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FECACUAD
PAPELEM
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WAPRESSA

QUESTÖES

MERCADO
Re08gia (20g SOCI00I5CURSIVO:
INTERAIONISMO 0
EPISTEMOLOGICAS (organizdorrs)
Coufinho
Antónin
Machado
Rachel
Annd
MariaAngde

Guvimaries
Matfos

METODOLOGICAS E
I . 1. ISBN autores.
Vários IAna O
(organlzadoras).-Campinas,
07-8922978-85-7591-071-9
Análise
Machado, Bibiografia. interacionismo DADOS
sobre
linguagem). Maria
DIREITOs© 1. do INTERNACIONAIS
de
MERCADO
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Mattos
sociodiscursivo
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catålogo.sistmático social questões
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Guimarães epistemológicas
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Söuza, LINGÜA Nascimento Linguagem : Letras,
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prevlstas Rota Guimar¯esMeirelLnguagem401,41 Machado,
E.LiVRAR*ÄLTDA;
53
les Série.
SP, NA
9610/98. da
Gomld BRASIL)
2007.-(Colção PUBLICAÇ
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* Antónia
Lei. SiMatencio
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Marla emetodológicas
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12007 FCGFCT. Libera. Nancy, C'un Comme E.: humano: EDUC. bibliograbcas
SãoReferências
Palo, géneros Comó
François realização
Rosalice. BURGER.
F..COUTNHO iaiogue(2005).Atiidede
M M. tracesJ.-P: J-P. e
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(Unisinos, (no A: Campinas, pemanecem
A(2003). um
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(2005)."Géneros GONÇALVEs, linguagèm, Ciência
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Publicação MIRANDA,F.;
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FingetROULET, discursos. eles
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quandoteoria,
2004. nas Intemacional
osSão jáhavia promovido 13
praxiológicos
entender ofereça pelo
sobreo
integrantes
Leopoldo, ThPLAGrupo
Aquele A
cda interaçioismosociocisçursivo
aflor subsiios Este DA 0opítulo 7
tigo, a INTERACIONISMO
realizaçåo
práticas linguagern (ntercarnbio pela
ALTER/ISD CIDADANIA
ado, artigo
evento "Linguagem
cdo FRS, do
entretanto,Grupo 8gosto inicial ideário PUC-SP. n¥o
pretendecoatribuir
para
foi soiais
do humanae só E
A
ALTER/ISD.
fonaliente,de do a (CNPq), (Espincsa)
acreitava FORMAÇAO
aberto l4* Ode SOCIODISCURSIVO,
2005, e iscussåo SD
objetivo.
Pesqusas

lnPLA,na nteração", à
tiscusso
com havia evento luz à na a
desse vida partir Ao DE
a quando do do parao m CRENCAS
começado dos atigo emde ([SD)qUe contrário
suas
(Factuliade
conferåncia
PUC-SP, proamovido do quatro.problema
sobre qual estudiosos Lingiitica aua doutrinas A
apromdamanto INSERCAO
daraalização
partioiparam e
constituição, vàm de VALORES E
de o A fazer
algum tisaussáo dos muitos de
desdobramento
do 22 pela SOCGAL,
que Apicada), endo como Letras
Prof. a desdobramentos ma DO
24 UNISINOS, do ae deseavolvidos
tempo 1969) outros
(Russel Rosalvo
Pinto AGIR
Jean-Paul de ativamente Congressodesse
retlexão enm dos aS A
propóem praticava. da CONSTRUCÃO
INDVIDUAL
abril 2003, fiósotos, UFMG)
antes, evento estudos
tama que
de da em no
a
opitulo 7:
OINTERACIONISMO SOC0ODISCURSIVO, A0NSERÇÃO S0CIAL, ACONSTRUCÃ0
DA CIDADANIAEA FORMAÇÃO DE CRENÇAS EVALORES DO AGIR INDVIDUAL i

Rosalvo Pinto
(Faculdade de Letras da UFMMG)
(Espinosâ) Ao contráiio e muitos outros filósofös,
nâo só acreditava em _uäs doutrinás; cotDo as praticava.
(Russel 1969)

