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MARAJÓ
expedição a Ilha do Marajó
organização
ana clara marin
colaboração
luisa carrrasco
orientação
luis o. de faria e silva
148 x 210 mm
tiragem 500
mapa capa
pedro norberto
giulia ribeiro
MARAJÓ
expedição a Ilha do Marajó
ilha do marajó
belém - PA
orvalindo filhos, barco no qual viajamos pela ilha / annabel melo sr. manoel, marinheiro que nos acompanhou / alline nunes
parte de cima do barco usada para lazer / antônio pedro
desenho coletivo
AFUÁ
a nordeste do município de Chaves
38 mil habitantes
4,19 hab/km ²
google earth / 2001
podemos dizer que afuá está debruçada sobre as águas
Afuá. Afuá foi o primeiro município marajoara
que visitamos. Chegamos estáticos e ansiosos,
procurando absorver cada canto da paisagem.
Verde, amarela e vermelha, Afuá estava se
preparando para receber o grande festival
do camarão quando chegamos, colorindo
suas ruas. As construções em geral também
dispõe de muitas cores, combinando a paleta
das casas com as da floresta. A cidade de
passarelas de madeira que acorda com músicas
em seus auto-falantes nos recebeu de braços
abertos. Luisa Carrasco e Ana Clara Marin moradias / alline nunes
deque com quiosques / rita buoro pracinhas elevadas / ana clara marin
“praia de madeira” / rita buoro
“praia de madeira” / desenho coletivo
(...) Ouvimos relatos de algumas marés altas que cobrem
os caminhos e inundam as casas da vila e, o que poderia
ser visto como contratempo, começa a ser encarado
como oportunidade de explorar novos espaços públicos,
nos quais os habitantes passeiam pela vila inundada se
divertindo. A resiliência é encarada como forma de festa.
casa de concreto / ana clara marin depósito de madeiras a céu aberto / ana clara marin
serraria a beira rio / ana clara marin
Obra pública de expansão concebida pela secretaria
de infra estrutura do município de Afuá.
1,61 hab/km ²
Chaves. Em Chaves, o rio Amazonas é particularmente Em suas praias o rio deposita frequentemente troncos
intenso: na maré baixa o rio recua aproximadamente 150 de árvores arrancadas, sobretudo pela força das
metros e o município ganha uma enorme praia de lama, pororocas, fenômeno em que uma grande onda se
onde acontecem muitas das atividades sociais e culturais. forma em função de a força das águas oceânicas
circunstancialmente vencerem a força do rio-mar
Amazonas e avançarem rio acima, revolvendo as
suas margens, removendo terras, assoreando e
modificando as áreas litorâneas. Luis de Faria e Silva
maré baixa e maré cheia do mesmo dia / ana clara marin
Trapiche. A porta de entrada e saída do município
de Chaves se dá por seu trapiche que funciona não
só como uma espécie de porto para a cidade, mas
também como o único abrigo do sol presente em
sua extensa praia. Por estar localizado em uma área
central, o movimento em seu entorno é extremamente
presente, sendo tocado também pelo constante
movimento das marés que alagam completamente
a orla, inundando toda a parte de baixo do trapiche,
comumente usada pelos moradores. Ana Clara Marin
embaixo do trapiche / rita buoro trapiche como o unico lugar de abrigo na orla / rita buoro
barcos esperando a maré alta / annabel melo
desenho coletivo
praça central chaves / antônio pedro
Cidade Chaves. A falta de árvores pela cidade,
torna-a extremamente quente durante o dia. Apesar
do clima bastante quente e úmido, o número de
casas de alvenaria existentes com acabamentos
inadequados para as elevadas temperaturas continua
a crescer, revelando uma valorização destas como
símbolo de status e não por conforto térmico
ou custo de construção. Ana Clara Marin
casa exemplo das características de chaves / ana clara marin mercado / giovana tak
Muro. Os muros de contenção junto aos barrancos Como imaginar transformações que resultem em
de Chaves-Sede, esforço de conter a força das águas, belas ruínas, destino aparentemente certo do que se
construídos, sobretudo junto à área central da cidade, estabelece nas margens daquele trecho do Amazonas?
