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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE C ATÓLIC A DO PA R AN Á

DISCIPLINA DE DERMATOL OGI A

SEMINÁRIO

TRATAMENTO DA
LEISHMANIOSE
Fernanda Menon - Francielle Godoi -
Gabriela Barcella - Gabriel Evanoski
Isadora Ferreira - Julia Bertol
Integrantes

Fernanda Menon - Avaliação de risco e quem tratar


Francielle Godoi - Terapia sistêmica oral
Gabriel Evanoski - Terapia local
Gabriela Barcella - Terapia sistêmica parenteral
Isadora Ferreira - Acompanhamento clínico e tratamento a longo prazo
Julia Bertol - Tratamento de Leishmaniose visceral

SEMINÁRIO - TRATAMENTO DA LEISHMANIOSE


Avaliação de Risco

Tratamento sistêmico oral


Leishmaniose
Cutânea Tratamento tópico

TÓPICOS QUE SERÃO ABORDADOS


Tratamento sistêmico parenteral

Acompanhamento clínico

SEMINÁRIO - TRATAMENTO DA LEISHMANIOSE


Avaliação de Risco

Leishmaniose cutânea não complicada: Leishmaniose cutânea complicada:

Sem envolvimento da mucosa Acometimento da mucosa


Lesão única ou poucas lesões Mais de 4 lesões ou lesão individual >=5 cm
Lesão de tamanho pequeno (<1cm) Nódulos subcutâneos
Hospedeiro imunocompetente Lesões em rosto, pés, dedos das mãos ou
genitálias
Hospedeiro imunocomprometido
Falha clínica de terapia local

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Quem tratar?
Objetivo: cura clínica, não parasitológica

Imunocompetentes com LC não complicada que estão curando espontaneamente ou


com infecção sem chance de agravar para LM →
Observação clínica. Se não obtiver
melhora em 4-6 semanas →
Reconsiderar tratamento.

LC não complicada sem resolução espontânea → Terapia local.


Imunocomprometidos, com LC complicada, chance de LM ou ainda leishmaniose
recidivante, cutânea difusa ou disseminada →
Terapia sistêmica.

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Terapia Sistêmica Oral
Medicamento: Pentoxifilina 400mg
Uso adjuvante - imunomodulador
Reduz tempo de tratamento convencional
Reduz toxicidade
Posologia: um comprimido de 400mg de 2 a 3 vezes/dia, antes das
refeições, por 30 dias.
Se comprometimento renal, dose deve ser reduzida em 30 a 50%
Medicamento : Azitromicina
500mg/dia por até 10 dias ou 1000mg/dia durante 2 dias.
Medicamento : Alopurinol
100-300mg/dia - isolado ou associado

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Terapia Sistêmica Oral
Medicamento: Azóis (fluconazol, cetoconazol, itaconazol)
Uso depende do local e das espécies infectantes
Disseminação linfocutânea de infecção não associada a LM
Casos que não são possíveis tratamento local quando envolvimento cutâneo.
Cetoconazol: LL major, LL mexicana e LV panamensis
Fluconazol: LL major
Miltefosina
LM, LV por LL donovani e LC por LV braziliensis, LV guyaneses e LV panamensis
para indivíduos > 12anos.
Dose: 50mg de 2 a 3 vezes/dia por 28 dias.

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Terapia Tópica
Antimoniato de Meglumina Intralesional: Lesões únicas com ≤3cm. Qualquer local, exceto cabeça e regiões periarticulares.
Restrita a Leishmaniose cutânea localizada e Leishmaniose recidiva cútis sem imunossupressão.
Esquema: 1 a 3 sessões de aplicação de 5ml, com intervalo de 15 dias entre elas para avaliar o processo epitelização e
necessidade de uma segunda ou terceira aplicação.
Acompanhamento: A cada 15 dias por até 120 dias para observar o processo sucessivo de epitelização total:

Desaparecimento de crostas, Descamação, Infiltração e Eritema Considerada cicatrizada.
Técnica: 1) Antissepsia, 2) Se o paciente referir dor durante a aplicação pode ser feita aplicação de Lidocaína 1%
injetável, 3) Utilizar agulha comprida e calibrosa, 4) Utilizar seringa com conexão de rosca para agulha (Alta resistência)
5) Inserir agulha a 45° a 0,5-1 cm da borda da lesão, aprofundando até o tecido subcutâneo em direção ao centro da
lesão, aspirando antes de iniciar aplicação para evitar injeção intravascular, 6) Injetar o volume necessário para infiltrar
a base da lesão, elevando-a e deixando-a intumescida, 7) Durante a infiltração, pode ocorrer extravasamento em jato
do medicamento pela superfície da lesão, portanto, recomenda-se o uso de óculos, máscara, luvas e avental.

