2. Memória e Intercalação 3. Procrastinação 4. Técnicas para Aprender 5. Técnicas para Testes 6. Fontes e Referências 1. MODO FOCADO E DIFUSO × As pesquisas demonstram que temos, em geral, dois estados de pensamento: • modo concentrado (modo focado) e, • modo generalizado (modo difuso). • A "concentração" é comumente associada à aprendizagem, refere-se a todos os recursos para se aprender algo. • O modo“difuso", no entanto, é muito menos conhecido, no entanto é muito mais utilizada de forma intuitiva. 1. MODO FOCADO E DIFUSO
× Modo Focado é aquele em que se utiliza de
forma consciente, das memórias e experiências anteriores para compreensão de algo novo ou solução de um problema 1. MODO FOCADO E DIFUSO Modo difuso é quando estamos relaxados, deixamos o pensamento fluir e procurar seus próprios caminhos entre o vasto referencial de nossa memória. Esta é a forma criativa e inovadora de criar e aprender. Para utilizar este método é preciso “desfocar” e deixar o pensamento vagar, sem perder de vista o problema ou o que se quer aprender. 1. MODO FOCADO E DIFUSO × Tal qual Thomas Edison e Salvador Dali, devemos procurar técnicas que alternem de forma eficiente os dois modos de pensamento. × - Se não tens a solução no modo focado (concentrado), “desencane”, faça algo diferente - dê uma caminhada, faça uma corrida, converse com outras pessoas sobre outros assuntos. Muitas vezes a solução “aparece” quando fazemos outra atividade, quando deixamos o cérebro “relaxar e divagar”. 2. MEMÓRIA E INTERCALAÇÃO × Há dois sistemas principais de memória: a memória de trabalho e a memória de longo prazo. × A memória de trabalho é a parte da memória que atua no que está sendo processado imediatamente e de forma consciente em nossa mente, como a RAM do computador, que guarda apenas o necessário ao processamento imediato. × A memória de trabalho está localizada fora do córtex pré-frontal, embora faça ligações com outras partes do cérebro, de forma que acesse a memória de longo prazo. × Os pesquisadores acreditam que a memória de trabalho consiga atuar com apenas quatro blocos de informação por vez. Tendemos a agrupar automaticamente itens de memória em blocos de forma que parece que a nossa memória de trabalho é maior do que realmente é. Quanto maior nossa capacidade de agrupamento, mais informações teremos disponíveis na memória de trabalho para processamento. × A memória de trabalho, no entanto, não é eficaz em “memorizar” sem a repetição – é preciso repetir várias vezes um número de telefone para conseguir memorizá-lo. 2. MEMÓRIA E INTERCALAÇÃO As pesquisas apontam que quando tentamos colocar uma memória de curto prazo na memória de longo prazo, é preciso revisitá-la pelo menos algumas vezes para conseguir encontrá-la quando necessitar. O armazém da memória de longo prazo é muito grande, com espaço para bilhões de itens. Como em um armazém, há tantas informações e itens de memória de longo prazo que podem esconder uns aos outros, dificultando encontrar aquela que necessitamos, a menos que se repita algumas vezes. “A memória de longo prazo é importante porque é onde armazenamos conceitos e técnicas fundamentais que estão muitas vezes envolvidos no que quer que estejamos aprendendo” OAKLEY (2015) Quando se aprende algo novo, muitas vezes usamos a sua memória de trabalho para lidar com o assunto. Para transferir este aprendizagem para a memória de longo prazo, é necessário tempo e prática – repetir em momentos diferentes, em dias diferentes – a repetição espaçada. “Pesquisas mostram que se está tentando colar coisas na sua memória repetindo-as cerca de 20 vezes em uma noite, por exemplo, não fixará nem de longe tão bem como se praticar o mesmo número de vezes ao longo de alguns dias. [...] Isto é como construir uma parede de tijolos, [...] se não der tempo à argamassa para secar, tempo para que as ligações sinápticas se formem e fortaleçam, não terá uma estrutura muito boa” OAKLEY (2015). × 2. MEMÓRIA E INTERCALAÇÃO × O sono tem um papel fundamental na higiene, na consolidação e na organização da memória. × Repetir aquilo que se quer aprender ou resolver antes de dormir pode fazer com que se sonhe com o assunto. Uma vez que sonhemos com isso, com o pensamento relaxado, podem surgir ideias e soluções que não se vislumbrar antes conseguiu antes, como faziam Dali e Edison. 3. PROCRASTINAÇÃO × A procrastinação é uma forma de o cérebro diminuir a “dor” de ter que fazer algo que não dá prazer ao indivíduo. × Deixar suas atividades para depois pode trazer um prazer temporário, mas cria muitas situações complicadas posteriormente, além da falta de produtividade. × Para conseguir a concentração pelo melhor tempo possível para o cérebro (até 25min) e ser produtivo em tarefas que não lhe agradam, podes usar o “pomodoro”, prevendo um tempo e uma meta (factível) de conclusão neste período, promovendo-se uma recompensa qualquer ao final deste tempo, ainda que seja um café, uma caminhada ou uma leitura que lhe agrada. × Além de evitar a procrastinação, ainda consegues fazer a intercalação, permitindo a ação do pensamento difuso e concentrado de forma intercalada. 