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E-Livro - Do Amor Ideal ao Mundo Real

Delírios de um Poeta

Autor – Prof. Luiz Adolfo de Mello

1
E-Livro - Do Amor Ideal ao Mundo Real
Delírios de um Poeta

Poesias Diversas.
As minhas amigas
Que não fiquem bravas
com minha mente arredia
que se põe a brincar
com suas poesias.
Mas, se sintam a vontade.
Para comigo duelar.

AS TRÊS LEIS DA VIDA OU DA VIDA MODERNA (ou CIBERNÉTICA).

1ª Lei – Nunca prejudique a sua vida ou a de ninguém.


2ª Lei – Viva a vida intensamente.
3ª Lei – A 2ª Lei nunca pode infringir a 1ª Lei.

Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, transmitida e


gravada por qualquer meio eletrônico, mecânico, por fotocópia e
outros, sem a prévia autorização por escrito do Autor.

2
PRÓLOGO

Como de praxe tenho que falar um pouco sobre a gênese deste


libreto. Em primeiro lugar ele é uma coletânea de poesias, ou melhor,
de poesias terapia. Esse livro é fruto da conversão de um professor
chato e careta pelos blogueiros e youtuber. Ou seja, este é produto de
educação reversa. Afinal de contas uma das minhas especialidades é o
ensino à distância. De tanto ensinar e motivar meus estudantes acabei
sendo convencido de que eu mesmo poderia escrever e produzir o meu
próprio livro.
Há seis (6) anos que venho lutando sem sucesso por estabelecer um
grupo pró-ativo de professores e estudantes na UFS. A falta de verba
institucional é a desculpa de sempre para o desânimo e/ou derrotismo.
Meus filhos padecem da mesma doença contemporânea de falta de fé,
coragem e perseverança que assola este país e que mata na raiz
qualquer sonho de se construir uma realidade melhor. Deste modo,
uma das razões de publicar este livro é a de mostrar que tudo é
possível para quem trabalha, acredita em si e tem fé que em algum
momento alguém ou uma instituição irá contribuir para a realização
dos seus sonhos.
Coube a esse meu segundo livro de poesias, um e-livro, coletar e
organizar as poesias que não enquadravam na estrutura do primeiro
livro denominado “A Cabala do Amor”. Isso não significa que não haja
poesias de amor neste, mas que ênfase deste livro está nas poesias que
descrevem os aspectos gerais sobre a vida. Em seu aspecto geral as
poesias escolhidas para este livro retratam a minha visão sobre os
impactos que as expectativas e ciúmes de seus namorados e amigos
sobre minhas amigas e alunas. Estas falam sobre uma sociedade em
que a grande maioria dos homens e mulheres não tiveram uma
educação emocional mínima para poderem dar o mínimo de
afetividade aos seus filhos. Em geral, quem nunca teve infância ou
acolhimento emocional não pode fazer o mesmo com seus semelhantes.

3
Poesias de Introdução
As Muitas Faces do Face 8
Procura-se Musa Inspiradora Para Poeta 10

I – Poesias para minhas Alunas e Amigas

1.1 – A Fada 11
1.2 – Garota Intelectual 12
1.3 - Cabelos Cacheados 13
1.4 – Valérias e Walquirias 14
1.5 – Valentina 15
1.6 - O Tao da Vida 16
1.7 - O Tao da Vida - Mystica 17
1.8 - As diabruras do verdadeiro amor 18
1.9 - Razão de Ser 20
1.10 - A Sereia 21
1.11 – Lilian 22
1.12 - Garota Intelectual 23
1.13 - Mãe Adolescente 24
1.14 - À Mulher Sertaneja (Tâmaras de Oliveiras) 24
1.15 - Moças na Cultura 26
1.16 - Fernanda e a Caslu 27
1.17- Tereza 28
1.18 - As Tâmaras de Oliveira 28
1.19 - Simplesmente Super Mãe 29
1.20 - A Mulher 31
1.21 - Entrando em Sintonia 32
1.22 – Rebeca Meirelles 34
1.23 - Luiza Schuring 34
1.24 - Sandra Boveto da Silveira 35
1.25 - Ela é a Sensação 36
1.26 - Luiza Schuschuring 37
1.27 - Jogando por ela mais essa Partida 38
1.28 - Poetisa Isabel & Felosa-Poliglota 39
1.29 - Paloma Tocci e o Noticiário 40
1.30 - You Tocci my Heart 41
1.31 - Paloma versus Padrão 43
1.32 - As Maira Sabrosas 45
1.33 - Doce Mell Dillor 46
1.34 - Mia, Mia, Maria 47
1.35 - F. E. M. I. N. I. N. A. (Valentina) 48

4
1.36 - Se na Dor’a Mara Gabrilli 49
1.37 - Renata! Sua Ingrata. 50
1.38 - Em todo o Esplendor da Maternidade. 51
1.39 - Mostrano La Veritá 52
1.40 - Liga pra mim Pituquinha 53
1.41 – Viúva Negra 53
1.42 - Baby, Baby Fefishinha 54
1.43 - No Chrysalis nor Butterfly 55
1.44 - Seleção Feminina 56
1.45 - Azulão Voando como uma Garça 58
1.46 - Sadi! Ouça a guitarra a chorar. 60
1.47 - Não era Desejo 61
1.48 - Entre o Fogo e o Mar 62
1.49 - Se Fosse Verdade! 64
1.50 - Fernanda Cover 65
1.51 - Diga-me o seu Nome! 67
1.52 - Entre livros, folhetos e Forró 69
1.53 - Las Chiquititas Voadoras 71
1.54 – Bate, bate Andorinha 73
1.55 – Intellectual Girl 74
1.56 – Be Poet! 75
1.57 - Mãe Adolescente 77
1.58 - Carinho em Espinhos 78
1.59 - Entrando em Sintonia 79

II – Poesias de Perdão

2.1 - A Dor do Fascínio 81


2.2 - A Fada e os Ogros (Flávia II) 82
2.3 - Juntando Os Retalhos 83
2.4 - Ligado a Amanda April 85
2.5 - Me Trocou Pelo Futebol 86

III – POESIAS SOBRE A VIDA

3.1 – Sentimentos 87
3.2 - Tudo é uma coisa só 88
3.3 - Uma Voz que Canta 89
3.4 - Uma Voz e Um Sonho 89

5
3.5- Jovens Globalizados 90
3.6 - Nissei e Sansei 91
3.7 - O Sal da Terra 92
3.8 – Ambição 92
3.9 - Relações Humanas 93
3.10 - Mundo da Informação 94
3.11 - Equilibrando a Balança 95
3.12 - Aprendendo a ser Amanda 97
3.13 - O Jogo ou o infortúnio do telejornal 100
3.14 - Experiências - Isabel Caballero 101
3.15 - Não Casei8 103
3.16 - Malu Mader 104
3.17 – Encruzilhada 105
3.18 - O Homem e a Vida 105
3.19 - Voo do Pássaro Cego 106
3.20 - Casa do Big Brother 108
3.21 – Marinalva 110
3.22 - O Tempo do Dancy-Days com o Pé na Cova 111
3.23 - Por Causa do Pão 112
3.24 - Povo sem História 114
3.25 – Escola da Infância 114
3.26 - Amores Reais e tão Iguais 115
3.27 - Na Arte de Ser a Arte 116
3.28 - Ser Homem! 118
3.29 - Crianças são a Esperança 121
3.30 - Children are the Hope 123
3.31 - Me Deixe Sonhar... 124
3.32 - Tempo Eterno ou Efêmero 125
3.33 - Paródia ou variações da Música 126
“Eu Nasci a dez mil anos atrás” Raul Seixas
3.34 - Caras Pintadas 129
3.35 – Ter Saudades 130
3.36 – Tradutor Traidor 131
3.37 - Como! Restou Donte! 132
3.38 - Tia! Vamos Arrumar esse Bebelo? 133
3.39 - Os dois lados da morte 133
3.40 - Somos todos adolescentes. 136
3.41 - Árvores! Em perfeita simbiose na vida e na morte 138
3.42 - O pajé está pedindo socorro. 139
3.43 - Entre Outono e Primaveras 140
3.44 - Folhas ressequidas de um velho poeta. 142
3.45 - Geração Nem-Nem 144
3.46 - Nem-Nem quer Estudar! 145
3.47 - Qual seria o seu lugar? 146

6
3.48 - Palavras ocupando espaços vazios 148
3.49 – Palavras tão eternas como as árvores 149
3.50 - Também queremos andar de Jatinho 150
3.51 - O mundo deve ser regido por duas mãos. 152
3.52 - Como são intrigantes as relações 153
3.53 - Observando o vir e o devir 154
3.54 - A Magia da Poesia 156
3.55 - Os Poemas falam mais alto do que eu 158
3.56 - Não sou responsável pelo que entendes 160

7
As Muitas Faces do Face

As diversas faces da vida;


A vida e suas diversas faces;
As faces multifacetadas;
As múltiplas partes da face;

As faces da verdade;
Da verdade relativizada;
As faces da ilusão;
Da ilusão de que se sabe a verdade;

As faces dos sentimentos;


Dos sentimentos verdadeiros;
As faces da saudade;
Da saudade das experiências passadas;

As faces doces;
Das vivencias prazerosas;
As faces amargas;
Amarga pelos desamores;

As faces dos sonhos;


Os sonhos e suas diversas faces;
Os sonhos e seus pesadelos;
E a face dos pesadelos.

A face da vida dos pais;


A vida dos pais na nossa face;
A face do nosso par;
A o par de nossa face.

As diversas faces do amor;


E o amor e suas diversas faces;
A face da encarnação do amor;
E o amor encarnado na face.
A face do carinho;
E o carinho na nossa face;
A face da proteção;
E a proteção de nossas diversas faces.

A face da criação;
E a criação com suas diversas faces;

8
A face do acasalamento;
E o acasalamento com suas diversas faces.

A face das opções;


E as nossas opções na nossa face;
A face do sexo;
E o sexo na nossa face.

As faces do desespero;
O desespero de não ser ouvido;
As muitas faces das vozes;
Das vozes caladas;
Caladas de medo;
Medo de não ser compreendida;
Vozes dos incompreendidos;

As faces mui belas;


E as belas e suas faces;
Faces tão comuns;
Comuns como são as faces.

As faces bizarras;
Como são bizarras todas as faces;
Faces tão iguais;
Iguais a todas as faces;

Faces tão diferentes;


Diferentes como todas as faces;
O mundo possui muitas faces;
As faces que compõe o mundo.

As faces dos pontos de vista;


As faces do engano;
As faces da rebeldia;
As faces da esperança;
A esperança da compreensão;
Que redunda na comunhão;
No casamento de gerações.

9
Procura-se Musa Inspiradora Para Poeta

Não precisa ser Amanda April;


Nem possuir beleza global;
Nem reunir em suas feições;
A doçura de uma coelha;
Unida com a feminilidade felina;

Mas, precisa ter o brilho;


Do amor a vida nos olhos;
Reunir em sua personalidade;
A firmeza de caráter;
E ao mesmo tempo ter;
Um certo ar de menina;
Ser em geral recatada;
Mas, outras vezes levada da breca.

Ser generosa para dividir seus anseios;


Zelosa ao alimentar minha imaginação;
Estar sempre aberta;
E ao mesmo tempo parecer estar velada.

Ser feminina o suficiente;


Para me sentir cavalheiro;
Ser felina o suficiente;
Para me sentir masculino;
Parecer estar desprotegida;
Para que eu possa ser paternal;
Ser firme e resoluta;
Para que eu saiba;
Onde minha cabeça repousar.

Ser forte o bastante;


Para suportar meus devaneios;
Ser nobre o bastante;
Para guiar minha alma;
Ter fé o suficiente;
Para que possamos;
Nos unir em oração;
Acreditar no futuro;
Para estar pronta;
Ao que der e vier.

10
I – POESIAS PARA MINHAS ALUNAS E AMIGAS

1.1 - A FADA

Porque a tenho?
Se estamos tão distante e conhecemos nos tão pouco.
Porque me tens?
Se o nosso encontro foi como aquele pensamento errante,
que de tão curta duração,
somente deixa traços fugazes na memória.
Porque nos queremos?
Se somos semelhantes a promessas que nunca se cumprem.
Porque declamo? Se não podes me ouvir.
Paro e olho para dentro de mim e te procuro.
Levantam-se pensamentos de amor e ternura.
Num passe de mágica tudo se torna bom e belo.
E vejo que sempre existiu.
Que tens morada na minha alma.
Que lá assiste aos meus pensamentos.
Paro, penso e procuro separá-la dos meus ternos e eternos sonhos
infantis.
Mas que! Ao fazê-lo eles morrem.
Ficam sem graça.
Fico atônico.
Olho profundamente e vejo que és a Fada encantada que habitas em mim.
E resignado compreendo que viverás eternamente na minha alma.

11
1.2 - Garota Intelectual

Com um olhar distante;


Como fosse uma viajante;
Mergulhada em seus sonhos;
Que se confunde com o mundo.

Como um livro fechado;


Que deve ser folheado;
Para que seu conteúdo;
Possa ser vivenciado.

Ora sendo levada pela imaginação;


Ora vivendo de emoções;
Ora sendo guiada por memórias;
Ora vivendo de recordações;
Ora vivendo em um mundo incriado;
Ora criando um mundo de imaginações.

Vivendo no breu das emoções;


Em um mundo insípido;
Que não alimenta suas emoções;
E não espelha sua imaginação.

Sem saber como fundir;


Em um único ser;
A doce e meiga menina;
Com a doce e meiga rebeldia.

12
1.3 - Cabelos Cacheados

Doces e meigas;
Um olhar distante;
E ao mesmo tempo presente;
Prende-me e cativa.

Seus meigos sorrisos;


Adornando rosada face;
Emoldurado em mechas;
De cabelos cacheados.

Me remetem ao mundo das fadas;


Dos duendes e magos;
E encantado por sonhos;
Mergulho nas brumas dos pensamentos.

Esqueço os pesadelos;
De uma vida sem sentido;
Das lutas da vida;
Daquilo que se denomina de vida adulta.

Me esqueço da dura realidade;


E volto a acreditar no bem maior;
Que o futuro é uma semente;
Germinado na podridão dos fatos;
Que transforma o presente.

Como saído de um santuário;


Tendo sido banhado;
Na fonte da eterna juventude;
Recobro minhas virtudes.

Na doçura de sua humanidade;


Retomo minha consciência;
E os rumos de minha vida;
Do que é viver com dignidade.

13
1.4 - Valérias e Walquirias

Vagando pela escuridão do mundo;


No breu da noite dos ideais;
Minha imaginação se enche de monstros;
Fantasmas e dragões surgem;
Para devorar minhas aspirações.

Mas eis que surgem;


Valérias e Walquirias;
Cavalgando nas brumas;
Da minha imaginação.

Emergem de minha mente;


Todas sorridentes;
Com olhar de estrelas cadentes.

De caráter nobre;
De espírito valente;
Com alma feminina.

De queixos fortes;
Narizes finos
Adornados com belos sorrisos.

De beleza marciana;
Delicadamente refinada;
De contornos femininos.

Rosto forte e fino;


Como tendo sido esculpido;
Por mãos divinas;
Do mais fino;
Mármore espartano.

14
1.5 - Valentina

Voltei minha face;


Um sorriso assustado velava.
O que parecia uma mulher valente;
Escondia uma doce menina.

Uma índia arredia;


Ou uma filha cabocla;
Se ocultava na mata;
E nos espinhos da sala.

Ervas daninhas;
Cercavam menina;
Que entre galhos e espinhos;
Não abria, mas murchava.

Sala vazia;
Morta e fria;
No deserto de areia;
Pequena flor matava.

Nos ciclos do dia;


Ao campo voltava;
Alimento a esperança ;
De um dia vê-la desabrochar.

15
1.6 – O Tao da Vida

Sonhos sem sonho;


Sobremesas sem doces;
Comida sem gosto;
Vida sem vocês.

Não quero viver assim;


Longe de vocês;
Essa vida sem graça;
Sem os sorrisos de vocês.

Nas areia do tempo;


Na praia da vida;
No curso do destino;
Todos os dias são iguais.

Não quero viver assim;


Longe de vocês;
Essa vida sem graça;
Sem os sorrisos de vocês.

Céu sem estrelas;


Mar sem praias;
Florestas sem flores;
Paisagem sem graça.

Não quero viver assim;


Longe de vocês;
Essa vida sem graça;
Sem os sorrisos de vocês.

Olhares sem brilho;


Livro sem imagem;
Poesia sem rima;
Musica sem graça.

Não quero viver assim;


Longe de vocês;
Essa vida sem graça;
Sem os sorrisos de vocês.

16
Alunos danados;
Crianças levadas;
Amor de pirraça;
Sala cheia de graça.

Não quero viver assim;


Longe de vocês;
Essa vida sem graça;
Sem os sorrisos de vocês.

Menina moleca;
Garota sapeca;
Mulher virada da breca;
Quero você mesmo assim.

Não quero viver assim;


Longe de vocês;
Essa vida sem graça;
Sem os sorrisos de vocês.

1.7 - O Tao da Vida - Mystica

Sonhos sem sonhos;


Alimento sem sal;
Sobremesa sem doces;
Todos os dias iguais.

No Mar da vida;
Os acontecimentos são como ondas;
Que batem e voltam;
Mais não sai do lugar.

Na praia da vida;
Nas areias do tempo;
O mar parece modificar;
Mais todos os dias são iguais.

17
Como um sonâmbulo no mundo;
Caminhando de olhos abertos;
Vai trilhando seus caminhos;
Sem saber para onde vai.

Olho para o céu de minha sala;


Para a lousa ou quadro negro das ilusões;
E na escuridão deste mundo;
Vejo miríades de estrelas nos seus olhar.

Algumas agrupadas;
Outras isoladas;
Mas, todos dando sentido;
A este céu infinito.

Nas constelações dos seus olhos;


Vejo a verdadeira beleza do mundo;
Na Via Láctea dos seus brilhos;
Encontro meu caminho no mundo.

1.8 - As diabruras do verdadeiro amor

Querida Fernanda;
Foi-se o tempo
Em que se vivia
De puro amor.

Ó puro amor
Ó puro amor
Você era menina
Eu era seu companheiro.

Muito bom eram aqueles tempos


Tempo ingênuo;
Tempo zombeteiro;
Mundo de alegorias;
Recheado de fantasias;

Puro amor!

18
Oh, puro amor! Refrão
1
Que aconteceu com você?
Fiz de tudo para não morrer.

Tempo em que;
Juntávamos os trapos ....................................................Refrão
Costurávamos os retalhos
E curtíamos o bom viver.

Tempo bom;
Muito bom;
Aquele em que; Refrão 2
Eu entrava com a cueca; Bis
E você com a calcinha.

Hoje tudo é diferente


Nesse mundo moderno;
Até comprei um terno
Agora movo montanhas; Refrão 3
Só para ficar com você.

Fiz loucuras;
Comprei um carro;
Mobilhei seu quarto; Refrão 3
Só para ficar com você.

Escute amor?
Mobilhei seu quarto;
Só para ficar com você.

