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Estudo de

Caso

Ergonomia

Professor Esp. Thiago Vieira Souza


Unicesumar
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estudo de
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Em um mercado cada vez mais competitivo, as empresas precisam se preocupar com a


saúde de seus trabalhadores, para que estes possam produzir tanto com eficiência quanto
com melhores condições de trabalho. Nesse contexto, vê-se a ergonomia como participan-
te deste processo, ao adequar o trabalho ao ser humano por meio de métodos, como os de
análise postural e adaptação do posto de trabalho.
Oferecendo melhores condições de trabalho, a ergonomia reduz fatores como a fadiga
e o estresse e, consequentemente, promove o aumento do bem-estar e da produtividade
dos funcionários.
Profissionais da área de enfermagem estão, diariamente, expostos às doenças osteo-
musculares, como as Lesões por Esforços Repetitivos (LER) e os Distúrbios Osteomusculares
Relacionados ao Trabalho (DORT).
Em um hospital da região sul do país, mais especificamente em Maringá, há um hos-
pital de médio porte, no qual Existem 250 leitos e oferece diversos tipos de cuidados, por
exemplo: enfermaria, centro cirúrgico, ala masculina e feminina e pediatria, UTI adulta e
Neonatal, onde são prestados serviços ao SUS, além de ser oferecido também atendimento
a convênios e particulares.
A equipe de enfermagem desta instituição é composta por 46 profissionais, que traba-
lham em esquema de plantões, sendo manhã das 7h às 13h, tarde das 13h às 19h e a noite
das 19h às 7h, a distribuição dos plantões ocorrem por meio de escala mensal, onde os tra-
balhadores realizam suas atividades em esquema de rodízio, ou seja, tanto nos plantões
diurno quanto noturno.
Foi diagnosticado pelo SESMT do hospital, um número expressivo de profissionais de en-
fermagem com absenteísmo, por DORT ou LER e, deste modo, um ergonomista foi chamado
para analisar o ambiente de trabalho, seus instrumentos e a inserção dos profissionais neste
cenário e elaborar um Programa de Ergonomia, com levantamento dos riscos ergonômicos.
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O ergonomista visitou o ambiente de trabalho, conversou com alguns profissionais de


enfermagem e diagnosticou os seguintes fatos:

1. O espaço físico de trabalho está inadequado, com má distribuição de equipamentos


e mobiliários em arranjo com o ambiente.

2. Como o prédio é antigo e a cidade de Maringá costuma ser uma cidade muito quente,
os ar-condicionados do hospital não davam vencimento com o calor, causando
desconforto térmico e maior desgaste físico nos profissionais.

3. De acordo com dados colhidos, pode-se observar que a divisão de trabalho estava
inadequada e sobrecarregando os profissionais, pelo número insuficiente destes, visto
que as atividades assistenciais de enfermagem exigem grande esforço físico. Dos
relatos dos profissionais, foi diagnosticado que os profissionais de enfermagem, por
estarem em número reduzido, estavam realizando tarefas que seriam de competência
de 2, ou, as vezes, até 3 pessoas, acarretando em extremo desgaste físico para eles,
devido ao grande número de pacientes a serem atendidos pela instituição.

4. Inexistência de pausa durante a jornada diária de trabalho dos profissionais de


enfermagem, constatando-se assim um turno de trabalho cansativo, propiciando a
ocorrência de acidentes ocupacionais.

5. Ausência de cursos de reciclagem no tocante ao uso de instrumentos, bem como


educação em saúde, como forma de estimular o autocuidado.

6. Equipamentos obsoletos e pesados.

7. Profissionais de enfermagem desenvolvendo suas atividades com posturas


inadequadas, levantando pacientes, transportando-os da cama para o banheiro, da
cadeira para a cama etc.
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Diante dos fatos, o ergonomista propôs algumas alternativas para melhorar as condições
deste ambiente de trabalho, adaptando-o às necessidades dos profissionais:

1. Impõe-se a necessidade de readequar a distribuição dos maquinários em determinados


setores do hospital, em especial no posto de enfermagem e na Sala da Preparo de
Medicamentos, pois os profissionais de enfermagem acabam dividindo esta sala com
os médicos e demais profissionais de saúde, ficando complicada a organização do
serviço. Ademais, faltam cadeiras suficientes para os profissionais sentarem, quando
da evolução de enfermagem.
Nos quartos dos pacientes, reorganizar a mobília de forma que os profissionais possam
se deslocar mais livremente, evitando, assim, o risco de tropeçarem ou caírem em fios
e cadeiras maldispostas.
No centro cirúrgico e na sala de recuperação pós anestésica seria interessante colocar
pisos antiderrapantes para evitar acidentes laborais.

2. É necessária a revisão geral dos ar-condicionados do hospital, não somente para se


atingir uma temperatura adequada para se trabalhar, mas também para se higienizar
estes ares, que quando não limpos são fontes de transmissão de bactérias e fungos.

3. Dentro do possível financeiramente, seria importante que mais funcionários de


enfermagem fossem contratados, em especial os técnicos de enfermagem, para
evitar a sobrecarga que está ocorrendo sobre os profissionais que hoje trabalham na
instituição.

4. Conforme determina a CLT, em uma jornada de 6 horas, é necessário um intervalo de


15 minutos e em uma jornada de 12 horas, pelo menos 1 hora. É importante que seja
aplicada essa regra, como forma de os profissionais descansarem e de se recomporem
para a jornada.
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5. É mister a composição de um setor de educação permanente no hospital, onde


serão diagnosticadas as necessidades dos profissionais quanto ao uso consciente e
adequado de equipamentos, formas de prevenção de acidentes ocupacionais e uso
de EPI’s.

6. Se possível, determinados equipamentos poderiam ser trocados por outros mais


modernos, com rodinhas, para facilitar o transporte de cargas e muitas vezes de
pacientes.

7. É importante avaliar a postura do profissional de Enfermagem com o intuito de orientá-


lo e corrigi-lo por meio de uma cultura prevencionista, buscando qualidade de vida e
diminuindo os possíveis agravos à saúde do trabalhador, resultante da exposição aos
riscos ocupacionais.

De posse destas informações, o Ergonomista desenvolveu um relatório, expondo as possí-


veis soluções ergonômicas e os entregou ao SESMT para futuras modificações.

Fonte: os autores.

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