Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Sempre que mais um neto era batizado Quando o sol nas montanhas se escondeu
A nossa velhinha cozinhava durante um mês Uma redonda cabaça o velho foi buscar
Metia tudo no cesto e no dia aprazado Era tão grande que a velha lá dentro se meteu
Lá ia, de cajado na mão, mais uma vez. E, rolando, para casa lá foi ela sem parar.
Mas um dia recebeu um pedido que a afligiria Quando, no caminho, o lobo lhe apareceu
O seu filho pediu-lhe também um padrinho Por uma velha mirradinha a procurar
“Um padrinho a preceito”, onde o arranjaria? A velha, lá dentro e a tremer, lhe respondeu:
Com a cesta cheia, mas aflita, pôs-se a caminho. “Não vi velha nem velhinha” e continua a rolar.
A pensar no seu problema, passa numa clareira Na segunda clareira o lobo volta a insistir
Quando um lobo lhe salta mesmo à frente Por uma velha gordinha volta a perguntar
E lhe grita que a vai comer toda inteira A mesma resposta a velha acaba por lhe dar
Mesmo com cesta e bordão, assim de repente. E a rolar, a rolar, pelo caminho continua a seguir.
Cheia de medo e sempre, sempre a tremer Já na última clareira o lobo aparece a gritar
A nossa avozinha o lobo tenta enganar. Se a velha não tem, a cabaça irá comer
Diz-lhe que na festa muito irá comer Mas, por uma ladeira, a cabaça vai a rolar
De barriga cheia, mais gordinha, irá voltar. E o pobre lobo nunca mais a conseguiu ver.