Este artigo pretend contribuir parao aprofurndamento dos estudos


sobre ointeraçiönisinösociodisçutsivo(SD)quevêm sendo desenvolvidos
'oonstituição,em 2003, no
pelo Grupo ALTER/ISD(CNPg); a partir de sua
evento
13 InPLA (Intercânbio de Pesquisas em Lingüisticà Aplicáada);
promovido pelaPäC-SP. 0 objetivo.dÕ aitigo é fazer ma reflexão que
a discussão do problema dosdesdobramentos
subsídios pará.
.

ofereça propõema
praiológicos do ideáiodó IS^Dna vida dos estudiosos ques½desse tema
disqussão
entenderá linguagem humanaà luz desse quadroiA
jáhayia afioradd,inicíaleforinaliente, quando darealização do Congresso
UNISINOS, am
Internacional "Linguagem e Interaçáo" promovido pela ativamYnte
Leopoldo, RS, agostode 2005, eventodoqual partioiparam
São
.os integrantes do Gupó ALTER/ISD.: sobre o desdobramento dà
Arigor, entretanto, à diacusså¡
söcláls"iá havia comegado algum tempo antes,
teoria,has praticas, na PUC-SP, de 22 a 24 de abril de
quandó da realização do 14 InPLA,
a conferência do Prot. Jeân-Paul
2004. Aquele evento fol aberta com
liberdadestextuaisrinserção da i.
social
Bronckart, intitüladä: "Restrições e
parte de sua expösiçáo, o autor tratou-
primeira
è cidádahia": Na
articulação entre coerções ourestriçõs textuais, de.
problemåticä da articuláção,
criatividade e liberdade textual, de outro. Essá
um lado, e
insoreve nüima perspectiva maior,a' das relações entre
segundo ele, se ciatividade Individial. Nebsa pergpeotiva, o'
deteminismo. sociale. de,liigüagem ässuimem úm
conslderou que as atividados
conferençista desenvolvimnto dos processOs de insercão
papel fundameintàl no
cidadänia.
social ede construção da indispensáyel lembráraqui os
Paraos objetivos deste artigo, é
pincipios básicos do,quadrß teórico gthetodblógicoo 1SD, táis
cinco na supracitáda coDferência.. O
oomo colocados pelo Prof. Brohckart das ciência[ huma
sume a idéiade que o objeto dè estudo d
prmeirQ assume
sociais compreènde' todas as ações que.dizem Yëspeito às condi
nas e desenvolvimentoe.fiñcionamento.das.coDdutas humanas, Por
ções de positivistassde racionarmnto
esse principio, opondo-se:aòs ideais imésno tenpo0
ád
dessas ciências, osinteracioni_tä, assume isr etc.,0
sociólogö; opsicólogo,clingüista, 0antYopólogo, o.educádor,
fomäs dé ídealismoe dè subjetivisio:
segundo, opondo-sea todas as dèsenvölvimento das condutas eda
que predominaram nosestudos do o est°do dß desenvol:
inguagem humanas, estábeléce domo bäse pará e £consti
vimento e füncionarmento dessas condutas açaracterização
os
tuição sócio-histórica das mesmas.0u'seja, assume-se que_
pré-construídos humanosstâo na base de todo processo de
d desenvol*;
vimento, sÝbre a qual novos conhecimentossão constrüídos e Yeelabo
desevolvimento
rados: Um terceiro se baseia nà idéia de gue todo
agu humanó, enão-em elucubräções produzi:
hiumanose efetiva no "agir"
das por uma,atividáde meranente cerëbral, estritas a um'espíito ou
auma alma. Além disso, esse air inplica uniposicionariento de otdem
epistemológica 'e'polítia,: aou seja,os conhiecimentos cintificos do:
FhumanQ devem serConstruídös'diretanente enmtrabalhos de."interven:
çáo" social e por issomesmo, deven ser direionadas, para uma
evolúção positivatanto dos.gr1pós sociais, çanto de.cada um de seus
membios.Con base no quarto prinípio, assumé-se queo desenvolvi
mento humano se reáliza através de duas vertentes comple'entares e
indissociáveis: a-dó processo de socializaçãg. el,a do processa de
formaçáó jindividual, Porúltimo, como qumto princhpio, postula-se ue
em todo procegso de desenvolvimento hum¡no alinguagem desempe
nha úm papel decisiyo, fundamental jnsubAtikuyal. Porém, não uma
linguagem entendida como sistema, estrutura ou cócigo, mas como
uma "atividade",emi suá perspegtiva social'ediscursiva) Em síntese,
esses princípios funidamentam clarámente a çonexão 'entxe oISD e-08