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Terapia Tópica
Crioterapia: Lesões com <1cm. Todos os tipos Leishmaniose são termossensíveis e acredita-se que a Crionecrose induza
resposta imune liberando antígenos na circulação e causando a regressão de lesões a distância.
Procedimento: É feita em 2 ciclos de 20s utilizando nitrogênio líquido a -196°C provocando congelamento da lesão
cutânea. São feitas geralmente uma sessão única ou duas sessões com intervalo de 3 semanas entre ambas.
Resultados: Segundo estudos a Crioterapia associada ao Antimoniato de Meglumina Intralesional foi mais eficaz do
que o uso isolado de cada um, no tratamento da Leishmaniose Cutânea.

Termoterapia: Procedimento: A Termoterapia é realizada por exposição ao calor de 50°C gerado por radiofrequência
durante 30s em 3 sessões com intervalo de alguns dias. Segundo estudo controlado sua taxa de cura é de 73%, muito
semelhante a monoterapia com Antimoniato de Meglumina Intralesional.
Terapia Sistêmica Parenteral
QUADROS:
Leishmaniose cutânea localizada (LCL)
Leishmaniose recidiva cútis (LRC)
Leishmaniose cutânea disseminada (LD)
Leishmaniose cutânea difusa (LCD)
Situações especiais (gestantes, maiores de 50 anos
,associação com outros patógenos, HIV + e
imunossuprimidos)

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Terapia Sistêmica Parenteral
Leishmaniose cutânea localizada
Escolha da droga de acordo com espécie da Leishmania
infectante.
1)Leishmania guyanensis: primeira escolha é isetionato de
pentamidina EV lenta ou IM profunda, em 3 doses de 4 mg/kg/dia,
com o intervalo de 72h (dose diária máxima: 300 mg).

2)Leishmania braziliensis e por outras espécies de Leishmania, exceto L.


guyanensis: antimoniato de meglumina (EV ou IM) em dose de 10 mg e
20 mg mg/ kg/dia, sugerindo-se 15 mg mg/kg/dia, durante 20 dias
seguidos.

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Terapia Sistêmica Parenteral
Leishmaniose cutânea localizada por Leishmania guyanensis

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Terapia Sistêmica Parenteral
Leishmaniose cutânea localizada por Leishmania brazilienses

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Terapia Sistêmica Parenteral
Leishmaniose reicidiva cútis

Tratamento de escolha deve ser realizado duas vezes, caso ainda


haja reicidiva é necessário reavaliar o caso.

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Terapia Sistêmica Parenteral
Leishmaniose cutânea disseminada
Antimoniato de meglumina na dose de 20 mg mg/kg/dia por 30
dias.

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Terapia Sistêmica Parenteral
Leishmaniose cutânea difusa
Isetionato de
pentamidina 4
mg/kg/dia, em dias
alternados, por dez
doses como primeira
escolha.
Antimoniato de
meglumina 20 mg mg/
kg/dia, durante 30 dias,
leva a frequentes as
recidivas.
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Terapia Sistêmica Parenteral
Situações especiais
GESTANTES
*Avaliar a possibilidade de adiar o início do tratamento para o período pós-parto
*Caso exista necessidade de tratamento imediato, o medicamento de escolha é
Anfotericina B lipossomal.
*Obs.: o antimoniato de meglumina pode ser usado no tratamento de lactantes com
leishmaniose tegumentar (forma cutânea e/ou mucosa), pois a concentração de Sb+5 no
leite materno é pequena (3,5 µg Sb/mL), fato que não implicaria na absorção pelo
recém-nascido.

IDADE A PARTIR DE 50 ANOS, INSUFICIÊNCIA RENAL, INSUFICIÊNCIA CARDÍACA,


INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA E TRANSPLANTADOS RENAIS
*Recomenda-se como primeira escolha anfotericina B lipossomal na dose preconizada
para cada forma clínica.

