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CONFORTO AMBIENTAL
AULA 5

Prof.ª Mônica Inês dos Santos Pires

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CONVERSA INICIAL

Este estudo tem como objetivo apresentar os conceitos sobre a qualidade do ar no interior das
edificações considerando a eficiência do projeto de design de interiores visando o bem-estar do
usuário.

Esta etapa está estruturada em cinco temas:

Poluição do Ar

Qualidade do Ar Interior (QAI) em Edificações


Tipos de Poluentes Existentes em Ambientes Internos de Edificações

Condicionamento de Ar em Ambientes Internos


Variáveis Ambientais e Variáveis Humanas e a Qualidade do Ar Interior (QAI)

CONTEXTUALIZANDO

“A poluição do ar, ou poluição atmosférica, ocorre quando as concentrações de espécies químicas


no ar atingem níveis que afetam ou podem afetar a saúde das pessoas, a vegetação, os animais, o

patrimônio cultural, entre outros.” (National Geographic, 2022).

A Organização Mundial da Saúde (OMS, [S.d.]) descreve que “Ambientes mais saudáveis podem
evitar quase um quarto da carga global de doença”, uma vez que a exposição do homem nos

ambientes interiores e as suas implicações para a saúde varia de acordo com o desenvolvimento
socioeconômico de cada país.

Atualmente, entre os problemas ambientais mundiais mais frequentes, destaca-se a má qualidade

do ar que se respira no interior das edificações o que acarreta o desenvolvimento de problemas de


saúde e aumenta a mortalidade.

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Dentre normas existentes sobre a qualidade do ar para ambientes internos estão:

NBR 15575: Edificações Habitacionais – desempenho;


ABNT NBR 16401-2 – Instalações de ar-condicionado – sistemas centrais e unitários - parte 2:

parâmetros de conforto térmico;

ASHRAE – American Society of Heathing Refrigerating and Air Conditioning engineers;


Resolução ANVISA 09/2003: Padrões Referenciais de Qualidade do Ar Interior, em Ambientes

Climatizados Artificialmente de Uso Público e Coletivo;


Lei Federal n. 13.589/2018: Ar-condicionado – Qualidade Ar Interior.

TEMA 1 – POLUIÇÃO DO AR

A Organização Mundial da Saúde (OMS, [S.d.]) define a diferença entre poluição do ar ambiente e
poluição do ar doméstico:

Poluição do Ar Ambiente: Refere-se à presença no ar de uma ou mais substâncias em uma


concentração ou duração acima de seus níveis naturais com potencial para produzir impactos
adversos à saúde. Refere-se à poluição do ar no meio ambiente, ou seja, o ar externo, mas capaz de
entrar nas residências

Figura 1 – Poluição do ar ambiente

Crédito: Macrovector/Shutterstock.

“Poluição do Ar Doméstico: É a poluição do ar gerada pela combustão doméstica de combustível,


levando à poluição do ar interno e contribuindo para a poluição do ar externo. A poluição do ar
doméstico é um tipo específico de poluição do ar interior”.

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São exemplos de fontes domésticas emissoras de gases ou partículas microscópicas que poluem o
ambiente interno das edificações o uso de produtos de limpeza, produtos de higiene pessoal, produtos

para deixar o ar do ambiente com odor agradável, purificador de ar, pesticidas, tabagismo, solventes,
entre outros (figura 2).

Figura 2 – Poluição do ar doméstico: odorizador de ambientes

Crédito: New Africa /Shutterstock.

As fontes geradoras de poluição são classificadas em:

Biogênicas (produzidas na natureza): erupções vulcânicas ou incêndios florestais) (figura 3);

Figura 3 – Poluição Biogênicas - Incêndio Florestal

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Crédito: A_Lesik /Shutterstock.

Fontes antropogênicas (geradas por pessoas): atividades que liberam poluentes como transporte
veicular e aéreo, consumo doméstico de gás para aquecimento e para cozinhar, atividades

comerciais e industriais, geração de energia, uso de solventes e atividades agrícolas (figura 4).

Figura 4 – Poluição antropogênica – transporte veicular

Crédito: intararit/Shutterstock.

A poluição do ar afeta o clima global e, por consequência, prejudica a qualidade do ar, que varia

de acordo com o tipo de emissão de poluente (exemplo: gases, materiais particulados e compostos
orgânicos voláteis, entre outros), acarretando prejuízos ao meio ambiente e à saúde dos seres vivos.