Aoimquag Usn gu clodigo, mas 112

Co
construção da cidadania e deformação
de
processos deinserção social, existenciaisindividuäis.
do quadro d¹orenças e valores na
conferênciá-síntese de encer
Faraco,
O Prof: Carlos Alberto
UNISINOs; acima referido, percebeu perspi-,
ramentö do congressoda dbjetodsta reflexão, nosdebates
cazmente a emergência do temä,,
fidedignidade, tr-nscrevo,suas
nele realizados. Por um¡ questag de a-interação'o desafío de
palavras:",. põe-se para nós que estudamos
fomulações teóricas em ação
de como.desdobrar, nossas
como fazer, gesto messiânico, qualquer
tnionatas concreta, seim que jssoDsignifiqçe
posturä cientificista, qualquer atituáe
qualquer
normativa unilatetal", E conti-:
debatesacòntécidos::
nua, agora referindo-s'aös
palavra interven
Eessa dimensãopraxiólógica freqüéntou-por meio daincomodar, alguns..
ção.algurinas däs nossä_ conferências, chegando: a
debatedorès. Talve| apalayra seja infeliz no nosso contexto por trazer
cientifiçi_ta, um ceito toni
um certo peso autoritário,> unm certg viés
Congrès.
Gmessiânio. Parece, porém, pelo que dissemose ouvimos nestepossaim ter
so, qu, almejamos'comö iînteráionistas; quenossas analises
Cconseqúiências práticas na vid£ das pégsoas: Desse modo, a questão
saber como fazer coño criticar situações que se revelan.intolcráveis:
como°mudá-las; !omoiconstruir'?alterhativas; como desenvolyet açõs
que sejam fundamentalmente ética_, istö é, sensfveis alteridad. Ou;
para fazer úm jogo"com às' pålavras: como iiter-vir, aem inter-ferir?.
Pensö.que ho futùro inèdiato, nós interacionistas não poeiemös esca
'par dessa giave uestão..Faraco 200s, p. 11, grifós meus):
Mais adiante;o Prof: Faraco se refere exlicitamente ainterven
cão do Piof Luiz Antômo Matcuschi, io papel'de debatédor na confe
rência ë abertirä doevento feitapelÏ Pro.Bronckart: Eretomo suas
palavras.
alvez estejä nesté eixg de acoplathiento-de: linguagem .axiologia a
possibilidade d» réapreciar, teondifuali|ar eredimensionar nas nossas
teorizáções os témas de tèoria social, como por exemplo, a'guestão do
?jdéológicoe do poder,çonforme Marcuschi cobrava enË sça întervenção.
i, cómo debatedor de Bronckait (idein, p: 12)

Retotmo, entäo;o fio argumentativo do Prof. Faraco; tecendo


outrás considerações sobre o terma,ujos contomos teóricos básicos já
iforam <aramente por ele delineados.:
,

