIÇO DE ESTIMULAÇÃO DO


DESENVOLVIMENTO INFANTIL
Crianças na faixa etária de 0 a 3 anos e 11 meses que apresentam:
➢ Fatores de risco para atraso no desenvolvimento:
1. APGAR ≤ que 4 no primeiro minuto ou < 7 no quinto minuto,
2. Baixo peso < 2.500 g
3. Idade gestacional < 37 semanas (prematuridade).
4. Idade gestacional ≥ 42 semanas (pós maturidade)
5. Intercorrências clínicas pré-parto: Hipertensão arterial materna, diabetes, doenças
infecciosas como DSTs, incompatibilidade RH, mãe fumante, etilista, usuária de
drogas, história de traumatismos, fatores nutricionais e outros transtornos
hereditários
6. Intercorrências clínicas peri parto : eclampsia e anoxia
7. Intercorrências clínicas pós-parto: hiperbilirrubinemia neonatal, hipoglicemia,
DRP e baixo ganho ponderal.
8. Anomalias congênitas/ síndromes genéticas

➢ Atraso no desenvolvimento neuropsicomotor;


➢ Deficiência intelectual de graus leve a moderado;
➢ Deficiência auditiva;
➢ Retardo de linguagem associado ao ADNPM.
OBS: no caso da psicologia o atendimento poderá ser realizado com os pais.

54
13.6 Critérios de Exclusão do Serviço de Estimulação precoce

CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO:

➢ Crianças acima de 4 anos


➢ Crianças que apresentam atraso grave no DNPM
➢ Crianças com epilepsia de difícil controle
➢ Crianças com deficiência visual grave
➢ Crianças que necessitam de suporte ventilatório
➢ Disfagia
➢ Duplicidade de atendimento na rede de atenção ao SUS.

13.7 – Como Encaminhar Para Estimulação Precoce

55
14. VACINAÇÃO

A Caderneta de Vacinação deve ser verificada sempre na pré-consulta e consultas


médicas e de enfermagem, anotando se a situação vacinal está atualizada. Aproveitar
qualquer vinda da criança à Unidade de Saúde para regularizar as vacinas (acolhimento,
pré-consulta, grupos, consultas médicas ou de enfermagem).

É direito da mãe vacinar a criança em qualquer Unidade Básica de Saúde, mesmo


que fora da área de abrangência de seu endereço. Não é recomendado que os profissionais
da sala de vacinas se recusem a vacinar criança ou adolescente por pertencer a outra
Unidade de Saúde. A vacinação deve ser feita de preferência na Unidade de Saúde de
referência, mas todos têm o direito de serem vacinados em qualquer Unidade de Saúde
municipal.

Quando a criança estiver na sala de vacina, a funcionária deverá ficar atenta aos
retornos e consultas da puericultura e orientar a mãe. Caso a mãe tenha alguma queixa ou
dificuldade, encaminhar pata avaliação da equipe de enfermagem.

Todas as maternidades (SUS e convênio) do município estão realizando a 1ª dose


de vacina de hepatite B no berçário/centro obstétrico. Ficar atentos a essa informação e
observar o registro na caderneta do RN e lançar no sistema Hygia e SIS Criança.

Toda vez que for realizada a vacina BCG no RN, o funcionário deve investigar se
foi realizada a coleta do teste do pezinho e anotar no livro de BCG a data e o local da
coleta. Se no momento da BCG ainda não foi realizada a coleta do teste do pezinho, este
RN deverá ser encaminhado para a enfermeira para coleta ou orientações. Realizar

56
atualização no Cadastro no SIS Criança dos dados da aplicação das vacinas Hepatite B e
BCG e referentes a Coleta da Triagem Neonatal.

14.1 Calendário De Vacinação –2021

IDADE VACINAS LOCAL DE APLICAÇÃO

BCG: intradérmica no braço


BCG direito
NASCIMENTO
HEPATITE B Hep B: no vasto lateral da
coxa direito
Penta: vasto lateral da coxa
PENTAVALENTE
esquerdo
(DTP/Hib/Hep. B)

VIP: vasto lateral da coxa


VIP2
direito
2 MESES
ROTAVÍRUS3
Rotavírus: oral

PNEUMO 10
Pneumo 10: vasto lateral da
VALENTE
coxa direito
Meningo C: vasto lateral da
3 MESES MENINGO C
coxa esquerdo
Penta: vasto lateral da coxa
PENTAVALENTE
esquerdo
(DTP/Hib/Hep. B)

VIP: vasto lateral da coxa


VIP2
direito
4 MESES
ROTAVÍRUS3
Rotavírus: oral

PNEUMO 10
Pneumo 10: vasto lateral da
VALENTE
coxa direito
Meningo C: vasto lateral da
5 MESES MENINGO C
coxa esquerdo

57
VIP: vasto lateral da coxa
PENTAVALENTE
direito
(DTP/Hib/Hep.B)
6 MESES
Penta: vasto lateral da coxa
VIP2
esquerdo
FEBRE AMARELA
9 MESES SC
(FA)6
SARAMPO-
SC
CAXUMBA-
RUBÉOLA (SCR) Meningo C: vasto lateral da
12 MESES coxa esquerdo
MENINGO C5

Pneumo 10: vasto lateral da


PNEUMO 10
coxa direito
VALENTE4
DTP

VACINA ORAL DTP: vasto lateral da coxa


CONTRA esquerdo
POLIOMIELITE
VOP: oral
(VOP)

15 MESES Hepatite A:vasto lateral da


HEPATITE A8
coxa direito
SARAMPO-
CAXUMBA-
RUBÉOLA-
TETRAVIRAL: SC
VARICELA
(TETRAVIRAL)
DTP DTP: deltóide esquerdo
VOP: oral
VACINA ORAL
4 ANOS
CONTRA
POLIOMIELITE
(VOP)

58
VARICELA SC
MONOVALENTE
9 a 14 ANOS HPV9 (Meninas) IM
11 e 12 anos MENINGO ACWY IM
IM
9
11 a 14 ANOS HPV (Meninos)
IM
14 ANOS (a cada 10 DUPLA ADULTO
deltóide esquerdo
anos) (dT)10
DUPLA ADULTO
(dT)10
Dupla adulto: deltóide
Após aborto imediato SARAMPO- esquerdo
CAXUMBA-
(se calendário vacinal SCR : SC do braço direito
RUBÉOLA (SCR)7
desatualizado) hepatite B: deltóide direito
HEPATITE B1 FA: SC do braço esquerdo

FEBRE AMARELA6
DUPLA ADULTO
(dT)10 dupla adulto: deltóide
Após o parto esquerdo
SARAMPO-
(se calendário vacinal CAXUMBA- SCR : SC do braço direito
desatualizado) RUBÉOLA (SCR)7
hepatite B: deltóide direito
HEPATITE B1
Acima de dois anos de
idade
Crianças entre 6 m e
deltóide direito
menores de 6 anos
INFLUENZA
SAZONAL11 vasto lateral da coxa direito
Gestantes

59
Hepatite B

• Deve ser aplicada nas primeiras doze horas de vida do RN na maternidade pública
ou privada; A partir de agosto de 2012, com a introdução da vacina Pentavalente,
a criança recebe, além da primeira dose da vacina contra a Hepatite, mais três
doses aos 2, 4, 6 meses (pois a vacina contra Hepatite B é parte da vacina
Pentavalente).
• O intervalo mínimo entre a 1ª e a 2ª dose é de 30 (trinta) dias;
• O intervalo entre a 2ª e a 3ª dose é de dois meses (60 dias) desde que o intervalo
de tempo decorrido entre a primeira e a terceira dose, seja no mínimo, de quatro
meses e a criança já tenha completado 6 meses de idade;

VIP

• Vacina injetável contra poliomielite

Rotavírus

• Idade máxima para primeira dose é de 3 meses e 15 dias.


• Idade máxima para segunda dose é de 7 meses e 29 dias.

