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ALFABETIZAÇÃO E
LETRAMENTO
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
SUMÁRIO
Unidade 1 ................................................................................................................................................ 5
1. ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO: OS DESAFIOS DA ARTICULAÇÃO ENTRE A TEORIA E
PRÁTICA .............................................................................................................................................. 5
1.1 SITUANDO A PROBLEMÁTICA.............................................................................................. 5
1.2 CONCEITUANDO ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO ............................................................ 8
1.3 MÉTODOS DE ALFABETIZAÇÃO ......................................................................................... 12
1.3.1 Marcos Legais............................................................................................................ 21
1.4 QUAL O DESAFIO DO PROFESSOR ALFABETIZADOR? ........................................................ 22
Unidade 2 .............................................................................................................................................. 25
2. REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DA LINGUAGEM ORAL ................................................................. 25
2.1 A NECESSIDADE DE UM NOVO OLHAR .............................................................................. 25
2.1.1 A Psicogênese da Língua Escrita................................................................................ 25
2.2 O PROCESSO DE TRANSIÇÃO DA ALFABETIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO INFANTIL PARA O
ENSINO FUNDAMENTAL ................................................................................................................ 39
Unidade 3 .............................................................................................................................................. 41
3. PROMOÇÃO DA CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL E NO CICLO E
ALFABETIZAÇÃO................................................................................................................................ 41
3.1 O QUE É CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA? ............................................................................. 41
3.1.1 Sensibilidade à Rima.................................................................................................. 42
3.1.2 Conhecimento Silábico .............................................................................................. 43
3.1.3 Conhecimento Intra-Silábico ..................................................................................... 43
3.1.4 Conhecimento Segmental.......................................................................................... 44
Unidade 4 .............................................................................................................................................. 47
4. PRÁTICAS DE ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO EM SALA DE AULA ....................................... 47
4.1 PRÁTICAS DE ENSINO DO SISTEMA DE ESCRITA ALFABÉTICO ........................................... 47
4.1.1 Explorando Palavras Estáveis .................................................................................... 48
4.1.2 Montando e Desmontando Palavras com o Alfabeto Móvel .................................... 50
4.2 ATIVIDADES VOLTADAS À CONSOLIDAÇÃO DAS CORRESPONDÊNCIAS LETRA-SOM ........ 51
4.2.1 Atividade de Leitura de Palavras ............................................................................... 51
4.2.2 Atividades de Leitura de Frases e Textos ................................................................... 54
4.2.3 Sugestões de ferramentas ......................................................................................... 58
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 62
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE QUADROS
Unidade 1
1. ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO: OS DESAFIOS DA
ARTICULAÇÃO ENTRE A TEORIA E PRÁTICA
Há cerca de quarenta anos que não mais de 50% (frequentemente, menos que 50%)
das crianças brasileiras conseguem romper a barreira da 1ª série, ou seja, conseguem
aprender a ler e a escrever. Segundo dados divulgados pelo Ministério da Educação,
de cada mil crianças que, no Brasil, ingressaram-na 1ª série em 1963, apenas 449
passaram à 2ª série, em 1964; em 1974 – portanto, dez anos depois – de cada mil
crianças que ingressaram na 1ª série, apenas 438 chegaram à 2ª série, em 1975.
Quando dispusermos de dados semelhantes para a década de 1980, a situação não
será diferente, segundo indicam estatísticas que as Secretarias Estaduais de
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Artigo intitulado Letramento e alfabetização: as muitas facetas, publicado a primeira vez em 1985 na revista
Cadernos de Pesquisa, da Fundação Carlos Chagas.
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ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
Estes dados refletem o fracasso educacional no que diz respeito à alfabetização há pelo
menos 57 anos. Analisando a situação vivenciada na atualidade, ao retomar as datas, Soares
(2018) ainda destaca os seguintes aspectos a respeito de sua fala de 1985:
Diante desta problemática, muitos estudos, pesquisas e debates são realizados para
encontrar caminhos que possam solucioná-la ou amenizá-la. Soares (2018) reflete que o
fracasso em encontrar uma resposta naquele momento ocorreu pela falta de uma pesquisa
que integrasse as diversas áreas que compõem a alfabetização (Psicologia, Linguística,
Pedagogia), além disso, deveria ter um entrelace ao investigar o aluno e o professor − sendo
o primeiro investigado em questões de saúde, psicológica, linguagem, contexto sociocultural
e o segundo pesquisado sobre a formação, a abordagem em sala de aula, método e material
didático.
