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Material Teórico
Poluição do Ar e Fenômenos Climáticos em Áreas Urbanas
Revisão Textual:
Profa. Esp. Márcia Ota
Poluição do Ar e Fenômenos
Climáticos em Áreas Urbanas
• Introdução
• O que é poluição?
• Tipos e Exemplos de Poluição do Ar
• Fenômenos Climáticos e Meteorológicos
OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Analisar as situações de poluição do ar em cidades brasileiras.
· Evidenciar alguns fenômenos climáticos urbanos, entre eles a
formação de ilhas de calor e chuvas ácidas.
ORIENTAÇÕES
Nesta Unidade, você irá conhecer mais sobre os fenômenos climáticos
urbanos e a poluição do ar, principalmente as situações existentes em
cidades brasileiras.
Além disso, para que a sua aprendizagem ocorra num ambiente mais
interativo possível é fundamental assistir à videoaula e realizar a atividade
proposta de fórum e de sistematização. Cada material disponibilizado é mais
um elemento para seu aprendizado.
Bons estudos!
UNIDADE Poluição do Ar e Fenômenos Climáticos em Áreas Urbanas
Contextualização
Leia o texto a seguir:
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Introdução
Nesta unidade, vamos tratar da questão da poluição do ar em espaços urbanos,
bem como de alguns fenômenos climáticos e meteorológicos que afetam as cidades.
O que é poluição?
Com a intensificação da urbanização no Brasil pós 1960, houve um
comprometimento da qualidade de vida urbana devido a problemas de poluição do
ar, da água, do solo e sonora.
O solo nas cidades, muitas vezes, está comprometido com poluição por causa
de depósitos de materiais perigosos, postos de gasolina que, em alguns casos,
vazam combustíveis, derrames de produtos químicos industriais, que se utilizam de
produtos contaminantes, lixão e aterros.
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Logo, parte-se do princípio que a poluição tem causa humana, sendo fundamental
que se observem os atores sociais responsáveis por tal poluição, bem como se
verificarem as situações nas quais ocorrem, podendo variar nas diferentes cidades
brasileiras e no mundo.
Apenas nove das 161 grandes cidades chinesas atingiram os padrões de qualidade do ar do
país, no primeiro semestre deste ano, de acordo com as últimas estatísticas do Ministério
chinês do Meio Ambiente.
Os piores índices foram registrados na região metropolitana de Pequim e Tianjin, no norte
do país. Nesses locais o ar foi considerado “altamente poluído” em 20% dos dias [...]
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Desde o dia 6 de agosto, data da abertura do encontro de Cooperação Econômica Ásia
Pacífico (APEC) em Pequim – e durante os 16 dias de duração do fórum que reúne 21 países
– a China retirou das ruas 70% dos carros do governo. O objetivo é melhorar o índice de
poluição e o trânsito.
A iniciativa é um teste para a conferência principal da APEC, prevista para acontecer em
novembro na capital. Em maio, a China prometeu tirar de circulação 5 milhões de carros
poluentes, sendo 330 mil deles apenas em Pequim. Veículos e fábricas são os principais
inimigos do ar puro.
O governo também estuda a implantação de um novo plano urbano até o final do ano, onde
a criação de “corredores de ar” será o ponto central. Essas “vias de ar” seriam largas extensões
de terra cobertas de vegetação e abertas na direção dos ventos dominantes de Pequim, para
ajudar a dispersar os poluentes e o ar quente. No entanto, as autoridades já admitiram que
este será um trabalho difícil, pois a metrópole tem mais de seis anéis viários e não resta
muito espaço no centro de Pequim.
Fonte: https://goo.gl/XBP3TkEla
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Gestão da Poluição do Ar
O texto a seguir de Helena Ribeiro evidencia alguns aspectos importantes para
gestão: o planejamento da questão poluição do ar. Embora seu texto tenha relação
mais direta com São Paulo, as propostas da autora servem de parâmetro para
outras cidades brasileiras. Leia, atentamente, o texto:
Planejamento e políticas de uso do solo urbano e de controle da poluição
do ar precisam levar em conta as dinâmicas climáticas e qualidade do ar
locais e regionais, uma vez que o fenômeno poluição do ar apresenta
comportamento diverso entre as áreas micro e meso, assim como a
dinâmica econômica e demográfica. Somente o estudo geográfico
permite desvendar essa desigual distribuição dos fenômenos, que exige,
também propostas de programas diferenciados para as diferentes regiões
da cidade. Recomenda se que serão desenvolvidos planos diretores, que
incorporem essas diversidades geográficas dos fatores ambientais, além
de: controle anual das emissões de veículos em circulação a mais de
um ano; renovação da frota; controle mais efetivo da fumaça preta de
ônibus e caminhões; substituição de viagens individuais por transporte
coletivo; melhorias no sistema de transportes coletivos. Esses programas
são necessários, na situação atual, com vistas a futuras melhorias na
qualidade do ar metropolitano e conseqüente prevenção de danos à saúde
(RIBEIRO, 2004, p. 79-80).