Obs: Criança que não recebeu a 1ª dose até 3 meses e 15 dias não poderá mais ser
vacinada. Criança que recebeu a 1ª dose em clínica particular, não deverá receber a 2ª
dose da rede pública (vacinas diferentes não intercambiáveis)

Pneumocócica 10 valente

• Está indicada para crianças entre 2 meses e 4 anos.


• Intervalo mínimo entre a primeira e a segunda dose de 30 dias e intervalo entre a
segunda dose e o reforço: 60 dias.
• Idade máxima: 4 anos, 11 meses, 29 dias

Meningocócica C

• A vacina está indicada para crianças entre 2 meses e 4 anos.


• Dose única ou reforço indicada de 11 a 14 anos de idade.

60
• Intervalo mínimo entre a primeira e a segunda dose de 30 dias e intervalo entre a
segunda dose e o reforço: 60 dias.

Febre Amarela (FA)

• Crianças menores de 2 anos de idade: Não aplicar a vacina FA no mesmo dia da


SCR ou Tetraviral, aguardar intervalo de 30 dias.

SCR (Tríplice Viral)

• Adolescentes até 19 anos, 11 meses, 29 dias deverão receber 2 doses SCR


(intervalo mínimo: 30 dias).

Hepatite A

• Idade máxima: 4 anos, 11 meses e 29 dias.

HPV

• Primeira visita: 1ª dose; Segunda dose: 6 meses após a primeira


• Meninas: Iniciar o esquema até 14 anos
• Meninos: Iniciar o esquema até 14 anos
• Pessoas portadoras de HIV, imunodeprimidos, transplantados, oncológicos:
Devem iniciar esquema entre 9 e 26 anos, 11 meses e 29 dias (esquema de 3 doses:
0, 2 e 6 meses).

Dupla Adulto (dT)

• Reforço a cada 10 anos, por toda a vida. Em caso de gravidez e na profilaxia do


tétano após alguns tipos de ferimentos, verificar intervalos específicos.
• Puerpério: Até 45 dias após o parto. A puérpera deverá receber dTpa caso não
tenha recebido durante o parto.
• Intervalo mínimo entre as doses é de 30 dias.

OBSERVAÇÃO

• Nos meses de março/abril/maio habitualmente começa a aplicação da vacina


influenza sazonal para crianças entre 6 meses e menores de 5 anos de idade, além

61
das pessoas com 60 anos ou mais. Ao receber a vacina pela 1ª vez na faixa etária
de 6 meses a 8 anos, a criança deve receber uma dose de reforço com intervalo de
30 dias entre elas;
• Até 3 anos de idade a criança deve receber a metade da dose (0,25 ml – IM);
• Acima de três anos a dose é 0,5 ml e acima de 9 anos é dose única, mesmo na
primo vacinação.
• Caso a pessoa apresente documentação com esquema de vacinação incompleto, é
suficiente completar o esquema já iniciado. Ressalte-se que a adolescência é o
período apropriado para a verificação e complementação de esquemas vacinais
iniciados na infância.
• As vacinas BCG e VIP são indicadas, prioritariamente, para pessoas até 15 anos
de idade. Em caso de gravidez e na profilaxia do tétano após alguns tipos de
ferimento, deve-se reduzir este intervalo para cinco anos (ver em profilaxia do
tétano pós-ferimento). O intervalo mínimo entre a segunda e a terceira dose é de
dois meses desde que o intervalo de tempo decorrido entre a primeira e terceira
dose seja, no mínimo, de quatro meses.
• Adolescentes de 11 a 14 anos de idade – Dose Única ou Reforço, de acordo com
a situação vacinal. O intervalo mínimo entre as doses de SCR – Tríplice Viral
(sarampo, caxumba e rubéola) é de 30 dias. Indicada para meninas de 9 a 14 anos
e para meninos de 11 a 14 anos. Pessoas portadoras de HIV, imunossuprimidas,
oncológicas: Iniciar esquema de 9 anos a 26 anos.
• Para pessoas que residam ou viajam para regiões onde houver indicação, de
acordo com a situação epidemiológica. Moradores de Ribeirão Preto e região
devem realizar esta vacina.

15. PALIVIZUMABE

O palivizumabe é um anticorpo monoclonal destinado à prevenção de doença


grave do trato respiratória inferior causada pelo vírus sincicial respiratório (VSR) em
pacientes pediátricos com alto risco para doença por VSR. A profilaxia nos grupos de alto
risco reduz taxas de hospitalização, necessidade de ventilação mecânica ou hospitalização
prolongada.

62
O palivizumabe deve ser prescrito na dose de 15 mg/kg intramuscular (IM) nos
meses de sazonalidade - de fevereiro a julho- com intervalo de 30 dias entre as doses.

15.1. Critérios de Indicação do uso do Palivizumabe:

Segundo a Portaria Conjunta SAS/SCTIES no. 23, de 3 de outubro de 2018:

• Criança prematura com idade gestacional menor que 29 semanas estando com
menos de 12 meses de idade no início do período de sazonalidade do VRS.
• Criança prematura e com doença pulmonar crônica da prematuridade: pela
dependência de oxigênio em prematuros a partir de 28 dias de vida, acompanhada
de alterações radiológicas típicas, ou dependência de oxigênio com 36 semanas
de idade gestacional corrigida no prematuro extremo.
• Cardiopatia Congênita. Crianças portadoras de cardiopatia congênita com
repercussão hemodinâmica demonstrada até o segundo ano de vida.

- Cirurgia com by-pass: realizar dose pós-operatória.

- Cardiopatias que não necessitam: CIV e CIA sem repercussão hemodinâmica,


cardiomiopatia moderada e as corrigidas totalmente cirurgicamente, sem
insuficiência cardíaca residual.

• Doença Pulmonar Crônica em menores de 2 anos com necessidade de oxigênio


inalatório, diuréticos, corticosteroides nos 6 meses anteriores ao início do período
de sazonalidade .

15.2 Orientações gerais sobre o fornecimento do PALIVIZUMABE

• Somente podem ser atendidas as solicitações para crianças menores de 2 anos de


idade e que preencham os critérios da Portaria Conjunta SAS/SCTIES no. 23, de
3 de outubro de 2018 e durante o período de sazonalidade do vírus sincicial
respiratório, definido pela mesma portaria.
• Nome, data de nascimento e sexo da criança e nome da mãe – conforme as
informações constantes da Certidão de Nascimento da Criança. Caso a criança

63
não possua Certidão de Nascimento, retirar as informações dos registros
constantes da Declaração de Nascido Vivo (DNV).
• Relatório contendo idade gestacional em semanas, peso nascimento em gramas,
gestação única ou múltipla, tipo de parto ( vaginal, cesárea) , hospital de
nascimento , data de alta hospitalar. Informações conforme relatório de alta
hospitalar do Recém nascido. Informar outras patologias ou situações clínicas
apresentadas pela criança que precisam de tratamento e que podem agravar a
doença pulmonar ou cardíaca.
• Peso atual– informar o peso da criança, em gramas, na data de preenchimento do
Formulário de Solicitação de Palivizumabe.
• CNS – informar o número do Cartão Nacional de Saúde
• Endereço – preencher completamente todos os dados do endereço atual.
• Telefones: informar números de telefone fixo, celular e para recados.
• Serviço solicitante: informar o nome do hospital, Unidade Básica de Saúde – UBS,
Ambulatório Médico de Especialidades, Consultório Médico ou outro serviço de
saúde em que o paciente é atendido. As informações de endereço e telefone são
fundamentais para a localização da criança para agendamento da aplicação do
medicamento, para referência ao serviço onde o medicamento será aplicado, e
para outros contatos que possam ser necessários. Esta informação é fundamental
para busca ativa da criança que não comparece ao agendamento.
• Cardiopatia com hipertensão pulmonar, insuficiência cardíaca ou cianose: cópia
do ECOCARDIOGRAMA.
• Receita em 2 vias do palivizumabe na dose 15 mg/kg intramuscular (IM) nos
meses de sazonalidade - de fevereiro a julho- com intervalo de 30 dias entre as
doses.