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A partir da década de 70 as edificações residenciais e comerciais nos EUA foram construídas com
isolamento mais eficaz, denominados prédios selados, reduzindo as trocas de ar entre os ambientes
internos e externos com o objetivo de obter eficiência energética de aparelhos de refrigeração e de

aquecimento, minimizando o consumo de energia. Isso resultou em um acúmulo de poluentes internos


cujas consequências para os seus ocupantes ficou conhecido como Síndrome do Edifício Doente (SED).

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS, [S.d.]) a Síndrome do Edifício Doente (SED) é
definida como “um conjunto de doenças causadas ou estimuladas pela poluição do ar em espaços

fechados”. Considera-se que um edifício está doente quando 20% dos seus ocupantes desenvolvem
algum tipo de problema de saúde (exemplo: sentir dor de cabeça, náusea, irritação nos olhos, nariz e

garganta, tontura pelo menos uma vez por semana) relacionado à permanência no local (figura 5).

Figura 5 – Sick Building Syndrome – Síndrome do Edifício Doente (SED)

Crédito: Pepermpron/Shutterstock.

O monitoramento da quantidade e da qualidade da ventilação em ambientes internos de

edificações é um determinante crítico da saúde uma vez que reduz os sintomas da Síndrome do Edifício
Doente (SED).

Como identificar se um ambiente de uma edificação está doente?

Verifique se os ambientes não possuem ventilação suficiente (natural, por meio de janelas e
portas ou artificial, e uso de equipamentos de climatização). Identifique se existe constante

condensação da umidade em janelas e/ou paredes, presença de fungos e mofos em paredes

(figura 6), em móveis, objetos e roupas que resultam em odor desagradável.

Figura 6 – Presença de fungos nas paredes internas de edificação sem ventilação

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Crédito: john vlahidis/Shutterstock.

Edificações em que a ventilação não ocorre de forma adequada sofrem com aumento nos níveis de

poluentes devido à falta de renovação de ar que, somada a altos níveis de temperatura e umidade,

influenciam na Qualidade do Ar Interior (QAI), o que prejudica a qualidade de vida de seus ocupantes.

TEMA 2 – QUALIDADE DO AR INTERIOR (QAI) EM EDIFICAÇÕES

Quando pensamos em qualidade do ar, geralmente consideramos os efeitos nocivos advindos do

ar em ambientes externos (exemplo: fumaça originada por incêndios, fuligem provenientes de motores
a diesel ou fogões a lenha etc.) e esquecemos que passamos boa parte de nosso dia no interior das

edificações (residências, escolas, escritórios, shoppings, consultórios etc.) utilizando processos de


climatização do ar (figura 7) para manter o ambiente interior agradável. Contudo, a falta de

manutenção ou manutenção inadequada pode provocar a concentração de poluentes internos

(exemplo: gás carbônico, partículas de poeira em suspensão etc.) que comprometem a saúde de seus
ocupantes (exemplo: resfriados, gripes, alergias, entre outros).

Figura 7 – Poluentes internos resultantes de processo de climatização de ar com manutenção

inadequada ou sem manutenção

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Crédito: Quality Stock Arts/Shutterstock.

A Qualidade do Ar Interior (QAI) é influída pelo ambiente externo por meio das fontes emissoras
de poluentes, pois o ar externo entra e sai nas edificações através dos processos de infiltração,

ventilação natural e ventilação mecânica.

No processo de infiltração, o ar exterior entra no interior da edificação por meio de aberturas,

juntas e rachaduras existentes em paredes, pisos e tetos e pelas frestas de janelas e portas.

Na ventilação natural o ar exterior entra e sai no interior da edificação por meio de janelas e portas

abertas.

A ventilação mecânica (ventiladores e exaustores) é um sistema de tratamento de ar que utiliza


ventiladores e dutos para remover continuamente o ar interno e distribuir o ar filtrado e condicionado

do exterior para os ambientes da edificação.