13
Devo preliminarmente esölareoer que essas idéjas. ja pässaram
ia róndar minha' cabeça. apàrtir. da primeira leittira de Bronckart
1997/1999,texto que. foi parä'mim (e tem sido parå muitós, hoje, no
Brasil), a porta de acesso ao mundß das idéias do autor e do próprio
ISD. Aqiela leitura já havia detërriinado, de imediatQ, urna rmudanga
de rumos nas minhäs concepçöes de linguagerm, língua, textos e dis
cuisos, Vou mais além, meu projeto pssoal de ser hurnano, þassados
tantos anos de taritas quègtões etatas inqüietações dé iatureza:
ontológica, existencial'e epistenolQgiça, corieçava tambén'aset rea
valiado, nò confronto com oideáriodo IsD.Assustou-ine peroeber
pe que
um mundo de pré-constrütdos, çe haia determitiado.0sIumos de
séculos de desenvolvimento dah£mada civilização ocidntál, de re
pente poderiäm btar rsitidö ë poderiam ser,sbgtituídos, com mais
coerência, poroutros,que foramn dscartados pelä intervençáo deforças
e de interesses dos poderes historicaménte dominantes, sobretudo os
de nature~a e de estrutura religiosa'e econötnica. Vale:lembrar que os
pressupostos de doxa)(melhordizendo,da pretensa"ortodoxa"..) em hon
seu longo petcurso epistemológico, fofait os que fidamentarám a
constrüço do, homern individuaista, gananciosö,Capitalista e, mais
!

modernamente, libaral, consumistá'e globalizado. Como prova dessa


afirmação, basta coiret ösölhos pela jaleria dos prQceres edos pensa
mentos fundadores do ISD, para inuito facilmentëse.conferir que nela iwd
estão entronizados todos. aqueles. que pensaram um nodelo de ser.
hümano e de sociedade sem diferentes, Diants dessas jdéias;que me
pateciam evidentes,; comecej á ensarçe um güadro teóricolépiste.
mólógicó de tal magnitude e amplitude não.poderia ser. apenas "um
guadro teöicofepi_temológiço" Ele teria que resultar nunsalto para
à"práis" não apáriai para as aplicações didático pedagögicas nos

ambiéntes 'de sduaçao:e:de formaço, m¡s para a própia vida das


pessoas quë oradptam:
Sabemos que á linha dö pensamento vygotskBano aponta para
uma perspéctiya delinguagem ligädao voltàda paràode_ehvolvimen
:

to do serhumano, de seu pensanento tonsciente ede sua consciência.


0 deserivolvímento dä consciência 'envolve a intèraço com s valores
mobilizados por uma'sociedad: nÍssacònsciênciä'emergeè se desen
Comiti
yolve na medida enm.que interagimos ooin (e absorvemos) os valores
ue deverãodeterninar nossa vida e nössos comportamÇnitos nas
sociedades nas quais yivemós.Valendo-e aqui da bioa interpretaçåo
de Mauricio Érnica (2006), Vygotsky considera que ö pensamento.
verbal odorre, naunião dos procesaOS afotivos e intelectuais. Assim, a
apreensão e a èlabotação do peiisamento intélecthal atinente às idbias
do ISD nåo aontecen isoladameite, Bem levar em conta os iipulsos,
as tendèncias, os desejos, a[ imptbssöes ë as imagens idiossincráticas,
dapercepçãÝ do mundo que nos ródeia. Aocontrário, Vygotsky afirma
que um pensamento desprovido da coloração emocional soria inítil e
que toda ideia Contm. de forma reelaborada a relação afetiva qiue os
homens tÃm com arealidade que ela representa, Logo, donçlui Érhica,
o pensamento verbal se fonma associando-se as relações lógico predí.
cativas com as imagens intuitivo-afetivas. c.y
Na-linha de pensamento do márxismo diáletioo hístQrico, rein
terpretado por HeniLefebvre (e aqul' tambóm ecorTO ao texto de
Émica, quando cita alements derythmanalyse,; 1992), encontro tambérm
. bom apoio para defender essá imbricação. do agir .hiumano :coDcreto
cormprometido com o agir de seu pensamento consciente. Esse áutor
tem uma interpretação do agir humano organizado em terrmos do que
ele chaina de ritmos, Seundo ele, não;existem coisas",
"g elementos
estáticose imutaveis no mundo. Âãque me parege;tetománão Espi
nosa, eje pen_a que oque existe é matéria em constante
. , "- .:: perpétuo.
movimento, resultadô de umà' fonte e energia nüm tennpo-e-nun
espaço: Nurna d£da Tealidade social coëxistem pYossos de diferen
tes épocas 'em tensão,:que. tränscorem em itmös diferentes. Essa Esarche
situaçãode poBinitmia se caracteriza por uma heterogeneidädede'
itmos se processos, Iumestädo, deapaBente ou relativaeurritmiä, nas
que, na verdade,são estados plends dedesencöntiös ètensões, criando:
uma situação de disritmia. Lsso seexpressä ago Resrvamosos avanços
doéconômico sobre os6çial; nainsuficienciaa 6onsciêncjaemrslação
ao real; no contraate ehtráaineceasidades deexpressão.e. de desen
volvimento hurmano, de un lado, e aapropriaão dos meiós necessáriosouuca
.