já demonstram que não terão jamais capacidade
Essa parece ser uma questão colocada pelos
de reverter o que parece ser destino traçado de
ciclos da Natureza naquela região onde é inevitável
transformação contínua das margens marajoaras. Já
imaginar que, eventualmente, em algum dia a cidade
houve quarteirões que se desmancharam ao longo
ali estabelecida terá que mudar de lugar, aceitando
do tempo - algo a que se referem alguns moradores
essa relação com águas tão monumentais, que já
antigos e que está presente na memória da cidade.
modificaram a paisagem no período de vida de
muitos dos antigos moradores. Luis de Faria e Silva
Ave Amarela sempre me chamou de “Mestre” ou Um dia me convidou para subir no andar superior da
“Vossa Excelência “, eu menino do Grupo Escolar sua oficina de serralheria, subi os poucos degraus de
Magalhães Barata (um tesouro material que deveria ser madeira e encontrei mais uma dimensão da cultura
transformado em centro cultural) ouvia atento. Falava de em Chaves, nas paredes esqueletos de animais,
Um Tesouro vivo.
Tunico
rio arapixi
vila de
arapixi
google earth / 2001
ARAPIXI
parte do município de chaves
23 mil habitantes
1,61 hab/km ²
Vila historicamente importante do município, exemplo
significativo de comunidade ribeirinha, estabelecida junto
ao rio de mesmo nome, entremeada por dois igarapés.
Arapixi. A ida a Arapixi foi cercada de anseios e
mistérios que contribuíram para a criação imaginária
da vila. A maré morta que nos recebeu em Chaves,
não nos deixou atravessar suas águas durante a noite,
nos obrigando a pegar o barco pela manhã, mais uma
vez nos deixando a mercê do grande ciclo das marés.
A viagem foi iniciada na manhã seguinte, dia no qual
permanecemos no barco esperando a maré alta do fim
da tarde para adentrar ao rio Arapixi. O meticuloso
rio que adentra a ilha do marajó nos guia até a porta
da vila, sendo ela uma praça central com uma igreja,
praça central com igreja / ana clara marin primeiro sinal do homem em meio a floresta. (...)
annabel melo
foto aérea da vila de arapixi
(...) A vila de Arapixi não abraça o rio Amazonas, trazendo
uma relação particular das construções com o igarapé
que a cerca. A demora para chegar a este local, apesar
da distância não ser longa, revela um certo grau de
isolamento em relação a baía da ilha, no qual a única
maneira de chegar é por barcos (exceto nas épocas de
maré baixa quando é possível atravessar por dentro
da ilha de carro ou moto), tornando-os o meio de
transporte mais importante da região que acaba por
ser responsável não somente no transporte de pessoas
como também no abastecimento da vila . Ana Clara Marin
barcos menores param em qualquer lugar / alline nunes atracadouro para barcos / luis de faria e silva
proximidade das construções com o rio / alline nunes
casas encontradas em arapixi / ana clara marin
marina keiko
manoela ambrosio
escolinha cedida para espaço de trabalho / domenico potenza palácio municipal de chaves / domenico potenza
mapa de chaves com divisões de trabalho / domenico potenza
Projetos. Acessos para a praia, sombras e
apoio para lazer na proximidade das águas,
além de estratégias para configurar piscinas
intermitentes foram pensados de maneira a
que possam ser remontados quando desfeitos
pelas marés e também relocados. Na área
central, arquibancadas e recepção da cidade
se reconfiguram de maneira a se tornarem
mais efetivas como quebra-marés, com
geometria apropriada e com usos combinados
de escadas e sombreadores, ainda que não
esteja descartada a ideia de que em algum dia
se tornarão ruínas (alguns trechos caídos do
muro já apresentam esse aspecto e poderiam
ser absorvidos e tratados como tal).