Caso exista pouca infiltração, ventilação natural ou ventilação mecânica na edificação, a taxa de

renovação do ar é baixa e os níveis de poluentes em seu interior amentam, o que faz com que seja

necessário propiciar a renovação de ar (para evitar a presença de contaminantes gasosos), usar filtros
(para reter materiais particulados) e realizar a higiene e a manutenção dos sistemas de

condicionamento de ar interior.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) apresenta diretrizes relacionadas a qualidade do ar

interno das edificações a serem aplicadas em meios não industriais (WHO, 2010), entretanto, cabe a
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cada país instituir as suas diretrizes.

No Brasil, os padrões de qualidade do ar são estabelecidos pela Resolução CONAMA n. 491/2018 e


a responsabilidade em monitorar a qualidade do ar cabe aos governos estaduais.

Segundo Fakhoury (2017, p. 21),

Os poluentes atmosféricos provocam um grande impacto ambiental nos ecossistemas, acarretando


mudanças na qualidade do ar. Essa por sua vez, reflete diretamente no homem, podendo influenciar
no conforto, no desempenho em realizações de tarefas, e até mesmo na saúde humana. Sendo assim,
uma maior atenção ao monitoramento da qualidade do ar se faz necessária, acarretando várias
políticas de controle de emissão de poluentes, e inúmeros estudos acerca desta temática.

Diversos estudos comprovam que as pessoas que residem em áreas urbanas passam cerca de 90%
do tempo em ambientes internos de edificações, seja em suas residências, no trabalho, em ambiente

educacional, nas fábricas, entre outros. Portanto, a poluição destes ambientes internos afeta a

qualidade de vida de seus ocupantes.

A NBR 15.575 – Parte 1: Requisitos Gerais especifica, no item 15.3, Requisito – Poluentes na

atmosfera interna à habitação descreve que: “Os materiais, equipamentos e sistemas empregados na

edificação não podem liberar produtos que poluam o ar em ambientes confinados, originando níveis
de poluição acima daqueles verificados no entorno. Enquadram-se nesta situação aerodispersoides, gás

carbônico e outros”. Portanto, as edificações devem atender os critérios das normas técnicas para que
não apresentem riscos aos seus ocupantes.

De acordo com Roumieh (2017, p. 3)

Pode-se dizer que um ambiente possui uma boa qualidade do ar quando o mesmo não possui
nenhum contaminante em concentração acima dos limites recomendáveis para a saúde e o bem-estar
dos ocupantes, assim como suas condições de umidade, temperatura, velocidade e distribuição.
Apesar de parecer uma definição simples, grande parte dos ambientes climatizados possuem um ar
comprometido em relação a sua qualidade, principalmente devido à projetos mal elaborados e
instalações e manutenções não adequadas.

A Qualidade do Ar Interior (QAI) de uma edificação impacta na saúde dos ocupantes, sendo que a
boa manutenção dos sistemas de climatização e atender as normas e os procedimentos vigentes

quanto a sua instalação, limpeza de dutos, troca regular de filtros entre outros proporcionam benefícios

ambientais e econômicos e, consequentemente, conforto ambiental.

A figura 8 demonstra um equipamento ar-condicionado de refrigeração com acúmulo de mofo e

bactérias que podem ocasionar problemas respiratórios e alérgicos nos ocupantes do ambiente.

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Figura 8 – Equipamento ar-condicionado de refrigeração com acúmulo de mofo e bactérias

Crédito: john vlahidis/Shutterstock

A maioria dos problemas relacionadas a Qualidade do Ar Interior (QAI) em edificações como


irritação ocular, dor de cabeça, doenças respiratórias, reações alérgicas, pneumonias, intoxicação por

monóxido de carbono etc. poderiam ser amenizados se o projeto dos sistemas de Aquecimento,

Ventilação e Ar-condicionado (AVAC) fosse realizado durante a fase de projeto das edificações, cuja
responsabilidade técnica cabe ao engenheiro mecânico, pois são de extrema importância para garantir

os requisitos mínimos de qualidade do ar.

Para alcançar a Qualidade do Ar Interior (QAI) em edificações é necessário analisar as condições de

ventilação para posteriormente projetar e instalar um sistema de tratamento de ar que seja

energeticamente eficiente.

No mercado brasileiro existem modelos que visam atender a diferentes necessidades de projetos

para a climatização de ambientes internos como:

Fan Coil: ar-condicionado de refrigeração em larga escala, considerado eficiente energeticamente,

sendo ideal para climatizar grandes espaços compartilhados como supermercados, bancos,

indústrias, clubes, em que aparelhos convencionais não teriam o mesmo desempenho (figura 9).

