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i.

EXPANSÃO URBANA'E ESTRlITURAÇÃO DE BAIRROS DO RIO DE JANEIRO

- O CASO DE BOTAFOGO -

Sergio Roberto Lordello dos Santos

TESE SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DA COORDENAÇÃO DOS PROGRAMAS DE


PÕS-GRADUAÇÃO DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JA­
NEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÃRIOS PARA A OBTENÇÃO DO
GRAU DE MESTRE EM CIENCIAS (M.Sc.)

Aprovada por:

+ri����- Presidente

•'
RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL
JUNHO DE 1981
ii.

SANTOS, SERGIO ROBERTO LORDELLO DOS


Análise da Estruturação de Bairros do Rio de Janeiro - O Caso
de Botafogo. Rio de Janeiro
1981
X, 225 p. 29,7cm (COPPE-UFRJ, M.Sc., Planejamento Ur-
bano e Regional, 1981)
Tese - Universidade Federal do Rio de Janeiro
1. Evolução Urbana I. COPPE/UFRJ II Título (série).

- ,j

J
iii.

AGRADECIMENTOS

, Ã geógrafa Lysia Maria Cavalcanti Berna�des, por sua orientação

dedicada.

· Aos amigos árquitetos, Victor Zveibil e Elizabeth Andrade pelo

apoio constante.

Ãs datilÕgrafas Eny B arbosa Corrêa e Sueli Carvalho Moraes, pe

la elaboração cuidadosa do texto.


iv.

SINOPSE

Análise da evolução do bairro de Botafogo como estudo ·exemplifi�


tivo da formação e estruturação de bairros da Cidade do Rio de Janeiro; �.!..·
cussão da evolução urbana da· cidade em geral, tendo Botafogo como estudo de
caso e dos principais elementos estrutur�dores da ârea - condicionantes ftsi
cos, políticos, fundiários, composição social, dinâmica funcional-.- com vis­
tas ã montagem do painel evolutivo da ãrea, a partir do s primeiros assentamen
tos da cidade.

Destaque das principais consequências da ação�dos elementos estru


turadores na consolidação da área e no quadro de suas relações com as areas
(bairros) vizinhos e com o Centro da cidade.

Identificação do papel atual do bairro no quadro da estrutura in­


tra-urbana, transformações recentes em função de elementos de impacto e prin­
cipais tendências.

The study aims to describe the evolution of the ''bairro" of Bota

fogo as an example of the developing of Rio de Janei.r.o- City in ''bairro" units


that fonned its interna! structure.
It brings to discussion the urban evolution of the city in general
through Botafogo as a case study remarlting the main �lements - that have
structured the "bairro " and their influence in its evolution •

The internal structure of ''bairro de Botafogo" is then discussed
through its economic, de100graphic, social� politic and institutional agents.
v. 1

1NDICE

APRESENTAÇÃO 1

la. PARTE - QUADRO REFERENCIAL BÃSICO

1. OBJETIVOS ESPECtFICOS E ABRANGfNCIA DO ESTUDO 3


2. ABRANGtNCIA E SPACIAL · 4
Mapa: Bótafogo - Ãrea de Estudo 5
3. PROCEDIMENTO E ETAPAS DA PESQUISA - REFERENCIAS
CONCEITUAIS 6

2a. PARTE - AS ORIGENS DO BAIRRO" - EVOLUÇÃO DE BOTAFOGO Ar!


A PRIMEIRA METADE DO stcULO XIX
1. A FUNÇÃO "PASSAGEM" DE BOTAFOGO E SEU SIGNIFICA
00 NA ESTRUTURAÇÃO ATUAL DO BAIRRO - StCULOS
XVI E XVII 8

1. 1 - O Século XVI 8
Mapa: Botafogo - Pr incipais Elementos Fí­
sicos Primitivos· 9-

1.2 - O Século XVII 10

2. CONSOLIDAÇÃO DO N'OCLEO URBANO E IN!CIO ·nA OCUPA


ÇÃO PERIFtRICA: AS GRANDES CHÃCARAS - SEC .XVIII 12

2. 1 - A Expan são do Núcleo .da Cidade 12

2.2 - Botafogo 13

3. VETORES DA EXPANSÃO RESIDENCIAL: INCORPORAÇÃO DE


. .
ARRABALDES - PRIMEIRA METADE DO stcULO XIX 14

3.1 - O Rio de Janei ro 14


a) quadro estrutura l
b) quadro urbano
população
expansão do espaço urbanizado
-
·a ocupaçao residencial no
vetor sul
3. 2 - Botafogo 17
vi.

-:----,,.--
AP�NDICE DA 2a. PARTE 21 ·

3a. PARTE - ESTRUTURAÇÃO DE BOTAFOGO COM) BAIRRO E SUA


DIVERSIFICAÇÃO:· SEGUNDA METADE DO srcULO XIX

1. O QUADRO ESTRUTURAL DA CIDADE 28


2. A EVOLUÇÃO DOS TRANSPORTES E A EXPANSÃO RESI­
DENCIAL 30
3. EXPANSÃO DEMOGRÁFICA E CONTEtioo SOCIAL DO
BAIRRO 34

3.1 - Expansão Demográfica 34


Tabelas 1 35
Tabela 2 36
Tabela 3 37
Tabela 4 39

3.2 - Conteúdo Social do Bairro 38


Tabela 5 40
Tabela 6 43
Tabela 7 44
Tabela 8 46
Tabela 9 48
Tabela 10 51

4. EXPANSÃO DA OCUPAÇÃO: ABERTURA DE LOGRADOUROS


E PARCELAMENTO DO SOLO 50

4.1 - A Abertura de L9gradouros 50


Mapas: Evolução do Arruamento - fins do
Século XVIII a 1960 52 '--

4.2 - As Primeiras Iniciativas Imobiliárias 64

4.3 - O Papel .do Bonde 65


Tabela 11 67
5. EVOLUÇÃO DA OCUPAÇÃO DA CIDADE E DO BAIRRO 6P.
·5. 1 - A"Ocupaçio da Cidade 68
Tabela 12 69
Tabela 13 70
Tabela 14 72
Tabela 15 73
vii.

5.2 � A Ocupação do Bairro 76


Tabela 16 77
Tabela 17 78

6. DIVERSIFICA ÇÃO FUNCIONAL 79


Tabela 18 80
Tabela 19 81
Tabela 20 85
Tabela 21 87
Tabela 22 90
Tabela 23 91
Tabela 24 93
Tabela 25 · 96

7. A DINÂMICA DA LOC�IZAÇÃO RESIDENCIAL DA


ELITE E A OCUPAÇÃO DE BOTAFOGO NO SEC. XIX 97

AP�ICE DA 3a. PARTE 10 1

4a. PARTE - TRANSFORMAÇÕES DO BAIRRO NO S�CULO XX E


SUA ESPECIALIZAÇÃO COMO CENTRO DE SERVI-
ÇOS 1900-1980
1. CONSOLIDAÇÃO E DIVERSIFICAÇÃO A PARTIR DA
FUNÇÃO RESIDENCIAL 110

1.1 - O Rio de Janeiro no fim do século XIX


e início do Seculo XX� Mudança Fun-
cional e Expansão Urbana 110

Quadro 1 114
Mapa: Botafogo - Eixos das Linhas de
Bonde em tráfego em 190 5 e 1922 115

1.2 - Elem�ntos da Estruturação Física do


Bair�o de Botafogo no inicio do Perio
do 113

1.3 - Crescimento Populacional 119


Mapa: Cidade do Rio de Janeiro Dis
tritos Municipais 1920 120

Tabela 26 121
Tabela 27 122--
Tabela 28 123

.. ...�.
viii ,

2. EVOLUÇÃO DAS CONSTRUÇÕES E EXPANSÃO DA CIDADE


DO RIO DE JANE IRO 1906-1933 - - ------ 124

2.1 - Evolução das Construções 124


Tabela 29 12 5
Tabela 30 126
Tabela 31 128

2.2 - Expansão Residencial 127


Tabela 32 129
Tabela 33 131

2.3 - Quadro Funcional da Cidade do Rio de


Janeiro 132
Tabela 34 133
Tabelas 35 e 35 A 135/136

2.4 - Perfil Ocupacional e Social da Popula­


ção dos Distritos Municipais em 1920 139
Tabela 36 140

2. 5 - Botafogo 142
a) evolução da ârea edificada e expan-
são residencial 1906-1933 142
T2bela 37 145
Tabela 38 146

b) quadro funcional 1920 148

c) perfi l ocupacional 150


· Tabela 39 151

d) quadro g eral 150

3. A REC RIADA FUNÇÃO DE PASSAGEM: A RELAÇÃO COM


A EXPANSÃO DE COPACABANA E A MUDANÇA DA UTIL.!_
ZAÇÃO DO SOLO 1930-1960 153

3.1 - Transformações Estruturais da Cidade e


Modificação do E spaço Urbano 153

a) crescimento populacional 155


Tabela 40 156

3.2 - Botafogo 158


Tabela 41 159
ix.

3.3 - A Relação Complementar com Copacabana


e a Diversificação Funcional 160

3.4 -Expansão do Bairro no Período 162

3.5 - A Nova Dinâmica da Diversificação So-


cial 163

3.6 - Os PAs de Botafogo -A Acessibilidade


Crescente à Orla Sul 166

4. ESPECIALIZAÇÃO DE BOTA.FOGO COM) CENTRO DE


SERVIÇOS 170

4.1 - O Processo de Metropolização da Cidade do


Rio de Janeiro 170
Tabela 42 171

4.2 -Botafogo 172


Quadro 2 173
Quadro 3 174

a) composição social in
Tabela 43 175
Tabela 44 177
Tabela 45 178
Quadro 4 179

4.3 -A Nova Especialização do Setor de Servi


ços no Bairro 176
Quadro 5 182
Quadro 6 183
Quadro 7 184
Quadros 8 e 8 A 187 /188

4.4 -As Modificações Funcionais Internas ao


Bairro no Período 1970-1980 185
Mapàs: B otafogo -Expansão das Unidades
Domiciliares nos Setores Censitã
rios durante o período de 1970 e
1980 193
Botafogo -Uso r esidencial 186
Botafogo - Comercio 190
Botafogo -Serviç �s 191
x.

Botafogo - Expansão das Unidades


não Domic iliares nos
Setores Censitârios du·
rante o periodo de
1970 a 1980. 192
4.5 - A valorização do Solo e a ·�enovação pa­
ra o Uso Residencial" 197
Tabela 46 198
Quadro 10 196

4.6 - O Papel do Poder Publico 199

4.7 - O MetrÔ (as Tendências Futuras de Trans­


formações do Bairro) 200

Anexos 1 a 6

APt'.NDICE DA 4a. PARTE 202

Sa. PARTE - CONSIDERAÇÕES FINAIS 212

BIBLIOGRAFIA 21 7
1.

EXPANSÃO URBANA E ESTRUTURAÇÃO DE BAIRROS NO RIO DE JANEIRO

O CASO DE BOTAFOGO

APRESENTAÇÃO

A escolha do tema da presente dissertação liga-se a um esforço


de compreensão do processo da evolução urbana da cidade do Rio de Janeiro.

Dado que uma pesquisa abrangente dos diversos agentes e sua in


teraçao no processo de estruturaçao da cidade e que, ao mesmo tempo, result�
se em uma abord agem m ais profunda d emandaria recursos não disponíveis, pensa­
mos na possibilid ade de contribuir com a reflexão sobre a evolução de uma uni
dade menor da cidade como estudo de caso.

Essa escolha tem em conta também a ausencia de estudos aprofun­


dados sobre unid ades intra-urbanas do ponto de vista urbanístico e sÕcio-eco­
nômico - quase sempre restritos a estudos meramente descritivos ou súmulas
históri co-factuais - e ao fato da bibliogr afia sobre a cidade do Rio de Ja-
neiro, apesar de vasta, salvo alguns esforços isolados recentes, linú tar-se
a abordagens quase sempre genéricas e em sua grande maioria meramente a enca
dear eventos históricos.

Alem desses fatos, que possibilitavam ao estudo uma· contribui


çao mais efetiva, haviam informações disponíveis que poderiam ser tratadas,in
clusive dados primários não utilizados ou sub-utilizados em outros estudos,
mais abrangentes, sobre a cidade em geral. Dessa forma, tornava-se possível
e atraente tentar con�reender o processo dessa unidade menor e com isso con­
tribuir para a compreensão do processo de evolução da cidade como um todo.

A escolha ·da ârea recaiu no bairro.de Botafogo. O fato de ser


uma ãrea de incorporação antiga ã mancha urbana e de ser uma area próxima de
lig ação entre o Centro e a Zona Sul , conferindo sua dinâmica e seu carater
misto com a combinação de diversas atividades com a de moradia e, de outro
lado, o movimento acelerado de renovação que vem experimentando, urgindo medi
das específicas de intervenção subsidiadas em estudos mais aprofundados que
direcionem seu desenvolvimento, levou-nos a escolher Botafogo como ãrea repr�
sentativa para a apreensão do processo de formação e evolução dos b airros da
cidade do Rio de Janeiro a partir de um exemplo dos mais complexos.

Não optamos porem por um estudo descritivo minucioso e procura­


mos, por outro lado, ·não recair em interpretações genêricas a partir de fon-
tes secundárias e idealizações sem base empírica. Preferimos nos apoiar nas
fontes disponíveis atê agora pouco exploradas para, a p�rtir delas, tentar
atingir nosso objetivo.

Esse trabalho nao pretende contudo ser um estudo definitivo


sol,re Botafogo. Não foi nosso propÕsito esgotar, em profundidade, a disc�
são dos efeitos conjugados dos elementos responsáveis pela estruturação do
bairro em cada etapa de sua evolução, mas destacar esses elerrentos, interrel�
cionã-los e montar o painel evolutivo da ârea a partir da ação desses agentes.
Se este objetivo tiver sido alcançado, ternos certeza de ter contrib uído, de
alguma forma e em a lgum nível, para a compreensão do processo de evolução
urbana da cidade do Rio de Janeiro.
3.

la. PARTE QUADRO REFERENCIAL BÁSICO

1. OBJETIVOS ESPECÍFICOS E ABRANGÊNCIA DO ESTUDO

O objetivo que animou a elaboração da presente dissertação foi


contribuir para a compreensão do processo de evolução urbana da cidade do
Rio de Janeiro através do processo de surgimento, consolidação e diversifica­
çao funcional de suas unidades espaciais m2nores, os bairros, que a nível
institucional co nstituíram-se nas paroquias, distritos municipais e mais re­
centemente encontram-se agregadas nas atuais Regiões Administrativas da cida
de. Para compreensão desse processo, como estudo de caso, escolheu-se o
bairro de Botafogo em função de ser uma das âreas de incorporação mais anti­
ga ao espaço urbano, por seu papel de ãrea de ligação entre o Centro da cida­
de e os bairros da Zona Sul da cidade, por seu caráter funcional misto e por
seu recente processo acelerado de renovação, complexidade que o torna repre -
sentativo ao longo do tempo, jã que, em sua consolidação, atuaram e atuam a­
gentes que foram responsáveis pela estruturação da cidade em seu conjunto e
dos demais bairros como unidades individualizadas.

Será discutido como os diversos agentes estruturadores se arti­


cularam para formar o espaço construído atual do bairro - desenho das ruas,
quadras e lotes, tipologia das construções definir a função atual em rela­
ção às áreas adjacentes e à cidade como um todo - atividades em funcionamen­
to e seu âmbito de atendimento - e seu conteúdo social.

Essa dissertação se propoe a descrever e avaliar a atuaçao des­


ses diversos agentes ao longo do processo de formação e diversificação funcio
nal do bairro de Botafogo.

A dinâmica desse processo interno serã analisada, portanto, em


sua relação com o processo de evolução urbana da cidade em geral e --das áreas
vizinhas ao bairro em particular. Serão discutidos os efeitos provocados
na area ào bairro pelo adensamento e diversificação funcional dos núcleos vi­
zinhos e a relação que cada uma dessas etapas guarda com os movimentos inter­
nos de expansão, adensamento e diversificação funcional.

Procurar-se-á estabelecer as relações entre os diversos agentes


estruturadores da cidade como um todo e o bairro e a sua importância nos di-
versos períodos de estruturação considerados. Assim, procuramos ao longo
4.

f
1
do tempo, situar a dinâmica do bairro, enquanto a cidade seguia expandindo-se
e adensando-se reagindo aos agentes de sua estruturação.

2. ABRANGÊNCIA ESPACIAL
l
As unidades espaciais da cidade evoluíram desde a classificação
oficial de paróquias - delimitação religiosa e durante muito tempo político­
l
administrativa - passando pela classificação de freguesias, depois Distritos 1'
f
Municipais e desses para as atuais Regiões Administrativas.

Essas unidades reuniram núcleos de ocupaçao original que depois,


na medida de seu adensamento e importância na estrutura funcional da cidade,
subdividiram-se em outras, reconhecidas oficialmente como unidades independen
tes ou nao. Daí as classificações oficiais de unidades espaciais reunirem
unidades menores, os bairros, cujos limites exatos são dificies de precisar
.l
sendo hoje quase sempre consensuais.

Botafógo ê neste sentido mais fâcil de definir por sua prÕpria


conformação fisica e a forma com que sua ãrea foi penetrada e ocupada. Limi­
ta-se com a enseada de um lado e com o estreito do Humaitã de outro, tendo
por limites laterais (Norte-Sul) duas cadeias de montanhas. A penetração da
ãrea se deu a partir dos Caminhos Velho e Novo de Botafogo (ruas Senador Ver­
gueiro e Marquês de Abrantes atuais) e sÕ no inicio do século XX as duas ou
tras ligações da enseada c001 o centro se estabeleceram - avenidas Oswaldo Cruz
e Rui Barbosa. Dessa forma por Botafogo compreendeu-se historicamente todo o
espaço a partir das ruas Senador Vergueiro e Marquês de Abrantes em direção
ã enseada. Contudo, com o adensamento de Laranjeiras e Flamengo e a multi­
p licação das ligações com o Centro através desses bairros, esses limites fica
ram difusos, tornando-se ãreas de transição entre os bairros,no consenso de
seus moradores.

Assim sendo, para referência dos dados e analises decorrentes a


uma mesma base territorial, consideraremos Botafogo arbitrariamente partindo
da primeira rua de penetração efetiva da trama viária interna a partir da en­
seada, ou seja, a rua Marquês de Olinda. A delim itação no entanto considerará
a Rua Marquês de Abrantes pelo que foi exposto acima.

Para efeito desse estudo por Botafogo se canpreenderã a seçao


sul da I\' Região Administrativa, seccionada por uma linha imaginaria ligan d o
J.

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6.

us pontos de cota 362m e 188m do Morro de Dona Marta ao ponto de cota 128m
do Morro do Mundo Novo, deste em linha reta até a confluência das Ruas Farani
e Pinheiro 1'-lachado, daí pelas Ruas Jornalista Orlando Dantas, Clarisse 'rndio
do Brasi 1, Marquês de Abrantes ate a interseção do prolongamento desta Última
com a orla da enseada.

3. PROCEDIMENTO E ETAPAS DA PESQUISA REFERÊNCIAS CONCEITUAIS

A pr1me1ra etapa do trabalho buscou, atraves da pesquisa bíblia


gráfica, cartográfica e iconográfica, levantar os dados necessários à caract�
rização da expansão urbana da cidade em geral e do bairro em particular.

Uma vez reunidas essas infonnaçÕes, foi possível ter um quadro


dessa evolução comparativa e assim periodizar as etapas do crescimento urbano
e caracterizar a evolução da ocupação através dos sucessivos arruamentos e
loteamentos e sua comparação com a evolução da mancha urbana. Nessa segunda
etapa, a reunião das infonnaçÕes incluiu também a observação direta da· área,
nao sÕ do seu quadro físico como também de elementos constr�Ídos resi duais -
edificações, logradouros, etc. • - que se mantiveram como marcos desses perÍ�
dos.

A partir do quadro evolutivo definido, buscaram-se os dados CD_!!!


plementares que levassem ã caracterização do conteúdo sÕcio-econÔmico do b air
ro e da cidade nas etapas antes definidas.

Dessa forma buscaram-se dados que caracterizassem a popula­


çao crescimento, renda e atividade - as funções desenvolvidas e a evolu
çao da ocupaçao.

Isto feito, confrontou-se esses dados com um quad ro ref�


rencial mÍni mo que pudesse fornecer element;os para sua interpretação. Assim
sendo, por estruturação do bairro se compreenderá aqui o processo em que di­
versos agentes econômicos, político-institucionais, sociais e físi co- espaci­
ais se combinam dando a uma determinada área uma configuração espacial (con�
truÍda) e um quadro de relações funcionais intra-bairro e com a cidade como
um todo.

- -
A estruturaçao interna do bairro sera abordada entao tendo em
7.

conta seus seguintes co1;iponentes:

E conôrni co atraves de indicadores das atividades desempenh�


das na área e de sua relação funcional com as de
mais unidades da cidade.

Social e Demográfico atraves de indicadores da posição de


seus habitantes em relação à distribuição das ca­
madas sociais no espaço da cidade e da intensida
de da distribuição populacional neste espaço.

FÍsi co-Espacial atraves da evolução do espaço natural (si


tio) ao espaço cons truÍdo arruamentos, quadras,
participação fundiária (lotes), evolução da área
construída e tipologia habitacional.

Político-Institucional atraves da analise da atuação do Po-


der Publico, quer atraves de Obras Públicas, quer
através de medidas e Legislação regulamentadora e
da ação dos empreendimentos da iniciativa privad�

O processo de estruturaçao compreende o fenômeno de diversifica


çao funcional que sera aqui entendido corno a dinâmica pela qual um determina
do segIIX=nto urbano evolui de uma ocupação rarefeita inicial para depois inco�
porar atividades de comércio, serviços e industrias, a partir da intensifica­
ção da ocupação residencial.

Por expansao urbana se estara compreendendo o processo geral de


estruturaçao pelo qual o assentamento original da cidade se estende, estabele
cendo relações funcionais com áreas periféricas ao rresmo tempo em que diversi._
fica suas atividades, concentra população e em que essas novas áreas incorpo­
radas passam a estabelecer relações funcionais com sua periferia além de com
o núcleo original, concentrando outros contingentes populacionais por sua vez.

Definiàos esses conceitos é necessário ainda que se destaque


que se privilegiara aqui o fator econômico (e portanto_polÍtico) como princi­
pal condicionante do fenômeno de ocupação urbana, a partir dos quais se arti­
cularão e se influenciarão mutuamente os demais.
8.

2a. PARTE AS ORIGENS DO BAIRRO EVOLUÇÃO DE BOTAFOGO AT� A PRIMEIRA


METADE DO SfCULO XIX

1. A FUNÇÃO 'tpASSAGEM" DE BOTAFOOO E SEU SIGNIFICADO NA ESTRUTURAÇÃO ATUAL


DO BAIRRO sfcULOS XVI E XVII

1.1 O Seculo XVI

O século da fundação da cidade é basicamente um período de con


quista do territÕrio para o assentrurento seguro do núcleo que lhe deu origem;
é o tempo da doação de sesmarias aos conquistadores para estabeleci�nto das
primeiras lavouras e dos primeiros engenhos de açúcar, o produto que caracte­
rizaria esse momento da economia monocultora de exportação brasileira. A \cul
tura do açúcar espalhou-se pelas circunvizinhanças do pequeno núcleo original
e nesse processo as áreas mais prÕsperas correspondiam às que hoje constituem
os bairros de:Vila Isabel, Tijuca, Andaraí, Eng�nho Novo, Engenho de Dentro e
Jacarepaguâ. Neste mesmo período hã contudo indicações de engenhos tam-
1
bém nas proximidades da área que hoje ocupa o bairro de Botafogo. A refe
rência histórica mais segura indica o estabelecimento do Engenho Del Rei nas
2
cercanias da Lagoa Rodrigo de Freitas em fins do século :XVI:

"Fundado o engenho de açucar do rei na Gãvea, pelo Governador


Antonio Salema, lâ para os idos de 1580 ou 90, transfor
mou-se Botafogo em passagem obriga tÕria dos que da cidade (jâ
no Castelo) se dirigiam para as margens da Lagoa do Sa_copenapã
(ou Rodrigo de Freitas depois) onde se localizava ele com seus
4
canaviais."

A area que hoje compreende o bairro d� Botafogo, segundo recons


tituição feita através de mapas da época, "provavelmente teria sido um vasto
5
alagadiço." A estrutura física determinaria essa confi guração, pois tra
ta-se de uma ãrea plana, quase toda ao nível do mar, "confinada entre as en­
costas do Corcovado e o cordão orográfico de Copacabana, tendo a leste o mar
5
e a oeste a Lagoa Rodrigo de Freitas" e_que possuía �azoãvel rêde hidrogr_!
fica composta por dois rios principais, (que ainda correm hoje canalizados sob
as ruas do bairro) o BerquÕ e Banana Podre, e seus afluentes. Somente em
suas bordas, ao pé do Corcovado/Dona Marta, do alinhamento que separa Botafo..:'<-
y.

.. ...
...� ...�
o: ..

o
go de Copacahana e no trecho da garganta do Humaita, e que os terrenos mais

e levados estavam a salvo das inundações.

t assim, como passagem para a orla atlântica e a lagoa que essa


área se integra ao quadro da consolidação dos primeiros assen tamentos, função

que a sua ocupação e desenvolvirrento posteriores iriam consagrar, no processo


f
i
de integração da orla atlântica ã mancha urbana.

1. 2 O Seculo XVII

Neste período a cidade extrapola os limites do morro do Caste f·


lo, na base do qual "as construções se apresentavam mais densas ( .•• ) na par­
6
te que posteriormente constituiu a rua da Misericórdia." Do núcleo origi_
nal fortificado partem três imp ortantes caminhos circundando as partes baixas

e alagadiças que o cercam: o do Engenho àos Padres, o do Capueruçu, buscando


as propriedades rurais e o mais i mportan te, da Carioca, definindo a primeira
extensão do núcleo inicial na direção sul. r

"A necessidade de mandar buscar, pelos escravos Índios, agua

potável ao Rio Carioca, no vale das Laranjeiras ou na aguada

dos Marinheiros, na Praia da Sapucaitoba (hoje FlarrEngo), jã

havia esboçado um caminho nessa direção. Partia das "Portas

da Cidade", atrâs m2ncionadas, pela Praia de Santa Luzia, em

frente ã Misericórdia, ja existente, costeando o curral de An­

tonio de Marins e a Lagoa do Boqueirão e seguia, bifurcando-se

ou pela praia (Lapa, Russel e Flamengo de hoje), ou pela atual


Rua do Catete, ladeando o Outeiro. Ao longo do Catete fica

varo situadas as olarias que forneciam telhas, adobes e tijolos

para as construço es.


i
Era considerável o trânsito nesse caminho, que se prolongava '
para ir buscar as chácaras já existentes junto à enseada de

Francisco Velho (Botafogo) e os engenhos às margens da Lagoa

de Sacopenapã (Roàrigo de Freitas). Atendendo a esse movimen

to, o Go vernador Antonio Salema m andara constituir sobre o Ca­

rioca, no Catete, a ponte que foi chamada "do Salema", a que

se referem com frequência àocurrent os antigos."

a fase defensiva e embrionãri a do Rio de Janeiro se achava


li
11.

concl uída. As es tradas que partiam p ara o interior em busca


das fazendas iam se�ando ã dire it a e ã esquerda novas habita­
ções, por vezes nru l tip licando-se em pequenos povoados . Outros
morros iri am ainda e sucessivamen te ser escal ados p or todo o
período co lonial , numa const ante fug a aos p an t anais circunj a­
cen tes. 1 1

A área da Lago a nao ê con tudo, nesse perí odo , uma região especi_
almente imp ortante de produção açucareira. Os engenh os mai s prÕsperos si
tuavam-se na freguesia de Iraj á, que tambêm concentrava o gado de consuIOO da
cidade, compreendendo o que hoj e é Inh aÚma, Campo Grande, J acarep aguá e Guara
tib a. As duas Únicas freguesias urb anas eram Sê e Candelária , mas com o
acréscimo da popul ação rural cr� ar am-se as freguesias de !raj á e São João de
Meriti , em 16 47. A tal ponto cresceu a popul ação na freguesia de !raj á que,
neste mesmo século , dela desmembraram-se como freguesi as independentes todas
as suas compo nen tes originais , um indicador da sua preeminência econômica ( de
166 1 a 1648) •

Dessa forma , nesse perío do, vencidos os perigos que ameaç avam a
cidade, as cons truções se esp alham alêm do morro do Castelo e do casario con-
tÍguo , em seu sope , seguem-se os caminhos q ue levavam às áreas de produção
açucareira e à comunicaçao com o in terior , se bem que com imp ortânci a econômi.
ca secundária em relação ã circu l ação pel a baía de Guan ab ar a .

A produção ê export ada "nos trapiches ao longo da ribeira do


11 6
mar , portas do comercio , protegi da do saque por um bom número de forti fi-
1
caçoes . A cid ade ê 1 • • • antes de mais nada um núcleo comercial e um porto
a servi ço de uma economi a açucareira em rápida exp ansão , e é gerida pel a c l �
se dos coirerci antes export adores . " Bot afogo é apenas uma cercani a rural
integrada no sistema econômico como p assagem para os engen� os da Lagoa. No
fim do século que tratamos , apesar da pretensão de sua exp loração econômica
por seu grande proprietário mantêm-se seu caráter secundário em rel ação a
outras áreas rurais mais populo sa·s e economi camen te mais imp ortan tes .

* foram el as Inh auma, J ac arep aguá e Guar atíb a .


12 .

2. CONSOLl DkÇÃO DO NOCLEO URBANO E IN1CIO DA OCUPAÇÃO PERIIBRICA : AS GRAN


DES CHÃCARAS - Sf CULO XVIII

2.1 A Expansão do Núcleo da Cidade

A cidade do Rio de Jane iro l igada neste século dire tamente


re gião das Minas Gerais pelo Caminho Novo de Garcia Rodrigues Paes (1703), foi
a mais beneficiada pe lo surto da mi neração , se ndo o princip al escoadouro do
ouro e dos diamantes para a metrÔpole e o centro da zona abastecedora da re ­
gi ão mineira .

10
A exp ansao das e À�ortaçoe s favorece de novo o conércio e re
for ç a a função urb ana da cidade, com sua transposição em capi t al da colônia.
De uma estimativa de 20.000 habitantes em 1 711 , a estimativa em 1760 é de
1
30 . 000 passando para 3 8 . 707 em 1 7 80 e 4 3 . 3 76 em 17 99 • 1 O aumento da popul�
ção re flete-se na eÀ� ansão da malha urbana e a cidade se expande :

"graças a conquista das lagoas e b rejos circunj ace ntes que difi
cultam o espraiam:nto da cidade na planície e, tanhem de terre
12
nos de marinha."

A expansao segue três dire ções: ao longo d� l itora l, na dire-


ção sul, ocup ando-se a planicie entre os morros do Castelo , Carmo e Destêrro,
incozporando as áreas da Lapa e Gl ória ; aterram-se a Lagoa do Boqueirão e
terre nos alagadiços adj acentes - criando-se o Passeio Publico - bem como a
Lagoa de San �o Antonio, ligando-se Fefinitivamente es� as áre as novas ao arrua
mento j â consolidado do núcleo .

A se gunda direção, dirige a ocupaçao das áreas alagadiças entre


os morros de são Bento � Conce ição, estendendo-se ã enseada do Valongo também
drenada, entre os morros da Saúde e do Livramento.

O terceiro e mais importante vetor de exp ansao dirigido para


oeste, define a conquista def init iva das ãreas alagadiças adj acentes ao nú­
cleo do ce ntro, dob rando a ãrea urb ani zada atê ao Largo do Rocio (Campo de S �
tana) às cus tas de obras vultosas como a do aterro da lagoa da Pavuna.
1 3.

"Formaram-s e assim ruas e praças s obre os te rrenos re cem-con


qui s tados ao brej o . As numerosas igrej as cons truídas na áre a
recêm conqui s t ada (Ros ári o, São Domingos , são Franci s co de
· P aulo , Lamp ados a , Sacramento , s ão Jorge , S an tana, são Pedro e­
são Joaqu.i m) , atestam ao mesmo temp o a rápida expansão da ci ­
dade e seu enri quecirrento . " 12

São introduzi dos ne s te SeculO uma s e rie de me lhoramentos na C1

dade ligados à su a função portuári a - fortes para de fes a do p ort o , novo s


cais e trapiches - e ao atendimento das ne cessidades da população urbana em
expans ão tais como o Aqueduto da Cari oca e ch af ari zes para abas te cimento d'
agua e a ins tal ação de i lumin ação em logradouros púb li cos .

são ainda os comerci an tes a cl asse mais ab as tada da ci dade , fa


zendo valer seus inte resses na defini ção do seu de s tino políti co .

"os negoci antes do Ri o de J anei ro tinh am cons ti tuído em fins


do século XVI II um forte grupo de pressão , i ndivi duali zado e
independente dos grande s f azende i ros , cap az de forne ce r crêdi:_
t o ao Re i e aos prop ri e t ári os rurai s e que s e faz i a represen­
t ar na câmara Muni cip al e di re t amente j unt o ao Rei e aos or
- - - - " 13
gaos de cupula d a admi ni s t raçao da me t ropo le .

2.2 Bot afogo

Das di reções de expans ão urb ana apontadas aci ma i mp orta aqui


locali z ar a que acoiq, anh a o li toral da baí a na di reção do s ul e cuj a exten
s ao por trás do oute i ro da Glóri a , p as s ando pelo que mais t arde res ultou na
13-A
Rua do Cate te , vai atingi r a área de Bot af ogo .

- 14
Map as do s e culo XVIII indi cam a extens ao desse ve to r em ca
mi nhas que contornam a encos ta do Corcovado ( Caminh o de São C lemente , p ara
uso da fazenda original) , a enseada e o Morro do P asmado p ara tingi r a P rai a
Ve rme lh a . Bot afogo continuava a compor a áre a rural "e nem seque r e ram mui ­
t as as chácaras que pos s uí a , todas desmemb radas da Fazenda do Vi gári o Ge ral
( D . Clemente Jos é de Mattos ) , como a da Olari a , a do Oute i r o (P asmado) e a
15
do Vi gário Geral " ( con:preendendo a ãre a ap roximada en tre a at ual rua da
14.

P ass agem e a P rai a Ve rme lha) . f de s s e s é culo , ali ás , a abe rtura p ara p as s a ­
gem púb li ca , como ru � , do caminh o de São Clemente , antes excl us i vo da Qui nt a
do Vi gário Ge ral . · Des ta Quint a , de q ue j ã h ã re ferê n ci a em 1685 de s nemb ram­
-se "dive rs as porçõe s " no trans cu rs o do s é culo XV I I I , s e gundo o re lat óri o da
rep arti ção do Tomb rurento Muni cip al de 1 8 83 . De s s a s a. mais import ante s e ri a a
ch ácara da O l ari a acima re feri d a , que compreendida a mai or p arte do atual b ai r

ro .

3. VETORE S DA E XPANSÃO RE S IDEN CIAL : INCORPORAÇÃO Dr ARRABALDE S - PRI

MEIRA METADE DO S�CULO X IX

3.1 O Rio de Janei ro

a) quadro e s t rutural

O "Demons t rat ivo do s Gêne ros E xp or t ad os do Ri o de J ane i ro p ara


11 10
Lisboa no pe ríodo 1 772 e 1 807 ap on ta ( mai s cl aramente a p arti r do ano de
1 80 3) um fe nô�no no quadro das expor t ações ; enquando o açúcar manitêm de s de
1 772 s u a preemi nênci a com li ge i ra s os ci l ações , o vo lune em arrob as da e xp ort�
ç ão de cafê dã um e norme s al do e man têm-se em cons t ante as cençao como s e gundo
produt o da p auta de expor t açoes . O S é culo XIX e o s ê cul o da afi nnação de s s e
p roduto na e conomi a e o s urto de s ua e xp an s ão te rã p rofundas i mp l i cações na
e s t rut uração da ci d ade , p as s ado o pe ríodo da de cadên ci a da mine ração .

Com o des dob ramento admi ni s t rati vo da s e de da Coroa P ortugue s a


em 1 808 , a ci dade se torna a cap i t al e s tratégi ca d a Coloni a BJll> l i ando s ua

16
"função portuári a e cen t ral i zadora c om o comerci o lib e r ado
e a burocraci a i ns tal ada • • • t"endênci a p otenci al ine rente a ci
d ade de s de a s ua f und ação , o q ue não imp li cou ne ce ss ari amen t e
na e limi 11 ação de s u a componente agrãri a , a mais anti ga e ti pi­
17
camente bras i le i ra . "

A ativi dade coIIE rci al e p re domi nante , as mais i mp ort an tes as de


exp or t aç ao de açú car , al godão , c afé e as de i mp o r t aç ão p articul armente de es­
cravos . f limi tada a produção u rb ana ; o artes an ato se des envolve· n as fre gu�
s i as urb an as e a agri cu l tura e cria çao nas s ub urb an a , s endo que as ativi d a -
de s artes anal e manufat ure i ra o cup am
15.

" uma p os i ç ao de S C'. gundo p l an o 11.'.l e c onomi a d o Ri o de J ane i ro ,


p rej udi cadas p e l as l i nú t açÕ e s d o rne rc aào inte rn o numa s o c i e da­
de es cravagi s t a , p e l a c oncorrênci a es t r an ge i ra , p e l a fal t a de
uma p o l í t i ca or i e n t ad a no sen t i do de p rod u ç ã o intern a , me s mo
18
ap Õs a I ndependê nc i a . 11

O R i o de J an e i ro ne s s a p rime i ra me t ade do1 s é cu l o XIX se i ns e re


p o r t ant o num.a e c onomi a de p l an t a ção e s c ravag i s ta onde o i nve s ti � n t o p ri ori t�
r i o é na mão-de -ob ra e s crava e a b u rgue s i a come r ci an t e e rnanufat ure i ra ( i n ci ­
pi ci en t e ) de p ende dos i n te re s s e s d a agri cul t u r a t rop i ca l de e xp or t ação . As
at i vi d ade s fora do âmb i to de p l an t ação e d o come r c i o , têm , p ort an t o , ne s s e
pe ríodo , um c aráter margi na l .

b ) q uadro u'rb an o

p op ul ação

O cens o de 1 79 9 mandado e xe cut ar p e l o C on de de Re zende , . re s t ri


t o a are a urb ana ( S ac r ame n t o , C ande l ári a, São J os ê e S ant a Ri t a) apon t a
19
4 3 . 3 7 6 h ab i t an t e s , s en do 1 4 . 9 86 e s cravo s . O l e van t ame n to de 1 82 1 , man da-
do fazer por D. J oão VI , em que p e s em s uas fal h as ap ont adas p e l os deroografos
atuai s , i n ài ca 1 1 2 . 6 9 5 h ab i t an t e s : ne le es tão arro l adas como urb anas as q u a­
t r o fre gue s i as an te r i o re s , mais a de Santana , e a· p op ul açã o u rb ana d a c i dade
t o t a l i z av a 79 . 321 hab i t an t e s , con t r a 3 3 . 3 7 4 h ab i t an tes nas 9 fre gue s i as ru-
r ai s . A p op u l ação e s crava ( 36 . 1 82) e pouco me nor d o q ue a l i vre ( 4 3 . 1 34)
nas fre gue s i as urb an as e mai o r do q ue e l a nas f r e gue s i as rurais ( 1 4 . 46 6 li­
vre s e 1 8 . 9 0 8 e s c ravos ) . H avi a , p ortanto , o d ob ro d o n umero d e e s cravos n as
fre gue s i as urb anas com re l ação às rurai s , i ndi cando ocup açõe s domes t i cas e ar
t e s an a i s cons i d e ráve i s n o núcleo m ai s fun ci on alme n t e urb ano . Em 1 83 8 , novo
l evan t ame n t o e s t ima a popul ação e m 1 40 . 000 h ab i t an t e s .

E s s e s ur t o de cre s cimen t o demográfi co conJ uga-se à exp ans ao


e c onômi co-fi nan ce i ra e admi ni s t ra t i va c re s cen t e s do núc l eo urb an o e s e u reb a­
t i men t o no e s p aç o fís i co , no f i m do sé cu l o XVI I I , at ravés de me lh o r ame n t o s U!_
b anas ( ca l ç amen t o , i l umin a ção , ob r as p ub l i cas ) e d a i ncorporação d e novas
áre as ao e s p aç o j á cons o l i dad o .
16 .

expans ao do esp aço urbani zano

Os sé culos anteri o res se caract.eri zaram, s ob ret udo , pe la


*
"l ent a conqui s t a da planíci e da Cidade Velh a e apenas al guns
tentácu los se es tenderam para o s ul , o oes t e e o norte . No
de corre r do s ê culo XIX as sis te-s e aos rápi dos p rogres s os de
. . . 20
uma ve rd ade i ra frente pi oneira urb ana. 1 1

As frentes re cêm- conquist adas ne s t es primei ros ci nquenta anos


de s éculo , ainda o s ao as cus tas do ate rro das âreas alagadi ças como as do
ent orno do morro de Pedro Di as ( de pois do Senad o) ori ginando-se as atuais ru­
as do Lavradi o, Invál idos e Senado e as do S aco de São Di ogo ( depois a Ci da­
de N ova) . Amp l i a-s e t amb ém o núcleo original na área noroes te , avançando
o arruamento a planície adj acente aos morros da Conceição , do S acramento e
Provi dênci a . Um novo ve t or i mp ortan te se es tabel e ce : o d o " caminh o d as
Lan te rnas" ou do "Ate rrado" conduzi ndo à Quint a Imp erial em são Cri s tõvão , que
i ri a orient ar a expan são urbana d os atuais b ai rros da Zona N orte . P or sua
. - - - . 21
ve z o s e gmento Lap a / Gl -ori. a avança em dire çao a o rl a oceani ca.

O levantamento de 1 838 ci t ad o , incorpora ã categori a urbana GlÕ


22
ri a, Lagoa e Engenh o Ve lho , o que tes temunh a o avanço da franj a pi oneira
urb an a nas duas di reções referidas .

-
a o cupac ao res iden r.i al no ve t or sul

-
Nos s e movimento de e xpans ao adens a-s e a ocup açao das areas re-
cém-incorporadas como a Lapa e a GlÕri a , as ruas do Lavradi o , I nváli dos e ou­
tras na peri fe ria imediat a do centro.

As are as mai s afas t ad as s ao procuradas para a moradi a dos DEm


23
b ros das clas s es mais ab as t adas , p ri ncipalmente e s trange i ros . Ri ch ard
B ate , come rci ante i nglês e documentari s t a d a ci dade em suas aquare l as , entre
1 808 e · 1 848, morava na GlÕri a . A lis t a d e ne goci antes de 1816 l is t ando

* - As si m ch amado o núc le o cons o l i d ado atê fins do século XVI II an te s da che ­


g ada da Corte e m 1 80 8 e a conseque nte mudança dos p adrões urbanÍst icos .
1 7.

os ne g oci an t e s i n g l e s e s (mai s <le 30) n ome i a t r ê s ( J . Dale , R . Mai den e Ri -


- . 24 .
ch ard B a t e ) q u e morav am na G l ori a ; s e i s no C a t e te e Fl arnengo e s ome n te
25 -
doi s em B ot af o go (Ch arles Raynes f o rd e Ge orge Mar ch ) . S o oa mai s ab as t a-

dos re p re s e nt an t e s do a l t o c omê rc i o re s i d i am p or e s t e s l ad os que , p o r s u a d i s

t ân c i a e mau e s t a d o d a s e s t radas , p re s s up unh am di s p on ib i l i d ade de re curs os p�


26
r a as s e gu r ar s ua au t o-s u f i c i ê n c i a em t e rmos de l o c omo ç ão .

27
A p a r t i r d a G l o r i a e s s as a re a s ao ocup adas de f o rma ra re f e i t a

con f i gu r an do uma f orma i nt e rme d i ari a en tre o c a r a c t e r i s ti c amente rural e o u r

b ano . As at i vi d � d e s e c onômi cas ru rai s s e cun d ari as à de p l an t ação p ara a e x-

port ação , de s e n vo l vi d as nes t as áre as , não s e di s s o ci av am das urbanas , ai n d a


28
i nc i p i ent e s , artes an ai s e manuf a t u re i ras .

3.2 B o t af o g o

A f re gu es i a d e São J o ão B ati s t a d a L ag o a ê e l e vad a à cate gori a


29
de p aróqu i a * em 1809 ( comp re e n dendo os a t u ai s b a i r r os d a Gáve a , J ar d i m B o
tâni c o , Lago a , Bot afo go , I p anema , Leb l on e Cop a c ab an a) . Fi gu ra no l ev an t a -

1821 d en t re as nove f r e gue s i as ru r ai s l i s t ad as , como a s é t i ma em n Ú-


TTE n t o d e
30
m2 ro de f ogos ( 2 46 ) e em p op u l ação l i vre e e s c r av a . Em 1 8 3 8 e l a J. -
ª ap ar�
ce no q u a d ro d as f re gues i as u rb an a s , ap e s ar de ap re s en t ar aind a o menor con­

ti nge n t e p opu l a ci o nal ( 3 . 319 h ab i t an t e s con t ra 2 4 . 2 5 6 da fre gue s i a de Sac r a­

men t o , a mai s p op u l os a) e o me nor n úme ro de c as as ( 5 1 2 ) e f ogos ( 392) i n clus i

ve c om me nor p opul aç ão e nÚme r o de cas as do q ue 5 d as 8 f re gues i as rurai s e


31
me nor fogos do q u e 3 de l as . Em l e v an t amen t o re al i z ado por M . Barb ar a Le -
32
vy nas p aróq ui as d o Ri o de J ane i r o , são J oão B at i s t a d a L ago a é a p arÕqu i a
onde o núme ro de b a t i zados , Ób i t os e cas ame n t o é o menor at ê mesmo s e c omp a r a
- - - 33
d o a o das p aroq ui as r u r ai s , e x ce ç ao p ar a I lh a d o Gov e rn ad or e P aque t a .

Ao que t u do indi ca , p o r t ant o , t oman d o e s s e s d ados como de r az oâ


ve l con fi ab i l i dade , a i ns e rção de B o t af o go n o q u ad ro u rb an o j á ne s se p e rí od o
s ó s e e xp l i ca p e l a p r o l i f e ra ç âc d a s d1 ac a r as d as c l as s e s ab as t adas com f un ção
34
p re d omi. nan t e rre n t e re s i d e n ci a l não p rod u t i v a .

35
Os map as d o pe rí od o mos t ram o c ami nh o que acomp anh a a e ns e a

* Mons e nh o r P i zarro ci t a , nas "Me móri as H i s t ó r i cas " que a parÕq ui a comp ree n­
di a e m 1 809 " 3 2 4 fo gos e 1. 4 80 almas " .
18.

da a partir do Fl amengo ( Caminho Velho) para ati ngi r a L agoa e a Prai a Verme
lh a, ci r cundan do o morro do Pasmado , os caminhos que acompanham as bordas da
planície, no pe das encostas - o de São Clemente e o do BerguÕ , ou DrocÕ
e os caminhos alternativos para a praia de C_opacabana ( então de Sacopenapã) o!!_
de j ã existi a o For te, um correspondente ao que seria a l adeira dos T ab aj aras
atual e ou tro a do Lene . O mapa de 1821 indi ca ocupação ao longo dos cami
nhos Ve lho e Novo de Botafogo (Senador Verguei ro e Marquês de Olinda) e ao
longo do Cami nho de São Cl emente , aproximad amente atê onde fica hoj e o l argo
dos Leões. 36 A ocupação i ni ci al da or l a da enseada e registrada pel os
ar tistas da epoca ainda pouco con tínua em iní cios de 1840 (Ouseley e B ate)
mas j ã bast an te compacta em fins da de cada (B. Plani t z) , o que os mapas ( como
o de M . Barral) confi rmam. O caminho de são Cl emente , divisa dos primei ros
desmerrb r amentos das gr andes chácaras ori ginai s , concentra , j unto . com a or la ,
as primeiras edifi cações , conferindo à ocupaçao da ãrea seu caráter mais pr ó­
xi mo do urbano .

Com:> registro do tipo de ocupação característica da ãrea n esse


período conta-se com vasta i conografi a : os aquarelist as e i mpressores est ran
gei ros retrat ar am paisagens que regi st r am de modo bastante fiel a enseada de
Botafogo e sua evolução. Rugendas - (1821-1825 ) Thomas Ender ( en tre 1817-
1818) Johann Jacob Steinmann ( 1825-1833) , Ri chard B ate ( 1 808-1848) , Chamb er
lai n (1819-1820) Si r Wi lli am Gore Ouseley ( 1838-1841) repetir am regi stros da
37
enseada murada por por tões i mp onentes das ch ãcar as que se estendi am pela
or la ate o mor ro do Pasmado e ao longo do Caminho de são Clemente. Di z Ch am
berl ai n : "Á frescura do a r e a si tuação privi legiada, para descanso do baru
lho ci tadino , tornaram este l ugar mui to procurado para resi dências e um ponto
38
de reunião e legante , depois do di a calorento. " e r eferindo-se a uma cháca­
ra no caminho de São Clemente : " • • • • se vê uma cas a num lugar mai s afastado
onde o propri etário , rodeado pela beleza desta encant ador a r egião , pode gozar
38
o s eu agradável reti ro e as brisas r efrescantes do mar . " Os registros · i
conogrâfi cos de Plani tz e Desmons , ambos do entorno de 1840 , mos tr am as enor -
mes chácaras q ue se per:fi 1am ao longo do caminho de São Clemente Única ocu
p ação contínua penetr ando o atual bai rro -· as ruas sao apenas caminhos
abertos no de's campado, cercados de arvores.

Na p rimeira met ade do sé culo XIX, entre 1830 e. 1840 , o "s ub u r


bio" de Botafogo , assim ch amado por Ouse le y , integra-se ao espaço urbano como
um arrabalde p eri féri co aprazível onde merrb ros da c lasse ab astada possuem re­
39
si dênci as , como registram os c roni stas da epoca, are� procurada pelos es-
19.

40
t r an geiros p el a ex c e l�nci a do c l i ma e da paisage m . E sse se gnento e 1 n-

corporado pelo proce sso de exp ansao urbana vert i ginoso que se acelera nos mea
dos do século XI X e se constitui como uma ârea residencial perifêrica g r a ç as
à su a proximi dade do cen t ro urbano e c arac terí s ti c as ambientais privi legi�
d as . N ão ten do se c aracterizado c orno uma ãrea de eÀ�ressão econômic a e m te�
mos de ec onomia de p l antação, pôde ser r ap id amente incorporada no processo de
espraiamento urbano da primeira met ade do século X I X, como atesta especi almen
te seu registro rural em 1 82 1 e jã urbano em 1 83 8.

Ao lado d a característica emi nen teme nte re si dencial do bairro


nesse período, cabe levantar a i mp ortância defensiva estraté gica da area, co­
mo o demonstra a criaç ão da f abric a de p ólvora inst alad a em 1 809 no J ar dim Bo
tânico no lugar do anti go En genho d ' El Rey , em função d a qual houve a remod a­
laç ão d a c apela original, amp li ando-se e d ando origem à freguesia em 1 80 9 . A
fáb rica de pólvora li ga-se estrate gic amente à loc ali z aç ão dos 4 fortes exi s­
tentes na Fregues i a ( São João, Prai a Vermelha, Cop ac ab an a e o da Lago a, cit a­
do por Milliet de Saint Adolphe e John Lucock, qu e o loc aliz a no Caminho de
São Clemente jâ sem funç ão , em sua opinião, entre 1 80 8 e 1 81 8) . Em 1 870 a
Freguesi a contava com o maior número de qu artéis ( 10 ) dentre todas as fregue-
sias d a cidade. A criação dessas fort ale z as seguramente desemp enhou p apel
import ante na ocupação d a Fre guesia como um todo, se contarmos com os for t es
do L eme , de Cop ac aban a, de São J oão, d a Praia Vennelha e da L agoa, estrategi-
camente colocados. A preocup aç ão das autori dades com o esquema defensivo
da área ã anterior : em 1645 o govern ador d a cidade p roibia aos pesc adores
erguerem residênci as n a praia de S aco�enap ã ( Cop ac ab ana) em virtude de navios
ho l an deses cruzarem a costa.

A p articipação dessa ativid a de seri a man tida ate 1 9 2 0 no Distri


to Municip al da L agoa, que registra, en tão, o maior n úmero de qu artéis de to­
da a cid ade.

Qu anto ã p art i cip aç ão fu ndiária , a partir d os desme mbramen tos e


fetu ados tendo o C aminho de S ã o C l eme n te como di vi sa, no início do p e rí odo
de que tratamos ( divi di ndo-se em um conjunto de propriedades ai nda de grandes
di me nsões a área do res t ante d a Quinta ori gin al de D. Clemen te de Mattos) , o­
correm su cessiv os desmembramen tos da f azen d a de Olaria, a maior dessas p rirrei:_
ras divisões, na primeira met ade do sé culo XIX, prime iro por herança e doa-
çÕes, depois por consecu t i v as ve n d as . Nos "E xtractos d e Manuscriptos sobre
Aforamentos ", toman do-se a Rua de S ão Clemente como referência, o que se cons
20.

t a t a é que a pa rt i r de 1 8 20 e a té mea dos de 1 85 0 ap rox i madamen te , a fi gura


da t rans ferênc ia de p rop r i e dad e s e ai nda o t e r r eno da chácara . A p art i r
d es s e ponto ent ão, a f i gura do l o t e u rb ano j a é regi s t rada em 1 85 7 qu ando
conce d i da a l i cença p ara a venda de um t e r r eno de 5 2 braç a s de frente por 30
de fundos ( aproximadamente 1 0 4m x 60m) que é l o t eado em se gu i da e vend i do em
4 l o t e s de aproxi madamen te 1 0m x 60m, 24m x 60m, 2 4m x 60m e 40m x 60m.

Ne s s a p rime i ra me t ade do s é cu l o XI X a o cupa ç ao des s e segmento


p e r i f éri co vai gradualmen te perdendo a c a racte rís t i ca rare fe i t a e próxima da
pa i s agem rural, num p roce s so conti nuo e p rogre s s ivo . E s s e c arate r não a i n-
d iv i dual i za de out ras áre as p e ri féri cas que s ã o i gualme n t e i ncorpora das em
função do p roce s s o de expans ao do núcl e o ce nt ra l , que s e i nt ens i f ica ne s s a me
t ade do sécul o . A e xpansão e o c res cimento popul acion a l d e t e rminam a i n cor-
po r açao das áre a s imedi at amente prÕxi mas , num p roce sso de l igação e adensamen
to ( i nc i p iente ainda) para uti l i za ção r e s i denci a l .
21 .

APfNDICE DA 2 a . PARTE

3
1. BARRE IROS
" le vrai e pourt rai ct de gene ure et du cap de fri e " .
J aq ues de Vau de C l aye - 15 7 8-79 .
Bib l i ote ca N aci on a l de P aris - indi cação de "mai sons a fe re le
s u cre" no que t u do indi ca ser uma áre a prÕxima à enseada de B o-
taf ogo entre o "po t au Be rre" e " ri viere de au dou ce s ape l l e
carioca . "

2. Se ri a p rovave lmen te uma das "mais ons a fere le s u cre" ap on t adas


8
p or Vau de C l aye ; COSTA ci ta a exis tênci a de t rês en genh os
as margens da l agoa no sécul o XVI I : o de No s s a Senh or a da Con­
ce i ção , o de N os s a Senh ora da Cabeça e o do Vale d a L agoa.
lB
3. LAMEGO pag . 1 3 1
"De t a l modo se de s envolveu a indús tria açucare i ra ne s s e s luga­
re s que o gove rn ador mandou faze r uma pon t e sobre o Ri o C ari oca,
a fim de f aci l i t ar o ace s s o p e l a es trada que le vava à prai a de
J oão de S ouza, h oj e Bot afogo . Foi o me lh o r ament o denonú.nado
Pon te do S alema . "
15
4. GE RSON
3
5. BARRE IROS
7
6. CO�CY - p ags . 7 , - 12 , 13 .

7. LAMEGO 18
- p ag . 1 1 3
20
8. LOBO - p ag • 2 7
"O Ri o de Janei ro ,. q ue fora p e ri féri co ã rot a àtlân t i ca mai s im
port an te , p as s ari a a s e r o e l o vi t al das rot as do açúcar e do
ouro. No de corre r do s ê cu l o XVII , os c ome rci an tes expor t adores
gradualme n te s up er ar am o grup o p res s i onador dos grandes f azen -
de i ros de ntro d a Câmara Muni cip al , à medi d a que os p rod utores
agrí colas ent ra r am em cri s e com o de clín i o dos preços do aç u car
e os come rci an t es exportadores e forne cedores de credi t o ganh�

r am força _com a e xp ansão d as rot as come rci ai s , com o .t ráfe go


cl an des tino com a B aci a do P r ata , com a libe ração do int e r câm
blo den tro do lmperio e com a des cob e rto do ouro no p l an al to
cent ral . "
22 .

7
9. COARACY - p ag . 225
'Te la carta régi a de 8 de nov e mb ro ( 1662) re cebeu o gove rn ador
ordem de i nformar sob re a pretensão do Vi gário Geral , Dr. Cle­
mente José de Mat t os , que pedia li cença p ara montar uma f ãb ri ca
de anil na sua ch ácara. A chácara onde o vi gári o- ge ral culti
vava a an i lina e que ri a in ici ar o fab ri co e ra uma extens a pro­
p rie dade que i a d a P rai a de Botafogo à Lago a de S acopenapã (Ro­
dri go de Fre i tas ) , o cup ando o vale por onde hoje se de s dob ra o
b ai rro de Botafogo. A frente de ss a p ropriedade se me di a da
atual Rua Vo luntári os da P átria a t ê a presen te Rua Marquês de
O l inda, e através de l a corri a um do s caminhos que d arnan davam a
l agoa e que ve io a formar a Rua são Clemente , nome ori ginado nu
ma cape l a que ao seu s an to on omás t i co ergue ra o p rop rie tári o nas
s uas terras . 1 1
20
10. LOBO - p ag . 6 0
Demons trativo dos Gêne ros Exportadore s d o R i o de Jane iro p'ara
Lisboa no pe rÍodo 17 72 e 180 7 •
. 20
LOBO - p ag. 34

12. BERNARDES S

13 . LOBO 20 - p ags . 55 , 56

1 3 A. Gi lbe rto Fe rre z em "As Cidades do S alvad or e Ri.o de J anei ro 11


faz refe rênci a ã P l an t a do Ri o de J ane i ro de 1796 de Franci s -
co João Ros ci o e ao Caminh o d a P rai a Ve rme lha (Rua d o Cate te) o�
de "j â exi s t i am umas doze c as as e s e i s ou se te hort as . "

14. MAPAS ( 1) e (2) .


15
15 . GE RSON
6
FONTES PRIMÃRIAS IMPRESSAS
1
A primei ra des memb ração que a Quinta s ofreu , fe it a em 16 75
1 p�
lo referi do Dr. C l emente de Mat tos , compreendeu todo o te rreno
que fi cava do lado Ímp ar da Rua Be rguÕ p ara as ve rtentes da Rua
Cop acab an a , i s to é , te rras q ue h oj e pe rtence m a José Fe rn ande s
Guimarães , as que es tão ocup adas p e lo ce mi. te rio de são João Ba­
t i s t a e as out ras do mesmo l ado •
. Fale cendo Cle_mente de Mat tos depo i s do ano de 1702 , p as s ou o
re s t an te da p rop ri edade , i s to e, tudo qu anto fi cava do lado p ar
d a Rua Be rq uo p ara as ve rtente s das Laranj ei ras , p ara o p ode r
de Pedro Fe rnandes Braga c as ado com D. Barb ara Corre i a Xavier.
--·
?1

P el os fi l h os de s t es s e divi d i u a Qui nta t oman do-se por d ivi s a


a Rua de S ão Clemen te . As s im ê q ue t odo o l ad o Ímp ar da Rua
São C l e mente p ara a Rua B e rq uÕ , porção q ue formou depoi s a fa­
zenda d a O l ari a , foi ve ndi do a Fran ci sco de Arauj o Pere i r a e
po r mo rte des te p as s ou ao Conde dos Ar cos cuj os fi lhos e h � r de!_
ros vende ram por s u a ve z a Joaquim Marques Bati s t a de Lé ão . "

16
GONÇALVE S

"A Fazenda ou Quinta de são C l eme n te ocupou o extenso vale en­


t re o l i t oral de B o t afogo e a Lagoa "Ro dri go de Fre i tas " , con fi
nan d o , de um l ad o , com as terras das Laranj e i r as , e , do out ro ,
c om dive rs os morros e os t e rrenos de Cop acab an a .
Pe rtenceu, ate 1 70 2 , ao p adre Dr . C l emente Martins de Ma ttos ,
fundador da cape l a de S ão Clemen t e , e xi s te nte nes ta fazenda . • . 11
" Em me ados do se culo XVII , C l eme n te de Mat t os desmembrou , na
p arte s ul , grande p o rção de terras , cuj os fundos cons t i t uí am o
l ado e s q ue rdo de um ant i go c aminh o de s e rvi dão p ub l i ca, que de u
o r i gem à Rua do Be rquÕ·, h oj e Gene ral Pol i d ora . "
20
16 . LOBO p ag . 7 8
20
17. LOBO pag . 81
20
18. LOBO pag . 1 0 5
20
19 . LOBO - p ag. 135
5
20 . BE RNARDE S
21
21 . LUCCOCK
"P ara al em des ses limi t es ( refe re -s e ao núc leo urb ano con s o l i
d ado) encon travam- se umas poucas cas as e s p a lh adas , mas , a algu
mas cen �enas de j ar das , i a-se ter em p l eno ma t o ou p or entre
mangues . Da G l Õri a a B o t af ogo h av i a ap enas uma es tre i t a sen­
da de mu l a , que o u s o al ar �ou t orn ando carroçâve l . Da prime i­
r a ve z que por e l a p as s e i a cavalo ( 1 80 8) com um ou dois compa­
nhe i ros , o mato o e s c ondi a compl e t ame n te o mar de no ssa vi s t a e
a es trada ia termi nar numa p rai a em que não tínhamos esperanças
de en con t rar mai s nenhuma . 11

22 .
11
DEBRET - pag . · 2 36 - vol . I - ( 1 816-1 831)
"A nece s s i dade de d ar ab ri go a uma popul ação di a a dia mai or
de t e rmi n ou af_i nal a adoção dos p r oces s os me câni cos europeus ,
cuj a rapi de z e e conomi a mul tip li cam hoj e as cons t ruções b ras i -
24 .

l e i ras . Desde então surgi ram, e m 9i to anos e como que p or en


can_to , os li ndos arrab aldes de Mat a Porcos , Catuni:> i , Mat a C ava­
los , C atete e Botafogo e cres ceu uma ci dade nova i beira do no­
vo caminh o de são Cris tóvão . "
25
23. RUGENDAS - pag . 4 8 - ( 1 82 1 - 1 835)
11 Do pe des te roch edo ( Gáve a) parte um caminho , em mui tos luga-
res difíci l , por caus a dos ar cÕes profundos , mas que compens a
t a l inconveniente pelos pan oramas magnífi cos que ofere ce , de um
l ado sob re o mar e de outro sob re o Corcovado e a montanh a op o�
t a ch amad a dos D ois Irmãos . P as s ando p e l o do Jardim Botâni co ,
e s se caminho conduz da L agoa Rodri go de F re it as ao Botafogo ,
onde as belezas pi tores cas des s e p aís encantador s e desenvolvem
com maior varie dade ainda. P or i s s o, e s s a enseada, que duas
*
es t radas unem ao Catete e que s e ach a afas tada da cidade ape -
nas uma l egua, é princip almente h abi tada p o r e uropeus e e s tá
cheia de lindas vi vendas e de j ardins mui to agradáveis . 11
* - Senador Ve rgue iro e Marquês de Ab rantes atuais .
11
DEBRET - pag . 2 4 - vol . I I - ( 1 816-183 1)
11 • • •
outros negoci an tes ri cos ou j uris consul tos que res i dem
nos belos arrab aldes do Cat ete e B o t afogo , b as tante af as t ados
d o cent ro da cidade , levam seus filhos de carro pela manhã até
a porta do colégi o e ã noite , a carruagem vai b us câ-los com um
cri ado de con fi ança. "

24 . A residênci a ofi ci al dos dipl omat as i�gl es e s em 1 833 s i tuava-se


no Caminh o Novo de Bot af ogo ( Ru a Marquês de Ab rantes) .

25 . Informações extraídas de FE RREZ , Gi lbe rto - As aq uare las de


Ri ch ard Bate .
15
GE RSON
"A ens e ada de Botaf ogo vei o a s e r um dos p ontos mais procurados
p e los i ng lêses que em pouco j a chamavam de G reen Lane ( c ani nh o
ve rde) o Caminh o Novo (Marquês de Ab rante s ) que atê lâ os condu
zi a . "

26 . Os arrab aldes da ci dade j â e ram mes100 n o s é culo XVIII ocupados


p ontualmente com res idênci as s e cundári as des s a camada ; a re­
s i dênci a do comerciante E l i as Ant oni o Lope s , doada a D . João VI
(Quinta d a Boa Vi s t a) e r a , no iní ci o do s é culo XI X s untuos a o
s uficiente para ter se t ornado a res i dênci a d o P ríncipe e
s i t u ava- s e num l oc a l de ac� s s o q u as e i rnpes s ive l , de v i do aos te r
renos r a n t ano sos � ue ce r c a v a m as col i nas de S ã o Cri s t óvão .

28
27 SCHLICHTHORST - pag . 1 81
( 2 3)
" . . . A c i d a d e t e rmi na na pon t e do Cat e te Ao l o n go de se
. -
(24)
bes e b e l as c a sas de c ampo , o cami nh o ac ompanha o mar ate
onde c ome c;:. a B o t a fogo , renq ue de be l a s res i dên c i as c amp e s t res f o�
. ( 25 )
111ando s u ave c u rva ao longo da pr ai a . . . . . . As mai s bel as
mor a d i as s ã o cons t ruidas um pouco d i s tan t e d a rua , no fundo dos
j a rdi ns , ao pé d os morros e um tan t o a c i ma do n i v e l da p rai a .
A mai o r i a a o go s t o mouri s co , com cúpol as , arc os de fo rma e s t ra­
nha e urna e scadaria l i ge i ramen te i n c l ina da à f r en t e • • • "

( 2 3 ) -"A f re n t e do Cate te sobre o ri o de s se nome , rio das Laran


j e i ra s ou C ari oca, f i c ava no l o cal da atu a l P ra ç a Jos é
de A lencar, de onde part i am os caminh os para B ot a fogo • . • "

( 24 ) - O caminh o Ve lh o , a t u a l Rua S e na dor Ve rgue i ro .

( 2 5 ) - Ant i ga Ens eada de F r an c i s co , o Ve lh o .

25
RUGENDAS - pag . 4 0 - ( 1 82 1 -1 8 2 5 )

"As cas a s d a c i dade ve l h a a l inham-s e pel a pra i a , na me d i da em


que as c ol inas r o chosas o p e rmi t i am . Es tendem-se , pa r a o su l ,
até a c ap e l a de Nos s a Senho r a d a Gló r i a , p a s s ando p or de t rás do
monticulo em cuj a ponta mai s avanç ada se en cont ra o conve nto e
vo l t ando à en se ada do C at e te , que não ap re s en t a e l evações e,
mai s ad i an t e , ao s ul , a l canç ando a Pra i a do F l amengo a t é a ba i a
d o Bot afogo . Seri a ent re t anto ous ado af i nna r q ue Cate te e Bo-
t af ogo p e r t enc em ã ci dade , p o i s as ruas sao aí i n t e rromp i das
cons t an temente por j ardins e at e por p l an t ações . Os val es que
des cem em d i re ção a cos t a t amb ém s e l i gam ã c i da de at raves de
i núme ras chá caras e j ar d i n s . A ma i s agradâve l del as e a que
ch amam de L aranj e i ras , n as p r ox imi dade s do Ca t e t e . "

28 20
LOBO - pag . 100

"Havi a uma g rande abun dânc i a de frut as e 1 e gumes p ro du z i do s r.as


h o rtas , pomare s e ch ã c aras da c i d a de . . . . P r at i ca;,e n t e t o d os os
re l at ó r i o s dos vi aj ante s q u e vi s i ta rem o R i o de J ane i ro nas pr�
rne i ras dé c a das do sé cul o XI X e l ogi am as f rut a s e o s le gl.llnes e
t ub é rcul os . . . "
20
LOBO - p ag . 102
"J . F ri e d r i eh Von We e ch de s cre vi a e m 1 82 7 as op ortuni <lades e a_!_

te rn at ivas p éi ra os di ve r s os t i p os de i m i g r an t e s q ue vi es s e m p a-

ra o R i o de J ane i r o . Cons i de rav a um Ó t i mo i nv e s t i rne nt o p a-

r a o i mi g r an t e p o s s u i dor de p equeno cap i t al f az e r uma h or t a no

ce n t ro u rb ano . • . Se o i mi gran te d i s p cs e s s e de um cap i t al

ma i o r , o me lh or n e gó ci o no Ri o de J ane i ro s e ri a i nve s t i r n uma

p l an t aç ão de can a-de - a ç ú car ou de café . "

29. Em f un ç ão da comp ra do E n ge nh o da L ago a R o dri go de F re i t as p e l a

F amí l i a Re a l re cém ch e g ada e con ve rt i do em f ab ri ca de p Õlvo r a .


20
30 . LO BO - p ag . 136 .
26
31 . A j u l g ar p e l as ob r as de cal ç ame n t o exe cu t ad a e m 1 846 ( S ANTOS

p ag . 2 4 7) at i n g i n d o qu as e e x c l us i vame nte as r u as do cen tro e as

ruas P e d r o Amé r i co ( G l óri a) , Co r rê a Dut r a ( F l amen g o) e P e re i r a

d a Si l v a ( L ar anj e i r as ) , B o t a f ogo es tari a a i n d a f o ra d o "quadro

u rb ano" .
20
32 . LOBO - p ag . 1 3 7 - Levant ame n t o dos Ba t i z ad o s no R i o de J ane i
ro , s e gun d o as p ar Õqu i as de 1 835 a 1 840 .

p ag . 1 4 2 - I d em Ób i t os .

p ag . 1 4 8 - I dem cas ame n t os .