4. TÉCNICAS PARA APRENDER × Aprendizagem exige dedicação. Não é possível memorizar, tanto menos aprender, várias coisas ao mesmo tempo. A prática e a revisão são indispensáveis para a aprendizagem. × Pratique o conteúdo que aprendeu em aula– não apenas olhe para o problema - ver como é resolvido e achar que porque entendeu é capaz de fazê-lo, pode ser uma ilusão de aprendizagem . Resolva os problemas propostos para aprender, e refaça outras vezes, em outros dias, para colocar este aprendizado na memória permanente. × Aprenda aos poucos – pequenos aprendizados todos os dias. Esta técnica permite a formação de blocos menores de memórias. A associação destes blocos de memória, ou seja, a capacidade de buscar e comparar blocos de memórias já consolidados, permitirá melhores relações neurais, tornando o aprendizado mais efetivo. × Explique conceitos difíceis em voz alta, como se estivesse ensinando um amigo imaginário. Repita várias vezes, em dias, ambientes e períodos diferentes, de forma que seu cérebro possa utilizar-se do modo difuso e focado para criar novos blocos pequenos de aprendizado, e com o tempo, seja capaz de conectá-los e criar grandes blocos de memória permanente. × Evite a procrastinação, usando a técnica do “pomodoro”, por exemplo. Conseguir vencer a procrastinação além de tornar o aprendizado mais efetivo, torna seu tempo mais produtivo e aumenta sua satisfação e sucesso. 4. TÉCNICAS PARA APRENDER × Faça os exercícios da lição de casa – é preciso praticar várias vezes ao dia até que as soluções surjam naturalmente. Ao ler materiais mais difíceis, não grife muitas frases, apenas o essencial, e releia várias vezes. Em vez de grifar, veja se consegue relembrar as ideias. Isso o ajudará a entender e lembrar o que você está estudando e avaliar o quanto de fato aprendeu, evitando as ilusões de aprendizagem. × Quando estiver estudando, desligue todos os aparelhos e mantenha-se, pelo tempo estabelecido no pomodoro, dedicado exclusivamente ao tema em estudo. × Estude em grupos – use o peer instruction (instrução pelo pares) - quando um ensina o outro, está aprendendo também, porque precisa conectar os vários pequenos blocos de memórias para explicar ao colega. Garanta que os grupos sejam eficientes, não saiam do assunto e cumpram o tempo definido para tal. × Quando achar que aprendeu algo, volte e revise sua aprendizagem algum tempo depois. Isso permite que se critique o que se aprendeu, e que “olhando de fora” se possa ver o que deixamos passar, ou o que entendemos de forma equivocada, porque nos prendemos à nossa tendência de achar que aprendeu porque entendeu (ilusão de aprendizagem) × Use metáforas, analogias , esquemas, mapas mentais e qualquer forma gráfica que auxilie na sistematização do conteúdo e na criação de blocos de memória. × O Sono de qualidade é fundamental para “limpar” as toxinas do cérebro, consolidar a aprendizagem e a memória. × O exercício físico é um grande auxiliar para a produção de neurotransmissores que atuam na capacidade de criar conexões mentais, na memorização e, consequentemente, na capacidade de aprender. A atividade física auxilia no uso do modo difuso de pensamento. 5. TÉCNICAS PARA TESTES × Mude seus pensamentos, esforce-se para ver os testes e provas como uma chance de se desenvolver, de testar suas capacidades ao máximo e mostrar o quanto é capaz. O excesso ou a falta de confiança nos estudos, são apenas uma forma de pensar. × Aprenda a controlar a ansiedade e o nervosismo que podem bloquear sua memória e não permitem que acesse o pensamento difuso. Utilize a técnica da respiração abdominal (utilizando o diafragma, como quando for cantar) para acalmar-se, reduzir o estresse e alcançar a concentração necessária. × Tenha um plano B – se não for bem na prova, tenha outras opções ou alternativas de estudo ou carreira. Isso reduz o peso da prova e, por consequência, o deixará mais relaxado para fazê-la, aumentando sua capacidade de intercalar o modo difuso e o modo focado de pensamento. × Leia o teste para saber do que se trata e permitir ao cérebro a busca pelos blocos de memórias. Ao contrário do que se prega, inicie pelas questões mais difíceis, porque elas exigirão do cérebro mais amplitude de memórias, o que ajudará nas questões mais fáceis. No entanto, não perca muito tempo nas questões difíceis, se ficar bloqueado em uma questão vá para a próxima mais difícil. × Quando possível, pisque, mude de direção, tire o foco e então volte ao teste, confira e reflita sobre as suas respostas de uma forma mais abrangente. 6. FONTES E REFERÊNCIAS