Figura 9 – Fain Col


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Crédito: Sucharas Wongpeth/Shutterstock.

Ar-condicionado de janela: ar-condicionado clássico projetado para ser instalado dentro de janela

padrão de residências em que seu sistema de escape de ar quente fica voltado para fora da

edificação e o sistema de retorno de ar fresco voltado para dentro. Fabricados com tecnologia
mais antiga, são mais barulhentos e consomem mais energia (figura 10).

Figura 10 – Ar-condicionado de janela

Crédito: Constantine Pankin/Shutterstock.

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Split tradicional: sistema de climatização de alta eficiência de refrigeração. É constituído por um


condensador instalado ao ar livre e uma evaporadora compacta que é colocada dentro do

ambiente (residencial ou comercial) a ser climatizado (figura 11).

Figura 11 – Split Tradicional

Crédito: Sabelskaya/Shutterstock.

Split cassete: funcionamento semelhante ao split tradicional, porém é adaptado para ser instalado

no teto dos ambientes (centralizado), o que proporciona melhor climatização. Seu uso é indicado

para escritórios grandes em que não há parede dividindo os ambientes (figura 12).

Figura 12 – Split cassete

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Crédito: Kwangmoozaa/Shutterstock.

Split inverter: igual ao split tradicional fisicamente, entretanto, em seu motor interno existe um
inversor que faz com que ele funcione de forma otimizada e reduza o consumo de energia

(residencial ou comercial). Possui eficiência energética maior do que os demais modelos ao

reduzir em até 60% o consumo de energia. Tem baixo nível de ruído e utiliza gás ecológico (R-410

) que não agride a camada de ozônio (figura 13).

Figura 13 – Split inverter

Crédito: Nerthuz/Shutterstock.

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Piso teto: ar-condicionado que permite a instalação no piso ou no teto. Indicado para espaços

amplos (exemplo: empresas, restaurantes, bares, academias, lojas, entre outros) que tenham

grande movimentação de pessoas. Pode ser utilizado em residências que possuam os cômodos

amplos ou com pé direito alto (figura 14).

Figura 14 – Piso teto

Crédito: Atanasov/Shutterstock.

TEMA 3 – TIPOS DE POLUENTES EXISTENTES EM AMBIENTES


INTERNOS DE EDIFICAÇÕES

Os sistemas de condicionamento de ar interior para edificações proporcionaram ao homem a

possibilidade de permanecer em ambientes fechados por longos períodos adequando o clima do

interior da edificação de acordo com as suas necessidades quanto a sensação de bem-estar.

Estudos realizados por Environmental Protection Agency (EPA) e pelo National Institute Of

Occupanional Sfety and Health (NIOSH) descrevem que os níveis de poluentes em ambientes interiores

superam de 10 a 100 vezes os poluentes existentes no ar exterior (ar captado na parte externa da

edificação).

A Resolução ANVISA 09/2003 determina quanto a responsabilidade técnica dos resultados


avaliados de qualidade do ar: “Em relação aos procedimentos de amostragem, medições e análises

laboratoriais, considera-se como responsável técnico, o profissional que tem competência legal para
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exercer as atividades descritas, sendo profissional de nível superior com habilitação na área de química

(Engenheiro químico, Químico e Farmacêutico) e na área de biologia (Biólogo, Farmacêutico e

Biomédico) em conformidade com a regulamentação profissional vigente no país e comprovação de

Responsabilidade Técnica – RT, expedida pelo Órgão de Classe. As análises laboratoriais e sua

responsabilidade técnica devem obrigatoriamente estar desvinculadas das atividades de limpeza,

manutenção e comercialização de produtos destinados ao sistema de climatização. Recomenda-se que


os laboratórios de análise da qualidade do ar interno sejam acreditados na norma de qualidade NBR

ISO/IEC 17.025 – procedimentos laboratoriais na área de saúde, sendo acreditados no Brasil por

entidades como INMETRO/ CGCRE ou ANVISA/ REBLAS”.

Os poluentes contidos em uma edificação podem ser oriundos do ambiente externo ou gerados

no próprio ambiente. A norma ABNT NBR 16401-3 (Anexo) apresenta uma tabela contendo as
concentrações máximas de poluentes do ambiente interior (tabela 1).