2
33. SAINT-ADOLPHE ]
"Em 1 820 não e r a e s t e l ugar out ra cous a mai s que um ce rto núrne

ro de p eq ue n as ch á caras no me i o d ' um are al de f ron t e d a b ah i a de

Botaf ogo . De s ap are cê rã o a mai or p arte d ' e s t a s c as i nh o l a s e

forão s ubs t i tu Í d as p or magní f i cas c as as de camp o q ue f o rmão um

v as t o mei o cí r cu l o s ob re a margem s e p t e n t r i on al d a b ah i a . "


ll
34 . DE BRET - p ag . 2 2 6 / 2 2 7 vol . I ( 1 81 6 -1 831 )

"As ch á caras mai s ri c as e e l e gantes dos a r r ab al de s d a ci dade

encon t r am-s e no c am i nh o d e São C r i s t óvão , de Mat a P or cos , de

E nge nh o N ov o , do Morro de N os s a -S e nhora a a G l ór i a , d o C at e t e ou

da l i nd a e n s e ad a de B ot af ogo . E s t as Ú l t i ma s , p ri n c i p a l me n te , de

um arp e ct o e n c ant ad o r , agrup am-s e p i t ores c ame nte s ob re as co l i

n as arb ori z a d as dos cont rafor t e s d o Co r c ov ad o ; seus j ar d i ns

b e m t rat ados e a rr anj ados e m anf i t e atros s ão re gad o s p e l as a-


g u as q ue de s cem d as f l ore s t as vi rge ns e ci r c u l am s e m ce s s ar , o r a

art i f i c i alme nte , ora at ra vé s à e cat arat as n a t u r a i s , p e ne t r an do ,

as s i m , s uce s s i v ament e , as p r op r i e da d e s at e as Ú l t i m as , ã b e i ra
27.

d o c:ar.ii nh o ao n í ve l do ma r . E s s as h ab i t açoe s s ao a res i dê n c i a

h ab i t u al à o s ri co s n e g o c i an t e s b r as i l e i ros e i n g1 e s e s ou dos

ch e f e s d as gran d e s admini s t r ações , cuj as c ar ruagens , fab r i c ad as

e m Lon d re s , p e r c o r rem d u as ve z e s p or di a a d i s tân c i a q ue as s e -

p ar a d a c i d ad e . O h ab i t an t e mai s mode s t o conten t a-s e com mon

t a r o s e u cav a l o ou a s u a mul a , mas o vi z i nh o mai s ab as t ad o , va!._

d o so ou í n d o 1 en t e f a z - s e t r ans p o rt ar num c a r r o at re l ado de lin­

d a s b e s t as gu i adas p or u m c o ch e i r o n e g r o o u mu l a to . "

35 . �1APAS ( 3 ) , (4) e (5)

36 . A i n d i c ação d a o cu p a ção n o s map as e s emp re duvi d os a nes s a ep oca

j ã q ue não h ã mui t a coe rên ci a e n t re e les ; em map a m an us cr i t o

exi s t e n t e n a Bi b l i o t e c a N a c i o n a l "Route de B o t a f o go au J a rd in

Bo t anique , J ui l l e t 1 83 3 " q u e t ra ç a o cami nh o que levava a te ao

Jard i m Botâni co p as s and o pe l o caminh o de São C l e me n t e , não s ao

i n d i c ad o s o u t r os caminhos s a lv o uma e n t rad a q ue corre s pond e r i a

ã Rua Re al G rande z a a tu a l ; a ocup ação e i nd i cad a , c on t ín u a e

con t i gua, n um p ri rre i ro t re ch o do c ami nho a par t i r d a e n s e ada ,

r a re f a z e n d o -s e em s e gui d a ; h ã indi c ação de uma v e n d a e lllJla c a­

pela.

11
37 . DE BRE T - p ag . 34 2 - vol . II - ( 1 81 6-1 831)
" . • . e p r o t e gem as s i m a e mb o c ad u r a d a l in d a e nse ada d o B o t a f o go

l ade a d a i n t e rn amen t e pe l a P r ai a V e rme lh a , l u gar de l i ci o s o de v�

g e t açao s emp re ve rde e n fe i t ad a d e l i ndas res i dê n ci as ru r ru. s .

E s s a me s ma e mb o c adura e f orm ada d o ) ad o de cã p e l o r o ch e d o q ue

t e nni na a P r ai a d o F l ame n go e a rua d o B ai rr o de B o t af o g o , cuJ a

Úl t i ma cas a se de s t i n a ã p o u s a d a d a corte . "

38.
17
KO S MOS

39 . O n de a Famí l i a Re a l pous s i a s u a ch ácar a ( e s qu i n a de Marquê s de

Ab r an tes ) e ond e se f az e m p as s e i o s e onde hã uma p i s t a p ar a cor

r i d a d e c av a l os em 1 825 ( i n au g u r ad a p e l os i n g l e s e s ) .

40 . A r e s i dên ci a o f i ci a l do s d i p l om a t a s 1 n g 1 e ::; e s ne s s e p e rÍ o à o , co­

nh e ci d a c omo " Ch á car a d as M angue i r as " fi cava na Rua M arq uê s de

A b r an t es n o p re d i o e m que f u n ci onou a c a s a do s E xp os tos .


3a . P ARTE - ESTR l !TllRAÇÃCl DE BOTAFOGO CO!-1O B /\ lRRO E S UA DI VE RS IFI CAÇÃO - S[
GUNDA METADE DO St'. CULO XIX

1. O QUATRO ESTRUTURAL DA CI DADE

A gran de expan s ao d a c a fe i c u l tu ra i n i c i a da ai nda no s é cu l o


XV II I n os arre do re s d o R i o de J ane i ro e que s e e s t en de u p o r toda por ç io o r i e�
tal do s u d e s t e b ras i l e i r o no s é c u l o XIX fa� c re s c e r a ci dade , porto e cap i t a l ,
que c on cen t rava o es coame n t o da mai or parte da p rodução , a irnpor t a ç ao d o s es
c ravo s e o come r ci o , al iment ado p e l a r ique za caf ee i ra , que conqu i s tou e x tens a
h i nte rlândia . No período que vai d as p rime i ras dé cadas a t é o f inal do sé culo
XIX, quan do se as s i s t e à gradual pre eminênci a da pl an tação d e café sob re a de
açucar , o p orto d o Rio de Jane i ro :

"es coava a ri que z a d os cafezais d o p l anal t o , concent ran do as s im


o mov imento come rci al de s t a a t i vidad e q ue s e es tendi a p e l as t e rras f l uminen-
s es , Zona da Mat a , E s p í r i t o S anto e nordes te paul is t a . As e s t radas de fe rro ,
que f oram abe rt as p ara s e rvi r à região , re forç aram a l i de rança d a c i d a de como
cana l i zadora das expo r t aç õ e s d e café s em con corrên c i a s ub s t anci a l at e 1 890 .
O R i o de Jane i ro e ra t amb ém cen t ro re -di st rib ui dor de e s c ravos , ab as te ce d o r
d a s f azendas , impo rt ado r de p r odutos manufat u rad os e pon t o d e conve rgên cia do
come rcio de cabo t agem . E s s a h i p e r t rof i a come rci al s e r á cap az de fund ame n t ar
t odas as nuances d a v i d a u rbana no c or re r do s e cu l o XIX li . 2
• -

Na ârea d a ci dade , ao longo do s é cu l o , ve r if i ca-s e a g ra d a t i v a


t r ans fe rência das at i vi dade s agrí col as para a pe ri fe ri a , com a s e p araç ao mais
3
nít ida e n t re o rural e o urb ano , emb ora ainda sem uma rut u ra de f in i t iva, p o i s
a pequena agri cul t ura s ob reviveu nas châcaras d os b ai rros e arrab al d es p e r i f�
ri cos ate as prime i ras de cadas d o s é cul o XX .

A s at i vi daaes manufat u re i ras , que caract e r i z am o se t or s e cun­


d â�io n e s t e perío do , concent ram- s e na p rodu ção de ves tuári o e move i s , a l ém ôe
fundi ç õ e s e se rr alh e r i as o q ue t es t emunh a a i mp or tân c i a cre s cen te do rr� rcado
4
cons umi d or urbano .

De mo do gera l , re conh e ce - se que os e f e i t o s de s sa apro pr1 aç ao d a


riqueza -:-egi onal p e l a c i dade que drenava sua prod ução e lhe forne c i a ben s e
s e rvi ço s , s e f azem sent i r na enorme expans ão que expe rimen t a a part i r da de
29 .

cada de 1840 . Val e s ali ent ar , no ent anto , qu e ne ssa me sma ocas i ao , a
ve lh a ci dade ent re em cri se : epi demi as s uces siv as de feb re amarela na de cada
de 1 840 teriam cont ribuído pa ra a di fusão de novas formas de ocupação refor­
çando a tendênci a de cre s cimento pe riférico fora dos limites da cidade .
30 .

2. A EVOLUÇÃO DOS TRAN SPORTE S E A E XPANSÃO RESIDENCIAL

5
Noronha S antos come ntando o s urto de expansao e xp e rimentado p�
l a cidade a p artir de 1 840 enfati za o p apel dos "omnibus" , transporte col eti-
vo de tração animal , cuj a con ce s s ão ofi cial d ata de 1 837 . Ini ciiado o trâfe -
go em 1838, logo em 1 842 as l inh as ( ini cialirente p roj etadas para Bo taf ogo , E!!_
genh o Ve lho e são Cri s tóvão) es tendem-se a Laranj e iras , Andaraí Pequeno (Ti­
j uca) , Ri o Comprido e Rua Nova do Imperador (Mari z e Barros) , então arrabal
des , indi cando a imp ortân cia de s s as âre a s no proce s s o acel erado de ocupação/
adens amen to das áre as peri féri cas ào núcl eo central .

A conce s s ão p ar a esse tipo de t ransp orte coletivo d a p reço ace�


síve l e mai or capacidade de p as s age iros do que os me i os atê então empregados
tentava responde r ã ne ces s i dade da i mp lantação des se se rvi ço par a atender aos
efeitos da expansão urb an a e cres ciment o popul acional . Atê o ano de 1 86 8 ,
quando deixaram de trafegar no centro por j á não mais correspondere m às ne ce s
sidades da população , o s "omnibus " contribuíram, ainda segundo N oronha S an­
t o s , p ara o p rocesso de mudança d as res i dências d as camadas ab as t ad as n o cen-
tro p ara os arr abaldes em e xp ans ão na Tijuca, Rio Comprido e L aranje iras :
o transporte cole tivo p e rmitindo o al argamento da âre a res idenci al .

A primeira linh a expe rimental ( 1 837) s e d i ri gia à Prai a de Bot�


fogo (Marquê s de Abrantes) a p arti r da praça Ti radentes e a iinh a de fini t i va
para o b airro f oi inaugurad a em 1 839 . A expansão do comerci o nas âre as a-
tendidas por esse serviç o , f avore ci da pel a ins t al ação das linhas , pode ser a-
6
vali ada pelos d ados seguintes

e s tab e l ecimentos comerciai s.


1 839 1 84 3 .

Freguesia de S antana 110 348


Freguesia de Eng . Ve lho 35 213
Freguesi a da Lagoa 2 69

Esse impacto s e fez se ntir de modo mais intenso nas duas fre­
gue s i as onde a expans ão res idenci al então se ini ci ava - Engenho Ve lho e La
goa .

Em 1 847 - 8 anos apôs a inauguração d a p rime ira linha para o


b airro - Botaf ogo e ra s e rvido p e lo maior número de viagens dentre o s sei s
31 .

b airros nas centes atendi dos pe las linhas de "omnibus " . · Para o b ai rro h a-
vi a 12 idas e vind as a par t ir d o centro , p ara Laranj e iras 4 , para o Engenh o
Ve lho 6 , par a o Ri o Compri do 4 , para o Andaraí Pequeno 2 e 5 para São Cri s tô
vao .

Me smo apôs su a �e t i rad a do cen tro , em 1 86 8 , esse transporte CO!!_

tinuou a funci onar li gando a praia de Bot afogo à Gáve a conectando e s s e se�
mento da peri feri a urb ana ã linh a de bonde s , re cém inaugurada , e que termina
va na Praia. O servi ço de "omnibus " s ô de s apareceu de f ini tivaroente q uando
a Bo tani cal Garden Rai l Ro ad Company ab s o rveu, também, e s s e traj e t o com o bon
de . Em 1 850 a p arada inte nne di ãria da l i nha de "omnib us" era a Rua Real
Grande za (Barro Verme lh o) .

Outros transportes tradi ci on ais s ervi am o b airro nes se segunda


met ade do sécul o XIX, pre cedendo a i mp l ant ação dos bonde s . De st acam-se as
linh as de di ligênci as (carruagens ) q ue "pouco an tes de 1 850 inauguram-se p�
7
ra Botafogo , são Cri s tóvão e Tij uca" ; em 1 86 8 é pedi da outra concess ao
p ara Bo tafogo . Dentre as 1 3 7 em trafe go ne sse. ano , hã l inhas p3:ra "Bot afo­
go , Real Gr ande za, Laranj e iras , And araí , são Cr is tóvão , Caj u, Benfi ca e Rua
8
Be l la de são João"

Em 1 8�8, a p artir d a p rai a de Bot afogo , com viagens de hora em


hor a , . a l inh a de propriedade do Dr . Fi gue iredo Mag alhães serve Cop acabana a-
tendendo à sua C asa de S aude . Esse tipo de transpor te , com 1 75 matrícu l as
re gistradas em 1 86 9 , acus a apenas 18 em 1 884 . Em 1 889 res tam apenas 12
carros "ocup ados no trafe go p ara Botafogo e Laranj e ir as " tendo " como ponto
t erminal a pr ai a , em frente à Rua São Clement e . Re ceb iam pass ageiros des -
cal ços e sem co l l arinh o , fazendo con correnci a aos "caras dur as " da Bot ani cal
Garden . Transportayam troux as de roup a e p equenas cargas , t ab oleiros com
doce·s , verduras e frutas , das que eram vendi das por mer cadores amb ul antes "
Man tiveram-se atê 1 89 5 .

A s "gôndo l as " , coches de t raçao animal c om capacidade para no­


ve pass ageiros , s erviço " ace ssíve l aos p obres " con cedido em 1 83 8 , em 1 85 8 ti
nham linhas novas p ara "Botafogo , Sacco do A l feres e Cat umbi" . Em 1 865 as
linh as em ativi dade são expandi das alêm da linh a da GlÕr i a atê Bo tafogo , cri
am-se ainda as de São Cl emente , Rua BerquÔ , J ardim Botâni co e L aranj e iras que
se man tiveram atê a dê cad a de 1 870 .
..,,_
')
.

O s " t i l h u r i s " , com l ugar p a r a uma s ó pe s s o a , s ao i nt rodu z i d o s


em 1 84 7 . Um dos l i mi t e s dos pon t o s e x t remos s e rvi dos por e s s e me i o de
t rans p or t e "ve i culo d os pobres e reme d i ados , o mais p opul ar , o mai s p rocura-
do me i o de conduçao rap i do e b ar a t o " e r a a R u a d o Broco ( Gene r a l Pol i d o
- - 10 - .

ro) . Em 1 89 3 , alêm d os p on tos de e s t a ci oname n t o e s t ab e l e c i d os p e l a mun i ci


p al i à ade p ara o s t i l b u ri s no atual cen t ro da ci d ade , o i t o ao t odo , s ão e s t a-
11
be l e c i dos mai s 2 , um no Largo do Mach ad o e ou t r o n a P rai a de B ot a fo g o . So
me n t e em 1 9 2 0 os t i l b u r i s s e ri am re t i r ad o s de c i r cu l aç ão .

C on t udo , o transporte mai s cara c t e rí s t i co d o b ai rro ne s s e se


gunda me tade d o s é cul o XIX f o i o de b ar cas a v ap or . O s e rvi ço f o i i naugu r�
do em 1 84 3 com carre i r as vindas do S aco do A l fe res e j â em feve re i ro de
12

1 844 i n au gura-se out r o p ar t indo d a P on t a do Caj u . E m 1 846 s ão ci n co as


vi agens de i d a e cinco de vol t a e n t re o ca i s d o B r i t o (Ph aroux) e a ens e ad a
d e Bo t af ogo t ranspo r t ando p as s age i r os e carga a p reços mai s ace s s íve i s do
q u e o s " omn i b us " ( 160 rei s con t ra 400 ) . Nm 1 866 ê i n augu rado out ro s ervi-
ço , e s t e e sp e ci al , p ar a p as s age i ros que f az i am us o dos b anh os d e mar .

"O ari s t ocráti co b ai rr o f oi em 1 86 7 contemp l ad o p e l a Companh i a


de Bar cas Fe rry com uma carre i r a d as su as e l e gan t e s e ve l o zes
emb a r caçõe s , q ue at r a c avam e m d u as pont e s ali e x i s ten tes . Uma
dess as pon tes f i cav a em frente ã Ru a s ão C l e me n t e .
tenso t rafego de bonde s da B o tani cal Garde n , e s cas s e ar am os
p as s age i ros que i am a B o t af o go p o r vi a mar í t i m a , s endo a Com-
13
p anh i a Fe rry fo r ç ad a a s us p e n de r a s u a c ar re i r a"

O t rans p o rte marít imo de carga e pa s s agei ros f avore ceu o aden­
s amento d a popul ação e a d i ve rs i fi cação das at ivi d ad e s , an tes da imp l an tação
d as l i nh as de b ondes .

Em 1 84 7 , ape s a r da d i f u s ão dos o u t ro s me i os de t ransport e , ain


da t raf e gavam "b on ds mar í t imos " e em 1 876 ê i n i c i ado ou t r o s e rvi ç o de b ar ­
cas p ar a p as s age i ros , e m d omi n gos e d i as f e ri ados a t e B o t af o go e P r ai a da
S aud ade ( atu al I at e C l ub ) , mas em fi ns do s é cu l o e x t i n gue -se de f i n i t ivame n t e
o s e rv i ço .

-a concorre- n ci. aTodos o s s e rvi ços ac i ma d e s cri t os f o r arr s é nd o al, and ::r n a à o s
fe i t a pe l os carri s urb an o s , n o co rre r d a s e gund a me t ade
f a ce
do
s é cul o .
-n .

:)a t a de ] 85 6 a p r i rn;� Í r ;, c 0n c1· s � ão p a r a o s e rv i ço de c..arri s de


f e r ro n a cí d .:ide . IJe p o i s de 111u :i t a s d i f i cu l d ad e s p ara sua e fe t i vação e de
mud an ç as dos con ce s s ionar :i os e t r aj e t os , e s s a c on ce s s ão f oi negociada com em
pre s âri o s norte -ameri c anos cuj o rep res ent an te , o engenh e i ro Greenough , teve
como p r i me i r o cu i d ad o :

"e s t u d ar , de v1 s u , o t r aç a d o , c om as s u as a l t e ra ç õe s , de s de um
ant e p roj eto de 1 86 0 , e a s pos s ib i li d ades e conÔmi c as , atendendo
ao nillíle ro de h ab i t an t es da c i d ade . Pe rcorreu arrab al de s da
p arte s u l do Ri o , os l i mi t e s da f re gue s i a de Sio Jos é com a d a
G l ó r i a e grande p ar te d e s t a p aróqui a e d a L ago a , i n clu s i ve o
di s t ri to d a Gáve a , q u e lhe e s t ava subord i n ado .
Ne s t a vas t a po rç ao d o t e rr i t óri o d a capi t a l d o Impé ri o de v e r i a
. . . 14
t r açar-se def1 n 1 t iv ame nt e a 1 1n · h a d a carri. s . li

Em re s umo , ê e ss e o qu ad ro d os s e rvi ços de t r ansportes ate nden


do ao bai rro d e Botafogo no e n t o rno da me t ade d o s é cu l o XIX :

1 839 omnibus ( até ch e g ad a d o bonde e m 1 8 7 1 )


1843 barcas a v apor ( a té me ados de - 1 89 0 )
1 84 7 t i lburi s ( at é 1 9 20)
1 85 0 di l i gên c i as ( at ê 1 89 5 )
1 85 8 gôndo l as ( até a dé c ada de 1 870)
1871 bonde

A àé cada de 1840 c on f i rma-se pois como um marco no proce s s o de


urb ani z ação da ci d ade e p art i cu l arme n t e d o bai rro de B o t af ogo . Í'.: no e nt or-
no des s a dé cad a que s e i mp lant am os s e rv i ços de t r anspor t e s c o l e t ivos , q ue
s e rvi ri am o b ai rro a té o fina l d o s é cu l o XI X e me smo depoi s , e ê no decorre r
des s e p e rí od o que s e i nt ens i f i c a o núme ro de vi agens a o b ai rro , acomp anh ando,
- 15 -
cons o l i d and o e ace l e r ando seu p ro c e s s o d e ocup açao e s ua funçao de p on t o
d e pas s agem p ar a Lago a e Gáve a de um l ado e Copacab an a d e outro . Com e fe i
t o , os d ados co l e t ados por N or onh a S an t os p e rmi ten; a] g um 2.S con cl usões qu anto
ã função do b ai r ro nes s e p erí odo e m re l ação ao ve t o r sul de e xp an s ão d a c i d�
de : os termi n ai s d as l i nhas d e t r an s p o r t e c on f luem para e l e com con s equen­
ci as de f i ni tivas na s ua e s t ruturação como d emon s t r a o cres cim:!n to dos e s t ab e
l e cimen t o s come r ci a i s e nt re 1 839 e 1 8 4 3 , ant e ri o n:ie n te i ndi cado . Den tre as
áre as q ue no pe ríodo do entorno de 1 840 e xp e rimentam uma exp ans ao s eme lh ant e
(Ti j u ca , São Cri s tóvão , R i o : C omp ri do e ou t ro s ) , B o t afogo e aque l a que con cén
3� .

tra a maior divers i f i cação e intens i d ade de serviços de t ransporte, os quai s


se ace le ram no cor rer da s egunda me tade do sécul o XIX atê a chegada do bonde.
Um dado adicional que corrobora e s s a afirmativa ê a existência , no bairro , de
3 oficinas de construção e cons erto de carros em 1 889, dentro 30 no conj unto
da cid ade, quas e todas localizadas no centro.

3. EXPANSÃO DEMOGRÁFICA E CONTEÜDO SOCIAL DO BAIRRO

3. 1 Expans ão Demog ráfi c a

O perí odo que v ai de 1 838 a 1 8 70 demonstra u m de crés cimo d a Pª!.


ti cipação d a popu l ação rural na compos i ção da popu l ação total da cidade. O
cres cimento popul aciona l do pe ríodo ante rior ( 1 821-1 838) fora de cerca de
207. tanto para a popul ação urbana como para a rural, ou s ej a, nao se regis -
tra ainda um a corre spondência abs o luta entre a dinâmica dem ográfi ca e a da ur
b anização . O período que vai de 1 8 3 8 a 1 8 70 porem , apre s enta uma taxa de
1 3 7, 197. para o cres cimento popul acional urb ano. Este, c omparado ao. rural,
1 1, 5 37., de ixa cl aro que esse novo surto de cres cimento popu l acional vincu
l a-s e ao pro ces so de expans ão urbana que a cidade do Ri o de J aneiro expe ritre.!!_
ta ne ste período. No período pos te rior, 1 870 a 1 890, a cidade m antêm alta
taxa de cres cimento popul acional u rb ano ( 86, 487.) , porem o carát er da expans ao
j á ê outro como o demonstra o cres cimento populacional nos subúrbios de
108, 6 9% (tabelas 1 e 2) .

O surto de urbaniz ação verifi cado no perí odo 1 838-1 870 , atinge
e spe ci almente as fregue sias do vetor sul de exp ans ão da cidade ( tabe l a 3) . A
maior taxa de cres cimento popu l acional ve rific ada e a da Fregues ia da L agoa
( 24 1 7.) , seguid a p e l a da Gl Õria ( 1 84%) e so depois pela de S antan a ( 10 7%) . De!!_
tre as duas primeiras , a da Lag o a mantera durante todo o s é cu lo XIX expres si
vas taxas de cres cimento populacional e a da Gl Õria contingentes abso lutos
dentre os maiores registr ados no perí odo .

No qu adro ge ral do período 1 838-1 870 os maiore s contingente s p�


pul acionais c ontudo, concentram-se nas fregues i as de S antana e S anta Rita , en
quanto que no período ante rior ( 1 821-1 83 8) a m ai or concentração se dava na
fregues ia do Sacramento agora ( 18 3 8-1 8 70) sup l antada pe l as duas primeiras . A
fregue sia de Santana agrega igu a lmente o maior contingente de população ag lo­
merada em cortiços (6. 45 8 habitante s ) e a m aior popul ação l ivre c l assifi c ada
TABELA Nl;i 1

RIO DE JANE IRO ,CRESCIMENTO PERIÕDICO DA POPULAÇÃO

CRESCIMENTO PERIÕDICO DA POPULAÇÃO

PERrooos NCTHEROS ABSOLUTOS NOOROS RELAIIVOS 7.

URBANA SUBURBANA TOTAL URBANA SUBURBANA j TOTAL


!
1821 a 1 83 8 1 7 . 84 1 6 . 542 21, . 383 2 2 , 49 1 9 , 60 21 , 64

1 83 8 a 1 872 1 3 3 . 292 4 . 60 2 1 3 7 . 894 1 3 7 , 19 1 1 , 53 1 00 , 60

1872 a 1 890 1 9 9 . 29 1 4 8 . 388 2 4 7 . 6 79 86,48 108 , 6 9 90 , 0 7

1 89 0 a 190(, 1 9 8 . 296 90 . 49 6 2 8 8 . 792 46,14 97,41 55 ,26

1906 a 1920 1 73 . 056 1 7 3 . 374 3/�6 . 4 30 2 7 , 55 94 , 5 3 4 2 , 69

FO�TE : Re cens eamento do Braz i l


Rea l izado em 1 d e s e temb ro de 19 20
Popu lação do Rio de Jane i ro - vo lume I I

w
V,
TABELA N9 2

RIO DE JANEIRO , DISTRIBUIÇÃO DA PQPULAÇÃO ,ABSOLUTA E RELATIVA 1 NAS


ZONAS URBANA E S UBURBANA OU RURAL

p o p u L A ç Ã o
A N o s 1 A B S O L U T A R E L A T I V A %

URBANA SUBURBANA TOTAL URBANA S lffi URBANA TOTAL

1821 79 . 3.2 1 3 3 . 3 74 1 1 2 . 69 5 70 , 39 29 ,61 100 , 0 0

1 8 ] :! 97. 162 39 . 9 1 6 1 3 7 . 0 78 70 , 88 29 , 1 2 100 , 00

18li9 2 0 5 . 90 6 60 . 560 2 6 6 . li66 7 7 , 27 22 , 73 1 00 ,00

Ul56 1 1 5 . 226 36 . 550 1 5 1 . 776 75,92 2li , 0 8 1 00 , 0 0

1 87() 1 9 1 . 00 2 44 . 3 7 9 2 35 . 38 1 81 , 15 1 8 , 85 100 , 00

1872 2 30 . li 5li 4 li . 5 1 8 2 74 . 9 72 83 , 81 16,19 100 , 00

1 890 4 2 9 . 7 45 9 2 . 906 522 . 65 1 82 , 22 1 7 , 78 100 , 00

1 906 628 . 04 1 · 1 83 . 402 81 1 . 4 43 77 ,40 2 2 , 60 100 , 00

1 9 20 801 . 09 7 356 . 7 76 1 . 1 5 7 . 87 3 6 9 , 19 30 , 8 1 100 , 00

FONTE : R e c e n s e amento do B raz i l


Re a l i z ado e m 0 1 d e s e t embro de 1920
Popul ação do Rio de Jane iro
Vo l ume II
37.

TABELA N9 3

POPULAÇÃO RESIDENTE E TA..'CA DE CRESCUIENTO DEMOGRÁFICO DAS


FREGUES IAS DO RIO DE JANEIRO 1 8 2 1 /1838/ 1 870 )
(

POPULAÇÃO RESIDENTE TAXAS DE CRESCIMENTO

1
FREGUESIAS
1
1 821 ( ) 1 83á 2 ) 1 87 0 ( 3 ) 1821-1838 1838-1870

FREGUESIAS URBANAS 7 9 . 32 1 97 . 162 1 9 1 . 002 22 97

Candelãria 1 2 . 445 10 . 1 13 9 . 239 - 19 - 9


são José **19 . 81 1 14 . 410 20 . 220 - 27 40
- Santa Rita 1 3 . 7 44 14 , 557 23 . 810 6 64
Sacramento 2 2 . 486 24 . 256 24 . 429 8 1
GlÕr i a 6 . 568 1 8 . 624 184
Santana 1 0 . 835 15.773 32 . 686 46 107
Santo Antônio 1 7 . 427
Espír i t o Santo 1 0 . 7 96
Engenho Velho * 4 . 87 7 * 8 . 166 1 3 . 195 67 62
Lagoa * 2 . 1 25. * 3 , 319 1 1 . 304 56 24 1
são Cris tóvão 9 . 27 2
Gãvea
Engenho Novo

FREGUESIAS RURAIS 33 . 37 4 3 9 . 916 ----/t4-;--l89 20 11

Iraj ã 3 . 757 5 . 034 5 . 746 34 14


Jacarepaguâ 5 , 84 1 7 . 302 .7 . 633 25 5
lnhaÜma 2 . 840 3 . 091 7 . 1 90 9 *** 133
Guarat iba 5 . 434 9 . 385 6 . 918 73 26
Campo Grande
Santa Cruz
5 , 628 7 .519
3 . 677
9 . 593
3 . 445
34
- 27
6
I lha do Governador 1 . 695 2 . 391 2 . 504 41 5
Ilha de Paquetã 1 . 177 1 . 517 1 . 260 29 - 17

T o T A L 1 12 . 695 137 .078 235 . 291 22 72

* Incluída no Censo de 1821 como Freguesia Rural .


** - Inclui o Distrito da GlÕria .
*** - Aumento populacional d evido ã insta lação de unidades mi l i tares na Fre
guesi a , ver LOBO , Eulália Mar ia Lahmeyer 1 op . c i t . , vo l . 1, p. 252 .
FONTE : 1 Bras i l . Ministério dos Negócios do Impér io . Relatório do Mini s terio
dos NegÕcios do lmperi o , Ses são Ord inária. Rio d e Janeiro . Typogra
fia Nacional , 1839 . Apud,LOBO , Eu lâl ia Mari a Lahmeyer , História dÕ
Rio de Janeiro (do capital comercial ao capi tal industrial f inancci
ro) . Rio de Janeiro , I BMEC , 1 978, vol . l , p . 13 5 .
lbid , p . 1 3 6 .
3
lbid , p . 360 .
38.

como · "s em profissão def ini da" ( 1 2_. 5 36 hab i tantes) . O que esse quadro ge ral
permi te perceber é o afas t amento gradual das camadas pob re s do ant igo núcleo
central para sua peri feria i� di ata, S an tana e Santa Rita, que englob am as
areas por tuári as , de armaz éns e corti ços .

A fregues i a da Lagoa ê como se di sse , aque la que re gis tra o


maior cres cimento re lativo de popul ação . Es s a tendência que se afi rma no
perí odo 1 838-1 870 havi a se esbo çado no perí odo an terior ( 1 821-1 838) quando s e
re gi st rou taxa prÕxima à mai o r , ve ri fi cada na fregue sia d o Engenho Velh o , a-
re a per i féri ca a o cent ro de incorporação seme lh ante a Bot afogo .

E s se cres ci mento da f regue s i a da Lagoa vai cont inuar no período


pos terior ( 1 872-1 890) - ( t ab ela 4) - p orem as taxas mai s b aixas . Neste Úl ti
mo período d o s é culo XIX , a L agoa seri a , aind a as s im, a terce i ra fregues i a ur
b ana quanto ao cres cimento relativo da p opul ação ( 11 1 %) , ape s ar de , j ã em
1 890 , dela t er s e desmemb rado a fregues i a da Gâve a.

3.2 Conteúdo Soci al do Bairro

Os dados disponíve is que informam sobre a comp os i çao s oci al d as


divers as fregue s i as da cidade d o Rio de J aneiro em 18 70 dizem respe ito às pr�
fi s s Ões de s eus h ab i t antes , acres cend o ainda e s t arem grupadas em categori as
que congregam s egmentos de "s tatus " e s i tuação e conômi ca divers os ; ainda as ­
sim tent aremos através deles ret ratar o conj unto soci al do b airro . P ara s ua
análise f oram agre gadas as profi s s ões em grupos homogêneos que , quant o à pop�
lação livre , arb i tramos como "segment os dominantes" , "mé dios " e "inferi ore s "
aos quai s somam- se a s re lati vas aos "es cravos at ivos" e o s "sem p rofi ssão"
ou "não ativos " ( tabe l a 5) .

O result ado des s a agregação ê me rament e aproximat ivo inclus ive


porque cert as categori as profiss ionais , como a dos comerci antes por exemp lo ,
congregam divers as camadas so ciais . H a tanb ém outras i mp erfe ições de ori­
gem: o próprio re l atóri o do Ce ns o de 1 870 adverte quanto às di s torçÕe s a
que a categori a "capi talis tas" poderi a l evar , p o i s ne l a f oram compu tados ape­
nas aqu e les proprietári os que não se enquadravam i gualmente em nenhuma out ra ·
categoria (profi s s i onal ·liberal , ecle s iâs t i co r etc. ·- · ) e s t ando pois subdi -
mens i onad a. C om tudo i s s o , no entant o , tomaremos e s s a agregação como val i da
para operaci onal i zar a anal i s e e forne cer uma prime i ra aproximação da comp os.!_
39 .

TABELA N.Q 4

POPUL1WÃO RES IDENTE E �AXA DÉ CRESCIMENTO DEl-lOGRÃFICO DAS


FREGUESIAS DO RIO DE JANE IRO (1872 � 1890)

POPULAÇÃO RESIDENTE TAXAS DE CRESCIMENTO


FREGUESIAS
1872 1 890 1872-1890

FREGUISAS URBANAS 2 28 . 743 429 . 745 88


Cand elária 1 0 , 005 9 . 701 - 3
são José 20 . 282 4 2 . 017 107
Santa Rita 34 . 835 46. 161 33
Sacramento 27 . 077 30 . 663 13
Glória 22 . 485 44 . 105 96
Santana 38. 903 67 . 533 74
Santo Antônio 2 0 , 693 37 . 660 82
EspÍrito Santo 14 , 130 3 1 . 389 122
Engenho Velho 1 5 . 7 56 3 6 . 988 135
Lagoa 1 3 . 61 6 28. 741 111
são Cristóvão 10 . 96 1 2 2 . 202 103
Gãvea 4.712
Engenho Novo 27 . 873

FREGUISAS RURAIS 46 . 22 9 92 . 906 1 01


Iraj ã 5 . 910 1 3 . 130 122
J acarepagua 8 . 218 16 . 070 96
lnhauma 7 . 444 17 . 4 48 135
Guarat iba 7 . 627 1 2 . 654 66
Campo Grande 9 . 74 7 1 5 . 950 64
Santa Cruz 3 . 01 8 ' 10 . 954 263
Ilha do Governador 2 . 856 3 . 991 40
Ilha de Paquetã 1 . 409 2 . 7 09 92

T O T A L 274 . 97 2 522 . 651 90

FONTE : Recenseamentos d e 1 8 7 2 e 1890 . Apud , ABREU , Mauríc i o , BRONSTEIN , Ol­


ga. Polít icas Púb l i cas Es tru tura Urbana e Dis tribui ão de Ponula
ão de Baixa Renda na rea Me tropo l i tana do Rio de J_aneiro, IBAH, CPU,
1 7 • pg . 7 •
TABELA NQ 5
ESTRAT IFICAÇÃO SOC IAL NAS FREGUE SIAS URBANAS DO RIO DE JANEIRO EM 1 8 7 0 .

SANTO ESPÍRITO I ENGENHO SÃO


URBANAS CANDELÃRIA SÃO JOSt'. SANTA RITA SACRAMENTO GLÕRIA SANTANA 1 1 LAGOA 1
CRI STÕVÃO
ANTONIO SANTO VELHO

Hab . ,: Hab . % Hab . ,: Hab . % Hab . % Hab . ,: Hab . ,: Hab . ,: Hab . ,: Hab . ,: Hab . %

· Segme n t o s D0mi ri.=tn t e s 29 0,3 170 0,8 103 0,4 135 0,5 270 r, 5 212 0,6 1 53 0,9 1 09 1 ,0 122 0,9 1 28 1,1 128 1,4

Segmentos Méd i o s 4763 51,6 4439 21 , 9 5 3 54 22 , 5 5 1 47 21 , l 3435 1 8 , 4 4830 1 4 , 8 3005 17 , 2 1 2 9 1, 1 2 , 0 1332 10 , 1 1813 16 ,0 ll. 7 5 1 5 , 9

Segme n tos I n f e r iores 975 10 , 5 6582 3 2 , 6 8581 3 6 , 0 8 1 93 33 , 5 4 4 4 2 23 , 8 1 03 7 7 3 1 , 7 4395 25 , 2 5 6 8 3 52 , 6 3294 25 , 0 3981 35 , 2 2 2 5 3 _ 2t. , 3

E 5 c r avos At ivos 1896 20 , 5 2994 1 4 , 8 2474 1 0 , 4 3853 1 5 , 8 3485 18 , 7 2940 9,0 2506 14 , 4 1488 1 3 , 8 2943 2 2 , 3 2091 18 , 6 1 6 1 1 1 7 , t.

r;ão A t ivos 1576 17,0 6045 29 , 9 7298 30 , 7 7 101 29 , 1 6992 3 7 , 6 1 4 3 2 7 43 , 8 7368 42 , 3 2 2 2 2 20 , 6 5504 4 1 , 7 3 2 9 1 29 , 1 3805 t. 1 , 0

T O T A L 9239 100 20230 100 238 10 1 00 2 4 4 29 100 18624 100 3 2 6 86 100 1 7427 100 1 0 7 9 6 100 1 3 1 9 5 100 1 1304 100 9272 100

FO�tTE : Bras i l , �! ín i s t ér i o dos NegÕc ios do ImpÉir io . RelatÕríos do Mini s t é r i o dos NegÕc ios d o Impér io -
a p r c s � n t ados ã 2� r. 3� Ses são da 1 4 � Legislatura pelo Minis tro e Seêretârí o d e Estado dos�­
cTÕsd·Õ Impér i o . Rio d <? J aneiro , Imp . Naciona l 1 8 7 0/ 1 8 7 1 - Apud LOBO , Eul á l i a Maria Lahmeyer ,
��-

.:-
/; 1 •

ç a o s o c i a l d as d i ve rs a s f r e gu e s i as da c j d a de e , p a r t i c u l a rme n t e da Lago a . ln

tegrando os " s e gme n t o s d omi nan te s " f o r am a g rup ad o s os " p rop r i e t ár i os " e os

" c ap i t al i s t a s " ; nos s e gme n t o s mé d i o s "e c l e s i ás t i c os " , "mi l i t are s " , " empre g�

d os púb l i c os " , " prof i s s õ es l i t e r ár i as " , " c ome r ci ante s " - q u e ap e s a r de sua

comp os i ç ão i n te rn a d i fe r en c i a da c on g re gavam um ma i o r núme ro os p e q ue n os e me­

d i as repr e s e n t an t es -, " l av r ad o r e s " - j á que d ad a s u a · l o c a l i zação urb a n a e

comp o s t a por pe quenos p r op r i e t ár i o s maj ori t a ri ame nte "marí t i mos " e " agê n -

ci as " . Nos s t gmen t os i n fe r i or e s , p or s u a ve z , f o r am i n c l u í d os os t r ab a lha

dore s d as cat e go r i as " p e s c ad o re s " , " man u f a t u r as , a r t e s e o f í c i os " , e "s e rv i -


- •
ços d ome s t 1 c o s .
11
J á os e s c r avos a t i vos f o r am cons i de rõd os i s o l ad amen t e e

a c a t e gori a " s e m profi s s ão c onh e ci d a" ( e ng l ob an d o e s cravos i n a t i v os , mu l h e re s


e c r i anças me nore s d e 1 4 anos ) p as s ou a c omp or o s e gme n t o d os " não at i v os " .

Den tre os p e rf i s d as f re gue s i as , c omp o s t o s a p ar t i r dos s e gmen­

t os s o ci ai s res u l t an te s d as ag rup aço e s acima , o d a G l ór i a a cus a , comp ar a t i va­

me n t e , a mai or p art i c ip açao p e r ce n t u a l d a c at e go r i a " s e gmen t os d omi nan te s " .


A s e gunda ma ior p art i ci p a ç ão f i ca com a f re gue s i a de S ão C r i s tóvão e a t e r c ei
ra c om a d a L agoa . A s i gn i f i cação d e s s e r es u l t ado p a r a a f re gue s i a da Gl Õri

a e d es t acad a p e l o f at o d e não s e r e l a a f re gue s i a mai s popu l o s a ( é a q ui n t a

e m o r d em d e c r es cente ) e , ai n d a as s i m , re uni r o · mai or núme r o ab s o l u t o d e p e s s �

a s n a c a t e go r i a " s e gme n t os d omi n an t e s " . A e xp re s s ão do p e r cen t u a l de p arti:_


c i p aç ão d es s a c a t ego ri a no p e rf i l d a f re gue s i a d a L agoa pode s e r av a l i a d a ,

comp ara t i vame n t e por s u a ve z , p e lo núme r o ab s o l u t o d a c atego ri a - i gu al ao

d a f re gu es i a de São Cr i s tóvão - e p e l o po u co-- êxpié s sivo con t i n gente pop ul aci_

ona l q ue ab ri gava no qu adro d as f r egue s i as u rb anas (e a o i t av a em o rdem de

cres c e n t e d e n t re as on ze l i s t ad a s ) o q u e da a e s s a p ar t i ci p ação prop or ci onal

dos " s e gme n t os d omin an t e s " uma e xp re s s ão ainda mai or no p e rf i l da f re gue s i a .

Com r e l a ç ão a e s s a c a t e go r i a s up e r i or d os se gue n t e s s o ci ai s e

cu r i o s o no t ar que no quad r o g e r a l da c i d ad e , a s f re g ue s i a s c omp o ne n t e s do nu-

c l e o de cons o l i d ação mai s ant iga ( C and e l ár i a , S a c r amen t o e s ã o J o s é) acu s am


o s menores Í n d i ces d e p ar t i cipaçao : b o uv e aí , Ób vi ame n t e uma di s t orção p r�
v o c a à a p e 1 a a g re ga ç ão q u e re s u 1 t ou na c a t e go ri a " s e gme n t o s d omi nante s " ao ex-
c l u i r o s come r c i an te s , mai s n ume r o s o s ne s s as fre gues i a s . Ai n d a as s i m , es se
q u a d r o p are ce indi c ar a tendên c i a das cl as s es mai s ab as t a d a s de se t rans fe ri­

rem p ara as f re gues i as u rb an a s p e r i f é r i cas , como Gl óri a e L ago a no v e t or s u l .

Os re s ul t ad os re f e re n t e s à agre gaçao q ue ge r ou o s " s e gmen t os me


d i o s " p are cem prej ud i c a d o s p e l a i n c l u s ã o d os " come r ci ante s" . C om e fe i to e s -
·'4 ':! .

s e s r e s u l t a dos s ao "pux a d o s p a r a c i ma" n a s f re g ue s i as on d e e s s a c l a s s e e

ma is nume ros a . D e s s a forma e n as f r e g u e s i as da Cand e l á r i a , São J o s é , S an­

t a Ri t a e S a c r ame n t o q ue as p ar t i c i p açÕes de ca t e g or i a " s e grr.en t o s mé d i o s " na

c ompo s i ção do p e rf i l s o ci al das f r e gue s i a s , apre s e n t am- se m ai o r e s ; s e guem- s e

as pa r t i c i pa ç oe s da G l ó r i a , S an t o An t on i o e L ago a , ne s s a or d em .

Quan t o a o s " s e gme n t o s i n f e r i o r e s " as mai o r e s p ar t i c i p ações c om

p a r at ivas de categ o r i a e n c on t r am - s e n a s f r e gue s i as d o E s p i' r i t o S an to - Rio

Comp r i d o e C a t umb i at uai s -- , S an t a R i t a e Lagoa ne s s a ord e m . O p r i me i ro

me nor p e r c:en t u a 1 c ab e à C ande l â r i a , s e g u i ndo-se a G l Õ r i a , o q u e c on f i rma s e u

"s t a t u s " como âre a r e s i den cí al d a e l i t e .

A part i ci p aç ao d a c ate gori a i n f e r i or no p e r f i l da f re gues i a d a


La go a é b as t an t e e x p re s s i v a , p r i n c i p a l me n t e s e l e varmos e m con t a o s e u con­
t i n ge nte ab s o l u t o , e q u i p a r áve l ao da f r e gue s i a do E n genho Ve lho ( q ue por s u a ·

ve z reúne tnna p opul a ç ão t ot a l t amb ém b as t an t e p róxi ma à s ua) . Uma e xp l i ca-

ç ao para e s s a p re s e n ç a s i gn i f i cat iva da c a t e go r i a é a componen t e " s ervi ç o s d�

mé s t i c os " que reune um c ont i n gen t e roúi to grande n a f re gue s i a d a L agoa ( 2 4%


da sua p o pu l a ção l i vre) , o q u e e s t a r i a de a c o r d o c om a f o rma d e o cup a ç ao ca­
ract e rí s t i c a : p e nnan e n c 1 a de g r andes ch á caras com cri adagem n ume r os a .

Quan t o à popul ação e s crava a t i v a de s t aca-s e s u a p ar t i c i p aç ão

ab s o l u t a e re l at i va n a f re gue s i a d a G l ó r i a . Os "n ão a t i v o s " t êm mai o r p ar -

t i c ip a ção em S an t ana , S an t o An toni o e En ge nho V e l h o .

E s s e qu adro e s quemát i c o d o p e rf i l s o c i a l d as f re gue s i as urb a

n as p are ce conf i nn ar uma p r i me i ra te ndênci a d e concen t r a ç ão e s p ac i al d as c a­

madas i nfe ri o re s na f re gue s i a de S an t an a e d as mai s ab as t ad as na f re gue s i a d a

G l óri a . Ent re t an t o numa s o ci e d ad e e s c r av i s t a , com e s t ru t u ra mui t o e s t r a t i ­

f i cad a , não s e con f i gu r am e s p a c i a l men t e d i f e re n c i a ç õe s mu i t o g r and e s d e áre a

p ara áre a e m função d e s u a comp o s i ç ão • . t o que s e pode p e r ceber pe l a com­

p araç ao e n t r e s i dos p e rf i s s o ci ai s d as d i ve r s as f r e gues i as , ob t i d a p e l a j u�

ta po si ç ão d a s p ar t i c i p a ç o e s p r op or ci on ai s dos d i ve r s os " s e gme:: n t os " : t odos


os p e r f i s s ao mui t o p róximos e c om pou cas var i açõ e s s i gni f i c a t i v as em t o d as

as f re gue s i as .

Out r o i nd i cad o r de s s a nao s e greg a ç ao e s paci al marcada é o q u a­

d r o da pop ul ação r e s i den t e nos c or t i ç o s ( t abe l a s 6 e 7 ) . Ape s ar de concen­

t r ada nas f r e gue s i as da p e r i f e r i a imed i a t a do cen t r o , e s s a p opul aç ão s e d i s -


4 3.

TABELA NQ 6

DI STRIBUIÇÃO ABSOLUTA E RELATIVA DA POPULAÇÃO QUE RESIDE EM CORT IÇOS


PELAS FREGUESIAS U�BANAS DO RIO DE JANEIRO ( 1868)

% DA
PARTICIPAÇÃO DA POPU
POPULAÇÃO LAÇÃO DE CORTIÇOS
POPULAÇÃO DA FREGUESIA
FREGUESIAS POPULAÇÃO NA POPU
DA QUE MORA QUE MORA LAÇÃO TOTAL DOS COR::-
URBANAS FREGUESIA EM CORTIÇOS EM CORTIÇOS TIÇOS
(1870) (1868)

Candelár ia 9 . 239

são José 20 . 220 2 . 022 10 9

Santa Ri ta 2 3 . 810 2 . 763 12 13

Sacramento 24 .4 29 693 3 3

Glória 18. 624 2 . 37 6 13 11

Santana 3 2 . 686 6 . 458 20 29

Santo Antônio 1 7 . 4 27 3 . 558 20 16

Espír ito San to 1 0 . 796 1 . 91 8 18 9

Engenho Velho 1 3 . 195 7 69 6 4

Lagoa 1 1 . 304 733 6 3

são Cri s tóvão 9 . 272 639 7 3

T o T A L 191 . 002 2 1 . 929 11 100

FONTE : LOBO , Eu lália Mar ia Lahmeyer . His tória do Rio d e Janeiro (do ca
pital comercial ao capi tal indu str ial f inanceiro) . Rio de Janeiro,
vol . 1 , páginas 360 e 440. Apud ABREU , Mauricio, BRONSTEIN , Olga ,
op . ci t , pg. 63 .
4 :, .

TABELb. N9 7

RlO DE JANE IRO :


( 1 ) - PARTICIPAÇÃO DA POPULAÇÃO DAS FREGUES IAS URBA:--; AS QUE MORA EM CORTI ÇOS
EM 1 868 NA POPULAÇÃO T OTAL DAS FREGUESIAS EM 1 8 7 0 ;
( 2 ) - PART I CIPAÇÃO DA POPULAÇÃO DAS FREGUESIAS SOBRE O TOTAL DA POPULAÇÃO UR­
BN:1A EM 1 87 0

FREGUESIAS URBANAS (1) ( 2)


%

Cand e l ã r i a 5

são Jose 10 10

Sant a R i t a 12 12

Sacramento 3 13

Gloria 13 10

Santana 20 17

San t o Ant onio 20 9

Espír i to Santo 18 6

Engenho Velho 6 7

Lagoa 6 6

São Cr i s t óvão 7 5

FONTE : - LOBO , Eul a l i a Mar i a Lahmeyer . H i s t or i a d o R i o d e J an e i ro ( do capi ­


t a l comercial do capi t al i nàu s tr i �l e f i nanc e i ro ) . R i o d e Jane iro ,
vol . 1 , pgs . 360 e 440 .
tribui e m s e gu i d a p e 1 a q u ase t o t a l i d adL' d as f re gue s i as , mant endo a me s ma pr�
por çao em relação às suas respe c t i vas popul ações , o que confi rma que a s e gre ­
g a ção espacial das c�nadas soci ais ne sse p e r í odo era pouco rí gi da.

Q uanto à f re guesia da Lagoa mai s especi fic amente , o que o qu�


dro i ndi ca é uma divers i fi cação s o c i al ev i denci ada por sua participaçao pro-
porc ional comparati v a se mpre muito eh� re s siva em quase todas as catego r i as,
mas o de staq ue cabe aos "segmentos i nfe ri o res" , ao contr ári o do que concensu­
al mente sempre se afirmou , ao cons i derar o b airro de B otafog go - ne sse pe ri�
do a Ú nica porção e xpre ssi va de f re guesi a da Lagoa em te rmos urh anos - como
uma irea res i denci al es sencial mente ari stocrát i ca .

A anali se das cate gorias profi ssi onai s agregadas -consi deradas
como um indi cador aprox i mado da composi ç ão soci al de cada freguesi a - pode
ser enr iqueci da se forem consideradas apenas as ocupações de "per se" ( ta
bela 8) .

As cate gori as as si m anali sadas contribuem para ·a compreensao do


conte�do soci al_ de cada fre guesi a e de sua função econômi ca no quadro da ci da
de. Dentre as cate gori as profi ssionai s indi cadas pelo Cen so de 1870 a dos
"comerci an tes" acusa os mai ores cont i ngentes em todas as freguesias, re fle­
tindo-se a função pri nci pal da cidade. I sso e particularmente sign i fi cati ­
vo nas fre guesi as da ci dade velha - Cande l ária, Sacramen to, São José - onde
seus contingentes superam em mui t o as cate gori as "capi tali stas" e "proprietá­
rios" .

A presenç a de lavradore s em todas as freguesias urbanas, apesar


de mais rarefe i t a nas freguesias da cidade velha, demonstra a convivência de
ativi dades urbanas e rurais, que vi ria a ser rompida pela posterior acelera -
ção do processo de urbani zação.

A cate goria "sem profissão conheci da", por sua vez , congrega os
maiore s con t i ngente s populacionai s em oi to das dezenove freguesias e é i gu al­
mente expressi va a cate gori a serv iços domésti cos, confi gurando-se uma propo.E_
çao mui to grande de i nat i vos e de mão-de-obra nao inte grada diret amente ao
si stema econômico . E m contraposi ção , à essa época já era b astante si gni fi c�
t iva a part i ci pação da ocupação em "manuf aturas , artes e ofícios", notadamen ­
te nas freguesi as do centro.

A freguesi a da Lagoa em parti cular reune uma numerosa classe


46 .
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4 7.

de comerciantes , s eme lhante em proporç ao à d a Gl Õri a, mas ainda mui to di stan


te das verificadas nas freguesias do centr o e e igualmente s ignificativa a
participação de "proprietári os " e "capi talistas " , t ambém secundando a da fre
guesia da Glori a aquela que mai s concentra essa camada da população em toda a
cidade .

O conti nge nte populacional ocupado nas manufaturas , artes e ofÍ


cios e também s igni ficativo na fregue s i a da Lagoa porem dos menos expres s ivos
em re lação às demai s fregues i as , notadame nte a da Gl oria . � importante ser
re s s altada tanbem a presença mui t o grande de' l avradores na f regues ia da La­
goa: no quadro das fregues i as urb anas , é aquela que congrega o maior contin­
gente des sa ocupação, com uma participação de mão-de�bra escrava _. ,.. bastante
grande e tendo as mulheres livres com a maior participação na categoria. Por
ou tro lado, levando-se em conta q ue nas freguesi as do centro e nas da GlÕria
e Engenho Velho j á não ha prat icamente escravos lavradores e que dentre as
fregues ias rurai s des te período - onde e s s a parti cipação de mão-de-obra es ­
crava e maciça - Jacarepagua, por exemplo, não acus a escravos nes s a ativida-
de , tudo sugere que a freguesia da Lagoa , em termos funcionai s , ai nda es ta
mais d i s t ante da caracterís ti ca urbana do que as demais freguesias urbanas do
período, ai nda por as sim di zer , li gada ao seu pas sado rural , de que a fase
1 838-70 ainda traria alguns res í duos em termos funci onai s . A Gavea, a essa
epoca, ai nda era es sencialme nte rural , reforçando essa condi ção de faixa de
transição rural-urbana que a fregues i a da Lagoa ainda apresentava em 1 870 .

Ai nda quanto à compos i ção s ocial , o levantame nto reali zado em


16
1 876 , tendo por base uma amost ra de 16 . 000 votantes , confirma o perfil s o­
cial das fregues i as da ci dade delineado a partir dos dados de 1 870 , em especi
al o que f oi vi s to em re l ação à fregues i a da Lagoa� ( tabela 9) . Segundo es-
7 • - - •
ses dados 1 , dentre as f regues i as do Centro e a Candelari a que congrega
mai or numero de vot antes da categoria "patrõe s " e é , p or consegui nte , a
detém a mai s alta renda me dia dentre tod as as fregue s i as da cidade
vame nte os mai s abastados locali zam-se em são José no ent anto) .

A freguesi a de maior numero de votantes e a de S antana, compos­


ta maj ori t ari amente por "trab alhadores urbanos e artesãos " e a de menor renda
anual; e também a fregues ia da ci dade que congre�a mai or numero de "trabalh.!_
dores urbanos artesãos " e "empregados a servi ço do E stado" , esses Últimos pe.E_
tencentes aos es calões i nferi ores dada a sua b aixa renda anual, o q ue confir­
ma sua pos ição anterior entre os s egment os mais pobres da população.
TABEJ..A 9
ESTRUTURA OCUPACIONAL E .DISnIIIUIÇÃO DE RENDA NA CIDADE 00 RIO DE JANEIRO • 187 6 ,

ACRICUL TRAB� EMPREGADOS EMPREGADOS EMPREGADOS PATRÃO DE PROFISS�ES DIVERSAS SERVIÇOS


TURA E LHADOR.ES E!4 A SERVIÇO A SERVIÇO l,\GRlCtn.TURA , LIBERAIS E FUNÇÕEB -DE ES<:RAVO SEM
DE EMPREGOS INDUSTRIA ,
ATIVIDADES URBANOS E TRANSPORTES DO ESTADO E ENTIDADES COX!'.RCIO E QUADROS FISCALIZA• E PROFISSÃO
LOCALIDADES ES'TllATIVAS ARTESÃOS r0BLICAS E FUNÇÕES ÇÃO � T� DOMESTICO
PRIVADAS INFERIORES
,. llALllO
x IM m X IH ($) X IM ($) X IM ($) X I M ($) X I M ($) X I M ($ ) X IM ($) T 1 D E 1 L N 1 M

Campo Grande 490 254 39 207 - - 4 2 U69 1 1000 10 917 8 1625 - - 2307 281 560 1852 650 408$923
1
Cuaratiba 763 230 54 251 2 200 1 300 6 266 65 428 8 930 5 300 1428 255 443 1252 912 252$�31
lnhaú11a 138 680 289 677 8 712193 1337 17 1816 147 1554 34 2 � 2 3 7 600 1039 469 235 1228 834 295$630
Irajá � 351 305 124 382 11 354 30 11 87 80 451 51 853 1 2 1318 5 480 1491 1182 467 1932 658 436$869
Jacanpaguã 718 231 76 205 - - 6 783 1 1 363 30 676 12 891 4 1 150 2523 588 2422 2740 853 264$185
Santa Crus 161 221 , 35 208 - - 2 900 17 878 22 350 3 1233 - - 1529 1122 219 847 220 295$630
Governador 169 296 38 838 5 400 7 1085 4 410 40 707 11 672 6 283 617 238 109 697 277 455$323
Engenho Novo 6 1216 172 7 18 4 1750 245 1642 36 1427 150 1098 66 2651 - - 671 1 : 684$351
câvea 28 228 22 853 - -• 22 2877 23 733 49 207 7 20 • ,3'530 1 200 165 1 : 630$060
Lagoa 17 223 65 364 , 1.5 400 217 1548 39 10()2 159 2163 108 2716 s 1240 2248 1 834 442 2849 626 1 : 687$060
Engenho Velho .5 920 111 4.56 6 700 151 207.5 1 1 2018 111 3248 60 3055 1 360 3430 2629 863 4641 458 2 : 078$060
Glória 7 582 657 667 21 978 368 2464 15 1805 335 4131 2 17 5152 5 980 3.54 � 2670 361 663 1 1626 2 : 491!$5 1 1
Paq11etã 22 209 27 231 1 600 10 630 4 425 34 1020 4 ,1650 - - . 451 492 -1 85 105 582$380
são Cd1tõvão 50· .59.5
1 53 823 20 1616 202 1819 52 1492 173 2884 76 3800 2860 1419 358 3447 734 1 : 946S596
E1pírito Santo - - 58 911 4 1500 212 2083 51 1960 122 3452 103 2463 -2 - 158 11)7 1 248 1974 520 2 : 458$786
Santa Rita 3 653 307. 768, .52 892 180 1567 13 678 21i 1383 53 1806 .. .. 423 1794 2033 5265 831 1 : 17 9$902
Candelíria - - 14 1428 .. - 27 1377 , 164 1047 478 5590 85 4745 - - 193 1 243 215 1361 768 4 : 303$ i25
Santana 14 no 1021 786 99 868 769 1031 86 1327 329 1494 161 2213 6 1203 430� 2476 1791 12536 2�94 1 : 07&$959
são José - - 102 1 229 .. - ·194 2047 3 2 li95 120 5202 74 4598 4
"'l
1280 303� 1 882 319 5726 552 2 : 886S739
Santo Antônio l 1000 198 ,n 31 1423 277 26ló 34 1878 181 2941 l 41J 3587 1 1440 3036 1655 862 65M 87 1 2 : 3 12$C27
-
.- - 356 10'2 31 - 1104 2: 163$867
Sacramento 1040 243 1917 47 2043 302 3333 1 25 3355 4039 3098 590 6511
• 2943 281 3933 721 3 10 9.59 3404 1735 743 1260 3185 3004 1388 3365 52 876
\'
,f:i.. RElll>A (%) ,.i , 1 11\3 j-t " 1 7, 1.1 23 ,S 3 ,7 38,l 18, 6 O,l
1
"POPULAÇÃO (%) 2 1 ,3 ·4 , 6 19,9 8,6 0,3
1
18,4 1 1 '"24 , 6 ,} t� (., 1,,
,
. ELEITORAL 4463S 26398 12537 27993
} 1., ea10-res
1 TMAL · 15, 958 ,- � MAL (S) 2.5,0!13 . 858$00
de� 7 __anos

' FONTE : Li,ta1 de votante, da cidade do ilo dt Janeiro em 1876 - Arquivo do ,.


•il 1 .s:,-
Patrimônio Hi1tõrico de Cidade do iio de Janei ro, 00
Tabe la elaborada pbr Linh1re1 , Maria Yeda in História do Abasteci -
mento � u�al'roblulãcica a,a gye, tão (1518 - 19 18) �&• • 170-1 73 ,
49 .

A fregue s i a da Gl Õri a congrega o segundo contingente da ci dade


em "empregados a s e rvi ço do E s t ado" c om a mais alta renda anual comparativa ,
demons trando reuni r os es calões s uperiores da categoria; detêm igualmente a
segunda pos ição na categori a 11 patrÕes " , com a terce ira renda anual mai s alta
( antes vêm Cande lãri a e são José) ; na cate gori a "profissões liberai s e qua­
dros inferiore s" congrega o maior contingente da cidade e tem a mai or renda
media da categori a; ê também a segunda freguesia na categori a "trabalhado
res urbanos e artesãos " . Confi rma , pois , sua pos ição anteriormente as s ina
lada de fregues i a res i denci al das camadas ab astadas .

A fre gue sia da Lago a congrega um contingente s igni fi cativo de


votantes voltados p ara as ativi dades da agri cu ltura e extrativas e e , dentre
as fre gues i as caracte ri s ti camente urbanas , a que de têm o maior contingente
coro a segunda menor renda media da cat egori a, mos trando serem bastante paupe­
ri zados no quadro do conj unto da ci dade . são poucos aí os trabalh adores ur-
b anes e artesãos comp arados com os d a GlÕria e Engenh o Velho , mas congre ga,
ainda segundo a comparaça� en tre e s s as duas fregues i as , o segundo número de
"empregados a serviços do Es tado" , com renda média mais b aixa no entan to que
e las . Na cate gori a "patrão" , no entanto , ê a segunda entre as três , po rem
ê a t ercei ra quanto ã renda medi a, o me smo aconte cendo com a categori a. "pr�
fis sÕes liberai s " .

O que s e pode veri fi car , port anto, com rel ação ã fregue s i a da
Lagoa , a partir dos dados dessa amostra, ê que , a es sa epoc� e l a nao e a loca
lização preferen cÍal da clas se mai s ab as t-ada , que, comQ---Os dados mos traram,
tem pre ferên'cia pela fregues ia d a GlÕri a . No quadro das fregues ias urb an as
p eri féri cas de expansão res i denci al no período ê ela a que congrega , em maior
número , os es calões médi os de me nores rendas comparativamente . Adicione-se

quadro das suas


._ �-�
ainda a caracterí s ti ca de mante r ne s s e período l avradores de renda bai xa
... .
atividad es ,
.,,__::: ...
càracterísti ca remanes cente do período
no
anterior ,
êomo foi vi sto .

Como conc lusão, no que s e refe re a composi çao s ocial da f regue


s i a no quadro da cidade nes se período , a Lagoa (e aí o b ai rro de Botafofo co­
mo s eu fomponente representativo d adas as condi��s de ocupação rarefei ta d as
demais) não é uma essénci almente aris t ocrát i ca: ao contrari o do que é comum
se ve rifi car nas referências históri cas des fe período. Por mais que , em de
termi nados segmentos do b airro a camada social mai s ab as tada s e mantivesse re
18
s idualme�te. os dados cens itari os mos tram um bairro ne s te p eríodo com acen
50 .

tuada participação de setores mais pobres das camada s medi as e da população


pobre - lavradores ( pequenos proprietários) , pequeno funcionali sroo pub l i co,
artesãos, empregad os em manufaturas e serviços domésticos .

É a freguesi a da GlÕria quem ainda reune os setores mais abasta


dos nest� período, apesar de ter s i d o inc or porada em _um per! odo anteri or de
exp ansão urbana ao da f reguesia da Lagoa . A permanência da atividade agri-
cola no bairro - que s e mos tr ou não ser explicada pela i nclus ão da Gávea,
j ã uma freguesia i ndependente e c omputada à parte - ainda nesse perí od o,
é também um dado peculiar, uma vez que nessa fase, j a servido pel as linhas de
b ondes , o bairro está em pleno período de expansão ( 1840-1 870) e de valori za-
ção de seu solo; seria de se esperar uma imp ortân cia menor deste tipo de
aprovei tamento do solo a exemplo das demai s freguesias urbanas .

A mudança desse quadro sÕ c omeça a ser percebida através do qu!.


dro ocupaci onal das freguesias urba nas de 1 890 ( tabela 10 ) que aponta parti c.!_
paçao elevada das profi ssões lib erai s na freguesia da Lagoa, bem c omo de "ser

e
vi ços domésti cos", "b anquei ros" e "capital i stas " . Em contraposi ção, a part!_
cipação de atividades nas i ndustrias j ã mui to mais si gn ificativa do que nos
levan tamentos anteriores em relaçio às demai s freguesias e- as ativi dades pri­
mári as , por sua vez, perdem sua i mp ortânc ia anterior no perfi l, o que permi ­
te supor uma maior i ntegra ç ão ao espaço c onsolidado como urbano . Com rela­
çao a freguesia contÍ$ua (GlÕria) , esse p eri odo marca uma filtragem das ativi
dades manufatureiras na di reç ão da freguesia da L agoa , que aume nta a parti ci ­
paçao proporcional dessa categoria b em como a do comérci o e profi ssões li be
rai s . O quadro das profissões no perí odo 1 870- 1890 permi te visualizar a
integração gradual da área da freguesia da Lagoa, em termos funcionais e de
composição social no quadro urbano, deixando perceber i gualmente sua estrutu­
ra social diversi fi cada .

4. EXPANSÃO DA OCUPAÇÃO : ABERTURA DE LOGRADOUROS E PARCELAMENTO


DO SOLO

4. 1 A Abertura dos Logradouros

Os cami nhos anteriores aos arruame ntos abertos para fins de pa.E_
celamento tinham como obj etivo est abelecer as li gações da cidade com a Lagoa
c om a Prai a Vermelha e C opacabana. Os mapas da cidade do peri odo entre 1767
TABELA 10
PROFISSÕES NAS PAROQUIAS URBANAS DO RIO DE JANEIRO -
PARTICIPAÇÃO PROPORCIONAL (%) SEGUNDO CONJUNTOS DE CATEGORIAS - 1890

CANDELÃ SÃO SANTA SANTO ESP. ENG9. SÃO ENG9 . FREGUESIAS


URBANAS
PROFISSÕES SANTA SACRA- GLÕRIA
LAGOA GÁVEA
RIA JOSt RITA MENTO ANA ANTONIO SANTO VELHO CRIST . NOVO
extrativa
0 ,1 0,2 0 ,2 º ·º 0�3 0 ,0 o,4 0,7 0,9 0, 7 0 ,2 3 ,9 2,1 0 ,5
,
Indus t ri as pas tori l
agríco l a
man�ra;ureira
lndua tri aa � art u t 1 ca 5 ,0 26 , 0 40 ,9 30,0 19 ,0 25 , 7 25 , 2 29 , 8 16 ,0 20 , � 2 4 ,0 29,2 21, 7 25 , 2
t ran1 porte1
re l i giosos
l
mag i s t é rio
juris tas
méd i cos e afina 4 ,0 18, 8 5,3 4 ,1 9,7 10 , 8 7,3 9 ,0 12,9 12,5 9 ,5 3 ,5 1 1 ,5 9,9
funciona l i s mo
pro f . técni cas

'
es crit ores e j om . •
comércio 70 , 2 18,9 17 ,o 2 8 ,0 16 , 4 15 ,4 17 ,4 14,5 1 5 ,5 12,3 15 ,5 9,8 15 ,0 18, 7
s e rv . domés t i co , 9 ,5 22 , 8 19 , 8 20 , 4 41,3 25 , 1 31,5 29 , o 31 , 2 36, 1 28, 8 24 , 1 33,0 27,5
b onq ue i ro, ,
1 cap i t a l i s t as o ,'1 0, 6 0 ,4 0 ,4 . 1 ,3 0,6 1 ,3 1,4 1 ,6 1,6 1 ,6 1,3 2 ,0 1 ,0

clas ses inativas 0,0 ' 0 ,4 0,2 0,1 0 ,2 0, 4 0, 3 0,4 0,4 0 ,4 0 ,5 - 0,8 0,3
sem p ro f i s s ão
10,s. 12 , 2 16 ,2 17,0 11 ,8 22 ,0 16,6 15 ,2 2 1 ,5 16 ,0 19 ,9 28,2 13 ,9 16 ,9
,. de clarada
·. ' '
TOTAL 100 ,0 100,0 100 ,0 100 ,0 100 , 0 100 ,0 100 ,0 100 ,0 100,0 100 ,0 100 ,0 100 ,0
21
t1,�- ..V.
f SI
. 100 ,o Ml �l100 ,o
o < 14t

FONTE : Recens eamento do Dis t rito Fe de ral , 1890 - Popul ação Clas s i f i cada s egundo as profi1 11 Õe1,
52.

EVOLUÇÃO DO ARRUAMENTO DO BA IRRO

OBSERVAÇÃO

A evolução do arruament o , a se gui r regi s t rada , apoi a-se nos ma­


pas indi cados na Bib li ografi a bem como em outras fontes s e cundári as .

Não se pretendeu aqui uma precisão absoluta de traçado , des


prezando-se concordâncias em curvas ent re cruz ament os ou mesmo l arguras ori g!_
nais dos logradouros , j ã que nos. apoi amos � ? º! dive rsos p e rÍodos , sempre numa
. _
""" �;ma base re cente . As s im sendo a -���luçã�·· aqui' ""i:-e gi s tr:ada pretende
apenas pe riodi zar a ocupação do b ai rro , at ravés da abertura ou prolongamento
,
dos logradouros . Ess a res s alva vale t amb em para os caminhos do século
XVIII , cuj o t raç ado tent a acomp anh ar o das ruas a que de r am origem,· mas que
segurame nte· não tinham es s a exat a conformação .
53.

8
54-

\:
o
\ g
1 •
55.

e 182 1 mostram tres caminhos : o cami nh o de S ão Clemente , o da orl a da ensea


da contornando o morro do Pasmado p ara atingir a Praia Verme lh o. e o do Leme
correspondendo ã Prai a de B otaf ogo e ãs ruas da Passagem, General Severi ano e
Ladeira do Leme 'atuais e o do BerqUÕ , atual General Polidora. t) que se
poderia di ze r então ê que depois da Prai a de Botafogo e da General Polidor a ,
as ruas mais anti gas , por força das ligações que. estabeleci am , são as ru as S ão
20 21 . - . tar-
Clemente e Passagem. O mapa de 1812 J a sugere o canu. nh o que mais
de segui ria aproximadamente a Rua Real Grandeza, mostrando t alvez um acesso
al ternativo ã Praia de Copacabana , j ã nes ta época, por sobre o mor ro da Saud�
de . ,,

A parti r da compra da chácara da O lar ia por Joaquim Leão, es te


abriria em 1826 em seus domínios duas i mport antes ruas : a da Real Grandeza
que · ent ão sõ ia da São Clemente ate a General Polidora ou do BerquÕ - e a
Nova de São J oaquim (Voluntários da Pátria) e desmembraria de suas terras ou-
tras tantas âreas para chácaras . Pe lo que se percebe do mapa de 1812 antes
ci t ado, o traçado da Rua Real Grande za teri a aprovei tado um caminh o j á tradi
(
cional . *)

A dê cada 1840-1850 e a fase de arranque para o acelerado proce�


so de urbaniz ação experimentado nos vinte anos seguintes , cont inuando ate o
início do sécul o XX ; o p rocesso de urbani z ação do bairro espelha os efei tos
do enorme crescimento popu lacional urbano do período 1838-1872 ( 137 ,9%) . f a
freguesia da Lagoa a que , como se vi u , expe rimenta o maior crescimento popul�
ci onal neste período ( 241%) , dent re todas as f reguesias urb anas . A compara �
22 23
çao entre os mapas de 1850 e de 1868 acusa os �fei tos , no espaço , des t�
crescimento; mostra o esp rai amento da malha vi ári a, prati camente dobrando o
numero de ruas no período.

Um testemunho da expansao i nterna do bairro e a cri açao do cerni


tério de São João B at i s ta (1850) , em subst i tuição ao existente na Prai� Ve rme
lha sob a administração da S anta Casa de Miseri cÕrdia, bem como do Hospí cio
de D. Pedro I I em 1852 e a Escola Mi litar em 1860, t razendo para a ãrea um
segmento da fu!)ção ins.ti tu cional t r adi ci onal do centro e inaugurando uma esp�
cial i zação do uso do solo - clíni cas e casas de saúde que se mantem ate
hoj e.