19
1.9 - Razão de Ser

Por que reclamam que eu digo que me inspiram?


Por que temes que lhes roube seus amores?
Que garota se sujeitaria a tal vida medíocre?
Traçada na linha mediana do destino;
De um mero professor.

Como posso viver nesse vácuo;


Nesse vazio existencial;
Olho para o quadro branco da existência;
Procurando com o que preencher;

Olho para a corrente da vida;


Procurando sentido para viver;
Preencho meus vazios;
Sacio meus anseios;
Nos ministérios do ensino.

Na edificação do pensamento;
Derrubando preconceitos;
Estruturando os raciocínios;
Criando pontes entre anseios;
Que encontro minha razão de ser.

Deixemos de lado efêmeras divagações;


Fechemos as portas da inteligência emocional;
Voltemos os nossos olhos para as frias leis e álgebras;
Que encho essa lousa ou quadro negro de ilusões;
Com frias leis escritas em equações;
Que os atormentam e enervam;
Roubando os tempos de vossas juventudes;
Acalentando os sonhos de vossos pais.

20
1.10 - A SEREIA

Mergulhado em águas turvas;


Turvas pelas lamas;
Lamas levantadas por fantasias;
Fantasias geradas por inseguranças.

Mergulhado neste mar;


Mar povoado por monstros;
Monstros gerados por ódios e rancores;
Que criam um cenário de pavor.

Arrastado pelas correntezas da vida;


Prezo nos rodamoinhos dos sentimentos;
Tragado nos turbilhões dos pensamentos;
Sufocado em um oceano de emoções.

Neste oceano inóspito;


Ouço um canto de sereia;
Que me arrasta das profundezas;
Para águas seguras.

Face angelical;
Cabelo em águas;
Olhos claros aperolados.
Me arrebatam e me acalmam.

Os pensamentos se sedimentam;
No fundo do oceano das emoções;
Águas turvas se cristalizam;
Criando um novo mar de visões.

Oceano restaurado;
Fauna organizada;
Beleza infinita;
De um mundo humanizado.

21
1.11 – Lilian

Lilian um doce de menina;


Que se derrete ao som de minha voz;
Mistura de moleque e menina;
Com minha mente faz brincar.

Entre meninos enciumados;


De caras amarradas;
Surgia menina assustada;
Que com um olhar era desarmada.

Com doce sorriso;


Me hipnotizava.
E não percebia;
Ao que ao seu redor a esperava.

Em meu egoísmo insano;


Ou nas turbulências do dia a dia;
Que produziam um vácuo em minha vida;
Sua presença me preenchia.

Atrás de colegas;
Que por detrás se escondia;
Passava por mim;
Como menina arredia.

Cena jocosa;
Que muito me divertia;
Instigava travessuras;
Em minha mente vadia.

Aparente menina frágil;


Mulher forte não sabia;
Até que ventos de tempestade;
A minha vida sacudia.

Ondas de injurias me atingiam;


Como nau sem porto sacudia;
Rocha firme encontrei;
No seu caráter de menina.

22
1.12 - Garota Intelectual

Com um olhar distante;


Como fosse uma viajante;
Mergulhada em seus sonhos;
Que se confunde com o mundo.

Como um livro fechado;


Que deve ser folheado;
Para que seu conteúdo;
Possa ser vivenciado.

Ora sendo levada pela imaginação;


Ora vivendo de emoções;
Ora sendo guiada por memórias;
Ora vivendo de recordações;
Ora vivendo em um mundo incriado;
Ora criando um mundo de imaginações.

Vivendo no breu das emoções;


Em um mundo insípido;
Que não alimenta suas emoções;
E não espelha sua imaginação.

Sem saber como fundir;


Em um único ser;
A doce e meiga menina;
Com a doce e meiga rebeldia.

De Mello

23
1.13 - Mãe Adolescente

Cabelos rebeldes escondem anseios;


Que um dia o Mundo enxertou;
Embaraçados como crinas selvagens;
Demonstram que homens;
Não a sabem domar.

Órfãos de pais;
Carentes de amor;
Seus filhos do mesmo modo vão criar;
Fortes como árvores ao vento;
O destino só às faz vergar;
Uma geração na geração;
Só me faz calar;
De tamanha dor no peito;
Estas palavras me saem;
Como filhos sem pais.

1.14 - À Mulher Sertaneja (Tâmaras de Oliveiras)

Criada sob o sol tórrido sertanejo;


Murcha sob os olhares ciumentos;
De homens e mulheres sertanejas;
Carregados de rancor e preconceitos.

Terra de machos e concubinas;


E de sacrifícios de mulheres pela família;
Fantasmas de traições e escorregões;
Sufocam e calam a mulher brasileira.

Flores crescem e sobrevivem;


Rodeadas de pestes e ervas daninhas;
Em solo arenoso e espinhoso;
Flores rudes e belas brotam no agreste;

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Com pouca umidade e no ar árido;
Absorvem e concentram nutrientes;
E ricas de vida e amor colorem;
O chão tórrido e arenoso do agreste.

Como árvores enxertadas;


Surge na mata rala e enrugada;
Palmeira alta e exuberante;
Com copa verde e dourada;
De nome tamareira;
Ao lado de árvore copada e esverdeada;
Ofertam suas belezas;
Cujo nome é Oliveira;

Fruto raro e exótico;


De nome simples e formoso;
Tâmaras alimentam e nutrem;
Com graça, bondade e simpatia;
Um povo sofrido e necessitado.

Da árvore arborizada;
Fruto pequeno e concentrado;
Oferta sumo rico em gordura;
Que azeita o povo nordestino.

E alimenta a chama da esperança;


E ilumina o santuário;
Onde homens e mulheres;
Depositam suas esperanças.

Lavrador paciente e isolado;


Alenta e dedica-se a tal raridades;
E rega com ideias e palavras;
Um pomar ou Oasis de árvores frutíferas.

Na esperança que sob suas sombras;


E alimentados com seus frutos;
Um povo de ideias ressecadas;
Se transmutem em seres humanizados.

25
1.15 - Moças na Cultura

Em um ambiente na forma de teatro;


Aproveitando todo o espaço;
No meio de pessoas, discos e Livros;
Caminho entre as estantes meio absorto;

Ambiente bem iluminado;


A luz espalhada pelos livros;
Faz o espaço meio opaco;
Criando no ar um ambiente meio bucólico.

À frente sentasse moça;


Olhos claros de tom meio cinza;
De tão transparente que revelam a alma;
Rosto claro de traços fortes;
Revelam presença de um forte espírito;

Com lindos cabelos pretos à moda Chanel;


Ela faz coques com os cabelos;
Escondendo orelhas lindamente torneadas;
E esconde o nervosismo dedilhando os cabelos.

Absorta em pensamentos;
Guiados pelo enredo;
Vai enrolando o cabelo;
Como pusesse as ideias em ordem.

Trajada à moda escritório;


Mas usando calça jeans rasgada;
Mesclando um espírito intelectual;
Com um leve toque de rebeldia.

Com os pensamentos absortos;


Esconde o brilho de seu rosto;
Na espera que um evento fortuito;
Deslacre um sorriso maroto.

26
1.16 - Fernanda e a Caslu

Rosto lindo e delicado;


Face doce e meiga;
De uma mulher de brio;
E ao mesmo tempo menina.

Arrebatada pelo destino;


Jogada pelos ventos e tempestades;
No emprego do seu amor;
Encontrou o seu porto seguro.

No amor infantil;
E nas obras de caridade;
Se afastava da vida fútil;
E mergulhava na dura realidade.

Mulher de puro amor;


Menina alegre e faceira;
Saia do berço paterno;
Em direção aos espinheiros.

Conquistou o nosso respeito;


E o nosso sincero amor;
Sempre terá nosso irrestrito apoio;
E habitarás eternamente no meu coração.

27
1.17 - Tereza

Menina faceira;
Sorriso brejeiro;
Desabrocha em flor.

Olhar cismado;
Como gata do mato;
Brilha de amor.

Como menino descuidado;


Embrenho no mato;
Em busca de seu amor.

Em espinhos me corto;
Em lodo me atolo;
E não sinto dor.

Lembranças de sua face;


Curam minhas chagas;
Apagam as mágoas.

Do sabor amargo;
Do ciúme ingrato;
Do amor não partilhado.

1.18 - As Tâmaras de Oliveira

Quando esperada;
A Virgem Maria sua mãe rogava;
Por menina linda;
E um ser humano abençoado.

Seu pai rogava;


Ao Espírito Santo;
Por uma filha iluminada;
E com o nome Tâmara de Oliveira;
Eles foram inspirados.

28
Moça doce e meiga;
De rosto ovalado;
Levemente rosado;
Adornado com suave sorriso;

De olhos amendoados;
Levemente puxados;
Como pérolas negras;
Embelezando seu rosto.

Pessoa simples e singela;


De fala mansa e sincera;
Com espírito alegre;
Nos brinda o Nordeste.

De alma pura e transparente;


De olhar sonhador;
Sempre pronta a ajudar;
Como é típico do povo do nordeste.

1.19 - Simplesmente Super Mãe

Ai, Querida Ma-mãezinha;


Lá no céu estive a (te) olhar;
Com amor e ternura;
Seus rogos fui escutar;
(E suas orações fui realizar;)

Sai de seu ventre;


Em um belo dia de repente;
Começamos a brincar;

Me alimentou em seu seio;


E com afeto e carinho;
Me pôs pra ninar;

29
Brincando e cantando;
Me ensinou a falar;
E logo aprendi;
Que seu nome é lindo de falar.

Segurando em suas mãos;


Logo aprendi a caminhar;
Feliz e contente;
Ao som de sua voz;
Logo estávamos a dançar;
E em seus braços fui me jogar.

Ai me levou para a escola;


E chorou quando me deixou;
Com ciúmes da professora ficou;
E meu lanche com carinho preparou.

Toda a noite me colocava na cama;


Depois do Pai Nosso;
Histórias me contava;
E ao som de melodias eu ninava;

Logo, logo estávamos dançando;


Pop, pop, pop, pop;
Toda boba cantando;
Eu danço pop, pop, pop, pop;
Assim é bem melhor; ............................. Refrão
Eu danço pop, pop, pop, pop;
Assim é bem melhor;

Logo, logo lá estava ela;


Assistindo comigo Cocoricó; ............................. Refrão
Comendo pipoca e cantando cocoricó;
E cantando e dançando na sala; cocoricó.

Depois ao som dos menudos e chiquitas;


Tu rejuvenescia;
E bailava e gingava;
mi muy amada;
Muy hermosa;
E muy querida madrecita.

Algumas vezes eu fingia;

30
Que estava triste ou adoecia;
Para sua presença reclamar;
E encostava minha cabeça no seu peito;
Para que seu coração;
Pudesse me acalmar.

Fazia cara de doente;


Deixava o corpo todo mole;
E com aquela voz melada;
Pedia para no seu colo deitar.

Assim eu crescia;
Até que um belo dia;
Meu coração com outras/os dividia;
Mas toda noite aos seus braços voltava.

1.20 - A Mulher

• A Mulher é o binário, pois, vem diretamente da unidade (o homem), assim diziam os


cabalista judeus.

• O binário é mais particularmente o número da mulher, esposa do homem e mãe da


sociedade.

• O homem é o amor na inteligência e a mulher é a inteligência no amor.

Foi a mulher quem primeiro saiu do paraíso, pregando o evangelho do corpo. E será ela
quem regressará primeiro pregando o evangelho do amor.

• Feliz poscrito! Pois que ela lhe foi dada como companheira de seu exílio!

• O homem é o Trono de Deus, mas a mulher o seu Altar.

• O homem é o símbolo da vontade de Deus – o Sol – a mulher a imaginação – a Lua.

A mulher é o sorriso do criador contente consigo mesmo, e é depois de tela feito que ele
descansou, diz a parábola celeste.

31
• A mulher está antes do homem, porque é mãe, e tudo lhe é perdoado de antemão
porque dá a luz dolorosamente.

• A mulher foi a primeira a iniciar-se na imortalidade pela morte. O homem viu-a tão
bela e a considerou tão generosa que não quis sobreviver-lhe, e amou-a mais que a sua
própria vida, mais que a felicidade eterna.

A mulher é a alma da humanidade. Sua criadora e mantenedora.

• É a beleza do criador encarnada no mundo.

• Por isso, nesta data lembre-se de quem sois, e se identifiquem com o seu próprio ser.

1.21 - Entrando em Sintonia

Fechado ou encapsulado;
Em um corpo material;
Sujeito às intempéries;
E as incertezas do mundo.

Ouso duvidar da divina existência;


Quanto estou longe de sua presença;
Do sorriso de sua face;
Que me lembra da beleza;
Da mãe natureza;
Encarnada na sua feminilidade;
Que me eleva a divindade.

Caminhando entre mortos;


Desesperançosos e alquebrados;
Pela vida odiados;
Sem saber onde;
Descarregar as amarguras;
De uma vida insípida.

Mergulho nas profundezas;


E na obscuridão da Fé;
E da crença do bem maior;
Que a mente de Deus;
Tudo irá dispor em seu favor.

32
Como descrever em palavras;
Ou mesmo em imagens;
Quando entro em sintonia;
Em plena harmonia;
Com seu eu impessoal.

Que as trevas mentais;


Se dissipam em luz;
Que todo meu ser inebria;
Me enchendo de inefável alegria;
De estar ligado em alma a você.

Como em uma prece;


Minha mente se cala;
E meu eu se exalta;
Elevado pelas suas preces.

E o espaço tempo se dissolve;


E tudo se torna um;
E um se torna tudo;
Em sua mente.

33
1.22 - Rebeca Meirelles

Raios de luz vagueiam pelo céu;


E atravessam gotas d’água;
Brilhando iridescentemente;
E atinge o solo úmido;
Carregando a relva de energia;
Alimentando a vida.

Menina se transformando em mulher;


E num desabrochar de vida;
Irradia beleza infinita;
Rosada face;
Elegantemente adornando La France;
Livre e solta pelo mundo;
Lion cai aos seus pés;
E anjos a guiam pela estrada do destino;
Sabendo que ser doce e meigo será.

1.23 - Luiza Schuring

Fazer a diferença;
No meio de tanta indiferença;
Amar antes de ser amada;
Ser mais bela;
Que a mera face;
Que de tão bela;
Não deixa transparecer;
O que há de mais bela;
O coração de tal donzela;
Que a faz mulher;
E um ser humano;
Que me remete;
Ao mais sublime anseio;
Do que seja a mulher no mundo;
A alma viva da natureza.

34
1.24 - Sandra Boveto da Silveira

Atrás de um rosto singular;


Esconde uma alma felina;
De uma moça muito feminina;
Que possui uns olhos a brilhar.

Como em uma noite de verão;


Não sei de onde sai tanta inspiração;
Por de trás de vestes orientais;
De um Sol que não se põe.

A moda Sheerazade;
Com versos nos encanta;
Saídos das noites dos pensamentos;
Que esconde seus anseios.

Em um conto noturno;
Sobre um urso taciturno;
Que com as farpas do destino;
Com feridas sua alma alvejou.......

35
1.25 – Ela é a Sensação

Ela é maravilhosamente linda;


Uma beleza de menina;
Fernanda, Fernanda;

Com cabelos dourados;


Emoldurando linda face.
Fernanda, Fernanda;

Fazer a diferença;
No meio de tanta indiferença;
Amar antes de ser amada;
Ser mais bela;
Que a mera face;
Que de tão bela;
Não deixa transparecer;
O que há de mais bela;
O coração de tal donzela;

Ela é idealmente imperfeita;


E isto não é nenhuma desfeita;
Fernanda, Fernanda;

Que a faz mulher;


E um ser humano;
Que me remete;
Ao mais sublime anseio;
Do que seja a mulher no mundo;
A alma viva da natureza.

Ela é a sensação;
Está causando a maior comoção;
Fernanda, Fernanda;

E a cada surpresa;
Põe abaixo as certezas;
E vive na plenitude;
De sua juventude.
Fernanda, Fernanda;

36
1.26 - Luiza Schuschuring

Minha cara metade;


É uma menina levada da breca;
Muito danada e espevitada;
E no teatro da vida;
Ela é a realidade.

Como os nascidos com Vênus aflito;


Com a lua do lado oposto;
Ela está longe do meu lugar;
E no lado oposto do tempo.

Ela é maravilhosamente linda;


Uma Schuschuring de menina;
Com cabelos dourados;
Emoldurando linda face.

Ela é idealmente imperfeita;


E isto não é nenhuma desfeita;
Pois, como todo dia ela erra;
Todo dia é igual ela.

E a cada surpresa;
Ela transmuta;
A monotonia do dia;
Na sua alegria de viver.

E como uma malabarista do destino;


Ela surfa nos seus deslizes;
Põe abaixo as certezas;
E vive na plenitude;
De sua juventude.

37
1.27 - Jogando por ela mais essa Partida

Estou nos campos da vida para conquistá-la;


Vou pro ataque e ela se defende;
Armo uma linha de três;
E ela se fecha em uma de quatro.

Ela faz falta ao meu viver;


Ele se protege com barreiras;
Ponho feitiço na pelota;
E envio ao ângulo certo.

Ela voa como um pássaro;


E agarra com unhas felinas;
E joga a esfera de volta;
Atrás das linhas inimigas.

Armo duas linhas de quatro;


Ela se ri de minha retranca;
A encurralo na zaga;
Ela se defende e esbraveja.

Ela me acerta a canela;


Eu esbravejo de raiva;
Chuto de bico a esfera;
E ela nem dá bola.

Ela me põe de escanteio;


Eu invado a zaga;
Ela me empurra de volta;
E o árbitro não diz nada.

Ataco pelos flancos;


Ela dá cabeçada;
Cruzo as linhas do seu destino;
Ela reclama de impedimento.

Faço uma tabelinha com os amigos;


E fico com a pelota de frente;
Chuto certeiro a esfera;
Ela se desvia em um morrinho.

Observo sua trajetória;


Nessa parábola a enganar;
Rezo para ela entrar em seu coração;
E ela bate em um tufinho;
E penetra no seu coração devagarzinho.

38
1.28 - Poetisa Isabel & Felosa-Poliglota

Oh felosa-poliglota;
Por onde está a cantar;
Escuto o seu pio;
Não sei onde é seu ninho;
Sou estou a te escutar.

Porque se esconde;
Atrás dos montes;
Se sabes que estou cá.

Oh felosa-poliglota;
Como sabes cantar;
Pia como passarinho;
Canta como rouxinol.

Porque não atravessas o oceano;


Trás um pouco de encanto;
Para essas terras de cá?

Com suas poesias diversas;


Em uma panóplia sonora;
Parece tão vistosa;
Para esta gente de cá.

Oh moça garbosa;
Muito eloquente;
De canto refinado;
Sob um manto cinzento.

Não seja tímida;


Escreva pra gente;
Para com suas poesias;
Possa-nos brindar.

39
1.29 - Paloma Tocci e o Noticiário

Uma linda mulher;


Entrando em nossa imaginação;
Através da televisão;

Suavizando o noticiário;
Adornando o imaginário;
Do mundo cão.