Quando toda a documentação estiver pronta (laudo preenchido, receita em


2 vias e cópia dos documentos) o familiar da criança deve entregar na Farmácia
de Alto Custo/DRS – ENFEREÇO: Rua Marechal Deodoro, 1112 - Centro,
Ribeirão Preto - SP, 14010-190– Fone: (16) 3602 2386.

A equipe especializada irá entrar em contato pelo telefone para


agendamento para receber as doses, portanto, é extremamente importante que os
telefones de contato estejam atualizados.

64
16. SUPLEMENTAÇÃO DE FERRO

O ferro é essencial para garantir um adequado crescimento e desenvolvimento da


criança, logo, a prevenção e tratamento da anemia ferropriva são extremamente
importantes para saúde infantil.

Nos lactentes em aleitamento materno exclusivo, sem fatores de risco, recomenda-


se a suplementação medicamentosa profilática a partir dos 180 dias de vida até o final do
segundo ano (Quadro 1).

Especificamente, o início deve ocorrer aos 30 dias para os recém-nascidos


prematuros (idade gestacional inferior a 37 semanas) ou com peso inferior a 2.500g
(Quadro 2).

65
No entanto, com presença de fatores de risco, a suplementação deve ser iniciada
aos 90 dias, independentemente do tipo da alimentação.

Os principais fatores de risco de anemia ferropriva para crianças e adolescentes


são:

• Baixa reserva materna


• Gestações múltiplas com pouco intervalo entre elas
• Dieta materna deficiente em ferro
• Perdas sanguíneas
• Não suplementação de ferro na gravidez e lactação

66
• Prematuridade e baixo peso ao nascer (< 2.500g)
• Lactentes em crescimento rápido (velocidade de crescimento > p90)
• Meninas com grandes perdas menstruais
• Atletas de competição
• Diminuição do fornecimento
• Clampeamento precoce do cordão umbilical
• Aleitamento materno exclusivo prolongado (superior a seis meses)
• Alimentação complementar com alimentos pobres em ferro ou de baixa
biodisponibilidade
• Consumo de leite de vaca antes de um ano de vida
• Consumo de fórmula infantil com ferro de baixa biodisponibilidade
• Dietas vegetarianas sem orientação de médico/nutricionista
• Ausência ou baixa adesão à suplementação profilática com ferro medicamentoso,
quando recomendada
• Verminose
• Síndromes de má-absorção (doença celíaca, doença inflamatória intestinal)
• Redução da acidez gástrica (antiácidos, bloqueadores H2, inibidores de bomba de
prótons).

A recomendação é realizar a investigação laboratorial da deficiência de ferro, com ou


sem anemia, aos 12 meses de vida. No entanto, na suspeita baseada na presença de fatores
de risco, a investigação deve ser prontamente e precocemente realizada, especialmente na
ausência de profilaxia adequada com ferro. Considerando o custo dos exames
diagnósticos e a necessidade de padronizá-los:

1. Hemograma: para avaliação da Hb, dos índices hematimétricos (VCM, HCM, RDW)
e da morfologia dos glóbulos vermelhos.

2 Proteína C Reativa (PCR)

2. Ferro sérico

3. Ferritina sérica: como marcador da fase de depleção dos estoques

4. Capacidade de ligação do ferro.

67
16.1 Tratamento

Ferro oral (dose de 3 a 6 mg de ferro elementar/kg/dia), fracionado ou em dose


única por seis meses ou até reposição dos estoques corporais confirmados pela
normalização da Hb, VCM, HCM, ferro sérico, saturação da transferrina e ferritina sérica.

A efetividade do tratamento deve ser checada com hemograma e reticulócitos após


30 a 45 dias do início do tratamento, quando se espera aumento da Hb em pelo menos 1,0
g/dL.

17. SUPLEMENTAÇÃO VITAMINA D

A deficiência de vitamina D é um dos distúrbios nutricionais mais frequentes em


todo o mundo, estimando-se que 1 bilhão de pessoas sofram de insuficiência ou
deficiência dessa vitamina. A vitamina D está envolvida na regulação de mais de 1.000
genes, o que sugere que possa ter um papel em muitos outros processos fisiológicos.
Estudos epidemiológicos apontam para ações extra esqueléticas da vitamina D, sugerindo
que sua deficiência possa se associar a diabetes mellitus tipo 1, asma, dermatite atópica,
alergia alimentar, doença inflamatória intestinal, artrite reumatoide, doença
cardiovascular, esquizofrenia, depressão e variadas neoplasias (mama, próstata, pâncreas,
cólon).

A dose preventiva universal da vitamina D é de 400UI para lactentes de 0-12


meses e 600UI para os maiores de 1 ano até 2 anos.

68
18. PROTOCOLO PARA NORMATIZAÇÃO DA DISPENSAÇÃO DE FÓRMULAS
INFANTIS ESPECIAIS A PACIENTES COM ALERGIA À PROTEÍNA DO LEITE DE
VACA - APLV

A alergia alimentar é definida como um conjunto de reações adversas a alimentos,


imunologicamente mediadas, sendo uma das mais frequentes a alergia à proteína do leite
de vaca (ALPV).

O tratamento da APLV se consiste na exclusão da proteína alergênica da


alimentação da criança por um determinado período, sabendo-se que a maioria dos
portadores (80 a 90%) adquire tolerância ao alimento a partir do segundo ou terceiro ano
de vida.

As manifestações podem ser mediadas por IgE, não-mediadas por IgE (imunidade
celular) ou uma associação destas.

Em crianças com APLV existe uma forte associação com história familiar de
atopia, introdução precoce de leite de vaca, infecções de trato gastrintestinal em crianças
de baixa idade (doença diarreica aguda e persistente) e fatores ambientais.

Nas manifestações imediatas (mediadas por IgE), : anafilaxia, síndrome da alergia


oral, urticária, angioedema, náuseas, vômitos, diarreia, dores abdominais e bronco
espasmo, que ocorrem em até duas horas após a ingestão do leite.

Nas manifestações tardias (não mediadas por IgE ou mistas), que ocorrem após
mais de duas horas à ingestão do leite, predominam os sintomas relativos ao trato
digestivo, havendo eventuais associações com sintomas extra digestivos: Rino
conjuntivite, tosse crônica, estridor laríngeo, asma e/ou cutâneas (urticária, dermatite
atópica).

Os sintomas relativos ao trato digestivo são decorrentes de doença do refluxo


gastroesofágico, proctocolite alérgica, enteropatia alérgica, enterocolite, constipação
intestinal crônica e cólicas exacerbadas do lactente associadas à recusa alimentar e a
desaceleração ponderal, não responsiva às medidas de apoio ou medicamentosas.

69
18.1 Diagnóstico de APLV

Manifestações clínicas (cutâneas, gastrintestinais e/ou respiratórias)


desencadeadas pela ingestão de leite e derivados, ou anafilaxia associada à ingestão de
leite.

I. Nas reações mediadas por IgE, a associação dos sintomas com ingestão de leite
ou derivados ocorre em até 2 horas após a ingestão do leite.

II. Nas reações não mediadas por IgE, ocorrem associações de manifestações
digestivas com sinais e sintomas extra-digestivos (rinoconjuntivite, tosse crônica, estridor
laríngeo, broncoespasmo) ou cutâneas (urticária, dermatite atópica, angioedema). As
reações são, em geral, tardias (mais de 2 horas após exposição ao leite).

III. Quando houver acometimento do trato digestivo, considera-se fundamental


descartar malformações do mesmo, distúrbios metabólicos, causas infecciosas ou
parasitárias.

IV. Teste de provocação: o teste de provocação não deverá ser realizado em casos
de anafilaxia, podendo ocorrer em até 4 horas nos casos de reação mediada por IgE ou
ocorrer horas ou dias após a provocação em casos de reação não mediada por IgE.

70
18.2 Protocolo De Tratamento APLV De Acordo Com Faixa Etária

I – Crianças em aleitamento materno: estimular a manutenção do aleitamento materno e


orientar a dieta materna com restrição total de leite de vaca e derivados.

