Você está na página 1de 52

Análise da Gazeta de Sergipe em 1968

1. Relação entre História e Imprensa


A prensa de Johann Gutenberg foi criada em meados de 1449 e foi um grande marco
para os impressos, pois se tratava de uma máquina que conseguia mecanizar o processo da
impressão, tanto de palavras simples quanto de livros, revistas, panfletos e, mais tarde, os
jornais, o que tornou viável a distribuição e a recepção da informação para a sociedade.
No Brasil, a imprensa surge em 1706, no Estado de Pernambuco, mas sem tanta
circulação social, desse modo, houveram mais duas tentativas para que ocorresse de fato a sua
inserção social, mesmo com a opressão do governo português, posto que não era visível os
benefícios para o apoio em instigar a produção dos jornais na sua colônia, era essencial que os
seus preceitos ideológicos mantivessem o povo na ignorância. Apenas em 1808, com a
chegada da família real no Brasil é que foi oficializado a imprensa. Já no Estado de Sergipe, a
sua produção foi iniciada devido à Lei 104, elaborada em 1894, a qual tornou possível a
circulação do primeiro Diário Oficial de Sergipe.
No entanto, o uso de jornais como fonte de pesquisa para o ofício do historiador é um
fenômeno recente, iniciado por volta da década de 70 com a Escola do Annales, influência
que chegou ao Brasil no mesmo período, a qual buscava novas perspectivas alinhadas a
historiografia, fato que transformou o olhar com os editoriais, uma vez que foi colocado em
prática a interpretação e uma visão ampla do que está escrito, o que vai além de uma simples
leitura que absorve tudo como verdade sem uma análise crítica. Por isso, Carneiro destaca os
aspectos que embasam o fazer jornalístico, isto é, a necessidade de noticiar de forma
instantânea, demonstrar e sensacionalizar os fatos, basear as informações de acordos com os
seus preceitos, sem uma análise profunda sobre os acontecimentos, entre outros fatores que
fazem perceber a essencialidade de entrelaçar a pesquisa historiográfica com as fontes
jornalísticas.

Considerando que a luta pelo poder também se manifesta pelo domínio da opinião
pública, há de se tomar os devidos cuidados no uso do jornal como fonte de
pesquisa, pois o profissional de imprensa, sofre a pressão pelo frescor da notícia, a
preocupação em ajustar a notícia ao espaço, a orientação política de quem mantém o
jornal e por consequência o seu emprego. (CARNEIRO, 2014, p.3)

Desse modo, a fim de seguir o principal objetivo dessa pesquisa, o qual é entender os
acontecimentos nos contextos sociais, políticos e econômicos no Estado de Sergipe durante a
Ditadura Militar entre os anos de 1968 a 1974, o período mais repressivo do governo dos
militares devido à instauração da Lei da Imprensa de 1967 e do Ato Institucional n° 5, ambos
foram medidas repressivas que visavam a delimitação da liberdade de expressão
comunicativas dos meios de informação do país sob o controle dos governantes e dos
militares. Urge, portanto, o uso dos editoriais da Gazeta de Sergipe (GS), posto que foi o
único que continuou circulando diariamente no Estado, após o início do golpe civil-militar no
país em 1964 e, consequentemente, torna-se um dos grandes jornais impressos do Estado,
como afirma o historiador Ibarê Dantas em seu livro “A Tutela Militar em Sergipe”, o qual
defende que a Gazeta de Sergipe foi “o jornal mais influente e temido da sociedade
sergipana” (1997, p. 142), principalmente, por ser um local onde se tramavam jogos políticos,
mesmo tendo todas as suas matérias analisadas pelo crivo da censura durante o governo
militar.
A criação do GS foi realizada por Manoel Côrrea Dantas, em 1927, período em que
foi Presidente do Estado de Sergipe, no entanto, durante o recorte temporal dessa pesquisa, o
editorial estava sob a propriedade de Orlando Vieira Dantas, herdeiro de Manoel Dantas que
acompanhou toda a trajetória do seu pai no governo do Estado e por influência paterna,
também se envolveu na maior parte de sua vida à política e à manutenção do periódico. Foi
eleito prefeito de Divina Pastora, em 1935. Já em 1945, criou o movimento de esquerda
democrática em Sergipe, que mais tarde seria transformado no Partido Socialista Brasileiro
(PSB). Em 1946, foi deputado estadual constituinte pela Esquerda Democrática. Em 1950,
tornou-se eleito deputado federal pelo Partido Socialista Brasileiro, um grande defensor da
campanha “O Petróleo É Nosso”, a qual resultou na invenção da Petrobrás. Em 1956, mudou
o nome do periódico para a Gazeta Socialista, tal mudança durou apenas dois anos, uma vez
que em 1958 a nomenclatura retornou para Gazeta de Sergipe, porém mesmo com a curta
duração do termo “socialista” na nomeação do periódico, é possível perceber o seu viés
ideológico tanto com a análise da trajetória política voltada para o ideários da esquerda de
seus proprietários tanto pelos posicionamentos que o manuscrito do impresso expressava, o
que era o comum da época, isto é, vincular os jornais a uma determinada linha partidária, a
fim de tornar nítido a defesa dos seus ideais ao mesmo tempo em que criticavam a sua
oposição, ou seja, havia publicações voltadas a defesa ao Seixas Dória, Governador de
Sergipe (1963-1964), com os seus ideais embasados na luta pela democracia e também ao
João Goulart, Presidente do Brasil (1961-1964), principalmente, as suas propostas acerca das
Reformas de Base que englobava o sistema educacional, fiscal, político, urbano e agrário do
país.
A Gazeta Socialista reaparece com um programa de ação amplo, não
obstante ser um jornal partidário. (...) proporcionará ao público
sergipano um noticiário abundante, imparcial e completo, trazendo,
assim, os seus leitores informados do que se passa em todos os setores
da vida social, política, econômica e financeira do Estado. Com este
propósito conta com um corpo redacional de primeira ordem, (...)
imbuído de espírito público e conhecimentos dos nossos problemas.
Será um jornal que espera em Deus impôr-se pelas suas críticas
judiciosas, pela justeza dos seus conceitos e, sobretudo, pela firmeza
de suas atitudes na defesa de reformas econômicas e sociais e das
liberdades asseguradas pela nossa Carta Magna (…). (Gazeta
Socialista, 13 de janeiro de 1956)

