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O M E N I N O , A T O U P E I R A , A R A P O S A E O C AVA L O
charlie mackesy criou.
– elizabeth gilbert
ISBN 978-85-431-0993-0
9 788543 109930
www.sextante.com.br
– Am ar – re spondeu
a toupeira.
– U aa au
– Vo cê tem um ditadofavori to? –
per gu ntou o meni no.
– Tenho, sim – respondeu a toupeira .
– Q ual é?
– Se não c onsegu ir de primeira,
coma um pedaço de bolo.
– Entendi. E funciona?
– S em pre .
– Só um
pedacinho
– Arranjei um bolo delicioso
para você – contou a toupeira .
– V erdade?
– É.
– Cadê?
– Eu comi – disse ela.
– Ah.
– Masarranjei ou tro .
– É? E onde está?
– Parece ter acontecidoa
mesma coisa.
– Para você, qual é a maior
perda de tempo?
– Ficar se comparandocom
os outros – falou a toupeira.
– Será que existe uma escola
para a gente desaprender?
– A maioria das toupeiras
v elh asq ue conheçoqueria ter
o u v idomais seussonhos do
que seusme do s.
– O que tem lá l onge?
– O desconhecido – revelou a
toupeira. – Não tenha medo.
– Imagine como seríamos se
tivéssemosmenosmedo.
– N ãoestou com medo–
disse a toupeira.
– Legal. E depois?
– Depois eu me concentro .
– Você se concentra em quê?
– Em bolo– disse a toupeira .
– Nãoé esquisi to?
Sópodemos nosver por fora,
mas quase tudoacontece do
ladode dentro.
– Cuidado
para nãoca. . .
. . . ir.
– Há tanta beleza de que
precisamos cuidar.
– Ser gentil com você mesmo é
uma dasmaioresgentilezas–
ponderou a toupeira.
– A gente costuma esperar pela
gentileza. . . masser gentil com
v ocê mesmopode começar agora
– comple tou ela .
– O maisdif ícil de
tudoé perdoar a
si mesmo .
– Àsvezes me sintoperdido –
comentou o menino.
– Eu também – disse a
toupeira –, mas amamos
você e esse amor otraz de
volta para casa.
– Achoque todo mundoestá
apen as tentando vol tar para
casa – r efletiu a toupeira.
– Ol á
– Olá
– Fazer nada com os amigosnunca
é fazer nada, nãoé? –
perguntou omenino.
– Masjuntossomoscorajos os .
– Aslágrimas
caem por um
motivoe
sãosin al
de força,
nãode
fraqueza.
– Q ual é a coisa mais corajosa
que você já disse? – perguntou
o menino .
– É se recusar a de sistir.
– Às vezes ficocom medo
de vocês descobr irem que
eu sou sem graça – disse
o menino.
– O amor n ão exige
que você seja ex traordinário –
tranquilizou-oa toupeira .
– Todo mundo precisa de uma razão
para seguir em frente – falou ocavalo.
– Qual é a sua?
– Estão r emando
loucamente s ob a super fície
– explicou o cavalo.
– A maior ilusão –
comentou a toupeira
– é que a vid a
deveria ser perfeita .
– É a mancha de
uma xícara de chá –
respondeu a toupeira .
– E onde tem chá tem bolo.
Seja curioso.
– A vida é difícil,
masv ocê é amado.
– Vocês sabem tudo sobre mim? –
perguntou o menino .
– Sabem os – re spondeu o cavalo .
– E me amam mesmoassi m?
– N ós o amamos mais ainda.
– Às vezes acho que vocês
acr editam em mim mais do
que eu mesmo –
disse o menino .
– Você chega lá –
af irmou o cav alo.
– A raposa nunca fala nada –
sussurrou o menino .
– Ver da
de. Mesmo assim é ótimo
que ela esteja conosco –
disse ocavalo.
– Para ser sincera , àsvezesacho
que nãotenhonada de interessa nte
para dizer – confessou a raposa .
publicado originalmente como the boy, the mole, the fox and
the horse pela ebury press, selo da ebury publishing. a ebury
publishing é parte do grupo penguin random house.