Não é apenas uma linda mulher;


Mas, possui em si as características;
Ou melhor, os arquétipos;
Do ideal do humano com o belo.

Ser a beleza na arte;


Na arte de chocar a mente;
Que derrepente surpreende;
A contraposição do amargo;
Com o doce de sua voz.

A apresentação da verdade;
Mesmo que nua e crua;
Tem que transparecer;
O sentido de estética e de justiça;
Na mais pura razão;
Da dialética da beleza;
E da inteligência da mulher.

No sorriso ingênuo;
E no aceno ao telespectador;
De mulher menina;
Resgatando nosso amor.

Fundindo a mulher e a menina;


Em uma eterna ternura;
Transmite a paz materna;
E a esperança da mulher.

Em meio ao cenário;
Das catástrofes do noticiário;
De um país acéfalo;

40
E de um povo indefeso.

Na sua doce ternura;


Brotam nas mentes e nos corações;
Desejos de ações de esperanças;
E da existência de um bem maior.

1.30 – You Tocci my Heart

Uma linda mulher;


Entrando em nossa imaginação;
Através da televisão;

Suavizando o noticiário;
Adornando o imaginário;
Do mundo cão.

She isn’t just a beautiful woman;


But it has the characteristics;
Or rather, the archetypes;
Of the humanity and the beautiful.

Ser a beleza na arte;


Na arte de chocar a mente;
Que derrepente surpreende;
A contraposição do amargo;
Com o doce de sua voz.

Sweet voice emerging from infinity;


Snoring in our hearts
You Tocci my heart;
And make me see the truth.

A apresentação da verdade;
Mesmo que nua e crua;
Tem que transparecer;
41
O sentido de estética e de justiça.

Nella pura ragione;


Dalla dialettica della bellezza;
E l'intelligenza della donna.
You Tocci my heart;
And make me see the truth.

Nel sorriso ingenuo;


E nei gesti e nel cenno del capo;
Ragazza delle donne;
Salvare il nostro amore.

Fundindo a mulher e a menina;


Em uma eterna ternura;
Transmite a paz materna;
E a esperança da mulher.

Na sua doce ternura;


Brotam nas mentes e nos corações;
Desejos de ações de esperanças;
E da existência de um bem maior.

You Tocci my heart;


And make me see the truth.

Tocci che ci ispiri;


Una donna molto bella
Bella come una stella
Non ambisco solo per me;
Chi è in cielo splende.

42
1.31 – Paloma versus Padrão

Ah esse maldito tempo;


Que tenho que dividir;
Entre essas estrelas;
Que minha alma está a orbitar.

Foi-se o tempo em que se acreditava;


No que se dizia ou se via;
E a gente se satisfazia;
Em somente em ver ou apreciar.

Hoje queremos participar;


Estamos pela telefonia a twittar;
Mas infelizmente outros querem imitar;
E criamos essa sociedade padrão.

Mas estou cansado de filosofar;


Agora estas beldades quero apreciar;
É uma grande pena;
Que nesse mundo não posso entrar.

Ai querida Ana Paula;


Amei o seu modelito,
Despojado e bonito,
Mostrando a silhueta,
Perfeita de ninfeta!

Você está maravilhosa,


Devo dizer, gostosa,
É uma modelo muito charmosa,
E muito carinhosa!
Com todo respeito estou lhe a curtir,
Com essa postagem aqui,
Elogiando seu modelito,
Frisando o quanto é bonito! rs

Mas já vou lhe avisando;


Que não sou nenhum santo;
E se cair sob meus encantos;
Como no primeiro amor vamos estar.

Desculpe-me, mas sou homem;

43
E a outro programa estou a ver;
E ao meio de tantos horrores;
Uma bela dama vai me encantando.

Assim, a medida que vou me informando;


Sobre este mundo moderno e complexo;
Da coexistência do que entendemos como humano;
E a esquizofrenia do ser animal.

Minha psique vai sendo ferida;


E meus ideais sangrados;
As concepções humanas ressecadas;
E os sonhos infantis se transformam em pesadelos.

Minha alma é curada;


Pelo toque (Tocci) de sua voz;
Que me atinge como balsamo;
E meus males sanados.

E os raios que emanam de sua face;


Da mais pura beleza;
As chagas do meu espírito;
Que corroíam minhas esperanças;
São seladas e cicatrizadas.

E sob o brilho de seu sorriso;


Misto de mulher e menina faceira;
Volto a acreditar;
No futuro da humanidade.

Léa Marinho & Luiz Adolfo de Mello

44
1.32 - As Maira Sabrosas

Uma bela mulher;


De olhar felino;
A espreita do destino;
De lhe bater as portas;
Para ser agarrada;
Aquela que quer mais amar;
Do que ser simplesmente amada.

De olhar profundo;
De quem vê o mundo;
Uma cesta divina;
De oportunidades;
Para ser vivenciada e compartilhada.

Atrás de um verniz de tristeza;


Ou de uma carapaça de educação;
Soa uma canção;
Uma melodia entoada;
De quem é muito amada.

Seria um enigma;
Ou apenas uma charada?
Mas, poderia ser namorada;
Ou simplesmente um viver;
Ou o que acontecer.

Em um Rio de vida;
De uma grande amiga;
Que não pode ser adquirida;
Nem comprada;
Somente sendo vivenciada;
Pelos que desembocam;
No rio de sua vida.
..............................
.............................. (alimente minha imaginação)

45
1.33 – Doce Mell Dillor

Oh abelhinha que está a voar;


O que está fazendo aqui neste lugar;
Olhe para esta gente tão carente;
Que derrepente podes amar.

Rainha mãe porque está tão brava; Tão brava;


E ao vento está a voar?
Não pique a gente; gente; esta gente;
Que estamos a observar.

Olhe esse jardim de sementes;


Que tens que pulverizar;
Semeia; semeia; se põe a trabalhar.

Oh abelhinha do campo;
Venha para cá, traga a semente; semente;
Para a flor semear.
Semeia, semeia, oh abelhinha do campo;
O campo é que é seu lugar.

Não seja má abelhinha;


Traga sementes para cá;
Primavera está chegando;
Vindo pra cá, ah.......

Semeia o verdadeiro amor;


Aquele que te dou, oh, oh, oh, ah, ah;
Adoça a nossa vida;
Pobre e ressequida;
Pelo inverno do desamor, oh, oh, oh.

Sol de nossa vida;


O caminho está a indicar;
Vou pelos verdes campos;
Que estou a enamorar, ah, ah, ah,
Flores silvestres, rosas, camélias e jasmim; im, im, im....
Oh, abelha rainha,
Adoça nossas vidas;
Seja o Mell de nossas vidas;
Venha ao nosso jardim polinizar, ah, ah, ah,

46
Mell de nossas vidas;
Ao café vou adoçar, ah, ah, ah,
Semeia nossas plantas,
Semeia, semeia,.....
Nossas flores, amores e tudo mais, ah, ah, ah,

Laia, Laia,

1.34 - Mia, Mia, Maria

Mia, Mia is a simple way to say Maria;


Maria, Maria beautiful name;
Of a beauty; So beautyfull
That is a girl and a woman;
That doesn’t belong to you;
And not isn’t Mia (minha or mine).

Despite looks like a snow white;


She is full of life; Refrão
As a Latin woman;
With eyes to shine.

For us merely Maria;


No matter if Maria;
María mui hermosa;
Ou une belle Maria,
O una più bela Maria.

Bela, bela più bela;


Mia, mia Santa Maria; Refrão
Bela mui Hermosa;
Simplesmente Maria.

Oh! Maria, Maria;


Beautiful name Maria, Maria;
Of appeal smile;…(sorriso maroto)

47
Of a charm girl.

Mia, Mia is a simple way to say Maria;


Maria, Maria beautiful name;
That doesn’t belong to you; Refrão
And not isn’t Mia

1.35 - F. E. M. I. N. I. N. A. (Valentina)

Parece uma menina,


Totalmente feminina, menina;
Seu jeito me fascina, alucina;
Seu nome é Valentina!
Nina, Nininhahhh

Minha dolce Nina,


Que a todos fascina, Refrão
Sempre feminina, menina;
É uma boa menina!

Como a nona dizia;


Minha dolce Nina;
Mui pìu bela.
Mas, no fundo uma fera.

Mesmo muito moleca;


Na rede na soneca, sapeca; Refrão
Com aquela cara de moleca;
Eu canto dolce Nina;
Nina minha dolce Nina.

Quem não conhece Nina,


Essa bela menina,
Sensual, feminina, me alucina;
Não sabe como fascina!

Quem me fascina,
É essa linda menina, Refrão
Muito feminina,
Chamada Nina!

____Léa Marinho____De Mello


48
1.36 - Se na Dor’a Mara Gabrilli

Olha a Senadora
Com Mara Gabrilli podemos contar
Olha esse povo carente
Mara é gente boa
Daquelas que podemos confiar.

Ela não quer o poder


Ela quer legislar
Se na dor da gente
Ela esta a pensar.

Estamos com você, eh, eh.


Mais um ano com você, eh, eh,
O povo está com você, eh, eh,
O senado é de você, eh, eh

É ano de eleição
Não seja vacilão
Não vai andar na contramão
Mara é a solução.

Estamos com você, eh, eh.


Mais um ano com você, eh, eh,
O povo está com você, eh, eh,
O senado é de você, eh, eh

49
1.37 - Renata! Sua Ingrata.

Renata! Porque foste tão ingrata


Com este amor sincero
Por mais que seja singelo
Deste teu admirador.

Não importa que seja global


E que não esteja em nenhum lugar
Está na imaginação
Mesmo que seja só ilusão.

Tudo sempre igual


No telejornal
Cria nova vida Refrão
Em sua alegria despida
De toda vaidade.

Mesmo que seja só na memória


Ou naquele click
Quer seja no repique
Antes ou depois do noticiário.

A bela e a fera
Ora repreendendo o larápio
Ora brindando o povo
Com o sorriso dos seus lábios.

Tudo sempre igual


No telejornal
Cria nova vida Refrão
Em sua alegria despida
De toda vaidade.

50
1.38 - Em todo o Esplendor da Maternidade.

A estrela mais bela


Desabrochando da tela
Mulher esplendorosa
Com pele tão viçosa.

No brilho do seu olhar


Radiando de seus cabelos
Deus Sol vai descortinando
Beleza tão singular.

No corpo levemente ovalado


No esplendor da maternidade
Radiando toda a felicidade
De um ser encantado.

Madre scusa me
Portare La verità
Como una divinità
ora annuncia la sfortuna
ora una gioia

Oh estrela gloriosa
Que invade a tela
Como uma mulher esplendorosa
Ora com um sorriso de menina.

51
1.39 - Mostrano La Veritá

Renata! La Verità!
Mostrano la Verità
liberaci dall'illusione
Ameno, Ameno,
dall'illusione,
liberaci dall'illusione.

Nom importa quanto sia doloroso


Nom troppo felici
La Verità Dea
Deve essere nudo e crudo
Dea nuda e vera.

Ameno, ameno
De la Ignoranza
E da la falsità.
La falsità,
che uccide la speranza.

La speranza
La speranza nel futuro
Nel futuro
dei nostri figli

Uno bambino
Un seme de la speranza
Nel futuro
Una stella all'orizzonte
Portare la speranza

52
1.40 - Liga pra mim Pituquinha

Ai minha pituquinha
Você parece uma leoazinha
De tão bonitinha
Esta linda menina.

Menina moleque
Cara de sapeca
Levada da breca
Que me enlouquece.

Esse seu jeito de andar


E seus modos de falar
De menina coelhinha
A nos alegrar.

Atende esse celular


Ligue pra mim
Me faça feliz
Se não vou endoidar.

1.41 - Viúva Negra

Ó viúva negra
Porque está a me amedrontar?
Porque teces estas artimanhas
Para me irritar?

Sei que és boazinha


Que gosta da joaninha
Do besouro, da borboleta
E do louva deus.

53
Recolhe sua teias
Deixe a mariposa voar.
Não prendas em suas teias
Com o visgo do seu amor.

Sei que está faminta


De justiça social.
Irritada com a rapinagem
Decepa as cabeças
Dos larápios.

Mas no final não resiste


E nos enche de graça
E nos seus acenos
Irradia sua beleza.

1.42 - Baby, Baby Fefishinha

Baby, Baby Fefishinha


Baby, Baby meu amor

Por onde andas meu amor


Que eu não posso ver
Porque brincas de menina
Eu não quero nem saber.

Oh my Darling Fefishinha
Por queres me fisgar.
Oh meu amor
Por que estas a me lembrar.

Que és meu amor


Que do céu roubou
Porque teimas em me amar
Se este amor não podes consumar.

54
Oh Fefishinha
Por queres me fisgar
Porque me judia
Se nestas águas não posso entrar.

Baby, Baby Fefishinha


Baby, Baby meu amor
Venha me pegar
E para seu aquário me levar.

Baby, Baby Fefishinha


Baby, Baby meu amor.

1.43 - No Chrysalis nor Butterfly

Mother I’m immerse in my dreams


I’m a child playing with life
Sharing space with toys
Building castles of illusions

Father you are the king of my life


The knife of my kingdom
But I’m not the Butterfly nor Chrysalis
Of the magic of fairy kingdom gardens.

But my body is changing


Along with the dreams
That populate my mind
And unintentionally I hurt you

My sweet voice
Is a Chrysalis
That rips the cocoon bis
And wants become a butterfly.

55
Mother back to the room
Beg to father
To have patience with me refrain
My sweet voice
Bluster in my head

Mother back to the room


Beg to father
To have patience with me refrain

I wait for the day


when I will become a butterfly
Come along with Mom
Flushing ours gardens.

Dady, I’m a little girl (boy)


Who still lay his head on his lap
Soon I will walk the world
Side by side
As a simple woman with you.

Mother back to the room


Beg to father
To have patience with me refrain

1.44 – Seleção Feminina


(Samba canção - https://youtu.be/22e5vtjtvjs)

Somos a seleção feminina


Jogando na finta..................................................................refrão
Faminta de bola
De canela fina.
Mas que finura de menina!
Vai menina!

Com sangue nos olhos


Com coração no peito.......................................................refrão
Peleja nos gramados
A mulher brasileira.

56
Segurando pelas unhas
Com unhas felinas
Em duas linhas de quatro
Menina guerreira. .......................................................refrão
Mais que felina!
Vai menina!

Com doçuras e travessuras


Ela vai jogando...........................................................refrão
As peladas da vida
A atleta brasileira.

Pelos campos da vida


Elas vão vivendo
Subindo e descendo
A ribanceira da vida.
Vai Brasil!
Que loucura de meninas!

Parece que não tem jeito


Mata no peito..................................................................refrão
Põe para escanteio
Todo o preconceito

Somos mulheres
Na garra feminina
Em duas linhas de quatro
Defendendo o direito
De ser feminina. ..................................................................refrão
Mais que felina!
Vai menina!

Nos campos gramados


Secos ou molhados
Nas pelejas da vida
Preparadas para serem amadas.

Com sorriso nos lábios


Travando os dentes
Sangue nos olhos...............................................................refrão
Com o coração no peito.

Somos todos brasileiros.

57
1.45 - Azulão Voando como uma Garça

O que está acontecendo com a seleção?


Um dia está de canarinho,
Outro dia de azulão ......................................................refrão
Agora me veio com esta
Está alva e cheia de graça.
Até parece uma garça!

Isso não tem graça, meu irmão,


A seleção é canarinho
Voa como um azulão, ......................................................refrão
Mas não é camaleão.

Futebol se joga com arte


Com toda aquela graça,
Com a alma alva lavada
Mas não é camaleão.

Futebol é assim mesmo


Meu caro amigo e meu irmão
Ora está no ataque
Ora está na defesa
Mas sempre com aquela destreza
Da alma afra, meu irmão.

Voa, voa canarinho,


Voa, voa azulão
Canta alto minha gente...................................................refrão
Que esta é a nossa seleção.

Agora tudo é diferente


Bom nas pernas, bom de cabeça.
Futebol sim tem ciência
Mas é alegre como a adolescência.

O que está acontecendo com a seleção?


Um dia está de canarinho,
Outro dia de azulão, ...................................................refrão
Agora me veio com esta
Está alva e cheia de graça.
Até parece uma garça.

58
Voa, voa canarinho,
Voa, voa azulão
Canta alto minha gente...................................................refrão
Que esta é a nossa seleção..........................................bis

Cadê aquele morrinho?


Nem há mais aquele tufinho!
Agora agente joga na arena
Com o campo todo lisinho. ...................................................refrão

Nas arenas da vida


E pelos gramados..........................................................refrão
Somos as feras indomadas
Dos estádios e das peladas

Somos todos iguais,


Mas por Deus abençoados.
Chegou a nossa hora
Pela graça de Deus.

Somos todos iguais


Pela graça de Deus.

59
1.46 – Sadi! Ouça a guitarra a chorar.
https://youtu.be/qI9D7WdtsgE

Ah, Ah, Ah, Sadi!


Ah, Ah, Ah, Sadi!
A guitarra está a chorar;
A guitarra está a chorar.

Ah, Ah, Ah, Sadi!


Ah, Ah, Ah, Sadi!
Porque deste olhar?
Porque deste olhar?

Este véu de frieza!


Este véu de frieza!
Ricamente ornamentado
Esta a lhe ocultar.

Seu rosto esta a ocultar.


Seu rosto esta a ocultar.
Nesta lua nascente
O amor sempre crescente.

Ah, Ah, Ah, Sadi!


A guitarra está a chorar;
Seu coração vai tocar.
Seu coração vai tocar.

Amor, amor
Sob o véu do silencio
O som da guitarra vai te alcançar.
O som vai te tocar.

Ah, Ah, Ah, Sadi!


Ah, Ah, Ah, Sadi!

60
1.47 - Não era Desejo

Fui ao Rio para te conhecer,


Voei em sua direção,
Atravessei a linha amarela,
Só para te ver.

Não queria te tocar,


Só queria te olhar,
Para me certificar,
Que tudo era imaginação.

Nem tudo era imaginação,


Tudo era bem real,
Me apresentei e você adorou,
Você adorou e me consternou.

Não era desejo,


Muito menos paixão.
Tinha que ver
Para poder compreender.

Tive que te dividir,


Me deliciei em te olhar,
Constrangida na berlinda,
Com todos a te olhar.

Estava toda constrangida,


Sob todos os olhares,
Da meninada que só queria te ver,
Eles só queriam te ver!

Eles só queriam ser igual a você,


A brilhar e se expressar,
Estar no ar e brilhar,
Mel, Mel, Mia, Mia, tua, tua, de vocês.
Sim! Era toda de vocês.

Eu estava lá, a partilhar,


Eu estava lá e vocês estavam a brincar,
A brincar de se apresentar,
Como estivessem na televisão.

61
A vida é assim mesmo,
Sempre a aprender e a ensinar,
Nem sempre podemos ter,
Mas sempre podemos doar.

Você não entendeu,


O que tinha a lhe dar,
E agora vou ter que partilhar
O que era só seu.