Na enseada, mesmo antes de 1850, "j á se armam b ar racas para ba­


nhi s tas" traz i dos pe las barcas q ue ancoram em frente ã São Clenente , inclusi

6
* CAVALCANTI , acus a sua abertura em 1 820 .
56 .

ve a familia i mp erial que costuma !'r equentá- l a . .Hã hotê i s na Marqu�s de


• . 24 . .
Abrante s frequentados pelos dip lomatas estrange i ros , as soci açoe s re cre ati-
. 26
v as 25 , d isputam-se
' regatas na ens ea d a J -a f amos a em 185 2 , surgem co 1-egios.
27 28 -
e dão-s e aulas parti cul are s , su rgem teatros e grupos am adores e os anun
29
cios para venda de ch ácaras ê frequente

O mapa de 185 0 30 i ndi ca as segui ntes ruas: Botafogo (Marquês


de Ab rantes ) , Cami nho Velho (Senador �e rgueiro) , são C �emente , Estrada do Ja.!:_
dim Botâni co (que pelo tr açado e época tudo indi ca se r a Re al Grandeza) , a do
S acramento (que pare ce ser a Nov a de São Joaquim , atu al Voltmtarios , a do Bro
cou (Gal. Polidora) , a Cop acabana (Passagem) , a Azinh aga do P asmado (Gal. Se­
veri ano) e a indi cação de "ruas que vão à prai a" (de Copacab ana) , refere-s e à
- •
da Pass agem e s eguranente a lade ira do Leme . 31

Na década de 185 0 vari es outros log radouros se ri am abe rtos , o


r
que atesta a rapidez do processo de ocupação u rb an a .

Em 185 3 o mesmo Joaquim Leão , responsável p el a abertura da Vo­


luntári os e Real Grandeza, doari a ã Câmara a Trave s s a do Marques e o Largo
dos Le ões (acessos à sua chácara) . Tambêm ê deste período a abertura da rua
Dona Mari ana.

Em 185 7 veri fi cou-se o prolongamento da Rua Real G rande za 32 a


tê a ladeira dos Tabaj aras (então "do Barroso") , por ini ciativa do propri etá­
rio da área para garanti r ace s so às suas te rras: o pedido foi fe ito ã Câmara
que lhe concedeu re cursos (i nclusive es cravos ) j â que a lade ira do Leme , úni ­
co acesso a Cop acabana àquela época, era "mui to Íng reme , sem condição para as
carruagens das f amíli as 33 • • • Em 1858 se ri am abe rtas as ruas da Mat ri z e
Palmei ras , por doação do p rop ri etário local , a p rimeira obede cendo o ri s co e­
xistente desde 1843 fe ito pelo di retor muni cipal de ob ras "para que esta (a
Igrej a Matri z) me lhor se i mp us esse aos olhos de todos • • • " . Doi s outros coo
j untos de ruas também p ertencem a este período: o primei ro abe rto pelo Con-
selhei ro Bernardo de Figueiredo a parti r de desmembramentos de s ua ch âcara
34
que conf rontava com a orla da enseada, resultou nas Ruas Bamb ina , A s s unção
35
e Mare ch al Niemeyer dando servidão a outras châcaras • • • ; o segundo aber­
to p elo Conselhei ro Simoens , chefe de polícia da Corte , deu origem pouco m ai s
tarde às ruas Paulo B arreto e Sorocab a (no trecho entre Voluntãri os e Gene ral
Polidora ; o tre cho atê são Clemente , primeiro com o nome de Dona Constança sô
ap are ce em 1907) .
S7.

36 -
O mapa de 1 85 8 nao e muito preci so quanto a este ultimo CO.!!_

j unto, talvez ex atamente p or estar recém-abert o, m as registra as seguintes r�


as alem das de 1 850 : rua de Ol i nd a (Marquês de Oli nd a) , rua da B m i na , rua
da Viscondessa (Assunção) , rua · Y.ar echal N iemeyer ( sem nome no m ap a) travessa
do Marques (com o nome de Dona Mari ana) , rua das P almeiras (sem nome no m a­
pa) , rua da Dona Mari ana , rua d a Matri z (aind a sem atingir a Voluntários o
que sÕ oc orreria mais tarde por fôrça de desapropri ação da área confrontante
com a i grej a d a Matriz) , a trav essa de s ão João ( São João Bati sta) , listad a
-
como "rua nov a" 37, rua N ov a de são Joaquim totalmente traçada e j a li gada
à São C lemente, a rua do BerquÕ que ap arece parci almente c om o nome de rua
da Alcântara e a da Azinh aga, j á com o nome de rua do Hosp ício de D . Pedro II .

Este p eríodo de abertura de nov as ruas é de desmembramentos su


cessiv os que c omeça aproximadamente em 1 830 acelera-se , pois, a partir de
1 850 . O que se assiste são os propri etári os das enormes g l eb as quer da
orl a d a enseada quer do i nteri or c om o o d a Chácara de Olari a, abrindo ruas
para dar acesso às nov as chácaras desmembradas a partir das suas . O traça-
do dessas v i as segue a lÕgica d os interesses dos proprietários em assegurar
o acesso às áreas recém-parcel ad as ligando-as ao então eixo princip al - ca
minha de são C lemente - e / ou cri ando um nov o eixo de p enetração rua Nov a
d e São Joaquim - a partir d o qual desmembram as áreas l indeiras em novas
chácaras . O P od er Púb l i co não toma parte nestas div isões: quando mui to ,por
sol ici tação do proprietário , fornece ajuda para abertura da rua e nunca p os­
sui recursos sufici entes para aterrâ-la, calçã-l a ou muni-l a dos melhoramen­
tos necessários . E sse foi � c aso , p or exemplo, da rua Gener al P oli dora on
de foi necessário construir ponti lhÕes e l ançar aterros em função do ri o Ber
quo e suas constantes cheias o que foi feito por subscri ção entre os pr opri!_
tários do local entre 1 841 e 1 846 . T amb ém f icaram a c argo d os proprietári­
38
os o aj ardi namento do Largo do Leões em 1 866 e a abertura da rua da Ma-­
tri z , traçada muito antes pelo d iretor d e obras DJ.1nicip al , mas sÕ executada
anos depois q uando o pr�prietãri o da área doou-a para l ançamento da ru a , te!!_
do havido prob lemas para a desapropri ação de seu trecho fi nal ( de outro pro­
prietário) e a câmara Muni cip al não tendo tido recursos, tao pouco, para a-
terrá-l a ou calçá-l a. O traçado v iário do b airro atual espelha esse dese-
nho espontâneo, resul tado da som a d as i niciati vas i ndiv iduais dos donos das
chác aras no p eriodo dos parcel ame ntos i ntensiv os: ruas sinuosas nas bordas
da planície e quadras roais extensas no seu trecho m ais amp l o .

Apesar dos protestos d os aristocrât i cos e pi oneiros moradores


da or l a d a enseada estav a deflagrad o o proc ess o acel erado de ocupação do
o

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ENTO
00 AR R UAM
EVOLUÇÃO
0
\8 40 - \ 8 6

V'
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ff CGlo .ÔO
C11.
.
59 .

ba i rro : os grandes p r opri e tá rios com sE:us pr Õprios recursos abrem ruas no­
vas p ar a servir áreas de s membradas e que são comp radas por outros tantos a-
ristocratas - Conselh ei ros e Vi scondes como na Rua Assunçao - ou médi cos
e fa zend e i ros - como na Bamb i na.

39
O mapa de 186 4 tem traç adas as mes mas ruas que o de 1858,
com alguns problemas de i mp reci sao , mas demonstra qu e ne sse pe ríodo foram re
- 0
gistrados novos ar ruamentos . J a o mapa de 18 7 7 4 registra
. novos arruamen-
tos apare ce dendo o conj unto de ruas Álvaro Ramos , Ass is Bueno e Arn aldo Qui E_
tela abe rtas e m 1 8 75 po r i nici at i va do Ban co Industr ial Me rcant il j unt amente
com as ruas Fernandes Gui marães, São Manuel, Rodri go de Bri t o , Oli veira Faus
- - . 41
to e T ravessa Pepe, des membradas da chacara Isabelopolis Em 1 8 7 2 , por
ini eia t i va dos i rmãos F arani ( *) , ini ci al mente j oalhei ros e depoi,s empreend�
dores imob ili ários, foram abertas as ruas Farani , B arão de I tamb i , Jornali s­
ta Orlando Dan t as , Clari sse Índi o do Brasil , e em 1 87 7 as ruas Vis conde de
Carave las, Vi s co nde Si lva, Pi nhei ro Gui marães e Conde de Iraj ã ( * *) Des tas
j ã aparecem i ndi cadas no m apa de 1 8 7 7 a Farani , a Jornal i s ta Orlando Dantas ,
a Barão de I t amb i (não i n cluídas em nossa área de es tudo mas nesse periodo
sem dúvi da li gadas ao processo de expansão do bai rro) a Conde de I raja (t re-
cho) e a Vi sconde Si l va ( t recho) . são I gualmen te desse período as ruas
19 de fe vereiro ( 1 873 - prolongada em 1 889 ) e a rua Aníbal Reis (que nao ap�
re ce no mapa) • De i ni ci a t i va part i cular são as ruas Pauli no F ernandes, Vi-
la Ri ca , Tereza Gui marães e Elvira Machado, em 1880 .

Os moradores em abai xo ass inado ã Câmara Muni cipal (1881) pe­


dem ab ert ura de uma travessa en t re Voluntári os e São Clemen te no t rech o en­
tre Praia de Botafogo e 19 de fevereiro a maior quadra cont ínua do bairro.

A "Planta da Cidade do Rio de J anei ro e de Uma Part e dos Subur


b. 42 . . -
ios 1 87 7 :
11
registra as seguintes ruas alem das regist radas pelo mapa de
Vi s conde de Caravelas , Pauli no Fernandes , Pi nheiro Guimarãe s e Paulo Barre to.

Domin gos Farani e I rmão, responsávei s pelo lot eamento de i núme ras ch aca
( *)
ras neste perÍn<ln, em t oda a ci dade.
(** Cons tam do proj e to ale m das Ruas Visconde de Caravelas (s em at ingi r a
)
Real Grande za) , Vis conde õ a Silva e Vi s conde de Ab ae t e (Conde de I raj a)
a Rua "Nova" (P i nh eiro Guimarães ai nda sem n ome) e 10 4 lo tes.
60 .
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AR RUA MENTO
EVOLUÇ Ã O 00
19 20 • 19 40

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64 .

Em ) 8 90 s ao abe rtas Martins Fe rre ira (em proj eto desde 1 88 1 )


b e m como o p ro l ongamento d a Conde de Trajá a t e são C lemente e Capistrano de
Abreu. Em 1 89 4 por iniciativa parti cu lar e aberta a Diniz Cordeiro e em
1 89 7 a João Afonso t�nbem por ini ci ativa particu lar.

A e struturaçao do ba irro se de u , poi s, no de co�rer do sé cu lo


XIX , mais ace ntuadame nte na sua 2 a . metade , a partir da conso l i dação dos cam1
nhos tradi cionais de acesso às áreas para as quais Botafogo era passage m obri
g a t Õr i a . Com e s ses cami nh os origi nais consolid ados como os gr andes e i xos
estrutura is do futuro bairro , articu l am-se com e l es, no iní cio àa prime ira m�
tade do sé culo XIX, outros do is e ixos fund ame ntais : o que originou mais tar­
de a rua Vo luntários da Pátria e o qu e resu ltou na rua de Rea l Grande za. No
i nterior desse si stema estrutural foi se constituindo , a partir dos desI!lE;mbra
mentos conse cutivos jâ nos meados do sé culo XIX , a mal ha viária interna b ási-
ca do bairro atual que se conso lida nesse periodo. As áreas baixas margi-
nais ao BerquÕ, entre a rua G e nera l Pol idor a e o s contra fortes dos morros qu e
dividem o bairro de Copacabana sÕ na 2 � me tade do sé culo XIX iriam ser in cor
poradas, já que tinham sido tradicionalmente suje itas às cheias constantes do
Berquõ.

Ou tro indi cador de sua difi cu ldad e de ocupaçao e o fato de ter


constituído o primeiro desmembramento f eito a partir da chácara origina l de
D. Cle irente de Mat tos.

Tudo indica qu e nesse final de sé cu lo jã é contudo sufi ci ente ­


mente at raente para a oc upaçao .

4 .2 As Pri me ir as iniciativas Imobil iárias

O dado novo nessa abe rtura de logradouros do final do sê cu lo


XIX ê a ent rada em cena da f igura dos empreendedor es imobiliários . Se atê
cerca à e 1 860 são os próprios donos das �l ehas que tomam a ini ciativa de a­
brir ruas e parc elar s uas áreas , pouco depois, a e ss e s empreendimentos iso l a­
dos vao se supe rpor os das prime iras empresas, como a dos Irmãos Farani ou
dos Engenhe iros Martin� Fer r e ira e Me lo Barre to , ou o pr Õprio Ban co Mer cari -
ti l . 1 st o faz crer que a áre a já ofere cia atra t i vos p ara o lu cro dos empre­
s á rios , o q ue pode s e r r e la c i onado ao surgimento dos bondes ( 1 8 7 1 ) , pois é a
partir dessa data que se dão esses empreendi me ntos. Assina le-se , t amb ém,
q ue h avi a di spon i b i l i d ade de agua n o b a i. r r o d e s de o s p ri me i ros anos d a me ta-
- 43 .
de do s e cu lo e que , d e s de 1 84 7 , B ot af o go e ra se rvi· d o p or i n tens o f l uxo d e
v i agens de transportes col e t ivos (gôndol as , Ôn ibus , b arca s , e t c . • . ) • As ca­
s as em 1 860 j ã eram serv i d a s p e l a i l umi n a ção a gâs , serv i ç o i ns t al ado no ce n­
tro da c i d ade em 1 85 4 .

É s i gn i f i ca tivo o anGn c i o do C orre i o Me r c an t i l de 26 / 10 / 1 856 re


f e r e n t e à rua B ainb i na :

" ve nd em-s e às braças t e rrenos a t e rr ad os e p l an t a d os de cap i m :


me dem 5 0 b raç as de fund o , em b o a p l aní cie e com ri o den t ro ;
l u gar aprazível próximo ã p onte d as b arcas , p on to dos ormn
bus e gôn dolas , e de grande vant agem para e d if i c ação, po r h a
ve r ã p ouca d i s tânci a p e d r a , b ar ro e are i a . "

É pois , a p ar t i r de 1 87 0 q ue a açao p ri v ada e dos empreende do­


re s imob i l i ári os ê mai s ace n t u ada e as l i nh a s de bonde re cém-in augur adas no
b ai r ro des empenh am p ap e l fund amen ta l - na mob i l i z ação de s s e i n te res s e .

4.3 O P ape l do Bonde

A prime i r a l i nh a de b ondes inaugurada em outubro de 1 868 , p a.E_


ti u do centro p ara a Z on a Sul (rua d o Ouvi d o r - l argo do Ma chado) e pouco
mai s de um mês depoi s j á a t ingi a a p rai a de Bo t afogo na e squina de Marquês de
44
Ab rantes e logo em s e gui da a de Vol untár i os Em 1 8 70 a l inh a de Voluntã
r 1 os e acres ci d a dos b onde s abe r t os , dos mi s to s "p ara c argas e p a s s agei ros " ou
p ara "b agagem e d es calços " e em 1 8 7 1 j â s e i naugurava a l i nha d o J ardim Bo tâ­
ni co . Em 1880 os bondes j â ci rcul am p e l a Voluntários em t r i lhos e em 1 884
são mu l t i p l i cados com o s urgimento dos " caradura s " . O re gi s t ro d as linh as
em t ráfego em 1905 mos t r a tod as as grande s vi as e s t ruturai s do b ai r r o servi ­
d as pe l os bondes .

A ma ior c ap ac i d ade para carga e p a ss age i ros , a mai or rap i de z e


o conforto das vi agens em re l a ção às out ras mod ali à a des de t r an sp or te col e t i ­
v o fi ze ram com que e s t e t i p o de tran sporte s e d i s s emi nas s e rap i d ame nte e se
torn as s e no impo r t ante e l emen to i ndu to r da expan s ao urb an a , não ape nas da Zo-
na Su l , a l i á s . O que e i n t e r e s s ante no t ar ê q ue o e s t ab e l e ci ruén to de sse no-
vo me i o de transporte de corre de uma racion a l i d ade d i f e ren te d o s p roj e t os das
n6 .

l i nh as an teri o r e s , ou s e J a , s ua inrp Lr n t a)ão ohEc d e c e a um p l an ej ,1ire nto an t e ri


or onde e av a l i ada a ren tab i l i dade do proj e t o .

C om e fei t o , os p roj e t os das l i nh as i n t roduzi ra� um fator de i n­


dução da e xp ans ao u rban a , ma s e s s a i ndução j ã e ra con d i c i on ada pe l as po ss ib i ­
l i da de s d e l ucros imc,b i l i ãr i o s de s de l ogo v i s ual i z ados .

O pro ce s s o de ocup açao da Zona S ul q u e encampou Co pacabana , I p�


nema , Leb lon , Gáve a e J a r à i m B o tân i c o t e r i a um ca rát e r d i fe r�nte do que de t e r
mi nou a ocupação d e h o t aÍo go . E m 1 8 70 , q u ando se ins tal a o s e rviço dos b on
des no b ai rro , e l e j a e s t á arre f e ce ndo seu v i o l e n t o surto de e xp ansão exp e r i ­
me n tada nos Últ imos trin t a anos q ue con t i nuara d i nâmi ca ma s j ã a t axas mai s
bai xas ; sua es t rutura vi ári a fu nd ament al j á e s t a l an ç ada , o s s e rvi ços d e i n
fra-e s t rut ura bási ca j ã s ão d is poníve i s . N o c a s o d e Bot afogo , portan t o , ao
con t rári o do re s t o da o rl a sul da ci dade , não f oi o novo s e rviço d os bond e s
o fator d e f lagrador do s u r t o d e urb an i zação expe riment ado p e l o b ai rro . f con
tu do a part i r d a impl ant ação d as l i nh as do novo t ran sporte cole t ivo , nas Úl t i
mas dé cadas do s é cul o que s e intens i f i c a a abe rtura d e novos log radouros mar­
cadamente no pe ríodo 1 86 0-1900 nas faixas das en cos t as dos morros do cordão
de Copa cabana ( mo r ros de s ã o J oã o e da S auda de) e q ue s e dive rs i fi cam as at i ­
vi dade s , ao l ongo d os e i xos de p as s agem de s uas linh as .

A t ab e l a 11 q ue d emons t ra as l i cenç as con ce di das para t r ans a-


çÕe s imobi li ári as na rua das Palme i ras entre 1 85 8 e 1 89 2, t e s temunh a a d i spo­
nib i l i dade de lotes ate 1 880 , sendo entao g radualme n t e s ub s t i tuí dos pelas
t rans açoes de venda d e p ré di os , d aí a t e o f i n a l d o s é cul o . A s d imensões dos
te rre nos ( tomand o-s e a tes t ad a c omo me di da) di minui r i am s ens ivelme n te ne s te p�
rÍodo f i na l , demons trando um p roces s o ace le rad o de parce l ame nto , os te rrenos
remane s centes d as ch ácaras s e n d o po r sua ve z novamen te d i vi d i dos em pequenos
lotes q ue um mes mo prop ri e t ár i o o r i gi na l p as s a a c ome rc i a l i z ar , mui t as ve zes
através de l e i lão .

O fim do século XIX e a imp l an t a ção das l i nhas de b on de s ao um


marco fundament a l na função do b ai rro de B o t afogo como f re n t e p i one i ra de ex­
pan s ão do ve t o r sul de des envolvime n t o urbano : a p a rt i r da linh a para o Jar
dim B o tân i co em 1 8 71 , atingem-s e , pos t e ri ormente , Ipanema e Leb l on jã em
45
1 906 pe la Ci a . Li gh t and Powe r . Em 1900 , s e gun do No ronha S ant os se rv1 arr.
Bot a.f o go ou a F re gue s i a da Lag oa as s e guintes l i nh as de bonde da Companh i a
Fe rro Carri l Jardim Botâni co : S ã o C l eme nt e , Es col a Mi li t a r , Prai a Ve rme lh a ,
67.

TAJ\t:LA 1 1
LIO:NÇAS CONCEDIDAS Jlt:I.A CÃH/\RA HUNlCl l'AL rAll/\ COMPRA E

vtNllA UI-: PRf.'DlOS E TERRJ.:NOS COH SUA Mr.NSIJltAÇÃO ENTRE 1 8�8 e 1 11!1 2
BOTAJOOO - 11\JA [t.S PJJ. MEIP,A�

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A M O tESPECl Fl CAÇÃO U"S'JºAllA FUltllOS VALOll

1 858 50 br
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1 881 4 . 000$000
4 br n br soo,ooo
1 882 prédio 4. 000$000
2 . 000$000
1 883 3 . 500$000
1 884 t e rreno 3. 000$000
1 885 5 . 500$000
11 D1 33 m 2. 300$000
2 3,65 m 5 . 500$000
1 886 prédio

t e rreno 11 m 500$000
pri.dio 4 . 000$000
1887 3. 500$000
1888
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800$000
" 5. 000$000
t�rreno 19,80 "' 63,80 m 3 . 000$000
ºprédio 1 . 700$000
1 889 3. 000$000
1, .000$000
terreno 8,8 m 3. 000$000
1 890 prédiD 1 4 . 000$000
4 . 500$000
25. 000$ 000
4 . 000$000
2 prédio• 36 .000$000
) 891 prédio 2 . 500$000
" 10. 000$000
1 89 2 " 30. 000$000
l /2 prPdio 4 . 000$000

FO�TE : Ext ractoa de H;1nus cript.os !lnhT1.· Afa ral8C'ntos .

..
• -
-
t e rrcooa dL' um 11111·�nM> pn,pr; .. , �,· i u •
br • braça , c·,1 u i \•tal rntf' n 71n Bl•l"O\i i rn:1daH11" nlc .
68.

C: upacab ana, Largo dos Leões, Gáve a , Jardim Bot ân i co , Real Grandeza e Humai ta.
O "t erritório" de Copa cabana nes sa epoc a ( 1 900) era ainda servi do por pequ�
nos bondes em duas linhas , uma da Siqueira Cam pos ao Leme e ou tra da Igrej inha
ate a Vila Ipanema , li s endo gratis
- •
a con d uç -ao . . . " 45

5. EVOLUÇÃO DA OCUPAÇÃO DA CIDADE E DO BAIRRO

5.1 A Ocupaçao da Ci dade

A expansao res idencial da cidade, medida atraves do cres cin:e nto

-
dos domi c ilios, no período que vai de 1 821 a 1 906, ou s ej a, cobrindo prati ca-
mente todo o s éculo XI X , e regis trada atraves dos dados da tabela 1 2 . o que
es sa s erie temporal permite perceber é o fenômeno j a identificado q uando se

anali saram os dados referentes à populaç ão : regi s tra-se o progres s ivo es va-
ziame nto residen cial das fregues i a s do centro da c idade a partir da Cande­
lária a primeira a acusar o proce sso que, em 1906, j a en c ampa todas as freg�e
s ias centrais in clus ive a de Santana , a qual no decurso do s éculo mantivera um
cres cimento expres s ivo do número de domi cí lios c ongregan do em 1 890 o maior va
lor ab soluto .

A mais expres siva expan sao res iden cial, cres cente em todo o se­
culo XIX , e da fregues ia do Engenho Velho (Tij u ca , Andaraí, Vila Is abel) que
culmi na em 1906 regis trando o maior número abs oluto de domi cilios , segui�
do- se a fregues ia do E spírito Santo (Rio Comprido, Catumb i) a partir de 1 8 70 .

As fregues ias da Gloria e da Lagoa tem seu surto de expansao lo


cal izado no período 1 83 8- 1 870 diminuindo s eu impulso no periodo 1 890-1906. A
expansao cres cente das fregues ias do Engenho Velho e Es pírito Santo tinha, a
seu f avor a dis ponibili dade efetiva de es paço incorporável , ao contrario das
freguesias da Glória e Lagoa, es paços exíguos contidos entre os contrafortes
do s uorros . f igualmente expres s iva a expan são domi ciliar cres cente das fre
gue s :i as (ru ra is no período) de Inhaúma e I r aj ã, s e ndo que a prime ira congrega
o s egUn do maior número de domi cílios em 1906 apontan do j á para o proces s o de
suburbanização (expan s ão oes te) vertigino so do iní cio do s éculo.

A participaçao propo rcional do número de prédi os da s fregue sias


no c onj unt o da cida de, regi s t rada na ta bela 13 confi rma o expo s t o acima . As
maiores participações propo rcionais cabem a Santana e Sacramento ate 1 8 72 .
TABELA 1 2

NOl1ERO DE DOKICfLIOS (FOGOS) E SUA TAXA DE CRESCIHE�'TO


NAS rin=GUESW DO RIO OE JANEIRO ( 1821 /1838/1870/1890/1906)

N !! H E R o DE D o H I e f" L I o s (F o e o S)
FREGUESIAS
182 1 1838 1870 1890 1906
1 1 1 1 1
Cande l ár i a 1 , 4 34 1 . 289 (-10 , l) l . 406 ( 9 ,O) 575 (-59 , l) 695 ( 20,9)

são José 2 . 272 2 . 094 (- 7, 8) 3 . 773 ( 80 ,2) 4 . 083 ( 8 ,2) 2 . 335 (-42 , 8)

Santa Ri t a 1 . 742 2 . 061 ( 18 ,3) 4 . 3Sl ( 1 1 1 , 1) 4 . 514 ( 3 , 7) 2 , 52 1 (-44 , l )

S.11crlllll4!nto , 3. 352 3 , 843 ( 14 , 6) 5 , 788 ( S0,6) 5 . 400 (- 6, 7) 2 , 9 14 (•46 ,O)

ClÕria ... - 854 3 , 146 ( 268,4) 5. 779 ( 8 3 , 7) 5 . 736 (- O , 7)


S an t an a 1 . 351 2 , 528 ( 87, 1) 5 . 461 ( 1 1 6 , 0) 1 0 , 345 ( 89 ,4) 6 . 5 10 (-37 , 1)

Santo Antonio - - 3 , 495 6 , 536 ( 87 ,O) 3 , 489 (-46 ,6)

Eap rri to Santo - - l.972 6 , 051 ( 206 , 8) 6 . 342 ( 4 , 8)

Engenho Velho 546 856 ( 56 , 8) 2 , 143 ( 150 ,4) 5 , 794 ( 1 70 , 4) 10 . 123 ( 7 4 , 7)

Lagoa 246 392 ( 59,3) l .683 ( 329 , 3) 3 , 582 ( 1 1 2 , 8) 5 . 351 ( 49 ,4)

São Cris tóvão· - - 1 . 57 4 3 . 309 ( 1 10 , 2) 4 . 085 { 2 3 ,4)

cãvea - - - 643 1 . 308 ( 103 ,4)


1
1
Engenho Novo - - - 4 . 008 7 . 229 ( 80 , 4 )

I raj ã 376 305 (-18,9) 984 ( 2 2 2 ,6) 1 . 704


1 ( 73,2) 4 , 20 1 (1 4 6 , 5 )

Jacarépaguã 457 640 ( 40 ,0) 984 ( 5 3 , 7) 1 , 429 1 ( 4 5 ,2) 1 . 947 ( 36 ,2)

303 335 935 ( 1 79 , 1) 2 , 42 1 1 (158 ,9) 9 . 140 (277 ,5)


I nhaÚma ( 10 ,6)

Cuaratiba 588 811 ( 37 ,9) 1 . 145 ( 4 1 ,2) 1 . 378 ( 20 , 3) 2 . 868 (108 , 1 )

Cmnpo Grande 604 698 ( 15 , 6) l . 339 ( 9 1 ,8) 2 .021 ( 50 , 9 ) 3 . 905 ( 9 3 ,2)

S an t a Cruz - 239 417 ( 7 4 , 5) 1 . 303 ( 2 1 2 ,5) 1 . 844 ( 41 ,5)

I lha do Covemador 182 247 ( 35 , 7) 414 ( 67 ,6) 614- ( 4 8 , 3) 837 ( 36 ,3)

I lh a de Paqueti 127 164 ( 29 , 1) 190 ( 1 5 , 8) 318 ( 6 7 ,4) 306 (- 3 , 8)

TOTAL 1 3 . 5 80 1 7 . 356 (27, 8) 4 1 . 200 ( 1 37 , 4) 7 1 . 807 ( 74 , 3) 83 . 6 86 ( 1 6 ,5)

FOS'IT. : Ci dada do llio da Janeiro (Districto Fede ral) , R�censeamento reali zado em 20 de eetembro de 1906.
TABELA 13

RIO DE JANEIRO: PARTICIPAÇÃO DO N0MERO DE PR!DIOS DAS FREGUESIAS NO TOTAL DA C IDADE E A TAXA
DE INCREMENTO DO NÜMERO DE P�DIOS POR PERl'.Óoo· - 1838 / 1870 / 1872 ./ 1890 / 1906

TAXA DE
FREGUESIAS 1 838 1 8 70 INCREMENTO 1 8 72 TAXA 1 890 TAXA 1906 TAXA
38 - 70 70 - 72 72 - 90 90 - 06
Cande lária 6,8 4 ,2 1 ,9 4 ,8 27 , 6 2 ,4 - 22 ,4 1,5 6,2
são José 9 ,6 6 ,8 13,9 6 ,0 -0 , 2 4,1 6 ,2 2 ,3 0,1
S anta Ri t a 12 , 3 9 ,5 25,0' 8,6 1 ,9 5,3 - 3,8 ·3 ,0 -1,8
S acramen t o 19 , 5 1 1 ,9 - O ,6 11,0 3 ,0 6,8 - 2 ,4 3 ,4 -1 3 , 0
G lÕria 5,7 6,9 95 , 5 6,3 1 ,6 . 6,8 70 , 6 6 ,5 64 ,9
S anta Anna 1 4 ,6 12 , 1 -3 4 , 5 11,2 3,1 10 , 0 40 , l 7,2 2 7 ,4
S an t o An tonio - 5 ,9 - 5 ,4 1 ,5 4,4 29 , 4 3 ,6 44 , 0
Espírito S ant o · - 4 ,8 - 7,3 70 , 1 8,6 85 , 5 7 ,5 53,4
Engenho Velho 7,1 5,2 17,9 7,4 59 , 8 8,8 87 , 8 12 ,4 14 6 , o
Lagoa 3,0 5,0 168 , 2 3,8 -1 4 , 7 5,1 110 , 6 6 ,5 126 , 5
São Cris tõvão - 4,9 - 6,0 35 , 5 4 ,9 25 , 6 4,8 77 , 7
G ãvea - - - 1 ,4 - 1 ,5 100 , 1
En genho Novo -
- -- -- -
7,8 8 ,5 93,3
I raj ã 2 ,5 1.4 1 1 7 ,o 3 ,0 -1 , 3 3 ,6 90 , 3 5,0 142 ,O
Jacarep aguã 3 ,8 3,3 4 0 ,S 3,6 22 , 5 3 ,0 27 ,6 2 ,4 44 , 1
Inh aúma 2 ,0 3 ,5 1 89 , 5 3,7 17 ,5 5,3 128 , 2 10 , 9 255 , 7
Guaratiba 4,9 4,1 37 , 9 4 ,0 6,8 2,8 14 ,1 3,3 10 3 , 3
Campo Grande 4 -, 5 4,7 71 ,0 4 ,7 11 , 8 4 ,1 37 , 0 4 ,8 102 , 6
S an t a C ruz 1 ,4 i ,s 72 , 6 1,1 -13 , 7 2,7 274 ,5 2 ,2 43,9
I lh a do Governador 1 ,5 1 ,s · 58 , 4 1,4 4,1 1 ,4 60 , 2 1 ,2 41 ,6
I lh a d e P aquetâ 0,8 0,8 57 , 7 0 ,7 - 4 ,5 0,7 5 7 ,0 0,4 10 , 7

100 , 0 100 , 0 62 , 3 100 ,0 11,7 lCiO ,O 57 11 100 , 0 73 , 7


( 1 7 . 0 5 6) ( 2 7 . 6 79) ( 30 . 9 18) (48 . 5 76) ( 84 . 3 75)

FONTE : Recens amento da Cidade do Rio de J aneiro (Dis tr ito Federal) - 1906 .
71 .

-
OH �cgi s tros de 1 890 j â apontam a eÃ�ansao do es paço edifi cado das freguesias
do Espírito San to e E nge nho Velho que �cus am os maiores per c-en tuais de parti­
cipaçao . A fregues ia da Lagoa, depois do s alto 1838-18 70, mantém uma par ti­
cipaçao es tável no cres ce n te processo de ocupação experi� ntado pel a ci dade
como um todo , sempre nenor do que a parti cipação também e stãvel da freguesia
da Glória. A par t i c ipação de San tana se bem que a per centuais expres s i vos e
contudo, como acusou a expansão do número de dom icí l ios , de cres cente no perÍE_
do_ que vaf até 1906.

A paisagem cons truí da da ci dade que o quadro da es tatís ti ca pr�


dial de 1890 tabela 14 - pe rmite recuperar , mos tra a predom inância dos SE.
brados nas paróquias do cen tro contudo ai nda d ividindo-a com as cas as térreas
que sÕ nao aparecem sign i ficativamente na paróqui a da C an de l ária, a de conso­
li dação mai s an tiga; a pre�omi nância das cas as tér reas é absoluta nas paró­
quias de expansão re ce nte , demons trando s er esse ainda o tipo de ocupação i ni_
cial - hori zontal (Gâvea , Engenho Novo, s ão C ri s tóvão) , ainda bas tante senti
da nas fregues i as do E ngenho Velho e E spíri to Santo . Es s as duas Úl timas fre
gue sias e a de Santana respondem pelas maiores parti cipaçõe s de numero de p rf
dios dentre as paróquias urbanas nes te período, o que sem duvida e também re
flexo de suas dimensões em rel ação às demais . Os sobrados mai s caracterís�
ti cos da pais agem do centro apare cem ai nda s ig n i fi cativamente na paróqui a da
Glória e em segui da nas de S an tana e da Lagoa; as paróqu ias da Gl ória e da
Lagoa têm dentre todas as paróqui as urbanas a dis tri bui ção mais homogênea en­
tre sobrados , assobradados e tér reos , s en do que os assobradados aparecem com
maior frequência nas f regues ias do Engenho Ve lho e Lagoa , denotando exi stir
nes s as areas uma dis tri buição funcional e social mai s div� rs i f icada, se cons i
derannos as res i dências térre as como próprias dos segyre n tos menos abas tados e
os s obrados como p róprios das funções m i s tas . A p redominância das cas as tér
reas em Botafogo apon tada n a tabel a 15 , refere nte ao período 1878-1879 j ã ce­
de lugar aos sobrados em 1890.

A maior p arti cipação dos p rédios em cons truç ao é apon tada no


Engenho Velho, Espír i to San to , E ngenho Novo e Gl Õria. Levando-se em conta
as âreas das respectivas parÕqui as , é mui to mai s expres s iva no conj unto a pa!_
ti ci pação da Glória e mesmo da Lagoa , que lh e segue , denotando serem áreas
ai nda em processo de i ntensi fi cação de ocupação ne s te final de século .

Quanto ao espaço cons truído do bai rro , o quadro q ue o levanta -


me nte fei to por Curve llo Cavalcanti - tabel a 15 - permite formar em 1878-1879 ,
TABELA 14

ESTAT!STICA P REDIAL DAS PARÕQUIAS. URBANAS DO RIO DE JANEIRO -


.
PARTICIPAÇÃO SEGUNDO O TIPO E k CONDI ÇÃO DOS P�DIOS - 1890

CANDELÃ SÃO SANTA SACRA SANTA SANTO ESP . ENG9 , SÃO ENG9
RIA Josr. RITA MENTÕ GLÕRIA
ANA ANTONIO SANTO VELHO LAGOA 1 CRIST
:
GÃVEA NOVO

Tê r reos 7 ,2 43 , 4 52 ,4 50 , 1 48,8 76 , 7 51,3 78,3 68 , 1 59 , 2 71 , 9 84 , 3 82 , 8

As s ob radados - 4,1 3,1 , O,7 16 , l 6,7 18,0 1 4 ,o 25,6 25 , l 20 , 8 · 13 , 7 14 ,6

o Sob rados 92 , 8 52 ,5 44 , 5 49 , 2 35 , l 16 , 6 30 , 7 7,7 6,3 15 , 7 7,3 2 ,0 2 ,6


1).,

M
Total 100 ,0 100 , 0 100 ,0 100 ,o 100 ,0 100 ,0 100 , 0 100 ,0 100 , 0 100 ,0 100 , 0 100 , 0 100 , 0

Parti ci p ação no total


de préd ios das fregue - 3, 1 5 ,4 6 ,9 . 9 ,o 9 ,0 1_3 , 1 5,8 1 1 ,2 11,6 6 ,6 6,3 1 ,8 10 , 2
s i às urb anas

Em cons t ruç 30 2,1 1,1 0,7 0 ,3 1,2 0 ,6 . O,7 0 ,9 1 ,6 1 ,4 1 ,4 4 ,2 1 ,0

Pa rti cipação no tot al


em cons trução das fr_! 6 ,0 5 ,5 8 ,9 8,3 9 ,6 100 ,0
1<
4 ,3 2 ,3 10 , 3 7 ,0 3,8 9 ,6 17,4 ? ,O
gues i 11s urb anas
t..'"
� Em ruínas - 0,0 1 ,2 0,1 0,3 0 ,2 0,5 0,7 0,1 0,1 0,3 0,6 . 9,8
o
z Participaç ão no tot al
o em ruínas das fregue- - 2 ,6 20 ,0 3,2 7,1 5,8 7,1 18,0 2 ,6 1 ,9 5 ,2 2 ,6 2 3 ,9 100 ,0
u s ias urbanns

FO�TE : Re cens e amen t o do Dis t ri to Federal 1 890 - Es tatís t i c a P redial .

....,
N
73 .

TABELA N9 15
BOT AJ'OGO - LOGRADOUkOS E f.Dl F1 CAÇÕF:S Qlll\NTO AO N0lf. RO llf.

l'AVlta:NTOS t: EXI STf.NClA nE OUTROS CÔMOUOS HO MJ:SMO t.01'E - 111 7P./79

EDI Fl CAÇÕES St::c:tr.mo o N\1 OI:: l',\Vli-füNTOS OL"l'ltO %


LOGRAnOUROS COMOIJO
S01\RAOO 501\ RAIJO 501\RAOO NO HESl'l) SOIIRADO SOB RAIJO
3 l'AV n: 1r11r.os
TOTAL 2 l'AV ltitREOS
l PAV 2 l'AV 1.011:: l rAV

Prai a de Bot aíogo 58 80 1 39 12 42.o 1 ,0 57.0


P raia Verme lha 5 38 43 5 11.6 º ·º 88, 4
N .S . da P i e d ade
(Clarisse Indío do Bras i l)
2 13 15 1 ll.3 º·º 86 , 7

D. Anna 6 6 1 100,0
(J . Orlando Dan t u )
Farani 9 9 . 100,0
Barão de l t amby 8 8 100.0
Marquês de O l inda 18 21 39 1 46. 1 53,9
Mundo Novo 5 2 7 71, 4 2 8 ,6
B amb ina 12 /i 8 60 6 20,0 80 ,0
Auumção 3 26 29 1l 10,3 89 . 1
São C lf'men te 46 1 148 195 12 23,6 0,5 7S,9
H\WDaiti 13 45 58 3 22 ,4 77,6
Voluntários d:1 l'Ãt ri a 11 127 139 5 ? ·' 0,7 9 1 ,4
P as s ag.,., 12 101 113 5 10,6 89 ,4
Cal . Poli dora 13 72 85 5 15, J 84 , 7
Hospício P .. dro 1 1 6 51 57 13 10,5 89 , 5
(Cal . Severi ano)
Barão do Rio Bonito J 3 100,0
(Cal . Coes Mon t e i ro)
Paulino Fernandes 2 � 36 l 5,6 94,4
R,,al Grandeza 7 73 80 4 9,0 9 \ ,0
Beco do Leandro 5 5 100,0
(Hane S t aden)

S .J . Bati s t a 5 53 58 3 8,6 91 , 4
Sorocaba 61 61 7 100 ,0
Todos o s Santos 27 27 5 100,0
(Mena Barreto)

Palmeiras · 3 17 20 15,0 as .o·


Matria 3 8 11 27,3 72,7
S .Luh 1 18 19 l S,3 94 , 7
( 19 de Fevereiro)
Dona Karianna 2 36 38 5 ,3 94,7
s . Manoe l 18 18 100.0
D, Polyx�na 16 16 1 100.0
(Arnaldo Quintela)

Aesh Bueno 12 12 4 100.0


Fernandes Guimarães 22 23 6 4 ,4 95,6
D . Marci ana 29 29 J 100,0
(Alvaro R811lo.� )

Continua. , .
74.

Continuação da TABJ:1..A N,' l�

ElllflCAÇÕ�:s SECUNDO O N\' UI, l'AVlHENTOS OUTRO %


COt!Ol)()
LOGRADOU ROS SOIIRAOO SOBRADO SOBRAOO T!:1:RF.0S NO 111::S110 SOIIRAllO SOBIWlO
l r'AV 2 l'AV 3 rAV
TOTAL LOTI:: l PAV 2 PAV rtr..ru::os

D. Carol i no 8 8 100,0
(Rodrigo Br i to)

O. Fausto 3 3 3 100,0
V i s e . de Abaete 3 4 1 42.9 57 ,1
(Conde de Iraj iÍ )

Viac , de Caravelas l 10 11 9,1 90 ,9


Vise, Silva 2 11 13 l 15,4 84,6
Pinheiro Gui121arãca -:- 17 17 1 100 , 0
Trav , Fernandes 1 4 5 20,0 80 ,0
(Ca l , Cornelio de Berros)
Praia da Fonte da Saudade 1 7
Rua do Jardim Botânico 2 48 50 5
Estr , Velha do Jardim 4
(Frei Leandro)
Eatr, D, Caatorina 26 27 "
Rua Faro 6 6
Rua Boa Vista da Lagoa 3 85 88
(Marques de S .Vicente)
Fran�o 8
(Duque Estr.e.da)
do Sapê 1 20 21
(Dias Ferrei ra)

FOITT'E : J . CRUVl::LLO CAVALCANTI , Nova Num�ração doa Prédios da Cidade d� Rio de Janei ro ,
Coleção MrmÕria do Rio, n9 6 , vol . II • Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro,
Rio de J'!lle i r o , s . d ,
75 .

quant o ao tipo de edi fi caçõe s e sua lo �al ização , apon�a uma di s tribui ção esp�
c i al de s ob rados e cas as têrre a s onde ai nda predominam e s s as Ú ltimas . Exces
s oe s s ao ruas e specíficas como a atual Gene ral GÕe s Monte i ro , a Barão de It am
b i e a Faraní onde sõ exi s tem s ob rados , s endo porem ruas pouco exp res sivas . Os
s ob rados apare cem em núme ros proporcionais s igni ficat ivos na Rua São Cle mente.

As ruas mai s intens amente ed ifi cadas s ao : São Clement e , Vol un­
t âri o s da Pâtri a , Praia de Botafogo , Pas s agem , Genera l Pol idora e Re al Grande
za nes ta ordem; com um nume ro menor de e di fi cações seguem-s e as ruas S o roca
b a , B amb ina, Gene ra l Seve ri ano, Humaitã e São João B at i s t a e um t erce i ro gru­
po reunindo as ruas Marq�ês de O linda, Paulino Fernande s e Dona Mariana . t
co�um n a mai oria del as a exis tência de cômodos avul s os no tadamente nas ruas
São Clemen te e P rai a de B o t afogo (números ab so lutos) sendo porém mais exp res­
s iva essa uti li zação em termos re lativo s nas ru as As s unção e Gene ra l Seve ri a­
no , a prime i ra em função d a pe dre i ra cuj o s operários h ab it avam seus divers os
cort i ços .

Na P rai a de Botafogo as casas térre as c om ut i liz ação de cômodos


avul sos concentram- se no iní c io da rua e na de ·. são Cl ement e , espalham-se ao
longo de seu eixo . No quadro geral o que se percebe é a comb inação das di-
ve rsas ut i li z ações ao l ongo das ruas s em q ue _s e t raduz a em ge ral uma se gre ga ­
ção e s pacial in te rna q uant o a local i z ação das dive rs as camadas s o ciai s . Com­
parando-s e es s es dados com os da t abe l a 24 , referente ã l o cali zação dos e s ta­
b e le cimentos come rci a i s em 1 880 , pode - se cons t atar , mai s uma vez , que as ruas
onde se concent ram os e s t abe l e ciment os comerciais. s ão os p r incipais e i xos de
l i ga ção do b ai rro com s uas circunvizinhanças e também as p rincipai s con cent ra
dor as d as edifi caçõe s , nas quai s hab i tam l ado a lado as divers as camadas s o­
ciai s d o b ai rro .

A intens i f i cação da ocupaçao do b ai rro pode s e r acompanhada nos


mapas a p art i r de 1 82 1 .

* � Em 29 /03/1 883 o fi s cal de Inspe t o ri a Geral de Hi gi ene informava à Câmara


apôs vis t o ria em dive rs os corti ço s da rua , a exi s tênci a de um de le s em
"es tado .:uinoso" s i tuado "j unto ã Rua D' Ass unção s e rvindo de h abi tação a
grande n�ro de indiví duos emprega d2s na dita pe dre ir a . " S i tu ação s e­
.
melhante e des cri t a em outra h ab i taçao colet iva em 21/05 /1887 na rua da
Re a l Grande za .
76 .

!> . 2 A Ocupação do Bairro

A ocupação de caráter ma is próximo do que s e poder ia cons iderar


c omo urbano e então mostrada com agl omeraç ões contí nuas de construçoes que
ocorreram primeiramen te ao longo dos caminhos princ ipais, ou sej a , o da Praia
de Botafogo, o de São Clemente e o que corresponde hvj e ã rua da Passagem,
que irão se transformar nas princ ipais vias do b ai rro nas cente. A partir de
185 8 es sa ocupação e indi cada, apesar de rarefei ta, ao longo das atuai s Gene­
ral Polidora, Real Grandeza, Bamb ina e As sunção .

A tabela 16 que demonstra as arruações (licenças para obras e


cons truções) passadas na fregues ia da Lagoa ent re 1 85 9 e 1 86 2 ê uma amos tra­
gem que permi te i dent ifi ca r as ruas mais procuradas para a construção : os nú­
meros são muito prÕximos (e seguramente não demonstram o regi stro de todas as
cons truções do período) mas as Ruas de São Clemente, Pas sage111 e Real Grandeza
seguida s por General Poli dora, B amb ina e são João Batist a são as que regi s-
tram os maiores números de cas as té rreas e ass ob ra dadas a serem construídas .
t interes sante notar que e pedi da arruaçao para oito casas a ssobradadas de
uma só v ez em 1 85 9 na Rua Bambina e outras tantas no mesmo ano na Rua Real
Grandeza; e i gualmente comum o pedi do de cons truçao para duas ou quat ro ca-
sas de uma só vez most rando que j ã es tã em andamento o p roces s o de construçao
com finali dade de exploração econômi ca pos teri or .

A m esma tendência pode ser ainda demonstrada pela t abela 1 7 , r�


ferente ã locali zação das pes s oas que, hab itando o bai rro nos anos de 1 859 ,
186 3 , 18 71, 1880 e 1890 viviam de rendimentos . Da mesma forma que quanto
ao. comerc io, hã uma concentração espacial nítida nas Ruas de são Clemente e
Praia de Botafogo, s egui das de Voluntários da Pát ri a ( j ã em 1 880 e 1 890), Re-
al Grandeza e Pas sagem. As ruas que concentram o comércio s ao as mesmas ru-
as que concentram as res i dênc ias desse se gmento s ocial, mos t rando, a ní vel de
est rutura interna do b ai rro, uma nao s egregaçao espac i al dos usos res iden ci
ais e não res idenciais de diversos "status " .

O que se conclui entao e que, no trans curs o da s egunda metade


do sé culo XIX, os caminhos que correspondiam às ligações da área com sua ci r­
cunv izinhanças transfo nna ram-se nas princ ipai s vias c oncent rando as aglomer�
çÕes de res idênc ias e as at ividades não res idenciais ma is i mp ortantes .
TABELA 16

ARRUAÇÕES. PASSADAS NA FREGTTES IA DA LAGOA PARA CONSTRUÇÃO DE HABITACÕES

1 85 8 1 859 1 860 1 86 1 1 86 2 1
LOGRADOUROS , TOTAL
ItRREAS l soBRADOS T�RREAS I SOBRADOS 11:RREAS I SOBRADOS TeRREAS j soBRADOS rtRREAS i soBRADOs /

São Clemente - 1 - - 3 3 3 - 2 - 12
P as s 11gem 2 - 3 2 2 - - - 3 - 12
Real Grandeza - 1 8 - 1 - - - - - 10
s . J . Bat i s t a 1 - 1 2 4 - - - 1 - 9
Gene ral Polidora 5 - 4 - - - - - - - 9
B amb ina - - - '8 - - 1 - - - 9
Sorocaba - - 1 4 .1 1
- - - - - 6
P alme i ras - - - - - - 4 - 1 - 5
P raia de Botafogo - - - 2 - 1 - - 1 - 4
Marquês de O l inda - - - 1 - - 1 - - - 2
Gene r a l S eve ri ano 1 - - - - - 1 - - - 2
Vo lun tários - - 1 1 - - - 1 - - 3
D. Mariana - .. 1 - - 1 - - - - - 1

TOIAL 11 39 15 11 8 84

FONTE :
-
Regist ro do Arquivo Muni cipal .

·;
TABELA 1 7
NClMERO E LOCALIZAÇ�O DO S PROPRIETÁRIOS DE PR!DIOS E OUTROS "CAPITALISTAS"
{PESSOAS QUE SUBSISTEM DE RENDIMENTOS) RESIDENTES EM BOTAFOGO NOS ANOS DE
1859 , 1863 , 1871 , 1880 e 1890

1859 1863 1871 1880 1 890 1 TOTAL


1 1 1 1 1
São Cl emente 5 7 2 7 11 32
P raia de Bot afogo 2 J 13 8 26
P assagem 1 2 3 6
Real Grandeza 1 3 3 7
Voluntãrioa 1 J 7 11
General Poli doro 1 1
Bamb ina 1 1
S , J . Bati s t a1 1 1
Marquês de Olinda 1 1
Vis conde ·s i lva l 1
D. Mariana 1 l l
Alvaro Ramos l 1
Sorocaba l l
Humai t ã l l
J . O . Dantas l l

TOTAL 6 13 7 35 31 92
FONTE : Almanak Laemmert .
79 .

6. DIVERSIFICAÇÃO FUNCIONAL

O que se obs erva na freguesia da Lagoa no correr da segunda me


tade do sêculo XIX ê urna gradual diver s ificação fun cional a partir da função
eminentemente res idenc ial. O surgimento dos primeiros estabelecimentos de
comércio, contudo, estã int imamente ligado à função res idencial e ao seu aten
dimento e a expansão do c ome rcio se dã na medida m esma da expans ão das resi
dênc ias e das suas neces s i dade s basicas sem que a area chegue a se constituir
num centro de atendimento supra local s ignificat ivo.

O que se de preende da análise da tabela 18 refer ente aos estabe


lecimentos de come rcio e serviços exi stentes nas fregues ias da Gloria e Lagoa
em 1844 ê ainda a incipi ente divers ificação f unc ional de sta Última , que con
grega poucos estabelec imentos de cada categor ia em comparação com a fregues ia
da Glória. Esta, alem de j ã reun ir algumas manufatura s, a cu sa tarnbem maior
diversidade e quantidade de estabelecimentos de comercio e de servi ços reve­
lando uma mai or integração ao que se poderia class if icar como es paço funcio­
nalmente urbano da c idade. As poucas atividades regi strada s na fregues ia e�
tão diretamente voltada s ao atendimento da s necessi dades bás icas dos res i­
dentes .

Os dado s da tab ela 19 que indi ca os divers os tipos de ca sas co ­


merciais existentes por fregues ia s no Rio de Janeiro em 1 852, revelam que a
freguesia da Lagoa, em termos do tipo de comércio e quant i dade de casas comer
cia is, ainda se aproxima mais do quadro das f reguesias rurais do que do das
urbana s . Com efeito, a Lagoa em 185 2 reunia 1 , 5 % dos es tabelecimentos co­
merciais computados, enquanto Engenho Velho e Gloria, a primeira com incorpo­
ração urbana aproximadamente do mesmo período e a segunda contí gua à da La­
goa, acus avam percentuai s da ordem de 5 %. Ã mesma epo ca, as fregues ia s do
centro da cidade - Candelári a, São Jos é , Santa Rita e Sacramento - ti nh am
percentuai s entre 1 2 a 257. (tabela 20) .

Qualitativamente a c ompos ição dos estabelec imento s de comer c i o


na freguesia da Lagoa também a conf igura como urna área ma is próxima da s ca­
ra cterí sticas da s f reguesi as rurai s .

A f regues ia da Candelâria agrega o conj unto mais di vers ifi cado


de estabelec imentos c ome rciai s, princ ipalmente de alimentos, enquanto Sa cra-
80 .

TABELA 18

CASAS DE NEGÕCIOS E OFICINAS EXISTENTES NAS FREGUESIAS


DA LAGOA E DA GLÕRIA 1844

F R E G U E S 1 A S
CASAS DE NEGÕCIOS
E OFICINAS
L A G O A G L O R I A

Armadores ·1
Armarinhos 3 4
Armazéns de made i ra 2 3
Annaz. de secos e molhados 1
Armazéns de materiais 1 4
Confeitarias 3
Fãbri cas de vel a s 1 1
Fâb ricas de charutos 2
Funileiros 2
Ferradores 1 3
Ferreiros 2 3
Hospedarias 4
Loj as de fazendas 5
Loj as de marcene i ros 3
Loj as de barbei ros 3 , 8
L?j as de sJpate iros 2 8
Loj as de a l faiates 2 4
Loj as de carpinteiros 1 2
Loj as de ourives 1
Loj as de l i cores 1
Loj as de tintas 1
Padarias 3 4
Quitandas de secos 5
Qui tandas de verduras 4 11
Segeiros 4
Talhos de carne 5 11
Tavern as sem comida 35 36
Tavernas com comi da 4

TOTAL 69 134

FONTE : Demonstrat ivo da Con t ahi l i dad<> da CâllU) ra Mun i cipal - Vcr<>ador Gabr i e l
Getiilio Monte i ro de Mendonça· - 1 844 . Arquivo Municipal - Cód ice 4 1 -3 -41 .
81 .

TABELA N9 1 9

tSTAT1STJCA DO COMf.RCJO - St:GUNDO u:vANl'AMJ-:t..'TO rr.ITO l't'LO H\INJCTPIO - k lO D !! JANF:JRO - 1 852

C O M l'. R C l O
r R E e u E s I

ENG.
A s
JNll>.0
1
JACARt; CAMPO ICllAJ\I. I TOTAl S
SACRA SÃO CANO!:: 1 SANTA SANTA N . SRA.
HJ.;HO JOS2 LÃRlA RITA ANA DA LAGOA VELHO 1111 lRAJÃ rAGUÁ GIW,l>t nBA l
CL�RlA 1
1
ALIMENTOS E BEBIDAS
Açougues 59 54 20 13 2 18 2 2 1%
118
22 4
Talhos de carnf' 118
Quitandas , •eco& 14 7 2 6 6 4 39
ÃnDazêns
20 10 53 17 3 125
�3
22
27 2
Mant i111c.ntos
Secos e molhados 17 7
2 42 44
2
Carne seca
Farinha de trigo 1 l
Açúcar 1 1
Sal e sabão 1 1
Quitandas de povilho 1 1
BANCAS l>t;:
Cereaia 48 48
Pf'ixe 29 29
·Verduras e aves 34 34
Qu itandas de verduras lH 73 4 29 80 28 3 332
Casas de vender pão e
biscoit.os 1
29
l
Confeitarias 3 2 3
.An11azéns de café
11
2
5
15 32 - 5
1 50
Casas café moido 1 l
Loj as chã e rapé 15 15
Lojas chã e cachaça 2 2
An>ázéns de vinhoe 5 4 9

Sub-Total 1 . UÕ'

-
;f J
22
nn10
An11azéns de fuino 19 3
Sstangues, tabaco l 3 4

Sub•Toul 16',

ARHAR.lNHOS ,ROUPAS ,TECIDOS


Armarinhos 70 26 19 21 8 3 16 2 19 26 l 212
Lojas d e galão 1
�º-
l
Lojas de fazendas 2 78
L-oj as de cllnsignàções fa-
zendas 3 3
Lojas d e fazenda 90 31 135 49· 3 3 .1 3 1 ._ 12 328
Loj as de Sirguciros 7 7
Lojas d e modas e fazendas 6 7
Lo fazenda e roupas
l:tti: 20
-
20
Lojas de rou pas feitas 1
.Lojas de chapéus 13 1 14
Sub-ToC..l fin'
COURO
Lojas de calçado• l 1 u 17
J.ojas de COUIO 2 2 9 13
Sul;,-Total ,e
MAl>ElJlA
Anoazens de madeira 12 24 2 4 4 46
Lojas de marceneiros
Armazéns d� DObil i as
6
11 11
Loj a, de móve is ll 4 1�
tatinciu d e lenha 1 1 4
Quitandas carvão, lenha 9
tuas de Yendali de lenha 2
Sub-Total 9�

t,..u i nua . • .
82 .

Continuação da TABF.U. N9 19 z.

F R E e u E s l A s
N . SRA. TOTAU
.
C O M f l C l O
SACRA SÃO SANTA SANTA LAGOA F.NG. lN!IAtl lRAJÃ JACARF. CAMl'O r.1:1,u
..
CA'l DE
DA ['AGUA k;RNH>li T I E.\
lf.NTÕ JOS!! LÃRIA RITA ANA CJ.Õ RIA VELHO MA

>ETAL
..
Anoai.éns
Loj as de
dr Ferro
Ferro
6
1
1
- 7
1
Lojas de
Loj as de
Ferragens
LUlf><'Õc•
8
2
57 7 2 2 3 1
-· 81
2
Lojas de Latoei roa 3 3
Lojas de Funi l e i roe 3 3

Sllb-:Total 91
1
'

�-,a -
PAPEL , PAPEt.ÃO , Ll\"ROS

!
-
1.oju Papel e Livroa ..1 ' 20

-�--�,.. � �
16 . .. ·-.--ct � .. - ,f• ..,...,

__
sub,:Iotal ... . -...
,,.. t>- �-· � ... ,,
.:.
.
20

MAn:RlAIS DE CXINSTRllÇÃO
An,azens Massarnes 1 s 10 16
L�jas M&Leriais 11 7 18
Lojaa de Vidro• 11 l l l 2 16
Lojas de Tintaa l 7 8
Lojaa de Pintorca
1- l

"S ub-To tal 59


IECORAÇÃO
Loj as de Espelhos
Lojas de Flores
,Lojas gravadorea , f i lmes
3
1
-. 3 3
3
1
Sub-Total 7
INSTRUMENTOS DE TRABALHO
Loj as fot1Da1 de Calç ados 2 2
Fer ros de Cirurgia 1 1
Ins trumentos 1 1
• Cas as de vender peoos , me
didas , balanças 1 .:. 1
Fundas 2 2
Sub-Tot al 7

PRODllrOS FARW.CEU'IICOS 2 2
Bo ticas 23 6 14 8 11 5 2 5 74
Sub-Total 76

IH STR lt!ENTOS DE M1lSI.C4


e .... de vender pi ano• 3 -" 3
Lojas de vender pi auoa ..5 :- 5

.-
Lojas de afinar 2 2
Loja, de aU1ica 1 l
LoJ u de ina tnaentoe de
-lca .5 5
Sub-Total 16
LOUÇA
Armar.ens locais
Lojas e qui tandas de lou-
23 . .., 23

ÇH do paí1 9 4 2 2 3 2 2 1 1 26
Loj as e anuúna de lou -
ça• es trangeira 3 3 6
S ub Total 55
ME IOS lE TRANSPORn:S
Cas as de cadei rinhas 3 ':" 3
Cochei ru de alugar aegca
e carroa
Caaas de animais de trato
1
tt
7.
earfoa)
:- 1
3
s 2
10
Casas de alugar animai• 13 , _ 13
Casas de alugar cavalo• 3· 3

.-
Cochei r as 9 5 14
ç.._.., • .'I d r- Õn i bua, 1
S ut, - l c, t a!
83.

Continuaçõo du TABELA N9 19 l.

E e u F. s l A s
HA
C O H ! R C l O SACKA SÃO CJ\Nll[ 11 0� 1tA l·:NG , l Nll/\0 \ 1 1v.JÃ JACAR� CAMPO 1 cu,.v. TOTAI S
• 1 1...ACOA VELHO l'ACUÃ GRANDE r 1 11C
!11::tll'o JOSE w1Ã G LÍ>lllA

DE RAMOS DlVEKSOS
Belchiorc• 9 8 17
. Quinquilhariaa 5 s
Basares l 1
Lojas de ena..uucnto 2 2
Lojaa d e obras de cabelo 2 2
Lojaa de encarn.:ar santos 1 1
Lojaa de jóias 1 l
Lojas de ca1,quinhos 2 2

cera
Lojaa d e droi;as 7 7
Loja s de 6 6
Armai.ena
Arma1êns
algodão
enfardar
4
1 -. 4
l
Caus de vender g=elas 1 l
Lojaa de estufador 2 2
Lojas de colchoaria 2 2
Lojas de perfumaria 4 3 7
Subtotal .. -· - ' _...,.� . ' �- 61
DEPÕSITOS DIVERSOS
DepÕsit:os obj etos de fun
dição l l
Depós itos de papelão 2 2
Depósi tos de sab:io l l
Depósitos de bucha• 1 l
DepÕshos de camas· 1 J.
Subtotal 7
ALIMENTOS
DepÕai toa de vinagre l l
DcpÕait:oa de l icores 6 l 1 8
Depósito pio 1 l
Subtotal ·10
FIM)
DepÕsit:os de rape
.
DepÕsi toe de charuto � ,
..._...��. -
.1 · ::. � _
2
...
_
.� �T'-lf'� 4_l-=' � - • ,rr .::.. �" � ,._
Subtotal , ).
TOTAL DEPÕSlTOS lD

COMERCIO DE SERVIÇOS
Escritório de CODissões 26 z,
Caaerciais 20 2 25 4 51
Consianações de escravos 4
-
l
Casas de comissões de es
•,
cravoa 11 1
-
-
!scri tÕri9s _ de lote;ia
prov1nc1a1e 1 l
Casai de bi lhetes Loteria 32 3 .:. .l ' . . l 42
126

Cambiataa
. Casai de Câmbio 1 -- . �
' -t ----
-
1


1
Subto{al
Corieiô� d�avio,;�-M.:olõ. � ri -
e.-.. ..---
- ... '1.
SERVIÇOS DE ALIMENTAÇÃO
Tavernas 234 120 42 164 193 71 39 129 23 28 35 33 39 1 . 150
- Bouquina 16 15 6 l 3 41
Casas de Pasto 11 s
.oi, - •"" � .:
26 7 7 2 1 ·1 60
Subtotal ,.....,t...: ____...i,&.'l!lo- .i,,,. ,k � ,,. � ---· ' f -

l . 1: H

Cont in.ia • • •
84 .

4.
Continuação da TABEU. N9 19

F ll G u E s I A s
1
E
C O H l: R C l O SACRA N . SRA . 1 ENG. INIIA!!_ I TOTAIS
SÃO CANOE SANTA SANTA
DA LAGOA I VELHO lRAJÃ JACAI\� CAHPO GUARA
.
. MENTO JOSE LÃRIÃ l!.llA ANA GLÕRIA 11A i j PAGUÃ Gl!.ANUE I TlBA-
1 J
SERVIÇOS DE DISTRAÇÃO
Gabinete• Lei tura
�ilhares
1 1

21
7 7 6 20
Subtotal

SERVIÇOS DE HOTEI..AllIA
Estalagens 5 8
Hospedarias 1 4 l 1 14
3
4 1
22
2
Subtotal

SERVIÇOS DE UTILlDA>E POBLJCA


Casas de !lanho l
Casas de Saúde

l 2

' 4•
1 1
�iliea ,, , . .\-
7

TOTAL GERAL DAS CASAS 3 . 882


DE COORCIO
,....,.. �!
""

» · -..,,.,...� "1. � � r" � r,r ·-��

FONTE: RIO DE JANEIRO. Câmara Municipal da Corte. Relatório apresentado ã llma. Câmara Munic ioal da
Corte pelo presidente da mesma Cândido BorçeF HontcJ ro a Gamara em 7 de janeiro de 1853 . Rio
de Jaaeiro 0 Typ. do Correio Mercanti l de Rodrigues . 1855.
Apud , LOBO. Eulál ia Haria Lahmcyer , Hi stÕrio do R io de Janeiro (do capital comercial ao capitai i.!!_
dustrial e financei ro) llio de J aneiro - l BMEC - 1978 vol. l pag . 337 a 342 .

1 .
85 .

TABELA 20
RIO DE JANEIRO , PARTICIPAÇÃO DOS ESTABELECIMENTOS DE
..
CO�RCIO E FÃBRICAS DAS FREGUESIAS NO TOTAL DA CIDADE
1852 -

CO�RCIO FÁBRICAS
FREGUES IAS % %

Candel ãria 23, 1 10.9


são Jose 12 ,6 19 .1
Santa Ri ta 12.1 13.6
Sacramento 24 ,9 30 .0
Gloria_ 4,3 3 , 3_
Santana
Santo Antonio
Espírito Santo
-Engenho Velho 5,2 6-. 9
Lagoa 1,5 1 ,9
Sãç Cris tovão
lraj ã 0,9
Jacarepaguã 1,4 0 ,2
lnhaÚma 1,0
Guaratiba 1,3 0 ,9
Fonte 1,5
Santa Cruz
Ilha do Governador
Ilha de Paquetã
Engenho Novo
Gãvea

1 00 , 0
� ' �
FONTE : Rio de Janei ro . Câmara Municipal da Cort e . Relatório apresentado ã l lma . ·
Câmara Muni cipal da Corte pelo·presl dente da mesma, Candido Borges Mon-
teiro â Camara em 7 de jane i ro de 1 85 3 . Rio .de Janeiro , Typ do Correio ·
Mercant i l de Rodrigues , 1855 . Apud LOllO , Eulãlia Maria Lahmeyer, His tó­
ria do Rio de Jane i ro ( do capital come rcial ao capi tal indus trial e fi­
nanceiro) . Rio de Jane i ro , IBMEC, 19 7 8 , vol . 1 pgs 279-2 80 .
Sfi .

mento concentra o comercio mai s sofist icado . GlÕria e Engenho Ve lho se cÚndam
0

as freguesias do cent ro em concent raçao e dive rs i fi cação de e s t abe lecimentos


come rci ais . Todas as fre gues ias , que r rurais quer urbanas , poss uem armari­
nhos e tavernas s endo q ue as prime iras reunem quase exclus ivamente es se tipo
de e s t abele ciment o . A f reguesia da Lagoa reune um comerci o pouco mais dive r
. .
s i fi cado ·ao que o das freguesias rurais , ( *) mas , fato curi• oso
.
, pos s ui es tabe
lecimen tos sÕ encontrados nas fregues i as do centro e na da GlÕria como os de
comé rci o de sege s e carros ( 2 estabe le cimentos) , função da pass agem que j â a
caracteriza nes s e perí odo .

S e levarmos em conta que uma cons ide r�vel parte do comercio da


epoca e ra ambul ante e provave lmente não comput ado no levantamento acima, te re
mos q ue cons ide rar os dados disponíve is com ce rta cautela. A afi rmação que
s e pode fazer e q ue , ai , da em 1 85 2 , Bot �ogo não s e. enquadra entre as fre gue­
s i as que poss uem come rcio formal em mai or numero e mai s d ive rs i fi cado , e s t an­
do ai nda afas tada em te rmos quanti tativos e quali tat ivos , das f re guesias da
GlÕria e do Engenho Ve lho (esta com função res i dencial anâloga e mesmo e s t â­
gio de ocupação) .

Tambem as atividades manufature i ras e - arte s anais concen tram-s e


nas fre guesias do cent ro , not adamente na de S acramento ( 30% do total dos esta
bele cimentos) . Seguem-se as f regue s i as do Engenho Ve lh o e da Glori a , compo!!_
do todas elas uma di s t rib ui ção de p ercentu al d e ativi dades manufature i ras e
arte sanais quas e i dênt i ca à dos e st abel ecimentos de comercio . ( tabela 2 1) .

• A _f re gue s i a da Lagoa s i tua-se como que equi di s tante entre a co�


pos içao da fregues i a da G lória, a que e con tígua , � a das fregues ias rurai s .

Na compo s ição dos es t ab e le cimentos , a fregue s i a da Lagoa sempre


tem rep resentada uma ou o utra ·manufatura dentre aquelas n i t i damente volt adas
· p ara o atendimento da ft�nção res idencial·, e xis tentes nas freguesias do centro
(p adari as , ch ocol ate s e ch arutos , veJ as de seb o, ferrari as , carpi nt arias , e t c) .
Não acusa contudo, ao cont rari o das do centro , nenhuma fábrica de te ci dos , de
mei os de transporte , mate ri al de cons trução ou instrument os de t rab a lh o , fi ­
cando nítida s ua di s tânci a , em te rmos funci onai s , do núcleo central da cidade.

(*) - 2 açougues , 6 qui tandas e s e cos , 3 armarinh os , 2 bot i cas , 2 de s e ges e


carros , 1 c·as a de b i lh etes de loteri a , 39 t avernas e 1 cas a de pas to .
87.

TABELA N9 21
NIIMEkO DE l"ÃllR JCAS DO RlO D E JANEI RO , POR FRECUJ.:SlAS , E11 1 6!>2

N . SRA .
LAGOA V ELHO HA
SACRA SÃO CANDF. SANTA SANTA ENG. lNtlA-º. lRAJÃ JACARE CAfll'O GUA!V. 1 TOTA J S
r .I II R 1 c A s tfr:NTÕ JOSE'. l.ÃRÜ klTA ANA
DA rACUÃ CRAI\IJE "! 1 11.\- I
CLÕRlA

Al.IMENIOS E BEBIDAS
Vin.agres 1 2
Chocol ates 1 l
Ãguas Minerais l 1
Torref ações de café 1 1
Socarias de arroz l l
.* P.e fi nação d e açúcar 3 2 1 6
* Pad,ariaa 21 12 12 17 11 7 2 8 2 l. 4 117
109
Subtotal
FUHO
Charutos 44 30 3 17 8 3 .. 107
Tabacos l l
Jtapea 2 l 4
Cigarro• 1
Subtotal 1 14
HADElRAS
* Carpintarias 2 1
* Marcenarias l 1
* Serrarias 2 3 6
* Tanoarias 8 1 9
Subtotal D
COURO
· couros envernizados l l
* Curtumes 2 2
Subtotal 3
METAL
• Fund ições em cad inhos 2
" Fund ições d e t i pos 1
Tipos l
• Ferrarias 4 2 4 lC
Subtotal H

,.
PAPtlS E PAPELÕES
Papiia • papelÕo l
Subtot al
VELAS E SABÃO
Velas de ,; ebo
Sabão
10 3 l 4 s 1 1 2!
3 1 j

Subtotal
TECIDOS , ROUPAS, A.R.'IAR lNIIO
Chapéus
(8,:ol) (J/!01) 0H 01>
4 s s:
franjas 1
Su total

MEIOS DE TRANSPORTES
Seges 3 6 7
Carroças 2
Navios 3
Subtotal .,

Cootinua • •
88.

•.;-

Cont inuação da TAllEU'\ N9 21

SACKA CANDE SAHTA SANTA INIIAO IP.A.JÃ JACARÉ CAMPO GUARA


DA l.AGOA VELHO
ENG .