Na delimitação do recorte temporal desta pesquisa entre os anos de 1968 a 1974, é


possível perceber, inicialmente no ano de 1968, alguns manuscritos convenientes ao governo
dos militares, aspectos que se distanciam das características socialistas que o periódico
possuía nos seus anos anteriores a 1964, isto é, com a exaltação das tomadas de decisão do
presidente Costa e Silva contra a corrupção, inflação, desordem político-social e a defesa o
Ato Institucional n° 5, como o meio fulcral para se enfrentar esses obstáculos que o governo
tinha como o objetivo de eliminar, até porque foram devido a esses fatores que, de acordo
com o GS, a Revolução de 64 foi instaurada e que só seria finalizada com a resolução de tais
problemáticas do país. Tais perspectivas demonstram que o posicionamento do periódico
mudou juntamente com a transformação político-ideológica dos governantes em exercício no
país.
Entretanto, para entender de fato a intencionalidade de um jornal, é essencial buscar
quem compõe o seu corpo editorial, como afirma Tânia de Luca (2005), a qual aconselha em
suas pesquisas sobre o estudo com os periódicos, a essencialidade em se atentar para a
subjetividade de seus redatores e ao corpo editorial responsável pelo material trabalhado, a
fim de perceber quem fala, para quem fala, e o objetivo com que fala. Dessa forma, segundo
análises dos editoriais da Gazeta de Sergipe no ano 1968, foi possível identificar o seu corpo
editorial, o qual era constituído por Orlando Dantas, como o Diretor-Presidente, Hélio
Dantas, o Diretor-Secretário, José Francisco Santos, o Gerente, Selfânio Farias Alves, o
Redator, Ariosvaldo Figueiredo, o Redator, Emmanuel Franco, o Redator, Edinaldo Matos
Silva, o Redator, entre outros.
2. Campo Metodológico
Com o intuito de ocorrer um maior entendimento sobre a produção e composição da
Gazeta de Sergipe entre os anos de 1968 e 1974, foi fulcral uma análise de todos os editoriais,
inicialmente, do ano de 1968, a fim de identificar o posicionamento do jornal e os temas mais
discutidos, consequentemente, após a catalogação em fichas acerca dos principais temas
presentes nos editoriais do GS durante todo o ano de 1968, foram selecionados as três
principais temáticas que foram encontradas, sendo assim, a divisão ficou voltada em primeiro
lugar para a Política Sergipana, já que foi o tema com mais publicações nos editoriais, ao todo
foram 139, com seu direcionamento a críticas ao governo de Lourival Batista, ao uso
indevido do dinheiro público no Estado, aos crimes políticos cometido no interior, entre
outros fatores; em segundo, para o Governo dos Militares, com o total de 31 editoriais
voltados a alguns apontamentos sobre o Presidente da época, o Costa e Silva e também para
algumas medidas adotadas pelo Governo Federal, como a criação do Ato Institucional n° 5; o
último tópico mais recorrente nos editoriais do GS também teve o seu total voltado para 38
publicações, foi a Economia. Após essa catalogação geral dos editoriais do GS em 1968,
houve mais uma condensação desse material, ou seja, foram escolhidos os editoriais que
seriam mais importantes e relacionados com essa pesquisa, a fim de realizar uma análise mais
detalhada e precisa dos seus conteúdos.
3. Análise dos Editoriais
3.1 A Política Sergipana
● No dia 04 de janeiro de 1968, em seu segundo editorial do ano, na terceira página.
Demonstra a sua opinião acerca da gestão do governador Lourival Batista no ano de
1967, essa característica irá ser perceptível ao decorrer de todo o ano, o GS não se
omite quando o assunto é fazer os seus apontamentos sobre o Governo do Estado de
Sergipe, dessa forma, nesse editorial em específico, o editorial destaca os pontos que
são fundamentais para a sua insatisfação, os quais foram o atraso salarial dos
funcionários públicos do Estado e aos crimes políticos exercidos pelos seus
partidários.