åsua realização, de öutro, nôs desencontros entreo.desenvòlvimento


da capacidade de agir e pensar das pessoás ea oriaçõas de condições
nas quais elas podem se teali|ar; no_ conflitos entre aatividade para
si como; fim em si mésma e a atividade para a outrö eto. Nassas oC # s
condições, á possibilidade de ctiação, nas formações sqciais,de uma
relátiva eurritmia me parece depender do equilíibBio 'entre o agir e o
'pensar as pessoas e seuair voltado, parä o. outro.o socjal.
Nos vános textos: de Bronckart, posteriore_)a sua obra de
1997/1999, 6rcoenite a apresenitäção das tarelas que cabem ao I$D
como quadroteórigo,Valho-nd aqui de um dos inmais recentes, ode stha
coniterênciá de abertura do IEncontro Inteinacional do Interaciónisnio
Sociodiscufsivo, evento qúe noyamente reuniu, de 5a 9 de junho dà
2006 na PUC SP, sob sua coordenaçÃoteórica, estudiosos poscpuisa
dores do gnpo AlTER/SD, do Brasil e do exterior, orrn'o objetivo
exch1sivo dè disctit as qyiestöes épistemológicas'e metordolbgicas do
quedro do ISD (vet Bronckart 2006, texto xerografado).
A grande tarefa do ISD pode ser delíneada pÍr dois ángulos: a)
propor uma teori do estatuto, tos modos de, estruturaçáð e das
condições de funcionaimento da linguagern e b) a tealizaçáó datarefa
anterior, resultando na definição da linguagefn corrio centro do enfocque
do ISD, implica entend-la como se constituindo nd instrumento funda
mental da gnoseologia e da praxiolögiá,espëcifi£mente hunanás. A
gnoseologia di| respeito à capacidade då espécis hurFana dà apreen
der aspectos do universo doqual ela provém e dé èlaborar conhecimen
tOE e Os organizar em mundos reprsentados; a praxiologia diz respeito
àmaneira pela qual os membros da espécie "se situarn nesses mes
mos mundos e neles organizam sobretudo as formas dinâmicas de seus tSD
comportamentos. ou de suas próprias'agões., Logo, oISD pretendeA
demonstrar o papelcentral da linguagem Ho conjunto dos aspectos do
desenvolvimento humano, e,conseqüentemente, "seu papel,nas orien
tações explicitamentedadas.a esse desenvolvimento através das me
diações educatives e/ou formativas.,
Ora,.teria'algum sentido pensar
nessas mediações sob um enfoqué meramente. teórico? Qual seria a
utilidade dessè enfoque? Tais mediações implicam atividades práticas
e essas pressupen, obviarmente, transmissão de crenças e valores:
Com outas palevras, conó pensar hessas ativitadYs de mediações
educativas/foruatiya_ sem uma corlata' adesãð aos pressupostos
tebricos, cOmportament¡is e éticos das mesmäs? Em síntese:OS pres
supostos Leóricos dÍISD ^e fundamentam em doís eixos básicos: o da
questáo do desenvolvinento hunano e o da questâo social das ativi
dadeg formativa, Gssas últiunas inplicando heca_sariamente ativicda
des de LIánsiuissáo de. conhecimentos; e de valores éticas .e
GOuportaimontaia. E qual seria o estatuto ético desses Valores? Seriam,
uatuual1eite,oE valores decorrentes da nundividência do prÏprio ISD.
LBso, pgr 6ua va, plica que cs ayentes desse processo de
são devem, eles In6smOs, estar nbukdos desses
trausmis
Valoies, consubstan
ciadus en suas praicas de vida. E, pawa CoLIQbotar, volto
ada wna
vez ao Lexto de Faaco, jácitada acuna. Ao tuatar da
unteração, ele fas
na suLebe (Pp. 9-11), das cantutaições mais Lelevantes ng
Ieflexão flgsáfica a pari do século XVII, para claiicaçâo âunbito da
de seu
estatuto, passando par Jaoabi, Hogel, Peug1a, Bube e Bakhtin Dessa
síntse surge, segundo ele, a questáo crucial: "cabe- hos apelas
descrever

