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DISCIPLINA: PLANO DE CONTROLE AMBIENTAL

PLANO DE CONTROLE DE QUALIDADE DO AR- PCQP


Projeto habitacional Pérola do Outeiro

BELÉM-PA
FEV/2016
INTRODUÇÃO
Ao abordar sobre o controle de qualidade do ar, primeiramente se faz necessário
estudar conceitos básicos, como o significado de emissão, contudo ao abrirmos o
dicionário nos deparamos com uma serie de conceitos, que variam desde áreas da
economia, física, como as emissões radioativas em ondas alfa, beta e gama, e as
emissões nucleares. Porém, seja em qual área for, podemos encontrar uma definição
comum para a palavra "emissão", como: "ato de emitir, de produzir, de transmitir, de
entregar à circulação". Assim sendo, em relação a qualidade do ar, emissão são
partículas emitidas para o Ar, provenientes de atividades variadas, que podem ou não
provocar alteração na qualidade do ar.
Pode-se então diferenciar a partir do conceito de emissão, os diferentes tipos de
emissões, de gases na atmosfera, essas emissões de gases podem se dar tanto por fontes
naturais, como por fontes antropogênicas (produzida pelo homem).
As Fontes naturais são aquelas fontes que naturalmente liberam gases à
atmosfera, como as queimadas naturais e as atividades vulcânicas. Já as Fontes
antropogênicas são aquelas resultantes da atuação humana, como as chaminés das
indústrias e os escapamentos de automóveis. Há outra classificação baseada nas fontes
emissoras, que varia de acordo com a natureza de cada uma. Assim, há dois tipos de
fontes emissoras: As móveis e Estacionárias. As Fontes Moveis são aquelas que não se
localizam em lugar fixo, ou seja, podem se deslocar, como os carros, aeronaves,
navios, dentre outros. E as Fontes Estacionárias, essas já se encontram em um local
fixo, como as refinarias, indústrias químicas, e centrais de energia elétrica.
Os padrões da qualidade do ar definem legalmente o limite máximo para a
concentração de um poluente na atmosfera, que garanta a proteção da saúde e do meio
ambiente. Estes são baseados em estudos científicos dos efeitos produzidos por
poluentes específicos e são fixados em níveis que possam propiciar uma margem, de
segurança adequada. Os padrões nacionais foram estabelecidos pelo IBAMA e
aprovados pelo CONAMA através da Resolução CONAMA 03/90.
O projeto residencial Pérola do Outeiro proposto dentro das especificações do Programa
Minha Casa Minha Vida, Faixa 1, do Governo Federal tem objetivos claros como: a
implementação do Plano Nacional de Habitação, a construção de moradias, o aumento do
acesso das famílias de baixa renda à casa própria e à geração de emprego e renda por meio do
aumento do investimento na construção civil.

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Porém neste projeto habitacional deve se atentar não somente ao investimento na
construção civil e fatores socioeconômicos, mas também em relação ao meio ambiente
como ao controle da qualidade do ar, ao uso de materiais e técnicas na construção que
em sua produção ou aplicação tenham a menor emissão de CO2 e materiais tóxicos ou

particulados. Além de identificar unidades que geram emissões atmosféricas, bem como
classificar os poluentes e seu tipo de tratamento.

1. IDENTIFICAÇÃO DE UNIDADES QUE GERAM EMISSÕES ATMOSFERICAS


NA CONSTRUÇÃO CIVIL
A construção civil tem forte relação com o alcance do desenvolvimento
sustentável seja em escala local, regional, nacional ou global. Segundo SILVA 2003,
essa é a indústria que mais causa impactos ambientais, levando-se em consideração
todas as etapas da construção civil, desde a captação de recursos até o produto final. As
suas atividades, seja na fabricação, construção, demolição, reforma, entre outros, são
caracterizadas pelo consumo de grandes quantidades de recursos naturais, gerando
grande quantidade de resíduos, consumo de grande quantidade de energia e emitindo
poluentes para atmosfera.
As atividades de construção civil são grandes fontes potenciais de emissão de
material particulado na atmosfera, em todas as fases do ciclo de vida das suas
atividades, seja na extração (a extração de agregados em minerações é uma grande fonte
de emissão), na fabricação de materiais e componentes (nas diversas fases de produção
do cimento, por exemplo), no transporte, na execução das obras, na operação de
edifícios, na demolição ou nos processos de destinação ou reciclagem de resíduos,
apresentam atividades bem diferenciadas entre si.
Neste caso concreto, objeto de estudo, onde serão construídos prédios para
moradia, pode-se observar algumas formas de poluição atmosférica, gerado
principalmente pela emissão de material particulado das fases de construção.
Portanto, cada uma destas etapas do ciclo de vida de uma construção civil,
possui características específicas de emissão e controle. Dentro das próprias fases, seja
da construção de edifícios, ou outros tipos de obras, há grande variedade de formas de
emissão e controle. Isso faz com que, ao longo da execução de uma obra, sejam criadas
fontes de emissão de material particulado de características diversificadas, sob vários