Você me cativou,
Mesmo quando me deixou,
Deixou um grande vazio,
Que tive que preencher.

Tive que viver,


E me expressar,
O que estou a partilhar,
Com o mundo e contigo.

Com o mundo e contigo.

1.48 – Entre o Fogo e o Mar

A vida é como uma roda a girar,


Se tentar parar só vai atrapalhar,
Agora só resta viver,
E esperar o amanhecer.

Não adianta chorar,


Que ele não vai voltar,
Pode ficar a querer,
Até me aborrecer,
Que ele não vai voltar.

A vida é como as ondas do mar.


Elas vão pra lá e pra cá.
Não adianta ir atrás,
Que ele não vai voltar.

62
O amor na adolescência
É como um quadro a pintar,
Tudo fica na imaginação,
Até na tela fixar.

Não adianta se apegar,


Que o amor é mesmo assim,
No começo é tudo luz e calor,
Até o fogo consumir.

É bom viver a paixão,


Mas não se deixe consumir,
Vá para as águas do mar,
Curtir os sentimentos e se acalmar.

É muito bom sofrer,


Para poder compreender,
Que a vida é mesmo assim,
Para o fogo queimar,
A matéria tem que consumir.

A vida é como uma roda a girar,


Se tentar parar só vai atrapalhar,
Se tentar enfrentar,
Ela vai te afogar.

Não adianta chorar,


Que ele não vai voltar,
Pode ficar a querer,
Até me aborrecer,
Que ele não vai voltar.

Quando estamos apaixonados,


O mundo imaginário
É muito mais real,
E vívido do que o real.

Ai esse calor da paixão,


Que transborda no coração,
Que nos tira a razão,
E nos faz viver a dor da coalescência.

Tudo faz parte da adolescência.


Que agora estou a admirar.

63
1.49 – Se Fosse Verdade!

Se eu tivesse seu telefone


Não precisava imaginar ..................................................Refrão
E nem a fantasiar,
Que está a acenar para mim.

Se ligasse para mim,


Teríamos um mundo a construir,
Nas palavras de amor, ..................................................Refrão
Que inspiras em mim.

Se fosses minha amiga,


Não precisaria desconfiar, .............................................Refrão
Nem mesmo temer,
Aquilo que tenho-lhe a dizer. (bis)

Se ouvisse o coração tem a dizer,


Para o mundo e para você, ..................................Refrão
Saberia que nem tudo é melodia,
Nem mesmo harmonia,
Que temos que crescer. (bis)

Se tudo fosse verdade,


O que dizem de você,
Eu não a amaria
E não construiria
Um castelo de fadas para você.

Mas não precisa ser você,


Se não quiser viver, ..................................................Refrão
Colherei outra rosa,
No lugar de você.

Se não quiser viver!


E só dizer,
Que ao amanhecer,
Deixarei você.

Mas é só dizer,
Que com as gotas de orvalho,
Aquele amor ressecado,
Voltará a viver.

64
É só deixar brilhar,
Que o amor voltará,
É só deixar brilhar, (bis em dois tons acima - forte)
Que o amor voltará,

Com os cravos a florescer.


Só para você.
Perfumados só para você.

1.50 – Fernanda Cover


----------- Estilo - gaviões do forró

Eu nasci para ela


E ela para mim, .................................................Cantor
Isso mesmo, acredite!
Eu nasci para ele ......................................................Refrão
E ele para mim, .................................................Cantora

Ele é intelectual
Ela é natural,
Ele é pura ficção,
Ela é stand up. ......................................................Refrão
Stand up, sempre up.

Não têm ciência amor, .........................................Cantor


Foi amor à primeira vista.
Não encana não, .................................................Cantora
Foi amor à primeira vista.

Vamos para apresentação,


Fui para as cabeças, .................................................Cantora
Já esqueceu amor!

Não, a vida é um improviso,


Sempre estarei ao seu lado, ........................................Cantor
Mas não esqueça o script.

65
A coisa está ficando séria,
Ela está se constrangendo,
Atravessei o farol,
E ela ficou na mão.

Se joga amor,
Não joga amor,
Decida amor!
Vamos para as cabeça?

Apelou, improvisou,
A coisa enrolou,
Pediu, sim pediu,
Fernanda cover.

Fernanda cover, er, er;


Fernanda cover é coração,
É pura emoção
Com seus jeitos e trejeitos.

Fernanda Cover, er,


Ela é um arraso,
No balanço e no balado,
No script e no improviso.

Fernanda Cover, er,


Arrasou, meu bem,
Ela arrasou,
Sim ela apareceu
Não estremeceu.

Não foi combinado,


Foi por acaso
Ela é mesmo assim, ......................................................Refrão
Ela é cover,
Sim ela é cover. ..............................................................bis
Fernanda cover, er.

66
1.51 - Diga-me o seu Nome!

Renata! Diga-me o seu nome,


Renata rima com ingrata,
Ou melhor! Ressoa com ingrata,
Não poderia cantar,
Laue, aue para você.
Perdoa-me. Supera.

Sadiiii! Mergulhe nas brumas do tempo,


Olhe lá nos primórdios,
E conte para mim,
Porque sua mãe escolheu,
Esse lindo nome para ti?
Não poderia cantar,
Laue, aue para você.
Perdoa-me.

Marília Mendonça
Supera que não cantarei
No ritmo sertanejo para você.
Escuta-me mujer!
Não basta ser hermosa e mui charmosa,
Que esta chama que te inflama,
Está no sangue Espanhol.
Olé.

Letícia! Que cantarei para você?


Escute essa voz sibilina,
Que provem de Santa Luzia,
De mulheres serpentinas,
Astutas como as serpentes.
Mas não cantarei para você,
Lá-rá, La-rá, La-rá.

Se seu nome fosse Paloma,


Eu estaria a parlar,
E a rogar resta comigo.
Mas também é unttocible,
E estou a cantar,
Better I’m singing,
You are unttocible,
Really my friends,
So beautiful, but unttocible.

67
Majuuuuuu!
Seu nome é Maju!
Escute meu peito ressoar,
Das profundezas da alma,
Chorando de saudade,
Do povo que ficou para trás.

Se fosse Caroline,
I’m singing over the river,
Seen the sunset,
Across the mountain
The Colorado mountain.
You are not Caroline.

Fernanda! Seu nome é Fernanda,


E você foi feita para mim,
Não se deixe levar,
Por toda esta enganação,
Venha se jogar,
Mais uma vez comigo,
Que ainda é tempo,
Da gente se amar.

Ainda dá tempo,
Da gente se amar.

68
1.52 - Entre livros, folhetos e Forró

Como qualquer menina,


Brincava de boneca,
Corria com os guri,
E lia seus gibis.

Quando se recolhia,
Livros de contos sua mãe os lia,
Aconchegada na cama,
Ouvia cantigas de ninar.

Assim Maria Eduarda crescia


No meio da rapaziada,
Com as amigas dividia sonhos,
Que um dia iria realizar.

Maria Eduarda ia crescendo


Entre cordéis e livros escolar,
Sua imaginação ia preenchendo,
Até um dia mulher se formar.

Mas o mundo corria solto,


O forró batia a porta,
Suas pernas saltitavam,
Suas ancas a bailar.

O som entrava pela porta,


Vindo do arraial,
Os fogos de artifício,
A convidavam para dançar.

Tudo era uma folia,


Lá em casa e no arraial.
Era festa junina,
No interior e na capital.

Mas um dia ela se foi,


Saiu para estudar,
Lá para terras distantes,
Foi se isolar.

Passou-se o tempo,

69
Passou-se a banda,
Veio o verão,
Trazendo Maria Eduarda para cá.

Ela veio descansar,


Voltou para casa,
Para férias passar,
E a família visitar.

Foi-se o verão,
Veio o outono,
Depois veio junho,
E com ele o forró voltou.

Tudo era uma folia,


Lá em casa e no arraial.
Era festa junina,
No interior e na capital,

Mas Maria Eduarda não estava cá,


Não estava cá,
Pois estava lá,
Agende aqui dançando
Ela lá a estudar.

Passou-se o tempo,
Passou-se a banda,
Maria Eduarda se formou,
E voltou para cá.

Mulher formada retornou,


Reencontrou os amigos,
Se pôs a chorar,
Pois tinha que sair para trabalhar.

70
1.53 – Las Chiquititas Voadoras
https://youtu.be/qfuP7YCaYBc

Mas que negócio é esse?


De Las Chiquititas voadoras! ……………………………………….
Refrão
Que invadiram
As quadras brasileiras.

Como são lindas as jogadoras brasileiras,


Nem parece que estão a se esforçar, ............................. Refrão
Que estão no limite do corpo,
Com aquele sorriso e gingar.

Elas estão voando,


Jogando Volley por música, ........................................... Refrão
Parece coisa ensaiada,
Aquele desmico e aquela cortada.

Aquele saque é uma viagem,


Aquele outro está enfeitiçado,
A bola parece que flutua no ar,
Depois que sai das mãos de nossas belas.

Mas como são belas!


Mas elas eram tão pequenas,
Pobrezinhas e indefesas,
Enfrentando as grandonas,
Diante das europeias e das americanas.

Mas o que aconteceu


Com as jogadoras brasileiras, ................................... Refrão (bis)
Que se agigantaram,
E se tornaram vencedoras?

Cresceram e agigantaram,
Modelo de atletas e beldades,
As chiquititas voadoras,
Hoje brilham e encantam no cenário mundial.

Ponham um pé no breque,
Ponham o pé no chão,
Que história é essa de encantar os outros?
Brasileiro é muito ciumento.

71
Mas são só nossas meninas,
Elas são as Dandaras, Maíaras, Anas,
Cristinas, Robertas, Juquinhas,
Fernandas, Luizas e Fê (Fé) Garay.
(Ponham seus nomes)

Era um problema de alimentação


E de má gestão e administração,
Depois que entrou o idealismo,
A fé e o amor ao esporte imperou.

Imperou o amor ao esporte,


E o volley vou mais longe, ..................................... Refrão
As chiquititas brilharam nas quadras,
E brilharam no cenário mundial.

Las Chiquititas voadoras! ……………………………………….


Refrão
Que invadiram
As quadras brasileiras.
Estão ao mundo encantar.

E a tristeza e o espírito de derrota,


Em seu último suspiro confessou,
Pois é....
Não ouvi direito,
Pois é....
Sabia o tempo todo,
A culpa é do Zé.

Sabia o tempo todo,


A culpa é do Zé.

(Meu pedido de perdão ao Bernardo, Renam, Luizomar, Radámes e outros por não
constar na letra)

72
1.54 - Bate, Bate Andorinha.
https://youtu.be/S31NCuYQPDo

Andorinha está a voar,


O bando está a viajar, ..................................................... Refrão
Para terras muito distantes,
Para ver o sol brilhar.

Brilha, brilha andorinha!


Siga a luz do Sol,
Voe ao sabor do vento, ..................................................... Refrão
Deixe o prazer de viver te levar.

Não importa se sobre o continente,


Ou se oceano está a atravessar,
Muitas aventuras do outro lado,
Estão a te esperar.

Oh minhas belas andorinhas,


Que estão a voar,
Vocês vão brilhar aqui, ..................................................... Refrão
Assim como vão brilhar lá.

Mas não se desconcentre,


As aves de rapina estão a espreitar.
Lembre-se que igual,
quando está defendendo o ninho,
E o gavião malvado a maltratar.

Voe rápido andorinha,


Seja ligeira andorinha, ..................................................... Refrão
Bate, Bate Andorinha;
Bate, Bate Andorinha;
Que a ave de rapina,
Quer-lhe pegar.

Bate, Bate Andorinha;


Não tenha dó da rapina, ..................................................... Refrão
Mostre a elas quem manda aqui,
É a senhora andorinha.

Andorinha está a voar,


O bando está a viajar,
Para terras muito distantes,

73
Para ver o sol brilhar.

Brilha, brilha andorinha!


Siga a luz do Sol,
Voe ao sabor do vento,
Deixe o prazer de viver te levar.

Medalha, medalha, medalha.

1.55 - INTELLECTUAL GIRL


https://youtu.be/-nyglwMkOzg

With a distant look


Like a traveler
Immersed in your dreams
That blends in with the world.

Distant look .....


A traveler........
In a world that is not yours.

Like a closed book


That must be leafed
So that your content
Can be experienced.

Now being carried away


by the imagination,
Traveling in the mind ………
Sometimes living on emotions,
Diving in emotions ……………

Now being guided by regards,


Sometimes on memories,
Now living in an uncreated world,

74
Now creating a world of imaginations.

Living in the pitch of emotions,


In a tasteless world
That doesn't feed your emotions
And doesn't mirror your imagination.

Not knowing how to merge


Into a single being
The sweet and gentle girl
With the sweet and gentle stubbornness.

The sweet and gentle girl


With the sweet and gentle stubbornness.

She is INTELLECTUAL GIRL.

1.56 – Be Poet!
https://youtu.be/JaPVYra1d-g

Be a poet is to dream awake


Seeing the starry sky
When we're in a garden
With endless dream mind.

Endless dream mind.


Of an uncreated world,
From an abstract world,
Veiled to you.

Being a poet is more than joining rhymes


Much more than building blocks
Much more than semantics
That limit the soul.

75
Strings and rules,
That animate the words,
Fill them with life,
Under the rules of harmony.

It's diving into the spirit of things


Give life to words
Put soul in sentences,
Is the breath of life
That animates dead sentences.

It's like penetrating


The depths of our soul
That our spirit calms,
Running through infinity
In this labyrinth.

It’s to express in words


The feelings and desires
Adorning them in rhymes
And even in chants or melodies.

To express the joys


The pains and sufferings
All yearnings
Of loves and dislikes.

To be a poet is to be the craftsman


What does the merger
Between the cold thoughts
And the burning feelings.

Is to veil the anguish


And the dark passions
Under the holy mantle
Of the harmonies.

Under the holy mantle


Of the harmonies.
I veil words of love,
To fill your life.

Inst. Folk music - https://www.youtube.com/watch?v=psEV5JJ2_JA

76
1.57 - Mãe Adolescente

Cabelos rebeldes escondem anseios;


Que um dia o Mundo enxertou;
Embaraçados como crinas selvagens;
Demonstram que homens;
Não a sabem domar.

Órfãos de pais;
Carentes de amor;
Seus filhos do mesmo modo vão criar;
Fortes como árvores ao vento;
O destino só às faz vergar;
Uma geração na geração;
Só me faz calar;
De tamanha dor no peito;
Estas palavras me saem;
Como filhos sem pais.

77
1.58 - Carinho em Espinhos

Envoltas em conchas;
Conchas de retalhos;
Retalhos costurados;
Com fios de frios contatos.

Cobertas em cascas;
Cascas dos frutos;
Frutos da indiferença;
Da mais pura indiferença.

Auto estima subjugada;


Subjugadas e classificadas;
Eclipsadas e estereotipadas;
Com suas humanidades enclausuradas.

Com suas cascas desabotoadas;


Vislumbram serem amadas;
Pegas completamente desarmadas;
Ficam perdidas e ofuscadas.

Feridas abertas;
Feridas não cicatrizadas;
Feridas anestesiadas;
Por indiferenças interiorizadas.

Luz nas trevas;


Amor na indiferença;
Carinho em espinhos;
Não cura, Fere e machuca.

Amor sem foco;


Carinho sem colo;
É que nem prego;
Se sentem crucificadas.

78
1.59 - Entrando em Sintonia

Fechado ou encapsulado;
Em um corpo material;
Sujeito às intempéries;
E as incertezas do mundo.

Ouso duvidar da divina existência;


Quanto estou longe de sua presença;
Do sorriso de sua face;
Que me lembra da beleza;
Da mãe natureza;
Encarnada na sua feminilidade;
Que me eleva a divindade.

Caminhando entre mortos;


Desesperançosos e alquebrados;
Pela vida odiados;
Sem saber onde;
Descarregar as amarguras;
De uma vida insípida.

Mergulho nas profundezas;


E na obscuridão da Fé;
E da crença do bem maior;
Que a mente de Deus;
Tudo irá dispor em seu favor.

Como descrever em palavras;


Ou mesmo em imagens;
Quando entro em sintonia;
Em plena harmonia;
Com seu eu impessoal.

Que as trevas mentais;


Se dissipam em luz;
Que todo meu ser inebria;
Me enchendo de inefável alegria;
De estar ligado em alma a você.

Como em uma prece;


Minha mente se cala;
E meu eu se exalta;

79
Elevado pelas suas preces.

E o espaço tempo se dissolve;


E tudo se torna um;
E um se torna tudo;
Em sua mente.

80
II – Poesias de Perdão

2.1 - A Dor do Fascínio

Caminhando absorto pelo mundo;


Vários rostos vou encontrando;
Das brumas do meu inconsciente;
Lembranças vão emergindo.

Das semelhanças dos rostos;


Ódios e amores vão brotando;
Lembro de mim mesmo;
E continuo caminhando.

Uma face reluzente me ofusca;


Cego por uns instantes;
Vou pelos corredores caminhando;
Junto ao coro dos insanos.

Escondida atrás de uma balizada;


Não sei se por dor ou pirraça;
Como flor murcha;
Passa de cabeça baixa.

Sem os holofotes de sua beleza;


Pude ver com toda clareza;
A dimensão de sua dor.
E caminho pelos corredores com imensa dor.

Sob as lentes do remorso;


Encontro o foco;
Onde posso ver o seu ser;
E me sinto humano.

Espero seu perdão;


E migalhas de sua atenção;
Para que no brilho de sua face;
Possa lavar a minha alma.

81
2.2 - A Fada e os Ogros (Flávia II)

Em seu rosto ovalado;


De pela branca;
Uma pureza irradia;
Que o meu ser contagia.

Beleza singela;
De uma bela donzela;
Se faz singular;
No brilho do seu olhar.

Fascinado pelo seu brilho;


Não enxergo os perigos;
As trapaças e armadilhas;
Que a espreita.

Embriagado de emoções;
Absorto em pensamentos;
Não percebo os fios do destino;
Me emaranhar.

Mergulhado em brumas;
No mundo das fadas;
Acredito estar;
Mas, terrível destino está a me espreitar.

No meio de ogros;
Envolta de monstros;
Menina indefesa;
Deixo-a para devorar.

82
2.3 - JUNTANDO OS RETALHOS

Devido aos acontecimentos;


Aos caprichos do destino;
Sinto me obrigado;
A escrevê-la mais uma vez.

Arrastado por seus encantos;


Sinto-me ao seu redor orbitando;
Sem poder prever o tempo e trajetória;
Desta desventura transitória;
Assim, só me resta apreciar;
Os frutos desta loucura.

Desculpe-me se esta poesia;


Seja um monte de recortes;
Uma concha de retalhos;
De outras tantas poesias;
Cujos motivos são;
De carinho e de perdão;
Tecidos para você.

Caminhando absorto pelo mundo;


Vários rostos vou encontrando;
Das brumas do meu inconsciente;
Lembranças vão brotando.

Das semelhanças dos rostos;


Ódios e amores vão emergindo;
Lembro de mim mesmo;
E continuo caminhando.