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São resultantes das chaminés de indústrias, poeira das ruas e terrenos, de obras
que tenha muita movimentação de terra e areia, bem como de veículos automotores
que usem diesel.
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Dióxido de Nitrogênio (NO2)
Trata-se de um gás marrom-avermelhado com forte odor, tem ação bastante
oxidante e pode se recombinar e formar o ácido nítrico e nitratos, que contribuem
para a formação de partículas inaláveis na atmosfera.
É resultante de processos de combustão que se relacionam com usinas térmicas,
que se utilizam de óleos e gases, de processos industriais e também de veículos
automotores. Além disso, pode ser emitida por processos naturais, principalmente
de vulcões.
Este gás causa irritações nos olhos e nariz e pode provocar enfisema pulmonar.
No ambiente urbano, é comum formar o smog fotoquímico e as chuvas ácidas.
Ozônio (O3)
Alguns autores usam o termo poluição térmica para as reações fotoquímicas
que ocorrem com a presença de calor, luz solar e produtos químicos que reagindo
produzem novos produtos e poluição do ar.
Este é o caso do ozônio (O3) que existe na estratosfera, camada da atmosfera
e, inclusive, protege-nos dos efeitos dos raios ultravioletas UVA e UVB. Segundo
pesquisas na área da saúde, sem esta proteção a possibilidade de casos de câncer
de pele aumentam.
Entretanto, o ozônio na troposfera, camada da atmosfera na qual vivemos,
pode causar inúmeras doenças ao homem, dependendo do nível de exposição das
pessoas à poluição. Estudos brasileiros têm demonstrado que aumentam os casos
de internações por problemas respiratórios decorrentes de poluição urbana, e estes
atingem principalmente crianças e idosos.
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No caso do ozônio (O3) na troposfera este existe mediante uma reação fotoquímica:
O ozônio, próximo à superfície da Terra, resulta de reações fotoquímicas
de poluentes com a radiação solar. Pode atingir as porções mais
profundas dos pulmões podendo causar inflamação e diminuição da
função pulmonar. É um poderoso oxidante, participando de reações
intra e extracelulares com envolvimento de enzimas importantes para o
metabolismo (NASCIMENTO et alii, 2006, p. 77).
Neste caso é necessária uma reação fotoquímica, ou seja, dependerá da luz solar
e sua incidência para reagir e formar o ozônio, pois a luz solar quebra as moléculas
dos hidrocarbonetos que são liberados na combustão da gasolina, diesel e outros.
Assim, quanto maior a quantidade de luz solar, maior as reações fotoquímicas que
combinada com o óxido de nitrogênio, formam o ozônio (O3).
Desse modo, seja derivada de indústrias ou da queima de combustíveis fósseis,
há problemas de poluição do ar e o agravamento da saúde da população que
vive nas cidades, principalmente os lugares que possuem grande frota de veículos
automotores ou indústrias poluidoras.
Um exemplo de poluição extrema ocorreu nos anos 1980 na cidade de Cubatão,
situada na Baixada Santista, litoral paulista, a qual ficou conhecida mundialmente
devido à poluição do ar ocasionada pelo polo petroquímico de Cubatão e demais
indústrias da cidade.
Num primeiro momento, a poluição do ar causou as chuvas ácidas, que
destruíram a vegetação de encosta (Mata Atlântica) ocasionando deslizamentos na
Serra do Mar e também houve casos de problemas respiratórios nos moradores,
comprometendo os pulmões, as mucosas das narinas e garganta, bem como
ardência nos olhos.
Devido à essa situação de poluição extrema, inúmeros bebês nasceram com
problemas neurológicos e também houve casos com anencefalia, o que levou a
Organização das Nações Unidas (ONU) a considerá-la como a cidade mais poluída
do mundo naquele período.
Com as novas legislações ambientais, a cidade melhorou por meio de um
mapeamento e estudos das causas da poluição do ar, realizados pela Cetesb,
órgão ambiental do Estado de São Paulo. Não que seja um ambiente ideal, mas
houve melhoras em relação à situação existente e a diminuição dos casos mais
graves de doenças.
Chuvas Ácidas
As chuvas ácidas são um fenômeno de poluição atmosférica causada pela recombinação
de alguns poluentes tais como os óxidos de enxofre (SO2, SO3) e de nitrogênio (NO, NO2,
N2O), que pode causar danos à vegetação, aumento do pH dos corpos hídricos (rios,
lagos), bem como nas construções, pois corrói pedras, metais e tintas de construções,
monumentos etc.
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Já em algumas cidades do Acre, caso da capital Rio Branco, vêm ocorrendo
poluição do ar ocasionada por queimadas em áreas do entorno da cidade, levando
ao aumento de ocorrências de problemas respiratórios na população local.