Tabela 1 – Concentração máxima de alguns poluentes do ambiente interior

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Crédito: ABNT NBR 16401-3:2008

Roumieh (2017, p. 3) descreve como principais fatores que causam a poluição do ar nos ambientes

internos das edificações:

Partículas externas:

Poeiras: aerossol de partículas sólidas que possuem diâmetro menor que 100 µm resultantes
da desintegração mecânica de substâncias orgânicas e inorgânicas;

Fumos: aerossol de partículas sólidas que possuem diâmetro menor que 1 µm resultantes

da condensação de vapores, geralmente após a emanação de metais fundidos e quase

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sempre acompanhada de oxidação.

Fumaça: aerossol de partículas sólidas extremamente pequenas resultantes da combustão

incompleta do fumo, lenha, carvão, entre outros materiais com carbono.

Mists: aerossol de partículas líquidas pequenas produzidas por atomização e pulverização.


Fogs: aerossol de partículas líquidas resultantes da condensação de vapor.

Produtos e materiais com altos níveis de emissões tóxicas:

A maioria dos contaminantes contidos em um ambiente provém do próprio ambiente,

sendo:

Contaminantes gasosos gerados por mobília e ocupantes: os ocupantes geram vapor


d’água por meio da transpiração, odores e gases e liberam gás carbônico pela respiração;

Materiais particulados que ficam em suspensão no ambiente resultante de atividades como

varrer e passar aspirador de pó.

Falta de manutenção de equipamentos de condicionamento de ar interior:

Casas de máquinas projetadas com dimensões reduzidas podem dificultar o acesso de

pessoas, ferramentas, aberturas das portas de inspeção, a troca de motores elétricos,


abertura dos painéis e o mau posicionamento de válvulas e sensores. A falta de manutenção

do sistema faz com que ele funcione em condições diferentes das especificadas em projeto,

o que compromete as vazões, níveis de filtragem, taxas de renovação, aumento no consumo

de energia e nos gastos com peças de reposição.

Conforme demonstrado na figura 15, as atividades humanas (cozinhar, varrer, fumar, uso de
cosméticos, materiais de limpeza, materiais de higiene pessoal, entre outros) contribuem para o

aumento dos níveis de concentração de poluentes no interior das edificações. Da mesma forma, os

materiais de construção civil são os responsáveis pelas emissões de substâncias químicas (exemplo:

compostos orgânicos voláteis como formaldeído, benzeno e tolueno) seja durante um tempo de

permanência curto ou longo no ambiente interno das edificações.

Figura 15 – Concentração de Poluentes no Interior das Edificações

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Crédito: ctorMine/Shutterstock

Para se avaliar a Qualidade do Ar Interior (QAI) de uma edificação considera-se as concentrações


(quantidades) de poluentes existentes no ar, a temperatura e a umidade.

A ventilação inadequada das edificações intensifica a presença de poluentes interiores que,

somados a altos níveis de temperatura e umidade, afetam a qualidade do ambiente quanto ao conforto

ambiental.

Segundo Fakhoury (p. 30 citado por CETESB, 2015), “Os efeitos na saúde relacionados com a

poluição atmosférica foram estabelecidos a partir de episódios de contaminação no ar e estudos sobre

a ocorrência de várias mortes registradas em Londres, em 1648 e 1952.”

Exemplos graves de poluição atmosférica ocorridas no Brasil foram na cidade de Cubatão (SP) na

década de 80. O resultado foi muitas doenças e mortes. Em 5 de outubro de 2022, na cidade de Pontal
(SP), em que o vazamento de um gás tóxico não identificado resultou na morte de uma pessoa e

problemas respiratórios em grande parte da população que precisou abandonar suas edificações.

Pesquisas sobre os níveis de concentração de poluentes contidos no ar atmosférico são realizadas

em todo o mundo e se conclui que não existem níveis seguros quanto a concentração de poluentes

para a saúde humana, o que reitera a necessidade de revisão constante de decretos, portarias e normas
referentes a qualidade do ar no interior das edificações.

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Entretanto, existem pesquisas internacionais denominadas de biofiltração sobre a eficácia do uso


das plantas domésticas para a remoção dos Compostos Voláteis Orgânicos (VOCs) liberados no ar

atmosférico por móveis ou equipamentos que são fabricados com esta substância química.