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Terapia Sistêmica Parenteral
Situações especiais
LEISHMANIOSE TEGUMENTAR ASSOCIADAS COM OUTROS PATÓGENOS
*Doenças que podem estar associadas são esquistossomose mansônica,
hanseníase, tuberculose pulmonar ou extrapulmonar, paracoccidiodomicose,
malária, cromoblastomicose, entre outras.
*Tratamento com dose única, ou poucas doses, como esquistossomose mansônica
e malária, tratar inicialmente estas doenças com os medicamentos indicados e
posteriormente começar o tratamento para LT com esquema terapêutico
padronizado.
*Tuberculose :cuidado especial no monitoramento dos eventos adversos causados
pela interação entre medicamentos, principalmente quando se decida utilizá-los de
forma concomitante.

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Terapia Sistêmica Parenteral
Situações especiais
COINFECÇÃO PELO HIV E OUTRAS IMUNOSSUPRESSÕES
*Recomenda-se a desoxicolato de anfotericina B como
medicamento de primeira escolha.
*Durante o uso deve haver o monitoramento cuidadoso da função
renal, considerando as interações com outros medicamentos
nefrotóxicos, especialmente o antirretroviral Tenofovir, atualmente
recomendado como medicamento de primeira escolha para o início
da terapia antirretroviral (TARV).

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Acompanhamento Clínico
Acompanhamento mensal por 3 meses consecutivos - após cura, seguimento até
12 meses;

LC: achatamento da lesão > diminuição de 50% do seu tamanho > reepitelização
das úlceras (3 meses);
LM: desaparecimento dos sintomas + exame otorrinolaringológico;

Recidiva: reaparecimento de lesão leishmaniótica em qualquer parte do corpo no


período de até um ano após a cura clínica;

A terapia adicional é necessária quando se tem pouca melhora ou nenhuma


resposta durante o tratamento aplicado e também se houver cura incompleta até
três meses após a conclusão do tratamento - encaminhar ao especialista.
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lesão cutânea - 6 meses lesão ulcerada - 3 meses

lesão ulcerada - 10 anos de evolução esporotricose - 7 meses


Leishmaniose Visceral e Mucosa
Medicamentos disponíveis no Brasil: o antimoniato pentavalente e a anfotericina B

Visceral: se o escore clínico for ≥ 4, ou o clínico-laboratorial for ≥ 6, o tratamento é realizado no


hospital. Para os demais casos, a hospitalização do paciente é opcional.

Mucosa: avaliar lesões de laringe e faringe devido ao risco de insuficiência respiratória aguda

Antimonial pentavalente: tratamento de 1 linha. Pode ser administrado no nível ambulatorial

Anfotericina B: apresentações desoxicolato de anfotericina B e a anfotericina B lipossomal

A anfotericina B lipossomal será indicada como primeira escolha para os pacientes com idade
acima de 50 anos, insuficiência renal, cardíaca e hepática, transplantados renais e gestantes.
Também é indicados nos pacientes comtoxicidade refratária aoAP
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L. Visceral e Mucosa
Esquemas de tratamento:
Antimoniato de N-metil glucamina:
20 mg/Sb+5/kg/dia, por via endovenosa ou
intramuscular, uma vez ao dia, 30 dias.
Anfotericina B lipossomal:
3 mg/kg/dia, durante 7 dias, ou 4 mg/kg/dia, durante
5dias em infusão venosa, em uma dose diária
Forma mucosa: associar pentoxifilina (anti-TNF-alfa) 1
comprimido ao dia;
Terapias terapêuticas específicas e medidas adicionais
(hidratação, antitérmicos, antibióticos, hemoterapia);
É necessário controle laboratorial dos pacientes (ECG, creatinina,
ureia, enzimas hepáticas e hemograma).

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Referências
1. Leishmaniose Visceral. GUIA DE VIGILÂNCIA EM
SAÚDE. Ministério da saúde. Volume único. 1ª
edição atualizada. 2016.
2. Manual de Medicina de Harrisson. 18 edição.
2013.
3. ARONSON, Naomi; Cutaneous leishmaniasis:
Treatment; UpToDate article; 2021;
4. AZULAY, R.D.; AZULAY, D.R. Dermatologia. 6. ed.
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015
5. Manual de Dermatologia Clínica de Sampaio e
Rivitti. 2014.
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Obrigada pela atenção!

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