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Fonte: <http://www.plataformadoletramento.org.br>
Por que seus estudos são tão importantes para o ramo da educação? Brasil Escola
(2020) destaca como principais feitos da autora:
Apesar de aposentada, Magda Soares ainda contribui com a educação de sua cidade e
continua exercendo grande influência na formação de professores em âmbito nacional através
de suas obras.
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Artigo intitulado Letramento e alfabetização: as muitas facetas, publicado na Revista Brasileira de Educação,
em 2004.
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literacy, já era dicionarizada, mas as discussões e estudos a respeito dela, também eclodiram
em 1980.
Entretanto, Soares (2018) destaca que a coincidência no período não se repete para o
motivo da criação da palavra em questão para cada lugar, uma vez que as diferenças
socioculturais levam a uma diferença fundamental “’... que está no grau de ênfase posta nas
relações entre as práticas sociais de leitura e de escrita e a aprendizagem do sistema de
escrita...” (SOARES, 2018, p. 31).
Conectem-se!
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Fonte: <https://prezi.com/uamkko6zi_w3/do-risco-ao-
alfabeto/?frame=f77ca3b77a01b3aeb7a2290df7a54448aa9617fa>
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Bes et al (2018) reflete sobre os aspectos de poder e de arte que são conferidos à
escrita desde o início, por ser restrita a poucos e também pela dificuldade de manuseio dos
instrumentos de escrita.
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A imprensa foi criada por Gutemberg, no período do Renascimento, nos séculos XV e XVI.
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Esta retrospectiva sobre a escrita nos permite conhecer o contexto percorrido até o
momento em que a escola assume um papel determinante para o ensino-aprendizado da
leitura e escrita. Nesta fase começou a preocupação sobre como ensinar, ou seja, com o
método. Os primeiros métodos de ensino foram os sintéticos e em seguida, houve o
desenvolvimento do método analítico. Conforme menciona Bes et al (2018, p. 26):
MÉTODO SINTÉTICO
ASPECTOS POSITIVOS ASPECTOS NEGATIVOS
Foca o ensino na decifração e na leitura mecânica.
Ao expor a criança a regras e Enfatiza a correspondência som e grafia, utilizando a audição
repetições, há mais como estratégia principal.
possibilidade de alcançar a Por ser um método de memorização, torna o estudo cansativo e
grafia perfeita das palavras. desprovido de sentido ao aluno.
O aluno recebe o conhecimento pronto.
Fonte: Bes et al (2018)
O método sintético é composto por três fases: o método alfabético, silábico e fônico.
Iremos confrontá-los no quadro 02 exposto a seguir:
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O método analítico, de acordo com Bes et al (2018, p. 27), prioriza o ensino “[...]
partindo das unidades maiores para as unidades menores, ou seja, a leitura é vista como um
método global”. As atividades propostas por este método partem do todo para as partes,
como por exemplo, partindo do texto à análise da frase, da frase à leitura da palavra, da
palavra à percepção da sílaba. O quadro 02 expõe a análise de aspectos positivos e negativos
do método analítico:
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MÉTODO ANALÍTICO
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A criação do método misto, como enfatiza Mortatti (2006, apud Bes et al, 2018),
ocorreu mediante a estudos de proveniência psicológica. M. B. Lourenço filho, ao pesquisar
sobre as bases psicológicas da alfabetização, constatou a existência de estágios de maturidade
para a criança aprender o processo de leitura e escrita. Desta forma, sua teoria previa
classificar e organizar os alunos em classes homogêneas para que a alfabetização se efetivasse
com maior êxito.