- PACIJÃ- C:KAJfüE TJ IIA-


N . SJtA.
F Ã li R 1 C A S JOSE 1.ÃRJÃ MA
SÃO
. CLDKlA
TOTAlS
MENTÕ RÍTA ANA

MATERl/\lS DE CONSTRUÇÃO
Vidroa 2

* Vidraçarias
2
-.
* Olarias
1
2
Subt ot a l 5

Formas
INSTRUMENTOS D E TRAIIALHO

Func!as
1
1
Subtotal 2
IMPRESSÃO
* Estamparias de música l
* Litograf ias 2 1
1

* Tipograf ias 5 6 6
3
17
Subtotal 21
DECORAÇÕES
Flore• 2 2
SvMotal i
RAMOS DIVERSOS

Caixas de jóias 2
Escovas 1 1

Cestas
1 1

Cama1
1
- 1

Rolhas
1 l

Panelas
1 1

Polimento de pedras-mÃ!_
1

mores 2 - 2

2
(!ufl�J
Asf alto 1
Figuras d e mossaico 2

Algodão 'J
2

Corda1
2

Pentes l
1
l
Subtotal 17

TOTAL GERAL 419

(*) - Empresas aao class ificadas como tâbricas �e lo município •

. FONTE: RIO DE JANEIRO . Câmara Muni cipal da Corte . Relatório oprrscntado ã J lma . Câmara Municipal da
Corte pelo presidenLe da mesma Cândido Borges Monretro n �amara em 7 de janeiro de 1 853
Apud , LOIIO , Eul alia Mar i:i Lahmeyer , His tór ia do Rio d•• Jan1:iro (do capital comercial oo
capi tal industrial e financeiro), Rio de Janeiro, lmlEC - 1978, vol . 1 pg . 27 9-280.
M.

A re l ação do nume ro de ofi cinas e xis tentes no Ri o de Jane i ro �m


-
185 2 ( tabela 22) nao acusa nenhwna na fregue s ia da Lagoa e dentre os afi ei
ai s ( * ) lis tados ( tabela 2 3 ) em 46 c ate goria s , sõ aparecem 2 ferradore s, 1 fu
nilei ro, 4 sapate i ros e 12 alfaiates . A e x i s tência de s se s 12 alfaiates e a
do comé rcio de seges e carros - at ividades . de que, me smo uma fregue s i a cen­
t ral como S anta Ri ta, não reune e s sa quanti dade de e s tabelecimentos - num
quadro fun ci onal corno o que s e vi u ser ain da o menos caracteri s ti came nte urba
no das fre guesias clas s i fi cadas como tal, leva a i dentifi car a exi stência de
uma cli ent e la abas t ada pos s ivelmente não re si dente - t alvez h ab it ando a GlÕ-
ri a, então fregue s i a pre ferencial da e lite - para a qual es tariam voltados
esses servi ços . Da me sma fo rma reg i s t ra-se um t i po de res i dente pertence�
te aos s etores de menor renda da clas se mé dia .

A tabela 24, cons truí da com dados do Almanack Laemmert, reun e


em um q uadro o núme ro e a locali zação dos e s tabelecimentos de couÉrci o, servi
ços e manufatura s lo cali zadas no bai rro nos anos de 1 85 9, 1 863, 1871, 1880 e
1 890.

Os e s tabelecimentos li sta dos n o Almanaq ue foram grupados da se


guinte mane i ra para po ssib ilitar a análi s e :

Come rcio de art i gos do ves t uári o : loj as de calçado


loj a de fazenda e roupa fe ita de t odas
as qual idade s
annari nhos e loj as de diversas miude za�
q uinq u ilharias, etc • . •
armazém e loj a de mo�as e fazendas fran
cesas de s e da di tas em cas sa, morim, ro'ii"
pa b ranca, et c • • •
loj a de chapéus

Çomerci o de generos alimentí c i os : armazem de generos se cos e molhados


le i te fre s co
açougues
confe i taria
padarias ou fáb ricas de pao
es tab elec imentos hort ículos
armazém de mant i�ntos secos do país de
todas as qualidades

( *) artesaos .
TABELA N9 2 2
N!JMERO D E OFIC INAS DO RIO D E JANEIRO , POR FREGUESIAS , em 1852

FREGUESIAS
SACRA CANDE SÃO SANTA SANTA N , SRA , ENG , INHAO JACARE CAMPO GUARA
DA
MENTÕ LÃRIA RITA MA
JOSt ANA GLÕRIA LAGOA VELHO IRAJÃ PAGUA GRANDE TIBf 'I'OTAIS
OFICINAS DE

l . Funi le iros - - - - - - - 1 - - - - - 1
2 . Batedores de folha 1 - - - - - - - - - - - - 1
3 . Bombeiros - - 1 - - - - - - - - - - 1
4 . Carpinteiros - - - - 1 - - - - -· - - - 1
s·. Carroças 2 - - - 1 - - 11 - - - - - 14
6 , Consertadores de Órgãos - - 1 - - - - - - - - - - 1
7 , Cravadores 4 - - -· - - - - - - - - - 4
8 , Daguerreotipi1ta1 3 - - - - - - - - - - - - 3
9 . Encad ernadores - - 1 - - - - - - - - - - 1
1 0 , LampeÕes d e gâs 3 - - - - - - - - - - - - 3
- - ... 1 - - - - - - - - -
1 1 . Lapid ãrios 1 1 1
12 . Arçueiros - - 1 - - - - - - - - - - 1
13 . Surradores de couros - - 1 - - - - - - - - - - 1

TOTAIS POR FREGUESIA 14 o 5 o 2 o o 12 o o o o o 33

FONTE : RIO DE JANEIRO , Câmara Municipal da Corte . Câmara Munic ipal da


Cor te elo residente da mesma Când ido Bor e J aneiro . Rio
de J aneiro , Typ . do Correiro Mercant i d e
Apud LOBO , Eu lalia Maria Lahmeyer , His tór ia do Rio de Janeiro ( d o capital comercial a o capi­
tal industrial e f inanceiro) . Rio de Janeiro , IBMEC , 1978 , vol . 1 pg . 281 .

\O
O,
.
91.

TtdlEI./\ N<;' 2 J
NÜ!'ll:R0 J I E 0F I C lA l S D O 1 0 0 ;lf; JA'.,U P.O , roR nu.c;t;E �·lAS , H I 1 R 5 �

�AC!V. �ÃO S A'.'l T A l; . � H� --


CA>;IJ[ SANTA F. NC: . 1 1.!IAÚ JACARf. CA:11'U t:t:t,I\A .
] l)A ' ur.o :I J R/IJÃ TOT A l S
MI-:NTÕ 1 .msr. A N,\ l.ÃR IA
,, VF.1.110
I U TA M.� PAC:UÁ GRAt-:lJI.: T I 11,A-
CLÕJ, T A j.
___ _L___L__�-�-- ___ _ __ _
.HAlll:.lRA

1. rnr p i n t r- i r os 8 65
6
8
5
18
2. f.n t ., l had c>r c s
30
1 30
l
3. M,:uc �nc i r o s 89 7 2
25
32
4. T.:i-nanqu<· i r o s 4 8 13
�. 1.J.no c i r of. 10 5 l 10 26

Su b t o t a l 252

!il::TAlS
6 . A b r i dor t s 4 4
7 8
8. Cu t i 1 r � r os 4 6
7 . C a l d e r <.: J r o s

S. IJo u r ,c1d o r l' s 6 6


:.. 9
10. Ferradores b l
1 1 . fer r e i ros 20 32
22 5 2
12
1 2 . Funi l e iros
l
37
13. Lar.i p i s t a s
4 6 10
15. Ou ri ve, 10 20 2 2 52
1 4 . La t ol" i ros

9 6 2 3 7
18
16. Se r r a l he i ro s 28
Sub t o t a l 19]
!-IODAS E ROUPAS
29 11 5 2 2 1 33
2
1 7 . Alfai ates 1, 4 28 12
1 8 . Bordadores 1 l
1 9 . Cos t u r e i r a s 4
2 2
11 17
2C. MoJ i s t as
2 1 . Vcst imen t e i ras l
Subtotal 155
lNSTRUMF.1'10S OE TRABALHO
10 2 14
23. IU l',u i n i s t A S l
22 . Torne i ros
1
Subt o t a l 15
COURO
24 . Corr<, Í ro s 16 20

2 6 . Sapa t,• i r o a
2 5 . Encad ernad o r e s " l
23
l
" 4 3
6
96
7
31
2 5
30
2 7 . Se l c i ros
Sub t c>tal 129
CJ.BELOS
2 8 . Barbei TOS 14 8 1 05
5
16
29. Cahe l e i ros l 4
34 21

30. Pen L c i r o s 3 3
Subtot a ] 113
MElOS D E TRANSPORTES
3 1 . Sege i ros 17 l 18
3 2 . Arm ..dores " 2 .1 7

Sub t ot a l 25

DIVERSOS
33. Escu l t or e s 5 5
34 . P i ntores 9 3 12
35 . Cravadores l l
36 . Espingardeiros l l
37. Fogu e t e i r o s 6 6
38. Li togr a ( i s tas 2 2
3 9 . R e l o j odros 11 4 3 2 20
3 2 l f.
41 . V i o l e i ros 2 l :;
40. T i n t u r e i r o s

l. 2 . Pas t e l e i ros J
4 ) . Sau l e i ro• 4 6 H·
44 . Colchoc i r os 11 b 8 5 31
t. 5 . Empa l h3dores 8 1 �
46. c� i o h: i r c>& 2
TcrTA l S POR }'P.EGUE Sl.A E GERAL 435 161 1 65 14 3 43 4 19 16 o 2 o o o 991

FONTE : R l O DE JANE I RO . Cám :i r a Muni l i p al da Cor t " . R r l :i t Õ T i " fi llt � • •nt :id" " l l is., . cíi.,,arn H,, n i , ; -..� 1 da Cor t r
pr- 1 r, pn· s i d cr, t <- d ;l n u sr.1., C::in. \ i J n Borr1.• !. !10nu· i r " .1 r., m:H a t·m i U r 1 .1 , u · i 1 " Õ l' 1 ...: � ) . k i o �lc j a nr 1 r u ,
T y p . Jo Cor rt• i o ML! rc �n t i l ue K,,O :- i r.u r b . 1 8 5 5 -
Apud LOBO , Eu l a l i a M.1 r i a Lahm ..· ) t-r , B i s t Õ r i c o ao R i ,, d C' J.:inciro ( do r;ip i r ;i. 1 C C"Wer c í s l •"' <' r.:i p i t a l i nd u t.
t r i o l e f i n&nc e i ro ) . R i o d.- J3ne iro , 1 11!'\J::C, vc1 . J . pg . 262 - 28) .
92.

H o t é is e Rest au ran tes : 'b o t e i s


res t a u ran t es
casas de past o

Café , botequim e b ilhares

Farmácias

Os dado s do Laemme rt nao t em p re c isao estat íst i ca, po rem fo rne ­


c e m uma apro ximação ba s t ante con f i ável do número de est abeleci�n tos de co mer
cio , se rvi ço e manufat u ras e de sua dist ribui ção e s pac ial n o bai rro . f po uco
p rovável, no en tanto , que as variaço es n umé ricas acusadas na tabela sej am fi­
eis i reali dade . ( * ) Ã vist a disso , a análise se apo iará ap enas nas ten dên
cias possíveis de se rem i dent ificadas .

A fre guesi a da Lagoa em 1 85 2 tem , como se vi u , seus novos esta­


bele c iP.Entos co me rciai s, de serviços e manufat u ras vol tadas para o at en di men-
t o da at ivi da de res i dencial ; o co me rcio e quase exclus ivamente de gen eros
alimen tíc i os e as man ufaturas de utensíli os e gêne ro s para as resi dênci as . No
quadro ge ral da ci d ade sua compos i ção funcj onal apro xima-s e ma is da paisagem
das freguesias ru rais do que das demais freguesias urbanas , o n de se desenvo l
vem algumas a tividades de mai o r âmb i t o de a ten dimen t o .

O quadro de 1 85 9 nao e muit o d i fe ren t e : acusa p r e domÍni o quase


abso l ut o do co me rc i o de gêneros alimen tici os ( armazéns de seco s e molhados na
mai o ria) e a concen t ração espacial e mui t o acent uada na R ua de São Cleme n t e .

No ano de 1 863 p ersiste o predomíni o do come rcio de alimen tos ,


po rem J ª se p o de sen t i r o esbo ço de uma diversi fi cação funcional com o aumen­
to sensível do nÚmero de o ficinas ( que segun do os dado s de 1 85 2 não exist iam
on ze anos an t es) . A rua de São Clemen te concen t ra ainda as ativ i dades nao
resi denciais da area, po rem j á sao mais e xp ressivas as t en dên ci as de local i ­
zação esbo çadas em ] 85 9 nas ruas da Passagem e Gen eral Po li do ro e na P raia de
de Bo tafogo , a esse grupo vin do so mar-se t ambém a Rua Real G ran de za. A p re d�
m in ância nessas vias e do come rcio de alimen tos (secos e mo lhados, aço ugues ,

( *) Bast a co!nparar os dados de 1 85 9 com os de 1 85 2 na tab e la 19 e os de 1 89 0


com os d o recenseame n t o do me s mo ano .
93.

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94 .

p adarias ) , para at end ime nto às residênc i as . A p raia de Botafogo depois da


Rua São C l eme n te é a que maior di versifi cação de usos apr esenta , tendê nc ia
que manteria nos períodos subsequen tes .

O quadro até o ano de 1 8 7 1 é mui to pouco d i ferente do de 1 86 3 ,


mostrando nao ser es t e um período de grandes mod i f i cações funcionai s no bair
ro. As vias com algum comerci o ( semp re de alimentos) s ão as mesmas an ter io­
res e a concentração espac ial é a mesma na rua de São Clemente, os endereços
do Laemmert i ndi cando que no iníc i o da rua é que se concen t ram esses es tabele
cimentos .

O salto mais i mp ortante no q ue toca a d iversi f i cação funci onal


no bai rro se da, sem duvi da, no pe ríodo 187 1 - 1 880 e novas ruas ab sorvem at i v i
dades não res i denc iais s empre tendo c omo i níci o o c omerc i o de alimentos. Nas
ruas Marquês de Olinda, Bamb ina, As s unção e Vi sconde de Ouro P reto s e d i st ri­
buem os es tabelecimentos de comerc i o , assim como na Ãlvaro Ramos, na São João
Bati sta, Farani e Sorocaba.

A rua Voluntários da Pátria surge como eixo comercial some nte


neste período, s em que nos períodos ant eri ores t ives s e esboçado essa tendênci
a: sem duvi da, a linha do bonde da Botani cal Garden i n t roduzi da em 1871 foi
a res ponsável pela importância come r c i al por ela adquir ida . Com e feito
ent ão, depois da Rua de S ão Cleme nte e da P raia de Botafogo, a Voluntários
pas sa a ser a rua que apresenta o maior numero de estabelecimentos e a maior
divers i fi cação func ional. Ainda i mportante c omo e i xo de apoio ao uso res i­
dencial nes te período é a Rua da Passagem.

No período 1880-1890 novas ruas ab sorvem est abelec i mentos de co


mércio , mas sao ainda a São Clemente , a P raia de Botafogo e a Voluntários da
Pátria os eixos comerc iais mai s i mpor t antes , consolidados pela p as sagem dos
tri lhos dos bondes. Em s egui da vem a Rua da Pas sagem, sem a ire s ma diversi f.!_
caçao funcional mas apresentando um nume ro elevado de estab elec imentos em re­
lação ãs demais v ias, pri nci palmente no comércio de alimentos .

O que s e observa nes te período 1 85 0-1890 é , pois , uma mudança


do ba irro de Botafogo de uma área prat i c amente sem nenh uma expressao come rci­
al, para uma cre s cente d ivers ifi caç ão , s e b em que s e trate caracteristi camen
te de um comercio de bai r ro. Ã parte as ruas de São Clemente, P raia de Bot a
fogo e Voluntár ios da Pátria as demais não apresentam uma divers i fi cação de
95 .

u...c; os mui t o s i gni fi cativa s e n d o mu i t o ma i s expr e s s i va a p ar t i ci p ação do co


mé rci o de al i me n t os em q uas e t o d a s e l as . De s s as vi as , a S ão Clement e s e d e s -
t ac ava por mant e r duran te t od o o pe ríodo o s e u p ap e l de p ri nc i p al e i xo de co
ID€ F c i o , serv i ço s e manufatur as .

A c re s cen te mud an ç a f un c i on a l do b ai rro p ode s e r princip almente sen


t i d a p e l a t r an s fo nnação q ue s o f re a e n s e ad a de Bot afogo . E s s e s e gment o do
b a i rro de o cup açao ori ginal re s i den c i al ari s t o c rãt i ca vai mud and o s ua f un ção
p r i ncip al a i n d a no d e co r r e r da s e gun d a me t ad e do s é cu lo XI X , t r ans f ormand o -
s e n a s egund a via em imp o r t an ci a �ome r c i a l e d e s e rv i ç os o b ai rro .
. . - . . . d . . ( *)
A
p e rda gradual do " s t at us " d e f ai xa l i t o râne a , ao con t r ár i o do q ue acon t e ce -
ri a com a o r l a do Fl amengo no me s mo p e rÍo do , pode s e r e xp l i cada p e l a f unção
de p as s agem e o i n t e re s se come r c i a l d aí de co rrente , q ue a o r l a t eve f o r ço s a­
men te de ab s o rv e r , ao con t rári o de p e ne t r ação do Fl amengo fei t a "por den t ro"
através da Rua do Cat e t e , Marq uês d e Ab ran t e s e Sen ad o r Ve rgue i ro . Um indi­
cador d e s s a mud anç a é a s aí d a d o s ho téi s de l uxo e xi s ten te s na p rai a de Bo t�
fogo no corre r do século XI X . S u r gi d os em função d as de l e gaç Õ� s d i p l omãt i -
c as e res idênci as de e s t range i ro s e xi s t en t e s no ent orno d as ruas Marque s de
Ab r an t e s e S en ador Ve r gue i ro , e s s e s e s t abe l e cimen t o s l i gado s ao " s t at us " da
ã re a , vão paulat iname n t e ab andonan d o e s s a l o c al i z ação ou t ran forman do-se em
re s t aurant e s , conforme ate s t am o s re gi s t ro s do Laerrnne r t . . O L aemme r t de 1 880
J a ci t a o Ho t e l do Leme em C op a c ab ana i nd i cando a nova di re ção d a e xp ans ao �
r a e s s e t ip o de uso .

A aná l i s e da t abe l a 2 5 , re f e re n t e ao nume ro de uni dades p re di ai s por


t i p o , nas Fre gue s i as, em 1 890, pode demons t rar o iní c i o da e spe ci al i z ação do nú­
cl e o urb ano e xp u l s ando o uso re s i denci a l : os pe rce n t uai s de d omi cí l i os n as
f r e gue s i as do Cent ro s ão o s men o r e s den t r e t o d as as f re gue s i as da ci d ade , as
quai s , em cont rapos i ção de tém os mai o re s p e r centu a i s do q ue foi con s i de r ado
como " indus t ri a" e "mi s t o s " . A e xce ção é S an t ana q ue mantem uma t axa a l t a de
dorn í cí l i o s , " indús t ri a s" e "mi s t os " , demons t rando s e r a are a d o ent o rno do

ce nt ro da ci d ade onde a c re s c e n t e e s pe ci al i z ação não e xp u l s o u a pop ul a ção re­


s i dente q ue congre gav a o s mai o r e s c on t in ge nt e s p ob re s dent re as f re gue s i as ur
b an as .
( * ) Di z o Co rrei o Me r c an t i l de 1 3 /0 6 / 1 85 6 : "P are ce q ue a P rai a de Bot afo go e s
ta arrendad a aos ma de i r e i ro s " ; " B revemente não h ave r ã que arre ndar naque=
l e s s ít i o s : a rua de S . C l e men t e j ã é dos alugado res de s eges e a p rai a
de Bo tafo go dos made i re i ros " . B r as i l Ge r s on ci t a a pe t i ção fei t a ao l mpe
radar pe l os mo r adore s da p rai a , q ua s e todos pe rte n cent e s ã ari s tocraci a ,­
para q ue não conce d e s s e t e rrenos d a marinha na p rai a de B o t afogo q ue p ode
r i am ser ut i l i z ados p ar a f i n s que a p re j udi cas s e m como d as mai s ap razíveÍs
ào Rio " s ob re t udo na e s t ação c almo s a , q u ando s e cons t i t u i num l ugar i d e al
p ara recre i o e mudanç a d e are s . "
%.

TABELA N9 25

NGMERO DE UNIDADES PREDIA I S POR TIPO E SUA PARTICIPAÇÃO


PERCENTUAL NAS FFEGUESIAS DO R IO DE JANE IRO 1890

FREGUESIA S TOTAL
DOMIC1
LIOS
- 7.
INDGS
-
TRIAIS
%
FÚ BL.!_
co
1,
• MISTOS %

FREGUESIAS URBANAS 35 . 650 27 . 59 5 . 7 7 3 . 5 90 10 215 l 4 . 250 12

Cand elária 1 . 109 8 1 7 22 65 12 l 367 33


são José 1 . 91 2 1 . 173 61 2 88 15 34 2 417 22
Sant a R i ta 2 . 4 69 1 . 521 62 631 26 12 o 305 12
Sacramen to 3 . 254 1 . 3 21 40 976 30 24 1 933 29
Glória 3 . 180 2 . 811 88 90 3 11 o 268 9
Santana 4 . 712 3 , 869 82 271 6 28 l 544 11
San to Antônio 2 . 08 1 1 . 627 78 97 5 24 1 333 16
Espírito Santo 4 . 037 3 . 667 91 69 2 10 o 291 7
Engenho Velho 4 . 059 3 . 7 03 91 37 l 25 l 294 7
Lagoa 2 . 307 1 . 990 R6 141 6 6 o 170 8
são C r i s t óvão 2 . 239 1 . 89 1 84 241 11 12 1 95 4
Gâvea 644 599 93 25 4 4 l 16 2
Engenho Novo 3 . 647 3 . 415 94 2 o 13 o 217 6

FREGUESIAS RURAIS 1 1 . 121 10 . 50 7 94 195 2 62 l 357 3


· !raj á 1 . 694 1 . 61 4 95 3 o 12 l 65 4
Jacar epaguá 1 . 397 1 . 324 95 8 o 65 5
Inhaúma 2 . 428 2 . 315 96 53 2 8 o 52 2
Guarat iba 1 . 37 0 1 . 33 5 97 12 1 5 1 18 1
Campo Grand e 2 . 009 1 . 868 93 4 o 9 1 1 28 6
Sant a Cruz 1 . 296 1 . 203 93 79 6 8 1 6 o
I lha do Governador 615 563 92 30 5 7 1 15 2
I lha d e Paquetã 312 285 91 14 4 5 2 8 3

T o T A L 46 . 7 7 1 3 8 . 102 81 3 . 785 8 277 o 4 . 607 10

FONTE: Recenseamento de 1 890 . Apud ABREU , naurÍ c i o , BRONSTE IN , O l g a , PolÍ


ticas PtÍb l i cas, E s t r utura Urbana e D i s t ribui rão d e Fonul ac-:lo de BaT=
x a Rend a na .A. rea He t ropo l i Lma d o R i o de J :rnc· i r o , l BN·l , CPU , 1978
pg . 84 .
/\ f r egue sia da Lagoa , por s u a ve z , tende, agora j a de smemh rada a

f reguesi a da Gavea é dentre as f re guesi as urr,anas não componentes do centro


da ci dade (excetuando S . Cr istóvão que a essa época nesse periodo j ã aponta
um número mui to e l evado de "indústri as") , aquela com ma ior nÚmero de " indÚS

.

mis
-
trias", sendo contudo poucas as unidades prediais caracteri zadas como
li

. -
tas'' • Apesar da composiçao percentual coloca-la no rol das freguesias de
função p redomin antemente resi den cial . e dent re estas a que apresenta maior
dive rsifi cação, mais ainda do que a da Glória e a do Engenho Velho , que teve
u ma gêne se prati c ame nte i dênt i ca e havia esboçado no pe ríodo ãnte rio r urna ten
d�n cia i dive rsifi cação que a da L a goa si q ue r ensai ava.

Se cornparannos essas constataçoes com o que se ve rifi cou da anã


lise anterior das tabelas 19 e se gui ntes, ve remos que esses Últ i mos anos da
segun da metade do sé culo XIX apontam para uma crescente dive rsi fi cação fun cio
nal da ãrea, a p arti r da f unção prin ci palmen te resi dencial da prime i ra meta­
de do século XIX, sempre conse rvando a caracterí st i ca de cent ro de comércio p�
ra o atendimento do p ró p rio bai rro. H ã que se regi strar contudo , a presença
da pedrei ra e made i reiros cuj as ma térias-pri mas seguramente dest i na ram-se nao
apenas ao uso lo cal como também as ati vidade s i ndustriais nascente s.

Deve se considerar aqui o papel dos meios de t ransporte em flu­


xos considerávei s na fre guesia desde 1 840 e que aumentam sua importância com
a chegada dos bondes em 1871. Os efe i tos da função de passagem j ã se fazem,
poi s , sentir, na cre scente importân cia das funções não resi den cia i s nesse pe­
ríodo.

7. A DINÃMI CA DA LOCALIZAÇÃO RESIDENCIAL DA ELITE E A OCUPAÇÃO DE


B OTAFOGO NO S[CULO XIX

Ap ós ter sido se cundariamente inte grado às regioes de produção


açucare i ra do século XVII , o arrabalde rural da fre guesia da Lagoa , j ã p rova­
velmente ocupado pun t ualmente com ch acaras em fins do século X\'III e ini c i o do
sé culo XIX, come ça , a parti r de meados do sé culo XI X a expandir-se com função
emi nentemente re sidenci al. A característi ca aristocráti ca de sua ocupaçao,
nos p rimÓrdios do sé culo XIX, po r eleme ntos da nob reza, do alto comer cio e
da diplomacia, vé rt i ces da pi râmi de social, cede lugar a partir de meados do
século a uma ocupa ç�o mai s di ve rs i fi ca d a s oc i a l me nte , acompanh ando os suces si
vos desmzmb rarre nt os das enonne s cháca ras origina i s.
98.

A ocup;iça o do i ní c i o do s é cu l o X I X , emi n e ntenx.:, nt e ar i s t o c ra t i ca_


s e gue urna ten dênc i a das en tão c l as ses d omi n an te s de se l o cal i zarem em ch a ca
ras fora d o núc l eo urbano dadas as suas condi ções p r ivi l e g i adas de l ocomoção .
Es sa l oca l i z ação se não é i gua lmen te in tens a em t oda p e r i f e r i a ime d i ata do
c e n t r o , p e l o menos nao se conce ntra preferenci almente em de t e rminada âre a , a
j u l gar pelo s re l at o s dos cron i s tas da epo ca , poi s as c on d i ç ;es de ace ss ib il i­
dade para alem d o núcleo urbano eram igualmente di f í ce is .

Al guns s e gmen tos mantem por al gum tempo as cara c t e r í s t i cas a n s


tocrá t i cas d 2 ocupa ção o ri gin a l como a orl a da ens eada , p o r e xemp l o , mas já
ao f i na l do s é cu l o o b ai rro ap resenta uma dive rs i fi cação s oc i a l e func ional
b as t ante acent uad a em re l ação às demai s fregue s i as .

O s urto de cre s cimento popu lacional que a c i dade expe rime n t a a


pa rt i r d a me tade do sécu l o XI X e que s e e spe lh a parti cul armente no b a i r ro , faz
com q ue ao fim do sécu l o , mu n i do dos s e rvi ços urbanos b á s i cos , notad arnente p�
l o de t r ansportes , Bot afogo c ons o l i de-s e como áre a res i de n c i al , tendo de f i n i­
da compl e t �ne nte s u a t rama viári a b ás i ca at ual .

A função de pass agem que a c onformação fís ica do b ai rro p ropi_


e i a e s t ab e l e ceu-s e faz endo-se d e l e a l i gação f o rço s a d o s i s t ema defens ivo do
l i t oral s ul ; a p art i r de s s e s c aminhos cons o l i daram-s e s ua ocup ação e essa
f unção em re lação às áre as adj acen te s .

Com a not ável expans ao da c i dade nos me ados do s é cul o , o b ai r ro


expande -s e e paul ati namente o d e s envolvimento do s i s t ema de t ranspo rtes con­
ve rgente p ara e le ( j á c ons i de ráve l e conso l i d ad o antes do s urgimento dos b on­
des ) e os demai s me lh oramentos urbanos que lh esão t razi dos - adução de agua
e s e rvi ç o de gás - f azem d e l e uma op ção atrativa de morad i a para as dive rs as
camad as da pop u l ação .

A conso l i d ação d a G lória e Cat ete como áreas re s i de n c i a i s t em


aí um pape l fundament al , j á que B o t afogo é o t e nni nal dos t ranspo r t e s cuj as

d as . r i gualmente provâve l qu e , em re l ação a e s s as


-are as ,
l i nh a s s e rvem a e s sas areas p r e fe renci almente o cup adas pel as camadas
a valori za ção
ab as t a-
do

s o l o em B otafogo nunca t e nha che gado a n1.ve1.s mui to e levados ( *)
, poi s no

( *) A p e rmanenc i a de l avouras ai nda em 1 870- 1 876 pode ri a s e r um in d i c ado r de s


s a pequena valo r i zação re l a t iva do s ol o .
99 .

mvmc n t o em que G 1 Ó r i a , r.a t e t e e F ] ame n�o c.-stão c onsol i d ados ( f i ns do sé cu1 o


X I X) c omo resi dênc i as das e l i tes e o t � nta c u 1 o at i ng iri a entã o Botafogo, ele
j á e s tã comp rome t i do e uma out ra á re a é ab e r ta ã exp ansã o e l o c alização des-
sas camadas, que foi Cop ac ab ana . Dessa forma Botafogo, menos val ori zado, p�
de s e r o c upado po r d i ve rs o s segme nto s das camadas médias que serao os respon­
sáve is pel a intensi f i cação de sua e xp�n são q ue se estende ate o iní c i o do sé­
culo XX. A estruturação de Bot afogo esta referen ciada no pro cesso clássi co
de s aída do centro da c i dade que as c l asses ah astaàas experime ntam.

Sob e s s e as p e cto da estrut ura çao do b a i r r o ê i mportante ident i ­


f i c a r como se compo rtou esse vetor de lo cali z a ção, responsável pela ocupaç ao
da orla sul do Ri o de Janeiro .

Os que os dados sob re população e renda no século XI X demons-


46
tram, corroborando o modelo geral de Am ato, e que as elites foram responsã-
vei s pel a ocupação ini c i al do b ai rro de Botafogo a part ir do m ov imento na di-
reção sul . Enqu anto se consoli d avam· GlÕri a e Catete c omo áreas de ma i s al-
to status res i dencial, Botafogo era um term inal de transportes , passagem para
áreas ma is peri féri cas e de di fí cil acessib ilidade como Copacabana, Gávea e
J ardi m Botâni co . S alvo alguns segmentos, j á tradi cionalme nte o c upados pela
elite, o b ai rro como um todo Í oi sendo o c upado pelas camadas médi as mai s b ai­
xas da população "comp.rometendo" a eventual sequênci a em sua di reção do vetor
que ac ompanhava a orla a parti r da GlÕri a . A li nh a de movimento das eli tes
" salta" Botafogo e j á no i ní c i o do século XX procura áre as pione iras como Co­
pa cabana .

O quadro geral do f i m do sé culo XIX no que di z respeito à lo ca­


li z ação das di ve rsas camadas soci ai s mostra um centro da ci dade j á espe c i ali ­
z ado em relação às funções não resi den c i a i s e duas peri feri as imedi at as , uma
a oeste e outra a sul , congregando respecti varre nte os segmentos mai s pobres
da populaç ão e os mai s ab astados - San ta Rita e S antana de um lado e GlÕri a
do o utro . Apesar de i nternamente à s freguesi as não h av er "segregação func i o
nal" j á que todas as ati v i dades são exer c i das em todas el as, a polari zação
dos residentes é clara nos doi s o postos. Está se i ni c i ando o movimento em
di reção à orla sul das camadas aba stadas que se concentram na Glóri a e no Ca­
tete .

Dessa forma o que se passa no século XIX no b ai rro de Botafogo,


ma 1 s especi f i c amente na sua segunda metade, é a m u danç a de uma área de ocupa-
1 00 .

çao resi d e ncial rarefei t a e p e ri fé r i c a de e l ite para uma ârea ocupada por d i ­
ve rsos setores das camadas medi as e com uma dive rsif ica ç ão f u ncional cre scen
t e , a parti r dos p rincipai s e i xos de penet ração do bai rro, originados dos ca­
mi nhos tradici onais de l i gação da area com suas cercanias imediatas.

A pe rmanenc1 a dos se gme nto s a ristocrât i cos no i nte rio r do bai r­


ro , que lhe conf i guraram no senso c omum o caráte r de bai rro da e l i te , pode
se r e xplicada pela dinâm ica do processo de i nvasão /sucessão ; se e a classe
mais abas tada que fun c i o na como ponta do vetor de expansão reside nc ial, lev an­
do in fra-e strutura e t ranspo rtes a áreas até então p e ri féricas e inco rporan
do-as à malha urba na , por outro lado nao é q uando ela sai que as demais elas
ses passam a ocupar a mesma ârea ; a forma como o p rocesso se dâ e comb i nada
e concomitante no início da ocupaçao do bai rro, coexi sti ndo como o caso de Bo
tafogo demonstra, funções resi denciais e não residencia i s de di ve rsos "status"
nos seus di versos segmen tos, mesmo os mai s ut i l i zados, um processo cuj a dinâ­
mica de ntro do espaço consol i dado do bai rro i râ se estender atê o iní cio da
década de 1 9 30 .
101.

APÊND ICE DA 3 a . PARTE

20
1 LO BO - pg . 1 6 3 vo l . 1

Os dados q ue a aut o r a t rans c re ve da ob ra d e Mon senhor Pi z a rro - M�


mÓr i as H i s t ó ri c as do R i o de J ;rne i ro - , apont am :
1 82 1 5 1 e ngenh os
1852 5 8 engenhos
1 85 7
-
2 8 f a z endas de açucar e 1 5 0 de ca fé
1 873 - 4 00 f az énd as Je café e ce r� a 1. s

20
2 LOBO - pg . 155 vol . I

20
3 LOBO

1 89 2 - 4 9 ho r t as e capi nzais nas f re gue s ias urbanas ; 246 nas subur


ban as .

20
4 LO BO - p g . 1 73 vo l . I

" S e gundo a Not í ci a s o b re o De senvol vime n t o da In dús tria Fab r i l no


D i s t ri to Fede ra l e sua s i t uação Actua l " , as at ividades f ab r i s ma1.s
impo r t ant e s l o c a l i z adas no Rio de J ane i ro no p e ri odo de 1 84 0 a 1 860
eram a s de c hapéu s , c a l çados , t e c i d os , fundiçõe s , se rralh e rias , ce�
vej as , s e li ns , mó v e i s , vel as e produt os quími co s . S omen t e um pequ�
no número de fábri c as era dot ado de mot o r e s hi d rául i c os o u a vapo r
que t i nham em mé d i a de 30 a 5 0 cavalo s de p o tên c i a" .

26
SANTOS

26
6 SANTOS - pg. 231

Fonte : R eceb e d ori a d o Muni cí p i o d a Cor te - Col e ção do Arquivo Mu


n i c i p a l - e s t a t ís t i c a de 1 8 39 . Fi s c a l i z ação Muni cip al 1 i c enças
conce d i d as 1 84 3 .

O dado as si nal ado com o as t e r i s co nao c on f e re c on t udo com o levanta


me nta de 1 85 2 que a cu s a apenas 5 7 e s tabe 1 e c i men t o s come r c ia i s .
102 .

26
7 SANTOs - pg . 2 17

26
8 SANTOS - pg. 2 19

26
9 S ANTOS - pg. 2 20

26
10 S ANTOS - pg. l l O

26
11 S ANTOs - pg . 2 05

Em 1 9 10, dos onze pontos destinados ao esta cionamento de carros no


Rio de Janeiro, 2 lo calizavam -se em Botafogo e a maioria ( 7 ) no
Centro da Cidade .

2 7
12 SAINT-AOOLPHE

Diz o Diccionario Geog rap hico : "Em 1 840 e 1 84 1 decorou-se esta po­
voa ção d ' uma bella estrada, e do lado oposto da ba hia fez-se um
cai s com seu competente parapeito e passeio".

26
13 SANTOS - pg. 26 3

26
14 SANTOS - pg. 259

15 No seu livro " De scriptions" editado em 185 2 na Inglaterra Sir Wil­


l i am Ouseley, diplomata inglês e cronista do Rio de Janeiro no secu
lo XIX, comentando sua aquarela em que retrata a enseada de Botafo
go , diz que o aspecto da praia "era agora ( 1 85 2 ) muito di ferente
do tempo em que a estampa fora desen hada ; "on a changé tout cela".
Jâ havia uma estrada ma cadamizada, Ônibus puxados a quatro mulas.
"Eram progresso s , concedia, mas que roubaram muito da primitiva be
leza".

L I NHA RE S
16
16

19
17 LINHAREs

A tabela demonst ra, por fregue sia e po r categoria, o numero de vo­


*
tante s exi stentes e a renda anual da categoria . Conforme alerta a
autora , "qua l quer ten tativa de precisar a estrutura profissiona l e
* Votantes neste período são os homens livres , de maior idade , capazes de exer
cer uma atividade re munerada , dentro do mínimo vital possível num tipo de
so ciedade escravist a em tr ansição como a de 1 8 7 0 " .
1 () '3 .

de re nda do Rio de Jane i ro n e s s e pe rfodo e , por enquant o , me ra n�n


te ap ro x i m a t i va " .

Agre go u-s e numa primeira ca te goria , a s "atividade s de agricul t ura


e e x tra t iva s " e re une se gundo a autora na maioria "pequenos pro­
prie t ários , sitiantes , a rrenda tários , ' meeiros " ; a ca tegoria "tr.!
balhadore s ur banos e art e s ão s " re une quer os artesão-independen -
tes quer os as s alariados por s ua homoge neidade social no conte xto
d e uma soci. edade escrav i. s ta ; os ti empre gados em trans porte " re une
-

as s a lariados àe me lhor nível ( tranpor tes urbanos ) com tropeiro s,


carroceiro s e arre adore s ; os "empre gados a s erviço do Estado" de s
taca toda a burocracia do Es tado ; os " empregados a se rviço àe en­
t idade s pu bl icas e privadas " re úne os empregados do comércio , da
indu s t ria, da rede bancária , - os einpre-gõs - e-specializados (te l egra­
fista, enfermeiro , e t c . ) e outras categoria s independentes carac­
terizadas por s ua na tu re za não burocrá t ica, todas inte nnediárias
na escala s ócio-profi s s ional ; os " patrõe s " congregam a cla s s e di­
rige- nte . .- . grande·- lavoura,
. :--
indús t ria , comercio e finanç �s ; os " pro
f is sionai s liberais " congregam 1 7 profis sõe s e contam- se entre os
trê s grupos que compõem a cla s s e dirigen te - algun s dentre el es
são t ambém faz endeiros ou proprie t ários , daí o alto nível de re n­
da da ca t egoria - a categoria "e mpregados em fis calização do tra­
balho e s erviços" congrega profis sões j á em vias de e xtinção como
a de feitor e outras como capata ze s e mes tre s de obras.

Utilizamos es ses dados com o s e ntido de situa r, de ntro da amos tra


dos 16. 000 vo t antes com a q ual s e relacion am , a pos iç ão dos morado
re s da fregue s ia da Lagoa em relação ã dos do conj unto da cidade
para nos aproximarmo s de s ua compos ição social .

18 Para corroborar e s sa obs ervaç ão é intere s s ante verificar a l ista


dos proprie tários de carruagens de luxo particulare s de 1892 feita
26
pelo Re g i s t ro do Arq uivo Muni cipal e citada por SAN TO s ( pg . 1 6 5 ).
E s s a lis tagem , uma amo s tra s eg ura da distribuição e s pacial das elas
s e s mais abas tadas , aponta o maior número de proprietário s de car­
ruagens na Glori a e Ca te t e , e s magadoramente maior do q ue nos de­
mai s ba i rro s ( 1 1 aris tocra t a s , 6 com t í t ulo de nobre za ) sendo q ue
trê s dele s habitam a Ma rq ues de Abran t e s e três a Senador Verguei­
ro , r uas de divisa com o bairro de Bot a fogo e origens de s ua expa�
sao .
lO� .

Apenas do i s p rop ri e t ã rios s ao c omp u t ados em B o t a fogo , amb os sem


"titulo de nob re za" . . . Con t ud o , a lit e r atura da epoca ref ere-s e
q uase sempr e a Botafogo c omo um b airro da e l ite . Em c arta de 8
de feve reiro de ] 8 8 2 a alemã Ina Von Bi nger , gov ern an ta que ser
viu a vã rias familias da elite ass im se refere a B otafogo :
"Bot afogo · é ad orável c om s u a s vive ndas dis postas como uma grinal­
da em torn o da b aia d o me smo n ome , seus j ardins dominados ao fun­
do pelo imponente "Corcovado" e n a frente pelo "Pão de Açúcar"de�
tro d a ensea da.
A magnifi cên cia d as f lores neste bairro onde s ó mora gente ri ca e
distinta , é fascin.,m teme nte admirãvel ! "

* "OS MEUS ROMA.�OS - Alegrias e tristezas de uma e ducado ra ale-


ma no B r asil" - Edit ora Paz e Terra, 19 80, 2 a. edição tradução
de Al i ce Ross i e Luisita da Gama Cerqueira - pg. 6 1 .

19 "E".. a ru a mais an tiga deste b airr o por que e ra o Único caminho que
havia para a L agoa Rodrigo de Freit as e por isso també m se chamou
·:caminho da Lagoa" - CAVALCANTI pg . 1 1 30 .
"Começ ava na praia de B ot afogo , j unto ao mo rro do Mat h ias, segu ia
em lin ha reta , divi dindo as terras que h oj e são de José Fernandes
Guimarães das da c há cara de Olaria de Francisco de Araúj o Perei ra
ate o lugar em que hoje estâ o cemité rio ; daí em diante , tomava
o leito que hoj e tem ate e ncontrar o morro c h amado "Berquô" e se­
guia pe l a e ncosta deste atê a Piaçaba ou P rimei ra Lagoa .

Depois porem , que se abriu a ru a de São Cle n:e nte, foi esta rua fi
cando ab andonada e por isso, nao s ô lh e mudaram a sua direção de
prin ci pio , c omo mesmo a inuti l i zaram da rua da Real G rande za em
diante" .

20 "Ignora-se em que época foi ab e rta a rua São Clemente, mas sa


be-se que no tempo do penúltimo V i ce -Re i des t a cidade, �esej �
do-s e ter uma comunicação para a L agoa do Rod rigo de Fre itas , me­
l hor e mais reta do que a Única q ue até então existia , que era em
parte a rua que hoj e chamam BerquÓ ( G ene ral Po l idora) e enbao ca­
minho da Lagoa , obteve o dito Vice -Rei que os herde iros da Quinta
de São Clemente transformas sem em rua p ubli ca o seu carninhd parti
cul ar de c arro , por onde até e n t ã o se <lave ingresso para sua casa
6
e cape l a de que a c i ma se falou" - CAVALCANTI - pg 1 1 15 .
105 .

21 MAPA ( 3 )

22 MAPA ( 3 )

23 MAPA ( 10 )

24
24 RENAULT

Onde "prec isa-se de um creado que s a iba fal l ar inglez e enten da


perfe it amen te o serv iço de h otel" - Co rre io Mer c anti l 1 8 /0 8 / 1 85 8 .

25
25 RE NAULT

"O Clube de Bot afogo avisa aos senhores sôcios que os mesmos devem
mandar à rua d e São Cl emente n9 5 9, a rel ação das pessoas da famí­
l ia para seleção dos convites" - Correio Mercanti l 0 3 /09 /1 858.
"A União Venez i ana d i sputa c om as sumid ades os apl ausos do publi­
co. Com cerca de dez c arros cada um a, as so ciedades saem da Rua
São Clemente (onde mora o autor dos c arros alegôri cos) e percorrem
as ruas do Ce ntro ".

O Clube Guanabarense seria cri ado em 1 87 4 no solar do Visconde de


Souz a Franco onde ate pouco tempo funcionava o Col égio Andrews .

26 " a l i ( ensead a) vimos vapores, botes, lanchas, povo como formiga,


carros, cava l hei ro s, cabriol é s : enfim tudo quanto l ã havi a , menos
os botes do pareo . Fomos a Roma não vimos o Papa; fomos a Bota­
fogo, não vimos a Regata". - Corre io Merc anti l 0 2 /1 1 / 1 85 2 .

27 Jul io Toussaint, em Bot af ogo, oferece lições de danças mo dernas­


Emílio Z aluar, i ntelectual e escritor, com colégio em Botafogo of�
rece o "metodo de leitura repenti na p ara men inos pobres, analfabe­
tos" .
As i rmã s vj cen� in as instalam-se na p r ai a de Botafogo em 1 85 5 .
(En1 1 89 0 o Laerrnne rt list a 7 colég ios, 2 na P r ai a , 2 na São C lemen­
te , 1 n� Rea l Grandez a , 1 na São João Batista e 1 na Farani) .

24
28 RENA U LT
"No d i a 4 c e dez emb r o C . 868) , a S o c ie d ade Musi cal Recreio de Bota­
fogo a rma urn c oreto naq uela p r a ia, junto ã Rua São Clemente e, com
p eças e scolh i à as , festej a o ani versario do monarca" .
106.

"Pe q ue n a s c a s as d e e s p e t ãc 1 Jl os d i v e rt em o publ i c o em Bot a f o go como


o Te at r o d a Rua <le S ã o C] emen t e 6 9 ap r e se n t an do at rações d i fe ren­
tes : J ogos , danç a s , mími c as , v en t ri loqu i a , pr es t i di g i t ação" .

24
29 RENAULT
"To be l e t an e l egant hous e , with chacara , at Rua da Re a l G r an de -
za . The house is ne wly pai nted an d con t ains dri nk ing w a t e r i n a-
bun d an c e" . Cor r e i o Mer can t i l 19 /0 6 / 1 86 0 .

"A commodi ous and re ce n t l y f i n i shed se mi - de t ach e d vi lla i n Rua de


D . Mari ann a, são Cl ement e ; the ro oms a re all ne a t l y p repare d and
comp l e t e l y f i t ted w ith gas , h a s ab undance of wat e r . • • " Corre io
Mercant i l 0 8 /0 2 / 1 863 .

"Al ug a-s e a cas a nob re da prai a de n9 76 , com magnífi cos comodos ,


ricamente p i n t ad a , t endo gaz e abundância d' água de bebe r , com co­
che i r a para ca rros , caval h a r i a , t anque e grande chácara com r i cos
j ard ins e capim para 4 a 6 an imai s " . -Co rre io Me r c ant i l 2 2 /0 4 / 1 86 5 .

30 MAPA ( 7 )

31 MAPA ( 6 )

O '� l ano que comp reende a p l an t a da Corte do Rio de J ane i ro e os


s eus s ubúrb ios " , p re sumive lmen t e de 1 8 35 , mos t ra e ss as me smas ru­
a s , c om ocupa ção cont ínua ao l ongo da Rua da P as s agem.

32 Por e s t a époc a a rua Rea l Gran de z a j ã de t inha um papel i mp ort ante


na es t rutura d o b ai rr o , e em 1 85 0 , J ª era pon t o f inal de gôndo l as .

33 FONTE S PRitAÃRIAS MANUS CRITAS ( 7 )

"Ate 1 85 7 não h avi a c aminh o al gum de rodagem ent re a ci dade e a


pra ia de Co pacab ana e sendo imp rat i c áv e l a cons t ru ção de l a pela
E s t rada d o Leme os i n te re s s ados do bai rro e a I lma . Câma r a M un i ci -
p a ] d ' então reso lve r arr,-s e a f a z e - l o p e l o ] ado do morro de São J oão
Bat i s t a , por onde e xi s t i u ap enas uma p i cada para pas s agem a pe .
Do i s e ram en t ão o s p r op r ie t ári os do t e rreno em que dev i a s e r ab e r­
t:a a p r oj e t ada e s t ra d a . P e l o l ado d o mar era p rop ri e t á ri o J os é 'MaE
t i n s Ba rro s o des de a p r a i a ate o a l t o das vert en t e s , e d ' al i at e a
bas e ào morro pe l o l ado da c i d ade e ra p roprie t ári o Hugh Hut ton .
E st e s d o i s pro p r i e t á ri os ce de ram à l lma . Câmara , cada um no seu
10 7 .

t e r r e no , a l a rg�ra d0 6 0 m na r a o ] e i t o da e s t r a da corno deve cons -


t a r no re s p e c t i vo a rq u i vo e a I l ma . Câmara man dou faz er o t raçado
e deu c ome ço às ob ras de ab e r t u ra e cons t rução d ele p o r fal ta de
me i o s tan t o dos p art i c u 1 ares c omo da 1 1 ma . Câmara Mun i c i pal , nao
f o i até h oj e c omp l e tamen t e alargada por t oda a es t r a da nem conven i ­
e nt eme n t e p a v i men tada a part e ab erta . "

34 Hã uma C' On t e n da h i s tó r i ca com relação a es sa chá cara de s c ri ta em


"A s Fre gues ias d o Ri o de J a nei ro " p o r N oronha San t os , p o i s ao q ue
t u do i nd i ca e s s a s t e r ras s e r iam p e r t e n cen t es i Câma ra e por p r o c e s ­
s os f r audul e n t o s t er i am s i d o i ncorpo r a d;lS p el o De sembargado r F i gu ei_
r eda ã s ua p r op r i edade .

35 A rua Marquês d e O l i n da, dada c omo des s e p eri odo p el os h i s t o r iado


r es d ev e s er s eguramen te anteri o r . C i tação d e N oronha Sant os , r e­
f er i n d o - s e ãs a t i v i dad es do Con s elh ei r o B er na r d o d e F i gueiredo a­
b ri nd o ruas em 1 85 2 , ref erem- s e a ela . Mcpa d o s é cul o XVIII j a es
boça s eu t raçado ( um c aminho nat ural mais p r óximo da encos ta e evi ­
tan do a lagoa d e D . Car l o ta) . A Casa de Saú de d o Dr . P ei xoto (o
r i g em da a t ual D r . E i ras) f o i c ol o cada na s ua c on f l uê n c ia c om a
As s unção em 1 85 3 e a Bambi na f o i t raçada para l i gá-la a São Cl emen­
te. Ao q u e t u d o i n d i ca , d everia s er um caminh o Ja consagrado da
chácara do C o n s el h ei r o Bernardo de Fi guei redo . A rua Bambina é
c i tada em 1 856 no Cor r ei o Mercant i l . A d enomi nação de Ma rq uês
de O l i n da é de 1 8 70 , a da As s unç ã o 1 864 e Bamb ina 1 863 , q uan do pas ­
saram a ex i s t i r o f i ci a l ment e.

36 MAPA ( 8 )

37 A Rua à e S ã o J oão Bat i sta t er ia s i d o aberta por i n i c iat iva da Câma


ra ou de part i culares em 1 85 1 . E mai s provável , no entanto , que
ela s eja p os t eri o r po rque s ua funç ão ê c larame nte d e aces s o ao c e-
mi t é r i o ( t e rmi n a e x� t mn�nt e na porta) que s ó f o i i naugurado em
1 85 2 . De q ual quer f o rma n o mapa d e 1 85 8 ela j ã aparece, e nas
"arruaç õ es " d e 1 85 8 também é c i tada.

38 Em 1 85 0 a mun i c i pal i da de " c on t i nua a re C'e ber p ropos tas para a mao­
de-obra d o c a l ç amen t o do cami nh o ve l h o d e B ot a f o go ( Senador Ver
guei ro) " . C o r r ei o Me rcan t i l 1 2 / 1 0/ 1 85 0 . E m 1 85 3 a Marq uês de
Ab ran t e s ( C ami nh o Nov o) a i n da n ã o e s t a va n i v elada e ate rrada e e s -
s es eram os principais logra dou ros do período h ab í t.3dos por il us­
t res rep res e n t ant es da a r istor rac i a do Impéri o . A j ulgar pe l as o­
bras de calç amento execu tadas em 1 84 6 que atingem quase exc lusiva­
me nt e as ruas do Cen t ro ( exceção para Pedro .A..mérico , GlÕria, Cor­
rêa Dutra , Flame n go - e Pereira da Silva - Laranj eiras) Botafogo
por e s s e período �i nda nao estava nas prioridades dos es cassos re­
cursos para obras publicas segu ramen te por ser ai nda uma fren te de
expansão u rbana re cém-incorpo rada a esse processo ( O Ri o de Janei­
ro não possuía atê 1 85 4 ca l ç ame nto a paralel epípedo) .

39 MAP A ( 9 )

40 MAPA ( 1 1 )

41 A pl anta do loteanento de 31 de agosto de 1 8 75 demarce 194 lotes ,


lindeiros às ruas , a serem vendi dos em leilão : os lotes distri
buem-s e da seguinte forma :

- Dona Marc iana - 1 ao 1 9 e 1 46 ao 1 89


(Ãlvaro Ramos)

- Assis Bueno - 20 ao 35

- Dona Polyxena - 6 2 ao 7 8, 36 ao 4 7 e 9 3 ao 1 0 7
(Arnaldo Quintela)

- Olivei ra Fausto - 4 8 ao 6 1

- Dona Carolina - 79 ao 92
(Rodrigo de B rito)

- Fernandes G uimarães - 10 8 ao 1 1 4 e 1 2 3 ao 1 4 5

- São Manoel - 1 1 5 ao 1 2 2

- General Polj doro - 1 9 0 ao 1 9 4

42 MAPA (1 3)

43 "Co rreu água pela prime ira vez em um chafariz que acaba de ser
· const ru í do na p raia de Botafogo em frente a desembocadura do Cami ­
nho Novo, sendo sua base e tanques de cantari a e o corpo do chafa­
ri z de ferro fundido" - Correio Mercantil , 25 / 0 3/ 1 85 4 .
"O probl ema de ab aste cimento d ' ãgua estã resolvido . A popula ção
109 .

se rve-se de bi cas e ch af ari zes instalados no s ba irros populosos .


Obras execut adas no Rio Cabeça , J ard im Botânico, permitem que o I!.
quido jorre das torneiras e ch afarizes ab ertos em Botafogo e arre­
24
dores". - RENAULT pg 56

12
44 DUNLOP

"A 9 de novembro a Companhi a ( Botanical Garden) oficiou ao presi -


dente da Câmara Municipal ped indo fosse ab erta e acab ada a rua
de São Joaquim ( Vol untários) ate a su a j unçao com a de São Clemen
te a fim de poder prosseguir com o assent ame nto dos trilhos em di­
reçao ao Jardim Botân ico , "

26
45 SANTOS

46 Esse processo ê local izado em diversos estudos de caso como o que


Peter Amato realizou p ara as cidades de L im a, Quito, Bogotá e San­
tiago; An�to defende que esse movime nto nao ser i a fortuito ou
puntu al e que f atores como acessibilidade em relação ao centro, ca
racterÍsticas físicas propícias do síti o e características físi cas
e soci ais de v izinhança ime diata ( as clas ses mais altas não se nru­
dariam p ara muito prÕxi mo de áreas já ocupadas por grupos de menor
status) detennin ariam e ss a localização, moldando inclusive a con­
form ação espaci al das cidades ,

Segundo seu modelo, tal como o àe Hoyt , "os grupos de alta renda
sairao do centro da ci dade atraves de li nhas específi cas e conti­
nuarao a mover-se na mesma direção por longo período de tempo . • • •
procurariam a melhor localização em termos de vantagens amb ientais
e amenidad es . "
1 1 íi .

4 a . P ARTE - TR.,\i� S FOR;1AÇÕE S 00 B A I RRO NO St'. CULO XX E S UA E SPE CIALI ZAÇÃO COMO
CENTRO DE SE RV I Çü'S - 1 9 00 - 1 9 8 0

1. CON SOLI DAÇÃO E DI VE RS I FICAÇÃO A PA RTI R DA FUNÇÃO RE S I DE N CIAL

1.1 O Ri o de J anei ro no F i m d o Séc u l o XI X e Iníci o do Sécul o XX - Mu­


dan ç a F un c i on al e E >:pan s ã o U r b an a

O f i m do sé cul o XIX ma r ca ao me s mo tempo a perda da preem i nênci a <:b


porto do Ri o de J anei ro como princ ipal exp o r tad o r de c afé e o desl o c amento da
áre a de mai or produção pa r a são P au l o , em f un çã o da c r i se de mão de o bra pro­
vocada pel a su cessi vas rest r i ç ões ao t ráf i c o de esc r avos ( cu lminand o c om a a
boli ção) e o esgot ament o d os sol os d o V ale d o P a r aí ba f l uminense. A c r i se d a
l avoura de café não afet a porém subst an ci almente a con cent ração d e r i que z a na
c apital , q ue mantém seu pape l de g r ande mer c ado regional d ist ribu id or de art i­
1
gos impo rtados e escoador da p r oduç ã o , af irmando-se c ada vez mais c orno gr an­
de merc ad o c onsum i d or . A cri ação das ferrov ias tem papel fundamental na con­
so l i dação das re l ações de in terdependência do Ri o de J ane iro com s u a região de
in fl uência2 . A c ap i t al d a RepÚbli ca po l ari za além d o própri o E st ad o , o E spÍ­
ri to S an t o, a par te l este e o centro de Minas Ge r ais e o ext remo no rdeste de
São Paul o .

E sse pe ríodo , marc ado por profun d as cri ses f i n ancei ra� geradas a
p artir d as tent ati vas de suprir as per d as da o l i garquia c afee i r a em vi rt ude
Jas us ci l aç3e s du c a f � no mer c a d o mundi al , carac te ri za-se L amb�m pe l a e r ans!
ç ao d o estágio da manu f a t u ra para o d a indúst r i a beneficiad a ind i re t ament e p�
l o E st ad o que, man ipul and o o câmb i o ( desva l o ri z ando a moeda) , dif icu l t av a a 1m
port ação de mer c adorias conc or rentes . A abert u r a de c rédi t o p ar a as indÚs-
t r ias nascentes, a integraç ã o do mer c ad o · de mão de obr a e c onsumi d o r em
conseq uên cia da ab ol i ção da e s c r avat u r a , a mi gração rural e a imigr ação de
est rangei ros manten do bai xos os s al a.rios ,propi c i a r a,71 o s u rgime n t o e a expan­
são da at ividade indust ri al se bem q ue sempre i nst ável , ao sahn r d as cri ses do
set or agr âri o expo rtador de que depend ia. O Ri o de J ane iro reun ia as p ré- co�
<li ç ões p ara a l o cal i zação desse se t o r eme rgen t e : p r o x im i d ade do mercado consu
mi dor , d o mercado de capit ais, d o mercado de t rab alh o mais import ante e aces
si bi l i d ade is f onte s de maté r i as-p r i m as .
1 11 .

As pr ime i r as gr &nàes unidades f abr is des envolv en:-se no setor têx


til localiz ando-se Ge inicio nas cercania s da cid ade e em s eu interior - o
centro , Vila Isa bel , L a ranj eiras, G ãvea, e mesmo Botafogo - e em seguida
procurando os subúr bios mais af a s tados . Desde o primeiro momento de seu im­
pu lso, no entorno de 1 8 8 0 , a s cscilaç Ões do setor se fazem s entir expandindo­
- s e e retraindo-se ao sabor d a s crises da econom ia "voltad a p ara fora" .

A prim eira grande Guerr a , ao criar dificuldades ãs impor t ações, b�


neficia ind iretam ent e o s e tor secund ãrio que s e expand e atê a d e cad a de 20 ,
qu ando os in teres ses de oligar quia agrãria no Poder ex ercem um a política ela
r amente a.�ti-indu strial , vendo no fortal ecim ento da indústria o surgim ento de
um concorrente pelos fator es de produ ç ão. Com os novos interes ses políticos
engendrados no proces s o , os tenentes e a burgu esia indu str ial , em erge o con -
flito que resultaria na revolu ção de 19 30.

No tocante ao espaço ur bano, os pr imeiros trinta anos do século


XX s ao marcados por uma atuação racionalizador a crescente do Poder PÚ blico co
mo el emento d irecionador de sua conquista.

A conquista do es paço ur bano para além do centro tinha s e dado no


s éculo XIX s em o papel mediador do Estado, qu e resumia sua atuação a algumas
pouca s po sturas , dimens ionando , por exem pl� or a a caixa m ínima das ruas ora
incentivando com cobr ança dif erenciada da décim a - o equiv alente aos atuais im
postos predial e terr i torial ur bano s - as con s tru ções de mais d e d ois pavime�
tos. O fim do século XIX introduz o interm ediário - pequenas imo biliár ias e
bancos comerciais - entre o propr ietário da gleba e o comprador do lote e o
início do s éculo XX def lagra o proces so de intervenção s is temática do Poder PÚ
blico, interpretando o s interes s es imo biliár ios e introduzindo med id as raciona
l izadoras com o s entido de interferir no cr escimento urban� Outro elemento
qu e mer ece destaque além des s a cr escente racionalid ade é a mud ança dos v alores
da class e dominante. As camad as cultas incorporada s aos quadros técnicos , educ.!_
àas na Europa , pr inc ipalmente a Fr anç a , tr az iam nov as idéias e concepções em
rel a ção ao espaço urb ano e ao urbanismo na scente. As idéias higienistas - sa
lu bridad e , aera ção, ins o l a ç ão -im portadas da Eng enharia Sanitária europeia
valorizando os espaços livres e as edifica ções af astadas umas das outra� ga­
nh am espaço na ação do Poder PÚblic� servindo inclusive de suporte id eolÕg ico
para a derru bada das "habit ações ins alubres" (cortiço s ) . f: o período dos em­
bel ezamento s d a cidade com obras pú blicas vis ando valor izar o es paç� priv ile­
giar grandes pers pectiv a s e a monumentalidade. t a incorporação dos valores
11�.

''mudernos " que suportados pel os intere s ses econômicos , 1.rao mudar gradua l me�
te a fei ção da c idade com int e r f erência s em su a es t é t i ca e seu desenho.

Es s é\ ê a genese dos PA s - Proj e tos de a l i nhamen to - projetos dos


Órgãos têcnicos municipais f ixando ou mod i f icando o al i nh amento dos logr adou-
ros públicos , es tabelecendo sua largura proj e t ada por sobre um traçado pr!_
-ex istente , prolongando vias ex i s tentes, abr indo novas ruas e respectivos lo
teamen tos, desenhando nov as avenidas, abrindo túneis e es ta belecendo gabar i -
tos de al tur a para as cons truçoes . Obr as de embe lezQ�ento e aber tura de no­
vas aven idas f acilitando o tráfego de pas s agem são introdu zidas no início do
s éculo na ges tão Perei ra Pas sos. Da mes ma forma ê es tabelecido um plano ge­
ral para ordenação do crescimento da cidade , o pl ano Agache , el aborado em fi ns
da década de v i nte . Mui tos des ses proj etos nunca cheg ar am a ser efetivamente
implantados, mas sua simpl es exis tência regis tra a cons olidação do papel do
E s tado a par tir do inicio do s éculo vinte , tomando a si a t aref a de dar supo�
te , viabiliz ar e complementar com os inve s t imen tos neces s ários através de o­
bras vul tosas , a real i zação do lucro imobiliár io , agora v i ável a partir de um
solo urbano crescentemente valorizado , em função da concent ração espacial dos
inves t imentos públicos e pr ivados.

A açao do Poder Públ ico no per íodo , em termos es paciais ur banos,


visa principalmen te ganhar e con solidar o espaço para expansão do centro - e�
radicação dos cor t iços , aterros , arrasamento do m orro do Ca s telo - ãs cu s tas
da expulsão dos "compet idores" mais fracos : a população pobre r emanescente nas
áreas centrais e as u t ilizações do s olo não r entávei s e que demandam es paço
demasiado, como as a t iv idades a s s is tenciais e educac ionai s - hospitais, asilo�
escolas e as indu s trias de pequeno por t e . Além dis so v i sa dar supor te a ex­
pansão do vetor sul, abrindo novas avenidas, alar gando e e stendendo vias e tú
nei s de ligação com a or la atlântica. A supres são da população pobr e das cer
canias do centro e iniciada com a derrubada suces s iva dos cortiços , a partir
de 1 89 2 , vitimas de campanhas sis temá t icas anteriores d eflagradas pelas auto­
r idades sani tárias . A preocupação ex plícita com a moder ni zação e a salu br ida
de das habi tações que marca o i nicio do s éculo , ainda traumat i zado com os sur
tos epidêm icos d e que a cidade hav ia s ido vítima , encobria , na verdade , a com
petição pelo u s o do solo, cada vez mais valor izado , na qual os perdedores vao
sendo gradualmente expulsos. A t enta t i va expl ícita de racionalizar es se pro­
cesso de expul s ão pod e ser ex pr es s a na criação da Lei de 1 8 8 2 que dava 1.ncen
tivos ã iniciativa pr ivada (isen ção de impos tos de impor tação) para a constr�
ção de "casas populares hig i ên i ca s com fossas, d epend ência s de cozinha e la-
1 13.

vand er ia, e l ev adas d o solo e corn toa aeração" . Em re sposta ao d ecr eto, a C i <l.
3
de Saneamento do Rio de J an e iro a part ir d e 1 889 e a Evoneas Flum i n en s e e:a
1887 , obter i am c onc es sões para a c onstru ção d e v i las operár ias.

Qua nto ã exp ans ao ur bana, o f im do século va i carac t er i zar, a P2-E._


tir da inauguração do pr imeiro tr ec ho da Estrada d e F erro D. PE:dro II ( 1 858) ,
o inic io do pr oc es s o d e expansão e intens ificaç ão da ocupação no s ent id o oes­
t e-nor o es t e da c idad e, d and o or ig em aos subúr bios atua i s tend o como núcleos
2 s estaçoes f errov i ár ias . O p e r í odo que vai d e 18 80 a 1 9 00 marca a prolif er!
ção d e novas esta çõe s, m ed iand o as estações or ig ina i s (Eng enho Novo e Casca�u
ra), bem como o surg im ento d e nova s f errovias: Melhoram entos, Leopold ina e Rio
D ' Ouro, com a c ons equ ente int ens if icação da ocupa ção ao r edor de sua s esta-
çÕes, incor porando ao espaço urbano ár ea s atê então rura i s .

O v etor d e expansão d e d ir eção oeste-sud o este e bu scad o por um


número cr esc ente d e linha s d e bond e qu e , pioneiras na orla sul, tambem r es pD_!!
deram pela expansão nes sa d ir eção.

D e sd e 1 8 7 0 a Rai l Str eet Com pany s erv e São Cr i stóvão e Eng enho V�
lho e em 1 87 2 f o i inaugurada a Companhia Ferr o Carr il d e V ila Isabel . Es sas
duas, mai s a Companhi a de Carri s Ur ba nos (r esu ltad o da fu s ão d e um nÚm er o pu.!_
ver i zado d e pequ ena s conc e s s ionár ias do s erv i ço em 1 8 78) e a Jard im Botânico,
toda s nac io nalizadas àqu ela época , são compradas em 1 9 05 (j á sob tração elé­
tr ica, intr odu z ida em 1 8 9 2 ) pela The Rio d e Janeir o Tr amway, L ight and Power
Company Li.mi ted . Em 1 9 2 2, s Õ não pertenc em ã "Light" a s 1 inha s qu e s erv an
Santa Ter eza. No quadro g eral da s linha s ex i stentes - urbana s e su bur banas-­
qu e s erv em ã c idad e (quadro 1 ) a d ir eção o este e sudoeste e s erv ida por um mÍ
m ero mu ito ma i or d e linhas em r ela ção ã d ir eção sul (mai s qu e o d obro, é jâ
com d esdobr am ento a par tir d e núcleos interm ed iári o s ), mo s trando a extensao
de s eu proc es s o d e expans ão no período . A ligação d o s subúrbios ao centr o a
trav es das linha s d e bond e é ba stante importante com o s e pod e sentir pelos
seu s ef ei to s na expa ns ão e futuro d esd o br am ento de nú c l eos como o Mei er e Cas
cadura qu e , por f orça d e sua loc a li zação, pa s s am a s er centr o s d i stribu id ores
de tra ns por te para ar ea s per if ér ica s com o bond e a atuar c onjugadamente com a
linha ferr ea.

1. 2 Elementos da E stru turação Fí s ica do Ba irro d e Botafogo no Iníc i o do


P er í odo.

No inic io d o século atual o bairro d e Botaf og o mantém e expand e o


Quadro 1
S e rviços de Bonde em funcionamento no Rio de Jane i ro e "ui 1 9 2 2 .

Circui­ _ EngQ No-


DESTINO Engenho
t o inteL Huma i t ã Copac! S ao Cri! vo � ier
FINAL P r ai a Gãvea Velho � Catum- _
no ao Ce_!! � a : an- e Largo b ma � J .. EngQ Den Fre�sia
Vemelha ardim darai T.2:_ bi Rio tovao InhaÚma
PONTO DE tro, L�a J ei r as � LeÕes ae e lp.!!. Bons u - t ro Pie= Taquara
PARTI DA Botâ.uco j u c a Vi_ Cb!q)ri.do
e Santa nema . ces so dade eas­
la Isabel
Teresa cadura

P ra ç a XV 5 6 1 2 3
R. Uruguaiana 4 2 2
Largo de S . Franci s co 2 2 4 2 2
Aveni da Rio B ranco 1 2 1 2 2
Largo da L.1p a 3 1
Mei e r 1 3 1
Cas c11.dura 2

S UB -TOTAL 10 1 2 1 2 2 14 7 6 8 1 2

TOTAL 18 48
-
31
Fon te : Rio de J anei� e ; --19,22-24 , Fe rre i r a da ROSA •

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116.

papel de fu l cro para a expan s ão su l qu e na ocupação d a or l a at lân t i ca a l can­


çou maior inten s i d ad e . As l inha s de bond e a t i ng em Copacab an� pr imeiro em
1892 através d o Túnel V e lho, d ep o i s em 1906 atrav e s do tun e l d o Leme e a l inha
d o Jard im Bo tânico a t ing i nd o G âv e a e Leb l on, dão ini c i o ao s eu proc e s s o d e in­
corpor ação também no iní c io d es te sécu l o . E s s a expan s ão s e fazend o a par t ir
d e Bo tafog o t ev e cons equênc i a s d ef ini tivas no s eu pr oc e s s o d e e s tru tur ação i�
(
terna . As l inhas d e b ond e ef e t ivament e imp lantadas no b a i r r o *) consagram
doi s sub s i s tem a s v i� r i os es truturai s : um compo s t o , por Mar quês de O l inda , B�
bina , São C l �nen t e ( tamb ém P r a i a , São C lemen te) e V o luntár i os , vol tado par a a
l igaçâc J ard im Botân i co / C ent r o , e ou tro por V o luntár i os , Real Gr andeza , São
João B a t i s t a , Gener a l P o l id or a , P a s sag em , General Sever iano , vol tad a para Co
pacabana e P r a i a V erme lha .

A par t ir d e 1 903 com a introdu ção d os proj e t o s d e al inham en to ( PAs1


pr oj etos qu e v i savam a r a c iona l i z a ção da malha v iâria , s e pod e perceb er mais
c l aramente a f orma c omo e s s e nov o ag ent e a tuou no d ir ec i o namento da es tru tura
çâo do bairr o .