● No dia 6 de Janeiro de 1968, na terceira página. O editorial segue a tecer críticas ao


governo do Estado, mas dessa vez é de um não forma não tão direcionada ao sistema
governamental em si, mas ao grupo comunicativo que procura por vantagens no seu
meio de informação, em especial a Rádio Cultura que é diretamente citada no
editorial, desse modo, para assegurar esse benefícios, faz com que reverbere opiniões
positivas a gestão estadual, prática que nos apontamentos do GS são abomináveis em
seus manuscritos, porque, em sua defesa, as suas publicações são embasadas na busca
pela verdade e não pelo favorecimento de um cerco político.
● No dia 13 de janeiro de 1968, sem identificação do número da página. O editorial
ressalta o descontentamento com as medidas governamentais executadas pelos
governantes do Estado de Sergipe e para isso faz até comparações com o Estado de
Alagoas, uma vez que em Sergipe, obras são realizadas de maneira mais lenta, o que
faz surgir dúvidas pelos redatores acerca da confiabilidade do manuseamento do
dinheiro público entre os administradores governamentais sergipanos, com isso
comparações que exaltam as ações do governo alagoano são presentes no manuscritos,
umas vez que em sua perspectiva há um grande esforço de Alagoas em buscar
alternativas que possam contribuir com o desenvolvimento de sua região, ao contrário
de Sergipe, o qual possui a busca dos políticos, por meio das obras, o seu próprio
beneficiamento, em vez de se preocupar com o enriquecimento real do estado
sergipano.
● No dia 20 de janeiro de 1968, na terceira página. Percebe-se que o GS tem as suas
perspectivas próprias acerca da administração de Lourival Batista e não as esconde,
desse modo, é presente em muitos dos seus editoriais o seu descontentamento com o
foco do governo ser mais centrado em grandes construções em Aracaju, como o
estádio Batistão, esquecendo de obras que são essenciais para o povo e o seu bem
estar social, mas a opinião do GS é que o governo não se preocupa com tais questões.

● 26 de janeiro de 1968, na terceira página. As mesmas questões que o editorial anterior.

● 27 de janeiro de 1968, na terceira página. O editorial foca a uma problemática


referente ao sistema de telefonia do Estado focado na interrupção da comunicação
entre a capital e os ambientes de indústria e comércio, tal fator de não resolução dessa
dificuldade em Sergipe, ressalta, na opinião dos redatores, uma certa repulsa das
questões urgentes na região pelo governador Lourival Batista.

● 30 de janeiro de 1968, na terceira página. Há elogios ao ex-governador do Estado, o


Leandro Maciel e o considera o maior artista político da predestinação do Estado,
desse modo, o editorial realiza uma entrevista com Maciel, onde há perguntas
relacionadas a temáticas que são centrais para o periódico, como a situação econômica
de Sergipe e faz uma análise comparativa entre o seu governo e o atual, de Lourival
Batista, no entanto, Maciel foge de possíveis alfinetadas que podem ser elaboradas em
razão da questão econômica que pode ser desenvolvida e tal ato é percebido pelo GS,
tanto que é apontado um dos objetivos do Leandro Maciel, conquistar o apoio do
Lourival e aumentar as suas forças na luta política. Com essa ação, o GS ressalta que a
sua intenção não é atacar a posição, mas fazer com que, a partir de suas críticas, os
governantes comecem a refletir acerca das principais questões que devem ser
consideradas no jogo político.
● 01 de fevereiro de 1968, na terceira página. Após um ano concreto do governo de
Lourival Batista, o GS se propõe a expor seus apontamentos acerca da colaboração do
Lourival aos aspectos importantes que um governo deve se atentar, no entanto, o que
se percebe é que o bem estar social não é a prioridade do atual governo, mas pode se
tornar a ser nos próximos anos, se caso o governador estiver disposto a obter ações
centradas as necessidades sociais e não no suprimento das necessidades do meio
político e eleitoreiro.