TEMA 4 – CONDICIONAMENTO DE AR EM AMBIENTES INTERNOS

O condicionamento de ar no interior de edificações visa controlar automaticamente a atmosfera

do ambiente com o objetivo de propiciar conforto ambiental para os ocupantes.

Conforme descrito na Lei Federal n. 13.589/2018, todos os edifícios de uso público e coletivo que

possuem ambientes de ar interiores climatizados artificialmente devem dispor de um Plano de

Manutenção, Operação e Controle (PMOC) dos respectivos sistemas de climatização assinados por

responsáveis técnicos (projeto e instalação).

Ter um Plano de Manutenção, Operação e Controle (PMOC) proporciona a melhora na qualidade


de ar no interior das edificações, contribuindo para a redução e proliferação de fungos e bactérias,

além de evitar multas caso ocorra inspeção técnica por parte da vigilância sanitária.

Apesar da legislação brasileira não solicitar que seja realizado um Plano de Manutenção, Operação

e Controle (PMOC) para sistemas de climatização que estejam instalados em residências, por ser um

equipamento eletromecânico, é prudente que seja realizada manutenção e limpeza periódica.

A Associação Brasileira de Refrigeração, Ar-Condicionado, Ventilação e Aquecimento (ABRAVA)

descreve o Plano de Manutenção, Operação e Controle (PMOC) como: “É o conjunto de documentos

onde constam todos os dados da edificação, do sistema de climatização, do responsável técnico, bem

como procedimentos e rotinas de manutenção comprovando sua execução.”

Os dados básicos utilizados para se desenvolver um Plano de Manutenção, Operação e Controle


(PMOC) são:

1. Identificação do estabelecimento;

2. Número de ocupantes nos ambientes climatizados;

3. Carga térmica total dos equipamentos;

4. Identificação do responsável técnico;


5. Relação dos ambientes climatizados;

6. Descrição das atividades e periodicidade delas.

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Existem empresas de climatização ambientes que realizam Plano de Manutenção, Operação e

Controle (PMOC) e possuem engenheiro responsável em seu quadro técnico.

No Brasil, os órgãos competentes por fiscalizar os ambientes internos das edificações para garantir
uma boa qualidade do ar interno são as Vigilâncias Sanitárias dos Municípios ou Estados e a Agência

Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).

Diversos autores recomendam que, para manter a qualidade do ar em ambientes internos de

edificações, deve-se:

Tentar reduzir a contaminação proveniente do ar exterior;

Realizar o efetivo uso dos condicionadores de ar;

Executar projetos de instalações sistemas de condicionamento de ar de acordo com as normas

vigentes;

Manter boas condições de higiene do mobiliário existente, das esquadrias (portas e janelas), das

persianas, colchões etc.;


Não fumar em ambientes internos;

Utilizar produtos de limpeza sem compostos orgânicos voláteis (COV) em sua constituição;

Pintar o interior da edificação com tintas que possuam matéria-prima natural em sua composição;

Utilizar purificadores de ar;

Manter o interior da edificação bem ventilada.

Como se faz a análise da qualidade de ar interior de uma edificação? A Resolução n. 9de 2003 da

ANVISA estipula que, para um ambiente climatizado ser considerado saudável, é essencial observar os

seguintes parâmetros:

Limpeza ou substituição dos filtros de ar-condicionado a ser realizado regularmente por

especialistas (responsável técnico define os períodos de inspeção e medição do ar).


Realizar periodicamente a análise da qualidade do ar climatizado em laboratórios especializados

que garantam confiabilidade nos resultados analíticos;

Elaborar o Plano de Manutenção, Operação e Controle (PMOC) ANVISA para edificações de uso

público e coletivo (documento é obrigatório) para assegurar a saúde e o bem-estar dos

ocupantes.

É importante enfatizar que as condições mínimas exigidas em norma nem sempre são suficientes

para se obter boa Qualidade do Ar Interior (QAI), cabendo ao designer de interiores avaliar o ambiente

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para, juntamente com um profissional habilitado (engenheiro), verificar quais tipos de equipamentos

utilizar para realizar a climatização de forma eficiente do ponto de vista energético.

