Você está na página 1de 1

Histórias Tradicionais Portuguesas

Corre, Corre Cabacinha


Atividade :

Após teres lido o conto, completa as quadras:


Era uma vez uma velha que era mãe e avó
Sabia fazer doces como ninguém:
Arroz-doce, coscorões… e até pão-de-ló,
Papas de farinha com mel, como sabiam bem!

Sempre que mais um neto era batizado Quando o sol nas montanhas se escondeu
A nossa velhinha cozinhava durante um mês Uma redonda cabaça o velho foi buscar
Metia tudo no cesto e no dia aprazado Era tão grande que a velha lá dentro se meteu
Lá ia, de cajado na mão, mais uma vez. E, rolando, para casa lá foi ela sem parar.

Mas um dia recebeu um pedido que a afligiria Quando, no caminho, o lobo lhe apareceu
O seu filho pediu-lhe também um padrinho Por uma velha mirradinha a procurar
“Um padrinho a preceito”, onde o arranjaria? A velha, lá dentro e a tremer, lhe respondeu:
Com a cesta cheia, mas aflita, pôs-se a caminho. “Não vi velha nem velhinha” e continua a rolar.

A pensar no seu problema, passa numa clareira Na segunda clareira o lobo volta a insistir
Quando um lobo lhe salta mesmo à frente Por uma velha gordinha volta a perguntar
E lhe grita que a vai comer toda inteira A mesma resposta a velha acaba por lhe dar
Mesmo com cesta e bordão, assim de repente. E a rolar, a rolar, pelo caminho continua a seguir.

Cheia de medo e sempre, sempre a tremer Já na última clareira o lobo aparece a gritar
A nossa avozinha o lobo tenta enganar. Se a velha não tem, a cabaça irá comer
Diz-lhe que na festa muito irá comer Mas, por uma ladeira, a cabaça vai a rolar
De barriga cheia, mais gordinha, irá voltar. E o pobre lobo nunca mais a conseguiu ver.

E ao pensar em tão saboroso manjar


O lobo deixa a velha seguir A cabaça só dentro da casa da velha parou
Para mais a sua fome poder matar Ela, lá de dentro, saltou e a porta trancou
Nem pensa que a velha lhe poderá fugir. Sã e salva, cheia de alegria se pôs a bailar
E meses mais tarde ainda se ouvia cantar:

Continua o seu caminho, assustada e a tremer


“Não vi velha nem velhinha
Um vendedor de cabaças acaba por encontrar
Não vi velha nem velhão
E ao ouvir o que a velha tem para lhe contar
Corre, corre cabacinha
Ele propõe deixá-lo o seu problema resolver.
Corre, corre cabação.”

Você também pode gostar