[...] letras, sílabas soltas, palavras, frases e textos com pouca relevância e significado
no contexto em que os alfabetizandos estavam inseridos. Da mesma forma, o
objetivo das cartilhas visava a abordar apenas a codificação (escrita) e a
decodificação (decifração) e pouco agregava conhecimentos aos envolvidos. (BES et
al, 2018, p. 28)
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Os estudos sobre a psicogênese da língua escrita serão abordados com mais profundidade na Unidade 2.
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[...] não existem métodos perfeitos, tampouco teorias milagrosas que farão a criança
aprender de forma plena. Cada indivíduo concebe o conhecimento ao seu tempo e
da sua maneira. O importante é que sejam desenvolvidas metodologias de ensino
que auxiliem a criança a refletir sobre a escrita alfabética, tornando-a pensante,
crítica, reflexiva e questionadora.
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Conecte-se!
Fonte: <https://www.youtube.com/watch?v=kw7bbVz2Uuc>
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Apesar de ainda existirem crianças brasileiras que mudam de ciclos sem a devida
alfabetização (e letramento), como problematizado por Soares (2018) no início desta unidade,
não podemos deixar de falar sobre as políticas públicas para a alfabetização, uma vez que
houve todo um percurso para que a educação fosse vista como um direito constitucional e
neste direito podemos dizer que o primordial é o aprendizado da leitura e da escrita.
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Observamos uma hierarquia desde a Constituição até as ações como o PNAIC, que
demonstra uma organização de caminhos para atingir a meta que é a formação de leitores e
escritores proficientes.
Fonte: <https://educa.ibge.gov.br/jovens/conheca-o-brasil/populacao/18317-educacao.html>.
Apesar destes esforços, de acordo com os últimos índices publicados pelo IBGE, o
Brasil ainda possui um índice considerável de analfabetismo, com a taxa de 6,6%. As regiões
brasileiras com as taxas mais acentuadas são o norte (7,6%) e Nordeste (13,9%).
Esta é uma análise que entrelaça tudo o que estudamos nesta unidade: a diferença
entre a alfabetização e o letramento, os métodos de alfabetização e os marcos legais que
envolvem a alfabetização. O motivo disso é o fato de o trabalho do professor alfabetizador
envolver todos esses aspectos desafiadores para serem conectados em uma rotina.
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Fonte: <http://alfaletrar.org.br/aprendizagem-inicial-da-escrita>
[…] Acreditar que é possível alfabetizar letrando é um aspecto a ser refletido, pois
não basta compreender a alfabetização apenas como a aquisição de uma tecnologia.
O ato de ensinar a ler e a escrever, mais do que possibilitar o simples domínio de
uma tecnologia, cria condições para a inserção do sujeito em práticas sociais de
consumo e produção de conhecimento e em diferentes instâncias sociais e políticas.
Ciente da complexidade do ato de alfabetizar e letrar, o professor é desafiado a
assumir uma postura política que envolve o conhecimento e o domínio do que vai
ensinar.
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Unidade 2
2. REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DA LINGUAGEM ORAL
A partir daí, não faria mais sentido ao professor continuar utilizando métodos
mecânicos, como os analíticos e sintéticos estudados a partir de cartilhas, estudados na
unidade 1. O novo olhar proposto por Ferreiro (2017) vislumbrava a psicogênese da língua
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ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
Dito isto, inferimos a importância deste profissional que deve estar bem preparado
para assumir esta responsabilidade. O educador que pauta sua prática aos conhecimentos
advindos dos estudos sobre a psicogênese da escrita diferencia-se da postura adotada nos
métodos tradicionais, nos quais vigorava a memorização, percepção, coordenação motora,
repetição de palavras simples e de textos prontos totalmente fora do contexto da criança.
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ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
Desta forma, o aluno traz consigo uma bagagem de aprendizados diversos, anteriores
a sua escolarização que devem ser considerados em sua alfabetização. Assim, de acordo com
esta teoria, os baixos índices educacionais e o analfabetismo são problemas sociais e não um
problema oriundo da criança, salvo casos clínicos.