O s PAs d e 1903 a 1 9 2 0 v i sam a l igaç ão do Centr o com Botafog o , f ac i


li tand o o a c e s s o a Copacab ana , J ard im Botân i c o e também a l igação com Lar an ­
j e iras . E s t abel ecem� s e o s PA s d e al argamento da Praia d e B o t af ogo , o d e aber
tu ra d a Av enid a Oswald o Cru z ( 1 903 ) e a l igação da Rua Far ani com P inhe i r o Ma
chado ( 1909) . As v i a s a t ing id a s pelos proj etos c cmpÕem o s i s t ema d e l igação
do bairro com o Centr o, com ênf a s e em dar cond i ções para o f luxo d e tr âf eg o d e
pas s ag em escoado através da P r a ia d e Bo taf og o ( o s PAs 7 1 e 2 05 , enf at i zam, com
med ià a s mai s d e t a lhadas qu e as d o s d emais , a funç ão de l ig aç ão da Rua Mar quês
d e Abr ant es nesse períod o ) . De 1911 a 1 920 o s i s tema pr i or izado pelos PAs
propo s to s nes t e período - Gener a l P o l idora , P a s sag em - r ef l ete ma i s a pr eoc�
pação com a l ig ação com Copacabana . O conjunto Mar quês d e Abr ant e s ( PAs mo­
d i f ica t ivos d o s anter ior e s enf at i z ando a tendência loca l i zad a ) , Mar quê s de
Ol ind a , Bamb ina , car ac t�r i za a ind a, a traves dos PAs prop o s t o � a i ntenção de
refor çar es s e s i s tema para a d i s tr i bu i ç ão d o tr áf ego proven i ente d o C entro
O proj e to da av enida l igand o a B e ir a Mar com Praia d e Bo taf ogo ( PA 1373-1919)

( * ) - Hã nes te per íodo pr oj eto s d e concessão para l inha s qu e não chegar am a


s er imp l ementadas
que r esul tou na Av en i d a Ru i Bar b o sa d e:;:10n s tra a pr eem i nência d es sa d i r etr i z
no per iodo 1 9 1 1 - 1 9 2 0.

O s projetos d e a l i nham e n to (PA s ) dos anos 20 , propo stos para o bai�


r o d e Botafogo , r ef l et em agora a du pla preocupaç ão em cr iar aces sos al t er na ti
vos a par tir do C en tro e ampliar o s aces sos ã Copacabana . Des sa forma pro­
põ em - s e l igações que não chegar am a s er f e i tas, como a d e Bar ão d e I ta�bi cera;
Mar qu ê s de O l inda e V i scond e d e Ouro Pr e to (ab sorv endo a entao trav es sa de
Dona Car lota) ou como a d e As sunção com S ão C l ei-:i ente; ao m e smo ten1po propõe -
- s e av en ida i ntermed i ár ia entr e São C l emente e Voluntár ios l igando a Praia d e
Botafogo ao largo dos L eões envolv endo grandes d esapropr iações . E s s es proJ�
tos v i savam cr iar aces sos al t er na ti vos d e pas sag em antev endo problemas de fl�
xo que r ealm ente s e manifes tam a i nda hoj e nas pr i nc i pa i s v ia s do bairr o , ape­
sar d e ter em s ido ac ionados ou tros s i s t emas long i tud i na i s como Praia - Mena
Barreto - V i s cond e Silva - P i nhe iro Gu imar ães - General Pol idor a .

A neces s idad e de am pl iar o s i stema de aces so ã Copacabana e manifes


tada nas propostas d e melhor ias e alargamentos das v ias d e aces so aos tu nei s
V elho e do Leme b em como d eles prÕpr ios (PAs 1 569 , 1 5 2 5 , 1 407 ) qu e s e r eali -
zam nes se per í odo e qu e mais tar d e s er i am r etomados.

A rua Humai tâ é também a t i ng ida com PAs d e alargamento v i sual i zan -


do- s e a impor tância do seu papel na comun i cação com o Jardim Botânico, Gãvea
e Leb lon.

Alem do reforço e m elhor ia ã função de pas sag em, Botafogo, nes s e


per iodo, cresce como bairro res id encial. Cabe ref er ir neste per iodo a aber tu
ra d e quatorze novas ruas, r eg i strada .nos respectivos PAs, e s eu s r es pec t ivos
loteamentos, pr incipalm ente no per i od o 1 925-3 0 , que for am : Dav id Campi s ta, Mi
gu el P er eira , Eduardo Gu inle, Cesár i o A lv im, Alfredo G J.!l e s , V i tor io da C o sta,
Álvar es Borgeth, Miranda Valv erde, Gu i lherm i na Gu inle, Henr i que de Novaes, B�
r ão d e Lucena, l pu, Bartolomeu Portela, Embaixador Morgan. A nova caracter i s
t i ca d es ses arruam entos e loteamentos é, d iferente do proces so do sécu lo XIX ,
a par ti c i pação dos Õrgaos té c nicos do Pod er Pu blico jã em cond ições d e lhes o
r i entar o traçado .

Im por tantes ta�bem, alem dos proj etos rac ionali zador es do Pod er P� b l i
l l �.

cu t
j nfluin do na e s t ru_tura ç ão do bai rro ne s s es p rimei ros 30 anos do s ê cul 0
X>'. , f o i o de ] ocal i z a ç.ão in d ust r :i a l em f un ç ão da expansão do setor nos pri me :
4
ros vinte anos d o s é c ulo . O mapa d e 1 9 1 0 loca l i za a fáb rica de te c i dos Bo �
tafo go na quadra de finida pel as ruas Capitão Salomão, Vol untários , Conde de
Iraj � e Visconde de Caravelas . Outra fábri ca importante n essas primeiras dé­
cadas do sé culo foi a de Teci dos Aurora s i t ua da na Rua Real Gran deza . Tamb ém
as vi l as operári as da Companhia de Sane amento do Rio de Janeiro aparec e m no
mapa de 1905 , urna del as local i zada na Praia de Botafogo entre São Cl emente
e Vol untários e out ra ocupando tod a a quadra entre são Cl emente, Conde de Ir�
j á , Marq ue s e Cap istrano de Abreu. A Companh i a Evoneas F l uminense também d.::.
s empenha import an t e p apel na conf i guraç ão do bairro abrindo as travessas Evo­
neas (atual Vi c ent e de Souza) , Dona Carlota e Muniz Barreto (depois prolonga­
da e tornada rua ) .

5 - -
O mapa de 1 9 1 0 traz tambem o re gistro de grande numero de
vessas e vilas que penetram as extensas quadras do bairro .
- tra-
.,
Essa ocupaçao ti �
p i ca de ori gem an t erior vai se manter nas dé cadas seguintes como uma forma
caracterí stica do bairro , a l gumas a i nda remanescentes como a então "Villa Vis
conde de Moraes" e a ''Avenida Durand", com consequências definitivas para o
tra ç a do da malha vi ária interna do bairro, transformando- se alguns dos seus
acessos partic ulares em travessas e ruas públicas posteriormente. As inÚme­
ras travessas foram a f orma encontrada para p ermitir a maior utilização do in
terior das quadras mui to extensas e profundas , herdadas dos desmembramentos
espontâneos do século XIX. Parecem ter sido a solução para o p rob lema do a­
densamento horizonta l a p artir da herança do lote urbano de testada exígua
muita profundidade c ara c terístico do período anterior .
-
e
Do ponto de vista so
cio-econômico as vil as teriam sido uma forma característica de habitação d as
cama das me dias, uma espécie de extensão de um procedimento ante rior de exp lo­
rar o lote economicament e ao máximo, com a const rução de duas ou mais casas
geminadas ( de que o proprietário explora o aluguel) , c uj a p resença no bairro
é evidente ainda hoj e .

Em sínte se pode-se dizer que o perí odo ent re 1 900 e 1 920 r egis trou
o processo de ocupa ção da s e n costas no setor ào ba i rro que veio a constitu ir
o Httrnait ã ( l a r go) . T ambém ocorre u n =sse iní cio de sé cu l o a p roliferação das
vilas e travessas que a test am a pressão p elo a densamento da utilização do so­
lo numa area rel ativamente exí gua e j a ba stante ocupada, o q ue força a inva­
são e ocup a ção de i n t e r i o r de s uas q u a dras c om r ec ort e s su c e s sivos .
1 1':I .

No d�: c ê n i o 1 9 20 a 1 9 30 acen tuam- s e as me s mas tendências : O surgi­


mento de ruas e novos lot eam ento s nas enco s tas do Corcovado o que sugere ago­
ra um movimento geral para a ocupaçao das vertentes que lad eiam a planície, jâ
que o e s paço interno do bairro encon tra- se quase comple t amente saturado hori­
zon talm ente.

1.3 Cr e s cim ento Popu laciona l.

A popu lação da cidad e do Rio de Janeiro que cr es cera cons iderav e!


ment e no período 1 8 3 8 - 1 87 2 - um sur to eminent emente urbano - diminui sua
taxa d e cr es cim ento nos períodos subsequentes a t e 1 9 2 0 (tabela 1 ) . Es sa d imi
nuição da taxa d e cr e s c imento popula c i onal e v isível na com ponente ur bana da
popu lação, enquanto qu e a s taxas de cr escimento da popu lação subur bana nos P::,
riodos 1890 - 1 906 e 1 90 6 - 1 9 20 dim inu em ba s tant e menos. A tendência não trans
par ece no s numer as absolutos, j ã qu e só a par t ir d e 1 9 06 e mais per ceptív el o
gradua l aum ento de popu la ç ão suburbana em detrimento da ur bana (tabela 1-A)
Es sa t endên cia aponta os pr imeiros ef eitos da penetração de ãr eas até hâ pou­
co rurais pelas l inha s da es trada de f erro e a sua cons equente incorporação ã
cidad e , espraiando- s e a mancha ur bana.

No perí odo 1890 - 1 906 o cr escimento da popu lação aponta concen­


traço es qu � em 1 8 9 0 não er am perceptiv eis, exc e ç ão para a fregu esia d e Santa
na que apresentava nit ida�ent e o maior conting ente enquanto as d ema is reuniam
conting entes não mu ito d if er entes conf igur and o- s e uma dis tribuição mais homo­
genea da popu laç ão : a Única exceção s er iam o s conj untos ur bano e rura l se c�
parados entr e si ( ta be la 2 6 ) . Jã em 1906 a mudança é clara com conc entraçoes na
ãr ea da s antigas fr egu e s ia s do Engenho Ve lho, como Tij u ca e Andara!, e na de
InhaÚma, os dois maior es cr es cim entos popu laciona i s do per íodo (se bem que as
densidades nessas âr ea s ainda eram bas tante baixas - tabel a 27 ) função da s
ativ idad es indus tr iais que nelas se d e s envolv iam.

No per ioão s egu int e , qu e v a i de 1 9 06 a 1 920, é no táv e l o cresci -


men t e popu la c iona l em a l guns D is tritos, propi c iado pela introdu ção dos trens
como novo meio de trans por te (tabe la 2 8 ) -_ Inhaúma e Iraj ã r eunem os maiores con
t i ng entes popu lac iona i s da cidade em 1 9 2 0 (I nha Úma d e sd e 1 906) e apontam as
maiores taxa s à e cr es c im ento no per Í oào . Segu e- s e o Andara! , d e sm embrado do
Engenho Velho , com o t er c e iro contingen te popu lac ional em 1920 e uma s ignif i­
ca t iva taxa d e cr es c i m e nto. Também são s ignif ica t ivos os conting entes e ta
1 20

lrojÔ

Santa Rito
Sont'Anno
Sacramento
Candelória
Santo António
saa Jow

Tijuco

CI DAD E DO RIO DE JANE I R O


DIST R I T O S MUN I C I PAIS
19 20

l'OIITt: IUIII ITEltlO DA AGIII CULTURA }NO UITltlA [ COW&UICIO.


DIRECTOAlA GER A L OE UTATi lTICA .
l'tl!:C[NS EAMtNTO D! IUO.
121.

TABELA N? 26

POPULAÇÃO RES I DENTE E TAXA DE CRESCIMENTO DEMOGRÁFICO DAS


FREGUES IAS DO RIO DE JAN E I RO ( 1 890 - 1 906 ) .

POfULAÇÃO RESJ DENTE TAXAS DE CRESCl!·ffNTO


( o/. )
FREGUESIAS
2
1890 ( 1 1 906 ( ) 1890 - 1 906
!)

FREGUE S IAS URBAl�AS 4 2 9 . 74 5 6 1 9 . 64 8 44

Cand e l ár i a 9 . 701 4 . 454 - 54


são J o s é 4 2 . 01 7 44 . 87 8 7
Santa Ri t a 46 . 1 6 1 4 5 . 9 29 l
Sacramento 30 . 663 24 . 6 1 2 - 20
Glór i a .4 4 . 1 05 5 9 . 1 02 34
Santana 67 . 5 3 3 79. 315 17
Santo Antôn i o 37 . 660 42 . 009 12
Espír i t o Santo 3 1 . 389 59 . 1 1 7 88
Engenho Velho 36 . 988 9 1 . 4 94 147
Lagoa 28 . 74 1 47 . 9 92 67
são Cr i s t óvão 2 2 . 202 45 . 098 1 03
Gáv ea 4 . 712 1 2 . 750 171
Engenho Novo 2 7 . 873 62 . 898 1 26

FREGUESIA S RURAIS 92 . 906 1 8 5 . 687 1 00

Iraj ã 1 3 . 1 30 27 . 4 10 109
Jacarepagua . 1 6 . 070 17 . 265 7
Inhauma 1 7 . 448 68 . 557 293
Gua r a t iba 1 2 . 6 5li 1 7 . 928 42
Campo Grande 1 5 . 950 31 . 248 96
Santa Cruz 1 0 . 954 · 1 5 . 380 40
I lha d o Governador 3 . 991 5 . 616 41
Ilha de P aquetã 2 . 709 2 . 283 16

T O T A L 522 . 651 805 . 335 54

FONTE : 1
Recenseamento de 1 890 .
2
?-IORTARA , Gior g i o . U:n Enj gm.:i Resolv i do : a popu l a ção d o Brasil .
Es tudos Bras i l e i ros de D�rno@r .:ií i .:i , R i o d e Jane i r o , Fundaçio Ge
tulio V a q;as , 1 ( 7 ) ; 7 2-3 , j u l ho / 1 94 7 . Apud LOBO, Eulália :Ma::­
r i a Lahmeyer , o p . c i t , v o l . 2 , p . 828 .
l L2 .

TABELA N<? 2 7

ÃREA E DENS I DADE OOS Dl STRJ TOS MUNJ CIPAI S


00 RIO DE JAN E I RO 1906

DIS TRITOS ÃREA (ha) DE N S I DADE (h ab /h a)

Cande l ári a 30 147,5


S an t a Ri ta 111,7 41 1 , 2
S ac r ament o 59,6 41 2 , 9
são José 99 , 5 4 31 , 9
S an t o A nt on i o 1 33,0 293 , 2
S an t a T e re z a 49 2 , 8 16,2
GlÓri a 568, 8 10 1 , 0
L agoa 1 . 20 7 , 1 39 , 7
Gãve a 3 . 46 8 , 5 3,6
S an t ana 1 28 , 0 2 9 1', l
Garro o a 15 1 , 7 277, 2
f:sp Í r i to S an t o 448, 1 128,7
são C ri s t óvão 4 90 , 1 9 2 ,0
Engenho Ve 1 ho 644,0 58,5
And ar aí 1 . 5 28, 2 31 , 8
Ti j u ca 4 . 056 , 1 1,9
Engenh o N ovo 82 8 , 6 34 , 3
Mei e r 1 . 3 85 , 6 24,9
Inhaúma 4 . 30 3 , 9 15 , 7
l raj ã 1 2 . 9 09 ,4 2,1
J acare p aguã 2 1 . 5 70 , 6 0,7
Campo G r ande 2 4 . 5 82 , 2 1,3
Guara t iha 18.110,0 1 .0
S an ta C r uz 11 .032,6 1 ,4
I lh as 3 . 31 1 , 0 2,7

C i d ade 1 5 . 831 , 6 39 , 2 8
S ub ú rb i os 9 � . 82 7 , 7 1,91
Di s t r i t o Fe d e r a l 1 1 1 . 6 59 , 3 7 , 21

FONTE : Rc cc nscancn to d a C i <l.ide do Rio de J ;mc i ro - Di s t ri to F e de ral - 19 06 .


1 _1 ·L

TABELA N9 28

POPULAÇÃO RESIDENTE E TAY.A DE CRE S CIMENTO DEMOGRÁFI CO


RIO DE JANEIRO DISTRITOS MUN I CI PAIS 1906 / 1 9 20

CRESCIMENTO
DI STRITOS POPULAÇÃO POPULAÇÃO
1 2 ( 1906 - 1 9 20 )
1 906 ( ) 1 9 20 < ) %
Cande l ár i a 4 . 4 54 3 . 962 1 1 ,05
S an t a R i t a 4 5 . 9 29 38 . 164 1 6 ,91
S a c ramento 24 . 612 2 7 . 370 11 ,21
s ão .:rosé 42 . 9 80 2 7 . 714 - " 35 , 52
S anto Ant on i o 3 8 . 99 6 49 . 32 5 2 6 , 49
S ant a Tereza 7 . 9 71 8 . 32 6 4 , 45
Glori a 57 . 477 6 8 . 330 22 , 6
Lagoa 4 7 . 99 2 5 7 . 558 19 , 9 3
Gavea 1 2 . 5 70 1 5 . 270 2 1 ,48
S an t ana 3 7 . 266 4 0 . 632 9 , 03
Garnboa 4 2 . 049 50 . 699 20 , 57
Espír i to S anto 5 7 . 6 82 77 . 798 34 , 87
são Cris tóvão 4 5 . 09 8 59 . 332 31 ,56
Engenho V e lho 3 7 . 695 4 8 . 948 2 9 , 85
Andaraí 4 8 . 556 84 . 1 7 1 7 3 , 35
Tijuca 7 . 70 8 1 1 . 484 4 8 , 99
Engenho Novo 2 8 . 4 22 4 1 . 72 7 46 , 81
Mei e r 34 . 476 5 7 . 252 66 , 06
InhaÍnna 6 7 . 478 1 3 1 . 886 95 , 4 5
I raj a 2 7 . 406 99 . 5 86 26 3 , 37
J a ca répagua 14 . 9 80 1 9 . 75 1 31 , 85
Campo Grande 31 . 2 4 8 5 2 . 405 67 , 7 1
Guar a t i b a 1 7 . 928 2 3 . 609 5 , 68
San ta Cruz 1 5 . 380 1 6 . 506 7 , 32
I lh as 8 . 982 1 3 . 033 4 5 , 10
Cop acanana 2 2 . 761

TOTAL 811 . 443 1 . 1 5 7 . 873 4 2 , 69

( 1 ) Dis t r i tos Mun i c i pai s de 1 906 - Fon t e : M i n i s t ério da Agri cul tura , Indus t ri a
e Comérci o - Di re t ori a Ge r a l d e Es t a t ís t i ca e Recens e amento .

( 2 ) Di s t ri tos Muni cipais de 1 9 20 - Fon t e : Minis t é r i o da Agr i cul tura , Indus t r i a


e Comercio - Di re t oria Ge ral de Es t at ís t i ca e Re censeamen t o .

OBS : O s d i s t ri tos d e 1 9 2 0 têm , q uas e t odos , l i mi t<· s d i f erentes dos d e 1906 . A


al t e ração mai s s igni fi cat i v a at inge o D i s tri t o <la Lagoa que t em o novo
d i s t ri t o de Cop acab ana desme mb r ado de s eu t e r r i t ó ri o , incorporando t am­
bém parte menos s i gn i f i c a t iva do d i s t r i to à a Gavc a . As demai s al t e ra -
ç;es , s e hem q u e s ign ifi cat i v as , não comp rome t em a poss ibi l i dade de com­
paração entre os d o i s períodos .
]24.

xas d e cr esc i mento dos d istr it os d o E s pír i to Santo (Estâ c io, Ca tum b i, Rio CD!:_
pr ido ) e de s ão Cr istóv ão . A expansão mac iça da c i dad e no período d ir ige - se
po is, claramente, para o oeste, segu indo a d ireção das estradas d e f erro e
dos tr ilhos dos bondes: o própr io surg im ento dos novos D istr itos do Me ier, Ti
J uca e Andaraí te stemunham esse proc esso.

A exp ansao em d ireção ã Zona Sul atual, no �esmo período, se veri


f icou a taxas comparativamente mais ba ixas. A inda assim e ba stante signif ic�
tivo o cres c ime nto do Di st r ito da L agoa compr e endendo o atual ba irro de Bota-
fogo qu e, mesm o t endo d e smembr ado , j â em 1 9 20, o D istr ito de Copacabana, reune
elevado contingente populac ional. Essa área, de expansão mais antiga, já estâ
entao bastante ocupada e o cresc im ento populac ional e polar izado pelas novas
âreas recem incorporadas ao espaço urbano .

2. EVOLUÇÃO DAS CONSTRUÇÕES E EXPANSÃO DA CiDADE DO RIO DE JANEIRO -


1 9 0 6 - 1 9 33

2.1 Evolução das Construções

A c idade do Rio d e Janeiro em 1 9 0 6 e ainda basic amente horizon-


tal ; a estatística pred ial deste ano ( tabela 2 9 ) revela que os pr ed ios demais
d e trê s pav im entos só tem expressão numér ica sign if icativa nos Distr itos cen
trais e no da Glor ia, var iando a vertical ização portanto, d e um modo geral, em
propor ção inv e r s a ã pr ed om inân c i a d o número d e r e s idênci a s em r e l ação aos de-
mais u sos nos d iversos D istr itos. Os D is tr itos d e maior expansão residenc ial
neste ano sao os que r eunem as maiores proporções d e pred ios d e um só pav im e�
to e m esmo a d istribu ição dos pred ios d e quatro pav imentos ou mais nos Distri
tos c entrais e Glor ia (as âreas ma is v erticalizadas, se e que assim se pode­
r ia caracter izá-las) , se da em nÚm eros pouco signif icativos : o D istr ito de
S ão Jose possu i 8 pr ed ios com mais de quatro pav im entos , seguem -se Cand elá­
ria (6 ), Santo Antonio ( 4), Santa Rita ( 3 ), Glor ia ( 3 ) , Sacramento, Santana e
Meier ( 1 ) .

A situ a ç ão e quase idêntica em 1 9 2 0 c onf orm e o demonstra a esta­


tística pr e d ial real izada neste ano ( tabela 3 0 ) : os pr ed ios d e mais d e quatro
pav imentos - c inco e mais que c inco - só apar ec em nos D istr itos centrais e
na GlÕr ia ; nos de maior expansão resid enc ial predom inam as construções ter-
reas. A c idad e mant ém a pred o:n i nânc ia =1or izon tal que s empre caracter iza suas
ed if icações . Vale sal ientar , no en tanto , qu e o recém surg ido D i str ito de Co-
6
pacabana jâ apresenta uma par t ic i pação sensível de construções d e quatro p�
v imentos.
TABELA N9 29

PARTI CIPAÇÃO POR TIPO E CONDIÇÃO DOS P�DIOS DOS DISTRITOS MUNI CIPAIS DA
CI DADE DO RIO DE JANEIRO EM 190& CORRESPONDENTES ÀS PARÕQU!AS URBANAS DE 1 890

SACRA SÃO CANDEL!1 SANTA SANTA SANTO ESP . ENGQ SÃO I i I ENG9
GÁ\'EA 1 TOTAL
MENTÕ JOSg RIA j RI TA Af;A ANTONIO SANTO VELHO CRIST
GLÓRIA ) LAGOA i NOVO
•i i
Um p a v i men to 26,0 40 , 3 11,5 51,4 78,6 56 , 9 82 , 4 81 , 1 87 , 9 5 8 ,o 79 ,0 90 , 8 90 , 1
Doi s p avime n tos 54 , 0 37 , 3 4 7 ,2 36 , 5 l 8,6 35 , 3 16 ,5 18, 1 1 1 ,6 33,9 19 , 7. 9,1 9,7
Três p a v i me n tos 18,7 19 ·º 34 , 7 10 , 9 2 ,5 7,3 1 ,0 0,8 0,5 7 ,6 1 ,3 0 ,1 0 ,2
Quat ro p avimen tos 1,3 2,8 6 ,0 1,1 0,3 0,4 0,1 - - 0,4 0 ,0
Mais d e q u a t ro pavimentos 0 ,0 0,6 0 ,6 0,1 0,0 0,1 - ·- - 0,1

(l . (1.
To t a l 100 ,0 100 , 0 100 , 0 100 , 0 100 , 0 100 , 0 100 ,o 1 00 , 0 100 , 0 1 00 , 0 100 ,0 100 ,0 100 , 0
( 2 , 667) ( 1 . 650) 1 80 ) (2 . 350) ( 2 . 6 3 3) ( 2 . 659) ( 6 . 1 5 7) ( 4 . 025) ( 4 . 080) ( 5 . 2 1 3) ( 5 . 4 18) ( 3 . 040) 2 88) ( 4 2 . 360)

P a r t i c i p aç ão no Tot al 6 ,3 3,9 2,8 5,5 6,2 6,3 14 ,5 9 ,5 9 ,6 12 , 3 1 2 ,8 7 ,2 3,1

Em cons t n1 ç ao 4,8 4,4 4,5 4,8 2 ,7 1,8 O, 7 2 ,0 1 ,0 1 ,o 2 ,6 0 ,6 0,3

P a r t i c i p nç âo no tot a l de
1
c- :i t e go ri a ( 864) 14,8 8,3 6,l 13,0 8, 1 5 ,6 4,8 9 ,5 4,6 6 ,4 16 ,1 2 ,2 0 ,4

E m demo l i ç ão 1 ,0 0,8 0,2 0,3 o,l 0,9 - 0,3 - 0,1 O,1

Par t i c i p a ç ão n o to t a l da
ca tego r i a ( 9 9 ) 28,3 . 13,1 2 ,0 8,1 3,0 23,2 - 11 ,1 - 7,1 4,1

E m ruínas • 1 007. 2 ,4 2,5 - 3,7 2 , (i 1,8 0,9 0,7 0,3 1 ,0 0 ,4 0,5 0 ,8

P ar t i c i pação no total da
c a t e go ri a ( 5 10 ) 12 , 5 8 ,0 - 17,0 13,3 9,7 11,5 5 ,7 2 ,5 10 ,0 4 ,8 3,0 2 ,0

FONTE : Recenseamen t o da C i dade do Ri o de J aneiro ( Di s t r i to Federal) - 19 06 .


·�
V'
TABELA N9 30

PARTI CIPAÇÃO POR TIPO E CONDIÇÃO DOS P�DIOS DOS. DISTRITOS MUNICIPAIS
DA CI DADE DO RI O DE JANEIRO EM 1 9 20 CORRE SPONDENTE S ÀS PARÕQUIAS URBANAS EM 1 890 E A SEUS DESMEMBRAMENTOS

QUANTO AO NÚMERO DE PAVIMENTOS Q U A..� TO Ã CONDIÇÃO


DI STRITOS MUNICIPAIS O TOTAL
- 7. SOBRE Z SOB RE
�RREOS [ASSOBRADADOS 1 2 PAV 1 3 PAV 1 4 PAV 1 5 PAV 1 + 5 PAV ( 1007.)
-
EM C01'STRUÇAO * [ o TOTAL EM RU � A S I O TOTAL
1 · f
Cand e l á r i a 3,4 - 36 , 1 51,8 6 ,9 1 ,2 0,4 916 l •9 2,7 0 , l. 1 ,3
S A n t a Ri t a 52,4 4,9 32 , 2 9,5 0 ,9 0,1 - 2 . 859 l ,2 5 ;4 0 ,9 8,9
S ac ramen t o 11, 7 0,1 65 ,6 21 , 4 0,8 0,1 0,1 2 . 769 0 ,9 4 ,0 O,B 7 . ,,
são José 31 , 6 2,8 39 , 2 23,4 2 ,5 0 ,2 0,1 1 . 603 0,5 1,3 1 ,7 9,3
S an t o Anton i o 37,9 4,7 50 , 1 6 ,9 1,2 0,1 0 ,0 3 . 387 1,2 6 ,0 0 ,4 l. ' 9
S an t a Te re z a _5 7 , 5 3,6 33 , 2 4 ,5 1,1 - - 746 0 ,8 0,9 0 , l. 1 ,0
Gl óri a 44 , 6 15,3 33 , 6 6 ,3 0 ,2 0 ,0 0 ,0 5 . 6 32 1,0 8 , t, 0 , l. 7,6
L::igo a 59 , 4 15 , 1 24 ,1 1,4 - - - 6 . 2 76 0,8 7,8 O,1 3 ,o
Gavea 89 ,o 4 ,8 6 ,1 o ,o - - - 1 . 845 0 ,0 0,1 O,1 1 ,0
Co p acabana 54 , 8 16 , 8 26 , 8 1,4 0,1 - - 2 . 81 7 3 ,2 14 , 2 0 ,0 0,3
S an ta!la 70 , 3 4 ,9 21 , 8 2,9 - - - 3 . 30 1 0 ,3 1,8 0,7 0,8
Ga::-.�oa 80 , 7 5,7 12 , 3 1,2 0 ,0 - - 4 . 05 6 0 ,4 2 ,5 0 ,4 6 ,0
E � p í r i t o S an to 74 , 2 1 7 ,6 7 ,6 0 ,5 0 ,0 - - 8 . 01 1 0,8 9 ,4 0 ,6 17,5
s ão C ri s t óvão 75 ,8 1 8 ,0 5 ,9 0,3 - - - 6 . 12 6 0 ,3 3,0 O ,1 2 ,0
En 1-;enho Ve lho 64 , 3 20,9 14 , 2 0,5 - - - 5 . 199 1 ,4 11 ,1 0 ,4 7 ,3
Ancla raí 56 , 5 35 , 4 7 ,9 0,2 0,0 - - 10 . 384 1 ,1 18 , 1 0 ,3 10 , 6

Ti j uca 55 ,0 38,5 5,8 0,5 0,0 - - 1 . 277 0,5 0 ,9 0 ,5 2,3


Engenho Novo 71 ,9 23,4 4 ,6 0 ,0 - - - 4 . 902 . 0,3 2 ,1 O,1 1 ,3

TOTAL DOS 18 DIS TRITOS 1, 3 . 1 2 1 12 . 065 13. 973 2 . 724 190 24 90 7 2 . 106 667 7 3 . 0 75 302 73. 075
( 59 , 8) ( 16 , 7 ) ( 1 9 ,4) ( 3 ,8) (0 ,3) ( O , O) (0 ,0) ( 100) ( 0 ,9) ( 100) (O , 4 ) ( 1 00 )

FO�ITE : Recenseamento Geral d e 1 9 2 0 - D i s tr i to Fed er a l


t,•
( lo ) - ou r e cons t rução . O'
1 27 .

A f e i ç ão i r a mudar no p e r í o d o s e gu i n te ate 19 3 3 . A estatÍsti


ca p rF J i a l des te ano ( t ab e l a 3 1 ) apon t a s e n s í ve i s modi f i �aç Õe s n o qu adro da
ár ea c ,l i f i c ada da c i d ade . J á e int ensa a par t i c i pação de cons truçoes com 3 e
4 pavimentos em quase t odos os D i s t r i t o s que a compõem . A fre quên c i a de e d i fi
caçÕes com e s s e s gab ar i t o s de al tura dimi nui à me d i da em que nos apro ximamos
d o s subúrb i o s : os pré d i o s de 3 pavimen tos s ão me nos f r e quentes a pa r t i r do Di_!
tr i t o de InhaÚma e os de 4 a par t i r do E s p í r i t o S an t o . J ã s e r e gi s t r am , con-
t u do , os préd i o s de S a 9 pavi ment os , p r e s e n t e s no s D i s t r i t o s c en t r a i s e ate
mesmo na T i j uca e s ão Cr i s t õv ão . As cons t ru ç õ e s de 10 p avimen tos ou mais so
se regi s t ram nos Di s t ri t os centrai s , no da Gl Õ r i a e no de Copacab ana . Esse
Di s t ri t o , j ã e n t ao 2m exp ansão a ce l e rad a , d e t ém , em 1 9 3 3 , em re l ação aos D i s ­
tri t o s Cent r a i s e a o s da Z ona Sul , o mai or núme r o d e c on s t ruçõe s . De po i s de­
les e da G l Õr i a , Cop acabana é a Úni ca áre a com a l t a par t i c i pação de pré d i o s
d e 6 a 9 pav imen t os ( o 39 mai o r núme ro d a c i d ade) e é o s e gundo D i s t r i to em
nume ro mai or de p ré d i o s de 10 ou mai s pav iment o s ( 7 ) . A l em de Copacab ana , s o
S an t a Te res a e G l Õ ri a s ao áre as res i de n ci ais c om p ré dios de mai s de 10 p avi­
me nt os ne s t e p e río do . Trat a- s e da p r ime i ra á re a da c i dade a in i ci a r um p ro­
ce s s o de e xp ansão j á c l arame n t e ve rt i cali z ado an t e s de e s t ar c omp l e t ame n te o­
cup ado como demon s t r a o gran d e n úme ro de t e r renos vagos , ao con t rario do q ue
caract e ri zou a e xp ans ão dos out ro s b ai rros de e s t rut ura ç ao an t e ri or , o que é ,
por out r o l ado , um indi cador de ve loci dade d a va l o ri z ação do s o l o que e xpe ri­
me n t ou .

O re s t an t e d a ci dade , ã e xce ç ao do ce n t r o po rt an t o , ainda é e ­


mi nen temente h ori zont a l e m 19 3 3 , s en do q ue o en t o rno i me di at o do cen tr o - os
b ai rros da S aúde , Gamb o a , E s t ãci o , C at umb i e Ri o Comp ri do - ainda é p re domi­
nan t emen te h ori z ont a l . A di s p onib i l i dade de t e r renos vago s em t odos e l e s da
igualme n te uma ap roximação da ocup ação ainda n ã o i n tens i fi cada nes s as ã re as .

2.2 E xp ans ão Re s i de n ci a l

A e h� an s ão re s i de n c i a l do p e ríodo 1 906-1920 po de s e r an al i s ada


a p ar t i r dos d ado s re fe r e n t e s ao n úme ro de domi cí l i os e s u a t axa de cre s c imen
to ( t ab e l a 32) . Nes t e p e ríodo a e xp ansão res i d en c i al mai s acen t uada é apon t�
da nos Dis t ri t os de I nh aúma e I r aj á q ue re unem os maiores nune ros ab s o l ut os de
domi c í l i o s e as mai ores t axas de cre s cimen t o ; s e gueffi-s e An daraí , Mé i e r e E s pf
ri t o S ant o . Os Di s t ri t os d a Gló ri a e da Lagoa man tém n Úrne ros ab s ol ut os ai nda
bas t ante e xp re s s ivos , mas b ai xas t ax as de cres ciment o em re lação aos Di s t ri
tos s ub urb anos . O que e s s e s dados re gi s t r am é a e xp an são dos s ub ú rb i os , mante�
do c on t udo , até a décad a de vi n t e , c arac te rís ti cas de s ua pri mi t i v a p a i s agem �
ra l , p rin ci p alment e a p art i t de To dos os S an t os e do E n genh o de Dent ro , ape s arde
1 :? 8 .

lA8flA 31

CI kWtSCRI ÇO[S 00 DI S l R I 10 í! OC P.Al - CARACH kÍS l l CAS oos rl([o1 os O[ AL VU,!, R I A , NQ !1. rA Vl t[ t; .0� . r,,R T J C I PAÇM NO 101Al 00 HOl·L RO OC PRCOilfi
( 1Hk[NOS VADJS , 1933.

NQ <1<- rRro1 os OC AL V[ ft AR I A O I S l RJliUl ( l,fi llCS I' RÍ OI O', [),'. AI Víl1AR1" f'OR PAV ! Hf N l OS 1Ulf..;. l[RR!: 1,0�
t: R:tfüCRI ÇAO L OGl:A
!XJUkÓ� P ri nci pai s tl.!()('11dc,..tes l m f\',,(_• nld-, 2 3 5 6-9 lOe+ ( ) .. VAGOS

Ca11dc l ã r h 27 724 25 56 no D9 71 )'.) ?O 3 762 3


45 2e 5 �) 59
h.
··1 • . !,jo ,10,t 51 7 119 )9 64 )C.0 312 lG
81 1 40 -4�8 217 32 8 1 6 37 61·
la . - Sant1 R i u 50 l 338
782 238 17 10 6 1 100 4
827
4 a . - São Ooml ngos 17 1 091 2 36
Sa . - Sacrucnto 29 2S3 3 21 1 12 7)'.) 343 51 18 22 1 294 6
36 583 39 15 74 310 192 24 6 17 14 665 4
.h. � Ajud•
7a. - Santo Anton1 o 31 162 296 610 363 306 41 15 17 2 499 58
760
894
· aa . - Santa The reza 1 40 3 888 406 6% 2 331 2 059 498 79 10 11 5 600
525 D2 2 164 103 4 74 9 18 5 322 329
9•.· - Gloril 101 3 025 l H
10. . - l •9Õ• 00 3 212 643 611 3 392 1 870 1 87 13 5 878 379
I h . - Cã v,,a 141 2 795 54 7 828 2 44 4 1 614 10� 6 5 910 011
1 2. . - Copaca!Jana 1 12 4 866 847 819 2 348 3 707 409 39 14 21 7 �5 923
l J. . - Stnt 'Ann1 16 1 466 104 7 10 1 300 698 1 31) 39 3 2 ? 456 27
1 4 & . - Gant>Õa 65 2 355 264 ro5 2 123 8$2 197 15 4 3 260
2 6 3Sl 323
5 1 1t.
15a . - E.pi ri to Santo 97 4 009 131 oca 3 880 123 100 8 3
16&. - Ri o Coll{l ri do 79 3 595 215 9 74 2 975 1· 706 97 6 106 D8
5 4 731 243
6

1 7• . - [ n gc mo Velho 79 2 973 260 l 165 2 774 1 543 69 5


l S. . · - São Cri s tõvão 145 4 446 789 l 52 3 5 <93 1 218 u 2 l 8 905 813
19• . - T i j uca 151 3 976 757 l 237 3 611 2 240 111 6 7 8lf. 947
20• • - Anda rohy 157 1 ;47 370 3 4 72 9 293 2 OSl 44 l 1 3 523 l 615
2h. - Engenho hovo 166 5 517 440 1 731 6. 684 967 21 2 10 6 39 1 427
22 • . - t\.>ye r 158 5 829 321 1 397 6 819 718 10 9 374 1 753
2 3o . - l nhaÜma · 1 90· 6 578 623 l 607 8 351 45(} 10 29 4 2 303
24a. - Pl•d•de 269 7 924 589 l 457 9 581 38) 5 12 468 3 1 26
7.>a. - Penha 321 8 066 632 705 9 25 7 14) 2 11 811 5 882
16&. , 1 roji 258 5 870 460 527 6 629 223 5 9 412 3 320
27a. - Pavuna 256 3 5 36 1 6(1 137 3 006 25 2 6 189 4 167
28• . - �durei ra 398 8 993 429 31 2 10 6 39 94 14 2?8 5 712
29•. - Anchieta 222 2 812 1 76 143 3 08� 4? 5 252 3 684
XI;. . • Jacarepa9uã 364 4 737 4 39 924 5 84 7 24j 11 611) 3 671
31 1 . - Reo lengo 454 6 323 6 32 5l'.l 7 248 227 6 13 )05 6 117
3,• • - Ca� Grandt 245 1 994 55 84 2 068 63 2 5 637 3 279
· ,3, _ - Guare ti ba 97 557 548 ! 2 699 l 616
3-la. - Santa Crvz 1 39 l 332 �8 40 l 392 35 2 3 613 l 48>
35a . - l l hu ( Gowc maó:1,-) 159 1 46S 142 67 1 623 "' 4 2 967 416
( raquetâ) 39 384 63 l7 435 ?) 1 ·1 �37 278
( Outros) 264 2 229 26 2 2 513

• DISTRI TO ITOCRAL ( ')5 351 1 28 OOó 1 1 528 26 964 129 873 31 10) 4 464 !",82 . Í56 1 78 37 22� 386 5 7 3(,9

Des� total de vem ser deduzidos l !ll l ogradouros q ue pe rtcncr11 • N h de u:1,,1 c.i rcun�criçio .
(•)
( .. ) lnclu1 . 1liai dos pfTdios de 1l wenari a , casas de fl\cHJe i ra . cas.eb�\ . ba rracÕr5. t gal pÕl's .
A C1 rcuns cr1 (io di\ L a90,1 i nc l � i t1iJf'nas a pa rtt do b a i r � de 8ot a fol)h < ! '"''º t i'rndi d., dõ
rua � • l Cr�ndrJ:a até a rnscad, ôe Botalogo , f i c ando o n.-s \ a n l t i n é l u i tb 1,J ( i rcun� -
085 . :

cr1çao da Ga ve a .
íDSff - Ocpa rUl!t'nto �aci onal de [statís t i c a . Est1t ís t 1 0 P rf' rl i a l do 01 , 1 n t -·
o ---
r , �.- rJ\ - 1 9 33.
-----
TABELA N<? 32

N0MERO DE DOMl CfLlOS E SUA TAXA DE CRESCIMENTO


NOS D I S TR I TOS }füN I C I PAlS DO RIO DE JANE I RO - 1 906/ 1 9 20

NÜHERO DE DOMI CÍL I OS


DISTRITOS
1 9 O 6 1 9 2 O

Cande l á r i a 695 4 76 ( - 3 1 , 5)
Santa R i t a 2 . 52 1 3 . 074 (21 ,9)
Sacramento 2 . 914 2 . 598 (- 10 , 8)
são José 2 . 05 3 1 . 754 (-1 4 , 6)
San to Antonio 3 . 081 4 . 240 (37 ,6)
Santa Teresa 1 . 035 796 ( - 2 3 , 1)
Gloria 5 . 573 6 . 067 (8 ,9)
Lagoa 5 . 351 6. 2 1 3 ( 1 6 , 1)
Gãvea 1 . 282 l . 850 (44 , 3)
Copacabana 2 . 792
S ant ana 2 . 885 3 . 574 (23 ,9)
Gamboa 3 . 625 4 . 382 ( 20 , 9 )
Espír i t o S anto 6 . 1 60 8. 3 7 7 ( 36 , 0)
são Cri stóvão 4 . 085 5 . 990 ( 46 , 6)
Engenho Velho 3 . 883 5 . 1 09 ( 31 , 6)
Andaraí 5 . 69 3 1 0 . 361 ( 82 , O )
Tijuca 859 1 . 2 55 (4 6 , 1 )
Engenho Novo 3 . 005 4 . 838 ( 6 1 , 0)
M.- ier 4 . 22 4 6 . 9 83 ( 65 , 3)

Zona Urb ana 58 . 9 24 80 . 7 2 9 ( 37 , O )


I nhauma 8 . 998 1 7 . 187 (91 ,0)
Iraj ã 4 . 200 1 4 . 39 5 ( 24 2 , 7)
J acarépagua 1 . 66 1 2 .937 ( 76 , 8)
Campo Gran de 3 . 905 6 . 610 ( 69 , 3)
Gu arat iba 2 . 86 8 3 . 044 ( 6 , 1)
S anta Cruz 1 . 844 2 . 308 (25 , 1)
I lh as 1 . 2 86 1 . 751 ( 36 , 1 )

Zona Suburbana 2 4 . 76 2 4 8 . 2 32 (94 , 8)

TOTAL 8 3 . 6 86 1 28·. 9 61 (54 , 1 )

FONTE : Re censeamento re al i zado em 1 de s e t emb ro de 1 9 20 ,


Di retori a Ge ral de E s t atís t i c a .
1 30 .

se rem consider adas rur ais ap enas as loc a ] j d ade s segui ntes a Cascadur a , es ta-
- 7
çao final da linha eL -errea.

No quadro da expansao residencial em 1906 a par ticipação d as


vi l as e h abit ações coletivas nos Distr itos municipais do R i o de Janeiro ( t ab�
la 3 3 ) e muito expressiva , demons tr ando que ·esses tipos de habit ações , carac
terÍs ticas respectiv amente das popul ações medias e pobr es da cidade , herd adas
do fim do sécul o XIX , são ainda no período de que tratamos , uma solução de mo
r adia amplamen te empregada. Os Distr itos onde essas habit ações acusam maior
frequência são GlÕria, Andar aÍ e L agoa ; out ros destaques quanto ã frequên cia
dessas modalidades de habi tação regis t r am-se nos Distritos do Espírito S an to e
e são Crist óvão (casas de es t alagem) e Inh aúma (c asas em avenida) .

Essa solução para intensificação da ocupação horizon tal e de


qualquer modo car ac terística das áreas de consolidação m ais antiga - GlÕri•
Lagoa, Andaraí , Engenho Velho - e que por sua vez reunem mais car acterís tica-
mente as camadas medias inferiores da popul ação. O quadro não muda em 1933
(t abel a 3 1) no que t o c a ãs habit ações d o tipo " c asas e m avenid a" . São ainda
mar c antes em t od a a cidade e presentes em todos os Distritos com p·a r ticipa­
çÕes expressivas proporcionalmente aos demais tipos de habit a ções. Sua pred�
minância e ainda cla r a no Andar aÍ , Engenho Novo, Lagoa e Gloria sendo que na
Lagoa e no Andaraí as " c asas em avenida" somam quase a metade do total dos de
mais tipos de h abit ação .

A alta e crescen te frequência desse tipo de solução habitacio­


nal em determinadas áreas nos primeiros trin t a anos des te século , relacio­
na-se com as carac terís ticas sociais , fí s ic as e fundiárias dessas áreas : a
exiguidade de espaço e a impos sibi lidade de expansão - âreas limit adas por
alinhamentos mont anhosos como Bot afogo , Andaraí , Tijuca , Lar anj eir as - bem c�
mo os lotes profundos de pequena test ada herdados da rí gida par tição fundiâ-
r i.a do s é cu l o X I X , têm s egur ame n t e um p ap e l imp or t ante na c ompr eens ão desse
fenômeno . A pr esenç a nessas áreas de um gr ande numero de pequenos propriet�
r i os - ár eas de concent r a ção de camadas medias - e a necessidade de aprov ei_
tamento e conômic o do fundo do lote - antes deixado aos pomares e hor tas - c on
tr i bui igualmente par a essa comp reensao . O aproveitamento do fundo de lote
com comodos i ndependentes da cons trução pr incipal j á e regis t r ada em 187 6 no
lev an t amento f eito por Cruvello C av al c anti e deve ser inclusive anterior . E r a
comuffi q u e o s comerc i antes, not ad amente por tugueses , explor assem esse tipo de
negócio , bem corno mais t arde cons truissem " casas em avenid a s " em lotes de sua
TABELA N9 3 3
-
PARTICIPAÇAO DAS CASAS EM AVENIDA E DAS CAS INHAS DE ESTALAGENS NO NOORO TOTAL
*
DE DOMIC!LIOS DOS DISTRITOS MUNICIPAI S DO RIO DE JANEI RO - 1906

PARTICIPAÇÃO DAS CASAS EM PARTICIPAÇÃO DAS CASAS PARTICIPAÇÃO DAS CASAS PARTIC I PAÇÃO DAS CASAS
DISTRITOS AVENIDA NO TOTAL DE DOMI­ EM AVENIDA NO TOTAL DE DE ESTALAGENS* NO TO­ DE ESTALAGENS NO TOTAL
C ILIOS DO D I STRITO CASAS EM AVENIDA DOS TAL DE DOMIC ILIOS DO DAS CASAS DE ESTALA­
D ISTRITOS DO R . J . DISTRITO GENS DOS DIST . DO R.J
Cande l ár i a
S anta Ri t a 3,4 l,2 7,8 4 ,3
S acramento 1 ,1 0,5 1 ,9 1 ,2
. s ão José 0 ,9 0,2 0,8 0,4
S an t o An t on i o 1 3,4 5,7 6,2 4,2
S an t a Tereza 6 ,0 0,8 3,3 0,7
Glori a 17,8 13,7 10 , 3 12 , 5
Lagoa 15 , 7 11 , 7 10 , 2 12 ,0
Gáve a 25,2 4 ,5 9 ,0 2,5
Santana 16 , 1 6,5 9,5 6 ,0
Gamboa 6,1 3 ,0 9,2 7,3
E s p ír i to San to 8,8 7 ,5 10 , 8 14,6
são C r i s trivão 10,0 5 ,6 11 , 4 10 , 2
E ngenho VP. l h o 14 , 1 7,6 10 , 0 9 ,0
And a r n í li,4 13 , 7 6,7 8,3
Tij uca 10,6 1 ' /, 2 ,0 0,4
Engenho N ovo 11,1 4 ,6 4 ,0 2 ,6
Me i c r 3 ,4 2 ,0 2,6 2,4
Inh auma 6,5 8,1 0,1 0,2
I raj ã 0,3 1,3 1 ,6 1,5
Jaca r e p aguâ 0,4 0,1
C ampo Gran d e 0,5 0,3
Guara t i b a
S an t a Cruz
I l h as ';"

TOTAL 100 , 0 100 , 0


( 7 . 2 1 2) ( 4 . 563)
* - T i pc de h ab i t açao co l e t i v a . w
FONTE : P.e c e n s e amento do Rio d e J ane i r o (Dis t r i to Fed e r a l ) 1906 .
1 '12 .

propriedade. Essa pare ce t er si do a s o l u ç ão d e morad ia e ncontrada para que


a s camada s med i a s inf er iores e b a i xa s pud essem f ixar-se em área s ma i s va lor i ­
zada s, ao me smo tem po e m que conf igurav am-se em i nvestimento alternativo pos­
sível para a s pequena s e m ed ia s pou pa nça s, pri nc i palmente do pequeno comer
c i ante que d iversi ficava seus i nvestimentos gerando um outro ti po de renda e
gara ntia ã futura segu ra nça ec onôm i ca da familia .

2.3 Qua dro Funciona l d a Cida de d o R io de J aneiro

A composiç ao func iona l da c ida de em 1 906, s egu ndo os dados r efe


rentes às unidades pred ia i s e sua partic ipa ç ão proporc iona l nos D i stri tos do
Rio de Ja neiro (ta b ela 34 ) , i nd ica que o processo de espec ia l i za ç ão do Centro, ·
i nic iado a partir da então freguesia da Ca ndelária, conti nua sua d i nâmic� a g�
ra envolvendo outros D i str i tos que o leva ntamento rea li zado em 1890 - identi
f i ca ndo a s uti l i za ções da s d iv ersa s unidades pred ia i s - a inda não i nclu ía
Os D i stri tos do Centro e sua per i f er ia imed ia ta - Ca nd elár ia , Sa nta Rita , Sa
cramento, São José, Sa nto Antôni o e Sa nta na - acusam a s menores partic i pa ­
ções de unidades pred i a i s domic i liares enqua nto que os d ema i s D i str i tos perma
necem emi nentemente resid enc i a i s, com parti cipa ções deste tipo de u so da or­
dem de 90 a 9 9%.

As a tiv idades fa b r i s e artesa na i s , reunida s na categor ia " i ndus


tria l", têm uma partic i pa ç ão ma ior em a lguns dos D i str i tos c entra i s - Ca nde
laria, Sacramento e , secundariamente, Sa nta R i ta - e j â no Andara i. Os D i s­
tr i tos d e São José , Sa nta na e Sa nto Antonio tamb ém a pr esentam partic i pa ç ões
signif ica tiva s d essa s a t iv idad es. Em números a bsolutos hã uma pr imeira gra n­
d e concentra ç ão nos D i str i tos da Ca ndelária e Sacramento, d epoi s um nÚmero el�
vado d e unida d es no Andara i e Sa nta R i ta . Os dema is D i str i tos reg i stram nÚm�
ros de u n idad es mui to pr Õx imo o qu e demonstra a concentra çao dessa s a tiv ida -
des na área c entral da c idad e. O D i str ito da La goa reg i stra uma par t ic i pa ção
signif ica tiva d e unida des fa br i s e artesa na i s em sua composi ção func iona l ,
princ i pa lmente se compara da com a da GlÕr ia e se l eva rmos em conta que no se
culo X IX a rela ção en tre os dois D i s tr itos qua nto ã predom i nânc ia da s a ti v ida
des fa br i s era i nversa .

A u t il i za ç ão "mi sta " d a s u nidades pred i a i s, i ndicador da ex i s­


tênc ia da a tivida d e comerc ial d ese nvolv ida ma jor i ta r iamente neste tipo de ed i
fica ç ão, e ma i s cara cterística nos D i str i tos centra i s. Os d ema is D i stri tos a
TABeLA !19 34
WCHf:RO D! U!II DADES PREMAIS POR TIPO ! SUA PARTICIPAÇÃO
M:RCF.STUAL NOS DISTRITOS 00 RIO DE JANEI RO - 1906

%
1 TAY.A DE
%
DESOCU TMA DE TAXA DE 1 TAXA DE
OO� CI % INDUS %
l.IAR
DI STRITOS TOTAi, OCUPADOS
PAOOS- It:CRE�NTO INCREMENTO P!lt!LICA % INC REXE�;ro MI S T A i J NCREP.E NTO ,j TOTAL
TRlAL
1 890 - 1906 1 890- 1906 1890- 1906 I 1890- 1 90 6
I
Cand, l a r i a 1 . 1 80 1 . 92 8 52 4 ,4 21 1 ,,9 162 ,0 549 48,7 - 24 ,0 14 1,2 16 , 7 5 1, 4 4 8 ,2 48,2 1 . 128
S an t a Ri t a 2 . 3 50 2 . 208 142 6,0 1 . 639 74 , 3 7,7 15 3 6 ,9 - 75 , 7 20 0,9 66 , 7 )96 17,9 29 , 8 2 . 208
S11cram,nto 2 . 66 7 2 . 556 111 4 ,2 1.271 49 , 7 3,8 424 16,6 - 56,5 15 0,6 - 37,5 846 )3 , 1 - 9,3 2 . 55 6
8,8 -
S . Joeé ! . 650 1 . 62 7 23 1,4 l . 125 69 , 1
-- 4,1 84 5 ,2 - 70 , 8 37 2 ,3 3 81 73 ,4 8,6 1 . 62 7
S t o . An tonio 2 . 659 2 . 545 114 4,3 2. 171 85,3 33,4 56 2 ,2 - 42,3 15 0,6 - 37,5 30 3 11 ,9 - 9,0 2 . 545
S t a . Te r, za 8 3 1, 805 29 3,5 7 78 96,6 - 6 0,7 - - - - 21 2,7 - 805
Gloria 5 . :tl 3 5 , 081 132 2 ,5 4 . 749 93,5 6 8 ,9 49 0,9 - 45,5 8 O,1 - 27 , 3 2 75 5,5 2,6 5 . 081
L1111o a 5. 418 5 . 260 158 2 ,9 4 , 9 29 93 , 7 1 47 , 7 59 1,l - 58,1 16 0,3 166 , 7 2 5 (, 4 ,9 50,6 5 . 260
G•,·•• 1 . 288 1 . 254 34 2 ,6 1.211 96 , 6 102 , 2 6 0,5 - 76 , 0 6 0,5 50 , 0 33 2 ,4 106 , 2 ! . 254
SAn t ana 2 . 633 2 . 50 9 124 4,7 2 . 168 86 , 4 - 43 ,9 65 2 ,6 - 76 , 0 12 0,5 - 57 , 1 2H 10 , 5 - 51 , 5 2 . 509
Ga:roo a 3 . 295 3. 2 2 3 72 2,2 2 . 9 80 92 ,5 - 54 1,7 - 9 0,3 - 1 80 5,5 - 3.223

E 1 p , S 1111 t o 6. 157 5 . 948 209 3,4 5 , 5 86 9 3,9 52 , 3 1, 3 O,7 - 37, 7 5 o,1 - 50 , 0 314 5,3 7 ,9 5 . 948
S . Cri I to vão 4 . 080 3 . 9 30 · 150 3, 7 3 . 666 93 , 3 93,9 32 0,8 - 86 , 7 20 0,5 6', , 7 2l2 5,4 123 , 1 3 . 9 30
Eng . Ve l ho 4 . 025 3. 869 156 3,9 3 . 6 87 95,3 - 0 , 4,1 38 1 ,0 2,7 20 0,5 - 20 , 0 124 3 ,2 - 57,8 3 . 859
Andllrahy 5 , 750 5 . 620 1 30 2,3 5 . 42 3 96 , 5 - 1 71 3,0 26 0,5 - - - - 5 . 620
T i j uc a 9 18 879 39 4,2 802 91,2 1 O, 1 13 1,5 - 6) 7,2 - 8 79
- --
F. n g . Novo 3 . o,,o 2 .961 79 2 ,6 2 . 740 92,5 - 19 , 8: 11 0,4 450 ,0 8 0,3 - 38,5 202 6 ,8 - 6 ,9 2 . 96 1
M�ye r 4 , 1 69 4.017 152 3 ,6 3 . 89 1' 96,9 - 18 0,4 - 33 0,8 - 75 1 ,9 - 4 .OI 7
Jnhalll!la 8 , 989 8. 190 199 2. , 2 8.423 95,8 263 , 8 41 0,5 - 22 , 6 13 O,1 62,5 315 3,6 505 , 8 8 . 790
I raj ã 4 . 207 4 . 133 74 1,7 4 . 125 99,8 155 ,6 2 0,0 - 33, 3 5 0,1 - 58 , 3 l º ·º - 98,5 4 . 1 33
J ncarépagui 1 . 707 1 . 66 2 45 2 ,6 1 . 6 49 99 , 2 24 , 5 2 0,1 - 2 0,1 - 75,0 9 0 ,6 - 86 , l l . 6&2
Car.,po Grande 4 . 0 30 3. ll9 3 137 3,4 3 . 80 3 97 , 7 103 , 6 15 0,4 275,0 10 0 ,2 11,1 55 1 ,7 - 49 , 2 3 . 89 3
Guarnt iba 2. 786 2 . 780 ,; 0,2 2 . 771 99 , 7 107 ,6 - - - 2 º·º 100 , 0 7 0,2 - f. 1 , 1 2 . 780
� An t a Cruz 1 . 89 9 1 , 848 51 2,7 1 . 834 99 , 2 _3 7 , 4 2 o,1 - 83 , 3 4 0,2 - 20 , 0 8 0 , 85 - 55 , 5 1 . 8�8
I l h a. l . 452 1 . 349 103 7, l l . 249 92 ,6 47,3 58 4,3 31,8 8 0,6 - 33,3 34 2 ,5 4i,8 1 . 3 49

TOTAL 82 , 396 79 . 875 2.521 3,0 72 .6 9 1 91,0 90 , 8 1 . 9 39 2,4 - 48, 8 321 0,4 1 5 ,9 4 . 924 6 ,'2 6,9 . 7 9 . 875

Fo:õTE : Racense am,nto rla Cidad• do Rio d• Jan• i ro ( D i s t ri t o FedP ral) - 1906 .
l 34 .

pontam p a r t ic i pa ç õ e s mu ito p r Óx i ffias J e ssa u t il i z a ção dos pr ed ios o qu e indica


qu e as ativ idades de cornêrc io ma i s importantes ainda estão conc entradas e que
nes s e s Distr itos ainda estão voltada s apenas para o atend imento local.

O quadro func i onal da c idad e em 1 9 20 (ta belas 35 e 35 A) nao


apres enta modificações sensívei s em relação à distribuição das atividad es nos
difer ente s D i s tr i tos em qu e s e d ivid ia a c idade no iníc io do seculo. O que se
perc ebe e que , afora uma espe c ialização ní tida do c entro com relação as ativi
dades de comerc io e serviços , os d emais Distr itos têm em sua compsoição pe�
f i s d e ativ idades bas tante s emelhantes , com algumas participações pouco ma i s
expr e s s ivas d e "fábricas e of i c i na s " . O s " e scr i tório s " e "c asas d e negóc io"
conc entram- se no D i strito da Candelãr ia e acusam partic i pação mais notãv el
nos de Santa Rita , Sacram ento, São Jos é e secundariam ente Santo Antonio , este
com par ticipação bastante menor d e "escritórios " .

O Distrito d e Santana , próximo ao s anter i ores, também reg i stra


elevada partic ipação relativa de "casas de n egóc io" . Com relação à e s sa ati­
v idade reg i stram- se ainda partic i paçõe s re l ativas mai s significativas nos Dis
tr itos do Eng enho Velho, GlÕria , Gamboa, Lag oa, São Cristóvão e Andaraí , to
das, contudo mu i to pr Õx imas em têrmos perc entuais (da ordem de 6 , Si. ) . As "fã­
br ic as e of ic inas" ainda mantem- se no c entro da c idade : os Distritos de Sa­
cr amento , Santo Antonio e Santana reúnem a s maiores par ticipaçõe s d e s sa ativi_
dade em sua compos i ção , s egu indo- s e a eles, jã com expr e s s iva participação, o s
Distr i tos da Garnboa , Engenho Velho, T i j uca e São Cristóvão. O que se perc ebe
entao e a permanencia do quadro funcional anter ior ( 1 90 6 ) com a c onc entraçao
nítida da s atividades não resid encia i s na área c entral.

A es pecialização de s s e núcleo e c oncentraçao des sas atividad e s


não s ignificou, contudo , a expuls ão def initiva da função res idenc ial , se bem
qu e agora r evestida de uma outra modal idad e de ocupação e serv indo a outras
c amadas mais pobr e s da população. E impor tante notar a partic ipação muito
grand e das pen sões e c asas d e comodos em todos os D i s tritos, respondendo, de
po i s do uso r esid encial na mai oria , pe la s e gunda partic ipa ção perc e ntual na
composi ção de u sos de cada um d e l es , notadamente no s D i s tr ito s c entrais (exc�
ção para o da Candelãria) e sua perif er i a imediata c omo Santana e G amboa (áreas
portuár ias de conc entr a ção trad ic ional d e popu l a ção de baixa renda desde o si
culo XIX) . Es te f enÔmeno também refor ça a caracter í stica mi sta , ainda predo­
mi nante na compo s i ção interna d o s uso s dos d i v er sos Distr i tos , i nc lu s ive dos
c entrais , que ape sar de sua es pec ia l i za ção, ainda a s s im reuniam partic i pações
TABELA N9 JS

DISTRITOS MUNICJFAlS DA CI DADE DO RIO DE JANE IRO


CC'MPOSIÇÃO SF.G\11100 A NATUREZA DOS DOMICfLIOS - 1 9 20

F'ÁllRICA F'AZEt:UAS I PENSÕES 1


ASILOS
CAS AS
CADEI- I DEPO ES CR1- ESTA ou I t.:... !
AS
DI STRITOS ESOJLAS E Olfi"ROS I HOSF,!_ HOTt'.IS 1 O \i ' QUART E'. IS 1 RE r ART . 1 R.ESID-� TEMPLOS DI \"ERSOS TOTAL .
I sr- TÕRJ OS ÇÜES on ESH. BF.t. 1 TAJ S N ��Õ I CAS �
1 i
PCBLI - lClAS
TOS CI NAS AGRfCO- 1 .. - DE C:O- I C/\S
% 1 % % % % % LAS % ; % % CI S 1
� MODOS % ! % 1 % 1 Z % l % %
1
Cande l iíri a .. - 2,1 - 2 1 ,8 0,0 0,9 - - 0,1 44,3 1 ,3 - O,7 2i,1 0,3 1 ,4 l. 699 �
S an t a Ri ta - 0,0 3,3 0,2 5,o - 1 ,8 - 0,0 0 ,0 17,2 4 ,4 0,1 0,4 66 , 8 0,2 0 ,6 4 . 352
Sacramento -- 1,7 0,2 4,1 - 4,1 - - 0,2 36 , 2 8,5 0 ,0 0,3 1, 3 ,o 0,2 l ,s 5 . 15�
-
º ·º
são Jos é 0 ,0 2 . 892
13,l
3,3 0,3 7 ,6 o.l 2,5 o,l O,J 2 2, l 7,6 O,1 0 ,4 55 , 4 0 ,2 1 ,9
Sant o An tonio 0,0
- 1,2 0,2 0,3 º º
-· 4 ,9
-
- 0 , 0 0 ,0 5 ,5 0 ,0
- 0,2 7 3- , 9 0 ,0 0,5 5 . )F,9
s �n t a Tr re z a --- 0,6 0,3 o,1 o.l o,l 0,5 )•1 3,6 0,5 90 , 4 0,3 0,3 865
Gloria 0,5 0,3 0 ,0 o.o 0,4 - º º 0,2 7,3 4 ,4 ºº 0,2 85 , 8 º 1 0,3 6 . fll
- -
º ·º · · ·
La goa 0,0 0,4 0,3 0 ,0 º 0,2 0 ,0 6,4 1,7 0,0 0,2 90 , 3 o.o 0,2 6 . 8�0
-
-- - . -
- - � t. , 3
Gávea O,1
º· 0,2 2 ,9 1 ,6 O,J o,1 0,3 l . 9!.0
- - - 0,2 0,2
º ·º -
C<'pacab ana 0,3 0,2 - 0,0 0 ,0 o.l 4,7 1 ,0 0,1 Q ) ,o o. t J . 02 6
.
0 ,0
S an t •na - - 1 ,4 0,3 0,3 0 ,0 2 ,R - O,1 l J ,9 3,3 0 ,0 0,4 77 , 1 o, 1 0,2 4 . 4 ', I
Garnbo1t - - 0,9 O,1 O ,2 . 1,l - 0,0 0,0 6 ,5 3,7 0 ,0 o .o 87 , l 0,0 0,2 4 . 9 34
E � p í r i to S an to 0,3 o, 1 0 ,0 0,3 - 0 ,0 ºº 5,8 2 ,o - 0,0 90 ,q 0,0 o' t 9 . 122
S ã ó Crist óvão
º ·º
-
º ·º
0,7 0,2 0,0 -
º ·º
0,8 - 0,0 -· 6,1 2 ,O - º 1 69 , 6 0,1 o,l 6 . 6 78
- 0 ,8 -
º·º ·
Engenho Velho 0,0 0,6 O,1 0 ,9 º º 0 ,0 7 ,4 1 ,5 O, 1 0,) B7 ,8 o, 1 0,2 5 . 796
Anda rní - 0,2 0,2 -
º ·º
0 ,4 ºº ºº - 5,4 0,6 0,0 O, 1 9 2 ,9 0 ,0 o'l 1 1 . 2 50
T i j uca -
º ·º
- o,1 0,4
º·-º o, 1 0,8 -· ··
0,1 0,2 4,5 1 ,2 - 0,4 92 , 2 - O,1 1 . J!.4
Eni;enho Novo - - O,1 0,1 - 0,) - ºº - 4 ,9 1,5 - 0,2 92 ,6 O,1 o,l 5 . 2 29
�ier - O,J O,J o.o
º·º
o .o 0,5 o·,o -· - 5,4 0,2 0,0 o, 1 92 ,6 O,1 0,1 1 . 6;5
20'.:A URIIANA 0,8
º ·º
0,0 0 ,0 0,2 1,1 0,0 !,2 o .o 0 ,0 0 , 0 1 0 ,o 2,7 0 ,0 0,2 83 , 1 0,1 0,3 9 5 . 4 39
I nhaÚn,a 0,0 - 0,1 º 1 0 ,0 0,1 0,0 o ,o 4,1 0,2 0 ,0 O,1 95 ,0 o,l º l l 8. 324
- - · º ·º -- ·
1 r a j ii 0,0 0,2 0 ,0 0,0 0,1 º· º 0 ,0 3,3 0,1 O ,1 0,2 95 , 7 0,1 0,1 15. )74
Jaca ripar,11ii - 0,2 0,2 o.t - O,1 O,l - - 3,3 O,1 - O,J 95,3 O, 1 0,1 3 . 159
Cn::,;,o Grande -
º ·º
- 0,0 o ,l 0 ,0 O,1 0,2 º - 3, 2 0,0 - 0,3 9� ,8 ºº O,1 6 . 961
Gua rat iba - - - 0,4 -
º ·º
o .o
º-· - 1 ,0 0,0 - 0,2 98 ,0 ºº ºº 3 . 145
- - º ·º -- ·· ·
0 ,2 2 . 533
S ar. t a C ruz O,1 0,2 o,1 0,2 0,0 4 ,8 0,2 0 ,0 O,2 9) ,5 0,2
J ih a de Paque t ã - - - 0,4 - º ·º
0,2 - - - - 0 ,4 o .t - 0,6 9 7 ,o 0,4 0,2 45)
I l h a do Gove rnad<:- r - 0,2 0,6 - - 0,4 - O,1 - 2,7 0,3 - 0,1 �4 , 8 0,4 ºº 1 . 3 20
- -
-- - - - - -
·
Cut ra.i; r l � J s 10 , t - 1 ,2 O,1 0 ,0 O,1 0 ,0 85,S O,1 248
zo:::. S L'Bl:?.S;,':A 0 ,0 - o.l 0,2 0 ,0 0,0 o.l 0 ,0 o ,c - 3 ,5 O,1 0 ,0 0,2 95,4 o. l 0,0 51 .517
t'i.s t r i t o Fadnal 0,0 º ·º 0,6 0,2 (' ' 7 0 ,0 0,8 0,0 º· º 0,0 7,7 1,8 ºº · 0,2 87,4 O,1 0,2 1 4 6 . 9 56

FONTE: Mi n i s t é r i � da Agricul tura , I ndú, t ri a e Comé r c i o - D i re t o r i a Geral d� E s t a t í, t i ca -


Re cens e amento 0 1 /09 / 1 9 20 .

._.
w
V,
TABELA 351\

OJSTRI TOS M1JHC JPAIS DA CI OA � DO RI O OE JANE I RO - PART!CJ PAÇ.IIO DOS DOMTCJ L J OS , SE GUNDO SUA NATUREZA NO TOTAL DA C I DA DE , 1 9 20 .

OISTR !TOS A . . CASAS bDi��, .