● 04 de fevereiro de 1968, na terceira página. Crítica a tomadas de decisões baseadas em


seus próprios interesses e não na busca pela melhoria do Estado.
● 13 de fevereiro de 1968, na terceira página. Repúdio a característica dos políticos
sergipanos, os quais não preocupam mais com o Estado em si, mas com os conflitos
personalista municipal e os seus problemas individuais, sem preocupação com o
social, o político e o econômico, além de destacar a essencialidade do governador
Lourival Batista se opor a essa personalidade dos políticos e buscar integrar a ele os
homens que se distanciam desses aspectos, a fim de renovar a política e o Estado.
● 14 de fevereiro de 1968, na terceira página. O GS aponta que o governo de Lourival
Batista deve se atentar para as problemáticas de todas as camadas sociais, combater o
desemprego e a fome, é essencial a integração das demandas populares a sua
participação também.

● 24 de fevereiro de 1968, na terceira página. Crítica ao Lourival Batista novamente


para se atentar que Sergipe precisa de novos rumos políticos e de planos benéficos
para a sociedade sergipana e que sejam efetivados.

● 25 de fevereiro de 1968, na terceira página. Uma medida estreiada pelo governo atual
daquela época foi a seleção de professores, um processo de iniciação de afastamento a
asseguração desse cargo a uma pessoa conhecido, mas sim direcionada a um indivíduo
que se preparou e é capaz de exercer a profissão, porém também tece críticas ao grupo
político Arena, grupo partidário apoiada pelos militares, mas que, na visão do GS,
essa ala política vivem de acomodações, sem se preocupar em trabalhar realmente
para fornecer o desenvolver da região em que estava governando, consequente, o GS
direciona um mensagem para o Lourival Batista sair dessa posição comum da política
e focar em um boa administração em Sergipe.

● 29 de fevereiro de 1968, na terceira página.O GS destaca nesse editorial a importância


da participação popular para efetivar algumas resoluções problemáticas nas áreas
econômicas, trabalhistas e etc, ou seja, a população não deve esperar que as reformas
apareçam nas ideias dos governantes de uma hora para outra, sem a devida
reivindicação do que é essencial na opinião do povo . Além de ressaltar alguns
caminhos que o governo deve seguir, a fim de melhorar as condições do Estado, por
exemplo a criação de pequenas e médias indústrias, novas técnicas de produção
agrícola, valorização da exploração do petróleo e do potássio.
● 07 de julho de 1968, na terceira página. Crítica a ação de lourival batista em retirar a
gratificação dos magistrados aposentados

● 10 de julho de 1968, na terceira página. O poder judiciário toma medidas contra o


corte da gratificação dos magistrados e há também problemas na inconstitucionalidade
da construção do Batistão, em especial ao se sistema financeiro, dessa forma, o
enfoque do jornal ao alinhar esses dois fatores de acontecimento no Estado está
relacionado a equiparação das preferências do governo de Sergipe, ou seja, tirar
dinheiro do servidor público em prol de suas grandes obra eleitoreiras.

● 11 de julho de 1968, na terceira página. Apontamentos de frustração com a quebra de


expectativa advinda do governo de Lourival Batista, uma vez que esperava-se o foco
no desenvolvimento econômico, porém o que ocorreu foi a sua estagnação, sem novas
técnicas agrícolas, industrialização e trabalho para a população.

● 12 de julho de 1968, na terceira página. Crítica à construção de um Distrito Industrial.


● 16 de julho de 1968, na terceira página. O GS convoca a ocorrência de interligação do
governo em prol do desenvolvimento econômico e chama o povo para participar dessa
luta política, em seus manuscritos também há a reafirmação de que o GS tende por
essa defesa em prol do povo, da luta e dar voz às suas reivindicações em prol de
melhoria do trabalho, ao desenvolvimento econômico e etc. Sendo assim, na opinião
do editorial, o primeiro passo já foi dado com a nomeação de um representante do
desejo da Associação Comercial no Condese, é representatividade de um órgão que
representa os comerciantes.

● 21 de julho de 1968, na terceira página. O enfoque desse editorial está na reunião


“Plano de Interiorização do Governo”, onde o periódico acredita ser um ótimo
momento de reflexão ao administradores dos municípios de Sergipe, a fim de não
entregar seu município de forma fácil, saber aplicar políticas que desenvolvam o seu
municipios, identificar as suas potencialidades, a fim de inserir as escolas, o fim da
fome, a inserção do trabalho, a diminuição da pobreza, entre outros fatores que
advém, principalmente, desse entreguismo eleitoreiro comum no país.