[...] por meio da inserção e do uso de textos atuais, contos, livros, histórias, poesias,
jornais, revistas, o que possibilita que a criança esteja inserida em um ambiente
alfabetizador. Você deve lembrar-se de que a qualidade do material ao qual a criança
estará exposta influenciará a construção desse conhecimento. Além disso, o
ambiente, tanto material quanto social, contribuirá para o levantamento de
hipóteses e para o desenvolvimento de habilidades e competências de leitura. (BES
et al, 2018, p.54)
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Ressaltamos que a aquisição da língua escrita se efetiva pela vivência dos estudantes,
pela qualidade do envolvimento entre professores e alunos e também pela troca com os
colegas. Neste sentido, o planejamento exerce função primordial para que o professor possa
organizar suas aulas contemplando as necessidades dos alunos.
Hipóteses de Escrita
[...] mesmo antes de se apropriar do sistema de escrita, a criança, à medida que tem
oportunidades e contato com situações de leitura e escrita, vai construindo
hipóteses, avançando na aquisição da base alfabética e pensando como se escrevem
as palavras. (BES et al, 2018, p.55)
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listagem das palavras, a última etapa é a escrita de uma frase que contenha uma das
palavras citadas.
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Conforme abordado no quadro 04, na hipótese pré-silábica “[...] a criança não percebe
a escrita como representação do que é falado, não havendo assim vínculos entre a linguagem
oral e o que está sendo escrito”. (BES et al, 2018, p.57) Esta é a fase inicial da aquisição da
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escrita, na qual a criança formula hipóteses para alcançar a grafia das palavras, demonstramos
nas figuras 15 e 16 abaixo.
A figura 15 destaca a produção de duas crianças, Taissa e Lucas. Ambos estão no nível
pré-silábico I, porém representam de diferentes formas. A primeira representa a escrita por
rabiscos e garatujas e o segundo através de desenhos.
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A figura 16 traz a escrita no nível pré-silábico II das crianças Bruno e Maria. O primeiro
escreve letras aleatórias para compor a palavra, a segunda utiliza apenas as letras que compõe
o seu nome. Há a ocorrência do realismo nominal na escrita de Maria, nas palavras elefante e
formiga.
Nesta fase, a criança por acumular um pouco mais de experiências com as letras,
palavras e textos, começa a fazer relações entre a oralidade e a escrita. Assim, a sua produção
escrita é dividida em dois níveis, como demonstra o quadro 05:
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ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
Como exemplo do nível silábico sem valor sonoro, analisaremos a figura 17:
A figura 17 expressa a escrita da criança, na qual ela relaciona “[...]cada vez que abre
a boca para pronunciar uma palavra, precisa utilizar uma letra” (Bes et al, 2018, p. 61). Logo,
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ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
No exemplo expresso na figura 18, das crianças Gabriel e Júlia, o primeiro escreve
relacionando valor sonoro às vogais, ao passo que a segunda atribui valor sonoro às
consoantes. Prosseguindo com as hipóteses, chegamos à silábico-alfabética. Bes et al (2018,
p.62) descreve:
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ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
Mais experiente, a criança nesta fase já faz relações para a constituição de sílabas
utilizando consoantes e vogais, ela também se dá conta da complexidade do sistema de
escrita. Vejamos o exemplo da figura 19:
A criança que realizou a escrita está em transição entre as fases silábica e alfabética,
isso explica a utilização de apenas uma letra em algumas sílabas. A proposta de trabalho para
o professor investir nesta fase é a resolução de situações-problema com palavras significativas
e também trabalhar as letras, sílabas, palavras e textos para que a criança consiga vincular
este conhecimento às unidades linguísticas que precisa compreender. A hipótese alfabética
representa a fase na qual “[...] a criança já compreende o sistema de escrita e sua função
social” (BES et al, 2018, p. 63). Aqui a criança já tem ciência de como se forma uma sílaba e
faz tentativa para adequar a escrita à fala. O repertório sonoro da maioria das letras já
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consegue ser representado na escrita, mas pode ocorrer algumas omissões de letras e desvios
ortográficos ao escrever. Analisaremos esta hipótese na figura 20:
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ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
integrem alunos em diferentes níveis de escrita para serem estimulados. A partir da superação
das hipóteses de escrita, Bes et al (2018, p. 66) reflete sobre o papel da avaliação:
A avaliação passa ser vista sob um novo enfoque, em que as escritas não
convencionais que as crianças elaboram servem como indicadores de que o aluno
está refletindo sobre o que está escrevendo e formando diferentes hipóteses.