A consciência da população quanto à conservação dos recursos naturais e da manutenção do

equilíbrio do ecossistema global é de grande importância, uma vez que a comunidade científica tem
constatado que existem centenas de poluentes em suspensão na atmosfera que ainda não foram

identificados e que são prejudiciais à saúde humana (Figura 16).

Figura 16 – Manter o Equilíbrio do Ecossistema Global

Crédito: pleing/Shutterstock.

TEMA 5 – VARIÁVEIS AMBIENTAIS E VARIÁVEIS HUMANAS E A


QUALIDADE DO AR INTERNO (QAI)

De acordo com Costa (2005, p. 52 citado por Mota, 1981),

As condições ambientais atmosféricas desempenham um papel muito importante na poluição do ar


podendo contribuir para a diminuição ou aumento de concentração de poluentes em determinada
área. A atmosfera é o agente que transporta e dispersa os poluentes entre as fontes e áreas
receptoras”.

Conforme estudamos em conteúdos anteriores (conforto ambiental) o clima é constituído por

fatores climáticos (globais e locais) e por elementos climáticos (figura 17).

Figura 17 – Fatores climáticos (globais e locais)

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Crédito: robuart/Shutterstock.

Os elementos climáticos apresentados na figura 18 influenciam no transporte e na dispersão dos

poluentes que afetam a qualidade do ar interior das edificações por meio das seguintes variáveis

ambientais:

Temperatura do ar: definida como a temperatura que circunda o ocupante da edificação e tem

impacto na percepção da qualidade do ar. A temperatura do ar em ambientes internos depende

da altitude da zona de intersecção do ambiente (urbana ou rural), da vizinhança, da cobertura

vegetal entre outros, enquanto a temperatura do ar ambiente externo depende da latitude, da

proximidade com corpos hídricos, do relevo e do deslocamento das massas de ar.

Umidade relativa do ar: definida como a razão da pressão parcial (ou densidade) do vapor de

água no ar até a pressão de saturação (ou densidade) de vapor de água a mesma temperatura e a

mesma pressão total. Vários autores descrevem que a alta umidade do ar propicia a

contaminação microbiológica, comprometendo a qualidade do ar interior.

Velocidade do ar: definida como a taxa de movimento do ar em um ponto, sem levar em

consideração a direção. Os ventos se deslocam das áreas de maior pressão (frias) para as áreas de
menor pressão (quentes) e sua velocidade é determinada pela diferença de pressões destas áreas.

Costa (2005, p. 52 citado por Mota, 1981) descreve que “A direção e a velocidade dos ventos

estão relacionadas com o transporte e a disperso horizontal de poluentes. A temperatura e a

umidade do ar, por outro lado, estão relacionadas com a dispersão vertical de poluentes”.

Portanto, quanto maior a velocidade do vento, maior o volume de ar fornecido para diluir os

poluentes, o que torna necessário a circulação e a renovação do ar. A direção do vento também

deve ser considerada, pois determina as áreas que irão receber os poluentes, o que enfatiza a

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importância da ventilação, seja natural ou mecânica (uso de aparelhos de ar-condicionado,

ventiladores etc.) é eficaz para a qualidade do ar interior.

Figura 18 – Elementos climáticos – variáveis ambientais

Fonte: Pires, 2022.

As variáveis humanas estão relacionadas com o comportamento do ser humano como fonte

receptora e poluidora do meio ambiente.

Os contaminantes resultantes de atividades humanas vão desde a atividade metabólica (met) que

altera a qualidade do ar (diminuir a concentração de oxigênio e aumenta a concentração de dióxido de

carbono), a fumaça de cigarro (constituída por gases amônia, formaldeído, compostos orgânicos

voláteis, ácidos e bases que, ao serem inalados, se alojam no pulmão), os equipamentos utilizados em

ambientes de trabalho (exemplo: computadores, notebooks, impressoras, aparelhos de ar condicionado


etc.,) que emitem compostos orgânicos voláteis e formaldeídos para o ambiente, produtos de higiene e

limpeza constituídos por contaminantes químicos (figura 19).

Figura 19 – Contaminantes oriundos de atividades humanas – variáveis humanas

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Crédito: Irina Strelnikova/Shutterstock.