Uma face reluzente me ofusca;


Cego por uns instantes;
Vou pelos corredores caminhando;
Junto ao coro dos insanos.

Escondida atrás de uma balizada;


Não sei se por dor ou pirraça;
Como flor murcha;
Passa de cabeça baixa.

Sem os holofotes de sua beleza;


Pude ver com toda clareza;
A dimensão de sua dor.
E caminho pelos corredores com imensa dor.

Sob as lentes do remorso;


Encontro o foco;

83
Onde posso ver o seu ser;
E me sinto humano.

Face doce e meiga;


Emoldurada em cabelos dourados;
Me remetem ao mundo das fadas;
Dos duendes e magos;
E encantado por sonhos;
Mergulho nas brumas dos pensamentos.

Esqueço os pesadelos;
De uma vida sem sentido;
Das lutas da vida;
Daquilo que se denomina de vida adulta.

Me esqueço da dura realidade;


E volto a acreditar no bem maior;
Que o futuro é uma semente;
Germinado na podridão dos fatos;
Que transforma o presente.

Como saído de um santuário;


Tendo sido banhado;
Na fonte da eterna juventude;
Recobro minhas virtudes.

Espero seu perdão;


E migalhas de sua atenção;
Para que no brilho de sua face;
Possa lavar a minha alma.

84
2.4 - Ligado a Amanda April
(Lavando seus Cabelos)

Porque não me escreve;


Se o destino não tece;
Os fios de seda;
De toda a sua beleza;
Que me ligas a você.

Porque fechaste as portas;


Daquilo que denominamos;
Com o nome de eternidade;
E que não passa;
Da mera existência ao lado de você.

Não sabes que és a alma;


Que vivifica os meus pensamentos;
Que preenche meus anseios;
Que só podem ser vividos com você.

Ainda não percebestes;


Que a mera existência;
Ou melhor, os melhores pensamentos;
São como um prédio vazio;
Sem a sua alegria de viver.

Perdoe-me se lhe roubei com as mãos;


Aquilo que nunca teria aos meus pés;
A perfeita conexão;
Pelos fios dos seus cabelos;
Já que eu que teria;
Que lavar os pés de sua alma.

Assim, espero o seu perdão;


Se não é perfeita essa conexão;
Entre esse homem intelectual;
Que não merece;
Um pingo de sua atenção.

85
2.5 – Me Trocou Pelo Futebol
https://youtu.be/SgQPb6dy2ME

Já se passaram duas horas,


E ainda estou aqui a te esperar,
Tínhamos combinado,
Ir ao parque pedalar.

Aquela maldita bola,


Que os bobos não param
De correr atrás.
Depois voltam para casa,
Só para reclamar.

Esqueceu-me em casa,
Me trocou pelo futebol.
Me deixou furiosa,
Me trocou pelo futebol.

Se queria uma pelada,


Para depois tomar uma gelada,
Uma loiraça ou uma morena,
Nem precisava ir até a geladeira.

Agora não adianta abrir a geladeira,


Pois está vazia.
A vida não é uma brincadeira,
E o amor não está na dispensa.

Agora vai comer capim,


E cuidar dos hematomas.
Não vai ter massagens,
Nem a soneca da tarde.
Muito menos a soneca da tarde.

Não sabe dizer não,


E depois vem chorar em casa.
A vida é um jogo a dois,
E tem suas regras.

86
VII – POESIAS SOBRE A VIDA

3.1 - Sentimentos

Gostaria de ter o dom da música;


Para poder expressar aquilo que sinto;
O que por palavras não pode ser dito.

Pobre sou e mudo estou;


Pois, por palavras tento transmitir;
Aquilo que só com a alma se pode sentir.

Quero me aprofundar no vácuo dos meus pensamentos;


E mesmo assim estar pleno de luz.
Quero purificar meus sentimentos;
De todos os meus pensamentos.

Quero ser livre para sentir e viver;


Despojar-me de toda ilusão;
E mergulhar na riqueza do meu coração.

Como posso me contentar com tão pouco?


Como posso viver na ilusão?
Separado de tudo, vivo numa prisão.

Como vivi sem sentimentos;


Como pude me contentar com emoções;
Morto estava na minha prisão.

Pobre e desfigurado só de migalhas vivi.


Dos poderes que me imaginava;
Nenhum deles vivi.
Peregrino nesta terra por pouco não me perdi.

87
3.2 - Tudo é Uma Coisa Só

O mundo é um só;
A vida é uma só; REFRÃO
O amor é um só;
A luz é uma só.

O mundo da muitas voltas;


A vida tem muitas reviravoltas;
O amor vem e volta;
A luz reflete e volta. REFRÃO
O mundo tem cume e vales;
A vida tem altos e baixos;
O amor esquenta e esfria;
A luz sempre oscila.

A vida preenche o mundo;


O mundo é prenhe de vida; ............................ REFRÃO
A luz é o amor no mundo;
O amor é a luz do mundo.

O mundo é de ninguém;
A vida é de todos; .................................. REFRÃO
A luz é de ninguém;
O amor é de todos.

88
3.3 - Uma Voz que Canta

Procuro uma voz que clama;


Aquilo que vai no coração;
Poeta esconde em versos;
Sentimentos e solidão.

Sonhos de infância brotam;


Na mente de um ermitão;
Que procura em sua alma;
As riquezas do coração.

Vê no olhar amigo;
Os mesmos anseios de então;
Com esperança os declama;
Para um nobre coração.

Com certeza uma voz amiga;


Os meus sonhos irá cantar;
E cantando os meus pensamentos;
Eu certamente vou realizar.

Sonhos sonhados juntos;


Não são meras ilusões;
São verdadeiros anseios;
Que certamente se realizarão.

3.4 - Uma Voz E Um Sonho

Belos sonhos vislumbrei;


De um porvir que virá;
Sonhos de minha mocidade;
Que ficou um dia para trás.

Fiz ciência, amadureci;


Com consciência vivi;
Tomei ciência que com essa vida;
Eu podia me isolar.

Abri minha mente ao resto;


E de resto nada tenho;
89
Pois com esta vida que eu levava;
Não os podia realizar.

Com certeza uma voz amiga;


Os meus sonhos irá cantar;
E cantando os meus pensamentos;
Eu certamente os vou realizar.

3.5 - Jovens Globalizados

Jovens isolados;
Moços acuados;
Moças desamparadas;
De pais separados.

Jovens órfãos de amor;


Casas vazias;
Crianças abandonadas;
Lar sem calor.

Casas sem renda;


Mesas sem merendas;
Crianças sem ama;
Quem que as ame.

Mulher no trabalho;
Homem cansado;
Casal fatigado;
Criança sem colo.

Em um mundo de desafetos;
Pais distantes;
Ou pais sequestrados;
De seus filhos;
Pelo trabalho.

90
3.6 - Nissei e Sansei

Alguns nascidos da fusão;


Ou simplesmente da comunhão;
De duas raças;
De culturas tão distintas;
De países tão distantes.
Produzem filhos deslumbrantes;
E mulheres de belezas estonteantes.

De cultura rica e rígida;


Produzem personalidade tímida;
De pessoas na verdade criativas;
De caráter forte e rígido.

Que remete a mente;


As artes marciais;
Ao mundo dos guerreiros;
Ao mundo dos samurais.

De olhar alegre;
De faces ovaladas;
Risos presos nos lábios;
Cobertos de cabelos lisos e espetados.

Lembra-me que;
No controle do corpo e da mente;
Está a chave do domínio;
Daquilo que chamamos de destino;

Calmos e calados;
De almas veladas;
Aparentemente enigmáticas;
Na verdade um pouco estigmatizadas.

Na busca da perfeição;
Fizeram sua paixão;
Transformaram a vida;
Em uma arte;
A arte e a vida em religião.

No design da natureza;
Fizeram sua inspiração;
Ao mudar o design do mundo;
Tornaram-se inspiração.

91
3.7 - O Sal da Terra

Viver de modo continuo;


Cadenciado como relógio;
Como brinquedo de madeira;
Que vai girando em torno de si mesmo;
E que não muda nunca a cantilena.

Viver tão somente;


Que como semente;
Cresce e brota;
E se perpetua indefinidamente.

Viver uma vida sem sonho;


Uma vida meio que dormente;
Um sono profundo;
Que arrasta a gente.

3.8 - Ambição

Lutar por lutar, ou melhor, por melhorar;


Lutar para ser, ser o que não era;
Lutar pelo ontem, para que não estrague o presente;
Lutar pelo agora, para que seja sempre;
Lutar pelo amanhã, para que seja diferente;
Lutar pela vida, para que ela seja pungente;
Lutar pelo Sol, para que ele seja sorridente;
Lutar pela luz, para que ela seja reluzente.

92
3.9 - Relações Humanas - (Poesia Claretiana)

Como são intrigantes as relações;


Não importa quão próximo;
Ou quão longe esteja;
Quão diferente sejam;
Ou quão iguais se pareçam;

A verdade é que;
Não há nada que;
Esteja entre eles;
Ao mesmo tempo;
Infinitamente separados.

Se pegarmos esse vazio;


E formos dividindo-o;
Teremos no final;
Infinitas partes;
Separando estes.

O mais intrigante é;
Que quanto mais o for separando;
Pela natureza da operação;
Mais insignificante fica essa separação.

Por mais que seja incontável essa diferença;


Esta é desprezível por natureza.
E por mais absurdo que pareça;
É que somarmos essas infinitas diferenças;
Ela convergirá para a unidade com certeza.

93
3.10 - Mundo da Informação

Em um mundo de concreto;
Onde o ideal não pode concretizar;
Ora sob um Sol tórrido;
Ora coberto de nuvens;
Onde sonhos são quase;
Impossíveis de se realizar;

Em um mundo civilizado;
Marcado pelo consumo;
Onde se trocou o ser pelo ter;
E estamos a um fio de se perder.

Em um mundo da informação;
Onde as pessoas não sabem se expressar;
Em um mundo da comunicação;
Onde as pessoas não sabem se comunicar.

Em um mundo do transporte;
Onde as pessoas não saem do lugar;
Em um mundo globalizado;
Onde o homem vive isolado.

Em um mundo de ideais;
Onde se tem medo de inovar;
No mundo da liberdade;
Onde não se tem liberdade para pensar.

Em um mundo materializado;
Regido pela descrença;
Em um mundo das crenças;
Onde o homem não acredita em si mesmo;

Na democracia das ideologias;


Na ditadura das opiniões;
Na sociedade da indigestão;
Das informações não digeridas.

94
3.11 - Equilibrando a Balança (Amanda)

Caminhando pelo mundo;


Vasculhando o mundo;
Absorto em meus pensamentos;

Isolado dos outros;


Sedento de conhecimentos;
Fechado em cascas;
Em cascas de si mesmos;

Isolado pelo egoísmo;


Cego pelo egocentrismo;
Vivendo nas penumbras dos sonhos;
Nas brumas da imaginação.

Tolhido pelo medo;


O medo de não ser amado;
Me afogava nos estudos;
Nos estudos das coisas;
E no estudo de si mesmo.

Vislumbrava a vida no elemento feminino;


Paralisado de medo me restringia;
E o vazio de minha alma;
Com conhecimento a enchia.

Na vida místico-religiosa;
Encontrava a porta de fuga;
Na arte e na música;
Encontrava alento e um pouco de ar.

O amor de minhas amigas;


Minha alma preenchia;
Meio homem meio menino;
Pela vida percorria.

Privado do alimento místico;


Mergulhado nos problemas de família;
O homem amadurecia.

Privado do amor das amigas;


Tragado na solidão do mundo;
A dura realidade da vida me nutria;

95
O medo e as intrigas;
Minhas cascas perfuravam;
E minha alma feriam.

Não admitindo viver esta realidade;


Minha alma fortalecia;
Meus ideais contagiavam;
E no começo pensava que enlouquecia.

Na confusão e na dor dos amigos;


Consciência e vida nutria;
Um desinteresse pelo estudo surgia;

Na compreensão que a vida;


Está na manifestação do amor no dia a dia;
E a compreensão do conhecimento;
Ia adquirindo no dia a dia.

Na dor do amor no elemento feminino;


Causando reações e ódios no masculino;
Me levou no verbo a me manifestar.

Tragado pelas forças do destino;


Mergulhado em emoções;
Estive a ponto de enlouquecer.

Cortando os retalhos;
Das dores do parto;
De uma alma envelhecida;
Me levaram a você.

Hoje ponho tudo na balança;


Alimentando a esperança;
De que em algum momento;
Possa a merecer.

96
3.12 - Aprendendo a ser Amanda

Separados pelo espaço;


Dois seres desconhecidos;
Entrelaçados pelos laços da humanidade.
Perplexos pela dura realidade.

Apaixonados pela vida;


Feridos pelo destino;
Vagando pelo mundo;
Em busca da felicidade.

Ela doce e meiga;


Toda graciosa;
Menina moleque zombeteira;
Ansiosa por ser amada.

Duzentos mil anos de evolução;


Cunhou em seu coração;
Uma visão holística de ser;
Que é difícil de compreender.

Forjada para fazer sacrifícios;


Em prol do coletivo;
Com sua própria vida.
Alimentar a criação;

Ele triste e envelhecido;


Pela dor amadurecido;
Os seus amores roubado;
Ansioso por ser amado.

Duzentos mil anos de evolução;


Cunhou em seu coração;
Um eu frio e racional;
Com conhecimentos em potencial.

Forjado para fazer sacrifícios;


A tomar decisões difíceis;
Em nome da sobrevivência;
Muitas vezes pela conveniência.

Casca de puro egoísmo;

97
De predador canino;
Andando pelas estepes da vida;
Ou voando como ave de rapina.

Atropelando o destino;
Matando os sentimentos;
Pela ilusão de seguir em frente.

Alquebrado pelo destino;


Curvado pelo tempo;
Repouso no monte;
Morrendo para o mundo.

Olho ao longo do vale;


E em um ponto muito distante;
Vejo floresta verdejante;
Um jardim de flores renascer.

Olhando para o deserto de meu cume;


Para as pedras de meu caminho;
Sou arrastado morro abaixo;
Em direção ao vale.

Trilha de pedras e espinhos;


Por terras seca e árida;
Me vi a atravessar;
O que aparentemente devia curar;
Na verdade feria, machucava.

Recolho o orvalho da noite;


Que condensa sobre a brasa da terra;
E sorvo este elixir de vida;
Que me alimenta de dia.

Até o dia que me encontro;


Na borda da floresta encantada;
E me adentro nela;
E fico enamorado por ela.

Sem me aperceber;
Como fauno preso em um labirinto;
Adormecido e esquecido;
Confuso e enlouquecido.

98
Certo dia depara com santuário;
No coração da mata;
Em um esquife selado;
Aprisionando fada encantada.

Esquife multifacetado;
Encobre face encantada;
Manchada e distorcida;
Pelos musgos do passado.

Pelas frestas dos cristais;


Um brilho pude vislumbrar;
Atraído por figura iridescente;
Uma abertura me pus a encontrar.

Pelas frestas do campanário;


Pude ver imenso salão;
Onde se escondia;
E velava seu coração.

Olhei dentro do meu alforje;


Nenhum bem encontrei;
Que por ti pudesse trocar;

Preso do lado de fora;


Sem merecimento para adentrar;
No santuário que é seu lugar;
Estive por séculos a vagar.

Ao vislumbrar as manchas;
Que a tua face estavam a nublar;
Nas olheiras de seus olhos;
Lágrimas pude encontrar.

Diante de sua dor;


Minhas feridas secou;
E minha compreensão voltou;
E suas lágrimas recolhi;
E as emergi nos selos;
Que a selavam;
E o esquife que a oprimia;
Pude finalmente desfazer.

99
3.13 - O Jogo ou o infortúnio do telejornal

Acordei de bom humor;


Depois de uma noite bem amada;
Ao me deliciar com um desjejum;
Me preparo para ir ao trabalho.

Me divirto com as crianças;


E em meios a sorrisos e estripulias;
Levo-as ao carro;
Para deixá-las na escola.

Benedita vem correndo;


E no caminho me recorda;
De levar as guloseimas;
Requisitadas pelas secretárias;

Chego cedo à redação;


E com sorrisos sou acolhido;
Entre brincadeiras e recados;
Humanizam o ambiente de trabalho.

Ao abrir as matérias;
A serem transformadas;
Em textos jornalísticos;
Tenho o humor azedado.

Em um país dilacerado;
Pela anarquia e corrupção;
Onde as instituições foram invadidas;
Pelos filhos da indicação.

Onde os serviços básicos;


Foram trocados pelas obras;
Que levam placas de políticos;
E que rendem inaugurações.

Um povo mal preparado;


Cheios de ilusão;
Sem o mínimo domínio mental;
Só se interessam pelo circo dos horrores.

Assim, meu sonho de infância;

100
De me tornar musa da informação;
Foi paulatinamente sendo trocado;
Acabei sendo portadora de flagelos.

E para não parecer musa da hipocrisia;


Tenho que tirar o sorriso do rosto;
E com face melancólica;
Apresento noticias taciturnas.

Rezo para que alguns espectadores;


Ao ver minha angustia;
Façam pensamentos positivos;
Para blindar o meu espírito.

3.14 - Experiências - Isabel Caballero

Os anos vão passando;


As experiências acumulando;
As feridas cicatrizando;
As alegrias desabrochando;
Os desamores vão nos enrugando;
Os amores vão nos rejuvenescendo;

As inseguranças vão diminuindo;


As certezas vão aumentando;
A maturidade nos alimentando;
A capacidade de perdoar;
De perceber, de acolher e amar;
Vai nos transformando.

O passado vai ficando;


Ou melhor, vai personificando;
O futuro fica mais presente;
E o presente mais vívido;

101
As lembranças dos amores perdidos;
Das palavras não ditas;
Do prazer e do não amor;
Na carne ferida;
Do ente querido.

Dos muros de preconceitos;


Ilusão de instransponíveis;
Das experiências não vividas;
Das almas amigas perdidas.

Dos erros e acertos;


Das experiências amargas;
Das experiências doces;
Da consumação plena do amor;
No leito e na carne amada.

Expressa nas linhas;


Ou melhor, nas entrelinhas;
No quase erotismo;
No brilhantismo;
Das ideias geradas.

Olhando para o passado;


E refletindo o presente;
Sempre nos perguntamos;
Se poderíamos ter essa mente;
Em um corpo adolescente.

102
3.15 - Não Casei

Mais um ano se passou;


Meu mô mais uma vez me enrolou;
Na mão ele me deixou;

Sacaneou, Sacaneou, Sacaneou.


Não casei, Não casei, Não casei, Não casei;
Me enrolou, Me enrolou, Me enrolou, Me enrolou;
Me enchi, Me enchi, Me enchi, Me enchi.

Eu não quis trapacear;


Fui fiel até não aguentar;
Mas ele deixou a desejar;

Sacaneou, Sacaneou, Sacaneou.


Não casei, Não casei, Não casei, Não casei;
Me enrolou, Me enrolou, Me enrolou, Me enrolou;
Me enchi, Me enchi, Me enchi, Me enchi.