E SC RJ - rnlRÍCAS f_ lfJtro?, �Pt.R T.!_ RE S J.D! N
MUN I CI PA I S AS! LO CAIUAS C[P(!;ITOS ES COLAS T IÇOES OU ITT Jl+I. [S 1mrrs OC QlARlt1S ÇOE S - TEWLOS DI VE RSOS
TOR I OS ES C S T �BToS H� ITA IS J AS
AGRl'CDLAS t.'ErlX:I � '\f� -'� PG;L ICAS C

Can de l ã ri a 4,1 33,8 2,4 1 ,3 - 3, 1 6,6 O ,9 3 ,'9 0,3 3,4 5 ,9


Santa R i ta 33,3 1 7 ,l 2,8 19 ,8 6,6 5,9 4 ,6 6 ,6 7,1 7,7 5,3 2,3 4 ,7 5,7
Sacra!IW!nto 3,7 10,1 3,1 19,2 1 7,7 1 8,5 16 ,5 16 , 5 1 ,9 4 ,9 1 ,7 6 ,1 20 , 3
São José 3,7 1 1 ,3 2,5 20 , 1 7,3 6,1 8,8 15,4 5 ,6 8,2 5 ,8 4,3 1 ,2 4 ,0 1 4 ,6
Santo Anton i o 3,7 - 7,5 3, 1 1 ,4 2,4 21 ,9 8 ,8 4 ,6 6 ,2 1 1 ,2 3,8 3,6 3 ,1 2,7 7 ,3
S a n t a Tere s a - 0 ,6 0,9 º· 1 º·1 2,9 6,1 0 ,2 1 ,2 1 ,3 0,6 2 ,0 0,8
Gl o ri a 1 4 ,8 4 ,2 6 ,9 0,4 2 ,4 2,5 14,7 24 ,6 4 ,4 1 1 ,3 3,8 4 ,6 4 ,5 4 ,7 5 ,9
Lagoa 1 4 ,8 3 ,0 6 ,3 0,3 4 ,8 1 ,2 - 1 1 ,8 3,9 4 ,4 11 ,5 3 ,6 4 ,8 2,7 4,3
Gãvea - - 0 ,9 º·1 0 ,4 - - 0 ,5 1 ,2 2,0 1 ,4 1 ,3 1 ,6
Cop acabana - - 1 ,0 1 ,9 - 2,4 O ,2 2 ,9 4 ,6 1 ,3 1 ,2 5,8 1 ,6 2,2 2 ,0 1 ,3
San tana - - 7,3 3,8 1 ,1 2 ,4 10,5 - 9,2 5,5 5,6 5,8 5,6 2,7 2,7 2,2
Gamboa - - 5 ,5 1 ,2 o .a 4,7 2 ,9 3,1 2 ,8 6,9 1 ,9 1 ,0 3,3 2 ,0 2 ,2
Esp iri to Santo 7 ,4 66,6 3,6 3,8 0 ,4 2,4 2 ,6 2 ,9 1 ,5 4,7 6 ,9 2,6 6 ,4 4 ,0 2 ,4
São C r i s tõvão 1 4 ,8 - 5,4 4,7 0 ,4 4 ,5 - 8,8 - 3,6 5, 1 3,5 ,. , 6 4 ,0 2,4
Engenho Ve l ho 11 ,1 - 5,7 1 0 ,6 0 ,5 4 ,8 4 ,5 2,9 1 ,5 3,8 3,2 1 1 ,5 5 ,9 4 ,0 3,4 4 ,0
Andaraí 1 1 ,1 - 2,6 7 ,8 º· 1 3,6 3,7 2,9 - 5,3 2 ,4 1 ,9 3,0 8,1 4 ,0 3,2
T i j uca - - o, 1 1 ,6 2,4 O ,9 2,9 3, 1 0 ,5 0 ,6 - 1 ,6 1 ,0 0,3
Engenho Novo - 0,9 2,2 7,3 1 ,2 2 ,9 2,3 2,9 - 3,3 3 ,8 2,7 0,8
Mé i e r 7,4 - 2,5 7,8 0 ,4 1 2 ,2 3,2 1 1 ,1 - 3,7 0 ,6 5,8 3 ,9 5 ,5 6,7 3,5
Zona Urbana 92,6 92,8 72, 1 98,9 53,7 9 3 ,9 1 4 ,8 82 , 3 1 00 ,0 84 , 1 97 ,5 67,3 65 , 8 61 , 7 63,5 88,9
1 nhaüma 3,7 - 1 ,9 6,3 0 ,3 12,4 2,1 22,2 2 ,9 6 ,6 1 ,4 1 ,'? 5 , '? 1 3 ,5 9 ,4 2,7
l rajã - - 0,6 7,8 0,2 1 2,4 1 ,5 3,7 2,9 4 ,5 0., 5 25 , 0 11 , 8 1 1 ,4 1 0 ,8 3,2
Jac a repaguã 3,7 - 0,7 2,2 0,3 - 0 ,2 1 1 ,1 - - º ·1 0,1 3,3 2,3 2, 7 0,5
Campo Grande - - 0,3 2,5 o,l 4 ,8 0,8 48,1 2,9 - 2 ,0 o .o 6 ,2 5,2 2 ,0 1 ,3
Gua ra t i ba - - 4,4 2,4 0,2 - 0,3 º ·º 2,0 2 ,4 2 ,0 0 ,5
Santa C ruz - 0,3 1 ,6 0,3 2 ,4 0,3 - 2,9 1 ,1 0,1 1 ,9 2,6 1 ,8 4 ·º 1 ,6
J . Paque t ã - ·- 0 ,6 2,4 - - o,1 º ·º - 1 ,3 0,3 1 ,3 0,3
I . Govemador -. 0,3 2,5 0,5 - 5 ,9 0,3 O,1 0 ,6 1 ,0 4 ,0 0,3
O u t ras - 2,9 - - 0,2 - - 0 ,0 o ,o 3,8 0 ,3 0 ,1 - 0,5
Zona SuburbaM 7 ,4 7,2 2 7 ,9 1 ,1 46 , 3 6, 1 85 , 2 1 7 ,7 - 1 5 ,9 2,5 32 , 7 34 , 2 38 , 3 36 .s 1 1 ,1

DISTR I TO íEDERAL 100,0 100 , 0 100 ,0 1 00 ,0 1 00 ,0 lOQ,O 1 00 ·º 1 00 ,0 1 00 ,o 100,0 1 00 ,0 1 00 ,0 1 00 ,0 1 00 ,0 1 00 ,o 1 00 ,0 1 00 ,0

; 27) ( 3) ( 85 1 ) ( 319) ( 1 09 6 ) ( 41 ) (l 2 1 1 ) ( 27) ( 34 ) (65) ( 1 1 3 1 4 ) (2 6 5 1 ) ( 52 ) ( 304 ) , (1 28 433) ( 1 4 8) ( 370)

Fonte : 11,i n i s têri o da Agri cul tura , I n dus tri a e Comê r�i o-Oi re tori a Ge ra l de E s ta tís ti ca a-
Re cens eamento 0 1 /09 / 1 920 .
1 37.

si gni f i c11 t ivas dos demais u sos. A espec ial iza ção que essas ar eas v i nham grad�
tiv amen te exper imentando , com a predom inância de u til i zações não residenci ai�
esta a i nda em pl eno processo neste período ( 1 9 20) não se configurando uma dis
socia ção absolu ta en tre as div ersas util i zaçõe s do solo nas area s do atual
centro da çidade. Essas i ndicações confirmam a cond ição per i fér ica que , àqu�
la epoca , ainda caract erizava , com exceção da Candelaria , a maior par te do
Centro atual . As obras de urbanização de Pere ira Pa ssos hav iam eliminado mui
tos dos velhos cor t i ços , mas pensões e casas de comodo ainda estavam presen­
tes no C entro ate mesmo depois da Primeira Grande Guer ra .

Ou tro aspec tos em relação quadro funcional da cidade nesta epo­


ca ( 1 9 2 0 ) sao d i gnos de destaqu e : os "depósi tos" alem do comercio , dos escri
t Órios e das fab r icas , t ambem concentram-se nos Distritos centra i s , os asilos
e as escolas são mais frequentes nos principais Distr itos re sidenciais: G ló ­
ria , Lagoa , São Cr i st óvão , Eng�nho Ve l ho , Andarai , :Meier e EspÍrito Santo. Os
hospitais têm maior concen tração nos Distr itos da Glór ia e da Lagoa e os ho
te is na primeira e nos Distritos centrais ( tabela 35 A ) .

Com rela ção ao Distrito da Lagoa sao expressivas a s concen tra­


ções de hospitais e quar t e is (a maior de todas os Distritos) , asilos e esco ­
las , fu nções que permamencer am residualmente (quar teis e asilos) e que se am
pliaram poster iormen te aumen tando seu âm bito de atendimento (hospitais e esco
las) .

Uma tendência im por tante a ser regis tr�da nesta epoca e repr�
sen tada pela locali zação dos escr i tórios que marcam o início de uma espec iali
zaçâo dos Distritos centrais antes eminentemente comerciais. O centro comer
cia l inicia nesse per í odo sua transformação em centro de serviços . Ao mesmo
tempo os Distritos de InhaÚma , Iraja , Andaraí , Engenho Velho , Lagoa , Meier e
São Cristovão apresent am nÚmeros absolu tos expressivos de "casas de negócios".
Essa caracter í st icas se não pode ser tomada como um dado de descentral izaç ã o
nem como de espec ialização - ja que a comparação do comercio desses Distri -
tos com o dos centrais , em têrmos de âmbito de a t endimento demonstraria a ela
ra preem inência dos Últimos - pelo menos pode ser tomada com o uma m edida do
desenvolvimento dessas âreas no quadro funci onal da cidade , jã reunindo um nu
mero mu i to signif ica tivo de estabelecimen tos comerciais comparãvel em certa
medi da com os dos D i str i tos centrais e diversif icando , por tanto , suas ativida
des apesar de sua carac terí stica ainda eminentemente residencia l e do seu am­
bi to de atendimento local.
l 38.

Um ou t ro a s pecto impor tan t e e a local i zaç ão d e ativ idad es ate


en tao em inentemen te c entrais, d i str ibu indo-se tamb ém pelas áreas resi dencia i s
em expan são desd e f i ns do século XIX . Os equipamentos d e saúde e assistência
como hospi ta i s espec ializados, sanatór ios e c l ín i cas, d e âmb i to de atend i ­
m ento S'.Ipra local e asilos localizam -se, na d â cada d e v inte, em são Cr isto
vão, V i la Isabel, Tiju ca, Rio Comprido e Botafogo.

Para c i tar alguns ex em plos mais significativos localizam-se em


são Cr i stóvão os hospita i s dos La zaros e o de s ão Seba sti ão, para molestias
infecto-contag i os a s e o de Nossa Senhora do Socorro ; na Ti juca, o da Venerá­
vel Ord em Terceira da Penitência e em Botafogo, o Hospital dos Alienados (de�
d e 1 8 4 1 ) , a Pol ic lín i ca d e Botafogo e o Hospi�al são João Bati sta . Áreas mais
afastadas a i nda rec êm ati ngidas como Cascadura, acolhem os hospitais d e moles
tias que necessitam de isolamento, como o Hospital Nossa Senhora das Dor es p�
ra mulheres tub erculosas. Hã tam b em v âr ios asilos (a"s mais im portantes) nes­
sas area s.

A localização dos estabelecimentos educacionais tam bém r efletem


o f enômeno, como o Colégio P.edro Í I i nternato em s ão Cristóv ão , o Instituto
Prof i ssional em V i la Isabel e a Faculdad e d e Medicina na Praia Vermelha, sai�
do da Santa Casa em 1918. A l ocalização do Min i stér io da Agr i cultura, IndÚs­
tira e Comercio na Praia Vermelha, tam bém é um indicador d esss nova localiza­
ç ão mais expand ida, atingindo as atividades institucionais.

Uma possív el expl icaç. ão para esse f en ômeno, r ef erenciando-o as


pr im eiras grandes e vultosas inic ia tivas do Pod er Público com a r enovação ur
bana ao incorporar ao Centro ãreas d esvalorizadas, é a cresc ente valorizaç ã o
do solo na região do Centro da c idad e, n ão oferecendo condições d e competição
aos u sos que n ão garanti am retorno imed iato aos investimentos, e que, por sua
vez, d emandavam mu i to espaço para se estabelecerem. E stas características os

.-
d eixavam sem cond ições d e concorrer com outras utilizações mais r entâveis. Des
sa forma sua localiza ç ão se dâ a partir dai tam b ém em âreas r esidenc iais Jª
consol i d a d a s, geralmente em terre nos d oad os por benfeitor es e portanto a m e-
nor cu sto.

Em r esum o, o que se coloca quanto ao quadro funcional da c idade


do Rio d e Janei r o n o per íod o 1 90 6 - 1 9 20 e uma c r e scente espe c ialização do Cen
tro quanto a loca l i za ção das atividades econômi cas, crescendo i gu a lmente a
importância d os serv iços em rela ç ão ã preem inênc ia comerc ial inicial do pro-
l 39 .

c e sso . A car a c t er i � t i c a m i s t a d a d i s t r i bu i ç ão espa c i a l à a s a t iv idad e s e con­


tud o ai nd a pr ed omi nan t e , como se v i u , inclu s iv e com a p ar t i c i pação s empr e mu�
to s i gn i f i ca t iv a de pensoes e c a s a s de comod os em tod a a c i d ade . A local iza
ção puntual d e u s o s não ec onômi cos - ins t i tu c i onai s , de s aúd e , educacionai s -
e um f enômeno r e g i s trado ne s s e p e r í od o , ind i cando uma v a l or i z ação cre s ce n t e do
solo no Centro da c idad e , ao mesmo t empo que a nova c ar a c t e r í s t i c a qu e as
ár eas r es i d enci a i s de cons o l idação ma is ant i ga ganh am c om a l oc a l i z ação des­
s a s a t iv id ade s , an tes pr imord i a lmen t e centra i s , pas s and o a r eun i r a t iv i dad e s
de âmb i t o de atend im en t o d e car á t er supra-l ocal . A v a l ori zação d i fe r en c i ad a
d e áre a c entral em r e l ação a o conj unto da cidad e, qu e pod e r i a imp l i car o i ní c i o
d e s s a s e l et ív i d ad e quan t o a d e t erm inados usos , não a t inge níveis q u e imped i s ­
s em o conv ív i o d e mú l ti p l a s u t i l i z a ções do s o l o d emandant e s d e e spaços d i f e -
r e n t es e d e r entab i l i d ad e s t ambém d iver s as .

2. 4 P er f i l Ocup a c i on a l e S o c i a l d a Popu l a ção d o s D i s tr i to s Mun i c i


pais e m 1 9 20 .

O qu ad r o ger a l d a ocupação da popu l ação ativa d i s tr ibuíd a p e l o s


d iv er s os D i s t r i t os d a c i d ad e em 1 9 20 e c l as s i f i cado em s e i s grand es grupo s s�
gundo os d ad os do Censo ( t ab e l a 3 6 ) " exp l oração do s o l o" , " indú s tr i a" , " t rans
por t e e comerc i o" , " f or ç a púb l i ca e admin i s tra ção", "prof i s s i na i s l ib e r ai s e
cap i t a l i s t as " e " s erv i ço d ome s t i c o" . E s s e qu adro perm i t e per ceber , numa p r i ­
meira aproximação , a pou ca d i s s o c i ação espa c i a l e n t r e a s a t iv id ad e s d i t a s " i n
dÚ s tr i a" e as d e " t rans por t e e comer c i o" c om par t i c i pações d a popu l a ção o cup�
da s empr e mu i t o próx imas em qu a s e t odos os D i s tri t o s , no t ad amente os compone�
tes do Centro d a c idad e . Em que p e s em o nív e l d e agregação d e cad a uma des­
sas categorias e o f a t o d e r e p r e s entarem o s e tor s e cund ár io como um t od o e a
mai or i a d aqu e l as d o s e t or t e r c i ár i o - f atores qu e d i s torcer iam o s eu p e s o em
rel ação ãs d em a i s ati v i d ad e s - a inda as s im sua pre s ença , s empr e conj ugad a e
c om par t i c ipações r e l at iv a s mu i t o próximas, e um f enômeno d i gno d e d e s t aqu� Os
d i s tr i tos centr a i s como C an d e l ár i a , Santa R i t a , Sacramen to , San t o An tonio e
São J o s é têm a maior par c e l a r e l at iva de sua p opu l ação ocupad a n a cat egor i a
" transpor t e e c ome rc io" o m e smo a c ont e cend o com S an t ana e G amboa .

E s s e s d ad o s ref ere:::i- s e seguramen t e, ã popu l ação r e s id e n t e nas


pensões e c a s as de cÔm od o s l o ca i s .

A a t iv i dad e " i ndu s t r i a l " agrega maiores p ar t i c ipaçõ e s d a p opu l�


TARF.U i;,;, 3 �

DISTR I R U I Ç,iO OCLTACWKAL DA POPULAÇÃO Eco:;o�!CM!E�TC ATl\'A


I'() R I O D� JA.� F. I R,1 , SEC',/:iDO OS DI S TR ITOS Ml'X ICirAH ( 1920)

1
1 FORÇA 1 PRO f I S S IO l -1 POPL!LAÇ]�O 1
OlSTRlTOS Ml:S I CIPAIS EXI'l.llRAÇÃO % INDl',TRIA• % TRA:;S?ORTE 1 PUBI. I CA SE?.Vl�:O P0PL1.AÇÃ0
SOLO % % J:Al S t.l llJ'.:: ,· % 1 r.co:;o:nct
00 E COM."'.RCIO 1 RA I S E CA oo�!i".ST I CO 1 X!::;n: AT I 1 TOlAL
1 �i���� 1 PITALI STÃS ! % 1 1 VA - 1

Canclo l â r i n 19 0,7 B2 8 1 . 597 59 105 3 177 6,4 405 15 2 . 59 1 3 , 962


San! A Ri t a 373 6. 573 32 8 . 254 41 3 . 460 19 7 79 3,2 1 . 2)9 6 20 . 6 7 8 38. 164
S ac raroento 89 0,5 4. 795 28 7 . 945 47 680 3,7 835 4 ,5 2. 4l 7 14 1 � . 761 2 7 . 3 i0
Santo Anton i o 22S 0,8 9 . 026 33 9. 595 35 2 , 105 6 2 . 2 80 7 ,8 3 . 620 13 26 . 8 5 1 49 . 3 2 5
são J osé 958 6 3. 787 25 5 . 353 34 1. 8 38 li 1 . 2 30 8 1 . 9R2 13 15. 148 27. 714
S an t a Te reZii 191 4 89 7 23 943 23 306 45� 11 l .07 5 27 3 . 868 R . 326
G I Órin 776 9 . ()2 5 .27 8 , 4 69 2. 137 6 4 . 4e8 3 8 . 983 27 33.R78 68. 330
La�oa 943 6 . 4 51 24 5 . 3 32 18 4 . 0C2 14 2 . 9 76 10 6.418 24 26 . 1 2 2 5 7 . 5 5 !1
cávea 442 2 . 998 52 660 11 6 84 1 1 ,9 228 3,6 599 10 5 .611 1 5 . 2i0
S an t an a 340 7. 692 39 8,218 41 1 . 40 3 6 652 2,5 ] . 65 3 8 1 9 . 958 40 . 6 32
Copacabana 356 1 . 746 17 1 . 9 72 19 1 . 030 10 1 . 227 ll 3 . 1,4 7 34 9 , 778 22. 761
c�roa 389 10. 3 1 7 45 7 . 1,8 2 32 1 . 322 5 439 1,5 2 . 782 12 22 . 7 3 1 50 . 699
E s p , r i to S anto 692 1 2 . 799 39 10 . 3 38 30 2 . 909 8 2 . 051 5,9 3.9i5 12 32 . 764 7 7 . 798
Si.o Cri g t Õvào 882 4 8 . 737 39 S . t,5 4 24 2 . 39 8 10 1 . 530 6 3 . 050 13 22 .051 59 . 332
tn g•nho Velho 595 2 5 . 0 76 23 5 . 81 7 27 3 . 0 30 13 2 , 245 9 4 . 6 30 21 2 1 . 393 48 . 9 4 8
Andaraí 896 2 9 . 84 5 30 7 .60 5 23 3. 787 10 3 . 464 9 6 . 9 )6 21 J2. 533 84 . 1 7 1
T i j u ca 583 13 l . 159 27 9 34 21 366 350 8 59q 20 4 . 29 1 1 1 . 481.
Engenho Novo 695 4 3 . 050 24 3. 92 3 24 2 . 482 15 1 . 948 12 2 .687 10 1 5 . 5 85 4 1 . 727
Mey• r 674 3 5. 7 72 28 5 . 1 96 24 3 . 5 36 16 1 . 818 3 . 391 16 20 . 38 7 5 7 , 252
I nh a Úr.ia 1 . 82 1 4 1 8 . 887 42 2 1 . 031 46 6 . 000 12 687 1 ,3 4 . 4 80 10 5 2 . 906 1 3 1 . 886
1 raj ã ). 2 79 9 l 3. 7 9 2 38 6 . 856 19 7 . 596 20 1 . 1 95 3 2 . 789 7 3 5, 50 7 99. 586
Jaca repa r.uã 2 . 5 63 )5 l . 2 34 16 1. 101 IS 926 12 294 3,7 1 .177 16 7. 29 5 19. 751
C�po Grande 6 . 1 40 33 6.071 33 2 . 199 12 2 . 109 12 461 1 ,6 1 . 373 1 8 . 353 52 . 40 5
Guaratibn 4 . 55 3 70 7 76 12 410 6 1 50 1 ,4 1 19 1 ,6 432 6 6 . 440 2 ) . 609
S an t a C ruz 1 . 09 3 24 800 17 1. 125 24 937 20 1 23 2 429 9 4 . 506 16. 506
l lh H 869 22 590 15 690 17 896 23 250 5 5 82 15 3 . 87 7 1 3 , 03 3

TOTAL 30 . 4 36 6 152 . 9 7 7 32 1 3 8 . 499 27 56. 194 12 33 . 302 6 71 . 449 15 4 8 1-. 8 36 1 . 14 7 , 599

PONTE : P re fe i tura do D i s t r i cto Fede ral , Ci dade do Rio de Jane i ro : RelllOde l ação , Extensão e Emb e l l e zamento 1 92 6- 1 9 30 .
Pari s , Foye r B rés i l ie n , 1 9 30 , p. 109
Apud Ab reu, Y.auríci o , B rons tein , O lga, Pol ít icas Púb l i cas , E s t rutura Urbana e Dis t ribuição da População de Baixa Renda
na Á re a Me t ropo l i tana do. R i o de J·ane i ro , IBAM , CPU, 1 9 78 pg 1 3 7
• O� dados referen tes a o pessoal ocupado na i ndúa tra fo ram auperdimen s i onados n o Censo d e 1920 , pois aí es tão i n c l u ídas
vari H a t i v i dade• arteoanai s .
_,
l-
ç ao ocup ada no Es pírito Santo - E s t ãc io , [ a t umui, Rio Comp rido - , Gnmboa ,
Andaraí e Gávea , o pr imeiro na perif eria imediata do Cen t r o, v i nculado aos
term inais de transport e como as linhas de es trada de f e rro e o porto ,

Como s e dis s e, as participações em ambas as ca tegoria s sao con­


tudo mui to prÕxima s , o que e verdad eiro tambern para Engenho Velho , Andar aÍ e
Tijuca. As vilas operárias da s fábrica s , frequ en t es nes sas âreas , abrigariam
uma parcela signif ica tiva dessa população , como o t est emunham dua s da s ma i s
import �ntes vilas cons truída s no f im do século X IX pela Companhia d e Saneame�
to do Rio de Janeiro : a Vila Senador Soares , na rua Gonzaga Ba stos entre Ba­
rão d e Mesquisa e o Boulevard 28 de Setembro e a Vila Maxwell , na rua Maxwell
ao lado da Fábrica de T ecidos Conf iança .

Os Distritos d e InhaÚma e Iraj â j ã congregam os maiores con tin


gentes de população o cupada na "indústria" o que se dã pelo fa to mesmo de reu
nirem os maiores con tingentes populacionais da cidade. Es s es contingentes, ao
contrário da população do Centro , jã não se ref erem ã popula ção que trabalha
no local de moradia.

A ocupação da maioria da população a tiva dos Dis tritos d e Cam­


po Grande , Guara tiba e Jaca repaguã na ca tegoria " exploração do solo" indica a
caracterí s tica rural d es sa s áreas ; é curioso notar tambem a participação pr�
porcionalmente significa tiva d essa atividade no perfil ocupacional da popu la­
ção do Distrito da Tij uca.

A cat egoria " s erviços d omésticos" e s tá presente a te m esmo no


perfil ocupacional da população dos Dis trito�·-º-º Ce!}!:!:Q.. � contudo o da GlÕ­
ria qu em agrega os maiores contingentes absolutos da cidade nessa categor ia ;
Santa Teresa e C opaca bana têm a maioria de sua população a t iva nela ocupada.

As " profis sões liberais" têm participação mais acentuada nos


perf is ocu pacionais dos Distritos d e Santa Teresa , Copacaba na, Engenho Novo ,
Lagoa e G lÕria.

O perfil ocupacional é por ou tro lado , alem d e um ind icador da s


funções da s diver sa s área s da cidade, um indicador aprox imado do perfil s o­
cia l de cada Di strito, levando-se em conta o " s ta tu s " da s d iver sas ocupações .
A s s im pod emos recuperar a loca l i zação es qu emática da s d iv ersa s camada s so
ciais no espa ço urbano . Os Dis tritos do Centro , se bem qu e j á funcionalmen t e
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4- .

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e s p ec ial i zados n.:i s at i v i dad es não r e s:i d enc ia i s , r eúnem r es i du a lmente, a i nd a,
se t o r es d a popu la ção pobre da c j dade, qu e também ha b i ta �n ma ior es conting en­
tes a s ar eas por tuar ia s como Sa ntana e G amboa . Os setor es méd ios, perm eados
ainda pela popu la ção pobr e ocupa da na s indu str ia s , r esid em major i ta r iam ente
nos Di str i tos do Eng enho Velho, T i juca e Andar a i . As camada s inf er ior es dos
se tores méd ios espalham-se por sua v ez ao longo da l inha f é r r ea em d i r eção a os
subúr bios, aond e f ina lmente conc entr a - se a gr and e ma ior ia da popu l ação pro l e­
tar i a como nos Distr i tos d e Inhauma e Ir aj a . As c lasses ma i s aba sta da s loca -
l i z am-se na G lor ia - Laranje i r a s, F l amengo, Cosm e V e l ho - , uma tendênc ia
c la r a na G l or ia , qu e r eune os ma ior es conting entes d e " serv i ços domestic as" e
" prof i ssiona i s l ibera i s e ca pita l i sta s" a pesa r d e ser o qu into Distr i to em
têrmos d e conting ente popu la c iona l ; i sto· · ind icã -ª- m à i -or concentração d e c ama ­
d as mais a ba sta da s em r e la ç ão ã c id ad e corno um todo, tendênc ia r ema nescente d o
sécu lo XIX . Copa ca ba na e Sa nta Ter eza a cu sam uma a l ta pa r ticipação d o s " ser ­
v i ços domésticos" o qu e ind ica igua lm ente a loca l i za ção d e camadas d e ma ior
pod er a qu i si tivo nessa s ar ea s.

A inda a ssl.ID hã conting entes expr e ssivos da par ticipação dos


" prof i ssiona i s l ib era i s" no Anda r ai por ex emplo e no D istr i to da La goa , c om
uma d if er ença mu i to gr and e para os conting entes d o s d ema i s D i str i tos, a ponta.E_
do pa ra uma conc entra ção d e ssa c ama da dos setor es m ed ias nessa s dua s ar ea s .

2. 5 Bota fogo

a ) evolução da ãr ea ed if ica da e expa nsao r esidencia l


1 906 - 1 9 3 3 .

No per íod o qu e va i d e 1 906 a 1 93 3 , a f ei ção do bairro no qu e


toca ãs sua s constru çoes va i apr esenta r mu ito pou ca s mod if ica ções signi f i cati.
va s; a pr edominânc ia hor i zonta l d essa s constru ções - e da c ida d e como um to­
do - é especia lmente sensív e l neste período. As ed if ica ções qu e ati ng i am
ate doi s pa v imentos somavam 98, 7 % d o tota l dos pr éd ios d o Di str i to Munic i p a 1
d e Lagoa - Botaf ogo - em 1 9 0 6 . O s r estantes 1 , 3 % compunham-se de préd ios d e
3 pav imentos no máx imo, enquanto qu e na Glor ia e nos D i str i tos do C entro e
per if er ia imed ia ta como Santa na , j ã hã r eg i stros, nesta mesma époc a , d e ed if i
caçÕes com ma i s d e qu_a tro pa v im entos, se b em qu e em pequ ena s proporções. A
pred ominância no D i str i to d e Lagoa é d e préd i os d e um pav im ento como também em
ou tras ar eas r e sid enc i a i s s emelha ntes cano os D i str i tos d o And ara i , S ão C r i s­
tóvão , Espír i to Sa nto, a ssim como os dos subúr b ios .
1 43 .

Em 19 20 as casas terr eas ainda predominam , porem j á e mu ito


gr and e o numero de préd ios assobradados e de dois pavimentos (t abela 3 7 ) . são
mais intensamente ed if icadas nes ta época as ru as São Cl emente , Real Grand eza
e Voluntários da Pátria - as mai s antigas e ex tensas do . bairro . Seguem - se
General Polidoro , General Severiano , Bambina , Passag em , As sunção e Praia de
Botafogo, ou sej a , tod os os eixos das linhas de bonde a r igor .

A rua Voluntár ios da Pátr ia é que r eúne o maior número de pr�


dios de 2 e 3 pavimentos , por ser a rua mais central do bairro e a de maior
impor tânc ia comercial . A Praia de Bo taf ogo e as ruas s ão Clemente e Real Gr an
d eza t ambém não segu em a predominância horizontal geral do bairr o , acusando
no entanto , prédios assobr adados e d e dois pavimentos em maior número . As
ruas residenciais - pr edominantemente ocupad as· com cons truções térr eas - mais
intensamente ed if icad as são As sunção , Alvaro Ramos , Sor ocaba e Dona Mar iana ,
sendo que as duas Ú l timas apr esentam ainda um número cons id erável d e pr éd ios
assobradados e de dois pav imentos , indi cando o " s tatu s " mai s elevado de s eus
moradores .

A f eição interna do bairro quanto a s suas ed if icações vai ind i


car algumas mudanças signif icativas no período qu e vai d e 1920 a 1933 ( tabe la
3a) . Apesar da predominânc ia hor izontal que ainda pr eval ece , aum enta consid e
ravelmente o numero d e cons tru çoes d e 3 pavimentos e surgem as pr imeiras que
excedem esse gabarito , 15 ao todo , na Praia de Botafogo , São Clemente e ou­
tras ruas .

Os prédi os de 3 e 4 pavimentos são r egis tr ad os em maior número


nas ruas são Clemente , Voluntários da Pátr ia, Praia de Botafogo e Bambina , p�
rem , em 1933 , so hã o reg is tro d e uma Única cons truçao com mais de 6 pavimen­
tos , situada na rua Voluntários da Pátria . Pouco d epoi s , por volta de 1 93 5 ,
) ã se r egistr aria um pred io d e 10 pav imentos na Prai a d e Botaf og o esquina com
rua Marquês d e Olind a , �xis tente ainda hoj e , e a par,tir de 1937 nes s e mesmo
logradouro j á s eria l egalmente pos sível cons tru ir ate esse gabar it o .

As ruas qu e em 1 9 20 concentravam os maiores números d e préd ios


mantêm-se as mesmas em 1933 , por s er em ainda os eixos viár ios ( linhas de bon­
de) mai s impor tantes , tanto por sua extensã-0 quanto pelas l igações es tabeleci_
das entre o Centro e a orla atlânti ca em recente expans ão . Os préd ios d e ate
dois pavimentos continuam , contud o , a _predaninar até 1933 (em torno de 97%) .
1 44 .

Com relação a exp ansão r e's i de ncia l , ê il!lportante not ar a fo rma


tipic a de que se revestiu a habit ação da po pulação de b aixa renda no inicio do
período de que tratamos, as pensões e casas de cômodo, e sua loca lização no
bairro. Elas aparecem com mais frequênc ia nas ruas São Clemente e P assagem e
em seguida nas ruas General Polidoro, General S everiano , Voluntãrios da Pá­
tria, Assunção , Huma it ã e Praia de Bot afogo . A maior incidênc ia desses tipos
de ut ilização residencial se dã nas ruas de predominância comercial ou onde o
número de ca sas de comercio é pelo menos significativo, o que coincide t ambém
com os e ixos de passagem mai s important es . A. exceção fica para a rua Assun­
çao que , sem importância comercial , tem cont udo a concentração dessas habita­
ções de baixa renda assoc iada a um número relevante de fábricas e oficinas e
ao fato de trazer essa característ ica de ãrea residenc ial pobre desde o século
XIX, quando nela funcionava a hist órica pedreira que inspirou o l ivro "O Cor­
t iço".

Ainda com relação a expansão residencia l hã que se considerar


as hab itações sob forma das "vilas" ou "casas em avenida' que se consti tuiram,
1

como vim.os no quadro geral da c idàde , numa solução hab it acional típica dos se­
tores sociais médios e caract erizaram a ocupação de bairros como o Andarai , a
Tij uca e como veremos , do próprio Botafogo . No período aproximado de trinta
anos de que tra tamos , as casas de vilas, em ruas como Assis Bueno, Assunção.
Genera l Severiano , são Clemente e São João Bat ista , chegam a ser mais numero
sa s que o conjunto das demais edificações em cada uma delas . Nas ruas Real
Grandeza e Alvaro Ramos e las quase se equiparam ao número das outras constru-
çoes .

Em 1906 as casas em vilas representavam aproximadamente 157. do


total das edificações do bairro . Em 19 33 essa percent agem chegou a ser o do­
bro , demonstrante a importância que esse tipo de hab itação ganhou neste perío­
do ná conformação do bairro de Botafogo . Essa impo rtanc ia crescente que esse
• ti po de hab itação desenvolv eu nesses prime iros trinta anos do século , a part ir
de uma solução tipicamente prol et ãria do século XIX, est ã intimame nte l igada
ao fenômeno da valorização do solo urbano em processo desde fins do referido
sêf ulo. A solução de maximi zação do aprovei t amento horizontal do l ote passa a
ser adotada amplamente no decorrer do período aqui tratado pelos setores medi
os da população , como indicam os padrões construt ivos de melhor qualidade quer
em �ateriais ut il izados e acabamentos, quer quan to às dimensões das hab itações.
145 .

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I I A�:l DA 1 i 3 1 4 1 5 ·1 n-9 1 O+

Al { redo Chaves 33 7 17 23 40 40 1
Alvares Borgoth 8 3 3 8 - 11 11 3
Al varo Rmnos 1 14 25 107 1 75 69 2 246 258 4
Anibal Re i s 56 59 5 64 78 2
91 54
8
· A rr. a l ào Qu i n t r l a 7 127 24 1 52 157 2
As s i 6 Bueno 36 42 67 11 78 81
As s un ç ão 79 25 1 14 1 83 33 2 218 232 3
B amb i na 103 28 84 123 79 12 215 227 6
B a rão de Lucena 7 3 - 8 2 . 10 10 5
B ar to l omeu Po r t e l a 23 23 23 23 3
P r � i a d e Bot a!ogo 83 39 16 28 Só 2 1 3 1 38 1 53 2
Cap i s t rano de Abreu 13 1 7 18 3 - 21 22
Capi tão Salomão 45 5 8 42 16 58 58 1
Ces ario Al vim 25 3 25 2 28 31 3
Conde de l raj ii 101 6 7 73 40 1 14 118 4
Co ron e l Afonso Romano
14
8
David Camp i s t a 2 12 14 14 7
Dezenove de Ft-vereiro 1 17 15 22 97 54 3 1 54 162 "
Dínü Corde i ro 17 1 7 10 18 19
9 7 2 9
2
Dona C a r l o t a (Trav . ) 10
Dona H..a r c i .ina (Trav . ) 17 10 7 17 17
Dúna Ma r i ana 100 20 28 84 60 4 148 149 7
Dr. S amp a i o Correa l
18 13
l
2 29
1-
Eduardo Gui n l e 31 31
E 1 v i r a Machado 10 7 3
6
- 10 10
15 15
1
Embaixador Morgan 15 15 7
Fernandes Cuirnarãcs 74 9 55 117 21 1 38 142 1
Ga l . Corne l i o d e B a r ros 6 3 7 2 9 9
Gal . Di on Í�ío 37 5 3 22 1 7 42 42
1 64 38
l
Ga l . Po l i doro 106 237 63 8 30 E 332
79 24 1 30 192
6
Ga l . Severiano 38 3 233 246 "
Goethe "
O..i lhennina Cu inle 5 2 3 6
10 2
2
9
6
H ane S t aden 11
8
11
7
1
Henri que de Novais 8 s
45
6
Rumai t â 137 154 80 6 240 399
21
58 9
· t catu 12 3 2 25 29
2
/J 8 14
Ipu 2 2 2 3
Itu 8 8 -
51 5::! 92 22
8 8
J oão Afonso 11 114 118 8
Lace rda de Al mc i àa 1
21 23
2
Lauro Sodré 23 2 23 2
Macede Sobri nho 28 11 15 20 3 39 41
Ma l . Ili i<-meyer 14 2 14 24 4 2 30 30 1
147 .

Cont inuatão da TABELA N� 38

Dl SIRlBUJÇÃO DOS PREDlOS


PREDIOS DE ALVENARIA DE ALVENARIA TOTAL DE TOTAL DO 71.RRENOS
LOCIW>OUROS l----�-----�----1--�---,----.--.,---,r---r---il'REDIOS DE N0HF.RO DE VAZlOS
ALVENARIA rR!:'.1>10s
PRJNClPAlS DEPENDENTES AV�lDA 2 3 4 5 _9 lO •
(.)

Maria Eugêni a 6 19 63 11 74 76 z
Mário Pederneiras l 1 1 4
Marques 13 14 22 5 27 28
Marquea de Ol inda 52 li, 5 16 50 .S 71 75 6
Martins Ferreira 50 4 14 38 2 54 54 2
Mat r i :r. 56 1 H 37 l 63 6.5 2
Mena Barreto 89 8 19 7.5 39 2 1 16 117 s
Miguel Pereira 27 1 2 26 28 31 4
Mundo Novo 44 5 2 28 17 6 51 57 11
33 12 21 21 3 45 47
Natal 18 6 13 10 1 24 24
Oliveira Fausto 33 l 26 44 15 l 60 62
Palmeiras 61 12 40 28 S 73 74 4
Pasaagaa 162 28 84 160 1 10 3 l 274 286 5
Pasteur 60 73 2 87 32 15 l 135 177 13
Paulino Fernandes 61 l• .s 35 28 4 67 67 4
Paulo Barreto 11 4 37 90 28 118 120 l
Pepe (Trav ) 14 14 14 14 l
Pinheiro Guimarães 80 1 51 97 40 1 138 143 z
·prof. Alfredo C01Ucs 18 4 1 20 l 22 22 l
Real Crandeza 170 35 139 230 111 3 344 348 16
Rodrigo de Brito 29 3 4 30 .S 1 36 38 3
são Clt'mente 238 88 319 393 230 20 2 645 680 17
Sio João Bati s t a 85 1 93 1.56 29 185 191 1
são Manuel 28 8 28 8 36 36
�arapui 7 4 3 7 1 11 11 8
Sorocaba 129 4 27 1 01 59 ) 60 162 8
Ladeira dos Tabaja-ru 32 2 29 4 1 34 48 12
Tereza Guimarães 33 1 12 35 11 46 46
VicenLe de Souza 27 2 l.S 13 l 29 39 5
Vila Rica 19 1 17 3 20 20 l
Visconde de Caravelas 74 10 24 48 60 108 112 4
Viaconde de Ouro Preto 37 10 21 24 2 47 48 l
Vi aconde Silva 85 33 17 91 42 2 135 142 s
Vi tÕrio da CosLa 15 3 11 1 15 15 11
.Viúva Lacerda 26 2 24 26 33 3
Voluntãrioa da Pitria 27 8 78 121 199 238 38 477 494 8
Morro do Pasmado
.:..
40
Morro da Saudade 65
Morro de Sio João 4 4 4 24
Tavesaa a/nome-R .llumai tã 1 2
a. Particular-R . Crandeza 11 11 11 11
T O T A L 410.S 818 1971 4282 2384 213 14 6894 7510 323

( . ) - Inclui além dos prédios de alvenaria . casas de m:ideira . caaebres. barracõea e galpÕca.
FONTE : Drpart•ento Nacional de Eatatiatica. Estatíst ica Prrc!ial do Di s t d tn fl'drral · - 1913 .
148.

Paral elamente a es sas fo rma s típi cas de habitação no período ,


é importante apontar outro dado importante que o levantamento reali zado em
1933 (tabela 38) lo caliza . A o cupação dos morros com " caseb res de madei ra"
j á é identi ficada nos do Pasmado , Saudade e São João , acusando respe ctivamen­
te 40 , 65 e 24 "habitações de madeira e cas ebres" , com isso caracte rizando u­
ma intensidade de o cupaçao s up erior a muitas das ruas do bairro . Já se tra
ta do emb ri ão das futu ras favelas , fo rma tipica de hab itação da população de
baixa renda a partir mais nitidam ente de 1940 .

b) quadro funcional 1920

A maior expressao comercial do bairro, medida pelo numero de


estabelecimentos , registra-se nesta ordem nas ruas Vol untários da Pátria (no­
tadamente) , Gene ral Polidoro , São Clemente , Pas sagem , Real Grandeza, Rumai
tâ , Bamb ina e Praia de Botafogo (tab ela 37) .

As atividades nao res idenciais , exceto as fâhricas , ofi cinas e


depÕsitos , concentram- se nes sas ruas de importância comercial . As fáb ri cas ,
oficinas e depós itos localizam-se p rincipalmente em ruas perifêricas e s e cun­
dârias se bem que ruas como Assunção e General Polidoro registrem e s s e tipo
de atividades.

Em geral o q ue se observa nes s e quadro funcional do bairro e


que as atividades não residenciais concentram-se nos eixos j ã tradicionalmen
te ocupados pelo comercio como Voluntários da P átria , São Clemente , Pas sagem ,
General P olidoro e Real · Grande za .

Desde o século XIX , no iní cio da diversificação funcional do


bairro , com o s urgimento de um incipiente comercio local, es ses mesmos eixos
concentravam o maior número de res idências e e s s e pequeno comércio , numa de
monstraçao de q ue esse longo período não registrou , contudo , mudanças s ignifi
cativas na estruturação do bairro no q ue toca a local� zação das diversas ati­
vidades em s e u espaço interno .
149 .

Quanto ã r e l ação com a or la at lântica em expansao , uma cornpar�


ção da par tic ipação de ativ idades não resid enci a i s no perf il funcional do
bairro com a do nov o D i str i t o d e C opacabana , deixa c lara a impor tânc ia de Bo­
tafog o reunindo ativid ad e s d e comércio , estabel ec imentos d e ens ino , hospi tai�
etc • • . que ir iam servir , a par tir dai , ã expansão r esid encial crescente d o no
vo bairro , e poster iormente ã toda Zona Su l .

Ind epend ent e des sa re lação com as ar eas próximas é impor tante
reg i s trar , ainda nesse per í od o , a manif es tação interna ao bairro da l ocal iza­
ção de ativ i d ades voltadas par a a saúd e e edu cação , ant es exclu sivamente c en­
tral , agora pr ocurando as ãr eas r e s id enciais em pr oc esso d e desenvolv imento ,
tipicament e aqu elas carac t eríst icas dos setores méd ios d a população .

A par t ir d e mead o s do sécu lo XIX , es sas ativ idad es vao se loca


li zando no bairro de uma f orma mu ito típica , confer indo-lhe uma e s peciali za -
ção que tem ainda hoj e uma expr e s são muito grand e , ref orçada pos ter iormente
por ou tr os fatores .

A locali zação d o s colégios em Botaf ogo em meados do sêculo XIX ,


s e d eu em função da concentraçao d as el ites na Glor ia Catet e , Fl ameng o , L�
ranj eiras atuais e mesmo d e s egmento s s ignif icativos d es sas e l i t e s no pró­
pr io bairro . O mapa d e 1 9 1 0 r eg i s tra o f amoso-cõ��g io Abí l io e o Imacu lada
Conceição ( 1866) na Praia d e Botaf og o , se bem qu e d e sd e o sêcu lo XIX são t amo
sos os colégios da âr ea, f unc ionando em r egime de pensionato e s epar ad o s por
s exos . O Colég io Andr ews s e l ocal izaria tambêm na ens ead a , a exemplo d o Cole
, g i o Abí lio , r eciclando a u ti l iza ção de um valho solar em 1918 . O Colég io Sa�
to Inácio ins tala-se em 1903 .

O s ho spitais pioneiros d o bairro f oram o Hospital d o s Al iena­


dos ( 1841) e a C�sa d e S aúd e d o Dr . Peixo to de qu e jã ha r eg i s tros em 1858;
também o s a s i los localizam-s e em Botafogo d esde 1831 como o d e Santa Mar ia na
rua da Passag em , e o d a M i s er icórd ia na d e São C l emente em 1890 havendo antes
o f amoso Reco lhimento d o s Õrf ãos de Santa Ter eza em 1851 . A lo cali zação des
ses e'stab elec:imentos hos pitalar es e de a s s i s tênci a ê dev ida pr incipalment e a
apr a z ib i l idad e do bairro e ã su a d istância da ár ea central , nes te período . Em
19 10 r eg i s tr ar-se-iam alêm d e s s e s hospi tai s e as ilos mais impor tantes jã cita
dos , o Hospital dos Ber ibéricos , na Ladeir a d o s Tabaj aras , o Hospital d e São
João Batis ta, na Pas sagem e o Hospital d o s E strang eir os , na ladeira d o Leme .
150 .

Ao fator c l imático e ao isol amento soma- se agora o proce s so de


dis tribuição espacial que es se tipo de atividades exper imenta a par tir da lo­
calização eminentemente central ini cial . Nes�e inicio do sécu l o a concentr a­
ção espacial des sas atividades no bai rro e bas tante v is ível no pequeno vale
formado .pelos morros do P a smado , Babilônia e de são João .

e) perfil ocupacional

O D i s tr ito Municipal de Lagoa no período 1906 - 1 920 demons tra


,uma crescente par ticipação de sua população ativa nos s erviços e nas profi_!
sões liberais ( tabela 39) . Não so seu s c ontingentes pas sam a ser maiores co­
mo sua par ticipação relativa ao perfil ocup acionalda ãrea aumenta considera -
velmente. Hã aumentos em tod o s os demais setores princ ipalmente o qu e se con
vencionou chamar de "adm ini s trações públicas" mos trando que ê pr incipalmen t e
nos setores onde se ocupam a s camadas med ia s de popu lação que o cres cimento ê
mais sensível . A categoria que reúne as pes soas que viv em de renda aumenta
apenas na propor ção do aumento da popu lação no período , m as os serviços domes
ticos e o comer cio d iminu em sensivelmente su a par ticipação no perfil ocupaci�
nal. t clara a preeminência crescente d o s setores médio s na compo sição so­
cial da ãrea do Dis tr ito da Lagoa , ag ora jã c ompo s to m aj oritariamente pela po
pulação ocupad a nos serviços .

d ) quadro geral

O que se pode entao concluir é que nos primeiros tr inta anos


do sécu lo atual , Botafogo tem a configuração mista qu e igua lmente caracter iza
outras áreas res idenciais dos setores medio s da população , como ele , de expan
são e consolidação m ais antigas (And araí , Tijuca , são Cris tovão , etc. ) . O
bairro e eminent emente res idencial e predaninantemente horizontal ate ao f im
d? período tratado , qu ando começam então a surgir a s pr imeir as e incipientes
edificações de mais de três pavimentos regis trando-se, ainda , em 1 933 , apenas
uma ed ificação com mais de seis pav imentos . A intensificação de sua ocupação
até ai havia se d ado principalm ente de f orma horizontal , atraves da prolifer_!
çao das vilas , permanecend o a inda muitas pensões e casas de cômodo s como f or ­
ma típica d e ocupação d a popu lação pobre, algum as vezes ocupand o velhas man­
sões em obsolescência.

à sua função eminentemente res idenc ial e principalmente desti-


15 1 .

TABELA N Q 3 9

PROFISSÕES NO DISTRITO MUN ICIPAL DA LAGOA - 1906- 1920

I i
. . 1 . 9 .0 , 6 1 9 2 O
CATEGORIAS
ABSOLUTO RELATIVO ABSOLUTO RELATIVO

Produção de Mat . Prima 591 1,2 94 3 1 ,6

indús tria 5 . 83 3 12 , 2 6 , 57 1 1 1 ,4

marítimos
• Transportes
terres tres
.Correios e Telégrafos 1 . 1 1B 2 ,3 2 , 1 B0* 3,B
.Bancos
.Corretagem,Com. Cons ig.

Comercio 3 . 104 6,5 3 . 1 52 5,5


Administrações Publicas 2 . 1 16 4,4 3 . 582 6,2

Profissões Liberais 1 . 326 2,8 2. 4B7 4,3


Pessoas que vivem princi
palmen te de suas rendas- 410 o,á 495 0,9
Serviços domés ti co s 8 . 817, 18,4 6 . 41 8 11,2

Jornaleiros e t rabalha­
dores braçai s 879 1 ,8

Profissões mal especifi­


cadas e des conhecidas 2 . 37 7 4 ,9 1 . 201 2,1
Classes imp rodutivas 2 . 435 5,1
Sem profissão declarada 1 8 . 986 39 , 6 30 •.529 ** 53,0
TOTAL 4 7 . 99 2 5 7 . 558 100 , 0

FONTES : - Cidade d o Rio de Janei ro (Dis trito Federal) recenseamento em 2 0 de


setemb ro de 1906 .
- Diretoria Geral de E s t at ís ti c a , Recenseamento rea l i z ado em 01 de se
tembro de 1920 .
** Inclui a categori a "sem pro f i s s ão" .
* Inc lui a categori a "outras espê c i es de comercio" .
152.

nada aos escalões int ermediários das camada s medias , vao se s omar s erv iços de
âmbi to de atendimen to supra local como colég ios e hospitais , dando prossegu i­
mento a um processo em curso desd e fins do sécu lo XIX , segundo o qual e s s es
tipos de ativ idades vão se distr ibu indo p elos bairros residenciais mais anti­
gos e característicos de moradia das camadas medias da popul ação . A v alor i za
ção do solo urbano na ãr ea central da cidad e expl icaria a nova dinâmica des
sa localização - ant es eminentemente central - bem como o própr i o proces s o
de adensamento que ãreas como Botaf og o e mesmo outras áreas de destino seme -
lhante - Andaraí , Tijuca , Rio C omprido , São Cr istóv ão - pas sam a exper imen
tar , ju stificando a exi stênci a de tais s erv iços . A expansão de Copacabana , em
curso nes se período , tem por sua v e z ref lexos no bairro , u ti l izando s eus s er­
viços , reforçando sua especiali zação .

Assim, s em modif icações fundamen tais em sua estrutura inter na


bás ica , quer viãria , quer de locali zação de atividades , quer de composição s�
cial ou mesmo quanto ã su a ãr ea edifi cada , Botaf ogo experimenta nes ses primei
ros trinta anos do sécu lo XX o início embr ionár io de um proces so de concentra
ção de s erviços marcadamente educacionais e de saúde - que a par t ir de en
tao vir i'am lhe as segurar o papel de sub-c entro que iria des empenhar poster io,E_
mente em relação ã Zona Sul d o R i o de Janeiro·.

O papel es tru turador d esempenhado p elas linhas de bonde def i­


ne-s e na conc entração do comê�cio local ao long o dos eixos servidos pelas li
nhas , ao mesmo tempo em qu e n es s es corredor es ocorr em as v erticali zações mais
signif icativ as. Tirante os principai s eixos , o r estante da es trutura viár ia
do bairro desempenha o papel de distribuidor int erno do tráfego local . O pa­
pel dos condici onantes f ísicos - bas ic amente o r elevo - segrega nas encos
tas dos morros , a clas s e mais r ica , de um lado , a mais pobr e , de outr o.

Os elemen tos es truturador es inc lusive o fator da r e lação do


bairro com suas ãreas v � zinhas atuam sem impactos . A in tensif icação gradu a l
das relações d o bairr o can e s s a s ãr eas d a concentração do comer cio e s erv iços
locais ao longo dos eixos dos bondes , em suma o processo de consolid ação da
area dentro da dinâmica de ev olução urbana da cidad e , não acusa grandes sal­
tos.
l '."> 3 .

3. A RECR I ADA FUNÇÃO DE PA S SAGEM : A R ELAÇÃO COM A EXPANSÃO DE


COPACABANA E A MUDAN ÇA DA UTILIZAÇÃO DO SOLO - 1930 - 1 960

3.1 Tr ans f orm ações E s tr u tu r a i s da C idad e e Mod i f i cação d o Espaço


Urbano .

A rev o lu ção d e 1930 r epr esenta o m ar co h i s t ór ico d o p eriod o a


par t ir do qu al uma compos i ção d e d iv er s o s grupos s o c i a i s toma o apar elho de
E s t ad o com o i n tu i to d e renor t ear a or i entação d e term i nad a p e la burgu es i a a
grár i a caf e i cu l t or a . N e s s a c anpo s i ção het erogênea , a burgu e s ia indu s tr ia l
i r i a grad u a lment e impor su a hegemonia pol i t i ca , o qu e tr ansparece numa ser i e
d e conf l i tos qu e vão cu lm i nar com o Es tado Nov o e cr i s e s p o l í t i cas suces s iv a s,
ate qu e e s se grupo con s iga ef e t ivamen t e or i entar o apar elho d e Es tado no s en­
t ido d os s eu s inter e s s es .

O cr e s c im ento indu s tr i a l , qu e no p er i odo anter ior tropeçav a


com o s impeci lhos d e uma p o l í t ica francamen t e contrár i a , qu e a ol igarquia ca
f ee ira impr im i a , agor a t em as bases a s s entad a s para d e s env olv er-s e . f as s im
no período qu e v a i d e 1930 até à dé cada d e 50 qu e a c id ad e exper im enta a ex­
pan s ão indu s tr i a l qu e sera r esponsáv e l por mod i f i cações do s eu arr anj o int er
no , cr e s c imento qu e será par ticu l armente b enef i c i ad o , tal c omo o fora em 1 9 14'
18 , p e l o conf l i to mund i al , impond o r es tr i çõ e s às impor tações , pr op iciand o po.E_
tanto a expansão interna d o s e t or .

Os f luxos m igratór io s , e s t imu lados por e s sa expansão , respon­


d em p e lo gr and e cr e s c im en t o popu l a c i onal do per íodo ; e s s e cr escim ento a l i ad o
a o d e s l ocamento gr adu al d as indú s t r ias r emanes c en t e s d o C en tro , São Cris tóv ão
e Z ona Su l em d ir eção aos subúrb ios , d ada sua nec e s s id ad e de qu ant idade d e e�
paço a pr eços baixos , v a i consol id ar a no táv e l ex pansão r e s id enc ial da c i d ad e
nes t a d ire ção .

E s s e cr e s c iment o , a g era ção d e empr eg os , o d e s envolv im ent o do


s e t or t e r c i ár i o que eng end r a e a concentraçao d e inv e s t im entos qu e nela s ao
ef e tu ad os , tornam a c i d ad e um po lo d e a traçao e c omand o d e um entôrno c ad a
v ez maior . A ac e s s ib i l i d ad e ampl iad a em par t icu lar p e l a e l e tr if i cação d a EFCB
( 1 9 3 5 ) , pela ab er tur a da Av enida Hra s i l ( 1946) e p e la r od ov ia Pr e s id ente Du­
tra ( 1 9 51 ) l eva a expansão urbana para alem dos ant igos subúrb ios .

f d es s e per i ódo ( 1 930- 1 9 5 0 ) o ini c io d o v er t ig inoso proc e s so


154 .

d e o cu ftaçao de áreas como s ão João de Meri ti , Nova Iguaçu , Caxias e s ão Gonç_!


lo , c a f $ct eri zando a f a s e de expansão me tropoli tana da ·ci dade do Rio de Janei
TO.

Esse período marca igualmen te a expansao vertiginosa do vetor


sul , re sponsável pelo adens amento da orla atlântica . Essa expans ão está di­
re t amente vincul ada ao arranco que a atividade imob iliária experimenta no pe­
ríodo; esse campo de inves timento , agora e ampliado por extensao da expansao
do setor secundário principalmente e a acumulação de capi tal que propi cia
(no tadamente ao al to comercio) , ainda mai s por s ua valori zação segura, . dada
à inflação ci clicamente cres cente .

De ssa fo rma o solo exíguo di sponível da cidade com as caracte -


rÍ s ti cas de aprazibil idade próprias ã espe culação , expe rimenta uma valoriza
ção mui to gr ande . Deflagra-se o proces so de adensamento de Copacabana inten­
sifi cando-s e sua ver ti cali zação e a maximização da utilização de s eu solo , no
período 1940-1950 . O processo de cres cimento populacional e a qualidade da
demanda , que no caso e s pe cífi co de Copacabana e gerada , atrai para a áre a, em
princÍpi Õ , o comércio local sofi s ti cado e em seguida ou tras modalidades , tran�
formando-a, gradualmente a partir de meados de 1950 , num subcentr o comercial
da cidade com grande raio de abrangência, concentrando atividade s an te s eml.­
nentemente centrais .

O proce s s o de valorização do solo traz no seu boj o o agravamen­


to da questao da lo cali zação residencial das camadas pobres . da população ,
cres cidas com o proce s s o de expans ão e conômi ca da ci dade . Bus cando moradia
prÕxima ao local de trabalho - no s e tor se cundário , no caso dos subúrbios ,
ou no terciário , no caso do Centr o e da Zona Sul - e sem condi çõe s , dentro
do quadro ins ti tucional , de fazê-lo , e s s a população bus ca os locais de condi­
ções fí sicas impróprias à hab i tação formal - e ncos tas dos morros , áreas ala­
gadi ças , mangues , e tc . - espalhando-se pela cidade e cons ti tuindo outros
bairros ã margem dos formalmente cons ti tuí dos .

Uma caracterís ti ca de sse período , como cons equê�cia da açao


conj ugada des tes fatores no espaço urbano é a cres cente s e torização - espacial
das c amadas sociai s dada a valori zação diferenciada cr es cen te do s olo urbano ,
uma mer cadoria que garante lucros mai s seguros do que outras apl i cações produ­
tivas de inves ti mentos no quadro de uma economi a inflacionada . As medi das do
Poder Público - quer em polí ti cas especifi cas , quer através de inves timentos e:n
155.

melhoramentos u rbanos , qu er atrav es d e l egislação u rbanística - dão o supo!_


te necessârio ã essa d inâmica espac ial deflagr ada pelos i nter esses imobiliã -
rios renovados. Ã margem dessas m ed idas e r esistindo ã eliti zação do espaço,
localizam-se as favelas com crescente concentração populacional no período de
que tratamos.

a) cr esc im ento populac ional

Os dados sobre a população nas circu nscrições da cidade do Rio


de Janeiro no per íodo que vai de 1 940 a 1960 (tabela 40) r egistr am , em 1940 ,
os maiores conti ngentes populacionais concentr ados nos subúrbios da EFCB , no
tadamente nas ár eas compr eendidas entre o M eier e Madureira , num processo que
tem a or igem de sua dinâmica no per íodo anter ior . Com relação ao vetor sul
de expansão , o 39 Distr i to - par te do Centro , Santa Tereza , GlÕr ia, Catete ,
Flamengô e Laranj eiras - reúne o maior contingente populacional. Copacabana ,
- contudo , o 59 d istr ito , j ã congrega um expressivo numero de habitantes no qu�
dro geral da cidad e .

No período 40 - 50 o s subúrbios d a EFCB continuam detendo os


maiores contingentes populacionais , porem o maior cresc imento é dos subúrbios
mais afastados , como Realengo e A nchieta ( este j ã denotando o crescimento pe­
rifér ico metropolitano no sentido de NilÕpolis ) , que praticamente dobram sua
população acu sando um afastamento progressivo das classes trabalhadoras na
sua maioria compostas por migrantes , para alem dos subúrbios tradicioriàj s . O
conju nto da Zona Sul cresce a taxas comparativamente baixas em r elação aos
subúrbios , com exceçao de Copacabana que r egistra a segunda maior taxa de cres
cimento do período com um grande aum ento de sua popu lação , em função de sua
acelerada verticalização.

No período 50 - 60 os conti ngentes maiores a i nda são registra


dos nos subúrbios como Iraj ã, Pavu na , Madureira , M eier , Inhaúma e P iedade . A
tendência do período anterior registrado em Realengo e em A nchieta confirma -
-se , passando essas areas a reunir o segundo maior contingente populacional da
cidad e , quase tr iplicando a população registrada em 1940.

Copacabana é, jã agora , o maior contingente populacional da


Zona Sul do Rio de Janeiro , com a mais expr essiva taxa de crescimento ver if i­
cada no per íodo (86%) . Um destaque importante e o cresc imento acusado pelo
Distrito de Jacarepag�ã , que r egistra um significativo conti ngente , e uma ta-
1 56 .

TA.BELA NI' 40

POrULAÇÃO E TAXA OE CRLSClMJ.:STO , SEGL1100 lJJ STRllOS


E CIRCL,":SCRIÇÕES-CJ O,\l.lE !JO RIO !JE JM'ElRQ- 1940 / 1 9 50/196lJ

Ul STJUTOS E Cl RC:lf.lS CIU ÇÕES C{)!U{ESJ'01'0ENTES

19 Di s t r i t o

- ( C:ande l i r i a , S . José , � an t a Ri t a ,
São Dvmj ngos , S a c r ament o , Ajuda ,
i'Ol'l!LAÇÃO
1 940

1 0 8 . 933
l'ül'lllJ\",;ÃO
l 9 SO

114 . 044
Cl'.ESCll-tr:NTO
1 940- 19 50
%

- 29 , 6
POPULAÇÃO
1 9 60

65 . 048
I CRESCI !E.'ITO
1950-1%0

- 22 ,6
%

Santana e Gam!Joa)

29 D i s t r i to - (Espí r i to San t o , R i o Comp r i do e 142 . 193 149 . 9 2 7 5 ,4 1 60 . 7 1 5 7,2


Engenho Vel ho)

39 T>i s t ri t o - ( � anto Ant on i o , S an t a Teresa ,. 1 56 . 10 7 1 81 . 24 7 16,l 2 1 9 . 9 85 21 ,4


C l Ó r i a)
S an t a Teresa 61 . 476 ) 71 . 7 33 16,7
ClÕria 6 1 . 72 8 ) 82 . 563 33 , 7

4 9 Di s t ri t o - (LBr,oa e Gâvca) 1 10 . 5 84 14 7 . 869 33 , 7 201 . 505 3!> ,3


Lagoa ( 5 4 . 992 ) ( !>9 . 4(,0 ) 8,1
CÃvea ( 5 5 . 592 ) ( !18. 409 ) 59 ,0

59 Dit t r i t o - (Copacabana) 7 4 . 1 33 J 29 . 249 74 , 3 240. 347. 85 ,9

69 Dis t ri to - (São Cris tóvão) 7 0 . 984 76 . 604 7 ,9 7 8 . 002 1 ,8

79 D i a t r i t o ( T i j uca) 64 . 499 110 . 01 1 24 ,0 107 . 074 33,8

89 Dist ri to - ( J.nuaraí e Engenho Novo) 1 7 4 . 29 7 2 39 . 1 57 37,2 285. 343 19,3

99 Di s t r i t o - ( He i e r , l nhaúrua e Ci d ade) 225 . 304 281 . 726 2 5 ,0 338 . 2 1!3 20,l

109 Dia t ri t o - O raj â , P a\l\ma e Madure i ra) 245 . 4 1 1 379 . 624 54 , 7 5 7 4 . 04 5 5 1 ,2

1 19 D i s t r i t o - (Penha) 95 . 359 1 40 : 0 2 8 47,5 1 82 . 772 29,9

129 Di s t ri t o - (Jacarépaguã) 7 1 . 425 107 . 093 49,9 193. 79"2 80 ,9


1 39 Di s t ri t o - (Anch i e t a e Rcal engo) 126 . 2 7 8 2 26 . 31 2 79 , 2 3 8 1 . 398 68,5

1 49 Di s t ri t o - (Campo Grande e Gu arat iba) 49 . 679 80 . 268 61 ,6 154 . 1 0 2 9 1 ,9

159 Dis t ri t o - ( S anta Cruz) 2 1 . 1 46 31 . 564 49, 3 49 . 3 7 7 56 ,4

169 Dist rito - { I lhas) 22 . 9 35 39 . 95 7 74 , 2 6 8 . 643 71,8

(População em trânsi to) "· 87'4 2 . 1 71 6 . 732

TOTAL l . 764 . 1 41 2 . 37 7 . 45 1 34 ,8 , 3 . 307 . 163 39 , 1

FONTES: - . Caracterís ti cas Dcmogrâ!icas e Sociais do Estado da Guanabara - R i o de Jane i ro 1960 .


- Censo Oemoirâf i co da Di s t r i to Federal . Recenseamento Cera) de 1940 .
- Recensea:nento Cera! de 1 9 50 .

• - A divi oão t e rri t or i al para apu r a ç ao do Censo d� 1950 foi a r.•'sm, d,• 19 40 ; o Censo de
1960 foi apura cic, em bases d i f e r e n t e s que n e s s a t abe l ll . íor.:sn:r tornadrui cornpn rã:vcis com as
an t e riore s .
15 7 .

xa de crescimento elevada , pr incipalmente se considerad a sua carac teristica de


ãrea atê ha pouco rural.

A cidade como um todo experim enta um crescimento ver tigi noso


no intervalo de vinte anos que vai de 1940 a 1960 , praticamente dobrando a
popu lação no .período , o qu e pode ser explicado pela expansão do ·setor secu nda
rio e os f luxos m igratÕr ios inter nos que a decorrente oferta de empregos pro­
piciou , a pr i ncipio atrai ndo a mão-de-obra rural de Minas Gerais , EspÍrito Sa.!!_
to e do :interior do Estado a qual vieram se somar , na década de 50 , pr incipal -
mente m igrantes dos estados do nordeste.

Esses fatores , aliados a uma política de repressao sistemática


- 1 oca1 izaçao
a · . pauper iza
- d as camad as mais .
. dos no C entro e bairros mais - . (* )
. proxunos
em função da valori zação constante do solo urbano ( por s i sÕ um fator de ex­
pulsão) , explicam, por sua vez , o gradual afastamento dos maiores contingen ­
tes popu lac ionais (m igrantes pobres) no sentido dos mu nicípios per iféricos ao
do Rio de Janeiro configurando-se o i nicio do espraiamento m etropol itano da
malha urbana , para o que igualmente contr ibuiu a acessibilidade facil itada nes
sa direção por uma ser ie de obras v iãr ias.

O cresc im ento popu lacional polar izado na Zona Su l por Copacab_!


na r ef lete por sua vez os efei tos da concentração dos i nvestimentos imobiliá­
r ios na ârea de maior valori zação a par tir da década de 30 e em seguida rapi­
damente adensada .

Paralelamente , um fenômeno correlato ao da i nteriorização das


camadas de baixa renda , j â esboçado na v erdade desde o i nicio do sécu lo, ê o
do i ncr emento das favelas, verdadeiros focos de r esistência a esse processo ,
buscando no i nicio de sua formação uma localização mais próx ima aos locais de
trabalho ( trabalho domesti co e co�strução c iv il em particu lar). No período
que vai de 1950 a 1960 a popu lação .favelada dobra de 160 . 3 05 habi tantes para
)
337 . 412 �**

(* ) v er adiante comentârio a r espei tó do Decreto 6 . 000 de 1937 .

( * * ) - dados dos censos r espec tivos .


1 15 8 .
i

Neste períod o as est imativas of i ci ais ( * ) acu saram populações


qu e em 1948 somavam 138 . 837 habit antes , em 1950, i69 . 3 05 habitantes e em 1 9 60,
335 . 063 habitantes . ( **)

3.2 Botaf ogo

A ação d e novos ag entes em função das grandes mod if icações do


sis tema econêmico e po lí tico tem reflexos d ef ini tivos no e spaço da cidade . O
cre scimento ver t ig ino so d e popu lação propic iado pela expan são econÔmica , o
adensamento re su l tant e , as nov as nec�ss idad es de consumo d e popu lação urbana
�s timu lam qs pequenos nÚçleos iniciais 4q�_b9in:9�....J1ue d iv ersif icam suas fun
ções e ampliam s eu âmb ito de a tendimento r esul tand o no embr ião dos centr os fun
cionais da cidad e .

O ref l exo dessa conjuntur a s e manif es ta d e forma especif ica no


entao res id encial bairro de Botafogo .

No período d e quar enta ano s , a par tir d e 1 9 2 0 , sua popu lação


pra ticament e dobra ( quadro 3 Uma manifes tação particular d esse f enômeno no
)
j á socialmente d iv er s i f i cado bairro de Botafog o , pode s er avaliad a pelo aume.!!_
to d a popu lação d e suas favelas nos d ez anos que vão d e 1 9 50 a 19 60 ( tabe l a
41) . Os ef eitos d esse ad ensamento na ma i or d iv er s if icação func ional do bair­
ro não caracterizam , contud o , um fenômeno específ ico , ja qu e esse mesmo pr o­
cesso se r epete em ou tros núcl eos da c id ade .

t a re lação de Botafogo com as âr ea s de expansão acelerad a d a


Zona Su l , nes te períod o pr incipa lmente Copacabana , que impr ime ao bairro as
mod ificações específ icas mais s ignif icativas e de maior impacto em sua estru­
tur a espac ial e funcional .

(*) Censos r e spec tivos .


(**) - Dadqs r e co lhidos do trabalho d e Lucien Parisse "Las Fav e las em la
Expanss iÕn Urbana d e Rio de Jane ir o : E s tud io Geograf ico" . Segundo o
au tor essas · e s ta tÍs ticas of iciais estar iam inc lu s iv e , mu ito aquém d a
população f ave l ada real .
TABELA N9 41

POPULAÇÃO PRESENTE NAS FAVELAS DO BAI RRO DE


BOTAFOGO E NOMERO DE OOMIC!LIOS - 1950-1960- 19 70

POPULAÇÃO OOMICfLIOS
FAVELA
1950 1 9 60 1 9 70 19 50 1 9 60 1970

Morro de Ma.cedo Sob rinh o 2 . 962 3 . 403 3 . 058 518 719 747

Morro de S an t a Mart a 1 . 632 3 . 1 35 5 . 79 1 361 696 ' 1 . 278

Morro do P asmado 659 . 2 . 56 7 removi d a 84 625 removida

Outras - - 541 - - 1 31

TOTAL 5 . 2 53 9 . 105 9 . 390 963 2 . 040 2 . 156

FONTES : - Caracte rís ti cas Demogrãfi css e Sociais do E s t ado da Guanabara , Rio de Janeiro 1960 .

- S e to res Cens i t ãrios do IBGE .

.....
u,
1 60 .

3 .3 A Rel ação Complemen tar com Copacabana e a Divers ifi cação


Funcional

O adens amento acelerado de Copacabana , na Últ ima década do


pe ríodo eIJ1 ques tao , ter ã uma s êr i e de cons equências na es trutura interna do
bairro de Botaf ogo . Esse fenômeno s e mani fes ta principalmente com a aglome­
ração de muitas unidades em um mesmo prédio , res ponsável pelo aumento da d e�
sidade . Essa foi a s olução encon trada pelos incorporadores para con tornar a
limi tação impos ta pela limi tação do gabari to de al tura previ s t a na l egis la­
ção urbanís ti ca .

As ligações tr ad i cionai s entre os dois bai rros tornam-se in­


suf icientes para absorver o cres cente f luxo de trâfego entre o Centro e Copa
cabana e as s im, como s e verã adi ante ao se comentar os proj etos viários pro­
pos tos e executados em Botafogo nes te período � novos e ixos e túneis s ao cria
dos trazendo cada vez mais para den tro do bairro um intens o tráf ego de pas s_!
gem com suas consequencias na mudança de utili zação do s olo . Des s a forma a
expressão predominantemente local d e s·uas atividades comerciai s e de s ervi­
ços do início de sua es truturação , ampli arão seu âmbi to de atendimento p ar a
s atisf azer as novas ne ces s idades cri adas pela vi zinhança de uma área extrema
mente populosa .

A valori zação d o solo de Copacab ana vai e s timular em Botafo­


go o incremento da locali zação de uma s êri_e de atividades , algumas pré-exis­
tentes , mas que vão gradualmente se concentrando no bairro , j ã que a demanda
de espaço para s eu funcionamento torna inviável sua locali zação não sÕ em Co
pacabana como , pos teriormente , nas demais áreas mai s valori zadas da Zona Sul.
As s im são comuns as ofi cinas mecâni cas {função tamb êm da pas s agem? que s e e�
tendem praticamente de um extremo ao outro de vári as da� quadras do b airro e
os colégios , demandando amplas �reas para s eu funcioamento . A valorização
do s o lo de Copacabana vài impedi r , de mesma f�rma , ou tras utili zações como
os novo.� grandes cinemas que s e local i zarão na Prai a de Botafogo no início·
dos anos 60 . O adens amento d e trechos do b airro como a Praia de Botafogo ,
es tará também diretamen te vinculad o ao processo s imi l ar de Copacab ana , p ermi
tindo as camadas mais baixas de c l as s e média usufruir de vantagens de locali
zaçao em relação ao Centro e d e amenidades da Zona Sul , uma vez impedidas d e
fazê-lo nas áreas mai s valori zadas e j â em proce s s o de s aturaçao .

A caracterís t i ca d e cen tro de s erviços em relação aos demais


16 1 .

bairros da Zona Sul . j ã em marcha . consolidar-se-ã no período seguinte , con­


centrando-se em Botafogo uma seri e de servi ços es_p eciali zados .