II – Crianças alimentadas com fórmula à base de leite de vaca:

• Crianças de 0 – 6 meses: fórmula extensamente hidrolisada (Algoritmo 1)


• Crianças de 6 – 12 meses (Algoritmo 2)

-Sem comprometimento intestinal: fórmulas de proteína isolada

-Com comprometimento intestinal: fórmula extensamente hidrolisada.

• Crianças com mais de 12 meses e menos de 24 meses

- Sem comprometimento intestinal e eutróficas: bebida à base de soja associada à refeição


de sal.

71
Em situação de risco nutricional (definida como crianças abaixo do percentil 10 de
peso para idade ou com descendente do traçado da curva do peso para idade após três
pesagens sucessivas) utilizar fórmula de proteína isolada de soja em crianças sem
comprometimento de trato digestivo, ou fórmula extensamente hidrolisada em crianças
com envolvimento intestinal (Algoritmo 3)

• Crianças maiores de 24 meses: orientar refeição de sal não receberão fórmula


específica para APLV

III – Após 12 semanas de tratamento com qualquer fórmula específica para o tratamento
de APLV a criança que responder clinicamente deverá ser submetida a um Teste de
Provocação. Caso não desenvolva os sintomas de APLV, deverá ser orientada à dieta com
a qual se obteve sucesso terapêutico.

IV – A criança que, mesmo na vigência de fórmulas específicas para o tratamento de


APLV, não responder favoravelmente em 12 semanas, será diagnosticada como não
portadora de alergia ao leite de vaca e o tratamento será suspenso.

72
ALGORITMO 1 – Crianças menores que 6 meses

ALGORITMO 2 - Crianças entre 6 e 12 meses

73
ALGORITMO 3 – crianças entre 12 e 24 meses :

18.3 Critérios Para Liberação De Fórmula Extensamente Hidrolisada :

A Resolução SS-336 de 27/11/2007 do Governo do Estado de São Paulo aprovou


o Protocolo Clínico para Normatização da Dispensação de Fórmulas Infantis Especiais a
pacientes com Alergia à proteína do leite de vaca, atendidos pelo Sistema Único de Saúde
- SUS, do Estado de São Paulo.

CIDs contemplados:

• K21.0 - Doença de refluxo gastroesofágico com esofagite


• K21.9 - Doença de refluxo gastroesofágico sem esofagite
• L27.2 - Dermatite devida à ingestão de alimentos
• J45.0 - Afecções pápulo-descamativas em doenças classificadas em outra parte
• K52.2 - Gastroenterite e colite alérgicas ou ligadas à dieta
• K52.8 - Outras gastroenterites e colites especificadas, não-infecciosas
• K52.9 - Gastroenterite e colite não-infecciosas, não especificadas

74
• K90.8 - Outras formas de má-absorção intestinal
• K90.9 - Má-absorção intestinal, sem outra especificação
• T78.4 - Alergia não especificada

Quantidade máxima mensal de dispensação:

• 1 mês: 14 latas;
• 2 –3 meses: 15 latas;
• 4 –6 meses: 16 latas;
• 7 –9meses: 13 latas;
• 10 –11 meses: 10 latas;
• 12 –24 meses: 8 latas.

➢ Idade: 0 a 24 meses
➢ Diluição: 01 colher-medida (4,3g de pó) para cada 30mL de água.

18.4. Orientações para solicitação:

1. São necessárias cópias dos documentos pessoais da criança:

• Documento de identidade;

• Comprovante de residência com CEP;

• Cartão Nacional de Saúde (CNS).

2. Ficha de Avaliação para Fornecimento de Fórmulas Infantis Especiais, original,


preenchida de forma completa e legível pelo médico responsável pelo atendimento ao
paciente.

75
ATENÇÃO: No campo “Outros: Provocação”, mencionar a data da realização do teste de
provocação, fórmula nutricional utilizada e resultados obtidos.

3. Prescrição da fórmula nutricional, em duas vias, elaborada de forma completa e legível


pelo médico responsável pelo atendimento ao paciente, contendo o volume (mL) e a
frequência de consumo diário.

76
4. Cópia de exames: (A critério do médico prescritor)

• Prick-test leite de vaca


• Prick-test soja
• RAST leite de vaca
• RAST alfa-lactoalbulina
• RAST beta-lactoglobulina
• RAST caseína
• RAST soja
• Sangue oculto nas fezes
• Alfa-1-antitripsina fecal
• Relação albumina/globulina
• Anatomopatológico de estômago, esôfago, duodeno e/ou reto.

5. A família deverá levar toda a documentação quando estiver pronta na farmácia de alto
custo do Farmácia de Alto Custo/DRS Rua Marechal Deodoro, 1112 (ao lado do HC –
UE) .

Recomenda-se entrar em contato antes por telefone para esclarecimentos. – Fone: (16)
3602 2614 - Horário: 07:30-16:00.

77
19. SAÚDE BUCAL

Há grande variabilidade individual, considerada normal, na cronologia de erupção


dos primeiros dentes chamados de “leite” ou decíduos. Alguns bebês já nascem com
dentes (chamados neonatais) e outros na idade de um ano, ainda poderão ser totalmente
desdentados.

78
Não há consenso sobre o fato de a erupção estar relacionada com picos febris ou
diarreia, como prediz a cultura popular. Sempre procurar outro motivo para o
adoecimento da criança.

Em bebês, cistos de erupção, que se caracterizam por manchas arroxeadas no


rebordo alveolar (gengiva), poderão ocorrer sendo um aspecto de normalidade.

A boca do bebê deve ser limpa, após cada mamada e/ou refeição com a ponta de
uma fralda de pano ou outro tecido macio, umedecido em água filtrada. A partir da
presença do primeiro dente decíduo, deve-se iniciar a higiene da boca, friccionando
cuidadosamente o dente devendo ser mantida diariamente.

Evitar excesso de mamadas na madrugada, principalmente mamadeiras


açucaradas e mesmo leite materno, principalmente em bebês de mais idade. Evitar

79
também a oferta inoportuna de alimentos com risco de aspiração, obesidade e “cárie de
mamadeira” de difícil tratamento e controle.

Evitar os anestésicos tópicos em gengivas, entre outros, pois isso poderá causar a
anestesia da orofaringe, dificultando o reflexo de deglutição e o aumento do risco de
aspiração.

Encaminhar / agendar o recém-nascido para a Clínica do Bebê – odontologia


da Unidade de Saúde com 3 meses de vida.

80
19.1 Programa Clínica Do Bebê

A Clínica do Bebê deve ser oferecida às crianças de 3 meses a 3 anos e 11 meses


de idade tendo por objetivo possibilitar e auxiliar no desenvolvimento de crianças livres
da doença cárie, além de orientar os responsáveis sobre prevenção e promoção da saúde
bucal e geral do bebê e realizar procedimentos curativos.

A Odontologia para bebês é uma prática eficaz, simples e de baixo custo, que está
fundamentada no conceito de atenção educativo-preventiva precoce. Inicia-se ainda na
vida intrauterina, por meio de orientação às gestantes através do programa Meu Bem
Querer em relação aos hábitos, costumes e cuidados com a própria alimentação, higiene
oral e também de seu bebê.

Todos os meses, será encaminhada planilha dos nascidos para a equipe


odontológica. Cabe à equipe agendar o bebê para a primeira consulta odontológica aos
três meses de idade, no sistema Hygia e no SIS criança. O compartilhamento das ações e
informações odontológicas junto aos profissionais da enfermagem e medicina é muito
importante e agrega significativo apoio às ações educativo-preventivas.

O bebê passará por consultas periódicas com o cirurgião dentista, sendo que a
frequência dos retornos deve ser norteada pela classificação do risco de cárie em cada
caso.
19.2 Orientações de Atendimento aos Bebês

A Unidade de Saúde deverá colocar na agenda de 15 a 20 vagas BB (atendimento


bebê) para 4 horas de trabalho do profissional.