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aspectos (concentração produzida, tamanho de partícula, composição de partícula,
tempo de emissão, entre outros).
Para em melhor entendimento deste Plano de Controle de qualidade de Ar, se faz
necessário conceituar o que significa Material Particulado. O Material Particulado é
uma complexa mistura de partículas solidas e liquidas, emitidas por fontes poluidoras
ou formadas na atmosfera, quando essas partículas estão dispersas no ar são chamadas
de aerossóis. O material particulado é formado por diversos componentes como ácidos
(como sulfatos e nitratos), orgânicos químicos, metais, solo e partículas de poeira
(ALMEIDA, 1999 e US EPA, 2006).
A origem do material particulado pode ser de origem natural ou aquela gerada
pela ação do homem, e sua emissão pode ser primaria, como exemplo podemos citar
erupções vulcânicas, as queimadas em florestas, os polens, sendo as antropogênicas
primarias encontradas em muitas atividades industriais, construções, campos de
plantações, estradas de terras entre outros. Já a secundaria como vimos acima se dá pela
interação de compostos químicos pré-existentes na atmosfera.
Há ainda agravantes relacionados ao material particulado, o qual está
relacionado ao tamanho do material particulado, que está potencialmente ligado ao seu
potencial de causar doenças. As partículas com diâmetro igual ou menor a 10
micrômetros (MP10), são as que causam uma maior preocupação, pois conseguem
passar facilmente pelo nariz e garganta, atingindo os pulmões e podendo causar uma
série de doenças respiratórias e cardíacas. Podemos citar outros danos ligados ao
material particulado, como perda de visibilidade, perda da qualidade da água, poluição
do solo, danos à flora, entre outros.
As atividades realizadas na construção civil estão bastante relacionadas às
emissões primárias de material particulado. Nas atividades de escavação, serragem de
materiais diversos, perfuração, raspagem, movimentação de veículos em áreas não
pavimentadas, produção de concretos e argamassas, limpeza, estocagem de agregados e
outros materiais, demolições e muitos outros serviços que serão vistos mais à frente, são
produzidas emissões diretas de material particulado na atmosfera, que se caracterizam
por emissões primárias.
Já as emissões secundárias, nas atividades relacionadas a construção de edifícios
ou outras obras, são menos significativas, mas não menos importantes, frente ao volume
de emissões primárias e estão relacionadas à emissão de gases a partir da queima de
combustíveis de veículos e equipamentos ou queima de madeira, por exemplo.

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Como já visto a construção de um edifício envolve uma grande relação de
atividades que são potencialmente fontes geradoras material particulado. Dentre as
atividades geradoras destes poluentes podemos citar:
- Movimentação de terra e serviços preliminares, como limpeza com varrição;
- Lançamento, projeção de argamassa e concretos com queda e ressuspenssão;
- Uso de material pulverulento;
- Desgaste superficial, através de pinturas e lixamentos;
- Escavação manual
- Serviços de Construção;
- Cortes e perfurações;
- Transporte, armazenagem, remoção de materiais e resíduos;
- Veículos (combustão de motores) e equipamentos de produção e transporte.
Demolir, cavar, cortar, raspar, lixar. É assim que a construção civil trabalha e é
assim que ela contribui como fonte emissora de partículas, ou seja, é poluidora. Entre as
atividades de construção que contribuem para a poluição do ar estão: o desmatamento, a
operação de motores a diesel, demolições e trabalhos com materiais tóxicos. Todos os
locais de construção geram elevados níveis de pó (tipicamente de concreto, cimento,
madeira, pedra, sílica), e podem atingir grandes distâncias ao longo de um longo
período de tempo.
Outros focos de poluição atmosférica vêm de vapores nocivos de óleos, colas,
solventes, tintas, madeiras tratadas, plásticos, produtos de limpeza, entre outros
produtos químicos perigosos que são amplamente utilizados na construção civil que
também contribuem para a poluição do ar.

