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O VERBO QUE ERA SE FEZ CARNE

“A dimensão do ser e do fazer”

João 1:1a “No princípio era o verbo” | João 1:14 “E o verbo se fez carne e habitou entre
nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória”

Não podemos separar o “ser” do “fazer”, nem o “fazer” do “ser”. Quem é uma boa árvore produz
bons frutos, quem é uma árvore má, produz maus frutos “Mateus 7:17-20”. Mas aqui está o
grande problema, eu não consigo inverter esta ordem, tentar fazer para ser. Este foi o primeiro
engano de Satanás no jardim “no dia que você comer você será” Genesis 3:5. Ele inverteu a
ordem, prometendo que o homem seria algo mediante o fazer, sendo que o Homem já era a
imagem e semelhança de Deus. Não nos tornamos quem somos fazendo algo, mas fazemos algo
porque nos tornamos quem somos, isto é: se eu ainda não “sou” não consigo “fazer”, porque eu
sou e por isso faço e faço porque sou.

Se para produzir bons frutos eu preciso ser uma boa árvore e, só somos uma boa árvore,
mediante o poder da graça regeneradora de Deus, logo, eu não tenho em que gloriar-me, pois
meus frutos só se tornaram bons, mediante a graça.

O ser é o primeiro estágio da dimensão espiritual, veja bem: No princípio era o Verbo. Deus
também disse a Moisés: “Diga que o Eu Sou te enviou” Êxodo 3:14. Antes do Verbo fazer
qualquer coisa ele já era. Mas este verbo que era, também se fez. Se fez carne, se materializou,
se incorporou e tomou figura humana. Então o verbo que era se fez.

 A palavra de Deus se fez carne em nós?


 Se Deus transformou o meu ser, para que Ele o fez?
 Como eu respondo o meu propósito de ser no mundo?
 Por que sou o que sou?

A resposta do ser é o fazer. Pois se o meu ser não tem a finalidade no fazer, para que sou? O
fazer é o propósito do ser. Se eu digo que o meu propósito é apenas ser e eu excluo o fazer, o
meu ser perde a finalidade e o objetivo: “O verbo que era se fez carne”. Não estamos dizendo que
o Verbo só teve finalidade após se fazer carne, pois quando falamos de Deus, ele já havia criado
tudo com o verbo e o verbo já era Deus. Estou dizendo que, em nós, a palavra de Deus precisa
tornar prática de vida, se fazer carne. Quando a palavra se faz carne em nós, isto é, quando ela
deixa de ser uma palavra externa a nós, mas dentro de nós. “Eu vos tirarei o coração de pedra e
colocarei um coração de carne” Ezequiel 36:26. O coração de pedra existe mediante o verbo
externo a nós, quando este verbo se introduz em nós, ele transforma nosso coração em carne.
A bíblia diz: “Não sejais apenas ouvintes, mas praticantes” Tiago 1:22. O acolhido de Deus não é
aquele que está apenas na dimensão de ouvinte, mas de praticante. Ouvir é imprescindível, pois
a fé vem pelo ouvir, mas se eu não transformo o conhecimento em prática, isto é, se eu não
encarno o conhecimento, ele se torna meramente um conceito intelectual ou ideias sobre Deus.
Deus é conhecido mediante a experiência, e está experiência, é o fenômeno da encarnação da
palavra em nós. Este fenômeno tem duas dimensões: o transcendente e o natural. O
Transcendente é a regeneração do Espírito Santo, o natural, que implica a responsabilidade
humana, é a minha permanência na obediência à palavra. O verbo que era transcendente, se fez
imanente em nós e este verbo é Deus.

“Cheio de Graça e de Verdade”

Nós somos cheios da graça de Deus? Somos cheios da Verdade? Zelamos em amar quem não
merece ou a sermos verdadeiros mesmo que isso nos custe algo?

“E vimos a sua glória, glória como unigênito do Pai”

O Verbo era, se fez e agora vimos – Há uma “cadeia de consequências” produzida por um verbo
que era - se fez, e, agora vimos. Existem pessoas que dizem que são filhas de Deus, mas não se
fazem filhas de Deus no mundo e ninguém consegue ver suas boas obras. O propósito de Deus é
que o mundo veja sua glória através de sua igreja, refletirmos a imagem e semelhança de Deus
no mundo.

Essa mudança do ser não se alcança mediante esforço humano, mas é (pela graça mediante a fé
em Jesus), não é pelo fazer que se alcança o ser, pois o problema não é simplesmente os frutos,
mas a árvore, não são os galhos, mas a raiz. Esse poder regenerador não é por esforço, nem
justiça humana, é pelo encontro do verbo com a nossa humanidade, é pela habitação do Espírito
de Deus em nós, pois nem os frutos são nossos e sim do Espírito. Gálatas 5:19-23 “Mas o fruto
do Espírito é: o amor, o gozo, a paz, a longanimidade, a benignidade, a bondade, a fidelidade, a
mansidão, o domínio próprio; contra estas coisas não há lei".

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