16
eexplicat os fenômenos ou, ao identificar o papel núclear) estruturante
da cialética do reconliècimento, cabe-nos. t¡rnbérn ouidar da gránd.
dimensão ética que perpaasa a inteiaçâo?" (p. 11 grifos neus).
O lastro qùe garante oetuilíbriodo arcabouço épisténólógico
do ISD não pemite isolá-lo e conoebê-lo como isento dás atividádéa
que objetivam e contribuem pata promover a inserção social, a cong
trução da cidadaniåe o desenvolviménto de crenças valores rio ser
humano. Esse lastroé constituído pelo conjuntodas contribuições para
ogrande projetode construçäo do de_envolvimeDto humanó. Atraje
tóriadesse desenvolvimento ceitamente começa pela polis,passa peló
citoyen da Revolução Francesa (nos seus pressupostos de librdade,
igualdade è fraternidade)'e desemboca boje nosmáltiplos movimentos
de resgate e de valorização do humanisimo e entre eles, penso.eu,
alinha-se o próprió ISD.
Recorroaos Parâmetros Curiculares Nacionais-(PCN),do Minis
téno da Bdkcaço dò governo brasileiro,emrelação LËngüa Portugue
sa, pata mostrar cormo as.conigepções teóricas delinguagem ingua, )i))
textos egêneYo[;textuais'assumidas em seu documento básico esto
indissocieyelmentelgadas às que_tões de valors áticose à preocu
pação com,á jnsergão social, é om afömação da cidadaniäÕ estu
dante. Paro trabalho com esses yalores; alinguagmé tomadaoomo: )))
atividadediscursivaeotaxto, como unidade basicade ensfno Para
i implementação desses parâmetros ciririculates;o
.-.
Mnisteho da Ed
cação e do Desporto eriou (o Programa Nacional do Liro Didatico
(PNLD); através do qual.as coleçoes de livrösdidáticos oferecidas no )
nercado são periodicaimentè sübetidas äumangorosa £nálise de süa
forma e de seus onteidos.e clás_ificädäs segundo critérios. de quali )
dade desses quesitos A uestão dos gênerostextuais gaupa muga )
de relevância nesse piocesso de análise, tanto daslatividades deleitua
e comprensão,cono dás de produção de textos} orajseiesçritoS; )
Recorienda-se, na exploraçáo de aspecto_ disqurSIyOs do tèxtos, além. )
das apreciações.estéticas. e/ou afetiyAs,, auelag relativ¡s a valores
éticos e/ou políticos eà discu_gãocríticá de posigões preconceituosas, ).
àrepresentäção da diyersidade 6tnica, regional, lingüística, cültural e ))
dé gênero (ern textos,e imagens). Observa-se, ainda, se nos textos
esçolhidos pelas colegões verificam-se a ausência, de proselitismos,
político'oç religioso,o respeito ao Estatuto da Criança e doAdolescen
te, a presença de estímulo
à.canstrug¯o.de.uma.identidade positivà de
criänças que vivenoiam contéxtog familiaree.s9ciais estigmatizados,
em síntése, a presença de temas çapazes de
ampliar e formar.o hori;
ratcas