O número de períodos ofertados mensalmente está definido por Unidade de Saúde


de acordo com a média de nascidos vivos SUS. Exemplo: onde nascem em média 10 a 15
bebês por mês, serão ofertados 2 períodos de 4 horas por mês para atendimento da Clínica
do Bebê. Onde nascem 35 a 40 bebês por mês serão ofertados 4 períodos de 4 horas por
mês para atendimento da Clínica do Bebê. Esses períodos deverão ser ofertados com 15
a 20 vagas BB. Essa definição encontra-se no documento “Normatização das Agendas
Odontológicas”

(https://www.ribeiraopreto.sp.gov.br/ssaude/pdf/programa_clinica_bebe.pdf).

81
As Unidades de Saúde com baixo número de nascimentos por mês deverão
absorver e agendar os bebês em vagas OD, portanto não usarão a sigla BB. Não justifica
o bloqueio de um período para absorver pequeno número de nascimentos. As vagas
BB se destinam aos Casos Novos e os Retornos.

Quando for possível formar grupos ou a palestra dos temas sugeridos abaixo pode
ser realizada coletivamente ou, onde não for possível a formação de grupos de bebês,
deverá ser realizada individualmente na primeira consulta. Abordar temas tais como:

• Incentivo ao aleitamento materno,

• Uso racional ou não uso de mamadeiras e chupetas,

• Orientar não introdução de açucares na dieta do bebê até 2 anos de idade,

• Higienização bucal após as mamadas,

• Desenvolvimento facial,

• Alimentos saudáveis,

• Escovação após o nascimento dos dentes,

• Relação entre dentição decídua e dentição permanente saudável.

Durante a primeira consulta sugerimos seguir um roteiro de anamnese, realizar


exame intra e extra oral e demonstrar na prática a higiene oral feita com gaze ou fralda
limpa umedecida em água filtrada e fervida. Agendar o próximo retorno para o sexto mês
de vida.

Na consulta dos seis meses de vida, avaliar o bebê quanto ao risco de cárie, tendo
por base o tipo de alimentação que está sendo oferecida a ele. Bebês com aleitamento
materno ou artificial e sem alimentos açucarados serão classificados como baixo risco.
Bebês com alimentação onde se inclui o açúcar serão classificados como alto risco e
deverão ser seguidos com intervalos de retornos menores a fim de reverter o risco. Nessa
consulta a mãe também receberá orientação de técnica de escovação e cuidados que se
mostrarem necessários.

82
Próximos retornos:

• bebês de alto risco – retornos mensais até reversão do risco. A partir da reversão,
agenda-se mais 2 retornos com intervalo de 2 meses para confirmação da reversão
do risco, depois 2 retornos trimestrais e depois os retornos passam a ser semestrais
até completar 6 anos de idade;
• bebês de baixo risco – o Cirurgião Dentista deve determinar os retornos,
podendo ser com intervalos de 3, 4 ou 6 meses, conforme avaliado, sempre
objetivando o controle do biofilme e orientação alimentar para evitar a doença
cárie. Seguir os bebês até completarem 6 anos.

Dedicar especial atenção e cuidados e orientação à criança e aos responsáveis


quando da erupção dos primeiros molares permanentes.

O bebê ou criança recém-chegado à área de abrangência deverá ser acolhido e


encaminhado à equipe odontológica, a qual adequará o atendimento ao período de vida
em que o bebê se encontra, seguindo as mesmas orientações acima.

ROTEIRO PARA ANAMNESE NA CONSULTA ODONTOLÓGICA:

• Verificar no prontuário da criança possíveis enfermidades;


• Ouvir os relatos e as queixas da mãe (estabelece vínculo e contribui para o
diagnóstico);
• Questionar gestação, hábitos alimentares e de higiene oral da mãe e do bebê,
amamentação, uso de mamadeiras e chupetas, hábitos noturnos do bebê e orientar;
• Realizar exames extra e intra oral e anotar;
• Determinar risco de cárie (na 2ª consulta do bebê ou 1ª consulta de crianças acima
de 6 meses).

83
84
20. PROBLEMÃS MEDICOS E ÃLERTÃS DE SÃUDE DE CRIÃNÇÃS NÃ ERÃ
DIGITÃL.

Crianças em idades cada vez mais precoces têm tido acesso aos equipamentos de
telefones celulares e smartphones, notebooks além dos computadores que são usados
pelos pais, irmãos ou família, em casa, nas creches, em escolas ou mesmo em quaisquer
outros lugares como restaurantes, ônibus, carros sempre com o objetivo de fazer com
que a “criança fique quietinha”. Isto é denominado de distração passiva, resultado da
pressão pelo consumismo dos joguinhos e vídeos nas telas, e publicidade das indústrias
de entretenimento, o que é muito diferente do brincar ativamente, um direito universal e
temporal de todas as crianças e adolescentes, em fase do desenvolvimento cerebral e
mental.
Os primeiros 1000 dias são importantes para o desenvolvimento cerebral e
mental de qualquer criança, assim como os primeiros anos de vida, a idade escolar e
durante toda a fase da adolescência. São diferentes estruturas e regiões cerebrais que
amadurecem e não só a nutrição/oral, mas todos os circuitos sensoriais como o toque de
prazer/apego, os estímulos do tato/aconchego, visuais/ luz, sons, olfato modelam a
arquitetura e a função dos ciclos neurobiológicos para produção dos neurotransmissores
e conexões sinápticas. Da mesma forma, o olhar e a presença da mãe/ pai/família é vital
e instintivo como fonte natural dos estímulos e cuidados do apego e que não podem ser
substituídos por telas e tecnologias.
O desenvolvimento precoce da linguagem e das habilidades de comunicação são
fundamentais para o desenvolvimento das habilidades cognitivas e sociais. O atraso no
desenvolvimento da fala e da linguagem é frequente em bebês que ficam passivamente
expostos às telas, por períodos prolongados.
O estabelecimento das rotinas do dia/vigília e da noite/sono também é
fundamental para a produção dos hormônios necessários ao crescimento harmonioso,
corporal e mental. Transtornos de sono são cada vez mais frequentes e associados aos
transtornos mentais precoces em crianças e adolescentes.
Importante ainda considerar que o tempo de maturação do córtex pré-frontal,
responsável pelas funções cognitivas e executivas do controle dos impulsos,
julgamento, resolução de problemas, atenção, inibição, memória, tomada de decisões é
assíncrono em relação ao sistema límbico que é estimulado por emoções. Este

85
descompasso entre o córtex pré-frontal e o sistema límbico é intensificado no início da
puberdade entre os 10-12 anos até os anos seguintes, em torno de 25-30 anos. Daí os
comportamentos típicos dos adolescentes, não só de curiosidade e impulsividade, mas
quando arriscam seus próprios limites, inclusive durante a participação nos jogos de
videogames, desafios virtuais, selfies em locais extremos e inseguros ou nas redes
sociais.
O uso da Internet e as gratificações significativas, por pontos ou “likes”,
recebidas por estes comportamentos nos jogos ou redes perpassam pelos mecanismos de
recompensa e da produção do neurotransmissor dopamina. Muitos comportamentos se
tornam impulsivos e automáticos aliviando episódios recentes de tédio, estresse ou
depressão. Assim, algo que começou como uma distração na tela ou simples
experimentação do objeto de consumo, como um jogo de videogame, estimulado pelas
indústrias de entretenimento, passa a ser uma solução rápida para desaparecerem
sentimentos perturbadores e emoções difíceis com as quais as crianças e adolescentes
ainda não aprenderam a lidar. A dependência dos jogos, inclusive com teor violento,
mas que trazem desafios e recompensas, impede que enfrentem os problemas que
contribuíram com este estresse tóxico e a liberação do cortisol, criando um ciclo vicioso
de ansiedade e depressão.
O brilho das telas, devido à faixa de onda de luz azul presente na maioria das
telas contribui para o bloqueio da melatonina e para a prevalência cada vez maior das
dificuldades de dormir e manter uma boa qualidade de sono à noite na fase de sono
profundo, com aumento de pesadelos e terrores noturnos. Ao acordar, aumento da
sonolência diurna, problemas de memória e concentração durante o aprendizado com
diminuição do rendimento escolar e a associação com sintomas dos transtornos do
déficit de atenção e hiperatividade.
Existe também o aumento do estresse pelo uso indiscriminado de fones de
ouvido em volumes acima do tolerável e podendo causar trauma acústico e perda
auditiva induzida pelo ruído, irreversível.
Portanto, o desenvolvimento cerebral e mental é bastante dinâmico e complexo
por perpassar as emoções e as reações de medo ou causadoras de ansiedade e depressão,
em associação ao que acontece no contexto familiar, social ou cultural naquele
momento, e por isso mesmo também, as influências e os vários vácuos afetivos que a
mídia exerce.