Ele quis ir para Cancun;


Ele só quer desfrutar;
Eu mandei ele ir direto;
Para o México viajar.

Mexicu, Mexicu, Mexicu,


Mexicu, Mexicu, Mexicu,

Com você não vou mais ficar;


Só fico se for para casar;
Pare de me sacanear;

Mexicu, Mexicu, Mexicu,


Mexicu, Mexicu, Mexicu,

Deixe esse amor rolar;


Se não o caldo vai entornar;
Não vai querer que eu vá te agarrar;

Mexicu, Mexicu, Mexicu,


Mexicu, Mexicu, Mexicu.

Deixe de ser maricas;


Vai lá ter medo de casar;

103
3.16 - Malu Mader

Representante de uma geração;


Que espelhava o sonho de uma nação;
Moças de meigos olhares;
E mulheres de beleza estonteante.

Meninas atrizes em cena;


Cuja cena se confundia;
Com que elas vivam no dia a dia.

Meninas que sonhavam com o palco;


E representavam no palco o que sonhavam.

Em um tempo de imaginações;
Em que havia espaço para o desconhecido;
Em cada cena era uma descoberta;
E o que era encenado era o que era vivido.

Estrelas que brilhavam;


E não havia luz que as eclipsasse;
Mas pelo matrimonio;
Tiveram o brilho raptado.

104
3.17 - Encruzilhada

Seguir em frente ou retornar?


Ser ou esquecer-se?
Ousar ou fraquejar?
Viver ou morrer?
Sofrer ou sofrer?

Como posso não ser eu mesmo?


Como posso raciocinar com outros pensamentos?
Como posso sentir sem vivê-los.

Olho e não vejo;


Ouço e não escuto;
Farejo e não sinto o cheiro;
Toco e se esvanece;
Penso e me escapa;
Calo o turbilhão e a tempestade;
E se faz vácuo em mim;
Já não dá para voltar a trás.

3.18 - O Homem e a Vida

O homem é um sonho (de um ser Divino);


Que por ser divino é uma imagem pensada;
Que apesar disso é uma obra inacabada.

A vida do homem é um sonho;


Que por ser humana é apenas vaga;
Que tem que ser traçada;
E depois vivenciada.

Embalado em seus pensamentos;


Vagueia de mar em mar;
Só parando e mudando o rumo;
Quando uma tempestade o faz acordar.

105
Em um mar de emoções;
Impulsionado por pensamentos;
A nau traça o seu caminho firme;
Nada podendo fazê-lo retornar.

Nau de um mastro;
Que as tormentas faz rodopiar;
Procura uma parceira;
Para poder se equilibrar.

3.19 - Voo do Pássaro Cego (Amanda)

Arrastado pelas ondas do destino;


Mergulhado nas águas turvas das inseguranças;
Chicoteado por ventos de calunias;
Vi me obrigado a me isolar do mundo.

Vivendo no meio da juventude;


Furtando suas alegrias;
Que pelos olhares me inebria;
Por pouco não enlouquecia.

No vácuo de minha sala aula;


Dentro do rasgo no meu peito;
As ilusões dos amores;
O templo vazio do meu coração enchia.

Tendo que me agarrar;


Ou melhor, que trocar;
A fonte de amor;
Que me alimentava;
Em terras distantes;
Fui me encontrar.

106
Ao ver doce menina;
Açoitada pelo destino;
De ser mulher símbolo;
Em um mundo machista.

Sendo pessoa publica;


Protegido pelos muros;
Da distância e dos seus mundos;
Fui sorver nas brumas da imaginação;
A fonte de inspiração;
Para alimentar de amor minha alma.

Voando cegamente pelo mundo;


Insuflado pelas correntes;
Das emoções reprimidas;
Fui atingindo as altas esferas;
Neste voo do pássaro cego;

Sem poder ver o horizonte;


Para onde as correntes;
Que o destino me conduzia;
Sabiamente me deixei guiar;
Pelas correntes do amor ao próximo;
E pelas linhas deste romance Florentino.

Na tragicomédia da vida;
Elementos para compor;
Uma história de vida recolhia;
Na ilusão de que nada se concretizaria;
Pelas páginas da vida me conduzia.

De sorver tanto amor;


Por este caminho;
Me apaixonei pela mulher;
Que o destino me conduzia.

Pelo desenrolar dos capítulos;


Do livro da vida que se escrevia;
E pelos cânticos de Eros;
Que aos meus ouvidos;
Em cântaros chegavam.

Me vi na encruzilhada;
Entre recuar e me acovardar;

107
Entre ir ao seu encontro;
Ou encontrá-la no meio do caminho.

Devido aos possíveis desenrolar;


Dos futuros acontecimentos;
Que as coisas não sejam feitas;
Segundo a minha vontade;
Mas sim, que os acontecimentos;
Sejam feitos segundo a vossa vontade - Amanda.

3.20 - Casa do Big Brother (Amanda)

Eh e Eh estamos aqui com você, Eh e Eh;


Eh e Eh estamos aqui com você, Eh e Eh
Oh o oh ou, big brother com você, eh eh;
Oh o oh ou, big brother com você, eh eh;

É muita informação; eh eh;


Para uma estrela em formação; eh eh;
Que está com medo paredão; eh eh;
De cair fora meu irmão.

Eh e Eh estamos aqui com você, Eh e Eh;


Eh e Eh estamos aqui com você, Eh e Eh
Oh o oh ou, big brother com você, eh eh;
Oh o oh ou, big brother com você, eh eh;

Fui mais uma vez sorteado; eh eh;


O telefone foi tocado; eh eh;
Todo mundo arrepiado; eh eh;
Quem será eliminado, Eh e Eh.

Estamos aqui com você, Eh e Eh;


Eh e Eh estamos aqui com você, Eh e Eh

108
Oh o oh ou, big brother com você, eh eh;
Oh o oh ou, big brother com você, eh eh;

Agora sou o líder; eh eh;


Mas que furada; eh eh;
Agora sou quem decide; eh eh;
Quem poderá ser eliminado, Eh e Eh.

Estamos aqui com você, Eh e Eh;


Eh e Eh estamos aqui com você, Eh e Eh
Oh o oh ou, big brother com você, eh eh;
Oh o oh ou, big brother com você, eh eh;

Estamos aqui ilhados, eh eh;


Aparentemente isolados; eh eh;
Nesse mundo informatizado; eh eh;
Na verdade globalizados, Eh e Eh.

Estamos aqui com você,;


Eh e Eh, Estamos aqui com você, Eh e Eh
Oh o oh ou, big brother com você, eh eh;
Oh o oh ou, big brother com você, eh eh;

Quem irá ganhar, Eh e Eh;


Só depende de vocês, Eh e Eh;
E só participar; Eh e Eh;
Que da próxima vez, Eh e Eh;
Pode ser vocês, Eh e Eh;

Estamos aqui com você,;


Eh e Eh, Estamos aqui com você, Eh e Eh
Oh o oh ou, big brother com você, eh eh;
Oh o oh ou, big brother com você, eh eh;

109
3.21 - Marinalva

Ai Marinalva meu amor;


Foi para São Paulo; refrão
E por Zé Bettio me trocou.

Trocaste a infância pelo trabalho;


De uma vida em retalho;
E na memória ficou;
A infância que o tempo roubou.

Trocaste o amor receber;


Pelo amor a dar;
Foi mitigar a fome;
E com fome de amor ficou.

Um café quente toda manhã;


Com seus sentimentos adoçou;
Preparando um pão quente; refrão
Com seu amor nos alimentou;

Daquele minúsculo quartinho;


Fez seu ninho;
E do som do radinho; refrão
Construiu seu mundinho.

Daquela caixinha;
Uma voz escutava;
Com que todo dia conversava;
Melodias entoavam;
Que seu coração abrasava.

Assim um belo dia;


Por Zé Bettio se apaixonou;
E seu coração roubou;
E na caixinha suas tristezas enterrou.

110
3.22 - O Tempo do Dancy-Days com o Pé na Cova
(O Efeito Laura Keller)

Foi-se o tempo em que se acreditava;


Nas imagens que a tela revelava;
E os sonhos dos jovens excitava;
Ao beijo e ao olhar meigo que a atriz;
Na cena simples que a novela brindava.

A carência de informação;
Era suprida pela imaginação;
Que completava os quadros;
Que a pobre cena ocultava.

Para jovens infantis;


Roubar um beijo;
Ou dar um amasso;
Já era a glória de ser amado.

Hoje em dia os heróis;


Se podemos dizer assim;
São tão esquizofrênicos;
Como os vilões que perseguem.

Uma geração saturada de informação;


Onde o ter substituiu o ser;
Onde a ética da quadrilha;
Substituiu a ética jurídica;

Onde se proibiu o porte de arma;


Pois a alma já está morta;
Sexo explícito e assassinatos;
Não produzem mais comoção.

Novelas precisam de escândalos;


De mulheres objetos;
Objetos de prazeres;
De uma civilização entorpecida;
Por informações sensualistas;
Que embrutecem o coração.

Assim assisto atônito;


Atrizes vendendo o corpo;

111
Por mais um tempo de televisão.

Com os meus sentidos mortos;


Ou melhor killed;
Assisto cenas pornográficas;
De uma querida atriz Keller;
Sem um mínimo de tesão.

3.23 - POR CAUSA DO PÃO

Eu já te disse que;
Foi por causa do pão; REFRÃO
Que começou toda a confusão.

Eu tive uma noite d’aquela;


Que nem e nem ela;
Vamos poder esquecer a ocasião.

Acordei de bode;
Maior pode não pode;
Aquele não senhor.

Briguei com o chefe;


Quase sai no tabefe;
E pedi demissão.

Para não ir para casa;


Fui para a praia;
E arrumei a maior confusão.

Entrei no barraco;
Pedi um virado;
Que estava estragado;
E foi um maior vomitão.

112
Sentei na areia;
Todo mamado, todo molhado;
Como o mar tivesse vomitado;
Um pobre coitado de volta para cá.

Voltei para casa;


Calado e miado;
Procurando um buraco;
Para me enfiar.

Não deu para negar;


Tive que sair pra comprar;
Um litro de leite e um pão.

Muito irritado tive que por;


De volta meu samba canção;
Na hora de pagar a conta;
Por causa do trocado;
Armei maior confusão.

E por isso eu digo;


Que foi por causa do pão;
Que fui parar na prisão.

113
3.24 - Povo sem História

Um povo sem história;


É um povo sem memória;
É uma gente sem história para contar.

É um verso sem rima;


Um caso sem nexo;
Uma piada sem graça;
Um conto sem fada;
Sem nada para animar.

É uma criança pequena;


Sem cantigas de ninar.
É um velho pescador;
Sem mentiras e causos para contar.
É um violeiro mudo;
Que ao povo não pode mais alegrar.

3.25 – Escola da Infância

Oh pobre educador neste mundo moderno;


Cadê as deusas de sua infância;
Que enchiam o céu de sua imaginação;
Para quem fazia as lições;
E mendigava os elogios e cuidados.

Cadê os rígidos mestres;


Que traçavam de forma espartana;
As linhas do destino;
De uma geração de estudantes.

Cadê as belas colegas;


Que disputavam as notas;
Para serem notadas;

114
Por estes ingênuos adolescentes.

Cadê a escola com seus fiscais;


Que vigiavam a porta;
Recolhiam as carteirinhas;
E lançavam as faltas.

Cadê as escolas municipais;


Com seus teatros e refeitórios;
Que faziam inveja;
Até as multinacionais.

3.26 - Amores Reais e tão Iguais

Moças lindas e belas;


Nascidas em humilde berço;
De família de tolos ou ingênuos;
Que alimentam a cresçam;
No futuro do bom casamento.

Mulheres lindas e inteligentes;


Introduzidas na arte da falsidade;
De transparecer felicidade;
De esconder a dor;
De suas inocências arrancadas.

Moças iludidas;
Que a arte da ilusão;
Na arte de vestir e se despir;
Traria riquezas e felicidade.

Mulheres despidas de suas inocências;


No meio da propaganda enganosa;
Criam que na venda dos desejos;
Sobreviveriam somente sendo desejadas.

Homens fortes ou fracos;

115
Com os sentidos esgotados;
Pelo sexo sem sentido;
De um negócio fechado.

Não sentem mais prazer;


Muito menos imaginação;
Para o impulso sexual;
Nem por amor nem pelo instinto animal.

Logo tornam se escravo;


Da excitação artificial;
Dos vídeos e drogas;
Alimentando a indústria da pornografia.

Moças vivendo em matilha;


A fêmea alfa;
Com seu instinto maternal;
Sacrificando seu corpo;
Em prol da ninhada.

3.27 - Na Arte de Ser a Arte

Jovens atores em cena;


Na impossível tarefa;
De encenar o ser;
Ou melhor, não ser;
Ou talvez, ser ou não ser.

Como se conscientizar;
Das múltiplas faces do ser;
E ao mesmo tempo;
Unidimensionar o seu viver?

Como jovens doces e meigos;


Possam suprimir os sentimentos;
Que os alimenta;
Para viver ou ser o irracional;

116
Como ser escroto;
Ou melhor, um homem vadio;
De uma alma vazia;
Que precisa ser preenchida?

Como amalgamar o doce;


Com a mulher vulgar;
Que no palco dá lugar;
A uma mulher amadurecer?

Como interiorizar sentimentos;


Sentimentos não vividos;
Da metamorfose;
Da mente de uma adolescente;
Em uma sociedade indecente?

Como desejar ser homem;


Para possuir uma mulher;
Em um corpo de mulher;
Em uma mente que a desmente?

Como se cobrar;
Ou talvez aprimorar;
Aquilo que é incerto;
Ou somente é certo;
Que temos que respeitar?

Assim, a arte se faz;


Ou melhor, se refaz;
Pois é da natureza da arte;
Não ser nunca igual.

117
3.28 - Ser Homem!

Que raios seria essa coisa de ser homem!


Seria que ter coragem para domar um cavalo?
Ter coragem para cavalgar à noite?
Ser forte o suficiente para amarrar um touro?

E quando não há nada disso;


Quando o universo masculino;
Como por um passa de mágica;
Tivesse tomado um chá de sumiço?

Mas não há problema;


Pois no mundo moderno;
Temos muitos modos;
De viver de adrenalina.

Mas, se o seu ser;


Para não endurecer;
Contigo meu amigo;
Não tiver nada disso?

Se você for intelectual;


Coisa hoje em dia muito normal;
Daqueles que vive na mente;
Ou vive normalmente;
Como qualquer homem decente?

E se você for sensível;


Não digo afetado;
Ou sei lá como classificá-lo;
Mas, que tenha percepção;
Aquela que em minha opinião;
Nos põe em contato;
Com as múltiplas faces;
Do nosso universo multifacetado?

Não digo que nem todos as temos;


Pois bem sei que muito antes;
De poder verbalizá-las;
Com elas já me deparava;
Mas por reprimir;
Por achar que seria tachado;

118
De um tanto afeminado;
Como geralmente o somos;
Pelos que se protegem;
Na máscara de machos.

Coisa essa que eu sei;


Pois o Deus Bacon;
Entrega todo borracho;
Que cai em seus braços.

Como criar a certeza;


Na mente da adolescência;
No mundo da incerteza;
De que a sensibilidade humana;
É traço natural;
Na masculinidade humana?

Como ensinar aquilo;


Que muitas vezes o destino;
Que por mero capricho;
Ou por um castigo;
Nos nega a desfrutar?

Que as dimensões do homem;


Transcendem a do corpo físico;
Que o homem começa na mente;
Em uma forma de ser;
Que é difícil de compreender;
Em toda plenitude de suas facetas.

Como o estereótipo destas facetas;


Temos todos claro em nossa mente;
Deter-me-ei é claro aqui;
Aquela faceta que nos machuca.
Ou seja, aquela faceta;
Que funde o macho com o humano.

Como explicar, ou melhor, até viver;


Aquilo que geralmente não conseguimos ser;
Que é estar plenamente consciente;
Das necessidades e desejos;
De nossa companheira;
E ao mesmo tempo arrebatá-la;
Como tivéssemos possuído;

119
Por um espírito devasso;
Para que ela se sinta amada;
E desejada ao mesmo tempo;
Em um só ato carnal;
Que só o corpo animal;
Pode realizar tal proeza?

Como explicar o que seja ser mulher;


Para poder explicar o que seja ser homem;
Para poder-se compreender;
Em toda sua plenitude;
Como estas duas facetas se fundem;
Não só no ato carnal;
Aquele mesmo animal;
Mas, principalmente na mente;
Muitas vezes nas imagens indecentes;
Mas principalmente;
Na arte de fazê-la se entregar.

Ser homem seria ser a quilha;


Da nau da vida;
Que navega no oceano das incertezas;
E ao sabor dos ventos;
Das modas e das inseguranças.

Ou ter peito de aço;


Para segurar;
Ou melhor, abarcar;
Todas as emoções;
Despertadas pelo olhar da amada.

Não ter medo de altura;


Para voar nas térmicas;
Das emoções infladas;
E geradas pelo amor da amada.

Ser forte o suficiente;


Para segurar o leme;
Da nau aparentemente desgovernada;
Dos queridos adolescentes.

Ter coragem de se olhar no espelho;


Da face dos jovens;
Para reconhecer os eternos erros;

120
Da roda do destino da imaturidade.

Ter jogo de cintura;


Ou ser forte suficiente;
Para aguentar os terremotos;
Das mudanças e revoluções;
Inseridas pelos jovens;
E pelo elemento feminino.
...................................................Completem.

3.29 - Crianças são a Esperança

Crianças são a esperança;


O sorriso na face de deus;
O pulsar de nossos corações;
A razão de nosso viver.

Viemos vos chamar;


Para mais esta aclamação;
Que não temos medo;
E muito menos receio;
Que nos deixarão na mão.

Estendam o vosso amor;


Aos nossos jovens;
Que enchem de vida;
Os nossos lares.

Não podemos viver;


Sem esse grande amor;
Deste imenso calor;
Que recebemos de vocês.

Vocês são a vida;


Que alimenta a alma;
Que enche de esperança;
Toda essa criançada.

121
Ah, esse Brasil maravilhoso;
De um povo tão formoso;
De uma natureza tão generosa;
Que nos abriga e sustenta.

Oh! Meu Deus;


Que amor tão grande;
Este de nossa gente;
Para com as nossas crianças.

Estendam o vosso amor;


Aos nossos jovens;
Que enchem de vida;
Os nossos lares.

Não podemos viver;


Sem esse grande amor;
Deste imenso calor;
Que recebemos de vocês.

Vocês são a vida;


Que alimenta a alma;
Que enche de esperança;
Toda essa criançada.

Crianças são a esperança;


O sorriso na face de deus;
O pulsar de nossos corações;
A razão de nosso viver.

122
3.30 - Children are the Hope

You are the hope;


My friends
Children are the hope;
My friends
The smile on;
The face of God;
The beating of our hearts;
The reason for our living.

We come to call you;


For more this claim;
That we are not afraid;
And much less fear;
That will leave us in the hand.

Extend your love;


To our young people;
That fill with life;
Our sweet homes.