zonte de valores do aluno, com vistas a gua forrnação, iorno cidadão


consciente e participativò. Para o tiabalho com esses aspectos ou
objetivoskatribui-ae im valor felevAnte à diversjdale de ganeros e de
seus suportes, nosquàis se evidenciaiti os ternas relativos à ecologia;
probleimas sociais e convivência návida urbana, cÖnvÍvernoia inter-pes
Soal e amizade, conscièntização política, saude públicá, 6tita cómpor
tamèntal, vìolência urbäna; respeitòàs diferönças oulturals, diferenças
thicas e raciàis, entre ottros.
Quem pretende aderir aos pressupostos do lSD, deveria analisár
cuidadosamente, algunis de seus fundamentos. båsicós. ntre esses
fundamentos poderiam figurar, pof eaeiplo: "umå recå[á do dualisiio,
como mbdelo:de concepção ontológica,da totalidade dóser humáno,
tal.cono proposto pelaa corentes filosófito-religiosas do pássado eaté
hoje aindadominantes: partindo-sé do montsmoßrmaterialista
rnaterialist e globa
lizante d» Espinosa, uma' aceitação. d¡s.teses evoluçioniatas, gue.ge
opuseram a um cnacíonismo radical,, de poucopoder explicativo em
relaçaoas pröblemas dagênege.e do dësenvolvinento da.linguagem,
..