Quanto ao comercio mais especifi camente , ã medida em que o


bai rro diversifi cava suas funções , os estabelecimentos de comercio concentra
vam-se nos eixos de passagem . O levantamento de 1920 (tab ela 37) , como se
viu , apontava m�iores qua�tidades de estab elecimentos comerciais nas ruas Vo
luntãrias da Pâtria, Genera l Polidoro , São C lemente , Passagem , Real Grandeza
e Humaitã , nesta ordem , com diferenças muito grandes para a os estabelecimen
tos de comercio das demais ruas do bairro , êstes refletindo entao seu carã -
ter eminentemente local e por outro lado a influência das linhas de bonde
na locali zação desses estabelecimentos . A experiência posterior da "Sears 11
não se repetiu em Botafogo nas dé cadas imed iatamente seguintes (exceção para
a Cobal) , mantendo-se seu comercio com restrito âmbito de atendimento atê re
centamente , em contraste com a crescente ampliação do âmbito dos serviços .

O desenho das quadras internas do bairro seguramente também


inf luiu para que as atividades comerciais de maior âmbito se mantivessem res
tritas aos eixos de passagem , sem penetrâ-las. t: grande a distância a pê en­
tre os dois principais eixos - Voluntãrios e São Clemente - def inindo qua­
dras muito extensas nos trechos de maior concentração de atividades de com er
cio e serviços . Esse " isolamente" por outro lado , propiciou a locali zação
nesse "miolo" do bairro de outras atividades de serviços para as quais esse
fator tornou-se favorável: clini cas medi cas , escritÕrios té cnicos e sedes de
representações diplomâti cas. t sem dGvi da a concentração do comercio em Co-
_ pacabana e Centro contudo o fator inib idor do surgimento de um comercio su­
pra local em Botafogo .

A concentraçao das atividades de comer cio como se verâ na a­


nâlise do período seguinte , bâsi camente não sofreu transformações durante o
período de que tratamos , mantendo-se os principais eixos de passagem como os
principais eixos comerciais do bai rro , e sem que essas atividades expandis­
sem seu âmbito de atendimento .

Outra consequencia dessa relação com uma area adj acente de


difícil penetração e em processo de acelerada valorização , manifestou-se no
traçado vi ãrio de Botafogo que teve que forçosamente se adaptar às recriadas
funções de passagem que a conquista da Zona Sul lh e impôs , um processo em
162.

e.u rso atê hoj e . Se de um lado sua sit uação e con fi guração física i mp unham es
se pape l , por out ro lado os interesses imob i li ârios respaldados pela ação do
Poder Publico atuaram de fonna inteiramente predatóri a em re lação à sua organi
zação interna , sacri ficando paulat inamente suas característ icas resi denci ai s
ini ciais no benefí cio de ãreas mais promissoras aprazíveis e posteriorn:ente a­
densãveis , garant indo-lhes a acessib i lidade necessária. Assim, o que se as­
siste no fim deste periodo de 30 anos , ê o início de um processo gradual de
descaracteri zação da função pre dominantemente resi dencial, ini cialmente com a
re ci cl agem de uso das edi fi cações resi denciais e em segui da , no período poste­
rior , com a const rução de grandes edi ficações para serviços , transformando o
bairro num segmento especi ali zado do Centro .

A açao do Poder Púb l i co que respal dou o processo especulat ivo e


predatório , propiciou as condições para que o processo de mudança funcional da
ârea ocorresse desordenada e aceleradamente , desenvolvendo-se � concent ran
do-se ativi dades que iriam transformar Botafogo num sub-centro especializado de
serviços no curso do período posterior . ao que tratam:>s , ação conj ugada, entao ,
de novos agentes .

Desvalori zadas para o uso resi dencial dos se gmentos superiores


das classes medi as , e servidas de acesso fâci l aos principais núcleos da cida­
de , as ãreas internas do bai rro puderam ir sendo gradualmente recicladas para
outras uti l i zações , enquanto as empresas imob ili ârias b us cavam as ãreas das
encostas do Corcovado , na borda da planície , para novos empreendimentos de ca­
râter residencial.

Os serviços que se locali zam no .bairro a princípio aproveit am-se


do baixo cus to de instalação ( rec_i cl ando as res i dências) _, da proximidade do
Centro e da client ela aumentada da Zona Sul , ao me smo tempo que do b aixo preço
do solo comparado ao Centro e ãreas adj acentes .

3 .4 E xpansão do Bairro no Periodo

Um processo em curso des de 1920 conquista novas ãreas resi denci­


ais dentro do bairro, o cupando-se agora as encostas do Corcovado com uma serie
de novas ruas , prolongando-se ruas existentes e inau gurando-se com eles , novos
lote�ntos em terrenos de propriedade de Companhias Innb iliârias.

Trata-se de uma Últ ima expansao do bairro , o cupando-se as areas


1 63 .

de encosta ainda· remanes cen tes , com d ec livi d a des pas sivei s de se rem venci das . ·

Um outro proce s s o paral e l o e o da penet raçao das extens as qua­


dras do bai rro por ru as de pequena extensão, abe rtas em terrenos des sas qua­
dras , dando acesso a novos lotes e permit indo seu adens amento ( um papel que
coub e às vi las no período ant e ri or) .

De 1 9 2 4 a 1939 s ao regi stradas , em PAs de abert ura, as ru as Mi-


guel Pereira, Vitõrio da Cos ta ( l igando-se ã Maria Eugêni a) , Ces ário Alvim,
Barão de Lucena, E duardo Guinle , David Campista , Embaixador Morgan ( como aces
so principal a 6 7 lotes ) todas nas encos t as e borda da planície .

As ruas ipu , B art olomeu Porte l a , Ãlvares Borge th , Mi randa Val-


ve rd e , Afonso Romano , P r of . Alfredo Gomes , Henrique de Novae s e �uilhermina
Guinl e , t odas com PA de abertura des se período , i lus tram o segundo pro ce s so
de adens amento das quadras do b ai rro .

De 1 9 30 a 1 960 surgi riam ainda · a Mário Pederneiras , todo o s i s t�


ma de ruas das en cos tas do Morro da S audade (j â no Humaitâ) próximo ã Lagoa -
Marques Po rto , Casuarina , Bogari , fora da nos s a área de e s t udo mas ilus trat i -
vas do mesmo pro ces so - Barão de Macaubas , Jupira e Mare chal Francis co de
Moura, Aiuru , l igação Cesário Alvim com Davi d Campi sta, p rolongamento da Ma­
ri a Eugenia, Theodor He rzl , Alz ira Cortes e o prolongamento da Vi uva Lace rda,
dando origem a novos parcelament os nas cotas mais altas da encos ta . A pene­
tração das quadras prê-existentes continua em p rocesso , com a abert ura da De­
sembargador Burle , da Serafim Valandro e da P rincipado de MÔnaco .

O proce sso que atingiu as áreas de encosta acima da Viuva Lacer


da t ambêm foi t entado para a Ces ári o Alvim s em suces s o , com cance l amento em
1958 do proj eto de arruamento e loteamento ( 1 954) que atingi a a cota 1 50m.

Es s as áre as se rao conquis tadas-por-residências das camadas de


�:
re nda ma i s alta, ampli ando a faixa d o bairro j ã tradi cionalmente o cupada pela
e l it e que cede a f aixa origin al , as bordas da planí cie , para outros usos e
re cua p ara cotas mais elevadas das encost as do Corcovado .

3.5 A Nova Di nâmi ca da Dive rs i ficação Social

O proces so de adensament o de Copacabana está vol t ado em seus


164 .

pr imeiros mcxnentos par a as cmnadas de al ta r enda . A intr odução d o concr eto


armádo na constru ção civ i l faz sur gir nov os va lor es em term os de habitação . Os
prédios de apartamentos , alem de respond er em ã neces sidad e de cr escimento po­
pu laci onal e do apr ov eitamento mãxi.mo do lote , tor nando altamente rentãv e l o
empreendimento imobi liãr i o , s ão igualmente nov o simbolo de " statu s" .

A pr ef erência por Copacabana concentr a nessa ár ea a locali zação


desses segmento s socia i s , interr ompendo sua potencial expansão em outr a s ár eas
de locali zação anter ior .

A locali zação d as elites em Botafogo como v imos , ficou ba sica -


mente concentrada em determinados segm entos , ã m edida em qu e o s s etor es me
dios iam gradualmente s e espalhand o pelo bairr o desde o iníc io de s eu pr oces­
so de ocup ação ainda no sé cu l o XIX . As mansões d o tr echo inicial d a Pr ai a d e
Botaf og o , d a rua são C l emente no tr echo entr e a atual Bar ão d e Lu cena e o Lar
go dos Leões situadas prÕx imas ãs encostas d o Corcov ad o , são as mai s car acte -
rÍsti cas e mativ er am-se apes ar d e r eciclàdas";-ãteoiii'icio d o períod o d e qu e
tr atamos �*)Ainda s e mantém no bairr o hoj e alguns d o s pequ enos palacetes tÍpi
cos do fim dos anos 20 , atestanto qu e em ru a s como a 19 de Fev er eir o , Pr ofe_!
sor Alfr edo Gomes e mesmo Bambina e Muni z Barr eto , par a citar os exemplos m ais
car acterísticos , permaneceu um segmento de r enda mais a lta d entro do bairr o
atê esse período mas nesses casos , sempr e intercaladas de outr as habitações ti
picas das camadas meno s abastadas confirmand o , em têrmos sociais , a caracte -
r Ísti ca mi sta d o bairr o j ã então fr ancamente conso lidada .

A mudança d o padr ão habitaci ona l das elite s , a perda gr adual dos


fator es de i s olamento e v i zinhança e o surg imento de novas áreas d e ex pansao
com o Copacabana , su stou a ex pansao desse s egmento do bairro e as gr and es man
sões irão gr adualm ente r eciclar sua função r esid encial· com a d e sede de r epr e­
sentações dip lomãticas (pr incipalmente D ona M ariana) , co legios (praia - pr o­
cesso em cur s o d esd e o iní�io do século) e mais tarde , j ã nos anos 60, can a
de escr itórios té cnicos espec ial i zad os (Sor ocaba) e com uti lização institucio
nal (Palm eir as e São Cl emente) .

A nova pr ocura no bairr o se dã nas ãr eas r ecém conqu istadas as

(*) - Este tr echo corr espond e ã par te mais alta d o bairro e s empr e f oi o m e -
lhor sitio dada a conf igur ação fisi ca da ãr ea , atê d ecadas pas sadas com
pr oblemas de dr enagem e cheias dos seu s r ios , mesm o cana l i zados .
165 .

enco s tas d o Corcovado onde surgem desde 1920 atê 1960 uma serie de novas ruas
e r e spectivos loteamento s . E ssas ruas se estend em desde a al tura d o cru zamen
. to da rua São Cl emente com a rua Bambina ate . o Largo do Hum.ai tã , de ond e par ­
tem , nesse per íodo , uma sér ie de outras buscando as cotas mai s altas da encos
ta. A.s ex tensas quadras internas do bairr o são por sua v e z " sangradas" por
ruas qu e dão acesso a novos lotes em s eu inter ior e r esu ltando numa ocupaç ã o
menos eliti zada do qu e a anter ior .

A expansao hor i zontal r epr esentada pela ocupação das encostas e


" sangra" das quadras é acompanhada da l iberação da expansão ver tical pos s ibi­
litada pela legislação ur baní stica.

O decr eto 6. 000 de 1937 , ao mesmo t empo em qu e pr oibia as v ilas,


estabeleceria o gabar ito de 2 a 3 pav imentos par a o bairr o como um todo , 2 e
6 pavimentos no s eixos d e penetração (Volu ntár ios e São Cl emente) e 5 e 10 pa
vimentos na Praia d e Botafogo . Os PAs 4012 e 4047 de 1944 ir iam ampliar essa
Última permis são para 12 pavimentos . O Decreto 7 .87 6 , d e 2/8 / 44 permitir ia 10
pav ime ntos na rua Humaitã e um ano mais tarde o Decr eto 8. 274 estenderia essa
po s s i bilidade ao Largo dos Leões . Estavam as seguradas as bases para o adensa
rnento ao longo desses e ixos qu e ir ia modificar especialmente a Pr aia de Bota­
fogo.

Esses novos pr édios tr oux er am para as camadas de poder aqu i s i­


tivo mai s baix o a pos s i bi l idade de u sufruir as vantagens l ocacionai s de Copa­
cabana e Flam.ento em r e lação ao Centr o , sem arcar com os cu s tos des sas locali
zaçoes .

11
(a existência d e pr édios de apar tamentos pequ e no s ) ind ica
qu e , d esde o · f inal da década de 1940 , o bairr o d e B otafogo vi
nha s e transf ormando , em consequencia da obsolescência das anti
gas cons t�uçoes , em pa!te pr es ervadas e em· par te substituídas
por apar tamento s para r esidências de padr ão r elativamente baixo,
como acontece via de r egra , nos bairr o s mai s próx imos do Centr o
8
( no Catete , por exempo) . 11

A década de 50 assistir ia ao i nício da v er ticali zação da orla


com o surgimento dos pr edios como o RAJAH (1956) super -u tilizando os lotes
pr ofundos da Praia de Botafogo com a construção de centena s de u nidades r esi-
J Mí .

denciais numa extensao do processo em c urso em Copacabana. Essa verti cali za


ção contudo não chegou a disseminar-se por todo o bai rro ; o retalham:nto fun
di ári o e a di fic uldade para os remembramentos necessári os à const rução de pr.!:_

..
dias , aliados às di ficul dades de v enda para o se tor da c lasse media comprador
.
potencial fi zeram com que o b ai rro manti vesse ainda h oje sua c aracter1st1ca e
minentemente horizontal .

Esse período assiste po is , a um novo tipo de ocup açao pelos se_&


mentas inferiores das classes medias sem que o bairro perdesse contudo a ca-
racterística diversi fi cada de seu conteúdo soci al. Ao mesmo tempo em que o
adensamento i ntroduzi do pelos prédi os de apart amentos de mui t as unidades per-
mi tia a ocupação pela c lasse medi a , em determinados set ores as enc ostas eram
, ocupadas pel as c lasses de mais alta e mais baixa renda , pois as fave las de
Macedo Sobrinh o , Santa Marta ( ou Dona Marta) e Pasmado tinham aumentados seus
conti ngentes populácionais ( t abela 41) .

3.6 Os PAs · de Botafogo - A Acessibili dade Crescente ã Orla S ul

Nov as avenidas projetadas , novas ligações efetuadas no sistema,


com o prolongamento e alargamento das vi as pré-existentes , têm por intenção �
dequar a malha vi ária para receber os c rescentes fluxos de trafego permitindo
sua conti nuidade através de Botafogo , l igando neste período o Centro ã Zona
Sul em râpido processo de expansão , adensamento populacional e posterior di­
versi fi cação de atividades.

A ligação da Av . B ei ra Mar com a Praia de Botafogo at ravés da


Av. Rui Barbosa (PA 1 373 de 1920) i naugura uma nova passagem do Cent ro para
Botafogo e a o rla sul .

A inexistência de e ixos longi tudinais al ternativos ao · · sistema


S ão Clemente-Voluntârios , para absorver o crescente vol une de tráfego de liga
çao entre a Zona Sul e Ô Centro da Cidade , torna-se um problema a reso lve r . O
PA 1558 de 1924 prevê uma avenida inte rme diâria de ligação desenvol vendo-se e.!!.
tre S ã o C lemente e Vol untários , l igando a Prai a de Botafogo ao Largo dos Le
oes . A igual nec�ssidade de se c riar um tercei ro eixo transversal , soman-
do-se às penetrações asseguradas p el a rua Bambina e a Praia de Botafogo , moti
va uma sé rie de proj e t os de l i gação c omo a da B arão de Itambi com Visconde de
Ouro Preto (PA 1400 de 1 920) , a da Assunç ão com s ão Clemente (PA 1596 de
1 925) e a da Muniz Barreto com General Poli dora (PA 5 468 de 1 95 0) .
lb 7.

Com o senti do de dar uma solução para o fluxo do t r áfego de Pª!.


sagem atraves da orla l igando o Centro à Zona Sul , ê pensado um amplo projeto
de urbanização de faixa lit orânea desde o Pasmado ao Aeroporto Santos Dumont ,
ampliando as pistas de passagem, j ã i mpossível de ser realizada apenas at ra­
vés dos ei xos tradi cionais de ligação - PAs 5031 de 1949 , 5309 e 5476 de
1950 , 6128 de 1953 e 7172 de 1958 . Esses proj et os resu ltaram no atual A­
terro do Flamengo (pôs 1960) .

A orla da Prai a de Botafogo , j ã sofrendo os e fei tos do t ráfego


do sistema pré-existente , quer com novos proj etos de novas avenidas ; assim é
o proj eto da Avenida Gló ria-Lagoa (PAs 3310 de 1939 e 3315 de 1940; substitu!.
do pelo da Radial Sul (em inúmeros PAs s ucessivos de 1946 a 196 3) , uma liga­
ção longitudinal ladeando a São Clemente pela encosta do Cor covado. O siste
ma pré-existente é alterado para adequar-se às suas novas funções : os dois
sistemas , General Poli doro-Pinheiro Guimarães e Prof. Ãlvaro Rodrigues- Mena
Barreto-Visconde Si lva são sucessivamente prolongados e conectados atê se
transformarem de vias locai s de distribu ição em e ixos longitudinais altemat,!.
vos de ligação Cent ro/Zona Sul, da Praia de Bot afogo ao -Humaitã . A ligação
Pinheiro Guimarães com V isconde Si lva sÕ foi realizada em 1973 .

Tambêm ê proj etada a ligação Visconde de Caravelas com Humaitã,


primei ro como Única alternativa de ligação com êste (PAs 1598 de 1925, 2583
de 1936) e depois como parte do sistema anterior , expresso nos PAs 4012 de
1944 , 4240 de 1946 , 4645 de 1 947 , 5784 de 1951 , 5921 de 195 2 , 6 134 de 1953 ,
6925 de 1957 e finalmente o PA 7213 de 1958 que reúne os anteriores .

A exe cuçao de alguns desses proj etos traz para den t ro do b air­
ro, em areas antes exclusivamente resi denciais , o fluxo do t ráfego de passa­
gem, t ransformando as vias que antes t inham como função a distribuição inte·r
na em grandes aveni das de ligação.

As bar reiras físicas à l igação e a passagem são t ambém gradual


mente vencidas . Os PAs do período suge rem uma série de projetos para vencer
as barreiras físi cas i mp ostas a elas nesse movimento em di reção ã orla sul.

Em 1936 o PA 2521 propõe a dupli cação do Túne l do Leme que os


PAs 3453 de 1940, 3748 de 1942 e 7116 de 1963 iriam retomar propondo adequ�
çÕes correlacionadas ao sistema vi ário do seu ent orno e do sistema que carrea
ria o fluxo de t ráfego para ele .
168:

O Túnel do Pasmado seri a objeto de uma serie de PAs a p artir de


1946 atê 1955 . Em 1940 seria propos ta a l i gação Copacabana-Botafogo at ravés
da cri ação de um túnel sob o mo�ro São João , motivo de PAs suces sivos de
195 7 a 1959 .

A l igação Laranj ei ras -Bot afogo t ambém foi pens ada em termos de
um túnel que l igaria a Rua General Gl i cêri o à Eduardo Guinle (PA 6870 de
1956 revogado 5 ano s depo is) .

A ligação efetuada pelo atual Túnel Rebouç as ê projeto des de


1 952 (PA 59 76) conectando o Rio Compri do ao Cosme Velho e es te à Lagoa . O
Santa Bárbara (C atumbi-Laranj ei ras ) é p roj eto des de 1949 (PA 5105) como parte
de um s is tema de l igação do Cais do Porto (Centro) at ê Copacabana , incluindo
a ·dup l i cação do corte da rua Farani e dos aces sos ao mesmo .

O que os PAs do período permi tem entao perceber ê que ' me S IIX>

quando s imp les proj etos viário s que não ch egaram a se real izar , refletem a
preo cupaçao do Poder Públ i co em viabi l i z ar a acessibil id ade rápi da Centro-Zo­
na Sul . O vo l ume do tráf ego , i ntens i f icado gradualmente à medi da em que
cres ce a i mportân ci a do automvel como meio de t ransporte das camadas s ociais
que habi tam a Zon a Sul da cidade e também ã medida em que se avoluma o fluxo
dos transportes coletivos para es s as áreas , inclus ive t razen do para o traba-
lho nos,. serviços locais os que nel as não res i dem, impõe a penet raçao das âre­
as de remanes cênc i a res i denci al do bairro pelo tráfego de pass agem.

Esse process o ini ciado nos ano s trinta se intensi fi ca nos ano s
segui ntes . Ao es coamento do tráfego para Copa cab ana , ãrea de rapido adens a­
DEnto no período 40-50 e 5_0-60 , quer através do desdobramento de pi stas na º!.
la, quer com a criação e dupli cação de túneis , segue-se a neces sidade de via­
bili zar o tráfego de pas s agem para as noyas áreas (notadamente a parti r de
· 1960) de i nteres se i100b i l i ár io cres cente . Ipanema, L agoa , Jardim Botâni co ,
Leblon e Gávea . Des s a forma , novas l igações são es t abe lecidas cri ando-s e
0

outro s eixos de pass agem no sent ido do Humai tá.

Esse proces so se da ao i ntei ro s acri fí cio d a função res i dencial


do bairro : suas quadras vão s en�o gradualmente circunda�as por eixos de pas ­
sagem (o Último representado pelo eixo P rof . Ãlvaro Rodri gues , Mena B arreto.
e Vis conde de Si lva) integrando ao s i s tema de l i gação viâri a supra- local, ru­
as que antes desemp enhavam papel de eixos de distribui ção i nterna de t ráfego ,
1 69 .

processo que hoj e se repete nos bairro s da Gávea e Jardim B o tâni co em função
da acessib ili dade à Barra.

O Poder Públ ico também atuará através da legislação urbanísti ca


com o mesmo propósi to de privi legiar a Zona Sul e apoiar a ampliação das âre­
as de interesse imob i liário . · O Decreto 6.000 de 1 937 criarã dispositivos
específi cos p ara garanti r o adensamento da Zona Sul para as camadas de mais
alta renda, proib indo as habi tações típi cas das camadas de renda i nferior . Fi
cam proibidas as vi las e os corti ços em toda a ci dade e as "construções de
madeira" em especial no Pasmado , em Santa Te reza, no Morro da Babi lôni a , no
de S ão João, no dos Cabri tos e no do Cantagalo . Decretos posterio res permit.!.
rão gradualmente a ve rti cali zação intensa.

A proibição das vilas, e ncobrindo o privilegi o da uti l ização de


lotes profundos para os novos prédios de apartamen tos , por t râs dos apelos à
sua falta de salubri dade , cria em Bo tafogo uma barreira legal a um pro cesso
antes amplamente uti l i zado em sua o cupação .

Ao fim de 1960 Botafogo j ã reuni rá as p ré-condições que o defi­


ni rão nas décadas segui ntes como um centro funci onal especi ali zado e corredor
de passagem.

* - o que tes temunha sua permanência ate essa época .


1 70 .

4. A ESPECIALI ZAÇÃO DE BOTAFOGO COMO CENTRO DE SERVIÇOS

4.1 O Processo de Me tropol i z ação da Cidade do Ri o de Jane iro

O proce sso de me tropo l ização defl agrado no perí odo ant e r i or agora
consol ida-se e intens ifi ca�se com a cre scente apl ica ção de invest imen tos . Tor
nam-s e mais comp lexas as relações func ionais da Cidade do Rio de Jane i ro com
a s unidades adminis trativas vi zinhas , consoli dando-se a conurbação caracterí�
t i ca do proce sso; uma i lus tração é o eno rme cres ciment o popul aci onal dos mu
9
ni cípi os da Baixada Fluminense no período 60 /6 7 . A me t rÕpole do Rio de Ja­
ne i ro é um centro de comando de uma ãrea espaci almente conurbada que amplia e
intens i fi ca sua expans ão, com reflexos em todo o si st ema urbano nacional .

"O cres cimento horizontal e ve rtical ocorrido na Ãre a Met ropoli ta­
na do Rio de Janeiro demons tra a dinâmi ca da Metropole , t anto na absorção de
novos espaços e trans formação dos padrões de uso do solo urbano , como t ambém,
sua importânci a den tro da economi a regional e nacional , através dos efe i tos
mul t ipli cadores cri ados pela e conomi a de aglomeração . Os e feitos p ropuls o -
re s do desenvolvimento a partir da ci dade do Rio de Jane i ro atingem outras
c idades do s i s tema urbano naci onal , criando novos padrões es t ruturais nas re-
.- 10
g1oes per1. f-er1. c as . 11

A níve l intra urbano o cres cimento da ci dade , a expans ao de suas a


t ivi dades e o adens amento populacional s e fazem sentir espe ci almente nos bai!_
ros da Zona Norte e subúrbios da Cent ral , onde os núcleos de b ai rro ori ginais
trans formam-se em i mp ortantes sub-cent ros , ampliando mui to o seu âmb i to de
atendimento, como Madureira, Mei e r e T ij uca . No período 1960 /1970 , os dados
re f erentes às popul ações das Re giões Admini st rat ivas (Ras ) - t ab el a 42 --mos
tram que os núcleos mais populo s os mantém-se cotw t al : Me ie r , Madure i ra, Pe­
nha , Bangu e Iraj ã concent ram os maiores cont ingentes populacionais . Com re
lação à Zona S ul o mai s importante a s e r des tacado no período ê a s aturaçao
de Cop acabana , que j ã nesse período , dent re as RAs que acus aram cres cimento
popul aci onal , tem o meno r Índi ce . O adens ament o da Zona S ul , a parti r da s a
t uração de Copa cabana, é promovi do p o r novos empre endiment os imob i l iâri os , in
tens ificando a ocupação de bai rros como Ipanema , Leblon , Jardim Botâni co e La
goa , o que por s ua vez irã propiciar o .proce s so de diversifi cação das ativid!.
des dos ·núcleos de bai rro ori ginai s e s ua t rans formação em sub -centros t al co
mo al guns dos núcleos s uburb anos . A ci dade se expande incorporando a Barra
da Tij uca, a nova area de expansao , que s e t orna a fren te pione i ra p ara os
1 71 .

;z:ABELA N9 42

DISTRIBUIÇÃO DA POPULAÇÃO DAS RAs SEGUNDO SUA


PARTICIPAÇÃO NA POPULAÇÃO TOTAL DO MUNICfPIO - 1960/19 70

POPULAÇÃO RECENSEADA
REGIÕES 1 9 7 O
1 9 6 O
- -

ADMINISTRATIVAS NÚMEROS I pART . NO POSIÇÃO NID1EROS i PART .NO POSIÇÃO


ABSOLUTOS ' TOTAL ABSOLUTOS TOTAL

1. Portuãria 39 . 092 1 , 18 22a. 51 .052 1 , 20 22a.


n; Centro 4 4 . 886 1 , 36 21a. 59 . 457 1 , 40 21a.
Ili . Rio Comprido 9 9 . 61 9 3 ,01 16a. 96 . 7 81 2 ,28 17a.
IV. Bot afogo 239 . 442 7 , 28 3a. 256 . 250 6 , 03 5a .
V. Copacabana 2 3 3 . 843 · 7 , 10 4a. 2 39 . 256 5 , 63 8a .
VI . Lagoa 1 5 2 . 318 4 , 61 12a . 1 7 5 . 586 4 , 13 14a.
VII . são Cristóvão 75 . 36 3 2 , 28 1 7a . 90;473 2 , 13 19a.
VIII . Tijuca 143 . 304 4 , 33 1 3a . 192 . 094 4 ,51 13a.
IX. Vila Isabel 126 . 243 3 , 82 15a. 157 . 980 3 , 72 15a.
x. Ramos 1 76 . 80 1 5 , 35 8a. 234 . 605 5 , 52 9a.
n. Penha 195 . 79 8 5 , 92 · 7a . 286 . 892 6 , 75 3a.
. .
XII . Meier 263. 739 7 ,97 la. 364 . 796 8 ,58 2a.
XIII . Engenho Novo 141 . 228 4 , 27 14a. 195 . 619 4 , 60 12a.
XIV. Iraj ã 220 . 52 3 6 , 67 6a. 2 40 . 433 5 , 64 7a.
XV. Madureira 2 4 2 . 193 7 , 32 2a. 267 . 321 6 ,28 4a.
XVI . Jacarepaguã 163 . 9 14 4 ,96 10a. 241 . 01 7 5 , 67 6a .
XVII . Bangu 2 2 2 . 669 6 , 75 5a. 372 . 433 8, 76 la.
XVIII . Campo Grande 1 7 6 . 155 5 , 33 9a. 2 30 . 324 5 ,42 lla.
XIX. Santa Cruz 6 3 . 122 1 , 91 19a. 9 2 .-9 27 2 ,19 18a.
XX . I lha do Governador 7 2 . 136 2 , 18 18a . 105 . 651 2 , 48 16a.
. XXI . I lha de Paquetã 3 . 442 0 ,01 23a 3 . 250 0 , 08 23a.
XXII . Anchieta 1 5 3 .610 4 , 64 lla. 2 3 3 . 037 5 ,4 8 10a .
XXIII . S anta Teres a 5 7 . 723 1 , 75 20a. 64 . 684 1 , 52 20a.
TOTAL 3 . 307 . 163 100 ,00 4 . 251 . 9 18 100 , 00
FONTE : Censos Demográficos - 1960 e 19 70 . Apud P l ano .Urbanist ic� iãsi co da
Cidade do Rio de Janeirb , Prefei tura da C idade do R i o de Janeiro
1 977 .
172.

novos P.mpr.cendirncntos imobiliári os, rapidamente va1or.izando o preço de seu


sol o e se transformando n.q nova área rcs l<lencíal da elite.

4,2 Botafogo

Botafogo no quadro de populaçio dos bairros da Zona Sul da cida


de do Rio de Janeiro em 1960 (quadro 2) det;ru, depois de Copaasbao�, o maior
c ontingente populacional, bastante maior do que o <le Laranjeiras, que vem em
seguida. No per.iodo 1960-1970, os dados referentes às populaç.Ões das Re-
giÕes Adm.i.nístrativas mostram a IV Região (Botafogo incluído) detendo o ter-
ce.iro contingente populacional da cidade. O crescimento populacional do
baj rro isoladamente não foi, contudo, o responsável por essa posição proemi -
nente, jâ que sua população em· 1970 (quadro 3) não acusou crescimento signifi_
cativo.
-
O impulso que praticamente. dobrou a população do bairro em quarenta
anos entre 1920 e 1960 tem seus efeitos consolidados na saturaçao do espaço 5!._
cupâvel disponível e na pouca verticalização que se dá no período 1960-1970.
O per.iodo seguinte (1970-1980) arnsa um decréscimo na população do bairro. E�
te indicador aliado ao fato de haver ocorrido diminuição de unidades domic.ili:_
. - . . ll .- . .
ares na metade dos setores cens1.tan.os d o ba1.rro Ja aponta os pr1.1neJ.ros e.-
feitos de sua crescente especialização como centr.o espec ializado de serviços.

A relação funci onal com Copacabana, maior responsável pelo íní


c.10 da especialização do bairro, agora se intensifica com os demais bairros da
Zona Sul da cidade, em franco desenvolvimento, confirmando e ampliando o se­
tor de serviço� inte.rnamente, para o atendimento da clientela ampliada de Ip�
nema, Leblon, Gávea e Jardim Botânico.

a) composição social

O bairro de- Botafogo insere-se na ãrea da Zona Sul elo Rio de Ja


ne1.ro que ê constituída majorí tariamente pelos segmentos médios de menor ren­
da. A IV ReBião Administrativa ê a que tem, segundo dados da tabela 43, a
maior .proporção de famílias com renda menor do que 10 salãrios rnÍnimos. A
distribuição das famílias segundo as classes de renda se aproxima da RA de Co
pacabana, mas com maior concentração nos i ntervalos de menor renda (49,4% com
menos d o que 10 salários mínimos). A RA ela Lagoa, incluindo os outros b air
ros da Zona Sul, tem,·ao contrário, percentuais maiores nos intervalos de mai-
or renda, mostrando cm termos numéricos atravês deste indicador, ser a area
onde se concentram as camadas de maior renda da população da Zona Sul do Rio
de Janeiro.
173.

QUADRO ��9 2

POPULf-.ÇÃO SECUNDO AS CIRCUNr-.CRIÇÕES · CENSJ'fÃRIAS DE 1960


COH.RESPONDt:l,TES AOS BAIRROS DA ZONA SUL DO RIO DE Jt\Nl::Il:O

CIRCUNSCRIÇÕES POPULAÇÃO

Barra da Tijuca 2.580

Copacabana 167.383

câvea 38. 1,69

lpane>ma 48. 863

Lagoa 13.897

Lehlon 35.987

Leme 18. 267

N:í.emeyer 20.3lil1

Botafogo 91. 882

Flamengo 50.997

Laranjeiras 56.511

Urca 9.395

:FONTE: Ca.acterísticas Demograficas e Sociais no Estado da Guanaba1:a -1960.


1 74 .

QUADRO N 9. 3

*
POPULAÇÃO DO BAIRRO DE BOTAFOGO - 1920 1 960, 1970, 1980

ANO POPULAÇÃO (HAB)

1920 57 . 558

1960 9 1 . 882

1970
** 101. 192

1980
** 99. 258

FONTES : Recenseamento d e 1920 - Ministerio da Agr icu l tura ,


Industria e· comercio - Diretoria de Estatística.

Setores Censitãrios da FIBGE - 1970 e 1980 .

Características Demográf icas e Soci ais do Es tado da


Guanabara, 1960 .

(*) O D i s trito Censi tãrio da Lagoa , em 1920 , correspon


de quase exatamente aos l imi tes do bairro compostÕ
pelos setores de 1970, possibi lit �ndo a comparação .

(**) Por agregação dos setores éensi tãrios , inclusive p�


pulação favelada.
TABELA N9 43

DISTRIBUIÇÃO DA POPULAÇÃO POR FAMfLIAS SEGUNDO AS CLASSES DE RENDA ,


NAS REGIÕES ADMINISTRATIVAS DE BOTAFOGO (IV RA) , COPACABANA (V RA) E LAGOA (VI RA)

SALÁRIOS REGIÃO ADMINISTRATIVA


TOTAL %
M!NIHOS IV % V % VI %
1 1 1 1 1
Ate 2 18 3 , 70 3 0 , 66 11 2 , 67 . 32 2 , 37

+ 2 a 4 45 9 , 26 34 7 , 47 31 7 ,52 1 10 8 , 13

+ 4 a 6 64 1 3 , 17 45 9 , 89 39 9 ,47 148 10 ,94

+ 6 a 10 113 2 3 ,65 104 2 2 , 86 80 19 , 4 2 297 21,94

+ 10 a 14 1 100 20 , 5 8 98 2 1 ,54 63 15 , 29 261 19 , 29

+ 14 a 22 91 18,72 102 22,42 85 20 , 63 278 20 , 5 5

+ 2 2 a 30 .1 29 5,97 34 7 , 47 42 10 , 19 105 7 , 76

+ 30 26 5 , 35 35 7 , 69 61 1 4 , 81 122 9 ,0 2

TOTAL 486 100 ,00 455 100 ,00 412 100 , 0 0 · 1 . 35 3 100 ,00

FONTE : P lano Urbanís tico Basico da Cidad e do Rio de Janeiro, Prefeitura


da Cidade do Rio de Janeiro , junho de 1 977 .
J. 76.

Dentre todos (1s bairros <la Zona Sul <lo Ri.o de Jimciro, no que
se� refere ao padrão de habitn�.ão (tabela 44) Ilot.-lfogo é aquel� que, deroü do
Catete, concentra o maior número <le domicílios com até 100rn2 <le ârea construí
da (80% ele seus domicílios).

Botafogo ê, pois, ainda na clecada de 70, um baí J:ro típico das


camadas médias de renda 1118Ís baixa na Zona Sul do Ri.o > denso e majorítariame�
te ocupado por unidades resídenc.iais de pequena ârea.

Esses dados, se comparados com a valorização dos alugueis no


fim da década de 70 (tabela 45) revelam um fenômeno novo e mostram qu!? num p�
ríodo de apenas três anos, os aluguéis cresciam em 98%, aproxiuiando-se do va­
lor dos alugueis de outras ãreas mais valorizadas e tradicionalmente ocupadas
por segm�ntos de renda mais alta da Zoria Sul. Tuclo indica que a valorização
do solo do bairr.o tornou-se um fator de expulsão potencial de seus habitantes.

Os novos lançamentos de irnôveis residenciais ocorridos e m Ilot,'.'l­


fogo (13 ao todo) no período 1979-80 (quadro 4), resultado da. enorme valoriza
ção experimentada pelo solo do bairro DO início da década de 70, tornando-o
atraente ao investimento imobiliário, destinam-se, dados os seus padrões, a
estrat.os socí.üs mais elevados, com preços por metro quadrado de ãrea , cons
truÍda próximos aos de outra.s áreas mais valorizadas da Zona Sul. Se o perÍ�
do 30-60 se marcava pela diversifica.ç ão social, com penetração ele segmentos
inferiores <las c lasses me<lias, os Últimos anos. do pérÍodo de. que tratamos vao
caracterizar uma penetração de novos segmentos sociais de renda mais i. alta,
num processo clássico <le "recuperação" <le áreas urbanas 11
deterioradas" que r!_
sulta invariavelmente na reciclagem e.la área para residência das classes soci­
ais de. maior poder aquisitivo e que podem então pagar por aquele solo valori­
zado.

li. 3 A Nova Especializaçio <lo Setor de Serviços no Bairro

A especialização dos serviços que vinham se instalando no bair­


ro no período anterior ganha uma nova dinâmica com a instalação de escritóri
os de grandes empresas como FURNAS (esta principalmente por seu porte e pela
localização central dentro do bairro), DOCENAVE, HIDROSERVICE e outras. ·A es
pecialização anterior tinha como causa a relação de complementaridade de Bot�
fogo com a s demais âreas valorizadas da Zona Sul e dessa forma colégios e ca­
sas de saúde (a clínica Sor.ocabn ê o m e11ior exemplo) continuam a se expandir
TABELA 44
NOHERO DE OOHIC!LIOS POR• FAIXA DE METRO QUADRADO DE ÃREA CONSTRUfDA
NOS BAIRROS DAS REGIÕES ADMINISTRATIVAS DE BOTAFOGO , COPACABANA E LAGOA

METROS QUADRADOS DE ÃREA CONSTRU!DA POR DOMICfLip


BAIRRO - ACIMA
0-30 % 31-50 % 51-100 % 101-200 % 20 1-300 % 301-400 % 401-500 % .000
501- 1000 21001 2 . 000 TOTAL
% % %

Bo tafogo 3, 420 ( 13, 1) 4, 118 ( 15 , 8) 13. 222 (50 ,6) 4 , 198 (16 , 1) 776 ( 3 , 0) 211 (0 , 8) 1 15 �0 , 4) 67 (0 ,2) 10 (0 , 0) 2 (0,0) 26 . 1 39 ooo ,o> '

Cate te 1. 461 (22 ,Z.) 2 . 037 (31 , 3) 2 , 420 (37 , 1) 499 ( 7 , 7) 51· co , 8) 29 (O ;4) 7 ( 0 , 1) 11 (0 ,2) - - - - 6 . 515 (100 ,0)

Flamengo 3. 282 (15 ,5) 4 , 593 (21 , 7) 7 . S41 _(3S ,6) 4. 31S (20 ,4) l , OSS ( 5 , 0) 188 (0 ,9) 141 (0 , 7) 82 ( 0 , 4 ) 4 (0 ,0) 3 (0 ,0) 2 1 . 204 (100 ,0)

Gloria 193 ( 1 1 ,0) 480 (27 ,2) 6 75 (38 ,3) 321 (18,2) ,1 (4 ,0) 13 ( 0 , 7) 4 (0 ,2) 7 ( 0 , 4) - - 1 (O ,O) 1. 765. ( 1 00 ,O)

Laranj eiras 1 . 284( 8 , 1) 1 . 569 ( 9 ,9) 8 , 026 (SO ,S) 4. 033 (2S , 4) 561 ( 3 ,S) 248 (1 ,6) 90 (O ,"6) 59 (O ,4) 8 (O ,O) 1 (0 ,0) 1 5 , 879 (iOO ,O)

Copacabana 6 , 9 16 ( 9 , 4) 1 7 , 140 (23 , 3) 2 8 , 30.0 (38 ,S) 1_7 , 421 (23 , 7) 2 ,·89 1 (4 ,0). 637 (0 ,9) 141 (0 , 2� 99 ( 0 , 1) -
8 (0 ,0) - 73.553 ( 100,0)

Urca 114( 4 , 2) 737 (27 ,S) 1 . 0 84 (40 ,4) 496 (18 ,S) 1S3 (S , 7) 68 (2 ,5) 12 (O ,S) 19 ( 0 , 7) - - - - 2 , 683 ( 100 ,0)

Gâvea 300( 8, S) 508 ( 14 ,4)· l . 45S (41 , 1) 85S (24 , 2) 2 1 7 (6 , 1) 103 (2 ,9) 51 ( 1 ,4) 44 (1 ,2) 6 ( 0 , 2) 1 (O ,O) 1 3 , 540 (100 ,0)

Ipanema 524( 3 ,4) 1 . 812 (11 ,9) 6 , 342 (41 , 8) S . 232 (34 , S) 880 (5 , 8) 270 ( 1 , 8) 72 ( 0 , 5 ) 47 (0 , 3) 1 ( O , O) - - 1S , 1 80 (100 ,0)

Jardim Botânico 113( 1 , 6) 729 ( 10 ,0) 3. 183 (43 , 7) 2 , 414 (33 ,2) 493 (6 ,8) 224 ( 3 , 1) 61 ( 0 , 8) 50 (O , 7) 9 (0 , 1) - - 7 . 2 76_ (100 ,0)

Leb lon 479 (3,4) 1 , 322 ( 9 , 4) 6 , 970 (49 ,S) 4, 204 (29 , 8) 797 (S , 7) 17S (1 ,3) 74 (O ,S) 62 (O ,S) S ( 0 , 1) 1 (O ,O) 14, 089 (100 ,0)

ro�TE : Secre t ari a M�nicipal de Fazenda


, Impos to Predial ·e Territorial/1976 , Apud Plano Urbanís tico Bãaico da Cidade do Rio de Janeiro. ·
Prefe i�ura d � Cidade do Rio de Janeiro, junho/ 1977 .

1-'
-..J
TABELA N9 45

VALOR MEDIO E TAXA DE INCREMENTO DOS ALU�I� PAGOS , NAS


REGIÕES ADMINISTRATIVAS DE BOTAFOGO , COPACABANA E LAGOA

OS QUE RESIDEM EM Il!ÕVEIS ALUGADOS PAGAM EM HtDIA (CR$).


1
REGIÕES ADMIN ISTRATIVAS
1972 1 1974 (TAXA) 1975 (TAXA)
l
IV - Botafogo 5 30 , 98 837, 60 (3 7 , 7 ) 1 . 051, 47 (25 , 5 )

V - Copacabana 788,32 1 . 082,87 (3 7 , 4) 1. 304 , 24 (20,4)

VI - Lagoa 820 , 80 932 , 14 ( 13, 6) 1. 211, 0f (29 , 9 )

VALOR MEDIO DO MUNIC!PIO 344 , 15 471 , 82 601 , 13

fONTE : Instituto Gallup de Opinião Pública , 1975 ; Apud - Plano Urbaníst ico Básico
da Cidade do Rio d e Janeiro , Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro,junho/77.

....
-..J
00
1 79 .
QU#JIIUI 1119 4
DDIOIISTUTl\'0 00S LAN�ltl!TOS DE IHÕVtl5 i.ovos NO l!.AIIUIO Dt IIOT.U'OCO • l tn-eo

.
u N 1 D A D E s
Kts 1 i.1'11tll0 i.'OHDO LOJAS , ESCRITÕRlOS VACAS

1 1
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ANO DO
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2, .000
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14 56 70

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Vhcondo dr C•ravtla1 l ll .286
56 4 90 ·2 2 . 222 112
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VhcoDd• Si.l�a 1 ' 14 l 102 2 2 . 2� 14

•7 20 2 65 23 . 017 ll
79
MAIO Sorocaba

10 l eo 2l .l15

JUNIIO 11 42 2 64 1 8 . HO
79 6 2 2 1 . 739
Eduardo C11i11le l 48
48 .

"
JUUIO Munia. Barreto .1 1 JS l 72 28.J)) 35

JiliDIID 2 "u 170 , ' 24.UO lQO


"
sia Cl-au IO
12 4 150 20.000
2 s 210 1 6 . 667

Ce..ner,1,J Polidoro 2 64 3 65 2 6 . 519


SETDIIIIO
a 64

7 28 3 60 2 9 .670
79
1' iac.onde Sil,,a
Peaenove de fevereiro i a 28 4 97 2 6 . 531 41
4 5

Sorocahe ··9 36 3 72,5 2 9 . 01 1 36

"
OllllllltO
Dt&tDOY� �- Fevereiro l s 15
5
3
2
71
51.,1
21 .9 15
29.560

15

IIOVENBIO ·leal Crandeaa 1 8 640 ) 35 42 . 000


n lS(2} 2� 1.0.�

Hartino ferreira 5 20 85 ' 27 .80 "26


DUOIBIIO
l
Mário Peclerneiraa 5 20 3 82,7 27 .341 20
" Pinheiro CuUDarãe.a 2 15 213
16
3
4
83
120
20.482
2 1 . 250
JO

8-aiti 11 22 3 ,o 2 6 . 691 66
22 4 110,7 28 . 965

MAIO capitão Sd...ão 10 76 2 53,9 46.312 90


eo 4 142.7 31 . 254 6 40,9 1 4 1 . 56 5

JllllllO Duembara.-dor Burle s 18 2 60 4 3 . 3)] 144 34 . 722 18


eo Paulo Vl 21 126 77,6 U . 419

18 180 2 59,7 4 1 . 1'7


JIIUIO
Kin. lalll feroaJNleo -180

ACOSTO Sio C l -at• 16 64 4 96,6 41. 419 1 96 ,� 41. 489 155


IIO
Conde d e lraji l s 20 2 60 51 . 667 20
Eduardo Cuinl• l 10 )6 l 12,6 56.474 64
4 4 155,] 4 1 . 6�0

S e 1' A S.· n uu ' d· l.f41


..ou 9 ] • 1(, 29 . 774_ na -Sl . 1 55 34\JJ 57 ,035

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rmrn, lnhta ADD!l H1undo puqu iaa f e i t a ,.10 lDEC - lna t i t,.a to de h••nvohdaenro r.conÕmico • Cereocial .

oas., •io • • obt rve lllforaação no• ai.t:ee-a Jaoeiro 19 « fevereiro 80: Mo 1 e re1i alr•r.a novo• l•n ç maentoa em lotafoSo.

.. ..
ao1 �1«1 fn•r•iro d• 79. _.,ço. abr i l , outubro. nove:abro • dt-•.,...ro d � 1 91'0.

(1) eocrltÕrloa
(7) aeraaeoo
"ªº .. , do 940 • para câlculo d• •édia por tratar-•• de caio ••pt:cifi co.
2
(l) e-pulou
1 80 .

pe lo bairro · em função da c lientel a ampl iada das ãreas vi zinh as . Por sua ve z,
o surgimento dos escri tóri os em g rande e scala t em uma out ra ge raçao e teve in
clus ive precurs ores que jâ anunci avam esse novo tipo de aprove i tamento; em
prime iro lugar o s pequenos es critório s que se dis seminam pelo cas ario ant igo
aprove itando-se do b aixo custo de ins talação e das vantagens locac ionai s do
bai rro , e em segundo lugar exemplos como o do prédio da Fundação Ge túlio Var­
gas que cons agra , e·m fase ante rior um novo t ipo de aprove itamento da orla da
enseada re centemente seguido por out ras emp res as .

Os servi ços do bai rro nos Últ imos vinte anos pas s am, entao , des
de uma prima ira fas e de reuti lização do equipament o pré-exi s tente e exemplos
i solados de novas cons t ruçõe s de mai or po rte - C línica So rocab a , Fundação
Getúl io Vargas até a f ranca renovaçao _com a cons truçao de grandes prédi os
e seus efeitos mul tipl i ca�ores na mudança da fe ição do b ai rro (HI DROSERVICE ,
SONDO�CNICA, IBM , são exempl os recen te s ) , alêm da intens ifi cação da re cicla­
gem anterior.

A nova especialização pode encontrar expl icação na notãvel valo


ri zação do solo do Cent ro e em sua prÕpria s aturação , tornando mais atraente
a localização periférica. Botafogo é , então , por sua loca l i zação privi legi:_
ada e pel o valor do seu s o lo a ãrea próxima mais propí ci a a e s s a expansao . A
orla da enseada é part i cul armente atraente dadas as s uas condi ções f�ndiârias
( lotes de maior tes tada. e profundi dade} e s ua de teriori z ação · p ar a o us o resi­
dencial de elite (f ace as experiências an teri ores de prédios como o "Raj ah") .

E s s a nova t endência traz em seu boj o um enorme i mp act o na es-


trutura funci onal do b ai rro . O po rte das novas e mp res as i mp li ca na dissemi
nação de uma série de s erviços comp l ementares para o s e u atendimento . Ass im
tornam-se necess árias uti l izações como s ervi ços de reprografi a, de material
e spe cializado para e scritórios e de res taurantes p�ra o atendimento dos novos
demandantes . E s s es s e rviços espe ciali zados prontamente dis seminam-se pe lo
bairro , mudando a função do s seus es t abe lecimen tos de pequeno porte antes vo l
t ados para a clientela moradora .

O comé rci o no entanto nao teve a mesma d inâmi ca . A expe riênci a


da "Sears " nao s e repe t i u . Salvo um comércio espe c ial iz ado de auto-peças que
se conj uga com os servi ços de reparos de automóveis , função da pass agem que a
ârea condi ciona e o exemplo puntual da "COBAL" , não s e regis t ram out ras ten­
dências supra-locais mai s s i gnifi cativas . A equi dis tânc i a de dois grandes
181.

cent ros comerci ais , o Central e o de Copacabana e mais recen teme nte o de Ip�
nema e Leblon para a clientela mais abast ada, ali ada a que stões de configur�
ção fís ica e fu ndiãrias e também à condição econômica . de seus habi tant es e a
p rópria retração do numero de h abi tant es anteriormente discutidos , não estimu
laram essa t endência rio bairro.

O Últ imo exemplo de localização mais próxima ao bairro de um


centro de compras, o "shopping" Ri o Sul, confi gu ra-se muito mais como uma ex­
t ensao de Cop acabana , tipi camente localizado para atração da clientela de Pª!.
sagem.

A preeminência das atividades de serviços estende-se a toda a


área da Região Administrativa na qual Botafogo. estã inserido. A IV RA com­
preende i mportantes núcleos de at ividades terc iárias da cidade . Segundo da­
dos de 19 70 (quadro 5 ) e a 3a. RA em número de estabelecimentos, p essoal o cu ­
pado e receitas no setor de S erviços e apesar de reunir poucos estabele cimen
tos de comércio (8a. RA) , e a 4a. posição em p essoal ocupado e a 3a. em recei
tas geradas, o que lhe vale na classificação geral a 4a. posição.

As RAs do Centro e de Copacabana sao , nessa ordem, os dois prin


cipai s núcleos de comércio varej ista e serviços da cidade . A Região Adminis
trat iva de Botafogo, em termos dos dois setores , pode s er considerada o 39
grande centro concentrador da c idade depoi s de Copacabana e Centro, j á que
Madureira, ma is expressiva em t ermos de concentraçao de comercio, não tem um
setor de s erviços mui to desenvolvido.

Nesse contexto o bai rro de Bot afogo tem o 49 numero de estabele


cimentos de atividades terci árias ( 19 7 7) da cidade , o que ê parti cularme nte i!!!_
port ant e considerando-se sua área em relação aos cen tros que o ante cedem na
classifi cação como sub-centros Copacabana , Madureira e Tij uca/Rio :omprido
.
(quadro 6) -�

A especializaç ão de Bot afogo tamb em é exp ressa nos dados relat!_


vos à sua Região Administrativa que t em, segundo dados de 19 76 , em relação ãs
demais RA.s, a 3a. posição em tennos de at ividades especiais (serviços) c om
numero de estabelecimentos mui to próxinn d e Copacabana ( 2 a . posição) . Man
têm-se pou co expressivo o numero de estabel e cimentos do comercio varej ista,
outra indi cação de sua especi ali zação funcional ( qu adro 7) .
Q�RO � S
DEZ PRINCIPAIS PARTICIPAÇÕES DO CO�RCIO VAREJISTA E DE SERVIÇOS ,
DAS REGIÕES ADMINISTRATIVAS NO TOTAL 00 MUNIC!PIO 00 RIO DE JANEIRO

. PERCENTUAL EM RELAÇÃO AO MUNICfPIO


REGIÕES ADMINISTRATIVAS· Nt1MERO DE PESSOAL ORDEM FINAL
E STABELECIMENTOS OCUPADO RECEITAS !NnI CE

CO�RCIO ,SERVIÇOS CO�RCIO, SERVIÇOS CO�RCIO I SERVIÇOS COMl:':RCiol sERVIÇOS COM'.eRCIO / SERVIÇOS

II - Cen tt'o 11 ,44 26 , 49 22 , 76 39 , 79 ' , 23 , 9 3 45 ,95 19 , 5 7 37 , 4 � l 1·


V - Copacabana . 6 ,07 5 ,49 9 , 32 9 , 81 9 , 49 . 10 , 80 8 , 28 8 , 70 2 2
- Madurei Ta 7 , 22 4 , 80 7 ,08 2 ,63 7 , 42 2 ,02 7 , 22 3 , 15 3 8
IV - Botafogo 4 , 81 5 ,9 3 7 ,51 8,17 9 , 29 7 , 35 7 , 20 7 , 15 4 3
XII - Meier 7 , 90 7 , 17. 5 , 23 3 , 49 4 , 49 2 , 46 5 , 88 4 , 30 5 5

X - Ramos 6 , 72 5 , 54 4 ,90 3 , 45 4 , 79 2 , 39 5 , 47 3 , 79 6
XI - Penha 6 , 68 4,62. 4 , 29 2 , 28 · 3 , 49 1 , 65 4 , 82 2 , 85 . 7
VIII- Tijuca 3,96 . 3 ,02 4 , 74 3 , 43 5,43 2 , 60 4 , 71 3 ,02 8 9
VI - Lagoa 3 , 30 2 , 79 , 3,83 4 , 76 , 5 , 30 6 , 21 4 , 14 4 , 59 9 4.
XVII- Bangu 6 , 77 4 , 35 . 3 ,37 1 , 60 2 , 09 0 ,97 4 , 08 2 , 30 10
VII - São Cristóvão 3 , 80 3 , 90 . 4 , 10 3 , 93 6
X - Ramos 5 , 54 3 , 45 . 2 ,39 3 , 79 7
1 - Pot"tuiria 2 ,42 2 ,90 .'3 ,46 2 , 93 10
FONTES: tenso Comerc"ial , IBGE - 1970 - Plano Urbanis-tico Baaico da Cidadt do Rio de Janeiro ,
Prefeitur a da Cidad e do Rio de Janeiro , junho - 1977 .
Censo d e Serviços , IBGE - 1970.
1 83 .

QUADRO N9 6
CENTROS DE BAIRRO DE MAIOR CONCENTRAÇÃO DE ATIVIDADES TERCIÁRIAS

CENTROS DE NIDlERO DE
O· R D E M BAIRRO - 3 ESTABELECIMENTOS

1 Copacabana/Ipanema/Leblon 3 . 444

2 Madureira 1 . 761

3 Tijuca/Rio Compr ido 1 . 380

4 Botafogo 639

5 Meier/Engenho Novo 638

6 Cate te/Largo do Machado 545

7 Vila Isabel 409

8 Penha "382

9 Ramos 366

10 Campo Grand e 339

FONTE : Plano Urbanístico Bãsico da Cidad e do Rio de Janeiro, Prefei tura da C i ­


dade d o Rio d e Janeiro , Julho de 1 977 . - Segundo Índice composto atra­
vés da comparação de d ados do Cadastro de Contribuintes de Imposto So
bre Serviços da Secretaria Municipal d � Fazenda - 1 �7 7 , com o número to
tal de estabelecimentos na Região Administrat iva em que se inserem
QUADRO N9 7'
DISTRIBUIÇÃO DO NUMERO DE ESTABELECIMENTOS NO SETOR TERCIÃRIO SEGUNDO AS REGIÕES ADMINISTRATIVAS

SETOR TERCIÃRIO N9 DE ORDEM REGIÃO ADMINISTRATIVA N9 DE ESTABELECIMENTOS :%

19 Centro 1 . 764 27 , 66
29 são Cris tóvão 721 11,31
Comercio 39 Penha 507 7 , 95
Atacad ista 49 Botafogo 504 7 , 90
59 Madur eira 418 6 , 55
Ou tras 2 . 462 38 , 63
--
19 Centros 5 . 891 1 1 , 83
29 Me ier 3 . 937 7 . 91
Comercio 39 Copacabana 3 . 409 6 ,8ft
Varej ist a 49 Bangu 3 . 339 6,70'
1 59 Penha 3 . 331 6 , 69
Outras 2 9 , 864 60 , 03

19 Cen tro 42 . 626 1 2 ,37


29 Copacabana 32 . 059 9 , 30
Atividades * 39 Botafogo 3 1 . 07 1 9 ,02
Espec iais 49 Meier 23 . 057 6 , 69
59 Penha 1 8 . 341 5 ,3 2
outras 197 .�64 57.30

FONTE : Secretar ia Munic ipal de Fazend a , ISS , 1976 - Plano Urbaníst ico Bâs ico da Cidade do Rio de Janeiro , Prefeitura
da Cidad e do Rio de Janeiro , junho 1 97 7 .

(*) Correspondente a estabelecimentos de ens ino , hospitais, casas de saúde, prof is sionais l iberais , escr itórios e�
o::,
s:-
merciais , etc , segundo o Cadastro de Contribuintes do ISS .
l 85 .

A impo rtância de Bot afogo como po lo dent ro da es trutura urbana


da cidade do Ri o de Jane i ro e sua re gião metropol itana e por sua ve z expres s a
no s dados da matriz origem/de s tino das vi agens da Região· Met t opolitana d o Ri o
de Janeiro em 1976 ( quadros 8 e 8 A) . Botafo go �!- d�r-� is do centro da ci da­
de o principal des tino das vi agens ge radas na região , mes100 nos horários de
pico . De Bo tafogo s e o riginam entre o 39 e 59 número de viagens geradas que
enfatizam seu pape l de li gação Centro/Zona Sul , prin cipalmente Copacabana.

4 .4 As Mod ifi cações Funcionai s Internas ao Bairro no Período 1970 -


1 9 80

Em termos de expansao interna das ativi dades · re s i denci ais , s ao


duas as áreas que se mantiveram com parti cipaçr de �i dades ão domi ci li ares
� � �
maior que 10% no peri odo , e que a nive l de concentraçao espaci al acus am a
maior expans ão de uni dade s não domi ci liare s {quadro 9) .

A prime i ra c ompreende o t recho do entorno da Rua da Pas s agem e


trechos próximos da Mena Barre to e General Po l i dora , mais o s i s tema Ãlvaro Ra
mos , Arnaldo Quinte la e General Severiano .

A segunda compreende o s i s tema do entorno da Rua Vis conde de


Caravelas inc luindo Gene ral Dioní zio , Capitão S alomão , Conde de ! raj á , Vis con
de Si lva e Real Grande za .

Na prime ira, area mais caracterí s t ica de pass agem, trata-se de


um fenômeno de sub st itui ção do uso re s i denci al - e um trecho que acus a de­
crês ci100 de unidades domi c i l i ares no período - enquanto na segunda trata-se
de um fenômeno de renovação , com a cons t ru ç�o de un id ades mi s t as quer no s an­
dares baixos , quer novo s prédios exclus ivanente res i denciai s , que r prédios de
consultóri os ( como o da esquina da Volunt ári os com a Çapi tão S alomão) . Essa
tendênci a foi impuls ionaôa b asi camente pela expansão da Cas a de S aúde Santa
Luci a e o novo prêdio anexo de consul tórios medicas , que j unt o com o s novo s
res taurantes do ent orno � reve rteram a caract erí s t ica eminentemente re s i denci ­
al anterior.

O s i s tema prÕximo ã Rua da Pas s agem caracteriza-s e pelas ativi­


dades de comercio e s erviços especi ali z ados ( mai s do que 20% das e dificaçõe s
de seus principai s eixos são de st inado s ao comé rcio em caráte r mi s to princi -
186

\ .

\
QUADRO NQ 8
PRINCIPAIS ORIGENS·E DESTINOS DAS VIAGENSNA RECIÃO METROPOLITANA DO RIO DE JA..,EIRO
NO PER10DO DE PICO (7 ãs 9 horas) - 1976

C0:·20SIÇÃO Pll:-.CI?P.L
DESTINO Nill-!ERO DE VIACENS
SEGffifü) A ORIGE�1 (EOTA.... OGO

Centro 203.558
23.030 Bo!:afogo
NiterÕi 81.057
11.201 Centro
Botafogo 82.464
9.377 Cop2c�bana
Madureira
Copacabana
69.319
66. 936
. 7.382 Lagoa
3.941 Nova Iguaçu

.
Sio Gonçalo 65.549 ii .
Tijuca 58.270

co��OSIÇÃO PRI�CIPAL
ORIGEM NÚMERO DE VIAGE�S
SEGL"NDO O DESTINO(BOTAFOGO)

são Goaçalo 96. OJO


t-:íterói. 83. 204 '23.030 ôotafogo
Bangu 7S.218 1
19.567 Cer.tro
Madureira. 73.660
9.271 Copacabana
Bota·fogo 73.09 3
8.525 Lagoa
. . . .
Nova Iguaçu 64.000
1\
:FO�TE: !:-'.atriz Origem/Destino - Cc:i;nmhia C:o ·�1et:-opolitano do Rio ce J.:ineíro - HETRÕ .
.Apud Anuãrio Estatístico do Estaco do Rio àe J11nei�o. 1979 - FIDERJ.
CXl
"
QUADRO NQ 8 A

PRINCIPAIS ORIGENS E DESTINOS DAS VIAGENS DIÁRIAS ,


NA REGIÃO METROPOLITANA 00 RIO DE JANEIRO - 1976

D E S T I "N O COMPOSIÇÃO PRINCIPAL


Nt1MERO DE VIAGENS SEGUNDO A ORI_GEM (BOTAFOGO)

1 9 4 . 169 Bot afogo


Centro 688 . 289
7 3 . 661 Centro
Bo tafogo 491 . 21 5
64 . 245 Copacabana
Ni terõi 463 . 907
4 7 . 895 Lagoa
Copacab ana 370 . 532
Lagoa 314 . 05 8

COMPOSIÇÃO PRINCIPAL
O R I G E M NUMERO DE VIAGENS SEGUNDO O DESTINO (BOTAFOÇO)

Centro 6 6 2 . 807 1 9 4 . 169 Bo t afogo


N i terõi 462 . 09 6 6 7 . 9 72 Copacabana
Bo tafogo 422 . 162 55 . 923 Lagoa
Copacabana 369 . 701
..
são' Gonçalo 385 . 688

FONTE : Matriz Origem/Des tino - Companhi a do Me t ropo l i tano do Rio de Jane iro - METRB .
A_p ud Anuãrio Es tatís t i co do Es tado do Rio de Janeiro , 1979 - FIDERJ .

....
00
00
1 89 .

QUADRO N9 9
CRE SC IMENTO DAS UNIDADES NÃO DOMICILIARES NOS SETORES CEN SITÃR IOS
DO BAIRRO DE BOTAFOGO - 1970-1980

SETORES CEN SITÂR IOS ONDE HOUVE ABSOLUTO RELATIVO


CRE SCIMENTO (BASE- 1970) (Unidades) (%)
(*)

221 15 500
223 , 224 6 31
234 7 33
235 , 236 , 237 19 26
250 , 251 9 30
258 4 9
259 (**) 10 28
260 (** ) 24 36
261 , 262 13 16
263 , 264 (** ) 6 7
265 5 35
266 , 267 2 66
270 6 22
27 1 , 27 2 J. 1 ,5
275 , 276 , 277 11 28
282 (**) 7 20
283 (**) 11 39
287 , 288 12 50
293 , 289 , 252 l 2,8
292 (**) l 3 ,3
294 , 295 8 29
298 5 13
299 2 20·
310 2 10
311 , 3 1 2 , 313 (** ) 14 29
314 ,315 ,316 (** )
317 (** )
4
46
13
200
.. ... " -
320 , 327 (**) 8 38
322 3 16
323 2 9
324 , 325. 118 210
326 . 4 · 26
333 23 67
334 3 30
343 2 11
344 6 40

(*) A agregação dos setores tem por f inal idade permitir a comparação entre .
os dois períodos , recensead os em unidades espaciais d iversas .
(**) - Setores (ou agregação) onde houve decréscimo concomitante do número de
unidad es domiciliares no período.
o

B O TAFOGO
CO M É RCIO

IIAIS O( ,O ... DAI • (o,,r.


CAÇÕU DA IIUA.
I

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-
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.....
\O
o
] 91.

o
192 .

n - .....
o
BOTA FO GO
EXPAN SÃO DAS UNIDADES
� DOMICILIARES NOS SETORES
CENSIT"RIOS OURAN T E O
PER(ODO OE 1 9 70 A 1980:

OECR[ICIIIO 00 IUll[RO 01:


UNIOAOU DOIIICU.IARU.
D
AUIICNTO ATII:_ ZO
llllllll UNIOADU DOIIICIUARH,

. ,-
AUll[NTO DC 21 A 50
UNIOAOI I DOIIICIUARU.
--.:.· - ·
� AUllt NTO Df 51 A 100
� UNIDADU OOIIICILIARU.

....
\&)
AUll[NTO 1)( 101 A SOO l,.,J
UNIOAOU OOIIICILIAR(S.

O tOO 100 --.


AUll(RTO OI 11&19 OI 900
UNIOAOII OOIIICILIARtl.
--
194.

pa lmente) enquant o que a ãrea de entorno da Rua Visconde de Caravelas caracte


riza-se pela predominância de serviços. No primeiro sis t ema o trecho mais
representat ivo do fen�meno insc�eve-se no s l imites Arna ldo Quintela, General
Polidoro, Pa ss agem, Fernandes Guimarães (setor onde o crescimento absoluto das
unidades não dom icil iares foi de 24 unidades - o 39 maior crescimento abso-
luto - e o crescimento relativo foi de 36%) . Todo o segundo trécho repre-
sentou crescimentos abso lutos das unidades não domiciliares acima de 46 unida
des e o crescimento relativo fo i de mais de 200% (os maiores do bairro no pe­
ríodo) .

Em termos es pecíficos da localização atua l das atividades de


serviços, o trecho interno que hoje, além dos grandes eixos - São Clemente ,
Voluntários, Visconde Silva/Mena Barreto, General Polidoro/Pinheiro Guima-
raes concentra a ma ior percentagem (acima de 40%) de serviços em edifica
çÕes exclusivas (não mis ta s) , e justamente o que se poderia chamar de "miolo
do bairro", compreendido por uma pol igonal fechada limitada por Praia de Bota
fogo, Real Grandeza, são Clemente e General Pol idoro. As res idências e ati
vidades de comercio e s erviço, caracterizam o elemento "misto" do bairro com
participações percentuais equiparáveis. O mesmo se poderia dizer para o sis
tema interno da poligonal Eduardo Guinle , Ass unção, Marquês de Ol inda, Praia
de Botafogo, São Clemente.

O comerc io concentra-se mais significativamente (ut ilização co­


mercial das edifi ca ções acima de 307., inclus ive mi sta) na Praia de Botafogo ,
Voltmtârios, Huma itã , Rea l Grandeza, Genera l Polidoro e Pass agem, uma config�
ração que não mudou desde o seculo XIX. A maior concentração es pacial se dã
no trecho anteriormente identificado do entorno da Rua da Passagem. De qua,!
quer modo é muito grande a ãrea do bairro que concentra menos do que 15% de
edificações com utilização comercial numa confirmação da atrofia desse setor
em relação ao de serviços .

Quanto às . residências, a predominância de sua participação no


co�junto das edif icações do bairro se dá em termos eminentemente mi s tos, quer
d ividindo a mesma edificação com outro uso quer em edificações independentes.
A Única ãrea que apresenta predominância absoluta de edificações exclus ivame�
te re sidenciais (entre 70 e 100%) ê a que se compõe das ruas da encosta do
Corcovado entre Eduardo Guinle e Mi gu el Pereira. Nestas ainda não há uma
participação representativa do s etor de s erviços , s e bem que puntualmente jã
se acusem algumas penet rações também n es s as áre as .
Ini c ialme n t e o val or med iC"I na IV RA rep re s entava pouco ma is da
me t ade do valor ma is al to e em s e gui d a , em 1 9 75 , quase se e qu ip ara a êle , fi
cando então mui t o pró ximo das dema i s RAs da Zona Su l do Ri o de J ane i ro . O
aumento do val or media e espe ci almente alto no pe ríodo 19 7 2- 19 74 quando a
RA de Botafogo di minui sua di s tân c i a e m re lação aos demai s al ugué i s me di o s p�
gos no resto da Zona Sul .

No p e ríodo 1 9 7 3-19 76 o bai rro de B o t afogo garan t i u , s e gundo


13
c r i t é r io do PUB Ri o sua p os i ç a o no s e gundo grupo de bai rros de mai or va­
l o r do solo da ci dade , c ompondo com B arra da Ti j uca, Gãvea , Jardim Botân i co ,
Laranj e i ras e Urca.

Out ro l evan tamento do valor de me rcado do s o lo da t ab e l a 46 e


fe tuado no perío do 1 9 7 2 -19 75 , mo s t ra qu e nes s e s t rês anos , depois de Cop aca­
bana , Cent ro , Barra da Ti j u ca , Bot afogo é a RA de ma ior val or do so lo dimi ­
nu indo mui t o s ua d i fe re�ç a para a de Copacab ana no fim do período cons i de -
rado . t � te rce i ra maior va lori zação do período depo i s do s ext rao rdinár io s
valore s regi s t rado s par a - o Cen t r o e a B arra d a Tij uca.

-
O que e s s es dado s perm i t em perceb e r en tao e que o solo de Bota
fogo na década de 70 sof re uma valo r i zação cre s cente e b as t ante s i gn i fi cat i ­
va, diminuindo s u a di ferenç a de va lor e m rel ação ao re s t o da Zona S ul . Com
provando es sa af i rmaç ã o , o acompanhamen to dos l ançament o s de imôvei s re s i den
ci ai s novos no período 1 9 7 8- 80 , d emons t ra o eno rme inte res s e de spert ado p e l o
b airro
. .
nas Comp anh ias . . 14
Imob i· 1 i· -ar ias . anos os lança-
Enquanto ne s s e s do is
mentos em outros bai rro s não ul t rap as s am sei s , Bot afogo re gi s t r a treze l anç�
me n tas no menor e spaço de t empo ( 1 ano e 4 mes e s ) . A me d i a ge ral dos valo­
res medi dos em C r$ /m2 dos l ançamen tos re al izados no p e rí o do , ainda man têm Bo
t afogo atrás dos out ros b ai rro s da Zon a Sul . No e nt an to a méd i a do ano de
1 9 80 j á demons t ra a val o r i zação s o f r i d a no s empreendimen tos em Botafogo que
·ul t rapassa Laranj e i ras , aproximan do -o da Barra ( q u adro 10) •

E s s e fenômeno t em sua o ri gem na s at uração e ex ces s iva va lo r i z a


çao das out ras áreas d a Zon a S u l , e sp e c i almente a B arra da T i j uca , a nova ã-
rea de e xpansão . t s i gn i f i cat ivo que Bo tafo go , Vi l a I sabe l , Ti j uca, tenh am
s e t rans formado _em areas de i n t e res s e p ara novos l ançarre n t os imob i l i ári o s em
face da gradual perda de po de r aq uis i t ivo da c l as s e mé dia .