● 23 de julho de 1968, na terceira página. Críticas à instalação do distrito industrial


próximo a BR-101, além de defender a importância do entendimento das reais
necessidades do Estado, por isso a necessidade de um plano de governo, para não
haver construções inúteis.

● 28 de julho de 1968, na terceira página. A defesa pela intervenção efetiva da


SUDENE, programa de desenvolvimento do Nordeste, em Sergipe e não somente na
Bahia e Pernambuco.
● 30 de julho de 1968, na terceira página. Crítica ao direcionamento das preocupações
de Lourival Batista ligadas as suas obras faraônicas e menos com os fatores essenciais
para o bem estar social.

● 31 de julho de 1968, na terceira página. O uso de dinheiro em segmentos


desnecessários, os quais não trazem o desenvolvimentismo ao Estado. Há também o
enfoque da imprensa livre, a fim de expor os fatos à sociedade sobre a administração
política.
● 07 de agosto de 1968, na terceira página. Apontamentos acerca do Distrito Industrial o
rebater de ideias que criticam aqueles que são contra a instalação deste distrito no
Estado, como é o caso do GS, pois tal posicionamento não é ser contra a
industrialização, mas sim na defesa da produção embasada aos produtos do mercado
interno, a fim de envolver a sociedade da localidade nesse meio, porém com a
inserção do distrito, apenas indústrias de outras regiões terão o seu espaço e
desenvolvimento.

● 08 de agosto de 1968, na terceira página. Crítica a cobrança de taxa para a iluminação


pública.
● 16 de agosto de 1968, na terceira página. O GS denuncia as péssimas condições de
trabalho dos servidores públicos do Estado, como o fato de muitas pessoas vinculadas
ao funcionamento do serviço público de Sergipe, não terem recurso financeiro
suficiente para comprar produtos para a sua subsistência.

● 18 de agosto de 1968, na terceira página.Crítica ao discurso do Lourival Batista para o


presidente do Brasil Costa e Silva, durante a inauguração do Terminal Marítimo da
Petrobras, pois foram feitas algumas reivindicações para que se obtivesse o apoio
financeiro do governo federal, no entanto, de acordo com o GS, o pedido deveria ser
direcionado a grande petrolífera de Carmópolis e a necessidade de medidas para um
maior enfoque ao desenvolvimento econômico do Estado, ao invés de focar na
construção do estádio de futebol.

● 21 de agosto de 1968, na terceira página. Crítica a entrega de um documento ao costa


e Silva com publicações que denotavam as medidas benéficas voltadas para o
desenvolvimento Estado realizadas por Lourival Batista e, dessa forma, o GS denota
as ações negativas do governo, como as cobranças da taxas de fornecimento de
energia, ao direcionamento exclusivo apenas as obras faraônicas e etc.

● 24 de agosto de 1968, na terceira página. Fraudes eleitorais em Sergipe.


● 25 de agosto de 1968.Temática: aumento do salário dos servidores públicos de sergipe
e urgente

● 27 de agosto de 1968, na terceira página. Aumento do salário dos servidores públicos


de Sergipe é de extrema urgência.
● 30 de agosto de 1968, na terceira página. Crítica aos governantes e as suas práticas, de
terem poder de mando no Estado sem a participação do povo e dos seus anseios.

● 01 de setembro de 1968, na terceira página. Os problemas sociais, econômicos e


políticos do país desde 1960, voltados para a miséria do povos, ao baixo salário,
condição precária de vida e sem planejamentos efetivos para mudança dessas
condições, mas a principal meio para a melhoria da população brasileira e o
desenvolvimento econômico. Desse modo, o GS coloca em seu manuscrito que o
periódico está sempre em defesa da superação das necessidades dos mais pobres, da
classe produtora e operária, além de criticar os políticos que não se preocupam com
tais fundamentos e só estão voltados ao seu enriquecimento pessoal e não do Estado e
da população.

● 06 de setembro de 1968, na terceira página. Elogios ao ex governador Celso de


Carvalho, o qual assumiu após a prisão de Seixas Dória e, na perspectiva do GS, fez
História em Sergipe, pois voltou se para os aspectos econômicos, sociais, culturais e
sociológicos do Estado.

● 12 de setembro de 1968, na terceira página. Crítica aos políticos da Assembleia


Legislativa Sergipana.
● 17 de setembro de 1968, na terceira página. Necessidade de mudança na política que
vise o bem social voltadas para a criação de empregos, novas técnicas de produção e
crédito dirigido aos meios de produção.