86
Principais Problemas Médicos e Alertas de Saúde de Crianças e Adolescentes na
Era Digital:
- Dependência Digital e Uso Problemático das Mídias Interativas
- Problemas de saúde mental: irritabilidade, ansiedade e depressão
- Transtornos do déficit de atenção e hiperatividade
- Transtornos do sono
- Transtornos de alimentação: sobrepeso/obesidade e anorexia/bulimia
- Sedentarismo e falta da prática de exercícios
- Bullying & cyberbullying
- Transtornos da imagem corporal e da auto-estima
- Riscos da sexualidade, nudez, sexting, sextorsão, abuso sexual, estupro virtual
- Comportamentos auto-lesivos, indução e riscos de suicídio
- Aumento da violência, abusos e fatalidades
- Problemas visuais, miopia e síndrome visual do computador
- Problemas auditivos e perda auditiva induzida pelo ruído
- Transtornos posturais e músculo-esqueléticos
- Uso de nicotina, vaping, bebidas alcoólicas, maconha, anabolizantes e outras
drogas.

A Sociedade Brasileira de Pediatria ORIENTA :

• Evitar a exposição de crianças menores de 2 anos às telas, sem


necessidade (nem passivamente
• Crianças com idades entre 2 e 5 anos, limitar o tempo de telas ao máximo
de 1 hora/dia, sempre com supervisão de pais/cuidadores/ responsáveis.
• Crianças com idades entre 6 e 10 anos, limitar o tempo de telas ao
máximo de 1-2 horas/dia, sempre com supervisão de pais/responsáveis.
• Adolescentes com idades entre 11 e 18 anos, limitar o tempo de telas e
jogos de videogames a 2-3 horas/dia, e nunca deixar “virar a noite”
jogando.
• Não permitir que as crianças e adolescentes fiquem isolados nos quartos
com televisão, computador, tablet, celular, smartphones ou com uso de
webcam; estimular o uso nos locais comuns da casa.

87
• Para todas as idades: nada de telas durante as refeições e desconectar 1-2
horas antes de dormir.
• Oferecer alternativas para atividades esportivas, exercícios ao ar livre ou
em contato direto com a natureza, sempre com supervisão responsável.
• Nunca postar fotos de crianças e adolescentes em redes sociais públicas,
por quaisquer motivos.
• Criar regras saudáveis para o uso de equipamentos e aplicativos digitais,
além das regras de segurança, senhas e filtros apropriados para toda
família, incluindo momentos de desconexão e mais convivência familiar.
• Encontros com desconhecidos online ou off-line devem ser evitados,
saber com quem e onde seu filho está, e o que está jogando ou sobre
conteúdos de risco transmitidos (mensagens, vídeos ou webcam), é
responsabilidade legal dos pais/cuidadores. Estimular a mediação
parental das famílias e a alfabetização digital nas escolas com regras
éticas de convivência e respeito em todas as idades e situações culturais,
para o uso seguro e saudável das tecnologias.
• Conteúdos ou vídeos com teor de violência, abusos, exploração sexual,
nudez, pornografia ou produções inadequadas e danosas ao
desenvolvimento cerebral e mental de crianças e adolescentes, postados
por cyber criminosos devem ser denunciados e retirados pelas empresas
de entretenimento ou publicidade responsáveis.
• Identificar, avaliar e diagnosticar o uso inadequado precoce, excessivo,
prolongado, problemático ou tóxico de crianças e adolescentes para
tratamento e intervenções imediatas e prevenção da epidemia de
transtornos físicos, mentais e comportamentais associados ao uso
problemático e à dependência digital.

88
21. SUGESTÕES DE CONTEÚDO PROGRAMÁTICO PARA GRUPOS

Conteúdo programático para grupos educativos de gestantes e puericultura:

20.1. 1° Grupo de 0 a 6 meses

• Amamentação – importância do aleitamento exclusivo, problemas comuns e suas


soluções (fissuras, mamas “empedradas”, posição para amamentar, uso de
medicamentos, medo do leite insuficiente/fraco, mitos, etc);
• Aleitamento artificial – orientar a mãe, ajudá-la e não culpá-la no caso de
insucesso do aleitamento materno exclusivo, ou de aleitamento misto
(complementação, se trabalha fora, por exemplo), dar “dicas” eficazes de preparo
adequado do leite sem contaminação, extração e conservação do leite materno e
uso de copinhos.
• Cólicas do bebê – são temporárias (1° trimestre), são aliviadas por massagens,
melhoram com aleitamento materno exclusivo, evitar chás com açúcar (maior
fermentação e gases) e medicações sem prescrição;
• Problemas dermatológicos – cuidados higiênicos, como prevenir assaduras, o
banho, cuidados com as fraldas (evitar sabão em pó, alvejantes e amaciantes),
destacar cuidados de higiene com os genitais;
• Pressões sociais – evitar o desmame precoce, principalmente em primigestas e
adolescentes;
• “Exame do pezinho” – explicar do que se trata, e sua importância;
• Vacinação – mostrar o quanto é importante estar com a carteirinha em dia, e alertar
quantas doenças podem ser evitadas com as vacinas;
• Ganho de peso – melhor padrão de saúde do bebê, mostrar o esperado para a idade
e esclarecer padrão individual;
• Relação mãe/filho: banho com a mãe, momentos de massagem, cuidados físicos
e emocionais, valorização do tempo disponível com a criança;
• Prevenção de acidentes;
• Ciúme do irmão mais velho: como tratar as reações de infantilização, verbalização
da rejeição;

89
• Manobras alternativas: shantala, massagem terapêutica, musicoterapia e toque
terapêutico;
• Estimulação neuropsicomotora;
• Autocuidado da mãe: estética, conforto, sexualidade, organização do tempo;
• Planejamento familiar;
• Direitos da criança;
• Relação familiar: pai/mãe/filho. Distribuição das atribuições da família nos
cuidados com o bebê e nos afazeres domésticos.

20.2. 2° Grupo de 7 a 9 meses

• Alimentação - Orientação para adequada introdução alimentar: grupos


alimentares, preparo das papas, quantidades oferecidas, consistência, aceitação
dos bebês, progressão da quantidade e consistência ao longo dos meses,
alimentação da família;
• Importância da avaliação nutricional – por que seguir o peso e comprimento da
criança, estimular a mãe a manter seu bebê eutrófico (menor risco de doenças,
melhor desenvolvimento físico e intelectual);
• Desenvolvimento – identificar a percepção da família em relação à criança, e
orientar como estimular a criança, importância do “alimento afetivo” para o bom
desenvolvimento integral da criança, destacar as conquistas realizadas pela
mesma;
• Doenças diarreicas – quais são suas consequências nesse grupo etário
(desnutrição, morbidades, morte e desidratação), correlacionar com hábitos
higiênicos pessoais/alimentares e domiciliares, destino do lixo e esgotos,
importância de água tratada, do aleitamento materno, alimentos adequados, uso
da Terapia de Reidratação Oral (TRO) e quando procurar ajuda;
• Doenças respiratórias – quando e como saber se é um simples resfriado ou uma
afecção mais séria, aspectos ambientais (fumaça ou poeira da rua), estações do
ano, aspectos domiciliares (insolação, ventilação, temperatura, umidade),
tabagistas em casa e o perigo do fumo passivo, alergias respiratórias (animais,
acúmulo de pó em brinquedos, tapetes, cortinas), orientar sinais de alerta como
respiração rápida, tiragem e ruídos respiratórios, orientar cuidados profiláticos de

90
aumento do aporte hídrico, vaporização, tapotagem, limpeza nasal, fracionamento
da dieta e controle da temperatura.
• Febre – o que é, como manejar e quais os sinais de alarme: convulsão, petéquias
e prostração.