We can’t live;
Without this great love;
From this immense heat;
That we have received from you.

You are the life;


That feeds the soul;
That fills with hope;
All our loved children.

Extend your love;


To our young people;
That fill with life;
Our sweet homes.

We can’t live;
Without this great love;
From this immense heat;
That we have received from you.

You are the life;

123
That feeds the soul;
That fills with hope;
All our loved children.

Children are the hope;


The smile on the face of God;
The throb (beating) of our hearts;
The reason for our living.

3.31 - Me Deixe Sonhar...

Me Deixe Sonhar...
Venha me abraçar devagarzinho
Me beija e me encha de carinho Cantora
Faz feliz meu coração só um pouquinho
Que anda vagando tão sozinho.

Venha a se aninhar;
Em meu peito;
E escuta os reclamos; Cantor
Do meu coração;
Que está por ti a tilintar.

Deixa a brisa nos embalar


Com Jasmim a nos perfumar cantora
Num caminho só de rosas viajar
Ao som de passarinhos a cantar.

Veja estes verdes campos;


Seus aromas nos inundando; cantor
E as sinfonias da natureza;
Nosso amor embalando.

Deitemos nesse gramado;


Olhemos para o céu estrelado; cantor
Veja os deuses esculpir;
Imagens divinas só para ti;

124
E depois se prepare;
Para comigo viajar; cantor
Neste céu de sonhos;
Para você desvendar.

Sentar nas nuvens para descansar


Ouvir a lua poesias recitar cantoro/a
Pedir a estrela para iluminar
Finalmente teu rosto poder tocar.

Oh sol não precisa me acordar!


Por favor hoje me deixe sonhar... cantora
Pois, meu amor está;
Comigo a me velar.

Luiz Adolfo de Mello & Adélia Conceição.

7.39 - Tempo Eterno ou Efêmero

É muito estranho essa coisa do tempo;


Como este pode ser eterno;
E ao mesmo tempo ser efêmero?
Muitas vezes estamos a procura;
Do que fazer para passar o tempo;
Mas, o tempo não para de passar;
E a flecha do tempo não volta para trás;
Se o tempo está claro ficamos felizes;
Se o tempo está fechado ficamos triste;
Se somos jovem queremos que o tempo passe;
Se somos velhos queremos que o tempo volte para trás.
Mas o tempo é cíclico;
Isto é, o tempo vive se repetindo.
Mas nenhum tempo é igual;
Ao tempo que ficou para trás.
Se falta algo no presente;
Dizemos que foi-se o tempo.....

125
Se não gostamos de algo antigo;
Dizemos que agora é o tempo....
Se algo é muito chato o tempo não passa;
Se algo é muito legal o tempo corre;
Se estamos ociosos o tempo para;
Se estamos atrasados o tempo voa;
Mas o tempo é mecânico;
E ao mesmo tempo relativo.
Assim, o tempo é imaterial;
Mas toda matéria existe no espaço-tempo.
Se tiver tempo pense sobre isto.

3.33 - Paródia ou variações da Música


“Eu Nasci a dez mil anos atrás” Raul Seixas

Eu nasci há cinquenta anos atrás;


Onde a Terra não tinha sido invadida;
Ou melhor, dizendo abduzida;
Pela ganância e pela corrupção.

A Terra era pura imaginação;


Vivíamos nas brumas da ilusão;
Acreditávamos em mocinhos;
Nas donzelas e na religião.

Estudávamos e líamos livros;


Brincávamos de roda e quadrilha;
De esconde e esconde e pega-pega;
E tudo que vinha na imaginação.

Sonhávamos em ser dentista ou engenheiro;


Queríamos curar os doentes;
Alguns artistas e outros doutor;
Até alguns queriam ser professor.

Namorávamos escondido;
Valorizávamos o beijo;

126
Íamos ao circo e ao parque;
E acreditávamos no eterno amor.

Hoje somos homens e mulheres;


Na tal da civilização;
Do empregado robotizado;
E do escritório informatizado.

Do empregado assalariado;
Do salário mirrado;
Do caráter terceirizado;
Do orgulho roubado.

Vi o engenheiro virar suco;


E o metalúrgico desempregado;
Vi o médico virar empresário;
E o estudante virar cliente.

Vi a tristeza dessa gente;


Amontoada no metrô como saco de gado;
Vi o gerente na cozinha;
Fazendo um virado de gato.

Olhei pela janela;


E o céu iluminado;
Pelo transformador queimado;
E as esperanças do povo;
Sendo levada pela enxurrada.

Vi o policial virar bandido;


E no terreiro de umbanda;
Sendo interrogado;
Junto com outras almas penadas.

Sou o fiscal evangélico;


Que tem que andar armado;
Excluído da quadrilha;
E proibido de ser honesto.

Sou o professor;
No quadro negro da sociedade;
Alimentando os famintos;
Do sistema funcional.

127
Amordaçado pela covardia;
E odiado pela ignorância;
Dos filhos roubados;
Do direito a uma educação real.

Sou o enfermeiro mal pago;


Dobrando o horário;
De tapar o buraco;
E fazer um remendo no pobre coitado.

Sou o médico horista;


Fazendo plantão acordado;
Sou o doutor Jekyll e Mr. Hyde;
Ora curando ora matando;
Nos ambulatórios esfacelados.

Sou o jovem cadete;


Protegendo a cidade;
Sou o policial sem salário;
Esmolando em cada padaria.

Sou o policial corrupto;


Dando um jeito em cada esquina;
Perdido no fogo cruzado;
Dos governos paralelos.

Sou a bala perdida;


Do revolver roubado;
Que ora tira vida;
Ora tira o direito de ser amado.

Vi o sonho do conhecimento;
Se transformar em lamento;
Da falta de verba;
E do laboratório sucateado.

Sou o jornalista revolucionário;


Vendendo espaço no noticiário;
Escondendo a verdade;
Nas entrelinhas da informação.

Vi o supremo ser indicado;


E a justiça ir para o espaço;
E os caras pintadas;

128
Uivar como um louco Mouro.

Nasci 50 anos atrás;


E não sei calar;
Vi esta terra corromper;
E os ideais cristãos morrer.

The End.

7.46 - Caras Pintadas

Caras pintadas;
Com as cores;
Da justiça brasileira;
Com as cores;
Da indignação;
De uma nação;
Tombada pela corrupção.

Caras pintadas;
Com as cores;
Do ministério da justiça;
Do país da injustiça.

Do ministério da educação;
Que somente com a civilização;
Dos direitos humanos;
Teremos uma sociedade;
Sem a legalização;
Da maldita impunidade.

Caras pintadas;
Da policia federal;
E do ministério publico;
Onde a impunidade;
É direito supremo.

129
Onde nada se prova;
Ou melhor, se prova;
Que lei ora lei;
É para os mais fracos.

Que o governo não é do povo;


Mas contra o povo;
Cujo único direito;
É o de pagar o imposto;
E o ônus de se viver;
Sem os seus direitos.

3.35- Ter Saudades

Eu choro sem ser chorão;


Pois o que seria desta canção;
Que corroí fundo o meu coração;
E Põe a tona toda a emoção.

Como não sofrer ao te ver;


E saber da vida não vivida;
E de suportar a dor;
De nunca ter tido a oportunidade;
De ter tido as verdadeiras mágoas;
Colhidas no viver do dia a dia.

Como não chorar;


Ao ter que voltar atrás;
E algumas vezes andar prá trás;
No eterno fazer e refazer?

Como se contentar;
Em ser essa pessoa tão comum;
Até diria tão normal;
Que até parece uma lenga-lenga?

Olho no fundo do baú da alma;


E junto com o extravagante;
Encontro o prazer do cotidiano;
Que não me faz o engano;
Preenche as lacunas do dia a dia.

130
Não ter saudade de nada
É não ter nada na vida!

3.36 - Tradutor Traidor

Ó! Amada e meus leitores;


Perdoe-me se mais uma vez
Os tiro daquele belo sono,
Diria daquele conforto,
De não ter que pensar profundamente.

É que estou a traduzir uma obra,


Que é uma interpretação de outra,
Que por sua vez depende de sua tradução.

E não bastasse a falta de palavras


Para se escrever a primeira,
Ainda esta teria que expressar as ideias
Seladas em versos e prosa da segunda.

E num inferno apocalíptico,


Com o fogo da intolerância religiosa
Tirando-lhe o sono nas portas do fundo
E a vontade de pegar no coldre,
Pendurado na porta da frente,
Para combater a ignorância religiosa.

Que ao abrir o sétimo selo,


Tenho que traduzir a natureza epitumerica, (epithumetic)
Do trona da besta na alma humana;
Na linguagem do século vinte um.

Não bastasse isso,


Ora se expressando em linguagem
Científica ora em mitológica;
Falando em castidade,
Permeada em versos de amor
Ao seu único amor, Jessie Mayer!

131
3.37 – Como! Restou Donte

Ela me pôs para fora!


Logo agora
Que comprei
Jogo de panela nova.

Só porque reclamei
Que hoje não
Teria soborô,
Não aguento mais
O tal de soborô.

Ontem vá lá!
Mas hoje não
O que era amor
Virou soborô.
Não aguento mais
O tal do soborô.

Ela veio falando difícil


Toda charmosa
Mordendo meus lábios
Mas era picadinho.

Vou comer fora


Jantar a francesa
Tudo na maior finesse
O prato do dia
É o tal de “restou donte”.

O prato do dia
É o “restou donte”
Mas que delícia
Deste “restou donte”.

Ela disse que não me enganou


Que foi jantar fora
Que queria carne magra
Servida pelo garçon.

Só por pirraça
Por que tinha trazido

132
Panela nova
Tive que jantar fora.

Que baita confusão.

3.38 - Tia! Vamos Arrumar esse Bebelo?

Olá professora!
Ainda bem que chegou;
Já estamos atrasados
Para a sua apresentação.

A senhora está linda;


Muito bem arrumada;
Que belo bebelo
Mas vamos dar uma arrumada.

Não reclame que está atrasada;


A senhora é linda
Mesmo em Natura;
Nos deixe lhe fazer
Um pouco de maquiagem.

Olhe este cabelo


Está todo revoltado
Deixe passarmos um creme
Vai ficar um charme.

Não estamos querendo


Que nos dê nota;
Você é linda em Natura
Mas nos deixe maquiá-la.

Vamos arrancar na unha


Uma boa nota;
Falando nisso
Nos deixe esmaltá-la.

133
Ai! Você está toda suada
Passe este lenço úmido
Que lhe vai deixar
Toda perfumada;

Olhe Professora!
Sua pele está engordurada
Deixe-nos passar uma base
Para não brilhar na filmagem.

Professora! Pare de nos empurrar;


Falando nisso
Sua mão está toda ressecada;
Deixe nos hidratá-la.

Veja só professora!
O que era linda em Natura
Agora está muito mais
Depois de bem maquiada.

Olhe este cabelo!


Agora todo arrumado;
Está toda cheirosa;
Só não conte para a diretora
Que fomos nós que a maquiamos.

3.39 - Os dois lados da morte

Majú! Eles continuam!


Eles continuam insistindo
Em não desistir,
Em não deixar de viver,
De caminhar para frente.

Mas! Eles vão a lugar nenhum,


É um tal de só sobreviver,
Para no próximo amanhecer,
Ser tudo igual.

134
Do lado de cá do rio,
Teme-se a morte,
A se evita,
Tenta postergá-la,
Até mesmo evitá-la.

Do outro lado do rio,


A morte é um fantasma,
Que assombra os pesadelos,
Mas não pode ser evitada.

Tem que ser enfrentada,


Encara-la de frente
Afastá-la da mente
E subjugá-la.

A ponte que os liga,


O centro à periferia,
Não os une,
Não os traduz,
Só os conduz.

Conduz ao nada,
Ao presente sem passado,
Sem futuro,
Ao eterno sofrimento.

Eles continuam!
Não podem evitar o inevitável.
Talvez seja questão de sorte.
Ou talvez de destino.

Não podem evitar o mercado,


O mercado humano
Com as sobras ofertadas em suas bancas.
Sem higiene, sem qualidade,
Sem instrutores, sem guias, sem lideres.

Com o produto de seu trabalho,


Apodrecendo no tempo,
No tempo de calamidade.

Sendo consumidos pelas bactérias,

135
Pelos vírus e pelos vermes.
Pelos vermes da calamidade.

3.40 - Somos todos adolescentes.

Eu sou um jovem com a cabeça no céu,


Como você, como eu;
Eu posso ver a terra girar,
Mas não sei dizer para onde ela vai.

Eu sou como você,


O mundo muitas vezes parece
Não ser grande o suficiente para mim,
Para meus sonhos, meus desejos,
Às vezes me sinto tolhido.

Eu sou um jovem com a cabeça nas nuvens,


A rua está tão cheia,
O povo é tão barulhento,
E eu mesmo assim
me sinto no espaço profundo.

Ei! Eu sou como você,


Eu só quero ser amado,
Vagar pelas ruas da vida
À espera de uma mão amiga para segurar.

Ei! Somos adolescentes,


Queremos viver
Mantendo o nosso espaço,
E ao mesmo tempo,
Ser amados.

Nós somos os jovens,


Os adolescentes deslocados,
Mas somos nós que preparamos o caminho,
Para a renovação da terra envelhecida.

136
Nós somos os jovens,
Os transloucados, os rejeitados,
Lançados para a terra
Para mais uma batalha.

Eu sou um jovem com a cabeça no céu,


Como você, como eu;
Eu posso ver a terra girar,
Mas não sei dizer para onde ela vai.

Eu sou como você,


O mundo muitas vezes parece
Não ser grande o suficiente para mim,
Para meus sonhos, meus desejos,
Às vezes me sinto tolhido.

Somos os Joãos, as Marias, Ana, Carol,


Beatriz, Maria Eduarda, Cristina,
Dario, Fernando, e outros .....................

Olá! Alguém está me ouvindo?


Por favor! Alguém está me ouvindo?
Alguém está me ouvindo, ai na Terra?
Eu sou Guilherme (Luiza Levy) um adolescente.
Com a cabeça nas nuvens.

137
3.41 - Árvores! Em perfeita simbiose na vida e na morte

Amo as árvores,
Pois onde elas existem em abundância,
Elas nos fornece o frescor das manhãs,
O aroma perfumado do ar inalado.

Em seus galhos e em suas sombras,


Convivem os pássaros,
Em perfeita harmonia,
Agradecendo a mãe terra,
Com a sua cantoria.

Oferece ao caboclo cansado,


Que está longe do riacho,
Uma sombra fresca e aconchegante,
Para se proteger do Sol escaldante.

Os animais do campo e da mata,


Ao buscar proteção sob suas copas
Vão trazendo todo tipo de nutrientes para elas,
Na mais perfeita simbiose.

Na mais perfeita simbiose com o Demo,


O bicho homem e suas pastagens,
Produto das queimadas,
Vai queimando e dilacerando a humanidade.

A terra seca e desprotegida,


Pelo gado pisoteada,
Vai ruminando o pasto,
E descartando o enxofre do demo.

A terra seca e malcheirosa


Castigada pelo enxofre,
Vai sendo queimada,
Pelo que vai dentro da alma,
Do maledicente bicho homem.

E em perfeita simbiose com a morte,


Vão difundindo e espalhando a morte.

138
3.42 - O pajé está pedindo socorro
https://youtu.be/0mZDhKwOOQM

O pajé está pedindo socorro,


E um carro pipa para apagar o fogo;
Inté já acionou o tal do IBAMA,
E decretou estado de emergência.

Anne Lottermann não adianta pedir,


Para chover no pantanal,
Os gaúchos invadiram a tribo,
E o Page substituiu a erva nativa pelo chimarrão.
Agora introduziram na cabaça
O tal de canudinho. ...................................................................... bis

Depois vieram os mineiros,


Que invadiram a Amazônia,
Já estão arrastando a fala,
E mudaram a alimentação.
Agora de segunda e quarta temos tapioca,
E de terça e quinta o tal de pão de queijo. ................................ bis

Lidiane Shayuri não adianta rezar,


O pastor é evangélico,
E a lei é a de Jeová,
É a lei do dente por dente
E do olho por olho.

Assim a humanidade está pagando,


Por ter judiado da mata,
Por ter maltratado a Terra,
E matado a fauna.

Joana! Por que está a reclamar?


Não adianta pedir para chover,
Dizimaram os índios,
E queimaram as plantas
Em bilhões de princípio ativos.

O pajé está pedindo socorro,


E um carro pipa para apagar o fogo;
Já acionou o IBAMA,
E decretou estado de emergência.

139
Majù! O caboclo também é índio,
Mas a natureza é outra,
Não adianta reclamar
Que a chuva ele não vai mandar.

O afro chora na alma,


Vendo a mata secar,
Recorda da antiga savana,
Que um dia deixou para trás.

Gaia está a chorar,


Vendo a Terra secar; .......................................................... bis

3.43 - Entre Outono e Primaveras.

Entre Outonos e Primaveras


Há verões e invernos,
Que se intercalam a cada ano,
No ir e porvir das estações.

Assim é a vida de cada dia,


Entre a noite e o dia,
Há o entardecer e a madrugada,
Há o céu claro e a chuvarada.

Quando o inverno se veste do manto branco,


A flora para longe se refugia,
A fauna adormece,
O húmus se prepara para a Primavera.

Enquanto alguns se regozijam,


E outros passam fome,
A natureza nunca dorme,
O solo e as sementes preparam.

140
E sob o olhar de soslaio,
O Deus Sol se enamora da Terra,
Sob o calor módico da Primavera,
A Deusa Fauna é fertilizada.

A Terra se despe do manto alvo,


E se torna multicolorida,
Transbordando de múltiplos aromas,
Convidando ao acasalamento.

Completamente cego por sua beleza,


Deus Sol sobe a céu a pino,
Cobrindo a Terra,
Sob o calor da paixão.

No ocaso de mais um dia da criação,


O produto do amor vai amadurecendo,
As flores vão se desfazendo,
Cobrindo o chão de quem as lavrou.

A fome de vida vai sendo saciada,


A carne vai sendo cevada,
As energias sendo acumuladas,
Para mais uma noite da criação.

E o chão vai sendo coberto de folhas,


A fauna vai se recolhendo,
O vento vai soprando,
E a água congelando.

E somos obrigados a nos aquecer,


A viver sob um mesmo teto,
Sob o salpicar da chama,
Que aquece os corações.

Mas onde a Terra não se veste do manto branco,


Quando o Deus Sol nos abençoa,
Soprando as frentes frias,
Trazendo água em abundância,
Há duas primaveras e dois outonos.

Quando não há correntes Amazônicas,


Não há primaveras e muito menos outonos,
Só há a terra seca,

141
A Fauna e a Flora sedentas,
Sob o Sol escaldante.

Se não se morre de frio,


Morre-se de sede e de fome,
E ao preguiçoso e desprevenido,
A sina é secar como o arbusto.

Sem as quatro estações para se guiar,


E a certeza do frio da morte,
Fica contando com a sorte,
E abdica da ciência e da engenharia.

E como a alegre cigarra,


A vida vai passando,
Como se fosse uma película,
Ou um programa de televisão.