Consequentemente, o erro assume uma proposta construtivista, segundo a qual a
criança terá a possibilidade de aprender, interagir com outras formas de escrita e
buscar lógicas para escrever livremente, sem se preocupar se a escrita está correta
ou não.
É interessante constatar este aspecto, pois o erro, algo que era rechaçado no ensino
tradicional, na perspectiva da psicogênese da escrita é visto como algo construtivo. Quando
erra a grafia de alguma palavra a criança tem a possibilidade de experimentar e conhecer
outras possibilidades de escrita e ter consciência a partir daquela experiência de qual caminho
deve seguir.
É imprescindível que o professor conheça cada uma das hipóteses, não só para planejar
suas aulas com também para identificar os conhecimentos de cada aluno e fazer as
intervenções quando necessário.
37 Unidade 2
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
Conecte-se!
Para conhecer um pouco mais sobre a psicogênese da língua escrita, o site
Alfaletrar traz um conteúdo interativo com infográficos e vídeos
explicativos neste endereço: <http://alfaletrar.org.br/aprendizagem-
inicial-da-escrita#desenvolvimento-psicogenetico>.
Fonte: http://www.plataformadoletramento.org.br/hotsite/aprendizado-inicial-da-escrita/
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ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
Diante disso, a DCNEI que norteia a educação infantil, propõe uma rica experiência aos
alunos que não pode ser rompida quando chegam ao ensino fundamental. O maior dos
motivos é pautado no fato de que na educação infantil se deram as primeiras vivências com o
mundo da escrita, alicerçando desta forma seus conhecimentos a respeito disso, que devem
ser considerados e valorizados na passagem para o ensino fundamental.
No Ensino Fundamental, as crianças não cessam de fazer suas hipóteses sobre usos
e modos de realizar a leitura e a escrita. É bom dialogar com a trajetória vivenciada
na Educação Infantil, bem como conhecer seus efeitos para prosseguir e ampliar os
conhecimentos sobre a leitura e a escrita. A transição será benéfica se levar em conta
o que já foi consolidado nas aprendizagens anteriores, e isso traz a segurança
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ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
emocional necessária às crianças, que sentem que são entendidas a partir do que já
sabem e que são reconhecidas naquilo que já podem realizar com as letras.
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ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
Unidade 3
3. PROMOÇÃO DA CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA NA EDUCAÇÃO
INFANTIL E NO CICLO E ALFABETIZAÇÃO
Esta fase está relacionada com a psicogênese da escrita, estudada na unidade anterior,
na qual a criança vai criando hipóteses de escrita até consolidar suas deduções de forma
gradativa. A compreensão do som como componente de cada parte da palavra na forma
escrita, representa a compreensão do sistema alfabético de escrita.
41 Unidade 3
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
Zorzi (2003) chama atenção para a divisão em quatro níveis: conhecimento da rima,
conhecimento silábico, conhecimento intra-silábico e conhecimento fonêmico ou segmental,
os quais detalharemos a seguir.
[...] uma etapa considerada como uma das iniciais, caracterizada pela descoberta,
por parte da criança, de que determinadas palavras apresentam um mesmo
conjunto de sons, em seu princípio ou final. A sensibilidade à rima implica uma
capacidade para detectar estruturas sonoras semelhantes em diferentes palavras.
Embora não seja considerado como um conhecimento fonológico propriamente
dito, acredita-se que tal noção possibilite um melhor desenvolvimento da
consciência fonológica, assim como venha auxiliar a aprendizagem futura da leitura,
principalmente em termos de facilitar estratégias de leitura por analogia. Uma maior
ou menor facilidade para que as rimas sejam detectadas pode variar de uma língua
para outra.
5
Zorzi (2003) relaciona ao context de rimas também a aliteração, que se trata de um mesmo conjunto de som
no início das palavras.