20.3 3° Grupo 10 meses a 24 meses

• Crescimento e desenvolvimento – como estimular a criança, aspectos peculiares


do desenvolvimento emocional, a “angústia” normal dos 8 meses (o bebê
“estranha” outras pessoas), brinca de esconder;
• Avaliação nutricional – como está a curva de crescimento de cada participante, o
que atrapalhou, correlacionar com morbidades e desmame/mudanças na
alimentação e propor soluções;
• Alimentação – Orientação para adequada introdução alimentar: grupos
alimentares, preparo das papas, quantidades oferecidas, consistência, aceitação
dos bebês, progressão da quantidade e consistência ao longo dos meses,
alimentação da família; O leite ainda é o principal alimento até os 12 meses de
idade. Após 12 meses oferecimento da alimentação da casa.
• Cuidados com os dentes – mostrar que a dentição decídua é tão importante quanto
a permanente, limpeza após as mamadas e após as refeições, uso prolongado da
chupeta, mamadas noturnas e seus riscos (aspiração e cáries);
• Prevenção de acidentes – quedas, queimaduras, irmãozinhos maiores,
intoxicações/envenenamentos, riscos que o bebê corre ao engatinhar, evitar
andador, com quem deixar a criança, riscos de transporte (cadeirinha do carro,
carrinhos de passeio), riscos da exposição excessiva ao sol;
• Importância do exemplo dos pais – diálogo, contar histórias, brincar com as
crianças, ensinar habilidades, valorizar as conquistas, evitar comparar com os
outros primos ou vizinhos, construir brinquedos com sucata, bons hábitos
alimentares.

OBSERVAÇÕES:

• Convidar o pai e outros familiares para participarem dos grupos;


• Os grupos educativos devem ser coordenados por profissional de nível superior;

91
• Os grupos educativos podem se constituir, também, em espaço de educação
continuada com a equipe de saúde;
• Podem ser utilizados vídeos e outros recursos audiovisuais nos grupos;
• Dependendo da área física destinada ao grupo, podem ser organizadas oficinas
culinárias para preparo de papas, trocas de receitas, etc.;
• Pode ser interessante manter um painel no consultório e em outro local da Unidade
de Saúde com alternativas criativas dadas pelas famílias no cuidado das crianças
(receitas boas e baratas, alternativas para proteger a criança, construção de
brinquedo). Vale também buscar ocupar os espaços públicos da região,
adaptando-os para a utilização das crianças.

ACS TÉCNICO/ ENFERMEIRO MÉDICO DENTISTA

AUXILIAR
- O que é o - Incentivo ao - Incentivo ao - Incentivo ao - Incentivo ao
Programa Saúde Aleitamento Aleitamento Materno Aleitamento Materno Aleitamento
da Família Materno Materno

- Uso racional ou não - Uso racional ou não


- Como - Evitar açúcar uso de mamadeiras e uso de mamadeiras e - Uso racional ou
funciona o (início mínimo chupetas chupetas não uso de
trabalho da com 2 anos de mamadeiras e
equipe da idade) chupetas
Estratégia
- Alimentação - Alimentação
Saúde da
saudável e adequada a saudável e adequada a
Família
- Manter cada idade cada idade - Higienização
puericultura oral após as
mamadas
- O que é o
- Evitar açúcar (início - Evitar açúcar (início
cadastro da
- Vacinação de mínimo com 2 anos mínimo com 2 anos
família e qual
rotina de idade) de idade)
seu objetivo

92
- Alerta sobre os
malefícios do
- O que são as - Higiene e - Crescimento e - Crescimento e
açúcar
visitas do ACS, cuidados de Desenvolvimento Desenvolvimento
qual o objetivo rotina habituais habituais
e periodicidade
- Alimentos
saudáveis
- Vacinação - Vacinação
- O que o ACS
pergunta,
- Escovação após
observa e
- Higiene e cuidados - Higiene e cuidados
o nascimento dos
orienta durante
de rotina de rotina
dentes
a visita
domiciliar

- Atividade física e - Atividade física e


- Relação entre
exposição ao sol exposição ao sol
dentição decídua e
dentição
- Prevenção de - Prevenção de
permanente
Acidentes e Violência Acidentes e Violência
saudáveis

93
21. PREVENÇÃO DE ACIDENTES DOMÉSTICOS E DE TRANSPORTE

Na tabela abaixo os espaços destacados por faixa etária visam a indicar as


possibilidades de ocorrência de acidentes domésticos de maior frequência. As Faixas
etárias marcadas de forma mais intensa representam maior probabilidade de ocorrência
de acidente.
FAIXA-ETÁRIA

TIPOS DE PREVENINDO ACIDENTES


ACIDENTES DOMÉSTICOS E CUIDANDO DA
SEGURANÇA DA CRIANÇA 0A6 6 1A2 2A4 4A6 6 A 10 ANOS
MESES MESES ANOS ANOS ANOS
A1
ANO
Nunca use talco; ajuste o lençol do
colchão cuidando para que o rosto do
bebê não seja encoberto por lençóis,
cobertores, almofadas e travesseiros.

Evitar o contato da criança com peças


pequenas (clipes, botões, agulhas,

SUFOCAÇÃO moedas, anéis, brincos, bolinha de


gude, tampinhas, pregos, parafusos).
Utilize brinquedos grandes e
inquebráveis, respeitando a faixa
etária indicada pelo Inmetro.

Afaste a criança, de papéis de bala,


sacos plásticos, cordões e fios.

Proteja o berço e o cercado com


grades altas, com no máximo 6 cm
entre elas; não deixe a criança sozinha
em cima de móveis, nem sob os
cuidados de outra criança.

Coloque redes de proteção ou grades


nas janelas que possam ser abertas;

QUEDAS Coloque barreira de proteção nas


escadas e janelas; proteja os cantos
dos móveis.

Certifique-se de que o tanque de lavar


roupas e pias (lavatórios) estão bem
fixos, para evitar que caiam e
machuquem a criança, caso elas se
pendurem ou se apõem neles.

94
Nunca deixe a criança brincar em lajes
que não tenham grades de proteção.

A criança deve usar equipamento de


proteção ao andar de bicicleta, patins
e skate, e não circular em ruas que
transitam veículos.

Nunca dê à criança remédio que não


tenha sido receitado pelo médico.
Nunca deixe a criança com acesso ao
local dos medicamentos, todos devem
ENVENENAMENTO/ ser administrados por um adulto.
INTOXICAÇÃO
Mantenha produtos de limpeza (água
sanitária, detergente) e/ou
medicamentos fora de alcance da
criança, colocando-os em locais altos
e trancados. Evite o acesso a produtos
como venenos (para ratos, formigas,
mosquitos, moscas) e produtos
inflamáveis (álcool e removedor de
esmalte).

No banho, verifique a temperatura da


água (ideal 37°C); Não fume enquanto
estiver com a criança no colo.

Cerque o fogão com uma grade; use


QUEIMADURAS/
as bocas de trás, deixe os cabos das

CHOQUE ELÉTRICO panelas voltadas para o centro do


fogão; mantenha a criança longe do
fogo, do aquecedor e do ferro
elétrico. Não deixe chá/café recém
preparados sobre mesas com toalhas
que a criança possa puxar e o líquido
cair sobre ela.

Crianças não devem brincar com fogo;


evite que usem fósforo e álcool;
mantenha-as longe de arma de fogo.

Não deixe a criança brincar com


fogueiras e fogos de artifício
(bombinha, produtos inflamáveis,
fósforo, etc.)

95
Coloque protetores nas tomadas;
evite fios elétricos soltos e ao alcance
das crianças.

Não deixe a criança soltar pipa


(papagaio, arraia) em locais onde há
fios elétricos, devido ao risco de
choque na rede de alta tensão.

Nunca deixe a criança sozinha na


banheira e bacia.