● 24 de setembro de 1968, na terceira página. Fracasso da reunião que ocorreu no


município de Capela, pois os governantes não pensam no desenvolvimento de suas
regiões, mas apenas nas coligações eleitoreiras.
● 20 de outubro de 1968, na terceira página. Foco para um melhor atendimento aos
menores desamparados do Estado, a fim de arrancá-lo da marginalização, oferecer
educação e o convívio social

● 27 de outubro de 1968, na terceira página. Critica a corrupção das verbas realizadas


pelos governantes dos municípios de Sergipe e falta de preparo dos políticos para
administrar uma região,
● 30 de outubro de 1968, na terceira página. Critica a administração dos políticos de
Sergipe, incluindo o Lourival Batista, pois não há honestidade, mas sim
individualismo sem interesse nas massas humanas, onde há falta de projetos que
visam uma melhora na economia, sem a presença de uma boa administração
financeira. Além de denotar que a linha partidária da Arena é embasada por
indivíduos que possuem essas características mencionadas anteriormente, ou seja que
não são bons políticos.
● 1 de novembro de 1968, na terceira página. Mau direcionamento do dinheiro público,
sendo assim, para sustentar tal argumento, o GS denota que há poucos dias foi
ocorrido um jantar na Assembleia Legislativa, onde houve muita ostentação e gasto de
dinheiro, ao mesmo tempo que o Estado faz discursos em que ressalta a falta de
dinheiro público para a melhoria do salário dos servidores públicos,
consequentemente, enquanto os políticos ostentam e luxam, a sociedade sergipana
passa fome.
● 05 de novembro de 1968, na terceira página. Melhoria da condição de trabalho e
financeira dos servidores públicos.

● 09 de novembro de 1968, na terceira página. Lei aprovada para melhoria do


funcionalismo público, tal medida, na opinião do GS, trará também benefícios à
indústria, agricultura e comércio do Estado, uma vez que ira estimular o setor
econômico e social do Estado.

● 16 de novembro de 1968, na terceira página. As divergências políticas de Sergipe


foram solucionada após 1964 com o governo dos militares, de acordo com o GS e,
dessa forma, o redator exemplifica com o Estado de Sergipe, onde os comportamentos
moralistas são os mesmos entre os deputados da Assembleia Legislativa, sem a
presença da voz do povo no meio das disputas de ego dentro do ambiente político,
onde só há busca pelo poder e é nisso que ambas as linhas partidárias sergipanas se
assemelham.

● 20 de novembro de 1968, na terceira página. Medidas contra os abusos políticos


devem ser tomadas relacionadas ao uso indevido do dinheiro público.
● 23 de novembro de 1968, na terceira página. Críticas acerca das atitudes do governo
com a rádio difusora, pois não oficializada, mas recebe uma quantia considerável de
dinheiro público do Estado.

● 28 de novembro de 1968, na terceira página. Corrupção agrária em Sergipe e, o GS


ressalta a essencialidade da Revolução de 64 ter se atentado a essas práticas maléficas
no Estado de Sergipe que está atrelada aos grandes detentores de poder na região que
corrompem a economia e se aproveitam do dinheiro que é arrecadado pela produção
agrícola e, assim, ferem o desenvolvimento econômico de Sergipe.
● 01 de dezembro de 1968, na terceira página. Instalação do escritório da Sudene em
Sergipe, uma iniciativa que traz esperanças, pois pode ser o primeiro passo para um
maior apoio na economia e no desenvolvimento do Estado.

● 11 de dezembro de 1968, na terceira página. Críticas e protestos acerca das possíveis


taxas de anuidade para inserção dos estudantes no ensino médio, pois essas mudanças
trarão consequências à educação no Estado, tornando-a mais excludente.
● 27 de dezembro de 1968, na terceira página. Denúncia para a ostentação do dinheiro
público, como a utilização de carros públicos por políticos em ocasiões não políticas,
apenas por usufruto próprio.
● 28 de dezembro de 1968, na terceira página. Crítica a ação do Ministério da
Agricultura, o qual não seguiu as recomendações da Carta de Brasília, onde possui
medidas necessárias que poderiam auxiliar para a estimulação da economia agrícola
no Estado.

3.2 Governo dos Militares


● 15 de fevereiro de 1968, na terceira página. Opinião sobre os quatro anos após a
revolução de 64 , com uma breve linha do tempo desde o movimento de opinião
pública Carlos Lacerda com o apoio, principalmente, dos militares até as suas práticas
ao longo de todos esse anos de sua vigência de 64 a 68, como a retirada de alguns
políticos da política, ao total envolvimento dos militares no movimento de 64, entre
outros fatores que foram medidas tomadas exclusivamente para tentar melhor a
situação política do país e a resolução de suas problemática.
● 17 de fevereiro de 1968, na terceira página. Crítica a seletividade da repressão da
ditadura militar, pois estão apenas preocupados com os comunistas e não com os
corruptos. Ainda ressalta a inconformidade com o ataque à imprensa e diz que ela é
atacada por contar a verdade.