42 Unidade 3
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
Para Zorzi (2003), este nível é relacionado à capacidade que o aluno desenvolve de
segmentar e operar as estruturas silábicas das palavras. Neste estágio, o estudante é capaz de
“[...] detectar semelhanças sonoras entre palavras, como é o caso da sensibilidade à rima, uma
vez que envolve a decomposição das palavras em subunidades”. (ZORZI, 2003, p.29)
Fonte: <http://www.alfaletrar.org.br/aprendizagem-inicial-da-escrita>
De acordo com Zorzi (2003, p. 30), o conhecimento intra-silábico “[...] pode ser
postulado quando se considera que as sílabas podem ser subdivididas em elementos que são
menores do que ela mesma e maiores do que um fonema”. Tais elementos recebem o nome
de onset. O onset refere-se ao conjunto de consoantes iniciais e todos os elementos que
vierem a partir da primeira vogal, constituem a rima. Zorzi (2003) analisa a palavra prestar,
utilizando a primeira sílaba (pres). As letras “pr” representam o onset e “es” representam a
rima.
43 Unidade 3
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
Este conhecimento não acontece de forma espontânea, de forma que ele está
vinculado à “[...] experiências mais formalizadas, especificamente a aprendizagem de um
sistema de escrita de natureza alfabética”. Assim, observa-se uma relação de
interdependência entre o conhecimento segmental e o conhecimento da escrita alfabética,
ou seja, quanto mais se aprende sobre a escrita, mais noção de conhecimento segmental é
desenvolvida e vice-versa.
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ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
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ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
Conectem-se!
Fonte: <http://alfaletrar.org.br/aprendizagem-inicial-da-escrita#consciencia-fonologica>
46 Unidade 3
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
Unidade 4
4. PRÁTICAS DE ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO EM SALA DE AULA
III. Propor ferramentas tecnológicas que auxiliem o professor para uma aula mais
dinâmica.
[...] tem ficado cada vez mais claro para nós que essa pergunta nunca terá uma
resposta única. Entendemos que – não só no que diz respeito à alfabetização, mas a
todas as áreas e conteúdo do currículo escolar – o que um professor,
individualmente, ou um grupo de educadores vão considerar “a melhor opção
didática” vai depender de uma série de fatores que não têm a ver apenas com a
perspectiva teórica que se filiam, mas com questões ideológicas e filosóficas, juízos
de valor que adotam no dia a dia etc. (p. 103)
Podemos acrescentar aos fatores elencados por Morais (2012), a necessidade dos
alunos, uma vez que as classes são totalmente heterogêneas, o que torna mais complexo,
porém não impossível a escolha de uma opção didática que não exclua a necessidade de
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ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
nenhum aluno. Ao refletir sobre quando começar o ensino do sistema de escrita alfabética,
Morais (2012, p.106) afirma que esta
[...] não é uma questão maturacional, regulada por um relógio biológico, mas
depende das oportunidades vividas dentro e fora da escola, entendemos que, para
reduzir as desigualdades sociais [...], a escola pública precisa iniciar, no final da
educação infantil, um ensino que permita às crianças não só conviver e desfrutar,
diariamente, de práticas de leitura e produção de textos escritos, mas refletir sobre
as palavras, brincando curiosamente, com sua dimensão sonora e gráfica.
As atividades que enfocam a palavra não excluem o letramento, pois ambos podem
ser ensinados ao mesmo tempo, dependendo da forma que o professor contextualiza a aula.
Estas atividades que muitas vezes parecem desvinculadas da realidade do aluno, como no
ensino das antigas cartilhas, poderiam ser parte de uma Sequência Didática que poderia ser
uma abordagem interdisciplinar, vinculando conhecimentos de várias disciplinas.
O que seria uma palavra estável? É aquela palavra em constante utilização do aluno,
como seu próprio nome. Morais (2012) diz que as crianças a partir dos 5 anos geralmente
passam a identificar e reproduzir seu nome utilizando sua memória. Uma atividade simples,
mas reflexiva, seria solicitar a escrita do próprio nome nas tarefas ou até mesmo nas
produções artísticas para que o aluno possa iniciar a reflexão sobre aquela palavra. Isso vai
tornar aquela palavra em uma palavra estável e fixa na memória da criança pelo contato
diário.