2. CLASSIFICAÇÃO DOS POLUENTES ATMOSFÉRICOS


Há muitos gases que são emitidos na atmosférica que podem ser considerados
poluentes, mais antes de citar quais dentre os gases que são considerados poluentes,
necessita-se entender o conceito de poluição do ar.
Segundo A Organização Mundial de Saúde (OMS) poluição do ar significa "a
contaminação dos ambientes internos ou externos por qualquer composto químico,
físico ou agente biológico que modifique as características naturais da atmosfera".
De acordo com o Conselho nacional de Meio Ambiente (CONAMA),
RESOLUÇÃO Nº03/90 poluente atmosférico é toda e qualquer forma de matéria ou
energia com intensidade e em quantidade, concentração, tempo ou características em

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desacordo com os níveis estabelecidos em legislação, e que tornem ou possam tornar o
ar impróprio, nocivo ou ofensivo à saúde, inconveniente ao bem-estar público, danoso
aos materiais, à fauna e à flora ou prejudicial à segurança, ao uso e gozo da propriedade
e às atividades normais da comunidade.
O nível de poluição atmosférica de determinada região ou lugar é medido então
pela quantidade de substâncias poluentes presentes no ar. A variedade das substâncias
que podem ser encontradas na atmosfera é muito grande, o que dificulta a sua
classificação.
Logo entende-se, que a emissão desses gases poluentes de acordo com o conceito
altera a composição química da atmosfera, podendo até implicar na mudança de
temperatura do planeta, ocasionando o conhecido Efeito Estufa, por conseguinte o
aquecimento global, sendo suas consequências catastróficas para a saúde dos seres
vivos.
Esses poluentes podem ainda ser classificados em primários ou secundários. Os
primários são aqueles diretamente emitidos pelas fontes. Porém os poluentes primários
podem ainda sofrer reação química com um composto natural da atmosfera ou outro
poluente primário, o que pode transformá-lo em um poluente de maior ou menor
potencial danoso do que o originalmente emitido. Esses poluentes que se formam
posteriormente na atmosfera são denominados poluentes secundários.
Os grupos de poluentes que servem como indicadores de qualidade do ar,
adotados universalmente e que foram escolhidos em razão da frequência de ocorrência e
de seus efeitos adversos, são: MP – Inclui Material Particulado, PTS – Partículas Totais
em Suspensão, MP10– Partículas Inaláveis e FMC – Fumaça. Sob a denominação geral
de “Material Particulado” se encontra um conjunto de poluentes constituídos de poeiras,
fumaças e todo tipo de material sólido e líquido que se mantém suspenso na atmosfera
por causa de seu pequeno tamanho.
As principais fontes de emissão de particulado para a atmosfera são: veículos
automotores, processos industriais, queima de biomassa e suspensão de poeira do solo,
entre outros. O material particulado pode também se formar na atmosfera a partir de
gases como SO2– dióxido de enxofre, NO x– óxidos de nitrogênio e COVs – compostos
orgânicos voláteis, que são emitidos principalmente em atividades de combustão,
transformando-se em partículas como resultado de reações químicas no ar. O tamanho
das partículas está diretamente associado ao seu potencial para causar problemas à
saúde, sendo que, quanto menores, maiores os efeitos provocados. Outra observação é

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que o particulado também pode reduzir a visibilidade na atmosfera. - SO2– Dióxido de
Enxofre Resulta, principalmente, da queima de combustíveis que contêm enxofre, como
óleo diesel, óleo combustível industrial e gasolina. Essa substância é uma das principais
formadoras da chuva ácida. O dióxido de enxofre pode reagir com outras Substâncias
presentes no ar formando partículas de sulfato que também são responsáveis pela
redução da visibilidade na atmosfera. - CO – Monóxido de Carbono É um gás incolor e
inodoro que resulta da queima incompleta de combustíveis de origem orgânica,
combustíveis fósseis, biomassa, etc. Em geral, é encontrado em maiores concentrações
nos grandes centros urbanos, emitido, principalmente, por veículos automotores. Altas
concentrações de CO são encontradas em áreas de intensa circulação de veículos.- O3–
Ozônio e Oxidantes Fotoquímicos “Oxidantes fotoquímicos” é a denominação que se dá
pela mistura de componentes secundários formado pelas reações de oxido de nitrogênio
e compostos orgânicos voláteis na presença da luz solar. O principal produto desta
reação é o ozônio, por isso mesmo utilizado como parâmetro indicador da presença de
oxidantes fotoquímicos na atmosfera.

BIBLIOGRAFIA:

SILVA, V.G. Avaliação da sustentabilidade de edifícios de escritórios


brasileiros: diretrizes e base metodológica. 2003.210f. Tese de doutorado. Escola
Politécnica, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2003.

RESOLUÇÃO/conama/N.º 003 de 28 de junho de 1990. Acesso em: 23 fev. 2016.


Disponível em < http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res90/res0390.html>
http://www.ecycle.com.br/component/content/article/63/3041-o-que-sao-emissoes-
atmosfericas-conheca-tipos-poluentes-e-modos-de-neutralizar-tipos-fontes-naturais-
antropogenicas-moveis-estacionarias-difusas-pontuais-aquecimento-global-dioxido-
carbono-metano-ozonio-cfc-inventarios-protocolo-convencao-neutralizacao.html

http://www.apatru.org.br/arquivos/%7B59FEA2F4-F709-4514-A564-
B44CB8855016%7D_35-Emissoes_atmosfericas.pdf

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