● 23 de fevereiro de 1968, na terceira página. A inquietação dos militares em tentar


resolver a crise econômica do país, pois a situação não foi melhorada desde 64, apesar
de não haver inflação, mas a sua estagnação. No entanto, há conflitos de ideias entre o
governo acerca de quais decisões tomar, a fim de mudar o quadro econômico do país,
porém, é fato que medidas devem ser executadas urgentemente.
● 03 de julho de 1968, na terceira página. Interferência do Governo Federal na Sudene e
a sua priorização em alguns estados do nordeste em detrimento de outros.

● 04 de agosto de 1968, na terceira página. O Habeas Corpus de Jânio Quadros no


Supremo Tribunal.
● 11 de agosto de 1968, na terceira página. A vinda de Costa e Silva para Sergipe.

● 09 de outubro de 1968, na terceira página. Crítica ao movimento estudantil contra a


Ditadura Militar e as suas manifestações.
● 10 de outubro de 1968, na terceira página. Crítica à universidade, defesa pela sua
reforma para um ensino centralizado ao tecnicismo profissional, sem preocupação
com fatores externos e lutas políticas.
● 16 de outubro de 1968, na terceira página. A luta contra os estudantes revoltosos, os
quais, na opinião do GS reivindicam por um país de forma equivocada, além disso,
cabe medidas efetivas para que o Governo Federal comece a saber como lidar com
essas situações .

● 18 de outubro de 1968, na terceira página. Defesa pela ordem, ato indispensável em


um bom Governo.

● 07 de novembro de 1968, na terceira página. Elogios ao governo dos militares por ser
o melhor caminho para alcançar a melhoria educacional, administrativa,
desenvolvimentista, trabalhista e da ordem.
● 21 de novembro de 1968, na terceira página. Defesa para a continuação do governo
dos militares para as correções das problemáticas políticas brasileiras.

● 8 de dezembro de 1968, na terceira página. Costa e Silva faz discurso com a pretensão
de medidas maiores contra a corrupção e o GS apoia, pois acredita que favorece
também o combate da inflação.
3.3 Economia
● 12 de janeiro de 1968, na terceira página. Debate econômico envolvido para várias
áreas, como a necessidade do aumento do salário mínimo, do servidor público, a
obrigatoriedade de seguro nos transportes do governo, entre outros fatores que
chamam atenção para a área econômica, isto é, há muitos gastos que são essenciais,
medidas econômicas que são urgentes, mas faltam maneiras que se possam ser
realizadas para concretizar essas mudanças sociais económicas sem interferir tanto na
condição de bem estar do povo.
● 21 de janeiro de 1968, na terceira página.Criação do Conselho de Desenvolvimento
Econômico de Sergipe, um pontapé para estimular a economia e tirar Sergipe do
atraso do desenvolvimento, mas a Condessa não tomou boas decisões, sendo assim , o
GS apoia a mudança para a Cia de Desenvolvimento, a fim de ser outra alternativa
para a realização da mudança econômica no Estado, o que não pode ocorrer e
desistência.

● 28 de janeiro de 1968, na terceira página. Enfoque na situação econômica do Estado


referente aos altos preços dos produtos laticínios, um absurdo econômico.
● 06 de fevereiro de 1968, na terceira página. Opinião econômica do Estado, medidas
que o governador deve tomar para melhorar a situação econômica do Estado, como a
priorização do meio industrial, para mercado interno, valorizar as produções locais,
utilizar de forma consciente a mão do povo para o crescimento da economia, etc.

● 11 de fevereiro de 1968, na terceira página. Crítica ao governo de Lourival Batista


pela má gestão na parte financeira do governo e acabar atrasando as obras, e exemplo
o atraso do Estádio, construções na Atalaia, Sao Cristovao e etc.
● 22 de fevereiro de 1968, na terceira página. Critica a política de juros do país.

● 09 de julho de 1968, na terceira página. A importância de explorar o potássio na visão


do senador Leandro Maciel, além de construir um porto para escoamento desses
recursos minerais, a fim de fomentar a economia de Sergipe, através desse produto
que o Estado é rico.
● 13 de julho de 1968, na terceira página. Critica a alta de assistência da Sudene em
outros estados do nordeste, exceto em Sergipe, como a priorização para o Ceará,
sendo assim o GS foca na discriminaçao dos auxílios fiscais no programa
desenvolvimentista do Nordeste.