48 Unidade 4
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
Morais (2012) destaca que esta é uma excelente atividade para os alunos em fases
iniciais da psicogênese da escrita. Sobre a estabilidade, o autor menciona: “A estabilidade é
consequência da exposição frequente e, sobretudo, do ato de registrar, repetidamente, a
mesma palavra, o que nos leva a entender que outras palavras na sala de aula, podem se
tornar ‘estáveis’ para um aluno”. (MORAIS, 2012, p. 127)
Portanto, esta atividade nos leva a refletir que quanto mais o aluno tiver contato com
a palavra, mais refletirá sobre ela e a guardará na memória e isso vale para qualquer palavra,
como os nomes dos colegas, dos pais, da professora, ou qualquer outra palavra que estejam
trabalhando em aula. Uma boa dica é deixar as palavras em estudo afixadas em cartazes na
sala durante a semana.
49 Unidade 4
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
O alfabeto móvel, seja com cartelas em papel, com letras de plástico ou madeira,
permite ao aprendiz vivenciar, de modo bastante rico, uma série de decisões sobre
como escrever. O fato de as letras estarem já disponíveis, à sua frente, subtrai o
trabalho motor de traça-las, embora [...] não há por que não “copiar” as palavras que
vão formando.
Com a utilização do alfabeto móvel, o processo da escolha das letras que irão compor
as palavras se torna mais visual, uma vez que as letras estão literalmente nas mãos do aluno.
No processo de escrita manual, o aluno conta apenas com sua memória para fazer essa
escolha. Ao realizar a atividade, o professor pode pedir que os alunos anotem as palavras
formadas, este processo amplia ainda mais o contato com a palavra e, portanto, a sua fixação.
50 Unidade 4
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
Morais (2012) destaca que não há problemas em trabalhar as palavras, desde que
devidamente contextualizadas6. Neste sentido o professor deve procurar exercícios
interessantes. A partir da análise das palavras as crianças são capazes de observar melhor
alterações como quando uma letra passa a fazer parte de uma palavra ou é retirada. A partir
do estudo das palavras é possível:
• Transformar os radicais substituindo por uma única letra: bola, mola, gola;
• Transformar palavras acrescentando apenas uma letra: prato, gato; parto, moto;
• Descobrir uma palavra intrusa, que não combina com as outras no grupo como no
exemplo: lebre, lábio, raio e pote.
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Mais uma vez nos reportamos à possibilidade da utilização de Sequências Didáticas como uma forma de
trabalhar a interdisciplinaridade, trazendo um contexto para que o aluno possa compreender melhor.
51 Unidade 4
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
• Caça-palavras: “[...] são atividades de leitura que permitem viver a situação de trabalhar
estritamente com sequências de letras e seus equivalentes sonoros”. (MORAIS, 2012, p.141)
O desafio da busca de palavras e o contato com diversas sequências de letras são bons para o
estabelecimento de relações grafema-fonema;
Fonte: <https://escolakids.uol.com.br/para-pintar/combate-ao-coronavirus-caca-palavras.htm>
52 Unidade 4
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
• Jogos de memória: neste jogo ocorre a procura de pares de figura e palavra. No jogo elaborado
para trabalhar as relações grafema-fonema de forma mais efetiva, o professor pode colocar
palavras que compartilhem a mesma sílaba ou letras iniciais e finais.
Fonte: <https://br.pinterest.com/pin/480407485242054260/>
• Jogos de trilha: Funciona “[...] após o lance dos dados e a contagem de ‘casas’ para onde deve
ir, só avança se conseguir ler a palavra que está na casa almejada” (MORAIS, 2012, p.141).
Fonte: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=49968>
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• Trava-línguas:
Fonte: <https://br.pinterest.com/pin/845621267508564219/>
• Parlendas:
Por serem textos curtos e bem humorados, a criança que está em processo de
alfabetização sentirá uma aula prazerosa e lúdica.