pensamento edáconatiêniia hùmana; nábreierÃnci£pelas teses


do materialisrio dialético e histórico, pelo seu poder de explicação da
COnstituição, das relaçóes, hurnanas e sociais, sobrëtüdo as. re<ações
referentes ao capita e ao.trabalho etc. Essas últimas teses, penso,.
evem ser assumidas óom as restriçQês critiß que forarä e t¿m sido
feitas a ma letturadogmáticae redüoiönistadas mesmas Emeparece
obrio que a ädeitäcábidessas teses, pelaprópria natureza ontológia
das mesmas, nãó pode se Çsgotar numa pérspectivà meramente teóri
ca pois elas envo as atitudes, os cormportarnëntós éticos e a
própria.vida dos.seres humänos'ë'e de
d suas tormações sociais.
Entendo ue conhecer oideário. do ISD implica um esforgopara
ler-cuidádósamente séus téxtos fundádores. Esse esforço propiciatia
uma opoftunidadé ímpat para beber diretanente,na fonte dos textos
de Espinosa, Hegel, Darwin, Marx eEhgéls, Dutkheinm, Mead, Haber
nas, Ricour Vygotsky, Bakhtin, Volochivov, entre outros e, mais
recenténente, os müitos téxtos do Prof, Bronckärt e de seùs pesquisa-.
dÍres assoçiados. "
,Concluindo, oISD, além de ser urti cjuadro teójcg 9epistemológico:
de estudo6, pesquisas, análisese práticas, ou melhor, pelo fato de ser isso
tudo, deveria inevitavelmente se tomär um progr¡ma ou um projeto de
vidá para os que, aderem aos-seus pressupostas às suas, teses. Nas
referências bibliográficas deste, artigo, 6 sintómátícover e, comparar o_
titulos das duas öbras do Prof. Bronckart: aprimäira, dtada de 1999(1997,
tatca
:
s
Jixtiaib
zonte de valores do aluno, com vistas a sua fornação. domo oidadáo na.ediçáo
consciente e participativò: Para o trabalhó com sses aspectos ou dernidade
objetivos; atribui-se um valor relevante à diversidade de gêneroOs e de rnesma lir
seus suportes, nos quais se evideniciaiti os temas relativos à ecologiay nos. Assi
probleinas sociaise convivÁncia na vida urbana, cônvívênoia inter-pes postos et
Soal e amizade, conscientização política, saúdo públioa, ética conpor "oonenite
tamèntal, vìolÅncia urbäha; respeito às diferonças dulturais, diferenças teses, sej=
éthicas e raciais, entre otatros,': seres hu
Quem'n
pretende aderir aos pressupostos do ISD,deveria analisár seus ség
cuidadosamenteålguns de seus' fundamentos basicós. Entre esses mos dane
fndamentos poderiamn igurar, pot exemplo: uma recysá do ualisno, 'reflexõés
como modelo de cöncepçåo ontológica,da totalidade do sèr humáng, : depóis d
tal.comopropösto pelas corentes filosófio-religiosas do passado'e até osproble
hoje ainda dominantes; pártindo-se. do monisIno materialista e globa
lizante d» Espinoaa, uma aceitação. d¡s.tese_ evolucionistas, que se
opuseram, a. un-criacíonismo radical, de poüco. poder explicativo em
reläçaoãos pröblemas dagènëse.e do d¿senvolvirnento dälinguagerm,
o pensamento eda cönsiência humana:ümä i preferentiapelas teses.
do toaterialisrno dialétioe histofico, peloseu Qer de explicação da
BRONCE
Constituição. das-Telações: hurmanas e: söciais, sobrétüdo as. rë<ações:
referentes ao capital e ao trabalaoetc. Es$as últimas. teses, penso,:
evem ser assurhidas om äs tëstiçös crítiçasgüe forariñe t¿m ido
feitas amía lettura dogmáticá ereducionistadas mésnáEneparece
óbvio que a äceitaçáo dessasteses, pela própria natureza ontológia
das mesmas, não podesé esgotar nuinä perspectiva meramente.teóri
ca pois ela_ envôlvem, as .atitudes, os:comportaméntos éticos ëa
própria, vida dos.seres himänos'e dë _uäs formäções söciais.
i Eitendo que conheceroideário doISD ímplica um esforçopara
ler-cuídádösamente seus téxtos fundädores. Es_e eafotço propiciatia
uma oportunidade impat påra bebër
diretamnente, na fonte.dos textas
de Espinosa, Hegel,Darwin, Marx eEngels, Durikheim, Mead; N Haber
mas, Ricoeur; Vygotsky Bakhtín, Volochivov, entreoutros e, mais ÉRNIC
recentéHente,
dores aG
os müitós téxtösdo Piof. Bronckärt e de'seus pesqui_a
assoçiados.
FARA
tCöncluindo, oISD,alémidë set utfi cjuadroteoico eepistemológioo
-de estudos, pesquisas, anállsese práticas, os îmelhor,pelo fato de ser isso
tudo, deveria ínevitavelmente se törnaï um programa oå um projeto d
".. .
vidá para o que aderem aos- seus pressupostas è às suab' teses, Nas RU`SE
referências biblográficas deste artigo, 6sintomátíco ver e, comparar o_
títulos dasduas öbras doProf. Bronckart:a primeira, datada de 1999 (1997,

I18
na edição original em francôs),
demidade, dos estudos do ÎSD,econsiderada o texto fundador, na mo
a sen1nda, uà iltima
mesma linha, de 2006. EsSA simples procdução nessa
nos, Assim, a CoTente do ISD, qie á comparação dispensa comentá
pOstos e teses de forte poder montante se alimentA de press
epistemolbgio, não þorleria, por ser uma
"oomente", deixar de se alimentai, a jüsamte, das
teses, seja nas atividades ielativas Ao processo aplicações desgas
de fotrmação dos novos
seres humanos, seja nas alividades
seus ségjuidores. Se assim nãoo existenciais é 90cioppolíticag de
mos dando tazão a Ludwig
entedernos e não ó fi2erios, estare:
Wittgenstein, (quando hos diz,
reflexöès, sobre a linguagem e seus limites: " Sentimos que,efn suas
depois desetem respondidas todas as (questões mesmo
OS problemas da vidapemanecem
ientíficas possíveis,
comnpletamente intactos".

Referências bibliogtáficas

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PUC-SP, (exto xerógiafado).
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