Botafo g o , nos p e río dos de exp ansao das out ras ãre as da Zona
2
QUADRO N9 10
VALORES (Cr$/a ) DOS LANÇAMENTOS DE IMÕVEIS RESIDENCIAIS NOVOS NOS
BAIRROS DA ZONA SUL DA CIDADE DO lIO DE JANEIRO - 1 979 - 1980

78 79. 80 N9 DE LAN� MEDIA


M1'.DIA �IE�'TOS 1
BAIRROS
nv
RESI COl1.
DEZ ABR MAI I JUN ACO I OL'T NOV JIJI 1 MAI 1 1 ACO 1 OUT 1 NOV 1 DEZ (1979/1980) DE:-;::' I E 1 (1980)
JUl.. 1 ,I CIAIS i MIST. ,

Barra da Tijuca 17 .710 27, 950 2 1 . 540 20.000 57 . 600 64 . 286 34 . 847 5 • 47 , 295

Bc,tafogo 27 .336 19. 227 2 2 , 662 24 .781 29.044 4 5 . 626 4 1 , 197 48 . 48i 33 . 67 1 13 2 4 5 . 104

Cop11-ca'bana 22.8U

cãvu 18 .39.l 23.5,00 68, 636 3 6 . 842 3

Iranftl8 28 . 369 3 1 . 056 48. 166 40 . 000 3 6 . 897 5 3

l 5 1 . 067
1
Lagoa 1 7 . 608 26 , 984 48 , 167 4 7 . 038 5 7 . 997 3 9 . 559 5 l

Laranj eira• 24 . 500. 3 1 . 860 2 5 . 261 3S.361 54 . 01 0 38. ?SO 35. 957 6 1 43 . 707

Leblon .I 2 1 . 429 32.984 29 . 864 40.758 6 2 . 1 10 54 . 256 4 2 . 3 07 5 l 5 2 .374

FO�'TE : Rev i•t• AD&.I - Ltvaatamento reali11do pelo ' IDEG - Instituto de
Deaaavolvimento Econô:nico e Gerencial - Rio de Janeiro 1978/80.

V:,
O'
Os dados re f e re n t e s ã s uni dades domi ci 1 i a re s dos cens os de
1 9 70 e 19 80 acus am, na area s udoes t e do bai rro ( da P r aia na di reção d o Huma i
tá e do Túne l A lao r P rata) , um s i gni f i ca t i vo de cre s c imo de s uas und i ades . Em
cont rapart i d a as áreas das encostas acima d e s c ri tas acu s am a mai or concen tra­
ção e s pacial dos aumentos ab solutos ( ac i ma de 100 unidade s ) , um indicador de
vert i cal iz ação.. A f a i x a do bai rro c ompreend ida ent re a P ra i a de Bo ta fogo e
uma l i nh a curva cont ínua a parti r de As s unção , acus a urna s i gn i f i cativa expan­
sao das uni dade s d omic i l i are s , rro s t rando e s t a r em curs o ainda o p roce s s o de
ocup a ção de caráter mi s to do bai rro .

A p ri IIE i ra expe riênci a de ve rt i c a l i z aç ão ma i s acen tuada fo ra


dos e i xos de pas s agem, no int e rior do b ai rro , s e deu na de cada de 60 na Rua
Don a Mariana com a i mp l anta ção de um pré d i o de ce rca de t ri nta pavimen tos que
ainda hoj e domina as quadras hori zon t a i s do s e u ent orno . A e l a se se guiram
empreendimentos como o Cas a A l t a e Mo rada do S ol , mas e s te s j â numa a re a mai s
pe r i fé ri ca ao bai rro p ropriame nte dit o . Daí para cã s o recen temente o bai r
ro f o i ',' des cobe r to " por novo s l anç ame n tos , q ue s e ini cia ram nas ã re a s da en­
co s ta d o Corcovado , nao so por suas caracte rís t i cas mai s e l i t i z adas como pela
parti cipação fundi ária ma i s recente ( arruamentos p o s te ri ore s a 1920) e prop í ­
c i a ao ap rove i t amen to ve r t i cal sem ne cess i t ar d e mui tos rememb ramen t o s . O
bai rro , apesar do s novos pré dios cons t ruídos com um gab a r i to de alt ura mui to
supe ri o r às alt uras domi nan te s , mant em-s e ainda p re domi nan terre nte hori zont a l .
As âre as mai s ve rti cal i z ad as s i tuam-se no entorno do Largo do Humai t â , compr.!:_
en dendo o próprio Largo e as áreas de enco s t a adj a cente s , ve rt i ca li z ação e s t�
mu l ad a d e s de 1 9 4 4 pel a l e gi s l ação urbaní s t i ca . Os novo s l an ç amentos iroob i li
ãri o s porem (quad ro 4 ) d i s s eminam-se por todo o b ai rro , ao s abor dos melho re s
lotes d i sponíve i s , o que , j unt o com out ras tendênci as j ã apont adas , demons t ra
a de fl agração de um p roces so a celerado de renovação com a ve rt i cal iz ação res i
denci al acent uada .

4 .5 A Valo r i zação do Solo e a "Renova ção" para o Us o Res i denci al

12 . _
O va 1o r do so lo no bai rro de B o t afogo vem so f rendo a l t e raçoes
s i gni f i cativas no s Úl t imos dez anos . O valo r médio dos alug ue is pagos nas
Regiões Adminis t rat ivas no p e rí odo 1 9 72-1 9 75 , toman do-s e e s s a var iâve l como
um ind i cador indi reto do valo r do s o l o , roo s t ra que a IVa . Re gião , compreende�
do Bo t afo go , ape sar de acusar os va lo re s me d i as mai s b ai xo s no p erí odo em re­
l ação às RAs de Copacab ana e Lago a, di minui g ra dat iva� nte as di fe renças ate
1 9 75 .
TABELA N9 46
2
- Valor Médio da terra (Cr$) nas transações ao mercado , por m , segundo as Regiões Adminis trativas do Município do
Rio de Janeiro 19 72-1975 componentes da Ãre a Central e Zona Sul .

VALOR DA TERRA
. REGIÕES ADMINISTRATIVAS 1 1972 1975 Aumento relativo
19 72-1975 (%)

I Portuãria 426 ( 1) 356 · -16 , 4


II Centro 3 704 21 691 4 85 ,6
III Rio Co.mpri do 498 (1) 747 50 ,0
IV Bot afogo · 2 673 . 4 170 56 ,0
y Cop acabana 2 9 39 4 213 43,3
VI Lagoa 4 829 5 804 20 , 2
XXIV Barra da Tij uca 306 , 7 2 884 840 , 3

Fonte : CLARK, Ri chard - "Memorandum t o Mr . Francis cone - Re search Report c;n Urb an Finance Proj ect" .
Conselho de Planej amento Urbano - B rasília - 15 de Setembro de 1977 ; Apud VETTER, David
Mi chael et all i i.Espaç o , v'alor da terra e equidade dos investimentos em infra-es trutura
.do muni cípio do Rio de Janeiro. Revi sta Bras ileira de Geografia , Rio de Jane iro 41
(1/2) : 32-71 jan/j un 1 9 79 .
(1) Baseado no valor venal e não no valor de mercado .

..o
C0
1 99 .

Sul , manteve s ua horizont al i dade garant ida por uma malha fundi ária re�alhada
e difí cil para os rememb ramentos ne cessários ã cons t rução de novos prédios que
se rest ringi ram às áreas de parce lamento mai s re cente ( encostas do Corcovado)
onde a e s t rutu ra fundi ária e ra mais flexíve l . A valori zação do bairro ago ra
j á p ermi te os remembramentos e o que s e assi ste ê um verdade i ro p rocesso de
renovação urbana c onduz ido aleatoriamente pelos interess e s imobil iários .

4.6 O Pape 1 do Poder PÚbli co

A açao regul adora do Poder Publi co no que se refe re ao con tro­


le do uso e ocup ação do solo no Rio de Jane iro pode ter me lhor avali adas su-
as consequênci as no des enho do espaço no que t oca ao adens amento que .gerou
. - . ' . . 15 -
funç -ao de uma p ermi ss ao ind 1s cr1ID1.nad a de ve rt i. ca1 izar
· , do que quanto a r�
gulamentação das funções , a� ravês do cont role do us o do solo . O p ro ce dimen-
º 16
to quanto a este asp ecto tem siº do tra di ciona
' 1mente apenas cons agrar as te�
dências i dent i f i ca das , sem i mp rimi r modificaçÕe s que induz am mudança funcio­
nal ou que revertam tendências que se cons i derem indesej ávei s . Des s a forma
res tou à legi s lação u rb anís t i ca regul ar as densi dade s , o que ela fez sem ne ­
num cri tério ao l ongo do tempo.

O papel de elemento de impacto de açao-ao Poder P úbl i co s obre


o espaço urbano coube ã s obras viãrias , q ue responde ram pel a mudanç a funcio ­
nal e adens amento ao longo dos principais e i xos por elas cons agrados .

E s se s �fe i t os , como se viu na anãl i se do p e ríodo anterior , ti­


veram p apel de fini tivo na e struturação de Botafogo e no pe ríodo de que trata
mos , continuarão a se fazer s entir .

A l egis l ação urbanísti ca vi gente cons agra o s p rincipai s eixos


de pass agem do bai rro como Centros de Bairro ( CBs). e nesse s enti do não fez se
nao referendar tendências "expontâneas " de diversi ficação funci onal e press ao
por adens amento j á de l ineadas desde que corres pond iam aos e ixos das linhas de
bonde ! ·· Inc luem-se nestes , CBs , cont udo , alem dos grandes eixos e s t ruturado
res do b ai rro , dois importantes s ub -s is temas de ruas : o p rime i ro representa
do pela Arnaldo Quinte la e s uas transversais j untamente com P ass agem e mn tre
cho da General Poli doro que formam o c onj unto mai s contínuo de CBs dentro do
bai rro ; o s egundo repres enta-se pe lo conj unt o Cap itão S alomão , Conde de I ra
j ã e Pinhei ro Guimarae s ; incluem-se �inda São João Bat i s ta e um t recho da
Rua Sorocaba nes ta c las s i ficação . à e xceção da São João Bati sta. e s ses dois
200-.

Ú l t imos sub-s i s t ema s repres entam tendên c i as re cen tes de divers i fi cação fun c i o
nal .

O refor ço de funçao p a s s agem nos Úl t imos vinte anos , e s t ende


l i gações longi tudi nais ante riores dent ro do b a i rro ; o proces s o de adens amen
t o da Zona Sul c ont inua a ex igi r o e s c oamento do t ráfego de pass agem por den
t ro de Bo tafogo , me smo ape sar da ab e r tura do Túne l Rebouç as . Des s a forma em
1 9 7 3 , li ga-se a Vi s c onde Si lva ã Rua Humai t a t orn ando-a de fin i t ivarre nte mai s
um e i xo de p as s age m .

Os suces s i vo s e ixos que se vao c r i ando , numa res p os ta me câni ca


do Pode r Públ i co ao aumento p rogre s s i vo do vol ume de aut omóve is e conseque nt�
men te de t râfe go ge rado, acabam po r inv i ab i li z ar qualque r tenta t i va de contro
l e e aprove i t amento ma i s racional do e s p aço por e l es envolvido .

A val o r i z ação ao l ongo de s s e s e i xos cria e s tímulos p ara at i vi ­


dades de mai o r poder d e compe t i ção pelo s o l o e de s s a forma , ve r t i caliz ação e
d ive r s i f i cação funci onal vão , al ea t o r i ame nt e , ao s ab o r do s novos e i xos cri a­
dos , t rans fo rmando a e s t rut ura da â re a . E ss e proce s s o e m Bo tafogo j â vinha
che gando a impas s es c r i ados pela p róp r i a e xi gu i dade de e s p aço di sponíve l .

4.7 O Met rô e as Tendênc i a s Futuras de Trans fo rmação d o Bairro

A ne ce s s i dade de se criar uma a l t e rn at iva para o t ransporte de


mass as , que não sob re c a r re ga ss e os e ixos exis tentes j á s at urados ou em vi as
de satur ação a curto p razo , levou ã i n t rodução do METRÔ como a l t e rnativa p a ra
a s olução dos p r ob lemas de t ranspor t e da c i dade . Out ra ve z s e p ri vil e gi a a
l i gaç ão Cent ro-Zona S u l , e agora c om con s e quen cias defini t i vas n a e s t ru tu r a
ção d e Bo t afogo . Com o funcionamento da l i nh a com t e rmi n al em Botafogo
ant e s que seu t re cho de l i gação c om a Rua Carde al Arcove rde em Copacabana e s ­
tej a c oncluído - o bai rro s o f rerá dupl amente o s e f e i tos mul t ip li c adore s de s -
s a i mp l antação . A fo rç a rees t rutu r ador a de s s e s e fe it o s s e rá ainda maio r se
for levado em c ont a o e s t r angul amen t o a tual d a ci r cul ação n o b ai rro e s uas
condições fund i ár i as e fís i cas esp e c i a l ne n te f râge i s para re cebê-l as . Des s a
forma a impl antação d o Me t rô pas s a a s e cons t�ui_r num � l eme nt o de terminan t e
n a e s t ruturaçao não s Õ de âre a de i mp a c t o imedi a to , como d e to do o b ai rro .

Tendo e m vi s t a o c on t ro l e das c ons e quen c i as de s s e s e feito s foi


20 1 •

ins t i tuÍda p e l a S e cret ari a de P l an e j an11: n to do Muni c í p io do Rio de J anei ro uma


câmara Técn i c a , compos ta por repres ent ant e s de Órgãos o f i ci ai s do Es tado e
do p rÕp rio Muni crpi o , pa ra de fini r as d i re t ri zes de o cup ação da ãre a de Bo ta
fogo ao l ongo da linha do Me trô .

A s p ropo s i çoes fin ai s des sa Comi s s ao re fe rentes a are a do b air


17 -
ro envolvida na ZE-9 , apo iam-se na cons tatação da exi s ten ci a de um p ro ces-
s o intenso d e renovação e xpon tanea para um novo t ipo de uti l iz ação res i den­
18
c i al (ve rt i c al izada) e num "ri trro mo de rado de re novação de t i polo gia con s -

tru t i val i . A po ss ib i l i dade abe r t a p o r t a is propo s tas re forçam e s se p roce s s o ,
tentando com i s so ofe re c e r uma a l t e rnat i va d e ap rove i t ame nt o à valorizad a a-
rea d o ent orno da l i nha , no lugar dos p re d ios d e e s c ri tórios que , a s e u ver ,
19
comprome t e ri· am a " e co 1 ogi· a re s i· d e n c i· a 1 1 1 d o b airro
· •

. -
A s e rem e fe tivadas as p ropo s i çoes ac ima , acarre t arao out ro s im
pac to s definit ivos na e s t ruturação do b ai rro . A sa lvaguard a da uti l i z ação r�
s i dencial não si gni fi cará a re cupe ração das cond i ções de h ab i t ab i li dade jã
comprome t i das d o bai rro ; mesmo c om p rê d i os j â equipados ( eximindo o Poder
Pub l i co de munir o e spaço dos e qu ipamentos de l az e r ne ces s ár i os , p rat i camente
inexi s tentes no b ai rro , e mai s uma ve z one rando o comp ra do r i n d ividual ) , ess a
nova o cupação não s i gn i f i ca uma a l te rnat iva às uti l i z ações ge ra doras de trâf�
go (o que e s t e aden samen to fará na mes ma p r opo r:ção) C>t!__à super-ut i l ização do
- 20 - - -
equi pamento urbano j a s aturado . A outra cons e que ncia indub itave l e
a acentuação da mudanç a da compo s i ção so c i al do b ai rro dado o b aixo pod e r a­
qui s i tivo dos atuais res i dentes t ornando-o apenas ace s s íve l a out ras cama das
de renda mai s a l t a .

As s i m , nes s a pequena (mas fundamental dent ro d a e s t rutura in­


t e rna) faixa d o bai rro re fl e te-s e o cará t e r da ação d o P od e r Púb l i co no aspe�
to re gu l ament a do r e s uas cons equên ci as na e s t ru t u ração da áre a . Sej a s ob que
argumento fo r , as regul amentações acab am p o r res pal dar tendênc i a s de t rans fo r
ma çao i mp res s as p e l o inte res s e d e s pe r t ado pel a ârea nas Comp anhi as Imob i l i â
r i as , tendências e s s a s que de forma a l guma s e poderia con s i de r ar "expon tâneas"
mas den t ro de uma lógi ca dos inte re ss e s p r ivados . A " renov açã o" de Botafogo
ap are ce in c l u si ve nes t e s ent i do meno s c omo uma nova a l t e rn at iva aos empreend!_
mentos imob i l iário s , do que como uma fal t a de a l t ernat i va e m outras áre as da
Zona Sul , j a muit o a dens adas . A no va a l t e rnat iva , ent ã o , ê ab s orvida c omo
uma " t endência" , sendo corroborada p e l o P o de r PÚbl i co , t r ans formando-se num
e l emento rees t rut urad o r defin i t ivo de B ot afogo , i mp rimindo uma nova e s c a l a P,!
ra o uso re s i d en c i al e modi fi cando sua compos i ção s oc i al .
20 2 .

APtNDICE DA 4a . PARTE

20
1. LOBO - pg. 4 4 7

"No �ntanto , a Alfândega d o Rio d e Janeiro rendeu 56 ; 000 :


000$000 papel e 3 1 . 000 : 000$000 ouro e a de Santos 33 . 000 :
000$ 000 papel e 1 8 . 000 : 000$ 000 ouro porque a região de São
Paulo tinha uma impor tação 50% menor do que a do Rio de Ja­
neiro* . E s s e era um s intoma de que a capital não s e empobr�
cera subst ancialmente com a cri s e da lavoura do cafe , porem
mudara de função" .

( *) apesar da exportação d e sacas de café de São Paulo de


per s i representar quatro vezes mais do que o Rio e Minas Ge
rais j untos .

2. - pg . 449

O Rio mantém s eu papel de centro importador dis tribuidor ; em


1 888 as importações da cap i tal representavam um pouco mais
do que a metade do país e as exportações pouco menos da meta
de do valor total ; em 1906 o valor das impor tações repres en­
tava pouco menos da metade do país e o d as exportações cheg_!
vam apenas a 1 / 7 do total do país . Do início do século ate
19 30 essas diferenças se manteriam .

11 E s s es dados· ind i cavam a mudança da função do porto do Rio


de Janeiro que p erdia sua imp ortância como imp ortador de ca­
fe e ganhava como c entro dis tribuidor de artigos imp ortados
e como mercado consumidor" .
9
3. FONTES PRIMÃRIAS MANUSCRITAS

A Companhia de Saneamento do Rio de Janeiro cons truiria em


1 890 :

Vi l a Rui Barbos a - Rua dos Inválidos esquina d e Senado .


Vila Artur Sauer Es trada Dona Cas torina ao l ado da fábri­
ca d e tecidos Carioca .
Vila S enador Soares Rua Gonzaga Bas tos entre Barão de
Mesquisa e o Bouleward 28 de Setem­
b ro .
Vi la Maxwe ll - Rua Maxwel l ao lado da Fáb ri ca de Tecidos Con
fianç a .
:?.O 3 .

V i l a Sauer - Rua 24 de Ma i o na Cen tral do Br as i l .

4. MAPA ( 1 9 )

5. MAPA ( 1 6 )

N es te mapa es tao indi cadas 1 4 v i l as e uma d e zena d e travess as;


de s t as v i e r am a s e tornar l ogradour os púb l icos :
- a Vi la I s ab e l do P inho (Rua Camu i rano)
- a Trav e s s a de São Domingos (Rua N a t a l )
- a Av en i d a V i e i tas (Rua Ipu)

(A Avenida S . Jo s e , pos terior , v i r i a dar origem à rua P ro f e s s or


Al fredo Gomes e à Vi la Gav i , tamb ém po s te r i or , ê ma is extensa
hoj e q ue mui t as d a ruas of i ci ai s do b a irro) .

São nomeadas no map a as s eguintes v i l as :

Aveni da Mos s
Vi la Dona J ú l i a
V i l a Dona Mar i a C l ara
Vi la são C l emen te
Avenida Cecí l i a
Aveni da Durand
Vi l a Vis cond e de Morais
Avenida C arde a l
Avenida Viei tas
Avenida Honor ina
V i la I s ab e l do P inho
V i l as s em nome ( 3 )

6. Copacab ana é , a t ê a segund a me t ad e do s éculo XIX e pouco d e­


pois , um b a lneãrio d e d i f í c i l aces so a partir d e B o t afogo . O
aces s o ao " ar e a l d e Copacab ana" , componen te d a Fregues i a da
Lagoa , deu- s e p r ime iramente p e l a Ladeira do L eme via rua da
Pass age� ( então Rua da Copacab ana) e mai s tard e , com o pro lo�
gamen to d a Rua Rea l Grande z a por vo l t a de 1 850 ( a ) , tamb ém p�
la Lad e i r a d os Tab aj aras ( en tão " d o Barro s o" ) . f mai s provã­
vel inclus ive , que ambos o s cami nhos j ã fos s em conh e c i do s an­
ter iormen t e .

No então b a lneãr i o , nes s a s e gunda met ade do s é culo XIX , j ã s e


ins talaram a l gumas res i dê nci as d e veraneio ( b ) . Em 1 890 se
204 .

ini ci am as obras do Túnel Velho e do is anos depois ele e a­


travess ado pela primeir a vez pe los bondes ; em 1906 seria aber
to o Túnel Novo ligando defini tivamente Bot afogo com a atê
hã pouco ina.cessÍvel Copacabana .

Em 19 30 as s im seria definida no Plano Agache:

"Sem contes tação , Copacab ana e um dos bairros mai s favoreci ­


dos do Rio de Janeiro . E le es tende-se desde o ma.melão es car-
pado da Ponta do Leme ate aos rochedos da Igrej inha a beira
do Oceano des envolvendo uma curva harmoniosa en tre a praia de
arei as limpas e brilhantes e um circui to de morros verdej an ­
tes . O extraordinârio impu lso dado a esta nova cidade depois
da abertura do Túnel sob os morros que a isolam de Botafogo ,
faz sobressair a preferência dada aos esplendores naturais do
s ítio (o grifo e nos so) .

Desde a aber tura do Copacabana Palace , es te bai rro tornou-se


a prai a mais frequent a�a do Rio , rendez-vous el egante da alta
sociedade f luminense durante o período do verão competindo com
Petrópolis , e principal centro de turismo carioca .

Apes ar d i s s o , este movimento pede a ser animado por uma s erie


de medidas que visem uma valori zação mais completa das vanta­
gens naturais do síti o . t preciso preocupar-s e igulamente com
um certo numero de prep aras necessârios a toda es taçao balneá­
ria digna des te nome" .

A incorporação do " areal de Copacabana" como ãrea de expansão


vinha sendo visuali zada desde fins do seculo, XIX, como o de­
mons tra a anal ise dos mapas das linhas da· Botani'cal Garden
Rai l Road de 186 8 . No proj e to s e vêem lançadas t amb ém as li-
· nhas concedidas ã empres a -Copacabana , uma delas s eguindo a
Real Gr�ndeza ate a entrada da Ladeira dos Tab aj aras onde sõ
iria s er cons truído o Túne l (Velho) em 189 2 , ou s ej a , vinte e
dois anos mais tarde .

Curioso notar que es s a l inha concedida ã empresa Copacabana


cobre o"miolo" de Botafogo , vinda por Bam.bina , São Clemente ,
Real Grandeza , General Pol idora e Dona Mariana .

Uma outra prova da racionalidade que envolvia esse movimento


no sentido dó " areal de Copacab ana" a partir de Botafogo e o
20 5 .

ma pa do "p roj eto p r e l :i mi n ar das l i nhas d e Ferro Carri l Copa­


cab an a organ i zada pela repar t i ç ão f i s cal dos Fer ro-Carris Ur
banas e Su burbanos em d e zembro d e 1 8 33 Min i s tério Es tado
dos N egócios da Ag r i cu l tura Comercio e Ob r as P ub l i cas" . N e­
le es tão traçad as as l inh as para Copacaban a cor tando igual­
men te . o "miolo" do b a i rro e atraves s ando o j a proj e tado Tú­
nel A l aor P r ata ; curi o s os s ao os proj e t os previ s tos d e novas
ruas - Como a Aveni d a Oswaldo Cruz , só ab e r t a por P ereira Pas
s os vinte anos d ep o i s , e uma l igação de A s s unção com São
C l emen t e só real i zada recentemen te por onde pas s ariam as
linhas . O mais cur i o s o no en tanto é o a t erro p r evi s to para
a ens eada de Bo t a f o go s ob r e a qual e s t â proj etado um e legan­
te b ai rro com l o t e s cont íguos transver s a i s à o r l a ; na mesma
proporçao o proj e t o P ereira Pas s o s i r i a a t e rrar a ens eada p�
ra l ançar a Avenida B e i r a Mar , em 1906 .

Ao con trario dos proces s os expon tâneos an ter iores , a o cupa­


ção ( e ad ensamen to pos teri or) de Copacabana tem , po i s , uma no
va lógi ca pela q u a l a imp l antação dos s erviç os como o de
transpor tes j a é claramente d i r e c i onad a com o s en t i do da va­
l or i zação de áre a para f ins especu l ativo s .

(a) - um dos argumentos l evan tados p e l o p ropr i e tário que mo­


b i l i zou recurso_s da Câmara para prolongamento da Real Grande
za foi a d i f i culdad e do trâns i to na Lad e i ra do Leme .

(b ) - "N as p roximidades da cap e l inh a d e Cop acab ana vendem- s e


al gumas braças d e l i ndos t errenos , com f rente à praia e fun­
dos para chacar i nh as " .

"Alugam- s e com p ra zos , p equenas casas para recr e i o , banhos e


ares d e mar , com o s não hâ nas proximi d a d e s da Cort e" . Cor­
r e i o Mercan t i l , 2 � . 0 7 . 1858 .

"A 1 d e d e zembro d e 1 8 7 8 , inciou- s e um s erv iço d a praia de


Bo tafogo , canto d a rua são C l emen t e , a t e Copacaban a . Per ten
ci am o s veí culos ao Dr . F i guei redo Magalhães , que montâr a a l i
uma cas a de s aúde para conva l es centes , cômodos para banhis­
tas e um hotel ameno . A s d i l i gênc i as t r a f eg avam d e hora em
h o r a , d as 7 às 10 horas da manhã e das 5 da t ar d e às 8 da
noi t e" . N oronh a San t os , Mei o s de Tran s p o r t e no R . J . -pg . 220 .
206 .

( c) - Mapa ( 1 2)

7. ROSA 32

"As es tações suburbanas dai (Cas cadura) para diante pouca im­
portância têm ainda . são lugares de grande fu turo , com enor­
mes extensoes de terreno des ocupado" .

8. SERFHAU 31 - citação da Geógrafa Lysia Bernardes

9. Duque de C axias , Ni lÓpo li s , Nova Iguaçu e S . J . de Meriti acu­


s am aceler'ado cres cimento no período 60-67 .
ll-A
10. DUARTE

11. Setores Cens i t ãrios de 1 9 80 - FIGBE .

12 . A medida do valor do solo do Rio de Janeiro em unidades espa­


ciais com f ins de comparaçao , apres enta alguns prob l emas jâ
que , tradi cionalmen te , dentro d e uma mesma área e ao longo do
mesmo logr adouro , haverá vari ação de valores dependendo do
trecho que s e cons idere . Des sa forma uni valor "médio" para
um bairro compar ado com outro valor "méd io" de outro , poderâ
levar a di ferentes concl usões dependendo dos logradouros com­
putados . As s im sendo procuramos ne s s a anál i s e apoio em dife­
rentes indi cadores diretos e indi retos des se valor .

1 ) valor , expres s o em Cr$ /m2 , dos imóveis novos , lançados na


ZS da cidade .
2 ) Vo med ia dos 10 logradouros de maior Vo em cada b airro, Se.!!_
do Vo o valor da faixa de lm de tes tada e 36m de profundi­
dade .
3) valor mêdio da terra em transaçao no mer cado .
4) valor mêdio dos al ugue is pagos nas RA de Bo tafogo , Copaca­
bana e Lagoa .
13 . O Pub Rio uti l i zou como cr itério extrair a medi a dos 10 lo-
gradouros de maior Vo - Valor Uni tário Territorial de C adas ­
tro utili zado pela Secre tari a Muni cipal de Fazenda , corr es po.!!_
dente a uma faixa de lm de tes tada por 3 6m de profund idade ­
de cada b airro nos anos de 19 7 3 e 1976 . Defini ram-se dez
clas ses vari ando de " a tê Cr$ 3000 , 00" a " acima de Cr$ . . • • . • . •
2 50 . 000 , 0 0" . Mantiveram-se na classe de valor mais alto , du­
rant e o período , os b airros do Cent ro , Copa cabana e Ipanema
�· n 7 .

s o mando -se a el e s F ] amengo , Gl Õria e Leb l o n an t es p erten c en­


tes ã classe an t er i o r . N essa class e anter i o r - de Cr$
1 2 5 . 00 1 , 00 a t é C r $ 2 5 0 . 000 , 00 - man tiv eram-se, durante o pe­
r í odo , Bo tafogo e SaÚde/ Gamboa somando -se a eles Bar ra da T i­
j uca , Catete, Gâv ea , J a r dim Bo tân i co , Laranj ei ras e Ur ca .

14 . V er r ec o r t e "Um p r o j eto assim sÕ s er ia possív el em Bo tafogo " .


Esse i nte r esse r ever t e a tendência l o cal i zada no trabalho "A
R enovação Urbana E xpo ntân ea em uma ár ea do R i o de Jan ei r o "
S o ci edade d e P esq u isas e P lan ej amen to SPLAN- 1 9 6 8 , c oo r denação
de J osé Arthur R i os : s egundo entr ev istas r eali zadas com i nv e�
t i do r es imob i li ários na épo ca , Bo tafo go não era atraen t e para
no vos empr eendimentos, d esvalo r i zado para o uso r esi den c i al de
un i dades de mai o r ar ea .
2 1A
15 . OL I VE I RA

' ' O ad ensam ento e v erti ca l i zaç ão da c i dade fo i um pro c esso in­
co ntro l áv el po r q u e , partindo de uma legislação p ermissiva pa-
ra determi nados lo grado uros possib i l i to u o surgimento das
p r esso es p o r " l eis de ex ten s ão " , q u e , suc essivam ente, cob r i ­

-
r am t o d a a ar e a dens amen t e urb ani zada ho j e exi s t ente . C laro
.
es t a q u e o s i s tema d a e c onomi a d e mer c ado no c as o e a varia -
v el i nterv en i en t e do pro c esso de o cupação do so lo versus l e­
gislação urbanísti ca" .

16. A observação é extensível ã l egis lação urbaníst i ca d e S . Pau l �


Cap i tal .

17 . A fai xa demar cada como ZE-9 f o i div i di da em um nú cleo - ar ea


d e ento rno da Estação do Metrô - e o r estan te. N esse núcleo
propõe-se o estímulo ao come r e i o e s erv i ç. os de âmb i to lo cal
de aten dimento e o estimulo ao uso r esi d enc ial v erti cal ( 10
pavimentos afastados das divisas o u 3 pav im entos co lados ) . Na
faixa r estante es t imula-se o u s o r esi den cial v erti cal ( 1 3 pa­
vimen tos afastados o u 5 pavimentos co lados) em d e tr imento das
d emais uti li zaç õ es apesar de con trar ia.men te ao p edi do de
Asso c iação d e Mo rado r es p enn i t ir-se no vos col égios e edi f í-
c i os- garag em .

18. O I n s t i t ut o dos Ar q u i te t o s d o Bras i l p r opunh a , ao cont r a r i o


q ue f ossem man ti das as co ndi ç õ e s d e hab i tab i l i dade do bai r ro
20 8 .

em sua e s c a l a hori zontal garant indo a permanenci a das atuais


' camad as s o ci ai s .

19 . "Mesmo com a sub s t i tuição do us o res idencial para comercio e


se rv iços , em novas e s tru turas ou por ad ap tação de anti gas edi
f i caçÕes resi d enci ais não foi al terada s ub s t anci almen te a eco
logia res i denci al" . Excetuam- s e algumas s eções do b airro , a
exemp l o das Ruas Voluntários da Pátri a , são Clemente , Pas s a ­
gem e Gene ral P o l i dora , emb ora nes s es caso� , a p ercepçao de
rutura amb iental s e de ixe inf luenci ar p e l o intens o movimento
de tráfego naqu e l e s corredores e p e la pronta vi s ib i l i dad e das
atividad e s terci ári as , ao rez-do-chão em edifícios resi den­
ciais ou em predi os exclus ivos de dimens ões reduzidas " .

20 . A CEDAE previniu a Câmara Técni ca quanto a s a turação da i. n-


fra-es trutura de água e esgo tos ins talad a e das obras vu l to­
s as que s eriam neces sár i as para f azerem face ao adens amen to
potenci al do bairro .
QUADRO RUAS DO BAI RRO - PE RTO OOS DE AB E RTURA

FI NS 00 SECUL O P ra i a de B o tafogo H uma i tã 1 9 20 ã 1 9 40 Ai uru 1 9 40 ã 1 960 A l zi ra C o n te s


X V I I I ã 1 800 S ã o C l e me n te L a ce rda de A l me i da A l f re do Ch a ves Camui ra no
Ge ne ra l Po l i dora Me na Ba rre to A l va re s Bo rge th C l o ti l de G u i r.-­
Pa ss agem ( Ga l . Goês Mo n te i ro ) Mundo No vo B a rão de L ucena Es tiíci o C 0 i i:t1 � ·
Ga l . S e ve ri a no O l i ve i ra Fa us to [la rão de Ma c a ubas P ro f . A l v a rc
P a u l i no Ferna n des Barto l ome u P ortel a d r i g ues
T raves sa Pepe Ces ã ri o A l vi m Radi a l S,J i
Pi nh ei ro Gui ma rães Ce l . A fo n s o Roman o Th eo dor Her.: 1
1 800 ã 1 840 Re a l G ra n deza Rodri go de B ri to Da vi d Camp i s ta
Vo l untã ri os da P ã t ri a São Manue l � s e mba rga do r B u r l e
Tereza Gui ma rãe s Di óge nes Samp a i o
Vi 1 a R i ca Dr . Sa mpa i o C orrei a
1 840 ã 1 86 0 Ass unção Vi s c onde de C a ra ve l as E du a rdo Gui n l e
Barrb i na Vi s con de de Ouro P re to Emba i xa do r Mo rga n
Do na Ma ri ana Vi s co n de de S i l va Goe t he
1-@ 1 . Ni emeye r Gui l h e rmi na Gui n l e
Ma rq ue s H en ri q ue Nova i s
Ma rq ues de O l i nda 1 880 ã 1 900 Capi s t ra no de Ab re u I ca tu
Ma tri z Capi tã o S a l omão l pu
Pa l me i ras Di ni z Corde i ro I tu
P a u 1 o B a r re to João Afonso J u p i ra
S . J . Ba ti s ta Ma r t i n s Fe rre i ra L a u ro Sodré
S o ro caba Franci s co de Mo u ra ( M� l )
L a dei ra dos Taba j a ras Ma ri o de Andrade
1 900 ã 1 9 20 Tr av . !x) n a Ca rl o ta Ma ri o Pede rne i ras
M i g ue 1 Pe re i ra
T ra v . Do na Ma rci ana Mi r a n d a Va l ve rde
1 86 0 ã 1 880 A 1 va ro Ramos Ga l . C o rn e l i o de Ba rros · P as te u r
Ani ba 1 Re i s H a ns S ta den P r i n ci p a d o de Mônaco
Arna l do Qui n te 1 a Ma ce do Sob ri nho P ro f . Al f re do Gomes
As s i s B ue no Ma ri a E ugê ni a Sa raruí
Co n d� de I ra j ã Mi n . Ra u l Fe rna n des Se rafi m Va l a n d ro
De zene,ve d e Fe ve re i ro Na ta 1 Vi tori o da Cos ta
E l vi ra Mach a do V i cente de So uza
Fernan des Gui ma rães Vi uva L a ce rda
Gene ra l Di onísi o
Mun i z B a rre to ·�
-.o
C'
:d u .

QUADRO A

RUAS E PRINCIPAIS T RAVES SAS DE BOTAFOGO

Ai uru G� n e r a l Di oní z i o
Al f redo Ch aves Ge neral G6is Mon t e i ro
Alvares B o rge th Ge n e r a l P o l i doro
Ãlvaro Ramos Gen e r a l S cveri ano
Al z i ra Co rtes Goe the ( an t i g a T rav . Mar t ins F c r r e i r �
An íbal Re i s Gu i lh e 1m i n a Gui n le
Arnal do Qu i n t e l a H an s S t aden
As s i s Bueno Hcn r i c]!i e d e Novai s
As s unção Humai t a
B amb i n a I catu
B ãrâo de Lu cen a I pu
B arão de Mac aub as I tu
B a rto l ome u Po r t e l a J oão Afonso
P rai a de B o t afogo Jup i ra
Rua C amu i r ano Lace r d a de A l me i d a
Capi s t rano de Ab reu Lauro S o d re ( ant i g a HonÕri o de Lemos
Capi t ão Sal omão - v e r Tunel do Pasmado)
Ce s ario Alvim Macedo S ob r i nho
Clo t i l de Gu i m arãe s Mare ch a l Fran c i s co de Moura
Conde de l raj ã Marech a l N i emey e r
Coronel A f onso Romano Mar i a Eugeni a
Davi d Canp is t a Mari e de Andrade
Desemb a rgador Bur le Már i o de Cas t ro
Dezenove de Feve re i r o Mãr i o P e de rn e i r as
Diniz Corde i ro Marques
D i Õgenes S ampaio Marquês de O l inda
Dona Carl o t a (Trav . ) Ma r t i n s Fe r re i ra
Doni Marci ana (Trav . ) Matr i z
Dona Mariana Mcna B a rreto
Dr . S ampai o Corrê a Migue l P e re i ra
E duardo Gui n l e M i n i s t ro Rau l Fe rnandes
E l vi ra }\achado �i r �n d a V a l vc rdc
Embaixado r Morgan Mundo Novo
E s tacio Co imb ra Mun i z B ar re to
Fernan des Gui marães Nat a l
Gal . Corne l i o de B ar r os ( an t i g a T r m: . Ol i ve i r a F::r n s to
Fe r n a:i des)
21 1.

Palme iras
Pass agem
P as teur
Paulino Fernandes
P aulo Barre t o
Pepe (Trav . )
Pinhe i ro Guima rães
P rincipado de Mônaco
P rof. Alfre do Gomes
P ro f . Ãlvaro Rodrigues
Radi al Sul
Real Grandeza
Rodrigo de Bri to
são Clemente
são João B at i s ta
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O s urgimen to de s e rvi ços antes inexpressi vos no bai r r o , cm função de uma nova
cli�nte la t razi da pelos es critÕrio , queT pequenos , qu� r a dos pTédios das
grendes empres :is recém-ins tal adas , intens i f i cando seu p roce sso de dive rsi fica
c;ã:i funcion a l .
ANEXO 4

• '" Dl'õ n'tr Jt-.'S \':°!':f. N• s::,ut.,. t:'-rn rrn trtntf,


•n.:. mu ,;:rO r.., cr...,,vt u,n, Ul\Pn:J �(l?.t Oi: IJJ:C'I
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11.�at-- u,, ,.:.?-. .1,na P1r, 1ra !-:J!"'\. �t.a
aMn.H <flt.n c,,.1:1.i"a:. 02 VIJ.l!' � ft:1'-liN
"Xi

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Coberturas duplcx
disponíveis

• J*N'O,N 1.Gtn •..,. �


• ,_. .ca,ptllJc.,. ... )1111\M -�ial.
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• banhtilft Cl'"n• Mt,t_edt lffi n-:bnon
e ("Ol,nh, eof'n .,-n,,:tO fflOCh:le:.O
eduunp3t• �N0.1Mar
• 2 �·•NIM
• ..ragem 1nc�·dl

Construção em J 5 m�cs
Flnan\.lamento em att 15 anos

Fo lhe - <'s d<: :,rc-p :,'1;,11da de no•.•os ! ::uç3r:1en t o , : o pad r:lo dos novns l:11; ç .:un.:!11to:;
re i; i Jl.!nci :d ., rr.i 'eot.'.ÚC'Jo , n•, g., i e d as f.� lo3 a:, "" t;;rrco e os apd os :is van­
t.1;:.cns lor;,.donai s do 'flai rr�, .
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ANEXO 5

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Salão•3 riu-2rtos (1 �uite)•2 varandas•2 banheiros sociais 1 ?


a de almoço •copa-cozinha•2 vagas ,le garagem (1 opcional) 1 j
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..,. -,�o C.:t� co.rlnha 1. 5.,,...
.. 11
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• .,,_.__• • • • �� .,,..: .,. .: l� • - �I
::.J..... ___ _ ----·- - '--�----�............ ,.�-..1

f\caliamenlo cie a!Jo luxo


• ..,t :,,o Gffl c•nuo Oa tenc-no
• llurult.a.;,:> • ,1.-,�JD c.,e1a
e,!' tOGU a, ,-.\., pnnçip-.�
• Uo,aJt.-.,. AU••
• l�"6dnui de 1:v,t,,n,o '"""''''00
• tUul a.oC"C'lr'fl �•·tior•
• t,.;,,tv\1 dt- ff.,u,,. CJt �
• h-�OSU ;t�I' Gt°'-:IC
• �a-.. O• ......,. 1-�,ur10
COfU lu,tte1• • C•.>f16

Cond:c;.óH n1urto simp1c� dl' pa,!�•ncn!c.!

c
'-' • L�n.. _ .2ocm72.GOO
H.nMk r.-.. .� ....... . .. ,. _cns 11.2CO
ANEXO 6

Casa em Botafogo
A!uga:se para escritório. em cen­
tro'de terreno, com 22 peças (625 m2
_de construção), além de sótão para
depósito e amplo estacionamento.
Tratar com Da. Maria da Glória. Tel:
. ?52:21ª0
.r1

A "re cicl agem" para as ut i l i zações


de s e rviços ainda em marcha
Jornal do Brasii 23/ 1 0/80.

1 •

cm
O apê lo imob i l i ário l ançando õs novos _p redios de escri t Õ rios cons t rufdos
o ''s tatus" da l o calização , a i n!l t al ação anterior de redes de
llotafc.-go:

-------- · -
.icessib!_
"grandt!:i empresas" e a posição privi l e gi ada em rel ação em termos de
l fdade:
------ - -
AGORA O CENTRO DA CI DADE É AQUI
212.

Sa. PARTE CONSIDERAÇÕES FINAIS

O esprai ament o da ci dade seguindo a di reção d� ve tor su l , nota­


damente a partir de meados do sêculo XIX, quando experimenta um expres sivo m�
vimento , confere ao pe��fêrf o Bo t afogo o pape l de posto avanç ado de sta fren
te pionei ra de expans ão . Dess a forma, enquant o se intens ificava a ocupação
das ãre as da orla atlântica , Bot afogo de sempenhou o papel de núcleo urb ano de
apo io, um papel que variando de intens i dade e quali dade , cont inua a desempe -
nhar atê hoje .

A intens ifi cação do fluxo de t ransportes de mas s a na direção


sul da ci dade a partir da int rodução das linhas do bonde e mesmo antes , cons a
gra esse papel a Rot afogo; e a p artir dele que as linhas avançam para alem
dos morros , penet rando Copacabana, a Gâvea e o resto ela orl a At lânti ca. O mes
mo processo que incorporou Bot afogo à mancha urbana a partir do Cate te , Glo-
ri a e Flamengo no século XIX, s e es t ende a par� ir de Botafogo para o sul .

Essa função de l igação que as linhas de t ransporte vieram conso


li dar a partir dos an ti gos caminhos e acessos , de senvolve -se ' intens ifi cando
a função de pass agem que Botafogo até hoj e desempenha. As at ividades de co­
me rcio e s erviço diversi fi cam-s e na medi da da intensificação de ss as ligaçÕes
(� do p roprio adens amento do b airro) e ampli am gradualmente s eu âmb ito de a-
tendiment o (mai s claramente os servi ços) . O conteúdo s o cial do bairro man
- .
tem sua característ i ca frincip almente mi s t a , t ornando-se gradualmente menos
at �aente aos setores mais ·ab as tados das camadas medias na medida da penet ra­
. çã; ·"indis criminada do b airro pelo trafego de p ass agem alterando s uas caracte-
rísti cas r�sidenci ais de isolamento. A mudança do conteúdo social em p rô 1
dos set ores interme diâri os e inferiores da c lasse �di a sõ re centemente ava­
tendência.

Não s·eria pretencioso propor q ue essa função


• '

�u'iià
� "!

primeirâ abordagem, o caráter atual do b ai rro: s Õci almente mi s to , f�ci


onalmente- di;é�s i fi cado com predominância de serviços especia�iz ados de âmb i
pass agem para a Zona Sul , _pre- dominantemente
..
h ori-

�,, . ... - -
zontal ! c om ârea edifi cada principalmente remanes cente do fim do sêculo
e primeiras decadas do s e culo XX.
XIX

Es s a função de li gação contudo não se deu apenas p ela confonna­


fÍ.s i ca do b airro , um correà01: es treito ent.-re -montanh as e Única -pass agem
2 1 3.

plana natural para a orla Atlânti ca. E s se condici onante natur al foi suces
s ivamente reforçado por obras vi ãrias que , na medida da conquis ta e adens arren
to das novas áreas vi zinhas , foram sendo suce s s i vamente implementadas . Os e­
feitos multipli cadores dessa implementação cri aram tendências, bl oque aram ou
reforçaram tendênci as pré -exi sten tes , alea toriamen te .

Mais do que qualquer outro el emento, as obras viárias -cri ação


de novos eixos , tÚneis e vi adutos, prolongamento , alargamento e l igação dos
exi stentes - ligadas ã função de passagem do bairro, responderam por sua atu
al confi guração social, funcional (econômica) e espacial .

Contudo e sse el emento nao foi acionado ale atorianente , por


ma i s que as c'onsequências de se u· inipacto no espaço pudes sem . ser a ssim consi-
deradas . A necessidade de se vi ab ilizar o acesso rãpi do ã Zona Sul, em Últ i-
ma instância garantir esse �lemento da compo s ição do valor diferenciado do so
lo dessas ãreas em crescente �alori zação , foi , por trãs das obras r eali zadas ,
o elemento explicativo do fenômeno .

Botafogo recebeu os imp actos do adensamento da orla Sul em seus


vãrios 100men tos, quer abrigando ativida�es para o atendimento des sa nova cli­
entela ( e sucessivamente ampliando o âmb ito de atendimento de suas ati vida­
des) , quer recebendo os e xcedentes do impacto do adensamento ( co100 no cas o do
adensamento da orla. da enseada) , quer transformando seus eixos viários de
distribuição de tráfego local em eixos de passagem com seus efei tos multipli ­
cadores na trans formação estrutural da áre a .

O que se quer l ocalizar· aqui , entao, nesse processo, sao os e l e


� 1,-:;;
mentas que -responderam pela dinâmica de transfo�ação do bairro e que estive-
�,- =..( ....-.:,
ram sempte conaici onados, em Última i nstância; ã ampliação das are as conqui_!,
- �- , .�•i, . · -· .._ _ - - ·
tãveis da ,Zona
:
Sul �or sua crescente vâlorizaçâõ:
-- -ai$..

r�� .. � � - - .-
As. cond1çdes. desfavorave is b. oJ e
-,r'III, .. - •

... .,,.
fogo cõnvi vêncià com usos geiadores de trái; go', t ráfe go 1Óca1
confundido
com o tráfego de pas sagem, inexistência de equipamentos
- .__. -
comuni
..
târios de � a-
.,. ..1'��
zer , Jc�rcio 1.ocal pouco desenvoivi do - foram sendo gradualmente impress as
·i·�-1� da_ _e� q� �;m�ii'va pri vada e Poder � ubl ico atu�=- J�;j�g adamente no
se·ntidÕ J; pri vil egi ar as frentes pione iras de expansão ��i .

Botafogo nes s e ·sentido e \.DD exemplo de um que hoj e


} 21 4 .

at inge outras ãreas da Zona S u l , j ã que s e t rata agora de garanti r ace ssibili
dade à nova frente pi one ira representada pela Ba rra da Ti j uca .

Ne sse senti do o planej ament o ofi ci al tem mos t rado amp lanente s�
a. i nefi cácia como agente indutor e d i recionador racional do cre s cimento ur­
bano . Quer através de obras públicas , quer at ravés de ação re gulamentadora
(legisl ação urbanísti ca) , o Pode r Publ i co não tem senão co rrob orado ten dên ci
as· "e spontâneas " , i mp lementando serviços e infra-es trutura urbana e mesmo re­
gulame n t ando , onde a inici ativa privad a j â "criou o fato" •
.......__

.;. , . Des de o f im da de cada de vinte exis tem propos tas glob ai s para o
�3#�- · . .
� desenvolvimento da ci dade que são parci almente ou não cump ri das , dependendo
..
....,. ��j��g rupos políti cos no c omando da Admini stração Publ ica. A anãlise dos Pro
j et os de Alinhamento (PAs) mos tra, por exemplo , as sucess ivas aprovaçoe s e re
des s es proj etos , ao s abor das mudanças pol íti cas da Admini s tração PÚ
. . .·
"'::vog açÕes

blica , mos trando as soluções técni cas · dependentes das condi ções políticas pa-
;('._�.,

ra sua i mp lement ação .

Ass im sendo , res ta as ob ras públicas a função de elenento de


impacto, que por sua vez não tem apoio na ação regul amen tadora do Pode r PÚbli
co, agindo como s imples e l ementos corrobo radores da ação da ini ci ativa priva­
da que , sem um plano es t ratêgi co explícito, acaba, i roni camente contu do , sen­
do o principal e lement o cri ador de tendênci as de trans fo rmação do espaço urb a

Botafogo nes se sentido mos t ra os efei tos dess a ação conj ugada
ao refletir em · seu espaço os efeitos t ransformadores impos t o s por s ua re cria-
.�-
: da. função de p�ss
. agem.

tendência s :'espon ;��as li nos. Úl timos vinte anos tambêm gradu

-�--
atuaram �� � and � �à- �� c!clagem do casario �i � tente com uti li zação de
_pequenos es critorios e clini cas , para a renovaçao das edifi caçoes exi s t ente s
..
- - ,. - - .. • .., • - ,. ,. • t- ...... . - ... • • -

com a c onst ruçao de _pr�dios novos para s ua ins tal ação .

esp�ci a�i �a�ã� dos Se__!ViÇO! que âtendiam à clientela da Zona


... -... � e ��
'Sul (not adamente c linicas
.
c olegios) e se ampliam� conj ugou-s e a e s s a nova
tendência de l.oca1.i zB:ção dos pequenos e s cri tÕr ios num pri me i ro momento , cuj a
� f"l"- 1_.. �-

exis tênci a ainda se l i gava ao atendimento de uma clientela e spe cí fi ca da Zona


r
�,!1"-'' •
Sul ( "ateliers" de arqui tetura, propaganda_. fotografi a) .
2 15 .

A es se movimento s omou -se out ro , de outra ge ração , fruto da sa­


turaçao e valori zação do solo d o Cent ro , que trouxe para dentro do bairro e
p ar� a orla da enseada sedes de empres as como FURNAS, IBM, SONOOT�CNI CA, HI ­
DROSERVICE e outras de grande porte com enormes imp actos na trans formação fun
cion al do b airro .

O el emento trans fo rmador mais recente locali zado no bai rro , s ua


renovaçao para o us o res idencial ve rti cali zado , ê out ro e xemplo de como uma
tendên cia e
imp res sa a p arti r da ação de interesses não dir�cionados . A Úl -
tima ãrea equipada da Z ona Sul , ainda passível de adens amento em larga es ca­
,la, t em seu s olo valori zado como re sul tante de um proce s � o comb inado de valo­
ri ��ção /s at uraç�o: âo Centro e Zona S-ul , quando ante riormente , ret alhada em
p equenos lotes de ·aprovei t amento difí ci l e não compens ador para a vert i caliz a
;.. . ' .. . - .
sao, não havia atraído os int e resse s imob iliários .
�.:..,--�._

De ssa forma, atraen te a novos emp reendimen tos , as s i ste- se ao


gradual adens amento de Botafogo, cuj os efe itos i rão comb inar-se fut uramen te
ao imp acto provocado pel a inaugur ação da es tação termin"al do Metrô .

t f ato que t ransfo rmações s ao inevi távei s no espaço urbano e o


prÕp rio processo de e s t rutu raçao do bai rro até os anos 30 reflete ess as modi -
f icaçÕes que a ãrea vai s ofrendo gradualme�te . O que se obs e rva a part ir de
então ê uma rap ide z mui to grande de t rans formações , fruto de imp actos s uces s i - -
vos na ãrea, cuj os e fe itos vão se s uperpondo . A nova tendência de adens amen
to de uma ãrea s aturada quer em termos viários quer em teran s de infra-es-
trutura ou equipamentos como Botafogo e o pape1:_ de_ te�!nal que a es.t açao
do Me trô a ser inaugu�ada irã lhe conferi r , i rão se s omar aos Úl tiroos irande�
sr,_ ,- -
imp actos da locali zação_ de e.mp res as de gran�e porte e da re ci_cl agem de s uas
edi fi cações- para uti liza5ão. • de s érviços
- , - mudando intei ra112nte s ua função e
81' -�
uali dade de vi da p ara o uso .res idenci'ãl
,.,.__
..ii.
N �-
O bairro de Bot afogo, nos anos ,
,p� centro espec�a�izado de s erviços sofrendo o efei to conj ugado da � roximi da
de -do Centro e_ da Z ona Sul (Copacabana _principalmente) .. De um lado amp lia
e e special iza as atividades de s .-.erviços
., • ...1:'
para
4111 '::
o atendimento des
:. ..__ .
ta ·area
à 111!1> •
� agora
Ot.t;! . � ,r,., ,.. - ,, • "";'" -w . �.. 1=---'1Ntº �� ..,
� • •
�--adens
" "' ada e de �ut ro pas s a à ab rigar uti l izaçoes ao_tes eminentemente
' centrais
-
função de s aturação/valori zação do solo do Centro da Ci dade .

Com tudo i s to, alem de se pode r localizar a forma como , em s eu


2 16 .

processo de estruturação , os dive rsos agentes levaram a que o bairro hoj e as­
sim s e configure e independe ntemen te de sua traj etória reunir el ementos pa­
ra a compreensao do processo de forma ção dos bairros do Rio de Janeiro , Bota­
fogo é um exemp lo si gnifi cativo da forma predatÕria e ime diatista com q ue se
consolida e expande o espaço conquistado pe la cidade •

..

.,.
217.

BIBLI OGRAFIA

1. Map as C.Onsultados Origem

( 1 ) Planta do Rio de Janeiro · Litografia do Ãlbum Cartográfico do


Arquivo Mi litar - 1767 Ri o de Janeiro

( 2 ) Plano da Cidade do Rio de Janei ro Elev..! Ãlbum Car�ogrâfico do


do por Manoel Vie i ra Leão sl:.0 Mo r En­ Rio de Janeiro
genhei ro e Governador da Fortaleza
Cas telo da mesma cidade - 1 7 70

( 3 ) Plant a da Cidade de são Sebastião do Rio Evol ução da Pai sagem


de Janei ro 1.evantada por ordem de S . A . R . Urb ana do Rio de Jane i
o Principe Regente Nos so Senhor no ano ro atê o início do sé­
de 1 808 Feliz e memorâvel epoca dal sua culo XX
chegada ã dita ci dade "Na Impressão Ré­
gi a" 1812.

( 4) A New and mos t correct ch;ut of the En­ Ãlbum Cartogrãfico do


trance and H arbour of Rio de Janeiro from Rio de Janei ro
a survey made by order of the Portuguese
Gove rnment . London , Pub . oy W . Faden
1821-

.
� ,. ,,...
de l a ºbaie de Rio de J�eiro 'leve en Bibli oteca Nacional I-
....
1826 et 1827 p ar _M. Barral -

( 6 ) Plano
� f!i, �- ·
que comp re e n d e a _p l ant a
ae- J ane i ro e os seus subúrbi ôs , a ªª
't >i-'"tt'�-.......E"�":,;
Rio
c i aaae de Pr�ai a Grà'iide e a ·de p��o de são ,
r"ftU.U. -,�, ��
--.,. ,r ti�

Domingos - 1 835 {pre sumível) .

� ... . ,... -.
( 7) Pl ano da P l ant a da Cidade e 'Suburoios do
;6 4 - - .
Rio -de ·ján�i ro , 1.evantado � aument ado.
�-
-� . �
de Janei ro
'ê'orrigiãõ p or José Mari a Manso - 1 85 0 .
2 18.

( 8) Planta da Cidade do Rio de Jane i ro Org_! Arqui vo Muni cipal


ni zada pelo Arquivo Mi li tar . E s t atís t i
ca da Ci dade . - 1858

( 9 ) Nova Planta da Cid ade do Rio de Jane iro Bibl ioteca Nacional I­
ã venda em cada dos Editore s Laemmert - conogra f i a
1864 .

( lO ) Map a das linhas da Companh i a Bot tanical Bibl ioteca Naci onal I­
Garden Rail Ro ad - 1 86 8 . conografi a

• ��iitl..A• .,;;:; �..:_� - F: h�' 1


( ll) Nova Planta indi cadora da Cidade do Rio A}b um Cartogrâfi co
• - •
do
r � - • � 't\

de Janei ro e subúrb ios . incluindo todas Rio de J ànei ro


(". -(,i.·_ .

as linhas de fe rro - c arri s organi zado


sobre os Últ imos es tudos por ÁÍe�a�d�e .
Speltz antigo Cap itão de Arti lhari a e
engenhei ro . Rio de Jane i ro . Eduardo e
Henrique Laemmert - 1877 .

( 12 ) Proj eto p relimi�ar de Ferro Carril de Arquivo Naci onal Mapo­


, Cop acab ana o rgani zada pela reparti ção teca
f is cal do s Ferro-carri s Urbanos e Subur
banos em de zembro de 1 8 83 - Mini s téri o de· -
E s tado dos NegÕcios da Agricultura Co­
,.
mércio e' Obras Públi cas - 1883 .

( 13) Pl ant� da Ci dade do Rio de Jane i ro e de Album


dos Subúrbios Organi z ada e
: �,..�l;'�,�
Màschek

das linhas da Comp anhi a Botanical


Garden Rail Road Rio de Janei ro
..Angelo
� ·� .
e Rob in s . d. . ( ca . 1890) -
... , '
1 89 0
�,.,_....,..., �·��-
,
Ge ral do Ãb�ste ci�nto D 'Ãg�� ã
Cap i t al dos E s t ados Uni dos do Bra s il-
1 895 .
2 19 .

( 16 ) Pl anta da Ci dade do Rio de J anei ro e Su Bibli oteca Naci onal I­


bÚrbios. Edi tores Proprietários Laemmert conografia
e Ci a. Organi zado e Des enhado pelo Eng9
Ul ri ck Greiner - 1905 .

( 17) Planta da Cidade do Rio de Janeiro com- Bib lioteca Nacional I­


�>--..r�
preendendo todos os melho ramentos execu conografia
tados pelo governo e Pre fei tura Mlmici­
pal - 1907 •

,,_
... "'t" ;i- - • . . �
( 1 8 ) !1.�ta d a Cidade do Rio_ �e Janei ro_ Orga � -- . B��lioteca Nacional I­
y.,,:�·-. ;,,....z.· . -· - - • f.!:3·�-�2!1..-Z---.M�� .,-, ,.,f'.il<\)!•J�-�-�� �-�
ni-z ada pe'l.a_ repart1çao da Cart
� �li.� -·· - ·�- , :,. . ...��-��� . ...
av�· .:.Cadas-
�":t� ��
--� ". · cenografia
tral d a Prefei tura do Dis tri to

da Ci dade do Rio de J aneiro obe­ Biblioteca Nacional I­


decendo ã divisão da ci dade em dis�ritos conograf_i a
municipais
. aprovaciã unanimente pelo 'Con...:-,
- --�..... ,
se lho Superior de Ins trução PÚblic� Org�- -
nizada e des enhada por Franci s co Jaguari
'
i'l•-
be tomes de Mattos 1910.
-�-�
't-'5.-":"'�

Ci dade do Rio de Janei ro�Pre-.._ . .. _.,c. ... , •.


Bibliote ca Nacional I-
fei t ura Muni cipàl conografia
' Dire tori a Geral de Ob ras e Vi ação - 1915.
:l 2o .

( 2 3) Carta Cadastral d a Prefeitura do Di s­ Biblioteca Nacional I­


trito Feder ai conografia
Di retoria Ge r al de Obras e Viação
89 Di s tri to da Lagoa
99 Distrito Gâve a r

. .

..
22 1 .

( 7) C0ARACY , Vivaldo - O Rio de Jane i ro no s éculo 1 7 , Livrari a José 0ly!!


pio Edi tora , Rio de Janeiro 1965 , 268 p .

( 8) COSTA, C as s i o - Gãve a , Hi stõria dos S ub úrb i os . Depart amento de His­


tóri a e Document ação da P refei tura do Di s tri to Federal � Ri o
de Janei r o , s . d . 76 ªp .
• •
.. .. ú ... �- ... �"�

-�...t�···., ; ��"W'( .•

CRUIS , Gas tão - �Ap��ên�i; d��}tl?;;i-�· :-Jàne iro� 'iit;;ria Jos é- Qlumpio
-'

Edi t ora , Rio ae J ãneiro, 19 49� 2 v � 6 70 p .

·,�1.;;:i(f��-\'tbf-��,
A� >, ·"'.'� •.,• ,--+;
Lygi a d;��::! Fernandes da - Album Cartogrãf ico do Rio de
J" Janei ró ( s écul os XVIII e XIX) , Minis tér io de Educação e Cul t�
·, .., - 1'_ '

. •"' -

...

.E ait ora ·crãfi ca 'Laemmert , · Ri o de Jane i ro , vol. . ' ' ..


.:: _. , - . ,. ' ' /.'f
' . _ · ,· ..

. /��· t ;�· -� ,: -:�. ' �t' - t;.


� "'� .-: .. �, . ·_ • ' -!

�:�7Í ·· .. . , .
( 13 ) FERREZ Gilbe rto ·- O Ve lho Rio de das de
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'Livraria - Vis t as e cos tumes da Cidade e Arredóres do Ri.o de


Jane i ro em 1 819-1820si:gufião7te s enlios feit'o� "j,eiO Tenente
Ch ambe rlain da Art i lh aria Re àl os anos de 1819 e
1820 com
2 22 .

(16' ) LAMEGO , Alberto Ribeiro - O Homem e a Guan abara , Rio de Janeiro, Se!_
viço Gráfico do Instituto B ras ileiro de Geografia e Es tatís­
tica , 19 48, 294 p.

(19 ) LINHARES, Maria Yedda - HistOria do Abastecimentó - uma prob íemática


em questão ( 1518-19 18) •

. (20 ) LOBO , Eulalia Maria Lahmeyer - HistOria do Rio de Janeiro ( do capi -


tal comercial ao capital industrial e financeiro) , Rio de Ja­
neiro , Instituto B rasileiro de . Mercado d� Capitais, IBMEC
19 78, 2 v . , 994 p .

( 21· ) LUCCOCK , John - Notas sobre o Rio de Janeiro e partes meridionais do


Bras il, E ditora Itatiaia Ltda. , São Paulo , 1975 , 4 35 p.

(21A)OLIVE IRA, Ligia Gomes - Desenvolvimento Urbano da Cidade do Rio de


Janeiro - Uma visão através da Legislação Reguladora da f­
poca - 1925/75 - Tese de mestrado apresentada à COPPE/UFRJ ,
não publicada.

aIB )PARISSE , Lucien - Las Favelas en la Expansion ·urbana de Rio de Janei


ro: Estudio Geográfico.

(22 ) PLANITZ , Barão de - O Rio de Janeiro na Maioridade , Biblioteca Muni­


cipal, Rio de Janeiro 1958 - Prefeitura do Distrito Federal
. .
( 2 3 ) REIS , José de . Oliveira - O Ri o de Janeiro e seus Prefeitos , Prefeit�
ra da Cidade do R�o de Jan eiro , Ri o de Janeiro 19 7 7 , 4 volumes.

(24') RENAULT , DelsQ - A vida da Cidade refletida nos jornais, Rio de Ja­
neiro, Editora Civilização Brasileira , 1978, 317 p.

(25 ) RUGENDAS, Johann Moritz - Viagem Pitor es ca através do Brasil , Edito­


ra Itatiaia, 19 79 , 2 88 p.

( 26 ) SANTOS , Noronha F.A. - Os meios de transporte· no Rio de .Janeiro, Rio


de Janeiro, Typographia do Jornal do ColIDllercio , 1934 , vol. 1
•.
( 2 7 ) SAINT-ADOLPHE , Milliet de - Dicionário Geográfico ·uis t'õrico e Descri
tivo do Lmperio · ao ·Brazi l .
( 2 8 ) SCHILICHTHORST , C . - O Rio de Janeiro como é , 1824- 1826 , Uma ve z e
nunca mais, Contribuições dum diário para a his tOria
atual, os cost\.DDes e especialmente a situação da t�
pa estrangeira na capital do Brasil, Editora Ge tulio
Costa.
2 23 .

(29 ) SECRETARIA MUNICIPAL DE OB RAS E SERVIÇOS PÜBLICOS , DEPARTAMENTO DE


EDIFICAÇÕES - As Ruas do Ri o , Prefei tura da Cidade do Rio de . Janei-
ro, Rio de J ane iro, 1 9 7 7 - 19 volume .

( 30 ) SECRETARIA MUNICIPAL DE PLANEJAMENTO E COORDENAÇÃO GERAL - SUPERIN


TENDÊNCIA DE PLANEJAMENTO - a) P l ano Urbanís t i co Bás i co da Cidade
do Ri o de Janei ro , Pre fe i tura da Cidade do Rio de Ja
neiro , Junh o de 19 7 7 , 280 p .
b ) Relatório Final da Câmara Têcni ca­
ZE-9 - Trecho GlÕri a/B9t afog� - vol . 1 - Propos ições
Bâs icas dos não repres entantes . vol . 2 - Propo si ções
Bás i cas da Câmara Te cnica - set/dez 1980 .
( 31) SEBFHAU - Re latório inédi to da SPLAN � S ociedade de Pesqui s a e Pla­
nej amento - 11A Renovação Urban a espon tânea em uma áre a do
Rio de Janeiro - 19 6 8" .

( 32) ROSA , Ferre ira da - Rio de J ane iro em 19 22-24 , Cole ção Memóri a do
Rio n9 3 , Prefei tura da C idade do Rio de Janei ro , RJ . s . d .

3. Fontes Primár ias Impres s as

( 1) AI,.MANACK LAEMMERT . Rio de J aneiro, Typ . Un ivers al da L aemmert , 1 859

( 2 ) ALMANACK LAEMMERT . Rio de J anei ro , Typ . Universal da LaeI111Der t , 1 863

( 3 ) ALMANACK LAEMMERT . Rio de Janeiro, Typ . Un iversal da Laennnert , 1 871

( 4 ) ALMANACK LAEMMERT . Rio de J ane iro , Typ . Universal da Laemmert , 1 880

( 5 ) ALMANACK LAEMMERT . Rio de J aneiro , Typ . Univers al da L aemmert , 1890

( 6 ) REVISTA DO ARQUIVO DO DISTRITO FEDERAL , l 89� , vol . I

( 7 ) REVISTA DO ARQU IVO DO DISTRITO FEDERAL , 1 895 , vol . II

4. Fonte s Primári as Manus critas

( 1 ) Rio de J.ane i ro - Arquivo }1uni cipal . Ar:ruaçÕes Freguesia


da Lagoa - 1 85 8-1 86 2 .
224.

( 2) Rio de Janei ro - Arquivq Muni cipal - Prédi os rui­ CÕdi ce 4 8-3-21


nosos nas freguesia s da Gl óri a e Lagoa-184 9-18 9 7.

( 3) Rio de Janeiro - Arqui vo Muni cipal-Demonstração códi ce 4 3-1-43


das casas de negócio e officinas existente9 no
município des ta . ci dade , s ua natureza , naturalida­
de dos proprietári os , número de pipas de vinho e
aguardente do país que se cons umirão no decurso do
ano de 1843, numero de rezes que se ma t aram na ci­
dade no dito ano, barcos e lanchas a fret�, s eges
e carruagens de aluguel, numero de li cenças conce­
didas para edifi cação de novos prédi os e reparo
dos existentes, q uanto paga cada obj eto de i mp os­
to ã muni cip alidade e orçamento da sua receita e
despesa para o corrente ano de 1 844 .

( 4 ) Rio de Janei ro - Arquivo Muni cipal- planta dos lo­ CÕdi ce 32-3-24
tes no terreno pertencente a Domingos Farani e ir­ pg. 2 3
mão na Rua Vo l untãrios da Pâtri a e adj acentes .

(5) Rio de Jan i ro - Arquivo Muni cip al-Requerimento de Códi ce 32-3�24


j
Do� ngo Ffrani e i �ão ã âmara Muni c� pal para a pg . 23
� �
aceitaçao ? ªs novas ruas Vi s conde da S ilva, Vis­
conde de Caravelas e Vi s conde de Aba etê

( 6 ) Rio de Janei ro - Arquivo Munici pal -planta dos ter­ CÕdice 32-3-24
renos situados entre as rua s General Poli doro ( an­
tiga do BerquÕ ) Passagem e Dona Mariana em Botafo
go de p�opriedade do Banco Industri a l e Mercantil
do Rio �e J anei ro e que se hão de vender em lei­
lão quand� for anun ciado

( 7) Rio de Janeiro - Arquivo Muni cip al Abaixo as sina CÕdice 32-3-24


do dos propri etãri os· e moradores no bairro da Co­ pg. 72-73
pacabana ã Ca.mara }funi cipal em 26 de j unho de 1885

( 8) Ri o de .Janei ro - Arquivo Muni cipal - Abaixo assi­ CÕdice 32-3-24


nado dos moradores de Botafogo ã Camara Mun i ci pal pg. 47
soli ci t ando abertura de uma traves sa li gando são
Clemente ã Voluntârios entre a Praia de Botafogo
e a rua São Luiz (1 9 de Fevereiro)
225 .

( 9 ) Rio de Jane iro - Arquivo Municipal , Conce ssões CÕdice 40-4-48


[ para a con st rução de casas p role tãrias - Rio de
Jane iro - Anotaçoes de Re stie r - Gonçalve s 1930.

[
5. Dados Cens it ãrios - Fonte s

r ( 1) Re cense amento de 1 870

[ ( 2 ) Re censeamento de 1890

[ ( 3) Cidade do Rio de Janeiro (Dis t rito Federal) - Recenseamento realiza­


do em 20 de se tembro de 1906

í ( 4 ) Minis tério da A g�icult ura Indústria e Comércio - Dire toria Geral de


Est atí stica - Recens eamento do Brasil realizado em 01 de setembro
de 19 20. Rio de Janeiro. Tipogra fia da Es tatís tica 192 3 .

(5) Depart amento Nacional da Est.Q. tÍstica ·_ Es tatís t ica Predial do Dis tri
[ to Federal 1933

r (6) Censo Demogrãfico do Dis trito Federal - Re cens e amento Geral de 1940
l
( 7) Re ce nseamento Geral de 1950

( 8) Ce nso Demogrãfico Es tado da Guanabara Recenseamento Geral de 1960

(9) Caracterís ticas Demograficas e Sociais do Es tado da Guanabara

( 10 ) Setores Censit ãrios da IV Re gião Adminis trativa 19 70 - · FIBGE

Seto res Cens itãrios da IV Região Admini st rativa 19 80 - FIBGE

6 . -, Periódicos

Revis ta ADEM! - dez 19 78 a ma rço 1 981 •

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