Algumas ações práticas de prevenção podem propiciar a melhora na Qualidade do Ar Interior (QAI)

dos ambientes internos das edificações:

Desenvolver projetos de interiores que aproveitem a ventilação natural e a iluminação natural dos

ambientes o maior tempo possível;

Reduzir a utilização de tecidos que não sejam sustentáveis em cortinas, tapetes, cabeceiras de

cama, cadeiras, poltronas, sofás, entre outros;

Usar revestimento nos móveis com materiais de superfícies lisas, claras e de fácil limpeza;

Instalar piso frio nos ambientes para que a limpeza pode ser realizada evitando o uso de

produtos de limpeza que agridam a saúde humana.

Eliminar as infiltrações e os vazamentos na edificação (teto e parede), pois ambientes úmidos


propiciam a proliferação de bactérias e fungos prejudiciais à saúde;

Efetuar um controle adequado dos ambientes internos (exemplo: monitoramento com

equipamentos que meçam os níveis de CO2, a umidade, partículas, ozônio e temperatura);

Realizar inspeções periódicas nos equipamentos de climatização e nos ambientes com o objetivo

de obter a umidade adequada.

Um projeto de designer de interiores eficiente do ponto de vista energético que tenha como

objetivo a Qualidade do Ar Interior (QAI) em edificações deve priorizar o uso de ventilação natural ao

explorar seus ambientes. Caso o uso de ventilação artificial seja necessário, deve-se contatar um

profissional habilitado para desenvolver um Plano de Manutenção, Operação e Controle (PMOC) dos

respectivos sistemas de climatização de acordo com as normas vigentes para proporcionar a renovação

do ar de forma eficaz.

NA PRÁTICA

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A partir do conteúdo estudado pesquise como a qualidade do ar nos ambientes corporativos

influencia na capacidade dos seus ocupantes ao desempenhar suas tarefas diárias?

TROCANDO IDEIAS

Para ilustrar os conceitos apresentados acesse o link e leia o seguinte artigo sobre Controle da

Qualidade do Ar em Edifícios Comerciais. Disponível em: <https://www.unaerp.br/revista-cientifica-inte

grada/edicoes-anteriores/volume-4-edicao-1/3096-rci-controle-da-qualidade-do-ar-em-edificios-come

rciais-12-2018/file>. Acesso em: 3 nov. 2022.

FINALIZANDO

Nesta etapa foi apresentado o conceito sobre a poluição do ar. Depois, abordamos a importância

de desenvolver um projeto ergonômico Qualidade do Ar Interior (QAI) em Edificações, para, então,


estudarmos os tipos de poluentes existentes em ambientes internos de edificações. Na sequência,

comentamos sobre o condicionamento de ar no interior de edificações. Por fim, vimos a relação entre

as variáveis humanas e as variáveis ambientais e a Qualidade do Ar Interior (QAI).

REFERÊNCIAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 16401-2. Instalações de ar-condicionado –


sistemas centrais e unitários - Parte 2: Parâmetros de conforto térmico. Rio de Janeiro: Associação

Brasileira de Normas Técnicas, 2008.

BRASIL. Resolução ANVISA 09/2003: Padrões Referenciais de Qualidade do Ar Interior, em

Ambientes Climatizados Artificialmente de Uso Público e Coletivo.

CETESB – Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental. Padrões de Qualidade do Ar. São

Paulo, 2015.

COSTA, J. M. S. Qualidade do Ar Interior e Conforto Térmico. Um Estudo em Espaços de

Estacionamento em Natal/RN com Tipologias Arquitetônicas Diferenciadas. Dissertação (Mestrado

em Arquitetura e Urbanismo) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte – Centro de Tecnologia-

Programa de Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo, Natal, 2005.

https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 25/26
12/12/22, 11:01 UNINTER

FAKHOURY, N. A. Estudo da Qualidade do Ar Interior em Ambientes Educacionais. Dissertação

(Mestrado em Engenharia Mecânica) – Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (IUSP), São

Paulo, 2017. 196p.

NATIONAL GEOGRAPHIC. Quais São os Principais Tipos de Poluição Ambiental? Revista National

Geographic - Meio Ambiente. Acesso em: <https://www.nationalgeographicbrasil.com/meio-

ambiente/2022/08/quais-sao-os-principais-tipos-de-poluicao-ambiental>. Acesso em: 3 nov. 2022.

https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 26/26

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