A criança não deve ficar sozinha perto


de baldes, tanques, vasos, cacimbas,
AFOGAMENTO
poços e piscinas.

Ensine a criança a nadar. Mesmo que


elas saibam nadar não é seguro deixá-
las sozinhas em piscinas, lagos, rios
açude e especialmente o mar.

A criança nesta idade deve ser


transportada no bebê conforto ou
conversível – cadeira em forma de
concha, levemente inclinada, colocada
no banco de trás, voltada para o vidro
traseiro, conforme orientações do
fabricante (CTB)

A criança nesta fase deve ser


transportada em cadeira especial no
banco de trás, voltada para a frente,
ACIDENTES NO corretamente instalada, conforme
TRASITO orientação do fabricante. (CTB)

A criança deve usar os assentos de


elevação (boosters), com cinto de
segurança de três pontos, e ser
conduzido sempre no banco traseiro.
(CTB)

A criança após os 7 anos e meio, pode


usar apenas o cinto de segurança de
três pontos, no banco de trás do carro.
Só é permitido, por lei, sentar no

96
banco da frente a partir dos 10 anos
e com cinto de segurança (CTB)

Segure a criança pelo pulso, em locais


com trânsito de veículos, evitando
assim, que ela se solte e corra em
direção à rua, estrada, avenida e
rodovia.

Escolha lugares seguros para as


brincadeiras (parques, praças,

ATROPELAMENTO ciclovias, etc.). Não permita que a


criança brinque e/ou corra em locais
com trânsito de veículos, inclusive
garagens e estacionamentos.

As brincadeiras utilizando patins,


skate, bicicleta, patinete, carrinho de
rolimã a criança deve usar
equipamento de proteção, e não
circular em ruas que transitam
veículos.

Na idade de seis a 10 anos, ainda é


bastante preocupante os risos de
acidentes; por isso, oriente a criança
sobre as normas de trânsito.

22. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto; Secretaria Municipal da Saúde; Atenção à Saúde


da Criança; Protocolo de Enfermagem. Ribeirão Preto-S.P.; 2010.

97
Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto; Secretaria Municipal da Saúde; Manual Técnico
do Programa Floresce Uma Vida. Atualizado em 2018. Ribeirão Preto- S.P.; 2018.

Prefeitura Municipal de Curitiba. Secretaria Municipal de Saúde. Programa Crescendo


com Saúde. Curitiba - P.R.; 2000.

Prefeitura Municipal de Belo Horizonte. Secretaria Municipal de Saúde. Protocolos de


Atenção Integral à Saúde da Criança e Adolescente – BH Viva Criança. Belo Horizonte
- M.G.; 2004.

Secretaria Municipal da Saúde; Atenção à Saúde da Criança – Protocolo de Enfermagem


- Atenção Básica no Programa Saúde da Família. São Paulo – S.P.: Julho/2004 – 3º edição

Secretaria Municipal da Saúde. Vulnerabilidades na Criança e no Adolescente -


Fluxograma para melhoria à Criança; Programa Capital Criança: Florianópolis – S.C.;
2010.

Ministério da Saúde. Atenção à Saúde do Recém-Nascido – Guia para Profissionais da


Saúde; Volumes 1 a 4; 1º edição; Brasília – DF; 2011.

Ministério da Saúde. Acolhimento à Demanda Espontânea – Queixas Mais Comuns na


Atenção Básica; Cadernos de Atenção Básica, nº 28; volume II; 1º edição; 3º reimpressão;
Brasília – DF; 2013.

Ministério da Saúde. Saúde da Criança: Crescimento e Desenvolvimento; Cadernos de


Atenção Básica; nº 33; Brasília – DF; 2012.

Ministério da Saúde. Aleitamento Materno e Alimentação Complementar; Caderno de


Atenção Básica; nº 23; 2º edição; Brasília – DF; 2015.

Ministério da Saúde. Dez Passos para uma Alimentação Saudável; Guia Alimentar para
Crianças Menores de Dois Anos: Um Guia para Profissionais da Saúde na Atenção
Básica; 2º edição; 3º reimpressão; Brasília – DF; 2016.

Ministério da Saúde. Atenção Básica à Saúde da Criança – Texto de Apoio para o Agente
Comunitário de Saúde. Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância - AIDPI;
Brasília – DF; 2001.

98
Ministério da Saúde. Agenda de Compromissos para Saúde Integral da Criança; Brasília
– DF; 2004.

Ministério da Saúde; Triagem Neonatal Biológica – Manual Técnico ;1ª Edição; Brasília
– DF; 2016.

Ministério da Saúde; Triagem Neonatal – Deficiência de Biotinidase; 1ª Edição; Brasília


– DF; 2015.

Ministério da Saúde; Triagem Neonatal – Hiperplasia Adrenal Congênita; 1ª Edição;


Brasília – DF; 2015.

Ministério da Saúde & Organização Pan-Americana de Saúde & Fundo das Nações
Unidas para a Infância; AIDPI CRIANÇA – 2 meses a 5 anos; Manual de Quadros de
Procedimentos; Brasília – DF; 2017.

A.C.S.L. Sucupira; et al – Pediatria em Consultório; Editora Savier; São Paulo – S.P.:


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SBP – Sociedade Brasileira de Pediatria; Segurança da Criança e do Adolescente; Belo


Horizonte – MG; 2003; modificado.

Anais Brasileiros de Dermatologia: Violência Contra a Criança: Indicadores


Dermatológicos e Diagnósticos Diferenciais; Gondin RMF; Muñoz DR; Petri V; 2011;
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Diário Oficial do Estado de São Paulo; Poder Executivo - Seção I -Saúde – Gabinete do
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Kramer LI. Advancement of dermal icterus in the jaundiced newborn. AmJ Dis
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BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações


Programáticas Estratégicas. Coordenação Geral de Saúde da Criança e Aleitamento
Materno. Nota Técnica n.º 35/2018 – Anquiloglossia em recém-nascidos.

99
Diretrizes para o manejo da infecção causada pelo vírus sincicial respiratório (vsr) – sbp
2017

Manual normativo para profissionais de saúde de maternidades referência para mulheres


que não podem amamentar – Secretaria de Atenção à Saúde – Secretaria de Vigilância
em Saúde – Ministério da Saúde – Brasília – Distrito Federal – 2006.

Assistência e Controle das Doenças Diarreicas –– Coordenação de Saúde Materno


Infantil Secretaria de Assistência a Saúde Brasília 1993

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações


Programáticas Estratégicas. Coordenação Geral de Saúde da Criança e Aleitamento
Materno. Nota Técnica n.º 35/2018 – Anquiloglossia em recém-nascidos.

Pode a amamentação promover alívio da dor aguda em recém-nascidos? Adriana Moraes


Leite; Thaila Corrêa Castral; Carmen Gracinda Silvan Scochi – Revista Brasileira de
Enfermagem v. 59 n.4 Brasília jul./ago.2006

Atenção à saúde do recém-nascido: guia para os profissionais de saúde - ministério da


saúde 2ª edição atualizada Brasília – DF 2014.volume 2: intervenções comuns, icterícia
e infecções

Atenção à saúde do recém-nascido: guia para os profissionais de saúde - ministério da


saúde 2ª edição atualizada Brasília – DF 2014. Volume 3: problemas respiratórios,
cardiocirculatórios, metabólicos, neurológicos, ortopédicos e dermatológicos

Atenção à saúde do recém-nascido: guia para os profissionais de saúde - ministério da


saúde 2ª edição atualizada Brasília – DF 2014volume 4: cuidados com o recém-nascido
pré-termo

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações


Programáticas Estratégicas. Coordenação Geral de Saúde da Criança e Aleitamento
Materno. Nota Técnica n.º 35/2018 – Anquiloglossia em recém-nascidos.

Ministério da saúde secretaria de atenção à saúde departamento de ações programáticas


estratégicas coordenação geral de saúde da criança e aleitamento materno nota técnica nº
35/2018

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Ministério da Saúde - Cadernos de Atenção Básica – Saúde da Criança: Crescimento e
Desenvolvimento – Caderno 33 – Brasília – DF 2012.

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