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Efeito Estufa
Explor
Para estudiosos em efeito estufa, este fenômeno atmosférico é ocasionado pelo aumento
da temperatura na Terra em decorrência do aumento de gases como o dióxido de carbono
(CO2), o monóxido de carbono (CO), dióxido de enxofre (SO2), o gás metano (Ch4) e o
ozônio (O3), entre outros. Isto ocorre por conta de ações antrópicas e também naturais. A
urbanização vem intensificando tal processo por conta das atividades industriais, transporte
automotores e produção de energia. Estima-se que devido ao efeito estufa as chuvas
torrenciais, o degelo e aumento do nível do mar, alterações climáticas – com aumento do
nível de chuvas torrenciais e extremos períodos de secas vão alterar as condições do planeta
e das atividades de existência do homem.
Nas cidades, isto vem ocasionando chuvas torrenciais que levam aos problemas
de enchentes. Entretanto também tem havido oscilações na quantidade de
pluviosidade, entremeando-se períodos de maior quantidade de chuvas com secas
mais prolongadas, levando à escassez hídrica, o que compromete o uso e consumo
de água nas cidades.
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Explor
Clima X Tempo
O tempo tem relação com as condições atmosféricas de um determinado momento, podendo
variar a cada instante, quem estuda essa área do conhecimento é a Meteorologia. Por meio
dela sabemos se um dia irá chover (pluviosidade), a temperatura, a chegada de massas de
ar que poderão alterar a temperatura e umidade, entre outros. Já o clima é um conceito
que tem relação com as condições atmosféricas de uma região, considerando-se um certo
padrão de características de temperatura, pluviosidade, massas de ar, umidade etc. Quando
afirmamos que o tempo vai mudar estamos tratando das alterações do dia a dia, já o clima
tem relação com um padrão num período de tempo maior.
Assim, no clima tropical, por exemplo, há um padrão de chuvas típico de verão, com aumento
das temperaturas e chuvas neste período. Se hoje em sua cidade está caindo neve o tempo
está frio e não o clima está frio! Porque se a sua cidade é brasileira e caí neve deve estar
situada em região de clima subtropical, provavelmente no Sul do Brasil, pois tal clima pode
ter períodos com temperaturas abaixo de zero e pode precipitar neve.
Este fenômeno urbano pode ocorrer nas grandes cidades devido às transfor-
mações microclimáticas. A pesquisadora, geógrafa, Magda Adelaide Lombardo
(1985) já vem pesquisando desde os anos 1980 este fenômeno urbano, no qual
ocorre uma significativa alteração de temperatura em algumas áreas nas cidades.
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As temperaturas num mesmo dia têm grande amplitude térmica quanto
comparados em diferentes regiões e lugares da cidade. No mapa, os tons da cor
azul são os que expressam as menores temperaturas, com 23° graus Celsius e nos
tons vermelhos as maiores temperaturas com 32° graus. Observe que nas áreas
mais centrais e parte da Zona Leste da cidade situam-se as maiores temperaturas,
devido a menor quantidade de áreas verdes e grande quantidade de construção.
Finalizando esta unidade é importante ressaltar que existem vários fatores que
interferem na poluição do ar nas cidades brasileiras, situações que igualmente agravam
os problemas de saúde humana, sobretudo relacionados ao sistema respiratório.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Sites
CETESB - Companhia Ambiental do Estado de São Paulo
http://www.cetesb.sp.gov.br/
Leitura
Consumo sustentável: Manual de Educação
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE (MMA). Transporte. In: MMA. Consumo
sustentável: Manual de educação. Brasília: Consumers International/ MMA/ MEC/
IDEC, 2005, p. 79-96.
https://goo.gl/wWk41c
Ambiente Urbano e Qualidade de Vida
GRIMBERG, Elisabeth (org.). Ambiente urbano e qualidade de vida. São Paulo:
Pólis, 1991.
https://goo.gl/re7k0S
Uma Proposta Metodológica para Estimar o Custo da Poluição do Ar nas Análises de Viabilidade de Sistemas de
Transportes Urbanos
LANDMANN, Marcelo Camilli; RIBEIRO, Helena; DEÁK, Csaba. Uma proposta
metodológica para estimar o custo da poluição do ar nas análises de viabilidade de
sistemas de transportes urbanos. Revista Transportes, v. XV, n. 1, junho 2007,
p. 42-49.
https://goo.gl/hxKLUA
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Referências
AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA (ANEEL). Energia no Brasil
e no mundo. Atlas de energia elétrica do Brasil. Parte I. Brasília, ANEEL, 2008.
NASCIMENTO, Luiz Fernando C.; PEREIRA, Luiz Alberto A.; BRAGA, Alfésio
L F; MÓDOLOA, Maria Carolina; CARVALHO JR.; João Andrade. Efeitos da
poluição atmosférica na saúde infantil em São José dos Campos, SP. Revista de
Saúde Pública, 2006, 40 (1), 2006, p. 77-82.
Sites consultados
Portal EcoDebate <https://www.ecodebate.com.br>.
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