3.44 - Folhas ressequidas de um velho poeta.

Olho para antigos cadernos,


Para pastas rasgadas,
Cheias de orelhas,
Com versos que não ouve mais.

Folhas amareladas guardam versos,


Versos em brotos que não desabrocharam,
De folhas rotas de sentimentos infantis.
Frutos verdes que não amadureceram.

Velho poeta se debruça,


Sobre palavras juntadas,
E costuradas em versos,
Fadados a serem eternamente jovem.

Observa sonhos e quimeras,


Que alimentam sua imaginação,

142
Mas não nutrem mais emoções,
Em uma alma desbotada.

Aquilo que alimentava a chama da paixão,


Agora se encontra amalgamada,
Fundido e formando a liga,
Do arcabouço da alma.

Os conceitos e os preconceitos,
Que dirigiam a naus,
Que navegava no oceano da vida,
Sem rumo e sem razão.

Agora se fundem na sabedoria,


Na paciência e na ciência,
De que o que separava e o que unia,
Eram as cadeias e os elos da corrente do destino.

Folhas rotas e amareladas,


Comidas e carcomidas,
Envelhecidas e empoeiradas,
Guardadas em algum lugar.

Guardam sentimentos juvenis,


Que nunca envelhecem,
Que sempre se repetem,
Na alma de quem ama.

Velho poeta volta ao mesmo ponto,


Sobre outra perspectiva,
Em uma nova linha do tempo,
Para ressignificar os sentimentos.

O caderno velho guarda novos sentimentos,


Que o caderno novo não pode mais vivificar.

143
3.45 - Geração Nem-Nem

Somos a geração nem-nem,


Nem trabalhamos nem estudamos,
Nem estudamos por isso nem trabalhamos,
Em uma sociedade do trabalho informal.

Terceirizaram o governo,
Substituíram o trabalhador qualificado,
Pelo despreparado comissionado,
Pelo capacho indicado.

Fomos tratados com vermicida,


Pelos vermes que incham o planalto,
Que transitam pelo planalto central,
Pois não acharam o inseticida.

Os vermes que consumiram,


As verbas comissionadas,
Nem planejam nem executam,
Os projetos de desenvolvimento nacional.

Além de sermos caluniados,


De terem roubado a educação,
E dilapidado o empresariado,
Nos deixaram sem educação e sem emprego.

Assim não somos nem-nem,


Somos os sem-sem,
Sem emprego sem educação,
Sem governança sem liderança,
Somos os sem esperança nacional.

Chega de desrespeito e calúnia,


Devolvam o dinheiro do professor,
Reequipem os hospitais e os policiais,
Devolvam ao povo a cidadania.

Não rasguem a constituição,


Parem de transformar a justiça,
Na injustiça e governança do coronel,
Devolvam ao povo o poder e a lei.

144
Nem propaganda nem maquiagem,
Vai poder enganar,
O povo e a moçada,
Que aprenderam a viver na malandragem.

Nem desrespeito nem calúnia,


Com o jovem brasileiro.

3.46 - Nem-Nem quer Estudar!

Nem-Nem quer Estudar.


Nem-Nem tem que sair pra trabalhar.
Mas nem-nem não tem dinheiro,
Para pegar o ônibus nem para telefonar.

Está a madrugar, ............................................... bis


O Sol nem se pôs a raiar,
Parece que ele não quer raiar,
O céu está nublado,
Mas parece que não vai chover.

Se não posso trabalhar,


Então o que posso colher,
Para o sonho não morrer,
De uma vida melhorar.

Se a sina é a de perambular,
Vaguear pelas ruas,
Torcer para não cair,
Em mais um beco sem saída.

Mas se o Santo Padroeiro,


Nem mesmo o Pastor,
Tem mais o poder,
De fazer esta vida vencer!
Ai meu deus o que eu vou fazer?

145
Até levaram Joãozinho Trinta,
E nem mais um merréis,
Ou uma pobre nota,
De esperança batendo a porta.

Nem-nem está abandonado no barraco,


Sem nenhum saco ou farrapo,
Sem lápis ou cartilha,
Para a tabuada ou verbo estudar.

Assim empresto meu verbo,


Nesta nota dissonante,
De um cantor paulista,
Que nem sabe cantar.
Nem sabe mais chorar.

3.47 - Qual seria o seu lugar?

Qual seria o seu lugar?


Parece que estar a vagar, ................................................. Refrão
Que não há o seu lugar,
Qual o seu papel no mundo?
Qual seria seu lugar?

Seu lugar no mundo,


É tão importante como qualquer outro;
Existe um lugar que é seu.
Ninguém pode ocupar, somente você.

Não há um só fio de cabelo,


Não há um só pássaro do céu,
Que seja removido de seu lugar,
Sem que Deus perceba.

Qual seria o seu lugar?


Qual seria a razão
Para o viver e o existir? ................................................... Refrão
Para cumprir o seu papel?

Ser ou não ser, eis a questão,

146
Amar e ser amado, eis a razão,
Viver e deixar viver, eis o fundamento,
Saber viver o presente,
Sem comprometer o futuro,
Eis a sabedoria.

Qual seria seu lugar?


Parece que estar a vagar, ................................................. Refrão
Que não há o seu lugar,
Qual o seu papel no mundo?

Cada dia é uma folha em branco,


Que um dia irá desbotar,
Irá engrossar o livro da vida,
Que em uma estante irá ficar.

Serão somente lembranças,


De sonhos e esperanças,
De amores e dissabores,
De quem as viveu.

Não há glória sem morte,


Não há vitória sem derrota,
Não há remédio sem uma droga,
A ciência que cura é a que mata.

A árvore que tomba,


É o tronco em que se assenta,
São os galhos que queimam,
É o fogo que alimenta.

Qual seria o seu lugar?


Qual seria a razão
Para o viver e o existir? ................................................... Refrão
Para cumprir o seu papel?

147
3.48 - Palavras ocupando espaços vazios

Hoje estou a escrever por escrever;


Somente para preencher o dia,
Ou por mero passa tempo,
Ou talvez para ocupar os espaços vazios,
Ou para entrelaçar as próximas poesias.

A vida é mesmo assim,


No ramerrão do dia a dia,
Parece que os dias,
São todos iguais,
Iguais a tantos outros,
Que se acrescentarmos mais um,
Ou retirarmos alguns,
Não faria a mínima diferença.

Mas a vida é caótica,


De modo que se retirarmos,
Ou acrescentarmos um único dia,
Mesmo que pareça ser igual,
Igual a tantos outros dias,
Por mais paradoxal que isto pareça,
O sistema caótico pode convergir,
Ou simplesmente redundar,
Em um resultado completamente inusitado.

A vida não colapsaria,


Simplesmente convergiria,
Para um fluxo original,
No rio da vida,
No oceano das possibilidades,
No jogo de cartas,
Do tabuleiro do destino.

Mas esta página insossa,


Que poderia estar em branco,
Não pode ser suprimida,
Tem que ser inserida,
Para que o livro da vida,
Não seja uma obra inacabada.

148
3.49 - Palavras tão eternas como as árvores

Palavras tão eternas como as árvores,


Leis eternas como o leito do rio,
Para tornar a nossa vida melhor.

Homens simples andavam sobre a terra,


Não havia fronteiras definidas,
A única lei era a força,
Somente os mais fortes e espertos sobreviveram.
Só os fortes e espertos sobreviveram.

A vida é uma guerra eterna,


Uma guerra para sobreviver,
Uma luta contra o tempo,
Uma guerra contra o cansaço.

O alimento não estava bem cozido,


Os homens não estavam preparados,
Não havia como prever,
Só dispunham da razão e do amor.

Era matar ou morrer,


Abrir mão do efêmero para se ter o eterno.
Mas a opressão era tão forte,
Que as leis tinham que ser imortais.

Mas a escola da vida


Estava nas árvores e nas fazendas,
Estava nos cursos dos rios,
No ir e vir das marés.

Eram elaboradas como as casas,


Projetadas para serem lares,
Construídas em comunidade,
Por braços de irmãos.

Palavras tão eternas como as árvores,


Eternas como as folhas,
Folhas nascidas para voar,
Para voar e para se espalhar.

Leis eternas como o leito do rio,

149
Feitas para direcionar o curso,
O curso dos rios dos acontecimentos,
Dos fatos e dos feitos.
Dos feitos que se tornaram fatos.

Veio o ouro negro e o capital,


Veio o concreto,
E o homem não pisava mais,
Não punha mais o pé no chão.

E as leis foram concretadas,


Foram padronizadas ao gosto,
Ao gosto da época,
Para serem vendidas,
Não para serem vividas. Lá rá ..........

Era uma vez,


Palavras tão eternas como as árvores,
Leis eternas como o leito do rio,
Para tornar a nossa vida melhor.
Era uma vez.

3.50 - Também queremos andar de Jatinho.

Também queremos andar de Jatinho,


Na terra prostituída,
No palco e no asfalto,
No breu e no céu estrelado,
Na química da composição.

Sei que se prostituiu,


Que se vendeu,
Fez de tudo para chegar ao topo,
Que ficava com nada.

Que agora é bacana,


Está cheio da grana,
Que manda no pedaço,

150
Que é dono da imagem.

Da imagem e do espaço,
Da multimídia e da mídia,
Dos meios e atalhos,
Ao céu e ao estrelado.

Que anda de jatinho,


Bem perto das estrelas,
Lá no céu estrelado,
Onde todas são iguais.
São iguais a você

Que reza a mesma cartilha,


De usar e ser usado,
De explorar e ser explorado,
De copiar e ser copiado.

Esta é a droga da vida,


A droga da composição,
Que não tem alma,
Só tem refrão.

Não se apropriem não,


Se não viveu,
Se não compreendeu,
Não pode vivenciar e nem cantar.

A droga da música,
Não vai funcionar,
Não vai dar para viajar,
Pois não vai incorporar.

Dividir para poder compartilhar,


Para poder aprender,
Para poder viver,
Para poder viajar,
A lugares impensáveis, inimagináveis.

Também queremos andar de jatinho.


Somos todos iguais, somos todos expertos.

151
3.51 - O mundo deve ser regido por duas mãos

A roda da fortuna
É girada por uma única mão,
Sempre cambaleando
Para o lado da argumentação.

Sempre girando para a direta,


Segurada por cinco dedos,
Cujo único poder e razão,
É o poder nuclear.

As Nações Unidas
São regidas
Pelo poder de coerção,
Fruto do espólio de guerra,
Da partilha das nações.

Nações Unidas
Pela partilha das nações,
Nações Unidas
Pela partilha das nações,

Nações Unidas,
Para poucos,
Nações Unidas,
Para poucos.

Nações Unidas pelo poder do império,


Deve ser regida pelo poder do amor,
Das nações que se reergueram,
Dos destroços da guerra.

O império da guerra,
Deve ser contrabalanceado,
Pelo poder da humanidade,
E pelo poder da razão.

O Senhor dos Anéis,


E das alianças sagradas,
Só pode ser empunhado,
Pela mão esquerda.

152
Pelo hemisfério direito,
Pela contra parte,
Da Cruz da humanidade,
Pela sabedoria.

Enquanto isso não acontece,


A roda da humanidade,
Gira cambaleante,
Regida por uma única mão.

Por uma única razão,


Pela herança do império.

3.52 - Como são intrigantes as relações;

Não importa quão próximo;


Ou quão longe esteja;
Quão diferente sejam;
Ou quão iguais se pareçam;

A verdade é que;
Não há nada que;
Esteja entre eles;
Ao mesmo tempo;
Infinitamente separados.

Se pegarmos esse vazio;


E formos dividindo-o;
Teremos no final;
Infinitas partes;
Separando estes.

O mais intrigante é;
Que quanto mais o for dividindo;
Pela natureza da operação;
Mais insignificante fica essa separação.

Por mais que seja incontável essa diferença;

153
Esta é desprezível por natureza.
E por mais absurdo que pareça;
É que somarmos essas infinitas diferenças;
Ela convergirá para a unidade com certeza.

De Mello – 10/04/2018

3.53 - Observando o vir e o devir

Sobre um penhasco a beira mar,


Observando o vir e o devir,
Das ondas que batem nos rochedos,
Tentando dar nova forma,
Ou definir novos contornos,
A orla do continente.

Observando o Sol se afastar,


Ao longo do horizonte,
Indo em direção ao ocaso,
Ao seu leito diário de sono.

O velho continente cansado,


Das lutas e guerras insanas,
Observa o novo continente,
Caindo nos mesmos erros do passado.

O tempo vai passando,


Suas feridas vão cicratizando,
Não cai nos mesmos erros,
Observa os jovens errar.

O antigo continente,
Renascido sobre escombros,
Vai resignificando seus templos,
Catando os restos,
Que sobraram dos espólios.

154
Mas o oceano insiste,
Em fugir dos polos,
Para ir aos trópicos,
Em busca do Sol consolador.

O velho continente,
Não aguenta mais as guerras insanas,
Os desvarios da juventude,
A falta de história e de sonhos.

O antigo continente,
Que tinha se recolhido,
Nos seus mitos e contos,
Se traja de novas vestes,
Para aquecer as águas do equador.

O novo continente,
Em sua juventude desvairada,
Revive os velhos costumes,
De viver irrefletidamente.

Sobre um penhasco a beira mar,


Observando o vir e o devir,
O velho dar lugar ao novo,
O novo que um dia irá amadurecer.

------------------------------ 14/09/2022 ------------------------------------------------

155
3.54 - A Magia da Poesia

Mais um ano está findando,


Mais um ano está adentrando,
Em minha e nas nossas vidas,
Mas parece que tudo é igual.

Nem mais sabia que existia,


Nem que ainda estava lá,
Guardado e trancafiado,
No mais fundo da alma.

Tantos sonhos,
Tantas lembranças,
Tantas emoções,
Tantos sentimentos.

Por isso agradeço de coração,


A todos que compartilharam,
Seus textos e emoções,
Na mais pura forma,
De uma singela poesia.

Como no passe de mágica,


Como uma mão divina,
Que mergulha nas águas,
De um poço ou de um lago,
Remexendo e reavivando,
Lembranças turvas e esquecidas,
Jazidas no fundo da alma,
A muito esquecida.

Vou tentar quantificar,


Um ano de partilha,
De sentimentos e emoções,
Lançadas na rede da informação.

Como dizia uma ilustre poetisa,


Por mais diferente que sejamos,
Partilhamos dos mesmos anseios,
Medos e emoções.

Agradeço mais uma vez,

156
Por cada palavra lançada,
Juntada e orquestrada,
Em uma frase ou poesia.

Por cada soneto,


Por cada estrofe,
Que reavivou na minha imaginação,
Aquilo que tinha algum dia,
Vivido, lido ou assistido,
E que estava esquecido.

Por mais que as palavras,


Sejam entidades discretas,
Ao as ajuntarem em sonetos,
Entraram indiscretamente em minha vida.

Por isso é tão difícil quantificar,


Sentimentos que continuo a sentir,
Que formam um contínuo,
De minha vida.

Por isso é tão difícil entender,


Por quais razões,
O senhor de nossos destinos,
Nos fez seres tão diferentes,
Mas separados por uma infinidade,
De diferenças infinitesimais,
Que formam o continuo da aquarela,
Do espectro de nossas emoções.

Assim, por um passe de mágica,


Reavivaste minhas emoções,
Lá no fundo adormecidas,
Já há muito esquecidas,
Mas que dão vida a minha alma.

Não sei mais o que vivi,


Nem mais o que li ou assisti,
Após tantos anos de vida.

Agradeço por cada palavra compartilhada.

157
3.55 - Os Poemas falam mais alto do que eu

Não saberia descrever,


Nem dizer o que acontece,
Quando meus sentimentos,
Meus sonhos e anseios,
Vão se revestindo de palavras.

Muito menos explicar,


O que acontece com estes versos,
Quando as palavras vão tecendo,
Sentimentos e emoções,
E vão preenchendo minha imaginação;
Quando se encontram acabados.

Só sei dizer que elas falam mais alto,


Do que eu ou do que minha mente,
Elas se recusam serem proferidas,
Sem o tempo e a entonação,
Que está impressa lá no fundo,
Em algum lugar da minha imaginação.

As melhores de serem trabalhadas,


São aquelas apanhadas,
Na rede ou teia das ideias,
Lançadas na imaginação,
E que são trabalhadas e trançadas,
Na máquina fria do intelecto.

Estas são as mais dóceis e maleáveis,


Que se adaptam facilmente,
A qualquer tipo de canção,
Desde que lhe forneça,
O ritmo certo e a entonação.

Os versos mais terríveis,


São aqueles que vomitamos,
Aqueles que são paridos,
Como águas em uma enxurrada,
Que são tecidos e bordados,
Como nuvens em uma tempestade.

À primeira frase,

158
Descortinasse como um todo,
Na sua forma, ideia, emoção,
E principalmente na sua entonação,
Que rege ferreamente,
A forma final de sua canção.

Algumas são tão impertinentes,


Que se recusam serem melodiadas,
Mesmo achando o tempo,
E o estilo certo.

Não adiante tentar enganá-las,


Enxertando frases e palavras,
Remendando com outros sonetos,
Que ao simples passar de olhos sobre elas,
Estas se descortinam como um todo.

Só se deixando ser melodiada,


Após anos de lutas,
Como elas tivessem perdido força,
Na memória das emoções,
Que dão vida à alma.

É como ela se entregasse ao cansaço,


Após anos de mal criações.

São como crianças mimadas,


Que temos que ficar dando voltas,
Inventando histórias,
Até elas baixarem a guarda.

---------------------------------- 28/12/2022 ------------------------------------------

159
3.56 - Não sou responsável pelo que entendes

Não me lembro mais do que escrevi,


Nem sei se importa mais,
Pois o que ficou guardado lá,
Foi o sentimento que deixou.

As palavras gravadas no papel,


E tão gravadas na memória,
Tão cheias de impressões,
Tão cheias de emoções.

Cada vez que são revisadas,


Toda vez que são relidas,
São entendidas de outra maneira,
Interpretadas pelos sentimentos que me deixou.

Se não sou capaz de definir,


De determinar o que sinto,
Como interpreto cada soneto,
Como poderei determinar,
Como os seus sentimentos,
Transmutam o que escrevo.

Sou responsável pelo que escrevo,


Não sou responsável pelo que interpretas,
Pelo que o mundo lhe imprime,
Em seus sentimentos e memória.

Poderias ainda lhe dizer,


Que toda vez que a vejo,
Toda vez que a leio,
Minhas palavras ganham outra conotação.

Se não tenho poder de decisão,


Poder de interpretação,
Sobre o que escrevi,
Sobre o que senti.

Principalmente sobre ti,


Sobre o que sentes,
Sobre o que vives,
Sobre o que impacta sobre mim.

160
Como poderei ser responsável,
Pelo que interpretas,
Pelo que estas palavras,
Evocam em ti?

Sou responsável pelo que escrevo,


Não sou responsável,
Pelo que entendes,
Muito menos pelos sentimentos,
Que estas palavras,
Faz brotar em ti.

-------------------------- 10/09/2023 -----------------------------------------

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