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Cobra-se muito o professor, mas muitas vezes as escolas (geralmente as públicas) não
oferecem o suporte necessário para desenvolver o trabalho envolvendo a tecnologia. Isso
ocorre por vários motivos que destoam da intencionalidade deste estudo. Com isso, acaba se
afastando do universo do aluno que no ambiente externo à escola é totalmente ligado à
tecnologia com a utilização de celulares, internet, redes sociais, etc. Bes et al (2018, p.197)
elenca que os seguintes aspectos acontecem em decorrência do uso da tecnologia no
processo educativo:
Assim, o professor que dispõe de recursos tecnológicos e os usa em sua aula de forma
planejada, tem mais possibilidades de chamar a atenção do estudante, de estimulá-lo e trazer
sentido a um aprendizado tão importante e determinante quanto a alfabetização. Utilizar
tecnologias em sala de aula significa nada mais do que trazer a realidade que já ocorre no
nosso dia a dia para dentro da escola, como ilustra a figura 35.
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Vale ressaltar que para que isso se concretize, a escola precisa oferecer tais aparatos
tecnológicos em qualidade e número que atenda a todos os envolvidos, para que todos
tenham oportunidade de se envolver nas aulas fazendo uso destes equipamentos.
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Sá (2018 apud BES, 2018) sugere algumas ferramentas tecnológicas que podem
potencializar as aulas:
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.
Fonte: http://www.escolagames.com.br/jogos/
• Livros digitais: é uma plataforma gratuita para a criação de livros. Nela o aluno
pode redigir, publicar e compartilhar seus escritos. Para acessar: <
https://institutoparamitas.org.br/livros-digitais/>
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Conectem-se!
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Tivemos o cuidado de testar todas as ferramentas e até o momento encontram-se todas disponíveis para uso
de forma gratuita.
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REFERÊNCIAS
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é método Paulo Freire. São Paulo: Brasiliense, 2013.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil: D.O. 5 de outubro de 1988. Disponível
em: www.mec.gov.br/legis/default.shtm. Acesso em 12.01.2021.
CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetizando sem o bá-bé-bi-bó-bu. São Paulo: Scipione, 2009.
________________. Alfabetização e linguística. São Paulo: Scipione, 2007.
CASTANHEIRA, Maria Lúcia; MACIEL, Francisca Izabel Pereira; MARTINS, Raquel Márcia
Fontes. Alfabetização e Letramento em sala de aula. Belo Horizonte: Autêntica, 2007.
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alfabetização. Disponível em:
https://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2017/27216_13769.pdf. Acesso em: 12.01.2021.
FERRARI, Márcio. Jean Piaget: o biólogo que colocou a aprendizagem no microscópio. Revista
Nova Escola. Disponível em: <https://novaescola.org.br/conteudo/1709/jean-piaget-o-
biologo-que-colocou-a-aprendizagem-no-microscopio>. Acesso em: 30.12.21.
FERREIRO, Emília. Reflexões sobre alfabetização. 26. ed. São Paulo: Cortez, 2018.
GUIMARÃES, Sandra Regina Kichner. Aprendizagem da leitura e da escrita: o papel das
habilidades metalinguísticas. São Paulo: Vetor, 2005.
IBGE Educa Jovens. Disponível em: < https://educa.ibge.gov.br/jovens/conheca-o-
brasil/populacao/18317-educacao.html>. Acesso em: 10.01.21.
Magda Soares: um olhar sobre os textos da autora e sua importância para a alfabetização.
Disponível em: <https://monografias.brasilescola.uol.com.br/pedagogia/magda-soares-
um-olhar-sobre-os-textos-da-autora-e-sua-importancia-para-a-
alfabetizacao.htm#indice_3>. Acesso em: 27.12.2020.
MIRANDA, Maria Irene. Problemas de aprendizagem na alfabetização e intervenção escolar.
2. ed. São Paulo: Cortez, 2009.
MOLL, Jaqueline. Alfabetização possível: reinventando o ensinar e o aprender. Porto Alegre:
Mediação, 2009.
MORAES, Fabiano. O uso de textos na alfabetização. São Paulo: Vozes, 2014.
MORAIS, Artur Gomes de. Consciência fonológica na educação infantil e no ciclo de
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ZORZI, Jaime Luís. Aprendizagem e distúrbios da linguagem escrita: questões clínicas e
educacionais. Porto Alegre: Artmed, 2003.
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