● 18 de julho de 1968, na terceira página. Discurso do chefe da associação dos


comerciantes acerca da economia, a fim de gerar uma reflexão na classe comercial
sobre os possíveis atos que devem ser implementados em Sergipe para estimular o
desenvolvimento econômico, como a melhora da produtividade de suas empresas,
reduzindo custos e garantindo lucros reais.
● 01 agosto de 1968, na terceira página. Destaca os aspectos negativos da economia
sergipana, onde muitos sergipanos não recebem bem e vivem na miséria .

● 02 agosto de 1968, na terceira página. Enfoque para a necessidade que o


desenvolvimento chegue em Sergipe
● 29 de agosto de 1968, na terceira página. Crítica ao preço dos alimentos e ao governo
que não foca no desenvolvimento do Estado.

● 15 de setembro de 1968, na terceira página. Cúpula para o desenvolvimento industrial


do Estado em comemoração aos 20 anos da Fundação da Federação das Indústrias
(FIES) em Sergipe, destarte, o GS enfoca que só falta as medidas realizadas pelos
condutores da federação se atentar para atos que visam o impulso desenvolvimentista
no Estado, esse é o momento para tal processo reflexivo e mudança.
● 02 de outubro de 1968, na terceira página. Ênfase para um olhar mais preciso para
medidas que visam o avanço econômico do país, pois, de acordo com uma análise
econômica do GS, a maior parte das riquezas produzidas pelo Brasil está em detenção
dos países internacionais, consequentemente, o povo brasileir não usufrui dessas
riquezas produzidas pelo país.
● 08 de novembro de 1968, na terceira página. Critica a política fiscal do Estado, pois
em seus apontamentos, o Estado deve fornecer benefícios aos contribuintes industriais
e agrícolas em forma de descontos percentuais no sistema tributário do ICM, uma
maneira de estimular e agradecer as suas produções e trabalho.

● 03 de dezembro de 1968, na terceira página. Não cabe apenas a Sudene a parte do


desenvolvimento do Estado, mas deve-se achar medidas por aqui mesmo para que os
frutos da Sudene cheguem e complementam o processo desenvolvimentista de
Sergipe.
● 07 de dezembro de 1968, na terceira página. Novas instalações industriais para
fomentar a economia, o que gera novos empregos no Estado, aumento da
produção e a possibilidade da chegada de novos investidores.

.
● 15 de dezembro de 1968, na terceira página. Críticas a cobrança de taxa de anuidade
nas escolas de no ensino médio e universitário aos estudantes do Estado, medida que
na opinião do GS irá incentivar o ensino privado e delimitar o acesso de pessoas
pobres ao ambiente educacional.

● 27 de dezembro de 1968, na terceira página. Necessidade de mudança do fundo de


participação dos Estados, DF e Municípios, uma maneira de estimular o
desenvolvimentismo.
4. Possíveis subtemas da monografia:
1. Os comandos centrais da política sergipana em questão.
2. De grande defensora a reprimida: as perspectivas da Gazeta de Sergipe acerca do
Governo dos Militares.
3. O foco para o bem estar social e econômico no Estado de Sergipe.

5. Referência Bibliográfica
BARROS, José d' Assunção. Sobre o uso dos jornais como fontes históricas: uma síntese
metodológica. Revista Portuguesa de História, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro,
t. LII, p. 421-443, 2021.

CARNEIRO, José Reinaldo Antunes. O uso do jornal como fonte de pesquisa histórica:
um estudo do jornal “O Tibagi”. Os desafios da escola pública paranaense na perspectiva
do professor PDE, 2014. Disponível em: o uso do jornal como fonte de pesquisa histórica: um
estudo do jornal "o tibagi" (diaadiaeducacao.pr.gov.br)
DANTAS, Orlando. Editoriais de 1968. Gazeta de Sergipe, Aracaju, 1968. Disponível em:
Jornais de Sergipe: Página principal (ufs.br)

DE OLIVEIRA, Rodrigo Santos. A relação entre a história e a imprensa, breve história


da imprensa e as origens da imprensa no brasil (1808-1930). Historiæ, Universidade
Federal do Rio Grande (FURG), vol.2, p. 125-142, 2011.

DOS REIS, Silva Darlem Carla. Ditadura, política e censura: Gazeta de Sergipe e Rádio
Liberdade (1964-1969). 2015. 146 f. Dissertação (Mestrado em História) - Universidade
Federal de Sergipe, São Cristóvão, 2015.

DOS REIS, Silva Darlem Carla. Gazeta de Sergipe: “A Gazeta Combativa ?” (1959-
1968). Revista Crítica Histórica, v. 5, nº 10, dezembro de 2014.

Você também pode gostar